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Livro do Professor . série . volume

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Livro do Professor1ª. série — 1º. volume

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Luciane M. M. Novinski /CRB 9/1253 /Curitiba, PR, Brasil)

Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda.

© Editora Positivo Ltda., 2010Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

Ruben FormighieriEmerson Walter dos SantosJoseph Razouk JuniorMaria Elenice Costa DantasCláudio Espósito GodoyRobson Luiz Rodrigues de LimaMaria Josele Bucco CoelhoKathia D. Gavinho ParisTatiane Esmanhotto KaminskiSabrina FerreriaAngela Giseli de SouzaAngela Giseli/José Aguiar/Marcos GuilhermeO2 Design GráficoDanielli Ferrari CruziStockphoto.com/Guillermo Perales Gonzalez; Dreamstime.com/Bobby Deal; Shutterstock/Goodluz; Shutterstock/SkvoorEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFone (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

L732 Lima, Robson Luiz Rodrigues deLíngua portuguesa : ensino médio, 1.ª série / Robson Luiz Robson Luiz Rodrigues de

Lima; ilustrações Angela Giseli... [et al.] — Curitiba : Positivo, 2010.v.1 : il.

Sistema Positivo de EnsinoISBN 978-85-385-4547-7 (Livro do aluno)ISBN 978-85-385-4548-4 (Livro do professor)

1. Língua portuguesa. 2. Ensino médio – Currículos. I. Souza, Angela Giseli de. II. Título.

CDU 82.081

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1. Concepção de ensinoDe acordo com a perspectiva interacionista de

aprendizagem, é por meio da interação que se es-tabelece a internalização dos saberes construídos numa dimensão coletiva. Para Vygotsky (1998), a aprendizagem é um fenômeno que provoca diversos processos de desenvolvimento mental que só se am-pliam quando o sujeito interage com outros sujeitos socialmente constituídos e cooperativos.

Ao adotar essa perspectiva, a presente propos-ta pedagógica concebe que o desenvolvimento do pensamento e da linguagem origina-se de fatores sociais para, depois, emergir em nível individual, transformando o processo interpessoal em processo intrapessoal. Dessa forma, conclui-se que é por meio dos usos das múltiplas linguagens que o indivíduo se desenvolve social e individualmente.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, “não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a interação, a comunicação com o outro, dentro de um espaço social” (PCNEM, 1999, p.125). Assim, aprender linguagem pressupõe apren-der a agir e interagir socialmente. Por isso não é pos-sível desvincular o estudo de língua portuguesa das diversas práticas comunicativas que se estabelecem em diferentes espaços e diferentes contextos sociais.

Geraldi (1997) reforça essa necessidade de apro-ximar o estudo de linguagem das diversas práticas sociodiscursivas:

A opção de um ensino da língua considerando as relações humanas que ela perpassa (conceben-do a linguagem como lugar de um processo de interação), a partir da perspectiva de que na escola se pode oportunizar o domínio de mais de outra forma de expressão, exige que reconsideremos “o que” vamos ensinar, já que tal opção repre-senta parte da resposta do ‘para que’ ensinamos GERALDI, 1997, p. 45).

Nessa perspectiva, para Geraldi, o ensino de Língua Portuguesa precisa estabelecer-se a partir das práticas sociais discursivas, constituindo-se em um espaço de reflexão sobre as diversas formas de se construir sentido, interagindo com o mundo por meio do uso da língua materna. Assim, tão impor-tante quanto se saber “o que” se ensina em Língua Portuguesa é saber “para que” se ensina.

Nesse ínterim, essa proposta pedagógica en-tende a interação como condição necessária para a efetivação da aprendizagem e para o pleno desen-volvimento da cidadania e isso inclui a formação para a ciência, cultura, tecnologia e para o mundo do trabalho. Por isso, os encaminhamentos pedagó-gicos propostos consideram fundamental a reflexão sobre os fenômenos linguísticos e sua manifestação em diferentes contextos comunicativos. Conforme o disposto no PCN +:

As competências e habilidades propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) permitem inferir que o ensino de Língua Portu-guesa, hoje, busca desenvolver no aluno seu potencial crítico, sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão linguística, sua capacitação como leitor efetivo dos mais diversos textos representativos de nossa cultura (PCN +, ano, p. 55).

