leitura e interpretaÇÃo de desenhos

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Leitura e Interpretação de Projetos | 1 AI – CET CC ROSÁRIA CARRIÇO CET EM CONSTRUÇÃO CIVIL ROSÁRIA CARRIÇO Leitura e Interpretação de projetos NATAL/RN 2011

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projetos hidraulicos II

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Rio Grande do Norte

2011

FIERN – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte

Flávio Azevedo

Presidente

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Departamento Regional do Rio Grande do Norte

Rodrigo Diniz

Diretor regional

Centro de Educação e Tecnologias da Construção Civil Rosária Carriço

Genildo Peixoto

Diretor

Adriana de Castro

Heloíza Beatriz

Coordenação Pedagógica

Deyne Bezerra Caldas

Elaboração

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SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Norte

CETCCRC – Centro de Educação e Tecnologias em Construção Civil Rosária Carriço

FICHA CATALOGRÁFICA Caldas, Deyne Bezerra SENAI – RN – Leitura e Interpretação de Projetos: Noções Sobre Projeto Arquitetônico – Noções Sobre Projeto Estrutural – Noções Sobre Projeto Hidráulico – Noções Sobre Projeto Sanitário. - Natal/RN, 2011. 63 p.

Leitura e Interpretação de Projetos: Noções Sobre Projeto Arquitetônico – Noções Sobre Projeto Estrutural – Noções Sobre Projeto Hidráulico – Noções Sobre Projeto Sanitário

SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Norte Av. Senador Salgado Filho, 2860 – 3° andar – Casa da Indústria - Lagoa Nova CEP: 59.075 - 900 – Natal/RN - Tel.: (84) 3204 – 6211 - Fax: (84) 3204 – 6209 www.rn.senai.br CETCCRC – Centro de Educação e Tecnologias em Construção Civil Rosária Carriço Rua Professor Antônio Trigueiro, 17 – Felipe Camarão – 59.074-100 – Natal/RN Tel.: (84) 3605 – 7116 / 3605 - 7339

Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

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“Só o conhecimento traz o poder.”

Sigmund Freud

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A minha filha Giovanna Stephani.

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Agradeço a Anaclécia, pedagoga do CTGás, que me incentivou a enfrentar essa jornada. Também, não poderia deixar de mencionar Fernando Antônio, professor de Elétrica do CETCC Rosária Carriço, na correção gramatical dessa produção. Igualmente, a todos que direta ou indiretamente tornaram esse trabalho possível.

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 10 UNIDADE I NOÇÕES SOBRE PROJETO ARQUITETÔNICO 12 MATERIAIS E INSTRUMENTOS DE DESENHO 14 Prancheta 14 Régua tê 14 Régua paralela 15 Esquadros 16 Compasso 17 Escalímetro 17 Gabaritos 18 ESCALA NUMÉRICA 18 COTAS 22 PROJEÇÕES ORTOGONAIS 23 TIPOLOGIA DE TRAÇOS 26 O PROJETO ARQUITETÔNICO 27 Planta de situação 27 Planta de locação 28 Planta de cobertura 29 Planta baixa 30 Cortes 31 Fachadas 34 Detalhes técnicos 35 Perspectiva 37 UNIDADE II NOÇÕES SOBRE PROJETO HIDRÁULICO 40 OBJETIVOS DA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA 42 ETAPAS DO PROJETO 42 SISTEMA DE ABASTECIMENTO 44 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO 45 Sistema de distribuição direta 45 Sistema indireto de distribuição 46 Sistema de distribuição mista 46 TERMINOLOGIA 47 SÍMBOLOS E ABREVIATURAS PARA PROJETOS HIDRÁULICOS 48 Água fria 48 Água quente 48 UNIDADE III NOÇÕES SOBRE PROJETO SANITÁRIO 49 SISTEMAS PÚBLICOS DE COLETA DE ESGOTO SANITÁRIO 50 Sistema unitário 50 Sistema separador absoluto 50 Sistema misto 51 TERMINOLOGIA 51 OBJETIVOS DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO 52 ESTAPAS DO PROJETO 53 SISTEMA DE ESGOTO PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO E VENTILAÇÃO 55 DEFINIÇÕES 57 SÍMBOLOS E ABREVIATURAS PARA PROJETO SANITÁRIO 58 REFERÊNCIAS 62

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APRESENTAÇÃO

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A capacidade de elaborar projetos pode estar relacionada à facilidade que algumas

pessoas apresentam em demonstrar algo que queira executar. Capacidade essa, que para

muitos é chamada de “dom”. Independente dessa afinidade, os projetistas, em sua

atividade, procuram fazer de seus projetos algo legível a todos que neles se debrucem

para estudá-los.

O estudo de projetos na Construção Civil é fundamental para a realização de

qualquer atividade da área, pois nele está representado graficamente todo

dimensionamento das diversas fases de uma obra, além de representar o objetivo

almejado pelo cliente. A fidelidade ao projeto é o que se espera como resultado final das

atividades realizadas para sua construção.

É fundamental nesse processo de construção do conhecimento descobrir que

muitos elementos são representados de forma padronizada para cada tipo de projeto, o

que chamamos de simbologia gráfica. Seu prévio conhecimento tornará possível a

completa compreensão do projeto, facilitando sua leitura.

Como se pode perceber, para ler e interpretar projetos e dele extrair as ações

necessárias ao desenvolvimento das fases da construção de uma obra não é necessário

saber desenhar, mas sim ter prévio conhecimento da simbologia especifica do respectivo

projeto e a finalidade para qual ele foi elaborado. Conhecimento esse acessível a todos

que almejam trabalhar na área da Construção Civil.

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UNIDADE I NOÇÕES SOBRE PROJETO ARQUITETÔNICO

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Para se qualificar em leitura e interpretação de projetos, é necessário percorrer um

processo de aprendizado, que deve iniciar com o conhecimento dos instrumentos

utilizados para o desenho, indo até as noções básicas necessárias a correta leitura e

interpretação dos principais projetos relacionados à construção civil – arquitetônico

hidráulico e sanitário. Nesse caminho se adquire vários tipos de informação, as quais

enriquecem o universo daqueles que o percorrem, contribuindo de maneira positiva para a

sua formação e qualificação, especialmente se atrelada à área dos profissionais desse

campo de conhecimento.

A representação gráfica é uma parte importante no que diz respeito aos projetos

relacionados à construção civil. Pois proporciona meios para que o projetista possa

materializar suas idéias e desejos. Para obter uma correta representação é necessária a

utilização adequada de certos instrumentos, tais como: prancheta, papel, régua tê, régua

paralela, esquadros, compasso, transferidor, gabaritos, réguas flexíveis, escalímetro,

dentre outros.

