linguagens, cÓdigos e suas...

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2014 - 4º SIMULADO ENEM 1 Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (Opção Inglês) 1. (C2 ; H5,6,7) Assinale, entre os adjetivos a seguir, o que melhor qualificaria Eddie. a) Sensível. b) Hipocondríaco. c) Maníaco. d) Revoltado. e) Carente. Gabarito: E TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: BIGGER YET BETTER On Magic Island' a virtuous cycle began with a ban on heavy industry. One of the sad truths of the developing world is that an urban population boom has so often been bad news. From Jakarta to Rio de Janeiro, more people have typically meant more ghettoes, more crime, and less economic life. That's one reason urbanites in big cities are moving to places like Florianópolis, an island city 700 kilometers south of São Paulo, where bigger doesn't always mean worse. Between 1970 and 2004, Florianópolis's population tripled. So did the number of shantytowns. But the local economy grew fivefold, and incomes grew in step. Opportunity seekers, urban and rural, white collar and blue, poured in. With a hundred or so beaches lining the "magic island," tourism is thriving. And while many Brazilian cities are struggling to graduate from smokestacks to serpresidente vice-presidentes, Florianópolis is succeeding. Thanks in part to a federal rule that for decades barred heavy industry on the island, town stewards promoted cleaner public works, and wound up with a network of public and private universities that make this one of the most scholarly cities in Brazil. To tend to the demanding academic crowd, the city invested heavily in everything from roads to schools, and now Florianópolis ranks high on every development measure, from literacy (97 percent) to electrification (near 100 percent). By the late 1990s, private companies were flocking to the island, or emerging from a technology "incubator" at the federal university. (Among the innovations it hatched: the computerized voting machines that have made Brazilian elections fraud-free and efficient.) Local officials now say their aim is to be the Silicon Valley of Brazil, with beaches. Don't count them out. (Margolis, Mac. Newsweek, 10/07/2006.) 2. (C2 ; H5,6,7) Muita gente de outros grandes centros veio para Florianópolis porque a) a cidade fica a 700 km de São Paulo. b) a população de lá triplicou. c) a qualidade de vida lá é melhor. d) há menos vida econômica lá. e) não há favelas lá. Gabarito: C LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (Opção Inglês)

1. (C2 ; H5,6,7)

Assinale, entre os adjetivos a seguir, o que melhor qualificaria Eddie. a) Sensível. b) Hipocondríaco. c) Maníaco. d) Revoltado. e) Carente. Gabarito: E TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

BIGGER YET BETTER

On Magic Island' a virtuous cycle began with a ban on heavy industry. One of the sad truths of the developing world is that an urban population boom has so often been bad news. From Jakarta to Rio de Janeiro, more people have typically meant more ghettoes, more crime, and less economic life. That's one reason urbanites in big cities are moving to places like Florianópolis, an island city 700 kilometers south of São Paulo, where bigger doesn't always mean worse. Between 1970 and 2004, Florianópolis's population tripled. So did the number of shantytowns. But the local economy grew fivefold, and incomes grew in step. Opportunity seekers, urban and rural, white collar and blue, poured in. With a hundred or so beaches lining the "magic island," tourism is thriving. And while many Brazilian cities are struggling to graduate from smokestacks to serpresidente vice-presidentes, Florianópolis is succeeding. Thanks in part to a federal rule that for decades barred heavy industry on the island, town stewards promoted cleaner public works, and wound up with a network of public and private universities that make this one of the most scholarly cities in Brazil. To tend to the demanding academic crowd, the city invested heavily in everything from roads to schools, and now Florianópolis ranks high on every development measure, from literacy (97 percent) to electrification (near 100 percent). By the late 1990s, private companies were flocking to the island, or emerging from a technology "incubator" at the federal university. (Among the innovations it hatched: the computerized voting machines that have made Brazilian elections fraud-free and efficient.) Local officials now say their aim is to be the Silicon Valley of Brazil, with beaches. Don't count them out.

(Margolis, Mac. Newsweek, 10/07/2006.) 2. (C2 ; H5,6,7) Muita gente de outros grandes centros veio para Florianópolis porque a) a cidade fica a 700 km de São Paulo. b) a população de lá triplicou. c) a qualidade de vida lá é melhor. d) há menos vida econômica lá. e) não há favelas lá. Gabarito: C

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3. (C2 ; H5,6,7)

No terceiro quadrinho, a expressão I can't help it pode ser traduzida como a) Não consigo evitar. b) Não posso ajudar. c) Não consigo ajudá-lo. d) Não te aguento. e) Não vou ajudá-lo. Gabarito: A 4. (C2 ; H5,6,7)

"I knew things were going too smoothIy to Iast!" é semelhante em português ao ditado: a) É melhor prevenir do que remediar. b) Tudo que é bom dura pouco. c) Quem sabe faz a hora. d) Quanto mais rezo, mais assombração me aparece. e) Antes só do que mal acompanhado. Gabarito: B

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5. (C2 ; H5,6,7)

A leitura da tira permite concluir que a) trata-se da primeira visita de Eddie ao local. b) Eddie está contente por se encontrar em liberdade. c) Eddie adoeceu em decorrência de uma forte depressão que teve no ano anterior. d) o interlocutor de Eddie não lhe foi solidário. e) há mais de um profissional da área da saúde no espaço onde se desenrola a cena. Gabarito: E

Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (Opção Espanhol)

Tirinha para as duas próximas questões.

