lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, com as alterações...

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1 Lei n. 13.467, de 13 de Julho de 2017, Lei n. 13.467, de 13 de Julho de 2017, com as alterações promovidas pela MP nº 808/2017 com as alterações promovidas pela MP nº 808/2017

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Lei n. 13.467, de 13 de Julho de 2017,Lei n. 13.467, de 13 de Julho de 2017,com as alterações promovidas pela MP nº 808/2017com as alterações promovidas pela MP nº 808/2017

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�� EstaEsta obraobra éé dedicadadedicada::

� Ao meu querido e saudoso pai, JOSÉJOSÉ AGUIARAGUIAR FROTAFROTA,paradigma de empresário ciente da função social de suaempresa, sempre empenhado na melhoria da condiçãosocial dos seus comandados, para lhes assegurar dignidade.

� À minha irmã mais velha, FERNANDA,FERNANDA, auditora dotrabalho que se fez conhecer por uma atuação firma, porémtrabalho que se fez conhecer por uma atuação firma, porémjusta e ponderada, na defesa do direito dos trabalhadores.

� À minha outra irmã, MARFISA,MARFISA, trabalhadora dedicada àassistência social, um dia definida como ““a bondade quefala e anda”.

� E à DonaDona LEDALEDA MONT’ALVERNEMONT’ALVERNE, minha querida mãe, aternura e a luz que sempre nos guiou.

Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA 2

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� POR QUE UM CD?

� Inicialmente, o meu propósito era escrever um livroesclarecendo trabalhadores e empresários acerca dassignificativas mudanças introduzidas no mundo das relaçõesde trabalho pela Lei da Reforma Trabalhista. Porém, livro aindaé muito caro. Caro para quem deseja publicar um. Caro paraquem tem interesse no assunto tratado no livro. Como, então,fazer para que os meus “Comentários” chegassem a um númerofazer para que os meus “Comentários” chegassem a um númerocada vez maior de pessoas? Como tornar a obra acessível aempresários, sindicatos, advogados, contadores,administradores de empresa, pessoal de RH, estudantes e,principalmente, aos trabalhadores?

� Veio-me a idéia de fazer a publicação dos “COMENTÁRIOS ÀLEI DA REFORMA TRABALHISTA” no formato de CD,barateando o custo. São 201 telas de powerpoint escritas,transformadas em páginas de um livro, ao alcance de todos.

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� Prezado leitor, nos últimos meses, muito se tem falado acercada Reforma Trabalhista. O tema ocupou os noticiários dasemissoras de televisão, os jornais, os programas de rádio, asmídias sociais e as conversas entre amigos, revelando apreocupação de empregadores e empregados, e da sociedadebrasileira em geral, com o que passou a valer a partir de11/11/2017, quando entrou em vigor a Lei nº 13.467/2017 –11/11/2017, quando entrou em vigor a Lei nº 13.467/2017 –A LEI DA REFORMA TRABALHISTA. O objetivo destetrabalho é esclarecer o que vai mudar nas relaçõespatrão/empregado, inclusive as alterações relativas aoprocesso do trabalho. De forma simples e objetiva, emlinguagem bem acessível e sem termos do “juridiquês”,pretendo deixar o leitor por dentro do assunto ReformaTrabalhista, já contemplando as alterações promovidaspela MP nº 808/2017. Tenha uma boa leitura!

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“Considera“Considera--sese tantotanto maismais civilizadocivilizado umumpaís,país, quantoquanto maismais sábiassábias ee eficienteseficientes sãosãosuassuas leisleis queque impedemimpedem aoao miserávelmiserável sersermiserávelmiserável demaisdemais,, ee aoao poderosopoderoso sersermiserávelmiserável demaisdemais,, ee aoao poderosopoderoso serserpoderosopoderoso demaisdemais..””

Primo Levi, em “É isto um homem?”

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“Alterações na CLT, decorrentes da Reforma decorrentes da Reforma

Trabalhista”

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� NÃO SERÁ MAIS OBRIGATÓRIA A ASSISTÊNCIASINDICAL OU DO MINISTÉRIO DO TRABALHO PARAHOMOLOGAÇÃO DE PEDIDO DE DEMISSÃO OU RECIBODE QUITAÇÃO DE RESCISÃO.

� A Reforma Trabalhista revogou o § 1º, do art. 477, da CLT,dispositivo legal que previa a obrigatoriedade de assistênciasindical ou do Ministério do Trabalho para homologação desindical ou do Ministério do Trabalho para homologação depedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão decontrato de trabalho de empregado com mais de ano de casa.

� Portanto, a partir de 11/11/2017, nada impede que empregadore empregado se dirijam ao sindicato do trabalhador ou, nafalta deste, ao Ministério do Trabalho para homologar arescisão. Mas uma coisa é certa: a ida ao sindicato, parahomologação da rescisão, não será mais obrigatório.

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� Todavia, continuará sendo exigida a homologação nosindicato do empregado se isso estiver previsto emconvenção ou acordo coletivo ou mesmo em acordoindividual de trabalho.

� Aliás, no caso dos empregados cujos contratos estão emcurso desde antes da Lei da Reforma Trabalhista e em cujascurso desde antes da Lei da Reforma Trabalhista e em cujasCCT ou ACT há previsão de homologação assistida pelosindicato profissional, sem dúvida que o advento da Lei nº13.467/2017 não afetou a obrigação de homologação nosindicato obreiro.

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� FÉRIAS: POSSIBILIDADE DE FRACIONAMENTO.

� A cada 12 meses de trabalho o empregado conquista o direito degozar férias. Esse período é chamado de “período aquisitivo”.Essas férias deverão ser gozadas nos 12 meses que se seguirem aoperíodo aquisitivo. É chamado de “período concessivo” o períodode 12 meses que se segue ao período aquisitivo.

� Pois bem, se as férias de um período aquisitivo não forem� Pois bem, se as férias de um período aquisitivo não foremgozadas no respectivo período concessivo, o empregadoconquista o direito de receber essas férias em dobro.

� Mas quanto a períodos aquisitivo e concessivo, nada mudou coma Reforma.

� A CLT também continua prevendo que as férias serão concedidaspor ato do empregador, em um só período de 30 dias, nos 12(doze) meses seguintes à data em que o empregado tiveradquirido o direito às férias. Essa é a regra. Mas há exceções.

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� A primeira delas (uma novidade) é a seguinte: hoje, a CLT prevêque somente em casos excepcionais as férias poderão serpartidas. Ou seja, só em casos excepcionais serão concedidas em2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez)dias corridos.

� A Lei da Reforma Trabalhista trouxe a possibilidade de gozodas férias em três períodos, desde que com a concordânciado empregado.do empregado.

� Portanto, desde que haja concordância do empregado, asférias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que umdeles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demaisnão poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.

� A lei da Reforma Trabalhista também revogou o dispositivo legalque garantia férias gozadas de uma só vez aos menores de 18 e aosmaiores de 50 anos.

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� AS FÉRIAS NÃO MAIS PODERÃO TER INÍCIO NAVÉSPERA DE FERIADOS E NO REPOUSO SEMANAL.

� Outra novidade trazida pela Reforma Trabalhista foi aproibição de o trabalhador ter o início de suas fériascoincidente com feriado ou dia de repouso. Diz o textolegal que passará a vigorar a partir de 11/11/2017:legal que passará a vigorar a partir de 11/11/2017:

� Art. 134, § 3º É vedado o início das férias no período de doisdias que antecede feriado ou dia de repouso semanalremunerado.

� Inegavelmente, trata-se de inovação que merece aplauso.

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� FOI UNIFICADO O PRAZO PARA O EMPREGADORPAGAR A RESCISÃO CONTRATUAL.

� A Lei da Reforma Trabalhista unificou os prazos para oempregador pagar a rescisão contratual, alterando a redaçãodo art 477 CLT.

� Atualmente, antes da reforma, se o empregado fossepreviamente avisado da sua dispensa e trabalhasse o períododo aviso prévio, o pagamento da rescisão teria que ocorrer nodo aviso prévio, o pagamento da rescisão teria que ocorrer nodia útil seguinte ao cumprimento do aviso trabalhado, sobpena de multa equivalente a um salário do empregado.

� Já se o aviso prévio fosse do tipo indenizado ou se oempregado fosse dispensado de trabalhar no período do avisoprévio (aviso prévio cumprido em casa), o prazo parapagamento das verbas rescisórias era até o décimo dia danotificação da dispensa.

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� A partir de 11/11/2017, data em que a CLT reformadaentrou em vigor, o pagamento da rescisão docontrato de trabalho deverá acontecer sempreem até dez dias, contados a partir do término docontrato. Isso independentemente de o empregadoter tido o aviso prévio trabalhado ou indenizado.ter tido o aviso prévio trabalhado ou indenizado.

� Uma ressalva: no caso de contrato de trabalhointermitente, o aviso prévio seránecessariamente indenizado.

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FOI PERMITIDA A TERCEIRIZAÇÃO AMPLA, TANTO DAATIVIDADE MEIO, QUANTO DA ATIVIDADE FIM DAEMPRESA.

� A TERCEIRIZAÇÃO não era prevista em lei. O seu disciplinamentoera guiado pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho(TST). No ano de 1986 o TST editou uma Súmula, de nº 256,admitindo a terceirização, porém restrita ao trabalhotemporário e ao serviço de vigilância. Só essas atividadespoderiam ser terceirizadas.poderiam ser terceirizadas.

� Em 1994 o TST edita nova Súmula, de nº 331, alargando o campo deincidência da legalização da terceirização. Ou seja, consideroutambém legal a terceirização dos serviços de conservação e limpezae qualquer outro tipo serviço, desde que especializado e ligado àatividade meio da empresa contratante.

� Desde então, até a Administração Pública passou a intensificar ouso da contratação de empresas terceirizadas.

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� Com a Reforma Trabalhista, a terceirização passou a serampla, ilimitada, como adiante explicarei.

� Mas o que é terceirização?

� Segundo a lei, considera-se terceirização ou prestação deserviços a terceiros a transferência feita pela contratante daexecução de quaisquer de suas atividades, inclusive de suaatividade principal(atividade fim), à pessoa jurídica de direitoprivado prestadora de serviços que possua capacidadeprivado prestadora de serviços que possua capacidadeeconômica compatível com a sua execução.

� Ou seja, haverá terceirização quando uma empresa transfere aexecução de suas atividades meio e/ou fim a uma outraempresa. Por exemplo: uma padaria contrata um segurançapara afugentar assaltantes e proteger o seu patrimônio e os seusclientes na hora que estes compram pães. Isso é terceirização deatividade MEIO, já que a atividade FIM de uma padaria évender pães e doces e, não, vender segurança.

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� Por outro lado, se uma padaria contrata um padeiro, umconfeiteiro ou um balconista, dizemos que ela contratoutrabalhadores que atuam na sua atividade principal, na suaatividade essencial e preponderante, ou seja, na sua atividadeFIM. Antes da Reforma, a jurisprudência dos tribunaisconsiderava irregular a terceirização da atividade FIM.

� Porém, a Reforma Trabalhista alterou consideravelmente isso.Permitiu que a terceirização ocorra até mesmo emPermitiu que a terceirização ocorra até mesmo ematividade essencial ao empreendimento. Veio permitir aterceirização irrestrita, ou seja, não só a terceirização daatividade meio, como a terceirização de atividade FIM.

� Portanto, uma padaria poderá contratar um padeiro terceirizado.Vai ser possível ao empresário ter uma empresa sem empregados.Tudo terceirizado. Ao invés de ele ter os seus própriosempregados, contratará os de uma empresa de terceirização deserviços.

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�� EISEIS OO DISPOSITIVODISPOSITIVO LEGALLEGAL QUEQUE SINTETIZASINTETIZA AAPOSSIBILIDADEPOSSIBILIDADE DEDE TERCEIRIZAÇÃOTERCEIRIZAÇÃO DEDE QUALQUERQUALQUERSERVIÇOSERVIÇO::

�� LeiLei nºnº 66..019019//7474 -- ArtArt.. 44oo--AA.. ConsideraConsidera--sese prestaçãoprestação dedeserviçosserviços aa terceirosterceiros a transferência feita pelaserviçosserviços aa terceirosterceiros a transferência feita pelacontratante da execução dede quaisquerquaisquer dede suassuasatividades,atividades, inclusiveinclusive suasua atividadeatividade principalprincipal,, àà pessoapessoajurídicajurídica dede direitodireito privadoprivado prestadoraprestadora dede serviçosserviços quequepossuapossua capacidadecapacidade econômicaeconômica compatívelcompatível comcom aa suasuaexecuçãoexecução.. (Nova(Nova RedaçãoRedação dada LeiLei 1313..467467//20172017))

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Requisitos para o funcionamento de uma empresa de terceirização (de prestação de serviços a terceiros).

� O art. 4º-B, da Lei nº 6.019/74 (incluído pela Lei da ReformaTrabalhista - nº 13.429/2017),prevê, como requisitos para ofuncionamento de uma empresa de prestação de serviços aterceiros, os seguintes:

� I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica(CNPJ);

� II - registro na Junta Comercial;

� III - Capital Social compatível com o número deempregados, observando-se os seguintes parâmetros:

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III - Capital Social compatível com o número deempregados, observando-se os seguintes parâmetros:

� a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$10.000,00

� b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capitalmínimo de R$ 25.000,00;

� c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados -� c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados -capital mínimo de R$ 45.000,00;

� d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados -capital mínimo de R$ 100.000,00;

� e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimode R$ 250.000,00.

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� Sem dúvida, a terceirização será usada como um expediente parabaratear custos, implicando, não raramente, em redução desalários.

� Outro inconveniente da terceirização é a possibilidade dese terceirizar a atividade da empresa para uma empresainidônea, sem lastro financeiro, que não têm condições dehonrar as dívidas trabalhistas.

� Aliás, os valores exigidos pela Lei da Reforma como capital social� Aliás, os valores exigidos pela Lei da Reforma como capital socialpara se instalar uma empresa de prestação de serviço a terceirossão visivelmente irrisórios. Aludidos valores dificilmentegarantem o pagamento de duas rescisões contratuais. Imagine-sequando todos os empregados são despedidos..... A título deexemplo, consideremos uma empresa com até dez empregados.Rara é a reclamação tramitando na Justiça do Trabalho na qual oempregado pleiteia menos de R$ 10.000,00. Ou seja, o “capitalsocial” mal cobre um débito dessa monta.

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� Portanto, se o empresário contrata uma empresaprestadora de serviço a terceiro sem lastro financeiro,inidônea, estará correndo risco de prejuízo, haja vistaque o empregado terceirizado que não recebe os direitostrabalhistas da sua empregadora (empresa deterceirização) irá, fatalmente, ajuizar uma reclamação naJustiça do Trabalho contra a sua empregadora e tambémJustiça do Trabalho contra a sua empregadora e tambémcontra a empresa contratante (a tomadora de serviçoterceirizado), estaesta nana condiçãocondição dede responsávelresponsávelsubsidiáriasubsidiária. E se a empresa de terceirização nãotiver como pagar os créditos do seu empregado, atomadora de serviço é quem terminará pagando adívida trabalhista da empresa de terceirização.

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AINDA ACERCA DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA AINDA ACERCA DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA CONTRATANTE DE EPSTCONTRATANTE DE EPST

� Lei nº 6.019/74.

�� DADA RESPONSABILIDADERESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIASUBSIDIÁRIA DADA�� DADA RESPONSABILIDADERESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIASUBSIDIÁRIA DADACONTRATANTECONTRATANTE DEDE SERVIÇOSERVIÇO TERCEIRIZADOTERCEIRIZADO

�� §§ 55ºº AA empresaempresa contratantecontratante éé subsidiariamentesubsidiariamenteresponsávelresponsável pelaspelas obrigaçõesobrigações trabalhistastrabalhistas referentesreferentes aoaoperíodoperíodo emem queque ocorrerocorrer aa prestaçãoprestação dede serviços,serviços, ee oorecolhimentorecolhimento dasdas contribuiçõescontribuições previdenciáriasprevidenciárias observaráobservará oodispostodisposto nono artart.. 3131 dada LeiLei nºnº 88..212212,, dede 2424 dede julhojulho dede 19911991..""

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TERCEIRIZAÇÃO E QUARENTENA

� Uma pergunta que sempre me fazem : o empregadorpoderá rescindir o contrato de alguns ou mesmo de todos osseus empregados e, em seguida, contratá-los comoterceirizados?

� De imediato, não!! Deverá observar a chamada quarentena.� Ou seja, a Lei da Reforma Trabalhista estabelece que, antes de� Ou seja, a Lei da Reforma Trabalhista estabelece que, antes de

decorridos dezoito meses, contados a partir da demissão doempregado , ele não poderá prestar serviços para a ex-empregadora na qualidade de terceirizado.

� Estabelece, ainda, que, é proibido contratar empresa deterceirização que tenha como titular(es) ou sócio(s) pesso(as)que, nos últimos 18 meses, tenha(m) sido seu(s) empregado(s)ou tenha(m) lhe prestado serviço, mesmo sem ser empregado,exceto se os referidos titulares ou sócios foremaposentados.

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�� POSSIBILIDADEPOSSIBILIDADE DEDE QUARTEIRIZAÇÃOQUARTEIRIZAÇÃO..

� A Lei 6.019/74 permite que a empresa prestadora deserviços a terceiro possa subcontratar outras empresasde terceirização para a realização de serviços que lheforam contratados. Ou seja, permite a chamadaforam contratados. Ou seja, permite a chamada“quarteirização” de serviço.

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� EQUIPARAÇÃO DE DIREITOS DOS EMPREGADOS DA CONTRATANTE AOS OS EMPREGADOS TERCEIRIZADOS.

� Quando os serviços forem executados nas dependências daempresa tomadora, são asseguradas aos empregados daempresa prestadora de serviços (os terceirizados), quandoe enquanto os serviços, as mesmas condições relativas a:e enquanto os serviços, as mesmas condições relativas a:

� a) alimentação, garantida aos empregados da contratante,quando oferecida em refeitórios;

� b) direito de utilizar os serviços de transporte;

� c) atendimento médico ou ambulatorial existente nasdependências da contratante ou local por ela designado;

� d) treinamento adequado, fornecido pela contratada,quando a atividade o exigir.

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� A empresa cliente (ou seja, a empresa que contratada a deterceirização) também deverá assegurar aos empregadosterceirizados que estão a lhe prestar serviço, as mesmascondições sanitárias, de medidas de proteção à saúde ede segurança no trabalho, assim como instalaçõesadequadas à prestação do serviço.

� Lei nº 6.019/74.

�� ArtArt 55ºº §§ 33ºº ÉÉ responsabilidaderesponsabilidade dada contratantecontratante garantirgarantir asascondiçõescondições dede segurança,segurança, higienehigiene ee salubridadesalubridade dosdostrabalhadorestrabalhadores,, quandoquando oo trabalhotrabalho forfor realizadorealizado emem suassuasdependênciasdependências ouou locallocal previamentepreviamente convencionadoconvencionado ememcontratocontrato..

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� E O SALÁRIO DO TERCEIRIZADO, TEM QUE SERIGUAL AO DO EMPREGADO DA EMPRESA CLIENTE?

