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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA PROVA FINAL/2015 Disciplina: Literatura Prof.: Gessica Gomes Turma: 9º ano 1º BIMESTRE Leia o conto abaixo: DIANTE DA LEI - FRANZ KAFKA Diante da Lei está um guarda. Vem um homem do campo e pede para entrar na Lei. Mas o guarda diz-lhe que, por enquanto, não pode autorizar lhe a entrada. O homem considera e pergunta depois se poderá entrar mais tarde. “É possível” – diz o guarda. “Mas não agora!”. O guarda afasta-se então da porta da Lei, aberta como sempre, e o homem curva-se para olhar lá dentro. Ao ver tal, o guarda ri-se e diz. “Se tanto te atrai, experimenta entrar, apesar da minha proibição. Contudo, repara, sou forte. E ainda assim sou o último dos guardas. De sala para sala estão guardas cada vez mais fortes, de tal modo que não posso sequer suportar o olhar do terceiro depois de mim”. O homem do campo não esperava tantas dificuldades. A Lei havia de ser acessível a toda a gente e sempre, pensa ele. Mas, ao olhar o guarda envolvido no seu casaco forrado de peles, o nariz agudo, a barba à tártaro, longa, delgada e negra, prefere esperar até que lhe seja concedida licença para entrar. O guarda dá-lhe uma banqueta e manda-o sentar ao pé da porta, um pouco desviado. Ali fica, dias e anos. Faz diversas diligências para entrar e com as suas súplicas acaba por cansar o guarda. Este faz-lhe, de vez em quando, pequenos interrogatórios, perguntando-lhe pela pátria e por muitas outras coisas, mas são perguntas lançadas com indiferença, à semelhança dos grandes senhores, no fim, acaba sempre por dizer que não pode ainda deixá-lo entrar. O homem, que se provera bem para a viagem, emprega todos os meios custosos para subornar o guarda. Esse aceita tudo mas diz sempre: “Aceito apenas para que te convenças que nada omitiste”. Durante anos seguidos, quase ininterruptamente, o homem observa o guarda. Esquece os outros e aquele afigura ser-lhe o único obstáculo à entrada na Lei. Nos primeiros anos diz mal da sua sorte, em alto e bom som e depois, ao envelhecer, limita-se a resmungar entre dentes. Torna-se infantil e como, ao fim de tanto examinar o guarda durante anos lhe conhece até as pulgas das peles que ele veste, pede também às pulgas que o ajudem a demover o guarda. Por fim, enfraquece lhe a vista e acaba por não saber se está escuro em seu redor ou se os olhos o enganam. Mas ainda apercebe, no meio da escuridão, um clarão que eternamente cintila por sobre a porta da Lei. Agora a morte está próxima. ESCOLA ADVENTISTA SANTA EFIGÊNIA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL Rua Prof Guilherme Butler, 792 - Barreirinha - CEP 82.700-000 - Curitiba/PR Fone: (41) 3053-8636 - e-mail: [email protected] site: www.ease.org.br

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LISTA DE EXERCÍCIOS PARA PROVA FINAL/2015

Disciplina: Literatura

Prof.: Gessica Gomes

Turma: 9º ano

1º BIMESTRE

Leia o conto abaixo:

DIANTE DA LEI - FRANZ KAFKA

Diante da Lei está um guarda. Vem um homem do campo e pede para entrar na Lei. Mas o guarda diz-lhe

que, por enquanto, não pode autorizar lhe a entrada. O homem considera e pergunta depois se poderá

entrar mais tarde. – “É possível” – diz o guarda. – “Mas não agora!”. O guarda afasta-se então da porta da

Lei, aberta como sempre, e o homem curva-se para olhar lá dentro. Ao ver tal, o guarda ri-se e diz. – “Se

tanto te atrai, experimenta entrar, apesar da minha proibição. Contudo, repara, sou forte. E ainda assim sou

o último dos guardas. De sala para sala estão guardas cada vez mais fortes, de tal modo que não posso

sequer suportar o olhar do terceiro depois de mim”.

