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83 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO Decreto‑Lei n. 4.657, de 04 de setembro de 1942 Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro ` Antiga Lei de Introdução ao Código Civil (LICC). Ementa com redação dada pela Lei 12.376/2010. ` DOU, 09.09.1942. O Presidente da República, usando da atribui- ção que lhe confere o artigo 180 da Constitui- ção, decreta: Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente pu‑ blicada. ` V. art. 62, §§ 3º; 4º; 6º e 7º, CF. ` V. arts. 101 a 104, CTN. ` V. Lei 2.145/1953 (Cria a Carteira de Comércio Exterior. Dispõe sobre o intercâmbio comercial com o exterior). ` V. Lei 2.410/1955 (Prorroga até 30.06.1956 o regime de licença para o intercâmbio comercial com o ex- terior, nos termos estabelecidos na Lei 2.145/1955). ` V. Lei 2.770/1956 (Suprime a concessão de medidas liminares nas ações e procedimentos judiciais de qualquer natureza que visem a liberação de bens, mercadorias ou coisas de procedência estrangeira). ` V. Lei 3.244/1957 (Dispõe sobre a reforma da tarifa das alfândegas). ` V. Lei 4.966/1966 (Isenta dos impostos de impor- tação e consumo e da taxa de despacho aduaneiro os bens dos imigrantes). ` V. Dec.-Lei 333/1967 (Dispõe sobre a entrada em vigor das deliberações do Conselho de Política Aduaneira e incorpora às alíquotas do imposto de importação a taxa de despacho aduaneiro). ` V. art. 8º, LC 95/1998 (Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis). § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigato‑ riedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. § 2º (Revogado pela Lei 12.036/2009.) § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocor‑ rer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pa‑ rágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram‑se lei nova. Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. ` V. LC 95/1998 (Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis). § 1º A lei posterior revoga a anterior quan‑ do expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei re‑ vogadora perdido a vigência. Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz de‑ cidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. ` V. arts. 140, 375 e 723, NCPC. ` V. arts. 100; 101 e 107 a 111, CTN. ` V. art. 8º, CLT. ` V. art. 2º, Lei 9.307/1996 (Lei da Arbitragem). Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atende‑ rá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei 3.238/1957.) ` V. art. 5º, XXXVI, CF. ` V. art. 1.787, CC/2002. ` V. Súm. Vinc. 1, STF. § 1º Reputa‑se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei 3.238/1957.) § 2º Consideram‑se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co‑ meço do exercício tenha termo pré‑fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei 3.238/1957.) ` V. arts. 131 e 135, CC/2002. § 3º Chama‑se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei 3.238/1957.) ` V. art. 5º, XXXVI, CF. ` V. arts. 121; 126 a 128; 131 e 135, CC/2002. ` V. art. 502, NCPC. Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o co‑ meço e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. ` V. arts. 1º a 10; 22 a 39, 70 a 78 e 1.511 a 1.638, CC/2002. ` V. arts. 31, 42 e ss., Lei 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro). ` V. Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos). ` V Dec. 66.605/1970 (Promulgou a Convenção sobre Consentimento para Casamento). ` V. Enunciado 408 das Jornadas de Direito Civil. § 1º Realizando‑se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos im‑ pedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. ` V. art. 1.511 e ss., CC/2002. ` V. arts. 8º e 9º, Lei 1.110/1950 (Dispõe sobre o reconhecimento dos efeitos civis do casamento religioso). ` V. Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos). § 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar‑se perante autoridades diplomáti‑ cas ou consulares do país de ambos os nu‑ bentes. (Redação dada pela Lei 3.238/1957.) ` V. art. 1.544, CC/2002. § 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimô‑ nio a lei do primeiro domicílio conjugal. ` V. arts. 1.548 a 1.564, CC/2002. § 4º O regime de bens, legal ou convencio‑ nal, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. ` V. arts. 1.658 a 1.666, CC/2002. § 5º O estrangeiro casado que se naturalizar brasileiro pode, mediante expressa anuên‑ cia de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei 6.515/1977.) ` V. arts. 1.658 a 1.666, CC/2002. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasi‑ leiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessa‑ do, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei 12.036/2009.) ` V. arts. 105, I, l; e 227, § 6º, CF. ` V. art. 961, NCPC. § 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende‑se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e

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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

Decreto‑Lei n. 4.657, de 04 de setembro de 1942

Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro

`` Antiga Lei de Introdução ao Código Civil (LICC). Ementa com redação dada pela Lei 12.376/2010.`` DOU, 09.09.1942.

O Presidente da República, usando da atribui-ção que lhe confere o artigo 180 da Constitui-ção, decreta:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente pu‑blicada.

`` V. art. 62, §§ 3º; 4º; 6º e 7º, CF.`` V. arts. 101 a 104, CTN.`` V. Lei 2.145/1953 (Cria a Carteira de Comércio Exterior. Dispõe sobre o intercâmbio comercial com o exterior).`` V. Lei 2.410/1955 (Prorroga até 30.06.1956 o regime de licença para o intercâmbio comercial com o ex-terior, nos termos estabelecidos na Lei 2.145/1955).`` V. Lei 2.770/1956 (Suprime a concessão de medidas liminares nas ações e procedimentos judiciais de qualquer natureza que visem a liberação de bens, mercadorias ou coisas de procedência estrangeira).`` V. Lei 3.244/1957 (Dispõe sobre a reforma da tarifa das alfândegas).`` V. Lei 4.966/1966 (Isenta dos impostos de impor-tação e consumo e da taxa de despacho aduaneiro os bens dos imigrantes).`` V. Dec.-Lei 333/1967 (Dispõe sobre a entrada em vigor das deliberações do Conselho de Política Aduaneira e incorpora às alíquotas do imposto de importação a taxa de despacho aduaneiro).`` V. art. 8º, LC 95/1998 (Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis).

§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigato‑riedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.§ 2º (Revogado pela Lei 12.036/2009.)§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocor‑rer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pa‑rágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram‑se lei nova.

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

`` V. LC 95/1998 (Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis).

§ 1º A lei posterior revoga a anterior quan‑do expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule

inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei re‑vogadora perdido a vigência.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz de‑cidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

`` V. arts. 140, 375 e 723, NCPC.`` V. arts. 100; 101 e 107 a 111, CTN.`` V. art. 8º, CLT.`` V. art. 2º, Lei 9.307/1996 (Lei da Arbitragem).

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atende‑rá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei 3.238/1957.)

`` V. art. 5º, XXXVI, CF.`` V. art. 1.787, CC/2002.`` V. Súm. Vinc. 1, STF.

§ 1º Reputa‑se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei 3.238/1957.)§ 2º Consideram‑se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co‑meço do exercício tenha termo pré‑fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei 3.238/1957.)

`` V. arts. 131 e 135, CC/2002.§ 3º Chama‑se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei 3.238/1957.)

`` V. art. 5º, XXXVI, CF.`` V. arts. 121; 126 a 128; 131 e 135, CC/2002.`` V. art. 502, NCPC.

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o co‑meço e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

`` V. arts. 1º a 10; 22 a 39, 70 a 78 e 1.511 a 1.638, CC/2002.`` V. arts. 31, 42 e ss., Lei 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro).

`` V. Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V Dec. 66.605/1970 (Promulgou a Convenção sobre Consentimento para Casamento).`` V. Enunciado 408 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Realizando‑se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos im‑pedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

`` V. art. 1.511 e ss., CC/2002.`` V. arts. 8º e 9º, Lei 1.110/1950 (Dispõe sobre o reconhecimento dos efeitos civis do casamento religioso).`` V. Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar‑se perante autoridades diplomáti‑cas ou consulares do país de ambos os nu‑bentes. (Redação dada pela Lei 3.238/1957.)

`` V. art. 1.544, CC/2002.§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimô‑nio a lei do primeiro domicílio conjugal.

`` V. arts. 1.548 a 1.564, CC/2002.§ 4º O regime de bens, legal ou convencio‑nal, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

`` V. arts. 1.658 a 1.666, CC/2002.§ 5º O estrangeiro casado que se naturalizar brasileiro pode, mediante expressa anuên‑cia de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei 6.515/1977.)

`` V. arts. 1.658 a 1.666, CC/2002.§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasi‑leiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessa‑do, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei 12.036/2009.)

`` V. arts. 105, I, l; e 227, § 6º, CF.`` V. art. 961, NCPC.

§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende‑se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e

CÓDIGO CIVIL

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código civilArt. 8º

o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

`` V. arts. 226, § 5º; e 227, § 6º, CF.`` V. arts. 3º; 4º; e 76, p.u., CC/2002.`` V. Lei 10.216/2001 (Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental).

§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar‑se‑á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.

`` V. art. 46, NCPC.

Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar‑se‑á a lei do país em que estiverem situados.

`` V. arts. 1.431 a 1435; 1.438 a 1.440; 1.442; 1.445; 1.446; 1.451 a 1.460 e 1.467 a 1.471, CC/2002.

§ 1º Aplicar‑se‑á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.§ 2º O penhor regula‑se pela lei do domi‑cílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.

Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar‑se‑á a lei do país em que se consti‑tuírem.§ 1º Destinando‑se a obrigação a ser exe‑cutada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa‑se constituída no lugar em que residir o proponente.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

`` V. arts. 26 a 39; 469 a 483; 1.784 e ss., CC/2002.§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei 9.047/1995.)

`` V. art. 5º, XXXI, CF.`` V. arts. 1.851 a 1.856, CC/2002.

§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou le‑gatário regula a capacidade para suceder.

`` V. art. 5º, XXX e XXXI, CF.`` V. arts. 1.798 a 1.803, CC/2002.

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.

`` V. arts. 40 a 69; 981 e ss., CC/2002.`` V. art. 75, NCPC.

§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

`` V. art. 170, p.u., CF.`` V. arts. 21 e 75, NCPC.`` V. art. 32, II, Lei 8.934/1994 (Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins).

§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não

poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação.§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios neces‑sários à sede dos representantes diplomá‑ticos ou dos agentes consulares.

Art. 12. É competente a autoridade judici‑ária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

`` V. arts. 21 a 24, NCPC.§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2º A autoridade judiciária brasileira cum‑prirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

`` Com a EC 45/2004 a concessão de exequatur às cartas rogatórias passou a ser da competência do STJ (art. 105, I, i, CF).`` V. arts. 105, I, i; e 109, X, CF.`` V. arts. 21, 23, 36, 46, 47, 268, 256, NCPC.

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege‑se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir‑se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira des‑conheça.

`` V. arts. 373 e 374, NCPC.`` V. Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangei‑ra, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.

`` V. art. 376, NCPC.

Art. 15. Será executada no Brasil a sen‑tença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:

`` V. arts. 36, 268, 961 e 965, NCPC.a) haver sido proferida por juiz compe‑tente;

`` V. Súm. 381, STF.b) terem sido as partes citadas ou haver‑se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar reves‑tida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;

`` V. Súm. 420, STF.d) estar traduzida por intérprete auto‑rizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

`` Com a EC 45/2004 a concessão de exequatur às cartas rogatórias passou a ser da competência do STJ (art. 105, I, i, CF).`` V. art. 105, I, i, CF.`` V. art. 961, NCPC.`` V. art. 9º, CP.`` V. arts. 787 a 790, CPP.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei 12.036/2009.)

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter‑se‑á em vista a disposição desta, sem considerar‑se qualquer remis‑são por ela feita a outra lei.Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

`` V. art. 781, CPP.

Art. 18. Tratando‑se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabe‑lionato, inclusive o registro de nascimento

e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasi‑leira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei 3.238/1957.)§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os re‑quisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. (Acrescentado pela Lei 12.874/2013. Vigência: 120 dias de sua publicação oficial.)§ 2º É indispensável a assistência de ad‑vogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo neces‑sário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. (Acrescentado pela Lei 12.874/2013. Vigência: 120 dias de sua publicação oficial.)Art. 19. Reputam‑se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e ce‑lebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto‑Lei n. 4.657, de 04 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei 3.238/1957.)Parágrafo único. No caso em que a cele‑bração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto‑Lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei 3.238/1957.)

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 1942, 121º da Independência e 54º da

República.Getúlio Vargas

Alexandre Marcondes FilhoOswaldo Aranha

Lei n. 12.376, de 30 de dezembro de 2010

Altera a ementa do Decreto‑Lei n. 4.657, de 04 de setembro de 1942.

`` DOU, 31.12.2010.O  Presidente  da  República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei altera a ementa do De‑creto‑Lei n. 4.657, de 04 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação.

Art. 2º A ementa do Decreto‑Lei n. 4.657, de 04 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação:“Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.”

