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LEIA NO EDITORIAL Do técnico ao social e ambiental, a Emater/RS-Ascar é referência nacional LEIA NESTA EDIÇÃO Soja: Precipitações beneficiam desenvolvimen- to e fase de floração alcança os 15% da área do Estado. N.º 1.483 4 de janeiro de 2018 Aqui você encontra: Editorial Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Análises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte. Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. EDITORIAL Do técnico ao social e ambiental, a Emater/RS-Ascar é referência nacional Dando continuidade à avaliação da gestão pelas gerências estaduais da Emater/RS-Ascar, hoje vamos citar alguns projetos desenvolvidos pela Gerência Técnica, que envolve as áreas técnica, ambiental e social. Exemplo disso é o recente contrato com a Superintendência do Banco do Brasil no RS para a prestação de serviços de crédito aos agricultores familiares gaúchos, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O objetivo é financiar projetos para o custeio da safra ou atividade agroindustrial ou para investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de produção. Temos também convênio com o Sicredi, para a emissão de laudos de Crédito Rural e proporcionando a capacitação dos agricultores cooperados em nossos centros de formação, espalhados pelo Estado. Nesses três últimos anos, elaboramos 928 projetos de irrigação e 1.037 de açudes, favorecendo várias culturas, incluindo a irrigação de pastagens, garantindo a produção de leite, cuja cadeia foi foco de um amplo e completo trabalho de pesquisa e compilação de dados, que podem ser analisados no nosso Relatório Sócio-Econômico da Cadeia Produtiva do Leite do RS, disponível na Biblioteca Virtual. Também nos orgulha termos recuperado práticas como a batida de pano para a verificação de pragas nas lavouras de milho e soja, através do Monitoramento Integrado de Pragas (MIP), na chamada Lavoura de Resultados, que visa ainda a redução e o uso racional de agrotóxicos. Aliás, este também é um dos objetivos do Conservar para produzir melhor - Programa Estadual de Conservação do Solo e Água, e do Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (Pleapo), que estamos divulgando e incentivando através de dias de campo e seminários. Com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) firmamos, durante a Expointer 2017, dois convênios que totalizam R$ 25,9 milhões (R$ 6,7 milhões para 1.500 famílias e comunidades tradicionais em situação de extrema pobreza no RS, e R$ 19,2 milhões para o atendimento de 124 cooperativas, beneficiando mais de 20 mil famílias gaúchas). Legalizar uma agroindústria familiar a cada três dias, totalizando, até agora, 137 novos empreendimentos da agricultura familiar, e promover a Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, que superou as expectativas, nos enche de orgulho e admiração pela determinação de nossos assistidos, que acreditam e fortalecem ainda mais nossa credibilidade no campo, a partir do trabalho diuturno dos nossos extensionistas, que “vestem a camisa” da Missão da Emater/RS-Ascar, que é a de promover o desenvolvimento rural sustentável no RS em todos os setores. Iniciamos 2018 registrando esses e outros avanços que vamos citar nas próximas semanas, mas conscientes de que nossa responsabilidade maior é transformar o meio rural um lugar melhor para se viver. Com nossa Missão e com o empenho e o trabalho abnegado de nossos extensionistas, que são constantemente capacitados para melhor orientar nossos agricultores e demais públicos que assistimos, levando a eles as diversas políticas públicas existentes, temos certeza de que este ano será de maiores avanços e conquistas e que estamos sim no caminho certo do fortalecimento e do desenvolvimento do meio rural gaúcho. Um bom ano de trabalho produtivo a todos! Clair Kuhn Presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar

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LEIA NO EDITORIAL Do técnico ao social e ambiental, a Emater/RS-Ascar é referência nacional

LEIA NESTA EDIÇÃO

Soja: Precipitações beneficiam desenvolvimen-to e fase de floração alcança os 15% da área do Estado.

PANORAM A GERAL

N.º 1.483

4 de janeiro de 2018

Aqui você encontra:

Editorial

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Análises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

Informativo Conjuntural – Desde 1989

auxiliando você na tomada de decisões.

EDITORIAL

Do técnico ao social e ambiental, a Emater/RS-Ascar é

referência nacional

Dando continuidade à avaliação da gestão pelas gerências estaduais da Emater/RS-Ascar, hoje vamos citar alguns projetos desenvolvidos pela Gerência Técnica, que envolve as áreas técnica, ambiental e social. Exemplo disso é o recente contrato com a Superintendência do Banco do Brasil no RS para a prestação de serviços de crédito aos agricultores familiares gaúchos, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O objetivo é financiar projetos para o custeio da safra ou atividade agroindustrial ou para investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de produção. Temos também convênio com o Sicredi, para a emissão de laudos de Crédito Rural e proporcionando a capacitação dos agricultores cooperados em nossos centros de formação, espalhados pelo Estado. Nesses três últimos anos, elaboramos 928 projetos de irrigação e 1.037 de açudes, favorecendo várias culturas, incluindo a irrigação de pastagens, garantindo a produção de leite, cuja cadeia foi foco de um amplo e completo trabalho de pesquisa e compilação de dados, que podem ser analisados no nosso Relatório Sócio-Econômico da Cadeia Produtiva do Leite do RS, disponível na Biblioteca Virtual. Também nos orgulha termos recuperado práticas como a batida de pano para a verificação de pragas nas lavouras de milho e soja, através do Monitoramento Integrado de Pragas (MIP), na chamada Lavoura de Resultados, que visa ainda a redução e o uso racional de agrotóxicos. Aliás, este também é um dos objetivos do Conservar para produzir melhor - Programa Estadual de Conservação do Solo e Água, e do Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (Pleapo), que estamos divulgando e incentivando através de dias de campo e seminários. Com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) firmamos, durante a Expointer 2017, dois convênios que totalizam R$ 25,9 milhões (R$ 6,7 milhões para 1.500 famílias e comunidades tradicionais em situação de extrema pobreza no RS, e R$ 19,2 milhões para o atendimento de 124 cooperativas, beneficiando mais de 20 mil famílias gaúchas). Legalizar uma agroindústria familiar a cada três dias, totalizando, até agora, 137 novos empreendimentos da agricultura familiar, e promover a Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, que superou as expectativas, nos enche de orgulho e admiração pela determinação de nossos assistidos, que acreditam e fortalecem ainda mais nossa credibilidade no campo, a partir do trabalho diuturno dos nossos extensionistas, que “vestem a camisa” da Missão da Emater/RS-Ascar, que é a de promover o desenvolvimento rural sustentável no RS em todos os setores. Iniciamos 2018 registrando esses e outros avanços que vamos citar nas próximas semanas, mas conscientes de que nossa responsabilidade maior é transformar o meio rural um lugar melhor para se viver. Com nossa Missão e com o empenho e o trabalho abnegado de nossos extensionistas, que são constantemente capacitados para melhor orientar nossos agricultores e demais públicos que assistimos, levando a eles as diversas políticas públicas existentes, temos certeza de que este ano será de maiores avanços e conquistas e que estamos sim no caminho certo do fortalecimento e do desenvolvimento do meio rural gaúcho. Um bom ano de trabalho produtivo a todos!

