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Lei de introdução às normas do direito brasileiro Profª Denise Moreira

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro até art.6º

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Profª Denise Moreira

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Lei de introdução às normas do direito brasileiroDecreto-lei nº 4657/1942 revogou a original Introdução ao Código Civil promulgada simultaneamente com o Código Civil de Bevilácqua em 1916.Substituiu todo o seu conteúdo, alterando inúmeros princípios básicos que haviam inspirado o legislador.

Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010

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Não é parte integrante do Código Civil. É autônoma, independente.

Não se refere aos direitos materiais.Contém normas emanadas do espírito da CF.= Lei de Introdução das LeisTrata-se de uma norma máxima de

hermenêutica.

Lei de introdução às normas do direito brasileiro

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Lei de introdução às normas do direito brasileiroFUNÇÕES DA LEI DE INTRODUÇÃO

Tem como função primordial regulamentar:• O início da obrigatoriedade da lei;• O tempo da obrigatoriedade da lei;• A eficácia global da ordem jurídica, não admitindo a ignorância da lei vigente;•Os mecanismos de integração das normas quando houver lacunas na lei;•Os critérios de hermenêutica jurídica;•O direito intertemporal;•O direito internacional privado brasileiro;•Os atos civis praticados no estrangeiro pelas autoridades consulares brasileiras.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

CONTEÚDO: conjunto de normas sobre normas, porque disciplinam as próprias normas jurídicas. Contém normas que tratam de normas em geral, constituindo o sobredireito. Apresenta normas aplicáveis não só ao Direito Civil, mas também aos diversos ramos do direito privado e público.OBJETO: é a vigência da norma, trata da vida operacional das normas.

Vigência = vida útil de uma norma; aplicabilidade; período de validade; lapso temporal; critério puramente temporal.

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Vigência efetiva da normaA NORMA VIGORA - 3 requisitos:

EXISTÊNCIA VALIDADE (formal ou material) EFICÁCIA

EXISTÊNCIA = exato momento em que a lei foi promulgada, sancionada e publicada.

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VALIDADE = elaborada com observância das condições formais e materiais.

VALIDADE FORMAL = com observância das normas referentes a seu processo de criação, processo legislativo. Ex: EC votada em 2 turnos em cada casa por 3/5 dos membros

Para uma norma ser considerada válida, ela necessita, primeiramente, compor o sistema jurídico, ou seja, submeter-se ao processo de produção e formação em conformidade com as diretrizes, procedimental e de competência, instituídas no próprio sistema, isto é, no ordenamento jurídico brasileiro. Precisa ser submetida ao poder legislativo e passar por todos os trâmites legais, com a votação, promulgação, terminando com a publicação da lei, na forma prevista na Constituição Federal. Essa primeira análise é denominada de validade formal.

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VALIDADE MATERIAL = observância da matéria passível de normatização. Ex: competência art.22 CF

Além da validade formal, a norma jurídica necessita de que o seu conteúdo esteja em sintonia com o sistema jurídico, ou seja, com as normas hierarquicamente superiores a ela, não podendo, no caso brasileiro, ser contrária à Constituição Federal ou às Normas infraconstitucionais superiores à norma que está se analisando.

Esta é denominada como validade material.

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Não devemos confundir a validade formal e a validade material, pois a primeira refere-se à atenção à legislação, pertinente ao seu procedimento de criação, enquanto a segunda refere-se à sintonia do seu conteúdo como o sistema jurídico, hierarquicamente constituído.Diante disto, podemos afirmar que a norma jurídica só será válida se preencher todos os requisitos da validade formal e estiver em sintonia com a validade material.

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Também não podemos confundir vigência com validade, uma vez que esta é sinônimo de integração com ordenamento jurídico seja formal, seja materialmente, enquanto àquela é a própria existência fática da norma no universo jurídico. Uma norma pode ser válida e não ser vigente, uma vez que pode está submetida a uma condição suspensiva ou de vacância, ou, ainda, ter tido sua vigência encerrada. Por outro lado, a validade sempre será pressuposto para a vigência, consequentemente todas as normas vigentes terão que ser necessariamente válidas.

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EFICÁCIA = aptidão para a produção concreta dos efeitos; superou a “vacatio legis”.

VACATIO LEGIS = VACÂNCIA DA LEI = período entre a publicação e a efetiva entrada em vigor da lei.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Art. 1º - Vigência (regra) Conceito: trata-se de período de aplicabilidade de uma norma, ou seja, é a relação entre a eficácia de determinada norma em um determinado tempo. Vacatio Legis: período de suspensão dos efeitos jurídicos de uma norma recém criada para adaptação.

Art. 1º § 1º - vigência nos Estados estrangeiros (território alienígena)Caso a lei tenha repercussão internacional ou simplesmente se aplique a cidadãos brasileiros fora do território nacional – 3 meses vacância.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Art. 1º § 2º - inaplicável no ordenamento jurídico pátrio desde a CF de 1946. Revogado pela lei 12036/2009

Art. 1º § 3º - reforma parcial/pontual do textoSomente os adendos e/ou reformulações serão submetidos a nova contagem do prazo de vacância.

