livro parcial jurisfavoravel penal parte especial vol 02 140627125923 phpapp01

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Decisões em favor do réu.

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  • [email protected]@judicia.com.br

  • DEDICATRIA

    Aos meus pais, ALBERTINO MENESES e MARIA ELDI, alicerce daminha vida, exemplo e orgulho para toda nossa famlia.

    A GEORGE BERENDS e JOY BERENDS, pessoas a quem no s eu, mastoda minha famlia, devemos gratido por tudo que fizeram por ns nosmomentos que mais precisamos.

  • NOTA DO AUTORNo transcorrer da minha carreira de advogado, da qual j se vo mais de

    duas dcadas de atuao, sempre tive imensa dificuldade de inserir nasminhas defesas criminais notas de jurisprudncia, maiormente atualizadas.Constantemente achei uma postura defensiva adequada. No s isso, mas,em verdade, uma conduta inarredvel para uma segura pea processual deum zeloso advogado.

    Contudo, mesmo atualmente, com as infinitas ferramentas dispostas emprogramas de informtica, ainda h uma certa dificuldade em encontrar-sejulgados especificamente favorveis s teses defensivas.Diante da imensidade de julgados existentes, a busca por um nico julgadoque adeque-se sua tese um trabalho rduo e que requer muita pacincia.Tal tarefa torna-se mais desgastante quando o advogado almeja, a uma svez, perquirir julgado que adeque-se ao tema desenvolvido e, outrossim, desorte a atender especificamente aquela determinada norma do Cdigo Penallevantada pela defesa.

    Nesse contexto, surgiu a ideia de criar a srie JurisFavorvel, a qual traz tona decises convenientes defesa do acusado, seja de forma parcial outotal. E, mais interessante ainda, que os julgados esto dispostos atrelados adeterminada norma do Cdigo Penal, ou seja, artigo por artigo.

    Penso que no menos importante, nesse quadro, que, por vezes, o prpriojulgado encontrado traz consigo tese(s) defensiva(s) que, obviamente, iroagregar-se s demais, antes fomentadas pelo causdico.

    Encerro essas consideraes afirmando que sentir-me-ei extremamentegratificado e feliz se, algum dia, encontrar-me com algum leitor que afirmeque este humilde trabalho fora til ao seu mister.

    Fortaleza(CE), junho de 2014.

    Alberto Bezerra de [email protected]

  • DEDICATRIA............................................................................................. 5

    NOTA DO AUTOR ....................................................................................... 6

    ...................................................................................................... 13

    ............................................................... 13

    .................................................................................................. 13

    ................................................................... 13

    Art 121 Homicdio simples ....................................................................... 13

    Caso de diminuio de pena .................................................................... 13

    Homicdio qualificado .............................................................................. 14

    Homicdio culposo.................................................................................... 14

    Aumento de pena ...................................................................................... 14

    Art 122 Induzimento, instigao ou auxlio a suicdio ............................. 26

    Aumento de pena ...................................................................................... 26

    Art 123 Infanticdio .................................................................................. 27

    Art. 124 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento...... 28

    Art. 125 Aborto provocado por terceiro................................................... 29

    Forma qualificada .................................................................................... 31Aborto necessrio..................................................................................... 32

    Aborto no caso de gravidez resultante de estupro ................................... 32

    ................................................................................................ 33

    ........................................................................... 33

    Art. 129 Leso corporal ........................................................................... 33

  • Leso corporal de natureza grave............................................................ 33

    Leso corporal seguida de morte ............................................................. 34

    Diminuio de pena.................................................................................. 34

    Substituio da pena ................................................................................ 35

    Aumento de pena ...................................................................................... 35

    Violncia Domstica................................................................................. 35

    ............................................................................................... 42

    ................................................ 42

    Art. 130 Perigo de contgio venreo........................................................ 42

    Art 131 Perigo de contgio de molstia grave ......................................... 44

    Art. 132 Perigo para a vida ou sade de outrem ..................................... 45

    Art. 133 Abandono de incapaz ................................................................. 49

    Aumento de pena ...................................................................................... 50

    Art. 134 Exposio ou abandono de recm-nascido ............................... 50

    Art. 135 Omisso de socorro.................................................................... 54

    Art. 135-A Condicionamento de atendimento mdico-hospitalaremergencial .............................................................................................. 55

    Art. 136 Maus-tratos ................................................................................ 57

    ............................................................................................... 60

    ....................................................................................................... 60

    Art. 137 Rixa............................................................................................. 60

    ................................................................................................. 62

    ............................................................... 62

    Art. 138 Calnia ....................................................................................... 62

    Exceo da verdade.................................................................................. 62

  • Art. 139 Difamao .................................................................................. 70

    Exceo da verdade.................................................................................. 70

    Art. 140 Injria......................................................................................... 77

    Art. 141 Disposies comuns ................................................................... 82

    Art. 142 Excluso do crime ...................................................................... 84

    Art. 143 Retratao .................................................................................. 93

    ............................................................................................... 98

    ................................. 98

    ........................................................................................................ 98

    ....................................... 98

    Art. 146 Constrangimento ilegal .............................................................. 99

    Aumento de pena ...................................................................................... 99

    Art. 147 Ameaa ..................................................................................... 101

    Art. 148 Sequestro e crcere privado..................................................... 106

    Art 149 Reduo a condio anloga de escravo ............................... 112

    ..................................................................................................... 116

