legislação aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram...

40
Legislação Aduaneira Atualizações Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 1 Legislação Aduaneira Atualizações Professor Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br

Upload: vuduong

Post on 03-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 1

Legislação Aduaneira

Atualizações

Professor Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br

Page 2: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 2

Olá, pessoal.

Como prometido, escrevo a seguir as alterações havidas na Legislação

Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de

“Comércio Internacional e Legislação Aduaneira”, Editora Juspodium.

Tenha um ótimo dia!

Rodrigo Luz

Tópico 1.3:

- o Siscomex Importação não é mais utilizado como software baixado no

computador do usuário. O uso é somente pela Internet, pelo Siscomex

Importação WEB.

- a norma atual de habilitação no Siscomex é a IN RFB 1.603/2015.

Tópico 2.1:

- surgiu um novo regimento interno da Receita Federal, pela Portaria do

Ministro da Fazenda nº 430/2017. As unidades de fiscalização de zona

secundária eram as Delegacias e as Inspetorias. As Inspetorias passaram a ser

chamadas também de Delegacias. A fiscalização aduaneira fica com as

Alfândegas (principalmente na zona primária, mas algumas fiscalizam também

na zona secundária) e com as Delegacias (na zona secundária).

Tópico 2.2:

- o MDIC passou a se chamar Ministério da Indústria, Comércio Exterior e

Serviços, e suas competências passaram a constar no Decreto 9.260/2017.

- Foi criada uma nova secretaria no MDIC: SEMPE – Secretaria Especial da

Micro e Pequena Empresa.

- Substituir nota 4 de rodapé por:

A autorização de determinadas importações se dá por meio da concessão de

Licença de Importação, enquanto as exportações são autorizadas por meio de

anuências inseridas no Registro de Exportação ou na equivalente Declaração

Única de Exportação (DU-E), a serem analisados no Capítulo 3.

Tópico 2.4:

- as atribuições do MRE passaram a estar no Decreto 8.817/2016.

Page 3: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 3

Tópico 2.6:

- a CAMEX saiu do Conselho de Governo e passou para a Presidência da

República. (Decreto 8.807/2016)

- nova estrutura do Conselho de Ministros da Camex:

Art. 4º A CAMEX terá como órgão de deliberação superior e final um

Conselho de Ministros, composto pelos seguintes Ministros de Estado:

I – Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá;

II – da Indústria, Comércio Exterior e Serviços;

III – das Relações Exteriores;

IV – da Fazenda;

V – dos Transportes, Portos e Aviação Civil;

VI – da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

VII – do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e

VIII – Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

- a TEC agora consta na Resolução Camex 125/2016.

- adaptei as questões 4, 14, 15 e 16 para excluir a menção ao Conselho

de Governo e para acertar o novo nome do MDIC.

Tópico 3.1:

Atualmente, o Siscomex possui doze módulos principais:

a) para registro e acompanhamento das operações de exportação:

Siscomex Exportação (1993), Siscomex Exportação Web – Módulo

Comercial (2010) e Siscomex Exportação Web – Módulo Aduaneiro

(2014);

b) para registro e acompanhamento das operações de importação:

Siscomex Importação Web (2015), que substituiu o Siscomex

Importação (1997);

c) para controle da movimentação física da carga: Mantra (1994) e

Siscomex Carga (2008);

d) para requerimento, concessão e acompanhamento dos regimes

aduaneiros: Siscomex Trânsito (2002), Internação-ZFM (2003),

Drawback Integrado Suspensão (2010) e Drawback Isenção Web

Page 4: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 4

(2014);

e) para envio eletrônico dos documentos exigidos pelas autoridades

competentes em matéria de importação, exportação e trânsito

aduaneiro: Portal Único de Comércio Exterior (2014); e

f) para registro das remessas trazidas do exterior por meio da Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou das empresas de courier:

Siscomex Remessa (2017).

...

Depois de mais de vinte anos de funcionamento, o Siscomex Exportação

ganhou novas interfaces: Siscomex Exportação Web – Módulo Comercial,

também chamado Novoex (2010), e Siscomex Exportação Web – Módulo

Aduaneiro (2014). Porém, pequenos problemas de ordem técnica não

permitiram que o antigo sistema fosse desligado e, assim, manteve-se para uso

alternativo pelos exportadores.

O Siscomex Exportação entrou em funcionamento em 1993 e servia para

registro e acompanhamento das ações ligadas ao controle administrativo das

exportações (a cargo dos vários anuentes) e para as ações vinculadas ao

controle aduaneiro, realizado pela Receita Federal. Em 2010, a parte relativa ao

controle administrativo ganhou nova interface e passou a ser executada

diretamente na internet. Desde então, o exportador preenche o Registro de

Exportação (RE) no Novoex, solicitando as anuências necessárias à sua

exportação. Obtidas as anuências, o exportador deve utilizar o módulo

Exportação Web – Módulo Aduaneiro para registrar sua Declaração de

Exportação (DE), iniciando-se o despacho aduaneiro.

Porém, como mencionado adiante, os três sistemas atualmente utilizados

para o registro das exportações serão substituídos em julho de 2018 por um

novo processo.

Depois que o Siscomex Exportação começou a funcionar, em 1993, sentiu-se

a necessidade de se controlar também a localização física da carga. Surgiu,

então, o segundo módulo do sistema, o Mantra – Sistema Integrado de

Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento. Foi instituído pela

Instrução Normativa SRF nº 102/1994 como “parte integrante do Siscomex” e

informa se a carga já chegou ao Brasil e, nesse caso, se está armazenada em

aeroporto alfandegado ou viajando em trânsito pelo território aduaneiro.1 O

1 No sistema MANTRA, as cargas são referenciadas pelo número do conhecimento de

transporte, que obedece a uma regra internacional de formação que impede a duplicidade. Por

esse número, a Receita Federal, o transportador, o depositário, enfim, qualquer pessoa que

Page 5: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 5

sistema é alimentado com informações da Receita Federal, dos transportadores

e dos depositários das cargas, sendo utilizado apenas nas importações aéreas e

terrestres. A movimentação das cargas marítimas não é controlada pelo Mantra,

mas pelo Siscomex Carga, analisado adiante.

Diante do sucesso obtido com o Siscomex Exportação, foi criado o

Siscomex Importação. Entrou em funcionamento em janeiro de 1997, sendo

o primeiro módulo desenvolvido como software para instalação no computador

do usuário. Em 2015, foi substituído pelo Siscomex Importação Web, cujo

funcionamento (similar ao do sistema antigo) se baseia no fluxo de informações

entre o pedido de uma licença de importação e o desembaraço da mercadoria.

As ações do importador e dos agentes públicos são registradas no sistema, tais

como a concessão do licenciamento, o pedido de retificação de dados ou a

inserção de exigências para cumprimento pelo importador.

...

Excluir parágrafo “O oitavo módulo do Siscomex...”

...

Em dezembro de 2013, a Organização Mundial do Comércio (OMC) aprovou

o Acordo de Facilitação Comercial, no âmbito do Pacote de Bali. Tal acordo

impôs aos 164 países-membros a criação dos mecanismos de “single window”

(“janela única”), a exemplo do sistema implantado no Brasil. Porém, cabe

registrar que o Portal Único brasileiro não surgiu por força do acordo

internacional, haja vista que começou a ser projetado em 2012.

Em 2017, foi criado um novo processo de exportações, definido o prazo de

julho de 2018 para sua implementação completa. O Siscomex Exportação

(incluindo os módulos Comercial e Aduaneiro) fica mantido apenas para

consulta. O novo processo é realizado por meio do Portal Único, englobando

desde os pedidos de anuências até o desembaraço aduaneiro. A Declaração

Única de Exportação (DU-E) substitui os registros de exportações (RE), as

declarações de exportação (DE) e as declarações simplificadas de exportação

(DSE). Ela é gerada a partir da Nota Fiscal Eletrônica, pela comunicação entre o

sistema emissor da nota e o Portal Único. Reduz-se consideravelmente o tempo

gasto com o preenchimento de informações nos sistemas governamentais. A

integração entre os vários órgãos intervenientes elimina papéis e a duplicidade

de prestação de informações e reduz o tempo final do processo de exportação.

Foi também em 2017 que surgiu o Siscomex Remessa, por meio do qual a

tenha acesso ao MANTRA, consulta ou informa a localização física da carga.

Page 6: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 6

ECT e as empresas de courier declaram as remessas trazidas do exterior para

destinatários no Brasil. Foi criado por meio da IN RFB nº 1.737/2017.

Os módulos do Siscomex podem ser acessados por variadas pessoas:

importadores, exportadores, despachantes aduaneiros, transportadores,

depositários, bancos e, claro, os servidores públicos que têm função ativa no

controle do comércio exterior. Tais servidores podem estar lotados nos órgãos

anuentes, listados no capítulo anterior, ou nos órgãos gestores do Siscomex.

Tópico 3.2.2:

- excluir a palavra “públicos” nos dois textos abaixo:

Art. 2º Ficam dispensadas da obrigação de prestar as informações de

que trata o art. 1º, nas operações que não tenham utilizado

mecanismos de apoio ao comércio exterior de serviços, de

intangíveis e demais operações:

...

Note que, se a empresa optante pelo Simples Nacional ou o exportador

com transação inferior a trinta mil dólares tiverem utilizado mecanismo de

apoio ao comércio exterior, com o uso, por exemplo, de recursos facilitados do

BNDES ou do Tesouro Nacional, eles estão obrigados a fazer a declaração no

sistema.