Clair Kuhn Presidente da Emater/RS

e superintendente geral da Ascar

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PANORAM A GERAL

APLICATIVO MOSTRA AS FEIRAS DE ORGÂNICOS MAIS PRÓXIMAS À CLIENTELA

São quase 650 pontos de comercialização de orgânicos e agroecológicos cadastrados em todo o país. É possível conhecer mais sobre os alimentos orgânicos visto que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumir (Idec) fez melhorias no aplicativo “Mapa de Feiras Orgânicas”, que existe desde 2012 e é voltado para que os consumidores possam ter acesso aos orgânicos por um preço acessível. Além dos pontos de venda, o cliente encontra receitas e uma biblioteca com informações detalhadas sobre agroecologia e produção orgânica. São quase 650 pontos de comercialização de orgânicos e agroecológicos cadastrados em todo o país. O aplicativo, cujo mapa também está disponível no site do Idec, oferece as melhores escolhas, encurtando o caminho entre o agricultor familiar e o consumidor, tornando mais barato na banca e mais lucrativo para o produtor. Todos os pontos são identificados com a ajuda da geolocalização no site, que é colaborativo. É possível, ainda, traçar rotas para chegar ao local escolhido. Quando o Mapa foi criado, havia cerca de 100 feiras cadastradas no Brasil. Cinco anos depois, já são cerca de 500 feiras disponíveis, o que demonstra o crescente interesse da população por produtos orgânicos. O Mapa de Feiras é uma forma de criar relações mais próximas e saudáveis entre os consumidores e agricultores e de estimular a economia local. Para que as informações se mantenham atualizadas e corretas, é importante que os usuários participem e enviem informações sobre novas feiras, mudança de local ou horário. Segundo o Idec, um levantamento realizado em 2016 em diversos comércios do Brasil constatou que uma cesta de produtos orgânicos é, em média, 50% mais barata nas feiras do que nos supermercados. Em outra pesquisa mais antiga, realizada pelo Idec em 2012, a diferença verificada foi ainda maior: um mesmo produto custava até 430% a mais no supermercado do que nas feiras especializadas. O Mapa de Feiras Orgânicas surgiu dessa necessidade e é por isso que ele continua sendo importante: para mostrar que o consumo de orgânicos pode ser, sim, barato e de fácil acesso. Fonte: Gazeta do Povo

AGRICULTURA VERTICAL DEVE ATINGIR US$ 6 BILHÕES

O mercado de “agricultura vertical” deve atingir o patamar de US$ 6 bilhões em 2023, crescendo a uma CAGR (taxa composta de crescimento anual) de 25%. A projeção é do relatório da Agência de Pesquisa e Consultoria Acumen, divulgado no portal chinês Agropages. O estudo classificou como agricultura vertical todas as técnicas agrícolas modernas que minimizem o impacto das condições climáticas nas culturas e aumentem a produção por metro quadrado em comparação com a agricultura tradicional ou produzida em estufas. Esse mercado global é segmentado em “mecanismos”, “plataformas” e “tipos” de cultivo, bem como “máquinas” e “geografia”. O primeiro segmento é subdividido em culturas hidropônicas, aeropônicas e aquapônicas. O hidroponia representa mais de 50% desse mercado, requerendo menos água para cultivo e apresentando menor vulnerabilidade a doenças e insetos. A necessidade de técnicas alternativas para aumentar a produção agrícola é o principal fator que explica essas projeções de expansão da agricultura vertical. Além disso, influenciam as estimativas da demanda crescente de alimentos por uma população em rápido crescimento e a diminuição das terras cultiváveis devido à rápida urbanização e industrialização global. No segmento “plataforma”, o mercado é subdividido em contêineres e edifícios. Em comparação com as técnicas tradicionais de cultivo a campo aberto ou estufa, essa alternativa ajuda na conservação da água e reduz o tempo de colheita. Isto é conseguido com a ajuda de luzes ultravioleta e de ambiente controlado. O cultivo em interiores ajuda ainda a obter um maior controle sobre o conteúdo de nutrientes fornecido às culturas, aumentando assim a qualidade geral da planta. O segmento de contêineres dominou o mercado em 2014 e representou receita de mais de 65% do valor total do mercado. Com base no “tipo” de cultivo, o mercado global de agricultura vertical é segmentado em vegetais, frutas e flores, videiras, morangos, ervas, tomates e outros. Os vegetais folhosos (como alface, rúcula e agrião, por exemplo) representam receita de cerca de US$ 273 milhões e devem manter sua posição de liderança ao longo do período da projeção. Fonte: Agrolink

