lei do estagio
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Lei que rege o estagio academicoTRANSCRIPT
LEI 11.788/2008 (LEI ORDINRIA) 25/09/2008
Ementa:
CAPTULO I
DA DEFINIO, CLASSIFICAO E RELAES DE ESTGIOArt. 1o Estgio ato
educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de
trabalho, que visa preparao para o trabalho produtivo de educandos
que estejam freqentando o ensino regular em instituies de educao
superior, de educao profissional, de ensino mdio, da educao
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade
profissional da educao de jovens e adultos. 1o O estgio faz parte
do projeto pedaggico do curso, alm de integrar o itinerrio
formativo do educando. 2o O estgio visa ao aprendizado de
competncias prprias da atividade profissional e contextualizao
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida
cidad e para o trabalho.Art. 2o O estgio poder ser obrigatrio ou
no-obrigatrio, conforme determinao das diretrizes curriculares da
etapa, modalidade e rea de ensino e do projeto pedaggico do curso.
1o Estgio obrigatrio aquele definido como tal no projeto do curso,
cuja carga horria requisito para aprovao e obteno de diploma. 2o
Estgio no-obrigatrio aquele desenvolvido como atividade opcional,
acrescida carga horria regular e obrigatria. 3o As atividades de
extenso, de monitorias e de iniciao cientfica na educao superior,
desenvolvidas pelo estudante, somente podero ser equiparadas ao
estgio em caso de previso no projeto pedaggico do curso. Art. 3o O
estgio, tanto na hiptese do 1odo art. 2odesta Lei quanto na
prevista no 2odo mesmo dispositivo, no cria vnculo empregatcio de
qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:I matrcula e
freqncia regular do educando em curso de educao superior, de educao
profissional, de ensino mdio, da educao especial e nos anos finais
do ensino fundamental, na modalidade profissional da educao de
jovens e adultos e atestados pela instituio de ensino;II celebrao
de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do
estgio e a instituio de ensino;III compatibilidade entre as
atividades desenvolvidas no estgio e aquelas previstas no termo de
compromisso. 1o O estgio, como ato educativo escolar
supervisionado, dever ter acompanhamento efetivo pelo professor
orientador da instituio de ensino e por supervisor da parte
concedente, comprovado por vistos nos relatrios referidos no inciso
IV docaputdo art. 7odesta Lei e por meno de aprovao final. 2o O
descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer
obrigao contida no termo de compromisso caracteriza vnculo de
emprego do educando com a parte concedente do estgio para todos os
fins da legislao trabalhista e previdenciria.Art. 4o A realizao de
estgios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes
estrangeiros regularmente matriculados em cursos superiores no Pas,
autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporrio
de estudante, na forma da legislao aplicvel.Art. 5o As instituies
de ensino e as partes cedentes de estgio podem, a seu critrio,
recorrer a servios de agentes de integrao pblicos e privados,
mediante condies acordadas em instrumento jurdico apropriado,
devendo ser observada, no caso de contratao com recursos pblicos, a
legislao que estabelece as normas gerais de licitao. 1o Cabe aos
agentes de integrao, como auxiliares no processo de aperfeioamento
do instituto do estgio:I identificar oportunidades de estgio;II
ajustar suas condies de realizao;III fazer o acompanhamento
administrativo;IV encaminhar negociao de seguros contra acidentes
pessoais;V cadastrar os estudantes. 2o vedada a cobrana de qualquer
valor dos estudantes, a ttulo de remunerao pelos servios referidos
nos incisos deste artigo. 3o Os agentes de integrao sero
responsabilizados civilmente se indicarem estagirios para a
realizao de atividades no compatveis com a programao curricular
estabelecida para cada curso, assim como estagirios matriculados em
cursos ou instituies para as quais no h previso de estgio
curricular.Art. 6o O local de estgio pode ser selecionado a partir
de cadastro de partes cedentes, organizado pelas instituies de
ensino ou pelos agentes de integrao.CAPTULO II
DA INSTITUIO DE ENSINOArt. 7o So obrigaes das instituies de ensino,
em relao aos estgios de seus educandos:I celebrar termo de
compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente
legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a
parte concedente, indicando as condies de adequao do estgio
proposta pedaggica do curso, etapa e modalidade da formao escolar
do estudante e ao horrio e calendrio escolar;II avaliar as
instalaes da parte concedente do estgio e sua adequao formao
cultural e profissional do educando;III indicar professor
orientador, da rea a ser desenvolvida no estgio, como responsvel
pelo acompanhamento e avaliao das atividades do estagirio;IV exigir
do educando a apresentao peridica, em prazo no superior a 6 (seis)
meses, de relatrio das atividades;V zelar pelo cumprimento do termo
de compromisso, reorientando o estagirio para outro local em caso
de descumprimento de suas normas;VI elaborar normas complementares
e instrumentos de avaliao dos estgios de seus educandos;VII
comunicar parte concedente do estgio, no incio do perodo letivo, as
datas de realizao de avaliaes escolares ou acadmicas.Pargrafo nico.