Tópico 3.2.3:

c) o quarto e o quinto dígitos, associados aos três primeiros dígitos,

representam a posição dentro de um capítulo;

Tópico 3.2.4:

Na IN RFB nº 1.277/2012 (alterada em 2015), é definido o prazo de

alimentação do sistema: último dia útil do 3o (terceiro) mês seguinte “à data de

início da prestação de serviço, da comercialização de intangível, ou da

realização da operação que produza variação no patrimônio das pessoas físicas,

das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados”. O faturamento de venda

e o pagamento por compra têm que ser informados no sistema até o último dia

útil do mês seguinte ao do respectivo evento.

Page 7: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 7

Tópico 4.1:

Em regra, é necessário o registro da Declaração de Exportação (DE) para

que os bens sejam desembaraçados e possam embarcar para o exterior.

Contudo, para as exportações de menor relevância, permite-se o registro de

Declaração Simplificada de Exportação (DSE) no Siscomex ou até em papel,

como analisado no Capítulo 6. Especificamente no caso das remessas postais

internacionais, a Instrução Normativa RFB nº 1.737/2017 permite o registro da

DSE no Siscomex quando seu valor não ultrapassar US$ 50 mil (cinquenta mil

dólares norte-americanos). Neste caso, apesar do registro no Siscomex, o

exportador não será cadastrado no REI.

...

A única diferença de tratamento entre pessoas físicas e jurídicas no comércio

exterior é o fato de aquelas não poderem importar bens que revelem prática de

comércio, conforme dispõe a Lei nº 2.145/1953:

Art. 8º Só poderão efetuar importações os comerciantes desse ramo,

devidamente registrados.

§ 1º Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo:

(...)

IV - as pessoas físicas, desde que se proponham a importar objetos de

seu uso próprio e utilização fora do comércio.

§ 2º A importação prevista nos incisos I, II e IV do parágrafo anterior

só será admitida mediante assinatura de um termo de responsabilidade

e compromisso de não ser alterada a destinação dos bens importados,

na forma acima estabelecida, sob as penas da lei.

Tópico 4.2.1:

A diferença entre a quota tarifária e a não tarifária pode ser vista a partir de

uma situação ocorrida no final de 2017. A Camex, com o intuito de regularizar o

abastecimento interno de alguns produtos, reduziu-lhes a alíquota de imposto

de importação. Na lista, constou a sardinha, cuja alíquota foi fixada em 0% até

junho de 2018, mas apenas para o volume de 50.000 toneladas.2 Ao vencer o

prazo ou depois de atingido o limite fixado, a tributação volta a acontecer com

base na alíquota normal de 10%, prevista na Tarifa Externa Comum. O volume

de 50.000 toneladas é um exemplo de quota tarifária, por servir para fixação de 2 Cf. Resolução Camex nº 98, de 21/12/2017.

Page 8: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 8

tarifa diferenciada na importação até aquele montante. Atingido o limite, a

tarifa muda.

Tópico 4.2.2:

Art. 17. O licenciamento não automático deverá ser efetuado

previamente ao embarque da mercadoria no exterior.

§ 1º Nas situações abaixo indicadas, o licenciamento não automático

poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria no exterior, mas

anteriormente ao despacho aduaneiro:

I – importações ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e

das Áreas de Livre Comércio;

II – mercadoria ingressada em entreposto aduaneiro ou industrial na

importação;

III – importações sujeitas à anuência do CNPq;

IV – importações de brinquedos;

V – outras hipóteses em que o órgão anuente autorizar a emissão da

LI após o embarque da mercadoria, conforme legislação específica;

VI – importações a que se refere o § 1º do art. 43 [unidades de carga,

seus equipamentos e acessórios]; e

VII – importações sujeitas à obtenção de cota tarifária, inclusive as a

que se refere o art. 60.

...

No final:

Com o deferimento da licença de importação (LI), automática ou não, o

importador recebe um prazo igual ou inferior a 90 (noventa) dias para

embarcar a mercadoria no exterior, podendo haver prorrogação.

O que acontece se a mercadoria embarcar para o Brasil depois de ter sua

licença de importação indeferida? Caberá a aplicação da pena de perdimento,

com base no Regulamento Aduaneiro, art. 689, XX. Terá havido a importação

de uma mercadoria cuja importação estava vedada ou suspensa.

E se o indeferimento somente se der no Brasil, tendo a mercadoria o

embarque previamente autorizado? Nesse caso, com o indeferimento baseado

na legislação relativa a saúde, metrologia, segurança pública ou meio ambiente,

Page 9: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 9

aplica-se a Lei 13.097/2015, art. 9º, que obriga a devolução do bem ao exterior

ou a sua destruição, dependendo da legislação específica. A devolução deve

ocorrer, em regra, em até trinta dias da ciência do indeferimento.

Há outra situação que também costuma ocorrer: mercadoria passível de

licenciamento, mas para a qual o importador não solicitou a LI. Ao tentar

registrar a Declaração de Importação, o importador não o conseguirá, pois o

Siscomex critica os dados informados e somente aceita o registro depois da

obtenção da licença. Nesse caso, o importador precisará obter a LI

extemporânea e pagar a multa de 30% sobre o valor aduaneiro (Regulamento

Aduaneiro, art. 706). Caso não consiga obtê-la, pode perder o bem, ter que

devolvê-lo ao exterior ou destruí-lo, dependendo da legislação específica.

Tópico 4.3.1:

4.3.1. Registro de Exportação (RE) e Declaração Única de Exportação (DU-E)

...

Decidiu-se que a Declaração Única de Exportação (DU-E) irá substituir o

Registro de Exportação, a Declaração de Exportação e a Declaração Simplificada

de Exportação em julho de 2018. Ela conterá todas as informações necessárias

ao controle governamental, incluindo as de natureza administrativa e

aduaneira. A IN RFB nº 1.702/2017 dispõe que, para fins de cumprimento da

legislação, "a DU-E produz efeitos equivalentes aos do registro de exportação."

Portanto, qualquer referência neste livro ao registro de exportação pode ser

entendida como feita à Declaração Única de Exportação, ressalvadas as

disposições em contrário.

Art. 7º A DU-E é um documento eletrônico que:

I - contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial,

financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de

exportação dos bens por ela amparados e definem o enquadramento

dessa operação; e

II - servirá de base para o despacho aduaneiro de exportação.

Parágrafo único. As informações constantes da DU-E servirão de base

para o controle aduaneiro e administrativo das operações de exportação.

Ao preencher a DU-E, as informações prestadas pelo exportador são

direcionadas para os eventuais órgãos anuentes e para a Receita Federal. No

Page 10: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 10

novo processo de exportação, os controles administrativo e aduaneiro correm

em paralelo.

Tópico 6.2.2, depois do art. 1º:

Existem prazos para referidos registros, conforme dispõe o Regulamento

Aduaneiro. Além disso, há regras a serem observadas na descarga de volumes

com problemas de extravio ou avaria, objetivando-se resguardar os bens e

registrar as responsabilidades:

Art. 63. A mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior

será registrada pelo transportador, ou seu representante, e pelo

depositário, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da

Receita Federal do Brasil.

§ 1º O volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, com

diferença de peso, com indícios de violação ou de qualquer modo

avariado, deverá ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-se, ato

contínuo, a devida anotação no registro de descarga, pelo depositário.

§ 2º A autoridade aduaneira poderá determinar a aplicação de cautelas

fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do recinto

alfandegado, inclusive nos casos de extravio ou avaria.

Acerca da prestação das informações exigida pelo artigo 31 do Regulamento,

a obrigatoriedade não se aplica apenas aos transportadores, mas também aos

operadores portuários e aos agentes de carga. Simplificadamente, podemos

visualizar o operador portuário como aquele que administra o porto. Ele

oferece, por exemplo, os serviços de descarga dos contêineres do navio para o

cais e de armazenagem dos contêineres dentro de seus armazéns.

Tópico 6.3.1.1, prazo alterado da entrega fracionada e regulamentação do

Carnê ATA:

Em relação à entrega, o normal é que toda a carga seja conferida,

desembaraçada e, depois, integralmente entregue ao importador. Porém, nas

importações por via terrestre, quando a carga registrada em uma DI não puder,

em função do seu volume ou peso, ser transportada em apenas um veículo ou

partida, permite-se o despacho com entrega fracionada. Por exemplo, em

uma importação de trigo da Argentina, se a carga importada for transportada em

cinco caminhões cheios, a conferência e a entrega ocorrerão sobre cada

caminhão separadamente, para não ser necessário reter os motoristas e os

Page 11: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 11

respectivos caminhões por dias e dias. Claro que as entregas parciais só podem

ocorrer se a carga estiver de acordo com os dados da DI, ou após a retificação

destes. As liberações parciais são registradas no campo “Observações” da DI.

Depois que o último caminhão for conferido (ou depois de trinta dias do início do

despacho), a DI é finalmente desembaraçada no Siscomex, nela constando toda

a carga efetivamente entrada no país. Tais regras estão previstas na IN SRF nº

680/2006, arts. 61 e 62.

Há duas situações na legislação aduaneira em que se realiza o despacho

sem o preenchimento de uma declaração. A primeira se refere ao despacho

sumário e prioritário da urna funerária, exigindo-se do importador apenas a

apresentação do conhecimento de carga e a manifestação da autoridade

sanitária.

A segunda diz respeito ao Carnê ATA, documento utilizado para facilitar a

movimentação de determinados bens entre os países signatários da Convenção

de Istambul, de 1990. Com a promulgação desta pelo Decreto nº 7.545/2011, o

Brasil passou a aceitar que os bens estrangeiros importados temporariamente

sob amparo de um Carnê ATA sejam despachados sem a necessidade de

declaração aduaneira. Ele funciona como um passaporte para o bem, sendo

carimbado nas saídas dos países e em cada retorno. O respectivo procedimento

de despacho de admissão temporária se encontra na IN RFB nº 1.639/2016. No

Brasil, a emissão do Carnê cabe à Confederação Nacional da Indústria (CNI).