Art. 1º § 4º - reforma total/lei já em vigorAlteração posterior a “vacatio legis” prazo de vacância normal para toda a lei, ou o que for estabelecido pela lei reformadora.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiroArt. 2º e §§ - trata da vigência temporária (ex. Lei Orçamentária) e da revogação de uma lei por outra. “LEX POSTERIOR DEROGAT LEGI PRIORI”.VIGÊNCIA TEMPORÁRIA

LEI Nº 12.798, DE 4 DE ABRIL DE 2013.Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2013.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei estima a receita da União para o exercício financeiro de 2013 no montante de R$ 2.276.516.541.532,00 (dois trilhões, duzentos e setenta e seis bilhões, quinhentos e dezesseis milhões, quinhentos e quarenta e um mil e quinhentos e trinta e dois reais) e fixa a despesa em igual valor, compreendendo, nos termos do art. 165, § 5o, da Constituição, e dos arts. 6o, 7º e 36 da Lei nº 12.708, de 17 de agosto de 2012, Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2013 LDO-2013.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

REVOGAÇÃO = cassação da vigência de uma norma por ato legal; tornar sem efeito uma norma.

Espécies, uma lei pode ser:Ab-rogada = revogação total - lei posterior

revoga por inteiro a lei anterior;Derrogada = revogação parcial - lei posterior

revoga parcialmente a anterior;

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Formas de revogação:Expressamente revogada: a própria lei indica o que está sendo revogado; pode ser específica ou geral.Tacitamente revogada: a norma revogadora é implícita; quando houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, pelo fato de que a nova passa a regular inteiramente a matéria tratada pela anterior. Se a lei nova apenas estabelecer disposições gerais ou especiais, sem conflitar com a antiga, não a revogará.Revogada de fato: a norma cai em desuso.

REPRISTINAÇÃO: restabelecimento de norma revogada anteriormente por outra, por revogação desta

LEI A revogada pela LEI B, posteriormente LEI B revogada.Retornaria a LEI A?

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Conflitos normativos= antinomia1. Critério hierárquico:LEX SUPERIOR DEROGAT LEGI INFERIORI2. Critério cronológico: LEX POSTERIOR DEROGAT LEGI PRIORI3. Critério da especialidade:LEX SPECIALIS DEROGAT LEGI GENERALI

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Art. 3º - garante, pela presunção, a eficácia do ordenamento.

Quando a lei está em plena vigência, ou seja, cumpriu devidamente os 3 requisitos necessários, haverá presunção de que todos os cidadãos tem ciência de sua eficácia, não podendo escusar-se.

Princípio da Publicidade

O artigo 3°, de fundamental importância para os sistemas jurídicos modernos, garante, por meio de uma presunção, a eficácia global do ordenamento.

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A publicidade, de acordo com os ensinamentos do ilustre constitucionalista José Afonso da Silva:

[...] sempre foi tida como um princípio administrativo, porque se entende que o Poder Público, por ser público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os administradores estão fazendo. (Curso de Direito Constitucional Positivo. Malheiros, 2000. p. 653)

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Art. 4º - apresenta a possibilidade de aplicação de outras fontes do direito, no caso de lacuna jurídica.Fontes Imediatas: LEI•Analogia = análise comparativa de lei alheia ao caso concreto• Usos e costumes = procedimentos e valores aplicáveis cotidianamente a comunidade jurídica e a sociedade• Princípios = valores jurídicos que norteiam a organização da ordem jurídica

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Incumbe ao magistrado fundamentar todas as suas sentenças.

Quando na lei, lacunas houver, e prejudicar o juiz quanto à fundamentação legal, este deve valer-se dos costumes, da analogia e dos princípios de direito.

Portanto, a lei pode ser lacunosa, mas o ordenamento jurídico preenche essas lacunas.

A fundamentação é essencial na sentença, pois é nela que o juiz menciona seus motivos, sempre respeitando o principio do livre convencimento motivado do juiz.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiro

Art. 5º - fim social = bem comum – direito fundamental da sociedadeA LINDB orienta o operador do direito na harmonização entre os direitos individuais e coletivos na aplicação da lei, ou seja, o juiz deve buscar a função social normativa e a manutenção do bem comum através da primazia dos direitos metaindividuais: difusos, coletivos e individuais homogêneos.

Direitos metaindividuais – são aqueles que pairam acima dos direitos indivuduais; pertencem a todos e, ao mesmo tempo, a cada um de nós.

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O juiz deve atentar-se à justiça, ao objetivo da lei, deve agir, em alguns casos, com a razão. Assim como enuncia o artigo, o juiz deve atender aos "fins sociais", portanto, não deve ser apenas juiz de direito, mas, em certos casos, também um humanista.Assim ensina o ilustre civilista brasileiro, Silvio Rodrigues:A lei disciplina relações que se estendem no tempo e que florescerão em condições necessariamente desconhecidas do legislador. Daí a idéia de se procurar interpretar a lei de acordo com o fim a que ela se destina, isto é, procurar dar-lhe uma interpretação teleológica. O intérprete, na procura do sentido da norma, deve inquirir qual o efeito que ela busca, qual o problema que ela almeja resolver. Com tal preocupação em vista é que se deve proceder à exegese de um texto.

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Lei de introdução às normas do direito brasileiroArt. 6º - A segurança jurídica tem como fundamento a irretroatividade, ou seja direitos constituídos, declarados ou modificados por lei antiga não podem ser alterados por lei nova = primazia da ordem jurídico social. Efeitos erga omnes, ou seja, oponível a todos (com relação a todos)Basicamente, o instituto em questão visa proteger:Ato jurídico perfeito – negócio devidamente celebrado por particulares;Coisa julgada material – decisão irrecorrível = trânsito em julgado;Direito adquirido – direitos assimilados ao arcabouço pessoal de um indivíduo diante de condições ou eventos previamente determinados pelo poder público ou por particulares.“A nova lei não poderá retroagir no que atina ao direito em si, mas poderá ser aplicada no que for concernente ao uso ou exercício desse direito” (Carvalho Santos).A norma nova não poderá violar a estabilidade jurídica e a certeza dos direitos dos cidadãos.