letras e artes

16
Rio, Domingo, 23-7-1949 EIS a última palavra, por enquanto, da cri- tica literária france- sa: o "essai sur les limites d e Ia littérature", a o qual sua autora, Claude-Edmon- de Magny, deu título algo esquisito de "les sandales tfEmpédocle". E* um livro bem francês.; [Talvez não julgassemf assim aqueles que conside- ram como produto típico das letras francesas a "cau« serie" espirituosa; estes se assustariam em face de certas dificuldades do ra- eiocinio filosófico de Mme. Magny. Na verdade, "Les sandales d'Empédocle" é um livro bem francês num sentido mais alto: pela von- tade de ligar o mais novo ao mais antigo o que constitui a "volonté gene- ções permanentes e tradi- ções invariáveis. Deste modo, um livro que - tra- ta d e Kafka e Sartre, alu- d e no título a um mito da Antigüidade grega. Quando o filósofo Em- pédocle subiu o t na para, precipitando-se na cratera do vulcão, sacri- ficar a vida . aos deuses as suas sandálias de bronv deixaram no chão ves tígios permanentes, tra* ços da sua ascensão espi- ritual e símbolos do c a - xninho da Humanidade para cima. Lá, no cume d a montanha afirma- ram os antigos as san- dálias ainda poderiam sefl encontradas, porque no momento supremo o sá « bio não precisava d e* Ias. O crítico literário n sentido mais alto da pala-J , vra seria, conforme CIau* de-Edmonde Magny, com- paravel a um homem que acompanhasse os vestígios d e Empédocles para saber direção caminho que o sábio tomou. Assim, o crítico acompanha, inter- pretando, as obras litera- rias nas quais se cristali- zam as tendências gerais da época conceito no qual se reconhece logo. o "Espírito objetivo" de He- gel. A escritora francesa parece reduzir a literatura à expressão de situações sociais, limitando-se a cri- tica literária à interpreta- ção do sentido coletivo das -"sandálias de Empédo- cies". Mas esta possibili- dade é logo desmentida, ou antes é afastada a tentação ide julgar as obras litera- Has as endên- w8wMtâíisúm£$&tMâ&^ fOS DOIS fMM0„"fl M KJGASSa, Crítica Francesa ÕTTO MARIA CARPEAUX1 que manifestam ou escon- dem. Justamente nas obras mais significativas da épo- ca Mme. Magny fala de Kafka, Sartre e também de Charles Morgan -— é difi- cil ou até impossível veri- ficar tendências daquela espécie. As dificuldades da interpretação sociológí- ca podem ser consequên- cias da situação que nos é comum com as obras de arte: elas estão condicio- nadas pelo momento his- tórico em que nasceram, e a visão de nós outros está limitada pelo mesmo mo- mento histórico que atra- vessamos. Afinal, todas as obras do homem são produtos de determinadas situações históricas, assim transitórias do fluxo per- manente das coisas. Quan- chegamos a examina- Ias, estão em certo sen- tido ultrapassadas. "Nous ne trouvons jamais Empe- docle.Iui-même, qui est tou- jours um peu plus lóin, mais seulement Ia trace de ses pas, au mieux visible et tangible et comme matéria- lisée sous formes de san- dales dairain",  * o conjunto dos vestígios das "sandálias de bronze" revelam algo mais do que cada um separado: entre eles existe uma linha ideal que pôde ser traça- da, na imaginação, para a frente e para trás, ilumi- nando o caminho do repre- sentante da Humanidade, mesquinhos)' d a áfuaÜda* de, e em vez de afastar-s^ d a vida, entrincheirando» se como "scholar" erudilr e impassível atrás d o # "clássicos" do passado (fc? tas vezes falsas celebrida^ des da "fable convenue"), ç crítico compreende o reinr da literatura como uma grande unidade, com uni país acidentado cujas pai- sagens históricas e heas cultivadas s e estendem para o longe, perdendo-so no horizonte de fronteiras ainda não limitadas. O cri- tico parece-se com um es- pecialista de geodesia, en- carregado de organizar o mana d c uma terra em movimento contínuo pe o3 terremotos e enchentes da •~~ 1. _». iiíiot, escritas ern 1920: - "It is part o f m' s (the critVs) busihesse to see literature stèadily and to see it whole; and this eminently to see it not as consecrated by time, but to see it beyond time; to seé the best work of our timo and the best work oftwen* ty-five# hundred v e a r s ago with lhe same eyes". Claude-Edmonde Magny, em 1945, transcreve á sua maneira: "Les oeuvres a n* ciennes ont besoin d'un ra » jeunissement, les oeuvres nouvelles d'une tradition qui les soutient", e "Lo présent modifie le passe tout autant celui-ci agit sur lui". Neste sentido citou à tentativa de Stuart Gilbert de explicar o "Ulysses" de Joyce pela "Odisséia" de Homero; os "Seven Pillars of Wis» dom" de T. E . Lawrenco explicariam de uni modo surpreendente a Odisséia, que Lawrence, aliás, tra« duziu. As obras "clássi- cas" existem enquanto incorporávéis a o presente, e entre nós outros exis- tem decerto alguns "clássi- cos" ainda não consagrados pelo tempo. E ' naturalmente difícil reconhecer estes últimos; nisso até um Sainte-Beuve errou, e muito. Mas no Fundo, Claude - Edmondo Magny não faz outra coisa d o que Sainte-Beuve: rein- terpretando as obras antl gas em sentido novo, ás vezes revolucionário, e en- quadrando as obras novas na tradição. Até aí, "Les sandales d'Empédocle" são um livro bem francês. Mas Claude-Edmonde 'Magny está longe do re- ktivismo cético de Sainte- **euve. O seu intuito não ê psicológico e sim metafísi- co. Reinierprctando as obras antigas, revelando nelas o que importa a nós outros e se revela tam- bém em nossas próprias obras, ela espera através* sar "les limites de Ia litté- rature" eis o subtítulo do seu livro descobrindo os valores absolutos e éter- nos nas manifestações hÍ3* toricamente limitadas do "Espírito objetivo". Po* isso, os elementos própria- mente artísticos da obra literária estilo, situa*' ções, caracteres, enredo lhe importam enquanto neles se escondem a s "ten- tências gerais", sejam con* cientes ou inconcientes. L a tache du critique sers

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Page 1: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

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Rio,

D o m i n g o ,

23-7-1949

EIS

a

última

palavra,

por

enquanto,

da

cri-

t ica

literária

france-

sa:

o

"essai

sur les

limites

d e Ia

littérature",

a o

qual

sua autora,

Claude-Edmon-

de M agny ,

deu

o

t í tulo

algo

esquis i to

de

"les

sandales

tfEmpédocle".

E *

um

l ivro

bem francês.;

[Talvez

não

julgassemf

ass im

aqueles

que

conside-

r a m

c o m o

produto

típico

da s

letras

francesas

a

" cau«

serie"

espirituosa;

estes

se

assustariam

em

face

de

certas dificuldades d o ra-

e i o c i n i o

f i losóf ico

de

Mme.

Magny.

N a

verdade,

"Les

sandales

d'Empédocle"

é

um

l ivro

bem

francês

num

sent id o

mais

a l to:

pela

von-

t ade

de

l igar

o

mais novo

ao

mais

ant i go

o

que

constitui

a

"volonté

gene-

ções

permanentes

e tradi-

ções

invariáveis.

Deste

m o d o ,

um

l ivro

que

-

tra-

ta

d e

K afka

e

Sartre,

alu-

d e

no

t í tulo

a

um

mito

da

Antigüidade

grega.

Quando

o

f ilósofo

Em-

p édocle

subiu

o

Etna

p ara ,

precipitando-se

na

cratera

do

v ulc ã o ,

sacri-

f i ca r a

vid a

aos

deuses

as

suas

sandálias

de

bronv

ze

deixaram

no

chão

ves

t ígios

permanentes,

tra*

ços

da

sua

ascensão

espi-

ritual

e

s ím bolos

do

c a -

xninho

da

Humanidade

p a r a

c im a.

Lá,

no

cume

d a

montanha

afirma-

r a m

o s ant i gos

as

san-

d á l i a s

a i n d a

poderiam

sefl

encontradas,

porque

no

momento

supremo

o

sá «

b io

não

precisava

d e*

Ias.

O crítico

literário

n a »

sentido

mais

alto

da

pala-J

,

vra

seria,

conforme

CIau*

de-Edmonde

Magny,

com-

paravel

a

um

h o m e m

que

acompanhasse

os

vestígios

d e Empédocles

p ara

saber

a d i r e ç ã o

caminho

que

o sábio

tom ou.

Ass im ,

o

crítico

acompanha,

inter-

pretando,

as

obras

litera-

r i a s nas

quais

se

cristali-

z a m as

tendências

gerais

d a é p o c a

conceito

no

qual

se reconhece

logo.

o

"Espírito

objetivo"

de

He-

gel.

A escritora

francesa

parece

reduzir

a

literatura

à expressão

de

situações

soc ia i s ,

limitando-se

a

cri-

t i c a literária

à

interpreta-

ç ã o

do

sent ido

colet ivo

das

-"s andá l i as

de

Empédo-

cies".

M as

esta

possibili-

d a d e

é logo

desmentida,

ou

antes é

afastada

a

tentação

i d e

julgar

as

obras

litera-

H as

conforme

as

tendên-

feias

i deológ ico

-

políticas

hãô

ste

p o d e

s e r

vendido

w8wMtâí isúm£$& tMâ& ^

f O S

D O I S

f M M 0 „ " f l

M

K J G A S S a ,

Crít ica

Francesa

Õ T T O M A R I A

C A R P E A U X 1

*

¦

¦

s

a .-n_ss

ft

que

manifestam

ou escon-

de m.

Justamente

nas

obras

mai s

significativas

da

épo-

ca

Mme.

M a g n y

fala de

K a f k a ,

Sartre

e

t am bém

de

Charles

M o r g a n

- —

é

difi-

cil

ou

até im p oss ível

veri-

f i ca r

tendências

daquela

espécie.

As

dificuldades

da

interpretação

sociológí-

ca

p o d e m

ser

consequên-

cias

da

s i tuação

que

nos

é

c o m u m

com

as

ob ras

de

arte:

elas estão

condicio-

n a d a s

pelo

m o m e n t o

his-

tórico

em

que

nasceram,

e

a

visão

d e

nós

outros

está

l imitad a

pelo

me s mo

mo-

m ento

histórico

que

atra-

vessamos.

Afinal,

todas

as ob ras

do

hom em

são

produtos

de

determinadas

s i tuações

históricas, assim

c o m o o s

vestígios das

san-

dál i as

d e

Empédocles

de-

pend em,

em

parte,

da

na°

íureza

d o

chão ern

que

se

gravaram.

As

ob ras

de

arte t a m b é m

são

vestígios

no

chão

d a História,

cr is»

m s

o u

mtáf&Gmím

transitórias

do

f luxo

per-

manente

da s

coisas.

Quan-

do

c h e g a m o s

a

examina-

Ias,

estão

em

certo

sen-

t i do ultrapassadas.

"Nous

ne trouvons

j am a is

Empe-

docle.Iui-même,

qui

est

tou-

j ours

um

peu

plus

lóin,

mai s

seulement

Ia

trace

de

ses

pas,

au

mi e ux

visible et

tangible

et c omme

matéria-

lisée

sous

f orm es

de

san-

dale s

dairain",  *

Contudo,

o

con junto

dos

vestígios

da s

" sand ál ias

de

bronze"

revelam

algo mais

do

que

c a d a

um

separado:

entre

eles existe

uma linha

i de al

que

pôd e

ser

traça-

da , na

im aginação ,

p a r a

a

frente

e

p a r a

trás,

ilumi-

n a n d o

o

c a m i n h o

do

repre-

sentante da Humanidade,

l i gando

o

m o m e n t o

pre-

sente

ao f u turo

e

ao

passa-

d o .

P a r a

o cr í t i co

literário,

abre-se

deste

m o d o

ampla

perspectiva:

em

vez de

f i ca r

o c u p a d o

exclusiva-

mente

com

os

"vient-de-

mesquinhos)'

d a

á f u a Ü d a *

de,

e

em

vez

de

afastar-s^

d a

vid a ,

entrincheirando»

se

c o m o

"scholar"

erudilr

e

im p ass ível

atrás

d o #

"clássicos"

do

p a s s a d o

( f c ?

tas

vezes

falsas

celebrida^

des

da

"fable

convenue"),

ç

cr í t ico

compreende

o

reinr

da literatura

c o m o

uma

g r a n d e

u n i d a d e ,

com

uni

pa ís

acidentado

cujas

pai-

sagens

históricas

e

heas

cultivadas

s e

estendem

p ara

o

longe,

perdendo-so

no

horizonte

de fronteiras

a i n d a

n ão

limitadas.

O

cri-

tico

parece-se

com

um

es-

pecialista

de

geodes ia ,

en-

carregado

de

organizar

o

m a n a d c

uma

terra

em

movimento

c o n t í n u o

p e o 3

terremotos

e

enchentes

da

História.

As

obras d t

artu,

cies",

são com o

p*)ntos

h-

xos

que permitem

(Islimi-

tar

terrenos

e medit

altu-

ras.

E sta

unidade

d o

reino

da

üiêíâíüísJemJbra

sahv«â§

• ~ ~

1.

_ » .

i i í i o t ,

escritas

ern

1920:

-

"It

is

part

o f

m' s

(the

critVs)

busihesse

to

see

literature

stèadily

and

to

see

it

whole;

and this

eminently

to

see it

not

as

consecrated

by

time,

but

to

see

it

b e y ond

t ime;

to seé

the

best

w o r k o f

o ur

timo

a n d

the

best

work

oftwen*

ty-five#

hundred

v

e a r

s

a g o

with

lhe

same

eyes".

Claude-Edmonde

Magny,

em

1945,

transcreve

á

sua

maneira:

"L es

oeuvres

a n*

c iennes

ont

besoin

d 'un ra »

jeunissement, les

oeuvres

nouvelles

d 'une

tradition

qui

les

soutient",

e

"Lo

présent

m o d i f i e

le

passe

tout autant

celui-ci

agit

sur

lui".

Neste

sent ido

c i tou

à

tentativa

de

Stuart

Gilbert

de

explicar

o

"Ulysses"

d e

Joy c e

pela

"Odisséia"

d e

Homero;

os

"Seven

Pillars

o f

Wis»

d o m "

de

T.

E .

Lawrenco

explicariam

de

uni

modo

surpreendente

a

Odisséia,

que

Lawrence,

al iás,

tra«

duziu.

As

ob ras

"clássi-

cas"

só existem

enquanto

incorporávéis a o

presente,

e entre

nós

outros

exis-

tem

decer to

alguns

"clássi-

c os "

a i n d a

não

consagrados

pelo

tempo.

E '

naturalmente

difícil

reconhecer

estes

últimos;

nisso

até

um

Sainte-Beuve

e rrou,

e

m uito.

M as

no

Fundo,

Claude

-

Edmondo

M agny

n ão

faz

outra

coisa

d o

que

Sainte-Beuve:

rein-

terpretando

as

ob ras

antl

gas

em

sent id o

no vo ,

ás

vezes

revolucionário,

e en-

quadrando

a s

ob ras

novas

na

t rad ição .

Até

aí,

"Les

sandales

d'Empédocle"

são

um l ivro

bem

francês.

M a s

Claude-Edmonde

'Magny

está

longe

do

re-

ktivismo

c é t i c o

de

Sainte-

**euve.

O

seu

intuito

n ão

ê

p s icológ ico

e

sim

metafísi-

co.

Reinierprctando

as

o b r a s

antigas,

revelando

nelas

o

que

impo rta

a

nós

outros

e se

revela

tam-

b é m

em

nossas

próprias

obras ,

ela

espera

através*

s ar

"les

l imites

de

Ia

litté-

rature"

eis

o

subtítulo

do

seu

l ivro

descobrindo

os

valores

absolutos

e

éter-

nos nas

manifestações

hÍ3*

toricamente

limitadas

do

"Espírito

objetivo".

Po*

isso ,

o s

elementos

própria-

mente

artísticos

da

obra

literária

estilo,

situa*'

ções,

caracteres,

enredo

só lhe

importam

enquanto

neles

s e

e s c o n d e m

a s

"ten-

tênc ias

gerais",

s e j am

c o n *

cientes

ou

inconcientes.

L a

tache

du

critique

sers

d'élucider

*

philosophique-

;

ment

les

cíéments

non

phi-

losophiques

de

1'oeuvre"

Tentativa

estranha

de

en-

carar

poe mas ,

d r a m a s ,

ro-

m a n c e s

c o m o

teses

"filosó-

f i c as

embuçadasí

O m oti»

. j C o n c i u e m a

4 . *

oag.£

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Page 3: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

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> » ¦ ¦

Através

d o s

¦-. .

uplementos

SE

A L G U É M I N F O R M A R ,

com

s e r e n i d a d e ,

que

o~Sr.

M o n t e i r o L o b a t o

ainda

Afio

e n g o r d o u

meio

quilo

em

Buenos

Aires,

asseguro

qüe

acredito.

Apesar

de

bem

c o m i -

. do ,

que

o sonho

do

escri tor

paü-

. Sista sempre

foi

c o m e r

bem,

das

-

talhadas de

carne

que

fa rão

in -

çhar

suas

preciosas

b o c h e c h a s , '

>

d o s repastos

quase

r o m a n o s , do

.

s a b o r o s o

vinho

por tenho,

fica-

Jne

a

idéia

de

que

o

h o m e m

c o n -

tinua m a g r o

c o m o

um espêtò.

t

Seu

mal,

q u a n d o

a b a n d o n o u seu

  ¦:

pa ís ,

nao

estava

no

estômago.

Mas

no

m iol o,

o

mesmo

miolo

i

que,

depois

de

criar

o

Jeca

Tatu,

f icou

tão mole

quanto

o

i

prestigio

pol í t ico

do Sr.

Luiz

.' Carlos

Prestes.

Pena

que

ura

miolo

ass im,

capaz de

reprodu-

zir-se

em excelentes

pra tos

1L

• • ¦ •

terários, acabasse

c o m o

acabou:

existindo

em função da

c o m i d a ,

n a d a m ais

vendo

e

sent indo

se-

não

pernas

de

carneiros

e

cos.

teletas

de

porco .

Com ict o c O m o

- ¦

deve

estar,

arrotando

azeite,

ce.

bola

e

espinafre ,

élatiiimâvel

dizer

que

o

escr itor

Mo n t e i r o

L o b a t o

al imenta

agora

uma

esperança:

vêr

á

barriga

crês*

cer e observá- la

rol iça

c o m o

um.

 

barril de

cerveja.

E m t o d o

caso,

não

sendo

pos-

sível

a

R a b e l a i s

retratar

esse

n o v o

glutão.

a

ninguém

pa s s a -

r i a

á

idéia dç

iniciar

éle,

co m

essa

f i losof ia

d a

pança ,

um a

es -

c o l a

tão

r ica

em movimentos

intestinais

e

r i tmos

f is iológicos.

No

entanto,

s ur g i n d o

o

primei-

ro

d i s c í p u l o

com

esse

triste

ri-

d í c ul o

que

se c h a m a o

Sr.

A p o -

relli,

a g o r a

em

Buenos

Aires,

duvidar

da

escol a seria

um a

in -

verdade.

Abriu-se

a

escol a , a i está.

Depois do

Quixote

do

petróleo,

.

seguiu

o

Sancho P a n ç a

do boi-

.

c h e v i s m o

indígena.

Dois

velhos

d e c a d e n t e s ,

vencidos

pel a

vida,

exaustos

de

per ipécias,

ali

em

Buenos

Aires,

a p o s t a m

agora

o

v á c u o

dos

b a n d ul h o s

sobre

ter-

s inas

d e

fe i jão. Impressionante,

o espetáculo

que

oferecem

De.

siludiram-se

ambos

do

destino

d o < B r a s i l

e

dos

seus

homens.

E ,

p o r

não

acreditarem

na

ciência

do Dr.

Dante

Costa, na

sabedo-

r ia do Prof.

Silva

Melo. foram

buscar na

terra

d e E s c u d e r o

o

,

pasto

que

seus

dentes

exigiam.

C o m o m a s t i g a m

bem

-

diria

O

Sr,

Marques

Rebelo.

Nã o o

direi

eu

que,

como

todos

s a b e m ,

sou

um suje i to

amável

e

bon_

d o s o . C o m e d i d o ,

prudente

c o m o

o

Sr.

P e d r o

Dantas,

pref iro

vê-

los

c o m o um

t rágico exemplo

pa r a

a s

novas

gerações

brasi-

leiras. E x e m p l o

que

ilustra

o

f im

do

escr itor

que

t r a iu o

tra*

b a l h o

do

espír i to

e

s a c r i f i c o u

a

Inteligência

na

farra

intelectual ,

'

que

pe r d e u

a

consciência

da

própria

v o c a ç ã o

para

afundar-

se

numa

irresponsável

destrui-

ção

de

todos

o s

pr i n c í p i o s

no-

bres

da

vida .

O crime

executa-

i d o ,

não

f al tar ia

o castigo.

H e d i o n d o

o

castigo

que

so-

£rem:

em

lugar

d o

l ivro,

a

ga-

mela. Em

lugar

da

mão no su -

plemento,

ps

dedos

goraurosos,

os

olhos

vorazes ,

a

fome,

se

-

ahores, a

fome

que

nero o

dia-

bo c o n s e g ui r á

estancar

Deixe*

modos onde

estão,

verdadeiros

O J A L M A V I A N A

abutres,

e

vamos

a o m u n d o

que

n ã o

p o d e r ã o

reconquistar

o

d i á f a n o ,

m i a s

sempre

robusto

m u n d o

da

poesia.

e

. . ' .

*> •

O

r o m a n c i s t a

Lúcio

C a r d o s o ,

qué

também

é

po e t a , publica

Sua c o n f e r ê n c i a

sobre

Fernan-

do

Pessoa.

E

é

assim ,

com

um

grande

estudo,

que

c o n *

eça

o

suplemento

de

A

MANHA. Uma

reprodução

de

Van

Gogh

com-

pl e t a n d o

a

página,1

ind ica

o

que

será o

suplemento. Na

última

página ,

i lustrado

por

Santa

Ro.'

sa,

um

soneto

de Sá

de

Miran,-

da.

Isso apenas ,

o repouso de

alguns

minutos

sobre

"stas

co -

laborações.

e foi o

basfante

pa-

ra

que

" r i f i c" '

lembrasse

o s

fa

-

m i n t o s

exilados.

N ã o

seria

preciso

o Sr. Jorge

de

Lima.

e x c ur s i o n a n d o

à

rua

Arauio

Gondlm.

ou o capítulo

d o

^ d i á r i o "

d o

Sr. Marques'Re-

belo,

para

que

se

perdesse

defi-

nitivamente

a obsessão da

co-

mi daV O

que

há. sem

d ú v i d a ,

é

ó

p ã o

do

espír i to.

L' a com-

pr e e n s ã o

do

Sr.

Críst iano

Mar-

tins

fundamentando

o humoris-

mo

d é

Bernard

Shaw

O Sr.

Tasso d a

Silve ira

que

comenta,

c o m

brilho,

um

l ivro

d o

crítico

Andrade

Murici. O

Sr Ascen-

d i n o

Leite

que

se

detém,

c o m

intel igência , sobre

o

universa-

llsmo

Joseph

C o n r a d

E o Sr.

O l í m p i o

de

Souz a

Annrade se

volta

a o Eucl ides

da

Cunha.

De

qualquer

m o d o ,

o

pão

do

espír i to.

O

bom

trigo

que

o

poeta

Manuel B a n d e i r a

imoor-

taria

d a

Rússia ,

com

Tchekhov,

n u m

belo cont o

que

Goel di

ilus-

traria

com

sua

força

d e

sempre.

E, c o m o

para

suavizar

ainda

mais

a

agonia

dos dois famintos

eyadidos.

a

presença

d a

músi-

ca:

o

Sr.