Atualmente, com a evolução tecnológica, o computador configura-se como uma

ferramenta completa e indispensável para o desempenho da atividade de representação

gráfica de projetos, através da utilização de programas específicos, como o AutoCAD. No

entanto, seu uso não invalida os anteriores citados, pois estes fazem parte de um

aprendizado inicial, importante, inclusive, para o seu manuseio.

Imagem 01: Representação de uma maquete eletrônica da fachada frontal de uma residência. (fonte: desconhecido)

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MATERIAIS E INSTRUMENTOS DE DESENHO

A seguir, ilustraram-se alguns dos instrumentos que auxiliam na prática do desenho

técnico e que são necessários ao conhecimento de qualquer iniciante no estudo para

elaboração gráfica de projetos.

Prancheta

Tipo de mesa, geralmente de madeira e formato retangular, que serve como

instrumento de apoio a fixação dos papéis e a conseqüente atividade de desenho. Sobre

ela também se utilizam as réguas tê e paralelas.

Imagem 02: Imagem de uma prancheta. (fonte: www.trident.com.br)

Régua tê

É uma régua composta de duas outras, fixadas uma na outra. Uma delas é pequena

e de madeira grossa, que desliza pela lateral da prancheta, esta parte denomina-se haste.

A outra é normalmente em acrílico e desliza sobre a superfície da prancheta. Estas réguas

formam um ângulo de 90º.

A régua tê é um instrumento móvel que serve para traçar linhas horizontais

paralelas¹ no sentido do comprimento da prancheta. Também serve de apoio aos

esquadros para traçar paralelas verticais ou com determinadas inclinações. O

comprimento da régua deve ser um pouco menor que a prancheta.

_______________________________________________________________________________________ 1 Retas paralelas são linhas que não tem nenhum ponto em comum. Elas nunca se cruzam, um exemplo típico é as margens de uma rodovia.

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Imagem 03: Ilustração de uma régua tê. (fonte: MONTENEGRO, 1978, P. 04)

Régua paralela

Tem a mesma função da régua tê, porém é instalada com cordas fixadas nas

extremidades da prancheta, permitindo seu deslizamento sobre a superfície.

Imagem 04: Imagem de uma régua paralela. (fonte: www.trident.com.br)

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Imagem 05: Ilustração de uma régua paralela fixada na prancheta. (fonte: MONTENEGRO, ______, P. __)

Esquadros

São instrumentos, em sua grande maioria de plástico ou acrílico, utilizado para

traçar retas, que podem ser perpendiculares às horizontais traçadas com a régua tê ou

paralela. Podendo também ser, perpendiculares² às retas inclinadas, neste caso sem a

utilização de régua.

Existem dois tipos de esquadros, um menor em forma de um triângulo de 45º. E

outro maior, em forma de triângulo retângulo³, cujos ângulos são de 30 e 60º.

Imagem 06: Imagem de um par de esquadros técnicos. (fonte: www.trident.com.br)

_______________________________________________________________________________________ 2 Retas perpendiculares, são linhas que se cruzam em um único ponto em comum, formando ângulos de 90º. Essas retas são fáceis de observar no assentamento de pisos cerâmicos, cujos trinchos desses pisos formam esses ângulos em suas extremidades. 3 Triangulo cujo um de seus vértices forma um ângulo de 90º.

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Compasso

É o instrumento que serve para traçar circunferências ou arcos de circunferências. É

utilizado da seguinte maneira: aberto, com o raio desejado, fixa-se a ponta seca no centro

da circunferência a traçar e segurando-se o compasso pela parte superior com os dedos

indicador e polegar, imprimi-se ao mesmo, um movimento de rotação até completar a

circunferência.

Imagem 07: Imagem de um compasso técnico de precisão. (fonte: BEZERRA, 2010)

Escalímetro

É uma espécie de régua graduada em formato triangular bastante utilizada, que

traz consigo seis escalas de medição diferentes. No mercado existem vários padrões de

escalímetro, variando de acordo com o tipo de escala. O mais usual é o que traz as

escalas de 1:20 (lê-se: "um para vinte"); 1:25; 1:50; 1:75; 1:100 e 1:125 (também pode

ser representada da seguinte forma: 1/20; 1/25; 1/50; 1/75; 1/100 e 1/125).

Imagem 08: Imagem de escalímetros de padrões diferentes. (fonte: www.trident.com.br)

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Gabaritos

São instrumentos que servem como base para a representação precisa de

determinados objetos e/ou equipamentos bastante utilizados no desenho técnico.

Auxiliando o projetista na elaboração de desenhos já universalmente reconhecidos e

padronizados, não havendo, portanto, a necessidade de construir novos desenhos que o

representam.

Existe uma diversidade de modelos, tais como: gabarito de círculos; formas

geométricas; louça sanitária; instalações elétricas; instalações hidráulicas; mobiliário;

dentre outros.

Imagem 09: Imagem de gabarito de instalações sanitária. (fonte: www.trident.com.br)

ESCALA NUMÉRICA

Antes de iniciar a atividade de leitura e interpretação de projetos, há a necessidade

de conhecer alguns preceitos fundamentais que tornam essa prática mais fácil ao

observador. Tais como, o prévio conhecimento de escalas numéricas, cotas e projeções

ortogonais.

O termo escala pode ser entendido como sendo a relação entre cada medida do

desenho e a sua dimensão real no objeto. Ou seja, é uma relação de proporcionalidade

encontrada entre ambos, podendo ser de redução ou ampliação. Na construção civil as

escalas sempre serão de redução, pois se constrói prédios enormes que estão

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desenhados numa simples folha de papel. Quanto à escala de ampliação, é mais comum

nas áreas da mecânica e microeletrônica, onde algumas peças são minúsculas e precisão

ser desenhadas de maneira ampliada para facilitar a compreensão de seus detalhes.

Alguns exemplos são o microchip e a ponta de uma caneta esferográfica.

As escalas podem ser classificadas como numérica ou gráfica. A primeira é

representada por números. Já a gráfica é a representação da numérica por meio de

gráfico.

Imagem 10: Ilustração dos tipos de representações de escalas. Acima uma gráfica, e abaixo, uma numérica. (fonte:

Desconhecido)

Como já foi visto, a escala numérica pode ser de ampliação e de redução. A

primeira é utilizada quando se deseja obter representações gráficas maiores que o

tamanho natural do objeto. As escalas de ampliação recomendadas são 2/1; 5/1; 5/1;

10/1; 20/1; 100/1; etc. No entanto, quando se tem objetos cujas grandes dimensões

impossibilitam sua representação, emprega-se a escala de redução. As mais usadas são

1/5; 1/10; 1/20; 1/25; 1/50; 1/100; 1/200; 1/500; 1/1000 etc. Para a escolha entre uma

ou outra, deve-se levar em consideração o tamanho do objeto a ser representado; as

dimensões do papel e a clareza que se dá ao desenho.

