lei complementar n.º 48, de 28 de junho de 1990. · iv – exercer qualquer profissão liberal,...

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1 * Revogada pela Lei Complementar nº 160, de 02 de Janeiro de 2012. (*) Publicada no DOE nº 2838, de 29 de junho de 1990, páginas 1 a 15. LEI COMPLEMENTAR N.º 48, DE 28 DE JUNHO DE 1990. “Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul e dá outras providências.” O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: TÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO Capítulo I DA SEDE E DA CONSTITUIÇÃO Art. 1º - O Tribunal de Contas, órgão de controle externo incumbido da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Três Poderes do Estado, bem como dos Municípios, e das unidades e idades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, tem sede na Capital e jurisdição em todo o Estado. Capítulo II DA CONSTITUIÇÃO E COMPOSIÇÃO Art. 2º - O Tribunal de Contas é integrado por sete membros, denominados Conselheiros. Art. 3º - Funcionam no Tribunal de Contas como partes integrantes de sua organização: I - o Corpo Deliberativo, composto dos Conselheiros; II - o Corpo Especial, composto dos Auditores; III - o Ministério Público Especial, composto pela Procuradoria Especial; IV - a Secretaria-Geral, composta pelas Diretorias de Controle Externo e de Administração e Finanças. Art. 4º - O Tribunal de Contas poderá dividir-se em Câmaras, mediante deliberação da maioria absoluta de seus membros. Parágrafo único - A composição, competência e funcionamento das Câmaras, serão regulados em regimento próprio.

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Page 1: LEI COMPLEMENTAR N.º 48, DE 28 DE JUNHO DE 1990. · IV – exercer qualquer profissão liberal, emprego particular, ser comerciante, sócio, gerente ou diretor de sociedades comerciais,

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* Revogada pela Lei Complementar nº 160, de 02 de Janeiro de 2012.

(*) Publicada no DOE nº 2838, de 29 de junho de 1990, páginas 1 a 15.

LEI COMPLEMENTAR N.º 48, DE 28 DE JUNHO DE 1990.

“Dispõe sobre a Lei Orgânica do

Tribunal de Contas do Estado de

Mato Grosso do Sul e dá outras

providências.”

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO

Capítulo I

DA SEDE E DA CONSTITUIÇÃO

Art. 1º - O Tribunal de Contas, órgão de controle externo incumbido da fiscalização

contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Três Poderes do Estado, bem como

dos Municípios, e das unidades e idades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, tem sede na Capital e

jurisdição em todo o Estado.

Capítulo II

DA CONSTITUIÇÃO E COMPOSIÇÃO

Art. 2º - O Tribunal de Contas é integrado por sete membros, denominados

Conselheiros.

Art. 3º - Funcionam no Tribunal de Contas como partes integrantes de sua organização:

I - o Corpo Deliberativo, composto dos Conselheiros; II - o Corpo Especial, composto dos Auditores; III - o Ministério Público Especial, composto pela Procuradoria Especial;

IV - a Secretaria-Geral, composta pelas Diretorias de Controle Externo e de

Administração e Finanças.

Art. 4º - O Tribunal de Contas poderá dividir-se em Câmaras, mediante deliberação da

maioria absoluta de seus membros.

Parágrafo único - A composição, competência e funcionamento das Câmaras, serão

regulados em regimento próprio.

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Capítulo III

DOS CONSELHEIROS

Art. 5º - Os Conselheiros do Tribunal de Contas serão nomeados dentre brasileiros,

com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos de idade, de idoneidade moral,

reputação ilibada e notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros ou de

administração pública, com mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional

que exija os conhecimentos mencionados. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de

julho de 1998)

Art. 6º - Os Conselheiros tomarão posse perante o Tribunal de Contas, satisfeitas as

exigências legais. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Parágrafo único – A posse, seguida do imediato exercício, deverá verificar-se dentro

de trinta dias da data da publicação da nomeação, podendo esse prazo, a juízo do Tribunal, ser

prorrogado até sessenta dias, no máximo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho

de 1998)

Art. 7º - Os Conselheiros terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,

vencimentos, direitos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justiça e poderão aposentar-se

com as vantagens do cargo, somente quando o tenham exercido efetivamente por mais de cinco anos.

(Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 8º - Depois de empossados, os Conselheiros só perderão seus cargos por

efeito de sentença judicial transitada em julgado, exoneração a pedido ou por motivos de

incompatibilidade, nos termos do parágrafo único do artigo 11. (Redação dada pela Lei Complementar

nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 9º - É vedado aos Conselheiros do Tribunal de Contas: (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

I – dedicar-se à atividade político-partidária; Incluído pela Lei Complementar nº 82, de

15 de julho de 1998)

II – exercer comissão remunerada ou não, inclusive em órgão de controle da

administração direta ou indireta, ou em concessionária de serviço público; (Incluído pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

III – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo um de

magistério, e nos casos previstos na Constituição Estadual; (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de

15 de julho de 1998)

IV – exercer qualquer profissão liberal, emprego particular, ser comerciante, sócio,

gerente ou diretor de sociedades comerciais, salvo como acionista de sociedades anônimas ou

comanditas por ações; (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

V – celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa

pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo

quando o contrato obedecer a normas uniformes ou quando se tratar de “contrato de adesão”.

(Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

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Art. 10 - Os Conselheiros poderão ser licenciados na forma que estabelecer o

Regimento Interno. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 11 – Não poderão exercer, simultaneamente, os cargos de Conselheiro, Auditor

ou Procurador, parentes consangüíneos ou afins na linha ascendente ou descendente e na linha colateral,

até o segundo grau. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Parágrafo único – A incompatibilidade resolver-se-á: (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

a – antes da posse, contra o último nomeado, ou contra o mais moço, se nomeados na

mesma data; (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

b – depois da posse, contra o que lhe deu causa; (Redação dada pela Lei Complementar

nº 82, de 15 de julho de 1998)

c – se a ambos imputáveis, contra o que tiver menos tempo de exercício no cargo ou,

no caso de concomitância de tempo de exercício, contra o mais moço. (Redação dada

pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 12 – Os Conselheiros, em suas ausências ou impedimentos, serão substituídos,

mediante convocação do Presidente, pelos Auditores, observada a ordem de sua antigüidade no cargo,

ou a maior idade, no caso de idêntica antigüidade. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15

de julho de 1998)

Parágrafo único – Os Auditores, em caso de vacância, mediante convocação do

Presidente, assumirão o cargo vacante até o seu efetivo provimento, observada a ordem a que se refere o

caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 13 - Os Conselheiros elegerão, dentre seus pares, o Presidente, o Vice-Presidente

e o Corregedor-Geral do Tribunal de Contas, para um mandato de dois anos, observadas, quanto à

eleição e posse, as disposições constantes do Regimento Interno. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

§ 1º - É permitida a recondução do Presidente, do Vice-Presidente e do

Corregedor-Geral, para o mesmo cargo, na eleição subsequente. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 107, de 22 de setembro de 2004)

§ 2º - Somente os Conselheiros, ainda que em férias ou licenciados, poderão

participar da eleição a que se refere este artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 22

de setembro de 2004)

Art. 14 – Compete ao Presidente: (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15

de julho de 1998)

I – dirigir o Tribunal de Contas e os seus serviços; (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

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II – dar posse aos Conselheiros, aos Auditores e aos servidores do Tribunal; (Redação

dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

III – nomear, contratar, exonerar, dispensar, demitir, transferir, aposentar e praticar

atos relativos aos servidores do Tribunal, dando-lhes a devida publicidade; (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

IV – editar os atos normativos de sua competência; (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

V – diretamente ou por delegação, movimentar as dotações e os créditos orçamentários

próprios e praticar os atos de administração financeira, orçamentária e patrimonial necessários ao

funcionamento do Tribunal; (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

VI – ordenar a expedição de certidão dos documentos que se encontrem no Tribunal;

(Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

VII – representar oficialmente o Tribunal; (Redação dada pela Lei Complementar nº 82,

de 15 de julho de 1998)

VIII – assinar a correspondência, os livros, os documentos e quaisquer outros papéis

oficiais; (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

IX – corresponder-se diretamente com o Governador do Estado e com outras

autoridades; (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

X – organizar os relatórios trimestral e anual das atividades do Tribunal e apresentá-

lo ao Plenário para encaminhamento à Assembléia Legislativa; (Redação dada pela Lei Complementar

nº 82, de 15 de julho de 1998)

XI – elaborar a proposta orçamentária do Tribunal para o exercício seguinte e submetê-

la ao Plenário, para remessa à Assembléia Legislativa, para fins de incorporação. (Redação dada pela

Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 15 – Ao Vice-Presidente, a quem cabe substituir o Presidente em suas ausências e

impedimentos, compete: (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998) I – exercer as atribuições que lhe forem conferidas pelo Regimento Interno; (Redação

dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

II – auxiliar o Presidente, quando pelo mesmo solicitado, no exercício de suas funções.

(Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

§ 1º - Vagando a Presidência antes do término do mandato de seu titular, o Vice-

Presidente a assumirá, em caráter provisório, convocando eleição, que deverá ocorrer nas três sessões

ordinárias seguintes à vacância do cargo, cabendo ao eleito cumprir o restante do mandato do

substituído. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

§ 2º - Ocorrendo a hipótese referida no parágrafo anterior, o eleito não incidirá na

vedação referida no § 1º do artigo 13 desta Lei Complementar, desde que falte menos de cento e oitenta

dias para o término do mandato. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 16 – Ao Corregedor-Geral, substituto do Vice-Presidente, em suas faltas e

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impedimentos, compete: (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

I – exercer os encargos de inspeção e correição geral nas unidades integrantes da

estrutura do Tribunal, pertinentes à sua atividade-fim; (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de

julho de 1998)

II – verificar o desempenho do serviço afeto às unidades da atividade-fim, quanto

ao cumprimento das instruções próprias, reguladoras da matéria, propondo ao Tribunal as medidas

corretivas necessárias; (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

III – expedir provimento sobre matéria de sua competência, visando orientar o

trabalho das unidades de controle externo, com vistas à consecução das atividades básicas do Tribunal;

(Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

IV – normatizar, organizar, revisar e atualizar a Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

(Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

V – apresentar ao Tribunal Pleno, até 15 de março de cada ano, o relatório das

atividades do exercício anterior; (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

VI – exercer outras atribuições que lhe forem conferidas pela legislação, pelo

Regimento Interno ou pelo Tribunal Pleno. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de

1998)

§ 1º - Ao término das correições realizadas, o Corregedor-Geral apresentará relatório

circunstanciado ao Tribunal Pleno, sugerindo as medidas que entender necessárias, incluindo

orientações para adequação dos atos e procedimentos administrativos às Resoluções e à legislação

vigente. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

§ 2º - Em face das particularidades das atribuições para correição dos feitos e dos

encargos de inspeção sobre os serviços internos do Tribunal, o Regimento Interno fixará a

competência do Corregedor-Geral quanto a distribuição e apreciação dos processos a seu cargo.

(Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

§ 3º - O Corregedor-Geral será substituído, em suas ausências ou impedimentos, por

Conselheiro indicado pelo Presidente e referendado pelo Tribunal Pleno. (Incluído pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

§ 4º - Ocorrendo a vacância do cargo de Corregedor-Geral a menos de cento e oitenta

dias do término do mandato, proceder-se-á a nova eleição, cabendo ao eleito, que não incorrerá na

vedação prevista no § 1º do artigo 13 desta Lei Complementar, cumprir o restante do mandato. (Incluído

pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Capítulo IV

DOS AUDITORES

Art. 17. Os Auditores, substitutos dos Conselheiros, em número de 06 (seis), serão

nomeados pelo Governador do Estado, dentre diplomados em curso superior, no nível de graduação,

após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal de Contas, com a

participação da Ordem dos Advogados do Brasil na aplicação das provas. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 144, de 31 de março de 2010)

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Art. 18 - Os Auditores, quando em substituição a Conselheiros, terão as mesmas

garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos titulares e quando, no exercício

das demais atribuições estabelecidas nesta Lei, as dos Magistrados de nível imediatamente inferior ao

adotado para os Conselheiros.

Art. 19 - Aos Auditores, além das competências definidas no Regimento Interno, cabe:

I - a emissão de parecer nos processos relativos a prestações de contas anuais e tomadas

de contas;

II - emitir parecer, quando solicitado, nos demais processos de competência do

Tribunal; III - exercer outras atribuições que lhes forem cometidas pelo Tribunal desde que

inerentes à natureza do Cargo. Art. 20 - Os Auditores, depois de empossados, só perderão o cargo por sentença

judicial transitada em julgado, exoneração a pedido ou na hipótese de incompatibilidade, nos termos do parágrafo único do art. 9º desta Lei.

Art. 21 - Os Auditores não poderão exercer cargos em comissão ou função de

confiança, inclusive encargos da Secretaria-Geral, seja em caráter permanente, eventual ou esporádico. Art. 22 - Os Auditores somente terão direito ao vencimento do cargo de Conselheiro

em caso de convocação por vacância, por motivo de licença, de férias ou outro afastamento legal,

quando a substituição for igual ou superior a trinta dias.

Capítulo V

DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL

(Redação dada pela Lei Complementar nº 144, de 31 de março de 2010)

Art. 23. O Ministério Público de Contas é instituição permanente e essencial á

atividade de controle externo da Administração Pública, com atuação junto ao Tribunal de Contas do

Estado; terá estrutura, atribuições e competências estabelecidas em lei complementar e será composto

por sete Procuradores de Contas organizados em carreira. (redação dada pela Lei Complementar nº

144, de 31 de março de 2010)

§ 1º O Ingresso na carreira dar-se-á no cargo de Procurador de Contas, através de

aprovação em concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos

Advogados do Brasil em sua realização. (redação dada pela Lei Complementar nº 144, de 31 de março

de 2010)

§ 2º A promoção dentro da carreira far-se-á alternadamente, por antiguidade e

merecimento, nos termos da Lei Orgânica do Ministério Público de Contas. (redação dada pela Lei

Complementar nº 144, de 31 de março de 2010)

§ 3º O Procurador-Geral de Contas será nomeado pelo Governador do Estado, na

forma da lei, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. (redação dada pela Lei

Complementar nº 144, de 31 de março de 2010)

§ 4º Aos membros do Ministério Público de Contas aplicam-se as mesmas disposições

atinentes aos direitos, vedações e forma de investidura dos membros do Ministério Público

Estadual. (acrescentado pela Lei Complementar nº 144, de 31 de março de 2010)

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§ 5º Lei Complementar de iniciativa facultada ao Procurador-Geral de Contas disporá

sobre a organização e funcionamento do Ministério Público de Contas, assegurada sua autonomia

funcional e administrativa, nos termos do art. 130 da Constituição Federal e art. 128 da Constituição

Estadual.(acrescentado pela Lei Complementar nº 144, de 31 de março de 2010)

Art. 24. Compete ao Ministério Público Especial em sua missão de guarda da Lei e

fiscal de sua execução:

I - promover a defesa da ordem jurídica, requerendo perante o Tribunal de Contas, as

medidas de interesse da Justiça, da Administração e da Fazenda Pública, promovendo e requerendo o

que for de direito;

II - comparecer às sessões do Tribunal e dizer de direito, por escrito ou verbalmente,

em todos os assuntos sujeitos à decisão do Tribunal, intervindo nos debates, sendo obrigatória a sua

audiência nos atos de admissão de pessoal e concessão de aposentadoria, reforma e pensões e nas

tomadas e prestações de contas;

III - pronuncia-se verbalmente ou por escrito, por deliberação do Tribunal, à

requerimento de qualquer Conselheiro, a seu próprio requerimento ou por distribuição do Presidente,

em todos os processos sujeitos à decisão do Tribunal;

IV - provocar a instauração de processos de tomadas de contas e a imposição de

multas;

V - levar ao conhecimento das autoridades sujeitas à jurisdição do Tribunal, para os

fins de direito, qualquer dolo, concussão, peculato, alcance ou irregularidade de que venha a ter

ciência;

VI - interpor os recursos permitidos em lei e manifestar-se nos interpostos pelos

interessados;

VII - solicitar da Procuradoria Geral de Justiça a apuração de crimes de

responsabilidade ou qualquer ilícito penal atribuído à autoridade sob jurisdição do Tribunal de Contas,

bem como a argüição de inconstitucionalidade de normas e atos estaduais ou municipais; (Redação

dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998 )

VIII – editar o seu Regimento Interno e demais atos tendentes a organizar os seus

serviços auxiliares e a promover a consecução dos seus objetivos básicos;

IX - outras competências e atribuições a serem definidas no Regimento Interno.

Art. 25. Compete ao Procurador-Chefe:

I - dirigir o Ministério Público Especial, a Procuradoria Especial e presidir o Colégio

de Procuradores;

II - despachar diretamente com o Governador do Estado o expediente do Ministério

Público Especial;

III - fazer publicar as resoluções e demais atos aprovados pelo Colégio de

Procuradores, bem como os de sua competência exclusiva;

IV - indicar ao Governador do Estado a conveniência de medidas tendentes ao

aprimoramento do Ministério Público Especial e ao bom funcionamento da Procuradoria Especial;

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V - apresentar no início de cada exercício, relatório das atividades do Ministério

Público Especial durante o ano anterior, sugerindo providências de ordem legislativa ou administrativa

que visem aperfeiçoar a administração e o funcionamento do Ministério Público Especial, quando

necessárias;

VI - baixar atos de lotação e designação do pessoal do Ministério Público Especial;

VII - promover a abertura de concurso para o provimento dos cargos de Procurador e

do pessoal efetivo do Ministério Público Especial, bem como dar posse a estes e aos comissionados;

VIII - aprovar a escala de férias dos servidores e membros do Ministério Público

Especial, bem como conceder-lhe férias e licenças;

IX - deferir benefícios ou vantagens concedidas na forma legal aos membros do

Ministério Público Especial e, quando couber, aos respectivos servidores, determinando os

apostilamentos que se fizerem necessários;

X - aplicar penas disciplinares aos membros do Ministério Público Especial e demais

servidores, após deliberação do colégio de Procuradores;

XI - representar ao Tribunal de Contas sobre faltas disciplinares dos servidores do

Tribunal;

XII - representar ao Procurador Geral da Justiça, por inconstitucionalidade de lei ou de

ato normativo municipal;

XIII - exercer outras atribuições inerentes ao desempenho da função e constantes do

Regimento Interno.

