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PROGRAMA TURISMO RURAL “AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE” LEGISLAÇÃO E TURISMO RURAL Suplemento SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL Administração Regional do Estado de São Paulo

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PROGRAMA TURISMO RURAL

“AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”

LEGISLAÇÃO E TURISMO RURALSuplemento

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministração Regional do Estado de São Paulo

FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULOGestão 2008-2011

FábIO DE SALLES MEIRELLESPresidente

AMAURI ELIAS XAVIERVice-Presidente

EDUARDO DE MESQUITAVice-Presidente

JOSÉ CANDÊOVice-Presidente

MAURÍCIO LIMA VERDE GUIMARÃESVice-Presidente

LENY PEREIRA SANT’ANNADiretor 1º Secretário

JOSÉ EDUARDO COSCRATO LELISDiretor 2º Secretário

ARGEMIRO LEITE FILHODiretor 3º Secretário

LUIZ SUTTIDiretor 1º Tesoureiro

IRINEU DE ANDRADE MONTEIRODiretor 2º Tesoureiro

ANGELO MUNHOZ bENKODiretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministrAção regionAl do estAdo de são PAulo

Conselho AdministrAtivo

FábIO DE SALLES MEIRELLESPresidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARARepresentante da Administração Central

bRAZ AGOSTINHO ALbERTINIPresidente da FETAESP

EDUARDO DE MESQUITARepresentante do Segmento das Classes Produtoras

AMAURI ELIAS XAVIERRepresentante do Segmento das Classes Produtoras

MáRIO ANTONIO DE MORAES bIRALSuperintendente

SÉRGIO PERRONE RIbEIROCoordenador Geral Administrativo e Técnico

São Paulo, 2006

PROGRAMA TURISMO RURAL

“AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”

Serviço Nacional de Aprendizagem RuralAdministração Regional do Estado de São Paulo

LEGISLAÇÃO E TURISMO RURALSuplemento

© SENAR-AR/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo

Rua Barão de Itapetininga, 224 - CEP 01042-907 - São Paulo, SP - www.faespsenar.com.br

PROJETO DA OBRA

SENAR-AR/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo

Idealização: Fábio de Salles Meirelles - Presidente do Sistema FAESP - SENAR-AR/SP

Supervisão Geral do Programa Turismo Rural: Jair Kaczinski - Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

Responsável Técnico: Teodoro Miranda Neto - Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

Elaboração do Texto: Graziela Grecco, Patrícia Ortiz Monteiro e Renata M. B.Corrêa,

Colaboradores: Mariana Lapeiz, Paul J. Dale, Silvia Basile e Ziléa C. Simões

PRODUÇÃO EDITORIAL

FUNPEC – Fundação de Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto

Coordenação Editorial: Mirian Rejowski

Revisão Técnica: Glória Maria Widmer e Karen Rejowski

Projeto Gráfico: Janaina Britto

Editoração Eletrônica: Reynaldo Trevisan e Tathyana Borges

É proibida a reprodução total ou parcial deste manual por qualquer processo, sem a expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

SUMÁRIO

CAPíTULO 1 - CONSIDERAÇõES GERAIS, 5

O que é Legislação?, 6

Atividade Turística e a Lei, 7

Etapas para a Criação de um Empreendimento de Turismo

Rural, 8

CAPíTULO 2 - DIREITO APLICADO AO TURISMO RURAL, 9

Direito Tributário, 10

Direito Previdenciário, 11

Direito Trabalhista, 12

Direito Civil, 13

Direito Ambiental, 16

CAPíTULO 3 – OUTRAS LEIS E REGULAMENTOS DE

CONTROLE APLICADOS AO TURISMO RURAL, 24

Segurança, 25

Inspeção Sanitária, 27

Corpo de Bombeiros, 29

Energia Elétrica, 30

Água e Esgoto, 30

BIBLIOGRAFIA, 32

ANEXO, 35

Normas sobre Elaboração e Comercialização de Alimentos

Artesanais de Origem Animal ou Vegetal

CONSIDERAÇõES GERAIS

� FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural

O que é Legislação?

Legislação é o planejamento que procura ordenar

o processo econômico para o funcionamento da ordem

social em condições de mercado. Nesse sentido, o Di-

reito vem impor determinadas condutas sociais para

favorecer a vida em sociedade de forma harmoniosa.

As Leis no Brasil são feitas a partir dos poderes

Legislativo, Executivo e Judiciário. Resumidamente, po-

demos dizer que o Poder Legislativo cria as leis, legisla;

o Executivo executa as leis, administra; e o Judiciário

aplica a lei a um caso específico.

Isso ocorre nas esferas federal, estadual e muni-

Pirâmide das Leis segundo Hans Kelsen (Dorta e Pomilio, 2003)

Constituição Federal, Emendas Constitucionais e Instrumento

Equivalente à EmendaLeis

ComplementaresLeis ordinárias,

Tratados Internacionais e Medidas Provisórias

Decretos, Portarias, Instruções,

Deliberações etc.Contratos, Estatutos e

Licenças

Legislação e Poderes no Brasil

Legislativo

Criar Leis

Legi

slar

Executivo

Adm

inis

trar Judiciário

Judi

ciar

Executar Leis Fazer cumprir Leis

Federal

Estadual

Municipal

Presidente

Governadores

Prefeitos

Tribunais em

todas as

instâncias

PODER

cipal, como mostra a figura Legislação e Poderes no

Brasil. Convém observar que não há hierarquia entre

uma lei ordinária federal e uma lei ordinária estadual ou

municipal. Isso porque tanto sua abrangência como a

entidade que as definiu são diferentes.

Apesar disso, existe uma hierarquia entre as leis,

como mostra a Pirâmide das Leis. Nela, a Constituição

Federal é a instância máxima, sendo a base jurídica das

leis brasileiras.

Todas as leis têm por base a lei imediatamente su-

perior, ou seja, um decreto não pode contrariar uma lei

complementar e assim por diante. No Brasil, existe a

legislação federal, a estadual e a municipal.

9FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

Atividade Turística e a Lei

A atividade turística é regida pela Lei nº 6.505,

de 1977, a partir da qual se originaram os decretos,

as resoluções e as deliberações normativas sobre a

atividade turística e os órgãos envolvidos. Essa lei,

além de definir quais são as principais atividades tu-

rísticas, permitiu à EMBRATUR estabelecer:

• Relações das empresas de Turismo entre si e

com usuários;

• Penalidades administrativas da atividade;

• Critérios de padronização na documentação.

São livres, no Brasil, o exercício e a exploração

de atividades e serviços turísticos, a não ser quan-

to às obrigações tributárias e às normas municipais

para edificação de hotéis. Assim, qualquer pessoa

(natural ou jurídica) pode explorar a atividade turísti-

ca, devendo atender apenas às exigências específi-

cas da legislação comum (societária, civil ou comer-

cial, tributária, urbanística, ambiental etc.). O papel

do Estado é disciplinar o que considera ambientes

turísticos, fornecendo cadastro e classificação pró-

prios, cuja adesão é uma opção do particular (MA-

MEDE, 2002).

O Decreto-Lei nº 2.294/86 assegura que a ade-

são ao cadastro e à classificação seja uma opção

das empresas turísticas.

A Constituição Federal de 1988 contempla o Tu-

rismo pela primeira vez no artigo 180: “A União, os Es-

tados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e

incentivarão o Turismo como fator de desenvolvimento

social e econômico”.

“O Estado e os poderes públicos – e, conse-

qüentemente, o Direito – exercem dois papéis

fundamentais em relação ao Turismo: de um lado,

proteção contra conflitos e abusos que podem origi-

nar-se no âmbito do Turismo; de outro, seu desen-

volvimento.” (BADARÓ, 2003, p. 86).

Em muitas propriedades rurais, ao lado da agricul-

tura aparecem outras atividades não-agrícolas. Estas

expressam novas funções que o meio rural vem assu-

mindo, como as atividades ligadas ao lazer. O meio ru-

ral vem sendo descoberto como um espaço importante

de produção de lazer, que envolve desde o criador de

peixe que abre um pesque-pague, até um fazendeiro

que abre um restaurante típico para aproveitar algum

produto de sua fazenda (como queijo, rapadura, aguar-

dente, carnes, entre outros produtos e subprodutos da

indústria rural).

Alguns empreendimentos no meio rural podem,

também, se especializar em determinados segmentos

de Turismo, como, por exemplo: pesqueiros, ecoturis-

mo, turismo de aventura, casas de segunda residência,

hotéis-fazenda, restaurantes, criação de aves raras ou

animais de caça, produção de alimentos etc.

Segundo o Almanaque Abril 2001, apenas no

Estado de São Paulo, os pesqueiros empregavam

10 mil trabalhadores. Em todo o país, as fazendas

transformadas em hotéis representavam 50 mil

empregos diretos.

O crescimento desordenado da atividade turística

no meio rural pode gerar uma série de conflitos. Assim,

enquanto não houver uma legislação específica, é pre-

ciso muita atenção às implicações legais.

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural10

Etapas para a Criação de um Empreendimento de Turismo Rural

Para montar um empreendimento de turismo rural,

é preciso atenção para seguir os dez “passos legais” de

criação de uma empresa:

1. Pesquisa de similaridade de nome junto ao INPI

– Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

2. Escritura da propriedade, que pode ser também um

contrato de arrendamento, de comodato ou de so-

ciedade com o proprietário do imóvel rural.

3. Elaboração de um contrato social em acordo com o

Código Civil de 2002, onde deve constar:

• nome e qualificação dos sócios (mais de um

sócio no caso de sociedade limitada);

• nome da empresa (depois da pesquisa no INPI);

• local do empreendimento (conforme escritura);

• capital social integralizado (quotas por sócios);

• objetivos da empresa;

• duração das atividades;

• responsabilidade dos sócios;

• período de apuração de resultados;

• outros elementos que se façam necessários.

O objetivo do contrato social deve ser amplo no

que se refere à prestação de serviços. O proprietá-

rio deve entender que, apesar de começar pequeno,

pode no futuro ampliar as suas atividades turísticas.

Assim, é importante citar os serviços que a médio

ou longo prazo poderá oferecer, tais como: alimen-

tação, estada, eventos, lazer, hospedagem eqüestre,

cursos, treinamentos, pesqueiro, entre outras ati-

vidades. Isso porque uma mudança no objetivo do

contrato social provoca custo e perda de tempo. Por-

tanto, inclua logo na abertura do contrato todos os

serviços que poderá oferecer em sua propriedade.

4. Registro do contrato social na Junta Comercial

Estadual.

5. Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) no

Ministério da Fazenda.

6. Confecção de talão de notas fiscais.

7. Registro na Prefeitura – Alvará de Funcionamento.

8. Certidão do Habite-se – é um documento que ates-

ta se o imóvel foi construído de acordo com as

exigências da legislação local, estabelecidas pela

Prefeitura para a aprovação de projetos. Em geral,

é exigido em zonas urbanas, mas é importante se

informar se essa certidão será necessária ou não

para o estabelecimento no meio rural.

9. Alvará de Vigilância Sanitária, para que seja possível

oferecer hospedagem, lazer, alimentos e bebidas.

10. Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

Para poder produzir e comercializar alimentos como

queijo, geléia e doces, é exigido outro tipo de contrato:

a propriedade rural deve ser transformada em agroin-

dústria. Outras normas de Inspeção Sanitária devem ser

observadas quando o estabelecimento atua na produ-

ção desses alimentos ou quando há abate de animais

da propriedade rural para servir aos hóspedes.

Especificamente no caso de produção de artesana-

to, o artesão deverá adquirir uma carteira de artesão na

SUTACO; se for uma loja de venda desses produtos, ela

poderá ser agregada ao objetivo do contrato social do

empreendimento turístico.

O Sindicato Patronal Rural de sua localidade

poderá fornecer todas as informações necessárias

para a regularização da empresa. Os serviços de

um contador são fundamentais para a organização

tributária, contábil e fiscal da empresa.

Além da criação do empreendimento turístico,

temos que conhecer as normas do Direito que se apli-

cam a ele, ou seja, do Direito Tributário, Previdenci-

ário, Trabalhista, Civil e Ambiental, além de Normas

e Critérios específicos, para aproveitar os benefícios

legais e evitar problemas com a justiça.

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 11

capitulo 2

DIREITO APLICADO AO TURISMO RURAL

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural12

Direito Tributário

A partir do momento em que começamos a exer-

cer uma atividade econômica, devemos repassar

alguns tributos à União, ao Estado e ao Município,

por imposições legais. No caso do Turismo Rural, o

contador ou o Sindicato Patronal Rural local poderá

nos orientar sobre como fazer o pagamento desses

tributos.

A seguir, vamos descrever o Sistema Integrado de

Pagamentos de Impostos e Contribuições (Simples),

muito adotado por empreendedores desse tipo de ati-

vidade. Quem pode optar por esse sistema é a pessoa

jurídica enquadrada na condição de micro-empresa ou

de empresa de pequeno porte, desde que não pratique

nenhuma das atividades impeditivas e esteja em situ-

ação regular para com a Fazenda Nacional e o Instituto

Nacional de Seguridade Social (INSS).

Não podem optar pelo SIMPLES as seguintes

pessoas jurídicas.

• A constituída sob a forma de sociedade por

ações.

• A que se dedica à compra e à venda, ao lo-

teamento, à incorporação ou à construção de

imóveis.

• A que tenha sócio estrangeiro residente no

exterior.

