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Goiânia, _____ de _____________________ de 2016. Aluno(a): _______________________________________________nº:_____ Data de entrega: 15/02/2016 Data de devolução: 29/02/2016 LISTÃO - ENEM 1 Linguagens e Matemática Rua 18 nº 186 - centro fone: (62)3217-6000 www.colegiodecisao.com.br Proposta de Redação TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 Instruções Você deve desenvolver um dos gêneros oferecidos nas propostas de construção textual. O tema é único para os três gêneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. O texto deve ser redigido em prosa. A fuga do tema ou cópia da coletânea anula a redação. A leitura da coletânea é obrigatória. Ao utilizá-la, você não deve copiar trechos ou frases. Quando for necessário, a transcrição deve estar a serviço do seu texto. Independentemente do gênero escolhido, o seu texto NÃO deve ser assinado. Tema Tecnologia digital: ferramenta de emancipação ou ameaça à liberdade de expressão? Coletânea 1. O governo deve monitorar os cidadãos? NÃO Já somos monitorados demais Membros da Al-Qaeda devem ter ficado satisfeitos em saber que, sob o pretexto de combater o terrorismo, o governo americano instalou uma ampla rede de espionagem por meio do monitoramento geral e indiscriminado de seus próprios cidadãos. Essa bisbilhotagem poderá causar mais estragos do que uma bomba. Certamente existirão os abusos, bastando lembrar que o governo americano que espiona "para o bem" é o mesmo que atiça a fiscalização tributária contra seus opositores e que vasculha ligações telefônicas de jornalistas. Ainda que sem os inevitáveis abusos, a própria democracia será atingida, uma vez que a intimidade é um elemento essencial para a dignidade da pessoa humana. Desnudado desse pequeno campo de proteção particular, o cidadão perde a capacidade de se enxergar como um ser único e titular de direitos. Por consequência, também não consegue compreender e respeitar as particularidades do outro. Sem o resguardo da vida privada, não há ambiente para o desenvolvimento livre da personalidade, acabando com o oxigênio vital para a sobrevivência de um Estado democrático. Ações em defesa da intimidade são cada vez mais necessárias no mundo moderno. Hoje, cada um de nossos passos fica registrado: a compra com cartão de crédito, a multa do automóvel, a conversa na rede social, os sites acessados, os números discados. Ao vivermos já somos involuntariamente monitorados. Esse enorme banco de dados pode evidentemente ser utilizado no combate ao crime, mas somente diante de uma fundamentada suspeita contra o cidadão. Buscar um maior poder do Estado no uso da tecnologia para um controle social extremo significa rejeitar a democracia e correr em busca do autoritarismo. É justamente nesse momento em que nossa segurança é ameaçada que devemos nos lembrar de que garantias individuais como a intimidade não representam um entrave a nossa proteção, mas, sim, traduzem a essência de nossa humanidade. J. L. O. L., 47, é advogado criminalista e membro do Instituto dos Advogados de São Paulo. SIM Big Brother e democracia Quando, em 1949, George Orwell escreveu o romance "1984", tratou de uma sociedade futurística, na qual o Estado controlava os cidadãos de maneira absoluta, vigiando-os no mais íntimo de sua privacidade, determinando sua maneira de pensar. Retratou um Estado onipresente, representado pela figura do Big Brother, que tudo via e tudo sabia. Entretanto, "1984" tratava de um regime totalitário. No século 21, o Grande Irmão chegou às democracias. Nas últimas semanas, com a revelação de que o governo dos Estados Unidos estaria reunindo dados a partir de interceptações telefônicas e acessos irregulares a mensagens e contas na internet de milhões de pessoas, o tema do Estado controlador do cidadão voltou à tona. Nenhum direito individual é absoluto. A vida em sociedade requer a mitigação de alguns direitos individuais diante de certas necessidades coletivas, como a segurança. Assim, se as pessoas estiverem sob uma ameaça de significativa gravidade, o Estado pode mesmo violar a privacidade para protegê-las, sob a justificativa do imperativo da segurança. Ao menos nos Estados Unidos, o assunto ainda suscitará discussão. E ali parece razoável que o Estado monitore seus cidadãos para protegê-los. Sob a perspectiva do povo norte-americano, a garantia da segurança coletiva e a proteção aos valores democráticos e aos princípios fundadores de sua nação seriam justificativas plausíveis para limitar liberdades individuais. De fato, algo que diferencia os regimes democráticos dos autoritários é que, no primeiro caso, os serviços secretos protegem o cidadão e estão sob o mais rígido controle do Judiciário e do Legislativo. Também a sociedade civil organizada, com destaque para o papel da imprensa, deve ter essa prerrogativa. Se, no país de Obama, é possível e até aceitável, de acordo com suas leis, que o Estado monitore os cidadãos, no Brasil essa prática encontra limites claros. A Constituição só permite interceptação telefônica para fins de investigação criminal ou instrução processual e apenas com autorização judicial. Seria ingênuo imaginar que, se houver uma determinação de um governo como o dos Estados Unidos, respaldada em leis e em autorização judicial ou legislativa, as informações pessoais de qualquer ser humano pelo globo ficarão a salvo do monitoramento. Na era do conhecimento e da realidade virtual, as pessoas devem estar conscientes de que podem ser objeto de vigilância, legal ou não. O Big Brother está lá, ainda que não gostemos dele.

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Goiânia, _____ de _____________________ de 2016.

Aluno(a): _______________________________________________nº:_____

Data de entrega: 15/02/2016 Data de devolução: 29/02/2016

LISTÃO - ENEM 1 Linguagens e Matemática

Rua 18 nº 186 - centro fone: (62)3217-6000 www.colegiodecisao.com.br

Proposta de Redação

TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 Instruções Você deve desenvolver um dos gêneros oferecidos nas propostas de construção textual. O tema é único para os três gêneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. O texto deve ser redigido em prosa. A fuga do tema ou cópia da coletânea anula a redação. A leitura da coletânea é obrigatória. Ao utilizá-la, você não deve copiar trechos ou frases. Quando for necessário, a transcrição deve estar a serviço do seu texto. Independentemente do gênero escolhido, o seu texto NÃO deve ser assinado. Tema Tecnologia digital: ferramenta de emancipação ou ameaça à liberdade de expressão? Coletânea 1. O governo deve monitorar os cidadãos? NÃO Já somos monitorados demais Membros da Al-Qaeda devem ter ficado satisfeitos em saber que, sob o pretexto de combater o terrorismo, o governo americano instalou uma ampla rede de espionagem por meio do monitoramento geral e indiscriminado de seus próprios cidadãos. Essa bisbilhotagem poderá causar mais estragos do que uma bomba. Certamente existirão os abusos, bastando lembrar que o governo americano que espiona "para o bem" é o mesmo que atiça a fiscalização tributária contra seus opositores e que vasculha ligações telefônicas de jornalistas. Ainda que sem os inevitáveis abusos, a própria democracia será atingida, uma vez que a intimidade é um elemento essencial para a dignidade da pessoa humana. Desnudado desse pequeno campo de proteção particular, o cidadão perde a capacidade de se enxergar como um ser único e titular de direitos. Por consequência, também não consegue compreender e respeitar as particularidades do outro. Sem o resguardo da vida privada, não há ambiente para o desenvolvimento livre da personalidade, acabando com o oxigênio vital para a sobrevivência de um Estado democrático. Ações em defesa da intimidade são cada vez mais necessárias no mundo moderno. Hoje, cada um de nossos passos fica registrado: a compra com cartão de crédito, a multa do automóvel, a conversa na rede social, os sites acessados, os números discados. Ao vivermos já somos involuntariamente monitorados. Esse enorme banco de dados pode evidentemente ser utilizado no combate ao crime, mas somente diante de uma fundamentada suspeita contra o cidadão. Buscar um maior poder do Estado no uso da tecnologia para um controle

social extremo significa rejeitar a democracia e correr em busca do autoritarismo. É justamente nesse momento em que nossa segurança é ameaçada que devemos nos lembrar de que garantias individuais como a intimidade não representam um entrave a nossa proteção, mas, sim, traduzem a essência de nossa humanidade. J. L. O. L., 47, é advogado criminalista e membro do Instituto dos Advogados de São Paulo. SIM Big Brother e democracia Quando, em 1949, George Orwell escreveu o romance "1984", tratou de uma sociedade futurística, na qual o Estado controlava os cidadãos de maneira absoluta, vigiando-os no mais íntimo de sua privacidade, determinando sua maneira de pensar. Retratou um Estado onipresente, representado pela figura do Big Brother, que tudo via e tudo sabia. Entretanto, "1984" tratava de um regime totalitário. No século 21, o Grande Irmão chegou às democracias. Nas últimas semanas, com a revelação de que o governo dos Estados Unidos estaria reunindo dados a partir de interceptações telefônicas e acessos irregulares a mensagens e contas na internet de milhões de pessoas, o tema do Estado controlador do cidadão voltou à tona. Nenhum direito individual é absoluto. A vida em sociedade requer a mitigação de alguns direitos individuais diante de certas necessidades coletivas, como a segurança. Assim, se as pessoas estiverem sob uma ameaça de significativa gravidade, o Estado pode mesmo violar a privacidade para protegê-las, sob a justificativa do imperativo da segurança. Ao menos nos Estados Unidos, o assunto ainda suscitará discussão. E ali parece razoável que o Estado monitore seus cidadãos para protegê-los. Sob a perspectiva do povo norte-americano, a garantia da segurança coletiva e a proteção aos valores democráticos e aos princípios fundadores de sua nação seriam justificativas plausíveis para limitar liberdades individuais. De fato, algo que diferencia os regimes democráticos dos autoritários é que, no primeiro caso, os serviços secretos protegem o cidadão e estão sob o mais rígido controle do Judiciário e do Legislativo. Também a sociedade civil organizada, com destaque para o papel da imprensa, deve ter essa prerrogativa. Se, no país de Obama, é possível e até aceitável, de acordo com suas leis, que o Estado monitore os cidadãos, no Brasil essa prática encontra limites claros. A Constituição só permite interceptação telefônica para fins de investigação criminal ou instrução processual e apenas com autorização judicial. Seria ingênuo imaginar que, se houver uma determinação de um governo como o dos Estados Unidos, respaldada em leis e em autorização judicial ou legislativa, as informações pessoais de qualquer ser humano pelo globo ficarão a salvo do monitoramento. Na era do conhecimento e da realidade virtual, as pessoas devem estar conscientes de que podem ser objeto de vigilância, legal ou não. O Big Brother está lá, ainda que não gostemos dele.

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J. B. G., 38, é advogado e especialista em inteligência de Estado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 15 jun. 2013, p. A3. (Opinião).

2. Zero por cento de segurança Vladimir Safatle "Não é possível ter, ao mesmo tempo, 100% de segurança e 100% de privacidade com inconveniência zero." Com essa frase, digna do cinismo mais patético, o presidente Barack Obama tentou justificar o fato de seu país ter se transformado em um verdadeiro ciber-Estado policial. Graças à imprensa, descobrimos que o governo norte-americano usa o dinheiro dos contribuintes para espionar suas próprias vidas, por meio do monitoramento contínuo de ligações telefônicas e atividades na internet. Mas eles podem ficar tranquilos, pois, como disse Barack, "não vemos o conteúdo das ligações, só a duração e os números". Esta é a sua maneira de glosar o slogan preferido de Bill Clinton: "Fumei, mas não traguei". Julian Assange, o mais conhecido preso político das ditas democracias liberais, já havia advertido: "A internet, nossa maior ferramenta de emancipação, está sendo transformada no mais perigoso facilitador do totalitarismo que já vimos". Com a invenção do fantasma da ameaça terrorista permanente, os Estados democráticos encontraram, enfim, uma justificativa para agirem, de fato, como Estados totalitários, fazendo a Stasi [polícia secreta da antiga Alemanha Oriental], com suas técnicas grosseiras de vigilância, parecer uma brincadeira de criança. Ninguém precisa grampear seu telefone ou colocar um espião na sua cola quando tudo o que você escreve alegremente no Facebook acaba, necessariamente, nas mãos de um iluminado da Agência de Segurança Nacional (NSA). Eu mesmo tenho uma ideia: por que não colocar câmeras de observação nas televisões, em vez de só se focar nos telefones e na internet? George Orwell já demonstrou como essa técnica pode ser eficaz. Mas a boa questão levantada pela frase de Obama é a seguinte: afinal, de onde veio a ideia demente de que precisamos de 100% de segurança? Nunca nos livraremos de jovens desajustados que montam bombas caseiras ou fanáticos empunhando machadinha. Não há absolutamente nada que possamos fazer para evitar isso. Podemos minorar a letalidade dessas pessoas controlando a circulação de armas, e só. O verdadeiro problema é termos chegado à situação de todo um país entrar em pânico quando se associa um crime comum à palavra "terrorismo". Pois, ao tentar realizar o sonho dos 100% de segurança, como se nossa utopia social fosse um paraíso de condomínio fechado, acabamos por acordar no pesadelo de um Estado que vira, ele sim, a fonte da pior das inseguranças. A insegurança da submissão voluntária ao controle contínuo de alguém que reforça sua autoridade alimentando- se de nossos medos. A insegurança do fim da vida privada.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/ 113386-zero-por-cento-de-seguranca.shtml>. Acesso em: 11 nov. 2013.

3. O meu é maior do que o seu Luli Radfahrer Já houve um tempo em que a medição pessoal e comparativa era uma prática deplorável, competitiva, coisa de menino. Não mais. À medida que sensores biométricos deixam hospitais e salas de fisioterapia para serem vendidos como acessórios esportivos, digitais e conectados, o registro do desempenho passa a fazer parte da identidade pessoal.

