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1 OAB 2011.3 PROJETO UTI 60 HORAS Professora Josiane Minardi Direito Tributário AULA 02 ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza A LC 116/2003 contém uma relação de serviços passiveis de tributação por via do ISS. O STJ entende que a lei é taxativa e que este definido em LC significa que se o serviço não está descrito na lista não pode ser tributado. LC 116/03 - Conceito de prestação de serviço prestação a terceiro de uma utilidade, com conteúdo econômico, sob regime de direito privado, desde que não trabalhista. Serviço gratuito não pode ser alvo de tributação só ISS porque não possui base de cálculo. O art. 7 diz que a base de cálculo é o preço do serviço. O imposto deve incidir sobre uma execução de prestação física ou intelectual remunerada. A LC inseriu uma série de atividades que não são serviços e que são hoje tributadas pelo município através de ISS. Assim é com o leasing, que é um contrato complexo onde não há prestação de serviço. Súmula vinculante 31. Não incide ISS sobre a locação de bens móveis. O STF reconheceu como não sendo serviços. Quando o tomador for pagar para o prestador autônomo, deve ser pedida a inscrição municipal. Se ele não possui a inscrição municipal, o tomador deve reter o valor referende o ISS (5%) ele passa a ser o sujeito passivo do tributo. Também haverá retenção do valor se não for apresentado o comprovante de inscrição do cadastro fiscal. Exclusiva de Município. Lei ordinária institui. Segue a anterioridade. Por regra seu lançamento é por homologação, salvo no caso de sociedade uniprofissional, pois neste caso o lançamento é de ofício.

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OAB 2011.3 PROJETO UTI 60 HORAS Professora Josiane Minardi Direito Tributário – AULA 02

ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza

A LC 116/2003 contém uma relação de serviços passiveis de tributação por via do ISS.

O STJ entende que a lei é taxativa e que este definido em LC significa que se o serviço não está descrito

na lista não pode ser tributado.

LC 116/03 - Conceito de prestação de serviço – prestação a terceiro de uma utilidade, com conteúdo

econômico, sob regime de direito privado, desde que não trabalhista.

Serviço gratuito não pode ser alvo de tributação só ISS porque não possui base de cálculo.

O art. 7 diz que a base de cálculo é o preço do serviço.

O imposto deve incidir sobre uma execução de prestação física ou intelectual remunerada.

A LC inseriu uma série de atividades que não são serviços e que são hoje tributadas pelo município

através de ISS. Assim é com o leasing, que é um contrato complexo onde não há prestação de serviço.

Súmula vinculante 31.

Não incide ISS sobre a locação de bens móveis. O STF reconheceu como não sendo serviços.

Quando o tomador for pagar para o prestador autônomo, deve ser pedida a inscrição municipal. Se ele não

possui a inscrição municipal, o tomador deve reter o valor referende o ISS (5%) – ele passa a ser o sujeito

passivo do tributo.

Também haverá retenção do valor se não for apresentado o comprovante de inscrição do cadastro fiscal.

Exclusiva de Município. Lei ordinária institui. Segue a anterioridade. Por regra seu lançamento é por

homologação, salvo no caso de sociedade uniprofissional, pois neste caso o lançamento é de ofício.

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OAB 2011.3 PROJETO UTI 60 HORAS Professora Josiane Minardi Direito Tributário – AULA 02

Incide sobre serviços que não estejam na incidência do ICMS. Têm como alíquota mínima 2% e máxima

5%.

Obrigação de dar, entregar algo pronto e acabado é ICMS. Ex: medicamento, transporte, filme.

Impostos Estaduais

ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de

Trasnporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS: Art. 155, II da CF e LC 87/1996

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir ICMS, nos termos do Art. 155, II e §2.º da CF.

Esse Imposto deverá ser criado por lei ordinária. Isto não quer dizer que a Lei Complementar n.º 87/1996

seja inconstitucional, visto que esse diploma legal apenas estruturou tal imposto.

Em relação ao Princípio da Anterioridade, destaca-se que o ICMS o respeita, todavia, a alíquota do ICMS

sobre combustíveis respeitará apenas a anterioridade nonagesimal, em caso de redução ou

restabelecimento de alíquota, nos termos do art. 155, §4.º, IV, da CF.

Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal.

Fato Gerador:

Operações de circulação de mercadoria;

prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal;

serviço de comunicação;

energia elétrica;

importação de mercadoria, ainda que o importador não seja contribuinte habitual do ICMS.

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Alíquotas: Há alíquotas distintas para cálculo do ICMS. As razões dessa distinção das alíquotas está no

princípio da seletividade (Art. 155, §2.º, III da CF) e na existência de alíquotas internas (estipuladas pelos

Estados) e as interestaduais. O Senado Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as alíquotas

mínimas ou máximas, nos termos do Art. 155, §2.º, IV e V da CF.

Sobre o ICMS é importante destacar que existem dois princípios que devem ser observados:

Princípio da Não Cumulatividade (Art. 155, §2.º da CF e Art. 19 da LC 87/1996): significa dizer que o ICMS

será compensado em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de

transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas operações

anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Vale destacar que esse princípio, em casos de isenções ou

não-incidência, não implica em crédito para compensação com o montante devido nas operações

seguintes e acarretará em anulação do crédito relativo às operações anteriores;

Princípio da Seletividade (Art. 155, §2.º, da CF): tem como função orientar a estipulação das alíquotas

diferenciadas de ICMS, utilizando por base a seletividade, em função da essencialidade do produto. Esse

princípio é utilizado para justificar a redução da carga tributária dos produtos considerados essenciais. No

ICMS PODE ser Seletivo!!

Ainda em relação ao ICMS, a CF em seu art. 155, §2.º (alterado pela EC 42/2003) confere imunidade nos

casos de (referente à alínea “b” - ver também Arts. 2.º e 3.º, III da LC 87/96):

“a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-elaborados

definidos em lei complementar;

sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários

no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas

operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e

gasosos dele derivados, e energia elétrica;

sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens

de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”

O STF entende (RE 176.626-SP) que as operações de licenciamento ou cessão de direito de uso de

software, não tendo como objeto a “mercadoria”, não haverá incidência de ICMS. No entanto, os casos de

“software de prateleira” incide ICMS, por configurar o fato gerador do referido imposto. Interessante

observar que o software por encomenda, não incide ICMS, mas sim ISS, conforme LC 116/2003. Ver

Súmula 323 do STF.

Lançamento por homologação.

IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

Trata-se de Imposto de competência estadual e distrital, que poderá ser exigido em 1.º de janeiro de cada

exercício, sendo devido no local do registro do veículo. Esse imposto pode ser criado por lei ordinária.

Tem como característica respeitar o princípio da Anterioridade do exercício e a nonagesimal, todavia, em

relação à base de cálculo, esta respeita apenas a anterioridade do exercício.

Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal.

Sujeito Passivo: Proprietário de veículo automotor de qualquer espécie, não se aplicando às aeronaves.

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Fato Gerador: A propriedade sobre veículos automotores. Ocorre, por ficção jurídica em 1.º de janeiro de

cada ano. Todavia, na realidade ocorre no momento da aquisição ou da data do desembaraço aduaneiro.

Base de Cálculo: Valor venal do veículo ou preço do mercado.

Alíquotas: Será estabelecida em lei ordinária estadual. Não há limite máximo, no entanto, o Senado

Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as alíquotas mínimas, nos termos do Art. 155, §6.º, I da CF.

Ademais, o IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo, nos

termos do Art. 155, §6.º, I e II da CF. Lançamento de ofício.

ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação

Estados e DF, lei ordinária, segue anterioridade.

Alíquota máxima fixada por resolução do Senado Federal.

Lançamento por Declaração.

As alíquotas máximas serão por meio de Resolução do Senado Federal.

Impostos Federais

Importação, Exportação, IOF

Competência exclusiva da União, instituídos por lei ordinária, NÃO tem anterioridade – Cobrança Imediata.

Alíquotas alteradas por decreto do poder executivo. Art.. 153, par. 1º.

IPI- Imposto sobre produtos industrializados

IPI- alterar a natureza do bem.

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IPI não respeita a anterioridade do exercício, mas respeita 90 dias!