Vejamos a seguir, alguns exemplos de como representar algumas medidas em

escala utilizando uma régua comum e tendo conhecimento da seguinte fórmula

matemática:

1/M = D/R

Onde;

1/M – módulo da escala

D – comprimento de linha no desenho

R – comprimento de linha no terreno (real)

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Exemplo 01:

Uma porta tem 80 cm de largura, como posso representar essa medida na

escala de 1/5 no papel, utilizando uma régua?

Escala 1/5 - cada 1 cm do desenho representa 5cm na largura da porta. Para

desenhar nesta escala, divide-se por 5 a verdadeira grandeza das medidas.

Então podemos estabelecer a seguinte relação: 1/5 = D/R.

Onde;

D= uma medida no desenho a ser calculada.

R= a mesma medida feita no objeto (a medida real) = 80 cm.

Vamos lá;

1/5 = D/80

D = 80/5

D = 16 cm

Conclusão: A porta de 80 cm de largura vai ser representada com 16 cm na

escala de 1/5, no papel.

EXEMPLO 02:

Um terreno tem 10 m de frente, qual medida pode representar essa dimensão

no papel, na escala de 1/50?

Representar em escala uma grandeza de 10 metros na escala 1/50, é desenhar

essa medida cinqüenta vezes menor do que sua medida real.

Vamos estabelecer a seguinte relação: 1/50 = D/R.

Onde;

D= uma medida no desenho a ser calculada.

R= a mesma medida feita no terreno (a medida real) = 10 m.

Vamos lá;

1/50 = D/10

A fórmula é nada mais do que uma regra de três simples, que se aprende no ensino fundamental.

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D = 10/50

D = 0,2 m

Só para lembrar:

1 m = 100 cm, logo; 0,2 m = 20 cm.

Conclusão: Um terreno de 10 m de frente vai ser representado na escala de

1/50 no papel, com 20 cm.

A escala vai representar a relação de verdadeira grandeza das dimensões, seja de

peças mecânicas ou de medidas de terreno, prédio ou ambiente na construção civil.

Imagem 11: Ilustração da redução em escala de uma casa. (fonte: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE

MINAS GERAIS, _____, p. 06)

VAMOS PENSAR:

“Foi visto nos exemplos anteriores, a maneira de se calcular a representação de uma medida no

desenho utilizando-se para tanto de uma escala previamente estabelecida e régua. Porém, é possível com a

mesma fórmula estudada, calcular medidas reais, tendo suas medidas desenhadas em escala num papel.

Ou seja, o processo inverso dos cálculos realizados acima. Sugeri-se que o aluno calcule a medidas reais de

um terreno, desenhado na escala de 1/50, que mediu na régua 15 cm de largura, por 30 cm de

comprimento?”

Observe que a resposta foi dada na mesma unidade de medida da pergunta do problema, em metros (m). Sendo necessário, para a utilização da régua, transformar essa unidade em centímetros (cm).

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COTAS

São os números que representam às dimensões do que está sendo representado

pelo desenho. Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas significam a verdadeira

grandeza das dimensões.

Regras básicas:

As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que permita a leitura

com o desenho na posição normal e o observador a sua direita;

Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota, quando esta for

contínua;

Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma unidade de medida;

Uma cota na deve ser cruzada por uma linha do desenho;

As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida;

Passar as linhas de cota de preferência fora da área do desenho;

Evitar a repetição de cotas;

O valor das cotas prevalece sobre as medidas calculadas tendo como base o

desenho.

Imagem 12: Ilustração que exemplifica algumas formas corretas de cotar. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 37)

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Imagem 13: Ilustração que mostra os tipos de cotas utilizadas em projetos da área de construção civil. (fonte:

MONTENEGRO, 1978, p. 37)

PROJEÇÕES ORTOGONAIS

A projeção ortogonal é o meio ou técnica, que possibilita a representação gráfica

(ou desenho) dos vários lados de uma peça, no caso de desenho mecânico, ou das

fachadas externas de uma casa em projetos arquitetônicos.

Imagem 14: Ilustração das representações gráficas de uma peça, nas faces de um cubo. (fonte: ARRUDA, 2004, p. 22)

Imagem 15: Ilustração do rebatimento das representações gráficas de uma peça, nas faces de um cubo. (fonte:

ARRUDA, 2004, p. 22)

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Imagem 16: Ilustração das vistas da peça que foi projetada nas faces do cubo. (fonte: ARRUDA, 2004, p. 21)

O mesmo conceito ilustrado nas figuras apresentadas anteriormente é utilizado na

arquitetura. Onde as várias faces de um prédio são representadas (ou desenhadas)

conforme seja necessário a sua completa compreensão.

Imagem 17: Ilustração das representações gráficas de uma casa num cubo. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 42)

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Imagem 18: Ilustração do rebatimento das vistas de uma casa num plano. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 43)

Imagem 19: Ilustração das vistas de uma casa. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 40)

O conhecimento das projeções ortogonais auxilia a compreensão do projetista na

elaboração de desenhos, auxiliando-o na construção mental do projeto e o materializando

num papel.

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TIPOLOGIA DE TRAÇOS

A compreensão de um projeto (ou desenho), esta relacionada intimamente aos

traços que o compõem. Cada tipo de linha vai passar uma informação ao leitor que o

auxiliará na correta interpretação do desenho. Saber reconhecer, portanto, cada tipo de

linha é uma atividade indispensável ao profissional da construção civil, pois ela trará

informações importantes para execução de um projeto.

Existe um padrão utilizado pelo desenho técnico em relação às espessuras e os

tipos de traços. Estes devem ser:

Linha contínua e traço grosso: Devem ser utilizados nas partes interceptadas pelos

planos de corte (planta baixa, cortes transversais e longitudinais), nas partes que

se encontram mais próxima do observador.

Linha contínua e traço mais suave: Nas partes mais distantes do primeiro plano.

Nas linhas paralelas e pouco afastadas entre si.

Linha tracejada e traço suave: Nas projeções das coberturas, no contorno das

paredes quando oculto pela cobertura ou quando o plano representado está acima

ou abaixo do plano de corte que deu origem a planta baixa.

Linha traço e ponto e traço suave: Na projeção da caixa d’água, quando

representada na planta baixa e nas linhas utilizadas como eixos.

Linha de ruptura ou zig-zag e traço suave: Secciona parte de um projeto, limitando

sua área de representação. Seja para mostrar detalhadamente ou restringir uma

área pré-determinada.