Para garantir a formação de leitores críticos, este material didático foi organizado por temas. Tal organização proporciona o acesso a múltiplas lingua-gens, reflexões em nível linguístico-discursivo, bem como discussões acerca de diferentes pontos de vista materializados em textos de gêneros distintos. Desse modo, pretende-se incentivar e promover a formação do pensamento crítico, considerando a interlocução como meio para a efetivação da aprendizagem signi-ficativa. Nesse processo, considera-se que

1 REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL. (GT Interministerial instituído pela Portaria n. 1189 de 05 de dezembro de 2007 e a Portaria n. 386 de 25 de março de 2008.

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[...] toda palavra comporta duas faces. Ela é determina-da tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto de interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu interlocutor (BAKHTIN, 1999, p. 113, grifos nossos).

Em razão disso, esta proposta pedagógica objetiva manter a “ponte lançada”, no intuito de viabilizar aos alunos um aprendizado consistente e promover o desenvolvimento de competências comunicativas que ampliem a interação do aluno com o mundo e com o “pluriverso” das linguagens.

Para tanto, cada volume foi dividido em duas unida-des temáticas. Os temas foram selecionados de acordo

com o encaminhamento proposto pelo MEC a partir dos eixos: trabalho, ciência, cultura e tecnologia, pois

O conceito de integração que caracteriza a proposta de ensino médio denota três sentidos: primeiramente, de caráter filosófico, como concepção de formação humana, mediante um processo educacional que integra as dimen-sões fundamentais da vida – trabalho, conhecimento (ciên-cia & tecnologia) e cultura – tendo a unidade entre essas dimensões como pressuposto e o trabalho, nos sentidos ontológico e histórico, como o princípio educativo1.

Esses temas problematizam o estudo dos fenômenos linguísticos, bem como o estudo das múltiplas linguagens e dos diversos gêneros textuais (orais e escritos).

Cada uma das unidades temáticas foi dividida em três grandes eixos: prática de leitura de múltiplas linguagens, prática de análise linguística e prática de produção de texto.

Prática de leitura de múltiplas linguagens

Estudar Língua Portuguesa é, antes de tudo, estudar múltiplas linguagens, seus múltiplos impactos discursivos e sociais. Em função disso, comunicação e interação com diversas linguagens são competências que devem ser desenvolvidas ao longo de toda a vida, e o período escolar é vital para essa ampliação.

A quantidade de pesquisas acadêmicas na área da Linguística tem aumentado paulatinamente. O que se pode notar é que o número de estudos aumenta, con-forme as linguagens se multiplicam. O “torpedo” e as mensagens enviadas por celular são exemplos dessa multiplicação de linguagens.

É interessante observar que o “torpedo” não é pro-priamente um bilhete, porque o suporte não é o convencio-nal pedaço de papel, é outro: um telefone que não exerce sua função de “phonos”, já que a mensagem enviada é escrita e não falada. O “torpedo” também não é um e-mail, já que não há necessidade de se entrar em um site, digitar um login e uma senha para se ter acesso à caixa postal, trata-se, portanto, de um gênero textual emergente.

O avanço da tecnologia propicia o surgimento de novas formas de comunicação. Para Pierre Lévy,

[...] urgente destacar os [...] aspectos civilizatórios li-gados ao surgimento da multimídia: novas estruturas de

comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas intelectuais inéditas, modificação das relações de tempo e espaço etc. [...] Escolhas políticas e culturais fundamentais abrem-se diante dos governos, dos grandes atores econômicos, dos cidadãos. Não se trata apenas de raciocinar em termos de impacto [...] mas também em termos de projeto [...] (LÉVY, 2000, p. 13).

Há reflexões cada vez mais amplas sobre as novas linguagens e as novas demandas de estudo e pesquisa. Para cada linguagem que surge, uma nova demanda de pesquisa e novas necessidades de alocação discursivas e de gênero aparecem.

Nos PCNs, a concepção de leitura tem seus funda-mentos ancorados na Psicologia Cognitiva, na Sociolin-guística e na Psicolinguística. Isso amplia a perspectiva de leitura e exige que a escola, além do estudo do texto verbal escrito, inclua textos não verbais no cotidiano dos estudos escolares.

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um traba-lho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre linguagem, etc. [...] Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência [...] (PCN, 1998, p. 69).