    ................ 116

    Art 150 Violao de domiclio................................................................ 116

    SEO III .................................................................................................. 120

    DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DECORRESPONDNCIA ............................................................................. 120

    Art 151 Violao de correspondncia .................................................... 120

    Sonegao ou destruio de correspondncia ....................................... 120

    Violao de comunicao telegrfica, radioeltrica ou telefnica ........ 120

    SEO IV.................................................................................................. 122

  • DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS.... 122

    Art 153 Divulgao de segredo .............................................................. 122

    Art. 154 Violao do segredo profissional............................................. 124

    Art. 154-B Ao penal ............................................................................ 127

    TTULO II.................................................................................................. 127

    DOS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO............................................. 127

    CAPTULO I.............................................................................................. 127

    DO FURTO................................................................................................ 127

    Art 155 Furto.......................................................................................... 127

    Furto qualificado.................................................................................... 128Art. 156 Furto de coisa comum .............................................................. 133

    CAPTULO II............................................................................................. 134

    DO ROUBO E DA EXTORSO............................................................... 134

    Art. 157 Roubo ....................................................................................... 134

    Art 158 Extorso .................................................................................... 140

    Art. 159 Extorso mediante sequestro................................................... 142

    Art. 160 Extorso indireta...................................................................... 144

    CAPTULO III ........................................................................................... 148

    DA USURPAO ..................................................................................... 148

    Art. 161 Alterao de limites.................................................................. 148

    Usurpao de guas ............................................................................... 148

    Esbulho possessrio ............................................................................... 148

    Art. 162 Supresso ou alterao de marca em animais ......................... 152

    CAPTULO IV ........................................................................................... 153

  • DO DANO.................................................................................................. 153

    Art. 163 Dano ......................................................................................... 153

    Dano qualificado .................................................................................... 153Art. 164 Introduo ou abandono de animais em propriedade alheia... 157

    Art. 165 Dano em coisa de valor artstico, arqueolgico ou histrico .. 158

    Art 166 Alterao de local especialmente protegido ............................. 158

    Art. 167 Ao penal................................................................................ 158

    CAPTULO V ............................................................................................ 159

    DA APROPRIAO INDBITA ............................................................. 159

    Art 168 Apropriao indbita ................................................................ 159

    Aumento de pena .................................................................................... 159

    Art. 168-A Apropriao indbita previdenciria ................................... 160

    Art. 169 Apropriao de coisa havida por erro, caso fortuito ou fora danatureza.................................................................................................. 165

    Apropriao de tesouro.......................................................................... 165

    Apropriao de coisa achada................................................................. 165

    CAPTULO VI ........................................................................................... 166

    DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES .......................................... 166

    Art. 171 Estelionato................................................................................ 166

    Disposio de coisa alheia como prpria .............................................. 167

    Defraudao de penhor.......................................................................... 167

    Fraude na entrega de coisa.................................................................... 167

    Fraude para recebimento de indenizao ou valor de seguro ............... 168

    Fraude no pagamento por meio de cheque ............................................ 168

    Art. 172 Duplicata simulada .................................................................. 173

  • Art 173. Abuso de incapazes .................................................................. 175

    Art. 174 Induzimento especulao ...................................................... 176

    Art. 175 Fraude no comrcio ................................................................. 177

    Art. 176 Outras fraudes.......................................................................... 179Art. 177 Fraudes e abusos na fundao ou administrao de sociedadepor aes ................................................................................................ 181

    Art. 178 Emisso irregular de conhecimento de depsito ou "warrant" 184

    Art. 179 Fraude execuo ................................................................... 185

    CAPTULO VII.......................................................................................... 188

    DA RECEPTAO ................................................................................... 188

    Art. 180 Receptao ............................................................................... 188

    Receptao qualificada .......................................................................... 188

    CAPTULO VIII ........................................................................................ 192

    DISPOSIES GERAIS ........................................................................... 192

    ANEXO I CDIGO PENAL .................................................................. 198

  • DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.

    Cdigo Penal.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, usando da atribuio que lheconfere o art. 180 da Constituio, decreta a seguinte Lei:

    Art 121 Homicdio simples

    Art 121. Matar algum:

    Pena - recluso, de seis a vinte anos.

    Caso de diminuio de pena

    1 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valorsocial ou moral, ou sob o domnio de violenta emoo, logo em seguida ainjusta provocao da vtima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a umtero.

  • Homicdio qualificado

    2 Se o homicdio cometido:

    I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivotorpe;

    II - por motivo ftil;

    III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outromeio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

    IV - traio, de emboscada, ou mediante dissimulao ou outrorecurso que dificulte ou torne impossvel a defesa do ofendido;

    V - para assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou vantagemde outro crime:

    Pena - recluso, de doze a trinta anos.

    Homicdio culposo

    3 Se o homicdio culposo:

    Pena - deteno, de um a trs anos.

    Aumento de pena

    4o No homicdio culposo, a pena aumentada de 1/3 (um tero), se ocrime resulta de inobservncia de regra tcnica de profisso, arte ou ofcio,ou se o agente deixa de prestar imediato socorro vtima, no procuradiminuir as consequncias do seu ato, ou foge para evitar priso em

  • flagrante. Sendo doloso o homicdio, a pena aumentada de 1/3 (um tero)se o crime praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60(sessenta) anos.