Murillo Mendes

cui

-d a n d o

d a

" f o r m a ç ã o

de

disco,

teca" e

o

Sr. Bat ista

d a

Costa

ass is t indo

à música

negra .

Tudo,

m ui t o

cal m o,

c o m o amparando

a descompos^ura

do

pintor

San.

ta

R o s a no

Sr. O s v a l d o

Teixei-

ra ,

C o m o

aguardando

a s

pala-

v r a s

de descrença

do

Sr

Tris-

t ão

de

Ataíde.

O u v i d o

pelo

Sr. Almeida

Fis-

chér,

declarou

o

velho

crítico

que

há,

entre

nós r i o

momento,

uma.

crise

geral

da

literatura.

D i s c o r d a r ,

não

quero

Apenas

procurar

local izar

a

crijc.

alcan-

çá- la ,

mas como

não

a

localizo

e

nem a

a lcanço ,

posso

concluir

d i z e n d o

que

o

Sr.

Trístão

de

A t a í d e

exagera .

Em

nenhuma

outra

época,

n o

3ras iL

v i * , , mo -

viménto

l i terár io

assim

Traba-

lha-se.

e

muito.

Rea l Jza-se.

e

muito.

De

tal

m odo. cem

tal

ímpeto ,

que

o Sr.

Monte iro

Lo-

bato

ar r ibou-e. ar r ibando,

levou

na

c a u d a

o

pobre

Sr. Aporelii.

A

exclusão

desses ca

oras si-

gnif ica

vital idade.

Sã vitalida,

de

que

exemplif ico

com

o Sr.

Guimarães

Rosa.

por

sinal

um

dos

mot ivos

d o

Sr J o ã o

Conde

c o m

sua

prec iosa

secção

"arqui-

vos

implacáveis '" .

As

conf issões

do a ut o r

d e

"Sagarana"

provam,

d e

sobç jo .

que

crise não

temos.

Ao

c o n t r á r i o ,

em

literatura,

no

m o m e n t o ,

o

que

não

nos falta

são

bons

pratos.

P osso

acros-

centar

m esm o,

não

noa

faltam

até

bons suplementos

c o m o

o s

d e

A

M A N H A

e

«O

Jornal**,

e m b o r a

o do

"O

Jornal",

hoje,

não esteja

perfeitamente nos

trilhos.

Iniciou.se

com

o

Sr.

Ary

C.

Fernandes

que,

retomando

a

1 L .

nha

dos

seus

primeiros

ar»

t igos,

agüenta

qualquer

tro.

peço.

N ã o '

fosse

a aelicade-

za

dos

temas ,

que

o

Sr. Eros

Gonçalves

t a m b é m

a pr o v e i t a ,

e

com

maiores

recursos ,

elogiaria-

m os

o seu

c o m o

um

born

artigo.

T o d a v i a ,

não

sendo máu.

é

me-

lhor

que

o do

Sr.

Carlos

Pinto

Alves

que,

e s c r e v e n d o

sobre

o

pintor

Carlos

P r a d o ,

confessa:

"Não

sei

bem

porque

estou es-

crévendo".

E não

sabe mesmo,

af irmo.

Excelente ,

que

não

p o d e m o s

c o n t a r

o

Sr. Edgar

Sanches,

é

a

crí t ica

do

Sr.

An-

ton io

C â n d i d o .

"Sagarana"

o

assunto.

Do

Recife,

o Sr.

Olyvio

Mon-

tenegro

envia

uma

pobre

cola-

b o r a ç ã o .

O

Sr. G a r c i a

Júnior,

zero.

Bom,

c o m o

sempre

o

Sr.

Sylvio

Rabelo ,

p r e o c u p a d o

ago-

ra com

a

poes ia

do

Sr.

Deol in=

do

Tavares.

E máu.

desgraça«

d a m e n t e

máu,

e s t r a g a n d o

um

assunto

que

o

Sr.

Eugênio

Go-

mes

a pr o v e i t o u

tão

bem.

esse

Sr.

Galeão

C o u t i n h o

que

não

vale

uma

pataca .

E . a f ina l ,

o

Sr.

Alírio

Meira

Wanderley

que.

p r o s s e g u i n d o

no

estudo

sô-

bre Berdlaeff ,

parece

manter-se

insensível

à

d e s c a r a ç ã o

do

tal

Monte

Brito

que

o tentou

imitar

com

grande

f racasso.

O

suple.

menlo

a i n d a

tem o

Sr.

Aliezer

Burla ,

com

um

art igo

de

bôa

qualidade.

E ,

culpa

do

d iabo , observa-se

a

ausênc ia

da

secçã o informati-

va

conf iada

ao

Sr. Homero

A S

O B R A S

D E

H U M B E R T O

D E

C A M P O S

* . _

P J ° i U x ° f

««eritow»

c o n s e g ui r a m

nò Brasil

a

po pul a r i d a d e

ex.

traordinária de

Humberto

de

Campos.

Suas

obras ,

entretanto,

vi «

nnam.se t o r n a n d o

ultimamente

de difioil

aquis ição,

devido

a se »

rera

vendidas

apenas

em

coleçã o

completa

pelo

edi tor

Jackson

Mas

a

exemplo

d o

que

j á ,

foi

feito

com

as

obras

d e

Machado

de

r_Ü í»_^

'referI?_*íl

:Uvpo»

da

últ ima

semana

para

c á ,

estão

sende

racul tados

ao

público

em

volumes

avultos,

o

que

vem

sem

dúvida,

favorecer

a

c u r i o s i d a d e

e

o

interesse

d e

um a

mult idão

de

leitores.

0

Ê X I T O

D E

" S E R V O S

D A

M O R T E ' 9

k_

E - 8 t á

áf^pefí?ndo

9randa

-tençõo

do

públ ico

o r o m a n c e

de

Adornas

Filho

Os

Servos

d a

Morto",

Evidentemente,

o

j ovem

es-

critor

baiano

foge

nesse

l ivro

aos

modelos

c o n h e c i d o s

para

apresentar-nos,

sob

um

aspecto

novo,

á

tragédia

de um

pequeno

grupo

h u m a n o

num

recanto

do

sertão

d a

Bahia .

É

uma

huma-

n i d a d e

triste

pe r d i d a

essa

que

o

romancista

nos

pinta,

raefcc

dúzia

do

cr iaturas

miseráveis

a

debater-se

c o m o

nas

t revas

do

In*

ferno.

d e s f a v o r e c i d a s

pela

graça:

visão

impressionante

d á

éxis-

tência

sem

Deus.

Certos

t ipos

podem

sugerir,

sem

d ú v i d a ,

per-

sonagens

de

Julien

Green ,

principalmente

aquele estranho

he-

róe de

"Leviathqn",

m as

a originalidade

de

A d o n i a s

F i lho

não

6oíre com

essas

l igeiras

influências.

Resta a g o r a ,

a manifestação

da

crí t ica .

É

preciso que

a nossa

cri t ica

que

tem

d e i x a d o

passar

despercebida

tantas

o b r a s

de

mo-

;;J??»ldo^ n

m n n r t /vn /"i «

a à

tr ã

realização

ar t íst ica

o

exige.

U M

R O M A N C E

D A

A M A Z Ô N I A

A s

selvas

d a

Amazônia

const i tuem

um

cenário

tentador

para

oi

romancista*,

nao

sendo

d e

estranhar ,

p o r t a n d o ,

que o s oro-

SSPtáSS?

e^ngeiroG

visem aquele

recanto

d o

Brasil ,

c o m *

um

excelente

ambiente

de

novela .

Viciei Baum ,

tipo

da

novelista

cosmopol i ta ,

tendo

f ix ado

em

seus l ivros

as

mais

diversas

regiões

do

m undo

sentiu

também

a tentação

da

Amazônia .

E

depois

de

saturar.se

d e

U m a

vast a

literatura

pi toresca

e

cient í f ica

sobre

a

re-

giao

decidiu.se

a

local izar

ali

o enredo

da sua

ob ra

"A

árvore

qu o

St 7~V°í?fti™

ía

borracba",

h oje

l ançado

em

nosso idioma

pela

L i v r a r i a

d o

Globo,

em t r a d u ç ã o

de Othon

M .

Garcia.

J O S É

M A U R O

D E

V A S C O N C E L O S

va c o n n a u a

ao

ar .

H o m e r o

Mt-£Ub?Cft í0

Vel*Uvrarí* A*ir

E d i t o r a ,

o romance

"Banain

Rmw.-

Sena. Fal tando,

a secção

teria

.-JÈg*

T d f

José

Mauro

d e

Vasconcelos ,*fo i

c o n s Y d e r a d o n è ? o

c Í m c À

atrapalhado

bastante

o

suple.

A,varo

L,ns

co , no

superior

a

muitos

l ivros

de

E

Liado

mento

não

fosse

substituí-la

oart igo

d o

Sr.

Mario B a r a t a sô -

bre

a

" E scol a

de Par is"

Tra-

t a n d o

de

pintura

com

conheci-

mentos

quase

técnicos,

longe

nos

levaria

se

o

suplemento

do

"Diário

C a r i o c a "

não

nos

rou-

basse

a atenção.

Um

inédi to

de

O s v a l d o

Goeld i ,

ali.

valia

por

dez artigos.

Ali também

o Sr.

Roberto

B r a n d ã o ,

seguro,

c o m e n t a n d o

a

peça

d e

0'Neill

que

abre à

tem-

p o r a d a

d e

"Os

Comediantes".

E

o

cronista

R u b e m

Braga ,

ad-

mirável .

c o n t a n d o

a

história

da

negra.

C o m p l e t a n d o

o lado

óti-

mo

d ò

suplemento;

num,

conto

que

indiscutivelmente

possui

força

e expressão,

o

Sr.

Luiz

Ja r d i m ,

mostra

do

que

é

capaz.

Resta ,

dei t ado

em

rodapé, o

Sr.

P e d r o Dantas

(que,

por

prudên-

cia,

não

li).

pn»

_ l&__3 f

E n t us i a s m a d o

com

o

êx i t o

d e

seu

l ivro

oue

ecebeu

c

ogios

d e

Sérgio

lfllllet.

José

Lins

dt

Rego,

Luís

da

Câm ara

Cascudo

e

até

do

Sr

íouyfl^nteAJ0Sé.?í?Uro

d e Vasconcelos

entre:

cáZlha"

ed,,Í0reS

üní

^««tando

por

demais

Si» í i-qUn

aP£trecer'i

em

lança in2nto

d a Edl-

cr4om«°„,PaUl0'en,,Ap010"-

A l é " *

d^r,

anun.

ca

Homens

sem

Deus

e

sem

gravata" ,

histA-

na

d e s e n r o l a d a

entre

índ ios

d a

hinterlándia

Ig

 

/Barro

Blanco»,

romance

do

,S

o

Rio

G r a n d e

d o Norte.

,u

Xai

npnisentar ü nda

no.

Teat ro

Mun i c i pa l

de

Sao

Paulo

u m

"bailei"

p r e s i d i d o

por

um

tema

folclórico

bras i le iro ,

e

pretende

ir

ats

o s

d o m í n i o s

inexplorados

do

cinema

í„n^°"l°i0d53

v ê e í , n »

é um

jovem ^critor

que.

n do

viv ido

durante

muito

tempo

entre

osV

dioe

javaes.

nao

teme

o s

civilizados.

N ã o

li

porque

não

c o n t i n h a

a

v o n t a d e

d e chegar

ao

suple-

mento

d o

"Corre io

da

Manhã".

Alcance i-o

e

confesso

que

não

fiquei

a r r e pe n d i d o .

O

Sr

José

César Borb a,

em

úlnrrio

caso

sempre

um

repórter,

sustenta

a

coluna

com

naturalidade

Sério,

o

h i s t o r i a d o r

Octavio

Tarauínio

de

Souza.

Ainda mais

sério,

o

Sr.

Vitor Wittowski .

Seríssimo,

o Sr. Carl os

D r u m o n d

de

An-

d r a d e

¦—

seu

poema

v a l e n d o

o

(Concil ie n a

página

seguinte.)

D E A N T E

D E

BACH

SILVEIRA

plenitude

o

d o m d a que l a

mf i-

pica.

Ele

era um a

praía

deser-

i a ,

pe r d i d a

nos

c o n f i n s

de

um

m u n d o

desconhec ido»

sobre

a

qual

rolavam

as

v a g a s

de

um

mar

profundo

e

virgem.

Praia

Ü

m a r f o r a

do

tempo.

Encon-

itro

de

um a

beleza

eterna

com

_ m a alma

eterna,

essenciaiízada

t j ' w «,

vÀiibiii» üGíJíIUG,

f

êle

plenamente

percebia

© 3

líf iibres

únicos.

O

prodigioso

j d e s n ud a m e n t o

d e

t o d a

carne

pe -

í redvel ,

eni

que

n a s c i a m

do

pia-

áo.

ao

toque

dos

dedos

demiúr-

$>icos,

as

notas i

os

a c o r d e s

d e

pach.

O

p r o d i g i o s o

desnuda-

©É^âvde

«.uájOjUçr

tênue

las«

c í v i a , a

pureza

tota dos a c o r V

d . e s

de Bach.

êle

poude

c o n t a r

um a

a

u m a as

m o e d a s

daquele

tesou-

ra

escondido.

As

m o e d a s

d e

o u r o

ní t ido ,

c u n h a d a s

com

uma

efígie

que

n ã o se

sabe

se

é a

fisionomia h u m a n a

de

Bach ou

a marca

do

espír i to

imortal.

Preso

a

Bach;

m as

também

preso

à f igura

do cego.

não

pude

desprender

dele

meus

o l h o s .

E

nãc

v i

que

estreme-

cesse um

músculo

de

sua

f ace. Permaneceu

sempre

im =

passível ,

sem um

m í n i m o

ges-

to

ou

m o v i m e n t o .

Nem

se u

c o r p o

existiu

r

sra

êle naqueles

instantes

efêmeros,

Ou{

ante^

-naqueles

Instantes

absolutos.

Existiu

somente

a música.

A

grande

música ,

despojada,

des-

n u d a ,

l ímpida ,

mas na

qual

to-

das as músicas

d e

t o d o s

o s

tem-

pos

se

fundem.

Na

qual

vive

a pe n a s

a substância

últ ima

de

t o d a s

a s

grandes

músicas

do

mundo.

Na

qual

preexistiam

Beethòven

e

Chopih, e Wagner

e

Debussy.

e

Strawinski

e

Vila-

L o b o s .

Na

qual.

por

vezes.

vive

m ais

d o

que

tudo isso;

Porque

no

"Prelúdio

em

mi

bemol menor",

por

exemplo,

o

que

vive não

é música

do Mun-

do.

M a s musica

do

p u r o

espí-

r i t o

d e

D e u s ,

A

" B Ã S A

f c ü C L l O E A N A » ,

E M

S .

J O S É

D O

R I O

P A R D O

ftr c,

s - r _ _ i _ _ _ 5 ? s _

h â

_ _

s r .

_

x n s s w s

_ - « _ _ • « ¦ * •

«'~-^

c t ó d i à n P

n n S c

"i

**

desaVroPriado

pelo

Estado.

A

"Casa

Bu -

i . d iana

compôr-se-á

d o

seguinte:

secretária,

bibl io teca

museu

entro

de

estudos

bras i le iros

A biblioteca

desenvolverá '

esnedáL

S5S

%J °

bT'í eÍra

reUnÍnd°

Í Í V P 0 S '

documln et obrl

?n,T'Jf JeC°,h ,d0S

D a

"Casa

EucIld«»n'», ,

objetos ,

l ivros,

car-

lemnrem,

d e

qualquer modo,

a

passagem d o

escr itor

por

São

Paulo,

Ê X I T O

CULTURAL  *

* , £ £ &

f e _ ' _ _ _ * _ s ^ ^ « » - *

- -

i í ü

$m o m

q u e M o d o

K o

o 2 _

__

#£&¦

d e ? d a

des-

£mm

s

ro

p a s s o u

p a r a

o

d o m í n i o

de

profiss iona is

-orno

OdT

at

* 6 Z°?d°

GTZaga'

T0ie ir° '

Abadle

F a r i a

RosíTomro;

d^nol

9ltTm-

d a

«"Ptotela.

Hoje.

c o m e ç a m o s

a

obsíw

d o s

mai3a a°

anÜga

E

°JeX6raPI°

d G

GonXo

Amadol

o s

mai3

a us p i c i o s o s

e

p r o m e t e d o r e a

lnspirando-se

numn n,_

vela

do

mesmo

nom e

de

Theophile

QaMmbZi

c

Si

_ £ _ r a _ í m é r i t o

- * •

-

wíiws:

1

A

A M A Z Ô N I A

N O

F A 6 U L Á R I 0

E

N A

A R T E

A

A m a z ô n i a

no

F a b ul á r i o

s

na Arte" _ « /,H5~,« *

u tt-

(SítodST»*1

MÚfÍCaf-n°

BraSÜ"

° tanta ais

o b r a s

om

qul

m%a

Bfttencourt

a f i r m a

os

seus

c o n h e c i m e n t o s

profundos

as

co isas

e

dos

homens

do

Brasil

e

o

seu

grande

a m o r

pila

rmm

W?«_>*•

'„

líata-se

do

uma

?*&*

muito

*Mato

d a

e d i t o r a

portugue-

í t

^m0

e

6

onentada

ilustrada

pel o

grande

ar t ista

Ma-

s * * » y « ~f-r

— v >

ijucjlu

vi _

«sticumauora

saoa.

U m

h vro

útil,

elegante

que

n a o

nò interessa

aos

portugueses

pa r a

quem

fo

escrito

com

intui tos

de

divulgação

m as

própria-

mente

ao Brasil,

r e u n i n d o

um

elucxdár io

de

um

alto

valor

para

quantos

se

hieressam.

por

ê33o

m u n d o

grandioso

e

estranho

qus

é

a

Arnazon>a .

C O R R E S P O N D Ê N C I A

P R

L E T R A S

A R T E S

$ j

As

colaborações ,

not ic iár io

das

edi toras

e a

correspondência

em

geral

destinads

< s

'LE TRAS

E

ARTE S" ,

devem

ser

endereçadas

a

Jorge

Lacerda

i w g Q M Ú v e l

gor

êsíô

sujple_i$üto

literário^'

Page 4: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

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Page 5: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

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.#;yi

0 O M I N6 O ,

28-7-ms

L E T R A S

E

A M T E S

P á g i n a

5

4

fibra

ds

f icc ionista

d e D om l -

f t t o

da Grtina

u m

dos

f und a -

fores

dm

Aca?*mia

Brasileira

— »

( M t á m aL o u

menos

esq u ec i d a .

.Pai

êíe

^titf.ttíi.to

um execlen-

to

n ar r ad o r

*uti

e

penetrante

na

«ota

pJcolOflca

e nâo

raro

•i«a usa

pouco

daquele

h u m o r

epi

earae;*ripou

o mestre

ic

?tt«8

Cubas

* *

P r o c u r a n d o

con -

¦ M f f V a i r

para

sua

maior

vulgar i-

t e a ç & o

aqui

estampamos

u m

d o s

d e

s e u

livro

"Histórias

Tanto

nela

pensara ,

tanto

para

ela

se

preparara,

que

estava exausto

quan-

Ü9

Ela

veio

afinal.

A

Ansiedade

angust iosa

d a

Üspera»

com

o enfraqueci-

¦lento

gradual

d o

físico, lhe ti-

£h a

t i rado

t o d a

a

energia

para

dominar-se

ante

o

h o r r o r

d o

úl-

âimo

transe.

Agora

desatinava,

ftíaxado

á dôr,

estrebuxando

9ob

a

g ar r a

do

supremo

e s pa n-

t e »

perdida

a d er r ad e i r a

e

va-

•ga

esperança

d e » n a

morte

a*

Menos,

ser

uma

vez

teatral-

f&ente

bel o .

Belo ...

A . obsessão

tortu-

finnte d e

u m ideal

i legít imo

£So

a ch a v a

lenitivo,

não deixa-

ti*

d e

o

atormentar

nem

na s

{tascas

da

a g on i a .

N ã o

era

as-

ttim

que

tinha de s e j a do

entrar

f i ara

o

refúgio

inviolável

d o

n ad a .

Son h a ra

extinguir-se.

cassar»

de i x a n do

aos

que

o

ro -

áeassem a impressão

i n o l v i d a-

jrel

d a

magestade

d e um

p a s -

lamento

heróico

e

sereno.

Mas

a g ora

preferia

qualquer

m o r -

I e

fulminante,

em

que

houvesse

ttorror

para

o s outros:

u m raio,

ema

explosão

d e

caldei ra , uma

l l i i t a

fatal

com u m

tigre numa

faula»

ou

n a

sala

i luminada

de

nnt

teatro

part i r

d e

repente o s

Itensamentos,

a s

c ismas d e

ale-

jjgria

e

d e

amor ,

com

um

grito

jftaagico

e

o

esguicho rubro

d o

{¦angue

da

carótida

c o r t ad a .

Ou

(leitão

no

c er r ad o d e

uma bata-

|ha

naval ,

á

ho r a cri t ica

da

((abordagem

esmagadora»

aproxi-

|fflar-se

do

paiol

d a

pólvora

e

f e o m

o

charuto cláss ico

fazer

J N f c b a r

o

navio numa c o n vu l são

j f l e

catástrofe apoteósiea.

[E

nada ...

Em

vez

disso

Borda a um

canto,

na

indi-

perença

dos

mais. tendo

vi v i d o

Sempre

c o m o um

cão

a

quem

•Regateiam

afagos ,

cujas-festas

j f e S o

importunas.

porque

é

feia

  p

seu

i solamento social e

afe-

% h o

daí

p rov i n h a

d e

ser

feio.

Sforque

desde

pequeno

se

revo =

I a r a

contra

a

mentira

das

d o u -

trinas

morais , e levando

fingi-

lamente

uma

espir i tual idade, d e

que

ninguém

faz

caso, da

qual

t o d o s

desdenham

como d e

um a

Impostura

psíquica»

se as apa°

ífêucias, se a

f a c ha d a física

não

lem a

f i s ionomia acolhedora

d a

gnateria bem

disposta ,

ordenada

< m m

belas

linhas,

e nos

gestos

G

h a rm on i a

das

coisas

p r o p o r -

feionadas . Fizera timbre d e

ven»

< e e r

a

repulsão

que

a

sua

feiá l-

idade inspirava»

pelo

cult ivo

desvelado

d o

s e u

moral

e

d e

afiná-lo,

elevá-lo

até

á

angeli-

lude.

isso real izado

-—

sentia»

$ e

divinamente

bom

e

am á vel

«—

não

compreendeu

porque

ft$o

era

am ad o ,

c u i d a n d o

qu e

liá

merecimentos

que

a

isso

d ã o

direito .

Encerrou-se

então

na

clausura d e

uma

d esc o n f i an ç a

[geral,

uma

suspeita

d e

que.

re -

íígonhecida

a sua

real

super ior?-

ijgade,

quísessem-no

a b a fa r ,

per-

|^uadí-io

d e

que

nâo

valia.

i1

Entretanto ,

esse

orgulho

in -

jgênuo

e

i n f u n d a d o ,

que

é

a

iderradein?

coesão

das indivi-

^dual idades

mui

fracas ,

deu-lhe

isempre

a

reação

contra

a s

hu -

üai ihações

depressivas ,

o s

m a -

m m a

soberbos

al ternando

co m

® s

mínima

d e

miséria

contrita.

i&gora.

porém,

tardei

a g o -

£ a , -

na

hora

d a

suprema

urgên-

f e i a , a lucidez

maior

d o espí-

r i to

quase

d e s e m b a r a ç a d o

< $ o s

elementos

d a

equação

pes-

> i © a í deixava-lhe

perceber

qu e

||gÉê

llltâç.

S Q z i ü h o .

e

sem

a m o ?

ESTUDO

D O

F E I O

C o n t o

d e

D O M K Í O

D A

G A M A

por

falta

d e

revelação.

