leitura e interpretaÇÃo de textos

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS I - ESTRUTURAÇÃO GLOBAL DO TEXTO 1) O CONCEITO DE TEXTO Todo texto é construção. Isso significa que texto não é um amontoado de frases, mas um conjunto organizado, no qual seja possível identificar partes e estabelecer relações entre as partes e entre os elementos que as compõem. O texto também dialoga com as idéias da sociedade e da época em que foi produzido. Perceber esse diálogo faz parte da busca do tema ou assunto que sustenta qualquer texto. Todo texto revela urna intenção. Quanto mais clara for a intenção para quem escreve, melhor poderão ser trabalhados os recursos pertinentes a cada estrutura. E por fim há a figura do leitor que, para se comunicar com o autor, tem apenas o texto. O texto deve, portanto, conter todas as informações necessárias - e somente as necessárias - para comunicar ao leitor aquilo que pretende. 2) TIPOLOGIA TEXTUAL Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação ou composição textual. Basicamente, existem três tipos de redação: narração (base em fatos), descrição (base em caracterização) e dissertação (base em argumentação). Cada um desses tipos redacionais mantém suas peculiaridades e características. A) Tipologia de acordo com a estrutura

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LEITURA E INTERPRETAO DE TEXTOS I - ESTRUTURAO GLOBAL DO TEXTO1) O CONCEITO DE TEXTO Todo texto construo. Isso significa que texto no um amontoado de frases, mas um conjunto organizado, no qual seja possvel identificar partes e estabelecer relaes entre as partes e entre os elementos que as compem. O texto tambm dialoga com as idias da sociedade e da poca em que foi produzido. Perceber esse dilogo faz parte da busca do tema ou assunto que sustenta qualquer texto. Todo texto revela urna inteno. Quanto mais clara for a inteno para quem escreve, melhor podero ser trabalhados os recursos pertinentes a cada estrutura. E por fim h a figura do leitor que, para se comunicar com o autor, tem apenas o texto. O texto deve, portanto, conter todas as informaes necessrias - e somente as necessrias - para comunicar ao leitor aquilo que pretende.

2) TIPOLOGIA TEXTUAL Tudo o que se escreve recebe o nome genrico de redao ou composio textual. Basicamente, existem trs tipos de redao: narrao (base em fatos), descrio (base em caracterizao) e dissertao (base em argumentao). Cada um desses tipos redacionais mantm suas peculiaridades e caractersticas. A)Tipologia de acordo com a estrutura. Narrativos Modalidade textual em que se conta um fato, fictcio ou no, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos cercados de narraes desde que nos contam histrias infantis como Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, at as picantes piadas do cotidiano.Exemplo: Numa tarde de primavera, a moa caminhava a passos largos em direo ao convento. L estariam a sua espera o irmo e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de no mais ser esperada...

. Descritivos Tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produo o adjetivo, por sua funo caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se at descrever sensaes ou sentimentos.Exemplo: Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudao, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moa da adorvel Dorinha.Observao:Normalmente, narrao e descrio mesclam-se nos textos; sendo difcil, muitas vezes, encontrar textos exclusivamente descritivos.

. Dissertativos Estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposio de idias. Tem por base a argumentao, apresentada de forma lgica e coerente a fim de defender um ponto de vista. a modalidade mais exigida nos concursos em geral, por promover uma espcie de raio-X do candidato no tocante a suas opinies. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relao s colocaes, pois tambm revela um pouco de seu temperamento, numa espcie de psicotcnico.Exemplo: Tem havido muitos debates em torno da ineficincia do sistema educacional do Brasil. Ainda no se definiu, entretanto, uma ao nacional de reestrutura do processo educativo, desde a base ao ensino superior. O texto dissertativo dirigido a um interlocutor genrico, universal; a carta argumentativa pressupe um interlocutor especfico para quem a argumentao dever estar orientada. 3) TIPOS DE DISCURSO Assim como as pessoas, os personagens de uma narrao podem se expressar atravs da fala. Damos o nome de discurso fala dos personagens em uma narrao.H trs tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre.1.Discurso Direto Observe esse trecho do texto de Stanislaw Ponte Preta: Em l chegando, pediu audincia a Satans e perguntou: Qual o lance aqui? O narrador, aps introduzir o personagem, deixa que ele se expresse por suas prprias palavras. Observe, no exemplo, que a fala Qual o lance aqui? foi dita pelo prprio personagem-falecido e reproduz (ou tenta reproduzir) fielmente aquilo que ele teria dito a Satans naquele instante. Temos ai um exemplo de discurso direto. No discurso direto, a fala do personagem normalmente acompanhada por um verbo de elocuo (verbo que introduz a fala do personagem: dizer, falar, responder, perguntar, afirmar, etc.) entre o qual e a fala do personagem no h conectivo, mas uma pausa marcada, na escrita, por sinal de pontuao (em geral dois-pontos e travesso).

2.Discurso Indireto Observe, agora, esse outro trecho de Stanislaw Ponte PretaEle agradeceu muito e disse a Satans que ia dar uma voltinha para escolher o seu departamento. Nesse caso, o personagem da histria no fala com suas prprias palavras O narrador quem reproduz com suas prprias palavras aquilo que o personagem teria dito. Temos a um exemplo de discurso indireto. No discurso indireto, h tambm a presena de verbo de elocuo (que ser ncleo do predicado da orao principal) seguido de orao subordinada introduzida por conectivo.

3.Discurso Indireto Livre O discurso indireto livre um tipo de discurso misto, em que se associam as caractersticas do discurso direto e do discurso indireto. Nele a fala do personagem se insere sutilmente no discurso do narrador, permitindo-lhe revelar aspectos psicolgicos do personagem, j que esse tipo de discurso pode rev&ar o fluxo do pensamento do personagem atravs de uma fala marcada por hesitaes. No discurso indireto livre, a fala do personagem no marcada por verbo de elocuo ou por sinais de pontuao.O padeiro saiu a informar que no havia po.Por qu? Onde estava o po?

B) Tipologia de acordo com a intencionalidadea) Gneros Textuais Muito se tem falado sobre a diferena entre "tipos textuais" e "gneros textuais". Alguns tericos denominamdissertao, narraoedescriocomo "modos de organizao textual", diferenciando-os das nomenclaturas especficas que so consideradas "gneros textuais". A fim de simplificar o entendimento de diversos estudos em torno desse assunto, foi criado o quadro abaixo, pautando-se no estudo de Luiz Antnio Marcushi.