As alíquotas podem ser alteradas por meio de ato do PE.

A legislação do IPI estabelece que é possível ao presidente alterar as alíquotas para reduzir até zero ou

aumentar dentro de certo limite, de 30 unidades percentuais, acima da alíquota originalmente estabelecida

em lei.

Não cumulatividade – art. 153, §1, II da CF. Em cada operação desconta-se o imposto incidente na

operação anterior – utiliza-se como crédito o IPI pago na operação anterior.

Seletividade – art. 153, §3, I da CF. Haverá uma seleção dos produtos pelo critério de sua essencialidade;

quanto mais essencial para a vida do povo, menor será a tributação. O IPI DEVE ser Seletivo

Exemplo: rum, vodka com alíquota elevada e roupas, calcados, medicamento com alíquota zero.

IPI possui Lançamento por homologação.

Imposto de renda – Auferir Renda

Quanto aos princípios especiais – art.. 153 §2, I CF.O princípio da universalidade se aplica às rendas –

todas as rendas devem ser alcançadas pelo IR. Isso acontece hoje embora haja o fato do IR não tributar

todas as rendas com a mesma proporcionalidade. Há algumas distinções dependendo do tipo de

rendimento. Os países menos desenvolvidos tendem a tributar mais o trabalho do que o capital porque é

mais fácil controlar este.

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Outro princípio é o da generalidade, que diz respeito aos contribuintes. Todos os contribuintes devem ser

alcançados na medida de sua capacidade contributiva. Aqueles que não possuem capacidade alguma não

devem ser alcançados.

O princípio da progressividade. O IR sempre foi progressivo; Hoje possuímos 4 alíquotas, porém, continua

existindo a alíquota máxima de 27%.

O critério adotado pelo legislador constitucional para estabelecer os tributos, seria o critério do patrimônio.

A idéia geral da tributação é passar patrimônio para o estado para que ele possa exercer as suas funções.

O IR tem como fato gerador (hipótese de incidência) a aquisição da renda ou de proventos de qualquer

natureza, entendidos como acréscimos patrimoniais não incluídos no primeiro. O legislador encara tanto

renda como proventos como acréscimo patrimonial.

O CTN traz que renda é aquilo que resulta do capital, do trabalho ou da combinação dos 2. Se recebo um

veiculo de presente; é algo que aumenta o capital mas não é renda – da mesma forma quando se recebe

uma herança.

O CTN diz que a aquisição da renda ou provento pode ocorrer por uma disponibilidade econômica (algo

material) ou disponibilidade jurídica (algo imaterial – quando exercemos direitos). O cheque seria uma

disponibilidade jurídica, pois, ao adquirir o titulo, se adquire um direito e, somente depois de descontado o

cheque é que se transformara em alo material (disponibilidade econômica)

Critério espacial Há 2 adotados: territorial e renda universal. Fala-se em tributação da renda na fonte

quando se considera apenas a renda obtida de fontes. A tributação na renda mundial considera na renda

adquirida de qualquer lugar do país. Hoje, adota-se o critério da universalidade. Isso faz com que se torne

importante os acordos nacionais de bitributação; se não há tal acordo, será tributado no país de onde

provem e no país a qual se destina.

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A progressividade estabelecida é genérica, não distingue entre pessoas físicas e jurídicas, porém, para as

jurídicas somente há uma alíquota.

Art.. 44 do CTN diz que a base de cálculo pode ser o montante real da renda ou o montante presumido ou

o arbitrado. Renda real é aquela realmente auferida. Renda presumida é a que a legislação presume que

se de em tais percentuais, por exemplo, sobre a receita das empresas (o resultado final frequentemente é

menor que o lucro real). A renda arbitrada é uma hipótese extrema na qual a empresa que não optou por

lucro presumido e não matem contabilidade – um percentual da receita ou do capital bruto.

Possui lançamento por homologação.

O IR respeita a anterioridade do exercício e não respeita 90 dias!!

ITR: Imposto territorial rural

Competência da União. Devrá ser instituído por lei ordinária. Segue o princípio da anterioridade.

Não incide sobre pequenas glebas rurais.