Por

uma

intuição

quase

explosiva»

um

relâmpago

d e

inteligência

d e

uma

i ronia

satânica

i lumi-

n a n d o

o i r reparável ,

e l e

r ec o -

nhecia

e a v a l i a v a

toda

a

d i s-

t ancia

que

v a i

d o

ser,

d o sen-

tir.

ao revelar-se,

ao

exprimir.,

Um

silogismo

obscuro

concluía

pela

sua

nulidade.

S ó

existe

o

que

se

expr ime.

Nem

sem -

pre

h á

fogo

onde

combustível.

A ú nic a

real idade

tensive

é a

expres-

barrancas,

onde a

sombra

ve m

c e d o »

onde

á

alegria

não

mora.

O espinho

da

magua»

a sombra

do terror,

sempre

V...

E

a g ora ,

mais ,

a

s a u d a d e

aguda» lancinante,

d a

vida

nã o

g oza da

H a v i a ,

pois.

um

desti-

no

d e m a l d i ç ã o

a

prolongar-

l h e »

a

exacerbar-lhe

o

to r me n-

to d e

viver

até tirar-lhe

a

p a z

d a

ho r a

extrema...

A

ânsia

atroz

d e

um

desespero

louco

torceu-lhe,

espremeu-lhe

o c o -

ração

para

exgotá-lo

em

c o n -

.

cido.

esquecido

de

s i » . incl ina-va-se

p a r a

a

frente,

a p o i a d o

a o

punho

do

chapéu

de sol,

co m

o sorriso

vago

de

quem

o u v e

chilrar

um

gaturamo...

F o i

uma

queda

brusca.*

A

moça»

percebendo-o,

voltou-se

e

logo

s e

endirei tou

cem

um

quase

susto,

muda.

As

outras

sorri-

ram.

O

Peto,

c o m o

se

fosse

a p a n h a d o

em

flagrante»

abai-

xou

o

solhos

e

ficou

assim,

bes-

tamente,

sentindo

nas

o r el h as

a

vermelhidão

d e

criança

re-

H^^sa^  «2§|ííT

V £&********

lllwíirf*

&

>

J \

; ilustração

d e

SANTA

ROòA

sao.

0

que

e l e

pensava

s e r

po -

dia

ser

apenas,

não

era.

E

nã o

tinha

sido

porque

a

expressão

o

a t r a i ç o ar a ,

a

expressão,

q u e

er a

o

seu físico

disforme,

ab j e t o ,

miserável,

a

sua i n d i v i d u al i d a-

d e

visivel e

única real.

p o r -

tanto. Dele

sa íra

o mal

p a ra

ê l e , a

s u a

a s p i ra çã o

envenena-

d a

pelo

ambiente

de'

desprezo

social

Ah dor

cruel,

agora ,.._..,

C o m o

u m

viajante,

q u e ,

a o

chegar

a o

pouso,

n a

b a ix ad a

ei-

cura.

contempla

a serra

res--

plandeeente

aos

fulgorès

do 1

ocaso,

a serra,

que

e l e

através-

s o u

sem

ver

que

mundo

er a

d e

píncaros

sublimes,

d e ab i s-

mos

vertiginosos»

d e encostas

verdejantes.

d e

lugares

de

s o m -

bra

pacíf ica

e

serena

junto

d e

penedias

que

o

s o l calcina

de s -

d e

o

amanhecer,

s e m

ter d i l a -

tado

o

espirito,

e n s a i a do

a s

asab

d a

aspi ração,

va g a n d o

o

o l h ar

pelo

horizonte

e m torno,

lai-

guissmo.

ê l e só

po d i a

chorar

ã

vida

q u e

não

soubera

gozar.

Não

pudera ,

antes.

A

m o n t a-

nha

d a

vida lhe

tinha

sido

inóspitas

ê l e

passou

por

ela

rapidamente»

c o m o

u m

an i m ai

ro jante

perseguido,

por

trilha

escusa

con t orn a n do

a s

á so er as

vulsões

de

pranto.

Depois,

nu -

ma

fúria d e

destruição'

insen-

satã,

como

o

escorpião

fer ido

vol tando

contra si

o

própr io

dardo ,

ê l e

retornou

a

fazer

pe -

Ia

memória

a s

j o rn a da s

m ai s

l amentosas

d a

sua

lúgubre

vi -

d a

d ' e

amargura.'

A última injur ia

sensível,

oito

dias atras.  *

Num

bonde d e

Botafogo

três

mulheres,

moças,

alegres,

ia m

n o

banco

adeante

dele.

Unia

delas,

.mais

fina, mais

gentil,

mais

nova

talvez,

paj rava

con -

tihuàmente*

numa

garrui ice

ín-:

fantil.

cor t a da

d e risos

sem

causa,

alegria

contagiosa

Je

criança

contente.

Era

a

gesti-

culação

miúda,

incompleta,

d e

cambiantes

rap idíssimos,

o sor-

riso

desfeito

num

amuo,

a ca -

beca

que

se

humilha

de ver g o -

nha

f ingida,

erigindo-se

em

postura

t rágica,

logo

a d o ç a d a

t a o

gesto

carinhoso

da

mão en -

luvada

d e

amarelo-havana.

to -

cando

o

braço

d a "

vizinha, e ,

por

cima

d e

tudo.

fazendo

har-

mopia.

entre

o

encolher

d e

ova-

u"os

e o de s a b roch a r

d a

b oca

com p r i m i da

e m

mesura

cô m i ca ,

desferiam,

a

todo

instante

o

vô o

. o s

ptrlés

irresistíveis

daquele

riso

d e .

encanto..

F < e ,

embevç»

preendida

e dentro,

n o

coração»

o

frio

d o

ódio

contra

o m u n d o

e contra

s i . Depois

mandou

pa -

rar o

bonde

e

desceu,

p e s a da -

mente,

com

a s

pernas

t r o pe ga s

d o

terror

d o bem

conhecido

ca °

cà re j a r

d e

escarneo,..

•—

O senhor

está

n a berl inda

por

ser

muito

b o m

moço

(a

humilhante

pena,

a detestável

c o m p a i xã o

d e

alguma

velha

im -

becil,

d a

baronesa

o u

d e D.

Sa -

lomé ...),

por

t e r

uma cara

d e

xuxú

m a d u r o

( r i sad as) ,

p o r -

que

anda feito

uma

a ra n h a

pe-

Í o s

cantos*

por parecer

u m

ia -

caré

d é

papo

amarelo

(risa-

d as ) ,

por

ter

barba como

a .

d o

diabo

mais

velho,

por

ter

u m

olho

que

olha

para

ante-

ontem

e outro

para

a m a n h ã

(r i s a d a s ) ,

está

n a

berlinda

p o r

ser

u m

cavalheiro

distinto,

(oh

\

oh )

por

estar

encolhido

c o m o

u m

grande

j abotí

(ele

se

apru

mou;

r i sad as) ,

por

montar

mui-

to b e m

a cavalo

(referência

a o

ICVülU

nu

UitliiiU

pic-nic;

r isadas

frenéticas,

p r o -

iongadas...).

está n a

berl inda

por

ter

um beiço

d e

b o t o c u d o .

por

parecer

sempre

a n d a r

fora

d e

tempo

(alusão

a o n asc i m en -

to inesperado

d o

b a s t a rdo?

se*

r ia

áeiáais.A.),

por

ser.Aa^y

Eíe

levantou-se

br us e a me n-

t e ,

d er r u ban d o

a ca de i ra

e . se m

olhar

para

ninguém,

entre

o

silêncio

e m b a ra ça do ,

ia a lc a n-

ç a n d o

a

porta quando

a

per-

gunta

d o

mais

e n g ra ça do d a ro-

da

Dôr

d e

barriga, m o ç o ?

j—

fê-lo

voltar

para

a sala

o

rosto

d e s n u d a d o numa

expres-

são

de

ódio

e rancor,

grotesca

m á sc ar a ,

que

fez

rebentar

unâ-

n i m e »

in juriosa.

a

vaia

das

ri *

sadas d e

homens

e

mulheres.

No

d ia

seguinte

t o m a va o

trem»

a b a n don a v a

a

sua cura,

d e i x ava

o hotel

onde

a

tão

fa -

lada a m a b i l i da de

das

estações d e

águas

p a r a

êle

tinha

s i d o

desprezo

e

apoquentações.

E

com

a

m a l da de

a frio.

a

fero-

c id ad e

humana, cin icamente

vi-

sivel

p a ra

êle, agravou-se-lhe

o

rancor con t ra

o seu corpo m i-

seravel.

No teatro

S. Pedro, em

baile d e

máscaras,

noite d e car-

naval ,

ê l e »

m a s ca ra do . '

d e toga

negra e

gorro

d e magistrado

na cabeça ,

mirava

a

sala

o n d e ,

como num

buraco

d e

p o d r i d õ es ,

remexia-se

sem cessar

a mui-

t idão

larvejante.

A

clar idade»

que

ofuscava,

o

est rondo en -

surdecedor

d a

alegria

an i m al

desenfreiada»

o

calor

intenso,

que

com

o

baf io

repugnante

dos

corpos e m

suor. d o s

háli-

tos alcoólicos ,

dos

p er fu m es

misturados,

d o

bodum

d o m i -

nanre.

subia n a

exalaçâo

da

cuba

e m

fermentação,

p u n h am -

n o

tonto

a o

princip io.

D ep o i s

pareceu-lhe

q u e

todos

o s r u id o s

eram

d o m i n a d o s

pelo

d o lasci-

vãmente

brutal

esfregar

d o s

corpos

no

apertão

das

danças.

E

àquela

singular

sen saç ão ,

a corda n do- l h e

um

fervilhar

d e

impureza interior,

ê l e

sentia

uma ânsia

i rreprimível

d e

go -

zos

baixos

como

a nostalgia

da l ama.

Na

r o d a

perto

da

o r«

questra.

uma

mulher

grande

«

roliça,

carne,

branco

e

laran-

j a »

deslocava-se

nas

contorsões

do último

chie

d a

quadrilha

canalha.

O

Feio

desceu

a s

es -

eadas

cor re n do

par

vê-la

d e

perto,

na

valsa

seguinte

en-

trou

com

ela.

ia-se

arrenen-

dendo

quase

logo.

A mulher

tinha

o

enlaçamento

rude»

e3-

treito;

c o l a va

d e mais.:

nos

vol-

teios

tonteantes

deixava-se

le-

var ,

suspensa

dos seus

o m br o s ,

sufocando-o»

e,

quando

errava

o

passo

da n ça n do ,

o s seus

en c o n -

trões

brutais

eram

b e m

d e

besta

a l v oroça da ,

pinoteando

a o s

trancos

sob

o

chicote

d a m ú-

sica

estrondosa.

Entretanto,

êle

acostumou-se

àquilo

e

por

lon-

gos

minutos

e m b r i a g a do

g o z o u

tudo

o

que

se

encontra

n o

es -

quecimento

d o

brio. Depois

le-

vou-a

a

beber

cerveja

e.

e xgo -

tados

o s

copos,

ia

levantar-se

para

l h e

dar

o

braço ,

q u an d o

ela

com

gesto

rápido ,

por

br in-

c a . - ,

arrancou-lhe

a

m a s c a m *

Parece

que

não

a cre d i t a v a

que

fosse

deveras

aquele

rosto

do

seu

cavalheiro,

porque

p asso u -

lhe

a mão.

apalpou-o ,

certifi-

cando-se.

,E

logo

dobrou-se

sò -

bre

o s rins,

numa

alta.

des-

temperada, escandalosa

risada

ante a miséria

daquela

figura

humildemente

feia.

Ele

ol h ou

para

a

mulher

v i l .

s a c u d i d a

no

espasmo

d e

jovial idade

m al i n a ,

que

o

feria

n a

face.

e ,

reatan-

d o

a

m ás ca ra ,

afastou-se.

Ne ra

a

lama

o

queria

E

.outras

e

outras ...

De

menino,

menino

feio.

s e m

cari-

nhos,

a u m e n t a da

a

natural

tU

midez

com

a s

alcunhas

cruéis»

crescendo

num

ambiente

d e

re -

p rov a çã o

e de s a m or :

h om e m ,

vivendo

na

agonia

perene

de

não

ser

melhor,

menos

feio.

de

não

ter um

amigo,

feio

mesmo,

p ar a

povoar- lhe

a

pavorosa

so -

lidão

d e

afetos,

para

não dei-

-

xá-lo

morrer

d e

todo, a b a n d o -

nado.

sozinho...

.

E r a

me^or

morrer,

sim

r«5g

£ € @ n c h > e

n o

6 . *

pág.)

Page 6: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 6/15

-

P a g i n o

6

LETRA S E

ARTES

D O M I N G O ,

2 8 - 7 - 1 9 4 6

AüiBlVi,

d o s centros l i terár ios

d o

R i o , São

Paulo,

Belo

Horizonte

e

Porto

Alegre,

o d a

capital

pernambucana

é

um

d o s

mais

ativos e impo r ta nte s

d o

país.

Recife

conta

o o r r

bons

Íornais

e revistas

e

sua

vi d a

iterária

e

artística

é

bastante

intensa.

N ã o h á

movimento

li-

terário

n o

país

que

n S o

reper-

cuta

fortemente

n a

bela c ap i t a l

p a rn a m b u ca n a .

"Nordeste",

a

excelente

revista

literária

reci-

íense,

é

a

resposta

d o

norte a o

aparecimento

dessa

outra

ma -

gnífica revista

intitulada "Cida-

d e

d e

São

Pedro",

n o sul.

" E d í-

ílcio"

é a

resposta

d o

centro

ao

aparecimento

d e

a m b a s

Entre

o s valores

m a ^ s

repre-

sentativos

d a

geração

moça d a s

letras

pernambucanas ,

o

ehsais-

ta Otávio

d e

Freitas

Júnior

ocupa

lugar

d e

primeiro

p l an o .

Estreando

se e m

livro

em

1 9 4 1 ,

com

o

volume

"Ensaios

d e

crítica

d e

poesia"

p re fa c i a do

por

Gilberto

Freyre,

o

brilhante

ensaísta

l o g o

:hamou 8

aten-

ç ã o

d a crítica e d o

público

l e dor

d o

país

para

a s

suas

produções,

mercê

d o s e u

grande

°quilíbrio

cr ít ico

e

d a

indiscutível

lucidês

d o ?

seus

iulpamentos

E m 1 9 4 4

Otávio d e

Freitas

Ju -

nior

publicou,

e m edK'ão da

Casa

d o Estudante

d o

Brasil,

o

velume

"Ensaios

d o nosso

tem-

po"

prefaciado

pelo

grande

Má -

no

d e

Andrade.

Agora,

o

e s-

critor

pernambucano

e s t á

pre-

ppi-ando

u m

novo volume

d e

ensaios, ainda

s e m

título

defini

tivo

O

iovem

ensaísta

nordes-

tino

assina

freqüentemente

tra-

balhos

d e

crítica

literária

no

matut ino

" O

Es 'ado

dc Sã o

Paulo'*

d a

capital

ba nd e i r a nte .

S ô O S

P R O F E S S O R E S D E

H I S T Ó R I A

D A LITERATURA..

Recebidos

por

Otávio

d e

Frei-

tas

Júnior e m

s e u

quarto,

no

Hotel

Avenida,

entramos

logo

falar

= ô b ? e

lijtèfaturs

Quais,

n a

s u a

opinião , os

escritores

essenciais

d o m u n do ,

cujo

desconhecimento

não

se

justifica

num

intelectual?

— •

perguntámos

a o autor

d e

"En-

saios

d e . nosso

t em p o '

"Para

começar ,

acho

im-

Íosslvel

a

pergunta,

o u

melhor,

impossível

a

resposta

(aquele

velho

princípio

d e

nue

não

exis-

tem

perguntas

indiscretas,

si m

respostas)

Desfilar todos

o s

grandes

nomes

d a

literatura,

cor-

rendo

com

o

dedo um índice d e

his*ória

literária,

seria

talvez

a

maneira

mais

falsa d e

respon-

der

Apesar

d e todas a s

m i n h as

tendências

d e

esquerda,

so u

bastante

individual is ta

para

jus-

¦

tificar

o desconhecimento

d e

qualquer

escritor,

por

qualquer

Intelectual

S e isto

fôr

uma

he -

yesia,

paciência .

Não

creio

haja

escritores

"essenciais

ao

mun-

do",

e

sim

essenciais

c .

c a d a

mundo,

de cada

pessoa

Ontelec-

tiíal.

sim,

mas

num

sentido

mui-

to vasto) O s

nossos

avós

posi t i -

vistas

fa lar iam

l o g o

num

"m i cro-

cosmos".

Pois

bem,

é

este

"mi-

crocosmos"

a

que

me refiro,

qu e

deve

ter

seus

próprios

escr i to-

res

essenciais,

indispensáveis.

F o r a

dele.

c o m u m

sentido

a s-

•im

objetivo ,

o s

professores

dé história d a

Literatura ,

por

Impos ição

d o ofício,

são

obriga*

Depoimento

d e

Otávio

d e Freitas

Júnior

I m p a r c i a l i d a d e

n ã o

é

s inô nimo

de

h o n e s t i d a d e

C r i s t a l i z a ç ã o

d o

p ost - m oder n i sm o

S u p e r a ç ã o d e

f o r m a s

j á

e s g o t a d a s

;

A L M E I D A

FISCHER

comuns,

creio,

são impoesiftfe

de

identificar".

SUPER ÇÃO

D E

FORM S

J

ESGOT D S

Otávio

Frei tas

Jumqt

dos

a o

conhecimento

d o s ch a *

m ad o s

"escritores

essenciais" ,

não se

just i f icando

seu

desço-

n h ec i m en t o "

N A O

É

S I N Ô N I M O D E

HONESTIDADE

Em seguida,

perguntamos

a o

ensaísta

p er n am bu c an o :

  O

crítico

literário,*

c o m o

elemento humano

que

é,

susce-tível portanto

d e

paixões

e

pre-

ferências

pessoais,

pode

ser

a b-

solutamente

- i m p ar c i a l ?

"Não.

Quem

pretender

ser

absolutamente imparcial,

nu m

assunto,

deve,

inicialmente, nã o

cuidar dele. Mas,

i m p ar c i a l i d a-

d e nunca

f o i

sinônimo

d e

bonés-

tidade".

— -

Qual

a

posição

d o escr i tor

n a atual

reestruturação

d o

m u n d o ?

  "A

pergunta

mereceria um

ensaio como

resposta. H á

cen-

tenas

d c

distinções

a

fazer (po-

sição

ideal,

posição

real,

que

es-

pécie

d e escritor,

que

"reestrü-

turação",

etc). Com

o

m áx i -

mo

d e síntese,

podemos

d ize r

que

a

posição

d o

escritor

d e v e

ser

livre

e

vigilante".

ATITUDE

APOLlNáA

DE

EQUILÍBRIO

Acredita

num

retorno

a o

elassicismo

l i terár io?

"Todo

período

revoluciona-

r io

tende

a uma

cr istal ização

quando

fa lava

a o

nosso

reüato i

posterior,

uma espécie

d e dèpu-

ração ,

que,

num

certo

sent ido,

é

também

uma

espécie

n e

cias-

sicismo, isto

é.

a o

pr hnà r i s mo

dionis íaco ,

sucede

a'at i tude

a n o-

linea,

d e

equilíbrio mais

ad u l t o ,

atingido. S e isto

significa

"cias-

sicismo",

a

minha

resposta

• '

é

afirmativa"

E S T É R E I S

S U B I D A S

D E

BALÃO

¦—

A l i teratura

deve d esc er

até

o

povo,

o u

este

elevar-se

até

ea? 

Otávio d e

Freitas

Júnior

fica

sério

por

um momento , re -

flete, depois

responde

serrindo.

ESTUDO

D O FEIO

(Conclusão

d a

5 . 6

pág.)

naquele

fundo

d e

casa d e

alu-

gar

quartos.na

sombra

lúgubre,

sem

alguém

para

acender-lhe

a

vela,

extinguir-se, ouvindo

sem-

pre

aquela

torneira

gotejante ,

melancól ica , como

o

esvair-se

do tempo

a o s

segundos,

ferida

aberta,

donde

o sangue

escor-

re

e

não torna,

sangue

o u tem-

po,

nunca

mais

o

o u v id o

in -

voluntar iamente

atento,

um a

esperança

v ã .

sempre

desi ludi-

da

presa

a o s

passos

dos

qu e

entram,

d o s

oue

saem.

estra-

shos,

l idando

n a

sua

vida, se m

saber

dele.

mas

fazendo-lhe

na

mente,

meio

louca,

a dissol-

vente

sonata

d o s

crescendos

qu e

vêm.

d o s

afastamentos

mo r r e n-

do

n o

fundo

d o s

corredores ,

até

ao

rufar

pianiss imo

d o s

tacões

rápidos

descendo

escadas ,

lon-

ge?

Morrer

n o

escuro, n a

d ôr

inconsolada.

s e m uma

voz

para

enxotar-lhe o s terrores

d a n o i -

te

minuta, s e m

unia

boca

para

«ssoprar-lhe

esperança

e

a m o r ,

tins

olhos

c ho r a n d o

sobre o

jicü

corpo

retorcido

nas

con -

v n í s õ e . * )

da agonia...

N ã o

era

muito...

N ã o

queria

assim...

n

um

gemido

d e

miséria

su -

prema»

fundo

e alto, saiu-lhe

d o

peito,

logo

a b a f a d o

por

s ol u ços

di lacerantes,

p a r a

ressurgir

guin

ch a n do num

ofego

d e angus-

tia

terrível.

A

cabeça

inquie-

ta

tinha-lhe desca ido

d a

beira

do

estreito

catre e , assim

vira-

da,

com

o s olhos

quase

extin-

tos

postos

num

vago

clarão,

re -

flexo

d e

longe

c o an d o

pela

b a n -

deira

d a

porta,

osci lava

sempre

com

um

gesto

d e

recusa,

c a d a

vez mais lento,

d e

uma bran-

d u r a

crescente,

mas

firme

sem-

p r e »

abrindo-lhe

um sorr iso o s

cantos

d a

boca

con t ra i dos

e

a

f i s i on om i a

pacificando-se,

a d o -

çando-se»

como

por

uma luz

d e

piedade

e

renunciação, até

imobil izar-se

extàt ica , serena,

quieta...

Então

cresceu,

a p r o -

ximou-se

o clarão ,

uma

vivis-

s ima

e suave

c l a r i da de

o envol-

veu,

mãos

piedosas

to c a r a m-no .

sentiu-se

bem,

a

caricia

d e

un s

dedos al isando-lhe

a s

p á l p ebr as ,

enxugando-lhe

a s

lágrimas...

E

na anelâtla

paz;

n o

ine-

fável

d e

amor , e l e

repousou,

a i s -

nal, com um suspi ro a inda en -

t r ec o f t ad o á

lembrança

d a

m á-

gua,

mas levíssimo»

primeiro

e

d er r ad e i r o ressonar

d o sono

único ,

inimaginável,

eterno,,^

2

de

Fevereiro

d e

1888,,

  " A

pergunta

parece

d e

*test"

americano

para

determi-

nar

a

idade

mental:

" O

que pesa

mais,

um ouilo

d e

a l ^ j dã o

o u

um

quilo

d e

c hu m bo ?"

Acho

que

ninguém

d e

juízo

v a i

res-

ponder

pela

primeira

hipótese.

O

oue

não.si«mtfio,ue

™ . ip

o es -

critor,

com

isto,

esperando

a

"elevação

d o

povo",

v á se angi-

f icando

e

se

retorcendo

e m

es-

téreis

subidas , d e

balão

d e

Sã o

João.