    5 - Na hiptese de homicdio culposo, o juiz poder deixar de aplicara pena, se as consequncias da infrao atingirem o prprio agente deforma to grave que a sano penal se torne desnecessria.

    6o A pena aumentada de 1/3 (um tero) at a metade se o crimefor praticado por milcia privada, sob o pretexto de prestao de servio desegurana, ou por grupo de extermnio.

    APELAO CRIMINAL. CDIGO PENAL MILITAR. HOMICDIO.BRINCADEIRA ENTRE COLEGAS. TIRO INVOLUNTRIO.SENTENA CONDENATRIA POR DOLO EVENTUAL. RECURSODA DEFESA. PLEITO ABSOLUTRIO. NO ACOLHIMENTO.PEDIDO DE DESCLASSIFICAO PARA HOMICDIO CULPOSO.CABIMENTO. AUSNCIA DE DOLO EVENTUAL. NEGLIGNCIAE IMPRUDNCIA. INOBSERVNCIA DE REGRA TCNICA DEPROFISSO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTEPROVIDO.1. Ocorre o dolo eventual quando o agente, antevendo como possvel oresultado lesivo com a prtica de sua conduta, mesmo no o querendo deforma direta, no se importa com sua ocorrncia, assumindo o risco de vir aproduzi-lo, ou seja, sendo indiferente em relao ao resultado. 2. In casu, oacusado, tenente da polcia militar, se encontrava do lado de fora deestabelecimento da instituio quando, em ato de brincadeira com a vtima,tambm tenente da polcia militar, foi atingido por jatos de gua lanadospor ela, atravs de um basculante da sala do comandante. Ao responder brincadeira do colega, o ru sacou a arma e a levantou em sua direo,momento em que a mesma disparou e atingiu a vtima na cabea, vindo estaa bito. 3. A conduta do acusado no se amolda ao dolo eventual, uma vez

  • que no restou comprovado nos autos que queria o resultado morte docolega ou que tenha aceitado o risco de causar-lhe o bito, tratando-se, naverdade, de uma brincadeira de mau gosto. A prova oral demonstrou que oacusado e a vtima possuam laos fortes de amizade. Tinham at combinadoum almoo para o dia seguinte dos fatos. O ambiente, nos momentos queantecederam os fatos, era de descontrao entre os mesmos. A reao doacusado ao disparo foi de susto e de desespero, ao perceber que o tiro haviaatingido o colega, considerado pelo ru como um dos seus melhores amigos.Segundo os autos, o ru socorreu a vtima e a acompanhou at o hospitalaps o disparo. 4. O acusado agiu com imprudncia ao retirar a arma docoldre e levant-la em direo vtima durante a brincadeira, com o dedoposicionado no gatilho, e foi negligente ao no tomar medida que poderiaevitar o fato, consistente na utilizao da trava de segurana. 5. Ainobservncia de regra tcnica de profisso, consistente no fato de o policialmanter a arma funcional destravada durante o servio, configura a agravanteprevista no artigo 206, 1, primeira parte, do Cdigo Penal Militar. 6.Recurso conhecido e parcialmente provido para desclassificar a condutaimputada ao ru de homicdio simples doloso (dolo eventual) para o crimeprevisto no artigo 206, 1, primeira parte, do Cdigo Penal Militar(homicdio culposo agravado pela inobservncia de regra tcnica deprofisso), reduzindo a pena de 06 (seis) anos de recluso para 01 (um) ano,02 (dois) meses e 12 (doze) dias de deteno, em regime inicial aberto, econceder a suspenso condicional da pena pelo perodo de 02 (dois) anos,mediante as condies previstas nos artigos 614 e 626 do Cdigo deProcesso Penal Militar. (TJDF; Rec 2008.01.1.009159-0; Ac. 715.787;Segunda Turma Criminal; Rel. Desig. Des. Roberval Casemiro Belinati;DJDFTE 30/09/2013; Pg. 249)

    RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PROCESSUAL PENAL. ART.121, CAPUT, DO CPB. PRONNCIA. AUSNCIA DECOMPROVAO DOS INDCIOS DE DOLO NA CONDUTA.HOMICDIO CULPOSO. DESCLASSIFICAO.

  • 1. Ausente a comprovao do animus necandi relativo ao homicdio, eexistente prova atestando que a conduta foi estritamente culposa, adesclassificao do delito para a competncia do juzo singular medida quese impe. 2. Por sua gravidade, foroso um maior cuidado na apurao dascircunstncias dos delitos de competncia do tribunal do jri, assim como nopreenchimento de seus elementos subjetivos e objetivos, no devendo sebasear to somente no princpio in dubio pro societate a fi m de conduzirtodos os processos necessariamente a julgamento pelo Conselho deSentena, como se inexistentes fossem os institutos da absolvio sumria,desclassificao e impronncia, ainda vlidos em nosso ordenamento. 3.Recurso conhecido e provido. (TJAM; RSE 0068529-47.2004.8.04.0001;Primeira Cmara Criminal; Rel Des Carla Maria Santos dos Reis; DJAM27/09/2013; Pg. 68)

    PENAL E PROCESSO PENAL. SENTENA DE PRONNCIA.HOMICDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. ABSOLVIOSUMRIA. INEXISTNCIA DE PROVAS INCONTESTVEIS.INVIABILIDADE. PRINCPIO DO IN DUBIO PRO SOCIETATE.QUALIFICADORA DO RECURSO QUE IMPOSSIBILITOU ADEFESA DA VTIMA. IMPROCEDNCIA MANIFESTA. DECOTEQUE SE IMPE. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTEPROVIDO.