Lançamento por homologação e pode ser fiscalizado e arrecadado pelos Municípios, desde que haja

convênio com a União, sendo que neste caso 100% da arrecadação ficará com o Município. Se não

houver convênio 50% da arrecadação é destinada para o Município e os outros 50% para a União.

Alíquotas variando conforme a função social da terra.

Imposto sobre Grandes Fortunas

Competência da União podendo ser criado somente por lei Complementar.

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Imposto Extraordinário (Guerra) Art. 154, II

Competência da União podendo ser criado por lei ordinária, não segue o princípio da anterioridade.

Imposto Residual Art. 154, I

Competência da União somente criado por lei Complementar. Não pode ter base de cálculo ou fato

gerador de impostos já existentes.

LIMITES AO EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA

Os limites ao exercício da competência tributária podem ser dois: Limites genéricos e limites específicos.

Limites genéricos: são os limites trazidos pela Constituição Federal e pelo Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias – ADCT.

Assim, nenhum tributo poderá ser instituído sem observar a Constituição Federal e a ADCT.

Limites Específicos: São os princípios e Imunidades, que se encontram praticamente nos artigos: 145,

§1º, 150, 151 e 153 da Constituição Federal.

PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

Princípio da Legalidade

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No Brasil ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em decorrência de

lei.

Nos termos do art. 150, I da CF nenhum tributo será instituído ou aumentado, a não ser por intermédio

de LEI!

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

De acordo com o art. 97, § 1º do CTN considera-se majoração de tributo a modificação da base de cálculo

de forma a torná-lo mais oneroso.

A mera atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo NÃO constitui majoração de

tributo, nos termos do art. 97, § 2º do CTN, podendo ser realizada por meio de simples Decreto.

No entanto, se “atualização monetária” ocorrer com índices superiores ao oficial, não teremos uma mera

atualização de valores, e sim, uma majoração de base de cálculo disfarçada, e por isso, nesse caso o

instrumento normativo necessário será a Lei.

Nesse sentido, temos a Súmula 160 do STJ:

É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante, Decreto, em percentual superior ao índice oficial de

correção monetária.

a Constituição Federal, em seu artigo 153, § 1º prevê alguns impostos que podem ter as alíquotas

alteradas, desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei, por meio de ato do Poder

Executivo, o que se dá comumente por decreto presidencial ou por portaria do Ministro da Fazenda.

São eles:

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Imposto sobre a Importação (II)

Imposto sobre a Exportação (IE)

Imposto sobre produtos Industrializados (IPI)

Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF)

O art. 153, § 1º da CF ao estabelecer que o Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do II, IE, IPI e

IOF, possibilitou, inclusive, que esses tributos tenham suas alíquotas majoradas, por decreto, por exemplo,

desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei, é claro.

O art. 177, § 4º, I, “b” da CF também possibilita ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas

da Contribuição de intervenção no domínio econômico Combustível – CIDE COMBUSTÍVEL, por meio de

ato próprio, no caso, o decreto presidencial.

O art. 155, § 4º, IV, “c” da CF possibilita ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas do

ICMS incidência monofásica, nas operações com combustíveis e lubrificantes previstos em lei

complementar federal.

Para visualizar:

ALÍQUOTAS POR MEIO DE

ATOS PODER EXECUTIVO

DECRETO CONVÊNIO (CONFAZ)

ALTERAR (MAJORAR,

REDUZIR E RESTABELECER)

II, IE, IPI e IOF

APENAS REDUZIR E

RESTABELECER

CIDE COMBUSTÍVEL ICMS COMBUSTÍVEL

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Princípio da Isonomia

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre

contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de

ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos

rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II da CF).

Princípio da Irretroatividade

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos

geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. (art. 150, III,

“a” da CF).

A lei tributária NÃO pode retroagir, salvo em três situações:

Em se tratando de lei expressamente interpretativa, desde que não comine penalidade (art.

106, I do CTN)

Em se tratando de ato NÃO definitivamente julgado, vier uma lei que excluir infrações ou reduzir

penalidades (art. 106, II do CTN) (Lembrar que em direito tributário penalidade é multa!)

Em se tratando de lançamento, vier uma lei que crie novos critérios de fiscalização ou

apuração (art. 144, § 1º do CTN).