Art. 26. Aos Subprocuradores e Procuradores compete, por delegação do Procurador-

Chefe, exercer as funções previstas no artigo anterior, e:

I - comunicar ao Procurador-Chefe, em caráter reservado, as irregularidades e

deficiências observadas na atuação dos órgãos do Ministério Público Especial;

II - comparecer, obrigatoriamente, às sessões do Tribunal;

III - desempenhar outras atribuições que lhes forem atribuídas pelo Procurador-Chefe.

Parágrafo único. Em caso de vacância e em suas licenças, ausências e impedimentos,

o Procurador-Chefe será substituído pelos Subprocuradores e, na ausência destes, pelos Procuradores.

Art. 27. São órgãos do Ministério Público Especial:

I - de administração superior: a Procuradoria Especial e o Colégio de Procuradores;

II - da execução: os Subprocuradores e os Procuradores;

III - de fiscalização: a Corregedoria-Geral. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de

15 de julho de 1998)

Art. 28. O Ministério Público Especial terá quadro próprio de pessoal, composto por

cargos efetivos e em comissão, bem como a sua estrutura organizacional, definidos em lei.

Art. 29. Aos membros do Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas,

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aplicam-se as disposições atinentes a direitos, vedações e forma de investidura aplicáveis aos membros

do Ministério Público Estadual.

Parágrafo Único. Aos ocupantes dos cargos de Procurador-Chefe, Procurador-Chefe

Adjunto e Corregedor-Geral do Ministério Público Especial, será paga mensalmente, pelo exercício de

função especial, gratificação calculada sobres os respectivos vencimentos, nos mesmos percentuais

conferidos aos titulares de cargos análogos no Ministério Público Estadual. (Incluído pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 30. Todos os órgãos ou entidades sujeitas à jurisdição do Tribunal de Contas, são

obrigados a atender às requisições do Ministério Público Especial, a exibir-lhes os seus livros e

documentos e a prestar-lhe as informações necessárias ao desempenho de suas funções.

Art. 31. O Ministério Público Especial funcionará na sede do Tribunal de Contas, com

instalações condignas e não inferiores às da administração superior do Tribunal.

Capítulo VI

DA SECRETARIA-GERAL

Art. 32 - As funções de execução do controle externo e de administração e finanças,

no âmbito do Tribunal de Contas, serão exercidas por intermédio da Secretaria-Geral, cujas atribuições

desdobram-se em:

I - Diretoria de Controle Externo que terá a seu cargo as inspeções consideradas

necessárias pelo Tribunal; as auditorias contábeis, financeiras, orçamentárias, operacionais e

patrimoniais, o exame das contas das unidades do Estado e dos Municípios; a instrução, para

julgamento, de processos de qualquer natureza e, em especial, os relativos à tomada ou prestação de

contas dos ordenadores de despesa, administradores e demais responsáveis, observada a forma prevista

no Regimento Interno;

II - Diretoria de Administração e Finanças, que terá a seu cargo as atividades

necessárias ao atendimento dos serviços internos do Tribunal.

Art. 33 - Para o exercício de suas atribuições, a Secretaria-Geral terá organização

apropriada, a ser estabelecida no Regimento Interno.

§ 1º - A criação e extinção das unidades da Secretaria-Geral são da competência do

Tribunal Pleno, bem como a definição, ampliação ou redução de suas atribuições.

§ 2º - Na criação das unidades componentes da Secretaria-Geral serão

considerados a conveniência e necessidade dos serviços, a eficiência e agilidade da fiscalização e o

volume dos recursos envolvidos.

TÍTULO II

DA JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Capítulo I

DA JURISDIÇÃO

Art. 34 - O Tribunal de Contas tem jurisdição própria e privativa e competência

específica em relação ao controle externo da administração financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial do Estado e dos Municípios.

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Art. 35 - A jurisdição do Tribunal abrange todos quantos, em qualquer órgão do

Estado ou dos Municípios, da administração direta e indireta, bem como das fundações e sociedades

instituídas e mantidas pelo Poder Público, em função de seus encargos específicos, tenham a

responsabilidade de:

I - promover a arrecadação, fiscalizar, lançar e cobrar tributos e outras receitas;

II - preparar, arrecadar e recolher receitas orçamentárias ou extraorçamentárias;

III - guardar, administrar ou gerenciar dinheiro, bens e valores, inclusive aqueles pelos

quais, não sendo próprio dos órgãos ou entidades, estes respondam;

IV - ordenar ou autorizar despesas, promover-lhes a respectiva liquidação e efetivar seu

pagamento;

V - movimentar ou empregar recursos orçamentários e tributários, assim como

aqueles recebidos pelos

Municípios, diretamente do Estado ou por intermédio deste;

VI - receber e aplicar adiantamentos;

VII - administrar autarquias, fundo especial, serviços industriais ou comerciais, empresa

pública, sociedade de economia mista e fundação instituída e mantida pelo Poder Público

Estadual ou Municipal; bem como as Câmaras Municipais;

VIII - administrar a dívida pública;

IX - registrar e escriturar as operações dos negócios públicos, inclusive nas

entidades mencionadas no caput deste artigo, bem como fiscalizar a execução e a exação dos registros

procedidos.

Parágrafo único - A jurisdição do Tribunal de Contas abrange também os

herdeiros e sucessores dos ordenadores de despesa, dos administradores e demais responsáveis.

Art. 36 - Estão sujeitos à tomada ou prestação de contas e só por ato do Tribunal de

Contas podem ser liberados de sua responsabilidade:

I - os ordenadores de despesa;

II - as pessoas abrangidas no artigo anterior;

III - todos os servidores públicos civis ou militares ou qualquer pessoa ou entidade

estipendiada pelos cofres públicos ou não, que por ação ou omissão derem causa à perda, subtração,

extravio ou estrago de valores, bens e material do Estado ou do Município, ou pelos quais sejam

responsáveis;

IV - as empresas encampadas ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a

integrar provisória ou definitivamente o patrimônio de entidades públicas do Estado ou do Município;

V - todos quanto, por expressa disposição em lei, lhe devam prestar contas.

Capítulo II

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DA COMPETÊNCIA

Art. 37 - A competência do Tribunal de Contas abrange a fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Três Poderes do Estado, bem como dos

Municípios, e de suas entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade,

à economicidade, à aplicação de subvenções e à renúncia de receitas, no auxílio à Assembléia

Legislativa e às Câmaras Municipais, no controle externo da administração financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial do Estado e dos Municípios, respectivamente, que compreende:

I - apreciar, mediante parecer prévio, as contas que o Governador e os Prefeitos

prestarem, anualmente; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e

valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e

mantidas pelo Poder Público Estadual e Municipal; as contas das Câmaras Municipais; e, as contas

daqueles que deram causa a perda, a extravio ou a outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a

qualquer título, na administração direta e indireta, incluída as fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público Estadual e Municipal, bem como a da concessão de aposentadoria, reforma e

pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento do ato concessório;

IV - realizar por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, da Câmara Municipal,

de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos poderes do Estado e dos

Municípios e de entidades referidas no inc. II deste artigo; V - fiscalizar as contas das empresas de cujo capital o Estado ou o Município participe

de forma direta ou indireta, nos termos do estatuto próprio;

VI - fiscalizar e julgar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado

através de convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Municípios ou outras

entidades; VII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa ou suas

comissões, ou a Câmara Municipal, sobre fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - apreciar as denuncias sobre irregularidades e ilegalidades formuladas nos

termos do § 3º do art. 82 da Constituição Estadual e artigo 48, desta Lei; IX - decidir sobre consultas, que lhe forem formuladas pelos órgãos do Poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário, e da Administração Indireta do Estado, bem como pelos Municípios

e outras entidades, quanto às dúvidas suscitadas na aplicação de dispositivos legais e regulamentares

concernentes a matérias de sua competência, na forma regimental;

X - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de

contas, bem como nos demais casos previstos nesta Lei, as sanções previstas nos arts. 51 a 55 desta Lei;

XI - impugnar despesas e determinar a atualização monetária para evitar prejuízos à

Fazenda Pública;

XII - decidir, em grau de recurso, sobre as multas impostas por autoridade

administrativa competente, em virtude de inobservância da legislação de administração financeira e

execução orçamentária;

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XIII - julgar as contas prestadas pelas entidades de direito privado, que recebam

auxílios ou subvenções do Estado ou do Município; XIV - representar ao Poder competente sobre irregularidades e abusos apurados,

indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades, inclusive a dos Secretários de Estado ou

autoridades de nível hierárquico equivalente; XV - conceder prazo razoável para que o órgão da Administração Pública

adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificar de ofício ou mediante

provocação do Ministério Público Especial, Corpo Especial ou das auditorias contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial e demais órgãos auxiliares, a ilegalidade de qualquer despesa,

inclusive as decorrentes de contratos, aposentadorias, reformas e pensões; XVI - apreciar a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos contratos de

obras celebrados pela administração, através da remessa de seus contratos, comunicando a decisão à

Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal, conforme o caso;

XVII - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, exceto em relação aos

contratos, comunicando a decisão à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal, conforme o caso;

XVIII - representar ao Governador do Estado, quando da infringência dos tipos

previstos nos incs. I a III do art. 11 da Constituição Estadual, visando a intervenção no Município

infrator, e quando a infringência referir-se ao inc. III, também a suspensão dos auxílios previstos no art.