*INFORMATIVOS-Modalidade textual usada para fins didticos, isto , para ensinar. muito comum nos livros didticos; Portugus, Histria, Geografia, Cincias, etc. A sua nfase est no contedo que se quer transmitir. Tambm usado em jornais, revistas, TV, e outros meios de comunicao que fornecem notcias, comunicados, etc.

* PERSUASIVOS- Modalidade de texto em que se procura convencer algum de alguma coisa, isto , que o leitor se deixe influenciar pela sua leitura. Muito usado nos comerciais ( propagandas) veiculados em jornais, revistas, TV, rdio, outdoors, cartazes, etc.

* LDICOS-Modalidade textual destinada distrao, ao entretenimento. So geralmente textos literrios, como crnicas, contos, novelas, romances. Tambm as piadas, charges, tirinhas, e outros do gnero, so considerados ldicos, pois pretendem divertir o leitor.

b) Gneros Discursivos* Crnica: Por vezes confundida com o conto. A diferena bsica entre os dois que a crnica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situaes que presenciamos e j at prevemos o desenrolar dos fatos. A crnica tambm se utiliza da ironia e s vezes at do sarcasmo. No necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo utilizado, um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.*Carta: Pode ser formal ou informal. Como exemplo de carta formal temos ascartas comerciais.As que escrevemos para familiares, amigos, conhecidos, socartas informais.

* Notcia:A noticia o mais simples e banal dos textos jornalsticos. definida, tanto por autores como por jornalistas, atravs de critrios de seleo dos acontecimentos. Mrio Erbolato afirma que a notcia deve ser recente, objetiva e ter interesse pblico. J Nilson Lage afirma: poderemos definir notcia como o relato de uma srie de fatos a partir do fato mais importante, e este de seu aspecto mais importante. O Manual de Redao da Folha de So Paulo aponta que a notcia a informao que se reveste de interesse jornalstico, puro registro dos fatos, sem comentrio nem interpretao.* Reportagem:A reportagem busca mais: partindo da prpria noticia, desenvolve uma seqncia investigativa que no cabe na noticia.* Editorial:Expressa a opinio do editor sobre assunto em destaque no momento, atravs de argumentos e anlise dos fatos.

* Charge:Satiriza um fato especfico.Os personagens muitas vezes so personalidades pblicas (polticos, governantes...).Pode usar linguagem verbal, no-verbal ou as duas juntas. So publicadas em jornais e revistas.

* Tira:Tem como caracterstica o fato de ser uma piada com 2, 3 ou 4 quadrinhos, e geralmente ter um personagem fixo, em torno do qual agem outros. O tema sempre sobre algum aspecto a condio humana.

* Receita: um tipo e texto que tem forte apelo popular, pois comum as pessoas passarem receitas uma para as outras. Quem no gosta de uma receita de comida, por exemplo? 5) Exemplos de questes sobre tipos de textos

Greenpeace inicia expedio de alerta ao aquecimento O Greenpeace iniciou, ontem, em Manaus, a expedio Salvar o planeta. agora ou agora para alertar a populao sobre problemas causados pelo aquecimento global. A expedio, que vai durar at maro, levar o barco da organizao Artic Sunrise ainda a Belm, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. Nos fins de semana, o navio estar aberto visitao, com entrada gratuita. Durante as visitas, membros da organizao vo fazer palestras aos visitantes sobre os problemas causados pelas mudanas climticas. -Segundo material de divulgao da expedio, a organizao destaca que preciso um esforo global que compartilhe responsabilidades entre cidados, governos, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Para a organizao, o Brasil exerce posio importante no combate as mudanas climticas, j que figura entre as dez maiores economias do mundo e o quarto maior poluidor do mundo. Os desmatamentos e o mau uso do solo, principalmente na Amaznia, so responsveis por 75% das emisses brasileiras de gases do efeito estufa. A destruio da floresta amaznica libera todos os anos mais de 800 milhes de toneladas de gs carbnico. (Tribuna Impressa, 08/0 1/2009)

1. Observe as afirmaes abaixo:I. O texto uma notcia e, assim como a entrevista, a reportagem e o editorial, um gnero jornalstico.II O objetivo do gnero textual notcia relatar acontecimentos recentes, fatos novos de interesse do pblico em geral.III Entre os gneros jornalsticos, h os que priorizam a informao e os que priorizam o comentrio. O texto I prioriza comentrio. Das proposies acima, esto em conformidade com o texto:a) apenas I e III. b) apenas I e II. c) apenas II e III. d) I, II e III.

2. Considere as afirmaes do Texto 1 para marcar (V) para Verdadeiro e (F) para Falso:( ) Apresenta somente discurso indireto, em que o autor expe, com suas palavras, o que outros dizem.( ) Predominam verbos no pretrito perfeito e presente do indicativo, na 3 pessoa.( ) A sequncia tipolgica predominante narrativa. A sequncia correta :a)V-V-V.b)V-F--V. c)F-V-V. d) F - F - V.

3. Observe a linguagem empregada no Texto 1 e marque a afirmao correta: a) A linguagem impessoal, clara, objetiva, direta, acessvel a qualquer leitor. b) A linguagem pessoal, indireta, emprega palavras de uso no corrente na lngua. c) A variedade lingustica coloquial e faz uso de grias. d) A linguagem impessoal, subjetiva, indireta, mas de compreenso por qualquer leitor.

4. Observe as afirmaes abaixo sobre o texto acima:: I -- O texto faz uma crtica aos resultados da Conferncia de Copenhague. II O gnero discursivo do texto charge. III H uma relao entre chocolate e Copenhague, bem como entre pizza e Brasil. IV Infere-se que no vai haver mudana, conforme o ditado popular tudo acabou em pizza, implcito no texto. Das proposies acima, esto em conformidade com o texto: a) apenas I, II e III. b) apenas II, III e IV. e) apenas II e III. d) I, II, III e IV.Gabarito: 1)b, 2)d, 3)a, 4)d