Imagem 20: Ilustração dos tipos de linhas utilizados na arquitetura. (fonte: ARRUDA, 2004, p. 09)

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O PROJETO ARQUITETÔNICO

O projeto arquitetônico pode ser entendido como sendo o elemento de registro

gráfico e comunicação das características da obra pretendida, contribuindo para a sua real

materialização. Para melhor compreender o assunto, convém estudarmos inicialmente a

definição do que seja Arquitetura, projeto esse que tanto se falou até agora.

Segundo o Dicionário Aurélio, Arquitetura é "arte de edificar”. A arquitetura esta

relacionada à arte de projetar e edificar ambientes habitados pelo ser humano

(http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura). Normalmente a arquitetura esta

relacionada à arte, porém esta intimamente ligada à técnica, uma vez que, utiliza-se de

meios padronizados e regulamentados na construção de desenhos a serem interpretados

por terceiros. Dessa forma, arquitetura pode ser encarada como arte ou ciência que tem

por finalidade a criação de espaços para uso como residência, comércio, artes etc.

(http://pt.wiktionary.org/wiki/arquitetura), levando-se em conta critérios como

funcionalidade, conforto e estética. Respeitando normas, materiais e técnicas utilizados

para criar o espaço.

O projeto arquitetônico deve ser constituído por algumas representações gráficas,

tais como: planta de situação, planta de locação, planta de cobertura, planta baixa, cortes

(transversal e longitudinal), fachadas, detalhes técnicos e perspectivas.

Planta de situação

É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica as dimensões do

terreno (lote), a quadra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geográfico), ruas de

acesso e opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno

dentro de um perímetro urbano ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos

órgãos públicos competentes na regularização e fiscalização da obra.

Os dados fornecidos numa planta de situação devem necessariamente esta em

acordo com a escritura pública do terreno, oficializando junto aos órgãos públicos o título

de propriedade daquela área.

A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande, por isso,

normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500, 1/750, 1/1000, 1/2000 etc.

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Imagem 21: Ilustração de uma planta de situação, com todos os dados necessários a perfeita identificação do terreno.

(fonte: BEZERRA, 2010)

Planta de locação

É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica a posição da

construção no terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vegetação

existente, orientação magnética (norte geográfico), passeio público e opcionalmente

construções vizinhas.

Nesse tipo de representação, por se tratar de um tipo de vista superior, o

observador identifica em primeiro plano a cobertura, tendo a representação das paredes

externas da construção, abaixo da cobertura desenhada com linha tracejada e traço suave

(MONTENEGRO, 1978, p. 47).

A Planta de Locação é o ponto de partida para o inicio de uma obra. Pois

representa graficamente a sua marcação no terreno. Normalmente é desenhado em

escalas médias, ex.: 1/200, 1/250, 1/500.

Na planta de locação identificamos as dimensões do terreno conforme o registro de

imóveis, os afastamentos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de

fundos, a presença de calçadas, piscinas etc.

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Imagem 22: Ilustração de uma planta de locação. (fonte: MONTENEGRO, 2010, p. 47)

Planta de cobertura

É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica os detalhes da

cobertura de uma construção, popularmente chamada de água. Nesse tipo de desenho,

por se tratar de uma vista superior, estarão representados as inclinações da cobertura,

quantidade de “águas”, material empregado, localização da caixa d'água, calha etc.

Também é aceitável em algumas situações a representação da locação nesse tipo de

desenho, classificando-o como planta de locação e cobertura. As escalas mais usuais são:

1/50, 1/75, 1/100 e 1/200.

Imagem 23: Ilustração de uma planta de situação. (fonte: ALBERNAZ, 2000, p. 481)

_________________________________________________________________________________________________

4 Superfície, em geral plana e inclinada, constituída pela cobertura do telhado, sobre a qual escoam as águas pluviais direcionadas numa única direção (ALBERNAZ, 2000, p.20).

4

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Planta baixa

Desenho que representa graficamente a projeção horizontal de uma edificação ou

partes dela. Pode-se entender como sendo a seção horizontal resultante da intersecção de

um plano de nível acima e paralelo do piso (normalmente a 1,50 m) em uma edificação,

representando consigo portas, janelas, peças sanitárias, chuveiro e opcionalmente

mobiliário de ambientação interna. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.

Para que fique bem claro, basta imaginar uma superfície plana, cortando uma casa

ao meio e retirando a parte superior, nesse plano ficaria desenhado o contorno das

paredes, portas e janelas. Estaria representada ali a planta baixa dessa casa.

Imagem 24: Imagem que ilustra o plano cortando uma casa ao meio. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 48)

Imagem 25: Imagem que ilustra a retirada da parte superior da casa, destacando as seções das paredes, postas e

janelas. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 48)

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Imagem 26: Imagem que ilustra a representação em planta baixa da casa, destacando as seções das paredes, postas e

janelas. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 49)

Cortes

Desenho que representa graficamente a projeção de uma seção vertical (ou plano)

em uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em planta baixa;

indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos estruturais,

altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc.

Seu objetivo é esclarecer o observador do projeto através de planos de interseção

longitudinal e transversal, dando uma terceira dimensão a leitura e interpretação do

projeto.

Sua indicação vem representada em planta baixa por uma linha do tipo; traço e

ponto ou tracejada. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.

Gildo A. Montenegro, recomenda que a identificação dos cortes numa planta, seja

feita por letras consecutivas. Evitando assim, equívocos que poderiam acontecer em

indicações do tipo AA’ e BB’ (MONTENEGRO, 1978, p. 50).

A escolha da seção de corte numa planta baixa pode ser influenciada por uma série

de fatores, dependendo do grau de detalhes que o arquiteto pretenda demonstrar.

Porém, recomenda-se que pelo menos um dos cortes passe pelo banheiro, visualizando o

sanitário, lavatório e chuveiro. Existindo pavimento superior, a posição do corte deve

passar pela escada, mostrando detalhes dos degraus e as alturas de seus espelhos.

5 Diz-se espelho a seção vertical de um degrau, sua altura. Piso, a seção horizontal do degrau onde apoiamos o pé.

5

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Imagem 27: Imagem que ilustra a representação de uma interseção, cortando uma casa no sentido transversal,

destacando as seções das paredes, postas e janelas. (fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 50)

Imagem 28: Ilustração de corte longitudinal que passa pela escada e banheiro. (fonte: BEZERRA, 2010)

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Imagem 29: Ilustração de corte longitudinal que passa pela área de serviço e banheiros. (fonte: BEZERRA, 2010)

Imagem 30: Ilustração de corte transversal que passa pelo estar/jantar, suítes e banheiro. (fonte: BEZERRA, 2010)

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Fachadas

Desenho que representa graficamente as faces externas do edifício (frontal e

lateral). As fachadas podem ser interpretadas como a representação daquilo que se

almeja construir. Em geral, nas fachadas especificam os materiais de revestimentos

externos, funcionamento de esquadrias, paginação de cores, indicação de detalhes

técnicos etc. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.