O plano de atividades do estagirio, elaborado em acordo das 3 (trs)
partes a que se refere o inciso II docaputdo art. 3odesta Lei, ser
incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos medida que
for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.Art. 8o
facultado s instituies de ensino celebrar com entes pblicos e
privados convnio de concesso de estgio, nos quais se explicitem o
processo educativo compreendido nas atividades programadas para
seus educandos e as condies de que tratam os arts. 6oa 14 desta
Lei.Pargrafo nico. A celebrao de convnio de concesso de estgio
entre a instituio de ensino e a parte concedente no dispensa a
celebrao do termo de compromisso de que trata o inciso II docaputdo
art. 3odesta Lei.CAPTULO III
DA PARTE CONCEDENTEArt. 9o As pessoas jurdicas de direito privado e
os rgos da administrao pblica direta, autrquica e fundacional de
qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municpios, bem como profissionais liberais de nvel superior
devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalizao
profissional, podem oferecer estgio, observadas as seguintes
obrigaes:I celebrar termo de compromisso com a instituio de ensino
e o educando, zelando por seu cumprimento;II ofertar instalaes que
tenham condies de proporcionar ao educando atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural;III indicar funcionrio
de seu quadro de pessoal, com formao ou experincia profissional na
rea de conhecimento desenvolvida no curso do estagirio, para
orientar e supervisionar at 10 (dez) estagirios simultaneamente;IV
contratar em favor do estagirio seguro contra acidentes pessoais,
cuja aplice seja compatvel com valores de mercado, conforme fique
estabelecido no termo de compromisso;V por ocasio do desligamento
do estagirio, entregar termo de realizao do estgio com indicao
resumida das atividades desenvolvidas, dos perodos e da avaliao de
desempenho;VI manter disposio da fiscalizao documentos que
comprovem a relao de estgio;VII enviar instituio de ensino, com
periodicidade mnima de 6 (seis) meses, relatrio de atividades, com
vista obrigatria ao estagirio.Pargrafo nico. No caso de estgio
obrigatrio, a responsabilidade pela contratao do seguro de que
trata o inciso IV docaputdeste artigo poder, alternativamente, ser
assumida pela instituio de ensino.CAPTULO IV
DO ESTAGIRIOArt. 10. A jornada de atividade em estgio ser definida
de comum acordo entre a instituio de ensino, a parte concedente e o
aluno estagirio ou seu representante legal, devendo constar do
termo de compromisso ser compatvel com as atividades escolares e no
ultrapassar:I 4 (quatro) horas dirias e 20 (vinte) horas semanais,
no caso de estudantes de educao especial e dos anos finais do
ensino fundamental, na modalidade profissional de educao de jovens
e adultos;II 6 (seis) horas dirias e 30 (trinta) horas semanais, no
caso de estudantes do ensino superior, da educao profissional de
nvel mdio e do ensino mdio regular. 1o O estgio relativo a cursos
que alternam teoria e prtica, nos perodos em que no esto
programadas aulas presenciais, poder ter jornada de at 40
(quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no
projeto pedaggico do curso e da instituio de ensino. 2o Se a
instituio de ensino adotar verificaes de aprendizagem peridicas ou
finais, nos perodos de avaliao, a carga horria do estgio ser
reduzida pelo menos metade, segundo estipulado no termo de
compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.Art. 11. A
durao do estgio, na mesma parte concedente, no poder exceder 2
(dois) anos, exceto quando se tratar de estagirio portador de
deficincia.Art. 12. O estagirio poder receber bolsa ou outra forma
de contraprestao que venha a ser acordada, sendo compulsria a sua
concesso, bem como a do auxlio-transporte, na hiptese de estgio no
obrigatrio. 1o A eventual concesso de benefcios relacionados a
transporte, alimentao e sade, entre outros, no caracteriza vnculo
empregatcio. 2o Poder o educando inscrever-se e contribuir como
segurado facultativo do Regime Geral de Previdncia Social. Art. 13.