� Segundo a Lei da Terceirização, “contratante“contratante ee contratadacontratadapoderãopoderão estabelecer,estabelecer, sese assimassim entenderem,entenderem, queque osos empregadosempregadosdada contratadacontratada farãofarão jusjus aa saláriosalário equivalenteequivalente aoao pagopago aosaosempregadosempregados dada contratante,contratante, alémalém dede outrosoutros direitosdireitos nãonãoprevistosprevistos nesteneste artigo”artigo”..

� No entanto, é preciso levar em conta que, agora, a lei possibilitou a� No entanto, é preciso levar em conta que, agora, a lei possibilitou aterceirização até mesmo de atividade fim da empresa cliente.Ora, não me parece que tenha respaldo constitucional remunerardiferentemente trabalhadores (da empresa cliente e terceirizados)que executam as mesmas funções e tarefas para um mesmoempregador. Entendo que essa faculdade de ajustar pagamento desalários distintos para trabalho igual viola o princípio daisonomia, também conhecido como princípio da igualdade,previsto no artigo 5º, da Constituição Federal:

� CF/Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza.....

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�� ParaPara concluirconcluir asas anotaçõesanotações sobresobre terceirização,terceirização, devodevoregistrarregistrar queque nosnos contratoscontratos queque impliquemimpliquem mobilizaçãomobilização dedeempregadosempregados dada contratadacontratada emem númeronúmero igualigual ouou superiorsuperior aa2020%% (vinte(vinte porpor cento)cento) dosdos empregadosempregados dada contratante,contratante, estaesta2020%% (vinte(vinte porpor cento)cento) dosdos empregadosempregados dada contratante,contratante, estaestapoderápoderá disponibilizardisponibilizar aosaos empregadosempregados dada contratadacontratada ososserviçosserviços dede alimentaçãoalimentação ee atendimentoatendimento ambulatorialambulatorial ememoutrosoutros locaislocais apropriadosapropriados ee comcom igualigual padrãopadrão dedeatendimento,atendimento, comcom vistasvistas aa mantermanter oo plenopleno funcionamentofuncionamentodosdos serviçosserviços existentesexistentes..

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� MULHERES – ACABOU O INTERVALO OBRIGATÓRIO DEDESCANSO (15 MIN) ANTES DE INICIAR HORAS EXTRAS.

� A reforma trabalhista revogou o art. 384 da CLT.

� Com isso, as mulheres trabalhadoras perderam o direito aodescanso mínimo de 15 minutos antes do inicio documprimento de horas extras.

� Por exemplo, a empregada cumpre jornada de 8 horas desegunda a sexta-feira e 4 horas no sábado e, um certo dia ousegunda a sexta-feira e 4 horas no sábado e, um certo dia ouem alguns dias, vai ter que trabalhar além disso. Antes dcaReforma, ela tinha direito a um pequeno intervalo de 15minutos antes de começar a jornada extraordinária. Direitorelativo à saúde e à higiene, conquistado pelas mulheres. Poisbem, a CLT não mais assegura esse direito. A reforma o retirou.

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� GESTANTES E LACTANTES VÃO PODER TRABALHAR EMAMBIENTE E ATIVIDADES DE INSALUBRIDADE MÉDIA EMÍNIMA.

� Antes da Lei da Reforma Trabalhista, a CLT determinavaque a gestante e a lactante (mãe que está amamentando)fossem afastadas de quaisquer atividades, operações oulocais insalubres. Vejamos o texto da lei:

� Art. 394-A. A empregada gestante ou lactante será afastada,enquanto durar a gestação e a lactação, de quaisqueratividades, operações ou locais insalubres, devendo exercersuas atividades em local salubre. (Incluído pela Lei nº13.287, de 2016).

� Vale ressaltar que a CLT prevê insalubridade de grausmínimo, médio e máximo.

30Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA

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� Pois com a redação original da Lei da Reforma Trabalhista, sóficaria proibido às gestantes e lactantes o trabalho ematividade insalubre de grau máximo.

� Ou seja, toda gestante e lactante, a princípio, poderiatrabalhar em atividades, operações e ambientes cominsalubridade nos graus médio e mínimo. Somente nãotrabalhariam se apresentassem atestado de seu médico detrabalhariam se apresentassem atestado de seu médico deconfiança recomendando o afastamento desse tipo detrabalho insalubre durante a gestação ou a lactação.

� Porém, poucos dias após o início da vigência da Lei daReforma Trabalhista, o Presidente Michel Temer editou aMedida Provisória nº 808/2017, a qual alterou dispositivos daLei da Reforma. Entre os dispositivos alterados estão algunsque tratavam da atividade insalubre por parte de gestantes elactantes.

31Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA

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� Com efeito, a MP nº 808/2017 prevê, como regra, que aempregada gestante será afastada, enquanto durar a gestação,de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres eexercerá suas atividades em local salubre, excluído, nesse caso,o pagamento de adicional de insalubridade.

� Todavia, veio prevendo exceções a essa regra geral. Ou seja, a� Todavia, veio prevendo exceções a essa regra geral. Ou seja, aMP nº 808/17 também prevê que o exercício de atividades eoperações insalubres emem graugrau médiomédio ouou mínimomínimo, pelagestante, será permitido quando ela, voluntariamente,apresentar atestado de saúde, emitido por médico de suaconfiança, do sistema privado ou público de saúde,autorizando a sua permanência no exercício dessas atividades.

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�� Aliás,Aliás, aa MPMP 808808 tambémtambém estabeleceestabelece queque aa empregadaempregada lactantelactanteseráserá afastadaafastada dede atividadesatividades ee operaçõesoperações consideradasconsideradas insalubresinsalubresemem qualquerqualquer graugrau quandoquando apresentarapresentar atestadoatestado dede saúdesaúdeemitidoemitido porpor médicomédico dede suasua confiançaconfiança,, dodo sistemasistema privadoprivado ououpúblicopúblico dede saúde,saúde, queque recomenderecomende oo afastamentoafastamento durantedurante aalactaçãolactação..

�� OuOu seja,seja, dada lactante,lactante, aa princípio,princípio, podepode oo empregadorempregador cobrarcobrar quequetrabalhetrabalhe emem atividadesatividades ee operaçõesoperações consideradasconsideradas insalubresinsalubres ememtrabalhetrabalhe emem atividadesatividades ee operaçõesoperações consideradasconsideradas insalubresinsalubres ememqualquerqualquer graugrau.. SomenteSomente sese elaela apresentarapresentar atestadoatestado médicomédicorecomendandorecomendando oo seuseu afastamentoafastamento dasdas atividadesatividades insalubresinsalubres éé quequeficaráficará delasdelas afastadaafastada..

�� AA grávida,grávida, aoao contrário,contrário, aa princípioprincípio nãonão trabalharátrabalhará emem atividadesatividadesinsalubresinsalubres.. Mas,Mas, poderápoderá trabalhartrabalhar sese aa insalubridadeinsalubridade forfor dede grausgrausmédiomédio ouou mínimomínimo ee se,se, voluntariamente, apresentar atestado desaúde autorizando a sua permanência no exercício dessasatividades.

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� OS HORÁRIOS DOS DESCANSOS PARA AMAMENTAÇÃOPODERÃO SER DEFINIDOS EM ACORDO INDIVIDUALENTRE PATRÃO E EMPREGADO.

� A CLT prevê no seu art. 396 que a mulher tem direito, durantea jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meiahora cada um, para amamentar o próprio filho, até que estecomplete 6 (seis) meses de idade.complete 6 (seis) meses de idade.

� A partir de 11/11/2017, por força da reforma, os horários dedescanso para amamentação deverão ser definidos em ajusteda empregada com o empregador.

� Parece-me que a reforma, lamentavelmente, não levou emconta que os horários de descanso para a amamentaçãodevem atender às necessidades do filho da empregada.

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� Há o risco de se ajustar horários de descanso nãocoincidentes com a necessidade/fome do recém nascido.

� Anoto, por fim, que, segundo a jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho (TST), os intervalos de amamentaçãonão podem ocorrer coincidentes total ou parcialmente comnão podem ocorrer coincidentes total ou parcialmente como intervalo de descanso e alimentação da mãe. E nempodem ser ajustados para um deles se seguirimediatamente ao outro.

� Vamos aguardar para ver se a jurisprudência pós ReformaTrabalhista vai se manter inalterada.

35Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA

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� ALGUMAS PARCELAS PAGAS AO EMPREGADO NÃOVÃO MAIS INTEGRAR A REMUNERAÇÃO – GORJETAS.

� O texto original acerca do tema, contido na Lei da ReformaTrabalhista, foi consideravelmente alterado pela MP nº 808/2017,a qual trouxe a seguinte redação:

� “Art. 457.....

� § 1º - Integram o salário a importância fixa estipulada, asgratificações legais e de função e as comissões pagas pelogratificações legais e de função e as comissões pagas peloempregador.

� § 2º - As importâncias, ainda que habituais, pagas a título deajuda de custo, limitadas a cinquenta por cento da remuneraçãomensal, o auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento emdinheiro, as diárias para viagem e os prêmios não integram aremuneração do empregado, não se incorporam ao contrato detrabalho e não constituem base de incidência de encargotrabalhista e previdenciário.

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� § 12 - A gorjeta a que se refere o § 3º não constitui receitaprópria dos empregadores, destina-se aos trabalhadores e serádistribuída segundo os critérios de custeio e de rateiodefinidos em convenção coletiva ou acordo coletivo detrabalho.

� § 13. Se inexistir previsão em convenção coletiva ou acordo� § 13. Se inexistir previsão em convenção coletiva ou acordocoletivo de trabalho, os critérios de rateio e distribuição dagorjeta e os percentuais de retenção previstos nos § 14 e § 15serão definidos em assembleia geral dos trabalhadores, naforma estabelecida no art. 612.

� § 14. As empresas que cobrarem a gorjeta de que trata o §3º deverão:

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� I - quando inscritas em regime de tributação federaldiferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultadaa retenção de até vinte por cento da arrecadaçãocorrespondente, mediante previsão em convenção coletiva ouacordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais,previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração àremuneração dos empregados, hipótese em que o valorremanescente deverá ser revertido integralmente em favor doremanescente deverá ser revertido integralmente em favor dotrabalhador;

� II - quando não inscritas em regime de tributação federaldiferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultadaa retenção de até trinta e três por cento da arrecadaçãocorrespondente, mediante previsão em convenção coletiva ouacordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais,previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à......

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� remuneração dos empregados, hipótese em que o valorremanescente deverá ser revertido integralmente em favor dotrabalhador; e

� III - anotar na CTPS e no contracheque de seus empregados osalário contratual fixo e o percentual percebido a título degorjeta.

� § 15. A gorjeta, quando entregue pelo consumidordiretamente ao empregado, terá seus critérios definidos emconvenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, facultada aretenção nos parâmetros estabelecidos no § 14.

� § 16. As empresas anotarão na CTPS de seus empregados osalário fixo e a média dos valores das gorjetas referente aosúltimos doze meses.

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� § 17. Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta de que trata o§ 3º, desde que cobrada por mais de doze meses, essa seincorporará ao salário do empregado, a qual terá como base amédia dos últimos doze meses, sem prejuízo do estabelecidoem convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

� § 18. Para empresas com mais de sessenta empregados, seráconstituída comissão de empregados, mediante previsão emconvenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, paraconvenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, paraacompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança edistribuição da gorjeta de que trata o § 3º, cujos representantesserão eleitos em assembleia geral convocada para esse fim pelosindicato laboral e gozarão de garantia de emprego vinculada aodesempenho das funções para que foram eleitos, e, para asdemais empresas, será constituída comissão intersindical parao referido fim.

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� § 23. Incidem o imposto sobre a renda e quaisquer outrosencargos tributários sobre as parcelas referidas neste artigo,exceto aquelas expressamente isentas em lei específica.” (NR)

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� FICARÁ MUITO MAIS DIFÍCIL O EMPREGADO CONSEGUIREQUIPARAÇÃO SALARIAL COM UM COLEGA EMPREGADODA MESMA EMPRESA.

� É comum empregado ir a Justiça do Trabalho pedirequiparação salarial. Ou seja, o empregado pretende receber omesmo salário pago a um colega dele, o qual, no linguajarjurídico, chamamos de “empregado paradigma” ousimplesmente “paradigma”.simplesmente “paradigma”.

� Porém, para que se reconheça o direito à equiparação, a leiexige que alguns requisitos sejam preenchidos peloempregado que pretende ser equiparado ao paradigma.

� Aliás, se esses requisitos são evidenciados ainda na vigência docontrato de trabalho, o empregador está obrigado a pagar omesmo salário a todos os empregados que atendam aosaludidos requisitos.

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� Pois bem, antes da Reforma, o art. 461 da CLT previa que,sendo idêntica a função, “a todo trabalho de igual valor”,prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade,corresponderia igual salário, sem distinção de sexo,nacionalidade ou idade.

� Mas o que seria trabalho de igual valor?

� A CLT antes previa que trabalho de igual valor era aquele queposse feito com igual produtividade e com a mesma perfeiçãoposse feito com igual produtividade e com a mesma perfeiçãotécnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço nãofor superior a 2 (dois) anos.

� Ocorre que a Reforma Trabalhista alterou o citado art. 461 daCLT. Aumentou o número de requisitos para que aequiparação salarial ocorra. Em resumo, dificultou aequiparação salarial.

� Para começar, mudou, consideravelmente, o conceito detrabalho de igual valor.

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� Trabalho de igual valor passou a ser aquele que for feito comigual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entrepessoas cuja diferença de tempo de serviço para omesmo empregador não seja superior a quatro anos e adiferença de tempo na função não seja superior a doisanos.

� Por outro lado, se, antes da Reforma, era possível aequiparação entre empregados (de um mesmo empregadorequiparação entre empregados (de um mesmo empregadorcom função idêntica e trabalho de igual valor) que atuavamnuma mesma localidade, desde 11/11/2017 a equiparação só épossível entre empregados que atuem no mesmoestabelecimento empresarial.

� (*) Sobre a expressão “mesma localidade”, para efeito de equiparação, énecessário dizer que o TST tem entendido que ela significa além da áreade um município, entendendo-se como tal inclusive uma mesma regiãometropolitana.

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� Ou seja, antes da Reforma, o empregado poderia buscarequiparação salarial com um colega que atuasse em qualquerestabelecimento do empregador sediado na mesma cidade oumesma região metropolitana. Já a partir de 11/11/2015, quandocomeçou a vigência da Lei 13.467/2017 (Lei da Reforma Trabalhista),a equiparação salarial, além da exigência de idêntica função eprestação de trabalho de igual valor, exige que paragonado(empregado que deseja a equiparação salarial) e paradigma(empregado com quem o paragonado deseja se equiparar) prestem(empregado com quem o paragonado deseja se equiparar) prestemserviço no mesmo estabelecimento empresarial (mesma indústria,mesma loja, mesma filial...etc).

� Não bastasse toda essa dificuldade imposta pela Reforma para umaequiparação salarial, há outro requisito novo: a equiparação salarialsó será possível entre empregados contemporâneos no cargo ouna função, ficando vedada a indicação de paradigmasremotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido avantagem em ação judicial própria.

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� A MP Nº 808/2017 VOLTOU A EXIGIR CONVENÇÃOCOLETIVA OU ACORDO COLETIVO PARA A ADOÇÃO DOREGIME DE TRABALHO 12 X 36. EXCEÇÃOEXCEÇÃO:: SETORSETOR DEDESAÚDESAÚDE..

� A CLT prevê que a duração diária do trabalho poderá seracrescida de horas extras, em número não excedente de duas, poracordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo detrabalho. A remuneração da hora extra deverá ser, no mínimo,50% superior à da hora normal.50% superior à da hora normal.

� Acordo coletivo de trabalho é um acerto entre empresa(s) e osindicato dos trabalhadores. Convenção coletiva de trabalho éum acordo celebrado entre o sindicato ou federação dosempresários e o sindicato/federação dos empregados.

� A CLT não previa, especificamente, a possibilidade de adoção dosistema de trabalho na escala 12 x 36.

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� Mas se é verdade que o regime de 12 horas de trabalho por 36horas ininterruptas de descanso não está especificamenteprevisto na CLT, também é certo que se trata de um sistema deescala de trabalho tolerado pela jurisprudencia do TST.

� Contudo, para que ele ocorra, era necessário que estivesseprevisto em acordo coletivo ou em convenção coletiva detrabalho. Ou seja, antes da Reforma, era consideradairregular a adoção do sistema 12 x 36 mediante simplesirregular a adoção do sistema 12 x 36 mediante simplesacordo individual entre patrão e empregado.

� Pois bem, a Lei da Reforma Trabalhista veio prevendo,expressamente, não só a possibilidade de adoção do sistema 12 x36, como também que esse regime de trabalho excepcional fosseadotado por simples acordo individual entre patrão eempregado. Porém, esse acordo individual haveria de serescrito. A adoção do regime também poderia ser feita por acordocoletivo ou convenção coletiva de trabalho.

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� Ocorre que a Lei da Reforma Trabalhista, também no tocante aoregime 12 x 36, foi alterada pela Medida Provisória nº 808/2017.

� A alteração consistiu na volta da exigência de celebração de acordocoletivo de trabalho ou de convenção coletiva de trabalho para aadoção do sistema 12 x36. Ou seja, a escala 12 x 36 só poderá seradotada numa empresa se o sindicato representante dos seusempregados ajustar com a empresa o aludido sistema especial detrabalho. Essa é a regra geral.

entidades� Mas a MP contempla uma exceção. Tratando-se de entidadesatuantes no setor de saúde, é possível estabelecer, por meio deacordo individual escrito, convenção coletiva ou acordocoletivo de trabalho, horário de trabalho de doze horas seguidaspor trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ouindenizados os intervalos para repouso e alimentação.

� Ou seja, tratando-se de entidade que atua no setor de saúde,patrão e empregado podem ajustar a escala 12 x 36, semintervenção do sindicato do empregado.

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� O INTERVALO PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO NOTRABALHO NA ESCALA 12 X 36 VAI PODER SER INDENIZADOAO INVÉS DE USUFRUÍDO. E O PAGAMENTO PELO INTERVALOSUPRIMIDO NÃO REFLETIRÁ NAS OUTRAS VERBASCONTRATUAIS.

� O TST sempre entendeu que deveria ser garantido ao empregadoque trabalha na escala 12 x 36 o direito ao intervalo para repouso ealimentação. Isso porque o empregado precisa gozar o descansorestaurador de suas forças física e mental. Quando não erarestaurador de suas forças física e mental. Quando não eraassegurado esse intervalo (de, no mínimo, 1 hora), o empregadoconquistava o direito de receber o pagamento total do períodode descanso suprimido com acréscimo de, no mínimo, 50%sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

� Ou seja, caso o empregador colocasse o empregado para trabalharna escala 12 x 36 e não concedesse intervalo algum de descanso ouo concedesse parcialmente (ex: 30 minutos apenas),

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� teria que pagar ao empregado todo o tempo de intervalo acrescidode 50% (como se fosse hora extra).

� O TST também entendia que, uma vez sendo habitual a supressãototal ou parcial do intervalo, o pagamento a ele referente possuianatureza salarial, portanto gerando acréscimos no cálculo deoutras parcelas devidas ao empregado, como, por exemplo, 13ºsalário e férias. Os chamados reflexos da hora extra relativa aointervalo de descanso não usufruído.intervalo de descanso não usufruído.