...

Art. 2º O despacho aduaneiro de importação compreende:

I – despacho para consumo, inclusive da mercadoria:

b) destinada à ZFM, à Amazônia Ocidental, a Área de Livre Comércio

(ALC) ou a Zona de Processamento de Exportação (ZPE);

Tópico 6.3.1.2, nova DIR:

O despacho aduaneiro de importação pode ser realizado com base em uma

de seis declarações: a Declaração de Importação (DI) propriamente dita, a

Declaração Simplificada de Importação (DSI), a DSI – Formulário, a Declaração

de Importação de Remessa (DIR), a Nota de Tributação Simplificada (NTS) e a

Declaração Eletrônica de Bens de Viajante (e-DBV). Esta será detalhada no

tópico 6.4, específico de bagagem.

Page 12: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 12

...

No caso de importações realizadas por meio da ECT (Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos) ou por empresa de courier (empresa de transporte porta

a porta), pode ser registrada a Declaração de Importação de Remessa

(DIR), por meio do Siscomex Remessa. Essa declaração não é obrigatória,

tendo a IN RFB nº 1.737/2017 permitido que o despacho da remessa também

se dê por meio de DI, DSI ou DSI-formulário ou, em situação contingencial, por

formulário específico. Há vedação de utilização do Sistema Remessa para

alguns bens, listados na citada IN.3

Em regra, as DIR são submetidas ao regime de tributação simplificada

(RTS), analisado no tópico 7.9.1. Porém, o importador pode solicitar à ECT ou à

empresa de courier a aplicação do regime de tributação especial (caso o bem

possa ser enquadrado na condição de bagagem desacompanhada) ou do regime

de importação comum.4

3 Art. 39. O despacho aduaneiro processado mediante utilização do Siscomex Remessa é

vedado aos seguintes bens contidos em remessa internacional:

I - bens sujeitos a licenciamento de importação no Siscomex Importação pelo Comando do

Exército ou pelo Departamento de Polícia Federal;

II - bens aos quais está vedada a aplicação do RTS, nos termos do art. 23, exceto amostras

sem valor comercial de bens classificados no código 2402.20.00 e na posição 2401 da NCM,

destinadas à realização de análises técnicas, em importação promovida por estabelecimento

industrial que mantenha registro especial na RFB, nos termos do art. 330 do Decreto nº 7.212,

de 15 de junho de 2010;

III - animais da vida silvestre;

IV - vegetais da vida silvestre;

V - diamantes da posição 7102 da NCM;

VI - moeda corrente; e

VII - bens usados ou recondicionados.

Parágrafo único. Não se enquadram na vedação do inciso VII do caput:

a) bens compreendidos no § 5º do art. 37; [bens integrantes de bagagem desacompanhada,

para os quais não se optou pelo Regime de Tributação Especial]

b) bens exportados temporariamente, por pessoas físicas, que retornem ao País;

c) meios físicos que compreendam circuitos integrados, semicondutores e dispositivos similares,

gravados com o conteúdo equivalente a documento;

d) livros, outros impressos, fotografias e documentos;

e) objetos artísticos e antiguidades; e

f) bens destinados a uso ou consumo pessoal, importados por pessoa física.

4 Art. 22. A opção pelo RTS será considerada automática para as remessas internacionais que

se enquadrem nos requisitos estabelecidos para a fruição do regime.

§ 1º O destinatário poderá indicar à empresa de courier ou à ECT, até o momento da postagem

da remessa no exterior, sua intenção de não utilizar o RTS, mediante comunicação na forma

prevista pelo serviço de atendimento ao cliente da respectiva empresa.

§ 2º A empresa de courier e a ECT poderão aceitar manifestações posteriores ao limite temporal

de que trata o § 1º, desde que tenham tempo hábil para providenciar o registro da

correspondente declaração aduaneira de importação.

Page 13: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 13

Se a remessa postal internacional, transportada pela ECT, tiver valor de até

US$ 500,00, ela poderá ser despachada com base na Nota de Tributação

Simplificada (NTS), como dispõe o artigo 82 da IN RFB nº 1.737/2017. A NTS

é preenchida pela RFB, com o imposto de importação calculado pelo regime de

tributação simplificada, e enviada pela ECT ao destinatário da remessa. O

pagamento do imposto deve ser realizado na agência dos correios.

Tópico 6.3.1.5:

Art. 15. O registro da DI caracteriza o início do despacho aduaneiro

de importação e somente será efetivado:

I – se verificada a regularidade cadastral do importador;

II – após o licenciamento da operação de importação, quando exigível,

e a verificação do atendimento às normas cambiais, conforme

estabelecido pelos órgãos e agências da administração pública federal

competentes;

III – após a chegada da carga, exceto na modalidade de registro

antecipado da DI, previsto no art. 17;

IV – após a confirmação pelo banco da aceitação do débito relativo

aos tributos, contribuições e direitos devidos, inclusive da Taxa de

Utilização do Siscomex;

V – se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do

registro; e

VI – se a carga estiver em condições de vinculação no sistema de

controle de carga da RFB aplicado ao modal de transporte.

Tópico 6.3.1.6:

Art. 21. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e

selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

...

§ 2º A DI selecionada para canal verde, no Siscomex, poderá ser

redirecionada para outro canal de conferência aduaneira durante a

análise fiscal, quando forem identificados indícios de irregularidade na

importação.

...

Page 14: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 14

O canal verde é o canal dos sonhos de todo importador. Se a DI for

direcionada para este canal, automaticamente a mercadoria está

desembaraçada, sem haver, em princípio, nenhuma etapa de conferência

aduaneira. No entanto, mesmo neste canal, se houver alguma desconfiança por

parte da Receita Federal, a mercadoria pode ser redirecionada para outro canal

e submetida a conferência, conforme § 2º do art. 21.

Tópico 6.3.1.8:

Em relação às obrigações fiscais, a RFB, no curso da conferência, pode exigir

do importador o recolhimento de eventual crédito tributário. Considerando que

a formalização de processo administrativo fiscal para lançamento do crédito

possui muitas formalidades e demanda tempo e que há muitas importações

sendo verificadas diariamente nas unidades de despacho, a RFB tenta, em

primeiro lugar, receber o valor do importador sem referida formalização. Para

isso, uma simples exigência é registrada no Siscomex, intimando-se o

importador a realizar o pagamento. Contudo, se o importador não concordar

com a exigência, a RFB deverá realizar o lançamento mediante a lavratura do

auto de infração.5 Com a publicação da IN RFB nº 1.759/2017, ficou definido o

prazo de três dias úteis para referida lavratura.

...

3. Aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro:6 Caso

seja detectado indício de fraude na DI registrada, o Siscomex a direciona

para o canal cinza. Nesse caso, a mercadoria pode ficar retida por um 5 RA, art. 570. Constatada, durante a conferência aduaneira, ocorrência que impeça o

prosseguimento do despacho, este terá seu curso interrompido após o registro da exigência

correspondente, pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável.

(...)

§ 2º Na hipótese de a exigência referir-se a crédito tributário ou a direito antidumping ou

compensatório, o importador poderá efetuar o pagamento correspondente, independente de

processo.

§ 3º Havendo manifestação de inconformidade, por parte do importador, em relação à

exigência de que trata o § 2º, o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil deverá efetuar o

respectivo lançamento, na forma prevista no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.

§ 4º Quando exigível o depósito ou o pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais ou

o cumprimento de obrigações semelhantes, o despacho será interrompido até a satisfação da

exigência. 6 IN RFB nº 1.169/2011, art. 1º: “O procedimento especial de controle aduaneiro

estabelecido nesta Instrução Normativa aplica-se a toda operação de importação ou de

exportação de bens ou de mercadorias sobre a qual recaia suspeita de irregularidade punível

com a pena de perdimento, independentemente de ter sido iniciado o despacho aduaneiro ou de

que o mesmo tenha sido concluído.”

Page 15: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 15

prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período, para

investigação do indício.

Uma DI pode ser direcionada para o canal cinza por motivo subjetivo

ou objetivo. Quando o indício de fraude é subjetivo, ou seja, o problema

é com a pessoa jurídica e não com a mercadoria propriamente dita, todas

as suas declarações de importação são direcionadas para o canal cinza. É

o caso de pessoa jurídica que apresentar indícios de interposição

fraudulenta nos termos da IN SRF nº 228/2002 (ver tópico 6.5.2). Nesse

caso, considerando-se que a mercadoria propriamente dita não apresenta

indício de fraude, ela pode ser liberada mediante garantia, como fiança,

depósito ou seguro aduaneiro, correspondente a cem por cento do seu

valor.

Mas quando a DI é direcionada para o canal cinza por motivo

objetivo, somente será liberada depois de afastada a hipótese de fraude.

Pode-se confirmar que a IN RFB nº 1.169/2011 permite a liberação do

bem mediante garantia apenas nas hipóteses dos incisos IV e V do art. 2º,

pois vinculados às pessoas. Os demais incisos não permitem liberação por

garantia, por constituírem indícios vinculados aos bens.7

Tópico 6.3.1.10, incluir no final:

Em linhas gerais, o regime de admissão temporária consiste na permissão de

se importar um bem para o Brasil com suspensão na cobrança dos tributos, haja

vista que ele voltará ao exterior dali a algum tempo. O pedido do regime se dá

com o registro de uma DI ou DSI e a juntada do Requerimento de Admissão

7 Art. 2º As situações de irregularidade mencionadas no art. 1º compreendem, entre outras

hipóteses, os casos de suspeita quanto à:

I - autenticidade, decorrente de falsidade material ou ideológica, de qualquer documento

comprobatório apresentado, tanto na importação quanto na exportação, inclusive quanto à

origem da mercadoria, ao preço pago ou a pagar, recebido ou a receber;

II - falsidade ou adulteração de característica essencial da mercadoria;

III - importação proibida, atentatória à moral, aos bons costumes e à saúde ou ordem públicas;

IV - ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela

operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiro;

V - existência de fato do estabelecimento importador, exportador ou de qualquer pessoa

envolvida na transação comercial; ou

VI - falsa declaração de conteúdo, inclusive nos documentos de transporte.