II - COMPREENSO GLOBAL DO TEXTO 1) Idias Principais e Secundrias O processo de compreenso de texto consiste, basicamente, na identificao de idias de um texto, para isso necessrio, portanto, buscar: a) a idia principal, isto , a idia bsica; b) as idias secundrias, tudo o que o autor escreve para comprovar, analisar a idia principal; c) o reconhecimento de palavras ou expresses que possam dar validade ao entendimento das idias expressas no texto. Assim, na interpretao de texto o que interessa o prprio texto, por isso, tudo o que necessrio para justificar o nosso entendimento encontra-se nele ou dele se depreende. Para responder s questes de compreenso de textos, observe o seguinte: .atenha-se exclusivamente ao texto; . proceda atravs da eliminao de hipteses; .compare o sentido das palavras, s vezes uma nica palavra pode indicar a melhor alternativa; . tente encontrar o tpico frasal, a idia principal, ou seja, a frase que melhor sintetize o texto.. 2) Informaes Literais e Inferncias Muitas vezes, os leitores reconhecem e compreendem as palavras de um texto, mas se mostram incapazes de perceber .satisfatoriamente o seu sentido como um todo. Em primeiro lugar, preciso esclarecer que o texto nem sempre fornece todas as informaes possveis. H elementos implcitos que precisam ser recuperados pelo leitor para a produo do sentido. A partir de elementos presentes no texto, estabelecemos relaes com as informaes implcitas. Por isso, o leitor precisa estabelecer relaes dos mais diversos tipos entre os elementos do texto e o contexto, de forma a interpret-lo adequadamente. Algumas atividades so realizadas com esse objetivo. Entre elas est a produo de pressuposies, inferncias ou subentendidos.Pressuposio: o contedo que fica margem da discusso, o contedo implcito. Assim, a fraseJos parou de beber veicula a pressuposio de que Jos bebia antes;Jos passou a estudar noitecontm a pressuposio de que antes estudava de dia, mas contm tambm a pressuposio de que ele no estudava antes, dependendo da nfase colocada em passaraou em noite. Vale lembrar que, nestes exemplos, a pressuposio marcada lingisticamente pela presena dos verbosparar de, passar a. Existem tambm pressuposies que no apresentam marca lngustica; estes tipos de pressuposio denominam-seinferncias ou subentendidos. Inferncias:so informaes normais que no precisam ser explicitadas no momento da produo do texto; so tambm chamadas de subentendidos. O exemplo seguinte ajuda a entender esta noo: Maria foi ao cinema, assistiu ao filme sobre dinossauros e voltou para casa. Lendo esta frase, o leitor recupera os conhecimentos relativos ao ato de ir ao cinema: no cinema existem cadeiras, tela, bilheteria; h uma pessoa que vende bilhetes, outra que os recolhe na entrada; a sala fica escura durante a projeo, etc. Enfim, isto no precisa ser dito explicitamente. Se assim no fosse, que extenso teriam nossos textos para fornecer, sempre que necessrio, todas estas informaes? Da a importncia das inferncias na interao verbal. Se quisssemos dizer que Maria no conseguiu ver o filme at o final, isto teria que ser explicitado, porque, normalmente, a pessoa v o filme inteiro. A retomada do texto atravs de inferncias feita com base em contedos semnticos no manifestados, ao contrrio do que se passa com os processos de informao literais.

Exemplos de questes:

A palavra Rubem Braga Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito como no imaginar que, sem querer, feri algum? s vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidadesurda, ou uma reticncia de mgoas. Imprudente ofcio este, de viver em voz alta. s vezes, tambm a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou algum a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a algum. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontnea e distrada que eu disse com naturalidade porque senti no momento e depois esqueci. Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canrio, e o canrio no cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canrio cantar; que falasse com ele, cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando trabalhasse em sua mquina de costura;que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canrio cantador; at mesmo que ligasse o rdio um pouco alto durante uma transmisso de jogo de futebol... mas o canrio no cantava. Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distrada, e assobiou uma pequena frase meldica de Beethoven o canrio comeou a cantar alegremente. Haveria alguma secreta ligao entre a alma do velho artista morto e o pequeno pssaro de ouro? Alguma coisa que eu disse distrado talvez palavras de algum poeta antigo foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de algum. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao corao do povo; iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanas.

1.Assinale a alternativacorretaque indica inferncia em relao ao texto de Rubem Braga.(A) Somente pessoas tristes que despertam com melodias esquecidas dentro da alma de algum.(B ) As palavras tm, s vezes, o poder de nos irritar em qualquer etapa da vida.(C ) As nossas remotas esperanas precisam de um sorriso de princesa que vive num reino muito distante.(D ) semelhana da narrativa do autor, determinada palavra pode nos remeter ao passado e trazer momentos de alegria na vida.(E ) Pessoas que no sabem viver em voz alta so hostis e cheias de mgoas, por isso uma frase espontnea no lhe faz bem algum.

De qualquer maneira, a COP15, como muitas das outras reunies sobre o clima, continuou tangenciando o problema. Se as mudana climticas so basicamente consequncia de um modelo fundado na queima de combustveis fsseis e no consumismo, tais causas deveriam estar e no esto no primeiro plano dos debates. V-se que a sociedade humana ainda no levou s ultimas consequncias a constatao de que esse modelo de funcionamento que precisa ser alterado. E de que essa tarefa global deve estar acima de convenincias nacionais

1. Leia o ltimo pargrafo e assinale a alternativa que NOd, apresenta um termo indicativo de pressuposio:a) outras b) continuou c) ainda d) funcionamento

2. No ltimo pargrafo do texto, encontram-se vrios termos que indicam o modo como o autor se posiciona frente ao que diz. Assinale a nica alternativa que NAO contm esse termo.a) basicamente. b) deveriam c) esto d) precisa

3.O gnero discursivo em que se classifica o texto lido :a) artigo de opinio b) reportagem c) notcia d) editorial

Gabarito: 1) d, 2) a, 3) d 3) Significado de Palavras e ExpressesVocabulrio/Sentido das Palavras O ideal seria que as palavras de uma lngua tivessem um significado nico, correpondessem a apenas uma idia. Porm, isso no ocorre em nenhum idioma, e o que determina o valor de cada uma delas o contexto, o sentido que queremos dar-lhes. Esses variados sentidos situam-se em dois planos: denotao e conotaco, compreendendo dois aspectos:denotativo ou literal econotativo ou contextual. .Sentido denotativo ou literal o que pode ser tomado como sentido bsico de uma palavra ou expresso e que pode ser apreendido sem ajuda do contexto. isto , quando uma palavra tomada no seu valor usual ou denotativo, vaie dizer, praticamente naquele que lhe atribuem os dicionrios. asse sentido comum ou usual das palavras e enunciados costuma caracterizar os textos informativos e objetivos. .Sentido conotativo ou contextual:quando a palavra usada em seu valor afetivo, contextual. Seu sentido no tomado literalmente, mas ampliado e modificado de acordo com a opinio ou sentimento, que variam conforme a sensibilidade, a cultura e os hbitos do falante ou ouvinte, do autor ou leitor. A conotao muito usada na poesia, na propaganda, na msica, na imprensa e na coloquialidade.