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GRÃOS

Arroz – Está encerrada a fase de implantação das lavouras no Estado; o momento predominante é de desenvolvimento vegetativo. Em algumas localidades, as noites mais frias têm segurado o desenvolvimento vegetativo normal do cultivo. As áreas com semeadura de sementes pré-germinadas já receberam adubação nitrogenada e irrigação. Algumas lavouras apresentam problemas de infestação de plantas daninhas, principalmente de arroz vermelho. Nesta safra, os orizicultores têm que estar mais atentos ainda para o manejo da irrigação, pois com a indicação do fenômeno La Niña, mesmo que moderado neste verão, é necessário movimentar o mínimo possível a água nos quadros e manter uma lâmina mais baixa para poupar agua. As vendas da saca de 50 kg do arroz em casca no RS teve nessa semana, média de R$ 36,65, subindo apenas 0,03% em relação à anterior. Feijão 1ª safra – A lavoura do Estado, em geral, vem evoluindo rapidamente para as fases de maturação e colheita, com potencial produtivo de regular a bom e apresenta boa qualidade dos grãos. A exceção é a região da Serra, onde a cultura ainda se encontra em fase de plantio, germinação e início de desenvolvimento vegetativo. Os agricultores das demais regiões continuam realizando tratamento fitossanitário, aplicação de fungicida, inseticida e também aplicação de adubação nitrogenada nas áreas da cultura em desenvolvimento. Nas regiões do Médio Alto Uruguai e rio da Várzea, onde se situa a segunda maior área de feijão do RS, com cerca de 5.400 hectares, a cultura se apresenta atualmente como alternativa, com rápido desenvolvimento e com boa rentabilidade em nível das propriedades, ela possibilita ainda a implantação de cultivos subsequentes. Em função de tal perfil da cultura, no decorrer dos anos também o perfil dos produtores de feijão de primeira safra vem se modificando; majoritariamente cultivado em pequenas áreas pela agricultura familiar, nota-se atualmente que o plantio desta cultura aumenta em áreas mecanizadas e entre produtores empresariais. A comercialização do feijão preto no RS, nessa semana, mostrou pequena reversão no valor médio da saca de 60 kg, subindo 1,02%, ficando em R$ 132,14, mas estando 42% abaixo do que o valor no mesmo período do ano passado.

Milho – A lavoura foi beneficiada com o retorno da umidade no solo no último período, recuperando em muitas áreas o seu potencial produtivo. A fase de desenvolvimento vegetativo se apresenta com 21%. Parte da cultura implantada no cedo já se encontra em colheita atingindo 7% da área estimada, e as demais (60%) avançam rapidamente para a maturação final (12%). Já para as áreas semeadas no final de setembro, o potencial produtivo poderá ter pequena redução. Encontra-se em ritmo forte a implantação da segunda safra de milho (safrinha) na região das Missões e Fronteira Noroeste. O milho destinado à silagem, especialmente entre as regiões do Planalto Médio e da Fronteira Noroeste, se encontra em desenvolvimento, mas já apresenta boa parte da área em colheita, alcançando produtividades em torno de 40 t/ha. O preço médio da saca de 60 kg de milho na semana ficou em R$ 27,25, com pequena queda de 0,26%, mas se encontrando 24% abaixo do que o valor recebido no mesmo período do ano anterior. Soja - A cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo com cerca de 84%, 15% atingindo a floração e, em áreas muito adiantadas (soja do cedo), a fase é de enchimento de grãos com 1%, apresentando bom stand de lavouras, beneficiadas pelas precipitações do último período. Os agricultores estão aplicando fungicidas para controlar oídio e prevenir a incidência de ferrugem asiática. Os cascudinhos estão sendo combatidos com inseticidas químicos. Não há ocorrência de fungos do solo até o momento. Observam-se algumas áreas com lavouras em dificuldade no controle de invasoras, pois no momento correto de aplicação de herbicidas não havia condições meteorológicas adequadas para tal. Com relação a pragas nas unidades de referência técnica (URT) em manejo integrado de pragas (MIP), até o momento nota-se baixa incidência de insetos-praga, não sendo necessárias aplicações preventivas de inseticidas. O reinício do plantio nas áreas ocupadas com milho e que deverão ser cultivadas com soja era previsto para o início dessa semana, até porque a cultura do milho para silagem e para grãos continua no Norte do Estado. As condições climáticas continuam sendo o foco das atenções do mercado da soja, que vem apresentando grande volatilidade nas cotações da Bolsa de Mercadorias de Chicago – CBOT.

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Na média do Estado, o valor alcançado entre as várias praças consultadas ficou em R$ 64,04 para a saca de 60 kg. Preços disponíveis para sacas de 60 quilos em algumas áreas de produção e comercialização:

Balcão (Passo Fundo): R$ 63,50/sc.

Soja disponível em Passo Fundo: R$

66,50/sc.

Porto de Rio Grande: R$ 74,00/sc.

Soja disponível em Cruz Alta: R$ 69,00/sc.

Cooperativas do Médio Alto Uruguai:

média de R$ 62,00/sc.

Erechim: R$ 63,50/sc. (21 dias

p/pagamento).