Aparelhos móveis com sensores de calor, proximidade, movimento e geolocalização podem ser carregados o dia todo próximo a seus usuários, funcionando ao mesmo tempo como agentes de motivação e coletores de informação. Conectados a eles, novos smartphones registram peso, medidas, batimentos cardíacos, mudanças de humor, efeitos de medicação, níveis de atividade física, consumo de água, de café e de calorias em geral. Cada informação, analisada, é armazenada em bases de dados e publicada nas redes sociais. Sob certos aspectos esse novo tipo de exposição vai além de qualquer definição de privacidade. Compartilhar dados íntimos como a qualidade do sono ou o índice de massa corporal com estranhos parece, à primeira vista, uma forma patológica de narcisismo. Por mais que seja inegável uma certa vaidade entre seus usuários, o objetivo dos diários coletivos é outro: o grupo funciona como incentivo e estímulo às conquistas pessoais, que podem ser dos tradicionais redução de peso e aumento de percurso em corrida até ao controle de estresse. O fenômeno, em sua essência, não é completamente novo. Grupos de apoio como os Vigilantes do Peso e os Al - coólicos Anônimos usam há muito tempo o compartilhamento de histórias e o apoio do grupo para ajudar seus membros a superar crises. O que as novas redes ganham com a tecnologia é a comodidade para coletar, armazenar e compartilhar dados com pouco esforço, permitindo que as atividades em grupo sejam feitas à distância, no momento em que for mais conveniente. É um novo estágio para a interação social. Depois da digitalização das cartas por e-mail, das conversas por SMS e mensagens instantâneas, dos pontos de vista por Pinterest e Instagram, dos históricos pessoais e preferências pelo Facebook e dos estados de espírito pelo Twitter, parece ter chegado a vez da atividade física, que de coletiva foi individualizada. Não demorará para que alguns esportes sigam o mesmo caminho. Vivemos em um ambiente cada vez mais cibernético e social, em que as fronteiras entre o físico e o digital e entre o pessoal e o coletivo se tornam cada vez mais difusas. Como nas outras interações virtualizadas, perde-se inten - sidade para ganhar abrangência. Indivíduos que não tinham estímulo para se movimentar agora podem contar com o apoio de um grupo, mesmo que distante, para sair do sofá. As métricas pessoais geradas por esses aparelhos podem ajudar a identificar vícios de postura, problemas de saúde e maus hábitos que talvez passassem despercebidos até que causassem problemas graves. Da mesma forma que as contas e os extratos de banco ajudam a compreender a movimentação financeira, os infográficos gerados por esses dispositivos permitem uma avaliação contínua e sistemática do próprio corpo, o que naturalmente leva a maior autoconhecimento, reflexão e aprendizado. Mais do que vitrine exibicionista ou casa sem cortinas, eles podem servir como um grande espelho que, ao refletir ações, ajude a redefinir identidades.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/tec/57524-o-meu-

e-maior-do-que-o-seu.shtml>. Acesso em: 12 nov. 2013. 4. A revolução do pós-papel André Petry Sócrates, o homem mais sábio de todos os tempos, estava enganado. Com a genial invenção das vogais no alfabeto grego, a escrita estava se disseminando pela Grécia antiga – e Sócrates temia um desastre. Apreciador da linguagem oral, achava que só o diálogo, a retórica, o discurso, só a palavra falada estimulava o questionamento e a memória, os únicos caminhos que conduziam ao conhecimento profundo, à sabedoria. Temia que os jovens atenienses, com o recurso fácil da escrita e da leitura, deixassem de exercitar a memória e, como a palavra escrita não fala,

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perdessem o hábito de questionar. Sua mais conhecida diatribe contra a escrita está em Fedro, de Platão, seu fiel seguidor. Ali, Sócrates diz que a escrita daria aos discípulos “não a verdade, mas a aparência de verdade”. O grande filósofo intuiu que a transição da linguagem oral para a escrita seria uma revolução. Foi mesmo, só que numa direção promissora. Permitiu o mais esplêndido salto intelectual da civilização ocidental. Agora, 2.500 anos depois, estamos às voltas com outra transição revolucionária. Da cultura escrita para a digital, há uma mudança de fundamento como não ocorre há milênios. Na era digital, a mudança é radical. O livro eletrônico oferece uma experiência visual e tátil inteiramente diversa. É uma outra forma. Como diz o francês Roger Chartier, professor do College de France e especialista na história do livro, “a forma afeta o conteúdo”. A era digital, sustenta ele, nos fará desenvolver uma nova relação com a palavra escrita. Para a neurocientista Maryanne Wolf, autora de Proust e a Lula, um livraço sobre o impacto da leitura no cérebro, o momento atual é tão singular quanto o da Grécia: “Como os gregos antigos, vivemos uma transição dramaticamente importante – no nosso caso, de uma cultura escrita para uma cultura mais digital e visual”. Na era do pós-papel, a leitura, antes um ato solitário por excelência, está virando outra coisa. O Kindle, da Amazon, tem um dispositivo que exibe os trechos do livro sublinhados por outros leitores. Informa até quantos o fize - ram. O pesquisador Bob Stein, fundador de uma entidade que estuda o futuro do livro, diz que a leitura solitária será substituída por uma atividade comunitária eletronicamente conectada. É o que ele chama de “leitura e escrita sociais”. Na era do pós-papel, a leitura, antes um ato solitário por excelência, está virando outra coisa. O Kindle, da Amazon, tem um dispositivo que exibe os trechos do livro sublinhados por outros leitores. Informa até quantos o fizeram. O pesquisador Bob Stein, fundador de uma entidade que estuda o futuro do livro, diz que a leitura solitária será substituída por uma atividade comunitária eletronicamente conectada. É o que ele chama de “leitura e escrita sociais”. Para desconforto dos escritores, a vida digital é veloz. Uma história precisa causar impacto na largada. “Tem de ter sangue na parede já no fim do segundo parágrafo”, diz Lev Grossman, crítico literário da Time. Autores de suspense e mistério estão sendo duramente exigidos. Antes, um título por ano estava de bom tamanho. Agora, aseditoras acham pouco. Ninguém precisa ser uma pororoca como o americano James Patterson (um livro por mês, 260 milhões de exemplares vendidos), mas não se pode mais ficar longe do mercado por muito tempo. A invenção dos tablets e leitores eletrônicos é espetacular. Eles são fáceis de carregar, têm memória para mais de mil livros, baterias que duram horas. A cada novo lançamento, ficam mais legíveis. Na tela de um iPad um livro de arte é uma arte, com cores vivas, nitidez perfeita. Mas, tal como Sócrates, os estudiosos do nosso tempo estão preocupados com o impacto do mundo digital na cultura. Um dos primeiros a chamar atenção para a deterioração da qualidade da leitura foi o critico literário Sven Birkerts, ainda na década de 90. Birkerts percebeu que seus alunos, às voltas com aparelhos eletrônicos, não conseguiam ler um romance com paciência e concentração. É fundamental que as novas gerações educadas no digital sejam capazes de ler bem, ler para imaginar, para refletir e – eis o apogeu e a glória da leitura – para pensar seus próprios pensamentos. O temor é que o universo digital, com abundância de informações e intermináveis estímulos visuais e sonoros, roube dos jovens a leitura profunda, a capacidade de entrar no que o grande filósofo Walter Benjamim chamou de “silêncio exigente do livro”. Durante séculos, os livros impressos foram aperfeiçoados para favorecer a imersão. O

tipo de letra, o entrelinhamemo, os espaços em branco – tudo feito como um delicado convite à leitura. São aspectos relevantes para quem lê e para quem escreve. John Updike achava que seus livros só faziam sentido se impressos em determinada fonte – a Janson. A leitura on-line, de resolução imprecisa, luminosidade excessiva e crivada de penduricalhos piscantes, é só distração. Os leitores eletrônicos estão corrigindo boa parte dessas imperfeições, mas ainda têm longo caminho a percorrer. Estudo feito pelo professor Terje Hillesund, da Universidade de Sravanger, na Noruega, mostra que, durante uma leitura reflexiva, as pessoas gostam de manter os dedos entre as páginas, como que segurando uma ideia de páginas atrás, para revisitá-la quando quiserem. Intangível e volátil, o livro digital, neste aspecto, é uma nulidade (por enquanto).

VEJA, São Paulo: Abril, n. 51, 19 dez. 2012. p. 150-154. 5.

Disponível em: <http://caminhoinclusaodigital.wdfiles.

com/local—files/inclusao-digitaldentro- e-fora-da-escola/software.png>. Acesso em: 11 nov. 2013.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Inglês 01 - The correct answer to the question is: a) ( ) Yes, he used to eat every day. b) ( ) Only on the weekends. c) ( ) No, they didn´t. They didn´t like it. d) ( ) Yes, he did. He loves it. e) ( ) They used to like it very much. 02 - Mark the correct combination: a) ( ) used to reading b) ( ) used to works

Did Kate and Peter use to eat fruits and vegetables?

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c) ( ) used to cut d) ( ) used to went e) ( ) used to wrote 03 -The Interrogative form to the sentence is:

a) ( ) Did he use to be a good student? b) ( ) Did they used to be good students? c) ( ) Did they use to being good students? d) ( ) Did she use to be good students? e) ( ) Did they use to be good students? 04 - What sentence is correct: a) ( ) My sister used to take care of babies. b) ( ) Sam didn´t used to study for the tests. c) ( ) Where you use to work? d) ( ) I didn´t use to playing any sports. e) ( ) What did they use eat for lunch? 05 - Test your English!!! *Às vezes alguém dá uma opinião e você diz “Somos dois”, para mostrar que tem a mesma opinião. Como pode ser dito “Somos dois” em inglês? a) ( ) It turns two of us. b) ( ) We are two. c) ( ) It´s got us two. d) ( ) That makes two of us. e) ( ) They are two.

Espanhol

LA VOZ DE GALICIA

REQUISITOS Los extranjeros de fuera de la UE [Unión Europea] tendrán que saber inglés para trabajar en el Reino Unido. Los trabajadores cualificados no comunitarios deberán acreditar que conocen el idioma. Todos los trabajadores cualificados de países no pertenecientes a la Unión Europea tendrán que saber inglés para poder acceder al mercado laboral de Gran Bretaña e Irlanda del Norte, según informa la BBC. El primer ministro británico, Gordon Brown, se dispone a anunciar esa medida el próximo lunes en el congreso sindical anual que se celebrará en Brighton (al sur de Inglaterra). El gobierno calcula que 35.000 de los 95.000 trabajadores cualificados extranjeros no provenientes de la UE que el año pasado accedieron a las islas no tenían un nivel adecuado de inglés. Actualmente, las autoridades británicas dividen a esa fuerza de trabajo en tres grupos: los muy cualificados, los cualificados y los poco cualificados. Desde el pasado diciembre, el Reino Unido exigía sólo a los muy cualificados una notable destreza en el dominio de la lengua inglesa, requerimiento que a partir de ahora se aplicará a los tres para probar su competencia con el idioma, los interesados tendrán que, bien haber aprobado un examen de inglés reconocido internacionalmente, bien haber cursado estudios en el Reino Unido. Entre las excepciones de la regla figuran los futbolistas foráneos que fichen por equipos de la División de Honor de Inglaterra. En declaraciones a la BBC, la ministra británica del Interior, Jacqui Smith, manifestó que la medida permitirá que los inmigrantes «se integren más rápidamente». Menos entusiasta se mostró el director general de las Cámaras de Comercio Británicas, David

Frost, al remarcar que los inmigrantes han contribuido en los últimos años a «un crecimiento continuo de la economía con una ética laboral y un nivel de cualificación que los británicos no tienen». «Por supuesto, saber el idioma es importante, pero me preocuparía si eso significa que quienes quieren trabajar y ayudar a nuestra economía no pueden acceder a nuestro país y llevan su conocimiento y talento a otro sitio», agregó Frost. Desde el Partido Conservador, primero de la oposición, el portavoz de Inmigración, Damian Green, calificó la iniciativa de «medida menor a menos que conlleve un recorte en el número de personas que vienen aquí». 06 - Según el texto, la medida que anunciará el primer ministro británico pretende a) de clandestinos. b) incrementar el uso del inglés en la región norte de la Unión Europea. c) asegurar la competencia lingüística de los trabajadores cualificados. d) legalizar las academias para los obreros foráneos no comunitarios. e) forzar la adopción para el comercio del lenguaje de la Gran Bretaña. 07 - Tras la nueva medida, los que quieran demostrar sus destrezas para comunicarse en inglés tendrán que acreditar su a) formación deportiva. b) capacidad para charlar. c) naturalización en la isla. d) conocimiento del idioma. e) pertenencia a Europa. 08 - El director general de las Cámaras de Comercio Británicas ha destacado que los inmigrantes se a) diluyeron rápidamente en la sociedad inglesa. b) desplazaron a otro país con menos restricción. c) distinguieron en el trabajo por su actitud ética. d) asustaron con los recortes de la cuota marcada. e) pusieron a aprender lenguas tras el decreto EL DÍA DEL ESPAÑOL EN TODOS LOS RINCONES DEL MUNDO

El 20 de junio de 2009 se celebró en 43 países de todo el mundo el Día del Español, con el objetivo de mostrar la importancia de este idioma hablado por 450 millones de personas y oficial en 21 países. Se realizaron jornadas de puertas abiertas en centros de enseñanza de español, a fin de incrementar la visibilidad de la lengua española en el mundo y crear un punto de encuentro para todos los hablantes de español. Se lanzó una lluvia de palabras en español propuestas por los internautas, quienes prefirieron las relacionadas con la memoria y la añoranza.

Por otro lado, también se presentó el informe sobre el estado de la lengua española en el mundo, donde se puso de manifiesto que dentro de tres generaciones el idioma español será entendido por el 10% de la población mundial y que, en el año 2050, Estados Unidos será el primer país hispanohablante del mundo. Esta celebración nació con vocación de continuidad en el tiempo y sirve para conmemorar el valor del español como lengua de comunicación internacional. Su proyección internacional, su vitalidad y potencial en esta sociedad del conocimiento quedan

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patentes en el hecho de haberse convertido en la segunda lengua más estudiada en el planeta.