Êle,

o

escritor,

deve

estar

integrado

n o

povo

isto

é,

na s

pessoas

exnressar suas

nt*

cess idades , seus sofr imentos

e

problemas,

como

escrevi

tempos

"problpm°«:

r < * n

ço™ór\-

• j z »

yi'fVl.ft("'"•

-¦•

nômicos

mas

também

o s

espiri-

tuais,

o s

paio

: • : - ;

mentais,

d a vida intefírat"

CRISTALIZAÇÃO D O

P O S T -

MODERNISMO

Quais

a s

tendências

a tua is

da

l i teratura

brasile ira?

duma

resposta

d e

inquér ito ,

anal isar

a s tendências

atuais d a

l i teratura

brasi lei ra.

Estamos

vi -

vendo numa fase

d e cristal iza-

ção

d o

post-modernismo

A

ge-

ração

modern 'sta

e

post-moder-

nis»a

ainda não

completou

se u

ciclo

real izador;

d e

nenhum

mo -

d o se esgotou

sua força

cr i a do-

ra.

Vimos

o exemnlo

d a

m o r t e

de

Mario

d e

Andrade,

que

t odos

sentimos,

f o i

um

acidente, intei-

rompsndo.

cortando,

e

não

um

fim natural.

Ainda

não

ehegou

o tempo

das

novss

gerações

se

revolta-

rem.

se

apresentarem ieíenden-

do verdades

novas. A s

gerações,

neste momento

se

contam

a p e -

nas

cronologicamente ,

questão

de idade,

e

não

d e

espirito.

Do s

grupos

mais novos,

anenas

ve -

mos

se di ferenciar ,

pela

unifor-

midade

d e

pensamento

nu m

a p rofu n da m e n t o

d o

senso

cri-

tico.

numa

certa humildade

a o

mesmo

tempo o r e o e u o a d a ,e

cé-

tlca

o d e

São

Paulo,

que

se

reunia e m torno d a

revista

"Cli-

ma".

Ê s f e

pensamento

mais

re -

fletido.

fundamentalmente

cri-

tieo,

anal isador , representou

ai -

guma

coisa

íalve? nova (m as

çom

raízes

e m

Mario

ã o

An-

dra de ) .

O

que

há,

porém, que

pesa,

que

se

af irma,

é ainda

&

gera-

ção

d o

post-modernismo

E '

Gil-

íberto

Freyre,

Caio

Prado,

no

ensaio, Otávio

d e

Far ia

(reali

-

zando

a o

que

parece,

o

que

vai

ser

a

maior , obra

d o r o m a n c e

'

sulamericano), Graci l i ano B a *

m o s ,

Rachel

d e

Queiroz,

J o s é

Lins d o

Rego, n o romance,

Ma -

nuel

Bandeira ,

Murilo Mendes.

Carlos Drummond,

n a

poesia ,

para

citar somente

alguns

no-

mes,

d o s

principa is ,

que

no s

vêem

à

memória.

Esta atual li -

teratura brasileira,

não tem

ten-

dências,

que

s e .

possam

assina-

lar,

simplesmente

porque,

tam-

bém não posso

vêr

o

Brasil,

à

cultura brasileira

apresènlan-

tando numa unanimidade

espi-

ritual

qualquer.

H á

um

g r an d e

desequi l íbr io

entre

a cultura

r?

n o seu sentido antropo-sucia l

e

a

"intel igência"

brasileira,

is -

to

é,

a

literatura,

a cultura

d e

elite.

.Esta

cultura

d e

elite,

a

meu

vêr,

não

pode

nunca ser

encarada

em

função d a

cultura,

d o

meio soc ial

brasi lei ro e

sim,

como

um

fenômeno

à

parte.

O

que

há,

são

grandes

figuras,

grandes

personal idades,

Qt à -

v i o d e

Faria ;

Gilberto Freyre,

Manuel

Bandeira;

por

exemplo

mas

isto e

isto:

i n d i v í d u o s .

E

indivíduos cujas t en d ê n c i as

A

busca d o verso

puro

bará

anulando a

forma

n u

po *

sia?  *"v»

• - —

"Com

o

u s o

cont inuado,

d »

eerta

homogeneidade

de

espir i-

t o ,

das

palavras ,

d e

certas

pa »

lavras,

elas vão,

aos

poucos»

c r i a n d o

significados

dist intos,

que-var iam

de'grupo

p a r a

gru»

po.

Assim;

esta

expressão

rve**-

so

puro",

por

exemplo

Creio

que,' inicialmente,

h á

uma

geral

confusão

n o conceito, e

no use

d o

termo

"verso".

Não b*

plth

prlamente

verso

puro, pois

'•

verso resulta

d a

poesia,

o verso

é

a

conseqüência

d a tarefa , d o

artesanato

poético,

e ,

neste sen-

tido. não

pode

haver

impureza,

n o

verso.

Está claro

que

me

rei

firo unicamente

a o

verso,

A '

poesia

"reunida".

To d o

verso

que

consegue,

que

chega à cate*

goria

poética,

é

puro.

O

l i r ismo,

que

o

precede

é

que

contém,

muitas

vezes,

uma

impureza

aformal,

tumultuaria,

que

fre-

quentemente

v a i se expressar

e m

palavras

oue

transmitem

cargns

poéticas,

lír icas, sem, no

entanto chegar

a atingir uma

es-

trutura

rão

obiet ivãmente artls»

tica.

Ora,

esta

objet ivaçâo

ar *

tística

estrutural

é

o

que

se

está

c ha m a n d o d e

"verso

puro", '

filiando-se

toda

uma

v e r d a d e i -

r a

escola

poética

oue

orocura i

derivar

d e

Valery.

M a s esta

o b-

jet ivação

é

essencialmente

for-

mal

d e modo

que

nunen

po d e r á

anular

a forma

n a

poesia.

Anu-

l a ,

o u

melhor,

supera

certas

for»

mas

que

cons idera

esg o t ad as ,

o u impróprias,

mas

para

criar

formas novas,

e m l inguagem d o

arquitetura,

mais

"funcionais"..

O

perigo

que

h á , m e

parece

to -

i s i m o n T i c -

ü i

v t i ü O ,

e

c j u e

S i c

í o r —

ne

demasiadamente

liberto

d a

s impat ia (no

sentido

scheller ia-

no),

e

perca

o

conteúdo

senti-

mental,

humano,

t o r n an d o - se

estéril,

uma

espécie

d e

j ogo

d o

armar

cubos, c o m um completo

embotamento

emotivo,

uma to»

tal

desarmonia com

o

lirismo,

o

outros

valores*

psicológicos, qtat

são,

apesar

d e

tudo.

eternos**,^

DISCONTINUtDADE

LITERÁRIA

Estamos

conversando"

m « S >

tempo

e Otávio

d e Frei tas

Jr #

mostrã-se

um

tanto

cançado.

V a -.

mos

encerrar

a

entrevista

co m

mais

úma

pergunta:

»

Pretende tentar outro

Ét*

nero literário?

"Não

sei. Minha

atividade

•propriamente

"l i terár ia"

está

c o n d i c i o n a d a

a

uma

serie

de

fa -

tores,

por

exemplo, o

tempo;-

Tem sempre assumido

um

a s-

pecto

discont ínuo, s o b

a

forma,

de

artigo

d e

jornal,

escrito

senl

tempo

marcado,

qu a n d o

sinto

necessidade

de

dizer

alguma

eci»,

s a ,

sobre

o

assunto

qu e

na

hora

que

quero".

P R O V Í N C I A

D E

S Ã O

P E D R O

M a t ér ia

d o

n ú m e r o

4

A

Hirtórla

< f e Reg«nct«

Otávio

T a r q u l a j »

*

S « « a i

^

O

H o mem

a M o r t e

P o e m a inédito

d e

M e n u e l

BemtM

Entre Deua o m

P o b t e

D i a b o

Brk»

Veriaiimo

intro dução

« o Estudo

d o

Cancioneiro

Gaú cha

Amgmm

M e j N S

Coico» d e Idioma

e

Fo lclo re

R a u l

B o p p

M c )

e C e r a no B r a s i l

Co lo nia l

Sérgio

B u a r q u s

4 a H o l a n d a

B r a Porto Aleg re,

naquele tempo

Á lvaro

Manjes

 

>

Mi nt fe

C o n t o

d e Graci l iano

R a m o i

Uma

c i d ad e

d a

x o n a

pastoril

r io-grandenae < —

Edvaldo

Pai va

P w a i t e t o

a U b * i r a

Nu»

Alg utw

Poema*

G u i l b e m i o a

C c m c

B colaborações

d e

Darcy

Azam-

b u . 1 a :

M á r io

Quintana.

Manoellto

do

Ornelas.

Ivan

Pedro

d e

Mar-

tins.

Mansueto

Bernardi.

Carlos

Dante de

Moraes.

Carlos

Rever-

b e ] ,

Rutb Guimarães.

Llla R i-

poli,

Relnaldo

Moura

outros.

U M A R E V I S T A

O E B I F U S I O

L I T E R Á R I A

E

C U L T U R A L

e d i t a d a

p e l a

L i v r a r i a

d o

G l o b o

g-f&ç&s

c*r.

Page 7: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

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a i

jifsir*rfl»

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©

g r an de

H y d n

m e r e c e

todo

o

ca r inho

e

at en ç ão

a o

t r a t a r m o s

d a

escolha

de.,se,us

discos.

Ç © | « .

s u a

maravi lhos a

inte-

tfgêriciá o r dén ac lo c a ,

pela

• á bia

e l a b o r a ç ã o

de

s e u s

qu a rteto s

e

sinfonias, p ela

nu-»

g e n e r o s i d a d e

d e

su a

« a t u r e z a ,

pela

i n f l u ê n c i a

pode ros a

que

e xe rce u

n a

f o rma ção

d e

músicos

c o m a

M o z a r t

e B e e t h o v e n ;

poi;

ler

f ix a d o

d e

a c o r d o

com

©

Ideal

mo d erno ,

an t ig as

f o r»

¦na»

musicais,

determinai

«o mesmo,

s e g u n d o

p e n s a m

©ríticos

autori zados ,

a

tran s i ção

entre

á

é p o c a

• lássica

é

a ro mântica ,

c o n .

forme

atestam

seus

q u a r t e -

tos

d e

1 7 7 3 ,

d e n u n c i a d o r e s

de

uma

ve rdade i ra

crise

d o

roman ti s mo

por

t u d o

< l » t o ,

e

por

mais

o ut r o s

mo -

Jivos

H a yd n

o c up a

u m

l ugar

d e

relev o

entre

o s

filais

impo rta ntes

c r i a d o r e s

musicais.

E '

preciso

insis-

f r r

neste

aspecto

d a

f o r ç a

• r d e n a d o r a

e

r e g u l a d o r a

d e

a u a

inteligência,

pois

a n d a

por

a i ,

bast an t e

e s p a l h a d a .

 

ienda

d a

•?bobice"

d e

H a y d n .

Êle

teve

m uito

•empo

para

tra ba lha r:

su a

pro d u ção ,

enorme,

se

es -

lend e

dur an t e

uns

sessen-

 

í?°?;

mas

8 U a

P r i m e i r a

©mfônia

co nhecid a

f o i

es -

•rita

j á

a o s

vinte

e

sete

•nos.

Essa

f a b u l o s a pro -d u cão

caracte ri s â-s e

p o r

w n a

ânsia

con s tan te

d e

a p r i m o r a m e n t o

dos

m e i o s

tócnicós.

A l f r e d o

E i n s t e i n ,

,

eminente

m u s i c ó l o g o ,

t J M i m

s e

refere

a

respeit o

«o.

métodos

h a y d n i a n o s :

Wm*

nele

força

e

g ra v i*

d a d e ;

suas

cri açõe s

s u r -

itm d a

e xpe ri ên ci a ,

d e

• c o n t e c i m e n t o s

vividos,

sã o

« g u r a s

d e

u m

p r o g r a m a

peçreto".

-;-l|g

:

O l ad o

v,enensei

o

l a d o

j p n s i o u r

d a

n a t u r e z a

d e

¦ ¦ ¦ ' ¦ ' . . . ' • .

-

'"

. - '

• „ - - , « ? ; '

« • ; ' - . ' * y . T ' "

•-,.—¦

' , ' •

.- 

0eth-

 

_.A>^_-.~

Ww$S&&

t \

que

pela

s u a

m twrém

,

pria,

exigem

co ntá g io

cota

,

t ívo,

além

disto

são

cocm

t i n u a m e o t e

transm itida*,

pelo

rá d io ,

i n di cari a

a n t « 3

JPormaçâo

d e Discoteca

a

Quarta , ' e m

si

b e m o l

60 ,

0 , o u

a

O i t a v a

em

»9.1,'op^

.*

H a y d n

o c ul t a

aos

olhos

( o

aos

ouvidos...)

d e

m u i t o s

sua

g r a n d e z a

e

p r o f u n d i -

d a d e.

O

mesmo

a c o n t e c e u

a o

seu

am ig o

M o z a r t.

"Suas

criações

surgem

d a

e xpe ri ên ci a":

n a

v e r d a d eH a y d n a c u m u l o u

exp eriên-

cia

sobre

experiência

n o

vasto

la bo ra tór io

d o

P a l a -

cio

Es te rhazy.

D e

suas

fa -

çanhas,

não

f o i

a

m e n o s

i lustre

a

q u e

c o n d u z i u

a o

d e s e n v o l v i m e n t o

d o

t r a b a -

lho

temá t ico

p a r a

m a i o r

e xte n s ão

d a s

partes

d a

f o r -

fo r m a

-

sonata.

E

quan to

d o

qu a rteto ,

H a y d n

i n ve n ta

uma

n ov a

a pl ica ção

d o

c o n -

t r a- p o n t o ,

p r o d u z

u m

des-

d o b r a m e n t o

temático

q u e

c o n f e r e

maior,

r iq ueza

e

i n d e p e n d ê n c i a

dos

mera»

bros

d a

co mpo sição ,

a omesmo

tempo

que

l h e

c o n *

fere

maior

u n i d a d e

Te n *

do

s e

e le vado

muito

aci ma

d e

seus

an te ce s s ore s

n o

qu a rteto ,

sob

o

ponto

d e

'

vista

d a

d i g n i d a d e

d a

l in-

g u a g èm

musical

e

d a

ampli -

t ude

das

formas,

H a y t m ¦ ' ¦ " ,

abr e

a s

portas

á

M o z a r t

e;

Be e thove n ,

qué

atingiram

o

máxi mo

n a

re a l i zação

d o

q u a r t e t o ,

-se

bem

q u e

u m

eriquecimento'--dessa

f o rma

mu sica l

s é

tenha

a i nd a

v e-

rif içado,

com

o

único

exem.

P I a r

d ?

g ê nero ,

saido

m ui-

M U R I L O

M E N D E S

? ò s

ahoa

depois

&

g en ia l

de

D e b u s s y g

G o sta r ia

de

d esperta r

espirito

d e

alg un s

que

a i n * .

d a não

a

con he ce m

o

inte»

resse

pela

música

d e

H a y -

d n ,

que

n un c a,

é

d e p r i m e n -

te;

a o

co ntrá r io ,

é e x a l t a n -

t e

e

empreg a

diversas

ve-

zes

a

l ing u a g em

d o

f o g o .

Se u

"humour",

repito,

n S @

o

impede

d e

ser

grav e

e

te-

vero

em

muitas

ocas iões .

Q u a n t o aos

discos,

n o

mo mento

não

é

muito

f á c i l

e n con trá- los

por

aqui ,

sa l -

vo

n o

q u e

diz

respeito

a

s i n fon i as .

Das

cento

e

v i n -

t e ,

mais

o u

menos

r e c o n h e -

cidas

como

a u tê nt ica s,

.*-•

com

r e n o v a d o

p r azer

que

sempre

ouvi re mos

q u a l -

q uer destas,

que

a c h a m

g ra v a d a s:

" M i l a g r e "

^ -

n .

9 6

e m

r e

ma io r;

" S a i o -

mão"

n o

I ;

ti,

9 8 ,

e m

si

  >

bemo l;

n.*

1 0 0

( " M i l it a r " ) ,

em

s o l

maior;

n .

Í O l

( " R e -

lógio");n,

1 0 2

em

si

b e-

mol;n.

1 0 4

( " L o n d r e s " ) ,

D o s

qu a rteto s,

m e n c i o n o

q u a l q u e r

u m

daVs<eriés

op^::;

2 0

e

op,

33;

e

também

o

último,

t i .

8 3 ,

op:

103;;^

Q u a l q u e r

dos

" q uar t et o s

i

russos"

p o d e r á

igüalm eri i ; i

t e ,

ser

a d q u i r i d o

, s e m ,

m é - j

¦|

Í n d i c o ain da

a a d m i r a i

S f c f

s o s a l a

perg

pfen»

s.

1 ,

em

m i

bemo l

n a

bela

às -

terpreta ção

de

Horowi tz —

o C o n c e r t o

d e

G r a v o ,

o p .

2 1 ,

magi f i e ame n te

e x e c u t a *

do

n a

parte

d e

solo,

p o r

W a n d a

Lan dows ka.

O

q u o

a í

está

ap o n t ado ,

b as ta

para

d ar

uma

ioeia

bem

n i»

tida

d a

g r a n d e z a

d e

H a y d n .

Beethoven

é

hoje,

d e p o i s

de

Gh o p in ,

o

músico

mala

con he ci do

e

d i f u n d i d o

n o

m u n d o

inteiro.

Talve z ,

p o r

isso,

fosse

s upérf luo

f a z e r

a q u i

a i n di cação

de

d i s c o s

do

g r a n d e

mestre.

M a s

d e

q u a l q u e r

m an eir a ,

não

se

pode

de i xar

d e

m e n c i o n a -

los,

mesmo

porque, s e

B e-

etho v en

é ,

d e f i n i t i v a m e n t e ,

um

dos

maiores,

o

cr i t ér io

d e

pre fe re n ci as

está

l o n g e

d e

ser

f ixo.

O

am ado r

c o -

mum

atira-se

v o r a z m e n t e

á s

S i n f o n i a s :

não

o

c r i t i c a -

r e i

por

isto.

A s

S i n f o n i a s

j á

pa ssa ra m em

j u lg ado o

s e

sabe

que

são

o b r a s

das

mais

impo rta ntes

d a

música

un i ve rs a l .

E n t r e -

tanto,

h o

plànb

d e

u ma

discotecai

d e

3 0 0

o u

4 0 0

dis-

cos,

e u

não

a co nselha ria

a

compr^;

d a t e r ^ e i r a

o u

N o -

n a ^

por

exem p lo:

além

d e

íerénX

proporçõe s

m u i t o

vastas,

o

q u e

d if icu l ta

su a

a u d ição

co stÍQ Úa ,sãó

o b r a s

\

W S

R O C Ü R A N D O

cumpr ir

con»

Y

m ais

outra

f i n a l i d a d e

des- i

ta

Secção,

estaremos

h o j © '

S a a t a s i a d o s

d e

u m

crí t ico

qua

W l

passar

e m ,

revista

o

suple-

^jento

"jazzistico"

d e

j un h o

d o i 1

pl»co«

"Victor".

"¦'

I N «

mês

passado

essa

c o m p a *

j

W ü a

pôs

á

venda

para o

Brasil

«itcoi

d e

vários

gêneros

grava

Ú M

nos

EE.

UU.,

seguindo,

pj

Jtoi ,

a

praxe

d e

incluir

sob

a

Ind icação

d e

"Música

Jazz*

«ualquer

coi sa

que

venha

co m

eneiro d e

América

d o

Nortel

Como

sempre

h á

d e

tudo,

até

^tó«mo

um

"Tico

Tico

N o

Fu,

«S

(82.0376)

pelos

«Gingeç

Snaps

que

e u

m esm o

não

sabe-j

ft fom o

classif icar ,

mas

qua,

Indubitavelmente

n a d a

tem

d e

^música

d e

j azzM.

^^Magrissimo

e

feio

SPIKB

eONE S,

com

uma

irreverência

Ç ^ i e

a s

vezes

fierve

para

masca.

i a ?

seu

meu

gost o,

se

apre

,l»enU

com

"ííoüday

For

Strin-

j p » * *

(82-0375)

sem

nenhum

sen-

j t i d o

a

não

ser

o

d e

explorar

e

fffepetir

e s

mesmos

efeitos,

na

finaioria

grotescos , d e

discos

au »

ierioret.

Mencionarei

apenas

por

dever

fajormativo-que

o

sr.

VAUGHN

M O N R O E ,

com

a

s u a

v o z

o ue

parece

scoar

num

estômago

va

8lo

depois

d e

noi tada

a lcool icaT

Com parece

eavernoso

com

ura

desse*

Execráveis

a r r a n j o s

d e

«pera,

desta

vez

pesando

nm

ãntíefeso

trecho

dP

"Pagliacci'»

éo

.LEONC AVALLO.

Pura

falsL

í ü csçao,

coi sa

ruim',

como

o

que,

» o

não

sendo

pior

d o

que

b

r < > u -

'

taa t ico

F REDDY

MARTIN

e

mais

»nw versão

dansante

d e

outro

concer to" .

Essa

ovquest?

çã o

Sseeânica

e

acadêmica

m e s m o

ma

1 9 2 8

seria

c o n s i d e r a d a

um

P r i m o r

d e

nul idade

imaginado

S r a .

Por

sinal

que

Mr,

M A R T I N

gesstinua

b a n c a n d o

u m

C O L O M -

finalmentií,:üM:Díscò'

 

í.l 

.

.-•

 

V

•  . 

¦

'

...

I

D a s

so na ta s

d e

p ian o ,

4

1

a m a d o r

co mu m

v o a

l ó g a W

£ a r a

a

" A p a s s i o n a t a " ,

c

d ia

j

I a

" A o

u a r n

o u

a

d i t a H

Ao»

j r o r a V e

a i n d a

aqui

l h e

d o a i

Nzâo,

p o s a

e e

trata,

é

c í a i a n

m

ob ras -pri mas .

M a s ,

de*

ç u e

n ã o

a s

con he ce m,

após»»

te

a l g u m a s

so na ta s

mas|

e s c o n d i d a s " ;

p o r

e x e m p l a ,

«m

í a ,

op.

54.

e

outll|

ta mbé m

em

f á ,

op.

7 8

esl%

injustam ente

tax ad a

de

im

sipida

por

V i n ce n t

d'Indfe

A o

a m a d o r

d e

g r a n d e

c l a s a

se será

preciso

lembra r

a s )

ultimas,

O p .

i o 9 f

l i0

e

^

o u

esse

pro d ig io so

p o e t n g

de

so l id ão

e

d e s p o j a m e n t e

que

é

a

so n at a

em

s i

b e m o l

«naior,

O p .

1 06?.. .

(Co*,

fesso

minhas

p r e f e r ê n c i a *

por

esta

"Hamme rklavi e s »

s o n a t a - ) .

E

será

p r e c i s «

r e l e m b r a r

também

a s

traordi n ári as

" 3 3

vari açõe s ]

«obre

uma

valsa

d e

D i a *

belli ,

op.

124?..."

D o s

c inco

co ncerto s

p ian o ,

a pesa r

d a

merecida»

fama,

d o

maíesrnso

e

bat i*

^

"Impera d o r" ,

m i n h a s

p referências

ihcjinàm -so

P3™;

n *

4 '

e m

s o 1

m a i o r *

op.

5 8 ,

O

terceiro

c o n c ê m

t o

e

também

s o b e r b o .

N ã o

s e

esqu eça

o

incom-i

pa ra v el trio

e m

s i

b e m o j ,

op.

9 7

* < a o

a r q u i d u q u e " /

uma

das

ob ras

mais

r e p r e -

sentatiyos

d o

gênio

d e

B e - r

e t h o v e n .

t

P r o p o s i t a d a m e n t e

defa

xei

para

a

próxima

c r ô n i c a

a s

re fe rên ci as

á s

p r o d u ç õ e s

mais

e le vadas

e

s u b l i m e s

d e

Be e thove n ,

a s

m e n o s

populare s :

O S

QUARTE.

fcLOS

 

j

È A T I S

U

D A Ç Ò S T À

iôhrcs

uni

páginas

d e

autores

clássicos.