• Aquela em que o titular ou sócio participe com

mais de 10% do capital de outra empresa, des-

de que a receita bruta global ultrapasse o limite

de microempresa e empresa de pequeno porte;

• Aquela em que participa como sócio outra pes-

soa jurídica.

• A que realiza operações relativas à locação ou

administração de imóveis; armazenamento e

depósito de produtos de terceiros.

Outras situações previstas na lei.•

O SIMPLES possibilita o pagamento mensal unifica-

do de impostos e contribuições, inclusive as previdenci-

árias, exceto a contribuição do segurado empregado.

• SIMPLES FEDERAL = 3% do faturamento.

• SIMPLES ESTADUAL = taxa fixa para faturamento

até R$ 240.000,00 para o Estado de São Paulo.

• FGTS = 8% do salário de cada empregado.

• Previdência Social = 7,65% calculados sobre o

valor do salário do empregado.

• Previdência Social sobre o pró-labore do sócio

administrador = 11% do salário.

• ISS sobre atividade de hospedagem = 3% (a alí-

quota pode variar conforme o município).

• Honorários contábeis = de acordo com o contador.

O Simples Federal inclui os encargos de previdência

social sobre a folha de pagamento do empregado, IR (Im-

posto sobre a Renda), PIS (Programa de Integração Social)

e Cofins (Contribuição Social para o Financiamento da

Seguridade Social. O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo

de Serviço) continua sendo encargo do empresário.

Alguns Estados brasileiros não aderiram ao Sim-

ples Federal por causa da renúncia fiscal a que seriam

obrigados; nesse caso, os encargos ficam por conta do

empresário. O Estado de São Paulo não aderiu à Lei do

Simples Federal. No entanto, foi criada uma legislação

própria de incentivo às microempresas e empresas de

pequeno porte, denominada Simples Paulista, que vale

para todo o Estado de São Paulo.

No dia 6 de janeiro de 2006, foi publicada

no Diário Oficial do Estado de São Paulo a Lei

nº 12.186, que alterou importantes dispositivos do

Simples Paulista (Lei nº 10.086/98). O limite de

isenção do ICMS da microempresa (ME) quase do-

brou. O limite da receita bruta anual da ME passou

de R$ 150.000,00 para R$ 240.000,00.

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 13

Pequenos agricultores muitas vezes se interessam

em exercer atividades complementares à agricultura.

Para que o exercício de tais atividades seja legal, é pre-

ciso constituir uma empresa, mas isso implica perda da

condição de segurado especial, como explicado no item

que trata de Direito Previdenciário.

Além dos tributos referentes à empresa em si, em

alguns locais está sendo exigido o seguinte:

• Pagamento de taxa a um químico (relativa à

prestação de serviços) e ao Conselho Regional de

Química (CRQ), quando o estabelecimento ofere-

cer uma piscina como equipamento de lazer.

• Pagamento de taxa ao Escritório Central de Ar-

recadação e Distribuição (ECAD). Essa taxa é

obrigatória quando há som ambiente e em casos

de apresentações musicais nos estabelecimen-

tos. Com o advento da Lei 9.610, de 1998 (artigo

68, parágrafos 2º e 3º), a instalação de aparelhos

de rádio ou de televisão em quartos de hotéis ou

motéis obriga o estabelecimento a pagar os di-

reitos autorais correspondentes, nos termos da

Súmula nº 63, do Superior Tribunal de Justiça.

Para a taxa ECAD, é interessante o empresário

contatar o representante regional, para se determi-

nar uma taxa fixa para o estabelecimento. O órgão

responsável pela cultura (secretaria, diretoria etc.)

do seu município pode informar como entrar em

contato com esse representante.

• Contratação de um veterinário, quando o esta-

belecimento oferece passeios a cavalo ou com

outra tração animal. A mesma exigência é feita

quando o empreendimento disponibiliza contato

com animais, como visitas a granjas, galinheiros,

contato com caprinos e ovinos etc.

Muitas vezes, a Secretaria da Agricultura de

seu município dispõe de um veterinário que pode

realizar esse serviço.

• Contratação de um seguro de viagem para os

hóspedes e para a prática de esportes (rafting,

cavalgadas etc.).

• Manutenção de tratores e maquinário, certifica-

dos e revisados.

No Estado de São Paulo, alguns bancos já ope-

ram com apólices de seguros específicos para o

Turismo Rural e para cavalgadas.

O contrato formal de um mecânico para cer-

tificar o bom estado e desempenho do maquinário

utilizado para passeios turísticos facilita o gerencia-

mento de riscos de possíveis acidentes.

Direito Previdenciário

Na questão previdenciária, é importante esclarecer

a diferença entre a situação do pequeno proprietário, a

do trabalhador rural e a do segurado especial. O pará-

grafo 8º do artigo 195 da Constituição Federal deter-

mina tratamento diferenciado para aqueles que retiram

sua subsistência de uma pequena produção, trabalhan-

do por conta própria em regime de economia familiar.

No Estado de São Paulo, essa taxa é exigida

apenas para locais com um grande acúmulo de

pessoas. Entretanto, é importante o acompanha-

mento de um profissional, caso haja uma piscina

no empreendimento.

14 FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural

O dispositivo constitucional determina que a base de

cálculo de suas contribuições à Seguridade Social seja

o produto da comercialização de sua produção.

A Constituição Federal também assegura a apo-

sentadoria no regime geral de previdência social, quan-

do o homem e a mulher completarem 65 e 60 anos

de idade, respectivamente. Esse limite é reduzido em

cinco anos para os trabalhadores rurais de ambos os

sexos e para os que exercem atividades em regime de

economia familiar. Entre estes, incluem-se o produtor

rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Entretanto, não é considerado segurado especial,

e sim contribuinte individual:

quem possuir outra fonte de rendimento, qual-

quer que seja a sua natureza;

• quem, em determinado período, utilizar mão-de-

obra assalariada.

Assim, ao optar pelo exercício de atividades de

Turismo Rural, de acordo com a legislação vigente,

o pequeno produtor rural estará optando, igualmen-

te, pela perda de sua condição de segurado espe-

cial. Ele passa, então, a contribuir na categoria de

empregador. Isso exige uma contribuição maior de

sua parte, mas também possibilita uma melhor ren-

da na sua aposentadoria.

Direito Trabalhista

O Turismo Rural pode ser desenvolvido de diver-

sas formas nos empreendimentos implantados nesse

espaço, já legalizados como atividade turística. Situ-

am-se, portanto, no terceiro setor da economia – o

de serviços.

O mesmo ocorre com as propriedades que utilizam

mão-de-obra registrada como trabalhador rural em ser-

viços gerais, e se ocupam dessa mão-de-obra também

Na Constituição Federal, o trabalhador urbano e o rural

têm seus direitos equiparados. Entretanto, observando con-

venções e acordos coletivos dos trabalhadores rurais e dos

trabalhadores vinculados às atividades hoteleiras, de lazer

e do setor de alimentação, não encontramos similaridade

de ganho, nem de benefícios ao trabalhador quando este

exerce duas funções paralelas (trabalhador pluriativo).

A inexistência desse tipo de trabalhador pluriativo,

ao menos de forma jurídica, permite variadas possibi-

lidades de interpretações sobre as relações trabalhis-

tas. Por causa disso, os pareceres acabam tornando-se

subjetivos e personalizados de acordo com a interpre-

tação do juiz responsável pela ação.

As relações de trabalho rural são regulamentadas

pela Lei n º 5.889, de 1973, e pelas normas da Consolida-

Empregado é “toda a pessoa física que prestar ser-

viços de natureza não eventual a empregador, sob

a dependência deste e mediante salário” (Artigo

1º). “Não haverá distinções relativas à espécie de

emprego e à condição de trabalhador, nem entre o

trabalho intelectual, técnico e manual” (Parágrafo

único do Artigo 1º).

Empregador é a pessoa física ou jurídica, ou melhor,

é “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo

os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e

dirige a prestação pessoal de serviços” (Artigo 2º).

no setor de serviços, cumprindo, assim, dupla função.

Segundo a CLT – Consolidação das Leis de Trabalho,

aprovada em 1º de maio de 1943:

Agricultor pluriativo é aquele que combina di-

ferentes tipos de atividades, tanto na agricultura

como fora dela. Exemplo: o empregado poderá, ao

mesmo tempo, trabalhar na colheita da produção

agrícola e na jardinagem da área de lazer voltada

aos hóspedes.

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 15

ção das Leis de Trabalho (CLT). Nesse sentido, é impor-

tante destacar o seguinte:

• Empregado rural: é “toda a pessoa física, que

em propriedade rural ou prédio rústico, presta

serviços de natureza não eventual a empregador

rural, sob a dependência deste mediante salá-

rio”. São considerados elementos básicos dessa

relação de emprego a prestação pessoal de ser-

viços e o trabalho não-eventual, ambos presta-

dos a empregador rural sob a dependência deste

e mediante salário.

• Empregador rural: é “toda a pessoa física ou ju-

rídica, proprietária ou não, que explore atividade

agroeconômica, em caráter permanente ou tem-

porário, diretamente ou por meio de prepostos e

com auxílio de empregados”.

• Trabalhador rural: entendido como o trabalha-

dor avulso, volante ou que atua sem a relação de

emprego.

Trabalhadores não-rurais do empregador

rural: “reina muita divergência doutrinária, em

especial, sobre a aplicabilidade do Direito do

Trabalho Rural a certos empregados. São casos

específicos os relativos a empregados de escri-

tório de fazendas ou de fazendeiros, tratoristas e

motoristas, e administradores rurais; muitas ou-

tras atividades ligadas ao Turismo Rural podem

se encaixar nessa categoria, como camareira,

cozinheiro, garçom, recepcionista etc.” (ROCHA,

1993, p. 3).

Esses empregados que servem à atividade turística

no meio rural não são empregados ou trabalhadores ru-

rais. Assim, devem seguir a regulamentação da Conso-

lidação das Leis do Trabalho e as convenções e acordos

coletivos do setor turístico. Porém, estamos tratando

aqui de empregados que atuam nas duas áreas. Para

tanto, entende-se que em uma primeira análise, haven-

do conflito, o juiz primeiramente verificará o tempo de

trabalho despendido nas duas atividades, analisando se

existe prejuízo financeiro ou de benefícios ao trabalha-

dor e se ele mantém seu tempo de descanso necessá-

rio, além dos aspectos peculiares a cada atividade.

Algumas soluções foram encontradas por empre-

endedores de Turismo Rural, como as seguintes:

• Formalização de uma cooperativa de proprie-

tários rurais de empregadores: os empregados

são contratados por essa cooperativa e passam

a prestar serviços nas propriedades agrícolas

cooperadas.

• Formalização de dois contratos de trabalho

com o mesmo trabalhador: um contrato como

trabalhador rural e outro como prestador de ser-

viços em contrato temporário no ramo turístico.

Essa opção vem gerando distorções, pois são

dois contratos de trabalho entre o mesmo em-

pregador e empregado.

• Equiparação salarial e de benefícios: contem-

pla as duas atividades sem acarretar perda ao

trabalhador.

A inexistência desse tipo de trabalhador, ao me-

nos de forma jurídica, abre também possibilidades de

várias interpretações, como já citado em relação ao

agricultor pluriativo.

Direito Civil

O Código Civil determina que “aquele que por ação

ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, vio-

lar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusi-

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural16

vamente moral, comete ato ilícito”. Assim, é importante

considerar alguns itens desse diploma legal:

• Os empresários individuais e as empresas res-

pondem independentemente de culpa pelos

danos causados pelos produtos postos em

circulação.

• Ainda que não haja culpa da sua parte, os em-

presários responderão solidariamente pelos

atos de seus empregados, serviçais e prepos-

tos, no exercício do trabalho que lhes compe-

tir, ou em razão dele.

• Se exercerem atividade de hospedagem, nos

casos de hotéis, hospedarias, casas ou esta-

belecimentos onde se albergue por dinheiro,

os empresários respondem solidariamente,

independentemente de culpa, pelos seus

hóspedes/moradores.

• O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano

por este causado, se não provar culpa exclusiva

da vítima ou força maior.

No caso de fornecimento de serviços, é impor-

tante o empreendedor observar a regra que lhe atri-

bui a responsabilidade, como depositário, pelas ba-

gagens dos hóspedes, bem como de seus veículos

(caso seja oferecido estacionamento). Essa respon-

sabilidade vale mesmo quando o prejuízo decorrer

de roubos ou furtos efetuados por pessoas empre-

gadas em suas casas.

No Código de Defesa do Consumidor (CDC), está

prevista a responsabilidade do fornecedor de serviços

na reparação de danos causados aos consumidores por

defeitos relativos à prestação de serviços, bem como

por informações insuficientes ou inadequadas sobre

A principal lei que regula as relações das ativi-

dades turísticas é o Código de Defesa do Consumi-

dor, instituído pela Lei nº 8.078, de 1990.

Melhor é prevenir acidentes...

Acidentes com turistas trazem conseqüências de

diversas ordens. Primeiramente, há o impacto traumá-

tico para o empresário ou prestador de serviços, diante

do acontecimento. Isso gera a necessidade de ações

emergenciais que acabam deslocando funcionários de

outras funções para atender à vítima, deixando seus

postos de trabalho descobertos, o que pode acarretar

outros transtornos.

Há um forte abalo para a reputação da empresa

e dos profissionais envolvidos no acidente. Surgem

sérias conseqüências jurídicas, tanto de ordem civil,

quanto penal.

As infrações ligadas ao Código do Consumidor pas-

síveis de pena são as seguintes:

• Deixar de alertar, mediante recomendações es-

critas ostensivas, sobre a periculosidade do ser-

viço a ser prestado. Pena: detenção de seis me-

ses a dois anos e multa; se culposo, detenção de

um a seis meses ou multa.