� Pois a reforma trabalhista realizada pelo atual governo autorizaajustar o aludido regime de trabalho sem qualquer intervalo pararepouso e alimentação.

� Ou seja, permite que o intervalo de descanso, ao invés deusufruído pelo empregado para recobrar as suas forças e sealimentar, seja indenizado.

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� Eis o texto legal. CLT/Art. 59- A: “Em exceção ao dispostono art. 59 e em leis específicas, é facultado às partes, pormeio de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas portrinta e seis horas ininterruptas de descanso, observadosou indenizados os intervalos para repouso ealimentação”.alimentação”.

� Outro detalhe importante é que a remuneração mensalajustada para o trabalhador que cumpre escala 12 x 36 jáabrange os pagamentos devidos pelo descanso semanalremunerado e pelo descanso em feriados e serão consideradoscompensados os feriados e as prorrogações de trabalhonoturno.

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� O FATO DE HAVER USUFRUÍDO DE APENAS PARTE DA HORADE INTERVALO NÃO MAIS GERA DIREITO AO PAGAMENTO DAHORA INTEGRAL DO INTERVALO.

� Como já dito, a Lei da Reforma Trabalhista trouxe, comonovidade, a previsão de que, se o empregado teve algum tempode intervalo no interior da jornada de 12 horas (p.ex, era para ter 1hora, mas só gozou 40 minutos de intervalo), a indenizaçãoficará limitada ao tempo de intervalo não gozado (no casoficará limitada ao tempo de intervalo não gozado (no casodo exemplo, apenas 30 minutos).

� Ou seja, se o intervalo era para ser de uma hora e o empregadousufruiu apenas 40 minutos, o patrão só lhe deverá pagar o valorcorrespondente aos 20 minutos suprimidos e, não mais, por todoo tempo de intervalo.

� Além disso, a Reforma prevê que o pagamento do intervalosuprimido tem natureza indenizatória, portanto incapaz degerar acréscimos/reflexos em outras verbas contratuais.

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� Finalizo anotando que, ao fazer essas inovações, o legisladorreformista não levou em conta que a supressão de intervalocompromete a saúde do trabalhador e até dos que com elelaboram. Sem intervalo, maior será a sua fadiga. Reduzidosficarão os seus reflexos. Maior, portanto, a probabilidade de oempregado se acidentar no trabalho, causando prejuízos a si, aosdemais empregados e, assim, ao seu empregador. Daí porque,antes da Reforma, o legislador impunha ao empregador pagarantes da Reforma, o legislador impunha ao empregador pagarpor todo o intervalo. Viu, nessa punição, uma forma deconvencê-lo a não suprimir o intervalo destinado ao descansorestaurador.

� Então, é uma temeridade, verdadeiro absurdo privar otrabalhador do descanso intrajornada num sistema de labor tãoexaustivo quanto o 12 x 36. Aumentará, em muito, os índices deacidentes de trabalho típicos e de adoecimentos.

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� A REMUNERAÇÃO AJUSTADA PARA QUEM TRABALHAR NAESCALA 12 X 36 JÁ PAGA OS DOMINGOS E FERIADOSTRABALHADOS.

� Outra novidade é a prevista no parágrafo único do art. 59-A,introduzido na CLT pela Lei da Reforma Trabalhista. Segundo essedispositivo legal, a remuneração mensal pactuada para o trabalhadorque cumpre escala 12 x 36 já abrange os pagamentos devidos pelodescanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados.descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados.

� Não são raras as ações trabalhistas nas quais o empregado submetidoà escala 12 x 36 alega que não gozou de folga nos dias feriados e nemnos domingos. As empresas alegam que como o trabalhador folga 36horas, após 12 horas de trabalho, não tem direito a folgar nos feriadose domingos. Os juízes oscilavam quanto ao tema. Uns entendiam queo empregado teria direito a receber pelos feriados e domingostrabalhador. Outros juízes, não. Essa nova regra vai acabar com essetipo de discussão.

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� O REGIME 12 X 36 E A HORA NOTURNA PRORROGADA.� A legislação trabalhista prevê que o trabalho noturno urbano é todo

aquele executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do diaseguinte. Já o trabalho noturno rural na lavoura é aqueledesenvolvido das 21:00 hs de um dia até às 5:00 horas do diaseguinte. Por fim, o trabalho noturno na pecuária é o que ocorre das20:00 hs de um dia às 4:00 hs do dia seguinte.

� Prevê, também, que o trabalho noturno terá remuneração superior àdo diurno, sendo esse acréscimo da ordem de 20%, pelo menos, sedo diurno, sendo esse acréscimo da ordem de 20%, pelo menos, sefor trabalho urbano. E de 25%, se rural.

� Por fim, prevê que às prorrogações do trabalho noturno, ou seja,todo o trabalho que se prorroga para além das 5:00 horas da manhã(urbano e rural na lavoura) ou além das 4:00 hs (rural pecuária),será pago também com o acréscimo mínimo de 20% ou 25% emrelação ao valor do trabalho diurno, conforme seja urbano ou rural.

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� Supondo que o trabalhador urbano começou a trabalhar nanoite de um dia e foi até às 8hs da manhã do dia seguinte, astrês horas trabalhadas das 05:00hs às 08:00hs, emboradiurnas, até antes da Reforma Trabalhista deveriam ser pagascom o adicional noturno correspondente. São as chamadashoras noturnas por prorrogação.

� Pois bem, tratando-se de empregado que atua na escala 12 x36, a reforma simplesmente retirou o direito ao adicionalnoturno relativo às horas ditas de prorrogação (parag. 1ºdo art. 59-A, redação da MP nº 808/2017).

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� NÃO SERÁ MAIS PRECISO AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DOMINISTÉRIO DO TRABALHO PARA TRABALHO INSALUBRENA JORNADA 12 X 36.

� Nas atividades insalubres, assim consideradas pelo Ministério doTrabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações sópoderão ser ajustadas mediante licença prévia das autoridadescompetentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, paraesse efeito, procederão aos necessários exames locais e àverificação dos métodos e processos de trabalho, querverificação dos métodos e processos de trabalho, querdiretamente, quer por intermédio de autoridades sanitáriasfederais, estaduais e municipais, com quem entrarão ementendimento para tal fim.

� Pois a Reforma Trabalhista inovou, prevendo que a referidalicença prévia do Ministério do Trabalho não é exigível para oempregado trabalhar horas extras em atividades insalubres seele, empregado, estiver atuando em escala 12 x 36.

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� AS HORAS IN ITINERE OU DE PERCURSO NÃOSERÃO MAIS PAGAS.

� Desde 2001 a CLT prevê que devem ser computadas najornada de trabalho o tempo despendido pelo empregadoaté o local de trabalho e para o seu retorno, desde que ele sedesloque em meio de transporte fornecido pelo empregadore o local de trabalho seja de difícil acesso ou não servido pore o local de trabalho seja de difícil acesso ou não servido portransporte público. São as chamadas horas in itinere oude percurso.

� Pois bem, a nova redação do § 2º, do art. 58, introduzidapela Reforma Trabalhista, retira esse direito dostrabalhadores. É clara ao estabelecer que o tempo depercurso não será computado na jornada de trabalho,“por“por nãonão serser tempotempo àà disposiçãodisposição dodo empregador”empregador”..

58Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA

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� Embora, à primeira vista, possa representar uma redução dedireito dos trabalhadores, na realidade o fim do pagamentodas conhecidas horas in itinere me parece algo louvável.

� Era injusto onerar o empregador que fornece transporte aosempregados. O empregado dos grandes centros sofre horas naespera e apertado em péssimos transportes públicos e não temesse tempo de sofrida espera remunerado. Punir oesse tempo de sofrida espera remunerado. Punir oempregador que fornece transporte para conduzir oempregado de casa para o trabalho e do trabalho para casa éum desestímulo aos empregadores que empreendemmelhorias visando o bem do trabalhador, mesmo que tambémdisso retire proveito.

� Mas é certo que essa alteração legal vai gerar muitapolêmica no tocante ao acidente de trabalho de percurso.

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� É que o § 2º, do art. 58 reformado prevê que “O tempo despendidopelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação doposto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou porqualquer meio de transporte, inclusive o fornecido peloempregador, não será computado na jornada de trabalho, pornão ser tempo à disposição do empregador”.

� Ora, não duvido que muitas empresas alegarão que não lhes cabemais responsabilidade por acidente de trabalho de percursosofrido por seus empregados, haja vista que, segundo o aludidodispositivo legal, o acidente ocorrera quando o empregado já nãomais estava á sua disposição. Seria como um acidente sofrido naresidência do empregado, num dia de folga.

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� Sucede que a Lei 8.213/91 prevê, no seu art. 21, que“Equiparam-se também ao acidente do trabalho, paraefeitos desta Lei:

� IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora dolocal e horário de trabalho:

� d) no percurso da residência para o local de trabalho oudeste para aquela, qualquer que seja o meio dedeste para aquela, qualquer que seja o meio delocomoção, inclusive veículo de propriedade dosegurado”.

� Portanto, não tardará e os ilustres advogados de empresasarguirão a impossibilidade de se impor às suas clientes aresponsabilidade civil pelos danos decorrentes de acidentes depercurso sofridos pelos empregados, o que obrigará os juízes aenfrentarem esse (aparente?) conflito das normas.

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� DISPENSAS IMOTIVADAS EM MASSA (COLETIVAS)PODERÃO SER FEITAS SEM PRÉVIA NEGOCIAÇÃO COM OSINDICATO DOS TRABALHADORES.

� O entendimento da jurisprudência do TST era no sentido de quea dispensa imotivada em massa exigia negociação prévia. Pornegociação prévia se entenda ajustes entre empresa e sindicatodos empregados ou ajuste entre sindicatos de empregados esindicato de empregadores.sindicato de empregadores.

� A Reforma Trabalhista promoveu alteração radical na CLT, demodo que as dispensas imotivadas individuais ou coletivas foramequiparadas, para todos os fins, não havendo maisnecessidade de autorização prévia de entidade sindical oude celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo detrabalho para sua efetivação.

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� A REFORMA PREVÊ VALORES LIMITES PARA A FIXAÇÃO DAINDENIZAÇÃO POR DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL,ESTÉTICO OU EXISTENCIAL) – ALTERAÇÃO PELA MP nº808/2017

� A Lei da Reforma Trabalhista alterou, drasticamente, otratamento a ser dado ao trabalhador vítima de dano moralpraticado pelo empregador ou seus prepostos. A começar porintroduzir um limitativo sistema tarifário para a fixação do valorintroduzir um limitativo sistema tarifário para a fixação do valorda indenização por dano extrapatrimonial.

� Portanto, o dano moral que o empregador ou um de seusprepostos/representes vier a causar a um empregado, seja poração ou omissão, consistente em ofensa à honra, assédio moral,assédio sexual ou mesmo de acidente de trabalho, ou até porsubmeter o obreiro à condição análoga à de escravo ou a tipo detrabalho degradante, em nenhum desses casos o juiz poderia,segundo a Lei 13.467/2017, condenar o empregador

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� a uma indenização superior a cinquenta vezes o últimosalário contratual do empregado ofendido.

� Esse era o limite máximo previsto para uma indenização pordano moral, estético ou existencial previsto na Lei da ReformaTrabalhista, pouco importando o potencial financeiro dopatrão causador do dano.

� Essa previsão se mostrava absurda e discriminatória, haja vista� Essa previsão se mostrava absurda e discriminatória, haja vistaque impunha apenas ao juiz do trabalho obediência a limites noarbitramento desse tipo de indenização, algo não previsto nosoutros ramos do direito público ou privado.

� Com efeito, se tomarmos, a título de exemplo, um trabalhadorque ganhasse salário mínimo, seria correto dizer que, por todomal causado pelo empregador à sua honra, à sua reputação, à suaimagem, à sua intimidade ou à sua aparência, causando-lheangústia e tristeza, atingindo, evidentemente, a sua dignidade, o

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valor máximo a ser pago, a título de indenização, a essetrabalhador, seria R$ 46.850,00. Mesmo ficando ele tetraplégico,desfigurado ou cego, vítima de acidente de trabalho, até assim aindenização por dano moral não ultrapassará esse valor. E se, porexemplo, morresse ele em um acidente de trabalho, aindenização por dano moral, a ser paga à sua esposa ou filho,seria, no máximo de R$ 46.850,00.

� E isso, ainda que o empresário causador do dano fosse um� E isso, ainda que o empresário causador do dano fosse ummegaempresário, acostumado a obter lucro líquido anual na casados bilhões de reais.

� Para efeito de comparação, um sambista famoso recebeu R$56.000,00 da companhia aérea Aerolineas Argentinas por ter sesentido desrespeitado em uma viagem que realizara com afamília para Bariloche. Será que a vida de um trabalhador valemenos que o aborrecimento de um superstar ou artista de TV?

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� Ou seja, a moral do trabalhador vale menos que a moral doconsumidor?

� Porém, a crítica a esse dispositivo da Lei da Reforma foi imensa e oPresidente Temer, que não goza de muito prestígio popular, resolveualterar os parâmetros fixados na Lei nº 13.467/2017 e, também viaMP nº 808/2017, fixou novos valores para as indenizações por danoextrapatrimonial. O parâmetro que antes, na Lei 13.467/2017, era “oúltimo salário contratual do empregado”, na MP nº 808/2017 passouúltimo salário contratual do empregado”, na MP nº 808/2017 passoua ser “o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral dePrevidência Social”. Em outras palavras: os valores teto previstos naLei da Reforma foram aumentados em mais de 4 vezes. Ficarammenos indignos, apesar de ainda ser possível entreverinconstitucionalidade na norma, já que trata o trabalhador de mododiferente, não isonômico, com os demais cidadãos brasileiros, emrelação aos quais a indenização por dano moral não tem valortarifado.

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� ESSE É O ARTIGO SOBRE INDENIZAÇÃO POR DANOEXTRAPATRIMONIAL, COM A REDAÇÃO ALTERADA PELA MPNº 808/2017:

� CLT 223 – G, §1º

� § 1º Ao julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparação aser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintesparâmetros, vedada a acumulação:

� I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do� I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor dolimite máximo dos benefícios do Regime Geral de PrevidênciaSocial;

� II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valordo limite máximo dos benefícios do Regime Geral de PrevidênciaSocial;

� III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor dolimite máximo dos benefícios do Regime Geral de PrevidênciaSocial; ou

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� IV - para ofensa de natureza gravíssima - até cinquenta vezes ovalor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de PrevidênciaSocial.

� Aqui, cabe mencionar que a MP nº 808/2017 alterou a Lei da Reformaem algo que, de fato, era abominável. Podemos dizer que foi umaalteração para melhor.

� Refiro-me ao fato de que, pela Lei da Reforma, até mesmo o danoextrapatrimonial decorrente da morte do trabalhador estavamlimitados pelos parametros lá estabelecidos. Ou seja, todo o sofrimentolimitados pelos parametros lá estabelecidos. Ou seja, todo o sofrimentoe angústia sofridos por um filho ou esposa de um trabalhador quemorre no trabalho, por culpa do empregador, tinha sido estimado emR$ 46.850,00. O mesmo valor fora fixado para “compensar e aliviar” ador daquele trabalhador que foi vitimado pela explosão de uma caldeiracarente de manutenção. Ainda que ele tivesse grande parte de seucorpo queimado, com perda de braço ou perna e com lesão deformantedo seu rosto, tendo que passar o resto de seus dias prostrado numacama. Parece-lhe ter sido o trabalhador tratado com dignidade?

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� Pois bem, a MP nº 808/2017 deu uma amenizada nesse absurdoprevisto na Lei da Reforma Trabalhista. O o fez prevendo que “Osparâmetros estabelecidos no § 1º não se aplicam aos danosextrapatrimoniais decorrentesdecorrentes dede mortemorte.” (“Art. 223 - G, § 5º).

� Mas é bom destacar que, nos demais casos de danosextrapatrimoniais causados ao trabalhador, havendo reincidência, ojuízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.

� Aliás, o trabalhador também está sujeito a pagar indenização pordano extrapatrimonial ao contratante de seus serviços. E ficadano extrapatrimonial ao contratante de seus serviços. E ficatambém sujeito ao pagamento em dobro, se reincide no ilícitocausador do dano.

� Outra inovação trazida pela MP nº 808/2017 foi estabelecer que areincidência ocorrerá se ofensa idêntica ocorrer no prazo de atédois anos, contado do trânsito em julgado da decisãocondenatória (que determina o pagamento de indenização pelodano causado).

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� DO DANO MORAL/EXTRAPATRIMONIAL – O QUE O JUIZDEVERÁ CONSIDERAR NA FIXAÇÃO DA INDENIZAÇÃO(ART. 223-G, I A XII) –

� Se é fato que a Reforma Trabalhista merece crítica por haverintroduzido o sistema tarifário de fixação de indenização pordano moral, por outro lado me parece que o art. 223 –G, queelenca requisitos a serem considerados na fixação do valor daelenca requisitos a serem considerados na fixação do valor daindenização, vem auxiliar os juízes e advogados.

� A partir da vigência da Lei da Reforma Trabalhista, em11/11/2017, a fixação do valor da indenização por danoextrapatrimonial dependerá de menos subjetividade do juiz.

� Porém, mesmo esse dispositivo que traz como que um “checklist” a ser seguido pelo juiz, trouxe algo de abominável, comoveremos a seguir.

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� Reza o art 223-G da CLT reformada que, ao apreciar opedido, o juízo considerará:

� I – a natureza do bem jurídico tutelado;

� II – a intensidade do sofrimento ou da humilhação;

� III – a possibilidade de superação física ou psicológica;

� IV – os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;

� V – a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;� V – a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;

� VI – as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;

� VII – o grau de dolo ou culpa;

� VIII – a ocorrência de retratação espontânea;

� IX – o esforço efetivo para minimizar a ofensa;

� X - o perdão, tácito ou expresso;

� XI – a situação social e econômica das partes envolvidas;

� XII – o grau de publicidade da ofensa.71Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA

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� Ora, estabelecer em lei que o juiz deverá considerar asituação social e econômica das partes envolvidas quandofor estabelecer a indenização por dano extrapatrimonial(moral, estético ou existencial) devida a um trabalhador écomo dizer que o julgador deverá levar em conta que a honra,a imagem, a intimidade, a liberdade, a autoestima, o gênero, aorientação sexual, a saúde, o lazer e a integridade física de umorientação sexual, a saúde, o lazer e a integridade física de umservente de pedreiro valem menos do que honra, a imagem, aintimidade, a liberdade, a autoestima, o gênero, a orientaçãosexual, a saúde, o lazer e a integridade física do pedreiro. E asdeste, menos do que a do engenheiro da obra. Ora, issovulnera o princípio da igualdade, da isonomia, consagrado naConstituição Federal.

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� O DIREITO DE IMAGEM DO EMPREGADO E OUSO DE UNIFORME COM LOGOMARCA DOS PARCEIROSCOMERCIAIS DO EMPREGADOR OU DOS PRODUTOSDESTE.

� O TST firmou entendimento de que configura dano à imagem doempregado o uso de farda com logomarcas dos produtoscomercializados pelo empregador, desde que não tenha tidoautorização do trabalhador ou a devida compensação emdinheiro.dinheiro.