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 30 de dezembro de 2010; 189º da Independência e 122º da República. 

Luiz Inácio Lula da Silva

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CÓDIGO CIVIL

Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002

Institui o Código Civil.

`` DOU, 11.01.2002.O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE gERAl

livRo i dAS PESSoAS

TÍTUlo i dAS PESSoAS NATURAiS

cAPÍTUlo i dA PERSoNAlidAdE E dA

cAPAcidAdE

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

`` V. arts. 3º a 5º; 11 a 21; e 972 a 980 deste Código.`` V. art. 70, NCPC.`` V. art. 7º, caput, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

`` V. arts. 5º; 115 a 120; 166, I; 542; 1.597; 1.598; 1.609, p.u.; 1.690, caput; 1.779; 1.798; 1.799, I; 1.800; e 1.952 deste Código.`` V. arts. 124 e 128, CP.`` V. arts. 50, 71, 178, 896, NCPC.`` V. arts. 7º a 10; 228; e 229, Lei 8.069/1990 (ECA).`` V. arts. 50 a 66; Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. arts. 3º a 5º, Lei 11.105/2005 (Lei de Bios-segurança). `` V. art. 7º, caput, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).`` V. Enunciados 1 e 2 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Alte‑rado pela Lei 13.146/2015.)I a III ‑ (Revogados pela Lei 13.146/2015.)

`` V. arts. 5º, 22 a 25; 76; 105; 115 a 120; 166, I; 198, I; 471; 543; 1.634, V; e 1.781 deste Código.`` V. arts. 71, 72, 447, NCPC.`` V. Enunciado 138 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Alterado pela Lei 13.146/2015.)

`` V. arts. 171, I; 1.634, V; 1.642, VI; 1.647; 1.649; e 1.651 deste Código.`` V. arts. 71, 72, 74 e 447, NCPC.`` V. arts. 34; 50, p.u.; e 52, CPP.`` V. arts. 2º; 36; 42; 60; 104; e 142, Lei 8.069/1990 (ECA).

I ‑ os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

`` V. arts. 5º, p.u.; 180; 666; 1.634, V; 1.690; 1.747, I; e 1.774, deste Código.`` V. art. 793, CLT.`` V. art. 73, Lei 4.375/1964 (Lei do Serviço Militar).

II ‑ os ébrios habituais e os viciados em tó‑xico; (Alterado pela Lei 13.146/2015.)

`` V. art. 1.767, I a III, deste Código.`` V. art. 30, § 5º, Dec.-Lei 891/1938 (Aprova a Lei de Fiscalização de Entorpecentes).`` V. Lei 10.216/2001 (Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais).`` V. Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas).

III ‑ aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Alterado pela Lei 13.146/2015.)

`` V. arts. 1.767, IV, e 1.777 deste Código.IV ‑ os pródigos.

`` V. arts. 104; 171; 1.767, V, e 1.777 deste Código.`` V. arts. 71, 72, 447, NCPC.`` V. art. 30, § 5º, Dec.-Lei 891/1938 (Aprova a Lei de Fiscalização de Entorpecentes).

Parágrafo único. A capacidade dos indíge‑nas será regulada por legislação especial. (Alterado pela Lei 13.146/2015.)

`` V. arts. 231 e 232, CF.`` V. Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).`` V. art. 50, § 2º, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Dec. 1.141/1994 (Dispõe sobre as ações de proteção ambiental, saúde e apoio às atividades produtivas para as comunidades indígenas).`` V. Dec. 4.645/2003 (Estatuto da FUNAI).

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habi‑litada à prática de todos os atos da vida civil.

`` V. arts. 666; 1.517; 1.635, II; 1.763, I; e 1.860. p.u., deste Código.`` V. arts. 27; 65, I; e 115, CP.`` V. arts. 15; 34; 50, p.u.; 52; 262; e 564, III, c, CPP.`` V. art. 792, CLT.`` V. art. 73, Lei 4.375/1964 (Lei do Serviço Militar).`` V. arts. 1º e 13, Lei 9.307/1996 (Lei da Arbi-tragem).`` V. Enunciados 3 e 397 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

`` V. art. 73, Lei 4.375/1964 (Lei do Serviço Militar).`` V. Enunciado 530 das Jornadas de Direito Civil.

I ‑ pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homo‑logação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

`` V. arts. 9º, II; 666; e 1.635, II, deste Código.`` V. art. 725, NCPC.`` V. art. 148, p.u., e, Lei 8.069/1990 (ECA).

II ‑ pelo casamento;

`` V. art. 1.115 e ss. deste Código.III ‑ pelo exercício de emprego público efetivo;

`` V. art. 5º, V, Lei 8.112/1990 (Dispõe sobre o regime jurídico único dos servidores públicos civis da União).

IV ‑ pela colação de grau em curso de en‑sino superior;V ‑ pelo estabelecimento civil ou comer‑cial, ou pela existência de relação de em‑prego, desde que, em função deles, o me‑nor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

`` V. arts. 1.635; 1.763; e 1.778 deste Código.`` V. art. 3º, CLT.

Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume‑se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

`` V. arts. 22 a 39 deste Código.`` V. arts. 744 e 745, NCPC.`` V. art. 107, I, CP.`` V. art. 62, CPP.`` V. arts. 77 a 88; e 89 e ss., Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Súm. 331, STF.

Art. 7º Pode ser declarada a morte presu‑mida, sem decretação de ausência:

`` V. arts. 22 a 39, deste Código.`` V. Dec.-Lei 5.782/1943 (Regula a situação do servidor do Estado desaparecido em naufrágio, acidente, ou em qualquer ato de guerra ou de agressão à soberania nacional).`` V. Dec.-Lei 6.239/1944 (Regula a situação referente aos militares da Aeronáutica que se invalidarem para o serviço militar em conse-quência de atos de agressão do inimigo e a dos desaparecidos em aeronaves durante o voo).`` V. art. 88, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Lei 9.140/1995 (Reconhece como mortas pessoas desaparecidas entre 1961 e 1979).

I ‑ se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;II ‑ se alguém, desaparecido em campa‑nha ou feito prisioneiro, não for encontra‑do até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as bus‑cas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Art. 8º Se dois ou mais indivíduos fale cerem na mesma ocasião, não se podendo averi‑guar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir‑se‑ão simultaneamen‑te mortos.

Art. 9º Serão registrados em registro público:

`` V. Lei 3.764/1960 (Estabelece rito sumaríssimo para retificações no registro civil).`` V. Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro).

I ‑ os nascimentos, casamentos e óbitos;

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código civilArt. 10

`` V. arts. 1.511; 1.512; 1.516; 1.543; e 1.604 deste Código.`` V. arts. 241 a 243, CP.`` V. art. 18, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).`` V. arts. 12 e 13, Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).`` V. arts. 29, I e II; 50 a 66; 70 a 75; e 77 a 88, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

II ‑ a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

`` V. art. 5º, p.u., I, deste Código.`` V. art. 725, NCPC.`` V. arts. 13, § 2º; 29, IV; e 89 a 91, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

III ‑ a interdição por incapacidade absolu‑ta ou relativa;

`` V. arts. 1.767 e ss. deste Código.`` V. Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).`` V. arts. 29, V; 92; 93; 104 e 107, § 1º, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

IV ‑ a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

`` V. arts. 7º; e 22 a 39 deste Código.`` V. arts. 29, I a VIII; e 94, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 10. Far‑se‑á averbação em registro público:

`` V. Enunciados 272 e 273 das Jornadas de Di-reito Civil.

I ‑ das sentenças que decretarem a nulida‑de ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

`` V. art. 1.571, II, III e IV, deste Código.`` V. arts. 29, § 1º, a; 100; e 101, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Lei 6.515/1977 (Lei do Divórcio).

II ‑ dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;

`` V. arts. 1.607 a 1.617 deste Código.`` V. arts. 29, § 1º, b, c e d; e 102, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. arts. 26 e 27, Lei 8.069/1990 (ECA).`` V. art. 1º, Lei 8.560/1992 (Regula a investi-gação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento).

III ‑ (Revogado pela Lei 12.010/2009.)

cAPÍTUlo ii doS diREiToS dA PERSoNAlidAdE

Art. 11. Com exceção dos casos previs‑tos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

`` V. arts. 1º, III; 3º, IV; e 5º, V, VI, IX, X e XII, CF.`` V. art. 52 deste Código.`` V. arts. 1º a 85, Lei 8.069/1990 (ECA).`` V. Lei 9.609/1998 (Lei do Software).`` V. arts. 8º a 28, Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).`` V. Lei 9.610/1998 (Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais).`` V. Enunciados 4, 139, 274, 531 e 532 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 12. Pode‑se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

`` V. arts. 5º, X, LXVIII, LXIX e LXXI; e 142, § 2º, CF.`` V. arts. 20; 186; 402 a 405; 927; 935; 944 e 945 deste Código.

`` V. arts. 150 a 154; e 208, CP.`` V. arts. 282 a 284; 647; e 648, CPP.`` V. Lei 9.507/1997 (Regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do habeas data).`` V. Súm. 37, STJ.`` V. Enunciados 5, 140 e 275 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevi‑vente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

`` V. arts. 20, p.u.; 943; 1.591; e 1.592 deste Código.`` V. art. 6º, VI, CDC.`` V. art. 138, § 2º, CP.`` V. Enunciados 398, 399 e 400 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 13. Salvo por exigência médica, é de‑feso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

`` V. Lei 9.434/1997 (Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento).`` V. Enunciados 6, 276, 401 e 532 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. O ato previsto neste arti‑go será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

`` V. art. 199, § 4º, CF.`` V. art. 9º, Lei 9.434/1997 (Dispõe sobre a re-moção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento).`` V. Dec. 2 .268/1997 (Regulamenta a Lei 9.434/1997).

Art. 14. É válida, com objetivo científi‑co, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

`` V. art. 199, § 4º, CF.`` V. Lei 8.501/1992 (Dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado para fins de estudos ou pesquisas científicas).`` V. art. 1º, Lei 9.434/1997 (Dispõe sobre a re-moção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento).`` V. Dec. 2 .268/1997 (Regulamenta a Lei 9.434/1997).`` V. Enunciado 277 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

`` V. art. 9º, § 5º, Lei 9.434/1997 (Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento).`` V. art. 14, § 8º, Dec. 2.268/1997 (Regulamenta a Lei 9.434/1997).`` V. Enunciado 402 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter‑se, com risco de vida, a trata‑mento médico ou a intervenção cirúrgica.

`` V. art. 5º, II e III, CF.`` V. Enunciados 403 e 533 das Jornadas de Di-reito Civil.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao no‑me, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

`` V. art. 227, § 6º, CF.`` V. arts. 1.565, § 1º; 1.571, § 2º; e 1.578 deste Código.`` V. arts. 54, 4; 55; 57, § 8º; 59; e 60, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao

desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

`` V. art. 5º, X, CF.`` V. Súm. 221, STJ.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

`` V. Enunciado 278 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se ne‑cessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulga‑ção de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibi‑das, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais.

`` V. art. 5º, V e X, CF.`` V. arts. 12; 186 a 188; 927 e ss.; e 953 deste Código.`` V. arts. 143 e 247, Lei 8.069/1990 (ECA).`` V. Lei 9.610/1998 (Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais).`` V. Súmulas 221 e 403, STJ.`` V. ADIn 4.815/DF.`` V. Enunciados 5, 275 e 279 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os as‑cendentes ou os descendentes.

`` V. arts. 12, p.u.; 22 a 25; e 943 deste Código.`` V. Enunciados 399 e 400 das Jornadas de Di-reito Civil.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências ne‑cessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

`` V. arts. 5º, X; e 226, § 7º, CF.`` V. art. 1.513 deste Código.`` V. ADIn 4.815/DF.`` V. Enunciados 404 e 405 das Jornadas de Di-reito Civil.

cAPÍTUlo iii dA AUSÊNciA

`` V. art. 9º, IV, deste Código.

SEÇÃO I DA CURADORIA DOS BENS

DO AUSENTE

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou pro‑curador a quem caiba administrar‑lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, de‑clarará a ausência, e nomear‑lhe‑á curador.

`` V. arts. 6º; 7º; 9º, IV; 198, II; 335, III; 428, II e III; 1.728, I; e 1.759 deste Código.`` V. arts. 49, 72, 178, 242, 548, 626, 671, 744 e 745, NCPC.`` V. art. 94, III, f, Lei 11.101/2005 (Lei de Recu-peração de Empresas e Falência).`` V. arts. 29, VI; e 94, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente

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código civil Art. 23

CC

deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.