Art. 5º-A Caso as irregularidades que motivaram a retenção de que trata o art. 5º sejam

exclusivamente as elencadas nos incisos IV e V do caput do art. 2º, a mercadoria poderá ser

desembaraçada ou entregue antes do término do procedimento especial de controle mediante a

prestação de garantia.

Page 16: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 16

Temporária (RAT), conforme dispõe a IN RFB nº 1.600/2015. A análise do

cabimento do regime ocorre durante a conferência da DI. Caso a concessão do

regime seja negada em decisão final, a declaração deve ser cancelada.

Tópico 6.3.2.1:

Assim como ocorre na importação, há na exportação as modalidades de

despacho fracionado e despacho sumário. O primeiro caso, previsto no

artigo 58 da IN SRF nº 28/1994, aplica-se às exportações que não cabem em

um único veículo ou partida, em função do volume ou peso. Semelhante ao

procedimento da importação, o último caminhão deve chegar à fronteira em até

trinta dias após a entrega dos documentos no Siscomex. Já o despacho sumário

e prioritário se aplica à urna funerária, de forma idêntica à prevista nas

importações.8

Além das urnas funerárias, duas outras situações amparam despacho com

dispensa de registro, mas sem prioridade e sem rito sumário. Em primeiro

lugar, há os bens indicados na IN SRF nº 118/1992, com despacho baseado

exclusivamente na apresentação de Nota Fiscal:

Art. 1º As unidades da Secretaria da Receita Federal deverão permitir

a saída do território nacional, mediante a apresentação da Nota Fiscal

respectiva, de mercadorias nacionais adquiridas no mercado interno:

I – que se comportem no limite de valor equivalente a US$ 2.000,00

(dois mil dólares dos Estados Unidos) e, se em valor superior, não

revelem destinação comercial;

II – que não estejam sujeitas a controles específicos de outros órgãos

da Administração Pública;

III – cuja exportação não se subordine ao regime de cota ou

contingenciamento.

Em segundo lugar, há os bens exportados temporariamente por meio do

Carnê ATA, analogamente às importações temporárias analisadas no tópico

6.3.1.1. Como vimos, o Carnê dispensa o registro de uma declaração

aduaneira. Funciona como um passaporte para o despacho de determinados

bens, tanto na importação temporária de bens estrangeiros e no retorno ao

exterior, quanto na exportação temporária de bens nacionais e seu retorno ao 8 RA, art. 583. O despacho de exportação de urna funerária será realizado em caráter

prioritário e mediante rito sumário, antes de sua saída para o exterior, com base no respectivo

conhecimento de carga ou em documento de efeito equivalente, observado, ainda, o disposto

no parágrafo único do art. 548.

Page 17: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 17

Brasil. O procedimento de despacho de exportação temporária amparado pelo

Carnê se encontra na IN RFB nº 1.657/2016.

...

Art. 52. O registro da declaração para despacho aduaneiro de

exportação, no Siscomex, poderá ser efetuado após o embarque da

mercadoria ou sua saída do território nacional, nos seguintes casos:

I – fornecimento de combustíveis e lubrificantes, alimentos e outros

produtos, para uso e consumo de bordo em aeronave ou embarcação

de bandeira estrangeira ou brasileira, em tráfego internacional;

II – venda no mercado interno, a não residente no País, em moeda

estrangeira, de pedras preciosas e semipreciosas, suas obras e

artefatos de joalharia, relacionados pela Secretaria de Comércio

Exterior (Secex);

III – venda em loja franca, a passageiros com destino ao exterior, em

moeda estrangeira, cheque de viagem ou cartão de crédito, de pedras

preciosas e semipreciosas nacionais, suas obras e artefatos de

joalharia, relacionados pela Secex;

IV – reexportação de mercadorias admitidas no regime aduaneiro

especial de depósito afiançado (DAF), na forma prevista na Instrução

Normativa SRF nº 409/2004;

V – venda de energia elétrica para o exterior, na forma prevista na

Instrução Normativa SRF nº 649/2006;

VI – permanência no exterior de mercadoria saída do País com base em

Autorização de Movimentação de Bens Submetidos ao Recof (Ambra),

na forma prevista na Instrução Normativa RFB nº 1.291/2012; e

VII – exportação realizada por microempresas e empresas de pequeno

porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de

Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de

Pequeno Porte (Simples Nacional), obedecido o disposto na Instrução

Normativa RFB nº 1.676/2016.

Tópico 6.3.2.2:

O despacho aduaneiro de exportação pode ser realizado com base em uma

de cinco declarações: a Declaração Única de Exportação (DU-E), a Declaração

de Exportação (DE), a Declaração Simplificada de Exportação (DSE), a DSE-

Page 18: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 18

Formulário e a Declaração de Remessas de Exportação (DRE).

As quatro primeiras se referem às exportações em geral. A DSE-

Formulário é declaração feita em papel para exportações consideradas de

ínfima necessidade de controle. Optou-se por não sobrecarregar o Siscomex

com tais operações, cujas hipóteses estão listadas no artigo 31 da Instrução

Normativa (IN) SRF nº 611/2006.9

...

Excluir os 3 últimos parágrafos de 6.3.2.2 e colocar o texto a seguir:

A DE é a declaração de uso obrigatório para aqueles que não se encaixarem

nas hipóteses de DSE e DSE-Formulário (salvo para as exportações por courier

ou por correio que possuem declaração específica, indicada a seguir). A DE é de

uso facultativo por aqueles que têm direito à utilização dos modelos

simplificados.

Como mencionado no Capítulo 3, a Declaração Única de Exportação (DU-E)

integra o novo processo de exportações, substituindo a DE e a DSE.

No caso de exportações realizadas por meio da Empresa Brasileira de

9 Art. 31. O despacho aduaneiro de exportação poderá ser processado com base em declaração

formulada mediante a utilização dos modelos de formulários Declaração Simplificada de

Exportação – DSE e Folha Suplementar da DSE constantes, respectivamente, dos Anexos VI e

VII a esta Instrução Normativa, instruída com os documentos próprios para cada caso, quando

se tratar de:

I – amostras sem valor comercial;

II – exportações realizadas por pessoa física ou jurídica, sem cobertura cambial e sem

finalidade comercial, cujo valor não ultrapasse US$ 1,000.00 (mil dólares dos Estados Unidos da

América) ou o equivalente em outra moeda;

III – exportações realizadas por missão diplomática, repartição consular de carreira e de caráter

permanente, representação de organismo internacional de que o Brasil faça parte, ou delegação

acreditada junto ao Governo Brasileiro, bem assim por seus respectivos integrantes,

funcionários, peritos ou técnicos;

IV – (revogado)

V – bens submetidos ao regime de exportação temporária, nas hipóteses previstas em

legislação específica;

VI – animais de vida doméstica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial;

VII – exportações previstas no art. 30, quando não for possível o acesso ao Siscomex, em

virtude de problemas de ordem técnica, por mais de quatro horas consecutivas;

VIII – bens destinados a emprego militar e apoio logístico às tropas brasileiras designadas para

integrar força de paz em território estrangeiro;

IX – bens destinados a assistência e salvamento em situações de guerra, calamidade pública ou

de acidentes de que decorra dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente; ou

X – bens retornando ao exterior, cujo despacho aduaneiro de importação tenha sido realizado

por meio da declaração de que trata o art. 4º.

Page 19: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 19

Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de courier (também conhecida como

empresa de transporte porta a porta), no valor de até US$ 10 mil, pode ser

utilizada a Declaração de Remessas de Exportação (DRE), definida na IN

RFB nº 1.737/2017.

Tópico 6.3.2.3:

1) Registro da Declaração de Exportação (DE) ou da Declaração Única de

Exportação (DU-E)

2) Confirmação da Presença de Carga (Recepção dos Bens)

3) Envio da Declaração para Despacho (Apresentação da Carga para

Despacho)

...

A recepção dos documentos de instrução do despacho de exportação

ocorre somente no caso de a declaração ter sido selecionada para conferência,

ou seja, se direcionada para o canal laranja ou vermelho. Não há exigência de

documentos no caso de declaração direcionada para o canal verde.

...

Em relação às etapas do despacho, não há diferença entre o novo

processo de exportação e o antigo. Porém, em relação ao controle

administrativo, elas existem. No processo antigo, as anuências deviam ser

obtidas previamente ao registro da DE. No novo processo, a eventual análise

dos órgãos anuentes é iniciada a partir do registro da DU-E.

Tópico 6.3.3: excluir inteiro e renumerar os seguintes. Linha Azul foi extinta.

Tópico 6.4.3:

Art. 33. O viajante procedente do exterior poderá trazer em sua

bagagem acompanhada, com a isenção dos tributos a que se refere o

caput do art. 32 [imposto de importação, IPI, PIS/PASEP-Importação,

COFINS-Importação]:

I – livros, folhetos, periódicos;

II – bens de uso ou consumo pessoal; e

III – outros bens, observado o disposto nos §§ 1º a 5º deste artigo,

Page 20: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 20

e os limites de valor global estabelecidos nas alíneas “a” e “b” do

inciso III do art. 7º da Portaria MF nº 440/2010.