Imagem 31: Ilustração de uma fachada frontal. (fonte: BEZERRA, 2010)

Imagem 32: Ilustração de uma fachada lateral. (fonte: BEZERRA, 2010)

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Detalhes técnicos

Desenho que representa graficamente detalhes construtivos de um ambiente

específico ou de algum elemento estrutural do edifício que por qualquer motivo que seja

não seria possível representá-la com precisão nas plantas e cortes. Pode ser detalhe

interno ou externo ao prédio.

Imagem 33: Ilustração de detalhe técnico de montagem de laje. (fonte: BEZERRA, 2010)

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Imagem 34: Ilustração de detalhe técnico de banco de área de lazer. (fonte: BEZERRA, 2010)

Imagem 35: Ilustração de detalhe técnico da instalação de um aparelho sanitário adaptado a portadores de

necessidades especiais. (fonte: BEZERRA, 2010)

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Imagem 36: Ilustração de detalhe técnico do cornijamento das torres de pórtico de entrada. (fonte: BEZERRA, 2010)

Perspectiva

Desenho que possibilita graficamente a representação tridimensional de um edifício

ou de ambientes internos a ele. Auxilia o observador na correta interpretação do projeto

de arquitetura. Seu uso, apesar de facultativo, é de extrema importância na hora de se

vender o projeto.

A principal função da perspectiva é quebrar a expectativa em relação à obra

finalizada. Representando sua ilustração gráfica antes mesmo de iniciar os trabalhos para

sua execução. Não há uma definição a respeito da escala utilizada, pois, sua indicação vai

depender de inúmeros fatores que possibilitam uma visão ampliada do prédio, casa etc.

Atualmente, nas grandes construtoras, procuram-se a elaboração de maquetes

físicas ou eletrônicas, em substituição as perspectivas ilustradas em um plano (papel),

cujo objetivo é atrair a atenção pública ao lançamento de um empreendimento. Esse

recurso possibilita dar aos clientes uma maior interação em relação ao projeto, tornando

possível uma visão panorâmica do empreendimento. Modernamente as maquetes são

produzidas com tecnologias só vistas em filme de ficção cientifica, as chamadas

“maquetes holográficas”, construídas a partir de feixes de luzes sobre uma fina placa

metálica, dando uma maior interatividade com o observador que a manipula conforme

sua necessidade. Em termos didáticos representa o futuro da atividade de representação

e de leitura e interpretação de projetos.

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Imagem 37: Ilustração de maquete eletrônica de uma residência. (fonte: Desconhecido)

Imagem 38: Imagem da manipulação de uma maquete holográfica. (fonte: www.blonews.com.br)

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Imagem 39: Imagem que demonstra a facilidade de se manipular de uma maquete holográfica. (fonte: http://arki-

tetura.blogspot.com/2010/11/maquete-holografica.html)

Para concluir o estudo de projetos arquitetônicos é importante frisar que as vistas

em planta, elevação e cortes formam os desenhos (projeções) fundamentais em

arquitetura para a definição do projeto. Por essa razão, eles têm que ser vistos, lidos e

entendidos como vistas correlacionadas ao que se queira representar (FEDERAÇÃO DAS

INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, ______, p. 08).

Imagem 40: Ilustração que demonstra as representações gráficas, ou vistas, de um projeto arquitetônico. (fonte:

FIEMG, _____, p. 08)

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS

UNIDADE II NOÇÕES SOBRE PROJETO HIDRÁULICO

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Foram apresentadas as noções básicas para interpretar o projeto arquitetônico, as

informações trazidas por ele e os elementos gráficos que o compõem para sua total

compreensão. A partir desta unidade estudaremos dois dos principais projetos

complementares ao arquitetônico, a saber; hidráulico e sanitário.

As prescrições relativas de águas frias seguem fundamentalmente a Norma

Brasileira NBR 5626 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o

conhecimento dessa terminologia e das especificações desta norma constituem-se o

objetivo deste curso.

A utilização de água fria potável constitui fator indispensável para o atendimento

das mais elementares condições de habitabilidade, higiene e conforto na ocupação de

prédios. Toda habitação, por mais simples que seja, deve possuir um sistema de

abastecimento de água. Na cidade espanhola de Segóvia, por exemplo, há ainda em

funcionamento um aqueduto de mais de 13 km de extensão, atravessando um rio a 32 m

de altura, construído na época de Cristo, durante os séculos I e II, no reinado dos

imperadores romanos Vespasiano e Trajano, com 167 arcos (79 singelos e 88 dobrados)

sendo utilizados aproximadamente 35.000 blocos de granito para sua construção.

Imagem 41: Visão panorâmica do Aqueduto de Segóvia na Espanha. (fonte: http://oglobo.globo.com)

Instalações de água fria são o conjunto de tubulação, reservatório e dispositivos,

existentes a partir do ramal predial, destinado ao abastecimento dos pontos de utilização

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de água do prédio com quantidade suficiente, mantendo a qualidade da água fornecida

pelo sistema (CABRAL, 1999, p. 02). Projeto de instalações de água fria é o conjunto de

plantas destinado a orientar as instalações das tubulações garantindo a qualidade,

quantidade, conforto e a higiene das instalações.

OBJETIVOS DA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA

A norma NBR 5626 prescreve os requisitos técnicos mínimos para a instalação

predial de águas frias, sendo projetada e construída de modo a garantir o fornecimento da

água de forma contínua, em quantidade suficiente, pressão e velocidade adequada ao

bom funcionamento das peças de utilização do sistema de tubulação de águas frias.

A norma objetiva também, preservar ao máximo o conforto dos usuários,

assegurando o bom funcionamento das instalações, evitando vazamentos e ruídos nas

canalizações, preservando a qualidade da água fornecida pelas concessionárias locais.

ETAPAS DO PROJETO

Consideram-se três etapas básicas na realização de um projeto de instalações

prediais de água fria: Concepção do projeto (representação gráfica), determinação de

vazão e dimensionamento.

A concepção é a etapa mais importante do projeto e é nesta fase que se definem; o

tipo de prédio e sua utilização, sua capacidade atual e futura, o tipo de sistema de

abastecimento, os pontos de utilização, o sistema de distribuição, a localização dos

reservatórios, canalizações e aparelhos (MATOS, 2002, p 02).

Na elaboração de projetos de instalações prediais de água fria (suas representações

gráficas), o projetista deve ter o cuidado de estudar as interdependências das diversas

partes do sistema visando proporcionar um melhor abastecimento aos pontos de

consumo, dentro da melhor técnica e economia possível. Sucintamente, um projeto

completo de hidráulica deve constar:

Representações gráficas; plantas baixas, cortes, detalhes técnicos e perspectivas,

com dimensionamento e traçados dos condutores (tubulação) a cada trecho do

prédio.