Exemplos de questes:1. Em ... guarda as mesmas manchas e o mesmo taco solto deoutras primaveras (primeiro pargrafo), a palavra que substitui o termo em destaque, sem alterar o sentido da frase, : a) emoes. b) pocas. c) salas. d) imagens. e) vontades.

Resposta: b 4) Coeso Textual A redao de um bom texto depende da articulao de idias e palavras. Na elaborao de um texto coeso empregam-se, de forma adequada, elementos coesivos que formam uma estrutura clara e coerente nas frases. H vrios recursos lingusticos que podem ser usados para unir oraes e pargrafos, criando uma unidade textual. Entre eles destacam-se: conjunes, preposies, pronomes e advrbios.Um elemento de coeso bastante usado aconjunoe, que indica adio, continuidade. Alm desse, os elementos de coeso mais comuns, que podem ser citados de acordo com os sentidos que expressam, so:por isso, pois (causa e conseqncia); mas, contudo, embora (contraste, oposio); alm disso, tambm, 3 nem (adio, continuao); segundo, conforme (semelhana, comparao); principalmente, sobretudo (prioridade, relevncia); por exemplo, ou seja (esclarecimento); logo, dessa forma, portanto (concluso). Se esses elementos forem mal empregados, o texto ser uma juno desconexa de frases, com uma linguagem ambgua e incoerente. preciso ateno na escolha do conetivo adequado para unir e organizar todas as partes de um texto. 5) Coerncia textual A coerncia textual resulta da relao harmoniosa entre as idias apresentadas num texto. Refere-se, dessa forma, ao contedo, ou seja, sequncia ordenada das opinies ou fatos expostos de forma coerente, sem contradies ao que se afirma para os interlocutores.

Exemplos de questes:1 A Igreja Catlica pediu perdo aos povos indgenas, por conta do que os bispos chamam de2 erros e ambigidades do processo de colonizao. sempre bom que as igrejas procurem ajustar3 suas verdades eternas moral terrena, necessariamente cambiante. Mas o ato da CNBB deve ser4 entendido como um gesto poltico, demaggico ou humanitrio, conforme se queira, feito no5 presente e que se esgota no presente. Embora toda carnificina seja horrvel em si, no faz sentido6 aplicar parmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura, na qual conduta diversa era7 impensvel. Os portugueses, por exemplo, no poderiam estar mais imbudos da idia de que seu8 dever era exterminar o que chamamos atualmente de o Outro, com maiscula. Eles vinham de uma9 guerra santa - contra os muulmanos, seus arquiinimigos na frica e na sia - e estavam por entrar10 em outra, contra a heresia protestante.11 A separao entre Estado e Igreja mal comeava a nascer, ento, no norte europeu. Nos12 pases do sul, como Portugal, nem havia como distinguir as duas entidades, de tal forma elas13 estavam imbricadas num mesmo esforo nacional em que a conquista, seja de riquezas, seja de14 almas, mas parecia tambm como uma coisa s. A noo de erros e ambigidades igualmente15 enganosa, pois pressupe que seria possvel uma colonizao correta, o que equivale a ignorar - ou16 pretender superar pelo mero enunciado de boas intenes - a violncia intrnseca das energias17 desencadeadas sempre que duas culturas em desnvel tcnico se encontram. (Adaptado de: FRIAS FILHO, Otvio. Mil perdes,Folha de So Paulo, 09 de maro de 2000.)

1. Assinale a alternativa que faz uma afirmao INCORRETA a respeito do emprego dos recursos de coeso no texto.(A) Na linha 3, a expressoo ato da CNBBsubstitui o que est expresso na primeira frase do texto.(B) O pronomeque(l.5) refere-se agesto poltico(l.4).(C) O uso do pronomeEles(l. 8) produz uma ambigidade que s pode ser desfeita por informaes contextuais.(D) Na linha 10, constri-se uma referncia anafrica adequada, por meio do pronomeoutra, que retoma o antecedenteguerra santa(l. 9).(E) Tanto a expressoas duas entidades(l.12) quanto o pronomeelas(l. 12) referem-se aEstado eIgreja(l. 11).

2. Os itens abaixo apresentam sugestes de reescrita da seguinte frase, adaptada do texto:Embora toda carnificina seja horrvel em si, no faz sentido aplicar parmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.I - Toda carnificina horrvel em si, sendo que no faz sentido aplicar parmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.II - Sendo toda carnificina horrvel em si, no faz sentido aplicar parmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.III -Toda carnificina horrvel em si; porm, no faz sentido aplicar parmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura.IV Por mais que seja horrvel em si toda carnificina, no faz sentido aplicar parmetros morais de hoje a homens imersos em outra cultura. Quais delas so semanticamente equivalentes ao original?(A) Apenas I e II. (B) Apenas I e III. (C) Apenas II e IV (D) Apenas III e IV. (E)I, II, III e IV.

3. Das alteraes feitas na redao do perodo S que. depois que a dependncia se instala, o vcio continuar evoluindo mesmo que o salrio no seja mais problema, houve alterao de sentido na seguinte forma:A) S que, depois da instalao da dependncia, o vcio continuar evoluindo, no sendo mais problema o salrio.B) S que, aps a instalao da dependncia, continuar o vcio evoluindo, apesar de no ser mais problema o salrio,C) S que, depois de a dependncia se instalar, continuar evoluindo o vcio, a despeito de o salrio no ser mais problema.D) S que, depois de se instalar a dependncia, o vcio continuar evoluindo, porquanto o salrio no ser mais problema.E) S que, depois que se instala a dependncia, o vcio vai continuar evoluindo, mesmo o salrio no sendo mais problema.