� Pois a Lei da Reforma Trabalhista, tomando o rumo oposto,considera lícita a inclusão, no uniforme, de logomarcas tanto daempresa empregadora, como de suas parceiras e de outrositens de identificação relacionados à atividade por eladesempenhada, tais como logos dos produtos comercializadospelo empregador.

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� TELETRABALHO COM HORÁRIO DE TRABALHO NÃOMONITORADO/NÃO FISCALIZADO NÃO GERARÁ HORASEXTRAS.

� Ainda a pretexto de modernização, os defensores da reformatrabalhista costumam citar o teletrabalho como novidade a serfestejada.

� Sucede que o trabalho à distância nada tem de novo. Estáprevisto na CLT desde 2011 (art. 6º).

� Novidade, mesmo, é a previsão legal, introduzida pela Reforma� Novidade, mesmo, é a previsão legal, introduzida pela ReformaTrabalhista na CLT, retirando do teletrabalhador a possibilidadede receber horas extras.

� Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:III – os empregados em regime de teletrabalho.

� Mas se ficar provado que o empregado trabalhava além de 8horas diárias ou de 44 horas semanais e que o patrão fiscalizava otrabalho à distância, não há dúvida de que a Justiça determinaráo pagamento de horas extras.

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� TELETRABALHO: A ADOÇÃO DO TELETRABALHO DEVERÁCONSTAR EXPRESSAMENTE DO CONTRATO. JÁ AALTERAÇÃO PARA TRABALHO PRESENCIAL INDEPENDEDA ANUÊNCIA DO TRABALHADOR.

� A Lei da Reforma prevê que a prestação de serviços namodalidade de teletrabalho deverá constar expressamente docontrato individual de trabalho, o qual deverá especificar asatividades que serão realizadas pelo empregado.

� Poderá ser realizada a alteração do regime presencial para o deteletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes,registrado em aditivo contratual.

� Já a alteração do regime de teletrabalho para o presencial poderáser realizada por simples determinação do empregador,garantido, no entanto, o prazo de transição mínimo de quinzedias, com correspondente registro em aditivo contratual.

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� A PREVALÊNCIA DO CONVENCIONADO SOBRE OLEGISLADO:

� A Lei da Reforma Trabalhista veio permitir que sindicatosde empregados e empresários fiquem “livres” para fixarcondições de trabalho piores do que o previsto em lei.Estou falando do art. 611-A, da CLT, o qual assegura aprevalência do negociado sobre o legislado.

� Esse artigo prevê que a convenção coletiva e o acordo� Esse artigo prevê que a convenção coletiva e o acordocoletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, porexemplo, dispuserem sobre enquadramento do grau deinsalubridade.

� Vejamos o texto da lei:

� Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo detrabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,dispuserem sobre:

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I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limitesconstitucionais;

II – banco de horas anual;

III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trintaminutos para jornadas superiores a seis horas;

IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Leinº 13.189, de 19 de novembro de 2015;nº 13.189, de 19 de novembro de 2015;

V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condiçãopessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que seenquadram como funções de confiança;

VI – regulamento empresarial;

VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;

VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

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IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidaspelo empregado, e remuneração por desempenho individual;

X – modalidade de registro de jornada de trabalho;

XI – troca do dia de feriado;

XII – enquadramento do grau de insalubridade;

XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licençaprévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;

XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmenteXIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmenteconcedidos em programas de incentivo;

XV – participação nos lucros ou resultados da empresa.

� Mas se for pactuada cláusula que reduza o salário ou ajornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo detrabalho deverão prever a proteção dos empregadoscontra dispensa imotivada durante o prazo de vigência doinstrumento coletivo.

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� OUTRA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Todavia, hádireitos do trabalhador que não podem ser objeto denegociação. Em relação a eles, a convenção coletiva ou oacordo coletivo de trabalho jamais prevalecerão sobre a lei.São direitos assegurados no art. 7º da Constituição Federal.A Reforma ressalvou isso no art. 611–B introduzido na CLT:

� Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção� Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convençãocoletiva ou de acordo coletivo de trabalho,exclusivamente, a supressão ou a redução dosseguintes direitos:

� I - normas de identificação profissional, inclusive as anotaçõesna Carteira de Trabalho e Previdência Social;

� II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

� III – valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória doFundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

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� IV – salário mínimo;� V – valor nominal do décimo terceiro salário;

� VI – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

� VII – proteção do salário na forma da lei, constituindo crimesua retenção dolosa;

� VIII – salário-família;

� IX – repouso semanal remunerado;IX – repouso semanal remunerado;

� X – remuneração do serviço extraordinário superior, nomínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal;

� XI – número de dias de férias devidas ao empregado;

� XII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, umterço a mais do que o salário normal;

� XIII – licença-maternidade com a duração mínima de cento evinte dias;

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� XIV – licença-paternidade nos termos fixados em lei;� V – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante

incentivos específicos, nos termos da lei;

� XVI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo nomínimo de trinta dias, nos termos da lei;

� XVII – normas de saúde, higiene e segurança do trabalhoXVII – normas de saúde, higiene e segurança do trabalhoprevistas em lei ou em normas regulamentadoras doMinistério do Trabalho;

� XVIII – adicional de remuneração para as atividades penosas,insalubres ou perigosas;

� XIX – aposentadoria;

� XX – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo doempregador;

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� XXI – ação, quanto aos créditos resultantes das relações detrabalho, com prazo prescricional de cinco anos para ostrabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após aextinção do contrato de trabalho;

� XXII – proibição de qualquer discriminação no tocante asalário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência;

� XXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre� XXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubrea menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menoresde dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dequatorze anos;

� XXIV – medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;

� XXV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculoempregatício permanente e o trabalhador avulso;

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� XXVI – liberdade de associação profissional ou sindical dotrabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem suaexpressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou descontosalarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordocoletivo de trabalho;

� XXVII – direito de greve, competindo aos trabalhadoresdecidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interessesque devam por meio dele defender;que devam por meio dele defender;

� XXVIII – definição legal sobre os serviços ou atividadesessenciais e disposições legais sobre o atendimento dasnecessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve;

� XXIX – tributos e outros créditos de terceiros;

� XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação.

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� O NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO PODERÁ SERPREJUDICIAL AOS EMPREGADORES – CONCORRÊNCIADESLEAL - O DUMPING SOCIAL.

� A inovação trazida pela Reforma Trabalhista, prestigiando oconvencionado pelos sindicatos sobre o legislado, além dedesagradar os trabalhadores, poderá desagradar a muitosempresários que ainda não se deram conta do potencial nocivodessa reforma.dessa reforma.

� É que, ao permitir acordos coletivos restritivos de direitos legais, oPL poderá gerar graves comprometimentos ao equilíbrio domercado. Favorecerá a prática do chamado dumping social.Como os ajustes poderão ser celebrados por empresa,individualmente, é provável que uma consiga ajustar de modo areduzir mais direitos de seus empregados do que uma suaconcorrente. Portanto, poderá vender o seu produto por menorpreço, levando a concorrente à bancarrota, às custas da precarizaçãodos direitos de seus “colaboradores”.

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� A PROIBIÇÃO DE ESTIPULAR DURAÇÃO DE CONVENÇÃOCOLETIVA DE TRABALHO COM PRAZO SUPERIOR A DOISANOS - E NÃO VALERÁ ALÉM DO PRAZO FIXADO.

� A Súmula 277 do TST consubstancia entendimento jurisprudencialacerca da ultratividade dos acordos coletivos e convenções coletivas, nosentido de que os benefícios ao empregado neles ajustados,independentemente do término do período de vigência do respectivoinstrumento normativo, integram os contratos individuais de trabalho,até que nova negociação seja firmada.até que nova negociação seja firmada.

� Pois a Reforma Trabalhista veio impedir isso.

� Ou seja, vencida a vigência da norma coletiva, não há mais falar queprevalecem benefícios nela estipulados enquanto não são celebradosnovos CCT ou ACT. É evidente o prejuízo para o trabalhador.

� TEXTO DA REFORMA: Art 614 - § 3º Não será permitido estipularduração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior adois anos, sendo vedada a ultratividade.

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� INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO APENAS PELOAJUIZAMENTO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.

� A Constituição Federal, no seu art. 7º, XXIX, prevê, como regra,que os trabalhadores urbanos e rurais tem até dois anos após aextinção do contrato de trabalho para dar entrada na suareclamação trabalhista, de modo a cobrar créditos resultantesdos últimos cinco anos da relação de trabalho. Esse é o chamadodos últimos cinco anos da relação de trabalho. Esse é o chamadoprazo prescricional. Ocorre que é possível interromper o cursodesse prazo prescricional de dois anos, zerando-o epossibilitando que ele venha a ser reiniciado.

� A CLT reformada vem prevendo que a interrupção da prescriçãosomente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamaçãotrabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda quevenha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitosapenas em relação aos pedidos idênticos.

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� Isso prejudica o trabalhador. Basta ver que, emrelação aos litígios não trabalhistas, o Código deProcesso Civil prevê seis (repito, seis) hipótesesde interrupção da prescrição.de interrupção da prescrição.

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� O TERMO DE QUITAÇÃO ANUAL DE OBRIGAÇÕESTRABALHISTAS, PERANTE O SINDICATO DOSEMPREGADOS.

� Com a Reforma Trabalhista, a CLT passou a permitir queempregados e empregadores façam documento de quitaçãoanual das obrigações trabalhistas. Esse termo/documentodeverá ser assinado perante o sindicato dos empregados dacategoria. Pode ser assinado tanto na vigência do contrato deemprego, como depois dela.emprego, como depois dela.

� O documento/termo de quitação anual deverá informar asobrigações cumpridas e as parcelas pagas mensalmente e deleconstará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácialiberatória das parcelas nele especificadas

� Não há dúvida que essa alteração feita na CLT visou impedir otrabalhador de ir à Justiça do Trabalho pleitear direitos referentesao(s) período(s) anual(ais) coberto(s) pelo(s) termo(s) dequitação assinado(s).

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� Porém, trata-se de uma regra legal polêmica. Acho que a Justiçado Trabalho vai receber muitas ações nas quais o empregadobuscará discutir a validade desses termos de quitação anual.Principalmente quando os termos de quitação forem assinadasenquanto o reclamante ainda estava vinculado aoempregador, ou seja, ainda era seu empregado.

� Mas por que penso assim?

� É que muitos advogados de empregados e sindicatos� É que muitos advogados de empregados e sindicatosrepresentativos de trabalhadores dirão que, mesmo tendoassinado o termo de quitação anual, o empregado poderá ir àJustiça questionar os valores pagos, dizendo, por exemplo, quenão foram corretos. Já os empregadores dirão que, ao preverque a quitação anual dada pelo empregado é dada “com eficácialiberatória das parcelas nele especificadas”, a lei deixou claroque a quitação não mais poderá ser questionada. Nem naJustiça.

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� Quanto a poder ou não ser questionada a quitaçãoanual na Justiça do Trabalho, os advogados deempregados e de sindicatos de trabalhadorescertamente dirão que a CLT jamais poderia impedir otrabalhador de ir à Justiça questionar os valoresregistrados e pagos no termo de quitação anual, hajaregistrados e pagos no termo de quitação anual, hajavista que a Constituição Federal prevê que “a lei nãoexcluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ouameaça a direito” (art. 5º, XXXV, da CF). E eu acho que,se assim o dissessem, razão eles teriam.

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� O AUTÔNOMO VINCULADO DE FORMA CONTÍNUA SEMSER EMPREGADO.

� A Lei da Reforma Trabalhista trouxe para a CLT uma nova eestranhíssima regra. Refiro-me ao art. 442-B. Vejamos a suaredação:

� Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por estetodas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, detodas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, deforma contínua ou não, afasta a qualidade de empregadoprevista no art. 3º desta Consolidação.

� Enquanto o aludido artigo previu a figura do autônomo semexclusividade e de forma não contínua, até fez sentido. Oprofissional autônomo, de fato, se caracteriza por prestarserviço eventual, com total autonomia, sem subordinação aquem o contrata e, claro, sem exclusividade.

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� É só pensar no técnico em refrigeração contratado por umaempresa que vende óculos e jóias para entender. O serviço éeventual, esporádico, não se vinculando o técnico emrefrigeração ao dono da loja.

� Porém, não faz sentido e era uma aberração a lei estabelecer quetambém será autônomo - e não empregado - um profissional quepresta serviço com exclusividade e de forma contínua.

� Ora, ficava difícil imaginar uma pessoa física prestando serviço� Ora, ficava difícil imaginar uma pessoa física prestando serviçocom exclusividade e de forma contínua a alguém ou a umaempresa sem que ela seja empregada. Principalmente porque sesabe que o autônomo não trabalha de graça, cobra por seuserviço. Ou seja, como ele cobra pelo serviço, tem-se que prestaum serviço que, no dizer do direito, seria oneroso. Tudo issoenquadra o tal “autônomo que presta serviço de formacontínua e com exclusividade” na moldura legal deempregado.

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� Vejamos como a CLT define empregado:

� Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestarserviços de natureza não eventual a empregador, sob adependência deste e mediante salário.

� Portanto, ao trazer para a CLT esse artigo que previa a� Portanto, ao trazer para a CLT esse artigo que previa aesquisita figura do “autônomo que presta serviço de formacontínua e com exclusividade”, a Lei da ReformaTrabalhista terminou por ignorar outro artigo da CLT, no casoo art. 3º, que estabelece o conceito de empregado.

� Esse conflito interno na legislação trabalhista era de todoinaceitável.

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� Não sem razão o Presidente Michel Temer, um jurista epatrono da Reforma Trabalhista, percebeu o equívoco da Leida Reforma Trabalhista e editou a Medida Provisória nº808/2017 alterando esse regramento pertinente ao autônomo,retirando a possibilidade de sua contratação comexclusividade. Eis a nova redação do art. 442 –B, da CLT:

“Art. 442 –B - A contratação do autônomo, cumpridas por estetodas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afastaa qualidade de empregado prevista no art. 3º destatodas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afastaa qualidade de empregado prevista no art. 3º destaConsolidação§ 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade nocontrato previsto no caput.§ 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art.3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomadorde serviços”.

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� Devo destacar que a MP nº 808/2017 se ocupou em ressalvarque “Motoristas, representantes comerciais, corretoresde imóveis, parceiros, e trabalhadores de outrascategorias profissionais reguladas por leis específicasrelacionadas a atividades compatíveis com o contratoautônomo, desde que cumpridos os requisitos previstono caput, não possuirão a qualidade de empregadoprevista o art. 3º.prevista o art. 3º.

� A MP foi além na tentativa de precarizar o vínculo de empregoe trouxe, no seu bojo, um § 7º estabelecendo que é possível acontratação de autônomo ainda que ele “exerça atividaderelacionada ao negócio da empresa contratante.”

� Contudo - e até de modo ocioso, desnecessário – tambémestabeleceu que, “uma vez presente a subordinação jurídica”,o vínculo do tal autônomo com o seu contratante seráseráreconhecidoreconhecido oo vínculovínculo empregatícioempregatício.. Ora, isso é óbvio!

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� O CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE.

� Outra inovação trazida pela Lei da Reforma Trabalhista foia permissão para a celebração de o chamado contrato detrabalho intermitente, no qual o período de inatividade doempregado aguardando ordens não será consideradotempo à disposição do empregador.tempo à disposição do empregador.

� Nesse tipo de contrato, o empregado não dispõe de horáriofixo para trabalhar. Não possui jornada de trabalhopreviamente estabelecida e sequer conta com salário certoao final do mês, ficando disponível a qualquer hora do dia,da noite, da semana, do ano, podendo alternar períodos deprestação de serviços e de inatividade a depender danecessidade do patrão.

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� O contrato intermitente e as alteraçõesadvindas da edição da MP nº 808/2017.

� Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente serácelebrado por escrito e registrado na CTPS, ainda queprevisto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva,e conterá:

� I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes;� I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes;

� II - valor da hora ou do dia de trabalho, que nãopoderá ser inferior ao valor horário ou diário dosalário mínimo, assegurada a remuneração do trabalhonoturno superior à do diurno e observado o disposto no §12; e

� III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração.

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� § 1º O empregador convocará, por qualquer meio decomunicação eficaz, para a prestação de serviços, informandoqual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos deantecedência.

� § 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de vintee quatro horas para responder ao chamado, presumida, nosilêncio, a recusa.silêncio, a recusa.

� § 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação parafins do contrato de trabalho intermitente.

� § 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, aparte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outraparte, no prazo de trinta dias, multa de 50% daremuneração que seria devida, permitida a compensaçãoem igual prazo.

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� § 5º O período de inatividade não será consideradotempo à disposição do empregador, podendo otrabalhador prestar serviços a outros contratantes.

� § 6º Na data acordada para o pagamento, observado odisposto no § 11, o empregado receberá, de imediato, asseguintes parcelas:seguintes parcelas:

� I – remuneração;

� II – férias proporcionais com acréscimo de um terço;

� III – décimo terceiro salário proporcional;

� IV – repouso semanal remunerado; e

� V – adicionais legais.

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� § 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferioràquele devido aos demais empregados doestabelecimento que exerçam a mesma função.

� Art. 452 – C.� § 1º Durante o período de inatividade, o empregado poderá

prestar serviços de qualquer natureza a outrostomadores de serviço, que exerçam ou não a mesmatomadores de serviço, que exerçam ou não a mesmaatividade econômica, utilizando contrato de trabalhointermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho.

� § 2º No contrato de trabalho intermitente, o período deinatividade não será considerado tempo à disposição doempregador e não será remunerado, hipótese em que restarádescaracterizado o contrato de trabalho intermitente casohaja remuneração por tempo à disposição no período deinatividade.”

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� Art. 452 –D. Decorrido o prazo de um ano sem qualquerconvocação do empregado pelo empregador, contado a partirda data da celebração do contrato, da última convocação ou doúltimo dia de prestação de serviços, o que for mais recente,será considerado rescindido de pleno direito o contrato detrabalho intermitente.” (NR)

� Art. 452 – E. Ressalvadas as hipóteses a que se referem os art.482 e art. 483, na hipótese de extinção do contrato de trabalho482 e art. 483, na hipótese de extinção do contrato de trabalhointermitente serão devidas as seguintes verbas rescisórias:

� I - pela metade:

� a) o aviso prévio indenizado, calculado conforme o art. 452-F;b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia doTempo de Serviço – FGTS.

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� II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.

� § 1º A extinção de contrato de trabalho intermitentepermite a movimentação da conta vinculada dotrabalhador no FGTS, limitada a até oitenta por centodo valor dos depósitos.

� § 2º A extinção do contrato de trabalho intermitente aque se refere este artigo não autoriza o ingresso noque se refere este artigo não autoriza o ingresso noPrograma de Seguro-Desemprego.” (NR)

� Art. 452 –F. As verbas rescisórias e o aviso prévio serãocalculados com base na média dos valores recebidospelo empregado no curso do contrato de trabalhointermitente.

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� § 1º No cálculo da média a que se refere o caput, serãoconsiderados apenas os meses durante os quais o empregadotenha recebido parcelas remuneratórias no intervalo dos últimosdoze meses ou o período de vigência do contrato de trabalhointermitente, se este for inferior.