Afiuai

q e

contas,

ne m

°

"Jazz" ,

nem

a

inúáica

erudi-

ta,

nem

a

arte,

iucram

com

es.

f i a s

adaptações

para

compasso

d ê

"fox-trot"

d e

ob ras

' c r iadas

nu m

i d i o m a

musical

diferente.

E m

música,

creio,

fundo

e forma

sã o

um

só t odo.

Não

se

consegue

ai-

terar

u m

sem

pre juízo

d o

outro.

Q u a n d o se

fala

d e

"jazz"

essa

s u b o r d i n a ç ã o

servil

a

u m

arran.

jo

escrito

não

tem

cabimento,

ê

pode

ind ica r ,

quando

muito,

um a

a e s p u d o r a d a

falta d e

i m a g i n a ç ã o

d e

certos

músicos.

Não fosse

essa

pos ição

ant i-ácádémica

d c

' jazz".

ele

n a da

encontrar ia

que

just if icasse a sua

existência,

í

pr incipalmente

com

esse

sentido

d e

progresso,

d e

pesquisa,

d e

acrescentamento,

q u e _

tem.

Nã o

se

J 1.™^

n c r r i

se

.

çoridicfona:

e

'

nem

se

obtenT

nada

que

preste

e m

"jazz",

quando ,

o resultado

ar t íst ico

depende

d e

ingredien-

tes

que

se

repelem

por

razões

vitais.

Não,

meus

amigos ,

e m p e n h a n d o

d p í d a m e n t é

para ,«e«

guir

.nota.

por

not a

©recorte

melódico

que

está

na

estante

em

sua

frene 

- ' , :

.

Voltemos,

porém,

a o

insigni-

ficante

F REDDY

MARTIN

e su a

banal issima

orquestra.

F i g ur a m

no

suplemento

com

o

"Concer.

to

e m

D ó

menor"

(82-0377)

do

RAGHMANINOFF,

e vestem

a

carapuça

acim a

até

a

cintura^

• • • • • •

D o s

discos

mais

o u

monos

pa -

d r o n i z a d o s

num

tratamento

ins_

t ruméntàí

e

que

alguns

c r í t i c o s

gost am

d e

bat izar

como

"swing

comercia l"

o u

"swing

orquestra-

d o "

aparecem

entre

o s razoa-

veis:

"Moug

Kong

Bíues"

(82

0373)

pela

orquestra

TOMMY

DORS EY

procurando-

ronsérvár

;

a

atmosfera '"caillni:chaeiíin a"'Üe 'i:

"Uma

Noite

'.

ha':

,;Martinicá"t

'•

"It's

fken

a.Long,

L o n g ; , T i m e " '

• & ' , ' * • #

: ''M:.: \

¦)

(82-0372)

pelo

dúiçótoso '

'trum-;'

pet',;

do

agora é'nipat )va

:CHÃR :;

L I E

i ^M&$%$ÈíW*,:

(82-0371)

%â;fe~

MWw1n^riííeííd

(S9.03SS)

aa

«ripe«tra

recém-

f o r m a d a

pelo

casal

JESS

STAGY.

enquanto

sua

esposa

cant a ,

J E S S

p r o c u r a

matar

saudades ,

um

pou-

c o

sem

resul tado,

dos

bons

teru-

pos

e m

que

t ucava

piano

co m

BENNY

G O O D M A N .

E |

o

suplemento

d e

junho

d a

Victor"

estaria

d e s a n i m a d o r

se

n a o

fosse

o disco

n» 82

0 3 6 7 ,

in-

cluindo"Riff

Stacc*to"

e

"Eve-

rything

But

You",

d a

orquestra

DUKE

E L L I N G T O N

"E.B.Y."

d e

Don

Géorge,

Har-

ry

Jam es

e

Duke

Ei i ing ion

tem

quase

a

mesma

feição

melódica

d e

"Pm

Beginning

T o

S e e

Th e

Light*

posta

á

venda

h á

po u

c o

tehipb

em versões-dò

pro-

pr io

Ellington

e

d a

-orquestra

-de

•íHarry

James.....

Sendo

pr o d uç ã o

po pul a r

d e Tfn

Pan

Alley

ofere-

e e

rélevb

p 0

vocáí' :

' Ü e ;

J O Y A

SIIfi-RRFLÍ,;

nürna-dhí

boas

fa

:;ces

fopo^n-ficas

I d e

.sua-

vida:com

^LLINGTO^i

Q h P t ppr í o ,

^K y

ã o

piãnõ;

inicia '

bem

ò''disca.

v

< * c h o r n ^

Sax ofone

BarlfeW

^ " A R . H Y

C A U N E Y , y o W ê

damente

impetuoso

e

aveludáda

com

a

s o n o r i d a d e

e

o

"swiniT

que

o t o r n a r a m

o

m aior

d o

mun«

o o

no

di t o

instrumento.

Um

i g r a ud e

m úsico

r

That

Riff

Staccato"

d e

Si

Sc h

wartz

e

Milton

Orent,

t ambém

a5

refraò

d e

RAY

NANCE

f o i

dad«

bom

destaque.

Convém

nota r

qus

M r

NANCE.

é.

muito

menos

una

cantor

d e

"jazz"

d o

que

uma

a t r a ç ã o

de

clube

noturno.

Aliai

ele

nao

pertence

mais

á

ban-

da

d e

E L L I N G T O N ,

e

percorr»

• g o r a

o s

EE.

üü.

em

número.

d e

variedade ,

exibindo.se soz i

nh o

RAY

pertence

á

geração

da

cantores

negros

d o

gênero soíi*.

t i c a d o

de

LENA.

HOHNE,

expio

r a n d o

bem

a

pronúncia

e

a p h C

c a n d o

com

inte l igência

a s

mara-

vilhosas

apt idões

vocais

d a

sua

raça.

Admiro-o

m ais

quando em-

punha

seu

violino

o u

quando

so

pra

u m

piston

d e

certas

quali-

dades

Cont a

muito,

também

nesta

face

d e

di sco ,

a

a^sistén

5. orTÍl í" ica

d o

bat0"sta

S O N N Y

O H h b R ,

sempre

atento

par a

in

cliur,

aqui

o u

ali,

u m

efeitozí

nho

eficiente

e

o p o r t u n o

CNâè

acredi to

que

possa

existir

m"L

llior

bater ista

para essa

orques

tra

d ó

que

SONNY

G R E E R )

NS

iní cio

e

n o

final

d a

gravação-no-

àíiAKS

que

é

uma

das

grandes

promessas

dos

últimos

A n o s

Bo a

parte

d o

disco

ELLÍNT.TON

de

dica

a

repet idos

"riffs"

numj

ve lada

sá t i ra a

êüse

feiMò d e

c o m p o s i ç ã o

e

orquestração

qu e

tanta,

po pul a r i d a d e

•checou

a

dar

a

alguns

arranjadores

de

segun-

d a

ordem v

'

¦ • ' •

 •

 

.. •

^niP°-?f .

p ã . O

se

coloque,

c e n ^ , .

..

muito

Page 8: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 8/15

P á g íno r a Z E T H A S t

'âltTES

  * / *

-í fi ' . 5' --

' ? •

*

Mif:'

tfiLfâ

><

-i::

¦*. -'

R v *

ti

» f # ?

o u t u br o

d e

1945

- '^. ¦r. '-S

,t?J"K

 ti '-<*

fr-

T

iVni üENTE

m e

f a l a va

d e u m

i nve n-

t o *

q u e

i r i a

r ev o lu c i o na r

ce rto

setor ar-

tísticot

q u e

p rocure i

averiguar

quem

era

esse

gênio.

É

q ua n d o

m e

disseram

q u e

e r a

in»

v ent o

d e

Luis

Jardim,

d e i

bo as

g a r g a lh a da s

co m

a

historia.

Qua l

o

meu c a r o

Lula i nv ent o r do

Boi

Aruá,

de

M a r i a P er i g o s a ,

d e

q ua d ros

d e co -

r e s

vivas,

d e

u m famoso vinho

de

jurubeba,

in -

v ent a r

mais

a lg u ma

coisa? É

como d i r i a mes-

tre Grnriitrano

T?it~o~

' r > - - ~ *

»"/*ii1h?imbação.

í v i a s i u í

v e r

a í é L

n i y e i i £ t t p ; c ue gam os

a

um

desses casarões

mela nc ól i c o s ,

de

estilo

por t u-

g u ê v S ,

n u m

bairro a f a s t a do

da cidade. E n t r a m o s

n u m

porão.

Deus

do

céu

A coisa

e r a

ve r d ad e .

Lula.

o nosso

Lula,

g es t i c u la v a ,

e com a

s u a

ca -

beleira

a

c a i r

pelo

rosto,

s e u sotaque nor t i st a ,

exp l i c a v a .

Era ve r d ad e .

o o

« • •*»

» •

«

«» «

 •

«i

T ão

v er da de

q u e

eu

acreditei

nessa historia

c o nt a da

há meses

p o r

Osório

Borba.

V a m o s

pois

à

hi st or i a:

Luis

Jardim

pelo

ano l o ng ínq u o

d e 1918

l ev o u

a s e u

velho

amigo Osório

Borba u r a

son ê -

to

p a r a

corrigir. Borba

exa mi no u

at e nc i osam e n-

te

e

com

a

s u a

c o nh ec i da s i nc er i da de

f o i

l o g o

d i z e n d o :

Jardim,

isto

não

presta.

Está cheio

de

erros, os mais

primários.

Desista,

meu

c a r o ,

de

fazer versos.

Dou-lhe

u m

conselho:

procure

pri-

meiro

u m

pr ofe ssor .d e

português

e

a p re n d a a

l i n g u a .

n

Jardim

n ã o desprezou

o conselho

d o am i -

£ o:

no

d i a

s eg u i nt e

f o i

à

Livraria

Ramiro,

no

Recife,

cha m ou

u m

emoresrado

e

f a l o u :

Fa ç a

p

f a vor d e embrulhar

uma

g r a -m át i c a.

r

Então

o caixeiro

p e r g u n t a :

  P a r a

q u e

a n o o

senhor

pr e c i sa?'

Qua l q ue r

u m a serve.

O emp r eg a do ,

surpreso,

lhe ent r eg a

um a

g r a má t i c a

d o 4°

a n o d o

curso superior,

d e É d u a r -

d ó

C a rl os

Pereira.

No outro

d i a emba r c o u

p

f u t u -

ro escritor

p a r a

a s u a c i da de de

Ga r a nh u ns , co m

o

l ivro.

N o

trem

c o meço u a

l e r .

A via gem|levou

, 1 2

horas.

Q u a ndo

c h eg o u ao

p on to

t e r m i nal ,

Jardim

havia

lido

a

g r a má t i c a

d e

ca b o

a

ra -

b ò .

S at i s fe i t o

escreve

u m a

l on ga

c a r t a

a

u m

t i o ,

di z endo - lh e

q u e

s e o s

clássicos

haviam c om e t i -

d o erros

como

os de

iniciar

u m

p er ío do

c o m a

variação

pronominal,

ou

d e

pospôr

essas var i a-

ções

ao

participio

p a s s a do

dos

verbos,

e

se

a

c o n -

dut?

do

infinitivo

pessoal

ou

impessoal

n ã o ai -

íer a v a

o

sentido

da

frase,

então ele,

Luis

I n á -

< c i o

d e M i ra n d a

Jardim,

sabia

escrever.

';

E

d a í

p o r

diante

começou

a

g a s t a r

.pe nas ,

t i nt a s e

papel

em

p r o du çõ es

literárias*

 

*

j

Da q ui

a meses

t a lv ez

Jardim

tenha

u m a

ou -

t r a

profissão.

Será a lg u ma

coisa alem

Si

es-

critor,

inventor

e

pintor.

S e r á

milionário

co m

suasinvenções»-.-: . ,- . . \ . ,

• ; ,

, a - ¦ - -- > — . , ,. r S s ^ ê

i

V« ; J

í

lu a

¦¦¦»---^JÊSB1'* 3s«vc

ÜSwcW--;.-

\>x-

•'--

'.vi

D O M I N G O ,

2 8 -7 -

D O M I N G O , 28-7-1946

-INTUAS,

t ARtLS

P a g i n o

9

mmm

^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ 3

S o n e t o

d o c o nt i s t a

Aurélio

Buarqü?

c / f

Holanis)

i lu strado

oe lo

cronista

R ú b e a *

Bra g a

n-.v-e

< á f f

*

\ J <

,.

r&rliA&A.*

/£«

tn£ò

litrr

^Tfl^f

á á > . (íw fe ^

8*:

<«*

/n*uí-

r 5 9 * * .

'<£UM&Í.

üdOJ fJp

í

¦£.

l .

^ H ^ oqnnMi , *

* ^í üí ' ' EW ^r BU S Ea-í .. J lí

f

H

-., 

? ¦

y. * »lCp * VM l

C O R R ES P O ND Ê NC I A

Ü M A

CARTA*ttMfflfíti-ttô$'ÂÍUCÍS

r f Z *

d ffíífd*

¦We

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" ¦ ' ¦ ¦ ¦ '

;^w .".v w ^' .- .

s#e<e

y**

~*

Potoèrajia

do

poe'...

Manuel

L..ndetra,

tirada

em 1 9 1 5

*m

companhiaÂo.

s u a

imfqra 9 u m a irmã

,

4*

<%*. /*

Sy

í

IIIOMHI

 

Hllim llHHI>MMMIIHIInp |>W|l|||m

*»»

*&* &

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cfjea

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S A G A R A N A

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"V

/

íS

V

" M ? * £ m .

*~-*-sg**&*.

*2**>

S '

i

•Rio ,

IO

de

agosto

de

ISt

 

V

v

Minha

boa

Sinhá-Mocinha.

muito

me não vem

à

a lma a satisfação7

ma»

'te r iaJmente

inunensuravel

de

receber

uma

car t inha de

Vmcé.

Desejo

que

sua febr inha

nervosa

ha j a

desaparec ido

por

completo,

assegu-

tando-lhe

destarte a

cont inuidade

poly-cellular

das

energias

vi taes.

Eu continuo,

tangendo

a

mesma

charaméla, na existênc ia.

Hei

promovido

alguns

meios

para

me del iber tar

de

uma

tantas abstrue*

ções que

aind a:

me-embaraçam,

com

urdiduras

terríveis

o

nesta Capita l. Coníio

que

tr iumpharei .

Escrevi-lhe

dias , communicado-lhe

minha

nova

residênc ia , em

um i

pensão,

à Rua S ão

Clemente

5 1 0

Botafogo,

Não

deixe de me

escrever,

porquanto

isto

garant i rá ,

a

saúde

integra

ès

meu

espí r i to.

i

Esther

l h e

pede

a benção

e abraça com

affec to.

í

Lembre-me

ao optimo

Alex,

e à família

de

Arthur ,

co m

extensão

às

ddj

B r .

Eduardo,

Corinha , s£, Almèidaeta

:

^raeg

§

abeàcõe

Q

Fillio

ex-çraide

¦wt

AS

"Confissõesw

d o s r .

G ui m a-

rães

Ros a

sobre

" S a g a r a n a ' *

foram omitidas

duas

vír gulas ,

u m

p on to,

aspas

e, no

final,

a

p a l a -

yra

d a n a d a m e n t e .

I

C om o

a

falta

d o s

sinais

d e

p o n t u a -

ç ã o

não

prejudicará

g r a ndement e

a s

ditas

confissões,

não n o s parece

ne -

c e ssad o

a reconstituição

dos

pe r ío-

d o s e m

q u e

eles deveriam

t e r f i g u -

r a d o .

M a s

a

ausência

d o d a n a d a m e n t e

d e certo

tiraria

ao

interessante

de -

poimento

do

gra n d e

contista

um a

n ota

d e

violência,

nad a

desp rezí vel .

Por

isso

v a i

a di a nt e

r ep r o du z i do , co m

o

rude v o c á bu lo ,

o trecho on d e

po r

eng a no

este não

se a p r es ent o u

n o

do -

mingo

passad o.

F a z emo s

esta retificação

a t e n d e n -

d o

a

q u è

o

S r . Guimarães

Ros a

é da -

«a da ment e

rigoroso

e r a cpi$as

de

l in -

g u a

e

literatura,

 

ffjfefe

 

*

X n > .

t

tjHtoxwiepfMnimtHini

A HORA

E

VEZ DE

AUGUSTO

MATRÁGA

História

mais

sé-

r ia,

de

certo

mo d o

síntese

e

c h a v e

de

todas

as

outras , não

fa la rei

sô-

bre

o

seu

conteúdo.

Quanto

à for-

ma, representa

para

mim

vitória

Intima ,

pois,

desde

o começo

do

livro ,

o seu

estilo era

o

que

eu

procurava, danadamente ,

desço»

SOfgliMMMUJJIIIMMHtMMeBW

< * « •

$3ÍC9j

¦>

«%

Z k

¦-v „ -

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*s

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Page 10: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

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0 O M I N G O ,

2 8 - 7 - 1 9 4 6

LETRAS

E

ARTES

M g i n o

í

1

Peregrino

J

unior

n a

Ac ad e mia

Brasileira

d e

Letras

P

d isc ur so

d e

p asse

d o novo

"imortal"

A

s au d aç ã o fe i t a

por ,

Manuel

B andeira

Quiota- fc irr .

p a s s a d a ,

tomou

p o f i s i ;

na

cadei ra

n 18

d a

Aèade-

nua

Bras. -e ira

i i e

Let ras

o

escr i -

t » > r

Peregr

n r

Júnior ,

que

fo i

taudado

nJo

O ' - e t a

Manuel

Ban-

deira

G novo iriK'1'tai sucedeu

ao

poe i a

Pereira

n a

Silva,

depois

is

um dos

: » . a i

singulares

pleitos

efetuaits

ns

Casa

de M a c h a d o

de

Assis Eiii ). .ssando-se

solene-

mente

pe-^rtr

o « seus

pares

d o

Petlt

T-ianon

t » ,

escr i t or

Peregri-

b(

lun.ioi

p-n.i.nciou

magnífico

discurso,

que

idi;inte

'. ' . .nlicamos.

onac

anàiyá

a

p e r s o n a l i d a d e

in-

teleflu«i

humana d o

patrono

e

dos

ou-o . - ocupantes

d e sua

polt rona

fa i

« u a

prof issão

a e

nos

dç^tir io

d a

inteligência

c

n a d;gi idaf.Ȓ d o t r a b a l h o

lite-

rario.

Saudação

d o

ac adê m ic o

M a n u e l

Bande.ra

SAUDANDO

o

novo

"imortal",

o acadêmico

Manuel

B a n d e i r a

profe-

riu

um a

a d m i r á v e l

o r a ç ã o , da

qual

publ icamos

o s seguintes e

expressivos

trechos:

"Já

dissestes, c o m o

Raul

B o p p :

"A

m a i o r vol t a do mun-

do

que

eu

dei foi

na

Amazô-

nia".

Am b os vós f icas tes

mar-

c a d o s

p a r a

sempre

pela

visão

formidável

daquele

m u n d o

pa-

lud ia l

e c o m o

que

a i n d a

em

ges-

tação.

O

poe ta

cantou

no

gran-

de

poema-delirio

da

C o b r a

No-

í

ra to

as

assombrações

daquelas

terras

do

Sem-Fim:

Aqui é

a floresta

subterrânea de

hál i to

podre

p a r i n d o

cobras

R i o s

m a g r o s

obrigados a tra-

balhar

As

ra ízes

inflamadas

estão

mastigando

lodo

Batem

martelos

ao

fundo

S o l d a n d o

serrando

serrando

Estão

fabricando

terra.v.

I

Aqui est ão mesmo

fabri-

,1

 

cando

erra

í

A

vossa

at i tude

foi

diferen-

te.

Sois

m ais

um observador,

nro analista do

que

um

poeta,

Viajastes

na

A m a z ô n i a

reco-

lhendo

em

c a d e r n o s um vasto

material

paisagístico

e

huma-

no

que

m ais tarde

irieis tra-

m a r

na

urdidura

dos vossos

.

contos.

N ã o

s e i

se

naquele

teta-

po

— -

ereis

a i n d a

um

adoles-

Cente

já pensaveis

na medi-

cina.

C o m o

quer

que

fosse»

a

Amazônia

foi

p a r a

vós

um ca-

so

cl ínico.

Não

se

sente

em

? o s s a s

descr ições

o

homem

des-

wmbrado,

senão

o h o m e m

aten-

to

e

lúcido.

A

m i ú d o

vos

ser-

?is

de

imagens-diagnósticos:

"Ali

bem

perto

daqueles

serin-

gais

hidrópicos

e

abandonados*

onde

c o c h i l a m

de

p a p o

no

chão .

sem ter

o

que

fazer, de-

tenas de

desgraçados»

é

o

vi-

Jófiõ

triste,

que

õ s

" d o

sitio"

convencionaram

chamar

— •

"a

C i d a d e " .

Meia

dúz ia

de casa?

miseráveis* urta rua . No

fim

da

rua»

num

largo

i l u m i n a d o

de

to),

a

capela .

E

eis

tudo.

O

xesto

são

b ecos

de

palhoças

diluindo-se

na

anasarca

*

d o s »

pauis

de

tijuco".

Inferno

Ver-

de?

Qual

o

quê

proíesíasies.

I

^Literatura...

Inferno

de

tef-

|

?a

podre,

de

águas

envenena-

sãs , ác espectros

süsefârds

t

distes..V

neiro da

selva, devorado

por

ela;

a

selva

s á d i c a e aluc.na-

tona. onde,

como d i z

o

autor

d e

" L a

Voragtne ,

" os

sentido

h u m a n o s

equivocam

a s

suas

fa-

cul dades» o

olho

sente,

a

es -

p a d u a

v é , o

nar iz explora ,

as

pernas

ca lculam e

o sangue cia-

m a:

F u j a m o s ,

fujamos "

Mas

R i

vera.

temperamento

hi-

perestésico.

só t inh a

ol h os

para

a t ragédia ,

ao

passo

que

os

tendes também,

fora da selva»

nas

c idades

e

nos

vilórios.

para

a com édia ,

e

p a r a

a

farsa.

Mes-

mo

em

cont os

d e

assunto

trâ-

gico,

vemos

as

personagens

co-

mo

que

refractárias

á

tragédia.

N ã o

vos

poupei ,

meu

caro

confrade,

no

comentário

d o

vosso

único

v icio

a crônica

mundana.

N ã o

vos

p o u p a r e i

tão

p o u c o

num a

falta m ais

grave.

Dissestes,

em cer t o capi tulo

das

memórias

que

estais

esçreyen-

d o :

"Sem

n u n c a

ter

perpetra-

do versos,

eu

sempre

senti

em

mim

a

v o c a ç ã o

da

poesia".

N ã o é

v e r d a d e

que

nunca

te-

nha is

perpetrado

versos.

E s-

quecestes

que

no

c o n t o

"Cabo-

ré"

destes

v a z ã o à

vossa

veia

poét ica ,

d e s c r e v e n d o

em

versos

onomatopaicos

uma d a n ç a

d e

negros

nos m o c a m b o s

do

Trom-

betas.

Vou

dizer

aqui esse

p o e -

ma,

que

vos

d a r á

entrada na

m i n h a

antologia dos

poetas

bis-

sextos,

porque

ele

pode

ser

p o s -

to

ao l a d o

dos

poemas

negros

de R a u l

B o p p

e

de

Jorge

de

Lima.

Aos

que

vos

c o n h e c e m o s

mais

intimamente n ã o

p o d e r i a m

cau-

sar

estranheza

esses

versos.

Porque sabemos

c o m o em

vos-

sa

atividade espiritual se

con-

j u g a m

harmoniosamente

as três

f o r ç a s

da

imprensa ,

da

litera-

tura

e

da m e d i c i n a .