Unidad y diversidad forman la expresión americana. Tanto la lengua española como la portuguesa se han originado en Hispania. Arrancadas de su suelo natal, fueron plantadas en las tierras nuevas, se juntaron a otras culturas y se transformaron en las modernas lenguas española y portuguesa.

09 - La lectura del texto permite concluir correctamente que: a) el Día del Español es una conmemoración con vistas a permanecer. b) la lengua española será dominada por un 10% de los habitantes de todo el planeta. c) los internautas prefirieron elegir las palabras memoria y añoranza. d) la celebración consiguió reunir españoles de todo el mundo. e) en menos de veinte años Estados Unidos será el primero de los países hispanohablantes. 10 - La única pregunta que encuentra respuesta en el texto es: a) ¿Qué promedio de palabras fueron las preferidas por los internautas? b) ¿Cuántos países están estudiando el español hoy en día? c) ¿Cuándo el español y el portugués fueron desarraigados de su propio entorno? d) ¿Qué datos estadísticos expuestos están vinculados a la celebración? e) ¿En qué países la lengua española ha sido consagrada idioma oficial?

TEXTO: 1 - Comuns às questões: 11, 12, 13. A internet e a morte da imaginação Jacques Gruman “Nunca entendi essa obsessão por sorrisos em fotografias. Deve ser um conluio com os dentitaws.” (Nora Tausz Rónai) Reza uma antiga lenda que dois reinos estavam em guerra. Os perdedores acabaram condenados ao confinamento do outro lado dos espelhos, um primitivo mundo virtual em que eram obrigados a reproduzir tudo o que os vencedores faziam. A luta dos derrotados passava a ser como escapar daquela prisão. O genial Lee Falk inspirou-se nesta narrativa para criar, na década de 1940, O mundo do espelho, para mim uma das mais aterrorizantes histórias do Mandrake. Espelhos foram, aliás, protagonistas de algumas sequências cinematográficas assustadoras. Bóris Karloff, um clássico do gênero, aproveitou muito bem o medo que, desde crianças carregamos, de que nossos reflexos nos espelhos ganhem autonomia. Ui! Já imaginaram se isso virasse realidade? Teríamos de conviver com nossos opostos, um estranhamento no mínimo desconfortável. Os quadrinhos exploraram o assunto também nasérie do Mundo bizarro, do Super-Homem. Era um nonsense pouco habitual no universo previsível dos super-heróis. Estava pensando nos estranhamentos do mundo moderno quando me deparei com uma pequena nota de

jornal. Encenava-se a ópera Carmen, de Bizet, no Theatro Municipal do Rio. Suponho que a plateia, que pagou caro, estava mergulhada na história e na interpretação da orquestra e dos solistas. Não é que um cidadão saca seu iPad e passa um tempão checando os e-mails, dedinhos nervosos para cima e para baixo, com a tela iluminando a penumbra indispensável para a fruição plena do espetáculo? Como esse tipo de desrespeito está entrando na “normalidade”, apenas uma pessoa esboçou reação. Uma espécie de angústia semelhante à incontinência urinária se espalha como praga nas relações pessoais e no uso dos espaços público e privado. Tudo passou a ser urgente. Todos os torpedos, e-mails e chamadas no celular viraram prioridade, casos de vida ou morte. Interrompem-se conversas para olhar telinhas e telonas, desrespeitando interlocutores. Como este tipo de patologia tende a se diversificar, já há gente que conversa e olha o computador ao mesmo tempo, como aqueles lagartos esquisitos cujos olhos se movimentam sem aparente coordenação. Outros participam de reuniões sem desligar sua tralha eletrônica (na verdade, não estão nas reuniões). Especialistas em informática previram que, num futuro não muito distante, chips serão implantados no corpo. Estão atrasados. Corpos já pertencem a máquinas. A vida é controlada a distância e por outros. Outro estranhamento vem da inundação de imagens, aflição que chamo de galeria dos sem imaginação. Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual, a enorme maioria delas sem o menor significado e perfeitamente descartáveis. O Instagram recebe 60 milhões de fotos por dia, ou seja, quase 700 fotos por segundo! Fico pensando no sorriso irônico ou, quem sabe, no horror em estado bruto, que Cartier-Bresson

1 esboçaria se

esbarrasse nisso. Ele, que procurava a poesia nos pequenos gestos, no cotidiano que se desdobrava em surpresas, nos reflexos impensados, jamais empilharia a coleção de sorrisinhos forçados que caracteriza a obsessão pelos clics. Essa história dos sorrisos foi muito bem notada pela Nora Rónai, que citei logo no início. Vivemos a era das aparências. Com a multiplicação das imagens, vem a obrigação de “estar bem”. Afinal de contas, quem vai querer se exibir no Facebook ou nas trocas de mensagens com uma ponta de melancolia ou, pelo menos, um suspiro de realidade? O mundinho virtual exige estado de êxtase permanente. Uma persona que não passa de ilusão. Criatividade não quer dizer tristeza, claro, mas certamente precisa incorporá-la como tijolo construtor da nossa personalidade. O resto é fofoca. Eric Nepomuceno, tradutor e escritor, fez o seguinte comentário sobre seu amigo Gabriel Garcia Márquez, que acabara de morrer: “Tudo o que ele escreveu é revelador da infinita capacidade de poesia contida na vida humana. O eixo, porém, foi sempre o mesmo, ao redor do qual giramos todos: a solidão e a esperança perene de encontrar antídotos contra essa condenação”. Nada que essas maquininhas onipresentes possam registrar, elas que jamais entenderiam a fina ironia de Fernando Pessoa no Poema em linha reta, que começa assim: “Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo”. Mais adiante: “Arre, estou farto de semideuses. Onde é que há gente nesse mundo ?”. A praga narcísica desembarcou nas camas. Leio que nova moda é fazer selfies

2 depois do sexo. O casal

transa, mas isso não basta. É urgente compartilhar! Tira-se uma foto da aparência de ambos, coloca-se no

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Instagram e ... pronto. O mundo inteiro será testemunha de um momento íntimo, talvez o mais íntimo de todos. Meu estranhamento vai ao paroxismo. É a esse mundo que pertenço? Antigamente, era costume dizer que o que não aparecia na televisão não existia. Atualizando a frase: pelo visto, o que não está na rede não existe. É a universalização do movimento apenas muscular, sem sentido, leviano, rapidamente perecível. Durante o exílio, o poeta argentino Juan Gelman passou um bom tempo sem conseguir escrever. A inspiração não vinha. Disse ele: “A poesia é uma senhora que nos visita ou não. Convocá-la é uma impertinência inútil. Durante uns bons quatro anos, o choque do exílio fez com que essa senhora não me visitasse”. Quando, finalmente, a senhora chega, tudo muda, como narra o poeta: “A visita é como uma obsessão. Uma espécie de ruído junto ao ouvido. Escrevo para entender o que está acontecendo”. Não consigo imaginar uma serenidade como essa no mundo virtual. Tudo nasce e morre antes de ser completamente absorvido. Cada novidade passa a ser vital, filas se formam nas madrugadas nas portas de lojas que começam a vender modelos mais avançados de produtos eletrônicos. Não dá pra esperar um dia, muito menos uma hora. O silêncio e a introspecção são guerrilheiros no habitat plugado. Estou me alistando neste exército de Brancaleone. 1 Henri Cartier-Bresson: (França 1908- 2004), fotógrafo do século XX, considerado por muitos como o pai do fotojornalismo. 2 fazer selfies: selfie é uma palavra em inglês, um neologismo com origem no termo self-portrait, que significa autorretrato, e é uma foto tirada e compartilhada na internet. Normalmente uma selfie é tirada pela própria pessoa que aparece na foto, com um celular que possui uma câmera incorporada, com um smartphone, por exemplo. 3 O Incrível Exército de Brancaleone (em italiano: L’armata Brancaleone): é um filme italiano de 1966, do gênero comédia. Foi dirigido por Mario Monicelli. O Exército de Brancaleone é considerado um clássico italiano, que retrata os costumes da cavalaria medieval através da comédia satírica. É um filme inspirado em Dom Quixote, do espanhol Miguel de Cervantes. 11 - (CEFET MG/2015) No primeiro parágrafo, o autor faz referências a obras de ficção com a finalidade de a) impressionar o leitor com seu conhecimento literário. b) divulgar clássicos já esquecidos do cinema e da literatura. c) demonstrar que a arte antecipa tendências da vida cotidiana. d) criticar a previsibilidade das produções artísticas do século XX. e) chamar a atenção para comportamentos nonsense no mundo irreal. 12 - (CEFET MG/2015) O vocábulo grifado foi corretamente interpretado entre os parênteses em: a) “Meu estranhamento vai ao paroxismo. É a esse mundo que pertenço?” (PARADOXO) b) “É a universalização do movimento apenas muscular, sem sentido, leviano, rapidamente perecível.” (INCONSISTENTE) c) “O eixo, porém, foi sempre o mesmo, ao redor do qual giramos todos: a solidão e a esperança perene de encontrar antídotos contra essa condenação”. (EFÊMERA)

d) “Os quadrinhos exploraram o assunto também na série do Mundo bizarro, do Super-Homem. Era um nonsense pouco habitual no universo previsível dos super-heróis.” (INCOERÊNCIA) e) “A poesia é uma senhora que nos visita ou não. Convocá-la é uma impertinência inútil. Durante uns bons quatro anos, o choque do exílio fez com que essa senhora não me visitasse”. (REPATRIAÇÃO) 13 - (CEFET MG/2015) No texto, o autor tem como principal objetivo a) comentar a inserção de tecnologias na vida contemporânea. b) analisar os impactos da auto-exibição das pessoas nas redes sociais. c) criticar a perda de criatividade dos indivíduos na sociedade atual. d) apresentar as causas do desaparecimento da imaginação no mundo virtual. e) descrever o processo de modernização das relações no universo cibernético. TEXTO: 2 - Comuns às questões: 14, 15, 16, 17, 18. O rolezinho da juventude nas ruas do consumo e do protesto por Renato Souza de Almeida Os jovens têm criado formas cada vez mais interessantes de manifestação. Desde as jornadas de junho de 2013 – que levou às ruas milhares de brasileiros – até os chamados “rolezinhos” – que também vêm colocando centenas em circulação – se instalou uma crise na análise daqueles que insistiam em afirmar uma possível apatia dessa geração juvenil. “Sair de rolê...” significa dar uma circulada despretensiosa pela vila ou pela cidade. É possível dar um rolê de trem, de ônibus ou a pé. Geralmente, o rolê está ligado ao lazer ou a alguma prática cultural. Sai de rolê o pichador, o skatista, o caminhante... O que vem chamando a atenção de muita gente é como um simples gesto de sair e circular de forma livre tem ocupado um papel central nas principais mobilizações juvenis na cidade de São Paulo nos últimos tempos. [...] Quem não é mais jovem e sempre morou nas periferias de São Paulo, com raras exceções, vai se recordar que a rua era o espaço por excelência da sociabilidade, do lazer e da convivência. Com a chegada do asfalto, vieram também muitos carros e se instituiu como verdade o discurso de que a rua é lugar perigoso e violento. Para muitos adultos, as políticas culturais só se justificam se for para “tirar os jovens das ruas”. Para os jovens, ao contrário, suas ações culturais só têm força e sentido quando acontecem na rua, no espaço público. A condenação da rua como espaço da violência veio acompanhada da chegada dos shopping centers também às periferias. Muita gente vai ao shopping tentar encontrar um vazio deixado pelo “fim” das ruas. Para além do consumo, busca-se num shopping um passeio mais livre, solto, e a possibilidade de encontro com pessoas de fora do círculo mais próximo, familiar. No entanto, esse encontro não acontece. Tampouco a livre circulação. As pessoas só encontram uma multidão “sem rosto e coração” – nos dizeres dos Racionais MC’s –, e a circulação no interior do shopping não pode ocorrer de forma livre e espontânea. Ela tem regras claras e rígidas: os pobres podem circular pelo shopping, contanto que finjam pertencer a outra classe social. Mesmo que circulem no shopping sem recursos para consumir, eles devem desejar consumir. Da mesma forma, os negros

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podem circular pelo shopping tranquilamente, desde que finjam ser brancos nas vestimentas, nos cabelos, no comportamento etc. Os rolezinhos em shoppings – da periferia ou das áreas abastadas –, que se tornaram um fenômeno neste verão, têm características muito semelhantes com os pancadões de rua realizados de forma espontânea e congregam um número significativo de jovens que se reúnem, sobretudo, em torno da expressão cultural do funk. O polêmico e famigerado funk é um dos principais mobilizadores dos jovens na metrópole paulistana. E um dos segredos da sua força não está necessariamente no apelo sexual de algumas músicas ou na sua batida envolvente, mas na forma como ressignificou as ruas para esses jovens. “No dia em que tem pancadão, a rua é nossa!” E se a rua é “nossa”, pode-se fazer qualquer coisa, inclusive não fazer nada... E, se o “som é de preto, de favelado e, quando toca, ninguém fica parado”, não há necessidade de fingir ser outra coisa, como exigem os shoppings centers. Ao contrário, é um momento de afirmação dessa mesma identidade periférica. Nesse sentido, estar no shopping – no local que a sociedade estabeleceu para substituir a rua – é bastante provocador. Os rolezinhos levaram para dentro do paraíso do consumo a afirmação daquilo que esse mesmo espaço lhes nega: sua identidade periférica. Se quando o jovem vai ao shopping namorar ou consumir com alguns amigos ele deve fingir algo que não é, com os rolezinhos ele afirma aquilo que é! E quando faz essa afirmação ele revela a contradição na lógica dos shopping centers. Ou seja, os rolezinhos põem por terra a aparente circulação livre e o espaço aberto que os shoppings dizem proporcionar. Quando o jovem afirma, por meio do rolezinho, sua identidade de negro e pobre, a contradição se evidencia e a polícia é acionada, e tão logo o paraíso do consumo e do prazer se revela como o inferno do preconceito racial e da violência. Esses jovens que hoje mobilizam os rolezinhos são intitulados “geração shopping center”, consumista, por parte dos mais velhos. Porém a prática dos rolezinhos nos shoppings está revelando a contradição mais aguda desse espaço que tentou tomar o locus simbólico da rua. Nos rolezinhos, os jovens não são consumidores, mas produtores. Produzem um novo jeito de circular pelo shopping. Produzem uma prática cultural que se contradiz com esse lugar. Produzem contradição e desordem no sistema. E produzem uma nova gramática política ao afirmar sua classe num espaço que existe para negá-la. [...] Disponível em: < http://www.diplomatique.org.br>. Acesso em: 29 ago. 2014 - Artigo publicado em 03 fev. 2014 (fragmento de texto)