O homem do campo não esperava tantas dificuldades. A Lei havia de ser acessível a toda a gente e sempre,

pensa ele. Mas, ao olhar o guarda envolvido no seu casaco forrado de peles, o nariz agudo, a barba à tártaro,

longa, delgada e negra, prefere esperar até que lhe seja concedida licença para entrar. O guarda dá-lhe

uma banqueta e manda-o sentar ao pé da porta, um pouco desviado. Ali fica, dias e anos. Faz diversas

diligências para entrar e com as suas súplicas acaba por cansar o guarda. Este faz-lhe, de vez em quando,

pequenos interrogatórios, perguntando-lhe pela pátria e por muitas outras coisas, mas são perguntas

lançadas com indiferença, à semelhança dos grandes senhores, no fim, acaba sempre por dizer que não

pode ainda deixá-lo entrar. O homem, que se provera bem para a viagem, emprega todos os meios custosos

para subornar o guarda. Esse aceita tudo mas diz sempre: – “Aceito apenas para que te convenças que

nada omitiste”.

Durante anos seguidos, quase ininterruptamente, o homem observa o guarda. Esquece os outros e aquele

afigura ser-lhe o único obstáculo à entrada na Lei. Nos primeiros anos diz mal da sua sorte, em alto e bom

som e depois, ao envelhecer, limita-se a resmungar entre dentes. Torna-se infantil e como, ao fim de tanto

examinar o guarda durante anos lhe conhece até as pulgas das peles que ele veste, pede também às pulgas

que o ajudem a demover o guarda. Por fim, enfraquece lhe a vista e acaba por não saber se está escuro em

seu redor ou se os olhos o enganam. Mas ainda apercebe, no meio da escuridão, um clarão que eternamente

cintila por sobre a porta da Lei. Agora a morte está próxima.

ESCOLA ADVENTISTA SANTA EFIGÊNIA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Rua Prof Guilherme Butler, 792 - Barreirinha - CEP 82.700-000 - Curitiba/PR Fone: (41) 3053-8636 - e-mail: [email protected] – site: www.ease.org.br

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Antes de morrer, acumulam-se na sua cabeça as experiências de tantos anos, que vão todas culminar numa

pergunta que ainda não fez ao guarda. Faz-lhe um pequeno sinal, pois não pode mover o seu corpo já

arrefecido. O guarda da porta tem de se inclinar até muito baixo porque a diferença de alturas acentuou-se

ainda mais em detrimento do homem do campo. – “Que queres tu saber ainda?”, pergunta o guarda. – “És

insaciável”.

– “Se todos aspiram a Lei”, disse o homem. – “Como é que, durante todos esses anos, ninguém mais, senão

eu, pediu para entrar?”. O guarda da porta, apercebendo-se de que o homem estava no fim, grita-lhe ao

ouvido quase inerte: – “Aqui ninguém mais, senão tu, podia entrar, porque só para ti era feita esta porta.

Agora vou-me embora e fecho-a”.

http://www.esquerda.net/media/Diante_da_lei.pdf

1) O fantástico aparece quando o mundo real imbrica com o mundo sobrenatural. Qual fato

relatado faz parte de uma realidade? Cite um exemplo do texto.

2) Em qual momento no conto aparece o fantástico? Cite um exemplo do texto.

3) Esse texto permanece com o fantástico até o final da narrativa? Explique o desfecho.

4) Quando o fantástico teve origem?

a) Século XV na Europa.

b) Século XVIII na Europa.

c) Século XVII no Brasil.

d) Século XVII na Europa.

e) Século XVI nos Estados Unidos.

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5) Nas décadas de 1970-80, o fantástico teve um surpreendente florescimento nos países latino-

americanos, como o Brasil. Para os autores desse período envolvidos com o fantástico, a atmosfera

ilógica e absurda de seus escritos servia como meio...

a) de alertar a população que existia o mundo irreal.

b) de mostrar à população que existia o real e o irreal na narrativa.

c) de mostrar quem matava no país.

d) de mostrar que os partidos eram desunidos.

e) de denúncia da realidade opressiva e incoerente em que viviam.

6) Para Paes, não há uma explicação definitiva quanto à verdade ou falsidade dos elementos

fantásticos nos contos. Algumas possíveis explicações são:

a) somente o sonho.

b) somente a loucura.

c) o terror entre as pessoas.

d) loucura, uso de substâncias ilícitas, sonhos ou alucinações.

e) o uso de maconha e cocaína.

7) O trecho abaixo corresponde a um dos contos do livro “Histórias Extraordinárias” de Edgar

Allan Poe. Marque a resposta certa referente ao conto.