    1 Em regra, o meritum causae nos processos de competncia do jri examinado pelo juzo leigo. Excepciona- se tal postulado, por exemplo,quando da absolvio sumria, ocasio em que o juiz togado no leva aconhecimento do jri ao penal em que, desde logo, se identifica anecessidade de absolvio. 2 No caso dos autos plenamente evidenciada amaterialidade do delito, existindo tambm indcios suficientes em desfavordo recorrente, abstrados, inclusive, de sua prpria confisso tanto na polciacomo em juzo, ressaltando que nessa fase processual vigora o princpio indubio pro societate, no podendo a existncia de dvida beneficiar o

  • acusado, no havendo que se cogitar, assim, em absolvio sumria. 3 Emrelao qualificadora constante do inciso IV, do, 2, do art. 121, do CP,embora a denncia tenha descrito que o ru tenha agido de surpresa,impossibilitando a defesa da vtima, a prova dos autos no corrobora com talalegao. O acervo produzido, quanto configurao da qualificadora,limita- se circunstncia de que em desfavor do ofendido foram efetuadosdisparos de arma, um deles o atingindo na regio occipital, razo pela qualdeve ser decotada a citada qualificadora. 4 Recurso conhecido eparcialmente provido. (TJCE; RSE 0003418- 50.2013.8.06.0000; SegundaCmara Criminal; Rel. Des. Haroldo Correia de Oliveira Mximo; DJCE27/09/2013; Pg. 85)

    PENAL E PROCESSUAL. TRIBUNAL DO JRI. CONDENAOPOR HOMICDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO, COMRECURSO DIFICULTADOR DA DEFESA. ALEGAES DENULIDADE POSTERIOR PRONNCIA E INJUSTIA NAAPLICAO DA PENA. PROCEDNCIA PARCIAL. RECURSOPROVIDO EM PARTE. TERMO DE APELAO QUE INVOCATODAS AS ALNEAS DO ARTIGO 593, INCISO III, DO CPP.RAZES REFERINDO APENAS NULIDADE POSTERIOR PRONNCIA E INJUSTIA NA APLICAO DA PENA.CONHECIMENTO AMPLO DO RECURSO. NULIDADESREJEITADAS. SENTENA REFORMADA EM PARTE.

    1 Ru condenado por infringir o artigo 121, 2, inciso IV, do Cdigo Penal,porque matou a tiros o cunhado, irmo de sua mulher, que no seconformava com o fato de os dois morarem juntos e costumava provoc-lo eamea-lo sempre que bebia. Em uma dessas ocasies, se escondeu na matae disparou contra o desafeto, sem ensejar defesa. 2 A meno ao silnciofeita pelo Promotor de Justia durante os debates orais foi andina e semqualquer relevncia para influenciar o nimo dos jurados, graas interveno do Juiz, que esclareceu sua desimportncia, de forma a no

  • causar prejuzo defesa, no implicando, consequentemente, causa denulidade. 3 A reduo da pena em razo do privilgio reconhecido pelosjurados deve ser fixada na frao mxima, quando razes ponderveis noexigirem tratamento mais rigoroso. As provas orais indicam que a vtima eraagressiva e temida por todos como arruaceiro, de forma que as constantesameaas feitas ao ru, inclusive de incendiar a casa em que ele vivia com asua irm, justificam a reduo da pena na frao de um tero. 4 Apelaoparcialmente provida. (TJDF; Rec 2010.02.1.001685-9; Ac. 714.609;Primeira Turma Criminal; Rel. Des. George Lopes Leite; DJDFTE27/09/2013; Pg. 117)

    RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIME DE HOMICDIOQUALIFICADO E CORRUPO DE MENOR (ART. 121, 2, III,DO CDIGO PENAL E ART. 244-B, 2, DA LEI N 8.069/90).

    Deciso que excluiu a qualificadora do motivo torpe. Recurso do ministriopblico. Pleito de incluso da referida qualificadora. Desacolhimento.Ausncia de indcios quanto motivao do crime. Recurso desprovido.(TJPR; RecSenEst 1088188-6; Londrina; Primeira Cmara Criminal; Rel.Des. Miguel Kfouri Neto; DJPR 27/09/2013; Pg. 226)

    APELAO CRIME.

    Homicdio culposo. Mdico. Art. 121, 3, do Cdigo Penal. Sentenaabsolutria. Recurso do ministrio pblico. Cirurgia de lipoaspirao. Pleitode condenao. Improcedncia. Inexistncia de prova suficiente paraembasar a condenao. Prova inconclusiva. Culpa no demonstrada.Prevalncia do principio in dubio pro reo. Absolvio mantida. Recursodesprovido. (TJPR; ApCr 1049311-7; Curitiba; Primeira Cmara Criminal;Rel. Juiz Conv. Naor R. de Macedo Neto; DJPR 27/09/2013; Pg. 223)

    APELAO CRIMINAL. CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA.