1. (C2 ; H5,6) A mulher que atende ao telefone está a) tranquila, porque confia em seu filho de 19 anos. b) feliz, já que seu filho está prestando serviço militar. c) satisfeita, pois seu filho presta serviço em uma empresa telefônica. d) orgulhosa, porque seu filho de 19 anos é mais responsável. e) despreocupada, uma vez que seu filho usa uma boa operadora. Gabarito: E 2. (C2 ; H5,6) As duas mães têm em comum o fato de a) serem donas de casa, preocupadas com os estudos dos filhos. b) estarem seus filhos viajando juntos a Bariloche a negócios. c) terem filhos distantes, residindo em uma mesma cidade. d) utilizarem a mesma operadora telefônica quando estão distantes. e) terem filhos da mesma idade, prestando serviço em uma mesma empresa. Gabarito: C

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

3. (C2 ; H5,6) Com relação ao exposto na tirinha, é correto afirmar que a) Miguelito interpreta literalmente a mensagem expressa por Mafalda. b) a atitude de Miguelito é compatível com o objetivo de Mafalda em sua sugestão. c) a fala de Mafalda é uma analogia à falta de tempo dos adultos para atender as crianças. d) a personificação do livro sugerida por Mafalda é uma alusão à imaginação da criança. e) a reação de Mafalda expressa a falta de compreensão sobre a mensagem recebida. Gabarito: A 4. (C2 ; H5,6) Segundo a tirinha, é correto afirmar que a) há uma crítica à educação por não fomentar a leitura na infância. b) há a constatação de que a leitura pode ser uma boa opção quando não se têm amigos para brincar. c) as crianças estão ficando mais tempo sozinhas devido ao trabalho dos pais. d) as crianças consideram a leitura um tédio porque as impede de brincar. e) independentemente do livro, a leitura é o melhor amigo para as crianças. Gabarito: B TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Lea el siguiente texto

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5. (C2 ; H5,6) Basándose en el texto, es correcto afirmar que el tema de la clase es a) la discusión sobre ‘El Gato con pantuflas’. b) el significado de las palabras ‘canastita’ y ‘zapatito’. c) la presentación de piezas teatrales contemporáneas. d) la creación de personajes para novelas. e) el repaso de aspectos de literatura para niños. Gabarito: E

Questões de 06 a 45

Leia o poema Música da Morte, de Cruz e Souza, para responder às questões de 6 e 7

Música da Morte A música da Morte, a nebulosa, estranha, imensa música sombria, passa a tremer pela minh'alma e fria gela, fica a tremer, maravilhosa ... Onda nervosa e atroz, onda nervosa, letes sinistro e torvo da agonia, recresce a lancinante sinfonia sobe, numa volúpia dolorosa ... Sobe, recresce, tumultuando e amarga, tremenda, absurda, imponderada e larga, de pavores e trevas alucina ... E alucinando e em trevas delirando, como um ópio letal, vertiginando, os meus nervos, letárgica, fascina ...

(SOUZA,Cruz e. Poesias Completas de Cruz e Souza. Rio de Janeiro:Ediouro,2000) 6. (C5 ; H15 e 16) O eu-poético encara a morte como sendo a) algo misterioso e ao mesmo tempo fascinante, alucinante. b) algo dolorido, mas que acalma todas as dores. c) algo que liberta e é certo de acontecer. d) algo que nos tira da realidade, já que é capaz de alucinar. e) algo que não deveria acontecer. Gabarito: A Resolução/Comentário: A morte é descrita pelo eu-lírico como algo misterioso, e ao mesmo tempo fascinante, alucinante. Para o simbolista, a morte não causa dor nem medo. É natural. 7. (C5 ; H15 e 16) Há no texto adjetivos como “nebulosa”, “estranha”, “sombria” utilizados para caracterizar a

expressão Música da Morte. O que tal adjetivação sugere? a) Os adjetivos recriam uma imagem sombria compatível com a proposta Simbolista. b) Esses adjetivos constroem uma atmosfera misteriosa com relação à morte, que nem por isso é temida. A

morte é, em alguns momentos, desejada pelo eu-poético. c) Os adjetivos auxiliam na construção sonora e na musicalidade do texto, já que se trata da “Música da Morte”. d) Evoca sensações auditivas, táteis e gustativas. e) Auxiliam na descrição da morte, sugerida pelo poema. Gabarito: B Resolução/Comentário: Os adjetivos contribuem para a construção sugestiva de uma morte que pode ser esperada e não temida. É algo misterioso, mas esperado 8. (C5 ; H16)

Um Índio Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante De uma estrela que virá numa velocidade estonteante E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante Depois de exterminada a última nação indígena

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E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias Virá, Impávido que nem Muhammed Ali Virá que eu vi Apaixonadamente como Peri Virá que eu vi Tranquilo e infalível como Bruce Lee Virá que eu vi O axé do afoxé, filhos de Ghandi Virá Um índio preservado em pleno corpo físico Em todo sólido, todo gás e todo líquido Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro Em sombra, em luz, em som magnífico Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer Assim, de um modo explícito Virá, Impávido que nem Muhammed Ali Virá que eu vi Apaixonadamente como Peri Virá que eu vi Tranqüilo e infalível como Bruce Lee Virá que eu vi O axé do afoxé, filhos de Ghandi Virá E aquilo que nesse momento se revelará aos povos Surpreenderá a todos, não por ser exótico Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto Quando terá sido o óbvio Sobre o texto, é possível afirmar que a) é um texto pertencente ao gênero dramático, já que mostra de forma trágica da vida do índio. b) embora o texto de Caetano Veloso tenha uma estrutura poética, pode-se afirmar que se trata de um discurso

narrativo. c) é um texto do gênero lírico, pois é apresentado em versos e estrofes. d) é um texto do gênero épico, pois mostra os grandes feitos dos indígenas. e) é um texto lírico, por ser uma música de Caetano Veloso, e as canções são necessariamente classificadas

como gêneros líricos. Gabarito: B Resolução/Comentário: O texto narra a história do surgimento de um índio, embora o faça a partir de um discurso poético. Isso pode ser comprovado logo pelo primeiro verso “Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante”. Também se pode dizer que há a descrição de um cenário: “E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante “, onde o enredo transcorrerá. A organização do texto mostra o locutor narrando a visão que ele tem da chegada de um índio bastante simbólico, já que transcendo o comum e se aproxima do exótico.

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9. (C7; H21) Observe com atenção.

Os recursos não verbais do quadro acima a) demonstram que a condutora trata as normas de segurança para condutores de motocicletas e ciclomotores

com condescendência. b) ratificam a linguagem verbal empregada no quadro, uma vez que a condutora está com o capacete –

equipamento de proteção essencial a quem anda de moto – virado para trás. c) denunciam a ultrapassagem da condutora pela direita – atitude que caracteriza a direção defensiva,

preventiva. d) permitem inferir que há velocidade compatível com as condições da via utilizada. e) orientam o leitor a respeito dos modos de usar conscientemente os veículos motorizados de duas rodas para

transportar passageiro. Gabarito: B Resolução/Comentário: A resposta ratifica/confirma a linguagem verbal do quadro, ou seja, “você está fazendo isso errado”, porque a condutora virou o equipamento de segurança para trás. Ao fazê-lo, coloca a própria vida em risco. Localização do Conteúdo – Apostila 2 – interpretação de Texto I – Aula 7 – Pressupostos e subentendidos 10. (C7; H22) Leia com atenção.