...

3) a Portaria MF 440/2010 dispõe que a quota de isenção para os “outros

bens” é de US$ 500.00 (vias aérea e marítima) ou US$ 300.00 (vias

terrestre, fluvial e lacustre);10

4) o direito à isenção para os “outros bens” somente pode ser exercido uma

vez a cada trinta dias, independentemente de ter havido uso integral ou

parcial da isenção ou algum pagamento de imposto na primeira viagem;

5) caso a bagagem acompanhada seja extraviada no todo ou em parte, o

viajante deve se apresentar à fiscalização aduaneira para fins de apuração

e registro da parcela da quota de isenção não utilizada. Quando a mala

extraviada for encontrada e for submetida à fiscalização aduaneira, o

viajante poderá usufruir o eventual saldo da quota;

6) A quota de isenção de US$ 500,00 (ou US$ 300,00) somente pode ser

usufruída para os bens constantes da bagagem acompanhada. A

desacompanhada não possui tal quota, restringindo-se a isenção aos bens

de uso pessoal, usados, e aos livros, folhetos e periódicos; e

7) por força da Portaria do Ministro da Fazenda nº 307/2017, a quota de

isenção para bagagem trazida por via terrestre, fluvial ou lacustre será

reduzida para US$ 150.00 a partir de 1º de julho de 2018.

Tópico 6.4.4:

Os bens levados ou enviados pelo viajante ao exterior podem ser

enquadrados no conceito de bagagem ou não. No caso negativo, os bens

deverão ser submetidos ao regime de exportação comum, exigida a

apresentação de declaração de exportação e o eventual pagamento de imposto

de exportação. No positivo, haverá isenção de tributos tanto na bagagem

10 Art. 7º O viajante procedente do exterior poderá trazer em sua bagagem acompanhada,

com a isenção dos tributos a que se refere o art. 6º: I - livros, folhetos e periódicos; II - bens

de uso ou consumo pessoal; e III - outros bens, observado o disposto nos §§ 1º a 5º, e os

limites de valor global de:

a) US$ 500,00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra

moeda, quando o viajante ingressar no País por via aérea ou marítima; e

b) US$ 300,00 (trezentos dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra

moeda, quando o viajante ingressar no País por via terrestre, fluvial ou lacustre.

Page 21: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 21

acompanhada quanto na desacompanhada, havendo diferença apenas em

relação ao despacho aduaneiro. Enquanto a bagagem acompanhada dispensa a

apresentação de declaração aduaneira, a desacompanhada a exige.

Tópico 6.5.1:

Em março de 2018, estava em vigor a sexta versão do procedimento de

habilitação, surgido com a publicação da IN SRF nº 229/2002. A norma que

atualmente trata do assunto é a IN RFB nº 1.603/2015, que dispõe:

Tópico 6.5.2.1:

Periodicamente, as pesquisas internas da RFB detectam empresas com

indícios de interposição fraudulenta, levando à abertura do procedimento de

fiscalização.

Dispõe a IN que a abertura do procedimento especial se dá com o termo

lavrado pela fiscalização, contendo as possíveis irregularidades que motivaram a

instauração. Durante o procedimento, a pessoa jurídica deverá comprovar que

efetivamente opera e que é de fato a adquirente ou vendedora das mercadorias.

Mas isso não basta. Em se tratando de importador, por exemplo, deve comprovar

que fez o pagamento ao exterior, com recursos originados da pessoa jurídica:

Art. 4º Durante o procedimento especial de fiscalização, a empresa

será intimada a comprovar as seguintes informações, no prazo de 20

(vinte) dias:

I – o seu efetivo funcionamento e a condição de real adquirente ou

vendedor das mercadorias, mediante o comparecimento de sócio com

poder de gerência ou diretor, acompanhado da pessoa responsável

pelas transações internacionais e comerciais; e

II – a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o

caso, dos recursos necessários à prática das operações.

...

Art. 11. Concluído o procedimento especial, aplicar-se-á a pena de

perdimento das mercadorias objeto das operações correspondentes,

nos termos do art. 23, V, do Decreto-Lei nº 1.455/1976, na hipótese

de:

...

Page 22: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 22

§ 1º Na hipótese prevista no inciso I do caput, será aplicada, além da

pena de perdimento das mercadorias, a multa de que trata o art. 33

da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007.

§ 2º Na hipótese prevista no inciso II do caput, além da aplicação da

pena de perdimento das mercadorias, será instaurado procedimento

para declaração de inaptidão da inscrição da empresa no Cadastro

Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Tópico 6.5.3:

O artigo 800 do Regulamento Aduaneiro é a base para dois outros

procedimentos especiais de controle aduaneiro: o de arrolamento de bens e

direitos do sujeito passivo e o de propositura de medida cautelar fiscal.

Ambos estão regulamentados pela IN RFB nº 1.565/2015, que lista as hipóteses

de aplicação.

Tópico 6.6:

A Instrução Normativa RFB nº 1.598/2015 dispõe sobre o Programa

Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA). Ele segue as diretrizes da

Organização Mundial das Alfândegas e objetiva a redução de riscos por meio de

certificação dos intervenientes no comércio exterior brasileiro. Estes são os

importadores, exportadores, depositários, transportadores, operadores

portuários e aeroportuários, despachantes aduaneiros, agentes de carga, os

Recintos Especiais para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex) e outros

que vierem a ser definidos pela Coordenação-Geral de Administração Aduaneira

(Coana).

...

A certificação se dá em duas modalidades: OEA-Segurança e OEA-

Conformidade. A primeira serve como um atestado de que o interveniente

cumpre os critérios de segurança definidos na norma, os quais, cabe lembrar,

baseiam-se em critérios fixados pela Organização Mundial das Alfândegas; a

segunda modalidade é um atestado de que o interveniente atende aos critérios

de cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras.

Para se certificar como um OEA e obter as vantagens adiante listadas, o

interveniente tem que cumprir os requisitos de admissibilidade (por exemplo,

entregar Escrituração Contábil Digital, apresentar regularidade fiscal e estar

inscrito no CNPJ há mais de dois anos), os critérios de elegibilidade (por

Page 23: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 23

exemplo, possuir histórico de cumprimento da legislação aduaneira e solvência

financeira) e os critérios específicos por modalidade ou por interveniente. Por

exemplo, para se certificar como OEA-S, o interveniente terá que atender a

critérios de segurança em relação à carga, a parceiros comerciais, acesso físico

e instalações.

E quais são as vantagens para aqueles que se certificarem como OEA?

Existem os benefícios de caráter geral e os específicos para cada tipo de

certificação (OEA-S e OEA-C). Entre os benefícios gerais, destacam-se:

i. o nome do operador é divulgado no sítio da RFB, caso o OEA assim o

autorize;

ii. fica permitida a utilização da logomarca do Programa Brasileiro de OEA;

iii. é designado um servidor como ponto de contato para comunicação

entre a RFB e o OEA, para esclarecimento de dúvidas relacionadas ao

Programa OEA e a procedimentos aduaneiros;

iv. é facultado ao OEA usufruir dos benefícios e vantagens dos Acordos de

Reconhecimento Mútuo que a RFB venha a assinar com as Aduanas de outros

países; e

v. as unidades de despacho aduaneiro da RFB dispensam o OEA de

exigências formalizadas na habilitação a regimes aduaneiros especiais ou

aplicados em áreas especiais que já tenham sido cumpridas no procedimento

de certificação no Programa Brasileiro de OEA.

O uso da logomarca do Programa Brasileiro de OEA simboliza perante

terceiros que aquele interveniente “passou com louvor” pela análise da RFB.

Essa logomarca é especialmente interessante para os prestadores de serviços,

como os transportadores e os despachantes, que podem usá-la como um

diferencial para a captação de clientes.

Os Acordos de Reconhecimento Mútuo (ARM) são celebrados pelos países

que implementaram o Programa de OEA, com as diretrizes dadas pela

Organização Mundial das Alfândegas. Os acordos garantem tratamento mais

favorecido para os OEA uns dos outros. Por exemplo, se o exportador brasileiro

for certificado como OEA, seus bens, ao entrarem em um país que tenha

celebrado um Acordo de Reconhecimento Mútuo com o Brasil, receberão o

tratamento mais favorecido criado por aquele país para seus próprios OEA.

Entre os benefícios específicos concedidos aos certificados como OEA-S,

constam, por exemplo, a definição de percentuais reduzidos de declarações de

exportação selecionadas para conferência e o tratamento prioritário para a

Page 24: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 24

conferência das declarações acaso selecionadas. Já os certificados como OEA-C

possuem, entre outros benefícios, um prazo mais célere para análise de seus

processos de consulta de classificação fiscal e tratamento de armazenamento

prioritário para as cargas importadas.

...

Excluir no final “Pelo cronograma...”

Tópico I.2.2, do Anexo I, NOTA DE RODAPÉ:

No caso de ingresso por fronteira terrestre, a norma regional define que a quota

de isenção será “não inferior a US$ 150,00 (cento e cinquenta dólares) ou o

equivalente em outra moeda.” Nesse caso, o Brasil usa a quota de US$ 300,00

(trezentos dólares), mas a Portaria MF nº 307/2017 definiu a redução para US$

150,00 a partir de 1º/07/2018.

Tópico II.1, do Anexo II, NOTA DE RODAPÉ:

Neste estudo, não trataremos das exportações por conta e ordem, mas apenas

das importações. A previsão para aquelas operações surgiu em junho de 2014,

com a publicação da Lei nº 12.995. Somente três anos depois, a Receita

Federal procedeu à respectiva regulamentação, por meio da IN RFB nº

1.702/2017.