assegurado ao estagirio, sempre que o estgio tenha durao igual ou
superior a 1 (um) ano, perodo de recesso de 30 (trinta) dias, a ser
gozado preferencialmente durante suas frias escolares. 1o O recesso
de que trata este artigodever ser remunerado quando o estagirio
receber bolsa ou outra forma de contraprestao. 2o Os dias de
recesso previstos neste artigo sero concedidos de maneira
proporcional, nos casos de o estgio ter durao inferior a 1 (um)
ano.Art. 14. Aplica-se ao estagirio a legislao relacionada sade e
segurana no trabalho, sendo sua implementao de responsabilidade da
parte concedente do estgio.CAPTULO V
DA FISCALIZAOArt. 15. A manuteno de estagirios em desconformidade
com esta Lei caracteriza vnculo de emprego do educando com a parte
concedente do estgio para todos os fins da legislao trabalhista e
previdenciria. 1o A instituio privada ou pblica que reincidir na
irregularidade de que trata este artigo ficar impedida de receber
estagirios por 2 (dois) anos, contados da data da deciso definitiva
do processo administrativo correspondente. 2o A penalidade de que
trata o 1odeste artigo limita-se filial ou agncia em que for
cometida a irregularidade.CAPTULO VI
DAS DISPOSIES GERAISArt. 16. O termo de compromisso dever ser
firmado pelo estagirio ou com seu representante ou assistente legal
e pelos representantes legais da parte concedente e da instituio de
ensino, vedada a atuao dos agentes de integrao a que se refere o
art. 5odesta Lei como representante de qualquer das partes.Art. 17.
O nmero mximo de estagirios em relao ao quadro de pessoal das
entidades concedentes de estgio dever atender s seguintes
propores:I de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagirio;II de
6 (seis) a 10 (dez) empregados: at 2 (dois) estagirios;III de 11
(onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: at 5 (cinco) estagirios;IV
acima de 25 (vinte e cinco) empregados: at 20% (vinte por cento) de
estagirios. 1o Para efeito desta Lei, considera-se quadro de
pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes no
estabelecimento do estgio. 2o Na hiptese de a parte concedente
contar com vrias filiais ou estabelecimentos, os quantitativos
previstos nos incisos deste artigo sero aplicados a cada um deles.
3o Quando o clculo do percentual disposto no inciso IV docaputdeste
artigo resultar em frao, poder ser arredondado para o nmero inteiro
imediatamente superior. 4o No se aplica o disposto nocaputdeste
artigo aos estgios de nvel superior e de nvel mdio profissional. 5o
Fica assegurado s pessoas portadoras de deficincia o percentual de
10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do
estgio.Art. 18. A prorrogao dos estgios contratados antes do incio
da vigncia desta Lei apenas poder ocorrer se ajustada s suas
disposies.Art. 19. O art. 428 da Consolidao das Leis do Trabalho
CLT, aprovada peloDecreto-Lei no5.452, de 1ode maio de 1943, passa
a vigorar com as seguintes alteraes:Art. 428.
......................................................................
1oA validade do contrato de aprendizagem pressupe anotao na
Carteira de Trabalho e Previdncia Social, matrcula e freqncia do
aprendiz na escola, caso no haja concludo o ensino mdio, e inscrio
em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientao de entidade
qualificada em formao tcnico-profissional
metdica.......................................................................
3oO contrato de aprendizagem no poder ser estipulado por mais de 2
(dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de
deficincia.......................................................................
7oNas localidades onde no houver oferta de ensino mdio para o
cumprimento do disposto no 1odeste artigo, a contratao do aprendiz
poder ocorrer sem a freqncia escola, desde que ele j tenha concludo
o ensino fundamental. (NR)Art. 20. O art. 82 daLei no9.394, de 20
de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redao:Art.
82.Os sistemas de ensino estabelecero as normas de realizao de
estgio em sua jurisdio, observada a lei federal sobre a matria.
Pargrafo nico. (Revogado). (NR)Art. 21. Esta Lei entra em vigor na
data de sua publicao.Art. 22. Revogam-se asLeis nos6.494, de 7 de
dezembro de 1977, e8.859, de 23 de maro de 1994, opargrafo nico do
art. 82 da Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996, e oart. 6oda
Medida Provisria no2.164-41, de 24 de agosto de 2001. Braslia, 25
de setembro de 2008; 187oda Independncia e 120oda Repblica.LUIZ
INCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Andr Peixoto Figueiredo LimaEste texto no substitui o publicado no
DOU de 26.9.2008