Na fala da personagem “Sempre pensei que para qualquer idade um beijo é muito melhor que um crime”, ocorreu articulação inadequada entre os verbos empregados, pois a correlação entre tempos e modos não se deu de maneira harmônica, fugindo à norma da língua padrão. Verifica-se articulação adequada em

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a)

b)

c)

d)

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e)

Gabarito: D Resolução/Comentário: O texto do quadro apresenta adequação e correlação entre os tempos e modos verbais empregados. Localização do Conteúdo – Apostila 3 – Aula 12 – Verbos II – Correlação entre tempos e modos verbais Texto para as próximas 3 questões:

Autor não encontrado Olá, a coluna desta segunda-feira infelizmente não foi enviada pelo autor. Quem está escrevendo agora é a editora desse caderno, que precisou preencher em cima da hora o buraco que o Gregório deixou, por não ser um bom profissional. Toda semana, recebemos o texto em cima do laço. Diagramadores, editores, revisores, todos sofrem. Já pedimos algumas vezes que ele se programasse para mandar o texto com antecedência, mas ele ora pede desculpas e diz que está passando por maus bocados "em casa com a patroa" (sic) ora pede que "parem de me encher, eu sou um artista livreeee" (sic). […] Nesta semana, foi diferente. Gregório disse que não mandaria o texto pois estava muito "pegado de trabalho" (sic). Descobrimos através do seu Instagram que ele está na Grécia. Uma foto dos seus pés na areia revela que ele estaria "recarregando as baterias". Por isso, precisei escrever a coluna no lugar dele. Pedi a Natália que ilustrasse a coluna com um desenho bem horroroso do seu rosto, enquanto eu tento replicar seu estilo. É fácil de imitar: em geral a adversativa vem introduzida por dois pontos. A temática também é sempre a mesma: basta aproveitar este espaço pra divulgar causas pessoais e se autopromover. Seguinte: tô vendendo um Corsa 2003 sedan, quatro portas, única dona. Favor ligar para a Folha e tratar com Heloísa Helvécia.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2014/06/1470849-autor-nao-encontrado.shtml. Acesso em 28/06/2014. 11. (C6, H18) O título é, geralmente, um elemento estratégico para a articulação de ideias do texto, pois, quando

avaliado em primeiro plano, pode orientar a leitura para uma determinada interpretação. Admitindo-se essa lógica, para o texto em análise seria correto considerar que

a) o título busca valorizar as citações textuais sobre a falta de referências quanto à localização geográfica do autor.

b) o título não cumpre com a função de antecipar uma interpretação lógica, já que a localização geográfica do autor é apresentada na composição.

c) sem a estrutura de título, o texto não pode ser interpretado de forma coerente. d) os elementos apresentados no título não se relacionam de nenhuma maneira com a exposição que segue. e) a expressão “Autor não encontrado” revela a tentativa da editoria em ocultar a localização geográfica do

colunista. Gabarito: B Resolução/Comentário: No texto, o colunista é apresentado, pelo título, como um autor “não encontrado”; no entanto, ao longo da exposição da editora, revela-se que ele estaria em visita à Grécia. “Descobrimos através do seu Instagram que ele está na Grécia. Uma foto dos seus pés na areia revela que ele estaria "recarregando as baterias". Dessa forma, o título não tratou de orientar uma compreensão coerente em relação às ações expostas na sequência. A questão solicitava a análise do título a partir dessa lógica. 12. (C5 , H16) No texto, a editora usa a ausência de Gregório como justificativa para sua escrita no momento.

Observando que a produção publicada naquela seção jornalística relaciona-se a uma escrita de periodicidade semanal, que contempla abordagens particulares sobre o colunista e apresenta um estilo de linguagem bastante pessoal, seria possível classificar o texto divulgado nesse espaço como

a) uma notícia b) um editorial c) uma crônica d) um apólogo e) um diário

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Gabarito: C Resolução/Comentário: A crônica é um gênero textual comumente publicado em suportes jornalísticos; o cronista costuma escrever com uma periodicidade determinada para esse suporte (uma vez por semana, no caso de jornais e revistas), e cativa os leitores por seu estilo de linguagem, e pelas recorrências temáticas – que se associam a abordagens particulares (preferências, experiências de vida etc.). 13. (C7 , H23) Em algumas passagens do texto, é possível observar a utilização, entre parênteses, do advérbio

latino “SIC”. O termo tem como principal objetivo mostrar ao leitor que foi "exatamente assim" que a palavra ou frase foi exposta pelo autor. Em “Autor não encontrado”, seria possível avaliar ainda que esse advérbio teria sido empregado com o propósito de

a) distanciar a voz da editora das opiniões do colunista, demonstrando, assim, certa reprovação dela para os comportamentos dele.

b) aproximar a voz do colunista das opiniões expostas pela editora, evidenciando concordância de pensamento entre os dois.

c) garantir que o espaço do colunista fosse ocupado com suas próprias exposições, ainda que ele não tivesse escrito um novo texto.

d) demonstrar que as exposições do colunista apresentam desvios gramaticais de ordem sintática que não foram alterados pela editora.

e) esclarecer que a linguagem usada pelo colunista pertence à variedade de gíria. Gabarito: A Resolução/Comentário: Ao empregar o “sic”, a editora parece reprovar alguns comportamentos/concepções do colunista que já podem ser analisados a partir de suas próprias falas. 14. (C4; H12)

LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso; Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa; Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.

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A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no

poema. b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas

pelos adjetivos do poema. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura,

expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado

pelos adjetivos usados no poema. e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela

expressão da moça e pelos adjetivos do poema. Gabarito: C Resolução/Comentário: Expressões como “serenidade”, “moderada”, “rara”, “suave” e “repouso comedido” dão a ideia de sobriedade e equilíbrio proposta pela imagem. Leia a tirinha reproduzida abaixo, para responder às próximas duas questões.