14 - (CEFET MG/2015) O principal objetivo do texto é a) tecer elogios a jovens que se manifestam de forma crítica frente a problemas sociais. b) denunciar a falta de espaço público para manifestações culturais nos grandes centros. c) defender o funk como uma manifestação cultural que representa a juventude atual. d) demonstrar como um movimento social é capaz de explicitar o preconceito entre classes. e) n.d.a. 15 - (CEFET MG/2015) No primeiro parágrafo, a referência a fatos como as manifestações de junho de 2013 e a ocorrência de rolezinhos tem a finalidade de a) analisar impactos da ação juvenil sobre a sociedade.

b) apresentar a opinião da sociedade sobre os adolescentes. c) contextualizar a discussão sobre o comportamento de jovens. d) demonstrar a visão de algumas pessoas a respeito da apatia juvenil. e) n.d.a. 16 - (CEFET MG/2015) De acordo com a opinião defendida pelo autor, o fenômeno do “rolezinho” evidencia a(o) a) interesse da juventude por atividades de consumo. b) valorização dos indivíduos por causa do poder de compra. c) descaso de jovens de periferia por espaços de circulação pública. d) contradição de shopping centers por se considerarem democráticos. e) n.d.a. 17 - (CEFET MG/2015) No 5º parágrafo, a comparação entre o rolezinho e o funk aponta para uma a) discriminação da cultura urbana. b) afirmação da identidade dos jovens. c) crítica aos grupos sociais de periferia. d) valorização da juventude na sociedade. e) n.d.a. 18 - (CEFET MG/2015) “E produzem uma nova gramática política ao afirmar sua classe num espaço que existe para negá-la.” Nessa passagem, a palavra em destaque remete ao a) livro que contém as normas do bem escrever. b) modelo da competência linguística do falante nativo. c) conjunto de regras de uma arte, de uma ciência, de uma técnica. d) sistema de regras determinantes do uso correto da língua falada. e) n.d.a. 19 - (CEFET MG/2015) Em relação aos aspectos composicionais da narrativa Max e os felinos, o texto de Moacyr Scliar apresenta um a) narrador em terceira pessoa, que intercala sua voz à perspectiva das personagens. b) personagem principal anti-herói, que é vítima de seus próprios defeitos de caráter. c) tempo não linear, em que acontecimentos da memória rompem com a ordem cronológica dos eventos. d) enredo predominantemente psicológico, em que os conflitos centrais se dão no plano mental do protagonista. e) n.d.a. TEXTO: 3 - Comuns à questão: 20. A falácia do mundo justo e a culpabilização das vítimas Por Ana Carolina Prado “É claro que o cara que estuprou é o culpado, mas as mulheres também ficam andando na rua de saia curta e em hora errada!”. “O hacker que roubou as fotos dessas celebridades nuas está errado, mas ninguém mandou tirar as fotos!”. “Se você trabalhar duro vai ser bem-sucedido, não importa quem você seja. Quem morreu pobre é porque não se esforçou o bastante.” Você sabe o que essas afirmações têm em comum?

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Há algum tempo falei aqui sobre como os humanos têm diversas formas de se enganar em relação à ideia que têm de si mesmos, quase sempre para proteger sua autoestima ou para saciar sua vontade de estar sempre certos. Mas nosso cérebro não nos engana só em relação a como vemos a nós mesmos: temos também a tendência de nos iludir em relação aos outros e à vida em geral. E as frases acima exemplificam uma maneira como isso pode acontecer: por meio da falácia do mundo justo. Por exemplo, embora os estupros raramente tenham qualquer coisa a ver com o comportamento ou vestimenta da vítima e sejam normalmente cometidos por um conhecido e não por um estranho numa rua deserta, a maioria das campanhas de conscientização são voltadas para as mulheres, não para os homens – e trazem a absurda mensagem de “não faça algo que poderia levá-la a ser violentada”. Em um estudo sobre bullying feito em 2010 na Universidade Linkoping, na Suécia, 42% dos adolescentes culparam a vítima por ser “um alvo fácil”. Para os pesquisadores, esses julgamentos estão relacionados à noção – amplamente difundida na ficção – de que coisas boas acontecem a quem é bom e coisas más acontecem a quem merece. A tendência a acreditar que o mundo é assim é chamada, na psicologia, de falácia do mundo justo. “Não importa quão liberal ou conservador você seja, alguma noção dela entra na sua reação emocional quando ouve sobre o sofrimento dos outros”, diz o jornalista David McRaney no livro “Você não é tão esperto quanto pensa”. Ele acrescenta que, embora muitas pessoas não acreditem conscientemente em carma, no fundo ainda acreditam em alguma versão disso, adaptando o conceito para a sua própria cultura. E dá para entender por que somos levados a pensar assim: viver em um mundo injusto e imprevisível é meio assustador e queremos nos sentir seguros e no controle. O problema é que crer cegamente nisso leva a ainda mais injustiças, como o julgamento de que pessoas pobres ou viciadas em drogas são vagabundas [...], que mulher de roupa curta merece ser maltratada ou que programas sociais são um desperdício de dinheiro e uma muleta para preguiçosos. Todas essas crenças são falaciosas porque partem do princípio de que o sistema em que vivemos é justo e cada um tem exatamente o que merece. [...] a falácia do mundo justo desconsidera os inúmeros outros fatores que influenciam quão bem-sucedida a pessoa vai ser, como o local onde ela nasceu, a situação socioeconômica da sua família, os estímulos e situações pelas quais passou ao longo da vida e o acaso. Programas sociais e ações afirmativas não rompem o equilíbrio natural das coisas, como seus críticos podem crer – pelo contrário, a ideia é justamente minimizar os efeitos da injustiça social. Uma pessoa extremamente pobre pode virar a dona de uma empresa multimilionária, mas o esforço que vai ter de fazer para chegar lá é muito maior do que o esforço de alguém nascido em uma família rica que sempre teve acesso à melhor educação e a bons contatos. “Se olhar os excluídos e se questionar por que eles não conseguem sair da pobreza e ter um bom emprego como você, está cometendo a falácia do mundo justo. Está ignorando as bênçãos não merecidas da sua posição”, diz McRaney. Em casos de abusos contra outras pessoas, como bullying ou estupro, a injustiça é ainda maior, pois eles nunca são justificados – e aí a falácia do mundo justo se mostra ainda mais perversa. Portanto, toda vez que você

se sentir movido a dizer coisas como “O estuprador é quem está errado, é claro, mas…”, pare por aí. O que vem depois do “mas” é quase sempre fruto de uma tendência a ver o mundo de uma forma distorcida só para ele parecer menos injusto. Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs>. Acesso em: 02 set. 2014 (Adaptado)

20 - (CEFET MG/2015) Considerando-se o percurso argumentativo do texto, é correto afirmar que, nele, a autora tem por objetivo a) criticar algumas das ações governamentais destinadas ao combate à criminalidade. b) condenar o discurso favorável à culpa de vítimas em situações de violência e/ ou pobreza. c) induzir o leitor a mobilizar-se contra práticas de preconceito presentes no cotidiano social. d) apoiar opiniões relacionadas ao envolvimento das vítimas em atos de violência física e/ou moral. e) n.d.a. TEXTO - Comum à questão: 21.

A falácia do mundo justo e a culpabilização das

vítimas Por Ana Carolina Prado “É claro que o cara que estuprou é o culpado, mas as mulheres também ficam andando na rua de saia curta e em hora errada!”. “O hacker que roubou as fotos dessas celebridades nuas está errado, mas ninguém mandou tirar as fotos!”. “Se você trabalhar duro vai ser bem-sucedido, não importa quem você seja. Quem morreu pobre é porque não se esforçou o bastante.” Você sabe o que essas afirmações têm em comum? Há algum tempo falei aqui sobre como os humanos têm diversas formas de se enganar em relação à ideia que têm de si mesmos, quase sempre para proteger sua autoestima ou para saciar sua vontade de estar sempre certos. Mas nosso cérebro não nos engana só em relação a como vemos a nós mesmos: temos também a tendência de nos iludir em relação aos outros e à vida em geral. E as frases acima exemplificam uma maneira como isso pode acontecer: por meio da falácia do mundo justo. Por exemplo, embora os estupros raramente tenham qualquer coisa a ver com o comportamento ou vestimenta da vítima e sejam normalmente cometidos por um conhecido e não por um estranho numa rua deserta, a maioria das campanhas de conscientização são voltadas para as mulheres, não para os homens – e trazem a absurda mensagem de “não faça algo que poderia levá-la a ser violentada”. Em um estudo sobre bullying feito em 2010 na Universidade Linkoping, na Suécia, 42% dos adolescentes culparam a vítima por ser “um alvo fácil”. Para os pesquisadores, esses julgamentos estão relacionados à noção – amplamente difundida na ficção – de que coisas boas acontecem a quem é bom e coisas más acontecem a quem merece. A tendência a acreditar que o mundo é assim é chamada, na psicologia, de falácia do mundo justo. “Não importa quão liberal ou conservador você seja, alguma noção dela entra na sua reação emocional quando ouve sobre o sofrimento dos outros”, diz o jornalista David McRaney no livro “Você não é tão esperto quanto pensa”. Ele acrescenta que, embora muitas pessoas não acreditem conscientemente

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em carma, no fundo ainda acreditam em alguma versão disso, adaptando o conceito para a sua própria cultura. E dá para entender por que somos levados a pensar assim: viver em um mundo injusto e imprevisível é meio assustador e queremos nos sentir seguros e no controle. O problema é que crer cegamente nisso leva a ainda mais injustiças, como o julgamento de que pessoas pobres ou viciadas em drogas são vagabundas [...], que mulher de roupa curta merece ser maltratada ou que programas sociais são um desperdício de dinheiro e uma muleta para preguiçosos. Todas essas crenças são falaciosas porque partem do princípio de que o sistema em que vivemos é justo e cada um tem exatamente o que merece. [...] a falácia do mundo justo desconsidera os inúmeros outros fatores que influenciam quão bem-sucedida a pessoa vai ser, como o local onde ela nasceu, a situação socioeconômica da sua família, os estímulos e situações pelas quais passou ao longo da vida e o acaso. Programas sociais e ações afirmativas não rompem o equilíbrio natural das coisas, como seus críticos podem crer – pelo contrário, a ideia é justamente minimizar os efeitos da injustiça social. Uma pessoa extremamente pobre pode virar a dona de uma empresa multimilionária, mas o esforço que vai ter de fazer para chegar lá é muito maior do que o esforço de alguém nascido em uma família rica que sempre teve acesso à melhor educação e a bons contatos. “Se olhar os excluídos e se questionar por que eles não conseguem sair da pobreza e ter um bom emprego como você, está cometendo a falácia do mundo justo. Está ignorando as bênçãos não merecidas da sua posição”, diz McRaney. Em casos de abusos contra outras pessoas, como bullying ou estupro, a injustiça é ainda maior, pois eles nunca são justificados – e aí a falácia do mundo justo se mostra ainda mais perversa. Portanto, toda vez que você se sentir movido a dizer coisas como “O estuprador é quem está errado, é claro, mas…”, pare por aí. O que vem depois do “mas” é quase sempre fruto de uma tendência a ver o mundo de uma forma distorcida só para ele parecer menos injusto.

Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs>. Acesso em: 02 set. 2014 (Adaptado)

21 - O advérbio destacado expressa uma ideia de intensidade em: a) “O problema é que crer cegamente nisso leva a ainda mais injustiças, como o julgamento de que pessoas pobres ou viciadas em drogas são vagabundas [...]”.(5º parágrafo) b) “Programas sociais e ações afirmativas não rompem o equilíbrio natural das coisas, como seus críticos podem crer – pelo contrário, a ideia é justamente minimizar os efeitos da injustiça social.” (6º parágrafo) c) “Ele acrescenta que, embora muitas pessoas não acreditem conscientemente em carma, no fundo ainda acreditam em alguma versão disso, adaptando o conceito para a sua própria cultura”. (4º parágrafo) d) “Uma pessoa extremamente pobre pode virar a dona de uma empresa multimilionária, mas o esforço que vai ter de fazer para chegar lá é muito maior do que o esforço de alguém nascido em uma família rica ...” (6º parágrafo) e) n.d.a. TEXTO: 2 - Comum à questão: 22

O IDOSO E O MUNDO ACABADO

Quando jovem, e até mesmo adulto, em plena maturidade, auto-suficiente, eu tinha uma certacompaixão pelos velhos, pois os considerava com a vida acabada. Agora, sendo um velho, possuindo uma idade avançada, vim a descobrir o grande erro que havia cometido. Talvez eu tenha sido levado a errar devido à nossa cultura, que pouco valoriza o idoso, e mais, era uma época em que a nossa população de idosos não era significativa, não se encontrava organizada como nos dias de hoje. Senti pessoalmente como o idoso era tratado em nosso país: aos setenta anos de idade, em plena produtividade acadêmica, fui aposentado compulsoriamente. Para alguns professores, é concedido o honroso título de Professor Emérito. É um grande privilégio; em lugar de ser aposentado como um professor vestindo pijama, o Professor Emérito veste uma beca. Como um velho amigo dizia: “O Professor Emérito é um eunuco acadêmico; tem a voz, mas não tem o voto nos colegiados da universidade.” Antes de a aposentadoria chegar, comecei a planejar atividades que preencheriam o meu dia a dia. Comecei explorando a minha memória, escrevendo crônicas; já publiquei um livro, Diário Reinventado, e já estou com outro em impressão. As leituras de Guimarães Rosa e a vivência em uma fazenda nas proximidades de Cordisburgo, durante cerca de 30 anos, levaram-me a observar os pássaros do cerrado, cotejando-os com aqueles citados pelo encantado vizinho Dr. Rosa. Agora observo os pássaros de rua, e estou preocupado com as dificuldades que têm para sobreviverem. Trata-se de uma fauna totalmente desprotegida. Vivem de teimosos. Não tenho dúvidas de que, como idoso ido em anos, não perdi a capacidade de aprender. Eu não me sinto um idoso acabado, volto a insistir. Aquele infeliz julgamento de 50 anos passados está permanentemente na minha consciência. Foi preciso ter vivido todos estes longos anos para reformular os meus preconceitos, sustentados por uma auto-suficiência inexplicável.