201 da Constituição do Estado;

XIX - acompanhar a arrecadação da receita a cargo do Estado, dos Municípios e

das demais entidades referidas no caput do art. 35 desta Lei, mediante inspeções e auditorias, ou por

meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no Regimento Interno.

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela

Assembléia Legislativa, ou pela Câmara Municipal, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as

medidas cabíveis.

§ 2º - Se a Assembléia Legislativa ou a Câmara Municipal, ou o Poder Executivo, no

prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a

respeito.

§ 3º - Os danos causados ao erário pelo ato impugnado ou sustado serão

imediatamente apurados e cobrados aos servidores responsáveis pela operação ou pelo ato,

independentemente das penalidades administrativas cabíveis.

Art. 38 - Ao Tribunal, no âmbito de sua competência e jurisdição, assiste o poder

regulamentar, podendo, em consequência, expedir atos e instruções normativas sobre matéria de suas

atribuições e sobre organização de processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu

cumprimento, sob pena de responsabilidade.

Parágrafo único – O Tribunal, atendendo aos princípios da economicidade e da

celeridade, poderá atribuir, a Conselheiro Relator, competência para julgar processo, na qualidade de

Conselheiro Julgador Singular, nos termos do disposto em seu Regimento Interno. (Incluído pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 39 - Compete, ainda, ao Tribunal de Contas: I - elaborar e alterar o seu Regimento Interno;

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II - organizar os seus serviços e prover-lhes os cargos na forma da lei;

III - eleger o Presidente e o Vice-Presidente e dar-lhes posse;

IV - conceder licença e férias aos Conselheiros e Auditores;

V - propor ao Poder Legislativo, a criação ou a extinção de cargos e a fixação dos

respectivos vencimentos do Quadro de Pessoal, observado o princípio da isonomia previsto na

Constituição Estadual, no seu art. 27, inc. XII;

VI - prestar informações à Assembléia Legislativa e aos outros Poderes do

Estado, bem como aos Municípios, que lhe forem solicitadas;

VII - elaborar, anualmente, a sua proposta orçamentária de acordo com o montante

fixado na lei das diretrizes orçamentárias;

VIII - publicar, em cada bimestre, relatório resumido da sua execução orçamentária;

IX - encaminhar à Assembléia Legislativa relatórios trimestral e anual de suas

atividades.

TÍTULO III

DOS PROCEDIMENTOS RELATIVOS AO CONTROLE EXTERNO

Capítulo I

DAS INSPEÇÕES E AUDITORIAS

Art. 40 - O Tribunal exercerá a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial sobre as pessoas e entidades referidas no art. 35, para verificar a legalidade,

a legitimidade e a economicidade dos seus atos de gestão, com vistas a assegurar a eficácia do controle

que lhe compete e a instruir o julgamento das contas.

Art. 41 - Para o exercício das atribuições a que se refere o artigo anterior, o Tribunal de

Contas:

I - tomará conhecimento, pela obrigatória publicação no órgão oficial, da lei do plano

plurianual; lei de diretrizes orçamentárias; lei orçamentária anual e leis de autorização para abertura de

créditos adicionais e correspondentes atos complementares, pelos órgãos do Estado; (Redação dada pela

Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

II - receberá uma via dos documentos a seguir enumerados: (Redação dada pela Lei

Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

a ) lei orçamentária anual; lei de diretrizes orçamentárias; lei de plano plurianual e

orçamento-programa ou plano de aplicação com a identificação de cada programa de

trabalho, evidenciando a meta física programada de cada projeto ou atividade, dos

Municípios bem como, as leis autorizativas de abertura de créditos adicionais e

correspondentes atos complementares; (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de

19 de dezembro de 1994)

b ) (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994) - Revogado pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005)

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c ) relatórios dos órgãos administrativos encarregados do controle financeiro e

orçamentário interno; (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro

de 1994)

d ) atos de admissão de pessoal a qualquer título, bem como os relativos às concessões

de aposentadorias, reformas e pensões; (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de

19 de dezembro de 1994)

e ) cópia da Lei Orgânica de cada Município e alterações posteriores. (Redação dada

pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

III - solicitará, a qualquer tempo, as informações relativas à administração dos créditos

e outras que julgar imprescindíveis; IV - realizará as inspeções e auditorias que considerar necessárias.

§1º - A falta de remessa dos documentos previstos no inciso II, alíneas "b", "d" a "g",

deste artigo, nos prazos determinados nesta lei ou no Regimento Interno, implicará na aplicação de

multa prevista no artigo 53 desta lei.

Art. 42 - O Tribunal de Contas, respeitadas a organização e funcionamento dos órgãos

e entidades da Administração Estadual e Municipal, referidas nos arts. 35 e 36 desta Lei, e sem

prejudicar as normas de controle interno, regulará a remessa dos informes que lhe sejam necessários

para o exercício de suas funções. Art. 43 - No exercício de sua competência, o Tribunal de Contas terá irrestrito

acesso a todas as fontes de informações disponíveis em órgãos e entidades que lhe são

jurisdicionados, inclusive a sistemas de processamento de dados, sendo que, nenhum processo,

documento ou informação poderá ser sonegado em suas auditorias ou inspeções sob qualquer

pretexto, caracterizando, a sonegação, falta grave, passível de multa. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994) § 1º - Em caso de sonegação, o Tribunal assinará prazo para a apresentação da

documentação, dos informes e esclarecimentos julgados necessários, comunicando o fato à autoridade

competente, para as medidas cabíveis, sem prejuízo da aplicação simultânea, ou não, de multa prevista

no art. 53, desta Lei. § 2º - Se, de qualquer modo, o Tribunal de Contas não vier a ser atendido, o

fato será comunicado à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal, conforme o caso, sujeitando-

se as autoridades responsáveis às penalidades aplicáveis. Art. 44 - O Tribunal de Contas comunicará às autoridades competentes o resultado das

inspeções e auditorias que realizar para as necessárias providências, representando, quando for o caso,

ao Poder Executivo, à Assembléia Legislativa, e às Câmaras Municipais, sobre irregularidades e abusos

que verificar.

Art. 45 - Sempre que o Tribunal, no exercício do controle externo, verificar a

configuração de alcance, determinará à autoridade administrativa, providências no sentido de sanar as

irregularidades, devendo mandar proceder ao imediato levantamento das contas para apuração dos fatos

e identificação dos responsáveis.

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Capítulo II

DAS CONTAS DO GOVERNADOR

Art. 46 - As contas anuais do Governador serão apresentadas, concomitantemente, ao

Tribunal de Contas e à Assembléia Legislativa até sessenta dias após a abertura da Sessão Legislativa.

§ 1º - As contas serão constituídas pelos Balanços Orçamentário, Financeiro e

Patrimonial e pela Demonstração das Variações Patrimoniais, acompanhados pelo relatório do órgão

central de contabilidade, pelos Balanços Gerais Consolidados do Estado e demais demonstrativos

exigidos pela legislação.

§ 2º - Se as contas não forem apresentadas dentro do prazo previsto ou se o forem, sem

atender aos requisitos legais, em relação à sua constituição, o Tribunal, de plano, comunicará o fato à

Assembléia Legislativa, para os fins de direito.

§ 3º - No prazo de sessenta dias, contados do dia seguinte ao da apresentação das

contas, o Tribunal deverá emitir parecer conclusivo, precedido de minucioso relatório sobre os

resultados do exercício financeiro, louvando-se, no caso de sua não-apresentação ou de sua apresentação

de forma incompleta, nos elementos colhidos ao exercer as auditorias e inspeções. § 4º - Na hipótese figurada no parágrafo anterior, in fine, o prazo para o Tribunal

apresentar o seu parecer, fluirá a partir do dia seguinte, em que o Governador deveria ter apresentado

suas contas.

Capítulo III

DAS CONTAS DO PREFEITO

Art. 47 - As contas anuais do Prefeitos Municipais, serão apresentadas ao Tribunal de

Contas dentro de noventa dias seguintes ao encerramento do exercício financeiro.

§ 1º - Os balancetes financeiros mensais são componentes obrigatórios das contas do

Prefeito, como desdobramentos essenciais do balanço financeiro anual do Município, devendo

permanecer em arquivo para eventuais esclarecimentos quando assim julgar conveniente o Tribunal de

Contas. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005)

§ 2º - As contas serão instruídas com os documentos previstos em lei e em ato próprio

do Tribunal, e terão incorporada as da Câmara Municipal, das autarquias e outras instituições de direito

público, se houver, sem prejuízo da obrigatoriedade desses órgãos apresentarem suas contas ao

Tribunal, para julgamento, na forma do art. 66, desta Lei.

§ 3º - Se a Câmara não remeter ao Executivo suas contas, para incorporação, o Prefeito

ao apresentar as suas, dará ciência ao Tribunal, para as providências cabíveis.

§ 4º - Não sendo as contas do Prefeito, apresentadas no prazo previsto, o Tribunal

representará ao Governador do Estado, visando a intervenção do Estado, no Município.

§ 5º - O Tribunal de Contas emitirá parecer sobre as contas dos Prefeitos, no prazo de

cento e oitenta dias, a contar da data da entrada de cada processo no protocolo, excluídos de

contagem os períodos consumidos com o cumprimento da diligência.

§ 6º - Quando da emissão de parecer, constatado que o Prefeito infringiu os tipos

previstos nos incs. I e III do art. 11 da Constituição Estadual, o Tribunal representará ao Governador

do Estado, visando a intervenção no Município.

