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Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

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Page 1: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Leishmaniose Visceral Canina

Celso Bittencourt dos AnjosAna Luisa Tartarotti

Médicos VeterináriosCEVS/SES - RS

Page 2: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Introdução

Leishmania chagasi: protozoário parasita do sistema retículo-endotelial

Page 3: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Introdução Flebotomíneo: Lutzomyia longipalpis Reservatórios: mamíferos silvestres e

domésticos: O cão é o principal hospedeiro. Período de incubação: 3 meses a 6 anos

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Patogênese

Multiplicação nos macrófagos da pele Infecção de células do Sistema

Mononuclear Fagocitário da medula óssea, baço e fígado.

Proliferação de macrófagos e plasmócitos, causando

Linfoadeno, hepato e esplenomegalia

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Patogênese

Hipergamaglobulinemia: formação/deposição de imunocomplexos

Inflamação granulomatosa

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Patogênese

Relação entre grande gama de sintomas e diferentes graus de gravidade da doença

Sintomatologia clínica é variada

Recomenda-se: Atenção do clínico responsável Exames complementares

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Classificação

Assintomáticos: ausência de sinais ou sintomas

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Classificação

Oligossintomáticos: linfoadenopatia, discreta perda de peso e/ou pêlos opacos

Page 9: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Classificação Sintomáticos: todos ou alguns dos sintomas da

doença, como alterações cutâneas, onicogrifose, emagrecimento, ceratoconjuntivite e/ou paresia dos membros posteriores.

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Definição de caso Caso Canino Suspeito (Ministério da Saúde /

Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral, 2006).

Todo cão proveniente de área endêmica ou onde esteja ocorrendo surto, com manifestações clínicas compatíveis com a doença (febre irregular, apatia, emagrecimento, descamação furfurácea e úlceras na pele, em geral no focinho, orelhas e extremidades, conjuntivite, paresia do trem posterior, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas).

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Definição de caso Caso Canino Confirmado (MS/MVCLV, 2006).

Critério laboratorial: cão com manifestações clínicas compatíveis com leishmaniose visceral e que apresente teste sorológico reagente e/ou exame parasitológico positivo.

Critério clínico epidemiológico: todo cão proveniente de áreas endêmicas ou onde esteja ocorrendo surto e que apresente quadro clínico compatível de leishmaniose visceral canina (LVC) sem a confirmação do diagnóstico laboratorial.

Cão Infectado: todo cão assintomático com sorologia reagente e/ou parasitológico positivo em município com transmissão confirmada, ou procedente de área endêmica.

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Alterações da pele

Presentes em 81-89% dos sintomáticos

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Alterações da pele Alopecia e dermatite

Face: orelhas e região periocular Demodicose, seborréias

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Alterações da pele

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Alterações da pele

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Linfoadenomegalia

Presente em 62-90 % dos sintomáticos

Page 17: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Lesões oculares

Presentes em 16-81% dos sintomáticos

Page 18: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Lesões oculares

Page 19: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Lesões renais

Proteinúria

Glomerulonefrite

Insuficiência renal

Page 20: Leishmaniose Visceral Canina Celso Bittencourt dos Anjos Ana Luisa Tartarotti Médicos Veterinários CEVS/SES - RS

Alterações nas unhas

Onicogrifose

Presentes em 20-31% dos cães sintomáticos

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Alterações hematológicas e bioquímicas

Chama a atenção do clínico:

Leucócitos e plaquetas normais

Disproteinemia (aumento Proteínas Totais)HipoalbuminemiaHiperglobulimenia

Anemia nomocítica normocrômica arregenerativa

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Outras alterações

Esplenomegalia (10-53%) Caquexia (10-48%) Febre (4-36%) Atrofia de musculatura facial Diarréia crônica

Sanguinolenta

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Outras alterações

Distúrbios locomotores Poliartrite Polimiosite Lesões osteolíticas

Distúrbios neurológicos Ataxia Tremores Paresia dos membros posteriores

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Diagnóstico Laboratorial

Métodos parasitológicos: elevada especificidade

Esfregaços por aposição Aspirado de linfonodos e medula óssea Cultura Histopatologia Imunohistoquímica