Tópico 7.2.3.1, NOTA DE RODAPÉ:

Até a publicação da Portaria Secex nº .10/2017, havia um prazo máximo para a

venda: 720 (setecentos e vinte) dias. Se não vendesse, o exportador deveria,

dentro desse mesmo prazo, embarcar os bens de volta ao Brasil. Atualmente,

não existe prazo para o retorno da exportação em consignação.

Tópico 7.2.4:

O imposto de importação devido é calculado aplicando-se a alíquota

correspondente à mercadoria importada sobre a base de cálculo. As alíquotas

cobradas sobre cada produto estão relacionadas na Tarifa Externa Comum

(TEC), que nada mais é que uma relação de mercadorias com as respectivas

alíquotas do imposto de importação (II). Quando o importador, ao elaborar a DI

no seu escritório, informa a classificação fiscal da mercadoria, o Siscomex

Page 25: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 25

recupera automaticamente a alíquota do II prevista na TEC (constante da

Resolução Camex nº 125/2016) e também a alíquota de IPI prevista na TIPI

(Tabela de Incidência do IPI, constante no Decreto nº 8.950/2016), aplicando-

as sobre as respectivas bases de cálculo.

Tópico 7.2.6.1:

E como se apura a existência de produtos nacionais similares? Na análise do

controle administrativo das importações e, mais especificamente, do

licenciamento das importações (tópico 4.2.1), vemos que a importação de

mercadorias sujeitas a exame de similaridade está sujeita ao licenciamento

previamente ao embarque. É, portanto, a solicitação da licença de importação

que provoca o Departamento de Comércio Exterior (Decex) a investigar a

existência de similares nacionais. A Portaria Secex nº 23/2011 dispõe que “para

apuração de produção nacional no âmbito da análise de similaridade, o Decex

fará consulta pública periódica acerca de pedidos de importação por meio da

página eletrônica do MDIC na internet (www.mdic.gov.br) e do Portal do

Siscomex (www.siscomex.gov.br).”

Tópico 7.3.4:

Na TIPI, aparecem alíquotas ad valorem e a notação NT (“Não Tributado”).

Os casos de NT se referem a produtos não industrializados, como os animais

vivos. Exclusivamente no caso dos cigarros, o cálculo se dá com a cobrança

cumulativa das alíquotas ad valorem e específica, conforme Decreto nº

7.555/2011.

Tópico 7.4:

Em 2015, foram aumentadas as alíquotas a serem aplicadas sobre as

respectivas bases de cálculo: 2,1% para o PIS/PASEP-Importação e 9,65% para

a COFINS-Importação. Os valores das contribuições são debitados

automaticamente no registro da DI, como ocorre com o imposto de importação

e o IPI.

Tópico 7.4.2:

Em relação à redução, há uma única hipótese vigente, presente no

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de

Semicondutores (PADIS): podem ser importados, com alíquotas reduzidas a

Page 26: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 26

0%, insumos ou bens para o ativo imobilizado de pessoa jurídica que realize

investimento em pesquisa e desenvolvimento de eletrônicos semicondutores

e/ou de mostradores de informação (displays).

...

Posteriormente a 2009, estando, portanto, fora do Regulamento Aduaneiro,

foram criados os seguintes programas de suspensão das contribuições, ainda

vigentes:

1) Recine (Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da

Atividade de Exibição Cinematográfica) – na importação de bens para o ativo

imobilizado de cinemas, há suspensão no recolhimento de imposto de

importação, IPI devido na importação, PIS/PASEP-Importação e COFINS-

Importação (Lei nº 12.599/2012, arts. 12 a 15). Os benefícios podem ser

usufruídos até 31/12/2019;

2) Renuclear (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de

Usinas Nucleares) – na importação de bens para a infraestrutura do setor de

geração de energia elétrica de origem nuclear, há suspensão no recolhimento

de imposto de importação, IPI devido na importação, PIS/PASEP-Importação e

COFINS-Importação (Lei nº 12.431/2012, arts. 14 a 17). Os benefícios podem

ser usufruídos até 31/12/2020; e

3) Retid (Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa) – há

suspensão da cobrança das contribuições incidentes na importação de insumos

para a industrialização dos bens de defesa nacional definidos pelo Ministro da

Defesa. Quando utilizado o insumo na finalidade indicada, a suspensão se

converte em alíquota zero. O regime não pode ser usado por quem é optante

pelo Simples (Lei nº 12.598/2012, arts. 6º a 12).

Tópico 7.5.2:

O sujeito passivo é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que

promova a saída de mercadoria do território aduaneiro. No caso das

exportações realizadas por conta e ordem de um produtor ou revendedor, este

é considerado o exportador (Lei nº 12.995/2014, art. 8º).

Tópico 7.9.1:

1) Regime de Tributação Simplificada: dispensa o registro de Declaração

de Importação, sendo os bens tributados, em regra, à alíquota de 60% sobre

Page 27: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 27

o valor aduaneiro. Só pode ser aplicado se a mercadoria valer até US$ 3,000.00

(três mil dólares) e se não for bebida alcoólica nem produto de tabacaria.

Destacam-se dois tratamentos diferenciados: i) aplica-se a alíquota de 0%

sobre os medicamentos no valor de até US$ 10,000.00 (dez mil dólares),

importados por pessoa física para uso próprio ou individual; e ii) se o

destinatário e o remetente forem pessoas físicas e o bem valer até US$ 50.00

(cinquenta dólares), há isenção do imposto de importação. Há outras hipóteses

de isenção indicadas na IN RFB nº 1.737/2017: amostras e remessas postais

sem valor comercial e bens de uso ou consumo pessoal, usados, integrantes de

bagagem desacompanhada.

2) Regime de Importação Comum: caso a mercadoria tenha valor

superior a US$ 3,000.00 ou se for produto de tabacaria ou bebida alcoólica, o

tratamento simplificado não poderá ser utilizado. Nesse caso, ela será retida

pela Receita Federal e enviada para o armazém do depositário (Infraero, por

exemplo) para aplicação do regime de importação comum, devendo ser

registrada uma DI de consumo. Note que, para se verificar o limite de US$

3,000.00, usa-se o valor da mercadoria e não o valor aduaneiro, mas, para se

tributar, a base de cálculo é o valor aduaneiro. A tributação pelo regime de

importação comum também pode ocorrer por opção do destinatário que tenha

direito ao regime de tributação simplificada.

Tópico 7.9.3:

O governo brasileiro, visando diminuir o descaminho, criou, pela Lei nº

11.898/2009, o Regime de Tributação Unificada (RTU), que simplifica as

importações do Paraguai por parte de Microempreendedor Individual (MEI),

microempresa optante pelo Simples Nacional (Lei Complementar nº 123/2006)

e empresário individual (Código Civil, art. 966). A adesão ao regime é opcional,

mas o chamariz é a simplificação do despacho aduaneiro e da sistemática de

pagamento dos tributos.

...

O RTU é regulamentado pela IN RFB nº 1.698/2017.

Capítulo 8:

O Regulamento Aduaneiro (RA) de 2009 trata de 17 (dezessete) espécies de

regimes aduaneiros especiais: trânsito aduaneiro, admissão temporária e

admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, drawback, entreposto

aduaneiro, entreposto industrial sob controle informatizado (RECOF),

Page 28: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 28

exportação temporária e exportação temporária para aperfeiçoamento passivo,

depósito especial, depósito afiançado, loja franca, depósito alfandegado

certificado, depósito franco, REPETRO, RECOM, REPEX e REPORTO. Os quatro

últimos não serão abordados neste livro por serem voltados a setores

econômicos específicos. Posteriormente a 2009, surgiu o RECOF-SPED,

considerado uma evolução em relação ao RECOF.

Tópico 8.1.3.2.3:

A regulamentação da Receita Federal consta atualmente na IN RFB nº

1.600/2015.

Consideremos que o regime possui três modalidades: a relativa à suspensão

total dos tributos, a relativa à utilização econômica e a admissão temporária

para aperfeiçoamento ativo. No caso da admissão de bens para utilização

econômica, a suspensão é parcial, não tendo sido relacionados os bens. Afinal,

para se submeter a essa modalidade, a espécie de bem é irrelevante, desde

que seja empregada “na prestação de serviços a terceiros ou na produção de

outros bens destinados a venda” (RA, art. 373, § 1º).

Já os bens passíveis de submissão à suspensão total dos tributos foram

listados nos artigos 3º a 5º da IN. O art. 3º dispõe sobre os casos sujeitos ao

procedimento geral de concessão do regime.11 Os casos indicados nos arts. 4º e

11 Art. 3º Poderão ser submetidos ao regime de admissão temporária com suspensão total do

pagamento de tributos incidentes na importação:

I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, políticos, educacionais, esportivos, religiosos,

comerciais ou industriais;

II - bens destinados à montagem, manutenção, conserto ou reparo de bens estrangeiros ou

nacionalizados, autorizada a aplicação do regime a partes e peças destinadas à substituição

exclusivamente em bens estrangeiros;

III - bens destinados à homologação, ensaios, testes de funcionamento ou resistência, ou ainda

a serem utilizados no desenvolvimento de produtos ou protótipos;

IV - bens destinados à reposição temporária de bens importados, em virtude de garantia;

V - bens destinados à reprodução de fonogramas e de obras audiovisuais, importados sob a

forma de matrizes;

VI - bens destinados à produção de obra audiovisual;

VII - bens destinados à promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e

mostruários de representantes comerciais;

VIII - animais para exposições, feiras, pastoreio, adestramento, trabalho, cobertura e cuidados

da medicina veterinária;

IX - veículos terrestres e embarcações de esporte e recreio, inclusive motos aquáticas,

destinados ao uso particular de viajante não residente, transportados ao amparo de

conhecimento de carga; e

X - selos de controle fiscal emitidos por países estrangeiros para serem utilizados em produtos

nacionais ou nacionalizados destinados a exportação para esses países.