� § 2º O aviso prévio será necessariamente indenizado, nos termosdos § 1º e § 2º do art. 487.” (NR)

� Art. 452 – G. Até 31 de dezembro de 2020, o empregadoregistrado por meio de contrato de trabalho por prazoindeterminado demitido não poderá prestar serviços para oregistrado por meio de contrato de trabalho por prazoindeterminado demitido não poderá prestar serviços para omesmo empregador por meio de contrato de trabalhointermitente pelo prazo de dezoito meses, contado da data dademissão do empregado.” (NR)

� Art. 452 – H. No contrato de trabalho intermitente, oempregador efetuará o recolhimento das contribuiçõesprevidenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTScom base nos valores pagos no período mensal e fornecerá aoempregado comprovante do cumprimento dessas obrigações,observado o disposto no art. 911-A.” (NR)

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� A IMPOSSIBILIDADE DE DISPENSAR SEM JUSTA CAUSA OEMPREGADO NOS CASOS EM QUE HOUVER ACORDO OU ACONVENÇÃO COLETIVA ESTABELECEREM REDUÇÃO DESALÁRIO OU DE JORNADA DE TRABALHO .

� Já foi dito que a Lei da Reforma Trabalhista vai modificar a CLTpermitindo que o ajustado em convenção coletiva e em acordocoletivo de trabalho prevaleça sobre a lei no que diz respeito aalguns direitos. É o chamado negociado sobre o legislado.alguns direitos. É o chamado negociado sobre o legislado.

� No entanto, quando for pactuada cláusula que reduza o salárioou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalhodeverão prever a proteção dos empregados contra dispensaimotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

� Sem dúvida a previsão de proteção aos empregados, contra dispensaimotivada, durante a vigência de ACT ou CCT que prevê condiçõesde trabalho inferiores ao previsto em lei, é algo a ser festejado.

105Prof. PAULO MONT´ALVERNE FROTA

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� A REFORMA ESTABELECEU HIPÓTESES QUE NÃO PODEMSER CONFIGURADAS COMO TEMPO À DISPOSIÇÃO DOEMPREGADOR.

� Considero o dispositivo legal louvável porque enseja maiorsegurança jurídica

� Segundo a nova redação do Art. 4º, § 2°, da CLT, algumassituações que acontecem após a jornada do trabalhador nãodevem ser consideradas como tempo à disposição doempregador e, por isso, o tempo consumido nelas não deveempregador e, por isso, o tempo consumido nelas não deveser computado como período de trabalho extraordinário.

� Portanto, não deverá contar como de trabalho ou tempo àdisposição do empregador o que exceder a jornada normalquando o empregado, por escolha própria, permanecer nasdependências da empregadora para buscar proteção pessoal,em caso de insegurança nas vias públicas ou más condiçõesclimáticas.

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� Da mesma forma, não deverá contar como de trabalho outempo à disposição do empregador o que exceder a jornadanormal quando o empregado permanecer ou estiver nasdependência da empregadora para exercer atividadesparticulares, entre as quais: participar de práticas religiosas;estiver em descanso, em lazer, em estudo, em alimentação;estiver realizando atividades de relacionamento social;estiver realizando atividades de relacionamento social;estiver fazendo a sua higiene pessoal ou quando estivertrocando de roupa ou uniforme, quando não houverobrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

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� QUANTO AO SÓCIO QUE SE RETIRA DA SOCIEDADE – AREFORMA TAMBÉM DEU MAIS SEGURANÇA JURÍDICA.

� A Lei da Reforma Trabalhista introduziu novo artigo na CLTprevendo que o sócio que se retira da sociedade respondesubsidiariamente pelas obrigações trabalhistas dasociedade, porém somente em relação às obrigações relativasao período no qual ele figurou como sócio e nos casos deações ajuizadas até dois anos depois de averbada aações ajuizadas até dois anos depois de averbada amodificação do contrato na Junta Comercial.

� Ser responsável subsidiário quer dizer que, caso oempregado venha a cobrar os seus direitos não quitados, aresponsabilidade pelo pagamento é, primeiro, da empresa, aqual tem o seu patrimônio sujeito à ação da Justiça doTrabalho, podendo ser penhorado e leiloado para pagar oempregado.

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� Caso a Justiça não encontre bens da empresa, nem o advogadodo empregado os aponte, a cobrança da dívida passará a serfeita contra os “sócios atuais”, ou seja, aqueles que estiverem àfrente da empresa quando da cobrança judicial.

� Caso os sócios atuais não tenham bens ou os tenham, mas nãoo suficiente para quitar a dívida, a Justiça passará a cobrar dosócio que se retirou da sociedade. Porém, insisto: o sóciosócio que se retirou da sociedade. Porém, insisto: o sócioretirante somente responde pelas dívidas relativas aoperíodo no qual ele figurou como sócio e nos casos de açõesajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação docontrato na Junta Comercial.

� Detalhe importante: O sócio retirante responderásolidariamente, com os sócios atuais quando ficarcomprovada fraude na alteração societária decorrente damodificação do contrato. Solidariamente quer dizer no mesmotempo.

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� PROCESSOS PARADOS POR MAIS DE DOIS ANOS E ACHAMADA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (ART.11 -A).

� O TST não admite tal prescrição no âmbito do processo trabalhista.A partir de 11/11/2017, vai ter que mudar o seu entendimento,

� Com a vigência da nova CLT, se o processo trabalhista estiver na fasede cobrança da dívida (a chamada execução) e o advogado dotrabalhador ou o próprio trabalhador não cuidarem em fazer oprocesso andar, ou seja, não atenderem à intimação do juiz para queprocesso andar, ou seja, não atenderem à intimação do juiz para queadotem alguma providência, o processo será encaminhado aochamado “arquivo provisório” por dois anos. Decorridos esses doisanos sem que o trabalhador ou seu advogado adotem providência, oprocesso será arquivado definitivamente. Diz-se, tecnicamente, queo juiz declarará a prescrição intercorrente e encaminhará os autosdo processo ao arquivo definitivo.

� Essa decisão, evidentemente, pode ser alvo de recurso dotrabalhador ao Tribunal do Trabalho.

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� Eis o Art. 11-A, introduzido na CLT pela Lei da ReformaTrabalhista:

� REFORMA: Art. 11-A - OcorreOcorre aa prescriçãoprescrição intercorrenteintercorrente nonoprocessoprocesso dodo trabalhotrabalho nono prazoprazo dede doisdois anosanos..

� § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-sequando o exequente deixa de cumprir determinação judicialno curso da execução.no curso da execução.

� § 2º A declaração da prescrição intercorrente pode serrequerida ouou declaradadeclarada dede ofícioofício em qualquer grau dejurisdição.

� (*) Declarada de ofício quer dizer: o juiz, por conta própria,independente de pedido da parte reclamada, declara aprescrição.

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� MAJORAÇÃO DA MULTA POR EMPREGADO SEMANOTAÇÃO EM CTPS (Art. 47).

� A Lei da Reforma Trabalhista alterou os valores das multasaplicáveis a empregadores encontrados com empregados semregistro contratual.

� REFORMA: Art. 47. O empregador que mantiver empregado nãoregistrado nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará sujeitoa multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregadoa multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregadonão registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.

� § 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caputdeste artigo, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00(oitocentos reais) por empregado não registrado, quando setratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.

� § 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceçãoao critério da dupla visita.

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� VALOR DA HORA EXTRA – ATUALIZAÇÃO PARA 50%CONFORME CF – (ART. 59, § 1º).

� A Lei da Reforma promoveu uma atualização no texto doparágrafo 1º do art. 59 da CLT, que trata do valor dashoras extras, de modo a ficar conforme a previsãoconstitucional.constitucional.

� Eis o novo dispositivo legal da CLT:� Art. 59.

� § 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos,50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

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� SUCESSÃO DE EMPREGADORES E ASRESPONSABILIDADES DAS EMPRESAS SUCESSORA ESUCEDIDA – (Art. 448-A e §un).

� É comum empresários passarem uma empresa para outro(s).Vendem as cotas sociais e a unidade produtiva ou parte dela.Isso importa em alteração na constituição societária daempresa. Temos, em casos como esse, a chamada sucessão deempresa ou de empregadores.empresa ou de empregadores.

� Ocorre que a CLT diz, no seu art. 448, que “A mudança napropriedade ou na estrutura jurídica da empresa nãoafetará os contratos de trabalho dosrespectivos empregados”.

� Já o seu art. 10 prevê, a CLT anuncia que “Qualquer alteraçãona estrutura jurídica da empresa não afetará os direitosadquiridos por seus empregados”.

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� Esses dispositivos legais querem dizer que a alteração naestrutura jurídica da empresa, a saída de um sócio cotista dasociedade ou mesmo de todos, a transferência doempreendimento ou de parte dele para outros sócios, nadadisso afetará os contratos de trabalho dosrespectivos empregados, haja vista que os contratos detrabalho dos empregados e os seus direitos estão, a rigor,vinculados ao empreendimento. Se o empreendimento évinculados ao empreendimento. Se o empreendimento épassado a outros donos, os contratos de trabalho dosempregados e os seus direitos seguem o empreendimento.

� A Lei da Reforma Trabalhista veio, em boa hora, esclareceracerca das responsabilidades que cabem à empresas sucedida eà empresa sucessora. É o que veremos a seguir.

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� Diz o Art. 448-A da CLT que, uma vez caracterizada a sucessãoempresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 hápouco citados, as obrigações trabalhistas, inclusive ascontraídas à época em que os empregados trabalhavampara a empresa sucedida, são de responsabilidade dosucessor.

� Porém, o mesmo artigo 448-A, no seu parágrafo único, estabelecee esclarece que “A empresa sucedida responderá solidariamentee esclarece que “A empresa sucedida responderá solidariamentecom a sucessora quando ficar comprovada fraude natransferência”.

� Ou seja, naqueles casos em que não ocorre efetiva transferênciado empreendimento, mas tão somente a transferência “defachada” (p.ex: transferência só no papel, no contrato social,usando laranjas para figurarem como novos sócios da empresa,mas sem que os bens e patrimônio da empresa sejam transferidos),

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� nesses casos, em que se verifica fraude na transferência daempresa, a responsabilidade pelo pagamento dos direitos dosempregados, atuais e antigos, é de ambas as empresas. Tanto aempresa sucessora, quanto a sucedida, respondem pelasdívidas. O trabalhador poderá ajuizar a sua reclamaçãosomente contra a sucessora, somente contra a sucedida oucontra as duas ao mesmo tempo, sendo que ambas, secontra as duas ao mesmo tempo, sendo que ambas, secondenadas, serão alvo da cobrança da Justiça ao mesmotempo. Isso será assim por conta da responsabilidadesolidária mencionada no parágrafo único, do 448-A, da CLTque vigorará a partir de 11/11/2017.

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� EQUIPARAÇÃO SALARIAL E DISCRIMINAÇÃO POR MOTIVODE SEXO OU ETNIA – PREVISÃO DE MULTA (ART. 461, § 6º).

� Vimos aqui que a Reforma Trabalhista dificultou muito apossibilidade de o empregado conseguir ter o seu salárioequiparado ao de um colega de trabalho. A partir de 11/11/2107 aCLT restringirá a possibilidade de equiparação salarial,impondo mais requisitos do que a legislação atual.

� No entanto, a Lei da Reforma Trabalhista merece aplausoquando prevê multa no caso em que é verificada a desigualdade

� No entanto, a Lei da Reforma Trabalhista merece aplausoquando prevê multa no caso em que é verificada a desigualdadesalarial motivada por discriminação por motivo de sexo ouetnia. Veja o texto do § 6º, introduzido no art. 461 da CLT:

� REFORMA: § 6º No caso de comprovada discriminação por motivode sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento dasdiferenças salariais devidas, multa, em favor do empregadodiscriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limitemáximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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� PAGAMENTO RESCISÓRIO - ÉPOCA PRÓPRIA – EPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO VIA DEPÓSITOBANCÁRIO (art. 477 – § 4º).

� A CLT, na sua redação atual, prevê que o pagamento a que fizerjus o empregado será efetuado no ato da homologação darescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou emcheque visado, conforme acordem as partes, salvo se oempregado for analfabeto, quando o pagamento somenteempregado for analfabeto, quando o pagamento somentepoderá ser feito em dinheiro.

� A Lei da Reforma alterou essa norma. Como já dito, não maisserá obrigatório fazer com a assistência sindical ahomologação da rescisão contratual dos empregados commais de um ano de casa. Em vista disso, a reforma tambémestabeleceu que não mais será obrigatório o pagamento darescisão no ato da homologação.

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� Na verdade, a nova CLT, com vigência prevista para iniciar em11/11/2017, estabelece que “o pagamento dos valoresconstantes do instrumento de rescisão ou recibo dequitação deverão ser efetuados até dez dias contados apartir do término do contrato”.

� Além disso, as partes (patrão e empregado) poderão ajustar opagamento em dinheiro, via depósito bancário ou chequepagamento em dinheiro, via depósito bancário ou chequevisado ou somente em dinheiro ou depósito bancário quandoo empregado for analfabeto.

� A grande novidade, nesse tocante, é a possibilidade depagar a rescisão via depósito bancário.

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� A ANOTAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL NA CARTEIRADE TRABALHO PASSA A SER DOCUMENTO HÁBIL PARAREQUERER O SEGURO-DESEMPREGO E PARA SACAR OFGTS.

� A Lei da Reforma Trabalhista alterou o art. 477 da CLT. Prevê que, apartir de sua vigência, “na extinção do contrato de trabalho, oempregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho ePrevidência Social, comunicar a dispensa aos órgãosPrevidência Social, comunicar a dispensa aos órgãoscompetentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias noprazo de 10 dias contados a partir do término do contrato”.

� Estabelece, também, que, a anotação da extinção do contrato naCarteira de Trabalho e Previdência Social é documento hábil pararequerer o benefício do segurodesemprego e a movimentação daconta vinculada do FGTS, desde que a comunicação “aos órgãoscompetentes” tenha sido realizada. Só não disse quais eramesses órgãos.

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� EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR ACORDOENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR (art. 484-A).

� A Lei da Reforma Trabalhista introduziu o art. 484-A na CLT.Com essa inovação, o legislador assegurou a possibilidade de ocontrato de trabalho ser extinto por acordo entre empregado eempregador, prevendo, nesse caso, mais proveito ao empregadodo que o que lhe caberia se optasse por pedir demissão.do que o que lhe caberia se optasse por pedir demissão.

� Ou seja, no tocante às verbas rescisórias devidas ao empregado,essa nova modalidade de rescisão contratual enseja aoempregado como que um meio termo entre o que lhe seriadevido na dispensa sem justa causa e o que lhe caberia no pedidode demissão.

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� Portanto, a partir de 11/11/2017, o contrato de trabalho poderáser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso emque serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:

� I – por metade:

� a) o aviso prévio, se indenizado; e

� b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempode Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 demaio de 1990;maio de 1990;

� II – na integralidade, as demais verbas trabalhistas.

� A extinção do contrato por acordo entre patrão e empregadotambém permitirá o saque do FGTS, porém limitada até 80%(oitenta por cento) do valor que houver na contados vinculadado empregado.

� Por fim, a extinção do contrato por acordo não autorizará oingresso no Programa de Seguro-Desemprego.

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� Creio que essa previsão legal irá reduzir ou mesmo acabarcom fraudes realizadas visando o ilegal saque de FGTS eirregular recebimento do seguro-desemprego.

� Essa fraude tem ocorrido quando o empregado deseja pedirdemissão, porém quer que o empregador formalize uma dispensasem justa causa. O patrão, todavia, não aceita arcar com oscustos dessa modalidade rescisória (p.ex: pagar o aviso prévio e amulta do FGTS) e eles, patrão e empregado, em conluio, simulammulta do FGTS) e eles, patrão e empregado, em conluio, simulamuma dispensa imotivada, sendo que o valor do aviso prévioindenizado consta no termo rescisório, mas não é pago, e a multade 40% do FGTS é depositada mas, depois, é devolvida aoempregador, podendo o empregado, no entanto, sacar o FGTSdepositado na sua conta vinculada e se habilitar ao seguro-desemprego. O novo texto trazido pela Lei da ReformaTrabalhista vai resolver esse problema e acabar com essa farsa.

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� EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E EXPRESSA AUTORIZAÇÃOPARA RECOLHIMENTO DO CHAMADO IMPOSTOSINDICAL.

� A CLT atual prevê, no seu art. 582, que os empregadores sãoobrigados a descontar, da folha de pagamento de seusempregados relativa ao mês de março de cada ano, acontribuição sindical por estes devida aos respectivossindicatos.sindicatos.

� Estabelece, ainda, que essa contribuição tem o valor de um diade trabalho.

� Como se tratava de contribuição obrigatória, o que se viu, aolongo dos anos, foi a criação de milhares de “sindicatos decarimbo”, aqueles que em nada zelam pelos interesses dostrabalhadores por eles representados e que jamais, ou raramente,celebraram um acordo coletivo e, muito menos, uma convençãocoletiva prevendo alguma vantagem para a classe operária quelhe financiava.

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� A rigor, eram sindicatos chefiados por espertos que seeternizavam na direção sindical e que em muito seaproveitavam do dinheiro do “imposto sindical”, mas que nadafaziam a não ser carimbar homologação de rescisões.

� Pois a Reforma veio acabar com a obrigatoriedade dochamado imposto sindical.

� É fato que alguns sindicatos representantes de trabalhadores� É fato que alguns sindicatos representantes de trabalhadorescom reconhecido serviço à categoria por eles representadasofrerão com essa alteração legislativa. Porém, há o lado bomda mudança. No meu entender, ela se afigura oportuna eimportante, haja vista que, de agora em diante, os sindicatosque forem negligentes com o interesses de seus não resistirãomuito tempo. Estão fadados a desaparecer por “inanição”financeira.

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� Aliás, toda contribuição para sindicato, doravante, haverá deser previamente autorizada pelo contribuinte, seja ele daclasse operária ou patronal. Não só o imposto sindical. No seucaso, a lei passou a exigir mais. É necessário que aautorização seja não só prévia, como e expressa.

� A alteração feita na CLT que ora estou a comentar também� A alteração feita na CLT que ora estou a comentar tambémprovocará a extinção dos chamados “sindicatos pelegos”,aqueles que, embora com nome de sindicato de trabalhadores,atuam, na verdade - por razões inconfessáveis - no interesseda categoria econômica, ou seja, no interesse de patrões.

� Em resumo: só sobreviverão os sindicatos queefetivamente atuarem na busca de melhorias para aclasse que representam.

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� Portanto, se não forem atentos a isso, os sindicatos,profissionais ou patronais, não terão legitimidadealguma. E falta de legitimidade equivale à falta dearrecadação. Nem o imposto sindical, nem outrasarrecadação. Nem o imposto sindical, nem outrascontribuições associativas virão. E o sindicatocarente de legitimidade sucumbirá.

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� HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL E SEUPROCEDIMENTO (ART. 652, F e ART. 855, B a E).

� A CLT atual não prevê a possibilidade de patrão e empregadosubmeterem um acordo extrajudicial à homologação judicial.Durante muito tempo os juízes resistiram a fazê-lo, sob oargumento de falta de interesse jurídico processual dos acordantes(patrão e empregado).