Princípio da Anterioridade

O tributo que for instituído ou majorado nesse exercício financeiro, (coincide com o ano civil, inicia no dia

1º de janeiro e se encerra no dia 31 de dezembro), somente poderá ser exigido no próximo exercício e

desde que tenham transcorridos 90 dias da data da publicação da lei que houver instituído ou majorado

o tributo. (art. 150, III, “b” e “c” da CF).

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Nem todos os tributos precisam respeitar o princípio da anterioridade, temos várias exceções a esse

princípio. As exceções encontram-se nos arts. 150, § 1º, 155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” e 195,§ 6º da

CF.

a) Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITA o Princípio da

Anterioridade) e nem 90 dias (NÃO RESPEITA o Princípio Nonagesimal), ou seja, o tributo pode ser

cobrado: IMEDIATAMENTE!!!! São eles:

- Imposto extraordinário guerra (IEG)

- empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública,

- Imposto sobre importação (II),

- Imposto sobre exportação (IE)

- Imposto sobre operações financeiras (IOF)

b) Existem tributos, no entanto, que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITAM o

Princípio da Anterioridade) MAS precisam aguardar 90 dias, para poder ser exigido, (RESPEITAM o

Princípio Nonagesimal), são:

- IPI

- casos de redução e restabelecimento das Alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS Combustível

(155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” da CF.

Contribuição Social (195,§ 6º da CF)

Existem tributos que devem respeitar o Princípio da Anterioridade (RESPEITAM o Princípio da

Anterioridade do Exercício), mas não precisam respeitar 90 dias (NÃO RESPEITAM o Princípio

Nonagesimal), são:

-IR

- alteração de Base de cálculo do IPTU e do IPVA

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NRAE e NR90

dias

cobrança

IMEDIATA!

GUERRA,

(IEG e

Empréstimo

Compulsório

guerra ou

calamidade

pública.

II IE IOF

NRAE

R90 dias

IPI Reduzir e

Restabelecer

CIDE COMBUSTÍVEL

Reduzir e

Restabelecer

ICMS

COMBUSTÍVEL

Contribuição

Social

RAE NR90

dias

IR Alteração Base de

cálculo IPTU

Alteração Base de

cálculo IPVA

Princípio do não-confisco

O princípio da vedação ao confisco, disposto no art. 150, IV da CF, decorre do direito de propriedade, que

coíbe o confisco ao estabelecer prévia e justa indenização na desapropriação. O tributo não pode

inviabilizar o direito de propriedade.

Verifica-se, ainda, que a Constituição Federal ao tratar sobre o princípio do não-confisco em seu artigo

150, IV, refere-se aos tributos, ou seja, de acordo com a literalidade desse dispositivo constitucional,

apenas os tributos devem respeitar o não-confisco.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,

ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

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IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

Nesse sentido, muitos indagam se as multas estariam sujeitas ao princípio do não-confisco, pois ainda que

nos referimos à multa tributária, sabemos que multa não é tributo, mas sanção exigível pelo

descumprimento de obrigação tributária.

O STF tem frequentemente demonstrado avesso às multas com caráter confiscatório

Princípio da Liberdade de Tráfego

O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes Federativos

instituírem tributos interestaduais ou intermunicipais que visam estabelecer limitações ao tráfego de

pessoas ou bens, ressalvadas, contudo, a exigência do pagamento de pedágio pela utilização das vias

conservadas pelo Poder Público.

Princípio da uniformidade Geográfica

O princípio da uniformidade geográfica veda a União “instituir tributo que não seja uniforme em todo o

território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a

Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o

equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País”. (art. 151, I da CF).

Princípio da Capacidade Contributiva

O princípio da capacidade contributiva é princípio basilar do Direito Tributário e está preceituado no art.

145, §1º da Constituição Federal:

Art. 145 - (...)

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a

capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para

conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos

da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte

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IMUNIDADES

A imunidade tributária é, em resumo, quando a CONSTITUIÇÃO veda a criação e a cobrança de tributos

sobre determinadas situações ou sobre determinados sujeitos.

Não se confunde imunidade com isenção ou não incidência.