• Executar serviço de alto grau de periculosidade,

contrariando determinação de autoridade com-

petente. Pena: detenção de seis meses a dois

anos e multa.

Fazer afirmação falsa ou enganosa ou omitir

informação relevante sobre a natureza, carac-

terística, qualidade, quantidade, segurança, de-

sempenho, durabilidade, preço ou garantia de

produtos ou serviços. Pena: detenção de três

meses a um ano e multa.

• Fazer ou promover publicidade que sabe ou de-

veria saber ser enganosa ou abusiva. Pena: de-

tenção de três meses a um ano e multa.

sua fruição e riscos. Ainda segundo o Código, “o servi-

ço é defeituoso quando não fornece a segurança que o

consumidor dele pode esperar”.

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 17

• Fazer ou promover publicidade que sabe ou de-

veria saber ser capaz de induzir o consumidor a

se comportar de forma prejudicial ou perigosa a

sua saúde ou segurança. Pena: detenção de seis

meses a dois anos e multa.

Por outro lado, no caso de responsabilidade civil,

que acontece quando o acidente ocorreu pela simples

existência do produto ou do serviço, as sanções são pa-

trimoniais:

• o causador do acidente deve ressarcir as

despesas realizadas, ou seja, contas hospi-

talares, honorários médicos, medicamentos,

órteses, próteses, tratamentos fisioterápi-

cos, locomoção, inclusive lucros cessantes

(o que a vítima deixou de ganhar), pagamen-

to de pensões por incapacidade total ou par-

cial para o trabalho e outros, ou seja, todos

os danos materiais;

• deverá, ainda, indenizar a vítima e/ou seus fami-

liares, pelo dano moral: sentimentos e sensações

negativas provocadas pelo acidente, incluindo

dor, aflição, angústia, constrangimento, vergo-

nha, consternação etc.

Os valores somados dos danos materiais e

dos danos morais podem alcançar cifras que aba-

lam efetivamente a saúde financeira do negócio ou

mesmo que levem à inviabilidade de continuação

do empreendimento.

No Turismo Rural, essas conseqüências po-

dem vir de ocorrências como acidentes de trans-

porte (por exemplo, uma queda do carro de boi),

uma intoxicação alimentar (pela ingestão do leite

ao pé da vaca) etc.

dade) não é atribuída ao dono do empreendimento.

Alguns estabelecimentos utilizam termos de res-

ponsabilidade, que são assinados pelos turistas antes

destes participarem de atividades com risco de aciden-

tes.

“A expectativa de consumo é garantida no CDC,

que obriga o contrato de serviço a trazer informações

claras, proibindo a publicidade enganosa e abusiva”.

Por exemplo: um proprietário discrimina em seu “fol-

der” uma piscina e passeios a cavalo, mas o hóspede

não pode usufruir da piscina durante sua estada, pois

esta se encontrava em manutenção. Nesse caso, cabe

uma ação clara de não-cumprimento do serviço, uma

vez configurada a insatisfação da expectativa do con-

sumidor, o que ocasiona danos materiais e morais ge-

rados pela frustração da contratação.

No artigo 31º do Código de Defesa do Consumi-

dor, está previsto que:

“A oferta e apresentação de produtos ou serviços

devem assegurar informações corretas, claras,

precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre

suas características, qualidades, quantidade, com-

posição, preço, garantia, prazos de validade e ori-

gem, bem como riscos que apresentam à saúde e

segurança de consumidores.”

Um caso claro de marketing turístico sobre a in-

satisfação da expectativa é quando o estabelecimen-

to de hospedagem coloca uma foto apenas de sua

melhor suíte, e quando o hóspede chega vai para um

Os termos de responsabilidade assinados pe-

los turistas podem ser contestados judicialmente.

Geralmente, eles não possuem valor legal se forem

contrários à boa-fé e aos direitos básicos do consu-

midor previstos do Artigo 6 do Código de Defesa do

Consumidor.

Nos casos de culpa comprovada e exclusiva da

vítima, de força maior (tempestades etc.), de legítima

defesa e outros, a responsabilidade (ou irresponsabili-

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural1�

apartamento comum. É importante, nesses casos, a in-

formação correta na hora da reserva, para não frustrar a

expectativa do cliente. Mais uma vez, é importante sa-

lientar a responsabilidade por danos morais. No contra-

to de Turismo, quando o serviço não for prestado ade-

quadamente, ocorre o dano moral, “pois ele (o turista)

tem como maior objetivo o lazer e a diversão”. Quando

o serviço não é o que se espera, não existe a diversão

e muito menos o lazer, o que obriga o empresário a

indenizar o consumidor.

Tais dispositivos enfocam a questão da solidarieda-

de e responsabilidade. No caso de esportes de aventura

no meio rural, por exemplo, muitos proprietários vêm

terceirizando os serviços de rafting e outros esportes ou

atividades. Isso não quer dizer, no entanto, que estejam

isentos de responsabilidade, pois em caso de acidente

responderão civil e criminalmente.

O proprietário deve orientar seus terceirizados

sobre o padrão de qualidade que deseja fornecer

aos seus clientes, incluindo, evidentemente, o pa-

drão de segurança. Essas providências contribuem

para evitar dissabores e prejuízos e, o que é mais

importante: vão salvaguardar a vida e a integridade

física de seus clientes.

Direito Ambiental

Ecossistema – conjunto de condições físicas e quí-

micas de um certo lugar, reunindo um conjunto de

seres vivos que habitam esse lugar.

O Patrimônio Ambiental Natural reúne elementos

encontrados em toda a superfície do globo terrestre,

cuja composição e concentração diferem conforme a

região. Embora apresentem algumas diferenças, são

relacionados entre si, constituindo ecossistemas. Tais

componentes são o ar, a água, o solo, a flora e a fauna.

“O fornecedor do produto ou serviço é solidaria-

mente responsável pelos atos de seus prepostos ou

representantes autônomos.” (Artigo 34 do CDC)

“Tendo mais de um autor a ofensa, todos responde-

rão solidariamente pela reparação dos danos pre-

vistos nas normas de consumo.” (Parágrafo único

do artigo 7º do CDC).

Conforme o Código Penal, dentre as ocorrências

de acidentes durante atividades turísticas passíveis de

serem caracterizadas na ocorrência de acidentes, po-

demos citar as seguintes:

• Homicídio doloso (quando há vontade homicida

por parte do agente) - Pena: reclusão de seis a

vinte anos.

• Homicídio culposo (quando resulta de ato ne-

gligente, imprudente ou inábil do agente, sem

intenção criminosa) - Pena: detenção de um

a três anos, que pode ser aumentada de um

terço, se o crime resulta de inobservância de

regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se

o agente deixa de prestar imediato socorro à

vítima, não procura diminuir as conseqüências

do ato ou foge para evitar prisão em flagrante.

• Lesão corporal - Pena: detenção de três meses a

oito anos (dependendo da gravidade da lesão).

• Lesão corporal seguida de morte - Pena: reclusão

de quatro a doze anos.

• Periclitação (expor alguém a perigo) da vida e da

saúde - Pena: detenção de três meses a um ano.

• Abandono de incapaz - Pena: detenção de seis me-

ses a a cinco anos, dependendo da gravidade e, se

resulta morte, reclusão, de quatro a doze anos.

• Omissão de socorro - Pena: detenção de um a

seis meses ou multa; a pena é aumentada em

50% se da omissão resulta lesão corporal de na-

tureza grave e triplicada, se resulta em morte.

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 19

A proteção e a defesa do meio ambiente são ações

comuns tanto aos governos quanto à sociedade. No

contexto do Turismo Rural, é importante destacar as

seguintes regulamentações federais:

• Sistema Nacional de Unidades de Conservação -

SNUC.

• Estatuto da Terra.

• Resoluções do Conselho Nacional de Meio Am-

biente - CONAMA.

• Código Florestal.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologica-

mente equilibrado” – situado como um “bem de

uso comum do povo e essencial à sadia qualidade

de vida” – e cabe ao Poder Público e à coletividade

“o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-

sentes e futuras gerações”. (Artigo 225 da Consti-

tuição Federal).

Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC

O SNUC foi criado em 2000 pela Lei Federal

nº 9.985, que estabelece critérios e normas para a

criação, implantação e gestão das unidades de con-

servação. As Unidades de Conservação podem ser

classificadas em:

• Unidades de Conservação de Uso Sustentável.

• Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Unidades de Conservação de Uso Sustetável

São áreas que aliam a conservação da natureza ao

uso sustentável de parte dos seus recursos naturais.

Essas áreas se subdividem em:

• Áreas de Relevante Interesse Ecológico

(ARIE): são, em geral, de pequena extensão,

com pouca ou nenhuma ocupação humana, com

características naturais extraordinárias ou que

abrigam exemplares raros da biota regional. Têm

como objetivo manter os ecossistemas naturais

de importância regional ou local e regular o seu

uso admissível, de modo a compatibilizá-lo com

os objetivos de conservação da natureza. Podem

ser constituídas por terras públicas ou privadas.

Exemplo: ARIE de Ilha Comprida, no litoral sul de

São Paulo.

• Reservas Extrativistas: têm um sistema de ex-

ploração baseado na coleta e extração, de modo

sustentável, de recursos naturais renováveis.

Exemplos: Reserva Extrativista Marinha de Arraial

do Cabo, no Rio de Janeiro, e Reserva Extrativista

do Médio Juruá, no Amazonas.

• Reservas de Fauna: pertencem ao grupo de uni-

dades de conservação de uso sustentável. São

áreas naturais com populações animais de espé-

cies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes

ou migratórias, adequadas para estudos técni-

co-científicos sobre o manejo econômico sus-

tentável de recursos faunísticos. São de posse e

domínio públicos, nas quais a visitação pública

pode ser permitida, desde que compatível com o

manejo da unidade e de acordo com as normas

estabelecidas pelo órgão responsável por sua ad-

ministração, sendo proibido o exercício da caça

amadora ou profissional. Em geral, encontram-

se integradas a outras reservas.

• Áreas de Proteção Ambiental (APA): desti-

nam-se a conciliar as atividades humanas com

a preservação da vida silvestre, a proteção dos

recursos naturais (ambientais) e a melhoria da

qualidade de vida da população local. Exemplo:

APA da Serra da Mantiqueira, que abrange três

estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Ge-

rais) e foi instituída por decreto federal.

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural20

Unidades de Conservação de Proteção Integral

São áreas onde se admite apenas o uso indireto

dos seus recursos naturais, não envolvendo o consumo,

a coleta, o dano ou a sua destruição. São unidades de

conservação de proteção integral:

• Parques Nacionais: “(...) áreas geográficas ex-

ternas e delimitadas, dotadas de atributos natu-

rais excepcionais, objeto de preservação perma-

nente, submetidas à condição de inalienabilidade

e indisponibilidade no seu todo (...). Destinam-se

a fins científicos, culturais, educativos e recrea-

tivos; criados e administrados pelo Governo Fe-

deral, constituem bens da União destinados ao

uso comum do povo, cabendo às autoridades,

motivadas pelas razões de sua criação, preser-

vá-los e mantê-los intocáveis. O objetivo princi-

pal do reconhecimento de um parque nacional

reside na preservação dos ecossistemas naturais

englobados contra quaisquer alterações que os

desvirtuem” (Decreto 84.017, de 1979). Exem-

plo: Parque Nacional da Serra da Bocaina, abran-

gendo os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

• Estações Ecológicas: áreas cujo objetivo é a

preservação da natureza e a realização de pes-

quisas científicas. São de posse e domínio pú-

blicos, sendo que as áreas particulares incluídas

em seus limites serão desapropriadas, de acordo

com o que dispõe a lei. É proibida a visitação pú-

blica, exceto quando com objetivo educacional,

de acordo com o Plano de Manejo da unidade ou

• Florestas Nacionais (FLONA): áreas de posse

e domínio públicos, providas de cobertura ve-

getal nativa ou mesmo plantada, estabelecidas

com os seguintes objetivos: promover o manejo

dos recursos naturais, com ênfase na produção

de madeira e outros produtos vegetais; garantir

a proteção dos recursos hídricos, das belezas

cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos;

e fomentar o desenvolvimento da pesquisa cien-

tífica básica e aplicada, da educação ambiental

e das atividades de recreação, lazer e turismo.

Como unidades de conservação, são protegidas

pela Lei de Crimes Ambientais. Exemplo: FLONA

de Lorena, no Vale do Paraíba (São Paulo).

• Reservas de Desenvolvimento Sustentável

(RDS): áreas naturais que abrigam populações

tradicionais, cuja existência baseia-se em sis-

temas sustentáveis de exploração dos recursos

naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e

adaptados às condições ecológicas locais e que

desempenham um papel fundamental na prote-

ção da natureza e na manutenção da diversidade

biológica. Têm como objetivo básico preservar a

natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as con-

dições e os meios necessários para a reprodução

e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e

exploração dos recursos naturais das populações

tradicionais; e valorizar, conservar e aperfeiçoar

o conhecimento e as técnicas de manejo do am-

biente, desenvolvidos por essas populações. São

de domínio público. As áreas particulares inclu-

ídas em seus limites devem ser, quando neces-

sário, desapropriadas, de acordo com o que dis-

põe a lei. Exemplo: Reserva de Desenvolvimento

Sustentável de Mamirauá, na região do Médio Rio

Solimões (Amazonas).