4. So muito boas as perspectivas para o agronegcio brasileiro. O Pas tem grande estoque de terras apropriadas para a agricultura. H expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrcolas. As frases acima organizam-se em um nico perodo com clareza, lgica e correo em:(A) Tendo em vista o expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrcolas e o grande estoque de terras apropriadas para a agricultura no Pas, so muito boas as perspectivas para o agronegcio brasileiro.(B) muito bom ter as perspectivas para o agronegcio brasileiro, conquanto h expressivo aumento na demanda mundial de produtos agrcolas, visto que o Pais tem grande estoque de terras apropriadas para a agricultura.(C) O Pas tem grande estoque de terras apropriadas para a agricultura, com o expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrcolas, por isso muito bom pelas perspectivas para o agronegcio brasileiro.(D) H expressivo aumento da demanda mundial por produtos agrcolas, entretanto o Pais, com grande estoque de terras apropriadas para a agricultura, que tm tido muito boas perspectivas para o agronegcio brasileiro.(E) O agronegcio brasileiro, com suas boas perspectivas no Pas de grande estoque de terras apropriadas para a agricultura, so sem dvida um expressivo aumento que a demanda mundial faz dos produtos agrcolas.

Gabarito:1)c, 2) d, 3) a, 4)

III- ESTUDO DE TEXTOSTexto 1 Representantes dos maiores bancos brasileiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema desafiante. Falaram sobre a necessidade de estabelecer mecanismos de controle sobre o oceano de incertezas que cerca o mercado financeiro e, assim, atenuar os solavancosque volta e meia ele provoca na economia mundial. Na mais recente crise a do mercado de hipotecas de alto risco dos Estados Unidos , os bancos americanos amargaram perdas.superiores a aoo bilhes de dlares. A turbulncia decorrente do estouro de mais essa bolha ainda no teve suas conseqncias totalmente dimensionadas. A questo que se coloca at que ponto possvel injetar alguma previsibilidade em um mercado to interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O nico consenso que o mercado precisa ser mais transparente. O investidor tem o direito de ser informado sobre a composio do produto que estiver comprando e o grau de risco que est assumindo. (Veja. 12/3/2008 com adaptaes)

1. Com relao s informaes do texto acima e sua organizao, julgue os itens de 1 a 5, marcando CERTO ou ERRADO.a.( ) Infere-se da argumentao do texto que a crise do mercado de hipotecas nos Estados Unidos foi causada pela falta de transparncia desse mercado para o investidor.b.( )Mantendo-se a correo gramatical e a coerncia do texto, possvel deslocar a orao para discutir um tema desafiante que expressa uma finalidade, para o incio do perodo, fazendo-se os devidos ajustes nas letras maisculas e acrescentando-se uma vrgula logo aps desafiante.c.( ) No texto,elerefere-se a tema desafiante eessa bolharefere-se a turbulncia.d.( )Preservam-se a coerncia da argumentao e a correo gramatical do texto ao se inserir um sinal de dois-pontos depois da primeira ocorrncia de e um ponto de interrogao depois de DNA.e.( ) possvel inferir do texto que o fato de o mercado ser interconectado , gigantesco e ter o risco no DNAdificulta a adoo de mecanismos de controle sobre ele.

Texto 2Domsticas mantm traos da escravido Quase toda famlia de classe mdia brasileira tem uma trabalhadora domstica ou uma diarista. Estima-se que mais de 6 milhes de mulheres exeram essa funo no pas, das quais cerca de 1oo mil so sindicalizadas. Apesar dessa expressividade, o grupo ainda no conquistou direitos bsicos de outras categorias, mantendo semelhanas, em alguns aspectos, com os escravos do Brasil Colnia. De acordo com estudo do socilogo Joaze Bernardino-Costa, aps 70 anos de histria de organizao poltica, esse pblico continua privado, por exemplo, da regulamentao da jornada de trabalho e do FGTS, que hoje facultativo e depende da boa vontade do empregador.

Segundo Bernardino-Costa, as autoridades e a sociedade devem ser mais sensveis categoria, que rene um conjunto nico de caractersticas ligadas excluso. Primeiro, encontram-se na base da pirmide social, tradicionalmente subjugada pelas demais classes. Em segundo lugar, exercem atividades que se aproximam de reminiscncias da escravido. Por fim, abrangem, em sua maioria, um pblico ligado a trs fatores histricos de discriminao: gnero, classe e raa. Desta forma, a agenda poltica das domsticas incorpora um ponto de vista nico e estratgico, uma vez que vivenciam, na prtica, a bandeira de diferentes movimentos. As trabalhadoras domsticas nos impem a reviso do nosso pacto de nao, diz o pesquisador. (Internet: www.secom.unb.br com adaptaes)

2. Assinale a opo correta a respeito da estruturao do texto.a) O perodo que inicia o texto indica que o tema central a famlia de classe mdia brasileira.b) O segundo pargrafo se caracteriza por apresentar uma estrutura narrativa.c) Os argumentos apresentados pelo socilogo, em sua pesquisa sobre as trabalhadoras domesticas, so de natureza quantitativa.d) A expresso Desta forma (E.22) introduz a concluso do texto.e) O ltimo pargrafo do texto contm um exemplo de discurso indireto.

Texto 3 As empresas se transformaram profundamente. Modernizaram sua tecnologia e seus mtodos de gesto para tornarem-se competitivas e ajustarem-se s exigncias da globalizao. Mexeram em seus horrios em razo dos interesses da produo, mas mantiveram-se, em sua esmagadora maioria, cegas e alheias existncia da vida privada de seus empregados. Parques industriais de ltima gerao no rimam com o impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano. Se, atualmente, em raras empresas, j aceitvel que uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se famlia, sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo no acontece com um homem. No caso improvvel de uma reivindicao desse tipo, ele seria certamente percebido como portador de alguma caracterstica pelo menos inslita, o que uma dupla injustia, porque condena os homens imobilidade e impossibilidade de mudana de mentalidade e de vida e as muilieres a assumir sozinhas a vida familiar. Os poderes pblicos, to indiferentes quanto as empresas, continuam a encarar as instituies de acolhida a crianas e idosos como se fossem no a obrigao de umasociedade moderna e civilizada, mas como um favor feito s mulheres. Os argumentos do custo exagerado dessas instituies e do seu peso insuportvel em oramentos precrios fazem que a obrigatoriedade do Estado de oferecer as melhores condies de instruo e educao desaparea como prioridade. Em relao vida privada, no mudaram as mentalidades e, conseqentemente, as responsabilidades no so compartilhadas. Se fossem, forariam a reorganizao domundo do trabalho. (Rosiska Darcy de Oliveira. Reengenharia do tempo.)