(CISALPINO, Eduardo Osório. Percursos. B.H.: Editora do Autor, 2014, p.109. Texto adaptado.)

22 - Assinale a afirmativa INCORRETA sobre aspectos linguísticos do texto: a) O termo “vestindo pijama” refere-se à vida inativa e monótona de um aposentado dentro de casa b) Na expressão “como idoso ido em anos” há um jogo de palavras provocado por sons semelhantes. c) A palavra “eunuco” no trecho “O Professor Emérito é um eunuco acadêmico” pode ser lida no sentido literal. d) No trecho “aos setenta anos de idade, em plena produtividade acadêmica, fui aposentado compulsoriamente”, o advérbio reforça a ideia implícita na locução verbal. e) n.d.a. 23 - “Nunca fui expoente em nenhuma, porém extraí, de cada uma, conhecimentos e aprendizagens que levo para minha vida”. Assinale a afirmativa CORRETA sobre o trecho acima. a) O termo “porém”, que inicia a segunda oração do período, é uma conjunção que estabelece uma relação de proporcionalidade. b) Na expressão “de cada uma”, o termo destacado substitui o substantivo feminino “luta”.

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c) O termo “expoente” pode ser substituído pelo adjetivo „negligente‟, sem que o sentido da frase seja alterado. d) Os termos “aprendizagens” e “aprendiz” pertencem à mesma família de palavras; são palavras derivadas e sinônimas. e) “nunca” e “nenhuma” dão ao texto um sentido negativo, por isso são classificadas como advérbios de negação. TEXTO - Comum à questão: 24

Disponível em: http://profmilenacaetano.blogspot.com.br/2012/12/tiras-da-

mafalda-quino-para-discussao.html. Acesso em: 29 abr. 2013.

24 - Com relação à classe gramatical das palavras no texto, é CORRETO afirmar: a) O adjetivo realmente, no quinto quadrinho, serve para intensificar o advérbio importantes. b) No terceiro quadrinho, a palavra ótima funciona como um substantivo, usado para caracterizar o comportamento da mãe da professora. c) A palavra parabéns, no terceiro quadrinho, funciona como um advérbio, o qual indica uma circunstância de modo. d) No quinto quadrinho, o verbo ensinar aparece conjugado no presente do indicativo, para indicar uma ação que ocorrerá num futuro imediato. e) Os verbos amar e mimar, no primeiro quadrinho, estão conjugados no presente do indicativo e revelam, no contexto, uma verdade geral a respeito do comportamento materno. 25 - Existem, em nosso idioma, certas palavras e expressões que, embora tenham semelhança com advérbios, não se incluem nessa classe gramatical e recebem o nome de palavras denotativas. Essas palavras podem exprimir vários sentidos. Diante do exposto, correlacione as colunas, considerando o sentido que as palavras ou expressões denotam.

a) 3/ 1/ 2/ 4 b) 2/ 4/ 3/ 1 c) 1/ 2/ 3/ 4 d) 2/ 1/ 3/ 4 e) 2/ 4/ 1/ 3 TEXTO - Comuns às questões: 26, 27. A educação de hoje estimula ou reduz a participação dos jovens na política? Andrea Ramal 01

No acontecimento mais importante e decisivo do ano, as eleições, apenas 25% dos brasileiros entre 16 e 17

02

anos irão votar. A grande maioria não tirou o título de eleitor. Desde 2006, a participação dos jovens dessa faixa etária

03 vem diminuindo cada vez mais. De fato, o

baixo envolvimento da juventude com a política é um fenômeno constatado

04 em diversos países, como por

exemplo o Chile, a Argentina, a Espanha, para citar alguns. As razões são diversas e o

05 assunto exige

análises mais complexas do que é possível fazer aqui. Mas quero propor o debate: a participação

06 política dos

jovens é estimulada ou, por outro lado, reduzida pela educação que recebem em casa e na escola? 07

Na educação de casa, crianças e jovens de hoje certamente percebem o desencanto dos pais quanto às reais

08 formas de participação e de expressão que

conseguiram se estabelecer nas últimas décadas, mesmo nos regimes

09 democráticos. Compartilham o

descrédito dos pais quanto aos partidos políticos, à gestão dos recursos públicos, à

10 solução de problemas

estruturais como a corrupção, a educação ou a inclusão social. Uma frase comum entre os

11 jovens é a de que

“nenhum candidato me representa”. Muitos consideram outras formas de participação, como as

12 manifestações,

mais efetivas do que o voto. 13

Por outro lado, há que se lembrar que o espaço da convivência familiar pode ser um dos mais férteis para a 14

formação política. É nele que se vivem as primeiras experiências de autoritarismo ou de democracia, que se começam

15 a entender as estruturas de poder e de

participação. Em casa, as relações podem ser marcadas pelo individualismo ou

16 pela cooperação. As tarefas

domésticas podem ser assumidas apenas por alguns, ou distribuídas entre todos. Os

17 limites podem ser

estabelecidos de uma forma coerente, libertadora, que ajude a assumir as próprias decisões. Nada

18 disso é

neutro. Tudo forma para a vida política. 19

Conheço famílias que, inclusive, estão aproveitando esta véspera de eleições para educar para a cidadania. 20

Debatem com os filhos sobre as necessidades mais urgentes da população e as comparam com as propostas dos

21 candidatos. Explicam às crianças as

responsabilidades de um senador, um deputado, e como as suas ações podem

22 afetar a nossa vida. Pedem que

a criança imagine o que faria se fosse presidente. Com adolescentes, analisam os

23 discursos dos candidatos,

tentando separar programas de governo estruturados de meras promessas eleitoreiras.

24 Pesquisam juntos o

histórico dos políticos, avaliando como se saíram quando assumiram outro cargo público. Práticas

25 desse tipo

podem ajudar a despertar a consciência crítica e a perceber as implicações de um voto.

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26 Ao mesmo tempo, a educação escolar é também um

fator-chave na formação política. Hoje se fala bastante 27

numa sala de aula na qual não se transmitam só conteúdos acadêmicos, mas se forme para a vida cidadã. Esse foi o

28 tom das mais recentes reformas

educacionais, tanto na gestão de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo com os

29 Parâmetros Curriculares

Nacionais, como na gestão de Lula e de Dilma Rousseff, por exemplo ao defender um estilo

30 de prova do Enem,

como exame de ingresso ao ensino superior, mais focado em atualidades e análises de contexto,

31 do que

em conteúdos abstratos. 32

No entanto, poderíamos questionar se o espaço escolar consegue ser, de fato, um ambiente que forma para a

33 democracia, e com seus valores e práticas a

aprofunda e a consolida, ou se o estudante se depara com um sistema

34 que ainda promove pouco a

participação e forma indivíduos competitivos e utilitaristas. Pois, como diz José Gimeno

35 Sacristán, “a

escola contribuirá para a democracia sempre que seus conteúdos e objetivos se ajustarem aos valores da

36

democracia, mas sobretudo quando as práticas pedagógicas estiverem alinhadas com as exigências mínimas de uma

37 democracia”.

38 Ora, se a escola mantém as antigas relações de

poder, com hierarquias rígidas, atividades que se repetem

39 mecanicamente, ordens que simplesmente

devem ser cumpridas e conhecimentos fragmentados em disciplinas com

40 pouca ligação com o mundo do

estudante, a instituição está na verdade, como escreveu Foucault, formando um “objeto

41 de informação”, em vez

de um “sujeito de comunicação”. 42

Há instituições que, ao contrário, repensaram sua função social e, com isso, seus currículos e práticas.

43

Concebem-se cada vez mais como ambientes de aprendizagem e de comunicação, onde pessoas com diferentes

44 interesses e afinidades se encontram para

aprender umas com as outras. Seguem o que disse Paulo Freire: “Não

45 basta saber ler que Eva viu a uva. É

preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem

46 trabalha para produzir a uva

e quem lucra com esse trabalho.” Nessas escolas, os professores se entendem como

47 mediadores e as

mídias são usadas para o intercâmbio de ideias e conhecimentos. A aula é o ponto de partida de uma

48

rede de pessoas, dialógica, participativa, inclusiva, multicultural, aberta ao que é diverso. 49

São práticas necessárias nessa escola democrática, por exemplo, os grêmios estudantis e a existência dos

50

conselhos de pais. Estruturas desse tipo, entre outras, estimulam a participação no planejamento e na tomada de

51 decisões. Outra atividade positiva são os trabalhos

sociais. E nestes meses tenho acompanhado experiências

52 escolares interessantes com foco nas

eleições. Por exemplo, há professores que estimularam as turmas a organizar

53 partidos políticos imaginários e

fazer debates como os da TV, entre os candidatos com diferentes ideologias, discutindo

54 soluções possíveis

para os problemas da escola, da comunidade e do bairro. Não há como não imaginar que, quando

55

adultas, estas crianças terão mais condições de votar de forma mais consciente. 56

De resto, para além das instituições tradicionais, a própria juventude vem encontrando outros espaços e formas

57 de participação. Um dos mais promissores é o

das redes sociais, nas quais os jovens se posicionam, organizam

58 movimentos, discutem visões de mundo.

Nem sempre com respeito, nem sempre com tolerância,

vão experimentando 59

os riscos e potencialidades da cibercultura. 60

Há que torcer para que essa interatividade, da qual participamos com um clique tão confortável que não requer

61 nem sair de casa, não termine por banalizar

ainda mais o voto. Ao contrário: que a esfera digital nos desafie a mudar

62 as formas de aprender e ensinar e

provoque novas e produtivas discussões, nas casas e nas escolas.

Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/blog/andrea-ramal/post/ educacao-de-hoje-estimula-ou-reduz-participacao-dos-jovens-na-politica.html>. Acesso em: 11

ago. 14. (Adaptado.)

26 - Com base no texto, analise as proposições a seguir, quanto à veracidade (V) ou falsidade (F), em relação ao emprego de elementos linguísticos. ( ) O fragmento De fato (Ref. 03) pode ser substituído, no texto, sem comprometimento de sentido, por Portanto. ( ) O fragmento por outro lado (Ref. 06) apresenta um posicionamento oposto à ideia de que a participação dos jovens na política é estimulada. ( ) O advérbio certamente (Ref. 07) enfatiza a opinião da autora de que a percepção do desencanto com a política em casa é uma realidade para crianças e jovens. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente os parênteses, de cima para baixo. a) V – F – V b) V – V – V c) F – V – V d) F – V – F e) V – V – F 27 - Com base no texto, analise as proposições a seguir, quanto à veracidade (V) ou falsidade (F), em relação ao emprego de elementos linguísticos. ( ) O advérbio inclusive (Ref. 19) pode ser substituído, no texto, sem comprometimento de sentido, por contudo. ( ) A ocorrência do pronome as em as comparam (Ref. 20) retoma, no texto, o fragmento as necessidades mais urgentes da população (Ref. 20). ( ) O fragmento desse tipo (Ref. 25) retoma, no texto, Pesquisam juntos o histórico dos políticos (Ref 24). Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente os parênteses, de cima para baixo. a) V – V – V b) V – F – V c) F – V – F d) F – V – V e) V – V – F TEXTO - Comuns às questões: 28, 29.

O milagre das folhas 1 Não, nunca me acontecem milagres. Ouço

2 falar, e às

vezes isso me basta como 3 esperança. Mas também me

revolta: por que 4 não a mim? Por que só de ouvir falar?

Pois já 5 cheguei a ouvir conversas assim, sobre

6

milagres: “Avisou-me que, ao ser dita 7 determinada

palavra, um objeto de estimação 8 se quebraria”. Meus

objetos se quebram 9 banalmente e pelas mãos das

empregadas. 10

Até que fui obrigada a chegar à conclusão 11

de que sou daqueles que rolam pedras durante

12 séculos, e não

daqueles para os quais os seixos 13

já vêm prontos, polidos e brancos. Bem que

14 tenho visões fugitivas

antes de adormecer – 15

seria milagre? Mas já me foi

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tranquilamente 16

explicado que isso até nome tem: cidetismo

17 (sic), capacidade de projetar no alucinatório

as 18

imagens inconscientes. LISPECTOR, Clarice. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Organização e introdução. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 186-187. 19

Milagre, não. Mas as coincidências. Vivo de 20

coincidências, vivo de linhas que incidem uma

21 na outra

e se cruzam e no cruzamento formam 22

um leve e instantâneo ponto, tão leve e

23 instantâneo que mais é

feito de pudor e 24

segredo: mal eu falasse nele, já estaria falando

25 em nada.

26 Mas tenho um milagre, sim. O milagre das

27 folhas.

Estou andando pela rua e do vento me 28

cai uma folha exatamente nos cabelos. A

29 incidência da linha de

milhões de folhas 30

transformadas em uma única, e de milhões de

31 pessoas a incidência de reduzi-las a mim.

Isso 32

me acontece tantas vezes que passei a me 33

considerar modestamente a escolhida das

34 folhas. Com

gestos furtivos tiro a folha dos 35

cabelos e guardo-a na bolsa, como o mais

36 diminuto diamante.