• Reservas Particulares do Patrimônio Natural

(RPPN): áreas privadas, gravadas com perpetui-

dade, com o objetivo de conservar a diversidade

biológica. Tais áreas devem constar de termo de

compromisso assinado perante o órgão ambien-

tal, que verificará a existência de interesse pú-

blico, e serão averbadas à margem da inscrição

no Registro Público de Imóveis. Exemplo: RPPN

Fazenda Bom Retiro, em área de Mata Atlântica

(São Paulo).

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 21

regulamento específico. A pesquisa científica de-

pende de autorização prévia do órgão responsá-

vel pela administração da unidade e está sujeita

às condições e restrições por este estabelecidas,

bem como àquelas previstas em regulamento.

Exemplo: Estação Ecológica de Tupinambás, no

litoral norte de São Paulo.

• Reservas Biológicas: áreas que pertencem

ao grupo de unidades de conservação de pro-

teção integral. Destinam-se à preservação

integral da biota e demais atributos naturais

existentes em seus limites. Não devem sofrer

interferência humana direta ou modificações

ambientais, exceto as medidas de recuperação

de seus ecossistemas alterados e as ações de

manejo necessárias para recuperar e preser-

var o equilíbrio natural, a diversidade biológica

e os processos ecológicos naturais, conforme

determinado em seu plano de manejo. Nas Re-

servas Biológicas (REBIO ou RB), só é permi-

tida visitação com objetivos educacionais, de

acordo com as determinações de seu plano de

manejo. As pesquisas científicas dependem de

autorização prévia do IBAMA, estando sujeitas

às normas por este estabelecidas. Exemplo:

Reserva Biológica de Paranapiacaba, no muni-

cípio de Santo André (São Paulo).

• Monumentos Naturais: aqueles definidos pelo

Código Municipal de Meio Ambiente (Lei 4.438,

de 1997). Constituem-se em: Áreas de Preser-

vação Permanente; Unidades de Conservação;

áreas verdes públicas e particulares, com vege-

tação relevante ou florestada; morros e montes;

praias, orla marítima, afloramentos rochosos e

ilhas, como a Pedra da Cebola, em Vitória (Espíri-

to Santo).

• Refúgios de Vida Silvestre: áreas cujo objetivo

é proteger ambientes naturais onde se assegu-

ram condições para a existência ou reprodução

de espécies ou comunidades da flora local e da

fauna residente ou migratória. Exemplo: Refúgio

de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, no Rio

Grande do Sul.

Toda Unidade de Conservação precisa ter um

plano de manejo: um documento técnico que apre-

senta o planejamento e as normas de uso de um

determinado recurso natural, levando em conta a

legislação ambiental. Nesse plano, são estabeleci-

dos o zoneamento, as diretrizes e normas de uso

da área, o manejo dos recursos naturais e, inclusi-

ve, a implantação das estruturas físicas necessá-

rias á área.

Estatuto da Terra

O Estatuto da Terra foi regulamentado pela Lei nº

4.504, em 1964. Essa lei regula os direitos e as obriga-

ções referentes aos bens imóveis rurais, para os fins de

Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.

Reforma Agrária: conjunto de medidas que visa

promover melhor distribuição da terra, a fim de

atender aos princípios de justiça social e ao aumen-

to de produtividade.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

O CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do

Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, criado

pela Lei 6.938, em 1981. Dispõe sobre a Política Na-

cional do Meio Ambiente e representa cinco setores:

órgãos federais, estaduais e municipais, setor empre-

sarial e sociedade civil. Seus atos, chamados de Reso-

luções CONAMA, tratam de diretrizes e normas técnicas

relativas à proteção ambiental e ao uso sustentável

dos recursos ambientais.

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural22

O manejo sustentável envolve o uso humano

planejado dos recursos ambientais, visando à sua

utilização e conservação ao longo do tempo.

Essa utilização deve ser socialmente justa e

economicamente viável, garantindo que os recursos

ambientais também possam ser utilizados pelas ge-

rações futuras.

O Estudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório

de Impacto Ambiental – EIA/RIMA é um dos instrumen-

tos da Política Nacional do Meio Ambiente, instituído

pela Resolução Conama nº 001, de 1986. As atividades

utilizadoras de Recursos Ambientais, consideradas de

significativo potencial de degradação ou poluição, de-

penderão do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA)

e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

para seu licenciamento ambiental.

As atividades sujeitas a licenciamento com apre-

sentação do EIA/RIMA são:

• estradas de rodagem com duas ou mais faixas de

rolamento;

• ferrovias;

• portos e terminais de minério, petróleo e produ-

tos químicos;

• aeroportos;

• oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos co-

letores e emissários de esgotos sanitários;

• linhas de transmissão de energia elétrica;

• obras hidráulicas para exploração de recursos hí-

dricos, tais como: abertura de canais para nave-

gação, drenagem e irrigação, retificação de cur-

sos d’água, abertura de barras e embocaduras,

transposição de bacias, diques;

• extração de combustível fóssil (petróleo, xisto,

carvão);

• extração de minério;

• aterros sanitários;

• usinas de geração de eletricidade;

• complexos e unidades industriais e agroindustriais;

• distritos industriais e Zonas Estritamente Indus-

triais - ZEI;

• exploração econômica de madeira ou de lenha,

em áreas acima de 100ha ou menores, quando

atingir áreas significativas em termos percentuais

ou de importância do ponto de vista ambiental;

• projetos urbanísticos acima de 100ha ou em áre-

as consideradas de relevante interesse ambien-

tal, de acordo com critério da SEMA e dos órgãos

municipais e estaduais competentes;

• qualquer atividade que utilize carvão vegetal em

quantidade superior a 10t por dia.

Poderá ser exigida a apresentação de EIA/RIMA de

outros ramos além dos especificados, a critério do ór-

gão ambiental.

De acordo com o Código Florestal Estadual, é

proibida a supressão parcial ou total das matas ci-

liares e das vegetações de preservação permanente

definida em lei e reserva florestal do artigo 9º dessa

Lei, salvo quando necessária à execução de obras,

planos ou projetos de utilidade pública ou interes-

se social, mediante a elaboração prévia do EIA-RIMA

e licenciamento do órgão competente e lei própria.

Código Florestal

O Código Florestal surgiu em 1965 pela Lei Federal

n° 4.771. Nessa lei, foram criadas as Áreas de Preser-

vação Permanentes (APPs), que são as seguintes:

• Florestas e demais formas de vegetação si-

tuadas:

- ao longo dos rios;

- ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios

d’água naturais ou artificiais;

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 23

- nas nascentes;

- nos topos de morros, serras e montanhas;

- nas bordas dos tabuleiros ou chapadas;

- nas encostas acima de 45º;

- nas restingas, como fixadoras de dunas ou

estabilizadoras de mangues;

- em altitudes superiores a 1.800m.

• Florestas e demais formas de vegetação na-

tural, declaradas pelo poder público, e desti-

nadas a:

- atenuar a erosão;

- fixar dunas;

- formar faixas de proteção ao longo de rodovias

e ferrovias;

- proteger sítios de excepcional beleza ou de va-

lor científico ou histórico;

- abrigar fauna e flora ameaçados de extinção;

- assegurar o bem estar público.

Qualquer intervenção em área de preservação

permanente sem autorização do Departamento Es-

tadual de Proteção de Recursos Naturais - DEPRN,

é crime ambiental, conforme dispõe a Lei Federal

nº 9.605, de 1998, passível de pena de detenção

de um a três anos e multa de até R$ 50.000,00 por

hectare danificado.

São consideradas APPs:

• As florestas e demais formas de vegetação si-

tuadas ao longo dos rios ou de qualquer curso

d’água, desde o seu nível mais alto em faixa mar-

ginal, cuja largura mínima seja de:

- 30m para os cursos d’água de menos de 10m

de largura;

- 50m para os cursos d’água que tenham de 10

a 50m de largura;

- de 100m para os cursos d’água que tenham de

50 a 200m de largura;

- 200m para os cursos d’água que tenham de

200 a 600m de largura;

- 500m para os cursos d’água que tenham largu-

ra superior a 600m.

• As nascentes ou olhos d’água, num raio mínimo

de 50m de largura.

• As bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da

linha de ruptura do relevo, em faixa nunca infe-

rior a 100m de projeções horizontais.

• As encostas acima de 45º, equivalente a 100%

na linha de maior declive.

Competências dos Órgãos Públicos

Órgãos Federais

• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-

cursos Naturais Renováveis (IBAMA): autarquia

federal de regime especial, vinculada à Secretaria

do Meio Ambiente da Presidência da República.

Tem por finalidade assessorar a Presidência na

formação e coordenação, bem como executar e fa-

zer executar a política nacional do meio ambiente e

da preservação, conservação, uso racional, fiscali-

zação, controle e fomento dos recursos naturais.

• Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA): autarquia federal criada pelo

Decreto n° 1.110, em 1970. Tem a missão de

realizar a Reforma Agrária, manter o cadastro na-

cional de imóveis rurais e administrar as terras pú-

blicas da União. Está presente em todo o território

nacional por meio de Superintedências Nacionais.

O IBAMA atua na fiscalização de atividades re-

lacionadas com a fauna, flora, pesca, degradação

ambiental e poluição.

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural24

• Departamento de Águas e Energia Elétrica

(DAEE): órgão gestor dos recursos hídricos do

Estado de São Paulo. Atua de maneira descentra-

lizada, no atendimento aos municípios, usuários

e cidadãos, executando a Política de Recursos

Hídricos do Estado de São Paulo e coordenando o

Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídri-

cos (Lei Federal n° 7.663, de 1991). Esse sistema

procura garantir que a água de nossos rios, cór-

regos, lagos e depósitos subterrâneos esteja dis-

ponível, em quantidade e qualidade, no processo

de desenvolvimento do nosso Estado.

Qualquer atividade que envolva a supressão de

vegetação nativa depende de autorização do DEPRN,

seja qual for o tipo da vegetação (mata atlântica,

Para construir um pesqueiro ou uma pequena

represa em propriedade rural, é necessário solicitar

o licenciamento no DEPRN. Com o protocolo de en-

trada do processo no DEPRN, pode-se entrar com a

solicitação de outorga de uso da água no DAEE, pois

a autorização do DEPRN está vinculada à outorga da

água emitida pelo DAEE.

Órgãos Estaduais

• Secretaria do Meio Ambiente do Estado de

São Paulo (SMA): órgão estadual criado em

1986, pelo Decreto Estadual 24.932. Tem como

objetivos:

- preservar o que resta das áreas verdes que re-

cobrem o Estado;

- gerenciar 700km de litoral;

- administrar cerca de uma centena de unidades

de conservação;

- proteger a fauna ameaçada;

- cuidar da qualidade do ar, das águas e do

solo;

- promover a educação ambiental;

- combater processos de erosão;

- licenciar distritos industriais;

- fiscalizar desmatamentos;

- demarcar terras indígenas;

- avaliar impactos ambientais de novos empre-

endimentos;

- estimular o ecoturismo;

- utilizar os recursos naturais de forma a garan-

tir que as gerações futuras também o possam

fazer.

• Departamento Estadual de Proteção de Re-

cursos Naturais (DEPRN): órgão da Secreta-

ria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo,

responsável pelo licenciamento das atividades e

obras que impliquem:

- corte e retirada de vegetação nativa;

- corte de árvores nativas;

- intervenção em áreas de preservação permanente;

- manejo da fauna silvestre.

• Polícia Ambiental: o Comando de Policiamen-

to Ambiental é o órgão de execução especial

responsável pelas atividades de preservação

do meio ambiente dentro do território do Estado

de São Paulo. Hoje, a Polícia Militar Ambiental

não atua só na fiscalização, mas também na

prevenção, desenvolvendo ações de Educação

Ambiental.

Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental (CETESB): agência do Governo do

Estado de São Paulo responsável pelo controle,

pela fiscalização, pelo monitoramento e pelo

floresta estacional, cerrado, floresta mista de arau-

cária, campos naturais, vegetação de restinga,

manguezais e outras), em qualquer estágio de de-

senvolvimento (inicial, médio, avançado ou clímax).

FAESP SENAR-AR/SP Suplemento 25

A CATI visa a atender o produtor rural e tem

como principal objetivo promover o desenvolvimen-

to rural sustentável do Estado de São Paulo.

licenciamento de atividades geradoras de po-

luição. Tem como preocupação fundamental

preservar e recuperar a qualidade das águas,

do ar e do solo. Criada em 1968 pelo Decreto

nº 50.079.

• Coordenadoria de Assistência Técnica Inte-

gral (CATI): órgão da Secretaria de Agricultura

e Abastecimento do Governo do Estado de São

Paulo, criado em 1967. Trabalha para o produ-

tor rural, prestando serviços e oferecendo seus

produtos. Os serviços e produtos da CATI estão

disponíveis aos agricultores e pecuaristas nas

Casas da Agricultura dos municípios. Nestas,

engenheiros agrônomos, engenheiros agrícolas,

zootecnistas e médicos veterinários prestam in-

formações e orientam o produtor rural na condu-

ção de seus negócios agrícolas.

OUTRAS LEIS E REGULAMENTOS DE CONTROLE

APLICADOS AO TURISMO RURAL

27FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

Segurança

Há uma crescente preocupação com a ocorrência

de acidentes na prática do Turismo Rural no Brasil. Além

da lamentável perda de vidas, razão por si só suficiente

para que se tomem medidas de prevenção, a falta de

ações concretas para evitar acidentes também prejudi-

ca o país no que se refere ao potencial de crescimento

dessa atividade.