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Especificações técnicas e normas para a sua aplicação.

Orçamento, compreendendo o quantitativo (levantamento de quantidades) e os

preços unitário e global da obra a ser executada.

Imagem 42: Detalhamento de uma perspectiva isométrica. (fonte: http://www.equipedeobra.com.br/construcao-

reforma/17/imagens/i40618.jpg)

Na elaboração do projeto de instalações hidráulicas é de fundamental importância o

projeto de arquitetura do prédio definido bem como, sua concepção estrutural, a fim de se

conseguir soluções técnicas mais viáveis, não alterando esteticamente o partido

arquitetônico do prédio.

Deve-se verificar com antecedência para a elaboração do projeto hidráulico a

localização proposta para a caixa d’água e a entrada da rede pública de abastecimento do

prédio, das bombas d’águas caso existam e dos diversos pontos de consumo. As escalas

mais usuais utilizadas na representação gráfica de um projeto hidráulico é 1/50 nas

plantas e cortes em geral e 1/120 ou 1/25, nos detalhes técnicos e perspectivas.

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SISTEMA DE ABASTECIMENTO

As águas que utilizamos, percorre um longo caminho até chegar a nossa residência.

Inicialmente são captados na superfície em barragens, rios ou lagos, passando por uma

série de tratamento, com o objetivo de purificá-las para o consumo humano. As etapas

básicas no tratamento da água são:

Floculação; é a etapa do processo de tratamento de água em que, após

adicionar os coagulantes Al2(SO4)3 (sulfato de alumínio) ou FeCl3 (cloreto

férrico), as partículas em suspensão se tornam pequenos flocos (flóculos),

decantando em seguida (fonte: http://pt.wikipedia.org).

Decantação; processo de separação do material sólido presente em um

líquido pela gravidade, com a deposição do material sólido no fundo de um

recipiente (fonte: http://portal.smsbvc.pt).

Filtração; é a separação de um sólido, de um líquido ou fluido que está

suspenso, pela passagem do líquido ou fluido através de um meio poroso

capaz de reter as partículas sólidas (fonte: http://pt.wikipedia.org).

Desinfecção; destruição de micro-organismos patogênicos capazes de causar

doenças ou de outros compostos indesejados (fonte:

http://portal.smsbvc.pt).

Imagem 43: Ilustração das etapas que compreendem o sistema de tratamento de água (fonte: http://www.cdcc.usp.br)

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As águas são tratadas nas Estações de Tratamento de Água (ETAs) de onde são

direcionadas as redes de abastecimento de água que compreendem as adutoras, as linhas

alimentadoras e as linhas distribuidoras. Cabe as adutoras conduzir a água dos mananciais

às estações de tratamento e dessas aos reservatórios principais, estabelecendo a

intercomunicação entre eles. Nas linhas alimentadoras vai ocorrer o abastecimento dos

reservatórios secundários e das linhas de distribuição, cuja função é fornecer água as

derivações para o abastecimento de cada prédio.

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Normalmente encontramos nas cidades a alimentação das redes de distribuição

predial sendo alimentadas por redes públicas de fornecimento de água. Porém, podemos

encontrar a alimentação predial realizada por sistemas particulares como, por exemplo,

nascentes e poços. Sendo, no entanto, garantida sua potabilidade por exames realizados

em laboratório. De acordo, com a existência ou não de separação entre a rede pública e a

rede interna, podemos classificar os sistemas de abastecimento em:

Sistema de distribuição direta

A alimentação da rede interna de distribuição ocorre diretamente pelo alimentador

ou ramal predial. Requerendo um sistema de distribuição pública de água muito eficiente,

pois exige continuidade e abundância no abastecimento, mas comum nos países mais

desenvolvido (ex.: Canadá, EUA, parte da Europa etc.).

Imagem 44: Ilustração que exemplifica um sistema de distribuição direta de água. (fonte: www.fag.edu.br)

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Sistema indireto de distribuição

A alimentação nesse sistema exige o uso de reservatórios de acumulação de água,

para ate atender às eventuais falhas (interrupções) no fornecimento ou quando não há

pressão adequada na rede pública para abastecer os pontos de utilização. Esse sistema é

sub-classificado em sistema indireto de distribuição sem recalque, com recalque e

hidropneumática.

Imagem 45: Ilustração que exemplifica um sistema indireto de distribuição de água. (fonte: www.fag.edu.br)

Sistema de distribuição mista

É a associação do sistema direto e indireto de distribuição, onde parte dos pontos

de utilização é alimentada diretamente pela rede pública de distribuição de água e parte é

alimentada por um reservatório superior.

Imagem 46: Ilustração que exemplifica um sistema de distribuição mista. (fonte: www.fag.edu.br)

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TERMINOLOGIA

Alimentador predial – tubulação compreendida entre o ramal predial e a primeira

derivação ou válvula de flutuador do reservatório.

Barrilete – conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as

colunas de distribuição.

Coluna de distribuição – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar os ramais.

Peça de utilização – dispositivo ligado a um sub-ramal para permitir a utilização da água.

Ponto de utilização – extremidade de jusante do sub-ramal.

Ramal – tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-

ramais.

Ramal predial – tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento e a

instalação predial. O limite entre no ramal predial e o alimentador predial deve ser

definido pelo regulamento das concessionárias locais de distribuição de água (ex.:

CAERN).

Rede predial de distribuição – conjunto de tubulações constituído de barriletes, colunas de

distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos.

Registro de gaveta – registro instalado em uma tubulação para permitir a interrupção de

passagem de água.

Registro de pressão – registro instalado no sub-ramal, ou no ponto de utilização,

destinado ao fechamento ou regulagem da vazão de água a ser utilizada.

Regulador de vazão – aparelho intercalado numa tubulação para manter constante sua

vazão, qualquer que seja a pressão a montante.

Reservatório inferior – reservatório intercalado entre o alimentador predial e a instalação

elevatória, destinado a reservar água e a funcionar como poço de sucção da instalação

elevatória

Reservatório superior – reservatório ligado ao alimentador predial ou a tubulação de

recalque, destinado a alimentar a rede predial de distribuição.

Sistema de abastecimento – rede pública ou qualquer sistema particular de água que

abasteça a instalação predial.

Sub-ramal – tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do aparelho

sanitário.

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Torneira de bóia – válvula com bóia destinada a interromper a entrada de água nos

reservatórios e caixas de descarga quando se atinge o nível operacional máximo previsto.

Trecho – comprimento de tubulação entre duas derivações ou entre uma derivação e a

última conexão da coluna de distribuição.