`` Correspondência: art. 464, CC/1016.`` V. arts. 653 e 682 deste Código.`` V. art. 744, NCPC.

Art. 24. O juiz que nomear o curador fixar‑lhe‑á os poderes e obrigações, con‑forme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.

`` V. arts. 1.728 a 1.783 deste Código.`` V. arts. 739, 759 e 760, NCPC.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.

`` V. arts. 1.570; 1.651; 1.775; e 1.783 deste Código.`` V. Enunciado 97 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.§ 2º Entre os descendentes, os mais próxi‑mos precedem os mais remotos.§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

`` V. art. 744, NCPC.

SEÇÃO II DA SUCESSÃO PROVISÓRIA

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou se ele deixou re‑presentante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provi‑soriamente a sucessão.

`` V. art. 5º, XXXI, CF.`` V. art. 28, § 1º, deste Código.`` V. arts. 744 e 745, NCPC.`` V. art. 104, p.u., Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo an‑terior, somente se consideram interessados:

`` V. art. 28, § 1º, deste Código.`` V. art. 745, § 1º, NCPC.

I ‑ o cônjuge não separado judicialmente;II ‑ os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;III ‑ os que tiverem sobre os bens do au‑sente direito dependente de sua morte;

`` V. art. 1.951 deste Código.IV ‑ os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produ‑zirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder‑se‑á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.

`` V. art. 104, p.u., Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê‑la ao juízo competente.

§ 2º Não comparecendo herdeiro ou in‑teressado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder‑se‑á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

`` V. art. 104, p.u., Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.

`` V. art. 33 deste Código.`` V. art. 730, NCPC.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.

`` V. art. 34 deste Código.§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a ga‑rantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo‑se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.

`` V. art. 34 deste Código.§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemen‑te de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.

Art. 31. Os imóveis do ausente só se pode‑rão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.

Art. 32. Empossados nos bens, os sucesso‑res provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.

Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendi‑mentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capita‑lizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Públi‑co, e prestar anualmente contas ao juiz competente.Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do su‑cessor, sua parte nos frutos e rendimentos.

Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.

`` V. art. 30, § 1º, deste Código.

Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar‑se‑á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.

`` V. art. 1.784 deste Código.`` V. art. 745, NCPC.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as me‑didas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

SEÇÃO III DA SUCESSÃO DEFINITIVA

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a aber‑tura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.

`` V. art. 6º deste Código.`` V. arts. 744 e ss., NCPC.

Art. 38. Pode‑se requerer a sucessão defi‑nitiva, também, provando‑se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

`` V. art. 6º deste Código.`` V. arts. 744 e ss., NCPC.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão de‑finitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub‑rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais in‑teressados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.

`` V. arts. 744 e ss., NCPC.Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas cir‑cunscrições, incorporando‑se ao domínio da União, quando situados em território federal.

`` V. arts. 1.822 e 1.844 deste Código.`` V. arts. 744 e ss., NCPC.

TÍTUlo ii dAS PESSoAS JURÍdicAS

cAPÍTUlo i diSPoSiÇÕES gERAiS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

`` V. arts. 8º e 17, § 2º, CF.`` V. art. 75, NCPC.`` V. Lei 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Pú-blicos).`` V. Enunciado 141 das Jornadas de Direito Civil.

I ‑ a União;II ‑ os Estados, o Distrito Federal e os Ter‑ritórios;III ‑ os Municípios;IV ‑ as autarquias, inclusive as associa‑ções públicas; (Redação dada pela Lei 11.107/2005.)

`` V. art. 20, Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular).`` V. art. 5º, I, Dec.-Lei 200/1967 (Dispõe sobre a organização da administração federal).

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código civilArt. 42

V ‑ as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem‑se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas nor‑mas deste Código.

`` V. art. 75, NCPC.`` V. art. 20, Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular).`` V. art. 5º, Dec.-Lei 200/1967 (Dispõe sobre organização da Administração Federal).

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa quali‑dade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

`` V. arts. 21, XXIII, c; 37, § 6º; e 173, § 5º, CF.`` V. arts. 186 a 188; e 927 a 954 deste Código.`` V. art. 125, NCPC.`` V. Lei 4.619/1965 (Dispõe sobre a ação regressiva da União contra seus agentes).`` V. art. 6º, § 2º, Lei 4.898/1965 (Regula o direito de representação e o processo de responsabili-dade administrativa civil e penal, nos casos de abuso de autoridade).`` V. arts. 121 a 126, Lei 8.112/1990 (Dispõe so-bre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais).`` V. Lei 10.309/2001 (Dispõe sobre a assunção pela União de responsabilidades civis perante terceiros no caso de atentados terroristas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasileiras).`` V. Lei 10.744/2003 (Dispõe sobre a assunção, pela União, de responsabilidades civis peran-te terceiros no caso de atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo).`` V. Súm. 39, STJ.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

`` V. art. 173, §§ 1º a 3º, CF.`` V. arts. 2.031 a 2.034 deste Código.`` V. art. 11, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).`` V. art. 5º, 11, Dec.-Lei 200/1967 (Dispõe sobre a organização da administração federal).`` V. art. 1º, Lei 9.096/1995 (Dispõe sobre os partidos políticos).`` V. Súmulas 39 e 42, STJ.`` V. Enunciados 142, 143, 144, 280 e 469 das Jornadas de Direito Civil.

I ‑ as associações;`` V. art. 5º, XVII e XXI, CF.`` V. arts. 53 a 61 deste Código.

II ‑ as sociedades;`` V. arts. 981 a 1.141 deste Código.

III ‑ as fundações.`` V. arts. 62 a 69; e 2.034 deste Código.`` V. art. 11, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

IV ‑ as organizações religiosas; (Incluído pela Lei 10.825/2003.)

`` V. art. 19, I, CF.

V ‑ os partidos políticos. (Incluído pela Lei 10.825/2003.)

`` V. art. 17, CF.VI ‑ as empresas individuais de respon‑sabilidade limitada. (Incluído pela Lei 12.441/2011 ‑ com vigência em 180 dias.)

§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao Poder Público negar‑lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e neces‑sários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei 10.825/2003.)

`` V. Lei 9.096/1995 (Dispõe sobre os partidos políticos).

§ 2º As disposições concernentes às as‑sociações aplicam‑se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei 10.825/2003.)§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei 10.825/2003.)

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Exe‑cutivo, averbando‑se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

`` V. arts. 207 a 211; 967; 985; 986; 998; 999, p.u.; 1.000; 1.012; 1.134; 1.135; e 1.150 a 1.154 deste Código.`` V. Dec. 916/1890 (Cria o registro de firmas ou razões comerciais).`` V. Dec.-Lei 9.085/1946 (Dispõe sobre o registro civil das pessoas jurídicas).`` V. Lei 4.503/1964 (Institui o Cadastro Geral de Pessoas Jurídicas no Ministério da Fazenda).`` V. arts. 114 a 126, Lei 6.015/1973 (Lei de Re-gistros Públicos).`` V. Lei 6.739/1979 (Dispõe sobre a matrícula e o registro de imóveis rurais).`` V. Lei 7.433/1985 (Dispõe sobre os requisitos sobre a lavratura de escrituras públicas).`` V. Dec. 93.240/1986 (Regulamenta a Lei 7.433/1985).`` V. arts. 1º, § 2º; e 15, § 1º, Lei 8.906/1994 (EAOAB).`` V. Lei 8.934/1994 (Dispõe sobre o registro pú-blico de empresas mercantis e atividades afins).`` V. arts. 7º a 11, Lei 9.096/1995 (Dispõe sobre os partidos políticos).`` V. Lei 9.279/1996 (Dispõe sobre a propriedade industrial).`` V. Dec. 1.800/1996 (Regulamenta a Lei 8.934/1994).`` V. art. 241, §§ 1º a 3º, Dec. 3.000/1999 (Regu-lamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza);

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publica‑ção de sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:`` V. arts. 998; 1.000; 1.033; e 1.150 deste Código.`` V. arts. 120 e 121, Lei 6.015/1973 (Lei de Re-gistros Públicos).

I ‑ a denominação, os fins, a sede, o tem‑po de duração e o fundo social, quando houver;II ‑ o nome e a individualização dos fun‑dadores ou instituidores, e dos diretores;

III ‑ o modo por que se administra e re‑presenta, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

`` V. art. 1.013 deste Código.`` V. art. 75, NCPC.

IV ‑ se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;V ‑ se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações so‑ciais;VI ‑ as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

`` V. arts. 1.029 a 1.038 deste Código.

Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

`` V. arts. 43; 989; 997, VI; e 1.010 a 1.021 deste Código.`` V. art. 37, CPP.`` V. Enunciado 145 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver adminis‑tração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

`` V. arts. 1.010 e 1.014 deste Código.Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se re‑fere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear‑lhe‑á administrador provisório.

Art. 50. Em caso de abuso da persona‑lidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimo‑nial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

`` V. art. 1.080 deste Código.`` V. art. 28, CDC.`` V. art. 133 e ss., NCPC.`` V. art. 135, CTN.`` V. art. 2º, CLT.`` V. art. 34, Lei 12.529/2011 (Lei Antitruste).`` V. Enunciados 7, 51, 146, 281, 282, 283, 284, 285, 406 e 487 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 51. Nos casos de dissolução da pes‑soa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

`` V. arts. 1.033 a 1.038; 1.102 a 1.112; e 1.125 deste Código.`` V. Súm. 435, STJ.

§ 1º Far‑se‑á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam‑se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.§ 3º Encerrada a liquidação, promover‑se‑á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

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código civil Art. 52

CC

Art. 52. Aplica‑se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

`` V. art. 5º, V e X, CF.`` V. arts. 11 a 21 deste Código.`` V. Súm. 227, STJ.`` V. Enunciado 286 das Jornadas de Direito Civil.

cAPÍTUlo ii dAS ASSociAÇÕES

`` V. arts. 44, § 2º; e 1.155, p.u., deste Código.

Art. 53. Constituem‑se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

`` V. arts. 5º, XVII a XXI; 8º; 17; e 174, CF.`` V. arts. 40; 44 a 52; 75; 2.031; e 2.033 deste Código.`` V. arts. 511 a 521, CLT.`` V. Lei 91/1935 (Determina regras pelas quais são as sociedades declaradas de utilidade pública).`` V. art. 11, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).`` V. Dec.-Lei 4.684/1942 (Dispõe sobre condi-ções para a fundação e o funcionamento de associações para a defesa nacional).`` V. Dec. 50.517/1961 (Regulamenta a Lei 91/1935).`` V. arts. 35 a 43, Lei 4.380/1964 (Institui a cor-reção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria e cria o Banco Na-cional da Habitação - BNH, e Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias e o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo).`` V. arts. 62 a 65, Lei 4.728/1965 (Disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu desenvolvimento).`` V. Dec.-Lei 70/1966 (Autoriza o funcionamento de associações de poupança e empréstimo e institui a cédula hipotecária).`` V. arts. 6º, a, 12; e 22, Lei 5.197/1967 (Dispõe sobre a proteção à fauna).`` V. arts. 114, I; e 120, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. art. 55, II, Lei 8.212/1991 (Dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de Custeio).`` V. Lei 8.909/1994 (Dispõe, em caráter emergen-cial, sobre a prestação de serviços por entidades de assistência social, entidades beneficentes de assistência social e entidades de fins filan-trópicos e estabelece prazos e procedimentos para o recadastramento de entidades junto ao Conselho Nacional de Assistência Social).`` V. Lei 9.096/1995 (Dispõe sobre os partidos políticos).`` V. Lei 9.637/1998 (Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publiciza-ção, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais).`` V. Dec. 2.536/1998 (Dispõe sobre a concessão do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos),`` V. Lei 9.790/1999 (Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e institui e disciplina o Termo de Parceria).`` V. Dec. 3.100/1999 (Regulamenta a Lei 9.790/1999).`` V. LC 109/2001 (Dispõe sobre o Regime de Previdência Complementar).`` V. Enunciado 534 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Não há, entre os asso‑ciados, direitos e obrigações recíprocos.

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

`` V. art. 5º, XVII a XXI, CF.I ‑ a denominação, os fins e a sede da as‑sociação;II ‑ os requisitos para a admissão, demis‑são e exclusão dos associados;III ‑ os direitos e deveres dos associados;IV ‑ as fontes de recursos para sua manu‑tenção;V ‑ o modo de constituição e de funciona‑mento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)VI ‑ as condições para a alteração das dis‑posições estatutárias e para a dissolução;VII ‑ a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluí‑do pela Lei 11.127/2005.)

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.

Art. 56. A qualidade de associado é in‑transmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não im‑portará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

`` V. art. 61 deste Código.

Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim re‑conhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)

`` V. Enunciado 280 das Jornadas de Direito Civil.Parágrafo único. (Revogado pela Lei 11.127/2005.)

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

Art. 59. Compete privativamente à as‑sembleia geral: (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)I ‑ destituir os administradores; (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)II ‑ alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste ar‑tigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no esta‑tuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)

Art. 60. A convocação dos órgãos deli‑berativos far‑se‑á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê‑la. (Redação dada pela Lei 11.127/2005.)

`` V. Enunciado 280 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 61. Dissolvida a associação, o rema‑nescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou,

omisso este, por deliberação dos associa‑dos, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

`` V. art. 5º, XIX, CF.`` V. Enunciado 407 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do rema‑nescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

cAPÍTUlo iii dAS FUNdAÇÕES

`` V. arts. 1.155, p.u.; e 1.799, III, deste Código.`` V. art. 11, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).`` V. arts. 764 e 765, NCPC.

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se desti‑na, e declarando, se quiser, a maneira de administrá‑la.

`` V. arts. 40; 44 a 52; 65; 75; 215; e 2.031 a 2.033 deste Código.`` V. arts. 764 e 765, NCPC.`` V. art. 11, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).`` V. arts. 114, I; 119, p.u.; e 120, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir‑se para fins de: (Alterado pela Lei 13.151/2015.)

`` V. Enunciados 8 e 9 das Jornadas de Direito Civil.

I – assistência social; (Alterado pela Lei 13.151/2015.)II – cultura, defesa e conservação do patri‑mônio histórico e artístico; (Alterado pela Lei 13.151/2015.)III – educação; (Alterado pela Lei 13.151/2015.)IV – saúde; (Alterado pela Lei 13.151/2015.)V – segurança alimentar e nutricional; (Al‑terado pela Lei 13.151/2015.)VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desen‑volvimento sustentável; (Alterado pela Lei 13.151/2015.)

`` V. Dec. 8.892/2016 (Cria a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentável).

VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, moderniza‑ção de sistemas de gestão, produção e di‑vulgação de informações e conhecimen‑tos técnicos e científicos; (Alterado pela Lei 13.151/2015.)VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Alte‑rado pela Lei 13.151/2015.)

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90

código civilArt. 63

IX – atividades religiosas; e (Alterado pela Lei 13.151/2015.)X – (Vetado pela Lei 13.151/2015.)

`` V. art. 2.032 deste Código.`` V. Lei 8.958/1994 (Dispõe sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio).

Art. 63. Quando insuficientes para cons‑tituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o ins‑tituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.

Art. 64. Constituída a fundação por ne‑gócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir‑lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor co‑meter a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatu‑to da fundação projetada, submetendo‑o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

`` V. arts. 764 e 765, NCPC.Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo insti‑tuidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

Art. 66. Velará pelas fundações o Ministé‑rio Público do Estado onde situadas.

`` V. art. 765, NCPC.`` V. art. 25, Lei 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público).`` V. art. 72, LC 109/2001 (Dispõe sobre o Regime de Previdência Complementar)`` V. Enunciado 147 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministé‑rio Público do Distrito Federal e Territórios. (Alterado pela Lei 13.151/2015.)

`` V. ADIn 2.794-8.`` V. Enunciado 10 das Jornadas de Direito Civil.

§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

`` V. Lei 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público).

Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:I ‑ seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;II ‑ não contrarie ou desvirtue o fim desta;III – seja aprovada pelo órgão do Ministé‑rio Público no prazo máximo de 45 (qua‑renta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri‑la, a requerimento do interes‑sado. (Alterado pela Lei 13.151/2015.)

`` V. art. 764, NCPC.

Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao subme‑terem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná‑la, se quiser, em dez dias.

Art. 69. Tornando‑se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando‑se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitu‑tivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

`` V. art. 765, NCPC.

TÍTUlo iii do doMicÍlio

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.

`` V. art. 5º, XI, CF.`` V. arts. 327; 1.556, II; 1.569; e 1.711 deste Código.`` V. arts. 46 a 53, 62 e 63, NCPC.`` V. arts. 127 e 159, CTN.`` V. arts. 7º; 10; e 12, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).`` V. arts. 28 a 32, Dec. 3.000/1999 (Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e admi-nistração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza).`` V. Enunciado 408 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar‑se‑á domicílio seu qual‑quer delas.

`` V. art. 46, NCPC.`` V. Súm. 483, STF.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

`` V. art. 46, NCPC.`` V. art. 10, § 1º, Lei 8.906/1994 (EAOAB).

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

`` V. art. 46, NCPC.

Art. 73. Ter‑se‑á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

`` V. art. 46, NCPC.`` V. art. 7º, § 8º, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).

Art. 74. Muda‑se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às mu‑nicipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:I ‑ da União, o Distrito Federal;

`` V. art. 109, §§ 1º a 4º, CF.`` V. art. 51, NCPC.

II ‑ dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

`` V. art. 51, NCPC.III ‑ do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV ‑ das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas direto‑rias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

`` V. art. 109, §§ 1º a 4º, CF.`` V. art. 53, NCPC.

§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos esta‑belecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

`` V. art. 53, NCPC.`` V. Súm. 363, STF.

§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver‑se‑á por do‑micílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

`` V. art. 21, NCPC.`` V. art. 3º, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).`` V. Súm. 363, STF.

Art. 76. Têm domicílio necessário o inca‑paz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exer‑cer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordi‑nado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

`` V. arts. 3º e 4º deste Código.`` V. art. 50, NCPC.`` V. art. 7º, § 7º, Dec.-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extra‑territorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser de‑mandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obri‑gações deles resultantes.

`` V. art. 327 deste Código.`` V. arts. 47, 62 e 63, NCPC.`` V. art. 1º, Dec.-Lei 4.597/1942 (Dispõe sobre as prescrições de ações contra a Fazenda Pública).`` V. Súm. 335, STF.

livRo ii doS BENS

TÍTUlo ÚNico dAS diFERENTES clASSES dE BENS

cAPÍTUlo i doS BENS coNSidERAdoS

EM Si MESMoS

SEÇÃO I DOS BENS IMÓVEIS

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou arti‑ficialmente.

`` V. arts. 20, VIII a X; e 176, CF.

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91

código civil Art. 80

CC

`` V. arts. 92 a 97; 1.229; 1.230; e 1.248 a 1.259 deste Código.`` V. art. 145, Dec. 24.643/1934 (Código de Águas).`` V. Lei 4.591/1964 (Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias).`` V. Dec.-Lei 227/1967 (Código de Minas).`` V. Súm. 329, STF.`` V. Súm. 238, STJ.`` V. Enunciado 11 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 80. Consideram‑se imóveis para os efeitos legais:I ‑ os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

`` V. arts. 1.225 e 1.227 deste Código.`` V. Dec. 24.778/1934 (Dispõe sobre a caução de hipoteca ou de penhor).`` V. Súm. 329, STF.

II ‑ o direito à sucessão aberta.`` V. art. 5º, XXX e XXXI, CF.`` V. arts. 1.784 e 1.804 deste Código.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:I ‑ as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;II ‑ os materiais provisoriamente separa‑dos de um prédio, para nele se reempre‑garem.

`` V. art. 84 deste Código.

SEÇÃO II DOS BENS MÓVEIS

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico‑social.

`` V. arts. 1.267 e 1.268 deste Código.

Art. 83. Consideram‑se móveis para os efeitos legais:I ‑ as energias que tenham valor econô‑mico;

`` V. art. 155, § 3º, CP.II ‑ os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

`` V. arts. 1.225 e 1.226 deste Código.III ‑ os direitos pessoais de caráter patri‑monial e respectivas ações.

`` V. art. 233 deste Código.`` V. art. 5º, Lei 9.279/1996 (Dispõe sobre a pro-priedade industrial).`` V. art. 3º, Lei 9.610/1998 (Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais).

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem emprega‑dos, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

`` V. art. 81, II, deste Código.

SEÇÃO III DOS BENS FUNGÍVEIS E CONSUMÍVEIS

Art. 85. São fungíveis os móveis que po‑dem substituir‑se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

`` V. arts. 243; 247; 307, p.u.; 369; e 579 deste Código.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também con‑siderados tais os destinados à alienação.

`` V. art. 1.392, § 1º, deste Código.

SEÇÃO IV DOS BENS DIVISÍVEIS

`` V. arts. 257 a 263; 314; 504; 1.199; 1.314 a 1.358; e 1.386 deste Código.

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

`` V. arts. 177; 257 a 263; 314; 414; e 415 deste Código.

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar‑se indivisíveis por determi‑nação da lei ou por vontade das partes.

`` V. arts. 105; 263; 504; 844; 1.320; 1.386; e 1.791 deste Código.`` V. art. 65, Lei 4.504/1964 (Estatuto da Terra).

SEÇÃO V DOS BENS SINGULARES E COLETIVOS

Art. 89. São singulares os bens que, em‑bora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fa‑to a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham des‑tinação unitária.

`` V. art. 1.791 deste Código.`` V. arts. 36. § 5º; e 38, Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica).`` V. Enunciado 288 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

`` V. Enunciado 288 das Jornadas de Direito Civil.

cAPÍTUlo ii doS BENS REciPRocAMENTE

coNSidERAdoS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

`` V. arts. 184; 233; 287; 364; 822; e 1.209 deste Código.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se des‑tinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

`` V. Enunciado 535 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.

`` V. arts. 79; 237; e 1.214 a 1.216 deste Código.

Art. 96. As benfeitorias podem ser volup‑tuárias, úteis ou necessárias.

`` V. arts. 453; 571; 578; 1.219 a 1.222; 1.248 a 1.259; e 1.922, p.u., deste Código.`` V. art. 24, Dec. 59.566/1966 (Regulamenta a Lei 4.504/1964).`` V. art. 538, §§ 1º e 2º, NCPC.

§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual

do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

`` V. arts. 1.253 a 1.259 deste Código.

Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

`` V. art. 1.248 a 1.252 deste Código.

cAPÍTUlo iii doS BENS PÚBlicoS

`` V. arts. 20 e 26, CF.`` V. art. 1º, Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular).`` V. Dec.-Lei 25/1937 (Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional).`` V. Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

`` V. arts. 5º, LXXIII; 20; 26; e 176, caput, CF.`` V. art. 16, § 3º, ADCT.`` V. art. 102 deste Código.`` V. Dec. 24.643/1934 (Código de Águas).`` V. Dec.-Lei 3.236/1941 (Dispõe sobre jazidas de petróleo e gás natural).`` V. Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).`` V. Dec. 28.840/1950 (Declara integrada ao território nacional a plataforma submarina, na parte correspondente a esse território ).`` V. art. 1º, Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular).`` V. Lei 6.383/1976 (Dispõe sobre o processo discriminatório de terras devolutas da União).`` V. Lei 6.634/1979 (Dispõe sobre a faixa de fronteira).`` V. Dec. 85.064/1980 (Regulamenta a Lei 6.634/1979).`` V. Lei 8.617/1993 (Dispõe sobre o mar terri-torial, a zona contígua, a zona econômica ex-clusiva e a plataforma continental brasileiros).`` V. Súmulas 340 e 650, STF.`` V. Enunciado 287 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 99. São bens públicos:`` V. Súm. 477, STF.

I ‑ os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

`` V. arts. 20, I a XI; 26; 176; 191; e 225, CF.`` V. Dec. 24.643/1934 (Código de Águas).`` V. art. 5º, Dec.-Lei 2.490/1940 (Estabelece novas normas para o aforamento dos terrenos de marinha).`` V. Dec.-Lei 7.937/1945 (Dispõe sobre o lotea-mento de terrenos de marinha).`` V. Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).`` V. art. 10, Lei 7.661/1988 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro).

II ‑ os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou esta‑belecimento da administração federal, es‑tadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

`` V. Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).

III ‑ os dominicais, que constituem o patri‑mônio das pessoas jurídicas de direito pú‑blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

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92

código civilArt. 100

`` V. arts. 183, § 3º; e 191, p.u., CF.`` V. Dec.-Lei 25/1937 (Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional).`` V. art. 200, Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).`` V. Súm. 340, STF.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram‑se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

`` V. arts. 183, § 3º; e 191, p.u., CF.`` V. art. 200, Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).`` V. Súm. 340, STF.

Art. 100. Os bens públicos de uso co‑mum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

`` V. art. 23, Lei 9.636/1998 (Dispõe sobre a regula-rização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio de União) `` V. Dec. 3.725/2001 (Regulamenta a Lei 9.636/1998).`` V. Súm. 340, STF.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exi‑gências da lei.