A segurança no Turismo envolve pessoas (tanto os

clientes ou usuários quanto os prestadores de serviços),

equipamentos, procedimentos e as próprias empresas.

Apesar de possuir uma diversidade de atividades,

aparentemente não relacionadas, os aspectos ligados

à segurança são dependentes da interação de três fa-

tores: pessoas, equipamentos e procedimentos. Para

controlar os riscos e prevenir os acidentes, devemos

abordar esses três fatores. A diferença está no grau de

influência de cada um deles, que varia de atividade para

atividade.

O empreendimento que adota uma filosofia

da segurança adequada terá o reconhecimento do

hóspede, que divulgará essa qualidade e retornará,

transformando esse investimento em fator de sus-

tentabilidade econômica.

Vamos, então, ver os aspectos principais da segu-

rança relacionados ao ambiente e a normas desenvol-

vidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) em projeto voltado à operação segura do turis-

mo de aventura.

Ambientes

O projeto arquitetônico deve contemplar itens

de segurança, interna e externamente, tais como:

pisos e acessos, nas áreas internas; nas áreas ex-

ternas deve-se levar em consideração os seguintes

aspectos:

• os pisos dos ambientes externos e de ram-

pas, escadas e passarelas externas deverão

ter pavimentação antiderrapante e corrimãos

de apoio de ambos os lados, nos padrões

exigíveis;

• quando os acessos estiverem em desnível, é

obrigatório o provimento de guarda-corpos, con-

forme a norma NBR 14.718 da ABNT;

• a iluminação artificial das áreas externas deve-

rá ser suficiente para clarear tanto o ambiente

quanto o percurso, sendo aconselhável o uso de

postes de iluminação;

• o sistema de fiação elétrica deve ser projetado

e executado de forma que esta fique embutida

com cabos resistentes à umidade, prevendo a

instalação de iluminação específica para eventos

e festas, especialmente próximo das piscinas.

Os ambientes internos, como rampas, escadas,

passarelas, elevadores, corredores e portas de pas-

sagem seguem as mesmas recomendações das áreas

externas e devem ter:

• iluminação de emergência, em caso de falta de

suprimento desta pela concessionária;

• placas indicativas das “saídas”.

No caso dos espaços de preparação, indus-

trialização e consumo de alimentos, deve ser se-

guida a regulamentação da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) e a dos Serviços de

Inspeção Federal, Estadual e Municipal.

Tratados como detalhes arquitetônicos para em-

belezamento de fachadas das edificações, os guarda-

corpos e sacadas devem também garantir a segurança,

de forma a:

• dificultar a escalada pelas crianças (efeito escada);

• ter a altura mínima de 1,10 m;

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural2�

Operação Segura – ABNT

Iniciado em dezembro de 2003, o Projeto de Nor-

malização e Certificação do Turismo de Aventura é uma

iniciativa do Ministério do Turismo (MTur), sendo a en-

tidade executora o Instituto de Hospitalidade (IH). Em

sua primeira etapa, o projeto pretende desenvolver, ao

todo, 19 normas. A seguir, relacionamos as normas já

publicadas ou em desenvolvimento:

• Norma de Competências Mínimas – Condu-

tores: competências mínimas para condutores,

que devem ter um impacto significativo nas ativi-

dades de Turismo de Aventura, pois visam a criar

um novo parâmetro de qualidade na formação

profissional do segmento.

• Norma de Informações Preliminares: informa-

ções mínimas que especificam os requisitos ge-

rais mínimos de informações relacionadas à se-

gurança e aos aspectos contratuais pertinentes.

Estas dizem respeito a produtos ou serviços que

incluem atividades de Turismo de Aventura a ser

proporcionados a clientes potenciais, oferecidos

por uma organização ou pessoa, antes da forma-

lização da compra.

• Norma de Sistema de Gestão da Segurança

– Requisitos: especifica requisitos para um sis-

tema de gestão no Turismo de Aventura, quando

uma organização:

- demonstrar capacidade para assegurar a

prática de atividades de Turismo de Aventura

de forma segura e que atenda aos requisi-

tos do cliente e requisitos regulamentares

aplicáveis;

- aumentar a satisfação e segurança do cliente

por meio da efetiva aplicação do sistema, in-

cluindo processos para sua melhoria contínua

e garantia da conformidade com requisitos do

cliente e requisitos regulamentares aplicáveis.

• Norma de Terminologia para o Turismo de

Aventura: dirigida à necessidade de definir ter-

mos, padronizar referências em alinhamento com

as Normas ISO de classificação de termos turísti-

cos para hotelaria e agenciamento de viagens.

• Norma de Classificação de Trilhas (cami-

nhada, cavalgada e cicloturismo): classifica e

define por meio de parâmetros objetivos o nível

de dificuldade de realização de trilhas para cami-

nhadas, cavalgadas e cicloturismo. Gera, assim,

uma referência única de classificação para em-

presas, consumidores, unidades de conservação,

entre outros.

• Norma de Produto para Caminhada, Cavalga-

da e Cicloturismo – Requisitos para Serviços:

especifica os requisitos de produtos e serviços

turísticos da caminhada, da cavalgada e do

cicloturismo.

Norma de Produto para Turismo Fora de

Estrada - Requisitos para Serviços: deter-

mina os requisitos relacionados à formatação

de produtos de Turismo fora de estrada. Visa a

definir padrões e referências na elaboração de

produtos e divulgar produtos e serviços ofere-

cidos nesse segmento no país, abordando to-

das as atividades de Turismo nele envolvidas,

desde os passeios com veículos 4x4 de um ou

mais dias, por trilhas em montanhas ou praias,

até passeios de bugueiros por todo o litoral do

Nordeste.

Norma de Requisitos Mínimos para Parques

de Arvorismo (dispositivos construtivos, ma-

nutenção e operação): especifica os requisitos

• ter resistência mínima a impactos e a esforços

horizontais.

Toda sacada, sem exceção, deve estar provida de

guarda-corpos, que, por sua vez, deve apresentar ca-

racterísticas compatíveis com as condições exigidas

pela norma NBR 14.718 da ABNT.

29FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

área de alimentos estão inseridas nas ações de saúde

e devem avaliar os riscos dentro das prioridades lo-

cais, seguindo as determinações do Serviço Único de

Saúde (SUS).

No caso da industrialização de alimentos, a ativida-

de é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), por meio dos seguintes serviços:

• Serviço de Inspeção Municipal (SIM).

• Serviço de Inspeção Estadual (SIE).

• Serviço de Inspeção Sanitária do Estado de São

Paulo (SISP).

• Serviço de Inspeção Federal (SIF).

A Secretaria da Vigilância Sanitária do Ministério da

Saúde determinou que todo estabelecimento de gêneros

alimentícios deve ter um responsável técnico. Este deve

ter comprovadamente participado de cursos de capaci-

tação, como, por exemplo: contaminantes alimentares,

doenças transmitidas por alimentos, manipulação higi-

ênica dos alimentos e boas práticas.

O responsável técnico pode ser o proprietário do

estabelecimento ou um empregado capacitado que tra-

balhe efetivamente no local, conheça e acompanhe in-

teiramente o processo de produção e que faça:

• implantação e manutenção das Boas Práticas de

Fabricação e Manipulação (BPEM);

• Controle de Qualidade dos Alimentos (CQA);

• Procedimento Operacional Padronizado (POP),

entre outras atividades.

de estruturação de um parque de arvorismo, de

suas estruturas físicas e de processos para sua

manutenção e operação.

Norma de Procedimentos para Técnicas Ver-

ticais (cânions, cavernas, montanhas, am-

bientes artificiais, arvorismo): especifica as

técnicas verticais comuns a todas essas ativi-

dades e as recomendações para cada atividade

específica e ambiente. As atividades de técnicas

verticais são aquelas praticadas em cânions,

cachoeiras, montanhas, cavernas, parques de

arvorismo e em ambientes urbanos (pontes, es-

truturas artificiais etc). Tais atividades têm sido

muito difundidas e divulgadas no Brasil, nos úl-

timos anos.

• Norma de Competências Mínimas - Conduto-

res de Rafting e “Duck”: define referências para

profissionais que atuam nas atividades de rafting,

“duck” (mergulho) e bóia-cross (e “acqua-raid”).

Essas atividades ocorrem em todo o território na-

cional e envolvem grande número de participantes

e fluxo de clientes de todas as idades. Em alguns

casos, permite volumes maiores do que a média

de Turismo de Aventura.

Buscar o atendimento às normas que se relacio-

nem com as atividades de cada empreendimento é o

diferencial competitivo necessário para uma opera-

ção segura e dará sustentabilidade ao negócio.

Inspeção Sanitária

O Governo Federal designou aos governos Estadu-

ais e Municipais a tarefa de estabelecer o Código Sani-

tário do Estado e do Município, bem como definir nor-

mas e critérios para o controle higiênico-sanitário em

estabelecimentos de alimentos.

As ações da Vigilância Sanitária relacionadas à

Não há necessidade de nomear esse respon-

sável técnico no contrato social de sua empresa.

Basta apenas indicá-lo no órgão da Vigilância Sa-

nitária local.

A Vigilância Sanitária estabelece regras específicas

para empresas que produzem e/ou manipulam alimen-

tos, além de obrigações específicas de higiene pessoal.

Alguns procedimentos devem ser seguidos, tais como:

30 FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural

• Elaboração de manual de boas práticas de

manipulação.

• Treinamento dos empregados em relação à hi-

giene e às técnicas corretas de manipulação de

alimentos:

- controle de saúde dos empregados,

- controle de saúde clínico exigido pela Vigilância

Sanitária,

- controle de água para consumo.

• Controle integrado de pragas.

• Higiene ambiental.

• Higiene pessoal – estética e asseio.

• Higiene das mãos – freqüência.

• Higiene operacional (hábitos).

• Periodicidade de limpeza.

• Estrutura/Edificação:

- piso: material liso, resistente, impermeável e

lavável;

- paredes: acabamento liso, impermeável, lavá-

vel, isento de fungos (bolor); se for azulejada,

deve ter altura mínima de 2m;

- forros e teto: material liso, resistente, imperme-

ável e lavável e isento de goteiras, vazamentos

e umidade;

- portas e janelas: superfície lisa, cor clara e de

fácil limpeza;

- iluminação: deve ser uniforme;

- ventilação: deve garantir que o ar seja renova-

do e o ambiente fique livre de fungos, gases e

fumaça;

- instalações para lavagem das mãos nas áreas

de produção: deve existir um lavatório conve-

nientemente localizado para a lavagem e seca-

gem das mãos, sempre que a natureza da ope-

ração assim exija. Devem estar à disposição

do usuário: sabonete líquido, toalha de papel e

lixeira acionada por pedal;

- instalações sanitárias: devem existir banheiros

separados para cada sexo, em bom estado de

conservação, constituídos de vaso sanitário

com tampa, pia, papel higiênico, lixeira com

tampa acionada por pedal, sabão neutro e toa-

lha de papel de cor clara e não-reciclado.

Da mesma maneira, há obrigações específi-

cas dos fornecedores de serviços de hospedagem,

como tamanhos das UHs ou unidades habitacionais

(apartamentos, quartos, suites etc.).

Existem várias regras para as edificações, tais

como: tamanho de janela, ralos, sistema de esgoto,

áreas comuns, tamanho e altura de degraus/esca-

das, e áreas de circulação. É fundamental, então,

consultar a Secretaria de Estado da Saúde do seu

Estado, o Centro de Vigilância Sanitária do Municí-

pio e a Agência Nacional de Saúde.

No Estado de São Paulo, a inspeção de produtos de

origem animal compete ao SISP (Serviço de Inspeção

Sanitária do Estado de São Paulo), que “dispõe sobre

a prévia inspeção sanitária dos produtos de origem

animal, institui taxas e dá outras providências”. Com a

implantação do SISP, teve início a capacitação do seu

corpo técnico e o desenvolvimento das ações de regis-

tro de estabelecimentos e produtos, bem como a fisca-

lização destes.

Devido à demanda gerada por pequenos produto-

res rurais, foi editada lei que estabelece normas para

elaboração, sob a forma artesanal e vegetal, de produ-

tos comestíveis de origem animal e vegetal e sua co-

mercialização no Estado de São Paulo, além de normas

complementares (ver Anexo).

Nesses casos, cabe à Coordenadoria de Defe-

sa Agropecuária do Estado de São Paulo, vinculada à

Secretaria da Agricultura e Abastecimento, fiscalizar

produtos de origens animais e vegetais destinados ao

consumo.

31FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

O consumidor também pode e deve exercer o papel

fiscalizador das condições mínimas garantidas na legis-

lação de higiene e prestação de serviços, cobrando não

só o empreendedor, como também os órgãos compe-

tentes para fiscalização do empreendimento.

De acordo com o Código de Defesa do Consu-

midor (CDC), o comerciante será responsabilizado

por acidentes de consumo quando não conservar

adequadamente um produto perecível ou quando o

consumidor não identificar o fabricante, construtor,

o produtor ou o importador no rótulo do alimento.

Devido à mobilização das entidades de proteção

ao bem estar animal, foi editada a lei que estabelece

normas para o abate de animais destinados ao con-

sumo, conhecida como Lei do Abate Humanitário.

Corpo de Bombeiros

As principais leis que tratam da segurança contra

incêndio são as seguintes:

• Decreto Estadual nº. 46.076/01 (agosto de 2001),

que dispõe sobre as medidas de segurança con-

tra incêndio nas edificações e áreas de risco, no

Estado de São Paulo.

• Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros: para

a execução e implantação das medidas de segu-

rança contra incêndio, deverão ser atendidas as

Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros, que

são 38, a saber:

procedimentos administrativos;

conceitos básicos de proteção contra incêndio;

terminologia de proteção contra incêndios;

símbolos gráficos para projetos de segurança

contra incêndio;

segurança contra incêndios – urbanística;

1.

2.

3.

4.

5.

acesso de viatura na edificação e área de

risco;

separação entre edificações;

segurança estrutural nas edificações;

compartimentação horizontal e compartimen-

tação vertical;

controle de materiais de acabamento e

vestimento;

saídas de emergência em edificações;

dimensionamento de lotação e saídas de

emergência em recintos esportivos e de espe-

táculos artístico-culturais;

pressurização de escada de segurança;

carga de incêndio nas edificações e áreas de

risco;

controle de fumaça;

plano de intervenção de incêndio;

brigada de incêndio;

iluminação de emergência;

sistemas de detecção e alarme de incêndio;

sinalização de emergência;

sistema de proteção por extintores de

incêndio;

sistema de hidrantes e mangotinhos para com-

bate a incêndio;

sistema de chuveiros automáticos;

sistema de resfriamento para líquidos e gases

inflamáveis e combustíveis;

sistema de proteção por espuma;

sistema fixo de gases para combate a incêndio;

armazenagem de líquidos inflamáveis e

combustíveis;

manipulação, armazenamento, comercializa-

ção e utilização de GLP;

comercialização, distribuição e utilização de

Gás Natural (GNC);

fogos de artifícios;

heliponto e heliporto;

medidas de segurança para produtos perigosos;

cobertura de sapé, piaçava e similares;

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

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14.

15.

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19.

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21.

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24.

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27.

28.

29.

30.

31.

32.

33.

32 FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural

Energia Elétrica

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

regula, por intermédio de suas portarias, as tarifas

nacionais. Quando um produtor opta por trabalhar no

setor de serviços, a ANEEL automaticamente realiza a

mudança das classes e subclasses de consumo. As-

sim, o proprietário rural tem sua energia subsidiada,

mas quando passa a exercer a atividade turística per-

hidrante de coluna;

túnel rodoviário;

pátios de contêineres;

subestações elétricas;

proteção contra incêndio em cozinhas

profissionais.

• Normas Técnicas Oficiais da Associação Brasilei-

ra de Normas Técnicas (ABNT).

• Normas do Ministério do Trabalho, ANP, leis e de-

cretos estaduais e municipais.

O número e tipo de extintores, a largura das portas

e corredores, a acomodação do botijão e instalações de

aquecimento a gás, as instalações elétricas, as luzes

de emergência, a brigada de incêndio, as bóias etc. são

especificadas levando em consideração a área constru-

ída, a altura, o tipo de ocupação do prédio e a sua idade.

34.

35.

36.

37.

38.

É muito importante que esse custo seja embutido no

estudo de viabilidade do seu empreendimento.

Água e Esgoto

A análise da água utilizada para consumo é obri-

gatória pela inspeção sanitária. Algumas propriedades,

além da análise das águas de uso, também deixam dis-

poníveis aos hóspedes as análises dos poços de cacho-

eiras, represas, açudes e rios, comprovando assim a

qualidade do produto oferecido.

O fornecimento de água deve ter cuidados especí-

ficos e permanentes, de maneira a garantir ao usuário

condições de salubridade e saúde. Quando o forneci-

mento de água não for efetuado por concessionária ou

pelo poder público, o tratamento e controle deverão

ter um gestor habilitado, a fim de garantir a qualidade

do produto.

O Corpo de Bombeiros é um dos responsá-

veis pelo alvará de funcionamento de seu esta-

belecimento comercial. Para cada caso, existem

uma categoria e uma norma de segurança a se-

rem cumpridas. Portanto, é importante buscar a

informação necessária na Companhia do Corpo

de Bombeiros da sua região antes de projetar ou

construir seu empreendimento.

Reuso e Reciclagem

O reaproveitamento ou reuso da água é o pro-

cesso pelo qual a água, tratada ou não, é reutilizada.

O reuso ocorre quando os elementos, depois de tra-

tados, são encaminhados diretamente de seu ponto

de descarga até o local do reuso, não sendo descar-

regados no meio ambiente. A reciclagem é o reuso

interno da água, antes de sua descarga em um siste-

ma geral de tratamento ou outro local de disposição.

Como exemplo, sugere-se a criação um sistema de

captação e reserva de água de chuva para regar e

lavar o jardim.

Quanto ao destino de resíduos sólidos e líquidos,

o órgão a ser consultado é a própria inspeção sanitária

de esse subsídio, o que gera por vezes uma conta de

luz até seis vezes maior que a anterior.

33FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

Efluentes Sólidos

Os efluentes não conduzidos por coletor público

deverão, no mínimo, ter tratamento primário antes de

serem depositados em sumidouro, mantendo o com-

promisso de sustentabilidade do meio ambiente.

Volumes maiores de efluentes deverão ser objeto

Resíduos sólidos (lixo)

O não acondicionamento e a destinação descompro-

missada dos resíduos sólidos são considerados crime am-

biental. Práticas usuais de enterrar ou queimar os resíduos

podem acarretar sanções legais para o empreendimento.

Devemos, portanto, estabelecer um programa de

gestão de resíduos e identifique na região a existência de

parceiros que possam conduzir processos de educação,

treinamento, segregação, acondicionamento e destino dos

resíduos.

do município ou o agente de saneamento municipal.

Existem inúmeros métodos de tratamento de es-

goto e destino dos resíduos. Cabe ao empreendedor

adotar o método que melhor se adeque as suas

necessidades.

de estudo de impacto ambiental, a fim de não compro-

meter o meio ambiente.

BIBLIOGRAFIA

35FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

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Empresas. Simples Paulista e Simples Federal. Disponível

em: www.sebraesp.com.br//principal.

VARASCHIN, Márcia J.F.C; TORESAN, Luís; CAPPELINI,

Carlos; GELBCKE, Daniele L.; GUZZATTI, Thaíse C.; SIL-

VA, Antônio C.; SILVEIRA, Samantha S. Estudo dos entra-

ves nas legislações que afetam o agroturismo e proposta

de adequação ao desenvolvimento da atividade. Florianó-

polis: Instituto CEPA, 2004.

Obras Consultadas

Órgãos para Consultas

• ABNT - Associação Brasileira de Normas Técni-

cas: www.abnt.org.br

• ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica:

www.aneel.gov.br

• ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitá-

ria: www.anvisa.gov.br

• CDA - Coordenadoria de Defesa Agropecuária do

Estado de São Paulo: www.cda.sp.gov.br

• CETESB - Companhia de Tecnologia de Sa-

neamento Ambiental: www.cetesb.sp.gov.br

http://sigam.cetesb.sp.gov.br/sma/Default.

aspx?idPagina=205

CORPO DE BOMBEIROS - Corpo de Bombeiros do

Estado de São Paulo: www.polmil.sp.gov.br/ccb/

• ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distri-

buição: www.ecad.org.br

FAESP - Federação da Agricultura do Estado de

São Paulo: www.faespsenar.com.br

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

36 FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural

• Secretaria do Estado de São Paulo de Meio Am-

biente: http://www.ambiente.sp.gov.br

• Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo:

http://www.ciencia.sp.gov.br/turismo

• SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Co-

mercial: www.senac.br

• SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Ru-

ral: www.senar.org.br

• SUTACO - Superintendência do Trabalho Artesa-

nal nas Comunidades: www.sutaco.com.br/

Recursos Naturais Renováveis: www.ibama.gov.br

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-

mento: www.agricultura.gov.br

• Ministério da Cultura: www.minc.gov.br

Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br

Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

• SEBRAE- Serviço de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas: www.sebrae.com.br

• Secretaria do Estado de São Paulo da Agricultura

e Abastecimento: www.agroportal.sp.gov.br

37FAESP SENAR-AR/SP Suplemento

ANEXO - NORMAS SOBRE ELABORAÇÃO E COMERCIALIzAÇÃO DE

ALIMENTOS ARTESANAIS DE ORIGEM ANIMAL OU VEGETAL

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural3�

Decreto Estadual nº 45.164, de 5 de setembro de 2000.

Regulamenta a Lei nº 10.507, de 1º de março de 2000,

que estabelece normas para elaboração, sob a forma

artesanal, de produtos comestíveis de origem animal e

sua comercialização no Estado de São Paulo

MÁRIO COVAS, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAU-

LO, no uso de suas atribuições legais e com fundamen-

to no artigo 19 da Lei nº 10.507, de 1º de março de

2000, decreta:

Artigo 1º - A elaboração de produtos comestíveis de

origem animal, sob forma artesanal, bem como a sua

comercialização no Estado de São Paulo, de que trata a

Lei nº 10.507, de 1º de março de 2000, fica regulamen-

tada nos termos deste decreto.

Artigo 2º - A elaboração de produtos comestíveis de

origem animal, sob a forma artesanal, será permitida

exclusivamente aos produtores rurais que utilizarem

matéria-prima de produção própria.

Parágrafo único. Admitir-se-á, na elaboração dos produ-

tos, a utilização de matéria-prima adquirida de terceiros

até o limite de 50% (cinqüenta por cento) da quantida-

de de matéria-prima de produção própria, desde que

aquela matéria-prima tenha comprovação de inspeção

higiênico-sanitária por órgão oficial.

Artigo 3º - São considerados passíveis de elaboração

sob a forma artesanal, os produtos obtidos a partir da

manipulação e/ou transformação, das seguintes maté-

rias-primas:

I - carnes;

II - leite;

III - ovos;

IV - produtos apícolas;

V - peixes, crustáceos e moluscos;

VI - outros produtos comestíveis de origem animal.

Artigo 4º - Entende-se por forma artesanal o processo

utilizado na elaboração, em pequena escala, de produ-

tos comestíveis de origem animal com características

tradicionais ou regionais próprias.

§ 1º - É considerada de pequena escala a produção

dentro dos seguintes limites por produtor:

1. até 130 (cento e trinta) quilogramas diários de carnes,

provenientes de pequenos, médios e grandes animais,

como matéria-prima para produtos cárneos;

2. até 300 (trezentos) litros de leite diários, como maté-

ria-prima para produtos lácteos;

3. até 100 (cem) quilogramas diários de peixes, molus-

cos e crustáceos, como matéria-prima para produtos

oriundos do pescado;

4. até 150 (cento e cinqüenta) dúzias diárias de ovos,

como matéria-prima para produtos oriundos de ovos;

5. até 3.000 (três mil) quilogramas por ano para mel e

produtos da colméia.

§ 2º - Os animais destinados à elaboração de produtos

cárneos deverão ser abatidos em estabelecimento sob

inspeção higiênico-sanitária oficial.

§ 3º - Os produtos de que trata este artigo deverão ser

elaborados em estabelecimentos apropriados para esse

fim, localizados em área rural, ficando vedado o proces-

samento em locais destinados à residência ou a outras

atividades que prejudiquem o processamento de produ-

tos comestíveis.

§ 4º - Para os fins da Lei nº 10.507, de 1º de março de

2000, consideram-se:

1. de características tradicionais: os processos de ela-

boração de produtos comestíveis de origem animal que

se transmitam de idade em idade ou de geração em

geração;

2. de características regionais: os processos de elabo-

ração de produtos comestíveis de origem animal pró-

prios ou relativos a uma região.

§ 5º - Não serão consideradas como elaboração artesa-

nal a forma de criação ou de alimentação dos animais.

§ 6º - O produtor artesanal deverá possuir relação

atualizada de fornecedores de matéria-prima, com

os respectivos endereços e quantidade média dos

fornecimentos.

Elaboração e Comercialização de Alimentos Artesanais de Origem Animal

FAESP SENAR-AR/SP Anexo 39

§ 7º - A elaboração de produtos em desacordo com este

artigo, não será considerada produção artesanal, sujei-

tando-se às normas técnicas gerais para produtos de

origem animal.

§ �º - Quando ocorrer manipulação de leite ou mel como

matéria-prima, deverão ser realizadas análises físico-quí-

micas, no local de processamento, para verificação dos

padrões estabelecidos pela legislação federal e estadual.

§ 9º - Os produtos artesanais serão submetidos a análi-

ses microbiológicas em laboratórios credenciados junto

à Coordenadoria de Defesa Agropecuária, sempre que a

fiscalização as determinar.

§ 10 - O leite deverá ser pasteurizado quando as nor-

mas higiênico-sanitárias e tecnológicas assim o exigi-

rem, aceitando-se a pasteurização lenta, consistente no

aquecimento do leite de 63 (sessenta e três) a 65 (ses-

senta e cinco) graus centígrados por 30 (trinta) minutos,

devendo ser utilizado aparelho de dupla parede, provido

de agitadores para movimentação do leite nos sentidos

horizontal e vertical, de maneira a propiciar seu aqueci-

mento homogêneo.

Artigo 5º - Os produtos de que trata este regulamento

poderão ser comercializados em todo o Estado de São

Paulo.

Artigo 6º - Compete à Coordenadoria de Defesa Agro-

pecuária, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento,

a fiscalização higiênico-sanitária e tecnológica dos pro-

dutos de que trata este regulamento.

Artigo 7º - É de responsabilidade da Coordenadoria de

Assistência Técnica Integral, da Secretaria de Agricultu-

ra e Abastecimento, a prestação de orientação técnica

e a execução de atividades de treinamento aos produ-

tores rurais registrados na forma do artigo 9º, deste de-

creto, visando garantir os aspectos higiênico-sanitários,

tecnológicos e o controle de qualidade dos produtos.