Válvula de descarga – válvula de acionamento manual ou automático, instalada no sub-

ramal de alimentação de bacias sanitárias ou de mictórios, destinada a permitir a

utilização da água para sua limpeza.

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS PARA PROJETOS HIDRÁULICOS

Água fria

Imagem 47: Ilustração da simbologia de água fria (fonte: JÚNIOR, 2008, p. 147)

Água quente

Imagem 48: Ilustração da simbologia de água quente (fonte: JÚNIOR, 2008, p. 147)

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS

UNIDADE III NOÇÕES SOBRE PROJETO SANITÁRIO

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As prescrições relativas às instalações prediais de esgotos sanitários vão variar em

nosso país conforme as municipalidades, seguindo a realidade regionalizada em cada

canto do Brasil. Porém, essas estão em consonância com a Norma Brasileira NB – 19/83,

registrada no INMETRO sob o nº NBR – 8160/1983. Essa norma vai fixar as condições

técnicas mínimas exigíveis para o projeto e a execução das referidas instalações.

Existem alguns regulamentos que acrescentam subsídios importantes, referindo-se

a casos e situações não previstas pela norma. Contribuindo de maneira substancial no

campo das definições e especificações de materiais, orientando a respeito da execução de

serviços e ensaios para o recebimento das instalações.

SISTEMAS PÚBLICOS DE COLETA DE ESGOTO SANITÁRIO

Os esgotos prediais são, ou deveriam ser lançados na rede de esgotos da cidade.

Esta rede, que toda cidade possui ou almejar possuir, pode ser realizada segundo um dos

seguintes sistemas (MACINTYRE, 1996, p. 136); sistema unitário, sistema separador

absoluto e o sistema misto ou separador combinado. Façamos uma breve explanação a

respeito de cada sistema:

Sistema unitário

Nesse sistema as águas residuárias e as águas de infiltração são conduzidas numa

mesma canalização ou galeria, também conhecido sob a denominação francesa tout-à-

l’egout. Comum em países mais desenvolvido como Estados Unidos e boa parte da

Europa.

Sistema separador absoluto

Existem duas redes públicas, inteiramente independentes, uma para águas pluviais

e outra somente para águas residuárias e de infiltração. É o sistema adotado no Brasil,

pois apresenta vantagens em relação ao sistema unitário, como menor diâmetro das

canalizações e menor custo com elevatórias e estações tratamento.

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Sistema misto

A água de esgotos tem canalização própria, mas essas estão instaladas dentro das

galerias de águas pluviais. Esse sistema era conhecido como sistema parcial ou inglês,

comum também em várias cidades dos estados Unidos.

Imagem 49: Ilustração que mostra a toca das tartarugas ninjas. Elas só sobrevivem no sistema de esgoto das ruas

porque o sistema de coleta pública é do tipo misto. (fonte: http://jogosonline.clickgratis.com.br)

TERMINOLOGIA

A terminologia aqui adotada segue a NBR – 8160/83. Vejamos algumas delas.

Altura e fecho hídrico (H): É a profundidade da camada líquida, medida entre o

nível de saída do desconector e o ponto mais baixo da parede ou colo inferior que

separa os compartimentos ou ramos de entrada e saída do aparelho.

Imagem 50: Ilustração de um tipo de fecho hídrico. (fonte: MACINTYRE, 1996, p. 137)

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Águas residuárias: São líquidos residuais ou efluentes de esgotos, que

compreendem as águas residuárias domésticas, a águas residuárias industriais e as

águas de infiltração.

Águas residuárias domésticas: Compreendem os despejos líquidos das habitações

(residências), prédios ou estabelecimentos comerciais etc.

Águas servidas: São as resultantes de operações de lavagem e limpeza de

cozinhas, banheiros e tanques.

Águas de infiltração: É representado pela parcela das águas do subsolo que penetra

nas canalizações de esgotos na falta de estanqueidade das mesmas.

OBJETIVOS DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO

As instalações prediais de esgoto sanitário têm, por objetivo principal, a coleta e o

afastamento das águas servidas, cuja origem é os aparelhos sanitários e os pisos internos

das edificações, bem como o seu encaminhamento ao destino indicado pelo poder público

competente (MATOS, 2002, p. 56).

Podem-se dar duas destinações aos esgotos sanitários, encaminha-o a rede

coletora pública ou a um sistema particular de recebimento e pré-tratamento. O primeiro

destino é uma situação ideal nos centros urbanos e a segunda é a solução encontrada nas

regiões que não dispõem de saneamento básico.

Resumidamente, as instalações prediais de esgotos sanitários devem ser projetadas

e executadas de modo a:

Promover o esgotamento eficiente dos aparelhos sanitários e pisos.

Promover o afastamento rápido e seguro das águas servidas.

Impedir o acesso de odores, insetos e animais das canalizações para o interior dos

edifícios.

Permitir a ventilação continua da rede pública coletora de esgotos, ou do sistema

particular que os recebe.

Permitir a inspeção e desobstrução da rede.

Impedir a contaminação da água de consumo humano e gêneros alimentícios.

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ETAPAS DO PROJETO

Assim, como vimos em projeto de instalações de água fria, o projeto de instalações

de esgotos prediais, podem-se considerar algumas etapas básicas na realização do

projeto: Concepção (representação gráfica), determinação das unidades Hunter de

contribuição e dimensionamento.

A concepção é a etapa mais importante do projeto e é nesta fase que se definem; o

tipo de prédio e sua utilização, sua capacidade atual e futura, o tipo de sistema de coleta

de esgoto e sua destinação. Na elaboração do projeto das instalações prediais de esgotos

sanitários são necessários:

Definição completa dos elementos do projeto arquitetônico do prédio.

Definição completa dos projetos de estrutura e de fundações.

Definição sobre a possibilidade de ligação da instalação com um coletor público.

Definição dos demais projetos de instalação do prédio (água fria, quente, pluviais,

gás, combate a incêndio etc.).

Imagem 51: Representação em planta baixa de um projeto sanitário. (fonte: desconhecido)

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Durante a instalação das tubulações de esgoto, o instalador deve previamente

conhecer a localização dos diversos aparelhos sanitários, observando à funcionalidade,

estética e economia. Porém, vale observar os seguintes critérios;

1) Agrupar sempre que possível as instalações sanitárias.

2) Os vasos sanitários preferencialmente ficar próximo a janelas ou

basculantes.

3) Os ralos ou caixas sifonadas devem preferencialmente ficar central as demais

peças.

4) Evitar a instalação de chuveiro sobre banheiras, evitando prováveis

acidentes.

Imagem 52: Imagem da distribuição das peças sanitárias em um banheiro. (fonte: http://www.carroexclusivo.com.br/)

Todas as peças e dispositivos devem satisfazer as exigências da ABNT.