A imunidade impede a incidência do tributo porque a CONSTITUIÇÃO FEDERAL determina.

Já a isenção, é a LEI que determina que certas situações ou determinados sujeitos não serão tributados.

Existem imunidades genéricas e específicas. As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI da

CF e referem-se apenas aos impostos.

As imunidades específicas são relativas a um único tributo.

IMUNIDADES GENÉRICAS

As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI da CF e refere-se apenas aos Impostos. As

pessoas e situações previstas no artigo 150, VI da CF não devem pagar apenas os impostos, devendo

pagar . Por isso, afirmamos que quem tem imunidade genérica tem SORTE na vida, sorte de NÃO pagar

IMPOSTO!!

SUBJETIVA – Art. 150, VI, “c” da CF

OBJETIVA – Art. 150, VI, “d” da CF

RECÍPROCA – Art. 150, Vi, “a” da CF

TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – Art. 150, VI, “b” da CF

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IMUNIDADES RECÍPROCAS

A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, “a” da CF, consequência do modelo Federal de

Estado, cujas bases repousam na necessária igualdade política-jurídica entre as unidades que compõe O

Estado Federal, veda a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem impostos sobre o

patrimônio, renda e serviços um dos outros.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,

ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

O Artigo supracitado prevê que a imunidade tributária recíproca alcança apenas os impostos, não

podendo incidir, portanto, outras espécies tributárias, como taxas, contribuições, etc.

De acordo com o § 2º, § 3º do art. 150 da CF a imunidade recíproca é extensiva às AUTARQUIAS E

FUNDAÇÕES PÚBLICAS desde que cumpram 4 requisitos:

1) Cumpram suas finalidades essenciais ou qualquer uma delas

decorrentes;

2) Sejam instituídas e mantidas pelo Poder Público;

3) Não cobrar preços e nem tarifas;

4) não entrar na

concorrência privada.

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Urge destacar que a imunidade recíproca alcança somente as Autarquias e Fundações Públicas. As

empresas públicas e sociedades de economia mista não gozam de imunidade tributária, por essa razão

haverá normal incidência tributária sobre essas últimas.

As empresas públicas e sociedades de economia mista por serem detentoras de personalidade jurídica de

direito privado não estão abrangidas pela regra imunizante.

No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem entendido que algumas empresas públicas, bem como

algumas sociedades de economia mista são merecedoras da regra imunizante, quando prestam serviço

público de caráter obrigatório e de forma exclusiva.

Exemplo da ECT – Empresa de Correios e Telégrafo, INFRAERO.

IMUNIDADES DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO

O art. 150, VI, “b” da CF veda aos Entes Federativos instituírem IMPOSTOS sobre os templos de qualquer

culto.

A imunidade dos templos de qualquer culto visa tutelar a liberdade religiosa, e por essa razão tudo,

exatamente tudo, que estiver em nome da instituição religiosa e cumprir sua finalidade essencial terá

imunidade, ou seja, não terá que pagar impostos.

IMUNIDADE SUBJETIVA - DO ART.150, VI, c, CF/88:

São 04 imunidades:

a) Imunidade das Entidades de Assistência Social Sem Fins Lucrativos;

Conceito de “Assistência Social” está no art. 203, CF/88.

Importante: Além de não pagar imposto, também não pagam Contribuição Social, nos termos do art. 195,

§7º, CF/88).

b) Imunidades das Entidades de Educação Sem Fins Lucrativos;

Educação é em sentido lato, quer dizer, qualquer tipo de educação.

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Exemplos: Pré-escolas, Faculdades, Cursos de Capacitação, etc.

Importante: somente aquelas que não visem lucro, ou seja, se enquadrem no CTN, art. 14.

c) Imunidade dos Partidos Políticos e de suas Fundações;

A jurisprudência entende que devem preencher 02 requisitos para ser imune a cobrança de impostos. São

eles: a) estar registrado perante ao TSE; e, b) não atentar contra os princípios e bons costumes do Estado

brasileiro.

d) Imunidade dos Sindicatos de Trabalhadores;

Só não paga imposto.