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Diagnóstico Laboratorial

Métodos sorológicos ELISA

Antígenos Mais sensível e específico

Reação de Imunofluorescência Indireta - RIFI Subjetividade na leitura

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Diagnóstico Laboratorial

Métodos de biologia molecular PCR

Material utilizado Sangue Aspirado de linfonodo Aspirado de medula óssea Fragmentos de tecidos em parafina ou não

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Tratamento

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.426, DE 11 DE JULHO DE 2008, Publicada no Diário Oficial da União n°133, em 14/07/2008 Proíbe o tratamento de leishmaniose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Animais tratados albergam o parasita e são fonte de infecção para o flebótomo

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Vacinas??

Leishmune Proteção

Conversão Sorológica

LeishTec Custo

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Epidemiologia

LV é uma zoonose: A doença nos cães é mais prevalente que a

doença nos humanos. O cão é o reservatório da doença e fonte de

infecção para o inseto vetor, pela elevada parasitemia na pele.

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Epidemiologia

Infecção na população canina em áreas endêmicas é generalizada e a taxa de cães infectados é muito maior que aquela que apresenta doença clínica.

A infecção propaga-se rápida e consideravelmente na população canina em condições favoráveis, como, por exemplo, a alta densidade de flebotomíneos.

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Distribuição de LVC em área endêmica

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Prevenção e controle

Proteção do cão Coleiras com deltametrina Formulações de uso tópico

Ambiente Inseticidas Telas milimétricas de proteção Remoção matéria orgânica em decomposição:

evita criadouros do vetor. Vacinação ??

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Prevenção e controle

Eutanásia Áreas de elevada infecção em cães e presença

do inseto vetor Tempo entre o diagnóstico sorológico e a

captura do animal

Observação: há uma rápida reposição dos cães eutanasiados por filhotes susceptíveis

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Prevenção e controle

Futuro: ações integradas de controle Eutanásia Vacinação da população ??? Uso de coleiras ou inseticidas tópicos

Áreas não endêmicas Esforços para não estabelecimento da doença

Exames dos animais importados Proteção aos que visitam áreas endêmicas Educação da população

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Situação no RS

MUNICÍPIOLEVANTAMENTO ENTOMOLÓGICO

ATIVIDADES EM VIGILÂNCIA

CANINA

CASOS CANINOS CONFIRMADOS

CASOS HUMANOS NOTICADOS

Suspeitos de acordo

com LPIConfirmados Descartados

Em investigação

São BorjaPresença de Lutzomyia

longipalpis Inquérito sorológico canino em andamento

352* 23 5 18 0

UruguaianaPresença de Lutzomyia

longipalpis Inquérito sorológico

canino finalizado5* 0 0 0 0

Porto Xavier Presença de Lutzomyia

longipalpis Inquérito sorológico

canino finalizado5* 0 0 0 0

Santa MariaAusência de Lutzomyia

longipalpis

Investigação epidemiológica em

andamento2** 0 0 0 0

ItaquiPresença de Lutzomyia

longipalpis Inquérito sorológico canino em andamento

1* 0 0 0 0

Barra do Quaraí

Presença de Lutzomyia longipalpis

Inquérito sorológico canino finalizado

0 0 0 0 0

Santo CristoAusência de Lutzomyia

longipalpisInquérito sorológico

canino finalizado0 0 0 0 0

ItacurubiPresença de Lutzomyia

longipalpis Inquérito sorológico

canino pendente1* 0 0 0 0

Santo Ângelo PendenteInquérito sorológico

canino pendente1* 0 0 0 0

São Luiz Gonzaga

Presença de Lutzomyia longipalpis

Inquérito sorológico canino finalizado

17* 0 0 0 0

MaçambaráAusência de Lutzomyia

longipalpis Inquérito sorológico

canino pendente2* 0 0 0 0

Pirapó Presença de Lutzomyia longipalpis

01 caso de LVC em investigação

  0 0 0 0

Encruzilhada do Sul

Pendente 01 caso de LVC em investigação

  0 0 0 0

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Obrigado pela atenção!

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