1 REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL. (GT Interministerial instituído pela Portaria n. 1189 de 05 de dezembro de 2007 e a Portaria n. 386 de 25 março de 2008.

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Prática de análise linguística

A prática da análise linguística se efetiva nesta pro-posta pedagógica por meio do diálogo entre a gramática normativa e descritiva ao longo de todo o encaminha-mento didático. Nessa perspectiva, considera-se que a análise linguística vai muito além do estudo da gramática normativa. Segundo Geraldi (1999):

o uso da expressão ”prática de análise linguística” não se deve ao mero gosto por novas terminologias. A análise linguística inclui tanto o trabalho sobre questões tradicionais da gramática quanto questões amplas a pro-pósito do texto, entre as quais vale a pena citar: coesão e coerência internas do texto; adequação do texto aos objetivos pretendidos; análise dos recursos expressivos utilizados (metáforas, metonímias, paráfrases, citações, discurso direto e indireto, etc.); organização e inclusão de informações; etc. Essencialmente, a prática de análise linguística não poderá limitar-se à higienização do texto do aluno em seus aspectos gramaticais e ortográficos, limitando-se a “correções”. Trata-se de trabalhar com o aluno o seu texto para que ele atinja seus objetivos junto aos leitores a que se destina. (GERALDI,1999, p. 74).

Para Geraldi, a prática de análise linguística deve oferecer ao aluno a possibilidade para interagir com seu interlocutor e posicionar-se em relação às práticas sociais em que está inserido. Dessa forma, segundo Luiz Percival Brito (1997, p. 164):

a análise linguística, que se caracteriza por um de-bruçar-se sobre os modos de ser da linguagem, ocorre no interior das práticas de leitura e produção. A análise linguística não deve ser entendida como a gramática apli-cada ao texto, como supõem os autores de livros didáticos, mas sim como um deslocamento da reflexão gramatical, e isto por duas razões: em primeiro lugar, porque se trata de buscar ou perceber recursos expressivos e processos de argumentação que se constituem na dinâmica da ativida-de linguística; em segundo lugar, porque “as gramáticas existentes, enquanto resultado de uma certa reflexão sobre a linguagem, são insuficientes para dar conta das muitas reflexões que podemos fazer” (p. 192); finalmente, porque o

objetivo fundamental da análise linguística é a construção de conhecimento e não o reconhecimento de estruturas (o reconhecimento só é legítimo na medida em que participa de um processo de construção do conhecimento).

É por essa razão que o material didático de Língua Portuguesa, no eixo Análise Linguística, pressupõe o ensino da gramática normativa não como um fim em si mesmo, mas como um instrumento para a construção do conhecimento linguístico, como uma ferramenta para propiciar a interação. Assim, a análise das estruturas gra-maticais é feita considerando os contextos discursivos, os gêneros textuais e os objetivos comunicativos do texto. Por isso, a comparação entre a gramática normativa e a gramática descritiva é uma prática recorrente.

Ainda considerando o que diz Brito (1997), a gra-mática normativa, sozinha, não consegue explicar todos os fenômenos linguísticos. Por isso ela representa parte de um processo de estudo das linguagens e não o fio condutor desse processo. Um material didático que fosse norteado única e exclusivamente pelo estudo da norma desconsideraria todas as demais variações linguísticas que, certamente, contribuem para a riqueza cultural brasi-leira. A esse respeito o linguista Marcos Bagno afirma que

a linguagem é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma- -culta, essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos mas é parcial, (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser automaticamente aplicada a todo o resto da língua, afinal a ponta do iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu valor total. Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repreensiva que impera na ideologia geradora do preconceito linguístico (BAGNO, 1999, p. 9-10).

No ensino tradicional, a pretexto de se trabalhar língua, trabalha-se a norma, que é uma parte diminuta das realizações linguísticas, e, a pretexto de se trabalhar gramáticas, formas de organização de diversas linguagens, trabalha-se a gramática normativa, também uma forma

A seção de leitura do presente Livro Integrado tem por objetivo desenvolver a leitura de múltiplas lingua-gens para que os alunos possam ampliar seu universo cultural, seu repertório, sua visão de mundo e sua ca-pacidade de estabelecer relações intertextuais. A cada

volume os alunos têm acesso ao trabalho com diferentes linguagens, possibilitando, assim, o desenvolvimento de várias habilidades de leitura, além de diversas formas de interação.