Page 29: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 29

5º se referem a situações em que a concessão do regime é facilitada. Abrangem

os casos, por exemplo, de concessão automática e de dispensa de etapas do

despacho aduaneiro.

Independentemente do procedimento de concessão, todos os bens listados

possuem a característica da temporariedade da importação, ou seja, entram no

país para cumprirem determinada função e, posteriormente, serem

reexportados.

Em relação ao regime de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo, a lista de bens também é desnecessária, pois ele é aplicável às

mercadorias importadas para serem usadas na industrialização própria ou de

bens estrangeiros, como dispõe o Regulamento Aduaneiro:

Art. 380. O regime aduaneiro especial de admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo é o que permite o ingresso, para permanência

temporária no País, com suspensão do pagamento de tributos, de

mercadorias estrangeiras ou desnacionalizadas, destinadas a operações

de aperfeiçoamento ativo e posterior reexportação.

§ 1º Consideram-se operações de aperfeiçoamento ativo, para os

efeitos deste Capítulo:

I - as operações de industrialização relativas ao beneficiamento, à

montagem, à renovação, ao recondicionamento, ao acondicionamento

ou ao reacondicionamento aplicadas ao próprio bem; e

II - o conserto, o reparo, ou a restauração de bens estrangeiros.

(...)

Tópico 8.1.3.2.4:

Em regra, o pedido de concessão do regime ocorre com a apresentação do

Requerimento de Admissão Temporária (RAT), formalizado em processo

administrativo previamente ao registro da Declaração de Importação (DI). A

análise do pedido ocorre no curso do despacho aduaneiro. O termo de

responsabilidade é constituído, sendo nele anotado o montante dos tributos

suspensos. A garantia dos tributos somente é exigida na modalidade de

suspensão parcial dos tributos.

Em situações excepcionais, os bens importados se submetem a

procedimentos simplificados. Há, por exemplo, dispensa de verificação física

dos bens importados por museus e por instituições de pesquisa, sem fins

Page 30: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 30

lucrativos. Também há casos em que os bens recebem o regime de admissão

temporária de forma automática, não havendo nem mesmo o registro de

declaração de importação. Ocorre, por exemplo, em relação aos navios

estrangeiros que estiverem realizando cruzeiros no Brasil e aos veículos oficiais

que trouxerem Chefes de Estado em visita ao país.

Tópico 8.1.3.2.5:

O prazo do regime de admissão temporária depende da finalidade da

importação, mas, em regra, é de seis meses, prorrogáveis por outros seis.

No caso de admissão temporária para utilização econômica, o prazo é igual

àquele previsto no contrato de arrendamento operacional, de aluguel ou de

empréstimo, celebrado entre o importador e a empresa estrangeira, limitado a

100 meses.

Na admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, o prazo é o previsto no

contrato de prestação de serviço celebrado entre o importador e a pessoa

estrangeira.

Tópico 8.1.3.2.7:

Por força do artigo 364, as obrigações fiscais constituídas no termo de

responsabilidade devem ser objeto de garantia apresentada pelo importador.

Contudo, o mesmo artigo permite que a Receita Federal a dispense, o que

efetivamente ocorreu nas modalidades de suspensão total e de aperfeiçoamento

ativo, mantendo-se a exigência da garantia somente na admissão temporária

para utilização econômica.

Tópico 8.1.3.5.

Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (RECOF) e RECOF-SPED

(Sistema Público de Escrituração Digital)

Tópico 8.1.3.5.1:

O RECOF é concedido pela Receita Federal para as empresas que tiverem

patrimônio líquido igual ou superior a R$ 10 milhões e que possuírem sistema

informatizado de controle. Usando o sistema, a Receita Federal faz auditorias no

estoque da empresa visando checar a destinação dos bens importados. As

empresas precisam também assumir, em regra, dois compromissos: i) exportar

um valor mínimo anual, atualmente fixado em cinco milhões de dólares norte-

Page 31: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 31

americanos; e ii) aplicar anualmente, na produção de bens, o mínimo de 80%

(oitenta por cento) das mercadorias estrangeiras admitidas no regime.

Em 2016, a IN RFB nº 1.612 definiu as regras para o RECOF-SPED,

considerado um aperfeiçoamento do RECOF modalidade comum, mas sem o

extinguir. Uma das diferenças do novo regime é a dispensa de utilização de

sistema informatizado específico de controle. Os bens admitidos são registrados

somente nos livros contábeis digitais, no SPED. Não há aumento de custos,

visto que a escrituração no sistema público já faz parte das obrigações da

empresa. Outro benefício é a dispensa de patrimônio líquido mínimo.

Tópico 8.1.3.5.3:

Excluir o parágrafo “Por fim, de acordo ...”, pois a Linha Azul acabou.

Tópico 8.1.3.6.2, excluir o segundo parágrafo, o artigo e o terceiro parágrafo:

A lista de bens passíveis de aplicação do regime de exportação temporária

consta na IN RFB nº 1.600/2015.12

12 Art. 91. Poderão ser submetidos ao regime de exportação temporária:

I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, educacionais, religiosos, artísticos culturais,

esportivos, políticos, comerciais ou industriais;

II - bens destinados às atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico

aprovadas pelo CNPq ou pela Finep;

III - bens destinados a pastoreio, adestramento, cobertura e cuidados da medicina veterinária;

IV - bens destinados a promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e

mostruários de representantes comerciais, representantes legais, colaboradores ou prepostos

das empresas solicitantes do regime;

V - bens destinados ao emprego militar e apoio logístico às tropas brasileiras designadas para

integrar força de paz em território estrangeiro;

VI - bens destinados a assistência e salvamento em situações de calamidade ou de acidentes de

que decorra dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente;

VII - bens destinados à prestação de assistência técnica a produtos exportados, em virtude de

garantia;

VIII - bens destinados à substituição de outro bem ou produto nacional, ou suas partes e peças,

anteriormente exportado definitivamente, que deva retornar ao País para reparo ou

substituição, em virtude de defeito técnico que exija sua devolução;

IX - bens destinados a homologação, ensaios, testes de funcionamento ou resistência, ou ainda

a serem utilizados no desenvolvimento de produtos ou protótipos;

X - bens destinados a execução de contrato de arrendamento operacional, de aluguel, de

empréstimo ou de prestação de serviços, no exterior;

XI - bens destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de padrões metrológicos,

aprovadas pelo Inmetro;

XII - veículos terrestres ou embarcações de esporte e recreio, inclusive motos aquáticas,

destinadas ao uso de seu proprietário ou possuidor, transportados ao amparo de conhecimento

Page 32: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 32

Tópico 8.1.3.6.5:

Em primeiro lugar, a exportação em consignação não é um regime

aduaneiro especial concedido pela Receita Federal. É um regime administrativo

concedido pela Secex, com base na Portaria Secex nº 23/2011, e concluído com

uma das duas providências: o ingresso dos recursos ou o embarque da

mercadoria no exterior. Até a publicação da Portaria Secex nº 10/2017, havia o

prazo máximo de 720 (setecentos e vinte) dias do embarque para comprovação

da providência tomada. O prazo foi extinto.

...

Por tudo isso, a IN RFB nº 1.600/2015 dispõe: “O regime de exportação

temporária não se aplica a bens exportados ao amparo de contrato estimatório

(consignação).” (art. 93).

...

Excluir “Sobre as exportações em consignação...” e o artigo 203.

Tópico 8.1.3.8:

- no início:

As lojas francas, mais conhecidas como free shops, podem ser instaladas

em portos e aeroportos alfandegados. Seu funcionamento é definido na

Portaria do Ministro da Fazenda nº 112/2008.

- no final, substituir o último parágrafo por:

Apesar da regulamentação pelo Ministro da Fazenda, a instalação de lojas

francas de fronteira ainda dependia de ato normativo da Receita Federal, que

somente surgiu em março de 2018: IN RFB nº 1.799. Até a edição deste livro,

ainda não havia nenhuma loja franca de fronteira funcionando.

Tópico 9.2:

Aproximadamente a cada cinco anos, o SH é revisado. Códigos específicos

são criados para mercadorias que tenham tido um incremento significativo no

comércio internacional. Ao mesmo tempo, alguns códigos são retirados da

nomenclatura, tendo em vista que os bens respectivos caíram em desuso ou

deixaram de existir. Neste caso, por exemplo, podemos citar os códigos de carga;

XIII - bens integrantes de bagagem desacompanhada de residente.

Page 33: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 33

relativos aos aparelhos de telégrafo e às vitrolas, bens que viraram “peças de

museu”. Também as descrições dos bens sofrem mudanças nas revisões do SH.

A estrutura atual do SH está em vigor desde 1º de janeiro de 2017, fruto da VI

Emenda do SH, concluída em 2014.

Tópico 9.2.1:

A OMA pode ser entendida como um organismo composto por 182

administrações aduaneiras (177 países mais cinco territórios). Cada membro

mantém na organização uma delegação, que, muito provavelmente, é composta

de pessoas ligadas à área aduaneira. É um pouco arriscado afirmar que na OMA

se encontram fiscais aduaneiros de todos os 182 membros, mas, se esta não é

a realidade (dependeria de se analisar o currículo dos vários representantes,

com a dificuldade de que podem ser substituídos a qualquer momento pelos

respectivos governos), está-se bem próxima a ela.