A

esse as-

pecto

não

trabalho

que

me -

lhor e

mai s

completamente

vos

represente d o

que

o

vosso

es-

tud o

sobr e

a

D o e n ç a

e C o n s -

t i tuição

d e

M a c h a d o

d e

Assis

«Nesse

l ivro,

se

o m édico

firma

com

segurança

o

seu

diagnós-

t i c o »

o

h om em d e

letras,

o

cri-

tico

revela-se

cabalmente na

d o -

c u m e n t a ç ã o

literária s a c a d a

d a

obr a do

romancista.

E

o

en

saio.

que podemos

considerar

defini t ivo ,

resultou

da

amplia-

çâo

de um

simples

art igo

d e

jornalista

que

sempre fostes

e

c o n t i n u a i s

sendo.

Particular

mente inc is ivo

c

esclarecedor

é

o

vosso

capí tulo

sobre

a

am-

b i v a l ê n c i a

d e

pensamento

e

sen-

í imefltõ.

não só

na

vida,

como

na

o b r a

de M a c h a d o d e

Assis.

Augusto

Meyer

h a v i a

no-

tado

que

"esse

h om em

era

uma

colônia

de

almas

contra<i'tó-

rias»

c o m o

t o d a

personagem

complexa:

o

niilista

feroz foi

um

funcionário

exemplar ,

o

cépt ico

fundou

a

A c a d e m i a

de

Letras,

o c ín ico

deliciava-se

mentalmente

na

c o m p a n h i a

da

p é r f i d a

Capitú porém a m o u a

"meiga

Carolina". Sent indo

em

si

próprio

tamanhas

contradi-

ções,

não

queria

o desenganado

espectador da

vida deixar-se

lo-

grar

pel as

falsas aparências

dos

móveis

inconfessáveis. Es-

t ava

sempre

em

g u a r d a

con-

tra as

boas

ações

ou

c o n t r a

o

hnmortsmõ

alheio".

0

discurso

d o

n o v o

"imortal"

Publ icamos,

a seguir,

uma

par t e

do

brilhante

d iscurso

de

Peregi'

¦ - • )

Júnior,

e

cuja

conclusão

será e s t a m p a d a no

suplemen-

to

pan-americano,

a circular

no

próximo

domingo:

•*•

E is

a »

em

escorço

magistral,

Ü

qnadrp

terrível

p i n t a d o pelo

colombiano

José

Eustasio

Ri-

ferra

nas p á g i n a s sombrias

do

$m

romance:

o

h o m e m

pris|©-

Senhor es

A c a d ê m i c o s :

E n t r a n d o

n es ia Casa, r e c o l h o

ã

her anç a i lus tre

d e

seis

v u l t o s

a dmirá veis

da

história

d o

n o s -

so

p e n s a m e n t o

t odos

eles

homens

d e

c u l t u r a ,

h o m e n s

d e

se nsibi l idade

# ,

s o b r e t u d o ,

hom ens

d e

fé.

C r i a d a

por

José Ver íssi m o,

so b

d

i n v o c a ç ã o

do

nome d e

J o ã o

Fra n cis co

Li sboa,

a

C a d e i r a

nú -

mero

18

foi

o c u p a d a ,

s u c e s s i v a -

mente,

p r i m ei r o

por

dois

p r o s a -

dores

Homem d e Me lo

e A l-

berto

Far ia

—a

seguir

por

d o i s

p oet as

Luiz Carlos e P e r e i r a

d a

S i lva . F u n d a d a ,

pois,

sob

o

si gno

d a P r o s a ,

d ua s vezes

a p e -

nas

f o i

ela

vis i ta da

pe l a

P o e -

sia

q u a n d o p er t enc eu

aos a u -

tores d e

" C o l u n a s "

e

"Sohtu-

des",

que

eram,

d e

resto, n a

im age m

d o

sr.

A d el m ar

T a v a -

res,

"dois

r am os

d s

uma

ár vor e ,

du as

vagas

d o

me smo

o c e a n o " .

Po r

uma s i n g u l a r

co -

in cidên cia ,

p a r t i c u l a r m e n t e g r a -

ta

ao meu c or aç ã o,

seu

f u n d a -

d o r

era

fi lho

da

A m a z ô n i a

e

seu

ú l t i m o oc up ant e ,

d o

No rdes te. .

V in d o

a g o ra

sent ar - m e

n e l a — > : %

e

send o,

c om o

sou,

u m

pou c o

das du as regiões,

d o

N o r d e s t e ,

pe l o

n a s cimen to ,

e

da

A m a z ô -

nia ,

pe l a

fo rma ção ,

eu

me

sint o

bem

à

som br a

das

tra dições

d os

meus

a n teces s o res ,

c ujas

r a í z e s

es piri tua is

se

nut r i r am n o s

mesmo húmus

qu e

a U m e n t a r a m

as

raízes

d o m e u

espirito,

h co -

mo

por

ela

p assar am

l a m b e m

dois

homens d o

Su l

H o m e m

d e Me to

e Al be r t o

F ar i a,

e

u m

d a

M e t r ó pol e

Luiz

Car l os, a

C a d e i r a

n ,

18

p o d e

c a t a l o g a r - s e

entn

as

mais

a u t e n t i c a m e n t e

b ra s i leira s

d est a

A c ad em i a,

po r

ter

s ido

o c u p a d a

por

e scri tore s

d e

q u ase

Iodos

o s

q u a d r a n t e s

do Brasil.

A o t om ar

posse

d e l a ,

po rta n to ,

ac od em - m e

ao

pensa-

m ent o

n umero s a s

e

múltiplas

ev oc aç ões

d e

quase

t odas as

re -

§iões

e m

que

se

f r a g m e n t a ,

cera

dividir-n o s ,

a

g r a n d e

ma s s a a e o -

g r d / i c a

M

nossa

t er ra*

4 »

$$-

t r em o- N or t e ,

c om o

d o

N o r d e s t e .

d o Ce nt r o ,

c om o

d o S u l . V e n h o

d i ant e

dos

olhos

u m

e s t u á r i o

gener oso,

o n d e vieram confluir,

p a r t i

o

m i l agr e

un i tá rio

d e

u ma

fusã o

ma ra vi lh o s a ,

águ as

d e

16 -

das as v er t ent es

d o

Brasil

. O

i t in erá rio es piri tua l

d a

C a d e i r a

n .

18

r ep i t o- o

com a leg ria — < 5

imine nte me nte

b ra s i leiro :

P a r á

e

M a r a n h ã o , P a r a í b a ,

Sã o P a u l o

e

«/o...

agor a ,

Rio

Gr ande

d o

Nor t e .

Todos

o s

climas

e

ia s

a s

f is ionomias ,

t odas

a s

p a i s a -

gens

e

t end ênc i as ,

t odas

as

"i lh a s ",

e m

suma.

como

p r e f e -

r e

dize r

c

sr.

B i a n a M o o g ,

dês -

te

i m e n s o a r q u i p é l a g o

c u l t u r a l

do Bra s i l .

M a s ,

n o

f u n d o , q u e

h o mo g ên ea

e

c o m p a c t a

u n i d a -

dei

Aos

seis num es

tutela res

d a

p o l t r o n a

n . 18

iden t i f i co u-o s

e

c o n f u n d i u - o s

sempre

uma

v o c a -

ção

c o m u m :

a

v oc aç ã o

d o

a m o r

e

d o serviço

d a

P á t r i a J o ã o

F r a n c i s c o

Lisboa,

co mo h i s t o r i o -

gr af o

e

s o ció lo g o ,

como

j o r n a ^

l ista

é

d o n t r i n a d o r

social ,

fa -

ze ndo

a

p i nt ur a

e

a

critica

dos

nossos c ost um es

po l í t i co s ,

p r e-

serva

e

d efend e

a s

melhores

t r a -

diçôes

d e

l i ber d ad e,

d e

i n d e p e n -

d énc i a,

'e

a u t o n o m i a

d a

n o s s a

Terra ;

p r ofessor ,

crítico

e

his*-

i o r i a d o r

d a

nossa

l i t e r a t u r a ,

Veríssimo

d efend e

e

pre se rva

ás

mais

o pulen ta s r i quezas

d o

nosso

pa trimôn io

c u l t u r a l ;

a

S o mem d e

Me lo.

nos

p ost os

d e

g o v e r n o ,

nas

p á g i n a s

d a história,

na

c át ed r a

d o P e dr o

II e

pos

m ap as

d o Brasil , co ub e

t r a b a -

ihúf

pe l a

nossa u n i d a d e

politi-

ta

e

pe l a

nossa

u n i d a d e

g e o g r á -

f ica ;

o

j o r n a l i s t a ,

o

er ud i t o,

o

pro fes s o r

d e

h u m a n i d a d e ,

q u e

foi

A l ber t o F ar i a,

i n v e s t i g a d o r

in ca n s á vel

d o

n o - < - s o

folcls-s^

la-

ta

in ces s a n temen te

pelo

prestigio

das

nossas

t r ad i ç ões

p op ul ar es

c

tra b a lh a sem

p ausa,

n a

i m p r e n -

sa

t

na e át e dr a ,

p ela

f o r m a ç ã o

das

n o v a s

g era ções ;

Luiz C a r -

los

« P e r e i r a

d a Si l v a,

pe l o

p r o -

4 f * $ i o

da

poesia, c o n t r i b u e m

pa-

f f g

f

en riq uecimen to ,

g a * r £ -

Per egr i no Jú ni or ,

num

d esenho

d e

P a c h e c o

m ô nio

d a nossa se nsibi l idade

li*

rica. T odos

eles,

e m

última aná-

Use, bons b ra s i leiro s

qu e

/o-

ram, t r a b a l h a r a m sempre,

se m

hiatos,

com

o

pen s a men to

e

o

c or ação ,

pe l a g r a n d e z a

e

pelo

prestigio

d o

Brasil.

E r e p r e s e n -

ta ra m

a o

mesmo

tempo

a s d u a s

gr ande s for ç as

que,

c om o notou

o

senhor

Al c e u

A m or oso

L i m a ,

p r esi d i r am

a nossa evo lução

in -

telec ln a l :

a t r ad i ç ã o e

a

c r i a -

çâo.

D e s f a r t e ,

a Cade ir a

n .

18 é

u m

s i n g u l a r ex em p l o

d a q u e l e

milagre

que

M a c h a d o

d e Assis

co n s idera va a tr ib uição

p r i n c f -

pai

d a

A c a d e m i a :

co n s erva r

n o

meio

d a

fed er aç ã o

p o l í t i c a

a

u n i d a d e

literária.

A M O R

E I N T I M I D A D E

D A

T E R R A

M a s

o

que

p r i n c i p a l m e n t e

i d e n t i f i c o u

o s

o c u p a n t e s

dest a

c ade ir a , n ã o

o b s t a n t e

a s

s u a s

ap ar ent es

di feren ça s

e a n t a g o -

nismos,

fo i

o

s en t imen to

e

in -

U m i d ad e

d a

terra,

qu e

t o d o s

eles n a impren s a

e

no

l ivro, n a

c át e dr a

e

n a

t r i buna,

nas

ativi-

dade s

profiss ionais

e

nos

postos

administrativos ,

souberam

t r a n s f o r m a r

e m

am or

a r d e n t e

e

co mpreen s ivo

d o

Bra s i l .

T a n t a s

expressões

d o

nosso

p e n s a m e n -

to

po l í t i co

e

l i t er ár i o

Lisboa

e Ver íssi m o,

Homem

d e M e l o

e Al be r t o

F ar i a,

Luiz Car l os

e

Per ei r a

da

Si l v a

i n t e r e s s a d o s

todos

eles

n a

sol uç ã o

dos

p r o -

blemas

n a c i o n a i s ,

t e m p e r a r a m

o

am or

às

coisas

b ra s i leira s

n o

c onv ív i o

da

nossa

gente

e

n a

c o n t e m p l a ç ã o

d a nossa terra

João Fra n cis co

Lisboa,

filho

e

neto

d e

fa z en deiro s ,

n a s c i d o

e m

Pirapema-,

A

margem

d o

Ita-

picuru,

d ep oi s d e t e r

feito

o

es-

tud o

das

primeira s

letras em

S .

Luis,

r et or nou ,

com

o n z e

anos d e

idade ,

á

f a z e n d a

d o s

avós,

o n d e

vive u

a

p uer l c i a

e

a

a do les cên cia ,

no d esejo

d e

re -

temperar

a saúde débi l

e

o

c o r -

p o

f r a n z i n o ,

" b e b e n d o

nos

pá -

trios

lares

o

a r

p uro

d e

n o s s a s

matas'',

e ai ap r end eu

o

a m o r

d a

gl e ba

e

d o

homem d o

c a m p o ,

segund o

o

depo imen to

d e

A n t o -

nio I h n r í q u e s

Leal. A sua v i d a ,

a

u m

t e m po

simples e

exem-

plar,

v id a

m od est a d e

p r o v i n -

d a n o aust er o,

foi

to d a

ela

d e v o -

ta d a

a o

serviço

d o

Brasil.

O a u -

t o r

dos

" A p o n t a m e n t o s

par a

a

História

do

M a r a n h ã o "

foi

u m

impla cá vel ,

u m

c or ajoso, u m lú -

cido c o m e n t a d o r dos

c o s t u m e s

b ra s i leiro s .

A n a l i s a n d o com

se-

vero

espirito

crítico a

vida

p a r t i -

dar ia e

a d m i n i s t r a t i v a d o M a r a -

nhão

d o

seu

tempo, êle

e m

ver-

d a d e

f i x ou

o

p a n o r a m a

d e

t o d o

o

Br asi l

t

d o

B r asi l

d e t o d o s

o s tempos...

C o n d u z i n d o - n o s ,

n o

" J o r n a l

d e Ti m on" ,

a u m

e r u dit o

passeio

at r av és dos

es-

tilòs elei to ra is

d a

G ré cia

e

d e

Rom a,

d a

F r a n ç a

e

d a

I n g l a t e r -

r a ,

dos

Est ad os

U ni d os

e

até d a

T u r q u ia , Li sboa

n o *

deu

u m

perfeito

r esum o

dos

" c o s t u m e s

políticos

o

dos

p r oc essos

eleito-

r u i r , ,

nã o

direi d o Br asi l d a q u e -

le

tempo,

mas

d e to d a

a

A m è -

rica l at i na,

e m to d o

este longo

pe r í odo , qu e

a i n d a

p er d ur a,

d e

a p r e n d i z a g e m

d e m o c r á t i c a " ,

ea -

mo

o b s ervo u

m ui t o

bem

P e d r o

l a s s a ,

Q

a u t o r

d c

"fida

4a

P &-

d r e

A n t ô n i o

Vie ir a",

tão

a d m t *

r áve l

sempre

n a

c l ar a

r azã o,

na

a t r e v i d a

c or age m

c íni c a,

na

a g u * >

d a

s en s ib i l ida de

d o

escritor,)

alem d e

t e r

sido

m od el o

d e

b o m

b ra s i leiro ,

foi

m od el o

t a m b é m

d a

arte

d e

bèm escrever

d a

estilo

c l ar o ,

diserlo,

c onc i so

«

t erso.

Ten d o

feito,

com

seus

e s t u d o »

históricos,

u m

corte vert ica l

na

história

d a

c ol ôni a

e

d o

primei-

r o r ei nad o, Lisboa

r e v e l o u - n o s ,

entre out r as c oi sas,

qu e

nós

n ão

des cen demo s pro pria men te d o

d e g r a d a d o s

e crimin o s o s ,

p o r

que

som os

a p e n a s

in o cen tes

bis"

netos d e

fei t i ceiro s e

alcovitei-

ros,

o

que

a f i n a l d e

c o n t a s

ê

m ui t o

mais

co n s en tân eo

com

a/-

gum as

co n s ta n tes

psicológicas

d a

f o r m a ç ã o

n a cio n a l ,

como

o

nosso

espirito

d e

su bmissão

ad esã o

e a

deb i l ida de

das

rios*

sas

c onv i c ç ões

e

idéias...

Jor *

n á l is ta

mil i ta n te,

p r ec ur sor ,

c o m

o

" J o r n a l

d e Ti m on" ,

d a q u e l e

gênero

a f o r t u n a d o

em

nossa

l íngua,

que

R a m a l h o

e

E ç a ,

com

a s

" F a r p a s " ,

mais f c s r *

d e ,

hav i am

d e

t or nar

tão

fa-

moso

e

p op ul ar

João

Fraw

cisco L isboa l u t ou i n f a t i g a v e t *

mente,

sem

pau sa

e

sem

Umo r9

por

a l g u m a s

idéias

f u n d a m e n -

tais,

que

a i n d a hoje, d e v e m o s

d efend er

n o

Brasil ,

Li sboa

foi

es s en cia lmen te

u m

es piri to

jus-

to

e

l ivre,

sempre a

serviço

da

l i ber d ad e

e

d a

j u stiça .

S u a

p r e -

g a çã o

foi

a r - 1

ve r dade ,

a d a in-

d ep end ênc i a,

a

d o res pei to

ã

,

d i g n i d a d e

d a

p essoa

h u m a n e

a

d a

l ivre ma n ifes ta ção

do

i t e n s a -

m ent o.

Esteve,

por

isso,

p er m oy

n en temen te

e m

l u t a ,

%

suas

mais belas b a ta lh a s ,

êle

as

pele*

jou ,

c ont r a

a

op r essã o

e

c o n t r a

a

vio lên cia ,

pela

a b o l i ç ã o ,

pela

ve r dade

elei to ra l ,

pe l a

justiça

soc i al

e

po l í t i ca ,

n u m a

co mpre*

e nsão a dmirá vel

d a

v o c a ç ã o de »

m oc r át i c a

n o

Brasil.

O

fim

pri-

m ár io d o

" J o r n a l

d e

T i m o n " é

s e g u n d o

co n fes s a

o

p r óp r i o

Lis-

boa ,

foi

a

p i nt ur a

dos

nossom

co s tumes

pol ít icos .

Quer i a

Lis*

boa

ai

d e

n ôs l

que

os

p os*

tos

d o

g o v e r n o

e

d a adminis-

t r ação

c oubessem

sem p r e d oa

que

s e

mostrassem

mais

c a p a -

zes

pe l a

inellgência,

pe l o

saber

e

pelo

c ar át e r ,

p a ra

qns

o

pais

fosse

c o n d u z i d o

com

s e g u r a n ç a *

l uc i d ez

e a u s t e r i d a d e

aos

mais

al t os

e

felizes

de stinos .

E

d i a n *

te

dos

p od er osos,

aconselhava

êle

que

não nos

desfizéssemos

em

reverên cia s ,

l i s o n ja s

e

h umi*

lhações,

p a ra

que,

pa s s a do

o

p er íod o

d e

m a n d o ,

n ã o

nos

de *

se nlranhasse mos

t a m p o u c o ,

po r

v i n g a n ç a

o u

re sse ntime nto,

em

ale ivosias ,

ca lún ia s

e

recrim-

naçõ e s

s e r ô d i a s .

Ê

incontestável

a atualidade

permanente

das

observações

de

J o ã o

Franc isco

Li sboa ,

no

Bra-

ã i l .

Náâ

mudames

pouco*

correr

dos t em pos,

e

a

unidade

nnc.oriíii

a f igura-se-noa

mais

ní t ida ,

sobretudo ,

q u a n d o

ateoa

t am os na

semelhança

dos

nos-

sos

defeitos—

Esse

o

d e n o -

m i n a d o r

com um

d a vi da

naelob.

aa ,

dc.erminandò

à

permanes-

cia

d e

uma f i s ionomia

peeuluuf

que

s e

mostra

inal terável

es

t em po

e

no

espaço.

.

jÇoBcl oe

na

página

sfsaSní€a.

J

Page 11: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 11/15

Page 12: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 12/15

.

D O M I N G O .

28-7-1946

LETRAS

E

ARTES ma

1 3

p

R E C E D I D A d e

u m a

v a s t a

m a n i f e s t a ç ã o

d é

i m p r e n s a ,

d e v i d a

à

p e n a

d e

g r a n d e s

f i g u r a s

d a s nos s as l e t r a s ,

a

e x p ô s i -

ção

d e

L u l a

C a r d o s o

A i r e s ,

que

o r a

s e r e p l i z a

n o Mi-

n i s t é r i o

d a E d u c a ç ã o ,

f i c o u

m a r c a d a

ma is

c o m o

a

apa-

r i ç ão d e u m l i v r o

d e

p o e -ta, d o

que

c o m o u m a

m o s -

t r o

d e

pintura.

t i x e g e r a s

d a

u m a

p o e s i a

d i f u s a , o s

a u t o r i z a d o s

p a -

n e g i r i s t a s

f o r a m ,

p o r é m ,

parar

n a

e n c r u z i l h a d a

d a s b e l a s ar tes ,

e

t o m a r a m

o ' r u m o à

q ü e

a

su a

i n c e r t a

i d é i a

c *

p i n t u r a ,

e n t u s i a s t i -

c a m e n t e s e induziu.

E s s a

p o e s i a

d a

p i n t u r a ,

e x t r a i d a

c o m o

p é r o l a

d a

a r -

te

d e

L u l a ,

e s p o u c o u n o s .

vár ios

a r t i g o s

a p a r e c i d o s ,

c om o b r i l h o d e

f o g o s d e a r -

t i f í c i o .

P o r é m ,

m a l

a j u s t a -

d a

à s

v e r d a d e s d e

u m a

a r t e

c o n s i d e r a d a e

a p r e c i á v e l

p o r

o u t r a s

r a z õ e s :

s i m *

p i e s

r a z õ e s

p l á s t i c a s .

E s s a i n t e r p e n e t r a ç ã o

d a s

a r t es ,

b e n é f i c a , sem

d ú v i -

d a ,

n o e s p í r i t o

i m p o r t a n -

t e

q u e

o

a r t i s t a s e ja

c a p a z

d e

c o m p r e e n d e r

e

se nt i r

as

d e m a i s

a r t es ) t o r n a - s e

p e -

r i g o s a e

f a l sa

q u a n d o p r e -

t e n d e

i n s i n u a r - s e

n a

o b r a .

D u r a n t e s éc u l os

f o i

a

p o e s i a

p r i s i o n e i r a

d o

v e r s o ,

d o

q u c l

e r a

s i n ô n i m o

e x e m -

In t rodução

á

E x p o s i ç ã o

c i e J L u l s i

v j í i r c

o s

o

Ayres

S A N T A

R O S A

(í)

U f l f l t j ^ p f O^ j ^

'..-..V.vv".   -

/V-'

-  ¦:¦.

^

¦ . . - ¦ ¦. -

. « ¦ > , , , ¦ „ ¦ ¦ < . . - ¦ •

 

' ' ' ¦ ¦ ' " ¦ ^ ¦ ¦ - ¦ ' " - ' i . ^ ' " - , -i - " - * - , - C * - ^ - -' - i - ' ^ V ' * ' • ' / * - ^ Vr / j O^ Ç j Oí i ^

a o s

" m a q u i s "

g e n i a i s

q u e

f o r a m L a n t r e a m o n t

d e

R i m -

p l a r .

A s s i s t i m o s

à

l u t a

p e l a

b a u d ,

a s u a

f u g a

e t r a n s f o r -

su a

l i b e r t a ç ã o

e

d e v e m o s

m a ç ã o em

essên c ia u n í v e r -

Síntese

d a

f i losof i a

d a

natu-

reza

n a

época

pré-socrát ica

(Conclusão

d a

1 0 . "

pás)

E no

meio

d e

toda

essa con -

fusão

espíritos

bons

e maus,

almas

imortais

que podem

em

vidas sucessivas

habi tar

intimais

e vegetais

o u

outros

c o r p o s .

Uma autêntica fantas ia d e so -

nho

de noite

d e

verão

escaldan-

te.

Salvam-se

dessa mistura

contradi tória ,

como

diz Sortais ,

dois

pensamentos:

o

amor como

"pr inc íp io

e

termo de

tudo.

é

Deus;

e

a inteligência org a n i za -

d o r a d e

c a d a

Sêr n o

universo

é

a

razão'"

( 1 2 > . E

jue

h a v e rá

mais

forte d o

que

o Amor?