37 Até que um dia, abrindo a bolsa, encontro

38 entre os

objetos a folha seca, engelhada, 39

morta. Jogo-a fora: não me interessa fetiche

40 morto como lembrança. E

também porque sei 41

que novas folhas coincidirão comigo. 42

Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei 43

Deus de uma grande delicadeza.

LISPECTOR, Clarice. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Organização e introdução. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2007. p. 186-187. 28 - O primeiro enunciado do texto “Não, nunca me acontecem milagres” (Ref. 1) tem algumas peculiaridades. Assinale a alternativa correta em relação a esse enunciado. a) O emprego do advérbio “não” no início do enunciado é textualmente irrelevante. Ele poderia ocupar qualquer lugar no enunciado sem que houvesse alteração em nenhum nível do texto. b) Há nele uma dupla negativa, muito característica da língua popular, mas só na modalidade escrita. c) Reescrito, o enunciado poderia ficar assim: Não me acontecem milagres nunca. Dessa maneira, efetua-se a separação dos dois elementos negativos. Essa nova estrutura prejudica a compreensão das ideias do texto. d) Na reescritura — Não, milagres nunca me acontecem —, o sujeito do enunciado ocupa a posição canônica, isto é, a mais usada. Essa mudança altera a expressividade e a impressividade da frase. e) n.d.a. 29 – Observe a ocorrência, no texto, de marcadores temporais: “Até que” (Ref. 10), “Até que” (Ref. 37) e “um dia (uma folha me bateu nos cílios)” (Ref. 42). Geralmente esses marcadores, chamados de adjuntos adverbiais, aparecem com mais de um valor semântico. Atente para o que é dito sobre esses marcadores. I. O da referência 10 tem valor semântico de tempo e de consequência. II. O da referência 37 é puramente temporal. III. O da referência 42 acrescenta o valor semântico de tempo ao de condição. É correto o que se diz em a) I e II apenas. b) I, II e III. c) I e III apenas. d) II e III apenas.

e) n.d.a. TEXTO - Comum à questão: 30.

A Internet e a neutralidade da rede 44

A Internet vista, unanimemente, como o 45

território livre, a tecnologia libertadora que, em

46 muitos países,

permitiu o florescimento da 47

cidadania, a ampliação das oportunidades de

48 educação, o ambiente para novas

empresas e 49

novos empreendedores, para o trabalho 50

colaborativo em rede. 51

Graças a seu ambiente libertário, 52

internacionalmente ajudou a derrubar

53 ditaduras e monopólios de mídia, o

controle da 54

informação, tanto por governos como por 55

cartéis. 56

No entanto, não se considere um modelo 57

consolidado. Em outros momentos da história

58 surgiram

novas tecnologias, promovendo 59

rupturas, abrindo espaço para a

60 democratização e, no momento

seguinte, 61

quedaram dominadas por novos cartéis e 62

monopólios que se formaram. 63

Foi assim com o início da telefonia. 64

Enquanto a Bell Co se consolidava, como

65 grande companhia nacional,

surgiram 66

inúmeras experiências locais, como a Mesa 67

Telephone, para localidades rurais norte-68

americanas, de tecnologia rudimentar porém

69 útil para

ligar comunidades agrícolas. 70

Nasceram centenas de outras companhias 71

por todo o país. Esse mesmo modelo

72 disseminou-se pelo Brasil

dos anos 40 em 73

diante, com companhias municipais levando o

74 telefone a cidades menores, em um surto de

75 pioneirismo extraordinário.

76 Nos Estados Unidos, o movimento dos

77

"independentes" permitiu às comunidades 78

rurais estreitar laços, criar amizades, sistemas

79 de

informação, da mesma maneira que as 80

redes sociais de agora. Através do telefone

81 desenvolveram

noticiários sobre o clima, sobre 82

a região, relatórios de mercado etc. 83

Os "independentes" chegaram a ter 3 84

milhões de aparelhos, contra 2,5 milhões da

85 Bell.

86 Com a ajuda do J.P.Morgan, o mais

87 influente banco

da época, a Bell reestruturou-88

se em torno da AT&T. 89

Em vez de declarar guerra aos 90

"independentes", a nova direção propôs um

91 trabalho conjunto, facilitando

para eles as 92

ligações de longa distância, desde que 93

trocassem seus sistemas rústicos pelos padrões

94 Bell.

Quem não aderisse, não teria ligações de 95

longa distância. 96

Como resultado, a AT&T matou a 97

concorrência dos "independentes" e construiu

98 o mais longevo e

poderoso monopólio da 99

história, só desmembrado na década de 1980. 100

O mesmo processo de concentração se 101

repetiu no rádio. 102

No início, o rádio tornou-se uma ferramenta 103

tão democrática e disseminada quanto a

104 Internet. Não

havia controle e qualquer 105

pessoa, adquirindo um kit de rádio, montava

106 sua estação sem fio.

107 Em 1921 havia 525 estatais transmissoras

108 nos

Estados Unidos. Até o final de 1924, mais 109

de 2 milhões de aparelhos de rádio. Segundo

110 Tim Wu,

autor do importante "Impérios da 111

Comunicação", antes da Internet os rádios

112 foram a maior mídia aberta

do século. 113

Repetiu-se o mesmo processo do telefone. 114

À medida que aumentava o público e criava

115 escala, o

mercado libertário era enquadrado 116

pelo poder público

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e a ocupação do espaço 117

entregue a grupos particulares. 118

Hoje em dia, as concessões de rádio se 119

tornaram ativos de empresas privadas, as

120 rádios comunitárias

são criminalizadas e o 121

exercício pessoal se restringe aos rádios

122 amadores.

123 Esse é o desafio atual da Internet. Se não

124 for

garantida a neutralidade da rede - isto é, o 125

direito de qualquer site ou pessoa de ter

126 acesso à rede, sem

privilégios - em breve o 127

grande sonho libertário da Internet terá o

128 mesmo destino do telefone e do rádio.

Luís Nassif. Coluna Econômica.07/09/2013. 30 - Os parágrafos do texto têm um alto grau de coesão. Assinale a afirmação FALSA em relação ao mecanismo coesivo. a) Entre os parágrafos 1 e 2, a coesão é feita só com a progressão das ideias do parágrafo 1, sem nenhum elo linguístico. b) Entre os parágrafos 2 e 3, a coesão é feita pela conjunção adversativa “no entanto” (que opõe o que vai ser dito no parágrafo 3 ao que foi dito nos parágrafos 1 e 2) e pela retomada do que foi dito nos parágrafos 1 e 2, que o articulista resumiu em “um modelo consolidado”. c) Entre os parágrafos 3 e 4, a coesão é feita pelo advérbio “assim” que aponta retroativamente para o que foi dito entre as referências 44 e 62. d) Entre os parágrafos 10 e 11, faz-se a coesão por meio da expressão "o mesmo processo de concentração” e liga-se não só ao parágrafo imediatamente anterior (parágrafo 10), mas a tudo que foi dito antes, entre as referências 56 e 101. TEXTO - Comum à questão: 31.

31 - “Caso tenha uma aranha na sua perna, é melhor não se mexer.” No quadrinho seguinte, o próprio personagem analisa essa fala como hipotética. A construção de hipótese está marcada na frase do personagem pelo seguinte traço linguístico: a) tom de conselho da fala b) ordem inversa do período c) emprego do conectivo inicial

d) presença de forma negativa e) n.d.a. 32 - (Fuvest-SP) Escrevo-lhe esta carta... Um ano depois, programa de alfabetização no Acre apresenta resultados acima da média e, como prova final, bilhetes comoventes. Repleto de adultos recém-alfabetizados, o Teatro Plácido de Castro, na capital do Acre, Rio Branco, quase veio abaixo com a leitura do bilhete escrito pela dona de casa Sebastiana Costa para o marido: “Manoel, eu fui para aula. Se quiser comida esquente. Foi eu que escrevi”. Atordoada com os aplausos, a franzina Sebastiana desceu do palco com a cabeça baixa e os ombros encurvados. Casada há trinta anos e mãe de oito filhos, ela só descontraiu um pouco quando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou que o bilhete não precisava ser interpretado como um desaforo, embora passasse um sentimento de libertação. Alfabetizada apenas aos dezessete anos, a ministra Marina conhece como poucos o drama daqueles que não são capazes de decifrar o letreiro de um ônibus ou de rabiscar uma simples mensagem. Revista ISTOÉ O título “Escrevo-lhe esta carta...” a) contém ironia, uma vez que o bilhete citado no texto não é propriamente uma carta. b) resulta de um procedimento intertextual, pois retoma uma expressão frequente na linguagem das cartas. c) refere-se também ao texto do autor da reportagem, redigido por ele como se fosse uma carta. d) termina com reticências para deixar subentendido o sarcasmo do autor da reportagem. e) imita a variedade linguística que caracteriza o bilhete reproduzido na reportagem. Alternativa: B 33 - (UM-SP) Texto I (...) estás sempre aí, bruxo alusivo e zombeteiro, que revolves em mim tantos enigmas. Carlos Drummond de Andrade (em poema dedicado a Machado de Assis) Texto II Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro (...). Há casos, por exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; – e assim também a polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas (...). Há cavalheiros, por exemplo, cuja alma exterior, nos primeiros anos, foi um chocalho ou um cavalinho de pau, e mais tarde uma provedoria de irmandade, suponhamos. Machado de Assis Ao dizer bruxo alusivo e zombeteiro (texto I), Drummond faz referência a traço característico da obra de Machado de Assis. Assinale-o. a) Linguagem simples, popularesca e jocosa. b) Linguagem hermética, de tom grave e solene. c) Linguagem coloquial, marcada por neologismos e sarcasmo. d) Linguagem carregada de subentendidos e irreverente.

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e) Linguagem objetiva, direta, ostensivamente humorística. 34 - (UERJ) MYSTERIUM

1

Eu vi ainda debaixo do sol que a corrida não é para os mais ligeiros, nem a batalha para os mais fortes, nem o pão para os mais sábios, nem as riquezas para os mais inteligentes, mas tudo depende do tempo e do acaso. Eclesiastes Ao tempo e ao acaso eu acrescento o grão de imprevisto. E o grão da loucura, a razoável loucura que é infinita na nossa finitude. Vejo minha vida e obra seguindo assim por trilhos paralelos e tão próximos, trilhos que podem se juntar (ou não) lá adiante, mas tudo sem explicação, não tem explicação. Os leitores pedem explicações, são curiosos e fazem perguntas. Respondo. Mas se me estendo nas respostas, acabo por pular de um trilho para outro e começo a misturar a realidade com o imaginário, faço ficção em cima de ficção, ah! Tanta vontade (disfarçada) de seduzir o leitor, esse leitor que gosta do devaneio. Do sonho. Queria estimular sua fantasia mas agora ele está pedindo lucidez, quer a luz da razão. Não gosto de teorizar porque na teoria acabo por me embrulhar feito um caramelo em papel transparente, me dê um tempo! Eu peço. Quero ficar fria, espera. Espera que estou me aventurando na busca das descobertas, “Devagar já é pressa! ”, disse Guimarães Rosa. Preciso agora atravessar o cipoal

2 dos detalhes e

são tantos! E tamanha a minha perplexidade diante do processo criador, Deus! Os indevassáveis signos e símbolos. Ainda assim, avanço em meio da névoa, quero ser clara em meio desse claro que de repente ficou escuro, estou perdida? Mais perguntas, como nasce um conto? E um romance? Recorro a uma certa aula distante (Antonio Candido) onde aprendi que num texto literário há sempre três elementos: a ideia, o enredo e a personagem. A personagem, que pode ser aparente ou inaparente, não importa. Que pode ser única ou se repetir, tive uma personagem que recorreu à máscara para não ser descoberta, quis voltar num outro texto e usou disfarce, assim como faz qualquer ser humano para mudar de identidade. Na tentativa de reter o questionador, acabo por inventar uma figuração na qual a ideia é representada por uma aranha. A teia dessa aranha seria o enredo. A trama. E a personagem, o inseto que chega naquele voo livre e acaba por cair na teia da qual não consegue fugir, enleado pelos fios grudentos. Então desce (ou sobe) a aranha e nhac! Prende e suga o inseto até abandoná-lo vazio. Oco. O questionador acha a imagem meio dramática mas divertida, consegui fazê-lo sorrir? Acho que sim. Contudo, há aquele leitor desconfiado, que não se deixou seduzir porque quer ver as personagens em plena liberdade e nessa representação elas estão como que sujeitas a uma destinação. A uma condenação. E cita Jean-Paul Sartre que pregava a liberdade também para as personagens, ah! Odiosa essa fatalidade dos seres humanos (inventados ou não) caminhando para o bem e para o mal. Sem mistura. Começo a me sentir prisioneira dos próprios fios que fui inventar, melhor voltar às divagações iniciais onde vejo (como eu mesma) o meu próximo também embrulhado. Ou embuçado

3?

Desembrulhando esse próximo, também vou me revelando e na revelação, me deslumbro para me obumbrar

4 novamente nesta viragem-voragem do ofício.

TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.

1 palavra latina para “mistério” 2 mato abundante de cipós 3 escondido 4 cobrir de sombras Todo texto pressupõe relações com outros textos, por isso nele estão presentes várias vozes, que podem ser reconhecidas com maior ou menor facilidade. A isso chamamos intertextualidade. Um exemplo de intertextualidade cujo sentido está corretamente definido verifica-se em: a) “mas tudo depende do tempo e do acaso. ” (Epígrafe – Eclesiastes) – afirmar a existência de um momento certo para escrever b) “‘ Devagar já é pressa! ’, disse Guimarães Rosa. ”– revelar o sentido da obra ao leitor pouco a pouco c) “Recorro a uma certa aula distante (Antonio Candido) ”– esclarecer o modo de construção do texto literário d) “E cita Jean-Paul Sartre que pregava a liberdade também para as personagens”, – criticar o poder das personagens no processo de criação literária e) n.d.a. 35 - (Fuvest-SP) devo registrar aqui uma alegria. É que a moça num aflitivo domingo sem farofa teve uma inesperada felicidade que era inexplicável: no cais do porto viu um arco-íris. Experimentando o leve êxtase, ambicionou logo outro: queria ver, como uma vez em Maceió, espocarem mudos fogos de artifício. Ela quis mais porque é mesmo uma verdade que quando se dá a mão, essa gentinha quer todo o resto, o zé-povinho sonha com fome de tudo. E quer, mas sem direito algum, pois não é? Clarice Lispector, A hora da estrela. Considerando-se no contexto da obra o trecho sublinhado, é correto afirmar que, nele, o narrador: a) assume momentaneamente as convicções elitistas que, no entanto, procura ocultar no restante da narrativa. b) reproduz, em estilo indireto livre, os pensamentos da própria Macabéa diante dos fogos de artifício. c) hesita quanto ao modo correto de interpretar a reação de Macabéa frente ao espetáculo. d) adota uma atitude panfletária, criticando diretamente as injustiças sociais e cobrando sua superação. e) retoma uma frase feita, que expressa preconceito antipopular, desenvolvendo-a na direção da ironia. 36 - (Enem) quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.