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Prática de produção de texto

O texto é a manifestação linguística organizada de um determinado discurso. Dessa forma, o trabalho com gêneros textuais verbais (orais e escritos) e não verbais é de fundamental importância para o estudo da comuni-cação. Segundo Souza, os estudos dos gêneros textuais

facilitam a compreensão de aspectos sócio-históricos fundamentais para o processo de compreensão e produ-ção de textos; permitem que o aluno tenha parâmetros em relação às formas de dizer que circulam no meio social, tendo a chance de compreender e de produzir textos mais eficazes; fornecem instrumentos para que as práticas de uso de linguagem, na escola, tenham um fundamento e uma sequenciação funcional e exequível (SOUZA, 2004, p. 163-164).

Com base nesses pressupostos, o presente ma-terial didático faz uma seleção criteriosa dos gêneros textuais mais recorrentes na vida social do aluno e mais cobrados pelos principais concursos vestibulares do país, relacionando esses gêneros a temáticas efetivamente relevantes para serem debatidas no Ensino Médio. Para Marcuschi (2001), o trabalho com produção de texto é interacionista quando toma o texto como objeto de estudo nos processos de reconstrução de sentidos, tomando-o sempre como objeto situado em um contexto sócio- -historicamente marcado por atividades de negociação ou por processos de inferência” (2001, p. 34).

Nesse sentido, Marcuschi ainda afirma que um en-caminhamento didático interacionista

não toma as categorias linguísticas como dadas a priori, mas como construídas interativamente e sensíveis aos fatos culturais. Preocupa-se com a análise dos gêneros textuais e seus usos em sociedade. Tem muita sensibilida-de para fenômenos cognitivos e processos de textualização na oralidade e na escrita, que permitem a produção de

coerência como uma atividade do leitor/ouvinte sobre o texto recebido (MARCUSCHI, 2001, p. 34).

Dessa forma, os encaminhamentos metodológicos de produção de texto do Livro Integrado Positivo consi-deram que, a cada leitura e a cada produção textual, o aluno deve ser capaz de:

a) perceber a dialogicidade presente nos textos, re-conhecendo a intertextualidade como importante ferramenta de produção de sentido e desenvolver ampla capacidade de inferência por meio da leitura de múltiplas linguagens;

b) reconhecer os efeitos de sentido decorrentes da vei-culação dos textos em diferentes suportes textuais,

c) considerar a situacionalidade como fator determi-nante das construções discursivas;

d) negociar os sentidos construídos a partir da leitura dos textos, entendendo que não existe texto neutro;

e) fazer uso estratégico de diferentes gêneros textuais, conhecendo sua estrutura, função social e dimensão discursiva e linguístico-discursiva.Nessa perspectiva, este material didático busca

levar os alunos a perceberem que cada texto se constitui em um recorte discursivo e, por isso, necessita de uma refacção contextual para que seus sentidos sejam am-plamente explorados. Para desenvolver a capacidade de análise contextual, é necessário compreender a função social de cada gênero. Para Bronckart,

[...] na escala sócio-histórica, os textos são produtos das atividades de linguagem em funcionamento permanente nas formações sociais: em função de seus objetivos, inte-resses e questões específicas, essas formações elaboram diferentes espécies de textos, [...] justificando-se que sejam chamadas de gêneros de texto (BRONCKART, 1999, p. 137).

diminuta de um único tipo de linguagem, considerando o elevado número de linguagens que cercam e cercarão o aluno durante sua existência. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio propõem uma educação linguís-tica voltada ao desenvolvimento comunicativo do estudante:

Para além da memorização mecânica de regras grama-ticais ou das características de determinado movimento literário, o aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e competências que possam ser mobiliza-

das nas inúmeras situações de uso da língua com que se depara, na família, entre amigos, na escola, no mundo do trabalho (PCN +, 2006, p. 55.)

A proposta interacionista deste Livro Integrado des-taca a importância do contato com diversas linguagens e com diversas variedades linguísticas como meio para o desenvolvimento de competências comunicativas in-dispensáveis para a construção da cidadania.

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2. Organização didáticaPara propiciar um estudo dialógico e contextual dos

gêneros textuais, o presente material foi organizado em seções cujos nomes remetem ao ciberespaço. O objetivo dessa escolha é incorporar ao Livro Integrado alguns conceitos advindos das novas tecnologias, principalmente o da quebra da linearidade.