E

mais

poderoso

d o

que

3

r a z ã o ?

O

Etna,

n a

t r adição

d a

lenda, d e

um

fôlego enguliu

o

filóso-

fo

que

era

a o

mesmo

tempo

má -

f ico

e

profeta,

poeta

e

s o n ha -

o r .

v .

N o

dizer

d e

Lange,

po -

rem,

Empédocles,

que

era muito

j iberal,

acabou

morrendo

exila-

do

n o

Peloponeso...

(13)

Deixarei d e

lado

o s sofistas,

porque

estes,

embora

uir Pro»

tágoras

tenha se i .ormado na

escola d e

Demócrito

e

outro

Georgias

tenha

sido

discípulo

d e

Zenon. o s maiores

entre

todos,

foram autênticos

anar-

Quistas

d a Filosof ia.

Ate

ven»

diam

por

algumas

m o e d a s

as

suas

lições,

segundo

o

gosto

o u

O

interesse d o

discípulo cliente.

Não bá

dúvida

que

muitas

vezes

muita

coisa

d e

seus

pen-

Bamentos

valia

por

um

pensa-

mento

profundo

e

Sócrates e

Platão

que

o s

dest ruíram,

ap r o »

vei taram

o trigo

semeado.

Por-

Sie

eles

desenvolveram a

dia.

tica

e

a

eloqüência,

a p re c i a -

i am

novas

faces

d e certos

p r o -

i iemrn

filosóficos

e se

não

tive-

ram

a

grandeza

moral d o s ver-

dadeiros

filósofos,

pelo

menos

cr iaram um

ambiente

de

lutas

fecundas

p ar a

a

Filosof ia

que

8 e

alteava

cada

v e z

m ai s .

Essa mesma Filosof ia

glorifi-

cou-se da í

por

diante

sem en-

centrar

limites n a

cruzada

d c

«Significar

o espírito

h u m a n o.

F o r am

eles o s

pré-socrát icos,

que

const ruíram

o f r am ewo r k

ao

pensamento

para

o s v ô o s

mais

largos

d a

s a b e dor i a .

Não se

perdeu

a

Filosof ia d a

Natureza ,

ü í s t á viva

« í

e m bo r a

fur ioso seja

o

ataque

one

a

es=

« g u e r d a

hegeliana l h e moveu a

Íartir

d o século

passado,

a g ora

que

po d e m o s

sentir

que

está

começando a batalha.

E

nã o

Quero

deixar d e dizer

por

d e-

sencargo

d e

consciência

c

fi.

losófica,

que

aquele

ideal

d os

«ieatas

f o i

entre

todos

daquela

. « p o ç a o

que

mais se

e n ob re ce u

flwWffMMMMKMHcro

lujsa

Grande e SenzaM",

d e Lula

Cardoso

Agrei

sal ,

f l u i d o

p o d e r o s o ,

a n i m a -

q u e

c r i a m o

q u a d r o ,

a

dan-

e d o m i n o u

pelo

tempo

a f o r a .

Hoje,

quando

a distância

d o s

sé -

culos

é

t ã o

grande,

é

que

p o d e -

mos avaliar

a importância

de

suas

idéias,

a

influência

qu e

exerceu

n a

formação

d o s

siste-

mas

filosóficos na

época neo-

platônica,

na Renascnça e

no s

tempos

m o d e r n o s .

Não

encontraremos

mais,

cera

tamente,

a forma

d a

doutrina.

A d a p t a d a à

evolução

d o

pensa-

mento,

-desenvolvida,

m el h o r

in terpretada,

estudados n o vo s

aspectos

d e suas

idéias

funda-

mentais,

e i s

o

que

d a

Fi losof ia

d a Natureza

d o s

çleatas

se

fê z

com o avanço.dos

tempos. N a d a

impediu a

sua

marcha

N ãovenceram a

Bruno

a s

icgueiras

d a Inquisição;

nem anterior-

mente

o

sacr if ício d e Servet

d e-

«animou

a convicção;

falhou a

perseguição

hipócr ita a

Spino-

z a

que

se

t ransformou

na m a i s

pura

admiração

d o s

homens, à

sua vida e a sua obra

Triun-

fou,

sob

mil

aspectos,

e m

Fichte,

em

Schelling,

e m

Hegcl

em

Goethe,

e m

Lagneau,

e m

Les-

sing,

em

Far ias

Brito,

c

mesmo

encantamento d a N at u r ez a .

A voz

d o

pensamento

d a

ve -

lha

Grécia a inda

não

parou

d e

ressoar.

O s

valores

eternos

nã o

experimentam

a c a d u c i d a d e .

A

vera

Filosof ia

guarda

n o se u

seio

o

segredo

d a

i m o r t a l i d ad e .

Renova-se

e

é

sempre a

m es-

ma:

o eterno

é

o

seu

dest ino.

d o r

d a s a r t e s .

E s s a

e x p a n s ã o

d a

p o e s i a ,

f i x o u ,

n o

e n t a n t o ,

c o m

m a i s r ig o r ,

o s

m eios

p a r a

a

s ua

c a p t u r a .

E

s ã o e s s e s m e i o s

q u e

a

c o n d e n s a m , n o s

q u a i s

e l a

p a l p i t a

i n f o r m e

é

d i f u s a ^

ç a

o u o

p o e m a .

P i n t a r

a m ú s i c a

U n t e n -

ção

t e m á t i c a )

não é o

m e s -

m o

q u e

c o m p o r

u m a

tela

c o m

m u s i c a l i d a d e

( reaçã o

t an t o ,

c o m p r e e n d i d o

n ess©

a f e t i v a )

bem

c o m o ,

esc r e -

s e n t i d o

h o r i z o n t a l ,

d i s c u r s i »

ver

c o m

o

f i m d e

f a z e r

a

v o ,

s e

p r o j e t a

q u a n d o

m u i t o

d e s c r i ç ã o

d a s cores

d o n o c a m p o

d a

i l u s t r a ç ã o ,

j

m u n d o

não

é

o f u n ç ã o

d o

r o m a n c e .

E s s a

p o e s i a ,

t a n t a s

v e z e s

v is t a

n a

p i n t u r a

p e l o s

e s *

c r i t o r es ,

s e a s s e m e l h a

c o m

o

p o e s i a

essen c ia l ao

p r ó -

p r i o

" m e t i e r " ,

n u n c a ,

p o »

r ém ,

à q u e l a

que

n a sce

da

p l á s t i c a ,

em

t e r m o s

plásti-

c o s ,

c o n s t r a s t e s

d e

t on s , f o r -

ma s

o u

l i nhas

d e

c o m p o s h

ção,

p o r q u e

ê s s e c o n t e ú d o

i n i lud íve l não es t á

c o n d i -

c i o n a d o

a o s

c a p r i c h o s

d o s

t e m a s

a n e d ó t i c o s

—simples

ponto

d e

c o n c e n t r a ç ã o

e m o c i o n a l ,

em

t o r n o d o

q u a l

s e

d e s e n v o l v e m

o s

m eios

e x p r e s s i v o s

d a

p i n »

tura.

U m

g r a n d e

e x e m p l o

ê

d a d o

p e l o

d e m i u r g o d o s é -

c u l o ,

P a b l o

P i c a s s o .

O s

seus

m a i o r e s

m o m e n -

t o s

c r i a d o r e s

s ã o f i x a d o s

em

t e m a s s imp l es

u m a

m u l h e r

o u

um

f r u t o

e

de l es ,

f i g u r a

o u

o b j e t o ,

ê l e

p a r t e p a r a

a t i n g i r

o m a i s

c o n c e n t r a d o c l i m a

p o é t i c o .

A s u a

p o e s i a

f l u i

d a

i m p r e »

v is ta

h a r m o n i a

d e

cô r , t o n s

raros ,

s u r p r e e n d e n t e s c ô n »

t r a s t es

d e

c o m p l e m e n t a r e s

e

à o

" i n v e n ç ã o "

formal..

N e s s a

f o n t e

in t en sa

d e

e m o ç ã o

a r t í s t i c a , a

p o e s i a

. po r t i c i

p

o

p o d e r o s a m e n t e

c o m o

" e s s ê n c i a

criadora ,

m a n i f e s t a d a

n a c o n s t a n t e

i n ven t i va ,

e

não

c o m o

e l e -

m e n t o

t e m á t i c o

d e

narra*

tiva.

O

m o t i v o p o é t i c o ,

p o r -

Curiosidades

Literárias

N a d a

mais

extraordinário

do

que

a

c a p a c i d a d e de

inte-

ressar-se

d e

Çhesterton.

To-

d as

a s

f o r m a s

do

variadíssi»

mo

espetáculo

h u m a n o

o

se-

diLziam.

D e

onde

sua

frase

a

p rop ó s i t o

d e Stevenson,

o au-

tor da

"Ilha

do

Tesouro:

* 4 I t e

wm

m o d o

geral

qual-

^

coisa

sobre

qualquer

uer

pessoa

é

interessante".

(I)

B .

Bréhier

B l s to l te

d e

Ia P h H o -

s o pbie,

v o l .

I

(3) P. A. Latige

B U b s t o l r e d n

M a t é r ia -

Usme,

trad.

.de

B .

F ommero) ,

to).

X

(3 )

 

S obr e

o

asunt o ,

e nt r e

out r os:

Ao-

dolí o

M a n d o l í o ,

£ 3 1 P e o s a m i e n t o

An-

t ign o,

vol.

I; T b.

Qom pe r z, Les

pen-

--rq,

• • »

Grèce;

O.

Svrvãin,

Hisioi-

» k»

1» P ^ " - r o p h i e A a e t e n n e ;

Z e l l e r ,

'Oeschite

d e r

f r i e c M s c n e a

P a U o s o p n l e ,

I, in

Est ád i os 8 o

la

f i l o s o f ia

G i í e g a :

X e n o f á n e s ,

Psménldcs,

por

Is mael

Q uilos,

S . I.,

J u a a

P.

M e r e ad e r ,

8.

I., G u U l e r a o C ar r au,

8. I .; lance,

op.

clt.,

Sréh ler ,

op.

clt.

(4 )

 

Lange ,

B r é hi e r , C om por á,

M o n d o l f o ,

ldem,"

iy-\.

# § }

S nr t o la .

M n n rtn l f n .

Bréh Ur.

ate.

I d s m .

l d e m .

Í G )

A

êStS rêâpcitOi

r i ai áO,

-g-núisiât^

« »ÜC 8 .

X c u ú í a a e s , in

op.

elt.,

liou»

dolí o.

Bréhier, ldem, l d e m ,

{7)

Op. clt., l o o .

eit

(8)

l b . r O p . elt .

( P )

P l a t ã o , Theetes, P a r m é n l d e t »

Ü O )

O omp ers,

Quites,

M o n d o l f o ,

W I L DE

E

WISTLER

A fi rm a m o s

biógrafos

que

algumas

das

melhores

<sbou-

tades",

d e Os c a r

Wilde

fo-

r a m s o n e g a d a s

a o

pintor

Wis-

tler. Uma

vez,

c o m o

Wistler

a c a b a v a

d e

encantar o s

ínter-

locutores com uma

t i r a da

fe-

liz,

Wilde

exclamou:

"—

Que

bela

frase

C o m o

eu

gostar ia

de

te-la

pronun-

c i a d o "

Ao

que

o

pintor

ob-

sCrvou:

" - —

N ã o te i n c o m o »

ães.

Tu

a i n d a

a

pronunciarás,

meu

a m i g o" ,

A VIDA

I M I TA N D O

A

ARTE

O

f am o s o

p os t u l a do

de

Wilde,

j u s t i f i ca do

num

não

menos

f a m o s o

ensaio

d o livro

"Intenções",

de

que

a

v id a é

que

imita a

arte

foi

atribui»

do

t ambém

a

Wistler

que,

n u m a noite de

b ru m a ,

diante

do Tâmisa ,

teria

dito ao

p oe »

ta:

" • —

Veja, Wilde,

c o m o

a

natureza

começa

a

p l ag i a r

o s

meus

quadros..."

n

{ S O f t a

t at t

Bréhier, Zeüer,

(II)

'

' & o ,

Par r aé nld e sw

(13 )

op.

eit.

£ 1 3 )

O p .

á L,

i : ; õ ,

« $>

M w r ,

Usmi

i

STENDHAL

Q u a n d o

se

fu n dou

na

Fran-

ça

um

Stenãhal-Clube,

para

cultuar a m e m ó ri a d o

autor

de

"Houge

et N o i r " ,

fundou"

$ e

logo

um "Anti-Stendhal"

Clube" e se

reavivaram o s de-»

hates

prò

g

contra ,

q

rôwiaíi=>

cista.

Ou vi r am - se

muitas o p i »

nioes

e

Ernest

Pe roch on

teve

esta

à

Os va l d o

de

Andrade:

"Stendhal

é

um h om e m

a b o r »

recido

por

causa

desse

"h"

do

seu nome

que

eu

nunca

se i

onde

col oca r" .

O E S P I R I T O P R Á T I C O DE

C L A U D E L

uO

exot ismo

nunca

seduziu

Claudel

âisseí

Paul

Momnd

n u m a

crônica

e f e z

civiliza-

ções p a s s a ra m por

esse

filho

da

Champagne, sem c o n t ag i a»

I o .

Leger

con t ou - m e

uma vi »

s ita

que, qu a n d o

jovem,

fe z

a o

pzrto

d e

H a m b u rg o ,

em

com p a n h i a

< d e

Claudel .

E n»

quanto

o

pintor

a d m i r a v a

as

velas

p a n d a s

dos

barcos

no

E l b a e

s on h a v a

com

viagens,

Claudel media,

pesava

e não

f a l a v a

senão

de exportações,

t ransi to,

fretes.

Ninguém

se

mostraria menos

l i terato, nem

t s e

i n t e re s s a n do mais

por

coi-

tos concretas ,

pela

técnica'*.

O

A S C E TI S M O

DE

U N A M U N O

A m a n do

Sa l a m a n ca ,

M i»

guel

Un a m u n o

ali vivia

uma

existência

de asceta.

Não

be »

* b i a

nem

fumava.

Regressava

è

noite

a o

quarto,

c o m o

um

c id n d ão

obscuro.

A

Bi-

blia,

tin?ia-a

sempre

à

cabe-

*

cei ra

ãa cama.

N ã o

possuía

nem mesmo estantes.

O s

li-

vros

est en d i am - se

em torno,

esparsos cm

ca n t on e i ra s .

E s»

vfvviaà

noite,

ser v i n d o - se

de

penas

de caniço

que

éle

m es»

mo ia

cor t a r

à

beira

do

rio

m í st i c o .

UMA

O B S E R V A Ç Ã O

D E

A L DO U S HUXLEY

"Uma

das coisas

mais

difi-

seis d e c o m p r een d er

« - »

o b=

serva

Alâous

Huxley

ê

que.

o

valor

de um

homem

em

de*

t er m i n ad a

esfera

não

consti*

tui

g ar an t i a

d o

seu valor

em

outra.

A

m at em á t i c a

de

New-"

ton

não

p rov a

n a d a a

f a v or

da

sua

teologia.

Tols to i

foi

um

excelente

rom a n c i s t a ,

mas

não

censtUvi

isso

razão

para

ad m i r ar m o s a

sua

f i losof ia .

No

caso

dos

homens d e ciência

e

d o s

filósofos

uma

tal

inépcia

fora

de sua

e s p e c i a l i da de

não

tem

n a d a

d e

surpreendente,

Ela

é

mesmo

muito

natural,

porque

o

d esen vo l v i m en t o

ex*

cessivo

nas

funções puramen*»

te

mentais

leva a u m a atrofia

d a s

outras.

C O N F I S S Õ E S

DE

FRÁH^

ÇOIS

M A U R I A C

" — •

Aqueles

dos

nossos K »

vros

diz

Fra n ço i s Matt-

r iac

< —

que

mais do

que

o $

outros

t o c a r a m num

ponto

sensível

do

ser

h u m a n o

se-*

r ão

o s

p r efer i d o s

p o r

nós? ,

N ã o

o

creio .

Justamente

por

serem

o s

mais

objet ivos,

os

mais

de s t a ca dos

de nós são

o s

que

menos nos

afetam,

N & Q

pus quase

n a d a

de

mim

mes*

mo

em

"Genitr iz".

N ã o

mo

reconheço

a i

q u a n do

leio

essas

páginas.

O

que

encontro

é

apenas

uma

das casas

de

minha

infância , um

jardini,

o

chei ro

da

fumaça ,

v i n da da

estação

próxima.

Fiz

desen*>

c a d e a r

num recanto

provin-

d a n o

fa m i l i a r ,

n-uífis

*5ki».s

c a s a

tranqüila

um

d r a m a

que

n ã o

me d iz i a

respeito.

Por o u = >

tro

l a d o

p a ra

se

ag r ad ar

com

a

leitura de

certos

rom a n ce s 9

c o m o

o

"Mystére

Frontenae"»

por

exemplo, è

precise

per»

tencer

à

minha famíl ia

espi*

ritual. O s

que

a m a m

esse

vro

são

meus

irmãos**

 

*

:

< "v *

Page 13: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 13/15

Page 14: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 14/15

«.v

¦i.:f

»

„¦

S*

i

/

D O M I N G O ,

28-7-1946

IITJlifff

E

ARTES

Pò a í na

1 5

 

..

r

.

-.

<• •

• ¦

' ' ; ¦ : * . . - C O ?T B C i

q r e

f

M >

ieúa.

M A

"Lii iQ

< i . ,

Ales"

L.uU,,

aci.

  *

ba dt

l o u ç a r

"Atualidades

Literárias"

p e q u e n a

revista

men s a l ,

q u e

vem

substituir,

pu

b l i c a ç ã o

qu e,

anteriormente

sa i a em

f o r m a

d e

"boletim"-

A c o n t e c e

q u e

a

"Li vr o

ío

J f é V ' l a v r a

vin

t e n t o

e

por

isso,

e stá de

patdlvns.

"Atualidades

Literária"

•>

u m a

publicação

interessa/,tt

nú,

m u i to

mais

exatamerte

u m a

p u b l i c a ç ã o

n e-

ces s a ria 4..£ü.

d e

b o a colabo-

r a ç ã o li*

raio

( a rt ig o s ,

contos,

c r í t i c a ,

p e q u e n a s

n o ta s ) , el a

in.

f o r m a

a * ra v e* d a s

seções

¦

Desfile.

C i n t m a

e

Literátuiá,

L e tr a s

~ t o

A m e r i c a ,

Livros

n o

P r e l o ,

'L i v r e

d c M ê s"

Reco-

m e n d a ,

P a n o r a m a

Editorial,

R e s e n h o Bibliográfica

o

que

pai

peh.

mi.i\do

das l e tr a s e-

d as

a r te s:

q u e m

escreve,

quem

r e p r e s e n t a ,

o u > m

cria,

q u e m

fil-

m a,

q u e m

( a n ca

q u e m

traduz

ou

adap.a;

t

<

q u e

é

e sc r i to ,

te

p a d o ,

p r

d u z i d o

f>'lmado,

tra-.

d u z i d o .

' ¦ d i tca o

l a n ç a d o

e

pen-

d i d o

R*'cbe)a.

é

p e r c or r e r

li-

p r a r i a s

s barcas.de

i o r n at .

sem

sa i r

da rf$eijç

M a s

c o m o

nçebê-la?.

S i m ,

poi

Juc

recefé-ia d e

g r aç a

i

melhor

o

q u e

" o m v r a - l a

e m b o r a

sea

p r e ç o

s e - a

a n e n a s

d e

d o i s

cru-

x eiro s . :

P a r u

r e c e bê - la

de

graça

ê

p r e c i so

ajscciar-se,

a

ge nte ,

á

S o c i e d a d e

"L»

r o

do M ê s " L t d a .

M a s -

isso è

u ma

l o n g a

história,

d i r á

o

icontecevel

leitor.

A

q u e

respondtrei;

ê

c u r t a .

V o u

eontá-la

- . -

• .

v ^ - ;

A c o n t e c e

qin

um

g r u p o

de

r a p a z e s

* u n d o u ,

aq u i ,

a

"Li-

j » r p

d o

\fês".

nos

m old e s d a s

c o n g ê n e r e s

americanas.

Essa

e n f i d a d *

liteín-cómerçiál,

es-

colheu

um

gri

p o

d e

intelectuais

de

v a l o r

a

c.vem c o n f i a

a

se-e-

ção

d e

um

l iprç

d e n t r e

os

q u e

*stão

no

v r e > ' <

E sc olh i d o

o

"li-

pro

d o

mês",

o

S o c i e d a d e

o en-

Pia

a i p d n

qu e nte ,

c o m - u m

des-

c o n t o

dt

der

por

c e n t o ,

a n *

f i z , -

sociodo.s.

Qjitnj

s e

in teres s a ,

va -

ga.

ali

ia

f a t a t a .

q u e r

dizer,

lio

rcembolso-vostal

Q u em

não

qu er . '

d -

xr

cu e

ó

C o r r e i o

d e-

P o l u a

o

l i v r o

P a r a

c a d a

gfu-

po

d e

trê*

' l ivro s

do

m ê s" ,

aà-

q n i r i d o

receie

o a s s o c i a d o

am

" l i v r o

p.êmv"

É

evidente

q n e ,

se

o

a s s o c i a d o

n ã o

adqni-

T e l i v r os

niwa.

em

n o m e

do

m e s p a ç o - v i t a l "

a s u a

f i c ha

vai

mes mo

v a r?

o cesta. v;sto

ro -

i n á o

p e r te nc e r

à

S o c i e d a d e

im-

p or ta ,

an èr i n s . no

e n vi o dos da-

d o s necessários

a

p r e e nc h e r

a

a l u d i d a

'rchl

A c o n t e c e

q'ie

o

n ú m e r o

de

as-

saciados

ê

a r o n d e

e

cresce cada

dia , .

E

a

o b r o es co lhid a ,

para

 

l ivro

dc

M ê s ,

tem

g a r a n t i d a

a

( C o n c l u s ã o

d a

1 4 . *

pág.),

*

deu

nu m

yelho

v il arej o

4o

Brasil s e r t a n e j o ,

f iemoto,

Ji

p a s s a d o . ,

• s u a n d o

t o d a

a

ínm fl la ,

tagennampss^

Con sidera va

o

seu

me'.hor

c ui d ad o

/.,,

Possuir

pe lo

menos,

um

p a r e n t e

y t í t T T l f l r f O . , .

V oe C

m e les,

p or

Isso, t o do bet a

.

Ms-me

ler

e

c o n t a r .

C spe r nnd o

q ue

u m dia eu fosse

alfutai

P e

cuj a

l n t e ' t e e n d a

l u m i n a r

? o c ê

pud e sse

ao Justo se

o r g u l h a r ,•Jomo

nnçii m

 

*

V a d a

r u i .

n a d a

s o u ,

mas,

ai nd a

i u i UW,

© orn o você

g o z a v a

à

s a c l e d a d t ;

¦ J h i K J o

q u a n t o por

mera

b e n i g u l d a d »

.A erftlca

dissesse

sabre

mtm

A f o r a

q u e ,  se gund o

aa leis fa ta is,

;

C e d e

o

seu

 

e ono oe t o ívm ar t b a m o r t o

>wnío .

meu

 

tio,

o u e

t\e f o i

t & o

f o r t e

f o r q u e

sen   c o r t i n o

f o i b o m

d e m a i s .

Ad e us,

meu

rwríd.e

Amí s o l

V oc ê

leva

conto 

A

maio r a f p1 Ro í

— •

À do sobr i nho

ouo

hoje

18 ,

•nicas

ao

pur o

èjttmiiíq

ertst.80

Ç t e r a

que

seu

gêni o

bom

lho

poe

na

b

e ar t a d e

A . B.

O .