“Apesar de tudo isso, aquela era uma festa alegre e magnífica. O gosto do príncipe era peculiar. Ele

possuía um bom olho para cores e efeitos e ignorava os ditames da moda.” (POE, 2010, p. 15)

a) O Retrato da Morte Vermelha.

b) O Retrato Oval;

c) A Máscara da Morte Vermelha;

d) O Gato Preto;

e) O Coração Revelador;

8) Marque a resposta correta referente ao conto que corresponde o trecho abaixo.

“O castelo em que meu criado ariscara forçar nossa entrada para não permitir que eu, deploravelmente

ferido, passasse a noite ao relento era uma daquelas edificações que mesclam melancolia e grandeza e que

por tanto tempo exibiram seus semblantes sombrios em meio aos Apeninos, tanto na realidade quanto na

imaginação da Sra. Radcliffe.” (POE, 2010, p. 69).

a) O Retrato da Morte Vermelha.

b) O Retrato Oval;

c) A Máscara da Morte Vermelha;

d) O Gato Preto;

e) O Coração Revelador;

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Leia o conto “O que ela mal sabia” - Luis Fernando Veríssimo:

“O que ela mal sabia”

Ideia para uma história de terror: uma mulher vai ao dentista, e, enquanto espera a sua vez, pega uma

revista para folhear. É daquelas típicas revistas de sala de espera, na verdade apenas parte de uma revista

antiga, sem capas, caindo aos pedaços. A mulher começa, distraidamente, a ler um conto. Começa pela

metade, pois o começo do conto está numa das páginas perdidas da revista. E de repente a mulher se dá

conta que a história é sobre ela. Até os nomes – dela, do marido, de familiares, de amigos – são os mesmos.

Tudo que está no conto, ou naquele trecho do conto que ela tem nas mãos, aconteceu com ela. A última

linha do trecho que lê é: ―E naquele dia, saindo para ir ao dentista, ela tomou uma decisão: conquistaria

sua liberdade. Mal sabia ela que (Continua na página 93). A mulher procura freneticamente, a página 93. A

página 93 não existe mais. O pedaço de revista que ela tem nas mãos termina na página 92. Ela é chamada

para o consultório do dentista. Na saída, a boca ainda dormente pela anestesia, pergunta para a

recepcionista se pode levar aquela revista para casa. Qual revista? Uma que estava ali... A recepcionista se

desculpa. Fez uma limpa nas revistas enquanto ela estava lá dentro. Botou tudo fora. Afinal, eram tão

antigas... ―Não é possível, diz a mulher. ―Você não sabe nem que revista era?

―Desculpe, mas não sei. Não tinha nem mais capas. A mulher sai do dentista apavorada. Como a frase na

cabeça: ―Mal sabia ela que. Que o quê? Sim, tinha decidido conquistar sua liberdade. Pedir, finalmente,

desquite ao Joubert. Era a decisão mais importante da sua vida. Mas o que era que ela mal sabia? O que

lhe aconteceria? Voltou para a sala de espera. Suplicou à recepcionista. Precisava da revista. Não podia

explicar, mas sua vida dependia daquela revista. ―Joguei pela lixeira, disse a recepcionista. ―A senhora

não pode... Mas ela já está na escada, descendo para o porão do prédio. Não podia esperar nem o elevador.

A revista. Precisava saber que revista era aquela. Uma Cruzeiro. Sim, parecia uma Cruzeiro da década de

50. A Cruzeiro publicava contos? Não interessava. Procuraria na lixeira do edifício. Descobriria a data da

revista, de alguma maneira descobriria o fim daquele conto e o destino que a esperava.

No porão, teve uma briga com um empregado do prédio que é meio débil mental. ―Não pode mexer no lixo

não senhora. ―Mas eu preciso! ―Não pode. ―Seja bonzinho!, diz a mulher. Como está ofegante, e com a

boca anestesiada, o que ela parece ter dito é ―Você é um bandido. ―O quê?, diz o homem, avançando na

sua direção. No caminho, ela pega uma barra de ferro.

O Cruzeiro: uma das principais revistas brasileiras do século XX. Com assuntos variados – politica, cinema,

esportes, moda, culinária, etc. -, foi publicada entre 1928 e 1975.