15. (C7; H21) A comicidade no quadrinho acima decorre da oposição entre a) a vaidade de uma personagem à modéstia da outra. b) a ignorância de uma à sabedoria da outra. c) o egocentrismo de uma ao desprendimento da outra. d) o senso de realidade de uma ao idealismo da outra. e) a esperteza de uma à ingenuidade da outra. Gabarito: D Resolução/Comentário: É clara a oposição entre a realidade e o idealismo entre os personagens. 16. (C8; H27) Acerca das estruturas gramaticais da tirinha acima, é correto afirmar que a) não há elementos implícitos. b) todos os verbos estão no modo indicativo. c) o verbo “experimentar” está conjugado no imperativo da 3ª pessoa do singular. d) no primeiro quadra, observa-se uma relação condicional. e) houve transgressão à regra quanto à uniformidade de tratamento. Gabarito: E Resolução/Comentário: O verbo “experimentar” está na 2ª pessoa do singular imperativo afirmativo, porém, este verbo foi utilizado fazendo referência a “você”.

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17. (C1 ; H4) Eis o poema:

Uma educação pela pedra: por lições; para aprender da pedra, frequentá-la; captar sua voz inenfática, impessoal (pela dicção ela começa as aulas). A lição de moral, sua resistência fria ao que flui e a fluir, a ser maleada; a de poética, sua carnadura concreta; a de economia, seu adensar-se compacta: lições da pedra (de fora para dentro, cartilha muda), para quem soletrá-la.

Outra educação pela pedra: no Sertão de dentro para fora, e pré-didática). No Sertão a pedra não sabe lecionar, e se lecionasse não ensinaria nada; lá não se aprende a pedra: lá a pedra, uma pedra de nascença, entranha a alma.

MELO NETO, João Cabral de. A Educação pela Pedra. In: Poesia Completa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979 Pode-se dizer que a leitura do poema a) contrapõe, no plano social, duas lições: aquela que se aprende na escola e com os livros (de fora para dentro)

e aquela que é inerente ao homem do sertão (de dentro para fora). b) conecta-o ao apuro formal, já que a construção se dá pela isometria e pelo uso de rimas assonantes

(maleada/compacta; nada/alma) c) alinha-se com a proposta social do Modernismo, que não se desliga da observação do homem e do meio em

que ele (sobre)vive, avaliando suas dificuldades, seus anseios, dores, aflições e conquistas. d) admite que as educações ligam-se ao arbítrio do homem, que poderá fazer a opção entre a “voz inenfática” de

uma educação formal e uma outra, seu contrário, “pré-didática”. e) propõe uma discussão filosófica acerca das lições de moral, de economia e de poética – todas elas alinhando-

se à educação por que o sertanejo anseia. Gabarito: A Resolução/Comentário: O poema cabralino expõe duas realidades distintas no que diz respeito à educação – ou modo de vida, de sobrevivência. O modo de vida acadêmico (escola) e o modo de aprendizado no dia a dia, enfrentando as dificuldades sertanejas. 18. (C5 ; H16)

Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí.

CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002. O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso. b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente. c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência. d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto. e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada. Gabarito: D Resolução/Comentário: A referência aos anos de chumbo – opressão, truculência, medo – são evidentes, expressas em expressões como “morcegos”, “cabras malignas”, “hienas infiltradas”, “porco belicoso”.

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19. (C4; H14) A música pode ser definida como a combinação de sons ao longo do tempo. Cada produto final oriundo da infinidade de combinações possíveis será diferente, dependendo da escolha das notas, de suas durações, dos instrumentos utilizados, do estilo de música, da nacionalidade do compositor e do período em que as obras foram compostas.

Figura 1 - http://images.quebarato.com.br/photos/big/2/D/15A12D_2.jpg.

Figura 2 - http://ourinhos.prefeituramunicipal.net/dados/fotos/2009/07/07/normal. Figura 3 - http://www.edmontonculturalcapital.com/gallery/edjazzfestival/JazzQuartet.jpg.

Figura 4 - http://www.filmica.com/jacintaescudos/archivos/Led-Zeppelin.jpg.

Das figuras que apresentam grupos musicais em ação, pode-se concluir que o(os) grupo(s) mostrado(s) na(s) figura(s) a) 1 executa um gênero característico da música brasileira, conhecido como chorinho. b) 2 executa um gênero característico da música clássica, cujo compositor mais conhecido é Tom Jobim. c) 3 executa um gênero característico da música europeia, que tem como representantes Beethoven e Mozart. d) 4 executa um tipo de música caracterizada pelos instrumentos acústicos, cuja intensidade e nível de ruído

permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis. e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante, uma vez que as possibilidades de combinações

sonoras ao longo do tempo são limitadas. Gabarito: A Resolução/Comentário: A figura 1 apresenta uma formação musical característica do chorinho, com violão, bandolim, cavaquinho e percussão. A figura 2 apresenta um quarteto de cordas, para o qual valeria a descrição constante da alternativa C. A figura 3 apresenta um trio de jazz e a 4, um conjunto de rock-and-roll. São Paulo, 10 de março de 1867.

Estamos em plena quaresma. A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais

do confessionário e do jejum. A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado. A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da

população, e desce quase a zero na pauta dos preços. O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos

crimes e o montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que depois delas continuam com imperturbável regularidade.

É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras. E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e que andas

religiosidades? O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência? O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada,

honesta e virtuosa? Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria

com o exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação. De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na

aparência?

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Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?

Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.

(Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.) * Iguaria constituída de brotos de abóbora guisados, geralmente servida como acompanhamento de assados. 20. (C7 ; H22)

A cambuquira e o bacalhau afidalgam-se no mercado.

Ao empregar o verbo “afidalgar-se” (tornar-se fidalgo, enobrecer; assumir ares de fidalgo, tornar-se distinto), os autores do texto sugerem, com bom humor, que a cambuquira e o bacalhau a) são muito pouco encontrados no comércio para compra. b) são alimentos venerados e honrados por sua reconhecida fidalguia. c) tornam-se, no período, produtos de grande procura e preços elevados. d) não podem ser consumidos pela população plebeia. e) são considerados iguarias que agradam ao imperador e à nobreza. Gabarito: C Resolução/Comentário: [A] Eram produtos comuns no dia a dia das pessoas que encareciam e rareavam nos mercados por conta da

quaresma. [B] Eram alimentos populares facilmente encontrados nos mercados, mas isso só não acontecia nos dias da

quaresma. [C] Correta. Afidalgar era o termo utilizado para dizer que esses produtos encareciam e se tornavam muito

procurados, por ser uma das poucas coisas que se podia comer nos dias da quaresma católica. [D] Eram produtos alimentícios extremamente populares. [E] Se agradava a todos, não dá para perceber através dos indicativos que o texto oferece, afinal não se trata de

um texto sobre culinária, mas sim de uma crítica a um costume religioso e político cultivado no Brasil em meados do século XIX.