Para tanto, este material contempla quatro eixos: prática de leitura, prática de oralidade, prática de análise textual e linguística, e prática de produção de texto.

cada volume do material está dividido em duas unidades de trabalho e cada unidade será estruturada em três eixos:

Eixo centrado em práticas de leitura de textos produzidos a partir de diferentes linguagens.

Eixo que tem por fina-lidade apresentar práticas de análise linguística.

Eixo que objetiva explo-rar as características estruturais, organizacionais e composicionais de diversos gêneros textuais, além de apresentar práticas de produção textual.

Os eixos são organizados a partir de uma sequência didática que contempla as seguintes seções:

Privilegia a reflexão sobre as diferentes estratégias de leitura determinadas pe-las diversas linguagens.

Apresentada após a seção Desfragmen-tando a leitura, leva o aluno a colocar em prática as estratégias anteriormente apreendidas.

Acrescenta informações relevantes para o entendimento de conteúdos, como ca-racterísticas de um determinado gênero

textual ou de uma sequência discursiva, aspectos linguísticos, recursos expressivos da língua, proce-dimentos de construção e recepção de textos, etc.

Apresenta atividades de investigação e estudo sobre conhecimentos linguístico- -discursivos. Tem como principais obje- tivos o desenvolvimento do hábito de pesquisa, bem como da capacidade de trabalhar em equipe.

Criada para a apresentação de questões de vestibular que exploram as múltiplas linguagens.

Apresenta atividades referentes aos conteúdos trabalhados.

Além de ser um espaço criado para a interação entre professor e alunos, traz propostas de produção de textos que possibilitam a prática efetiva e signifi-cativa com a modalidade oral da língua.

Propicia o desenvolvimento da percep-ção estética do aluno sobre as diferentes linguagens, estabelecendo relações que possibilitam a construção de múltiplos significados.

Aborda dicas e comentários acerca de profissões, com o intuito de auxiliar o aluno na escolha de um curso superior.

Apresenta propostas de produção de texto a partir do estudo de um gênero textual privilegiado.

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1a. sérieFonética e fonologia (fonemas, vogais e consoantes, encontros vocálicos – ditongo, tritongo e hiato –, encontros consonantais e dígrafo)Ortoepia ProsódiaOrtografia (reforma ortográfica)Estrutura de palavras (prefixo, radical e sufixo)Formação de palavras (derivação, composição, hibridismo, onomatopeia, redução, empréstimo e estrangeirismos)Substantivo (classificação e flexão)Adjetivos (classificação e flexão)Locução adjetivaPronomes (sujeito, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos)Verbos (tempos e modos)

2a. sérieAdvérbios e locuções adverbiaisConjunçãoInterjeiçãoPreposição e locuções prepositivas CraseFrase, oração e períodoTermos essenciais da oração:

Sujeito e predicado Tipos de sujeito Vozes do verbo Tipos de predicado Transitividade verbal (VI, VTD, VTI, VTDI)

Termos integrantes da oração: Termos ligados ao verbo (OD, OI, OP, objeto pleo-

nástico, pronome oblíquo como objeto) Predicativo Complemento nominal

Termos acessórios da oração: Adjunto adverbial Adjunto adnominal Aposto Vocativo

PontuaçãoConcordância verbal e nominalRegência verbal e nominalColocação pronominal

3a. sérieTipos de períodoPeríodo composto por coordenação:

Oração coordenada assindética Oração coordenada sindética (aditiva, adversativa,

alternativa, conclusiva, explicativa)Período composto por subordinação:

Oração subordinada substantiva (subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal, apositiva)

Oração subordinada adjetiva (restritiva e explicativa) Oração subordinada adverbial (causal, comparativa,

concessiva, consecutiva, condicional, final, propor-cional e temporal)

Oração subordinada reduzida de infinitivo, gerúndio e particípio

3. Conhecimentos privilegiados

4. ObjetivosO material de Língua Portuguesa divide-se em três

eixos que se inter-relacionam: conectanto-se, língua in pulso e clicando em gênero textual. Cada um desses eixos possui objetivos específicos (leitura, análise linguís-tica e produção de texto), porém estão inter-relacionados por meio de uma mesma temática e de diversas seções que transitam entre os eixos, proporcionando aos estu-dantes um contínuo trabalho intertextual. São objetivos gerais do presente material didático:

Compreender diversos pontos de vista manifestados em diferentes linguagens para confrontar opiniões e construir o senso crítico.Entender o impacto das tecnologias da comunica-ção nos vários setores da sociedade, na produção e divulgação do conhecimento e a influência dos diversos suportes na recepção dos textos.Compreender e usar a língua materna portuguesa

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como forma de interação com o mundo e com a sociedade, geradora de significação e construtora da própria integridade.Analisar, interpretar e utilizar os recursos de dife-rentes linguagens, considerando o texto um produto social sujeito a diversos contextos históricos, so-ciais, psicológicos e filosóficos.Compreender a constituição e a função de diferentes gêneros textuais, considerando sua natureza, forma,

função, manifestação e as diferentes condições de produção e recepção.O presente material didático não se destina à mera me-

morização de regras gramaticais para posterior reprodução das regras aprendidas em uma prova. Os objetivos gerais estão vinculados ao grande projeto defendido pelos principais documentos do MEC: a formação de indivíduos que utilizem a língua como um saber estético e cultural capaz de promover a interação com o mundo de forma crítica transformadora.

5. AvaliaçãoA avaliação não deve ser entendida como o momento

final de um período de atividades escolares, mas como parte integrante do processo de ensino-aprendizagem. Isso equi-vale a dizer que a avaliação deve ter um caráter diagnóstico e processual. Diagnóstico porque permite que o professor acompanhe o desempenho e o desenvolvimento de seu alu-no. Processual porque, dependendo das dificuldades e dos avanços detectados, o professor pode rever os procedimentos que vem utilizando e redirecionar a sua prática pedagógica.

Nessa perspectiva, a avaliação representa uma prá-tica fundamental para verificar o alcance das metas esta-belecidas, as aprendizagens construídas pelos educandos e o impacto dessas aprendizagens na vida de cada um.

A prática avaliativa necessita, portanto, integrar todo o processo educativo, de início ao fim. Seu resultado precisa ser fonte de informação para nortear a aprendizagem de cada educando ou do grupo e, ao mesmo tempo, servir como instrumento de regulação do planejamento e de verificação de sua adequação às necessidades de aprendizagem.

A avaliação é uma atividade ampla e complexa. É importante que, ao exercê-la, o professor tenha em vista não um instrumento de dar nota, mas o domínio gradativo das atividades propostas. Essa possibilidade expressa o caráter formativo da avaliação, para além de sua função meramente classificatória.

“Ao procurar identificar e interpretar, mediante ob-servação, diálogo e instrumentos apropriados, sinais e indícios das competências desenvolvidas pelos alunos, o professor pode julgar se as capacidades indicadas nos objetivos estão se desenvolvendo a contento ou se é necessário reorganizar a atividade pedagógica para que isso aconteça” (PCN - BRASIL, 1998).

Vista dessa forma, a prática da avaliação só vem a enriquecer o processo, pois, mais do que quantificar por

meio de uma nota, a escola passa a se responsabilizar pela qualidade do ensino.

Assim, ao organizar cada unidade do material em três eixos: leitura de múltiplas linguagens, análise linguís-tica e produção de texto, pretende-se que todas tenham a mesma importância no dia a dia da sala de aula.

Nos principais vestibulares do país, as questões, de maneira geral, cobram dos alunos habilidades que vão mui-to além da gramática normativa, ofertada ao aluno durante os doze anos de Ensino Fundamental e Ensino Médio. As provas avaliam as múltiplas competências comunicativas desenvolvidas ao longo da vida escolar do aluno.

Para se observar o desenvolvimento dessas compe-tências, a escola pode lançar mão de diferentes instru-mentos avaliativos. A esse respeito, Luckesi afirma que “para não ser autoritária e conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos” (LUCKESI, 1999, p. 43).

Nessa perspectiva, a avaliação deve contemplar as habilidades cognitivas fundamentais para ler e pen-sar qualquer questão, tais como: especificar, reprodu-zir, ajuizar, discriminar, revisar, solucionar problemas de diferentes maneiras, pesquisar, observar, comparar, medir, relatar, conferir, combinar, criar, sintetizar, etc. Vale ressaltar que essas habilidades são avaliadas pelas principais universidades do país e pelo ENEM.