As pessoas do art. 150, VI, “c” da CF para gozarem da imunidade tributária devem cumprir os requisitos do

art. 14 do CTN:

Não distribuir lucro entre seus associados;

Não remeter valores para o Exterior;

Manter a escrituração contábil em dia.

Súmula 724 do STF: AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O

IMÓVEL PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA

CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES

ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES.

Súmula 730 STF - A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CONFERIDA A INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA

SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS PELO ART. 150, VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, SOMENTE ALCANÇA

AS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA SE NÃO HOUVER CONTRIBUIÇÃO

DOS BENEFICIÁRIOS.

IMUNIDADE OBJETIVA: DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS e DO PAPEL DESTINADO A

SUA IMPRESSÃO. Art. 150, VI, d, CF/88

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Só não paga imposto.

O Supremo Tribunal Federal afirma que:

“Livro” é em qualquer formato com conteúdo de livro.

Jornais e Periódicos são imunes se, e somente se, não forem eminentemente publicitários os encartes.

Revistas de qualquer gênero;

Histórias em quadrinhos, mesmo que pornográficas;

Catálogos não possuem imunidade. Exceção: Listas telefônicas, pois, tem caráter informativo.

Cuidado: A imunidade se refere tão somente ao papel utilizado para impressão, a tinta não está imune.

Do mesmo jeito, Editora e Gráfica não são imunes, mas sim o próprio papel utilizado

Súmula 657 do STF: Os filmes e papéis fotográficos gozam da imunidade do Art. 150, VI, “d” da CF.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

O responsável tributário é a pessoa que, sem ter praticado o fato gerador, a lei lhe impõe o dever de pagar

o tributo, excluindo a responsabilidade do contribuinte (quem praticou o fato gerador) ou atribuindo-lhe em

caráter supletivo do cumprimento da obrigação tributária.

Responsável por Substituição

A responsabilidade por substituição, como visto anteriormente, é quando a lei determina que uma terceira

pessoa deve pagar o tributo em substituição ao contribuinte. Essa modalidade de responsabilidade é muito

utilizada para facilitar a fiscalização e a arrecadação para o Fisco.

Há dois casos de responsabilidade por substituição no ordenamento pátrio. A substituição para trás

(regressiva ou antecedente) e a substituição para frente (progressiva ou subsequente).

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Substituição para trás

A substituição para trás, regressiva ou antecedente é quando ocorre o fato gerador e o pagamento do

tributo será realizado posteriormente, por uma terceira pessoa (o responsável), em substituição àquele que

praticou o fato gerador (contribuinte).

Substituição para Frente

A substituição para frente, progressiva, ou ainda, subsequente, é quando primeiro ocorre o pagamento do

tributo sobre uma base de cálculo presumida e posteriormente se realiza o fato gerador.

A Constituição Federal, no art. 150, § 7º trata sobre a possibilidade da substituição para frente.

§ 7.º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo

pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a

imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

(grifo nosso)

Assim, para as provas objetivas da FGV temos:

SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE (ART. 150, § 7º CF)

Quando NÃO ocorre o Fato Gerador Cabe Restituição

Quando ocorre por valor inferior ao valor

presumido pelo Responsável

Não cabe Restituição

Responsabilidade Por Sucessão

Responsabilidade do Adquirente de Bens Imóveis - Art. 130 do CTN

Nos termos do art. 130 do CTN, o adquirente de um bem imóvel responde pelos créditos tributários

relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, posse, o domínio útil de bens imóveis, bem

como o pagamento das taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou contribuições de

melhoria, salvo se houver prova de quitação desses débitos.

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Conquanto, se a aquisição do bem imóvel for por arrematação em hasta pública, o parágrafo único do art.

130 do CTN determina que os créditos tributários sub-rogam-se no respectivo preço:

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou

a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais

bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando

conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o

respectivo preço. (grifo nosso)

Responsabilidade do Art. 131 CTN

O adquirente ou remitente de bens é responsável pelo pagamento dos créditos tributários dos bens

adquiridos ou remidos. No caso de aquisição de um veículo com dívidas de IPVA, o adquirente é

responsável pelo pagamento desse tributo.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

(...)