Preços do saco de soja com pouca

variação na região Sul do Estado, sendo

negociados em Arroio Grande e São

Lourenço do Sul a R$ 66,50, em Piratini a

R$ 68,00 e em Pelotas a R$ 67,00/sc.

HORTIGRANJEIROS

Situações Regionais Nas regiões do Vale do Rio Pardo e Alto da Serra do Botucaraí a semana teve predomínio de temperaturas elevadas, chuvas calmas e boa radiação solar. Com este quadro climático, houve boa recuperação das culturas olerícolas em geral, principalmente as cultivadas a campo sem sistemas de irrigação. Culturas com áreas maiores, como melancia, morangas, aipim e milho verde também recuperam o crescimento e o desenvolvimento após o período de déficit hídrico de dezembro. Na região de baixas altitudes, como o baixo vale do Rio Pardo, as olerícolas cultivadas sem sistema de proteção (sombrites e aluminetes) são prejudicadas pelas temperaturas extremamente elevadas desta época do ano. A melancia está em plena colheita em Rio Pardo e também em outros municípios com áreas de cultivo menores que visam o abastecimento local. Em Mato Leitão, por exemplo, há uma área de um hectare em colheita e este produtor abastece parte da demanda local. Os cultivos em estufa também enfrentam problemas com as temperaturas elevadas. Em estufas sem sistemas para redução de temperatura, o cultivo nessa época é bastante comprometido. Há boa oferta de produtos hortícolas. O tempo seco da última quinzena favoreceu as olerícolas nas regiões Central, Jacuí Centro e

Vale do Jaguari. O preço da dúzia de alface no mercado do município de Santa Maria ficou em R$ 10,00. Beterraba e cenoura tiveram valores de R$ 20,00/cx. de 20 quilos. A maior parte do repolho veio da Ceasa, pouco dele proveniente da produção local, com preço de R$ 1,00/kg. A expectativa de produção foi reduzida devido aos estragos provocados pelos temporais. No momento, o forte do abastecimento se dá através da Ceasa, e a caixa de 24 quilos sai a R$ 55,00. Mandioca comercializada a R$ 21,00/cx. de 20 quilos. A cultura da batata-doce encontra-se em pleno desenvolvimento. O preço continua estável, a R$ 35,00/cx. de 20 quilos. Em Silveira Martins, as lavouras de batata estão em maturação dos tubérculos e final do ciclo. Já temos 50% da área de batata colhida no município, apresentando boa produtividade. Entre os pomares, as bananeiras em São João do Polêsine estão na fase de emissão de cachos. No momento, produtores fazem o desbaste, a limpeza das touceiras e adubação dos bananais. Nos citros, a comercialização da bergamota variedade Ponkan e da laranja de umbigo está a R$ 24,00/cx. de 20 quilos. Nas hortas domésticas das regiões da Fronteira Noroeste e Missões, ocorre declínio na produção, diminuindo assim a disponibilidade de hortaliças. Nas hortas comerciais, estão em andamento o plantio de variedades de olerícolas de verão e a realização do controle de invasoras através de capina manual. As altas temperaturas e a baixa umidade do solo prejudicam o desenvolvimento das hortaliças, tornando-se necessárias sombrite e irrigação. Os canteiros com pepinos estão em plena colheita; é produzido para autoconsumo, conserva e venda de excedente. Morangas, abóboras e abobrinhas de tronco estão em florescimento a frutificação, porém com grande ocorrência de podridão e queda de frutos. O chuchu, que já teve boa produção com grande intensidade, agora está em declínio devido às altas temperaturas. No repolho e crucíferas em geral, ocorre forte ataque da traça das crucíferas e lagartas. Nos ambientes protegidos e com irrigação programada, o desenvolvimento está normal. Na viticultura, as videiras estão na fase de crescimento dos grãos e as variedades precoces em maturação e colheita, com bons preços para quem está vendendo in natura, de R$ 5,00 a R$ 6,00/kg. Os agricultores que não efetuaram o controle fitossanitário estão tendo problemas de antracnose na uva.

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Inicia a fase de amadurecimento da manga, e as demais culturas estão em desenvolvimento da fruta. Observam-se alguns danos por insolação em frutíferas, como é o caso de manchas nas frutas da ameixeira e do caquizeiro. A frutificação da bergamota está excelente, com necessidade de raleio de frutos para permitir um melhor desenvolvimento. Melão e melancia com início de colheita e com boa comercialização nos mercados locais. Olerícolas Alho – Na região Serrana, as condições climáticas de baixa umidade relativa do ar, bastante insolação e ventos frequentes continuam favoráveis aos bulbos armazenados nos galpões, permitindo uma cura contínua e segura do produto, complementando a boa qualidade vinda da lavoura. Alguns alhicultores iniciam a toalete dos bulbos, prática toda procedida de forma manual, exigindo bastante tempo e dedicação. Produtores da região estão se organizando para adquirir material propagativo livre de vírus da principal variedade cultivada, São Valentin, mais produzida na região. Assim, a utilização desse material irá potencializar a produtividade das lavouras num percentual médio estimado em 20%. Comercialmente, as transações estão num ritmo lento, com preços bem abaixo do esperado pelos produtores, sendo, de certa forma, até frustrante. No entanto, há expectativa de reação a partir de março, quando a oferta nacional do condimento naturalmente deverá encolher. O preço médio na propriedade para alho toaletado e sem classificação está em R$ 6,50/kg para as categorias 6 e 7. Na região Nordeste, a colheita foi concluída. Produto em fase de cura em galpão. Produtores ainda não iniciaram a comercialização. Projeção e expectativa atual de preço em torno de R$ 8,00/kg. A produtividade ficou em torno de nove t/ha. Cebola – A cultura encontra-se predominantemente no estágio de colheita e comercialização na região Sul. São José do Norte, Tavares e Rio Grande encaminham-se para o final da colheita, com 96% colhido até o momento, com boa produtividade, alcançando média de 30 mil kg/ha. Produtores estão conseguindo até 42 mil quilos por hectare de cebola, considerada excelente para a região, demonstrando o potencial de produção quando utilizadas as boas práticas agrícolas.