`` V. art. 23, Lei 9.636/1998 (Dispõe sobre a regula-rização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio de União).`` V. Dec. 3.725/2001 (Regulamenta a Lei 9.636/1998).

Art. 102. Os bens públicos não estão su‑jeitos à usucapião.

`` V. arts. 183, § 3º; e 191, p.u., CF.`` V. arts. 1.238 a 1.244 deste Código.`` V. art. 200, Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).`` V. Súm. 340, STF.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

`` V. art. 29, Lei 6.383/1976 (Dispõe sobre o processo discriminatório de terras devolutas da União).

livRo iii doS FAToS JURÍdicoS

TÍTUlo i do NEgócio JURÍdico

cAPÍTUlo i diSPoSiÇÕES gERAiS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

`` V. arts. 107 a 114; 166; 167; 171 a 184; e 2.035 deste Código.`` V. arts. 6º, V; e 51, § 1º, III, CDC.

I ‑ agente capaz;`` V. arts. 1º; 3º; 4º; 105; 166, I; e 171, I, deste Código.

II ‑ objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

`` V. arts. 106 e 166, II e III, deste Código.III ‑ forma prescrita ou não defesa em lei.

`` V. arts. 107 a 114; 166, IV; e 421 deste Código.`` V. art. 51, CDC.

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste

caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

`` V. arts. 4º; 87; 88; 104, I; 171, I; 180; 257 a 263; 314; e 889 a 895 deste Código.

Art. 106. A impossibilidade inicial do ob‑jeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

`` V. arts. 104, II; 121; 123; 124; e 130 deste Código.

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

`` V. arts. 104, III; 108; 109; 183; 184; e 212 deste Código.`` V. art. 369, NCPC.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à cons‑tituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário‑mínimo vigente no país.

`` V. arts. 114; 215; 1.225; 1.227; 1.245; 1.275; 1.640, p.u.; 1.653; e 1.711 deste Código.`` V. art. 406, NCPC.`` V. arts. 17, § 4º; e 74, Dec.-Lei 9.760/1946 (Dispõe sobre os bens imóveis da União).`` V. art. 61, Lei 4.380/1964 (Institui a correção monetária nos contratos imobiliários de inte-resse social, o sistema financeiro para aqui-sição da casa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH) e Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias e o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo).`` V. art. 221, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. art. 26, Lei 6.766/1979 (Dispõe sobre o par-celamento do solo urbano).`` V. art. 7º, Dec.-Lei 2.375/1987 (Dispõe sobre terras públicas).`` V. art. 33, Lei 7.652/1988 (Dispõe sobre o re-gistro da propriedade marítima).`` V. art. 38, Lei 9.514/1997 (Dispõe sobre o sis-tema de financiamento imobiliário e institui a alienação fiduciária de coisa imóvel).`` V. art. 8º, Lei 10.188/2001 (Cria o Programa de Arrendamento Residencial).`` V. arts. 10; 35; e 48, Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade).`` V. Enunciado 289 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instru‑mento público, este é da substância do ato.

`` V. arts. 104, III; 212; e 215 deste Código.`` V. art. 1º, II, Lei 8.560/1992 (Regula a investi-gação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento).

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que ma‑nifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

`` V. art. 112 deste Código.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o au‑torizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

`` V. art. 539 deste Código.

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas con‑substanciada do que ao sentido literal da linguagem.

`` V. arts. 114; 133; 819 e 1.899 deste Código.`` V. arts. 46 a 48; e 51, CDC.`` V. art. 4º, Lei 9.610/1998 (Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais).

`` V. Enunciado 421 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa‑fé e os usos do lugar de sua celebração.

`` V. arts. 164; 422; 423; 1.201; e 1.202 deste Código.`` V. art. 4º, Lei 9.610/1998 (Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais).`` V. Enunciados 409 e 421 das Jornadas de Di-reito Civil.

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam‑se estritamente.

`` V. arts. 108; 112; 191; 392; 424; 538; 819; 828, I; 1.410, I; 1.425, III; e 1.806 deste Código.`` V. art. 4º, Lei 9.610/1998 (Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais).

cAPÍTUlo ii dA REPRESENTAÇÃo

Art. 115. Os poderes de representação conferem‑se por lei ou pelo interessado.

`` V. arts. 2º; 120; 653; 1.542, § 2º; 1.634, V; 1.690; 1.747, I; e 1.774, I, deste Código.`` V. art. 75, NCPC.

Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.

`` V. art. 3º; 4º; 112; 149; 213, p.u.; 662; 928; 1.205, I; e 1.634,deste Código.

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o repre‑sentado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.

`` V. arts. 138 a 184 e 685 deste Código.`` V. Súm. 165, STF.`` V. Súm. 60, STJ.

Parágrafo único. Para esse efeito, tem‑se como celebrado pelo representante o ne‑gócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

`` V. arts. 653; 665; 673; e 679 deste Código.

Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interes‑ses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.

`` V. arts. 138 a 184 deste Código.Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear‑se a anulação prevista neste artigo.

`` V. arts. 3º a 5º deste Código.

Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da represen‑tação voluntária são os da Parte Especial deste Código.

`` V. arts. 115; 653 a 692; 1.634, V; 1.690; e 1.747, I, deste Código.

cAPÍTUlo iii dA coNdiÇÃo, do TERMo E do

ENcARgo

Art. 121. Considera‑se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade

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93

código civil Art. 121

CC

das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

`` V. arts. 125 a 127; 131; 135; 136; 167, II; 855; 1.359; 1.613; 1.808; 1.897; e 1.900 deste Código.

Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que pri‑varem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

`` V. arts. 332 e 489 deste Código.`` V. art. 51, IX, X, XI e XIII, CDC.`` V. Port. SDE 4/1998 (Cláusulas abusivas em adi-tamento ao elenco do art. 51 da Lei 8.078/1990).`` V. Port. SDE 3/2001 (Elenca as cláusulas abusivas).`` V. Port. SDE 5/2002 (Complementa o elenco de cláusulas abusivas constante do art. 51 da Lei 8.078/1990).`` V. Súmulas 60 e 543, STJ.

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:

`` V. art. 137 deste Código.I ‑ as condições física ou juridicamente im‑possíveis, quando suspensivas;

`` V. arts. 106 e 166, II, deste Código.II ‑ as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;

`` V. arts. 122 e 166, II e III, deste Código.III ‑ as condições incompreensíveis ou contraditórias.

Art. 124. Têm‑se por inexistentes as con‑dições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.

Art. 125. Subordinando‑se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

`` V. arts. 121; 131; 135; 199, I; 234; 332; 509; e 1.923 deste Código.

Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.

`` V. art. 135 deste Código.

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer‑se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.

`` V. arts. 135; 397; 401; 474; e 1.359 deste Código.`` V. art. 12, Dec.-Lei 58/1937 (Dispõe sobre o loteamento e venda de terrenos para pagamento em prestações).

Art. 128. Sobrevindo a condição resolu‑tiva, extingue‑se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa‑fé.

`` V. arts. 135; 1.359; e 1.360 deste Código.

Art. 129. Reputa‑se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemen‑to for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando‑se, ao contrário, não verificada a condição

maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá‑lo.

`` V. art. 6º, § 2º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

Art. 131. O termo inicial suspende o exer‑cício, mas não a aquisição do direito.

`` V. arts. 125; 135; 1.613 e 1.924 deste Código.`` V. art. 6º, § 2º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC) .

Art. 132. Salvo disposição legal ou con‑vencional em contrário, computam‑se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.

`` V. arts. 216 e 224, NCPC.`` V. art. 775, CLT.`` V. art. 10, CP.`` V. art. 798, CPP.`` V. art. 210, CTN.`` V. Dec. 10.546/1913 (Aprova o regulamento para execução da Lei 2.784/1913, sobre a hora legal).`` V. Dec.-Lei 3.602/1941 (Dispõe sobre a con-tagem dos prazos em processos ou causas de natureza fiscal ou administrativa).`` V. Lei 662/1949 (Dispõe sobre os feriados nacionais).`` V. Lei 810/1949 (Define o ano civil).`` V. Lei 1.408/1951 (Prorroga vencimentos de prazos judiciais).`` V. Lei 6.802/1980 (Declara Feriado Nacional o Dia 12 de outubro, Consagrado a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil).`` V. Lei 7.089/1983 (Veda cobrança de juros de mora sobre título vencido em feriado, sábado ou domingo).`` V. Lei 9.093/1995 (Dispõe sobre feriados).`` V. Lei 9.800/1999 (Dispõe sobre a utilização de sistema de transmissão de dados).`` V. art. 993, Dec. 3.000/1999 (Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e adminis-tração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza).`` V. Lei 10.607/2002 (Declara feriados nacionais).

§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar‑se‑á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.

`` V. art. 775, p.u., CLT.`` V. arts. 214 e 216, NCPC.`` V. art. 798, § 3º, CPP.`` V. Leis 662/1949, 6.802/1980, e 7.466/1986 (Dispõem sobre feriados nacionais).

§ 2º Meado considera‑se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.

`` V. Lei 810/1949 (Define o ano civil).§ 4º Os prazos fixados por hora contar‑se‑ão de minuto a minuto.

Art. 133. Nos testamentos, presume‑se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contra‑tos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabele‑ceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.

`` V. arts. 112 e 1.899 deste Código.

Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo

se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

`` V. arts. 123 a 130; 331; 474; 939; e 1.359 deste Código.

Art. 135. Ao termo inicial e final apli‑cam‑se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.

`` V. arts. 123 a 130 deste Código.

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, sal‑vo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.

`` V. arts. 121; 125; 131; 539; 553; 564, II; e 1.938 deste Código.`` V. art. 6º, § 2º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdu-ção às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

Art. 137. Considera‑se não escrito o encar‑go ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

`` V. art. 123, I e II, deste Código.

cAPÍTUlo iv doS dEFEiToS do NEgócio

JURÍdico

`` V. art. 138, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).

SEÇÃO I DO ERRO OU IGNORÂNCIA

`` V. art. 178, II, deste Código.

Art. 138. São anuláveis os negócios jurí‑dicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência nor‑mal, em face das circunstâncias do negócio.

`` V. arts. 48; 171, II; 177; 178, II; 849; 877; 1.559; 1.812; 1.909; e 2.027,deste Código.`` V. arts. 393, 446 e 966, NCPC.`` V. Enunciado 12 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 139. O erro é substancial quando:`` V. arts. 1.556; 1.557; 1.559; e 1.903 deste Código.`` V. art. 37, § 1º, CDC.

I ‑ interessa à natureza do negócio, ao ob‑jeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;II ‑ concerne à identidade ou à qualida‑de essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;

`` V. arts. 1.556; 1.557, I; 1.559; e 1.903 deste Código.

III ‑ sendo de direito e não implicando re‑cusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

`` V. art. 3º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

Art. 140. O falso motivo só vicia a decla‑ração de vontade quando expresso como razão determinante.

`` V. art. 166, III, deste Código.

Art. 141. A transmissão errônea da von‑tade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por

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94

código civilArt. 142

seu contexto e pelas circunstâncias, se pu‑der identificar a coisa ou pessoa cogitada.

`` V. art. 1.903 deste Código.

Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá‑la na conformida‑de da vontade real do manifestante.

`` V. arts. 172 a 175 deste Código.

SEÇÃO II DO DOLO

`` V. art. 178, II, deste Código.`` V. art. 101, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).

Art. 145. São os negócios jurídicos anulá‑veis por dolo quando este for a sua causa.

`` V. arts. 171, II; 177; 178, II; 180; 849; 1.812; 1.909; e 2.027 deste Código.`` V. arts. 393, 446 e 966, NCPC.

Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão do‑losa, provando‑se que sem ela o negócio não se teria celebrado.

`` V. arts. 441 a 446; 766; e 773 deste Código.`` V. art. 678-2, CCom.

Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrá‑rio, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

`` V. arts. 402 a 405 deste Código.

Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representa‑do responderá solidariamente com ele por perdas e danos.

`` V. arts. 275 a 285; 402 a 405; e 932 deste Código.

Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá‑lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

SEÇÃO III DA COAÇÃO

`` V. art. 178, I, deste Código.

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.

`` V. arts. 171, II; 177; 178, I; 849; 1.558; 1.559; 1.812; 1.909; e 2.027 deste Código.`` V. art. 146, CP.`` V. arts. 393, 446 e 966, NCPC.

Parágrafo único. Se disser respeito a pes‑soa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

Art. 152. No apreciar a coação, ter‑se‑ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.

Art. 153. Não se considera coação a ame‑aça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamen‑te com aquele por perdas e danos.

`` V. arts. 275 a 285; e 402 a 405 deste Código.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

`` V. arts. 402 a 405 deste Código.