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§ 7º - Do parecer do Tribunal de Contas, terá o Prefeito vistas do processo pelo

prazo de dez dias após a devolução da prestação de contas à Câmara Municipal.

§ 8º - Rejeitadas as contas e verificada ocorrência de fatos definidos em lei como

crimes de responsabilidade, o processo será remetido ao Ministério Público Estadual, para instauração

da ação cabível.

Capítulo IV

DAS DENÚNCIAS

Art. 48 - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima

para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas.

Art. 49 - A denúncia sobre matéria de competência do Tribunal deverá referir-se a

administrador ou responsável sujeito à sua jurisdição, ser redigida em linguagem clara e objetiva,

conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço, e estar acompanhada de prova ou

indício concernente ao fato denunciado ou à existência de ilegalidade ou irregularidade.

Parágrafo único - O Regimento Interno disporá sobre a tramitação do processo de

denúncia.

Art. 50 - No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tribunal dará

tratamento sigiloso às denúncias formuladas, até decisão definitiva sobre a matéria. Parágrafo único - Ao decidir, caberá ao Tribunal manter ou não o sigilo quanto ao

objeto e à autoria da denúncia.

Capítulo V

DAS SANÇÕES

Seção I

DA DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 51 - O Tribunal de Contas poderá aplicar aos administradores ou responsáveis, as

sanções previstas neste capítulo.

Seção II

DAS MULTAS

Art. 52 - Quando o responsável for julgado em débito, poderá ainda o Tribunal aplicar-

lhe multa de até cem por cento do valor do dano causado ao erário.

Art. 53 - O Tribunal de Contas aplicará multa de até mil e oitocentas UFERMS

(Unidade Fiscal de Referência de Mato Grosso do Sul ), ou outro valor unitário que venha a substituí-

la, em virtude de dispositivo legal superveniente, aos responsáveis por: (Redação dada pela Lei

Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

I - contas julgadas irregulares de que não resulte débitos, nos termos do inc. II do art.

75, desta Lei;

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II - ato praticado com grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza

contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

III - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário;

IV - não-atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do

Relator ou a decisão do Tribunal;

V - obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias determinadas; VI - sonegação de processo, documentos ou informações, em inspeções e

auditorias realizadas pelo Tribunal;

VII - atraso, sem causa justificada, na remessa dos documentos previstos no inc. II,

do art. 41, desta Lei, bem como as prestações e tomadas de contas previstas em lei;

VIII - reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal;

IX - homologação ou indução à homologação, de prestação de contas irregular, como se

fosse regular.

Art. 54 - O Tribunal de Contas, na conformidade do disposto neta Lei, no seu

Regimento Interno, em atos específicos ou ainda in casu, levará em conta na fixação de multas,

entre outras condições, as de exercício de função, a relevância da falta, o grau de instrução do

servidor e sua qualificação funcional, bem assim, se agiu com dolo ou culpa.

Seção III

Outras Sanções

Art. 55 - Ao responsável que tenha suas contas julgadas irregulares, poderá o Tribunal,

por maioria de dois terços dos seus membros, aplicar, cumulativamente com as sanções previstas na

Seção anterior, a de inabilitação para o exercício ou função de confiança na Administração Estadual e

Municipal, comunicando a decisão à autoridade competente, para a efetivação da medida necessária.

§ 1º - O disposto no caput deste artigo, aplica-se às autoridades que incorram em

costumaz desobediência a ordens legais e regulamentares referentes à administração de recursos, bens e

valores do Estado ou dos Municípios e de suas entidades da administração indireta e das fundações

instituídas e mantidas pelo Poder Público.

§ 2º - Na hipótese prevista no caput deste artigo e no parágrafo anterior, o afastamento

implica em suspensão da remuneração específica do cargo respectivo, a qual somente poderá ser

paga, se provido recurso da parte ao Tribunal ou em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

Art. 56 - O Tribunal poderá, por intermédio do Ministério Público, solicitar à

Procuradoria Geral do Estado ou, conforme o caso, aos dirigentes das entidades que lhe sejam

jurisdicionadas as medidas necessárias ao arresto dos bens dos responsáveis julgados em débito,

devendo ser ouvido quanto a liberação dos bens arrestados e sua respectiva restituição.

TÍTULO IV

DO JULGAMENTO

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Capítulo I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 57 - Os julgamentos do Tribunal serão realizados em sessões públicas, ressalvados

os concernentes aos atos relativos a despesas de caráter secreto ou reservado.

Art. 58 - Para os efeitos desta Lei, conceitua-se:

I - prestação de contas, como o procedimento pelo qual, dentro do prazo fixados

em lei, regulamento, resolução ou normas e instruções complementares, o responsável está obrigado

por iniciativa pessoal, a apresentar a documentação destinada a comprovar, perante o Tribunal, a

regularidade do uso, emprego ou movimentação dos bens, numerários e valores, que lhe forem

entregues ou confiados;

II - tomada de contas, como a ação desempenhada pelo órgão competente, nos casos

em que a legislação específica não obrigue o responsável à modalidade de prestação de contas, ou

quando exigível esta, o responsável não a cumpre;

III - registro, como o procedimento decorrente de ato do Tribunal, que reconheça a

legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, bem como a da concessão de

aposentadoria, reforma e pensão, e fixação inicial dos respectivos proventos.

Capítulo II

DA APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO Seção I

Dos Atos em Geral

Art. 59 - No exercício das funções de controle externo, o Tribunal de ofício ou

mediante provocação do Ministério Público Especial, do Corpo Especial, ou da Diretoria de Controle

Externo e demais órgãos auxiliares, se julgar procedente a argüição de ilegalidade em relação à

realização de qualquer receita, incluída a sua renúncia, ou despesa, inclusive as decorrentes de

contratos, admissões de pessoal, aposentadorias, reformas e pensões, ou da aplicação de quaisquer

outros recursos públicos, deverá:

I - fixar, na forma do Regimento Interno, prazo razoável para que o responsável

adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei e ao saneamento que se fizer necessário;

II - se, dentro do prazo fixado, não for atendido, sustar a execução do ato,

comunicando a decisão à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal, conforme o caso, sem

prejuízo da imediata aplicação do previsto no inc. X do art. 37, desta Lei; III - na hipótese de contrato, comunicar o fato à Assembléia Legislativa e à Câmara

Municipal, na forma e para os fins do disposto nos §§ 1º a 3º do art. 37, desta Lei.

Parágrafo único - O Tribunal, julgando o ato nulo, de pleno direito, por vício

insanável, caracterizado por preterição de formalidade essencial que o deva anteceder ou de

violação de lei, a que se deva obrigatoriamente subordinar, as autoridades competentes, ao conhecer

do julgado, deverão imediatamente, apurar e cobrar aos servidores responsáveis pela operação ou

pelo ato, os danos causados ao erário pelo ato impugnado ou sustado, independentemente das

penalidades administrativas cabíveis.

Seção II

Dos Atos Sujeitos a Registro

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Art. 60 - Estão sujeitos a registro, implicando em apreciação de sua legalidade, pelo

Tribunal:

I - os atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta ou

indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Estado ou pelo Município;

II - os atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões, pelo Estado e pelo

Município. Parágrafo único - Os atos a que se refere este artigo serão remetidos ao Tribunal, no

prazo de dez e trinta dias, respectivamente, quando se tratar de admissão de pessoal ou da concessão de

aposentadoria, reforma e pensão, ambos contados de sua publicação, instruídos com os documentos a

serem definidos no Regimento Interno. Art. 61 - Os atos posteriores, que modifiquem a fundamentação legal da concessão

ou fixação de proventos, sujeitam-se a registro pelo Tribunal, e à alteração do registro inicial os que

se referirem, apenas, à correção dos quantitativos fixados.

Parágrafo único - Independem de apreciação, pelo Tribunal, os reajustes de

proventos decorrentes de leis gerais.

Capítulo III

DA PRESTAÇÃO E DA TOMADA DE CONTAS

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 62 - Estão sujeitos à prestação ou tomada de contas, na forma da lei e das

respectivas normas estatutárias e só por ato do Tribunal poderão ser liberados de suas

responsabilidades, todos quantos desempenhem as tarefas e encargos discriminados no art. 35 da

presente Lei e, bem assim, as pessoas referidas no art. 36 da mesma.

Art. 63 - As prestações ou as tomadas de contas serão:

I - por exercício financeiro;

II - por término de gestão, quando esta não coincidir com o exercício financeiro;

III - para comprovação de aplicação de adiantamentos, convênios, ajustes, acordos,

auxílios, subvenções ou outros instrumentos que constituam repasses entre órgãos e/ou pessoas;

IV - em virtude de processo administrativo em que se apura extravio, perda,

subtração ou deterioração culposa ou dolosa de valores, bens ou materiais do Estado ou dos Municípios,

ou pelos quais estes respondam;

V - em decorrência de imputação, pelo Tribunal, de responsabilidade por despesa ilegal;

VI - nos casos de desfalque, desvio de bens e de outras irregularidades de que resulte

prejuízo à Fazenda Estadual ou Municipal;

VII - nos demais casos previstos em lei ou regulamento.