� De fato, se patrão e empregado estavam acertadosextrajudicialmente, por que ocupar a Justiça? Um pedido desse eraextrajudicialmente, por que ocupar a Justiça? Um pedido desse erafadado a ser extinto ao chegar na Justiça. E o que acontecia? Oempregador, com receio de ajustar com o empregado, quitar oacordo extrajudicial e vir a sofrer reclamação judicialposteriormente, engendrava uma lide simulada.

� O reclamante era levado a ajuizar uma reclamação já informado, deantemão, pelo empregador, que, na audiência, o acordoextrajudicial seria noticiado ao juiz e homologado. Não poderia,jamais, confessar a simulação de litígio.

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� Ou seja, o patrão temia que o empregado, gastando o dinheirorecebido, procurasse advogado e ele, empregador, viesse aenfrentar uma ação na Justiça. Queria, enfim, uma quitaçãosegura, feita perante o juiz, que lhe livrasse de pagar denovo.

� Porém, não raro, os juízes, percebiam que estavam sendo usadospara dar ares de solenidade a algo que de litigioso nada tinha.Então, recusavam-se à homologação do acordo e até adotavamEntão, recusavam-se à homologação do acordo e até adotavamprovidência severas contra os advogados e partes envolvidos natal lide simulada.

� Em grande parte dos casos, essas reclamações simuladas eramfeitas por orientação de empregadores que não dispunham dedinheiro para quitar a dívida trabalhista à vista, no sindicato doempregado, no momento da homologação da rescisão docontrato.

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� Como se sabe, o sindicato não homologava a rescisão senãodiante do pagamento integral ao reclamante.

� O impasse estava criado. Ruim para o patrão carente derecursos financeiros que não resolvia o pagamento rescisório.Péssimo para o trabalhador, que ficava sem receber, nemmesmo em parcelas. O que fazer? Surgia a idéia da lidesimulada, nem sempre bem sucedida.simulada, nem sempre bem sucedida.

� Pois bem, o § 1º, do art. 477, da CLT, aquele que previa aexigência de assistência do sindicato ou do agente doMinistério do Trabalho para validar pedido de demissão ourecibo de quitação de rescisão de contrato de trabalho commais de 1 (um) ano foi revogado pela Lei da ReformaTrabalhista.

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� Portanto, a partir de 11/11/2017, a CLT passará a ter um artigoque permite ao patrão e ao empregado celebrarem um acordofora da justiça (extrajudicial), podendo eles se dirigirem aojuiz do trabalho apenas para buscar a homologação do acordo.Não carecerá mais forjar uma reclamação trabalhista.

� Ou seja, essa alteração na CLT vai favorecer, principalmente,� Ou seja, essa alteração na CLT vai favorecer, principalmente,àquele empregador que está em dificuldade financeira. Osempregados não serão mais obrigados a litigar na Justiça doTrabalho ou mesmo fingir um litígio para receber as suasverbas de rescisão contratual de forma integral ou mesmoparcelada ou aquém do que seria devido.

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� Portanto, desde que escute o empregado e o empregador,conhecendo os motivos que os levaram a celebrar o acordoextrajudicial, o juiz deverá homologá-lo, salvo se entender que oacordo é prejudicial ao trabalhador, a parte mais frágil da relaçãode emprego.

� Um detalhe importante: Para saber se o valor do acordo estácondizente com a capacidade econômica do empregador, o juizcondizente com a capacidade econômica do empregador, o juizpoderá, inclusive, valer-se de uma pesquisa patrimonialsuperficial, afastando, dessa forma, eventual aviltamento dointeresse do trabalhador.

� De resto, também entendo que o empregador precisa decerteza e segurança quanto ao ajustado e pago, o que nãolhe ocorrerá se se limitar a fazer um acordo sem a devidachancela judicial.

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� Quanto à conduta a ser adotada para o pedido de homologaçãodo acordo extrajudicial, tem-se que empregador e empregadodeverão se valer de advogados, cada um com o seu. Não poderão,ao meu ver, ser advogados de um mesmo escritório. Osadvogados, então, apresentam o acordo em uma petição assinadapelos dois (petição conjunta). O trabalhador poderá ser assistidopelo advogado do sindicato de sua categoria.pelo advogado do sindicato de sua categoria.

� Apresentado o pedido de homologação do acordo extrajudicialna JT, no prazo de quinze dias o juiz o analisará e, se entendernecessário, designará audiência, na qual ouvirá trabalhador eempregador e, entendendo conveniente, proferirá a sentençahomologatória do acordo.

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� Ou seja, o juiz poderá, sim, homologar o acordo semtrabalhador e empregador(tomador de serviços). Se eleentender que as cláusulas do acordo são razoáveis e nãoprejudiciais ao trabalhador, homologará o ajuste celebradofora da Justiça.

� Importante ressaltar que a petição de homologação de acordo� Importante ressaltar que a petição de homologação de acordoextrajudicial suspende o prazo prescricional (de dois anos) daação quanto aos direitos nela especificados.

� E mais: o dito prazo prescricional voltará a fluir no dia útilseguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar ahomologação do acordo.

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� HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA (ART.791-A).

� Na maioria dos casos, o reclamado (empregador ou tomador deserviço) só é condenado a pagar os honorários do advogado dotrabalhador se perder a causa, totalmente ou em parte e se otrabalhador estiver assistido pelo seu sindicato (contar com otrabalho do advogado do sindicato). O Art. 791-A, introduzido naCLT pela Lei da Reforma Trabalhista, vem trazendo umainovação radical no tocante aos honorários advocatícios.

� A partir de 11/11/2017, tanto o empregador, quanto o trabalhador� A partir de 11/11/2017, tanto o empregador, quanto o trabalhadorpoderão ser condenados a pagar honorários ao advogado da partecontrária, caso venham a perder a causa total ou parcialmente.São os chamados honorários de sucumbência.

� Esses honorários serão fixados entre o mínimo de 5% e o máximode 15% sobre o valor da condenação (se o empregado for ovitorioso) ou sobre o valor atualizado da causa (se o reclamadofor o vitorioso)”.

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� O percentual dos honorários, como já dito, variará de 5% a 15%.Ao fixar os honorários, o juízo levará em conta:

� I – o grau de zelo do advogado na execução de seu trabalho;

� II - o lugar onde esse trabalho advocatício é de prestado;

� III - a natureza e a importância da causa;

� IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para oIV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para oseu serviço.

� É conveniente ressaltar que esses honorários sucumbenciaistambém serão devidos quando a parte estiver assistida ousubstituída pelo seu sindicato e até mesmo quando o advogadoatue em causa própria e nas ações movidas contra aAdministração Pública (União, Estados, Municípios e suasautarquias e fundações).

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� Outra novidade: A Lei da Reforma Trabalhista estabeleceu que,caso o trabalhador perca a causa parcialmente, o valor parapagamento dos honorários do advogado do empregador seráretirado do valor que o reclamante houver ganhado na causa. E,caso o valor dos honorários do advogado seja superior ao valorque o trabalhador ganhar no processo, o juiz poderá apreender ovalor necessário a completar os honorários do advogado doreclamado em qualquer outro processo no qual o trabalhadorreclamado em qualquer outro processo no qual o trabalhadortenha conquistado algum dinheiro.

� Se o reclamante perder a causa totalmente, o juiz também poderápegar em qualquer outro processo do reclamante a grananecessária para pagar os honorários do advogado do reclamado(empregador ou tomador de serviço).

� No caso de o trabalhador perder a causa e não recorrer dasentença ou recorrer e perder, não sendo encontrado dinheiro

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dele em outros processos, o advogado do reclamado poderá procurarbens do trabalhador para serem penhorados e leiloados e, assim, ter oseu crédito quitado. Porém, se nada encontrar de valor, o cumprimentoda obrigação do trabalhador de pagar ao advogado da parte contráriafica suspenso. O juiz proferirá uma decisão declarando essa suspensão.Mas o advogado do reclamado, a qualquer tempo, no prazo de doisanos, deverá cuidar em demonstrar que deixou de existir a situação deinsuficiência de dinheiro e bens do trabalhador, sob pena de perder odireito de cobrar os seus honorários.

� Embora exista essa nova previsão legal, é fato que a esmagadora� Embora exista essa nova previsão legal, é fato que a esmagadoramaioria dos reclamantes se constitui de trabalhadores desempregadosou, quando muito, destituídos de patrimônio penhorável. Portanto, nãoserá fácil vermos advogados de empregadores conseguindo receber ovalor de seus honorários se o reclamante perder a causa totalmente.

� Por fim, relembro que, nos casos de vitória parcial do trabalhador, ojuiz arbitrará os honorários de sucumbência recíproca (os do advogadodo reclamante e os do advogado do reclamado). Mas advirto que nãoserá permitida a compensação entre os honorários.

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� MULTA APLICÁVEL À TESTEMUNHA QUE ALTERAR AVERDADE OU OMITI-LA (art. 793-D).

� Trata-se de uma medida que merece a aprovação de todos osque atuam na Justiça do Trabalho e que zelem pela boa fé narelações interpessoais e, principalmente, na atuaçãoprocessual.

� A partir de 11/11/2017 os juízes poderão impor uma multa àstestemunhas que intencionalmente faltarem com a verdade oua omitirem.

� Essa multa deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a10% (dez por cento) do valor corrigido da causa.

� A cobrança dessa multa se dará nos próprios autos dareclamação trabalhista.

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� RECLAMAÇÃO FORA DO LOCAL ONDE A EMPRESA ESTÁSEDIADA - EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIATERRITORIAL(ART. 800).

� Imagine um maranhense que é contratado em São Luís paratrabalhar no interior de São Paulo. Despedido, retorna a São Luís e,aqui, ingressa na Justiça do Trabalho pleiteando direitos que diz nãoterem sido pagos pelo seu empregador paulista. O comum , nessescasos, é a empresa entender que a causa deve ser julgada no local emcasos, é a empresa entender que a causa deve ser julgada no local emque o empregado prestou serviço. A CLT aponta nesse sentido (ART.651), embora a Constituição Federal assegure o amplo acesso àJustiça, quando o cidadão considera que o seu direito foidesrespeitado.

� Mas o certo é que, se o empregador entende que a causa deve serjulgada na cidade em que o empregado prestou serviço, deverá alegarisso para o juiz. Essa alegação tem o nome técnico de exceção deincompetência em razão do lugar ou territorial.

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� Para fazê-la, o representante da empresa terá de comparecer àaudiência do processo na cidade em que o trabalhador deu entradana sua reclamação

� Ora, viajar até a cidade onde o trabalhador protocolou a suareclamação trabalhista implica em gastos. Tem que ir umrepresentante da empresa e esse, quase sempre, viaja com umadvogado. Ou a empresa contratada um advogado que atua nacidade onde está a causa. Portanto, isso não sai barato. Isso se ocidade onde está a causa. Portanto, isso não sai barato. Isso se oempregador não vai á audiência, praqticamente perderá a causa,porque sofrerá revelia e será tido como confesso (ou seja, é como seele concordasse com tudo o que o trabalhador disse na reclamação).

� A Lei da Reforma mudou isso. A partir de 11/11/2017, oempregador não mais precisará se deslocar até o forum da Justiça doTrabalho onde corre a reclamação.

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� Poderá, de onde estiver, alegar que o juiz certo para julgar a causa éo do local onde o reclamante trabalhou. Basta protocolar a alegaçãono sistema PJe, o que pode ser feito de qualquer lugar, basta tercertificado digital e um computador com internet.

� Porém, a manifestação do empregador (a chamada exceção deincompetencia territorial) deverá ser protocolada no PJe no prazo decinco dias, contados da notificação que a Justiça do Trabalhoencaminhou para o reclamado dando-lhe ciência da reclamação.encaminhou para o reclamado dando-lhe ciência da reclamação.

� Outra coisa importante: a petição do empregador deveráconter em destaque que se trata de uma exceção deincompetência territorial.

� Daí pra frente, o juiz suspende o andamento do processo e cancela aaudiência que estava marcada até que ele (ou outro juiz da Vara)decida onde a ação correrá e será julgada.

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� Em seguida, mandará intimar o trabalhador para que ele, em cincodias, se manifeste sobre as alegações da empresa.

� É possível que o trabalhador e/ou a empresa queiram ouvir odepoimento um do outro ou mesmo ouvir testemunhas. Se o juizentender necessária a produção desse tipo de prova, os depoimentosdo representante da empresa e os das suas testemunhas acontecerãono forum da Justiça do Trabalho da cidade que empresaconsidera como o local correto para o julgamento da causa (oconsidera como o local correto para o julgamento da causa (ochamado juiz territorialmente competente para o julgamento).

� O juiz também poderá ouvir o trabalhador e as testemunhas dele.Mas também poderá simplesmente dispensar a ouvida das partes edas testemunhas e, de logo, decidir se ele será o juiz a julgar a causaou se irá remeter o processo para a Vara do Trabalho apontada pelaempresa.

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� Caso tenha decidido por ouvir o representante da empresa esuas testemunhas, o juiz, ao receber a ata da audiência vinda daVara do Trabalho onde essas pessoas foram ouvidas, decidiráacerca da exceção de incompetência territorial.

� Ou seja, decidirá se o processo permanece na Vara onde o juizatua e onde o processo está tramitando ou se o processo seráatua e onde o processo está tramitando ou se o processo seráencaminhado para a Vara do Trabalho que a empresa indicoucomo sendo a comptente para o julgamento da causa (a Vara dolocal onde o trabalhador prestou serviço).

� Se ele se considerar o competente para julgar a causa, oprocesso retomará seu curso, com a designação de audiência, aapresentação de defesa, a instrução processual e a prolação desentença.

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� A RECLAMAÇÃO TRABALHISTA DEVERÁ TRAZER OSPEDIDOS LÍQUIDOS, OU SEJA, COM OS RESPECTIVOSVALORES COBRADOS.

� A Reforma Trabalhista modificou o artigo da CLT que dizia comoa reclamação deveria ser apresentada. Passou a exigir que, apartir de 11/11/2017, toda reclamação trabalhista apresente ospedidos determinados e com os respectivos valores que otrabalhador espera receber.

� Ou seja, o empregado ou o seu advogado deverá apontar� Ou seja, o empregado ou o seu advogado deverá apontarespecificamente as parcelas que ele entende como não pagas edeverá, ainda, indicar o valor que pretende receber relativamentea cada uma delas. Se não apontar o correspondente valor, oprocesso, no tocante à parcela será extinto.

� Diz-se, tecnicamente, que o reclamação deverá apresentarpedidos certos, determinados e líquidos.

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� O QUE CADA PARTE DEVERÁ PROVAR NA JUSTIÇA?DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA - CONSOANTE CPC2015 – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – DECISÃO PRÉVIA(art. 818 e § 2º).

� No processo, temos duas ou mais pessoas em litígio. Há o(s)autor(res) e o(s) réu(s). No processo do trabalho, como o processo,de regra, começa com uma reclamação trabalhista, o autor échamado de reclamante e o réu de reclamado. Se for mais de umlitigando, dizemos que são reclamantes e reclamados.litigando, dizemos que são reclamantes e reclamados.

� Eles afirmam as suas versões dos fatos. Porém, esses fatos devem serprovados. Portanto, cada parte tem obrigação de fazer prova(s) dosfatos. O que cabe a cada parte provar chamamos de ônus ou encargoprobatório.

� A distribuição do ônus da prova (o que cabe a cada parte provar)consiste em uma técnica processual, cuja disciplina cabe, emprincípio, à lei.

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� A Lei da Reforma Trabalhista praticamente importou do Códigode Processo Civil (CPC) as regras disciplinadoras da distribuiçãodo ônus da prova. E isso foi uma boa providência, haja vista que aredação do CPC é bem mais técnica e esclarecedora do que a queatualmente vista no art. 818 da CLT.

� Pois bem, a redação trazida pela Reforma para o Art. 818 da CLTprevê que o ônus de provar caberá:

I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seudireito;

II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo,modificativo ou extintivo do direito do reclamante.

� Em resumo, o reclamante deverá provar o que alegou. Mas se oreclamado apresentar um fato que se opõe à alegação doreclamante, aí o dever de fazer a prova passa a ser do reclamado.

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� No entanto, em determinadas causas, se fazer a prova semostrar muito difícil ou se ficar claro que a outra parte temmais facilidade de provar o fato alegado pela parte contrária,poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso,desde que o faça por decisão fundamentada, caso em quedeverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônusque lhe foi atribuído.

� Essa decisão, todavia, deverá ser proferida antes da aberturada instrução processual, ou seja, antes de o juiz começar aouvir as partes e as testemunhas. E poderá ser assim porpedido da parte (normalmente o trabalhador é quem temmaior dificuldade de fazer certas provas) e, sem dúvida,implicará no adiamento da audiência.

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� O REPRESENTANTE DA EMPRESA NA AUDIÊNCIA(PREPOSTO) NÃO PRECISA SER EMPREGADO (art.843, §3º)

� Na verdade, a CLT jamais disse que o representante daempresa na audiência, o chamado preposto, deveria serempregado. O TST é que entendia que o preposto deveria serempregado, exceto quando se tratasse de empregadoresdomésticos e de micro ou pequeno empregadores.domésticos e de micro ou pequeno empregadores.

� Agora, a Lei da Reforma Trabalhista põe fim à polêmica queexistia sobre o assunto. E isso é bom. O § 3º introduzido noart. 843 da CLT agora é muito claro:

� REFORMA: § 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigonão precisa ser empregado da parte reclamada.

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� E SE A EMPRESA NÃO COMPARECE À AUDIÊNCIA?EFEITOS DA REVELIA

� A partir de 11/11/2017, o trabalhador/reclamante que não comparecerà primeira audiência do seu processo terá a sua reclamaçãoarquivada, só a podendo repetir (fazer de novo) se recolher as custasdo processo ou se apresentar uma justificativa legal. Não há dúvidaque a Lei da Reforma dificultou as coisas para o trabalhador.

� Já para os empregadores, no que diz respeito à ausência à audiênciainicial, a Lei da Reforma foi menos severa. Na verdade, osinicial, a Lei da Reforma foi menos severa. Na verdade, osempregadores passarão a usufruir de um tratamento bem melhor doque o que hoje é dado.

� Desde o surgimento da CLT e até hoje, se o reclamado (ex: oempregador) falta à audiência inicial do processo, é consideradorevel e confesso. Mesmo que o seu advogado se faça presente. Casoele já tenha protocolado a defesa e juntado documentos, os juízesignoral tanto a defesa, como os documentos vindos com ela.

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� Ressalto que ser considerado revel e confesso é como reconhecerque os fatos alegados pelo reclamante (ex:empregado) são todosverdadeiros. Ou seja, o revel quase sempre perde a causa.

� A COISA VAI MUDAR. A partir de 11/11/2017, o não-comparecimento do reclamante à audiência continua importandono arquivamento da reclamação. E o não-comparecimento doreclamado também continuará importando na sua revelia, além dereclamado também continuará importando na sua revelia, além deconfissão quanto à matéria de fato. Todavia, ainda que ausente oreclamado, uma vez presente o seu advogado na audiência, acontestação da reclamada será aceita (recebida) e osdocumentos que ele apresentar serão considerados pelo juizquando ele for julgar o processo.

� Não há dúvida que para as empresas e empregadores em geral, essafoi uma mudança muito benéfica.