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Questões relacionadas ao texto “O que mal ela sabia”:

9) O conto fantástico normalmente é constituído a partir da oposição entre dois planos: o plano real

das personagens, em que ocorrem fatos comuns, do tipo que realmente acontece ou pode vir a

acontecer: e o plano irreal em que ocorrem fatos estranhos, insólitos, incompreensíveis.

a) Que situação do conto mostra fatos comuns, relacionados com o plano da realidade?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

b) Que fato novo introduz no conto o plano irreal?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

10) Releia este trecho da história publicada na revista “E naquele dia, saindo para ir ao dentista, ela

tomou uma decisão: conquistaria sua liberdade. Mal sabia ela que”. A protagonista do conto também

busca sua liberdade. Para ela, o que era essa liberdade?

a) Encontrar a filha perdida;

b) Encontrar o marido;

c) Encontrar a página 93 da revista;

d) Pedir desquite ao marido;

11) Ao ler o trecho “Mal sabia que”, por que ela se desespera?

a) Ela não encontrou a filha;

b) Ela não encontrou a página 93 da revista;

c) Ela não terminou com o marido;

d) Ela não encontrou o marido;

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2º BIMESTRE

Música: Apesar de você

Chico Buarque/ 1970 – Letra retirada do Álbum

Calabar de 1973.

Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão A minha gente hoje anda Falando de lado E olhando pro chão, viu Você que inventou esse estado E inventou de inventar Toda a escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar O perdão Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Eu pergunto a você Onde vai se esconder Da enorme euforia Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar Água nova brotando E a gente se amando Sem parar Quando chegar o momento Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros, juro Todo esse amor reprimido Esse grito contido Este samba no escuro Você que inventou a tristeza Ora, tenha a fineza De desinventar

Você vai pagar e é dobrado Cada lágrima rolada Nesse meu penar Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Inda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria Você vai se amargar Vendo o dia raiar Sem lhe pedir licença E eu vou morrer de rir Que esse dia há de vir Antes do que você pensa Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia Como vai se explicar Vendo o céu clarear De repente, impunemente Como vai abafar Nosso coro a cantar Na sua frente Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Você vai se dar mal Etc. e tal

1) Escolha duas estrofes e eleja a frase que você considera o ponto central da problemática

tratada pelo autor. Justifique sua escolha.

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2) O que você entende por Literatura Engajada?

3) Podemos considerar a música de Chico Buarque pelo Engajamento Ideológico ou Militante?

Por quê?

4) Leia a estrofe abaixo e responda a questão.

A minha gente hoje anda

Falando de lado

E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado

E inventou de inventar

Toda a escuridão [...] (Chico Buarque)

Por meio de seus conhecimentos sobre o engajamento da literatura, o que o eu-lírico (voz do

poema) quer dizer nesse poema? Marque a resposta certa.

a) Sobre um povo triste.

b) Sobre um governo que manda e um povo solitário.

c) Sobre um povo descontente e sobre um governo ditador.

d) Sobre um governo que manda e o povo obedece algumas leis.

e) Sobre um governo feliz e o seu povo querendo ser desobediente.

5) Sabemos que a Literatura Engajada pode ser dividida em duas categorias. Marque V para

verdadeiro e F para falso.

( ) O engajamento militante costuma ser uma forma de manifestação do povo contra o governo.

( ) O engajamento militante trata do próprio povo que deseja apenas ganhar a liberdade.

( ) O engajamento ideológico é uma revolta do escritor com as difíceis condições de convivência entre as

pessoas.

( ) O engajamento ideológico trata de reflexões e manifestações do povo com o cotidiano e cabe ao

artista ou escritor capturar essas informações.

( ) O engajamento militante trata somente do povo.

Marque a resposta certa:

a) F, V, F, V, F

b) F, F, V, V, V

c) V, V, V, F, V

d) V, F, V, F, V

e) V, F, F, V, V

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6) Leia a estrofe abaixo e responda a questão.

— O meu nome é Severino,

como não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos,

que é santo de romaria,

deram então de me chamar

Severino de Maria;

como há muitos Severinos

com mães chamadas Maria,

fiquei sendo o da Maria

do finado Zacarias. (João Cabral de Melo Neto)

Sobre o engajamento militante e engajamento ideológico, identifique em qual deles se encaixa o

poema de João Cabral de Melo Neto. Marque a melhor justificativa.

a) Militante porque se refere ao povo.

b) Militante porque o escritor mostrou sua indignação com o governo.

c) Ideológico porque retrata o cotidiano de uma pessoa que representa todos os moradores de uma

região.

d) Militante porque retrata todo o sofrimento das pessoas que moram numa região, a qual o governo não

dá assistência.

e) Ideológico porque o eu-lírico mostra seu posicionamento político.