Analogamente, como vimos em projeto de instalações hidráulicas, um projeto completo

de instalações sanitárias deve constar:

Representações gráficas; plantas baixas, cortes, detalhes técnicos e perspectivas,

com dimensionamento e traçados dos condutores (tubulação) a cada trecho do

prédio.

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Especificações técnicas e normas para a sua aplicação.

Orçamento, compreendendo o quantitativo (levantamento de quantidades) e os

preços unitários e globais da obra a ser executada.

Imagem 53: Detalhe de vistas da instalação de um vaso sanitário. (fonte: desconhecido)

SISTEMA DE ESGOTO PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO E VENTILAÇÃO

As instalações prediais de esgotos sanitários podem ser divididas em duas seções,

caracterizadas da seguinte forma:

Instalação de esgoto primário é seção conectada ao coletor público,

compreendendo as tubulações, dispositivos e aparelhos sanitários que contêm gases

provenientes desse coletor (ou de uma fossa séptica), tais como coletor predial,

subcoletores, ramais de esgotos, ramais de descarga, tubos de queda, tubos ventiladores

primários, coluna de ventilação e tubos ventiladores, caixas de inspeção, caixas

retentoras de gorduras, caixas sifonadas, sifões, vasos sanitários e demais conectores

(MACINTYRE, 1996, p. 189).

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A instalação de esgoto secundário é o trecho de seção desconectado do coletor

público (ou de uma fossa séptica), compreendendo as canalizações, dispositivos e

aparelhos sanitários que não tem gases provenientes desse coletor. Ou seja, é a parte do

esgoto que não esta em contato com os gases originados do coletor público ou de uma

fossa séptica.

A NBR 8160/83 estabelece: “as instalações primárias de esgoto devem ser dotadas

de ventilação, a fim de evitar a ruptura do fecho hídrico dos desconectores por aspirações

ou compressão e também para que os gases emanados dos coletores sejam

encaminhados para a atmosfera”. Portanto, a ventilação é um item obrigatório na

instalação sanitária de um prédio, sendo um elemento de proteção do sistema, permitindo

a troca entre os gases originado dos coletores com a atmosfera.

Imagem 54: Perspectiva de uma instalação sanitária padrão de um banheiro. (fonte: SOARES,_____, p. 14)

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DEFINIÇÕES

Ramal de descarga – tubulação que recebe diretamente efluentes de um aparelho

sanitário.

Ramal de esgoto – tubulação que recebe efluentes de ramais de descarga.

Subcoletor – tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de

esgoto.

Coletor predial – trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor,

ramal de esgoto ou de descarga e o coletor público ou sistema particular.

Fossa séptica – unidade de sedimentação e digestão, de fluxo horizontal e funcionamento

contínuo, destinada ao tratamento primário do esgoto sanitário.

Sumidouro – cavidade destinada a receber o efluente de dispositivo de tratamento e a

permitir sua infiltração no solo.

Fecho hídrico – camada líquida que em um desconector, veda a passagem de gases.

Desconector – dispositivo provido de fecho hídrico destinado a vedar a passagem de

gases.

Sifão – desconector destinado a receber efluentes de instalação de esgoto sanitário.

Tubo ventilador – tubo destinado a possibilitar a troca do ar da instalação do esgoto para

a atmosfera e vice-versa.

Coluna de ventilação – tubo ventilador vertical que se desenvolve através de um ou mais

andares e cuja extremidade superior é aberta para a atmosfera ou ligada a um tubo

ventilador primário ou barrilete de ventilação.

Caixa sifonada – caixa dotada de fecho hídrico destinada a receber efluentes da instalação

secundária de esgoto.

Caixa de inspeção – caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das

tubulações.

Caixa retentora de gordura – dispositivo projetado e instalado para separar e reter a

gordura da rede de esgoto sanitário.

Instalação primária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde tem acesso

gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

Instalação secundária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde não tem

acesso gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

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Unidade Hunter de contribuição – fator probabilístico numérico que representa a

freqüência habitual de utilização, associada a vazão típica de cada uma das diferentes

peças de um conjunto de aparelhos heterogêneos, em funcionamento simultâneo em hora

de contribuição máxima no hidrograma diário.

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS PARA PROJETO SANITÁRIO

Imagem 55: Ilustração da simbologia de canalização de projeto sanitário. (MACINTYRE, 1996, p. 164)

Imagem 56: Convenção gráfica dos principais aparelhos sanitários. (MACINTYRE, 1996, p. 163)

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Imagem 57: Convenção gráfica dos principais dispositivos sanitários. (MACINTYRE, 1996, p. 162)

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Imagem 58: Ilustração da simbologia de colunas de um projeto sanitário. (MACINTYRE, 1996, p. 164)

Imagem 59: Ilustração de uma fossa séptica. (fonte: desconhecido)

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Imagem 60: Ilustração de tubos e conexões de PVC. (MACINTYRE, 1996, p. 177)

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Luís Otávio Cocito de, FREIRE, Tomás Mesquita. Tecnologia e Gestão de

Sistemas Construtivos de Edifícios: Apostila da Disciplina Tecnologia de Produção de

Edificações em Concreto Armado. São Paulo: Universidade Federal de São Carlos, Pró-

Reitoria de Extensão, Departamento de Engenharia Civil. 2004.

NEGRISOLI, Manoel Eduardo Miranda. Instalações Elétricas: Projetos prediais em baixa

tensão. São Paulo: Editora Edgard Blucher LTDA, 2002.

CABRAL, José Ribamar de Araújo. Instalações Prediais: Instalações Elétricas. Natal:

Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte – CEFET/RN,

Departamento de Desenvolvimento do Ensino, Coordenação de Construção Civil, 1999.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas: Prediais e Industriais. Rio de

Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1996.

MATOS, Antônio Carlos. Instalações de Água Fria. Natal: Universidade Potiguar – UnP,

Departamento de Engenharia e Ciências Exatas, Curso de Arquitetura e Urbanismo, 2002.

ALBERNAZ, Maria Paula, LIMA, Cecília Modesto. Dicionário Ilustrado de Arquitetura.

São Paulo: ProEditores, 2000.

JÚNIOR, Roberto de Carvalho. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura.

2ª edição. São Paulo: Editora Edgard Blucher LTDA, 2008.

SOARES, Doralice Ap. Favaro. Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários: NBR –

8160/99. 717 – T01 e 05 – projetos.________.

MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Editora Edgard Blucher

LTDA, 2001.

ARRUDA, Carlos Kleber da Costa. Apostila de Desenho Técnico Básico. Niterói:

Universidade Candido Mendes, Coordenação de Engenharia da Produção, 2004.

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