Em Tavares estão comercializados 75% da safra colhida; em São José do Norte e Rio Grande, o percentual é de 60%. Os preços pagos ao produtor continuam abaixo do esperado; entre R$ 0,60 e R$0,80/kg para cebola com classificação caixa 3 e entre R$ 0,40 e R$ 0,50/kg pela caixa 2. Frutícolas Figo - A colheita do figo verde, cuja principal variedade cultivada é a Roxo de Valinhos, está em andamento na região do Vale do Caí e no município de Poço das Antas, no Vale do Taquari. No Vale do Caí, a maior parte do figo é colhida verde nos municípios de Brochier, Maratá e São Pedro da Serra. A colheita está recém no início, tendo sido colhidos 5% dos figos das lavouras. Está sendo um ano regular para a cultura do figo, visto que exige bastante água para o seu desenvolvimento. Neste sentido, as chuvas têm colaborado com a cultura. O figo verde é vendido para as indústrias de compotas da região do Vale do Caí, da Serra gaúcha e da zona Sul. Os produtores têm reclamado da forma de pagamento parcelado e do prazo longo de pagamento. O parcelamento do pagamento chega a durar oito meses. No município de Brochier, os produtores começaram a colheita há cerca de duas semanas; a maior parte foi vendida conjuntamente por um grupo de produtores de Brochier, Maratá, Poço das Antas, São Pedro da Serra e Feliz. Os produtores de Brochier venderam até o momento, através deste grupo, cerca de 1.500 quilos, e através de outro intermediário outros 600 quilos, relatando que está difícil a comercialização neste ano. O figo verde está sendo vendido em média por R$ 2,90/kg. Não há situações de problemas fitossanitários e de ocorrência de pragas. A sanidade das plantas é boa. Registra-se bom desenvolvimento das ramificações/galhadas, boa frutificação e boa quantidade de frutas nas plantas. No Vale do Caí, em outros municípios também ocorre o cultivo de figo, como é o caso de Bom Princípio, Barão, Feliz, Linha Nova, São José do Hortêncio e São Sebastião do Caí. Nestes municípios a comercialização do figo ocorre fundamentalmente como figo maduro, para as indústrias de doce tipo schmier, para consumo ao natural, para as Ceasas de Porto Alegre e Caxias do Sul, e para minimercados, fruteiras e supermercados. A colheita do figo maduro para o mercado in natura e para indústria está no início.

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Nestes municípios parte da produção também é destinada ao mercado de figo verde, sendo que os produtores buscam esta alternativa de venda quando a comercialização do figo maduro não remunera adequadamente. Assim, os produtores fazem a seleção dos figos maduros aptos para a venda para o mercado ao natural, e os que não são classificados para este fim são vendidos para as indústrias. O preço médio recebido pelos produtores do município de Feliz para o figo maduro para indústria está em média a R$ 1,50/kg. Este valor recebido pelos produtores é o mesmo da safra de 2016, o que tem desestimulado os produtores, já que o custo de produção teve acréscimo nestes dois últimos anos. Uva – Na Serra, mais um período tranquilo e favorável para o desenvolvimento, maturação e manutenção da sanidade das plantas e das frutas. As condições climáticas reinantes de precipitações espaçadas, presença de vento, dias com bastante insolação e temperaturas médias para a época configuraram o panorama propício para a viticultura. Alguns videirais localizados em solo raso vinham evidenciando sinais de déficit hídrico; porém, as últimas chuvas recuperaram as plantas. A colheita das superprecoces para industrialização e das precoces para mercado de mesa continua firme, apenas com uma leve retração nas festas da virada do ano. Variedades de ciclo médio e semitardio, como a Bordô e Isabella, respectivamente, vêm demonstrando acelerado processo de maturação, devendo se manter semelhantemente às primeiras colhidas, ou seja, antecipação de uns 20 dias. Se as tardias também confirmarem essa antecipação na maturação, ter-se-á na presente safra algo raríssimo de acontecer: término da vindima no final de fevereiro. Seguem tratamentos preventivos à ocorrência de mufa/míldio com calda bordalesa e às podridões de cacho com fungicidas específicos. Há discretamente certo receio quanto à capacidade de as vinícolas absorverem toda a produção de uvas para processamento. Segundo relatos de viticultores clientes há décadas de cantineiros, estes não estariam em condições de receber qualquer volume de certas cultivares, como a Niágara branca. O preço médio na propriedade para uvas americanas de mesa está em R$ 2,00/kg. Rainha Itália cultivada em locais mais quentes e em ambiente protegido (plasticultura) inicia a colheita, sendo cotada a R$ 6,00/kg.