De p oi s

d r *

morte

d o

pai

— •

o

j j r H T T i o . r o

g o l p e

n u e

lhe

foi dir

freto

a o

p o ra rn o

_.

n

m e n i n o

,/|

A n t o r n o J o a q u i m

m u d o n í s e

co m

a -

mãe

pa r a

a

;

c a s a

d o

àv o

e n d e

p V < s f t r > » T n

a

vi ve r

M a s

T >

W a H i

T 7 r / » » l ? r t ' » '

n ^ o

s P n o r t a n d o

p

s p p d n o

di

vjnvçsr,

J p J s a . . s e

no.

TBtnpfitp

E

Verta''

t a rd e,

a n ô n

a

frrÍTnftnÍT

d o

e*« í impnto .

a

W i f l e

hpííon.o

t<>rnnrnertte.

e

par,

tin

rom

o

pá da« t rp ,

a

cavnlo.

p a r *

a

vio rfo tri

de

nn^elas

Pe.

f t tpí»

da

S H v á

H^fsHTr.':

ralado

O

Mste. à

f o n a

da

p a r t i r i a

d o 5

línívos.:.

0«f

do?»

eavilos

de

•ria

arrancaram

a

snlnoe

nola

rstrndn

— ¦

e

o

r " « m n o Antnnío.

Joaoriím

vendo.Hies

0 « <

viíllrss

festivos

apaffnr.se

a

n o n e P

e

ponco

na

t»oi«'ro

< •

na

d i ^ H r t o r a .

f ; "r al

s ^ f r K M ^ s n r o p n t e

nenfofwse

érnirhaixo.' de.ufma v e lh n

iVry .oge

de

síMT>hn

n T n í r r a

e

¦¦•tr.anmUa.

T J O oHião

d < j c\< \

: \ > i

l n r t t T P

O

id"r«:o

f»"l d-

Rorbofofna

nn-

'dnlá

r i o : h O n ^ - i n t é '

v e r d e ,

e-r*

pf.Ungem

li 'n'ipfl

t.''rtnde'.'"'o

epo»

 

e > a T h o ,

e

o

V)P'*r)'fy,'dr»

g a d o

T » i > r t .

,

a o

p ^ n T r »

i<í.p"/?.?•'djfdos

'mcplfipfrVJii

i M i * % ^ ^ ^ m % ^ ^ ê m

.a

« f i a »

, . .

."

i . . i -

, 1 . .

... - . .

.

íbtyv

- C0<» ><>X>OVVKXCsXX4ÓÕ 85S «

v e n d a

mdheiros

de

exempla-

res,

a n t e s

de

ser

editada.

l s & @

è

ó timo

p a r a

a u t o r e s

e

edito-

res.

D a i

o

p res tig io q u e

vem

conquiskndn

u S o c i e d a d e

" L i *

vrq

do

M ê s "

ltda.

.

A ç o n t » c t -

q u t

ia

f i c a n d o

es-

q u e r i d a a

informação:

os

asso-

c i a d os

r e c e b e m ,

gratuitamente,

"A

tualidadcs Literárias".

JB

o

q u e

e le s

d e se j a m

i

q u e

isso

a c o n t e c e ç a

regularmente,, to-

dos

os

mtses.

B I B L I O T E C A

M U N I C I P A L

A Biblioteca

Pública

Mtíhici-

pai

de

S ã o

P a u l o ,

a c a b a de

a d -

q u i r i r

m á q u i n a s

de

micro-fil-

me.

Assi m ,

em

b r e ve

podere-

mos ter

d q i n

preciosidades

bi-

bliográfi-as conseguidas

pelo

p ro ces s o

f o t t - g r á f i c o .

Essa

inU

c i a t i v a d a

Biblioteca

i

devida

ao

s en

d i r e tor o

anti-burocra-

ta S é r g i o

M i l U c ti

que-está

sem-

pré

i n v e n t a n d o

coisas. Na

opt-

riião de^éi

nâo

li

qiièm

pode,:

más,

rqnt:jr

dtve.E e ntã o,

im-

ia la -s e u ma

s a l a

de lei tura"

pa-

ra.criawas cen a s ,

co m

l i v r os

e.m

B r a i í l e

> .

l i v r os

"falados"

isto

ê,

gravações

A i d éi a d e ssa

sala

p a r t i u

dn

p r e f e s s o r a

c e n a

D o r / -

na M o n t e i r o

G o u v e i a , -

q u e

¦ ¦ ¦

en -

tónfróy

/odor a n o i o

( a f i r m a

em

c o n f i a n ç a "

no

sr. M i l l ie t . C u r -

da

t am b ê r r

a

Biblioteca

d e

au-

m e n t a r

<

núm e r o de bibliotecas

circulanfes. assim c.nmn

c r i a r

u m a se-tão

es p ecia l

pa r a

G e o -

g r a f i a . .

E c o n o m i a ,

e

Sorinlonia,,

a

fim

dc

q u e

o h

estudiosos

des-

sas

^ â i sc ü l i r toi

pnse.fifit.

contai-

tar

livros e

m a p a s n u m

mes-

mó l o c a l ,

a

q n è

até

a g o r a

não

acontece

u f a

C Ò N F E n È N C l S T A

'Américo

d e

C as t r o ,

brasileiro

d e

nascimento,

hespanhol

pelo

s a n g u e

e

p e l a

c r i a ç ã o,

è

norte-

a m e r i c a n o

n ó *

a d à p ã o ,

esteve

e n t r e

n ó s

f a z e n d a ,

conferências,

a

c o n v i t e

d a Vniversidade.

D i t a s

for a m .

a.

p a les tra s

pronuncii-

d a s

pele- p ro f es s o r

da Unive.ni-:

d a d e

de Primetaw. Como

nas-

c e n

o

g ê n e r o

literário

"roman-

e e ",

a

primera;

t

a

s e g u n d a

n ó-

bre

o

m

D .

Q u i x o t e "

e

o

seu au-

tór"...

iVrrnio

t n o u t r a , America

de C a s t r o c h a m o u

a

a t e n ç ã o dos

envintes

p a ra

%

f a t o

de ter sidot

a

E s p a n l M ,

a

p á tr i a

do roman-

0 0 .

eo m

"La

Celestina",

de Fer-

ma n d o

R c j a s ,

r e v e l a n d o

a noção

de

t e m p e v i v i d o

e

de

txpeii-

ê n c i a t r v . d a ,

e,

a s eg uir ,

com

o u t r a s

o b r as ,

e n t r e

as

quais

U.

Quixote

Ariiês

ais-

so era

o

r e la to ,

sem

tempo,

d e <

f e i to s

impossíveis,

por

he-

róis

l e n d á r i o s ,

sem

i d a d e .

São

os es cri to res

espanhóis

os

pri-

meiro s

a

d e t c o b r i r

na

persona-

g e m ,

a

p e ssoa ,

u

h om e m

dentro

do

herqi.

ou a v e r d a d e

contra-

rie,

q u e

é

o

c as o do

" D.

Qui-

xote".

F ris o u,

t a m b é m ,

a

im-

p o r t a n c i á

do

m u n d o

islâmico,

ou

melho r, a

importância

da tu-

são

d e sse

m u n d o

co m

o

e si oi c om

cris tã o ,

o r i g i n a n d o

e

possibili-

t a n d o

o

r e a l i s m o

q u e

.i

o

cit-

ma

do

r o m e n c e .

O

realismo,

n â o

c o m o

e sc ola ,

i

evidente,

mas

c o m o

a v oç ã o

do

te m p o

e

do

e sp a ç o,

esse como l o c a l

e

a q u e l e

rmq

4poça.

, - ,

A m é r i c o

t t e

C a s t r o

ensinou,

t a m b é m ,

u

fa x e r

conferências»

C o m o ,

ou

de como.se

f a z

uma

conferência

|aderiam

ser i n t " -

t ú l a d a s

i ? i

suo»

v e r d a d e i r a s

au-

Ias. Q u em

p e r c e be u

isso,

mui-

to

bem,

foi

o

sr.

José

Geraldo

V i e i r a

q u e

teiebeu

a l i ç ã o

como

u m a

i n d i r e t a ao

seu sistema

confuso

e

p e d a n t e

d e

e x p o r as

co is a s ,

t

s e r e t i r ou ,

ma;$

pe-

d a n t e e c o n f u s o ,

a i n d a ,

em

meio

a

e x p l a n a ç ã o

c l ar a ,

c o n c i s a

e

a g r a d á v e l

qu t

fa zi a

A m é r i c o d e

C a s t r o . F e l i z m e n t e

só a

"qua-

drigésima

p o ' t a "

se

f e c h o u

ao

conferencista

A *

d e m nís

e at ã*.

v a m

esamçnindas

e

desejosas

d as

su a s

palavra.

M O T t l N H A

E M

B

AIRES.

C â n d i d o

M o t t a

F i lho e s t á em

Buenos,

Aires,

a se r v i ç o dos

mÀ s s o ciqd o s ' , ,

e n v i a n d o

repor-

t à g e n s

p a r a

o

"D i ár i o ,

d e São

Paulo"

Na

p r i m e i r a

mensa-

j em,

noti-sj

q u e

O

p ro f es s o r

li- í

t o u

" a b a f a d o "

com

a

capital

n o r t e n h a .

" E u

nâô

d i z a ? "

c o n r e n í o r o r i j

o *

q u e

já f o r a m

ao

Prata.)

M a > .

s e

t u d o

viu bem

n e m furte

e sc r e v e u c e r t o ,

o

en-

viado. Assim

d e c l a r a

qu e

ali

se c o m e m o r o u

o

M125.*w

aniver

t á r i o

da

"vorte"

de M i t r e , o

a u e i um

e r r o

gr a v e .

Trata-se

de

"nascimento",

i

c l a r o .

En-

t t è t à h t d i n i n g u é m

a c e i t a

que

nascimerto

e

m or te

s e .

pureçam

mes mo

p a r a

u m linotipista

dis-

t r a í d o

ou um

revis o r

sonolen-

to.

Da i

dizei

um

l e i t o r

q u e

o

e r r o

de Mofinha

fo i

" d e

toda

u m a

vida"

A

C A R T A

Òs

tmmos

do

sr. Almeida

S a l l e s

i n f o r m a m

qu e

a q u e l e

cri-

tico

receieu

u m a

c a r t a

de

C a r -

los

D r u m o n a

de A n d r a d e .

Con'.

t am ,

t a mb en *

q u e

j r c f

recebido

u m a

d e

C í a r u e

Lispector.

Se

a

c a d a

C r ít i c a

correspon-

d er

u m á

c ar t a ,

eni

b r e ve

pode-

r e m os

ter

ri i ima

coletânea;

"O

q u e

os a u t o r e s

p e n s a m

do

cri-

t i c o " .

S e r i a

u m a

" v i r a d a "

in-

teressante

T E A T R O

DE GIL

V I C E N T E

O G r u p a

Universitário

de

T e a t r o

qu e.

te m p os,

l e v o u

à

c e n a ,

n o

M v n i c i p á l ,

a

"Farça

de

Inês

P e r e i r a

e do

Escudai-

r o *,

n u m a

adaptação'de

Decto

de

A l m e i d a

P r a d o ;

c o m

cenários

e

figurinos

de

C l q v i s

Graciano,

a c a b a

d e

rej . res en ta r

essa peça

de Gil

V i c e n t e

p a ra

os aluvr.s

da

U n : ão

C u l t u r a l

Brasil-Esta-

d o s

U n i

tos

na

" C a s a

Roose-

velt".

S í

a

e x i q u i d a d e

do

local

n ã o

p e r m i t i . :

s e utilizasse

ce-

n á r i o

e, se

a

c a r a c t e r i z a ç ã o

teve

d e s ç

res tr in g ir n vestimenta,

a b o l i d a s

as

c a b e l e i r a s

e as

pin-

f u r as ,

a

r e p r e s e n t a ç ã o

assim

c a r a

a

c a r a

com

ò

p úbl i c a ,

tey.s

á t ui i i t id e

, á t

j r o v a r

a seguran-

ç a

e m

q u e

se e n c o n t r a m os

ele

m e n t o s ao

G

1 1 .

T.,

tirando

t o d o

o

p a r t i d o

possível

da

att-

tt íde

e d V dedamação,,

qu e,

isso

sim,

è

teatro.

U ma

nonftimação

do

Grupo

r o m o

e s o l a

I tm -se no

f a t o

de,

os

dois

elementos

m a i s novos,

serem

o < t mnis

"novatos".

A

q u a l i d a d e ,

na r a z ã o

d i r e ta do

t e m p o ,

f o i

o

q u e

s e

n o t o u

para

tedos

A n t e s

io

espetáculo

D e c i o

de

A l m e i d a

P r a d o

"explicou"

Gil

V i c e nte n a ra

a

p la téi a

e,

se

bem

renhrt

es ic dificuldade

paulitia

de

f a l a r

( q u e

eu

n ã o

sei

s e è

p e n s a m e n t o

d e

mais

ou

palavra

de

men o s )

s a iu-s e

be m . A

*s-

f u d a n i a d a

g o s t o u

d e l e

e

da

pe-

ca ,

Que

v e n h a

mais Gil Vicen-

te ,

" s e u n

Decio,

.',•¦

¦¦

-.  -. .. ;

' ¦ ' . : ¦ %

.'[ :

V

:'

"

' . ¦ ' ,

Peregrino

Júnior

n a

Academia

Brasileira

d e

Letras

j m sè u la r

c e r n e

« m a saudade...

Q u a n d o

s o m b r a

q u e r i d a

d a

mã e

d e s a p a r e c e ,

p o r

fim,

na

c u r va

do c a m i n h o ,

o

menino

A n t ô n i o

J o a q u i m

se sente d e

s ú b ito

t ã o

só,

tão

Irisíte

e

tão

d e s g r a ç a d o ,

q u e

d e sa ta

num

p r a n t o

sem

co n s o lo , e

n ã o

tem

c o r a g e m

de v o l t a r

p a ra

casa.

Àli f i c o u ,

s o l u ç a n d o ,

n u m a

dor

sem

r e m éd i o, até

q u e

o

manto

c o n s t e l a d o

da

noi te ,

cobrindo,

lhe

a

sol i d ã o

o

d es es p ero

e

a

m e l a n c o l i a ,

ve i o

p a c i f i c a r - l h e

o

c o r a ç ã o ,

e

o

mâdo d a

escurL

ú múoa

¦ . • ia í i tr ia Pi

^« ü r ^r i o A

Ji i H i a f

j|

9

g B mi J Õ U í à

MomtòLMmdüiJül

CaCJ^» mc.KER

r > :

. , ,

.,..,,

C n c i l d o

Becker,

t r u b u l hi i .

no

r á d i o.

P a r e c e

ttê

calunia,.par:.,

q u e m

»m

Cacilda

d e tnê s

Pereua

em

Gil

Vicen-

te

no

'"riipp

Universitário

de

T - i at r o .

V i n g u e m

p o d e

imugi-

n a r C á c U d u

ilúlándo

rádio-tra*

oéd i qs.

G à c f t à t

o u v i d a

num

' a g a m á r

"horo,

p e l as

matro-

nas

q u e

f i ze r a m

d o radio-recep-

tór

o

seiunao

m a r i d o

o

última

f i lh o

e „

p '

m e t r o

namorado,

Nem

sei

se

(

a c i t d a

f u r i c i o n a

a n -

sim

TfiiVé

ela c an t e

Ficarei

emdúviaa. mas n ã o me

< t u b m e -

terei

a

radiatro.

D i z e m

q n -

C a c i l d a

B e c k e r

oai

p a r a

o

R i o v a i

fa ze r

cinema,

M i it o

t erá

q u e

a p r e n d e r ,

certa*

m e nte ,

e

o

a p r e n d e r á

com

faci-

t i d ad e ,

s u p o n h o

Um

conselho

eu

lhe

d a r i a

e n t r e t a n t o

-

não

a p r e n d a

c

fclan

Que

f a l a r

sla

nabè,

e

m u i to

b em

E nenhuma

d e ssa s

eitrilas

f o s ca s

do nossa

c i n e m a

,ala

c o m o

C q c i l d a .

Com

a

e n t o n a ç ã o , o

t i m br e ,

a dicção

c o r r e t a

de

Carilda

A13UVAS

N O T I C I A S

\

t

D i n a h

S i l v e i r a

d e

Q u e i r o z

*$ *

tá e s c r e v e n d o

um

n o v o romana

ce, a i n d a

sem

n o m e .

Isso

nâa

a c o n t e c e

a José G e r a l d o

Vieira,

A êle

i i ao

f td ta m

nom e s

para

r o m a n c e *

Nem

r o m a n c e s .

Tem

a

c a m i r m o

t-ês;

" A

T ú n i c a

a

os

D a d o s "

' T e r r e n o

B a l d i o "

o

"A

M ã o na

A l d r a b a " .

Um oe-

n e n o s o .

d a q u i

disse

su p or

quê

os

<i s s u / . 'o a

se j a m ,

respectiva-

m e n t e

o

f e c h a m e n t o

dos

casi-

nos,

a especulação

nos

imóveis

e o s

ateitado*

da

S h i n d o

Renu

mei.

"Três

R i m a n c e s

d a

I d a d e

U r»

b a n a " , s?o

p o e m a*

df

M a r i o J* i

Sl'ü(i

l ivro ,

a i r d a

pn r a

este

ano,

E , sem

sabe

p a r a

q u a n d o ,

Ma-

ria

Líiizc

C c i d é i r ó

tem

pronts>%

" O n d e

o

C éu Começa".

A

D i o n e h o

M a c

h a d o

e s c o l h e u

S

P a u l o

p a ra

os

*eus

" P a s s o s

Per*

d ' ' d o s " ,

q u e r

d i ze r : s erviu-s e

S ã o

P a u l o

p a ra

c e n á r i o

desse

r o m a n c e ,

qu e

s e e d i t a r á

breve.

S é r g i o

M i ti ie t l a n ç a r á

este

a n o :

"Páric

C r í t i c o "

(atividtu

des de

í»45):

"Poesias",

anti-

gas,

mocernas

«

inéditas;

"Ro*

teiro

d o

C a f é

(em*quarta

edt-

çâo),

e n s a i o

sôcio-econômiea

( d e s i q n a " ã c

ho rrí vel ;

e,

para

n â o

perde

o

co s t u me^

um

vo-

lu m e

sôtre

ar t e s

plásticas.

j

'

d ã o

e

r e c o n d u z i u

à

c as e

de

Ele

e x p l i c a v a

depois*-

de

h om e nsj

ao sr.

J o s é

V i e i r a :

G o m e *

ç o u

ai

t o d a

a

tr i ste za

d a

mU

a h a vida

A

f r e s c u r a

e

a l a c r i d a d e des

...Imeiras

imp res s ões

o

pa«

n o r a m a d e

A r a r u n a ,

a

I g r e j a ,

da

C onc e i ç ã o,

a s

l e m b r a n ç a s

ám

pai

s e

lhe

d i l u i r a m

aa

me.

mo ri a

e

n ã o

r e ssu r ge m

n a

sue

o b ra ,

tão s ó b r i a

e

triste, senão

de

r a r o em ra ro .

O

q u e

f i c o ®

in d elé vel ,

pa r a

m a r c á - l a

foi

a

r e c o r d a ç ã o

d a

p ar t i d a

materna,

c u j a

i m a ge m ,

em

t o d a

a

vida,

êle

p r o c u r a

incessantemente

p a c t u r a r

e

fjxar...

Foi

e

se«

p r i m e i r o

i n f o r t ú n i o

e

o

de

r e p e r c u ssã o

mais

i n t e n s a e

diu,

r ave l . Do

p a ssa d o

s ó

,Ihe

in.

te r e ssa v a ,

c o m o

s n c e d i a

a

P r ou st ,

a

u l t i m a

r e se r v a ,

m

mais

p r o f u n d a

,

a q u e l a

que,

q u a n d o

t o d as

a s

l a g r i m a s

pare.

c i am

e s g o t a d a s

era c a p a s

a i a < »

da de f a z ô . l o

chorar...

JUVENTUDE

 

1

A f

p o r

v ol ta

dos

seus

38 a n o e»

-

em

1805,

a c o n t e c e

a

P e r e i r a

da

:

S i l v a

á

ex p eriên cia

d a

carreira

m i l i t a r ; matricula.se

n a

velha

e s c o l a

i lu str e

d a P r a i a , Verme»

lha,

o n d e

n o v e

an o s

am > s

en.

t ra v a

En.clydes

d a C u n h a

— •

aq u e l a e s c o l a .

qu e; o

c a p i t ã o

Hutol.

b e r t o

P e r e g r i n o ,

r e c o r d o u

hC

p o u c o

com

tão

e n v o l v e n t e

poder

de

s ug es tã o .

Na,

.escola, onde

teve

d es tin o

p a r a l e l o

a o }

d e

Eu.

o í y < - * « .

vi ve u ,

c o m o i le,

decer»

r o

s o l i tá r io

e i n a d a p t a d o , sem

f r e q ü e n t a r

o

" B e c o

do lá

v e r a

um".-nem-

e sp a lh a r

a s

pernae

n o s

" c a r o ç o s "

dos,

a.lnnos...

M e t e - se n u m a

c o n s p i r a ç ã o

de

-'.

c a d e te s ,

t o m a.

p a r t i d o

por

Fio.

r i n n o

c o n t r a

P r u d e n t e , e

er a

1897 é d e s l i g a d o

d a

escola,

é

re.

c o i b i d o

p ro s o

a o - Q u a r t e l

Gene.

ral

e

deste

t r a n s f e r i d o

pa r a

O

1 3 . . *

de C a v a l a r i a ,

n o

P a r a n á

*

mãe

d e

P e r e i r a

d a .

,SiÍya

é

to.

madade

pânico-:

, - r - ,M i n h a

Nossa

S e n h o r a ,

d a C o n c e i ç ão ,

qne

vai

sef

do

A n t o n i c o j

n

1 3 . •

frio,

d o

P a r a n á , , . . ,

e

á j ç m / U C '

<*•

, -vaHs

v b ra b o j í

-alto?

d o

Fxer»

. i :.^_r-'-i .

l&i&)

:£& «

yM

S: '

ftfií

'•...»

i .

M

t,

Page 15: Letras e Artes

7/23/2019 Letras e Artes

http://slidepdf.com/reader/full/letras-e-artes 15/15

¦ /.,

 

w

JLefras

eArtes

[

R I O

D E

J A N E I R O / D O M I N G O ,

2 8

D E

J U L H O

D E

1946

f'

c ?

vj

R A N D E S

SONETISTAS

DA

L Í N G U A

PORTUGUESA

C a m õ e s

( 1 524 - 1 580 )

>

¦

  *

J k

U * ^ 6*^//;'^^

:

iLUttl-Si-

d _ _ Q . S A V A l . D i l

G Q H L X U

U í / S O t / E

I t f O A

W O P _ S

^Rm,

J V 0 F O

E N G E N H O , ,

P ^ J U

M A T A R - M E ,

E

N O V A S

E S Q U I V A N Ç A S ;

QUE

N Ã O

P O D E T I R A R . M E

A S

E S P E R A N Ç A S »

P O I S

M A L

M E

T I R A R A

O

QUE

E U

N Ã O

TENHOK

* .

OLHAI

D E

QUE

E S P E R A N Ç A S

M E

M A N T E N H O

VEDE

QUE

P E R I G O S A S

S E G U R A N Ç A S

P O I S

N Ã O

T E M O

C O N T R A S T E S

N E M

M U D A N Ç A S ,

J A N D A N D O

W

B R A V O

M A R ,

P E R D I D O

O L E N H O *

M A S

C O N Q U A N T O

N Ã O

P O D E

H A V E R

D E S G O S l Q

O N D E

E S P E R A N ÇA

F A L T A ,

L Ã

M E

E S C O N D E

' A M O R

U M

M A L

QUE

M A T A

E

N Ã O

S E

VA

QVE

D I A S

QVE

N A

A L M A

M E

TEM

P O S T O

UM

||d

SEI

QUE,

QUE

N A S C E

N Ã O

SEI

O N D &

I E M

N Ã O

SEI

C O M O E

D Ó I

N Ã O

SEI

WRQUi

• t * .