Os donos da comunicação Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação

duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas.

Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei. O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que sabem?

Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas.

(Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.) 21. (C8; H26) No último período do texto, a discrepância dos possessivos teu e tua (segunda pessoa do singular)

com relação ao pronome de tratamento você (terceira pessoa do singular) justifica-se como a) possibilidade permitida pelo novo sistema ortográfico da língua portuguesa. b) um modo de escrever característico da linguagem jornalística. c) emprego perfeitamente correto, segundo a gramática normativa. d) aproveitamento estilístico de um uso do discurso coloquial. e) intenção de agredir com mau discurso os donos da comunicação. Gabarito: D Resolução/Comentário: O uso simultâneo de pronomes de segunda e terceira pessoas do singular (“teu”, “tua”, “você”) sugere a oralidade, o uso informal da linguagem com que Millôr Fernandes constrói o seu texto.

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O silêncio é a matéria significante por excelência, um continuum significante. O real da comunicação é o silêncio. E como o nosso objeto de reflexão é o discurso, chegamos a uma outra afirmação que sucede a essa: o silêncio é o real do discurso. O homem está “condenado” a significar. Com ou sem palavras, diante do mundo, há uma injunção à “interpretação”: tudo tem de fazer sentido (qualquer que ele seja). O homem está irremediavelmente constituído pela sua relação com o simbólico. Numa certa perspectiva, a dominante nos estudos dos signos, se produz uma sobreposição entre linguagem (verbal e não-verbal) e significação. Disso decorreu um recobrimento dessas duas noções, resultando uma redução pela qual qualquer matéria significante fala, isto é, é remetida à linguagem (sobretudo verbal) para que lhe seja atribuído sentido. Nessa mesma direção, coloca-se o “império do verbal” em nossas formas sociais: traduz-se o silêncio em palavras. Vê-se assim o silêncio como linguagem e perde-se sua especificidade, enquanto matéria significante distinta da linguagem.

(Eni Orlandi. As formas do silêncio, 1997.) 22. (C8 ; H27) Na oração do 4º parágrafo – [...] para que lhe seja atribuído sentido. –, o pronome “lhe” substitui a

expressão a) um recobrimento. b) uma redução. c) linguagem e significação. d) qualquer matéria significante. e) o silêncio. Gabarito: D Resolução/Comentário: É correta a opção [D], pois a substituição do pronome oblíquo ”lhe” pelo trecho “qualquer matéria significante” não altera o sentido original da frase e mantém coerência com a tese da autora: “… resultando uma redução pela qual qualquer matéria significante fala, isto é, é remetida à linguagem (sobretudo verbal) para que seja atribuído sentido a qualquer matéria significante. 23. (C6 ; H19) Para alguns estudiosos do uso da linguagem, quando produzimos um texto em qualquer gênero

discursivo, precisamos decidir se teremos de narrar algum acontecimento, expor ideias, argumentar, descrever alguma situação ou cena, dar instruções ou ordens.

ABAURRE. M. Luiza, PORTUGUÊS, contexto, interlocução e sentido. Moderna, 2008. Em cada um dos casos descritos acima,

a) a seleção das estruturas linguísticas específicas é necessária para caracterizar a intencionalidade discursiva nos enunciados.

b) a participação dos interlocutores é dispensável para a caracterização do gênero produzido em um contexto interativo.

c) o contexto de circulação dos gêneros deve ser comum a todos os tipos textuais para a construção de sentido nos textos produzidos.

d) a linguagem deverá seguir a forma culta, uma vez que os gêneros textuais em uso interativo são restritos às normas gramaticais.

e) o uso se fará por meio de tipologias, manifestações textuais, em contexto de interação, que se materializam em suportes.

Gabarito: A Resolução/Comentário: Quando produzimos um texto em qualquer gênero discursivo, precisamos decidir o objetivo do enunciado produzido. Assim, a seleção das estruturas linguísticas específicas é necessária para caracterizar a intencionalidade discursiva nos enunciados.

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24. (C7 ; H22)

ABAURRE. M. Luiza, PORTUGUÊS, contexto, interlocução e sentido. Moderna, 2008.

Os filmes ilustrados acima trazem a menção de dois gêneros textuais que se

a) aproximam a partir de interlocutores presentes em condição de interação social. b) distanciam por causa da linguagem rebuscada fundamentada na norma padrão. c) distanciam por haver estrutura predominantemente em prosa e com marcação temporal. d) aproximam por causa do caráter subjetivo presente na linguagem e na intenção discursiva. e) aproximam tendo em vista o suporte utilizado para a garantia do contexto de circulação. Gabarito: D Resolução/Comentário: Tanto no gênero textual “diário” quanto no gênero “carta”, o caráter subjetivo se faz presente na linguagem e na intenção discursiva. Em ambos os gêneros, é possível encontrar essa característica. 25. (C8 ; H27) Não é raro ouvirmos frases como:

“Se você supor x = y” (em vez “supuser”), “Se o jornal prever tempo bom, viajaremos” (em vez de “previr”). Linguisticamente ocorrências dessa natureza podem ser explicadas

a) pelo baixo nível de ensino no país e pela dificuldade de seus falantes em relação à Língua Portuguesa. b) pela dificuldade que estudantes brasileiros possuem para ter acesso a ensino de qualidade. c) pela falta do devido conhecimento das regras de conjugação de verbos, principalmente do futuro do

subjuntivo. d) pela normal confusão que se faz entre o futuro do subjuntivo e o presente do indicativo. e) pela semelhança nos verbos regulares entre o futuro do subjuntivo e o infinitivo flexionado, fato que não ocorre

em muitos verbos irregulares. Gabarito: E Resolução/Comentário: Na maioria dos verbos, o futuro (subj) é igual ao nome do verbo. Considere a peça publicitária abaixo para responder à próxima questão.