SEÇÃO IV DO ESTADO DE PERIGO

`` V. art. 178, II, deste Código.

Art. 156. Configura‑se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar‑se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, as‑sume obrigação excessivamente onerosa.

`` V. art. 171, II, deste Código.`` V. art. 24, CP.`` V. Enunciado 148 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Tratando‑se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

`` V. arts. 171, II; e 1.591 a 1.595 deste Código.

SEÇÃO V DA LESÃO

`` V. arts. 171, II; 178, II; e 884 a 886 deste Código.

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

`` V. art. 171, II, deste Código.`` V. Enunciados 149, 150, 290, 291 e 410 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Aprecia‑se a desproporção das presta‑ções segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.§ 2º Não se decretará a anulação do negó‑cio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

`` V. arts. 171, II; e 317, deste Código.`` V. art. 6º, V, CDC.

SEÇÃO VI DA FRAUDE CONTRA CREDORES

`` V. arts. 178, II; e 1.813 deste Código.`` V. art. 790, V, NCPC.`` V. art. 185, CTN.`` V. art. 216, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. art. 130, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por

eles reduzido à insolvência, ainda quan‑do o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

`` V. arts. 161; 171, II; 177; 178, II; 1.812; e 2.027 deste Código.`` V. art. 790, V, NCPC.`` V. arts. 774, 789, 792 e 856, NCPC.`` V. art. 179, CP.`` V. art. 185, CTN.`` V. art. 216, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Súm. 195, STJ.`` V. Enunciados 151 e 292 das Jornadas de Di-reito Civil.

§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.

`` V. Súm. 195, STJ.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou hou‑ver motivo para ser conhecida do outro contratante.

`` V. art. 161 deste Código.`` V. art. 216, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar‑se‑á depositando‑o em juízo, com a citação de todos os in‑teressados.

`` V. art. 335 deste Código.`` V. arts. 539 a 549 e 1.052, NCPC.

Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má‑fé.

`` V. art. 178, II, deste Código.

Art. 162. O credor quirografário, que rece‑ber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

Art. 163. Presumem‑se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.

`` V. art. 1.419 e ss. deste Código.

Art. 164. Presumem‑se, porém, de boa‑fé e valem os negócios ordinários indispen‑sáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsis‑tência do devedor e de sua família.

`` V. art. 113 deste Código.

Art. 165. Anulados os negócios fraudu‑lentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.Parágrafo único. Se esses negócios ti‑nham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor

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código civil Art. 166

CC

ou anticrese, sua invalidade importará so‑mente na anulação da preferência ajustada.

`` V. arts. 184; e 1.419 a 1.510 deste Código.

cAPÍTUlo v dA iNvAlidAdE do NEgócio

JURÍdico

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quan‑do:

`` V. arts. 104 e 2.035 deste Código.`` V. art. 96, III, Lei 11.101/2005 (Lei de Recupe-ração de Empresas e Falência).

I ‑ celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

`` V. arts. 3º; 104, I; 105; 166, I; 1.548, I; e 1.860,des-te Código.

II ‑ for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

`` V. arts. 104, II; 106; 123; 124; e 762 deste Código.`` V. art. 17, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

III ‑ o motivo determinante, comum a am‑bas as partes, for ilícito;

`` V. arts. 104, II, e 123 deste Código.IV ‑ não revestir a forma prescrita em lei;

`` V. arts. 104, III; 107; e 1.653,deste Código.V ‑ for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;VI ‑ tiver por objetivo fraudar lei impera‑tiva;

`` V. art. 1.802 deste Código.`` V. art. 9º, CLT.`` V. art. 11, Dec. 22.626/1933 (Lei da Usura).

VII ‑ a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir‑lhe a prática, sem cominar sanção.

`` V. arts. 104 a 109; 209; 489; 497; 548; 549; 762; 795; 798, p.u.; 808; 850; 907; 912, p.u.; 1.268, § 2º; 1.365; 1.428; 1.475; 1.516, § 3º; 1.548, II; 1.730; 1.802; 1.860; 1.900; 1.912; e 1.959 deste Código.`` V. arts. 37 e 39, Lei 6.766/1979 (Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano).`` V. art. 18, § 1º, Lei 7.357/1985 (Dispõe sobre cheque).

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simu‑lado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

`` V. art. 96, III, Lei 11.101/2005 (Lei de Recupe-ração de Empresas e Falência).`` V. Enunciados 152, 153, 293 e 294 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurí‑dicos quando:I ‑ aparentarem conferir ou transmitir di‑reitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;II ‑ contiverem declaração, confissão, con‑dição ou cláusula não verdadeira;

`` V. art. 121 deste Código.III ‑ os instrumentos particulares forem an‑tedatados, ou pós‑datados.

`` V. art. 409, NCPC.§ 2º Ressalvam‑se os direitos de terceiros de boa‑fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.

Art. 168. As nulidades dos artigos ante‑cedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

`` V. art. 1.549 deste Código.`` V. Enunciado 294 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo per‑mitido supri‑las, ainda que a requerimento das partes.

`` V. art. 177 deste Código.`` V. art. 282, NCPC.`` V. art. 214, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Súm. 346, STF.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

`` V. art. 367 deste Código.`` V. Enunciados 536 e 537 das Jornadas de Di-reito Civil.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, sub‑sistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

`` V. Enunciado 13 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

`` V. arts. 117; 119; 154; 177; 182 a 184; 496; 533, II; e 1.558 deste Código.

I ‑ por incapacidade relativa do agente;`` V. arts. 4º; 104, I; 105; 178, III; 180; e 181 deste Código.

II ‑ por vício resultante de erro, dolo, co‑ação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

`` V. arts. 138 a 165 deste Código.`` V. Súm. 195, STJ.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

`` V. arts. 151; 175; 367; 662; e 873 deste Código.

Art. 173. O ato de confirmação deve con‑ter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê‑lo.

`` V. art. 151 deste Código.

Art. 174. É escusada a confirmação ex‑pressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

`` V. art. 151 deste Código.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.

`` V. art. 496 deste Código.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solida‑riedade ou indivisibilidade.

`` V. arts. 87; 88; 168; 171; e 257 a 285 deste Código.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear‑se a anulação do negócio jurídico, contado:

`` V. arts. 207 a 211 deste Código.I ‑ no caso de coação, do dia em que ela cessar;

`` V. arts. 151 a 155 deste Código.II ‑ no de erro, dolo, fraude contra credo‑res, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;

`` V. arts. 138 a 150; 156 a 165; e 167, § 1º, deste Código.

III ‑ no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

`` V. arts. 3º a 5º; 104, I; e 171, I, deste Código.

Art. 179. Quando a lei dispuser que de‑terminado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear‑se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclu‑são do ato.

`` V. Enunciados 538 e 545 das Jornadas de Di-reito Civil.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir‑se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar‑se, declarou‑se maior.

`` V. arts. 4º, I; e 145, I, deste Código.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

`` V. arts. 221 e 310 deste Código.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir‑se‑ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo pos‑sível restituí‑las, serão indenizadas com o equivalente.

`` V. arts. 927 a 954 deste Código.

Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar‑se por outro meio.

`` V. art. 107 deste Código.

Art. 184. Respeitada a intenção das par‑tes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obri‑gação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

`` V. arts. 92 e 165, p.u., deste Código.`` V. art. 51, § 2º, CDC.

TÍTUlo ii doS AToS JURÍdicoS lÍciToS

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam‑se, no que couber, as disposições do Título anterior.

`` V. arts. 104 a 184 deste Código.

TÍTUlo iii doS AToS ilÍciToS

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

`` V. art. 5º, V e X, CF.`` V. arts. 12; 43; 398; 475; e 927 a 954 deste Código.`` V. art. 243, caput, IX; e §§ 1º a 3º, CE.`` V. arts. 81, 143, 161, 302 e 533, NCPC.`` V. Súmulas 28; 492; e 562, STF.`` V. Súmulas 37; 43; 221; 227; 281; 388; e 403, STJ.`` V. Enunciados 159, 411, 550 e 551 das Jornadas de Direito Civil.

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96

código civilArt. 187

Art. 187. Também comete ato ilícito o titu‑lar de um direito que, ao exercê‑lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa‑fé ou pelos bons costumes.

`` V. arts. 927 a 954; e 1.277 deste Código.`` V. Enunciados 37, 412, 413, 414, 508 e 539 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:`` V. arts. 23 a 25 deste Código.

I ‑ os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhe‑cido;

`` V. art. 930, p.u., deste Código.II ‑ a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remo‑ver perigo iminente.

`` V. arts. 929 e 930 deste Código.Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

`` V. art. 23, p.u., CP.

TÍTUlo iv dA PREScRiÇÃo E dA dEcAdÊNciA

cAPÍTUlo i dA PREScRiÇÃo

`` V. arts. 1.601 e 1.606 deste Código.

SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS

`` V. Súm. 150, STF.

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

`` V. arts. 882 e 2.028 deste Código.`` V. art. 487, NCPC.`` V. art. 82, § 1º, Lei 11.101/2005 (Lei de Recu-peração de Empresas e Falência).`` V. Enunciado 14 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

`` Sem correspondência no CC/1916`` V. arts. 146, 335 a 337, 340 a 343, NCPC.`` V. Enunciado 415 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

`` V. art. 114 deste Código.`` V. Enunciado 295 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.

`` V. arts. 59, 240, 302, 802, 487 e 535, NCPC.`` V. art. 96, II, Lei 11.101/2005 (Lei de Recupe-ração de Empresas e Falência).`` V. Súm. 150, STF.

Art. 194. (Revogado pela Lei 11.280/2006.)

Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais,

que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

`` V. arts. 4º; 40 a 44; 197 a 199; e 208 deste Código.

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

SEÇÃO II DAS CAUSAS QUE IMPEDEM OU

SUSPENDEM A PRESCRIÇÃO

`` V. arts. 207 e 1.244 deste Código.

Art. 197. Não corre a prescrição:`` V. art. 4º, Dec. 20.910/1932 (Regula a prescrição quinquenal).`` V. art. 157, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).`` V. Enunciado 296 das Jornadas de Direito Civil.

I ‑ entre os cônjuges, na constância da so‑ciedade conjugal;II ‑ entre ascendentes e descendentes, du‑rante o poder familiar;

`` V. arts. 1.630 a 1.638 deste Código.III ‑ entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

`` V. arts. 1.728 a 1.783 deste Código.

Art. 198. Também não corre a prescrição:`` V. art. 157, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).`` V. Enunciado 156 das Jornadas de Direito Civil.

I ‑ contra os incapazes de que trata o art. 3º;

`` V. art. 208 deste Código.`` V. art. 440, CLT.

II ‑ contra os ausentes do país em serviço público da União, dos Estados ou dos Mu‑nicípios;III ‑ contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

`` V. Lei 19/1947 (Releva de prescrição as ações que deveriam ter sido propostas durante a guerra por brasileiros nela empenhados).

Art. 199. Não corre igualmente a pres‑crição:

`` V. art. 157, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).

I ‑ pendendo condição suspensiva;`` V. arts. 125 e 126 deste Código.`` V. arts. 6º, caput; 82, § 1º; e 157, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falências).

II ‑ não estando vencido o prazo;`` V. art. 131 deste Código.

III ‑ pendendo ação de evicção.`` V. arts. 447 a 457 deste Código.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aprovei‑tam os outros se a obrigação for indivisível.

`` V. arts. 257 a 264 a 267 e 274 deste Código.

SEÇÃO III DAS CAUSAS QUE

INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO

`` V. arts. 207 e 1.244 deste Código.`` V. art. 174, p.u., CTN.

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar‑se‑á:

`` V. art. 203 deste Código.

`` V. arts. 240 e 802, NCPC.`` V. art. 174, p.u., CTN.`` V. Dec. 20.910/1932 (Regula a prescrição quinquenal).`` V. Dec.-Lei 4.597/1942 (Dispõe sobre a pres-crição das ações contra a Fazenda Pública).`` V. arts. 6º, caput; e 157, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).`` V. art. 901, Dec. 3.000/1999 (Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e adminis-tração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza).`` V. Súm. 154, STF.`` V. Súm. 248, TFR.`` V. Enunciados 416 e 417 das Jornadas de Di-reito Civil.

I ‑ por despacho do juiz, mesmo incompe‑tente, que ordenar a citação, se o interes‑sado a promover no prazo e na forma da lei processual;

`` V. arts. 240 e 802, NCPC.`` V. Súm. 78, TFR.