Comercialização de Hortigranjeiros Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da Ceasa/RS, entre o período de 26/12/2017 a 02/01/2018, tivemos 24 produtos estáveis em preços, dois em alta e nove em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Nesta terça-feira, primeira semana do ano, o mercado atacadista da Ceasa/RS foi moderado em movimentação, o que promoveu uma grande estabilidade nos preços de atacado. Cerca de 69% dos principais produtos mantiveram-se com cotações estáveis. Permanecem as justificativas rotineiras de retração no consumo devido à recessão econômica. Outro fato a explicar é a mudança parcial nos canais de abastecimento com a transferência temporária da clientela consumidora para as praias no Litoral. Com as temperaturas de verão, mais elevadas, há uma tendência de elevação no consumo das frutas, principalmente de melancias, melões, uvas, ameixas, pêssegos, abacaxis, etc. Nenhum produto destacou-se em alta ou em baixa. Movimento do feriado de final de ano O movimento ocorrido na quinta-feira 28 de dezembro de 2017 totalizou cerca de 4.479.175 quilos, sendo mais elevado em 1,97% que o ocorrido em 29 de dezembro de 2016 que foi de 4.392.587 quilos. Por outro lado, o movimento comercial em valores alcançou R$ 8.735.640,98 em 2017, sendo superior em 2,05% ao ocorrido em 2016 que foi R$ 8.560.223,39. Já o preço médio em 29/12/2016 foi de R$ 1,95/kg. Transcorrido um ano, o preço médio apurado em 28/12/2017 foi também de R$ 1,95/kg. Como observação lembramos que o preço médio a varrer ocorrido na semana anterior, na quinta-feira natalina foi de R$ 2,11/kg, ou seja, no Natal o mercado como um todo alcançou preços mais elevados.

PRODUTOS EM ALTA

26.12.17 (R$)

02.01.18 (R$)

Aumento (%)

Agrião (molho) 0,58 0,67 + 15,52

Chuchu (kg) 0,90 1,00 + 11,11

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PRODUTOS EM BAIXA

26.12.17 (R$)

02.01.18 (R$)

Redução (%)

Abacate (kg) 5,56 5,25 - 5,58 Banana Caturra-Nanica (kg)

1,25 1,00 - 20,00

Banana Prata-Branca (kg)

1,75 1,50 - 14,29

Laranja suco (kg) 1,00 0,90 - 10,00

Limão Tahiti (kg) 3,50 3,00 - 14,29

Repolho verde (kg)

0,50 0,40 - 20,00

Tomate caqui longa vida (kg)

3,00 2,50 - 16,67

Vagem (kg) 3,50 3,00 - 14,29

Batata (kg) 1,60 1,50 - 6,25

OUTRAS CULTURAS Silvicultura Reflorestamento Preços praticados na região do Vale do Taquari - Mudas de eucalipto Grandis, Saligna e Urophylla (o milheiro – em tubetes): R$ 180,00 - Mudas de eucalipto Dunnii (o milheiro – em tubetes): R$ 190,00. - Mudas de eucalipto Grandis, Saligna e Urophylla (o milheiro – em laminado): R$ 180,00 - Mudas de eucalipto Dunnii (o milheiro – em laminado): R$ 190,00 - Mudas de Acácia-negra (o milheiro – em laminado): R$ 170,00 - Lenha de acácia-negra: preço médio de R$ 60,00 a R$ 65,00 por metro estéreo, dependendo da localização e principalmente da qualidade da lenha. - Lenha de eucalipto: R$ 35,00 a R$ 40,00 por metro estéreo, dependendo da qualidade, localização e comprador. Geralmente, o pagamento de valor maior é com prazo de 60 a 90 dias. - Toretes de eucalipto para paletes e lâminas: R$ 45,00 a R$ 50,00 por metro estéreo (cheque para 60 dias) – peças serradas com tamanho uniforme de 1,20 ou 1,25 metros, conforme a empresa laminadora solicita. - Casca de acácia-negra: R$ 0,21 a R$ 0,23/kg - Carvão vegetal de acácia: R$ 0,65 a R$ 0,70/kg - Carvão vegetal de eucalipto: R$ 0,55/kg - Tora de eucalipto para serraria: R$ 65,00 (se precisa trator para retirar da lavoura) a R$ 80,00 por m³ (se está encostado na estrada) – pagamento com cheques para 60 a 90 dias. O mercado de derivados de acácia-negra está em lenta ascensão.

Os produtores de lenha de eucalipto estão com dificuldades de achar mercado comprador. É cada vez mais escassa a sucessão rural na atividade de silvicultura da agricultura familiar, pois o jovem não quer mais trabalhar em atividades penosas. No Vale do Rio Pardo e no Alto da Serra do Botucaraí, nesse período são realizados o replantio de mudas e a limpeza (capinas e roçadas) das florestas plantadas nesse ano. O eucalipto é a principal espécie cultivada. Grandis e Saligna são os preferidos dos agricultores, principalmente em municípios com menor incidência de geadas severas. Na região do Alto Botucaraí é plantado o Dunnii, tolerante a geadas. A lenha de eucalipto está sendo vendida a R$ 45,00/m

3. Com a redução da oferta de lenha na

região, o preço teve um pequeno acréscimo e tende a se elevar mais. A lenha “em pé” (venda no mato, sem o serviço de corte, empilha e transporte) é vendida a R$ 20,00/m

3 no máximo.

O preço pago pela madeira (toras) de eucalipto fica em torno de R$ 100,00 a R$ 120,00/m

3.

Erva-mate - Em plena colheita no Vale do Rio Pardo; está sendo comercializada em torno de R$ 8,00 a R$ 10,00/arroba. Novos plantios não são observados, apenas replantes para reposição de plantas em ervais formados.

CRIAÇÕES Pastagens - Com a sequência de chuvas e altas temperaturas nas últimas duas semanas, as pastagens estão tendo boa resposta na taxa de crescimento, em algumas regiões de pecuária, ainda persiste o déficit hídrico que poderá ser normalizado com as chuvas previstas desta semana. Produtores que realizaram fenação nas pastagens de trevo e cornichão estão manejando as áreas de melhor potencial produtivo com objetivo de produção de sementes. Pastagens perenes de verão (braquiárias, panicuns e tíftons) também recuperam o seu desenvolvimento, assim como as anuais de verão. Os produtores aproveitam o clima seco para produção de feno de tífton e jiggs, com excelente qualidade e quantidade. As lavouras de milho para silagem - também beneficiadas pelas últimas chuvas - estão com excelente crescimento, entrando na fase de enchimento de grãos.