II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.

III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou:

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Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por: a) reiteração de imagens. b) oposição de ideias. c) falta de criatividade. d) negação dos versos. e) ausência de recursos. 37 - Texto 1 “Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo Jurar amor, chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! As lágrimas são gotas da mentira E o juramento manto da perfídia. ” Joaquim Manoel de Macedo Texto 2 “Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA” Manuel Bandeira (Enem) os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que: a) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. b) há um tratamento realista da relação homem/mulher. c) a relação familiar é idealizada. d) a mulher é superior ao homem. e) a mulher é igual ao homem. 38 - (Luiz López - 2016) Leia com atenção o poema de Carlos de Oliveira e responda às questões que seguem. Lavoisier Na poesia, natureza variável das palavras, nada se perde ou cria, tudo se transforma: cada poema, no seu perfil incerto e caligráfico, já sonha outra forma. O princípio enunciado por Lavoisier diz que: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Mas há um item incorreto nas opções abaixo, assinale-o.

a) O título do poema – Lavoisier – refere-se ao químico Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794), considerado o criador da Química moderna; como está dito no enunciado da questão, Lavoisier defendia a noção de que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. b) Essa noção é retomada por Carlos de Oliveira, poeta português contemporâneo, que ressalta o fato de a literatura explorar sempre um mesmo universo de palavras (“nada se cria, nada se perde”) para escrever seus poemas; c) No entanto, os poemas estão em constante busca de novas formas (“tudo se transforma”). d) O poeta (assim como os poemas) vive em inesgotável pesquisa estética, em busca de formas mais expressivas. e) Lavoisier defendia a noção de que “na natureza tudo se cria e nada se perde, tudo se transforma.” 39 - (Fuvest-SP) Chega! Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a “Canção do Exílio”. Como era mesmo a “Canção do Exílio”? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! ANDRADE, Carlos Drummond de. “Europa, França e Bahia”. Alguma poesia.

Neste excerto, a citação e a presença de trechos _____ constituem um caso de _____. Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que está em: a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto. b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia. c) do célebre poema de Gonçalves Dias / intertextualidade. d) da célebre composição de Villa-Lobos / ironia. e) do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem. 40 - (Luiz López - 2016) O poema abaixo tem como referência uma cantiga tradicional muito conhecida que diz: “O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou. ” Leia-o com atenção: Cantiga “O anel que tu me deste” (...) Onde os anéis, onde os dedos das estrelas neblinadas Onde os caminhos das luas descambando em madrugadas Onde os sonhos que juntamos nas mesmas águas pisadas Onde o amor que de tão grande (no cair da trovoada) sorria tão manso manso como os olhos da boiada? Me vejo: este anel partido arcoflexa sem sentido ontem nos dedos da mão hoje punhal solidão que fere as cores da pele

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sem gemido, sem um não traçando um lugar vazio na palma de cada mão Arrastado amor antigo desmanchado do contigo desfibrado do comigo quebrado na encantação Aquele anel que de vidro no abstrato se mudou sumiu das fibras dos dedos do círculo em que se fechou Naquele anel que me deste no vidro em que se quebrou foi-se o amor que tu me davas que era nada, se acabou Zila Mamede Professor (a): Zila Mamede (1928-1985) nasceu na Paraíba, mas viveu no Rio Grande do Norte praticamente toda a vida; publicou cinco livros de poesias e um estudo sobre João Cabral de Melo Neto. Nas alternativas a seguir há uma inaceitável. Marque-a. a) há um conjunto de expressões, na primeira estrofe, sugerindo que o amor aí referido tem um contorno vago, mais de penumbra do que de luminosa claridade, mais de tranquilidade do que de agitação. b) O caráter suave do amor, que aparece na primeira estrofe, está contrastado, na segunda, por expressões que indicam de modo agudo o sentimento decorrente de sua ruptura. c) o verso “quebrado na encantação”, indica a quebra do encanto. d) o encanto pode ser traduzido pela aparência do vidro – que é bonito, mas se quebra, não tem a dureza do material duradouro (como o diamante, que se opõe a vidro no contexto da cantiga e do poema). e) O anel que se quebra expressa a analogia perfeita com o amor que se acaba; associada a ela, a imagem do vidro indica a grande força do amor. Apesar do não dito, o diamante representaria o amor passageiro. 41 - (UFPE) Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá. Do poema “Canção do exílio”, do romântico Gonçalves Dias, resultou uma série de paráfrases e paródias de poemas que cantam as saudades da terra. Uma delas foi a de Chico Buarque, da qual se apresenta um fragmento a seguir: Sabiá Vou voltar ainda vou voltar para meu lugar E é ainda lá que eu hei de ouvir cantar uma sabiá... Vou deitar à sombra de uma palmeira que já não há Colher a flor que já não dá... Considerando as semelhanças e diferenças entre os dois poemas, assinale a alternativa incorreta. a) A musicalidade dos versos, a rima, a métrica o sentimento de perda que compõem a poesia saudosista do Romantismo são retomados nos versos de Chico Buarque. b) assim como o texto atual, os versos do poeta maranhense fazem apologia da infância, dos amores vividos e das belezas naturais de seu país, preservadas pela ação dos nativos.

c) O primeiro poema, representando o Romantismo, apresenta uma visão otimista da pujança da natureza brasileira, enquanto o segundo, representando o Modernismo, atualiza criticamente o dito e expressa a consciência pessimista das carências e da destruição da natureza na terra natal. d) Gonçalves Dias descreve a sua terra com formas verbais no tempo presente; Chico Buarque o faz numa tensão entre o futuro e o presente, que se mostra negativo. e) Em ambos os poemas, o advérbio lá refere-se a um lugar de que estão distantes as vozes do eu-poético. 42 - (UEPB) “Foi na verdade e de lá trouxe / Três moedas de cruzado / Sem dizer nada a ninguém, / Para não ser censurado:/no fiofó do cavalo/ Fez o dinheiro guardado [...] / Disse o pobre: “Ele está magro, / Só tem o osso e o couro, / Porém, tratando-se dele, / Meu cavalo é um tesouro. / Basta dizer que defeca / Níquel, prata, cobre e ouro.” HISTÓRIA do cavalo que defecava dinheiro – obra popular recolhida por Leonardo Mota. “[...] é mesmo, João, do jeito que as coisas vão eu não admiro mais nada! ” “Pra uma pessoa cuja fraqueza é dinheiro e bicho, não vejo nada melhor do que um bicho que descome dinheiro.” AUTO da Compadecida. Agir, 2005, p. 72. Os trechos citados tornam óbvia a interferência de uma obra sobre outra. Este recurso pode ser interpretado, no âmbito dos estudos literários: I. Como apropriação, ou seja, uma determinada obra, tema, imagem é rearticulada por outro escritor/artista em outra época (ou até na mesma época), em outro espaço, como muito fizeram os modernistas no Brasil. II. Como plágio, ou seja, em momento posterior à exibição / conhecimento de uma obra, alguém inadvertidamente se apropria da obra ou parte dela sem atribuir os valores de crédito a seu respectivo autor, como muito fizeram os modernistas no Brasil. III. Como inteira falta de criatividade de um indivíduo, ou seja, alguém se apropria da obra (ou parte dela) de outrem e a reproduz “estetizando” uma simples paráfrase sem valor artístico. Marque a alternativa correta: a) Apenas a proposição III está correta. b) Apenas a proposição II está correta. c) Apenas a proposição I está correta. d) Apenas as proposições I e III estão corretas. e) Apenas as proposições II e III estão corretas.

43 - A arte pictórica abaixo pertence ao patrimônio cultural brasileiro e expressa:

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a) O embate entre os povos nativos que viviam no território brasileiro e os recém chegados colonizadores. b) Os rituais de sacrifício comum entre os Tupinambás envolvendo o chamado “processo de engorda”. c) A descoberta do fogo possibilitando melhores condições de caça e domínio sobre a natureza. d) A representação da vida cotidiana dos povos “pré-históricos” no período Neolítico. e) O individualismo do homem nos tempos de sua origem. 44 - A respeito do período equivocamente denominado como “Pré-História” julgue as alternativas: I. Ocorreu, em determinado momento, simultaneamente ao processo de extinção da mais recente espécie de dinossauros. II. É comumente o período a qual se atribui a descoberta do fogo. III. Serviu como referencial na construção do calendário cristão o qual perdura até os dias de hoje. IV. É possível ter conhecimento do período através de artefatos e pinturas rupestres que resistiram ao tempo. a) Todas estão incorretas. b) Apenas a II está correta. c) Todas estão corretas. d) II e IV, corretas. e) II e III, corretas. 45 - É possível associar ao Período Neolítico, exceto: a) A passagem para um momento em que a sobrevivência era baseada na coleta e na pesca. b) O início do processo de sedentarismo do homem. c) O desenvolvimento de técnicas agrícolas. d) O surgimento da noção de grupo familiar. e) A vida cotidiana era retrada nas paredes das cavernas a fim de decorá-las. 46 - A religião é um fator predominante na cultura egípcia e bastante expressa nas suas manifestações artísticas. É considerado como ponto característico desta cultura: a) Trata-se de uma arte padronizada que não considera a imaginação pessoal do artista. b) É uma arte que supervaloriza os sentimentos do artista em detrimento da obra. c) Apresentava uma reprodução naturalista do homem. d) Não se preocupavam com a aparência ideal dos seres. e) A escultura quase não era praticada pelos artistas egípcios. 47 - Desde que Roma adotou a religião cristã como religião oficial, o homem europeu viveu apenas para Deus e a arte servia para reafirmar a sua crença. No

século XIV aconteceram muitas mudanças na esfera da arte. O homem voltou-se para dentro de si colocando-se como centro do universo fazendo emergir o chamado Renascimento. Sobre este é possível afirmar: a) O recorrente aparecimento do nu nas obras. b) Pela primeira vez na história o homem se coloca como centro do universo. c) A pintura Renascentista acompanha os mesmos trejeitos da escultura grega. d) Não se considerou as proporções do corpo humano. e) N.d.a 48 - A técnica utilizada na arte pictórica da imagem abaixo é:

a) Sopro em pó. b) Mãos em negativo. c) Cerca grande. d) Fogo e pó. e) Pedra lascada. 49 - Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do inicio do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas: a) Buscavam libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais. b) Defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional. c) Representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa. d) Mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica. e) Buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados. 50 - Sobre a Arte Contemporânea assinale a alternativa adequada: a) Surgindo ao início do século XX pressupõe que a obra de arte corresponda ao formalismo europeu. b) Teve seu esboço elaborado por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral durante a Semana de Arte Moderna em 1922

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c) Emergiu entre os anos 1950 e 1960 e sugere a liberdade artística e a arte integrada a vida cotidiana. d) Possui uma linguagem definida em: artes visuais, artes cênicas e música. e) N.d.a

Matemática

51 - O algarismo das unidades do número 191919 é

a) 1 b) 3 c) 5 d) 7 e) 9

52 - Considerando os números 2

35a

e

2

35b

, o

valor de 22 ba é:

a) 5. 3

b) 2. 3

c) 2

3

d) 4

3

e) n.d.a. 53 -

21

512

0

3222

3

3)5(

é igual a:

a) 17

3150

b) 90

c) 73

1530

d) 315017

e) –90

54 - Simplificando a expressão

3n

n4n

2.2

2.22

, obtém–se:

a) 2n + 1

= 81

b) 87

c) –2n + 1

d) 1 – 2

n

e) 47

55 - A metade de 2

100 é:

a) 250

b) 1

100

c) 299

d) 2

51

e) 150

56 - Dos números abaixo, o que está mais próximo de

2

34

)9,9(

)3,10.()2,5( é

a) 0,625 b) 6,25 c) 62,5 d) 625

e) 6250 57 - A massa em gramas de um elétron é dada por um número que pode ser representado assim: 0 911

27 zeros Esse mesmo número também pode ser representado como

a) 9,11 1028

b) 9,11 1027

c) 911 1028

d) 911 1027

e) 911 1026

58 - O valor da expressão: n2n

1n2n3n

22

222A

a) 523

b) 1046

c) 2

11

d) 546

e) 8

115

59 - O valor da expressão 1n2n

1n2n4n

22

222

é

a) 1 b) 2

n + 1

c) 813

d) 3

82

e) n

60 - O valor de 3

2

27

1

é de:

a) 9 b) 3 c) 1/9 d) –1/9 e) -9

61 - Se 422

16h2

, então o valor absoluto de h é:

a) 12 + 8 2

b) 4 c) 2

d) 223

2

e) 2232

TEXTO: 1 - Comum à questão: 62 Considere o gráfico da função f(x) = 3

x – 2

x, dado na

figura a seguir.

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62 - A expressão 55 2233 vale aproximadamente

a) 1,0. b) 1,2. c) 1,4. d) 1,6. e) 1,8.

63 - A expressão 21

21

2

equivale a:

a) 2

b) 4 2

c) 2

1

d) 2

1

e) n.d.a.