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� Por fim, devo registrar que, mesmo no caso de o reclamado(empregador ou tomador de serviço) faltar à primeira audiência eser considerado revel e confesso, o juiz não reconhecerá comoverdadeiros fatos alegados pelo reclamante (trabalhador) se essesfatos forem algo absurdo, incrível, difícil de acreditar (a leichama de fato inverossímil).

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� ATÉ QUENDO A RECLAMADA PODERÁ APRESENTAR A SUADEFESA NO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO – PJE? (art.847, § único).

� O art. 847 da CLT foi alterado. Ganhou um parágrafo único, o qualestabelece que “A parte poderá apresentar defesa escrita pelosistema de processo judicial eletrônico até a audiência”.

� Entendo que, iniciada audiência, não será mais possível aapresentação da defesa no sistema PJe.apresentação da defesa no sistema PJe.

� Entendo, no entanto, que o aludido dispositivo celetista não vedou apossibilidade de a reclamada ainda poder formular a sua defesaoralmente, em audiência. Essa certeza sobressai, primeiro, do fatode que a Reforma não revogou a cabeça do art. 847 da CLT, a qualprevê que “Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutospara aduzir sua defesa”.

� Por outro lado, o § único introduzido pela Lei da Reforma fala que aparte “poderá” apresentar defesa escrita pelo PJe até a audiência,deixando aberta a possibilidade de formulação de defesa verbal.

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� RECURSO CONTRA DECISÃO DE TURMA DO TRT (RECURSODE REVISTA) PODERÁ TER O SEGUIMENTO PARA O TSTNEGADO POR DECISÃO DO RELATOR DO RECURSO.

� Recurso de Revista é o recurso que cabe contra um acórdão de umadas Turmas do TRT. É dirigido a uma das 8 Turmas do TST. A partirde 11/11/2017, por força do § 14, do Art. 896, da CLT, o relator dorecurso de revista poderá deixar de encaminhar o citado recurso parauma das oito turmas do TST, por decisão sua e não do tribunal(ouseja, por decisão monocrática), nos casos de recurso de revistaseja, por decisão monocrática), nos casos de recurso de revistaapresentado fora do prazo de 8 dias (recurso intempestivo); recursode revista apresentado sem comprovação do recolhimento das custasdo processo e do depósito recursal(a isso se chama deserção e orecurso sem custas e depósito é chamado de recurso deserto);quando o recurso de revista for apresentado com irregularidade derepresentação (advogado sem procuração) ou de ausência dequalquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco deadmissibilidade.

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� O DEPÓSITO RECURSAL EM CONTA ABERTA EM NOMEDA VARA (A CHAMADA CONTA VINCULADA AO JUÍZO).

� Atualmente, para o reclamado (de regra empresas, empregadoresindividuais e empregadores domésticos) recorrer ao TRT contrauma decisão do juiz da Vara do Trabalho, ou mesmo para recorrercontra um acórdão de uma das Turmas do TRT, de modo a que o seurecurso seja examinado por uma das Turmas do TST, em todos essesrecurso seja examinado por uma das Turmas do TST, em todos essescasos o reclamado recorrente haverá de atender a algunspressupostos. Tecnicamente, eles são chamados de pressupostos deadmissibilidade do recurso. Entre eles está fazer o depósito recursal.

� Atualmente, o depósito recursal deve ser efetuado em contavinculada aberta para esse fim, mediante a utilização da Guia deRecolhimento de FGTS e Informações à Previdência Social, achamada GFIP.

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� A partir de 11/11/2017 o depósito deverá ser feito não mais emGFIP, mas em conta vinculada ao juízo e corrigido com osmesmos índices da poupança. (art. 899, § 4º).

� Ou seja, deverá ser feito em guias de depósito judicial, as quaisficam disponíveis tanto nos postos de atendimento do Bancodo Brasil e da Caixa Econômica federal, postos essesnormalmente existentes foruns da Justiça do Trabalho.normalmente existentes foruns da Justiça do Trabalho.

� Trata-se de uma boa mudança na legislação. Afinal, tanto aefetivação do depósito via GFIP, como, principalmente, olevantamento do valor depositado, é muito burocrático edemorado. Não se consegue resgatar o dinheiro depositado antesde três dias. Sem dúvida, tanto os litigantes, quanto os advogadosvão gostar da mudança, já que farão o saque do valor depositadocom bem mais agilidade.

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LIMITAÇÃO AO CHAMADO “IMPULSO OFICIAL”. O JUIZDEPENDERÁ DE PEDIDO DOS ADVOGADOS PARA FAZER OPROCESSO ANDAR.

� É marca registrada do processo do trabalho o chamado “impulsooficial”, ou seja, o juiz fazer “o processo andar” sem que para issoprecisa qualquer das partes pedir. Mesmo que o trabalhador ou oseu advogado adote providências para que a sentença sejacumprida, o juiz, na maioria dos casos, adota as providênciasnecessárias para que isso aconteça. Por exemplo: não precisa onecessárias para que isso aconteça. Por exemplo: não precisa otrabalhador pedir a penhora de bens do reclamado que foicondenado a lhe pagar certo valor. O juiz adota as providênciaspara que ocorra a penhora. Manda calcular o valor da dívida;manda intimar o devedor a pagá-la; determina que os bancosonde o devedor tem dinheiro façam o bloqueio do valor devidoao empregado; procuram saber se o devedor tem veículos ouimóveis que possam ser penhorados, enfim faz de tudo para que

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a sentença seja cumprida e a dívida seja paga. E faz tudo issoindependentemente de o reclamante ou o seu advogado pedirem.Diz-se que, na execução (fase de cumprimento de sentença), ojuiz age de ofício, porque o faz independentemente de pedido doreclamante credor ou de seu advogado.

� A partir de 11/11/2017, o juiz só agirá de ofício nos processos nosquais o reclamante não tenha advogado.

� Salvo nesses casos, o juiz estará proibido de agir por iniciativa� Salvo nesses casos, o juiz estará proibido de agir por iniciativaprópria. O reclamante (ou seu advogado) terá que pedir ao juiz quecumpra a sentença; que mande fazer o cálculo do valor devido; quemande ordem ao Banco Central para penhorar dinheiro do devedor(fazer o chamado Bacenjud); que investique se o devedor tem carrosou imóveis para serem penhorados...etc.

� Se o advogado do reclamante não cuidar em fazer o processo do seucliente “andar”, o processo ficará paralisado. E se ficar parado pordois anos, será extinto.

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� Portanto, os advogados trabalhistas terão que se adaptar aosnovos tempos (da Lei nº 13.467/2017). Se até hoje muitoscontam com a dedicação e empenho dos juízes do trabalho, osquais se desdobram para fazer os processos terem o seu cursosem demora e para cumprir o que foi determinado nasentença, buscando encontrar bens que possam serpenhorados, doravante a coisa vai mudar.

� Os advogados terão que ficar mais atentos, pleiteando as� Os advogados terão que ficar mais atentos, pleiteando asprovidências que entenderem necessárias e eficazes para que adívida trabalhista seja paga. Até porque, “se dormirem noponto” ocorrerá a chamada “prescrição intercorrente”, outranovidade trazida pela Lei da Reforma Trabalhista. Ou seja, seo processo passar dois anos sem que o reclamante ou o seuadvogado adotem providências para o processo seguir emfrente, será ele arquivado. E nem precisa que o devedorsolicite o arquivamento. O juiz o fará por conta própria.

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� A CONTAGEM DE PRAZOS PROCESSUAIS EM DIASÚTEIS.

� A Lei da Reforma Trabalhista prevê que a contagem deprazos processuais deverá se feita considerando os diasúteis, tal como previsto no CPC de 2015.

� Para os advogados, essa alteração tem algo de bom:uniformiza a sistemática de contar prazos em dias úteisno processo civil e no processo trabalhista.

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� O ARQUIVAMENTO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E APOSSIBILIDADE DE ELA SER FEITA NOVAMENTE – AREFORMA DIFICULTA A REPETIÇÃO DA RECLAMAÇÃO .

� Atualmente, se o reclamante faltar à audiência inicial do seuprocesso, a reclamação será arquivada, mas ele poderáingressar com nova reclamação.

� A Lei n. 13.467/2017, a chamada Lei da Reforma Trabalhista,impõe restrição à repetição da reclamação arquivada,exigindo que o trabalhador comprove motivo legalmentejustificável para ter faltado à audiência na qual ocorreu oarquivamento ou recolha, previamente, as custas do processoarquivado, isso como condição para admissão de sua novareclamação. Isso mesmo quando ele seja beneficiário dajustiça gratuita.

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� Isso me parece absurdo.

� Cerca de 80% dos que procuram a Justiça do Trabalho sãodesempregados. Evidentemente, não tem como pagar ascustas processuais sem prejuízo do próprio sustento.

� O absurdo reside nisso: se o trabalhador terá querecolher as custas do processo no caso de arquivamentode sua reclamação, de que serve a gratuidade de justiça aele concedida?ele concedida?

� No meu entender, exigir que o trabalhador pague as custas doprocesso arquivado para poder ingressar com outro, mesmosendo considerado pobre pelo juiz, viola o disposto no art. 5º,LXXIV, da Constituição Federal. O procurador Geral daRepública também pensa assim. Tanto que já foi ao SupremoTribunal Federal questionar esse artigo da nova CLT.

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� É que, segundo o art. 5º, LXXIV, da ConstituiçãoFederal, “oo EstadoEstado prestaráprestará assistênciaassistência jurídicajurídicaintegralintegral ee gratuitagratuita aosaos queque comprovaremcomprovareminsuficiênciainsuficiência dede recursos”recursos”..insuficiênciainsuficiência dede recursos”recursos”..

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� A APLICAÇÃO DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NOPROCESSO DO TRABALHO .

� Já falei que a Lei da Reforma Trabalhista trouxe como novidadepara o processo do trabalho a chamada prescriçãointercorrente.

� Diz o Art. 11-A da nova CLT que ocorre a prescrição intercorrenteno processo do trabalho no prazo de dois anos.

� Prevê, ainda, que a fluência do prazo prescricional intercorrente� Prevê, ainda, que a fluência do prazo prescricional intercorrenteinicia-se quando o credor das verbas trabalhistas (ochamado exequente) deixa de cumprir determinaçãojudicial no curso da execução(fase do processo na qual sefaz a cobrança da dívida trabalhista).

� Por fim, diz a nova lei que a declaração da prescriçãointercorrente pode ser requerida pelo devedor ou declarada “deofício” pelo juiz.

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� Um aspecto muito positivo nessa inovação trazida para a CLTé que vai prestigiar o trabalho dos juízes. Eles não maisdesperdiçarão energia atuando em processos que mostram,claramente, que o devedor não tem dinheiro, nem bens paraquitar a dívida. Não mais ficarão anos e anos mantendo oprocesso em arquivo provisório, esperando que o devedorprocesso em arquivo provisório, esperando que o devedormelhore de condições financeiras e possa ter patrimôniocapaz de pagar o débito. Passados dois anos sem que otrabalhador aponte bens para serem penhorados, de modo aserem leiloados para pagamento de seu crédito, o processoserá definitivamente arquivado.

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� O INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DAPERSONALIDADE JURÍDICA DO CPC.

� O Art. 855-A da nova CLT vem estabelecendo o seguinte:Aplica-se ao processo do trabalho o incidente dedesconsideração da personalidade jurídica previsto nosarts. 133 a 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código deProcesso Civil.

� Sem dúvida, essa novidade vai importar em considerávelretardamento no andamento dos processos e em dificuldadepara se receber o que é devido ao empregado. A partir de11/11/2017, ficará bem mais complicado passar a cobrar dosdonos da empresa o que ela deve na Justiça do Trabalho. Hoje,se não são encontrados bens da empresa para pagar oempregado, o juiz passa a cobrar dos donos da empresa. Oschamados sócios constituintes da sociedade comercial.

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� E isso é feito de modo muito simples. O juiz registra numadecisão que a empresa foi intimada para pagar e não pagou; queele tentou pegar dinheiro nos bancos e não encontrou e que atétentou encontrar outros bens para penhorar, mas não tevesucesso. E que, por isso, passará a cobrar dos donos da empresa,para tanto fazendo a chamada “desconsideração dapersonalidade jurídica da empresa”. Também ocorre de opersonalidade jurídica da empresa”. Também ocorre de oreclamado ser um empresário (e não a sua empresa). Não tendosucesso em achar bens do empresário, o juiz passa a cobrar adívida trabalhista da empresa. Nesse caso ocorre a chamada“desconsideração inversa da personalidade jurídica daempresa”. E ainda ocorre de a empresa não pagar e não seencontrar bens para penhorar, leiloar e pagar o empregado e,em face disso, o juiz identificar que um dos donos da empresatem outras empresas e passar a cobrar delas. Isso, até hoje, vem

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vem sendo feito pelos juízes do trabalho sem maioresdificuldade e de maneira muito eficiente. Tem sido a forma dese conseguir receber de muitas empresas que fecham as portassem pagar aos empregados.

� A partir de 11/11/2017, vai ficar muito mais complicado se fazeressas desconsiderações da personalidade jurídica dasempresas. Haverá como que um processo adicional só pra isso.empresas. Haverá como que um processo adicional só pra isso.Com pedido inicial, defesa, provas, decisão que poderá serobjeto de recursos, enfim, vai ser muito mais complicadopenhorar bens dos sócios/donos das empresas para quitardívidas da firma. Do mesmo modo, mais difícil ficaráapreender bens, dinheiro principalmente, das empresas parapagar débitos de seus proprietários.

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� A NOVA CLT OBRIGA O JUIZ, ANTES DE INICIAR ACOBRANÇA DA DÍVIDA, INTIME AS PARTES PARA SEMANIFESTAREM SOBRE OS CÁLCULOS DELIQUIDAÇÃO .

� Na maioria dos casos, os juízes julgam indicando as parcelas queo reclamado deverá pagar ao reclamante. Mas não apontam, delogo, os respectivos valores. Só alguns poucos juízes calculam osvalores relativos a cada parcela deferida ao reclamante. Quando avalores relativos a cada parcela deferida ao reclamante. Quando asentença aponta esses valores, dizemos que a sentença é“líquida”.

� Quando a sentença não indica os valores a serem pagos aoreclamante, dizemos que ela é “ilíquida”. Então, será necessáriofazer a chamada “liquidação de sentença”.

� Pois bem, quando para se estabelecer os valores das parcelasprecisa apenas de cálculos matemáticos, o juiz manda o contadorda Vara fazer a liquidação de sentença.

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� Feitos os cálculos e apurados os valores de cada parcela devidaao reclamante, o contador apresenta a planilha de cálculos aojuiz. O juiz a analisa e, caso entenda que está de acordo com asentença, homologa os chamados “cálculos de liquidação”.

� Diz a CLT atual que o juiz, antes de homologar os cálculos,poderá (repito:poderá) intimar as partes para que semanifestem sobre a planilha elaborada pelo calculista da Vara.manifestem sobre a planilha elaborada pelo calculista da Vara.Ou seja, para que digam se consideram os cálculos corretos ounão. Se entenderem que o cálculo está errado, deverão as partesapontar o erro e informar o valor que entendem correto.

� Mas a CLT diz que é uma faculdade do juiz intimar previamenteas partes para falarem sobre os cálculos. Ou seja, o juiz isso fazse achar conveniente. Não se trata de uma obrigação. Os juízesnão costumam adotar esse procedimento porque ele importaem retardar o andamento do processo. Preferem deixar para

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outro momento a manifestação das partes a respeito doscálculos de liquidação. Ou seja, para depois da penhora dosbens.

� Pois bem, a Lei da Reforma Trabalhista alterou esse artigo daCLT. A partir de 11/11/2017 não mais será uma faculdade do juiz.O novo Art. 879 da CLT vem estabelecendo que o juiz,obrigatoriamente, deverá intimar as partes para falarem sobreos cálculos de liquidação antes de homologá-los.os cálculos de liquidação antes de homologá-los.

� Prevê o novo artigo da CLT que: Elaborada a conta e tornadalíquida, oo juízojuízo deverádeverá abrir às partes prazo comum deoito dias para impugnação fundamentada com aindicação dos itens e valores objeto da discordância, sobpena de preclusão.

� Se, decorrido esse prazo, a empresa ou o trabalhador nãoimpugnarem o cálculo, não poderão faze-lo depois. Ocorre achamada preclusão temporal.

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� Um detalhe importante: Essa alteração poderá importar emretardamento do cumprimento da sentença, haja vista quepermitirá ao devedor embaraçar a fase processual de cobrançada dívida (a chamada execução). É que o devedor poderáapresentar a sua impugnação ao cálculo sem a chamadagarantia do juízo ou garantia da execução). Ou seja, poderáimpugnar o cálculo sem que tenha dado uma garantia de emimpugnar o cálculo sem que tenha dado uma garantia de emdinheiro ou tenha bens penhorados.

� E caso ele impugne os cálculos nessa fase do processo, nadaimpede que, mais adiante, já com bens penhorados, ele venhanovamente a questionar os cálculos, por meio dos chamadosembargos à execução. Evidentemente, isso retarda a soluçãodo processo.

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� A PARTIR DA REFORMA, HAVERÁ UM VALOR MÁXIMO ASER RECOLHIDO A TÍTULO DE CUSTAS PROCESSUAIS .

� Na Justiça do Trabalho, as custas relativas ao processo são emvalor equivalente a 2% (dois por cento) do valor arbitrado para acondenação, observado, no entanto, o mínimo de R$ 10,64(dez reais e sessenta e quatro centavos).

� Mas não havia um valor máximo. Portanto, se a condenaçãofosse arbitrada, por exemplo, em 5 milhões de reais, as custas dofosse arbitrada, por exemplo, em 5 milhões de reais, as custas doprocesso seriam de 100 mil reais.

� A partir de 11/11/2017, Lei da Reforma inovou ao limitar o valordas custas processuais a quatro vezes o valor máximo dosbenefícios do Regime Geral de Previdência Social.

� Portanto, na data da vigência da nova CLT, o valor máximo decustas a ser recolhido relativamente a um processo será de R$

22.124,24, ou seja, 4 x R$ 5.531,31.

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� HONORÁRIOS A SEREM PAGOS AO PERITO DA JUSTIÇA

� Com a reforma, a CLT vai mudar radicalmente no tocante aoshonorários do perito nomeado pelo juiz.

� A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciaissempre foi da parte que perde a causa relativamente aosempre foi da parte que perde a causa relativamente aopedido que levou o juiz a determinação a perícia. Imagineum trabalhador que vai à Justiça do Trabalho cobrar avisoprévio, horas extras, férias e adicional de insalubridade. Casoele seja vencido quanto ao pedido de adicional deinsalubridade, haverá de pagar os honorários do perito. Aindaque o juiz o reconheça como merecedor do benefício dajustiça gratuita.

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� E esse valor dos honorários a serem pagos ao perito poderáser extraído do valor que o trabalhador ganhar na causa(valores referentes a outras verbas pedidas na reclamação).

� Se ele não ganhar nada (perder totalmente a causa), mas tiveroutro processo na Justiça do Trabalho e tiver dinheiro areceber, o juiz mandará que os honorários do perito sejampagos com parte ou mesmo todo o valor que o reclamantepagos com parte ou mesmo todo o valor que o reclamantetenha a receber nesse outro processo.