  • Acusado pronunciado por homicdio qualificado (artigo 121, 2, I, doCdigo Penal). Conselho de Sentena. Reconhecimento do excesso culposona legtima defesa. Condenao pena do artigo 121, 3, do Cdigo Penal.Recurso da acusao objetivando a nulidade do julgamento com fulcro noartigo 593, III, "d", do cdigo de processo penal. Ocorrncia. Contextoprobatrio contrrio tese defendida em plenrio e acolhida pelo Conselhode Sentena. Recurso provido para determinar que o ru seja submetido anovo julgamento. (TJSC; ACR 2012.088728-9; Correia Pinto; QuartaCmara Criminal; Rel. Des. Newton Varella Jnior; Julg. 12/09/2013; DJSC27/09/2013; Pg. 491)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICDIOCULPOSO (ARTIGO 121, 3, DO CDIGO PENAL). INPCIA DADENNCIA. MERA CONDIO DE SCIOS DE SOCIEDADEEMPRESRIA. AUSNCIA DE DESCRIO DO NEXO CAUSAL.AMPLA DEFESA PREJUDICADA. CONSTRANGIMENTO ILEGALEVIDENCIADO. RECURSO PROVIDO.

    1. A hiptese em apreo cuida de denncia que narra supostos delitospraticados por intermdio de pessoa jurdica, a qual, por se tratar de sujeitode direitos e obrigaes, e por no deter vontade prpria, atua sempre porrepresentao de uma ou mais pessoas naturais. 2. A tal peculiaridade deveestar atento o rgo acusatrio, pois embora existam precedentes destaprpria corte superior de justia admitindo a chamada denncia genrica nosdelitos de autoria coletiva e nos crimes societrios, no lhe dado eximir-seda responsabilidade de descrever, com um mnimo de concretude, como osimputados teriam agido, ou de que forma teriam contribudo para a prticada conduta narrada na pea acusatria. 3. No caso, olvidou-se o rgoacusatrio de descrever como os recorrentes teriam concorrido para oacidente que culminou com a morte da vtima, limitando-se a apontar queseriam os autores do delito simplesmente por se tratarem de scios dasociedade empresria em questo, circunstncia que, de fato, impede o

  • exerccio de suas defesas em juzo na amplitude que lhes garantida pelaCarta Magna. 4. Recurso provido para declarar a inpcia da dennciaofertada na ao penal n. 15/2011. (STJ; RHC 36.590; Proc. 2013/0079409-5; SP; Quinta Turma; Rel. Min. Jorge Mussi; DJE 26/09/2013; Pg. 1686)

    APELAO. PROCEDIMENTO DO JRI. HOMICDIOQUALIFICADO. ESTUPRO. NULIDADE. DECISOMANIFESTAMENTE CONTRRIA PROVA DOS AUTOS.

    1. A hiptese recursal prevista no artigo 593, III, a, do cdigo de processopenal, limitada s nulidades posteriores pronncia. Eventuais vciosocorridos na primeira fase do procedimento do jri devem ser objeto deimpugnao no momento processual oportuno, no recurso especfico dadeciso de pronncia, salvo hipteses de vcios insanveis. Recurso noconhecido nessa parte. 2. Consideram-se as decises do Conselho deSentena manifestamente contrrias prova dos autos quando desprovidasde qualquer sustentao nos elementos produzidos sob o crivo docontraditrio judicial. A expresso manifestamente impe, justamente emrazo da soberania dos veredictos do Conselho de Sentena, umainterpretao restritiva do que venha a ser uma deciso contrria prova dosautos. Apenas quando a deciso do jri no encontrar amparo razovel emnenhuma corrente probatria ser ela manifestamente contrria prova dosautos. No caso, a prova pericial em relao ao delito conexo (estupro) conclusiva a afastar o envolvimento do ru. O simples fato de a vtima tersido localizada despida das suas roupas ntimas constitui mero indcio deuma possvel violncia sexual, insuficiente, por si s, a embasar o juzocondenatrio, notadamente quando o laudo pericial atesta que o materialbiolgico masculino colhido a partir da secreo vaginal da ofendida sejacompatvel com o do acusado. 3. Diante da desconstituio da decisocondenatria em relao ao delito conexo, impe-se, no caso concreto, adevoluo integral da acusao ao novo Conselho de Sentena. Isso porque,no caso, os fatos denunciados teriam sido praticados em um mesmo contexto

  • ftico e, conforme a inicial acusatria, o homicdio teria sido praticado paragarantir a impunidade do estupro, de modo que as provas de ambos os fatosesto correlacionadas. A comprovao ou no do delito conexo, o estupro,interfere diretamente na comprovao de uma das qualificadoras imputadasao crime de homicdio, a do inciso V do pargrafo 2 do artigo 121 doCdigo Penal, e pode interferir, tambm, at mesmo na definio da autoriado homicdio, em tese praticado em razo do anterior estupro. Emborateoricamente seja possvel a desconstituio parcial da deciso condenatria,como j afirmou o STJ por ocasio do julgamento do HC 13770/RJ, em casono qual se evidenciava uma autonomia entre o delito doloso contra a vida e oconexo, na hiptese dos autos no possvel essa espcie de ciso, pois ojulgamento do crime conexo pode influenciar diretamente no julgamento dodelito doloso contra a vida. Precedentes do STJ. Deciso condenatriadesconstituda na ntegra. Determinada a renovao do julgamento pelotribunal do jri. Apelo conhecido em parte e, nessa parte, provido. (TJRS;ACr 481794-51.2012.8.21.7000; Uruguaiana; Terceira Cmara Criminal;Rel. Des. Nereu Jos Giacomolli; Julg. 15/08/2013; DJERS 25/09/2013)

    PROCESSSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.HOMICDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO (ART. 121, 2, I E IV,DO CP) DECISO DE PRONNCIA. EXCESSO DE LINGUAGEM.CONFIGURAO. PLEITO DE ANULAO. ACOLHIMENTO.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. DECISO UNNIME.