64 - A expressão 5018 é equivalente a:

a) 172

b) 234

c) 28

d) 35

e) 22

65 – A expressão 3 7

4 é igual a:

a) 7

74 3

b) 7

74

c)

7

494

d)

7

3434 3

e)

7

494 3

66 - A expressão 32

1

é igual a

a) 32

b) 32

c) 32

d) 3

1

2

1

e) 23

67 - O resultado da divisão 6b

a 3b

a5

2: é:

a) 6 75ba

b) 6

b

a7

5

c) ab

d) ba

e) ab

68 - Dado

3 2

2

35

2

é igual a:

a) 3 435

b) 3 235

c) 3 235

d) 3 435

e) 3 435

69 - Sobre as sentenças:

I. 10.73.763.3

1

II. m

3.an

nm4

a273246

2

.nm3

2 , se m > 0 , n > 0 e a > 0

III. Se zyx3 5.3.2250 , então 31x , y = 0 e z = 1.

É correto afirmar que somente a) I é verdadeira b) II é verdadeira c) III é verdadeira d) I e II são verdadeiras e) II e III são verdadeiras.

70 - Sendo 3

3 2

x

x1M

e p2 xM1 , o valor de p é:

a) 31

b) 32

c) –1

d) 34

e) n.d.a.

71 - Considere o número inteiro 3

4

20162014N

. O

maior fator que aparece na decomposição de N em fatores primos é a) 37. b) 41. c) 47. d) 53. e) 59.

72 - Para todos os números reais x e y tais que x . y

0, a expressão (x4 y4) (x2 y2) é equivalente a

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a) xy

yx 22

b) 22

2

yx

)yx(

c) xy

yx 22

d) 22

22

yx

xy

e) 22

2

yx

)yx(

73 - O valor numérico de x41.2

3x2x

4

3 para

x = 12

1 é

a) 12 b) 10 c) 6 d) 0 e) –2 74 - (IFPE/2015) Andando pela rua onde mora, Bira notou que havia um prédio em obras onde foi construída uma rampa para retirada de entulhos do segundo andar do edifício. A rampa forma um ângulo de inclinação de 30° com o chão, conforme a figura abaixo.

Sabendo que o topo da rampa está a uma altura de 6m do chão, qual o comprimento da rampa, em metros? a) 18 b) 12

c) 34

d) 26

e) 6 75 - (IFSC/2015) Em uma aula prática, um professor do curso técnico de edificações do câmpus Florianópolis do IFSC, pede para que seus alunos determinem a altura de um poste que fica nas instalações da instituição, porém há uma impossibilidade para se chegar tanto ao topo do poste, bem como sua base. Para realizar tal medida, são disponibilizados para os alunos uma trena (fita métrica) e um teodolito. É realizado o seguinte procedimento: primeiro crava-se uma estaca no ponto A a x metros da base do poste e mede-se o ângulo formado entre o topo do poste e o solo, que é de 60°(sessenta graus); em seguida, afastando-se 10 m (dez metros) em linha reta do ponto A e cravando uma nova estaca no ponto B, mede-se novamente o ângulo entre o topo do poste e o solo, que é de 30° (trinta graus). A partir do procedimento descrito e da figura abaixo, é CORRETO afirmar que a altura do poste é de aproximadamente:

Glossário: Teodolito: instrumento utilizado para medir ângulos. Trena: fita métrica. Dados: sen 30º = 0,5; cos 30º = 0,86; tg 30º = 0,58 sen 60º = 0,86; cos 60º = 0,5; tg 60º = 1,73 a) 8,65m b) 5m c) 6,65m d) 7,65m e) 4m 76 - (UNISC RS/2015) O topo de uma torre é visto sob um ângulo de 30º, a uma distância de 30 metros de sua

base. A altura desta torre, em metros, sendo 2

1º30sen ,

23º30cos e

33º30tg , é igual a

a) 310

b) 315

c) 15

d) 320

e) 330

77 - (Unievangélica GO/2015) Suponha que um sítio esteja situado no mapa, conforme a figura a seguir. Sabendo-se que a reta que liga o povoado de Santa Rita a Anápolis é perpendicular à reta que liga Anápolis ao sítio, qual a distância, em quilômetros, do sítio ao povoado de Santa Rita?

a) 30 b) 60

c) 320

d) 15 e) n.d.a. 78 - (ACAFE SC/2015) O triângulo ABC da figura abaixo

é retângulo. As medidas, em metros, de AB e BC são (x

+ 8) e 3x, respectivamente. Se 0cos3sen , então, a

área do triângulo retângulo ABC, em metros quadrados, é um número compreendido entre:

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a) 12 e 13. b) 13 e 14. c) 14 e 15. d) 11 e 12. e) n.d.a. 79 - (PUC GO/2014) E agora, diante de outro espelho, o do banheiro dos professores, ele respirava fundo, na esperança de que o ar purificasse suas veias, eliminando a sensação de vertigem e o resto todo. Mas a preocupação com a queda tornava-a ainda mais iminente e ele pensou em sair dali de fininho, pegar o carro e ir enfiar-se na cama. Mas lhe faltava a audácia para fugir. Porque, de um lado, havia os alunos já aguardando na sala e, do outro, um chefe de departamento que o encarava com a desconfiança dos acadêmicos diante dos empíricos, para se aplicar um rótulo bonitinho àqueles que fazem da imaginação e da fantasia uma realidade palpável, sua forma de ganhar o pão, o vinho e coisinhas mais, seja transmutando essas realidades da imaginação em peças escritas, seja ministrando-as a discípulos indefesos. Aqueles, enfim, os empíricos, que são capazes de tirar ovos de uma cartola, e trevas, para atravessá-las com raios de luz. (SANT’ANNA, Sérgio. Breve história do espírito. São Paulo: Companhia das Letras. 1991. p. 63.)

O texto faz alusão a raios de luz. Um raio de luz incide no ponto I de um espelho plano e, após a reflexão, passa pelo ponto P. Determine o ângulo de incidência (o ângulo formado entre o feixe de luz que incide sobre o objeto e um segmento perpendicular ao espelho passando pelo ponto I):

a) 45º b) 90º c) 30º d) 60º e) n.d.a. 80 - (UNIFOR CE/2014) A figura abaixo representa um terreno que deverá ser cercado contra animais com três fios de arame em cada dimensão. A quantidade de arame que será utilizada para cercar o terreno em metros é:

a) 100m b) 111m c) 120m d) 122m e) 130m

81 - (UEPA/2014) Num dos trabalhos escrito no começo do século V d. C. na Índia, encontramos uma tabela “meiascordas”, representado na figura abaixo. Essas “meias-cordas” representam os nossos atuais senos. Os indianos pensavam na meia-corda como o real segmento em um círculo com raio particular, como, por exemplo, ocorre no livro Almagest de Claudius Ptolomeu (85 – 165), que utilizou um círculo de raio 60. (Texto adaptado do livro A Matemática através dos tempos, Editora Edgard Blucher, 2008.)

Utilizando o mesmo raio considerado por Ptolomeu, o valor da meia corda indicado na figura para um ângulo

de = 45º é:

a) 230

b) 215

c) 2/215

d) 2/2

e) 4/2

82 - (IFSP/2014) A base de um triângulo isósceles mede

33 cm e o ângulo oposto à base mede 120º. A medida

dos lados congruentes desse triângulo, em centímetros, é a) 3 b) 2

c) 3

d) 31

e) 32

83 - (UEG GO/2014) Do alto de um edifício de 24 metros de altura, um engenheiro vê o topo de um outro edifício mais alto, observando-o sob um ângulo de 30º. Sabendo

que a distância entre os dois edifícios é de 3100

metros, a altura do edifício mais alto é:

a) m 3100

b) 100 m c) 124 m

d) m 3124

e) n.d.a.

84 - (UNIFOR CE/2014) Uma pessoa está a m 380 de

um prédio e vê o topo do prédio sob um ângulo de 30º, como mostra a figura abaixo. Se o aparelho que mede o ângulo está a 1,6m de distância do solo, então podemos afirmar que a altura do prédio em metros é:

a) 80,2

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b) 81,6 c) 82,0 d) 82,5 e) 83,2

85 - (UESPI/2014) Sejam e ângulos internos de um

triângulo retângulo, satisfazendo a condição sen =

4sen . Se a medida do lado oposto ao ângulo mede 40 cm, a medida em centímetros do lado oposto ao

ângulo é:

a) 2

1

b) 5 c) 10 d) 15 e) 20 86 - (MACK SP/2013)

Se na figura, 23AD e 614CF , então a medida de

AB é

a) 68

b) 610

c) 612

d) 28

e) 514

87 - (Unifacs BA/2013) Uma rampa de 2,5m de comprimento e de 1,5m de altura é usada para se ter acesso à emergência de um hospital. Desejando-se facilitar esse acesso, reduziu-se em 30

0 o

ângulo de inclinação da rampa, que passou a ter um comprimento, em metros, de aproximadamente a) 3,3 b) 5,5 c) 8,2 d) 10,8 e) 13,6 88 - (ENEM/2013) As torres Puerta de Europa são duas torres inclinadas uma contra a outra, construídas numa avenida de Madri, na Espanha. A inclinação das torres é de 15º com a vertical e elas têm, cada uma, uma altura de 114 m (a altura é indicada na figura como o segmento AB). Estas torres são um bom exemplo de um prisma oblíquo de base quadrada e uma delas pode ser observada na imagem.

Disponível em: www.fickr.com. Acesso em: 27 mar. 2012.

Utilizando 0,26 como valor aproximado para a tangente de 15º e duas casas decimais nas operações, descobre-se que a área da base desse prédio ocupa na avenida um espaço a) menor que 100 m

2.

b) entre 100 m2 e 300 m

2.

c) entre 300 m2 e 500 m

2.

d) entre 500 m2 e 700 m

2.

e) maior que 700 m2.

89 - (UNCISAL/2013) A tabela a seguir, que apresenta os cossenos dos ângulos de medidas inteiras da faixa de 45º a 76º, deve ser utilizada para as soluções.

O manual de instruções de uso das escadas portáteis fabricadas pela empresa Escadaria do Brasil Sociedade Anônima indica que elas somente podem ser apoiadas pela base num piso horizontal e pelo topo numa superfície vertical. Além disso, estabelece que o ângulo de inclinação da escada (ângulo entre a escada e o piso) deve se situar entre 65º e 75º. Se o ângulo de inclinação de uma escada de 4 m de comprimento for 70º, a altura do topo da escada em relação ao piso é, aproximadamente, a) 1,4 m. b) 4 m. c) 3,8 m. d) 3,4 m. e) 3,2 m. 90 - (PUCCampinas SP/2012) Uma pessoa está sentada em uma sala de projeção, na cadeira central de uma fileira. De um plano horizontal, na altura de seus olhos, ela vê a tela plana sob um ângulo de 60°, como mostra a figura abaixo.

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Se, nesse plano, as distâncias do observador às extremidades da tela são iguais a 12m, então a distância dele à tela, em metros, é igual a

a) 4 2

b) 6 2

c) 4 3

d) 6 3

e) 8 3

91 - (UFJF MG/2012) A figura abaixo representa um rio plano com margens retilíneas e paralelas. Um topógrafo situado no ponto A de uma das margens almeja descobrir a largura desse rio. Ele avista dois pontos fixos B e C na margem oposta. Os pontos B e C são visados a partir de Arespectivamente, medidos no sentido anti-horário a partir da margem em que se encontra o ponto A. Sabendo que a distância de B até C mede 100 m, qual é a largura do rio?

a) 350 m

b) 375 m

c) 3100 m

d) 3150 m

e) 3200 m

92 - (UEMA/2012) Na figura abaixo, o triângulo ABC é retângulo em B. O cosseno do ângulo BÂC é:

a) 13

11

b) 13

10

c) 13

12

d) 13

6

e) n.d.a.

e) 13

1

93 - (UEPA/2012) As construções de telhados em geral são feitas com um grau mínimo de inclinação em função do custo. Para as medidas do modelo de telhado representado a seguir, o valor do seno do ângulo agudo

é dado por:

(Fonte:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/ arquivos/933-2.pdf. Acesso em 9 de setembro de 2011 – Texto adaptado)

a) 10

104

b) 10

103

c) 10

22

d) 10

10

e) 10

2

94 - (UNIOESTE PR/2012) Uma construtora foi contratada para construir uma ponte. No projeto está previsto a construção, nas extremidades da ponte, de quatro colunas de concreto, de altura h, que servirão para fixar cabos de aço que sustentarão a ponte. Em cada coluna serão fixados, na extremidade superior, dois cabos de comprimentos A e B. A outra extremidade do cabo de comprimento A será fixada na ponte, a uma distância L da base da coluna, formando um ângulo a com a ponte. A outra extremidade do cabo de comprimento B também será fixada na ponte formando um ângulo b com a ponte, conforme a figura. A ponte será supostamente plana e as colunas de concreto serão construídas de modo a formar um ângulo de 90º com a ponte. É correto afirmar que a quantidade total de cabo a ser utilizado na construção da ponte é:

a)

)a(sen

L

)b(sen

h4

b)

)acos(

L

)b(tg

h4

c)

)acos(

L

)b(sen

h4

d)

)a(tg

L

)b(sen

h4

e)

)a(tg

L

)b(tg

h4

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95 - (UNIFOR CE/2011) O Edifício Joelma tornou-se conhecido nacional e internacionalmente quando, em fevereiro de 1974, um incêndio provocou a morte de 188 pessoas. Foi inaugurado em 1971 e continha vinte e cinco andares, sendo dez de garagens. Hoje é denominado Edifício Praça da Bandeira. Suponha que cada andar tem 2 metros de altura e um carro de bombeiro tenha se posicionado em frente ao prédio incendiado. Se a inclinação máxima da escada é 30° e o seu tamanho máximo é 60m, qual será o último andar alcançado pela escada?

(Imagem disponível em: www.rived.mec.gov.br. Acesso em: 01/11/2010.)

a) 5º Andar. b) 7º Andar. c) 8º Andar. d) 10º Andar. e) 15º Andar.