II ‑ por protesto, nas condições do inciso antecedente;

`` V. arts. 723 e 729, NCPC.III ‑ por protesto cambial;

`` V. Súm. 153, STF.IV ‑ pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;

`` V. art. 908, NCPC.V ‑ por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

`` V. art. 397, p.u., deste Código.`` V. arts. 59, 240 e 802, NCPC.

VI ‑ por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconheci‑mento do direito pelo devedor.

`` V. Súm. 154, STF.Parágrafo único. A prescrição interrompi‑da recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

`` V. art. 132 deste Código.`` V. Súm. 383, STF.

Art. 203. A prescrição pode ser interrom‑pida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor so‑lidário envolve os demais e seus herdeiros.

`` V. arts. 264 a 285 deste Código.§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não pre‑judica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.

`` V. arts. 87; 88; e 257 a 263 deste Código.§ 3º A interrupção produzida contra o prin‑cipal devedor prejudica o fiador.

`` V. arts. 264 a 285 deste Código.

SEÇÃo iv doS PRAZoS dA PREScRiÇÃo

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

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97

código civil Art. 206

CC

`` V. arts. 189 e 1.601 deste Código.`` V. art. 26, CDC.`` V. arts. 149; 440; e 916, CLT.`` V. art. 12, Lei 6.453/1977 (Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacio-nados com atividades nucleares).`` V. Súmulas 149 a 152; 443; 445; e 494, STF.`` V. Súmulas 39; 85; 106; 119; 142; 143; e 412, STJ.`` V. Súmulas 107; 108; e 219, TFR.

Art. 206. Prescreve:`` V. art. 189 deste Código.`` V. Enunciado 418 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Em um ano:`` V. art. 36, p.u., Lei 5.764/1971 (Define a Política Nacional de Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas).`` V. Lei 12.690/2012 (Dispõe sobre a organi-zação e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho.)

I ‑ a pretensão dos hospedeiros ou forne‑cedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o paga‑mento da hospedagem ou dos alimentos;II ‑ a pretensão do segurado contra o se‑gurador, ou a deste contra aquele, conta‑do o prazo:

`` V. Súm. 101, STJ.a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indeni‑zação proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anu‑ência do segurador;b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão.

`` V. art. 757 e ss. deste Código.`` V. Súmulas 101; 229; e 278, STJ.

III ‑ a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumen‑tos, custas e honorários;IV ‑ a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anôni‑ma, contado da publicação da ata da as‑sembleia que aprovar o laudo;V ‑ a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liqui‑dantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

`` V. arts. 1.102 a 1.112 deste Código.§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

`` V. arts. 948, II; e 1.694 a 1.710, deste Código.`` V. art. 119, CLT.`` V. art. 975, NCPC.`` V. art. 169, CTN.`` V. art. 23, Lei 5.478/1968 (Dispõe sobre a ação de alimentos).

§ 3º Em três anos:I ‑ a pretensão relativa a aluguéis de pré‑dios urbanos ou rústicos;

`` V. arts. 565 a 578 deste Código.`` V. Lei 8.245/1991 (Lei das Locações).

II ‑ a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vita‑lícias;III ‑ a pretensão para haver juros, dividen‑dos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV ‑ a pretensão de ressarcimento de enri‑quecimento sem causa;

`` V. arts. 884 a 886 deste Código.V ‑ a pretensão de reparação civil;

`` V. arts. 927 a 954 deste Código.`` V. art. 27, CDC.`` V. art. 1º-C, Lei 9.494/1997 (Disciplina a apli-cação da tutela antecipada contra a Fazenda Pública).`` V. Enunciados 419 e 420 das Jornadas de Di-reito Civil.

VI ‑ a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má‑fé, corren‑do o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;VII ‑ a pretensão contra as pessoas em se‑guida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

`` V. arts. 1.088 e 1.089 deste Código.`` V. Lei 6.404/1976 (Dispõe sobre as sociedades por ações).

b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço refe‑rente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;

`` V. arts. 1.010 a 1.021; e 1.060 a 1.070 deste Código.

c) para os liquidantes, da primeira assem‑bleia semestral posterior à violação.

`` V. arts. 1.038, § 2º; e 1.102 a 1.112 deste Código.VIII ‑ a pretensão para haver o pagamen‑to de título de crédito, a contar do venci‑mento, ressalvadas as disposições de lei especial;

`` V. arts. 887 a 926 deste Código.IX ‑ a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

`` V. arts. 757 a 802 deste Código.`` V. Lei 6.194/1974 (Dispõe sobre seguro obriga-tório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não).`` V. Súm. 405, STJ.

§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.

`` V. arts. 1.728 a 1.766 deste Código.`` V. art. 43, Lei 5.764/1971 (Define a Política Nacional de Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas).`` V. Lei 12.690/2012 (Dispõe sobre a organi-zação e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho.)

§ 5º Em cinco anos:`` V. art. 5º, XXIX, CF.`` V. art. 27, CDC.`` V. art. 11, CLT.`` V. art. 168, CTN.`` V. art. 12, Lei 1.060/1950 (Lei de Assistência Judiciária).`` V. art. 6º, Lei 7.542/1986 (Dispõe sobre a pesqui-sa, exploração, remoção e demolição das coisas ou bens afundados, submersos, encalhados e perdidos em aguas sob jurisdição nacional, em terreno de marinha e seus acrescidos em terrenos marginais, em decorrência de sinistro, alojamento ou fortuna do mar).`` V. arts. 103 e 104, Lei 8.213/1991 (Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social).`` V. Súm. 264, STF.

I ‑ a pretensão de cobrança de dívidas lí‑quidas constantes de instrumento público ou particular;II ‑ a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curado‑res e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos servi‑ços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato.

`` V. art. 25, Lei 8.906/1994 (EAOAB).III ‑ a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

cAPÍTUlo ii dA dEcAdÊNciA

`` V. arts. 45, p.u.; 48, p.u.; 119, p.u.; 178; 179; 445; 446; 501; 504; 505; 513; 516; 550; 554; 559; 618, p.u.; 745; 1.078, § 4º; 1.109, p.u.; 1.122; 1.423; 1.555; 1.560; 1.649; 1.795; 1.815, p.u.; 1.859; 1.909, p.u.; 1.965, p.u.; e 2.027, p.u., deste Código.

Art. 207. Salvo disposição legal em contrá‑rio, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.

`` V. arts. 197 a 204 deste Código.`` V. art. 26, CDC.

Art. 208. Aplica‑se à decadência o dis‑posto nos arts. 195 e 198, inciso I.

Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

`` V. arts. 114 e 191 deste Código.

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhe‑cer da decadência, quando estabelecida por lei.

`` V. arts. 59, 240, 330 e 332, 487, 802, NCPC.

Art. 211. Se a decadência for convencio‑nal, a parte a quem aproveita pode alegá‑la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

TÍTUlo v dA PRovA

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:

`` V. art. 5º, XII e LVI, CF.`` V. arts. 107 a 109; 183; e 221, p.u., deste Código.`` V. arts. 369, NCPC.`` V. Enunciados 157, 297 e 298 das Jornadas de Direito Civil.

I ‑ confissão;`` V. arts. 213 e 214 deste Código.`` V. arts. 389 a 395, NCPC.

II ‑ documento;`` V. arts. 107 a 109; e 215 a 226 deste Código.`` V. arts. 405 a 438, NCPC.`` V. Lei 7.115/1983 (Dispõe sobre prova docu-mental nos casos que indica).`` V. Lei 7.116/1983 (Assegura validade nacional às carteiras de identidade e regula sua expedição).`` V. arts. 23 e 24, Lei 8.159/1991 (Dispõe so-bre a política nacional de arquivos públicos e privados).`` V. Dec. 4.553/2002 (Dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado).

III ‑ testemunha;`` V. arts. 227 a 230 deste Código.`` V. arts. 357, 442 a 448 e 450 a 463, NCPC.

IV ‑ presunção;

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98

código civilArt. 213

`` V. art. 230 deste Código.`` V. art. 375, NCPC.

V ‑ perícia.`` V. arts. 231 e 232 deste Código.`` V. arts. 81, 464 a 480, 809, NCPC.

Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dis‑por do direito a que se referem os fatos confessados.

`` V. art. 392, NCPC.Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o re‑presentado.

`` V. arts. 115 a 120 deste Código.

Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

`` V. arts. 138 a 144; 151 a 155; e 171 e ss. deste Código.`` V. art. 393, NCPC.

Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.

`` V. Enunciado 158 das Jornadas de Direito Civil.§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:

`` V. Lei 7.433/1985 (Dispõe sobre os requisitos para a lavratura de escrituras públicas).

I ‑ data e local de sua realização;II ‑ reconhecimento da identidade e ca‑pacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como repre‑sentantes, intervenientes ou testemu‑nhas;III ‑ nome, nacionalidade, estado civil, pro‑fissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;IV ‑ manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;V ‑ referência ao cumprimento das exigên‑cias legais e fiscais inerentes à legitimida‑de do ato;VI ‑ declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a leram;VII ‑ assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.

`` V. Lei 7.433/1985 (Dispõe sobre os requisitos para a lavratura de escrituras públicas).

§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.

`` V. art. 148, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identi‑ficar‑se por documento, deverão participar

do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade.

Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro a cargo do es‑crivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados.

`` V. art. 425, NCPC.

Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos por tabe‑lião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas.

`` V. art. 830, CLT.`` V. art. 425, NCPC.`` V. Lei 5.433/1968 (Regula a microfilmagem de documentos oficiais).`` V. art. 161, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. Dec. 84.451/1980 (Dispõe sobre os atos no-tariais e de registro civil do serviço consular).`` V. Lei 8.935/1994 (Dispõe sobre serviços nota-riais e de registro).`` V. Dec. 1.799/1996 (Regulamenta a Lei 5.433/1968).

Art. 218. Os traslados e as certidões con‑siderar‑se‑ão instrumentos públicos, se os originais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato.

`` V. art. 425, NCPC.

Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem‑se ver‑dadeiras em relação aos signatários.

`` V. Lei 7.115/1983 (Dispõe sobre prova docu-mental nos casos que indica).`` V. art. 10, Med. Prov. 2.200-2/2001 (Instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – IPC-Brasil).

Parágrafo único. Não tendo relação di‑reta, porém, com as disposições princi‑pais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de prová‑las.

`` V. art. 408, NCPC.

Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar‑se‑á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.

`` V. art. 1.537 deste Código.

Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações con‑vencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.

`` V. arts. 288; 289; e 463, p.u., deste Código.`` V. arts. 408 e 412, NCPC.`` V. art. 2º, caput e § 1º, Lei 492/1937 (Regula o penhor rural e a cédula pignoratícia).`` V. arts. 127, I; 129-9; 156; e 161, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).`` V. art. 31, Lei 6.766/1979 (Dispõe sobre o par-celamento do solo urbano).`` V. Dec. 83.936/1979 (Simplifica exigências de documentos).

Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir‑se pelas outras de caráter legal.

`` V. arts. 183 e 212 deste Código.`` V. art. 408, NCPC.

Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova me‑diante conferência com o original assinado.

`` V. arts. 413 e 414, NCPC.`` V. arts. 289, § 1º; 356; 660, § 6º; e 665, CPP.

Art. 223. A cópia fotográfica de documen‑to, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.

`` V. arts. 423 e 424, NCPC.`` V. art. 2º, Dec.-Lei 2.148/1940 (Dispõe sobre certidões de tempo de serviço).

Parágrafo único. A prova não supre a au‑sência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.

Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais no país.

`` V. arts. 162 e 192, NCPC.`` V. art. 148, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a par‑te, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.

`` V. art. 422, NCPC.`` V. Enunciado 298 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 226. Os livros e fichas dos empre‑sários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por ou‑tros subsídios.

`` V. arts. 1.191 e 1.192 deste Código.`` V. arts. 417 e 421, NCPC.

Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.

`` V. art. 215 deste Código.

Art. 227. (Revogado pela Lei 13.105/2015.)Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou comple‑mentar da prova por escrito.

`` V. arts. 444 e 445, NCPC.

Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:

`` V. art. 3º, I e II, deste Código.`` V. art. 206, CPP.`` V. art. 829, CLT.`` V. art. 42, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

I ‑ os menores de dezesseis anos;II e III ‑ (Revogados pela Lei 13.146/2015.) IV ‑ o interessado no litígio, o amigo ínti‑mo ou o inimigo capital das partes;V ‑ os cônjuges, os ascendentes, os des‑cendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consan‑guinidade, ou afinidade.

`` V. art. 1.525, III, deste Código.

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99

código civil Art. 229

CC

`` V. art. 42, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

§ 1º Para a prova de fatos que só elas co‑nhecam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo. (Renumerado de p.u. pela Lei 13.146/2015.)§ 2º A pessoa com deficiência poderá tes‑temunhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo‑lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva. (Acrescentado pela Lei 13.146/2015.)