    1 Sob pena de indevida influncia sobre o nimo dos jurados, imporia-se asupresso de todo o trecho que fundamenta a manuteno da qualificadora(art. 121, 2, IV, do cp), notadamente quando ainda que se extraia qualquerexpresso ou expresses daquele trecho, a fim de manter um mnimo defundamentao, ainda permaneceria o vcio do excesso de linguagem. 2 poroutro lado, como a supresso de todo o trecho acarretaria em violao aoprincpio da motivao das decises (art. 93, IX, da cf), impe-se a anulaoda deciso, em ateno ao princpio de ndole constitucional e em detrimento

  • do princpio da economia processual, notadamente quando, diante da leiturada ntegra do decisum, depreende-se que os elementos probatrios queindicariam a configurao da qualificadora no foram apontados. 3 recursoconhecido e provido, unanimidade, para, acolhendo a preliminar deexcesso de linguagem, anular a deciso de pronncia, determinando o seudesentranhamento dos autos, a fim de que outra seja proferida, emobservncia aos limites legais. (TJPI; RSE 2013.0001.003706-6; PrimeiraCmara Especializada Criminal; Rel. Des. Pedro de Alcntara da SilvaMacdo; DJPI 24/09/2013; Pg. 9)

    APELAO CRIMINAL. TENTATIVA DE HOMICDIODUPLAMENTE QUALIFICADO (ART. 121, 2, INCISOS I E IV,DO CDIGO PENAL). TRIBUNAL DO JRI. RECURSODEFENSIVO. PRETENDIDA O AFASTAMENTO DASQUALIFICADORAS ACOLHIDAS PELO JURADO.QUALIFICADORA DO RECURSO QUE IMPOSSIBILITOU ADEFESA DA VTIMA DISSOCIADA DO CONJUNTOPROBATRIO. JULGAMENTO CONTRRIO S EVIDNCIASDOS AUTOS. ANULAO. ART. 593, INCISO III, D, E 3, DOCDIGO DE PROCESSO PENAL. RECURSO PROVIDO EMPARTE.

    I. Segundo a jurisprudncia majoritria, no ocorre surpresa se o crime foiprecedido de desavena (vias de fato ou calorosa discusso). (stf: HC77.347/sp, Rel. Min. Nlson jobim, 2 turma, j. 06/10/1998). In casu, oapelante, aps uma calorosa discusso com a vtima, foi at o carro, pegou aarma de seu irmo, voltou ao local dos fatos e atirou contra a vtima. II. Comefeito, caso se reconhea que a deciso foi manifestamente contrria provados autos, deve o tribunal dar provimento ao recurso, para submeter o ru anovo julgamento pelo trbunal do jri. Inteligncia do art. 593, inciso III, d, e 3, do cdigo de processo penal. (TJMS; APL 0000261-

  • 68.2010.8.12.0045; Sidrolndia; Primeira Cmara Criminal; Rel. Des.Francisco Gerardo de Sousa; DJMS 23/09/2013)

    APELAO CRIMINAL. TRIBUNAL DO JRI.

    Homicdio qualificado privilegiado em participao de menor importncia(art. 121, 1 e 2, III e IV, c/c art. 29, 1, todos do Cdigo Penal).Sentena condenatria. Recurso da acusao afeto individualizao dapena irrogada. Pena-base. Valorao positiva por conta do comportamentoda vtima. Circunstncia que se confunde com a j adotada causa dediminuio prevista no 1 do art. 121 do CP. Afastamento. Aplicao deuma das qualificadoras (meio cruel) como circunstncia agravante especfica(art. 61, II, 'd', do CP). Teoria da migrao. Terceira etapa da dosimetria.Participao de menor importncia. Peculiaridades do caso que recomendama incidncia do redutor no grau mnimo (1/6). Cometimento do crime sobdomnio de forte emoo aps injusta provocao da vtima. Contexto ajustificar a minorao frao de 1/3. Recurso parcialmente provido. (TJSC;ACR 2013.041562-7; Coronel Freitas; Quarta Cmara Criminal; Rel. Des.Rodrigo Collao; Julg. 13/09/2013; DJSC 20/09/2013; Pg. 538)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICDIOCULPOSO (ARTIGO 121, 3 E 4, DO CDIGO PENAL),ALEGADA INPCIA DA DENNCIA. AUSNCIA DE DESCRIODO NEXO CAUSAL. AMPLA DEFESA PREJUDICADA.CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. RECURSOPROVIDO.