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� SOBRE OS HONORÁRIOS PERICIAIS PROVISÓRIOS.

� Com a Lei da Reforma Trabalhista, os juízes do trabalho não maispoderão determine que a reclamada adiante valores para a realização deperícias.

� Alguns juízes, entre os quais a maioria dos juízes do TRT da 16ªRegião/MA, costumam determinar que as reclamadas adiantem partedos honorários do perito oficial. Ou seja, façam um depósitoantecipado a título de honorários do perito. São os chamados“honorários periciais provisórios”. Mas isso só ocorre se a empresareclamada se mostra financeiramente capaz de fazer o depósito doreclamada se mostra financeiramente capaz de fazer o depósito doreferido valor.

� Se para a realização da perícia for necessário um perito engenheiro, osjuízes de São Luís/MA tem determinado o depósito antecipado de valorem torno de R$1.500,00. Se for necessário um perito médico, o depósitotem sido em torno de R$ 1.000,00.

� Já os honorários periciais definitivos, fixados na sentença (depois dajuntada do laudo no processo), esses os juízes estipulam em valoresum pouco mais elevados, dependendo da qualidade do laudo e dadificuldade da realização da perícia.

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� Nos casos em que o trabalhador era vencido no pedido que exigiaperícia e a reclamada tinha antecipado os honorários provisórios, aUnião reembolsava à reclamada o que ela antecipara a título dehonorários periciais provisórios.

� ATRASO NO ANDAMENTO DOS PROCESSO: Com a nova regra daCLT, creio que voltaremos aos tempos em que nenhum médico ouCLT, creio que voltaremos aos tempos em que nenhum médico ouengenheiro do trabalho se interessava em servir à Justiça. Osprocessos se arrastavam por anos, enquanto os juízes procuravamum perito que aceitasse fazer a perícia. Dificilmente um médico ouengenheiro deixará os seus afazeres para realizar perícias e elaborarlaudos circunstaciados recebendo menos de R$ 400,00 a título deantecipação de honorários, aceitando aguardar o término doprocesso para receber o restante.

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� DEPÓSITO RECURSAL PELA METADE OU DISPENSADOS– INOVAÇÃO TRAZIDA PELA REFORMA:

� O empregador ou tomador de serviço que venha a perder a causa,total ao parcialmente, terá que efetuar o depósito recursal casoqueira recorrer da sentença para o Tribunal.

� Anualmente, o Tribunal Superior do Trabalho divulga os (novos)valores limites referentes ao depósito recursal.valores limites referentes ao depósito recursal.

� A novidade, no tocante ao depósito recursal, é que ele seráseráreduzidoreduzido pelapela metademetade para entidades sem fins lucrativos,empregadores domésticos, microempreendedoresindividuais, microempresas e empresas de pequeno porte.

� (*) Empresa de Pequeno Porte (EPP) é um empreendimento comfaturamento bruto anual entre R$ R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões.

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� Já as entidades filantrópicas e as empresas em recuperaçãojudicial passarão a ser isentas do depósito recursal, assimcomo os beneficiários da justiça gratuita.

� Mais uma novidade: o depósito recursal poderá sersubstituído por fiança bancária ou seguro garantiajudicial.judicial.

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� CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - RITO DA EXECUÇÃO.UMA VOLTA AO PASSADO.

� No tocante ao cumprimento de sentença, a Reforma Trabalhistaressuscitou a possibilidade de oferecimento de bens à penhora.

� Ultimamente, os juízes estavam aplicando o CPC. O devedorvinha sendo intimado para pagar a sua dívida, sob pena de ter ovinha sendo intimado para pagar a sua dívida, sob pena de ter ovalor aumentado em 10% (multa de 10%).

� No entanto, a partir de 11/11/2017, o devedor voltará a serintimado para pagar ou garantir o débito (chamamos garantiro juízo ou a execução) fazendo um depósito da quantiacorrespondente, atualizada e acrescida das despesas processuais.Se preferir, poderá apresentar um segurogarantia judicial ouindicar bens seus à penhora.

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� ISENÇÃO DA GARANTIA DO JUÍZO PARA ENTIDADESFILANTRÓPICAS E SEUS DIRIGENTES QUESTIONAREM OCUMPRIMENTO DA SENTENÇA(EMBARGOS À EXECUÇÃOSEM PENHORA).

� Outra novidade trazida pela Lei da Reforma Trabalhista foiestabelecer que, sendo a devedora uma entidadefilantrópica e/oue/ou àquelesàqueles queque compõemcompõem ououfilantrópica e/oue/ou àquelesàqueles queque compõemcompõem ououcompuseramcompuseram aa suasua diretoriadiretoria,, a(o)a(o) devedor(a),devedor(a), parapara sese oporoporaoao cumprimentocumprimento dada sentençasentença (ou(ou seja,seja, parapara impugnarimpugnar aacobrançacobrança feitafeita pelopelo juiz),juiz), não precisará fazer depósitobancário do valor da dívida, nem sofrer penhora de um oumais de seus bens, nem apresentar um segurogarantiajudicial.

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� A REFORMA DIFICULTA A EDIÇÃO E ALTERAÇÃO DESÚMULAS PELO TST E PELOS TRTs

� As exigências para a edição e alteração de súmulas de jurisprudênciapelo TST estavam previstas no Regimento Interno e,discretamente,na CLT. Todavia, são muitas as dificuldades impostaspela Reforma Trabalhista à criação e alteração de súmulas pelo TSTe TRT. Superam, em muito, o que já era rigoroso no Regimentoe TRT. Superam, em muito, o que já era rigoroso no RegimentoInterno do Tribunal Superior do Trabalho.

� Segundo o novo texto da CLT, a edição ou alteração de súmulas ououtros enunciados de jurisprudência do TST ou de TribunaisRegionais do Trabalho exigirá o voto de pelo menos dois terços dosmembros do referido tribunal, caso a mesma matéria já tenha sidodecidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, doisterços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cadauma delas.

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� Não bastasse isso, as sessões de julgamento sobre estabelecimentoou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudênciadeverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias deantecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral peloProcurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordemdos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e porconfederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional.confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional.

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�� CERTIDÃOCERTIDÃO DEDE DÉBITODÉBITO TRABALHISTATRABALHISTA -- ANOTAÇÕESANOTAÇÕES NONOBNDTBNDT -- PROTESTOPROTESTO –– SERASAJUDSERASAJUD..

� Atualmente, se o reclamado é intimado a pagar a sua dívida e nãoo faz, o juiz poderá determinar que a dívida seja levada a protesto;poderá determinar a inscrição do nome do devedor nos órgãos deproteção ao crédito e, ainda, determinar a sua inscrição no Bancoproteção ao crédito e, ainda, determinar a sua inscrição no BancoNacional de Devedores Trabalhistas – BNDT.

� Esses registros trazem inúmeros problemas para o devedor. Nocaso do registro do BNDT, as empresas reclamadas, se nãopagarem suas dívidas ou não oferecerem qualquer garantia,ficarão impedidas de participar de licitações públicas. Ouseja, não conseguirão certidão negativa de débitos trabalhistas.

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• Esse registro é obrigatório e, no caso de cobrança por quantia certa,deve a inscrição no BNDT ser feita logo em seguida à ordem debloqueio de dinheiro via Banco Central, o chamado Bacenjud.

• Detalhe importante: atualmente, se o reclamado não pagar ovalor da dívida, mas fizer o depósito em dinheiro ou oferecer bem àpenhora e esse bem for aceito, ele poderá obter certidão negativa dedébito com efeito de positiva. Mas seu nome continuará nodébito com efeito de positiva. Mas seu nome continuará noconstando no BNDT. (RA 1470/2011 – TST).

• A partir de 14/11/2017, a dívida trabalhista somente poderá serlevada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãosde proteção ao crédito ou no BNDT depoisdepois dede transcorridotranscorrido ooprazoprazo dede 4545 dias,dias, aa contarcontar dada citaçãocitação dodo reclamado/executadoreclamado/executadoparapara pagarpagar aa dívidadívida.. EE issoisso sósó nosnos casoscasos nosnos quaisquais oo devedordevedornãonão tenhatenha feitofeito oo depósitodepósito dodo valorvalor dada dívida,dívida, nemnem tenhatenha dadodadobensbens àà penhorapenhora..

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� A REFORMA TRABALHISTA CRIA DIFICULDADES PARA ACARACTERIZAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO E, PORTANTO,DE UMA EMPRESA SER EXECUTADA NA JUSTIÇA PARAPAGAR DÉBITO DE OUTRA EMPRESA.

� A partir de 11/11/2017, ficará bem mais difícil a caracterizaçãodo grupo econômico. A Lei nº 13.467/2017 praticamenteafastou a figura que a doutrina e a jurisprudência conhecemcomo grupo econômico por coordenação.

� A nova CLT prevê que a mera identidade de sócios não bastapara a caracterização do grupo econômico, exigindo, para asua configuração, a demonstração do interesse integrado,a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjuntadas empresas dele integrantes.

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� A PROTEÇÃO DOS EMPREGADOS CONTRA A DISPENSAIMOTIVADA QUANDO ACT OU CCT PREVIREM MENOSQUE A LEI .

� A partir de 11/11/2017, se for celebrado acordo coletivo ouconvenção coletiva de trabalho com cláusula que reduza osalário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordocoletivo de trabalho deverão prever a proteção doscoletivo de trabalho deverão prever a proteção dosempregados contra dispensa imotivada durante o prazode vigência do instrumento coletivo .

� Convenção coletiva de trabalho são celebradas entresindicato patronal e sindicato de trabalhadores. Acordoscoletivos são celebrados entre sindicato de trabalhadores eempresa(s).

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� ALTOS EMPREGADOS – FACULDADE DE PACTUAÇÃODE CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM .

� A Lei da Reforma trouxe outra novidade que se pode considerarradical. Permite afastar a Justiça do Trabalho da resolução deconflitos entre empregador.

� Ou seja, patrão e empregado poderão ajustar que, em caso dediscussão sobre pagamentos, justa causa, horário de trabalho, enfimdiscussão sobre pagamentos, justa causa, horário de trabalho, enfimqualquer assunto relacionado ao contrato individual de trabalho, oproblema seja solucionado não mais na Justiça do Trabalho,mas por uma comissão de arbitragem, desde que o empregadotenha a iniciativa de propor isso ao patrão ou concorde que sejaassim. Mas isso só se aplica aos empregados com remuneraçãosuperior a duas vezes o limite máximo estabelecido para osbenefícios do Regime Geral de Previdência Social (equivalente,hoje, a R$ 11.062,62).

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� Todavia, tem que ser ajustada uma cláusula contratual nessesentido. A chamada cláusula compromissória de arbitragem.

� Nessa cláusula, além do compromisso de não recorrerem à Justiçado Trabalho para discutir problemas relacionados ao contrato detrabalho, empregado e patrão ajustarão, principalmente, de quemodo e por quantos e quais árbitros será composta a Câmara deArbitragem encarregada de solucionar os conflitos relacionados aoArbitragem encarregada de solucionar os conflitos relacionados aocontrato de trabalho que vinculou um ao outro.

� Por fim, no caso de assinatura dessa cláusula compromissória dearbitragem, nem empregado, nem patrão poderá se recusar aresolver os conflitos relativos ao contrato na Câmara Arbitral. Casoum deles se recuse, aí, sim, a Justiça do Trabalho poderá seracionada. Mas só para impor à parte resistente a ir resolver oproblema na Câmara arbitral.

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� Ressalto, por fim, que o Supremo Tribunal Federal, nojulgamento do SE nº 5206 AgR, decidiu que a Leida Arbitragem é constitucional e que o estabelecimentode cláusula compromissória de arbitragem no contrato nãoofende o art. 5º, XXXV, da CF/88. Ou seja, não importaviolação ao princípio da inafastabilidade daviolação ao princípio da inafastabilidade dajurisdição.

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� PDV EM CCT OU ACT – ADESÃO E QUITAÇÃO PLENA.

� O art. 477-B, introduzido na CLT pela Lei da Reforma Trabalhista,prevê que o Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada (ochamado PDV), para dispensa individual, plúrima ou coletiva,previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentesda relação empregatícia, salvo disposição em contrárioda relação empregatícia, salvo disposição em contrárioestipulada entre as partes

� Portanto, a partir de 11/11/2017 será exigido do trabalhador muitacautela ao aderir a um Plano de Demissão Voluntária. É, pois,recomendável que o empregado consigne a ressalva da limitaçãoda quitação às verbas efetivamente pagas na adesão ao PDV,resguardando-se no direito de buscar eventual saldo na Justiça,sem ter que discutir acerca da validade e plenitude da quitação.

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Muitos disseram e outros tantos vão dizeressa inverdade:

“Só existe Justiça do Trabalho no Brasil. É maisuma jaboticaba brasileira. O Brasil possui cerca de98% das ações trabalhistas do planeta. É precisomudar isso”.

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� Quando se quer dizer que algo só acontece no Brasil, diz-se,popularmente, que a coisa é “uma jaboticaba“, referindo-se àpequena, escura e doce fruta brasileira. O texto entre aspas quevocê acabou de ver na tela anterior reflete a manifestação de umconhecido e prestigiado apresentador de telejornal. Trata-se, noentanto, de lamentável desinformação, de um grande equívoco,de uma bobagem sem tamanho.

� É ingênuo imaginar que só no Brasil existe lei tratando dedireitos trabalhistas. É ingênuo imaginar que só no Brasilempregadores deixam de cumprir a legislação trabalhista. É toloquem imagina que só no Brasil patrão e empregado sedesentendem. Então, como e onde os conflitos entre patrão eempregado são resolvidos nos outros países? Será que é no tapa,no interior da empresa ou no meio da rua? Evidente que não!

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� Justiça do Trabalho ou juízes atuando em processos com matériatrabalhista há em inúmeros países dos vários continentes. A essesjuízes cabe solucionar os conflitos trabalhistas.

� Diferentemente do que vemos no Brasil, em muitos países aJustiça não se divide, como aqui, em Justiça Federal, Justiça doTrabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar e Justiça Comum dosEstados. Mas nem por isso deixam de existir causas envolvendoEstados. Mas nem por isso deixam de existir causas envolvendodireitos penal, eleitoral, trabalhistas, militar, de família, doconsumidor ou que digam respeito aos interesses do própriopaís.

� No Brasil, como se sabe, há um ramo específico do Judiciárioencarregado dos processos e julgamentos de matéria trabalhista.

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� Em outros países, nos quais não há esse ramo específico daJustiça, as causas trabalhistas são julgadas pelos juízes comuns,ou seja, pelos juízes que aqui no Brasil nós chamamos de Juízesde Direito.

� Portanto, não só no Brasil, como em muitos outros países há,sim, juízes encarregados do julgamento das ações trabalhistas.

� É, pois, conversa fiada essa de que só no Brasil há Justiça do� É, pois, conversa fiada essa de que só no Brasil há Justiça doTrabalho. Nunca mais dê ouvidos a quem diz esse tipo debesteira.

� Outra inverdade divulgada nas mídias sociais, jornais, revistas eemissoras de TV é aquela que aponta os juízes do trabalho comoresponsáveis pelo elevadíssimo número de processos que existemna Justiça do Trabalho.

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Não resta dúvida que temos um número muito grande de processostrabalhistas. Mas isso se deve a vários motivos, dentre os quaisconvém citar:

- Alguns empregadores resistem, sem qualquer motivorazoável e até por falta de uma boa orientação, a pagar verbastrabalhistas que sabem dever, na maioria das vezes simples verbasrescisórias, forçando os trabalhadores a irem à Justiça.

- Há também empregadores que não quitam os direitos dos- Há também empregadores que não quitam os direitos dostrabalhadores porque atravessam dificuldades financeiras. Isso forçao trabalhador a ir à Justiça, aumentando o número de processos.

- Alguns empregadores, mesmo reconhecendo que devem aoempregado, não dão ouvidos às palavras do juiz e resistem a umacordo, prolongando a existência do processo. Ora, o parcelamentodo débito é bem melhor do que perder a causa e ter que pagar o quedevem com multas, juros e correção monetária, além de honoráriosde advogado e até de peritos.

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- Mas também há empregadores que contribuem, emmuito, para o aumento das causas na Justiça do Trabalho. Elestem dinheiro de sobra e poderiam tranquilamente pagar ascontas dos empregados. Mas não o fazem porque esperam tirarproveito de um acordo na Justiça, pagando menos. Sabem que otempo conta em desfavor do trabalhador, o qual, desempregado esem dinheiro, não pode esperar muito tempo até a solução doprocesso.processo.

- Outro motivo para o elevado número de processos naJustiça do Trabalho é o fato de que o empregador brasileiro, deregra, não tem o hábito de consultar, previamente, um advogado,antes de dispensar empregados ou de lhes negar algumareivindicação. Essa consulta prévia ao advogado especialista emmatéria trabalhista afastaria em muito os dissabores decorrentesde uma causa na Justiça.

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É recomendável que o empregador tenha umassessoramento jurídico preventivo. Isso lhe seria proveitoso e,sem dúvida, reduziria o número de reclamações trabalhistas.

- Também é inegável que muitos trabalhadores vão aJustiça apostando numa aventura jurídica, com pedidosabsurdos. Apostam que o empregador vai preferir pagar qualquercoisa a título de acordo para se livrar do processo. Isso, semcoisa a título de acordo para se livrar do processo. Isso, semdúvida, contribui para elevar o número exagerado de ações na JT.

- O elevado número de litígios na JT também se deve àsfaculdades de Direito, as quais, ao longo de anos,lamentavelmente, não formaram os advogados para a soluçãodos conflitos mediante a conciliação.

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� - Ou seja, nas faculdades de Direito sempre se valorizou oadvogado beligerante. Os estudantes de Direito foram formados paraserem “bons de briga”, aversos à conciliação. Se a cultura davalorização do acordo antes mesmo de se levar o caso à Justiça tivessesido mais estimulada nas faculdades de Direito, a realidade seriaoutra, com bem menos litígios não só na JT, como nos demais ramosda Justiça. E não se teria um número tão elevado de pessoasda Justiça. E não se teria um número tão elevado de pessoasrecorrendo à Justiça para resolverem pendências que poderiam serfacilmente resolvidas nos escritórios dos advogados.

� Portanto, de agora em diante, os que leram estes Comentáriosnão mais acreditarão na balela segundo a qual só existe Justiçado Trabalho no Brasil. E terão argumentos para contestar osque teimam em dizer que o elevado número de processos naJustiça do Trabalho se deve aos juízes e a demasiada proteçãoque eles dão aos trabalhadores.

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SOBRE O AUTIOR:

PAULO MONT´ALVERNE FROTA foi advogado,Procurador Jurídico da Universidade Estadual Vale doAcaraú e Defensor Público no Ceará. Juiz do Trabalho doTRT da 16ª Região/MA desde 1994; Especialista em Direitodo Trabalho e Processo do Trabalho; Professordo Trabalho e Processo do Trabalho; ProfessorUniversitário (CEST, CEUMA, IPOG E FACAM) e da EscolaJudicial da Magistratura Trabalhista do TRT da 16ª Região.Professor convidado da ENAMAT – Escola Nacional deFormação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho –ENAMAT. Tem inúmeros artigos científicos publicados emdiversas revistas jurídicas.