7) Leia a estrofe abaixo e responda a questão.

Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida,

morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).

(João Cabral de Melo Neto)

8) Após sua compreensão do poema acima, como é a vida de um Severino? Quem Severino

representa no poema?

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9) Marque a resposta certa referente ao livro A revolução dos bichos.

A Revolução dos Bichos, de George Orwell, se passa...

a) em uma cidade do interior.

b) em uma chácara com apenas porcos.

c) em uma granja liderada, inicialmente, pelo Sr. Jones.

d) em uma chácara com apenas galinhas liderada pelo Sr. Jhon.

e) em uma granja com ditadores e animais mamíferos liderada pelo Sr. Jones.

10) Quais foram os animais que lideraram a revolução?

a) As galinhas, considerando-se os animais mais espertos.

b) As vacas, considerando-se os animais mais inteligentes.

c) Os porcos, considerando-se os animais mais inteligentes.

d) Os cabritos, considerando-se os animais mais inteligentes.

e) Os bodes, considerando-se os animais mais inteligentes.

11) Quem foi o Bola de neve e o Napoleão na história do livro A revolução dos bichos?

3º BIMESTRE

Leia o soneto abaixo e responda as questões que seguem:

SONETO DE FIDELIDADE

Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu posso me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

1) O poema tem como foco qual temática?

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2) “Eu posso me dizer do amor (que tive): / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja

infinito enquanto dure.” O que o eu-lírico quis dizer com esse trecho?

3) Qual é a diferença entre poema e poesia?

4) Faça a divisão silábica do verso “Dele se encante mais meu pensamento”. Mencione o nome da

sílaba poética.

5) O que é escansão?

6) Quais são as composições líricas? Marque a resposta correta.

a) Versos, estrofes, rimas, tom e ritmo;

b) Versos, estrofes e soneto;

c) Soneto;

d) Sentimento, soneto e versos;

e) Estrutura, soneto e versos;

7) Sabemos que há diferença entre poema e poesia, marque a resposta correta em relação a essa

denominação.

a) O poema demonstra o sentimento e a poesia compõem-se de versos.

b) O poema apresenta apenas soneto e a poesia contém apenas versos.

c) O poema é o soneto e a poesia compõem-se de ritmo.

d) O poema é a estrutura e a poesia seria a subjetividade.

e) O poema é o soneto e a poesia seria o amor.

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8) Quanto ao conteúdo e a estrutura, podemos enquadrar ou identificar o poema em um gênero

literário. Qual?

a) Gênero épico, porque a narrativa com temática histórica; são os feitos heroicos de um determinado

povo. O narrador conta os fatos passados, apenas observando e relatando os feitos objetivamente, sem

interferência, o que torna a narrativa mais objetiva.

b) Gênero dramático, porque o gênero é ligado diretamente à representação de um acontecimento por

atores.

c) Gênero lírico, porque é essencialmente poético, que expõe a subjetividade do autor e diz ao leitor do

estado emocional do “eu-lírico”.

d) Gênero lírico, porque contém estrutura, rima e ritmo.

e) Gênero lírico, porque é composto de poema, poesia e soneto.

9) O poema contém uma estrutura para a sua análise. Temos a métrica como um desses elementos

a ser analisado. Marque a alternativa sobre o conceito de métrica.

a) Métrica é a medida dos versos, isto é, o número de sílabas poéticas apresentadas pelos versos.

b) Métrica é o agrupamento de versos, ou seja, é um conjunto de versos.

c) Métrica é a igualdade de fonemas observada entre palavras.

d) Métrica é a marcação melódica que nasce da alternância entre sílabas acentuadas e não acentuadas.

e) Métrica é o procedimento de compor o texto em versos.

10) No início do livro A invenção de Hugo Cabret há uma cena em que um senhor de idade toma

para si um objeto valioso de Hugo Cabret. Assinale a alternativa correta em relação a esse objeto.

a) Um rato de brinquedo.

b) Uma caixa de fósforo.

c) Peças de relojoaria.

d) Um caderno.

e) Um medalhão.

4º BIMESTRE

1) Leia o poema abaixo e responda à questão:

Já de noite o palor me cobre o rosto

Nos lábios meus o alento desfalece.

Surda agonia o coração fenece

E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto

Tento o sono reter!... Já esmorece

O corpo exausto que o repouso esquece...

Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

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A relação mórbida com a morte demonstra que parte da poesia de Álvares de Azevedo prende-se ao:

a) idealismo romântico.

b) saudosismo inconformado.

c) mal do século.

d) misticismo religioso.

e) negativismo filosófico.

2) Leia atentamente os versos seguintes:

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,

Se um suspiro nos seios treme ainda,

É pela virgem que sonhei...que nunca

Aos lábios me encostou a face linda!

O poema acima trata da:

a) Primeira geração que volta-se para o primitivo;

b) Segunda geração que retrata o sofrimento;

c) Terceira geração que idealiza a mulher;

d) Primeira geração que comenta sobre a mulher idealizada;

e) Segunda geração que retrata a mulher idealizada;

3) Leia atentamente os versos seguintes:

Eu deixo a vida como deixa o tédio

Do deserto o poeta caminheiro

- Como as horas de um longo pesadelo

Que se desfaz ao dobre de um mineiro.

Esses versos de Álvares de Azevedo significam a:

a) revolta diante da morte.

b) alegria pela vida longa que teve.

c) aceitação da vida como um longo pesadelo.

d) aceitação da morte como a solução.

e) tristeza pelas condições de vida.

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4) Leia o texto que segue, a parte IV de O navio negreiro para responder à questão.

Era um sonho dantesco... o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a

noite, Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e

espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ...

Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras

voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás!...

(In: Espumas flutuantes, Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s.d. p. 184-5.)

Sobre o poema O navio negreiro, é correto afirmar:

I. Junto de Vozes d'África, o poema épico-dramático O navio negreiro integra a obra Os escravos e vem a

ser uma das principais realizações poéticas de Castro Alves;

II. O poema O navio negreiro apresenta uma finalidade estética voltada para a exacerbação romântica,

cuja linguagem é pouco expressiva e voltada para a objetividade.

III. Apresenta uma finalidade política e social evidente: a erradicação da escravidão no Brasil.

IV. Faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no porão dos navios

negreiros.

V. Os versos apresentam referências a costumes e crenças das tribos indígenas brasileiras, expressando

um nacionalismo guerreiro e primitivo.

a) I, II e III estão corretas.

b) I, III e V estão corretas.

c) II e V estão corretas.

d) I, III e IV estão corretas.

e) Todas as alternativas estão corretas.

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5) Considere as afirmações abaixo sobre o Romantismo no Brasil.

IX. A primeira geração de poetas românticos no Brasil caracterizou-se pela ênfase no sentimento

nacionalista, tematizando o índio, a natureza e o amor à pátria.

IX. Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela, representantes da segunda geração da

poesia romântica, expressam, sobretudo, um forte intimismo.

IX. A poesia de Castro Alves, cronologicamente inserida na terceira geração romântica, apresenta

importantes ligações com a estética barroca, pela religiosidade e o tom místico da maioria dos poemas.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas I e II.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

6) Leia o poema abaixo:

"Sou como a pomba e como as vozes dela

É triste o meu cantar;

– Flor dos trópicos – cá na Europa fria

Eu definho corando noite e dia

Saudades do meu lar."

A estrofe acima salienta uma das linhas da reduzida temática da poesia de Casimiro de Abreu que é

a:

a) vida familiar.

b) paisagem nativa.

c) saudade da pátria.

d) ternura sonhadora.

e) timidez amorosa.

7) Leia o poema abaixo e responda a questão:

"É bela a noite, quando grave estende

Sobre a terra dormente o negro manto

De brilhantes estrelas recamado;

Mas nessa escuridão, nesse silêncio

Que ele consigo traz, há um quê de horrível

Que espanta e desespera e geme n'alma;

Um quê de triste que nos lembra a morte!"

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Os versos acima:

a. ilustram a característica romântica da projeção do estado de espírito do poeta nos elementos da

natureza.

b. exemplificam a característica romântica do pessimismo, mal-do-século, que vê na natureza algo

nefando, capaz de matar o poeta.

c. exploram a característica romântica do sentimentalismo amoroso, que vê em tudo a tragédia do amor

não correspondido.

d. apontam a característica romântica do nacionalismo, que valoriza a paisagem de nossa terra.

e. apresentam a característica romântica do descritivismo, capaz de valorização exagerada da natureza.

8) Comente sobre o personagem Carlos no livro A descoberta. Mínimo 5 linhas.