    1. O devido processo legal constitucionalmente garantido deve ser iniciadocom a formulao de uma acusao que permita ao acusado o exerccio doseu direito de defesa, para que eventual cerceamento no macule a prestaojurisdicional reclamada. 2. No caso dos autos, constata-se que o ministriopblico deixou de descrever qualquer conduta comissiva ou omissiva da

  • recorrente apta a caracterizar a sua contribuio para o bito da vtima. 3.Embora o membro da acusao tenha qualificado a recorrente comoenfermeira, em momento algum esclareceu se ela seria uma das profissionaisque teriam se recusado a prestar auxlio me da vtima no hospital. 4.Assim, no havendo na pea inicial a descrio mnima da conduta praticadapela recorrente apta a caracterizar o delito de homicdio culposo, imperiosoo reconhecimento da sua inaptido para a deflagrao de uma ao penal. 5.Recurso provido para declarar a inpcia, apenas com relao recorrente, dadenncia ofertada nos autos da ao penal n. 1566-62.2011.8.10.0060, da 6vara da Comarca de timon/ma. (STJ; RHC 33.470; Proc. 2012/0160886-0;MA; Quinta Turma; Rel. Min. Jorge Mussi; DJE 18/09/2013; Pg. 878)

    RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICDIO QUALIFICADO.DESCLASSIFICAO PARA INFANTICDIO. PRONNCIANESTES TERMOS. INCONFORMISMO MINISTERIAL.

    Constatao de dvida idnea, concreta acerca da atuao sob influncia doestado puerperal. Aplicao do in dubio pro reo. Necessidade. Decisomantida. Desprovimento. (TJMG; RSE 1.0231.00.000047-2/001; Rel. Des.Alexandre Victor de Carvalho; Julg. 10/09/2013; DJEMG 16/09/2013)

    RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIME DE HOMICDIOQUALIFICADO TENTADO DESCLASSIFICADO PARA O DELITODE LESO CORPORAL CULPOSA. PRISO PREVENTIVAREVOGADA. TEMPESTIVIDADE. AUSNCIA DE ANIMUSNECANDI.

    I. O prazo para a interposio do recurso em sentido estrito de 05 (cinco)dias, conforme o art. 586, do cdigo de processo penal, contado da cinciada deciso combatida, sendo que a formalizao aps o quinqudio acarretao no conhecimento da insurgncia, ausente o pressuposto objetivo deadmissibilidade da tempestividade. II. incomportvel a reforma da deciso

  • que, reconhecendo a ausncia de indcios de autoria e materialidade docrime de homicdio qualificado tentado, modulado pelo art. 121, 2, incisoI, do Cdigo Penal brasileiro, desclassificou a conduta para o delito de lesocorporal culposa, tipificado pelo art. 129, 6, do estatuto repressivo,quando comprovado, ao final da primeira fase do procedimento do jri, semmenor fmbria de dvida, que o disparo de arma de fogo que atingiu, deraspo, a vtima, causando-lhe leso corporal, foi desferido contra o peito deoutra pessoa, tendo o projetil transfixado o corpo desta, revelando, pelaausncia de animus necandi, a correo do pronunciamento jurisdicionaldesclassificatrio. Desprovido o primeiro recurso. No conhecido o segundo.(TJGO; RSE 0076951-69.2012.8.09.0137; Rio Verde; Segunda CmaraCriminal; Rel. Des. Jairo Ferreira Jnio; DJGO 18/09/2013; Pg. 335)

    Art 122 Induzimento, instigao ou auxlio a suicdio

    Art. 122 - Induzir ou instigar algum a suicidar-se ou prestar-lheauxlio para que o faa:

    Pena - recluso, de dois a seis anos, se o suicdio se consuma; ourecluso, de um a trs anos, se da tentativa de suicdio resulta lesocorporal de natureza grave.

    Pargrafo nico - A pena duplicada:

    Aumento de pena

    I - se o crime praticado por motivo egostico;

    II - se a vtima menor ou tem diminuda, por qualquer causa, acapacidade de resistncia.

  • DENNCIA. AUSNCIA DE PROVA DO ENVOLVIMENTO DOAPELADO NO SUICDIO DESCRITO NA INICIAL. REJEIOMANTIDA.Como ressaltou a julgadora, rejeitando a denncia contra o recorrido: " queno vislumbro justa causa para a instaurao da ao penal por tal delito,sobretudo diante dos parcos elementos engastados nos autos no que diz coma sua existncia e autoria. Isso porque, atentamente compulsados os indcioscolacionados, limitam-se, atreladas ao delito de instigao e auxlio aosuicdio de eni... No entanto, insuficientes, a meu sentir, para recebimento dadenncia... Ora, no h se concluir, nesse lastro, que o denunciado, se assimprocedeu, guardando o artefato de fogo, auxiliara a vtima em sua automorte, sobretudo quando terceiros disso, forma idntica, tinhamconhecimento e mngua de qualquer outro substrato... E, assim, ausentesmotivos para supor que a vtima, comerciante local, estivesse com ideiassuicidas, em nenhum momento declinadas por qualquer informante outestemunha. Ao contrrio, deu-se conta de comportamento normal da vtimaantes dos acontecimentos, muito embora depressiva. " deciso: Apeloministerial desprovido. Unnime. (TJRS; ACr 377183-47.2012.8.21.7000;Porto Alegre; Primeira Cmara Criminal; Rel. Des. Sylvio Baptista; Julg.06/03/2013; DJERS 26/03/2013)

    Art 123 Infanticdio

    Art. 123 - Matar, sob a influncia do estado puerperal, o prprio filho,durante o parto ou logo aps:

    Pena - deteno, de dois a seis anos.