26. (C8 ; H27) Acerca da estrutura linguística da publicidade, é possível afirmar que a) ocorre um desvio quanto à norma culta, porque as formas pronominais empregadas não correspondem à

uniformidade exigida por ela. b) o texto verbal, como um todo, atende à norma culta. c) a forma verbal “escolha” (canto superior direito) encontra-se na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. d) “erros de português” em peças publicitárias são inaceitáveis, uma vez que comprometem o entendimento

desses textos.

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e) A frase “A Claro lhe deixa 24h conectado. Monta teu plano sob medida” está adequada ao padrão culto da língua portuguesa.

Gabarito: A Resolução/Comentário: Sujeito do verbo “montar”, 3ª pessoa singular “você”, não encontra correspondência com o oblíquo “Te”. 27. (C2, H21) Observe atentamente a imagem:

Disponível em http://espina-roja.blogspot.com.br/2011/04/el-mecanico-de-fernand-leger.html

Fernand Léger (1881-1995) foi um dos mais destacados pintores de sua época. Os seus quadros apresentam a realidade marcada por formas com volumetrias bem marcadas, mas de maneira simples, reduzidas a planos primários, como cilindros, retângulos, cones. Fascinado pela civilização industrial do século passado, via na representação mecânica do movimento uma forma quase definitiva de arte. O quadro em questão, O Mecânico, encontra eco na literatura. Qual alternativa melhor expressa, em palavras, o que Fernand Léger propôs, em imagem? a)

(Augusto de Campos)

b)

(José Lino Grünewald)

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c)

(Augusto de Campos)

d)

(EugenGomringer)

e)

(José Lino Grünewald)

Gabarito: B Resolução/Comentário: A alternativa B demonstra bem a ideia “mecânica de movimento” (ir e vir, indefinidamente). 28. (C4, H12) Observe as imagens:

Disponível em http://gabrielszoke.wordpress.com/

A ilustração à esquerda, intitulada “Adolf, o super-homem, engole ouro e desafina”, de 1932, tem como autor o alemão John Heartfield. A outra ilustração, do sírio Firas Al Katheeb, é de 2009, e tem como título “Obama-Joker”. Pode-se dizer que ambas as obras a) valem-se da estratégia que contraria a iconoclastia, utilizando o mesmo recurso da ridicularização e da crítica

social sobre dois líderes políticos de épocas distintas. b) expressam, cada uma a seu modo, através da fotomontagem, a visão pessimista sobre o mundo atual,

marcado pelo pós-guerra e pela consequência de políticas externas dos dois países – Alemanha e Estados Unidos.

c) revelam o acentuado deboche sobre os líderes políticos, considerando suas épocas e expondo referências à contemporaneidade.

d) contradizem a proposta modernista da arte – ou seja: abdicam da crítica em nome de uma fortuita alusão às discussões contemporâneas.

e) semeiam a discussão acerca da utilidade da arte, sendo uma delas a expressão do humor como forma de exclusivo entretenimento.

Gabarito: C Resolução/Comentário: Ambas as ilustrações debocham de líderes mundiais – cada um à sua época. Tanto Hitler quanto Obama são expostos à ironia e ao sarcasmo, e os artistas utilizam-se de elementos da contemporaneidade para expressar isso.

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29. (C3 ; H10 ) Quanto ao esporte educacional, a tendência é valorizar o jogo como instrumento para desenvolver atividades de cooperação, companheirismo e autossuperação. Este conceito se aplica aos

a) jogos cooperativos b) jogos competitivos c) jogos Pan Americanos d) jogos escolares e) jogos lúdicos Gabarito: A Resolução/Comentário: Os jogos cooperativos têm como características principais o companheirismo, a cooperação e a autossuperação, o que não conseguimos identificar nas outras categorias esportivas. 30. (C5 ; H15 e 16)

(CAMPEDELLI, Samira Y.Poesia Marginal dos Anos 70, p.29 ) Observe o poema-cartaz abaixo e marque a assertiva que melhor se aplica: a) A data expressa não é relevante, auxilia apenas a dar uma forma diferente ao texto. b) As marcas apenas ilustram a data, não sendo relevantes para entendermos o contexto do texto. c) A data poderia ser outra, pois o sentido é expresso através das marcas utilizadas. d) As marcas e a data questionam a independência do país. e) Tanto as marcas quanto a data são relevantes, mas poderíamos ter o mesmo sentido com outras marcas e

outra data, já que o propósito do texto é meramente ilustrativo. Gabarito: D Resolução/Comentário: Todo signo pode ser carregado de significados, convencionais ou não, dependendo do contexto e da intencionalidade do emissor. Analisando a data e os signos representados no poema-cartaz, é possível afirmar que ambas as escolhas foram propositais. 31. (C5 ; H15 e16) Leia atentamente o trecho abaixo, retirado da obra O cortiço, de Aluisio Azevedo. “O pátio estava quase cheio; ninguém mais se entendia; todos davam e todos apanhavam (...) E o rolo a ferver lá fora, cada vez mais inflamado com um terrível sopro de rivalidade nacional (...) De vez em quando, o povaréu, que continuava a crescer, afastava-se em massa, rugindo de medo, mas tornava logo, como a onda no refluxo dos mares. A polícia apareceu e não se achou com ânimo de entrar, antes de vir um reforço de praças, que um permanente fora buscar a galope.” A leitura do excerto acima permite perceber que o Naturalismo a) possui um determinismo que buscou valorizar a arte pela arte, em que a expressão se sobrepõe às ideias do

artista. b) busca uma volta ao passado, na criação de suas personagens. c) faz uso da idealização dos espaços onde as histórias são construídas, mostrando que o homem não é produto

do meio. d) Compreendeu que a obra de arte deve apresentar um efeito moralizador sobre a realidade que apresenta.

Aborda com frequência as mazelas sociais. e) Apresenta uma arte que se preocupa em criar personagens perfeitos, sem defeitos físicos ou morais. Gabarito: D Resolução/Comentário: O Naturalismo manifestou uma arte que criticava a condição humana e não a sua idealização. Mostrou o homem em decadência, personagens marginalizados em espaços depreciados.

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32. (C5 ; H16)

“ Ode Triunfal”

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos. De vos ouvir demasiadamente de perto. E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressões de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas. ( ... ) Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!