Art. 229. (Revogado pela Lei 13.105/2015.)

Art. 230. (Revogado pela Lei 13.105/2015.)

Art. 231. Aquele que se nega a subme‑ter‑se a exame médico necessário não poderá aproveitar‑se de sua recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica orde‑nada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.

PARTE ESPEciAl livRo i

do diREiTo dAS oBRigAÇÕES

`` V. art. 9º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LInDB, antiga LICC).

TÍTUlo i dAS ModAlidAdES dAS

oBRigAÇÕES

cAPÍTUlo i dAS oBRigAÇÕES dE dAR

SEÇÃO I DAS OBRIGAÇÕES DE

DAR COISA CERTA

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

`` V. arts. 92 a 97; e 356 deste Código.`` V. art. 35, I, CDC.`` V. arts. 498, 538 e 806 a 810, NCPC.

Art. 234. Se, no caso do artigo anteceden‑te, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

`` V. arts. 125; 239; 248; 250; 256; 389; 402 a 405; 444; 458; 492; 509; 611; 1.267; e 1.268 deste Código.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

`` V. art. 240 deste Código.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, pode‑rá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.

`` V. arts. 239; 240; 389; e 402 a 405 deste Código.

Art. 237. Até a tradição pertence ao de‑vedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir

aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.

`` V. arts. 96; 97; 1.267, p.u.; e 1.268 deste Código.Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

`` V. arts. 1.214 e 1.215 deste Código.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressal‑vados os seus direitos até o dia da perda.

`` V. arts. 241; 1.267; e 1.268 deste Código.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.

`` V. arts. 234, 2ª parte; 240; 248; 250; 256; 389; e 402 a 405 deste Código.

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê‑la‑á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar‑se‑á o disposto no art. 239.

`` V. arts. 235 e 236 deste Código.`` V. Enunciado 15 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias reali‑zadas pelo possuidor de boa‑fé ou de má‑fé.

`` V. arts. 1.219 a 1.222 deste Código.Parágrafo único. Quanto aos frutos perce‑bidos, observar‑se‑á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa‑fé ou de má‑fé.

`` V. arts. 1.214 a 1.216; e 1.254 a 1.259 deste Código.

SEÇÃO II DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

`` V. arts. 811 a 813, NCPC.`` V. Enunciado 160 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 244. Nas coisas determinadas pe‑lo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

`` V. arts. 342; 1.929; e 1.931 deste Código.

Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.

`` V. arts. 233 a 242 deste Código.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

`` V. arts. 393, p.u., e 492 deste Código.

cAPÍTUlo ii dAS oBRigAÇÕES dE FAZER

Art. 247. Incorre na obrigação de indeni‑zar perdas e danos o devedor que recusar

a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

`` V. arts. 85; e 402 a 405 deste Código.`` V. arts. 497, a 499, 500, 536, 537, 538, 814 a 821, NCPC.`` V. art. 213, Lei 8.069/1990 (ECA).`` V. art. 52, V e VI, Lei 9.099/1995 (Lei dos Jui-zados Especiais).

Art. 248. Se a prestação do fato tornar‑se impossível sem culpa do devedor, resol‑ver‑se‑á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

`` V. arts. 234; 239; 250; 256; 389; e 402 a 405 deste Código.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá‑lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

`` V. arts. 389; e 394 a 405 deste Código.Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

cAPÍTUlo iii dAS oBRigAÇÕES dE NÃo FAZER

Art. 250. Extingue‑se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster‑se do ato, que se obrigou a não praticar.

`` V. art. 248 deste Código.`` V. arts. 822 e 823, NCPC.`` V. art. 52, V, Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais).

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

`` V. arts. 389; 394; e 402 a 405 deste Código.Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar des‑fazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

cAPÍTUlo iv dAS oBRigAÇÕES AlTERNATivAS

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.

`` V. arts. 342; 1.932; e 1.933 deste Código.`` V. art. 800, NCPC.

§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

`` V. art. 314 deste Código.§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este as‑sinado para a deliberação.§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê‑la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

`` V. art. 1.930 deste Código.

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100

código civilArt. 253

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

`` V. art. 1.940 deste Código.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

`` V. arts. 389; e 402 a 405 deste Código.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar‑se im‑possível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

`` V. arts. 342; 389; e 402 a 405 deste Código.

Art. 256. Se todas as prestações se tor‑narem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir‑se‑á a obrigação.

`` V. arts. 234; 239; 248; 250; e 393 deste Código.

cAPÍTUlo v dAS oBRigAÇÕES diviSÍvEiS

E iNdiviSÍvEiS

`` V. arts. 87 e 88 deste Código.

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divi‑sível, esta presume‑se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

`` V. arts. 87; 88; 105; e 265 deste Código.

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.

`` V. art. 414 deste Código.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais deve‑dores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.

`` V. arts. 264; e 275 a 285 deste Código.Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub‑roga‑se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.

`` V. art. 346, I, deste Código.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credo‑res, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:

`` V. art. 267 deste Código.I ‑ a todos conjuntamente;II ‑ a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

`` V. arts. 267 a 274 deste Código.

Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

`` V. art. 272 deste Código.

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir descontada a quota do credor remitente.

`` V. arts. 272 e 385 a 388 deste Código.

Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.

`` V. arts. 360 a 384; e 840 a 850 deste Código.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

`` V. arts. 402 a 405 deste Código.`` V. Enunciado 540 das Jornadas de Direito Civil.

§ 1º Se, para efeito do disposto neste ar‑tigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exo‑nerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.

`` V. arts. 402 a 405 deste Código.

cAPÍTUlo vi dAS oBRigAÇÕES SolidÁRiAS

SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

`` V. arts. 257; 258; e 942 deste Código.`` V. arts. 130 e 1.005, NCPC.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

`` V. arts. 7º, p.u.; 18, caput; 19, caput; 25, §§ 1º e 2º; 28, § 3º; e 34, CDC.`` V. arts. 257 e 942 deste Código.`` V. arts. 124 e 125, CTN.`` V. Súm. 26, STJ.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

`` V. arts. 121 a 135 deste Código.`` V. Enunciado 347 das Jornadas de Direito Civil.

SEÇÃO II DA SOLIDARIEDADE ATIVA

`` V. arts. 201 e 260 deste Código.

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumpri‑mento da prestação por inteiro.

`` V. art. 260 deste Código.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu qui‑nhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

Art. 271. Convertendo‑se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

`` V. arts. 402 a 405 deste Código.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento respon‑derá aos outros pela parte que lhes caiba.

`` V. arts. 261; 262; 277; e 385 a 388 deste Código.

Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita‑lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em re‑lação a qualquer deles. (Alterado pela Lei 13.105/2015.)

SEÇÃO III DA SOLIDARIEDADE PASSIVA

`` V. arts. 7º, p.u.; 18; 19; 25, §§ 1º e 2º; 28, § 3º; e 34, CDC.`` V. arts. 130 e 1.005, NCPC.`` V. arts. 124 e 125, CTN.

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

`` V. art. 333, p.u., deste Código.`` V. arts. 130 e 1.005, NCPC.`` V. Súm. 26, STJ.`` V. Enunciado 348 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

`` V. art. 114 deste Código.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos de‑mais devedores.

`` V. arts. 87; 88; 257 a 263; 1.792; 1.891; e 1.997 deste Código.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele ob‑tida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.

`` V. arts. 272; 275; e 385 a 388 deste Código.`` V. art. 125, CTN.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.

`` V. arts. 121 a 137 deste Código.

Art. 279. Impossibilitando‑se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.

`` V. arts. 402 a 405 deste Código.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obriga‑ção acrescida.

`` V. arts. 394; 396; 406; e 407 deste Código.

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101

código civil Art. 281

CC

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe fo‑rem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.

`` V. art. 177 deste Código.

Art. 282. O credor pode renunciar à so‑lidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

`` V. arts. 284 e 388 deste Código.`` V. Enunciados 348, 349 e 351 das Jornadas de Direito Civil.

Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo‑se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo‑se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.

`` V. arts. 346, I; 680; e 831, deste Código.

Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.

`` V. art. 282 deste Código.`` V. Enunciado 350 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 285. Se a dívida solidária interes‑sar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

`` V. art. 333 deste Código.

TÍTUlo ii dA TRANSMiSSÃo dAS

oBRigAÇÕES

cAPÍTUlo i dA cESSÃo dE cRÉdiTo

Art. 286. O credor pode ceder o seu cré‑dito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa‑fé, se não constar do instrumento da obrigação.

`` V. arts. 347; 348; 358; 377; 497, p.u.; 498; 919; 920; 1.149; 1.707; e 1.749, II e III, deste Código.`` V. art. 16, Dec.-Lei 70/1966 (Autoriza o fun-cionamento de associações de poupança e empréstimo e institui a cédula hipotecária).`` V. arts. 18 e 28, Lei 9.514/1997 (Dispõe sobre o sistema de financiamento imobiliário e institui a alienação fiduciária de coisa imóvel).`` V. art. 83, § 4º, Lei 11.101/2005 (Lei de Recu-peração de Empresas e Falência).

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem‑se todos os seus acessórios.

`` V. arts. 92 a 97; 348; e 364 deste Código.

Art. 288. É ineficaz, em relação a tercei‑ros, a transmissão de um crédito, se não celebrar‑se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do art. 654.

`` V. arts. 221; 347; e 348 deste Código.`` V. arts. 127; I, e 129-9; Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 289. O cessionário de crédito hipote‑cário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.

`` V. art. 346, II, deste Código.`` V. art. 246, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

Art. 290. A cessão do crédito não tem efi‑cácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou par‑ticular, se declarou ciente da cessão feita.

`` V. arts. 312; 347; 348; e 377 deste Código.`` V. art. 35, Lei 9.514/1997 (Dispõe sobre o sis-tema de financiamento imobiliário e institui a alienação fiduciária de coisa imóvel).

Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se com‑pletar com a tradição do título do crédito cedido.

`` V. arts. 347 e 348 deste Código.`` V. art. 16, Dec.-Lei 70/1966 (Autoriza o fun-cionamento de associações de poupança e empréstimo e institui a cédula hipotecária).

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, preva‑lecerá a prioridade da notificação.

`` V. arts. 215; 312; 347; 348; e 377 deste Código.

Art. 293. Independentemente do conhe‑cimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.

Art. 294. O devedor pode opor ao ces‑sionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.

`` V. arts. 302; 347; e 348 deste Código.`` V. art. 16, Dec.-Lei 70/1966 (Autoriza o fun-cionamento de associações de poupança e empréstimo e institui a cédula hipotecária).

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabi‑lize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má‑fé.

`` V. arts. 347 e 348 deste Código.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.

`` V. arts. 347; 348; e 1.005 deste Código.

Art. 297. O cedente, responsável ao ces‑sionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele rece‑beu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir‑lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

`` V. arts. 347; e 348 deste Código.

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

`` V. arts. 312; 347; e 348 deste Código.

`` V. art. 240, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

cAPÍTUlo ii dA ASSUNÇÃo dE dÍvidA

`` V. arts. 346 a 351 deste Código.

Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimen‑to expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.

`` V. Enunciado 16 das Jornadas de Direito Civil.Parágrafo único. Qualquer das partes po‑de assinar prazo ao credor para que consin‑ta na assunção da dívida, interpretando‑se o seu silêncio como recusa.

`` V. art. 111 deste Código.

Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram‑se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.

`` V. Enunciados 352 e 422 das Jornadas de Di-reito Civil.

Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura‑se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este co‑nhecia o vício que inquinava a obrigação.

`` V. Enunciado 423 das Jornadas de Direito Civil.

Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que com‑petiam ao devedor primitivo.

`` V. art. 294 deste Código.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pa‑gamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender‑se‑á dado o assentimento.

`` V. arts. 1.475 e 1.479 deste Código.`` V. Enunciados 353 e 424 das Jornadas de Di-reito Civil.

TÍTUlo iii do AdiMPlEMENTo E EXTiNÇÃo

dAS oBRigAÇÕES

cAPÍTUlo i do PAgAMENTo

SEÇÃO I DE QUEM DEVE PAGAR

Art. 304. Qualquer interessado na extin‑ção da dívida pode pagá‑la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.

`` V. arts. 334; 346, III; e 394 deste Código.`` V. art. 158, II, Lei 11.101/2005 (Lei de Recupe-ração de Empresas e Falência).

Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar‑se do que pagar; mas não se sub‑roga nos direitos do credor.

`` V. arts. 346, III; 347, II; 348; 871; 872; e 880 deste Código.