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Bovinocultura de corte - As condições de produção da pecuária de corte estão satisfatórias para a época, com boa condição corporal e ótimo desenvolvimento dos terneiros desta temporada. O clima tem ajudado a produção de forragem das pastagens naturais. Na região de Bagé, o período de reprodução continua; os touros estão trabalhando e protocolos de inseminação estão sendo desenvolvidos. Os entoures estão entrando em seu terço final, pois fevereiro seria o mês indicado para finalizar e retirar os touros do rodeio, possibilitando o nascimento de terneiros até fins de novembro. O clima quente tem favorecido a incidência elevada de carrapato, berne e mosca-do-chifre nos rebanhos. Os produtores estão realizando aplicações periódicas de endocidas e ectocidas nos animais; os produtos utilizados nos banhos e pour-on em alguns casos têm apresentado pouca eficiência no controle, principalmente do carrapato, que pode ser atribuída a dois fatores: a ocorrência de chuva após a aplicação e a resistência dos parasitas ao princípio ativo utilizado. Esta situação tem levado os produtores a utilizar novas moléculas ou associar produtos para controle da infestação de carrapatos. O procedimento eleva os custos e em alguns casos pode haver intoxicação dos animais. Quando ocorrem infestações maciças de carrapato, geralmente vêm acompanhadas de casos de tristeza parasitária, principalmente nos campos de várzeas. Estamos na época de vacinação do rebanho para prevenção de clostridioses e da vacina obrigatória das terneiras contra a brucelose. Neste período de altas temperaturas, recomenda-se proporcionar condições favoráveis de sombra de qualidade para reduzir o estresse térmico, o que é fundamental para o sucesso da reprodução. Comercialização Produtores ainda relatam dificuldade de comercialização. A oferta do gado para abate está maior do que a demanda, pois os frigoríficos seguram os preços baixos, refletindo nos pequenos pecuaristas, que comercializam reduzidas quantidades para atravessadores, sendo remunerados com preços abaixo do mercado. Os invernadores também estão retendo os animais no pasto, esperando melhores preços. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2003 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 01 a 05/01/2018 o preço do boi para abate variou entre R$ 4,50 e R$ 5,00/kg vivo. O preço médio ficou em

torno de R$ 4,79/kg vivo, apresentando preços estabilizados em relação às últimas quatro semanas. Bovinocultura de leite - Atualmente o rebanho leiteiro está sendo manejado em pastoreio de espécies perenes (tífton 85, jiggs, capim elefante e braquiárias melhoradas), as quais apresentam menor custo de produção ao agricultor, além de serem forrageiras de excelente qualidade nutricional. Em complemento à grande necessidade de alimentação, os produtores fazem uso também de pastagens anuais, como capim sudão, sorgo e milheto. Neste período intensificam-se os trabalhos de realização de silagem, insumo de grande importância na atividade, pois garante complementação na dieta do rebanho ao longo do ano, sendo também aliado do produtor em momentos de retração ou falta de forragem. A atividade vem se reestruturando nos últimos tempos, como consequência das exigências legais do mercado. Nota-se que os produtores bem informados e receptivos a mudanças estão evoluindo na atividade; porém alguns não dispostos a implantar as mudanças necessárias na propriedade acabam sendo excluídos da atividade. Destacamos que mesmo tendo passado por dificuldades neste ano, perdendo alguns produtores e gerando certa instabilidade na atividade, a produção aumentou fator que está relacionado com a tecnificação, com os investimentos corretos e com o bom manejo das propriedades. Neste período de final de ano e férias, a tendência é de baixo consumo de leite, permanecendo a baixa remuneração ao produtor. O calor prejudica o bem-estar dos animais; muitas vezes eles têm que caminhar distâncias maiores para beber água, sem haver sombra adequada, o que implica em uma redução na produção diária, principalmente entre produtores com menor estrutura para bovinocultura leiteira. Entre os produtores de leite que trabalham piqueteamentos dos potreiros, é necessária atenção quanto à presença de carrapatos, pois com boa umidade, temperatura e luminosidade, os pastos ficam altos e o piquete é usado a intervalos mais curtos. Isso permite que o ciclo do carrapato se complete com a presença dos bovinos nas pastagens, infestando o rebanho, transmitindo doenças, além de implicar em redução na produção de leite. Os agricultores também estão sendo orientados pelo corpo técnico da Emater/RS-Ascar para

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realização dos controles zootécnicos e financeiros da atividade. Comercialização Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2003 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 01 a 05/01/2018 o preço do leite variou entre R$ 0,65 e R$ 1,09/L, de acordo com o volume e a qualidade do produto. O preço médio ficou em torno de R$ 0,92/L, apresentando estabilidade em relação às últimas quatro semanas. Ovinocultura – A região da Campanha e os municípios de Pântano Grande e Encruzilhada do Sul ainda sofrem com a estiagem; os campos nativos não ofertaram pasto de qualidade, interferindo no estado nutricional do rebanho e na apresentação de cio das matrizes. Com o retorno de mais chuvas na semana, embora de baixos volumes, os campos nativos e as pastagens cultivadas se recuperam, e o rebanho ovino começa a ganhar peso. Os problemas de casco foram reduzidos; porém, após as últimas chuvas, alguns rebanhos foram infectados, principalmente os que estavam em campos de várzea. Deve-se redobrar os cuidados com os parasitas, especialmente as verminoses, pois o clima quente e úmido proporciona condições ideais para o desenvolvimento das mesmas. Nesse sentido os produtores estão realizando manejos estratégicos para o controle da verminose ovina, com dosificações de acordo com a necessidade ou conforme a condição corporal do rebanho. Houve relatos de ocorrência de verminoses causadas por haemonchus contortus e oestrus ovis (bicho da cabeça). Os banhos sarnicida e piolhicida são uma prática sanitária obrigatória nesta época do ano e ocorrem normalmente nas propriedades com produtos específicos recomendados. Encerrada a tosquia; a lã está sendo comercializada. Com o desmame dos cordeiros, as matrizes ganham peso para encarneiramento em março e abril. Entretanto alguns rebanhos serão encarneirados a partir da metade de fevereiro, prioritariamente os das raças Merino e Ideal. Época de classificação dos rebanhos, seleção de borregas para o próximo encarneiramento e