3. Acerca das idias desenvolvidas no texto acima e das estruturas lingusticas nele utilizadas, julgue os prximos itens.a. ( ) No primeiro pargrafo do texto, a autora aponta a dicotomia entre o desenvolvimento das empresas que efetivaram o processo de modernizao e o atraso verificado no regime de trabalho dos empregados dessas empresas.b. ( ) Os termos cegas rimam e aos olhos foram empregados, no texto, em sentido figurado.c. ( ) A supresso do pronome se em dedicar-se acarretaria mudana de sentido do perfodo.d. ( ) Na viso da autora do texto, a priorizao de servios de creches e de atendimento a idosos pelo Estado, bem como a mudana na organizao do tempo no trabalho realizada pelas empresas, por si ss, acarretariam transformao no compartilhamento de responsabilidades na vida privada.

Texto 4 A PETROBRAS aumentou o investimento nos processos ambientais de seu negcio. Em 2007, a empresa investiu R$ 1,7 bilho em reduo de emisses de gases poluentes, gesto de consumo de gua e energia. Diminuio do teor de contaminantes nos efluentes liberados para o meio ambiente e outros, que integram os aspectos ambientais das operaes da companhia. Em 2006, O investimento havia sido de R$ 1,3 bilho. A melhoria da qualidade e o desenvolvimento de novos produtos, como os biocombustveis e outras fontes de energia alternativas, soacompanhados por investimentos em pesquisa e tecnologia para o aperfeioamento do desem-penho ambiental dos processos e produtos da PETROBRAS. A empresa desenvolve e adapta tecnologias que permitam melhorar a ecoeficincia das operaes, como tcnicas para seqestro de carbono, tratamento de resduos slidos e otimizao do consumo de gua e de energia. A viso da PETROBRAS de que as questes ambientais no devem ser aes paralelasig ao negcio, mas sim componentes essenciais e prioritrios de cada atividade desenvolvida. (Internet: com adaptaes)

4.Julgue os prximos itens, acerca do texto apresentado acima.a.( ) A idia principal do texto a de que a PETROBRAS investe em pesquisas, desenvolve e aplica tecnologias para o aperfeioamento do desempenho ambiental dos processos de produo da empresa.b.( ) Infere-se das informaes do texto que no so necessrios novos investimentos na reduo das emisses de gases poluentes, no uso racional de gua e energia, no tratamento de resduos slidos e na diminuio do teor de contaminantes nos efluentes liberados na natureza, pois essas aes j foram adotadas.c.( ) A expresso efluentes est sendo empregada com o sentido de resduo, rejeito.

Texto 5Linguagem.S.f 1. O uso da palavra articulada ou escrita como meio de expresso e de comuni-cao entre as pessoas. (Aurlio Buarque de H. Ferreira. Novo dicionrio da lngua portuguesa, p. 1.03).

Texto 6 Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da linguagem supondo que o sentido um efeito do que dizemos, e no algo que existe em si, independentemente da enunciao, e que envelopamos em um cdigo tambm pronto. Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca prvio, empregar ou no um estrangeirismo teria menos a ver com a existncia ou no de uma palavra equivalente na lngua do falante. O que importa o efeito que palavras estrangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou, que se conhecem lnguas. Uma palavra estrangeira em uma placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se associado a outra cultura e a outro pas, por seu prestgio. (Srio Possenti. A cor da lngua. Mercado de Letras, 2002, p.37-8)

5.A partir da leitura dos dois textos acima, julgue os itens a seguir.a.( ) A comparao entre os dois textos mostra que, no segundo, a abrangncia do conceito de linguagem maior do que no primeiro, pois incorpora representaes sociais de quem usa a linguagem.b.( ) Embora o vocbulo articulada admita vrias acepes, o contexto do verbete em queest empregado permite identificar seu significado como falada.c. ( ) No texto do verbete de dicionrio, o valor de comparao da palavra como deixa subentender uma expresso mais complexa assim como.d.( ) O valor condicional da orao iniciada por supondo permite sua substituio, no texto, porse supusermos, sem que sejam prejudicadas a coerncia ou a correo gramatical.e.( ) O desenvolvimento da argumentao do segundo texto evidencia que o uso de uma palavra estrangeira est associado a prestgio.

Texto 7 (oral): Bom, primeiro resolvi fazer Medicina porque eu j estava em Biologia, n / Eu acho que foi mais assim por acomodao. Da mame me falou da UNICAMP pra mim, n, e achei legal assim, n? Mame falou que tinha bastante campo cientfico, e tal, pesquisa.,. e a eu fiquei interessada.E a Engenharia de Alimentos era um campo assim ainda no desenvolvido e eu estava a fim de ver como era, n?Eu no gostei. (...)

Texto 8 (escrito):Pela primeira vez, optei por Medicina por mera acomodao, pois j estava no curso de Biologia. Antes de optar pela segunda vez C que na primeira no havia entrado), ouvi falar de curso novo da UNICAMP, um curso interdisciplinar, que daria margem pesquisa e eu me interessei. Mas no gostei do curso e resolvi desistir.

(TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramtica e interao: Uma proposta para o ensino da gramtica nos 1 e 2 Graus. Ed. Cortez)

6. Com base nos textos, avalie as afirmativas abaixo sobre as diferenas entre lngua falada e lngua escrita.I. Na lngua escrita culta, h maior cuidado com a seleo vocabular e com a preciso da informao.II. Os marcadores discursivos desempenham, na lngua oral, funo similar dos conectivos, no texto escrito.III. H maior ocorrncia de polissemia na fala do que na escrita. Est(o) correta(s), somente, a(s) afirmativa(s): a) I b) II c) I e II d) I e III e) II e III

7. Dentre os fatores que evidenciam o maior planejamento discursivo do texto escrito em relao ao oral se encontra a(o):a) ordenao dos eventos por meio dos adjuntos adverbiais.b) caracterizao de acomodao com o uso de mera.c) utilizao de indeterminao do sujeito no texto escrito na sentena ...ouvi falar de curso....d) menor uso de pronomes pessoais oblquos.e) uso mais constante de pretrito perfeito do indicativo do que de pretrito imperfeito.