Art. 64 - Os balancetes mensais, dos órgãos da administração direta e indireta, e das

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fundações instituídas e mantidas pelo Estado; das prefeituras, câmaras e outros órgãos municipais, são

componentes obrigatórios das contas apresentadas, como desdobramentos essenciais do balanço

financeiro anual, devendo permanecer em arquivo para verificação pela equipe de inspeção ou

auditoria. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005)

Parágrafo único – (Revogado pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005)

Art. 65 - Nas prestações de contas de aplicações de adiantamentos, convênios, ajustes,

acordos, auxílios, subvenções e outros instrumentos, em que a contabilidade do órgão liberador

tenha considerado a prestação de contas como regular, com homologação do ordenador de despesa, e

o Tribunal tenha constatado irregularidade, a este e ao responsável pela aplicação, poderão ser aplicadas

as cominações previstas no art. 53 desta Lei.

Parágrafo único - Se aplicada penalidade ao ordenador de despesa que homologou

a prestação de contas como regular, este tomará as providências para apurar a responsabilidade dos

servidores que o induziram a erro.

Seção II

Da Prestação de Contas das

Câmaras Municipais e da Administração

Indireta dos Municípios

Art. 66 - As Câmaras Municipais e os órgãos da administração indireta municipal,

como órgãos integrantes do Município, apresentarão sua prestação de contas anual, no prazo máximo

de noventa dias do encerramento do exercício financeiro, para julgamento, instruídos com os elementos

e peças exigidas pelo Tribunal, em ato próprio.

Seção III

Da Prestação de Contas de Convênios, Ajustes, Acordos e outros Instrumentos

Art. 67 - A prestação de contas dos recursos repassados pelo Estado, através de

convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Municípios ou outras entidades, será

remetida ao órgão liberador do recurso, no prazo previsto no respectivo instrumento, que o

encaminhará ao Tribunal de Contas, para julgamento, no prazo de cento e oitenta dias do seu

recebimento.

Seção IV

Da Prestação de Contas da

Administração Direta e Autarquias do Estado

Art. 68 - A prestação de contas dos ordenadores de despesa e demais

responsáveis das unidades dos Três Poderes, bem como das Autarquias do Estado, serão

encaminhadas ao Tribunal de Contas, no prazo máximo de cento e oitenta dias do encerramento do

exercício financeiro, instruída com os elementos e peças exigidos pelo Tribunal e em Resolução do

Secretário de Estado de Fazenda, especialmente o Certificado de Auditoria, expedido pela Auditoria

Geral do Estado.

Seção V

Da Prestação de Contas das Empresas Públicas

e Sociedades de Economia Mista

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Art. 69 - As contas das sociedades de economia mista e empresas públicas que se

revistam da forma de sociedade anônima serão apresentadas ao Tribunal de Contas, até trinta dias após a

realização da assembléia que deva apreciá-las, ou nos prazos especiais fixados em lei.

§ 1º - As empresas públicas não revestidas da forma de sociedade anônima remeterão

ao Tribunal de Contas, no máximo até noventa dias do encerramento do exercício financeiro, a sua

prestação de contas.

§ 2º - O encaminhamento previsto neste artigo será feito ao Tribunal de Contas pela

respectiva Secretaria de Estado.

Art. 70 - As prestações de contas serão instruídas com os seguintes documentos:

I - relatório anual; II - balanços relativos ao encerramento do exercício;

III - certificado de auditoria;

IV - pareceres dos órgãos que devam se pronunciar sobre as contas.

Seção VI

Das Prestações de Contas das Fundações

Art. 71 - As contas das Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, uma

vez aprovadas pelo órgão estatutário competente, serão submetidas, no prazo de trinta dias, ao

respectivo Secretário de Estado que, em prazo idêntico, as remeterá ao Tribunal de Contas.

Seção VII

Das Tomadas de Contas

Art. 72 - Diante da omissão do dever de prestar contas, da não comprovação da

aplicação dos recursos repassados pelo Estado ou por intermédio, pelos Municípios, da ocorrência de

desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos ou, ainda, da prática de qualquer ato ilegal,

ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, a autoridade administrativa competente, sob

pena de responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotar providências com vistas à instauração

da tomada de contas para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

Parágrafo único - Não atendido o disposto no caput deste artigo, o Tribunal

determinará a instauração da tomada de contas, fixando prazo para cumprimento dessa decisão.

Art. 73 - A tomada de conta a que se refere o artigo anterior será:

I - encaminhado ao Tribunal de Contas no prazo de cento e vinte dias, a contar

do recebimento da comunicação ou do conhecimento do fato;

II - acompanhado do depoimento do responsável indicado por infrações às leis e

regulamentos relativos à administração financeira; III - acompanhado de comunicação das providências que a autoridade superior

tenha tomado, para resguardar o interesse público e a probidade da aplicação do dinheiro público. Parágrafo único - A decisão do Tribunal de Contas será comunicada à autoridade

administrativa competente para que, no caso de regularidade das contas, se cancele o nome do

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responsável no respectivo registro ou, no caso de irregularidade, se adotem as providências destinadas a

saná-las dentro do prazo que o Tribunal fixar.

Capítulo VIII

Da Prestação de Contas de Auxílios e Subvenções

Art. 74 - As pessoas jurídicas de direito privado que recebam auxílios ou subvenções da

Administração Estadual ou Municipal, encaminharão a prestação de contas da aplicação dos

recursos ao órgão liberador no prazo determinado pelo mesmo, sendo que este o remeterá ao

Tribunal para julgamento, até o dia 28 de fevereiro do ano subsequente.

Parágrafo único - É defeso aos órgãos do Estado e aos Municípios conceder auxílio ou

subvenção a entidade que não tenha prestado contas da anterior.

Seção IX

Do Julgamento das Prestações e Tomadas de Contas

Art. 75 - O Tribunal julgará o responsável quite, em crédito ou em débito, podendo,

ainda, segundo a natureza das irregularidades que encontrar:

I - aprovar as contas com observações e recomendações;

II - julgar as contas irregulares, no todo ou em parte, aplicando multa ao responsável;

III - julgar as contas irregulares, glosando-as, podendo acumular a imputação do débito:

a ) com a imposição de multa;

b ) com o pedido de suspensão do responsável, do exercício de suas funções;

c ) com a ordem de arresto de seus bens, ou as de seus fiadores, em quantidade

suficiente para ressarcimento dos prejuízos causados e das multas impostas.

Parágrafo único - Quando as contas de responsáveis por dinheiro, valores e bens se

tornarem iliquidáveis, por causa fortuita ou por força maior, o Tribunal poderá determinar o

arquivamento do processo.

Art. 76 - As contas serão julgadas:

I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos

demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do

responsável;

II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra

falta de natureza formal, ou ainda a prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico que

não seja de natureza grave e que não represente injustificado dano ao erário;

III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: a ) omissão no dever de prestar contas; b ) grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

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c ) injustificado dano ao erário, decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico;

d ) desfalque, desvio de dinheiro, bens ou valores públicos. Parágrafo único - O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de

reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha ciência, feita em processo

de tomada ou prestação de contas. Art. 77 - Julgadas as contas e publicada a decisão no órgão oficial do Estado, esta valerá

como quitação. § 1º - O responsável se o desejar, e dentro do prazo de 60 (sessenta) dias a contar da

publicação da decisão, poderá pedir que lhe seja expedida, formalmente, a provisão de quitação de suas

contas. § 2º - A aprovação das contas, com ressalva de observação e recomendações

específicas, poderá sujeitar ou não, o responsável ou ordenador de despes a multa imposta pelo

Tribunal, do que fará este o devido registro no processo e nos assentamentos internos, para, no caso

de reincidência, impor multa ou agravá-las, na forma do Regimento Interno.

Art. 78 - No caso das contas julgadas irregulares, o julgamento será precedido, quando

da instrução do processo, das cautelas necessárias à perfeita definição da responsabilidade e

individualização do responsável, sendo essencial que lhe seja expedido citação válida, na forma do

Regimento Interno, para o fim de ser assegurada, no prazo de trinta dias do recebimento, ampla defesa. Art. 79 - O julgamento das contas irregulares com a imposição simples de multa,

obriga o responsável ou ordenador de despesa a corrigir, a juízo do Tribunal, as irregularidades

apontadas, bem como a recolher o produto da multa imposta, dentro dos prazos por este fixados. § 1º - Comprovado o recolhimento da multa e sanadas as irregularidades, o Tribunal,

prosseguindo no julgamento, procederá de acordo com o estabelecido no art. 77, desta Lei.

§ 2º - Se, porém, deixarem de ser cumpridas as determinações do Tribunal, prosseguirá

este no julgamento das contas, podendo adotar, se for o caso, os procedimentos previstos no art. 75, inc.

III, alíneas “ a ” e “ c ”, desta Lei.

Art. 80 - Julgado em débito para com a Fazenda Pública Estadual ou Municipal, será

o responsável intimado para, no prazo de trinta dias, recolher a importância devida, acrescida dos juros

monetários legais e, quando for o caso, da atualização monetária e demais acréscimos.

§ 1º - Intimado o responsável, não acudindo à intimação, no prazo estabelecido, será

considerado revel, para todos os efeitos, prosseguindo-se, em consequência, na forma da lei, até a

cobrança executiva do débito.