II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da

partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;

III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

Responsabilidade do Art. 132 do CTN

Nas operações de fusão, incorporação ou transformação, a pessoa jurídica resultante será responsável

pessoalmente pelo pagamento dos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito

privado fusionada, incorporada, ou transformada.

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Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de

outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito

privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

E nos casos de extinção de pessoas jurídicas o parágrafo único do art. 132 do CTN prevê que as regras

do caput se aplicam quando a respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou

seu espólio, sob a mesma ou outra razão social.

Responsabilidade do Art. 133 do CTN

O Adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional que continuar

a respectiva exploração, ainda que modifique a razão social, é responsável pelo pagamento dos tributos

devidos pelo fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato.

O adquirente responderá integralmente pelos créditos tributários se o alienante cessar a exploração do

comércio, indústria ou atividade.

A responsabilidade do adquirente será subsidiária com o alienante se este continuar a explorar qualquer

atividade ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em

outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

Art. 133 (...)

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:

I – em processo de falência;

II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.

Conquanto, o adquirente responderá pela dívida tributária, nos termos do caput, se a aquisição do fundo

de comércio ou estabelecimento comercial, ainda que realizada no processo de falência ou recuperação

judicial, for por:

(i) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou

em recuperação judicial;

(ii) parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou

em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou

(iii) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a

sucessão tributária.

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Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada

permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da

data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de

créditos que preferem ao tributário. (art. 133, § 3º do CTN).

Responsabilidade de Terceiros

Responsabilidade do Art. 134 do CTN

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo

contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que

forem responsáveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos

praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.

Nota-se, ainda, que a responsabilidade do artigo acima descrito refere-se tão somente às penalidades de

caráter moratório.

Responsabilidade do Art. 135 do CTN

Nos termos do art. 135 do CTN, respondem pessoalmente pelos créditos tributários correspondentes a

obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei,

contrato social ou estatuto social:

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(i) as pessoas referidas no art. 134 do CTN;

(ii) os mandatários, prepostos e empregados;

(iii) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

O mero inadimplemento de tributo por parte da pessoa jurídica não é considerado pelos Tribunais

Superiores infração à lei e por essa razão não gera responsabilidade para os sócios com poderes de

gerência.

Súmula 430 STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,

por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

A dissolução irregular da sociedade é infração à lei e por essa razão gera responsabilidade tributária aos

sócios-gerentes, conforme prevê o art. 135, III do CTN.

Súmula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu

domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução

fiscal para o sócio-gerente.

Responsabilidade Por Infrações – Art. 136 e 137 CTN

Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe

da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.

O art. 136 do CTN, prevê, todavia, que o legislador poderá considerar aspectos subjetivos excludentes ou

atenuantes da punibilidade para aplicação das penalidades.

Nos termos do art. 137 do CTN a responsabilidade por infrações será pessoal.

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:

I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no

exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem

expressa emitida por quem de direito;

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II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;

III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:

a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;

b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;

c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.

A responsabilidade por infrações no direito tributário, relativamente ao descumprimento de obrigações

principais e acessórias, traduz-se, geralmente, em multas e desconsidera a intenção do agente.

Será a responsabilidade por infrações pessoal do agente nos casos do art. 137 do CTN, salvo se existir

prova de que o agente teria agido no “regular exercício da administração” ou ainda, teria cumprido ordem

expressa por quem de direito.

O regular exercício da administração ocorre, por exemplo, quando o agente comete o ilícito na condição

de mero portador da vontade da empresa.

Denúncia Espontânea – Art. 138 CTN

Nos termos do art. 138 do CTN a responsabilidade por infrações será excluída quando o contribuinte antes

de qualquer procedimento administrativo, promover a denúncia espontânea de forma a pagar o tributo

acompanhado dos juros. Assim, no caso de denúncia espontânea, o sujeito passivo não terá que pagar

apenas as multas tributárias.

Conforme estabelece o parágrafo único do art. 138 do CTN, só será considerada denúncia espontânea se

o contribuinte fizer o pagamento do tributo antes de qualquer procedimento administrativo.

Art. 138 (...)

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer

procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Súmula 360 STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento

por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.