8. Organize os perodos abaixo de modo que o resultado componha um texto coerente e coeso.I. Em relao ao modelo europeu, as alteraes so bem discretas.II. A Renault liberou esta semana as primeiras fotos de seu novo carro.III.0 comunicado oficial da fbrica faz referncia apenas ao bom espao interno do carro.IV. A maior mudana visual o pra-choque dianteiro: nesse ponto a verso brasileira igual que comeou a ser produzida na ndia. O resultado correto :a) I II IV III b) II I IV III c) III II IV I d) III IV I III e) IV II I III

Texto 9 Duzentas gramas Tenho um amigo que fica indignado quando peo na padaria duzentas gramas de presunto j que a forma correta, insiste ele, duzentos gramas. Sempre discutimos sobre os diferentes modos de falar. Ele argumenta que as regras de pronncia e de ortografia, j queexistem, devem ser obedecidas, e que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros) devem insistir na forma correta, a fim de esclarecer e encaminhar gente menos iluminada. Eu sempre argumento que, quando ele diz que s existe uma forma correta de falar, est usurpando um termo de outro ramo, que est tentando aplicar a tica gramtica, como se falar corretamente implicasse algum grau de correo moral, como se dizer duzentas significasse incorrer numa falha de carter, e dizer duzentos gramas fosse prova de virtude e integridade. Ele vem ento com aquela de que se pode desculpar a moa da padaria quando fala duzentas, pois ela desconhece a norma culta, mas quanto a mim, que a domino, demonstro uma falha de carter ao ignor-la em benefcio dos outros s para evitar o constrangimento de falar diferente. Quem sabe fazer o bem e no o faz comete pecado parece concluir. Eu reconheo, sim, que falo de forma diferente dependendo de quem seja meu interlocutor. s vezes uso deliberadamente formas como tentmo ou vou ir. Pelo mesmo motivo, todas as grias e dialetos locais me interessam. No que por exemploa deciso de dizer duzentas gramas seja consciente, uma premeditao em favor da incluso social. que, algumas vezes, a coisa certa a se fazer sobretudo na linguagem falada ignorar a norma, ou pervert-la. Quando peo duzentas gramas de presunto, por favor, a moa da padaria invariavelmente repete, como que para extorquir minha profisso de f norma inculta:__ DUZENTAS? Duzentas, confirmo eu, j meio arrependido, mas caindo, ainda assim, em tentao. (Adaptado de Pauto Brabo, site A bacia das almas)

9. Aposio do autor do texto em relao aos diferentes nveis de linguagem a de quem:a) por desconhecer a norma culta, no pode mostrar constrangimento quando no fala corretamente.b) por dominar a norma culta, sente-se vontade para deturp-la, sem que haja qualquer razo para isso.c) mesmo dominando a norma culta, no hesita em transgredi-la, quando isso favorece a comunicao com os outros,d) por desconhecer a norma culta, despreza a presuno das pessoas que insistem em corrigir quem fala incorretamente.e) mesmo dominando a norma culta, desobedece-a sistematicamente, no importando a situao de uso da linguagem.

10. Atente para as seguintes afirmaes:I. A indignao do amigo deve-se ao fato de que o autor, que se apresenta como um homem culto, no domina as regras de pronncia e de ortografia.II. Para o amigo do autor, a desobedincia norma culta sobremaneira indesculpvel quando quem a infringe aquele que no a desconhece.III.0 autor comunga com seu amigo a convico de que o uso da norma culta beneficia o interlocutor que ainda no a conhece. Em relao ao texto, est correto o que se afirma em: a)I, II e III b) I e II, somente c) II e III, somente d) I e III, somente e) II, somente

11. No segundo pargrafo, a argumentao do autor diante da convico do amigo quanto ao uso da linguagem pode ser assim resumida:a) Deve-se desculpar o pecado de quem insiste em falar ou escrever de modo incorreto.b) No se deve contundir o plano da suposta correo da norma culta como plano tico das virtudes pessoais.c) Mesmo quem desconhece a norma culta est virtualmente habilitado para um dia vir a domin-la.d) Quem se vale da linguagem espontnea demonstra ser mais virtuoso do que aquele que se vale da norma culta.e) O desconhecimento da norma culta prejudica apenas a comunicao, mas no implica falta de carter.

12. De acordo com o contexto, irnica a seguinte frase:a) (...) caindo, ainda assim, em tentao.b) (...) as regras de pronncia e de ortografia (...) devem ser obedecidas (...)c) (..j pois ela desconhece a norma culta (..)d) (...) algumas vezes, a coisa certa a se fazer ignorar a normae) (...) todas as grias e dialetos locais me interessam.

13. Considerando-se o contexto, na passagem em que a moa da padaria pergunta DUZENTAS?, repetindo a palavra ouvida:a) a atendente demonstra compartilhar a mesma indignao do amigo do autor.b) o amigo do autor encontraria uma razo para mudar de idia quanto s suas convices lingusticas.c) o autor demonstra seu constrangimento ao ser imediatamente corrigido por uma atendente.d) o autor faz crer que a pergunta teria sido um pedido de confirmao da forma verbal por ele utilizada.e) a atendente demonstra sua satisfao em reconhecer o esforo do autor em se valer de uma linguagem espontnea. ________________________________________________________________________ Secretria Lus Fernando Verssimo O teste definitivo para voc saber se voc est ou no integrado no mundo moderno a secretria eletrnica. O que voc faz quando liga para algum e quem atende uma mquina. Tem gente que nem pensa nisso. Falam com a secretria eletrnica com a maior naturalidade, qual o problema? apenas um gravador estranho com uma funo a mais. Mas a que est. No uma mquina como qualquer outra. uma mquina de atender telefone. O telefone (que eu no sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue) pressupe um contato com algum e no com alguma coisa. A secretria eletrnica abre um buraco nesta expectativa estabelecida. desconcertante. Atendem e algum dizendo que no est l! Seguem instrues para esperar o bip e gravar a mensagem. a que comea o teste. Como falar com ningum no telefone? Um telefonema como aqueles livros que a gente gosta de ler, que s tem dilogos. travesso voc fala, travesso fala o outro. E de repente voc est falando sozinho. No nem monlogo. dilogo s de um. Ahn, sim, bom, mmm... olha, eu telefono depois. Tchau. O tchau para a mquina. Porque temos este absurdo medo de mago-la. Medo de que a mquina nos telefone de volta e nos xingue, ou pelo menos nos bipe com reprovao. Sei de gente que muda a voz para falar com secretria eletrnica. Fica formal, cuida a construo da frase. s vezes precisa resistir tentao de ligar de novo para regravar a mensagem porque errou a colocao do pronome. Outros no resistem. Ao saber que esto sendo gravados, limpam a garganta, esperam o bip e anunciam: De Augustin Lara... E gravam um bolero. Talvez seja a nica atitude sensata.