§ 2º - Comprovado o recolhimento das quantias correspondentes ao valor do

alcance, com os acréscimos determinados na forma do caput deste artigo, o Tribunal, no processo

corrente, procederá de conformidade com o disposto no art. 77, sem prejuízo das sanções

administrativas que couberem. Art. 81 - O Tribunal de Contas fixará, à revelia, o débito dos responsáveis que, em

tempo, não houverem apresentado suas contas, nem restituído os livros e os documentos de sua gestão,

louvando-se nos dados colhidos quando da realização das inspeções e auditorias e outros documentos em

seu poder. Art. 82 - Em qualquer dos casos submetidos a seu julgamento, a decisão do Tribunal

poderá ser precedida de diligência e de inspeções ou auditorias. Art. 83 - As decisões do Tribunal serão comunicadas às autoridades administrativas

competentes, a fim de que, no caso de regularidade das contas, seja cancelado o nome do responsável

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ou ordenador de despesa nos respectivos registros ou, no caso de irregularidade, sejam adotadas as

providências para o cumprimento do que tiver sido determinado. Parágrafo único - O Tribunal de Contas sempre que entender conveniente,

comunicará sua decisão ao Governador, ao Prefeito interessado, à Assembléia Legislativa ou à Câmara

Municipal competente. Art. 84 - Os atos relativos a despesa de caráter sigiloso não serão publicados, devendo,

nesse caso, ser examinado pelo Tribunal que poderá, à vista das demonstrações recebidas, ordenar

a verificação sigilosa in loco dos documentos comprobatórios das receitas e despesas realizadas. Art. 85 - O responsável será considerado em juízo, para todos os efeitos de direito, com

a entrada do processo no Tribunal, estabelecendo-se o contraditório quando, da decisão deste, decorrer

a imposição de multa ou a imputação do débito, cumulada ou não, com outras penalidades.

§ 1º - As decisões do Tribunal, condenatórias de responsáveis em débito para com a

Fazenda Pública, tomam a dívida líquida e certa e têm força executiva, conforme estatui o § 4º do art. 77

da Constituição Estadual. § 2º - Incluem-se entre os responsáveis mencionados no parágrafo anterior, as

entidades e organizações em geral, dotadas de personalidade jurídica de direito privado, que recebam

auxílios ou subvenções do Estado ou do Município.

§ 3º - As multas impostas em definitivo por decisão do Tribunal, conforme prevista

nesta Lei, serão, também, objeto de cobrança executiva.

§ 4º - (Revogado pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005)

TÍTULO V

DOS RECURSOS E DA EXECUÇÃO DAS DECISÕES

Capítulo I

DOS RECURSOS

Art. 86 - Das decisões do Tribunal de Contas, caberão os seguintes recursos:

I - reconsideração; II - recurso ordinário; III - embargos declaratórios; IV - pedido de revisão; (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de

dezembro de 2005).

V - embargos infringentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de

1994)

Parágrafo único - Não caberá recurso contra as decisões do Tribunal Pleno que digam

respeito a atos instrutórios dos processos. (Incluído pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de

1994)

Art. 87 - Poderão interpor recursos:

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I - os responsáveis pelos atos impugnados e os alcançados pelos julgados;

II - os ordenadores de despesa, seus herdeiros ou sucessores;

III - o Ministério Público Especial;

IV - todos quanto comprovarem legítimo interesse na decisão;

Parágrafo único - Quando o recurso for interposto pelos agentes mencionados nos incs.

I, II e IV deste artigo, sobre o mesmo manifestar-se-á o Ministério Público Especial.

Art. 88 - Os recursos, uma vez recebidos. Têm efeito suspensivo, exceto quanto à

ordem de arresto de que trata a alínea “ c ” do inc. III do art. 75 desta Lei. Art. 89 - O pedido de reconsideração, interposto por escrito, no prazo de sessenta dias,

é cabível nas decisões que: (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de

2005).

I - emitir parecer prévio nas contas do Governador e dos Prefeitos e nas Decisões

Singulares; II - determinarem ou negarem registros; III - reconhecerem ou declararem a ilegalidade da realização de qualquer despesa ou

renúncia de receita, determinarem ou solicitarem a sustação do ato impugnado ou o julgamento nulo, de

pleno direito; IV - imporem multas ou determinarem outras penalidades, em decorrência de infração

à legislação orçamentária e financeira ou pelo descumprimento dos prazos fixados nesta Lei, no

Regimento Interno e demais legislação pertinente, relativos à entrega de documento e diligência,

excluídos os referentes aos processos de tomada e prestação de contas. § 1º - O pedido de reconsideração poderá ser formulado apenas uma vez, e se

fundará na apresentação de documentos e argumentos que satisfaçam ou elidam os fundamentos de

decisão recorrida de forma a produzir eficácia sob a prova produzida. § 2º - Não será permitido o pedido de reconsideração das decisões definitivas

proferidas no julgamento das contas. Art. 90 - Caberá recurso ordinário, por escrito, no prazo de sessenta dias corridos da

intimação das decisões do Tribunal que, nos processos de prestações ou tomadas de contas, julgarem o

responsável quite, em crédito ou em débito com a Fazenda Pública Estadual ou Municipal, ou

impuserem multas por infração às leis ou regulamentos relativos à administração financeira ou de

execução orçamentária. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

Art. 91 - Os embargos declaratórios, opostos no prazo de cinco dias, só serão

admitidos, quando da decisão houver obscuridade, dúvida ou contradição ou for omitido ponto sobre o

qual devia pronunciar-se o Tribunal.

Art. 92 - Da decisão definitiva do Tribunal, compreendida nos limites do art. 99

desta Lei Complementar, caberá pedido de revisão, de natureza jurídica similar à ação rescisória,

fundado em: (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

I - demonstração de erro de cálculo ou demonstração financeira inexata nas contas

que integraram a decisão; (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

II - demonstração da falsidade ou ineficácia de documentos em que se tenha baseado a

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decisão; (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

III - na superveniência de novos documentos capazes de elidir prova anteriormente

produzida, alterando o resultado do julgamento; (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22

de dezembro de 2005).

IV – nulidades relativas à comunicação de atos processuais que impliquem em prejuízo

ao livre exercício do contraditório e da ampla defesa. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de

22 de dezembro de 2005).

V – ofensa à coisa julgada; (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de

dezembro de 2005).

VI – violação literal a disposição de lei. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117,

de 22 de dezembro de 2005).

§1º - O pedido de revisão pode ser interposto uma só vez, no prazo de até 02 (dois)

anos do trânsito em julgado da decisão, cumulado com pedido de novo julgamento. (Incluído pela Lei

Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

§2º - Na admissão da revisão, o Presidente do Tribunal indeferirá de plano o

pedido que não seja fundamentado em pelo menos um, dos incisos I a VI, do caput deste artigo.

(Incluído pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005)

Art. 93 - Recebido o recurso pelo Presidente do Tribunal será designado relator que,

depois de ouvido o Ministério Público Especial, submeterá relatório-voto ao Tribunal Pleno que fará o

julgamento. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

§ 1º- Julgado procedente o pedido de revisão a decisão será rescindida, proferindo-

se novo julgamento. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro de 2005).

§ 2º - Os prazos recursais mencionados nesta Lei serão contados da intimação pessoal

do responsável ou da publicação da decisão do Diário Oficial do Estado, na forma que dispuser o

Regimento Interno.

Art. 94 - A distribuição dos recursos tratados neste capítulo e o sorteio de seus

relatores serão regulados no Regimento Interno.

Capítulo II

DA EXECUÇÃO DAS DECISÕES Art. 95 - As decisões do Tribunal, acompanhadas de seus fundamentos, serão

publicadas no Diário Oficial do Estado. Art. 96 - A decisão definitiva será formalizada nos termos estabelecidos no Regimento

Interno, cuja publicação no Diário Oficial do estado constituirá: I - no caso de contas regulares, certificado de quitação plena do responsável para com o

erário; II - no caso de contas regulares com ressalva, certificado de quitação com determinação,

nos termos do inc. I, do art. 75, desta Lei; III - no caso de contas irregulares:

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a - obrigação de o responsável, no prazo estabelecido no Regimento Interno,

comprovar perante o Tribunal que recolheu aos cofres públicos a quantia

correspondente ao débito que lhe tiver sido imputado ou da multa cominada, na forma

prevista no inc. III, do art. 75, desta Lei; b - título executivo bastante para a cobrança judicial da dívida decorrente do débito ou

da multa, se não recolhida no prazo, pelo responsável;

c - fundamento para que a autoridade competente proceda a efetivação das sanções

previstas no art. 55, desta Lei.

Art. 97 - Apenas a intimação de decisões do Tribunal que impõem pena de multa e

devolução de valores em razão de impugnação será procedida: (Redação dada pela Lei Complementar nº

78, de 19 de dezembro de 1994)

I - por publicação no Diário Oficial; (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 19

de dezembro de 1994)

II - por correspondência ( A.R. ) através de endereço residencial indicado no processo.

(Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

§ 1º - Se no A.R. constar mudança de endereço, prevalecerá, para efeito da intimação, a

data da publicação no Diário Oficial. (Incluído Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

§ 2º - O prazo de intimação previsto no caput deste, será de vinte dias da juntada da

A.R. nos autos, ou da publicação no Diário Oficial, esta na hipótese do § 1º. (Incluído pela Lei

Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

Art. 98 - Julgadas regulares as contas, mesmo com ressalvas ou recomendações,

será feita a comunicação ao responsável por meio de intimação pessoal, ou mediante publicação da

decisão no Diário Oficial, constituindo estes documentos, decorrido o trintídio legal, título hábil para

certificar a quitação do responsável para com a Fazenda Pública ou para com a respectiva entidade.