- Álvaro de Campos-

O trecho do poema lido, de Álvaro de Campos, heterônimo do poeta português Fernando Pessoa, e a imagem de Giacomo Balla, pintor italiano, possuem características do movimento de vanguarda europeia denominado a) Surrealismo b) Dadaísmo c) Cubismo d) Expressionismo e) Futurismo Gabarito: E Resolução/Comentário: Os dois textos carregam influências do Futurismo. 33. (C7; H21) Observe com atenção.

A quebra da expectativa sugere, no quadro, o efeito de comicidade. Isso ocorre porque um dos personagens a) apresenta argumentos contrários à contratação de novos funcionários para a empresa. b) toma as palavras “coloca meu marido no lugar do seu sócio” de forma denotativa. c) manifesta o desejo de também morrer e ser sepultado tal qual o sócio. d) compreende a proposta de substituição do sócio por funcionário novo, porém experiente. e) decide deixar a contratação do novo funcionário por conta da funerária. Gabarito: B Resolução/Comentário: O humor decorre do fato de o pai tomar as palavras da filha de forma denotativa, ou seja, literal: colocar o genro “ainda vivo” no caixão, no lugar do sócio e enterrá-lo, caracterizando a indiferença que sente pelo marido da filha. Localização do Conteúdo – Apostila 3 – Interpretação de Texto I – Aula 11 – Denotação e Conotação

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34. (C7 – H23)

O cartum leva o leitor a concluir que a) os vizinhos do segundo andar, incomodados com a música alta, pedem ajuda ao inquilino do terceiro para

que, juntos, possam reclamar. b) os vizinhos do segundo andar, incomodados com a música alta, se vingam do andar de cima, pois se eles não

têm paz, ninguém vai ter. c) o morador do primeiro andar pretende incomodar intencionalmente os outros moradores, fazendo uso de uma

caixa de som amplificador. d) ainda que divertido, o cartum menospreza o gênero rock, por seu som pesado nem sempre aprovado por

todos, dando a entender que outros ritmos seriam mais apropriados. e) as pessoas estão propensas a se basear em estereótipos, supervalorizando as aparências e suprimindo

o diálogo. Gabarito: E Resolução/Comentário: Os moradores do segundo andar julgam o morador do último andar a partir da aparência dele: acreditam que faça o barulho ensurdecedor, porque não esperam tal comportamento de idosos. Localização do conteúdo – Apostila 2 – Interpretação de Texto I – Aula 7 – Pressupostos e subentendidos 35. (C5; H15)

Ai, palavras, ai, palavras que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida principia a vossa porta: o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! Com letras se elabora... E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil, frágil, como o vidro e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam...

MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).

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O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem: a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras. b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras. c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida. d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças. e) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos. Gabarito: B Resolução/Comentário: As palavras são, segundo o poeta, a raiz de tudo, do “sentido da vida” à “liberdade das almas” – daí sua importância, e de seu significado. 36. (C7 , H23) Dados os textos:

Sonho provocado pelo voo de uma abelha em torno de uma romã, um segundo antes de acordar, de Salvador Dalí,

1944. Disponível em http://www.naturale.med.br/artes/5_um_cafe_com_salvador_dali.html SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se pretende exprimir, quer verbalmente, quer por escrito, quer por qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de qualquer controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral.

CHIPP, Herschel B. Teorias da Arte Moderna.São Paulo: Martins Fontes,1999. P.417. Com base nos ideais defendidos pelo Surrealismo e ilustrados pela pintura acima, de um das maiores referências surrealistas, Salvador Dali, assinale a alternativa cujos versos melhor expressariam o automatismo psíquico e a proposta onírica da arte surrealista. a) Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.

Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármore luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.

(Alberto de Oliveira)

b) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias)

c) Os rios que eu encontro vão seguindo comigo. Rios são de água pouca, em que a água sempre está por um fio. Cortados no verão que faz secar todos os rios.

(João Cabral de Mello Neto)

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d) João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(Manuel Bandeira)

e) Mamãe vestida de rendas Tocava piano no caos. Uma noite abiu as asas Cansada de tanto som, Equilibrou-se no azul, De tonta não mais olhou Para mim, para ninguém! Cai no álbum de retratos.

(Murilo Mendes) Gabarito: E Resolução/Comentário: A ideia metafórica de “equilibrar-se no azul” e “cair no álbum de retratos” remete o leitor a uma aura de sonho, de imaginação, de delírio – algo típico do que se propõe na arte surrealista. 37. (C4 , H12) Leia os textos: Texto I Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica, mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplicio Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.

BILAC, Olavo. A Um poeta. In: Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1996. Texto II Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, peão (...) Vamos brincar de poesia?

PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 2011. O poema de José Paulo Paes faz parte de um ideal literário contemporâneo, enquanto os versos de Olavo Bilac representam o academicismo que por muito fundamentou a arte literária, em fins do século XIX. Com base na leitura dos textos, é possível afirmar que, em comum a) negam o rigor e o convencionalismo estético e pregam a espontaneidade criativa. b) recorrem à metalinguagem na defesa de diferentes concepções quanto ao fazer poético. c) abolem o caráter discursivo dos versos ao apostar na síntese poética e no humor. d) utilizam as formas fixas e a versificação clássica no objetivo primeiro da arte pela arte. e) defendem a concepção artística autêntica e a apropriação dos elementos prosaicos. Gabarito: B Resolução/Comentário: Ambos os textos são fundamentados na metalinguagem – ou seja: a linguagem tendo a si mesma como objeto, direção. No primeiro texto, o poeta – como um frade beneditino, dedicado – escreve um poema. No segundo texto, o poeta fala do próprio ato de fazer poesia, como se fosse brincar.

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38. (C7 , H23) Observe o trecho:

“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.

(...) O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra (...)”

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Ática, 1976 Agora observe a ilustração O LAVRADOR DE CAFÉ, de Cândido Portinari:

Disponível em http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCafe.html

Afirma-se corretamente que a) no texto naturalista predomina a visão coletivista e urbana do meio social. A linguagem, embora descritivista,

utiliza elementos sensoriais (auditivos, visuais), muito comuns ao Simbolismo, estética literária posterior ao Naturalismo.

b) a ilustração de Portinari revela uma etapa de transição entre o Brasil dezenovista e o novo Brasil, pós-moderno, marcado pela indústria cafeeira. Assemelha-se, literariamente, ao Modernismo.

c) a figura do afrodescendente aparece tanto no texto naturalista quanto na concepção pictórica, como indivíduo marginalizado, solitário.

d) a utilização metafórica exagerada compromete a verossimilhança proposta pelo Realismo e suas extensões – no caso, a literatura naturalista.

e) expressões como “ensarilhavam-se discussões e rezingas” são típicas da literatura simbolista, que explora o vocabulário mais erudito, menos popular.