    APELAO CRIMINAL. TRIBUNAL DO JRI. INFANTICDIO.DECISO DO CONSELHO DE SENTENA QUE SE DIVORCIADAS PROVAS COLHIDAS. EQUVOCO NA APRECIAO DO

  • CONJUNTO PROBATRIO. CASSAO DA DECISO EREMESSA DA ACUSADA A NOVO JULGAMENTO.I. O constitucional princpio da soberania dos veredictos que rege a atuaodo Tribunal popular, embora no seja absoluto, impede uma interferncia dajurisdio superior no mbito da apreciao da matria pelo Conselho deSentena, ensejando a possibilidade de submeter o ru a novo julgamentosomente quando se vislumbrar erro grave na apreciao do conjuntoprobatrio, o que pode, inclusive, caracterizar a perplexidade do corpo dejurados na resposta aos quesitos formulados. II. A submisso da acusada anovo julgamento por reconhecimento de deciso manifestamente contrria prova dos autos, deve ser pautada pelos mesmos critrios adotados para odeferimento de Reviso Criminal proposta com idntico argumento demotivao: apenas quando reconhecido grave erro, ftico ou de direito, naapreciao da quaestio. Deve ser cassado o veredicto popular quandodivorciado do contexto probatrio e determinada a realizao de novojulgamento. (TJMG; APCR 1.0486.05.008490-5/001; Rel. Des. AlexandreVictor de Carvalho; Julg. 14/05/2013; DJEMG 20/05/2013)

    Art. 124 Aborto provocado pela gestante ou com seuconsentimento

    Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhoprovoque:

    Pena - deteno, de um a trs anos.

    APELAO CRIMINAL. RECURSO MINISTERIAL. ABORTOPROVOCADO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTEQUALIFICADO.Tribunal do jri. Conselho de Sentena que absolve os rus em duasoportunidades. Ausncia de contradio no resultado da quesitao.

  • Absolvio genrica. Possibilidade. Artigo 483, inciso III, do cdigo deprocesso penal. Deciso mantida. Recurso desprovido. (TJRS; ACr 388195-58.2012.8.21.7000; Quara; Terceira Cmara Criminal; Rel. Des. JooBatista Marques Tovo; Julg. 15/07/2013; DJERS 13/08/2013)

    Art. 125 Aborto provocado por terceiro

    Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

    Pena - recluso, de trs a dez anos.

    APELAO CRIMINAL. JRI. HOMICDIO QUALIFICADOTENTADO. OPO DOS JURADOS EM ACATAR A TESEDEFENSIVA CONSISTENTE NA NEGATIVA DE AUTORIA.IRRESIGNAO MINISTERIAL. DECISO MANIFESTAMENTECONTRRIA PROVA DOS AUTOS. CASSAO DOVEREDICTO POPULAR. DESCABIMENTO. JULGAMENTOPROFERIDO COM AMPARO NOS ELEMENTOS PROBATRIOS.PROVOCAR ABORTO POR TERCEIRO. PRETENSO DERECONHECIMENTO DA PROVA MATERIAL. PEDIDOPREJUDICADO. SENTENA MANTIDA.Se os jurados, juzes naturais da causa, optam pela tese de negativa deautoria, diante das alegaes do ru e da ausncia de prova testemunhal acontrari-la, encontrando, pois, respaldo nos elementos probatrios, deve-serespeitar a deciso do Conselho de Sentena. Tratando-se o delito principalde homicdio qualificado tentado em virtude de disparo de arma de fogocontra a barriga da vtima gestante, uma vez reconhecido pelos jurados ainexistncia de provas da autoria deste crime, impossvel a sua condenaopela prtica do delito acessrio de aborto provocado por terceiro, haja vistaque um consequncia do outro. Portanto, ainda que existente a provamaterial deste ltimo, a ausncia de provas da autoria do primeiro tambmimplica na absolvio do delito disposto no art. 125 do CP. (TJMG; APCR

  • 1.0351.02.013505-6/005; Rel. Des. Nelson Missias de Morais; Julg.25/04/2013; DJEMG 06/05/2013)

    Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

    Pena - recluso, de um a quatro anos.

    Pargrafo nico. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante no maior de quatorze anos, ou alienada ou debil mental, ou se oconsentimento obtido mediante fraude, grave ameaa ou violncia

    APELAO CRIMINAL. TRIBUNAL DO JRI. ABORTOPROVOCADO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE.ABSOLVIO POR NEGATIVA DE AUTORIA. ALEGAO DEMANIFESTA CONTRARIEDADE PROVA DOS AUTOS. TESEDEFENSIVA AMPARADA NAS PROVAS DOS AUTOS.SOBERANIA DO VEREDICTO POPULAR. RECURSODESPROVIDO.1. No caso, o Conselho de Sentena, aps reconhecer a materialidade docrime em ambas as sries de quesitos, optou por uma das teses plausveissustentadas no plenrio do jri, consistente na negativa de autoria, comrespaldo nos elementos probatrios contidos nos autos, os quais levantaram,ao menos, dvida pondervel sobre as supostas manobras abortivasatribudas aos rus apelados. 2. Nesse contexto, apesar da suspeita de autoriaque recaa sobre os apelados, havendo outra verso possvel com amparomnimo nas provas dos autos, deve prevalecer a deciso soberana dosjurados (CF, art. 5, XXXVIII, c), os quais julgam o mrito da imputao porntima convico, sob pena de usurpao da competncia do juzo naturalpara a causa. Precedente do STJ. 3. Recurso ministerial desprovido. (TJES;ACr 24990100927; Primeira Cmara Criminal; Rel. Desig. Des. WillianSilva; DJES 15/09/2011; Pg. 93)