Assim, o poder de observação e a capacidade de leitura são avaliados nas diversas áreas de conhecimento. Avaliar, em Língua Portuguesa, é observar o desenvolvi-mento comunicativo, expressivo e analítico do aluno, a fim de se certificar de que a escola está sendo um espaço de interação e (trans)formação humanas.

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to p

ublic

itário

(anú

ncio

, pro

paga

ndas

, peç

as

publ

icitá

rias

e si

nops

e –

men

sage

ns s

ublim

inar

es)

líng

uapo

rtug

uesa

11

1.a série – 1.o volume

2.o

VoluMe

1.a SÉr

ie

3. l

eitu

ras

& d

esle

itura

s•

Text

o po

étic

o: p

roce

ssos

de

cons

truçã

o de

sen

tido

• Li

ngua

gem

den

otat

iva

e co

nota

tiva

• Fi

gura

s de

ling

uage

m•

Proc

esso

s de

con

stru

ção

de s

entid

os: a

coe

rênc

ia•

Am

plia

ção

lexi

cal:

neol

ogis

mo

e es

trang

eiris

mo

• Es

trutu

ra e

pro

cess

os d

e fo

rmaç

ão d

e pa

lavr

as•

Estru

tura

ção

text

ual

4. a

s lin

guag

ens

da c

onqu

ista

• Pr

oces

so d

e co

nstru

ção

de s

entid

os II

: rec

urso

s co

esiv

os•

Det

erm

inan

tes:

uso

s e

efei

tos

de s

entid

o•

Subs

tant

ivos

• A

djet

ivos

2.a SÉr

ie

3. c

onsu

mo

cons

cien

te: o

cam

inho

da

sust

enta

bilid

ade

• Fr

ase,

ora

ção

e pe

ríodo

• Te

rmos

ess

enci

ais

da o

raçã

o•

Not

ícia

• Re

porta

gem

4. c

ultu

ra p

op: “

o po

p nã

o po

upa

ning

uém

”•

Tipo

s de

suj

eito

• Vo

zes

do v

erbo

• Ed

itoria

l

Projeto Pedagógico12

3.o

VoluMe

1.a SÉr

ie

5. a

bel

eza

da c

ultu

ra e

a c

ultu

ra d

a be

leza

• Te

xto

pict

óric

o: p

roce

sso

de c

onst

ruçã

o de

sen

tidos

Estru

tura

com

posi

cion

al d

o te

xto:

a fu

nção

do

pron

ome

• Cr

ônic

a•

Elem

ento

s da

nar

rativ

a

2.a SÉr

ie

uni

dade

5•

Tipo

s de

suj

eito

• S

ujei

to s

impl

es, c

ompo

sto

e de

sine

ncia

l•

Suje

ito in

dete

rmin

ado

• O

raçã

o se

m s

ujei

to•

Gên

eros

pri

vile

giad

os: r

esum

o e

rese

nha

uni

dade

6•

Verb

os im

pess

oais

• Vo

zes

do v

erbo

• Vo

z ativ

a•

Voz p

assi

va (a

gent

e da

pas

siva

)•

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eflex

iva

• G

êner

os p

rivi

legi

ados

: arti

go d

e di

vulg

ação

cie

ntífi

ca (d

isse

rtaçã

o,

cara

cter

ístic

a do

text

o di

sser

tativ

o, o

que

se

deve

evi

tar e

m u

m te

xto

diss

erta

tivo)

líng

uapo

rtug

uesa

13

1.a série – 1.o volume

4.o

VoluMe

1.a SÉr

ie

unid

ade

6•

Form

as v

erba

is

• M

odo

verb

al

• Fo

rmas

nom

inai

s do

ver

bo•

Locu

ção

verb

al•

Cla

ssifi

caçã

o do

s ve

rbos

• C

onto

2.a SÉr

ie

unid

ade

7•

Term

os li

gado

s ao

nom

e•

Aju

nto

adno

min

al (p

aral

elo

com

adj

unto

adv

erbi

al)

• Co

mpl

emen

to n

omin

al (r

etom

ada

dos

com

plem

ento

s ve

rbai

s)•

Gên

eros

priv

ilegi

ados

: cur

rícul

o e

ficha

de

empr

ego

unid

ade

8•

Regê

ncia

nom

inal

• A

post

o•

Voca

tivo

• Po

ntua

ção

• G

êner

os p

rivile

giad

os: e

ntre

vist

a de

em

preg

o