Gabarito: A Resolução/Comentário: No trecho “(...) o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se.” É possível comprovar a afirmação contida na alternativa A.

Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis companheiros de D. João I.

Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

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39. (C8 ; H27) O pronome "ela" da frase "Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções", refere-se a

a) “desmedida ambição”. b) “Casa de Avis”. c) “esta burguesia”. d) “ameaça castelhana”. e) “Rainha Leonor Teles”. Gabarito: C Resolução/Comentário: O pronome “ela”, transcrito na frase do enunciado, já havia sido usado no período anterior (“ Fora ela quem … cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana”) associado à mesma expressão: “esta burguesia”.

40. (C6; H18) O texto tem o objetivo de solucionar um problema social, a) descrevendo a situação do país em relação à gripe suína. b) alertando a população para o risco de morte pela Influenza A. c) informando a população sobre a iminência de uma pandemia de Influenza A. d) orientando a população sobre os sintomas da gripe suína e procedimentos para evitar a contaminação. e) convocando toda a população para se submeter a exames de detecção da gripe suína. Gabarito: D Resolução/Comentário: O objetivo do texto é orientar a população tanto sobre os sintomas da gripe suína, conforme se vê na enumeração após a passagem “apresenta os seguintes sintomas”, como sobre os procedimentos para evitar a contaminação. 41. (C9; H28) A partir da metade do século XX, ocorreu um conjunto de transformações econômicas e sociais cuja

dimensão é difícil de ser mensurada: a chamada explosão da informação. Embora essa expressão tenha surgido no contexto da informação científica e tecnológica, seu significado, hoje, em um contexto mais geral, atinge proporções gigantescas. Por estabelecerem novas formas de pensamento e mesmo de lógica, a informática e a Internet vêm gerando impactos sociais e culturais importantes. A disseminação do microcomputador e a expansão da Internet vêm acelerando o processo de globalização tanto no sentido do mercado quanto no sentido das trocas simbólicas possíveis entre sociedades e culturas diferentes, o que tem provocado e acelerado o fenômeno de hibridização amplamente caracterizado como próprio da pós- modernidade.

FERNANDES, M. F.; PARÁ, T. A contribuição das novas tecnologias da informação na geração de conhecimento. Disponível em: http://www.coep.ufrj.br.

Acesso em: 11 ago. 2009 (adaptado).

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Considerando-se o novo contexto social e econômico aludido no texto apresentado, as novas tecnologias de informação e comunicação a) desempenham importante papel, porque sem elas não seria possível registrar os acontecimentos históricos. b) facilitam os processos educacionais para ensino de tecnologia, mas não exercem influência nas ciências

humanas. c) limitam-se a dar suporte aos meios de comunicação, facilitando, sobretudo, os trabalhos jornalísticos. d) contribuem para o desenvolvimento social, pois permitem o registro e a disseminação do conhecimento de

forma mais democrática e interativa. e) estão em estágio experimental, particularmente na educação, área em que ainda não demonstraram potencial

produtivo. Gabarito: D Resolução/Comentário: O objetivo do texto é orientar a população tanto sobre os sintomas da gripe suína, conforme se vê na enumeração após a passagem “apresenta os seguintes sintomas”, como sobre os procedimentos para evitar a contaminação. 42. (C 3 ; H 11 ) “Dar um sentido, uma qualidade a esta terceira etapa da existência, revalorizar as pessoas da Terceira Idade ante seus próprios olhos e os da comunidade, reintegrá-las ao jogo das relações sociais, têm sido, na história das sociedades modernas, fontes de importantes iniciativas.”

(LORDA, 2001,p:36) O texto faz referência à Terceira Idade. Com relação a esta, fisiologicamente, é correto afirmar que a) não ocorre a diminuição do tônus muscular. b) ocorre o aumento do tônus muscular. c) diminui o tônus muscular e a força. d) aumenta a flexibilidade. e) diminui a força e aumenta o tônus muscular. Gabarito: C Resolução/Comentário: Com a chegada da terceira idade, é notório que há um desgaste físico muito grande do organismo. Assim, este não reage da mesma forma como na outras fases da vida, ocasionando limitações de movimento, como também um gasto maior de tempo para realizarmos algumas atividades que antes fazíamos com mais destreza e facilidade. Isso ocorre, principalmente, por conta da diminuição do tônus muscular e da força. 43. (C7 ; H21)

BROWNE, C. Hagar, o horrível. Jornal O GLOBO,

Segundo Caderno. 20 fev. 2009. A linguagem da tirinha revela a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas. b) o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua. c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho. d) o uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência. e) a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles. Gabarito: C Resolução/Comentário: O caráter coloquial do texto denuncia-se no uso do imperfeito do indicativo (tinha) para exprimir algo não ocorrido no passado. Para a expressão do irreal do passado, o uso culto da língua recorreria ao imperfeito do subjuntivo (tivesse).

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Canção do vento e da minha vida O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. [...] O vento varria os sonhos E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres. O vento varria os meses E varria os teus sorrisos... O vento varria tudo! E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De tudo.

BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967. 44. (C5 ; H16) Na estruturação do texto, destaca-se a) a construção de oposições semânticas. b) a apresentação de ideias de forma objetiva. c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo. d) a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. e) a inversão da ordem sintática das palavras. Gabarito: D Resolução/Comentário: A “construção de oposições semânticas” é evidente no contraste entre as duas partes, graficamente distintas, de cada estrofe. Na primeira parte, “o vento varria”, ou seja, esvaziava; na segunda, a vida do eu lírico se Enchia. 45. (C8 ; H25)

Veja, 7 maio 1997.

Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a questão das atividades linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessário a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da língua. b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na comunicação oral e escrita. c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com adequação,

eficiência e correção. d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se tratando da modalidade

escrita.

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e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da língua para se expressar com alguma segurança e sucesso.

Gabarito: D Resolução/Comentário: O comentário manuscrito contém uma desrecomendação da prática de os jovens escreverem como falam.