Art. 99 - Decorrido o prazo para a interposição dos recursos previstos nos incisos I a V

do artigo 86 desta Lei Complementar, ou após o julgamento destes, a decisão do Tribunal de Contas

tornar-se-á definitiva, transitando em julgado. (Redação dada pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de

dezembro de 2005).

§ 1º - Incorrendo o responsável em débito fixado na decisão do Tribunal,

procederá ao recolhimento aos cofres públicos, da importância devida, no prazo fixado na decisão.

§ 2º - Em se tratando de administrador ou de servidor de entidades públicas, com

personalidade jurídica própria, a intimação, à vista da comunicação feita pelo Tribunal, ou da

publicação do julgado, objetivará o imediato ressarcimento à entidade do prejuízo, na forma

regulamentar.

§ 3º - O Tribunal de Contas terá o prazo máximo de seis meses para julgar os

recursos de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar N.º 117, de 22 de dezembro

de 2005).

Art. 100 - O Tribunal, nos casos de não-atendimento da intimação, poderá tomar as

seguintes providências:

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I - ordenar o arresto dos bens dos responsáveis, quantos bastem para assegurar a

execução da decisão; II - determinar o desconto integral ou parcelamento do débito, nos vencimentos

ou proventos do responsável; III - ordenar a liquidação administrativa da fiança ou caução, se houver; IV - determinar a cobrança judicial, pela via executiva da importância do débito, nos

termos e na forma prevista no § 1º do art. 85 e art. 103, desta Lei.

Art. 101 - Sobre as importâncias declaradas nas decisões do Tribunal, serão cobrados

juros de mora de 1% ( um por cento ) ao mês, sobre os débitos monetariamente atualizados. (Redação

dada pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

Parágrafo único - Os valores impugnados pelo Tribunal serão atualizados a partir da

data da ocorrência do evento. (Incluído pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

Art. 102 - As decisões definitivas do Tribunal, que impuserem multa, bem como

as condenatórias de responsáveis em débito para com a Fazenda Pública, tornam a dívida líquida, certa

e exigível. Art. 103 - O ajuizamento das ações para a cobrança executiva dos débitos resultantes de

decisões do Tribunal de Contas, em favor da Fazenda Pública Estadual, Municipal e demais entidades da

Administração Indireta do Estado e Município e do Fundo Especial de Modernização e

Aperfeiçoamento do Tribunal de Contas - FUNTEC, competirá respectivamente à Procuradoria-Geral

do Estado, Procuradorias ou Advogacia-Geral dos Municípios ou Departamentos Jurídicos de

Autarquias e Empresas Públicas e, às Assessoria Especial de Execução do Tribunal de Contas, a quem a

Secretaria-Geral encaminhará, no prazo de dez dias, o título executivo. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

§ 1º - As ações de que trata este artigo deverão ser propostas no prazo de trinta dias a

contar do recebimento da documentação, comunicando-se o fato ao Tribunal de Contas. (Incluído Lei

Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

§ 2º - Nas inspeções ordinárias, as equipes inspetoras deverão verificar se foram

providas as ações correspondentes aos títulos executivos encaminhados pelo Tribunal de Contas,

indicando, no caso de omissão, a autoridade responsável. (Incluído pela Lei Complementar nº 78, de 19

de dezembro de 1994)

TÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 104 - Para os fins de garantir ampla defesa dos interessados nos Processos de

competência do Tribunal, será disciplinado no Regimento Interno o procedimento para a realização das

notificações e intimações que se fizerem necessárias. (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 19

de dezembro de 1994)

Parágrafo único - As intimações que decorrem de execução de decisões obedecerão ao

rito estabelecido no art. 97. (Incluído pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro de 1994)

Art. 105 - Observada a presente Lei, o Tribunal de Contas, em seu Regimento Interno

ou em ato próprio, disporá sobre a formação, extinção, suspensão e ordem dos processos, bem como

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sobre os prazos e procedimentos processuais. Parágrafo único - As disposições regimentais deverão assegurar o julgamento dos

processos de prestação e de tomada de contas no prazo máximo de seis meses.

Art. 106 - A título de racionalização administrativa e economia processual, e com o

objetivo de evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o Tribunal poderá

determinar, desde logo, o arquivamento do processo, sem cancelamento do débito, a cujo pagamento

continuará obrigado o devedor, para lhe ser dada quitação.

Art. 107 - As multas aplicadas pelo Tribunal deverão ser recolhidas ao Fundo

Especial de Modernização e Aperfeiçoamento do Tribunal de Contas - FUNTEC, através de guias

próprias, na rede bancária conveniada. (Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 19 de dezembro

de 1994)

Art. 108 - A resposta do Tribunal às consultas formuladas nos termos do inc. IX, do

art. 37, desta Lei, tem caráter normativo e constitui prejulgado da tese, mas não do fato ou caso concreto.

Art. 109 - A Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, por

deliberação do Plenário, de comissão técnica ou permanente ou de inquérito, poderá requisitar ao

Tribunal de Contas do Estado:

I - informações sobre as contas dos órgãos e entidades da administração estadual

sujeitos a seu julgamento;

II - cópia de relatório de inspeções ou auditorias realizadas e respectivas decisões do

Tribunal;

III - balanço das entidades de administração indireta;

IV - pronunciamento conclusivo, diante de indícios de despesas não-autorizada, ainda

que sob a forma de investimentos não-programados ou de subsídios não-aprovados;

V - inspeções e auditorias em órgãos ou entidades de que trata o inc. I.

Parágrafo único - As informações de que trata este artigo, deverão ser prestadas

dentro de trinta dias, e as inspeções ou auditorias deverão ser realizadas no prazo de noventa dias, salvo

prorrogação que deverá ser previamente solicitada à Assembléia Legislativa.

Art. 110 - As informações, a inspeção, a auditoria, a diligência ou a investigação que

envolvam atos ou despesas de natureza secreta ou reservada serão formuladas e atribuídas com

observância desta classificação, sob pena de responsabilidade de quem o violar, apurada na forma da

lei.

Art. 111 - O disposto nos artigos precedentes, com referência à Assembléia

Legislativa, aplica-se no que couber, às Câmaras Municipais.

Art. 112 - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomar conhecimento de qualquer

irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de

responsabilidade solidária.

Parágrafo único - Verificada em inspeção ou auditoria, ou no julgamento de contas,

irregularidade ou ilegalidade que não tenha sido comunicada tempestivamente ao Tribunal e provada a

omissão, o dirigente do órgão de controle interno, na qualidade de responsável solidário, ficará sujeito

à aplicação de multa prevista no art. 53, desta Lei.

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Art. 113 - É vedado aos Conselheiros, Auditores e Procuradores intervir no julgamento

de interesse próprio ou de parente, até segundo grau inclusive, consangüíneo ou afim, pendente de

decisão do Tribunal, devendo, no caso, declarar a suspeição.

Art. 114 - Os Conselheiros, Auditores e Procuradores terão direito a férias anuais de

sessenta dias, coletivas e individuais.

Parágrafo único - As férias coletivas ocorrerão no período correspondente ao recesso

anual e as individuais, após um ano de exercício, por trinta dias, na forma que o Regimento Interno

estabelecer. Art. 115 - Compete ao Tribunal de Contas propor ao Poder Legislativo, a

fixação de vencimento dos

Conselheiros, Auditores e membros do Ministério Público Especial junto ao Tribunal.

Art. 116 - O Tribunal de Contas disporá de quadro próprio de pessoal, em regime

jurídico único, com a organização e as atribuições que lhe forem fixadas em lei ou estabelecidas no

Regimento Interno.

Parágrafo Único - O Tribunal poderá transformar e reclassificar cargos em comissão

e funções de confiança de sua Secretaria-Geral, bem assim transformar, sem aumento de despesa, por

alteração de denominação, desmembramento ou fusão, cargos da estrutura do seu quadro permanente,

observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. (Redação dada pela Lei

Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 117 - Os cargos de provimento em comissão serão exercidos, preferencialmente,

e as funções de confiança, exclusivamente, por servidores do Quadro do Tribunal de contas.

§ 1º - Os cargos em comissão e funções gratificadas do Tribunal de Contas, serão

objetos de nomeação ou designação por escolha e ato do Presidente, ressalvado o disposto no parágrafo

seguinte.

§ 2º - O provimento dos cargos em comissão existentes nos Gabinetes dos

Conselheiros e do Corpo Especial, caberá ao Presidente, mediante proposta dos respectivos titulares.

Art. 118 – O Tribunal de Contas poderá firmar acordos de cooperação com os

Tribunais de Contas da União e dos Estados, bem como com outros órgãos e entidades governamentais

ou particulares. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 119 - O Regimento Interno do Tribunal somente poderá ser aprovado e

alterado pela maioria absoluta de seus Conselheiros titulares.

Art. 120 – As publicações editadas pelo Tribunal de Contas são as definidas no seu

Regimento Interno. (Redação dada pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Parágrafo único – O “Boletim Interno do Tribunal de Contas” é considerado órgão

oficial. (Incluído pela Lei Complementar nº 82, de 15 de julho de 1998)

Art. 121 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 122 - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei Complementar

n.º 1, de 18 de outubro de 1979. Campo Grande - MS, 28 de junho de 1990.

MARCELO MIRANDA SOARES

Governador