literatura brasileira ii

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LITERATURA BRASILEIRA II Aula 2- A Poesia Romântica. A Geração Indianista ou Nacionalista – Gonçalves Dias Profª Dra Marcia Veiga Bucheb

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LITERATURA BRASILEIRA II. Aula 2- A Poesia Romântica. A Geração Indianista ou Nacionalista – Gonçalves Dias. Profª Dra Marcia Veiga Bucheb. Conteúdo Programático desta aula. Principais características da Primeira Geração Romântica; A poesia nacionalista ou indianista; - PowerPoint PPT Presentation

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LITERATURA BRASILEIRA II

Aula 2- A Poesia Romântica. A Geração Indianista ou Nacionalista – Gonçalves Dias

Profª Dra Marcia Veiga Bucheb

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AULA 2

LITERATURA BRASILEIRA II

Conteúdo Programático desta aula

Principais características da

Primeira Geração Romântica;

A poesia nacionalista ou indianista;

Gonçalves Dias, genialidade poética

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LITERATURA BRASILEIRA II

Primeira Geração Romântica

• Descrição da natureza;

• Panteísmo;

• Idealização do indígena;

• O indianismo – expressão original do nacionalismo brasileiro: o

índio como símbolo do espírito e da civilização nacionais em

luta contra a herança portuguesa;

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Pontos a considerar:

• Antecedente: publicação, em 1836, de Niterói, Revista

Brasiliense ; Suspiros poéticos e saudades (1836) e

Confederação dos Tamoios* (1856), Gonçalves de Magalhães

* Poema épico em dez cantos, narra a revolta índia de 1560: os

tamoios guiados por Aimbiré se revoltam contra os portugueses

e morrem para fugirem da escravidão

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AULA 2

LITERATURA BRASILEIRA II

Caracteres fundamentais:

• A eclosão do movimento se dá com o alvorecer da

nacionalidade;

• Ênfase dada à inspiração: improvisação, espontaneidade como

fontes de criatividade;

• Relação íntima entre literatura e política;

• Busca de fontes de inspiração nacional e local – “cor local”

• Desenvolveu-se uma correspondência, uma comunhão entre a

paisagem e os estados de alma dos escritores.

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AULA 2

LITERATURA BRASILEIRA II

Gonçalves Dias

“ A partir dos Primeiros cantos, o que antes era tema –saudade, melancolia, natureza, índio – se tornou experiência, nova e fascinante, graças à superioridade da inspiração e dos recursos formais.” ( Antônio Candido)“ A lírica de Gonçalves Dias singulariza-se no conjunto da poesia romântica brasileira como a mais literária, isto é, a que melhor exprimiu o caráter mediador entre os polos da expressão e da construção. O poeta de “I-Juca Pirama” é o clássico do nosso Romantismo: enquanto fonte de temas e formas da segunda e terceira geração” ( Bosi)

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Gonçalves Dias – Bibliografia:

Primeiros Cantos – 1846

Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão ( 1848)

Últimos Cantos (1851)

Brasil e Oceânia (1852)

Dicionário da Língua Tupi ( 1858)

Os Timbiras (publicado após a sua morte -1864

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AULA 2

LITERATURA BRASILEIRA II

“Embora os sucessores hajam destacado a “poesia nacional”, o

Indianismo, nele encontraram muito mais: o modo de ver a

natureza em profundidade, criando-a como significado, ao mesmo

tempo que a registravam como realidade; sentido heroico da vida,

superação permanente da frustração; tristeza digna, refinada pela

arte; no terreno formal, a adequação dos metros à psicologia, a

multiplicidade dos ritmos, a invenção da harmonia segundo as

necessidades expressionais, o afinamento do verso branco”

(Candido)

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AULA 2

LITERATURA BRASILEIRA II

O Indianismo:

• visão geral do índio, por meio de cenas ou feitos ligados à vida

de um índio qualquer, cuja identidade é puramente

convencional e apenas funciona como padrão;

• visão do índio integrado na tribo, nos costumes; sentimento de

honra;

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O Indianismo:

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LITERATURA BRASILEIRA II

Leito de Folhas Verdes

“Por que tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas, Já nos cimos do bosque rumoreja.

Eu sob a copa da mangueira altivaNosso leito gentil cobri zelosaCom mimoso tapiz de folhas brandas,Onde o frouxo luar brinca entre flores(...)

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LITERATURA BRASILEIRA II

“Meus olhos outros olhos nunca viram,Não sentiram meus lábios outros lábios,Nem outras mãos, Jatir, que não as tuasA arazóia na cinta me apertaram.

Do tamarindo a flor jaz entreaberta,Já solta o bogari mais doce aromaTambém meu coração, como estas flores,Melhor perfume ao pé da noite exala!

Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes À voz do meu amor, que em vão te chama! Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil A brisa da manhã sacuda as folhas!”

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LITERATURA BRASILEIRA II

Entrada in media res:Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rostoCom denso velâmen de penas gentis;E jazem teus filhos clamando vingançaDos bens que lhes deste da perda infeliz!

Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobree:Bastante sofremos com tua vingança!Já lágrimas tristes choraram teus filhosTeus filhos que choram tão grande mudança.

Anhangá impiedoso nos trouxe de longeOs homens que o raio manejam cruentos,Que vivem sem pátria, que vagam sem tinoTrás do ouro correndo, voraces, sedentos.(Deprecação)

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LITERATURA BRASILEIRA II

Ritmo“São rudes, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror!”

“O prisioneiro, cuja morte anseiam, Sentado está, O prisioneiro, que outro sol no ocaso Jamais verá!”

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Ritmo“Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo Tupi.”“É bem feliz, se existe, em que não veja, Que filho tem, qual chora: és livre; parte! — Acaso tu supões que me acobardo, Que receio morrer! — És livre; parte! — Ora não partirei; quero provar-te Que um filho dos Tupis vive com honra, E com honra maior, se acaso o vencem, Da morte o passo glorioso afronta.” ( I-Juca Pirama)

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LITERATURA BRASILEIRA II

“ Indianismo gonçalvino. (...) O seu indianismo seria, como os seus

poemas de amor, autobiográfico. (...) o índio residia dentro dele;

em seu sentimento, na sua imaginação poética. (...) Era uma força

secreta, em estado de legítima defesa. O seu índio dos poemas

líricos e épicos seria índio mesmo, e não índio de cartão-postal.

Era o índio que havia nele...”

( Afrânio Coutinho)

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A Canção do Exílio, um poema indianista?

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LITERATURA BRASILEIRA II

Por que sublime?

“Apontam-se vários motivos: por causa da melodia; por ser uma

canção mais do que um poema; por causa de certas palavras-

chaves,como “sabiá”, que nela gorjeia quatro vezes; por causa do

“a´” de sabiá, com o seu sabor de vogal indígena ao fim de cada

estância, em agudo;da rima por aliteração de fonemas iniciais

( primores, palmeiras); por não possuir um único adjetivo”

( Afrânio Coutinho)