Artigo �º - Ao médico veterinário responsável técnico

do estabelecimento produtor, cabe realizar a inspeção

higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos de ori-

gem animal, conforme o artigo 5º, alínea “f”, da Lei Fe-

deral nº 5.517, de 23 de outubro de 1968.

§ 1º - O responsável técnico de que cuida este artigo

fará cumprir as normas higiênico-sanitárias e tecno-

lógicas estabelecidas pela Secretaria de Agricultura e

Abastecimento, cabendo-lhe, inclusive, autorizar a en-

trada e permanência, no estabelecimento, de pessoas

estranhas às atividades, desde que devidamente

uniformizadas.

§ 2º - O Serviço de Inspeção de São Paulo, da Coor-

denadoria de Defesa Agropecuária, editará as normas

para o credenciamento do médico veterinário responsá-

vel técnico do estabelecimento processador artesanal,

e realizará seu credenciamento.

Artigo 9º - O produtor rural processador artesanal de

produtos comestíveis de origem animal deverá regis-

trar-se junto ao Centro de Inspeção de Produtos de Ori-

gem Animal, do Grupo de Defesa Sanitária Animal, da

Coordenadoria de Defesa Agropecuária, da Secretaria

de Agricultura e Abastecimento.

§ 1º - Para fins deste registro o produtor rural deverá

apresentar os seguintes documentos:

1. requerimento dirigido ao Centro de Inspeção de Pro-

dutos de Origem Animal;

2. inscrição de produtor rural;

3. identificação do responsável técnico, credenciado

pelo Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo;

4. declaração de que se trata de produto comestível de

origem animal, com características tradicionais ou re-

gionais, e sua identificação;

5. análise de água, realizada por laboratório oficial ou

laboratório credenciado pela Coordenadoria de Defesa

Agropecuária;

6. planta baixa das instalações (escala de 1:100), com

a disposição dos equipamentos e memorial econômico-

sanitário;

7. croqui de localização da propriedade.

§ 2º - A partir da data da comunicação ao interes-

sado da aprovação do projeto, terá este o prazo de

90 (noventa) dias para inicio das obras, sob pena de

cancelamento da aprovação e arquivamento do res-

pectivo processo.

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural40

§ 3º - As alterações na estrutura física e nos equipa-

mentos do estabelecimento, bem como na forma de

processamento dos produtos só poderão ser efetuadas

mediante prévia autorização do Centro de Inspeção de

Produtos de Origem Animal.

§ 4º - O registro previsto neste artigo terá validade de

1 (um) ano, devendo a solicitação de sua renovação

ser providenciada até 30 (trinta) dias antes do seu

vencimento.

Artigo 10 - O produtor artesanal deverá apresentar ao

Escritório de Defesa Agropecuária da região onde se

localiza o estabelecimento, relatório mensal, até o 10º

(décimo) dia útil do mês subseqüente, contendo os da-

dos estatísticos de interesse da avaliação da produção,

industrialização, transporte e comercialização, e as in-

formações que permitam confrontar, em quantidade, o

volume dos produtos elaborados com a matéria- prima

que lhe deram origem.

Parágrafo único. Compete ao Centro de Inspeção de

Produtos de Origem Animal estabelecer os elementos

necessários à avaliação de que cuida este artigo.

Artigo 11 - O livro para registro das informações, re-

comendações e visitas da fiscalização, efetuadas para

controle higiênico-sanitário e tecnológico da produção,

deve ser rubricado pelo Diretor do Escritório de defesa

Agropecuária regional e mantido no estabelecimento

produtor, à disposição da fiscalização.

Artigo 12 - Cada produto artesanal deverá ter regis-

tro de sua composição e método de processamento

junto ao Centro de Inspeção de Produtos de Origem

Animal.

Parágrafo único. Nos casos de produto de formulação

desconhecida ou de existência de dúvidas quanto à

qualidade do produto a ser elaborado, será obrigatório,

para o registro, parecer de aprovação por órgão oficial

de pesquisa tecnológica na área de alimentos.

Artigo 13 - O estabelecimento de produtos artesanais

só poderá funcionar se devidamente instalado e equi-

pado com as dependências mínimas e maquinários e

utensílios necessários, de acordo com a natureza e a

capacidade de produção, devendo para esse fim, ob-

servar as normas técnicas expedidas pela Secretaria de

Agricultura e Abastecimento, normas essas que estabe-

lecerão, também, suas condições de higiene.

Artigo 14 - O produtor artesanal está obrigado a efetuar o

controle sanitário dos rebanhos que gerem a matéria-pri-

ma para a sua produção, observando a orientação dos ór-

gãos de defesa sanitária animal do Estado de São Paulo.

Parágrafo único. A matéria-prima adquirida na forma do

parágrafo único do artigo 2º deste decreto, deverá pro-

vir de rebanho em que se promova o controle sanitário

segundo orientação do órgão de defesa sanitária animal

do Estado de São Paulo.

Artigo 15 - A embalagem do produto artesanal de ori-

gem animal deverá ser produzida por empresa creden-

ciada junto ao Ministério da Saúde e o rótulo deverá

conter:

I - nome do produto segundo nomenclatura oficial;

II - número de registro no Centro de Inspeção de Produ-

tos de Origem Animal e carimbo do “Serviço de Inspe-

ção do Estado de São Paulo - SISP”, número do registro

do rótulo após a expressão : “Rótulo registrado no SISP,

sob nº ”.

III - data de fabricação e data de validade;

IV - indicação de que é produto artesanal;

V - demais exigências previstas pelo Código de Defesa

do Consumidor.

Artigo 16 - Na armazenagem dos produtos comestíveis

de origem animal poderá, a juízo do Centro de Inspeção

de Produtos de Origem Animal, ser tolerada a utilização

de geladeira industrial, desde que mantenha a tempe-

ratura adequada para cada produto.

Artigo 17 - O produto artesanal será ser transportado,

conforme sua natureza, em veículo isotérmico, desde

que não perca durante o transporte e distribuição, mais

de 2 (dois) graus Celsius e permaneça em temperatura

em conformidade com a legislação vigente.

Parágrafo único. Na impossibilidade de ser mantida a

temperatura, deverá o transporte ser feito em veículo

com equipamento de frio apropriado.

FAESP SENAR-AR/SP Anexo 41

Artigo 1� - Os infratores da legislação e normas regu-

lamentares pertinentes aos produtos artesanais, ficam

sujeitos às seguintes penalidades, sem prejuízo de ou-

tras sanções cabíveis:

I - advertência, nos casos de primeira infração, em que

não se configure dolo ou má fé e desde que não haja

risco iminente de natureza higiênico-sanitária, devendo

a situação ser regularizada no prazo estabelecido pela

fiscalização.

II - multa, até o limite de 5.000 (cinco mil) UFESPs, nos

casos não compreendidos no inciso anterior;

III - apreensão ou condenação das matérias-primas,

produtos, subprodutos e derivados de origem animal

adulterados ou que não apresentarem condições higiê-

nico-sanitárias adequadas ao fim a que se destinam;

IV - suspensão das atividades, nas hipóteses de risco

ou de ameaça de natureza higiênico-sanitária, ou de

embaraço à ação fiscalizadora;

V - interdição total ou parcial do estabelecimento na

hipótese de adulteração ou falsificação de produto ou

de inexistência de condições higiênico-sanitárias;

VI - cancelamento do registro quando o motivo da in-

terdição prevista no inciso anterior não for sanado no

prazo de 12 (doze) meses.

§ 1º - A suspensão de atividades de que trata o inci-

so IV deste artigo cessará quando sanado o risco ou a

ameaça de natureza higiênico-sanitária, ou no caso de

facilitação do exercício da ação fiscalizadora;

§ 2º - A interdição do estabelecimento de que trata o

inciso V deste artigo poderá ser levantada após o aten-

dimento das exigências que motivaram a sanção.

Artigo 19 - As multas previstas no inciso II, do artigo 18

deste regulamento, ficam fixadas nos seguintes valores:

I - 10 (dez) UFESPs:

a) aos que permitirem a permanência no trabalho de

pessoas que não possuam carteira de saúde ou docu-

mento equivalente, expedido pela autoridade compe-

tente de saúde publica;

b) aos que deixarem de enviar o relatório mensal de

produção;

c) aos que utilizarem rótulo em desacordo com o

aprovado pelo Serviço de Inspeção do Estado de São

Paulo;

d) aos que permitirem a presença, no interior da área

de processamento, de funcionários sem uniforme

adequado;

II - 50 (cinqüenta) UFESPs:

a) aos que após o término dos trabalhos industriais e

durante as fases de manipulação não procederem à

limpeza e à higienização rigorosa das dependências e

equipamentos;

b) aos que ultrapassarem a capacidade máxima de in-

dustrialização ou beneficiamento;

c) aos que não realizarem as análises necessárias para

matéria-prima;

d) aos que deixarem de comunicar a transferência de

responsabilidade técnica, ou que estejam elaborando

produtos sem possuírem responsável técnico de acordo

com a Lei Federal nº 5.517, de 23 de outubro de 1968;

III - 100 (cem) UFESPs:

a) aos que utilizarem matéria-prima e ingredientes dife-

rentes da composição da fórmula aprovada pelo Serviço

de Inspeção do Estado de São Paulo;

b) aos que não comunicarem ao serviço de inspeção a

transferência de propriedade, locação ou arrendamento;

c) aos que utilizarem água não potável e não tratada;

IV - 200 (duzentas) UFESPs:

a) aos que realizarem construções novas, remodela-

ções ou ampliações, sem que os projetos tenham sido

previamente aprovados pelo serviço de inspeção;

b) aos que enviarem para o consumo produtos sem

rotulagem;

V - 300 (trezentas) UFESPs: aos que lançarem no mer-

cado produtos cujos rótulos e formulação não tenham

sido aprovados pelo Serviço de Inspeção do Estado de

São Paulo;

VI - 500 (quinhentas) UFESPs: aos que embaraçarem ou

burlarem a ação dos servidores do Serviço de Inspeção

do Estado de São Paulo, no exercício de suas funções;

VII - 1.000 (mil) UFESPs:

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural42

a) aos que adulterarem, fraudarem ou falsificarem pro-

dutos de origem animal;

b) aos que aproveitarem matérias-primas e produtos con-

denados ou procedentes de animais não inspecionados;

VIII - 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs: aos que ofere-

cerem ou prometerem vantagem indevida ao servidor

do serviço de fiscalização no exercício de suas atribui-

ções, ou contra eles usarem de violência;

IX - 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs: aos que ela-

borarem produto que comprovadamente puder ou vier a

colocar em risco a saúde pública.

§ 1º - As multas serão aplicadas sem prejuízo das de-

mais sanções de que cuidam os incisos III, IV, V e VI do

artigo 18 deste decreto;

§ 2º - No caso de reincidência, as multas serão aplica-

das em dobro;

§ 3º - Em se tratando de reincidência nas infrações pre-

vistas nas alíneas “b”, do inciso II e “a” do inciso V, o

infrator perderá a condição de produtor rural processa-

dor artesanal de que trata este decreto;

§ 4º - Será responsável pelo pagamento da multa, con-

forme o caso, o proprietário, o locatário ou o arrendatá-

rio do estabelecimento.

§ 5 º - Para o cálculo das multas, deverá ser considera-

do o valor da UFESP vigente no dia em que se lavrar o

Auto de Infração.

§ 6º - Se ocorrer substituição da UFESP, o valor da mul-

ta corresponderá à quantidade equivalente do novo ín-

dice adotado.

Artigo 20 - O Auto de Infração será lavrado em 3 (três)

vias por servidor credenciado, sem rasuras, entrelinhas

ou emendas, consignando:

I - nome, qualificação e endereço do autuado;

II - data e local da lavratura;

III - citação do dispositivo legal infringido e descrição

circunstanciada da ocorrência;

IV - assinatura do infrator, preposto ou representante

legal, ou de 2 (duas) testemunhas devidamente qua-

lificadas quando houver recusa ou impossibilidade de

assinar o auto;

V - notificação de prazo e local para apresentar defesa.

§ 1º - Nas hipóteses da lavratura do Auto de Infração

em local diverso da ocorrência do fato, ou de impossibi-

lidade ou recusa de sua assinatura, far-se-á menção do

ocorrido, encaminhando-se uma das vias ao autuado,

por via postal, com Aviso de Recebimento.

§ 2º - Não havendo possibilidade de qualificação do au-

tuado, tal circunstância deverá ser consignada no Auto

de Infração, e não implicará em sua nulidade.

§ 3º - Na impossibilidade de localização do autuado,

será ele notificado mediante publicação no Diário Oficial

do Estado.

§ 4º - A primeira via do Auto de Infração será remeti-

da ao Escritório de Defesa Agropecuária - EDA, onde

se situar o estabelecimento do infrator, a segunda será

entregue ao infrator e a terceira ficará arquivada no Es-

critório que o lavrou.

§ 5º - Do processo iniciado por Auto de Infração cons-

tarão as provas e demais termos, se houverem, que lhe

sirvam de instrução.

Artigo 21 - O infrator terá, a partir da ciência da au-

tuação, o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar

defesa dirigida ao Diretor do Centro de Inspeção de

Produtos de Origem Animal, do Grupo de Defesa Sa-

nitária Animal.

Parágrafo único. A defesa deve ser protocolada no

Escritório de Defesa Agropecuária onde se iniciou o

processo, e após ser a ele juntada será o processo

encaminhado ao Centro de Inspeção de Produtos de

Origem Animal.