1. O teste definitivo para voc saber...; o vocbulodefinitivo, nesse contexto, corresponde ao seguinte sinnimo:a) inapelvel b) decisivo c) determinado d) derradeiro e) aprovado

2. O item que mostra um desenvolvimento INADEQUADO do segmento sublinhado :a) O teste definitivopara voc saber = o teste definitivo para que voc saiba.b) Ao saberque esto sendo gravados = quando sabem que esto sendo gravados.c) para regravar a mensagem = para que regrave a mensagem.d) Seguem instruespara esperar o bip = seguem instrues para que se espere o bip.e) como aqueles livros que a gente gostade ler = como aqueles livros que a gente gosta que se leiam.

3. O teste definitivo para voc saber se voc est ou no integrado no mundo moderno a secretria eletrnica; a forma de reescrever-se esse segmento do texto que ALTERA o seu sentido original :a) Para voc saber se est ou no integrado no mundo moderno, o teste definitivo a secretria eletrnica.b) A secretria eletrnica o teste definitivo para voc saber se est ou no integrado no mundo moderno.c) a secretria eletrnica o definitivo teste para voc saber se est ou no integrado no mundo moderno.d) Para voc saber se est ou no integrado no mundo moderno, a secretria eletrnica o teste definitivo.e) O teste definitivo do mundo moderno para voc saber se est ou no integrado nele a secretria eletrnica.

4. O item em que o vocbulo PARA tem significado diferente de todos os demais :a) O teste definitivo para voc saber...b) O que voc faz quando liga para algum...c) Seguem instrues para esperar o bip...d) Sei de gente que muda a voz para falar com a secretria...e) ...ligar de novo para regravar a mensagem.

5. Afrase do texto em que h claramente a personificao da secretria eletrnica por meio de uma ao humana que lhe atribuda, :a) Medo de que a mquina nos telefone de volta...b) O tchau para a mquina.c) Porque temos este absurdo medo de mago-la.d) No uma mquina como qualquer outra.e) Sei de gente que muda a voz para falar com secretria eletrnica.

6, O que voc faz quando liga para algum e quem atende uma mquina. Nesse segundo perodo do texto, os elementos que esto em oposio semntica so:a) voc / quem b) faz / liga c) liga / atende d) algum / mquina e) o / uma

7. Afrase abaixo que representa uma linguagem coloquial :a) Tem gente que nem pensa nisso.b) Falam com a secretria eletrnica com a maior naturalidade.c) Talvez seja a nica soluo sensata.d) E gravam um bolero.e) apenas um gravador estranho com uma funo a mais.

8. Tem gente que nem pensa nisso. Falam com a secretria eletrnica com a maior naturalidade, qual o problema? A pergunta final desse segmento:a) feita pelo prprio autor do texto.b) questo atribuda secretria eletrnica.c) da autoria da gente que nem pensa nisso.d) parte de quem no atendido pela secretria com naturalidade.e) questiona o problema de no haver quem atenda o telefone.

9. A secretria eletrnica abre um buraco nesta expectativa estabelecida; a expectativa referida no texto a de que:a) se entre em contato com algum. b) se possa deixar um recado.c) a secretria eletrnica esteja ligada. d) se possa seguir as instrues da mquina. e) no tenham ligado a secretria eletrnica.

10. O trecho entre parnteses no segundo pargrafo que eu no sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue tem a funo de:a) mostrar a competncia tecnolgica do autor do texto.b) fazer pouco das mquinas modernas.c) demonstrar a inadequao do autor diante das coisas modernas.d) transmitir um tom crtico ao texto.e) situar o texto em tempos passados.

11. Ahn, sim, bom, mmm...; essas palavras Indicam, por parte de quem atendido pela secretria eletrnica:a) aborrecimento b) hesitao c) espanto d) desiluso e) admirao

12. O item em que o sentido da orao sublinhada est ERRADAMENTE indicado, :a) O que voc fazquando liga para algume quem atende uma mquina tempo.b) ...regravar a mensagemporque errou a colocao do pronome causa.) Sei de gente que muda a vozpara falar com a secretria eletrnica finalidade.d) O teste definitivo para voc saberse est ou no integrado no mundo moderno a secretria eletrnica condio.e) Ao saberque esto sendo gravados tempo.

13. Afirmao que cabe ao texto como um todo que ele:a) critica amargamente os novos meios tecnolgicos.b) elogia a tranquilidade dos que no temem as mquinas.c) ironiza a falta de educao da secretria eletrnica.d) destaca a desumanizao nas relaes humanas.e) indica uma soluo para os problemas de comunicao,

14. H tipos diferentes de atitudes diante do atendimento de uma secretria eletrnica. A frase cuja identificao dessa atitude NO est adequada :a) Falam com a secretria eletrnica com a maior naturalidade tranquilidade.b) Como falar com ningum no telefone? confuso mental.c) E gravam um bolero lirismo.d) Sei de gente que muda a voz para falar com secretria eletrnica formalismo.e),,,ou pelo menos nos bipe com reprovao temor

15.0 item em que a orao sublinhada NO indica uma ao em seqncia cronolgica em relao orao anterior, :a) 0 que voc faz quando liga para algume quem atende uma mquina. b)...esperam o bipe anunciam.c) Seguem instrues para esperar o bipe gravar a mensagem.d) Medo de que a mquina nos telefone de voltae nos xingue.e),.. pressupe um contato com algume no com alguma coisa.

16. Em todos os itens abaixo h uma juno de um substantivo com um adjetivo; o par em que o adjetivo NO representa uma opinio do autor do texto : a) atitude sensata b) teste definitivo c) absurdo medo d) mundo moderno e) gravador estranho

17. O item em que a segunda forma proposta para o segmento inicial ALTERA o sentido original :a) Talvez seja a nica atitude sensata / A nica atitude sensata talvez seja essa.b) Eu telefono depois! Depois eu telefono.c) a que comea o teste! A o teste comea.d) Como falar com ningum no telefone? / Como ningum falar ao telefone?e) E gravam um bolero! E um bolero gravado.

18. Considerando o texto como um todo, podemos classific-lo predominantemente como: a) narrativo b) descritivo c) expositivo d) argumentativo e) conversacional

GABARITO:1-C/C/E/C/C, 2-d, 3-C/C/C/E, 4-C/E/C, 5-C/C/E/C/C, 6-c, 7-a, 8-b, 9-c, 10-e, 11-b, 12-a, 13-d.Secretria:1-b, 2-e, 3-e, 4-b, 5-a, 6-a, 7-a, 8-c, 9-a, 10-c, 11-b, 12-d, 13-d, 14-b, 15-e, 16-d, 17-d, , 18-c.