descarte das matrizes velhas ou com defeitos da reprodução. Comercialização Preços pagos pela lã na região Sul do Estado (R$/kg)

Produto Mínimo Máximo

Lã Merina 16,50 19,00

Lã Ideal (Prima A) 14,00 17,00

Lã Corriedale (Cruza um)

7,00 9,00

Lã Corriedale (Cruza dois)

4,00 7,50

Fonte: Escritório regional Emater/RS-Ascar de Pelotas. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2003 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 01 a 05/01/2018 o preço do cordeiro variou entre R$ 5,50 e R$ 6,50/kg vivo. O preço médio ficou em torno de R$ 6,21/kg vivo, apresentando preços estabilizados em relação às últimas quatro semanas. Evento XXXIV FEOVELHA / 2018 – Feira e Festa Estadual da Ovelha de 25 a 27/01/2018 Dia 26/01/2018 - Sexta-Feira Até as 10h – Recepção e instalação dos

artesãos no espaço temático Emater/RS-Ascar

Dia 27/01/2018 – Sábado Até as 12h – Inscrições para concursos de

artesanatos – EMATER

17h – Premiação de Concursos e Destaques –

Emater/RS-Ascar

Programação diária no estande da Emater/RS-Ascar Feira de plantas bioativas e ornamentais

Mostra dos tipos de lãs e peças artesanais

XXIX Feira do artesanato em lã

Suinocultura - Os custos de produção do suinocultor estiveram mais baixos neste ano, principalmente devido à queda nas cotações de milho e farelo de soja, o que deu fôlego aos produtores depois da crise em 2016. Apesar desse cenário mais positivo, as crises política e econômica do País em 2017 afetaram o poder de

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compra do brasileiro, que esteve retraído em relação ao consumo de carnes durante o ano, principalmente no primeiro semestre. Na segunda metade de 2017, a demanda doméstica começou a se aquecer e esteve bem ajustada à oferta de animais, carcaças e cortes nas principais regiões produtoras, o que sustentou os preços ao longo do segundo semestre. No momento, preços ao produtor e custos de produção continuam estáveis. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2003 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 01 a 05/01/2018 o preço do suíno variou entre R$ 3,00 e R$ 3,99/kg vivo. O preço médio ficou em torno de R$ 3,28/kg vivo, apresentando preços estabilizados em relação às últimas quatro semanas. Apicultura – Na região de Santa Rosa, os apicultores estão focando seus trabalhos na checagem das colmeias; colhem as que estão com o mel curado, pronto para a retirada; relatam que a colheita do cedo foi bastante pequena e que agora os enxames estão bem fracos. Há também a tendência de a situação se agravar, já que a partir desta segunda quinzena começam as pulverizações nas áreas de soja. Seguem orientações sobre o manejo a fim de evitar enxameações e sobre a troca de rainhas com baixa postura. O período ainda é propício para a captura de enxame em caixas-iscas, por mais que nesse período os enxames sejam menores e que em alguns não haja rainha. Quando não há rainha, a colônia estabelece uma ou mais operárias para a postura, porém por não serem fecundadas, geram apenas zangões. Para evitar que a colmeia se torne zanganeira, deve-se enxertar quadro com realeira ou com crias de até três dias a fim de garantir que o enxame siga alimentando essa cria com geleia real e ao fim do 16º dia tenham uma rainha e que o enxame não pereça. Seguem as recomendações para o controle do ácaro da varroa com o uso de ácido oxálico. O preço recebido pelos apicultores é considerado bom, variando de R$ 18,00 a R$ 25,00/kg.

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2013/2017

04/01/2018 28/12/2017 30/11/2017 05/01/2017 GERAL JANEIRO

Arroz em Casca 50 kg 36,65 36,64 36,87 50,59 45,94 48,06

Feijão 60 kg 132,14 130,81 134,71 227,74 190,47 188,77

Milho 60 kg 27,25 27,32 26,82 35,81 32,12 33,45

Soja 60 kg 64,04 63,79 63,90 71,72 76,65 79,00

Sorgo 60kg 20,11 20,33 20,60 33,22 28,08 30,00

Trigo 60 kg 30,16 29,57 29,67 29,74 38,31 38,15

Boi para Abate kg vivo 4,79 4,80 4,72 5,22 5,40 5,47

Vaca para Abate kg vivo 4,09 4,10 4,04 4,71 4,82 4,92

Cordeiro para Abate kg vivo 6,21 6,21 6,22 5,93 5,71 5,70

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,28 3,29 3,28 3,74 4,01 4,22

Leite (valor liquido recebido) litro 0,92 0,93 0,93 1,17 1,11 1,07

01/01-05/01 25/12-29/12 27/11-01/12 02/01-06/01

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica , são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2013-2017 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2013-2017.

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