Artigo 22 - O Diretor do Centro de Inspeção de Produ-

tos de Origem Animal decidirá, motivadamente, sobre a

admissão das provas requeridas, determinando a pro-

dução daquelas que deferir, bem como o seu prazo e,

julgando procedente a autuação, aplicará a penalidade.

Artigo 23 - Acolhida a defesa no mérito, o Diretor do

Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal de-

terminará o cancelamento do Auto de Infração.

Artigo 24 - Da decisão que julgar improcedente a defe-

sa caberá recurso ao Diretor do Grupo de Defesa Sani-

FAESP SENAR-AR/SP Anexo 43

tária Animal, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária,

no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da intimação.

Artigo 25 - Na hipótese de acolhimento do recurso, o

Diretor do Grupo de Defesa Sanitária Animal determina-

rá o cancelamento do Auto de Infração e demais docu-

mentos, com arquivamento do processo.

Artigo 26 - O infrator deverá ser notificado pessoal-

mente ou por via postal, com Aviso de Recebimento,

da decisão que julgar procedente ou improcedente a

autuação.

Artigo 27 - O prazo para pagamento da multa é de 15

(quinze) dias, a contar da notificação pessoal ou por

meio de Aviso de Recebimento.

Parágrafo único. Os valores correspondentes às mul-

tas previstas no Artigo 19 serão recolhidos ao Fundo Es-

pecial de Despesa da Coordenadoria da Defesa Agrope-

cuária, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Artigo 2� - Mantida a decisão, e decorrido o prazo para

recolhimento sem o respectivo pagamento, a Coorde-

nadoria de Defesa Agropecuária remeterá o processo à

Procuradoria Geral do Estado para inscrição do débito

na dívida ativa e sua cobrança judicial.

Parágrafo único. Os débitos não recolhidos até o ven-

cimento, serão atualizados na data do efetivo pagamen-

to e acrescidos de juros de mora de 1% (um por cento)

ao mês, contados do dia seguinte ao vencimento.

Artigo 29 - Os estabelecimentos de produtos artesa-

nais ficam isentos das taxas previstas no § 1º, do artigo

7º da Lei nº 8.208, de 30 de dezembro de 1992.

Artigo 30 - No caso de solicitação motivada, por parte

do proprietário, para a paralisação das atividades de-

senvolvidas pelo estabelecimento, fica estabelecido o

prazo de até 180 (cento e oitenta) dias para o reinicio

das atividades, sob pena de cancelamento do registro.

§ 1º - O reinicio das atividades dependerá de nova vis-

toria do estabelecimento pelo Serviço de Inspeção do

Estado de São Paulo.

§ 2º - No caso de cancelamento do registro, deve-

rá o proprietário encaminhar ao Escritório de Defesa

Agropecuária regional a documentação arquivada,

embalagens, bem como todo o material pertinente à

fiscalização.

Artigo 31 - O proprietário, o locatário, o arrendatário do

estabelecimento ou o responsável técnico, conforme o

caso, responderá pelas conseqüências à saúde publica,

caso se comprove negligência ou omissão no que se

refere à observância dos padrões higiênico-sanitários,

físico-químicos e microbiológicos, à adição indevida

de produtos químicos e biológicos, ao uso impróprio

de práticas de recebimento, obtenção e depósito de

matéria-prima e ingredientes, elaboração, acondicio-

namento, armazenagem, transporte e comercialização

dos produtos comestíveis de origem animal, elaborados

de forma artesanal.

Artigo 32 - O Secretário de Agricultura e Abastecimento

e o Coordenador da Coordenadoria de Defesa Agrope-

cuária baixarão os atos complementares que se fizerem

necessários à aplicação do presente regulamento.

Artigo 33 - Este decreto entra em vigor na data de sua

publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 5 de setembro de 2000.

MÁRIO COVAS

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural44

Portaria CVS - 5, de 12 de maio de 2005

A Diretora Técnica do Centro de Vigilância Sanitária, da

Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de

Estado da Saúde de São Paulo, à vista do que expressa

o artigo 18, inciso I, alínea “F”, do Decreto Estadual nº

26.048, de 15 de outubro de 1986 e em conformidade

com o disposto na Lei nº 10.083, de 23 de setembro de

1998, e considerando:

- a necessidade de regulamentar o disposto no

item III, do Artigo 1º, da Lei Estadual Nº 11.270,

de 29/11/2002;

- os artigos 170 e 179 da Constituição da República

Federativa do Brasil, que asseguram tratamento

diferenciado às microempresas.

As políticas públicas de geração de emprego e de redu-

ção das desigualdades sociais, resolve:

Artigo 1º - Aprovar as normas que dispõem sobre a

elaboração e a comercialização de alimentos artesanais

de origem vegetal, no Estado de São Paulo;

Artigo 2º - para efeito desta Portaria, se define como:

Alimento artesanal de origem vegetal: aquele produ-

zido com características tradicionais, culturais ou regio-

nais, e em conformidade com as exigências específicas

de identidade e qualidade estabelecidas pelas legisla-

ções de alimentos e aditivos.

Características tradicionais e culturais: os processos

de elaboração de produtos alimentícios, que se transmi-

tem de geração em geração, conforme a tradição cultural.

Características regionais: os processos de elaboração

de produtos alimentícios, que se utilizam de matérias

primas de produção da região.

Boas Práticas de Fabricação: procedimentos adotados

para garantir a qualidade higiênico-sanitária e a confor-

midade dos alimentos com a legislação sanitária.

Licença de Funcionamento: ato privativo do órgão de

Vigilância Sanitária Municipal ou Estadual competente,

com a permissão para o funcionamento de estabeleci-

mento de alimento.

Manipulação de alimentos: operação efetuada sobre

a matéria prima, para a obtenção e a entrega ao con-

sumo, do alimento preparado, envolvendo as etapas de

preparação, embalagem, armazenamento, transporte,

distribuição e exposição à venda.

Microempresas: são aquelas legalmente constituídas nos

termos da Lei Federal nº 9.841, de 5 de outubro de 1999.

Propaganda: a difusão de informações, por qualquer

meio de comunicação, bem como a distribuição de ali-

mentos, com objetivo de promover ou incrementar o

seu consumo;

Artigo 3º - Pela presente Portaria são alimentos artesa-

nais de origem vegetal aqueles previstos no Anexo I;

Artigo 4º - Produtor de alimento artesanal de origem

vegetal é a pessoa física, produtor rural ou pessoa jurí-

dica com faturamento bruto anual definido para micro-

empresa, com licença de funcionamento concedida pelo

órgão de Vigilância Sanitária Municipal ou Estadual.

§ 1º - a licença de funcionamento será concedida me-

diante a apresentação dos seguintes documentos:

I - para pessoa física e produtor rural:

Formulário de Informação em Vigilância Sanitária, Ane-

xo XI, da Portaria CVS nº 16, de 24 de outubro de 2003,

ou outro que vier substituí-lo;

Cópia do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e da Inscrição

de Produtor Rural, quando for o caso;

Cópia da declaração de Imposto de Renda ou Declara-

ção anual de isento, do último ano calendário;

Certificado do curso de Boas Práticas de Fabricação.

II - para pessoa jurídica:

Formulário de Informação em Vigilância Sanitária, Ane-

xo XI, da Portaria CVS nº 16, de 24 de outubro de 2003,

ou outro que vier substituí-lo;

Elaboração e Comercialização de Alimentos Artesanais de Origem Vegetal

FAESP SENAR-AR/SP Anexo 45

Cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

Certidão de enquadramento de microempresa expedida

pela Junta Comercial do Estado de São Paulo;

Certificado do curso de Boas Práticas de Fabricação.

§ 2º - a apresentação do Formulário de Informação em

Vigilância Sanitária dispensa o preenchimento de todos

seus anexos, inclusive o denominado Atividade Relacio-

nada a Produtos de Interesse da Saúde.

§ 3º - o certificado do curso de Boas Práticas de Fabri-

cação deve ser emitido por instituição de ensino, capa-

citação ou qualificação profissional ou pela Vigilância

Sanitária, cujo conteúdo programático deve abordar:

noções de microbiologia e de doenças transmitidas por

alimentos; boas práticas de manipulação de alimentos;

controle integrado de vetores e pragas; saúde do traba-

lhador e noções de legislação sanitária.

§ 4º - para a emissão da Licença de Funcionamento

os estabelecimentos serão inspecionados pelo órgão de

Vigilância Sanitária competente.

Artigo 5º - Os produtores de alimento artesanal de ori-

gem vegetal de que trata o Artigo 4º estão dispensados

de pagamento de Taxa de Fiscalização de Serviços Di-

versos vinculadas ao exercício de poder de policia, con-

forme a lei nº 10.086, de 19 de novembro de 1998;

Artigo 6º - Os produtores de alimento artesanal de ori-

gem vegetal estão sujeitos ao cumprimento dos requisi-

tos higiênico-sanitários do estabelecimento e das Boas

Práticas de Fabricação e devem ser produzidos em local

distinto das dependências residenciais;

Artigo 7º - Os alimentos artesanais de origem vegetal

constantes do Anexo I da presente Portaria, devem ser

produzidos conforme os regulamentos técnicos de pa-

drões de identidade e qualidade e demais exigências

estabelecidas pela legislação de alimentos e pelo Códi-

go de Defesa do Consumidor.

§ 1º - Nos rótulos dos alimentos artesanais deve cons-

tar: Alimento Artesanal e respectivo número de Cadas-

tro Estadual ou Municipal de Vigilância Sanitária, além

das demais informações exigidas pelas legislações es-

pecíficas de rotulagem.

§ 2º - Os alimentos artesanais estão dispensados da Comu-

nicação do Início de Fabricação de Produtos Dispensados

de Registro, Anexo X, da Resolução nº 23, de 15 de março

de 2000, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Artigo �º - Fica assegurado ao produtor de alimentos

artesanais de origem vegetal, o direito de fabricar e co-

mercializar seus produtos diretamente ao consumidor,

em local apropriado para este fim, no estabelecimento

fabricante, ou em estabelecimentos comerciais de ter-

ceiros no Estado de São Paulo;

Artigo 9º - É vedado ao produtor de alimento artesanal

de origem vegetal: terceirizar a linha de produtos, ou a

linha de produção, à outras pessoas físicas, produtores

rurais ou pessoas jurídicas fabricantes de alimentos, e

fazer propaganda de alimentos em desacordo com o

estabelecido na legislação sanitária e no Código de De-

fesa do Consumidor;

Artigo 10 - o órgão de Vigilância Sanitária competente

exercerá suas atividades e ações, nos termos do Código

Sanitário Estadual e ou Municipal, verificando o cumpri-

mento das Boas Práticas de Fabricação e das condições

higiênico-sanitárias do estabelecimento;

Artigo 11 - o órgão de Vigilância Sanitária competente

deve manter atualizadas as informações das atividades

de alimentos artesanais de sua jurisdição, inspecionan-

do o estabelecimento e monitorando a qualidade dos

produtos, através de análise fiscal;

Artigo 12 - Sem prejuízo das sanções de natureza civil

ou penal, os infratores do disposto nesta Portaria ficam

sujeitos às penalidades previstas no Código Sanitário,

alternativa ou cumulativamente;

Artigo 13 - Esta Portaria entra em vigor a partir da data

da publicação.

FAESP SENAR-AR/SPLegislação e Turismo Rural46

Anexo l

Alimentos Artesanais de Origem Vegetal

Categorias de Produtos

Alimentos Congelados

Amidos e Féculas

Balas, Bombons e Similares

Biscoitos e Bolachas

Cafés

Cereais e Derivados

Chás / Erva Mate/ Composto de Erva-Mate

Doces

Especiarias / Tempero / Condimentos Preparados / Colorífi-

co / Preparações e Produtos para Tempero a Base de Sal

Farinhas

Frutas e Vegetais (Dessecadas)

Frutas em Conservas

Gelados Comestíveis

Geléias (Frutas)

Massas Alimentícias

Pães

Pastas e Patês Vegetais

Misturas para o Preparo de Alimentos

Chocolate

Produtos de Côco

Produtos de Confeitaria

Produtos de Soja

Produtos de Tomate

Salgadinhos

Sementes Oleaginosas

Sobremesas

Sopas

Vegetais em Conserva (Exceto Palmito)

(Republicado por conter alterações).

O SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é uma entidade de direito

privado sem fins lucrativos. Criado pela Lei n.º 8.315, de 23 de dezembro de 1991, e

regulamentado em 10 de junho de 1992, teve a Administração Regional de São Paulo

criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo,

o SENAR-AR/SP tem como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o Es-

tado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais,

dirigido a pequenos produtores, trabalhadores rurais e seus familiares.

PROGRAMA TURISMO RURAL “AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”

1. Turismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos

2. Turismo Rural: Identidade e Cultura

3. Turismo Rural: Gestão de Empreendimentos

4. Turismo Rural: Ponto de Venda de Produtos

5. Turismo Rural: Meios de Hospedagem

6. Turismo Rural: Meios de Alimentação

7. Turismo Rural: Atividades Turísticas em Áreas Naturais

8. Turismo Rural: Atendendo e Encantando o Cliente

9. Turismo Rural: Resgate Gastronômico

10. Turismo Rural: Consolidação do Programa

SUPLEMENTOS

Roteiro de Inventário Turístico

Legislação e Turismo Rural

FAESP – FEDERAÇãO DA AGRICULtURA DO EStADO DE SãO PAULOSENAR-AR/SP – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

Administração Regional do Estado de São Paulo

MódulosIntrodutórios

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