Tópico 9.4:

Considerando que o SH é uma lista de todas as mercadorias existentes (e

por existir) no mundo, muitos termos utilizados não são familiares mesmo aos

que operam no comércio exterior. Existem mercadorias e máquinas cuja

existência é conhecida por poucos. Como o sistema deve ser acessível a

qualquer pessoa, seus criadores consideraram necessário explicitar, para cada

posição do SH, o alcance dos termos nela utilizados e as características que

identificam os bens aí classificáveis. Este conjunto de detalhamentos vinculados

aos códigos constantes na nomenclatura recebeu o nome de Notas

Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de

Mercadorias (NESH), estando em vigência no Brasil as internalizadas por

meio da IN RFB nº 1.788/2018.

...

Sendo a Organização Mundial das Alfândegas (OMA) a criadora do SH, é

comum que os países a consultem acerca de eventuais produtos e respectivas

classificações. Nesses casos, o Comitê do SH, da OMA, se manifesta por meio

de classification decisions. De tempos em tempos, a RFB traduz estas decisões

e as publica sob o título de “pareceres de classificação”. Atualmente está em

vigor a IN RFB nº 1.747/2017:

Art. 1º Fica aprovada, na forma da Coletânea disponível no Sítio da

Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, no endereço

Page 34: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 34

rfb.gov.br, a tradução para a língua portuguesa dos pareceres de

classificação do Comitê do Sistema Harmonizado, da Organização

Mundial das Alfândegas (OMA), atualizados até janeiro de 2017.

...

De acordo com a IN RFB nº 1.464/2014, o sujeito passivo pode formular

processo administrativo de consulta à Receita Federal acerca de classificação

fiscal de produto determinado. Cabe à COSIT (Coordenação-Geral de

Tributação) a elaboração da Solução de Consulta, em instância única.

...

No caso de haver Soluções de Consulta conflitantes, a COSIT publica a

Solução de Divergência, também de observação compulsória, como disposto

na citada IN RFB.

Tópico 11.2:

Por fim, o artigo 684 dispõe que a imposição e o cumprimento das

penalidades não afastam a cobrança dos tributos devidos nem a imposição de

penalidades previstas na legislação criminal ou especial, salvo disposição de lei

em contrário. Portanto, em regra, o pagamento das penalidades não livra o

sujeito de outras punições ou dos tributos. Exceção digna de nota se refere à

extinção da punibilidade em matéria penal e faz parte da jurisprudência do STJ:

“o adimplemento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o

advento do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de

extinção da punibilidade do acusado.”13

Tópico 11.2.1.2:

O art. 774 indica que o julgador no caso de processo de perdimento de

mercadorias e de veículos é o Ministro da Fazenda. Já o art. 777 indica que o

julgador nos processos de perdimento de moeda é o Secretário da Receita

Federal. Ambas as competências podem ser delegadas, como consta nos

parágrafos dos citados artigos. Efetivamente, os Delegados da Receita Federal

receberam a delegação de competência para “aplicar pena de perdimento de

mercadorias, veículos e moedas” (art. 336 do Regimento Interno da RFB).

13 HC 362.478/SP, julgamento em 20/09/2017, Min. Relator Jorge Mussi

Page 35: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 35

Tópico 11.2.2:

No tópico 9.6, foi apresentada a multa de 1% sobre o valor aduaneiro, na

hipótese de erro de classificação fiscal. Referida multa, prevista no art. 711,

também é aplicada nos casos de:

a) mercadorias quantificadas incorretamente na unidade de medida

estabelecida pela RFB; e

b) Declaração de Importação preenchida de forma inexata ou incompleta

em relação a quaisquer informações do anexo único da IN SRF nº 680/2006

(Solução de Consulta Interna COSIT nº 26/2013).

Tópico 11.3.2:

- após art. 34:

Importante notar que a punibilidade não pode ser afastada em relação ao

crime de descaminho, pois este não é considerado crime contra a ordem

tributária. No caso de descaminho, o pagamento dos tributos devidos não

“salva” o criminoso.14

Acerca do limite temporal fixado no art. 34 para pagamento do débito

tributário, o STJ já se manifestou no sentido de se extinguir a punibilidade do

infrator, mesmo que o pagamento ocorra após o recebimento da denúncia: “o

adimplemento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o

advento do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de

extinção da punibilidade do acusado.”15

A partir da Lei nº 12.382/2011, o sujeito passivo que vier a ser condenado

por decisão administrativa final poderá ter sua punibilidade penal afastada

também no caso de entrar em programa de parcelamento da Receita Federal.

Nesse caso, porém, a punibilidade não fica extinta, mas suspensa, enquanto o

sujeito passivo se mantiver no programa.

A punibilidade somente é afastada com o pagamento (ou com o

parcelamento) dos valores devidos. É certo então que as condutas criminosas

que, na legislação aduaneira, sejam punidas com o perdimento dos bens não se

14 “2. O bem jurídico tutelado pelo artigo 334 do Estatuto Repressivo vai além do valor do

imposto iludido ou sonegado, pois, além de lesar o Fisco, atinge a estabilidade das atividades

comerciais dentro do país, dá ensejo ao comércio ilegal e à concorrência desleal, gerando uma

série de prejuízos para a atividade empresarial brasileira. 3. Assim, o descaminho não pode ser

equiparado aos crimes materiais contra a ordem tributária, o que revela a impossibilidade de

que o agente tenha a sua punibilidade extinta pelo pagamento do tributo.” (RHC 43.558/SP,

Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 05/02/2015) 15 HC 362.478/SP, Min. Relator Jorge Mussi, julgado em 20/09/2017.

Page 36: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 36

beneficiam da extinção ou da suspensão. Inexistindo pagamento devido, a

representação deve ser enviada ao Ministério Público depois de aplicada a pena

de perdimento, considerando-se também que não há segunda instância

administrativa nesse tipo de processo.

Apesar de a legislação impor à Receita Federal a obrigatoriedade de remeter

a representação fiscal para fins penais ao Ministério Público Federal após a

decisão final na esfera administrativa, a jurisprudência do STF se consolidou no

sentido de a condenação penal não depender de referido termo:

“A consumação do delito de descaminho e a posterior abertura de

processo-crime não estão a depender da constituição administrativa

do débito fiscal. Primeiro, porque o delito de descaminho é

rigorosamente formal, de modo a prescindir da ocorrência do resultado

naturalístico. Segundo, porque a conduta materializadora desse crime é

‘iludir’ o Estado quanto ao pagamento do imposto devido pela entrada,

pela saída ou pelo consumo de mercadoria. E iludir não significa outra

coisa senão fraudar, burlar, escamotear” (HC 99.740, Segunda Turma,

Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de 1º.02.11)

Tópico 11.3.3, excluir a partir da metade da pág. 505 até o final e trocar por:

Especificamente no caso das infrações cujas penalidades envolvem crédito

tributário, os tribunais superiores (STF e STJ) utilizam o limite de R$ 20.000,00

para o trancamento da ação penal.16

Sabendo-se que o descaminho é o não pagamento de tributos aduaneiros, a

ele tem sido aplicado judicialmente o Princípio da Insignificância. Por outro lado,

sendo o contrabando uma ação criminosa que não implica apenas a falta de

pagamento de tributos, mas a importação de algo que foi expressamente

vedado pela legislação em função da ocorrência de danos, por exemplo, à

saúde ou ao meio ambiente, então não há que se falar em ação insignificante.

16 “Recentemente, o patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para o arquivamento de

execuções fiscais, estabelecido pela Lei nº 10.522/2002, foi majorado para R$ 20.000,00 (vinte

mil reais) pelas Portarias 75 e 130/2012 do Ministério da Fazenda. Desse modo, as execuções

fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado for igual ou inferior a R$

20.000,00 (vinte mil reais), podem ser arquivadas, aplicando-se o princípio da insignificância”

(STF, 1ª Turma, HC 120.617, 04/02/2014, Rel. Min. Rosa Weber).

“Assim, a tese fixada passa a ser a seguinte: incide o princípio da insignificância aos crimes

tributários federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o

limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002,

com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda.”

(STJ, REsp 1709029 MG, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/02/2018)

Page 37: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 37

Enfim, ao crime de contrabando o Judiciário não costuma aplicar o princípio.17

Tópico 12.2.3, NOTA DE RODAPÉ:

Em março de 2018, a Convenção de Viena, da UNCITRAL, estava em vigor para

89 (oitenta e nove) Estados, e a da UNIDROIT, para apenas nove.

Tópico 13.1.7:

Há três modalidades pré-embarque: a genérica Pré-Embarque e as

específicas “Pré-Embarque Empresa Inovadora” e “Pré-Embarque Empresa

Âncora”. As duas primeiras são dirigidas aos próprios produtores de bens

exportáveis; a terceira, a adquirentes/exportadores. Nesse caso, o

financiamento à exportação é indireto, pois os recursos são liberados para que

as chamadas empresas-âncora adquiram internamente bens para exportar.

Tópico 13.1.8:

As micro e pequenas empresas têm condições favorecidas de financiamento

por meio do Programa de Geração de Emprego e Renda voltado às exportações

(PROGER-Exportação). Apenas as empresas com faturamento bruto anual de

até R$ 10 milhões (dez milhões de reais) podem se habilitar ao programa,

sendo R$ 600 mil (seiscentos mil reais) o valor máximo financiável. O

financiamento é em reais, utilizando-se recursos do Fundo de Amparo ao

Trabalhador (FAT).

17 Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. CONTRABANDO. INTERNAÇÃO DE PRODUTO

TAXATIVAMENTE PROIBIDO EM TERRITÓRIO NACIONAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.

REPROVABILIDADE DA CONDUTA. NÃO INCIDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. (...) 3. Assim, por

menor que possa ter sido o resultado da lesão patrimonial, a definição da insignificância não

descarta a análise dos demais elementos do tipo penal. O contrabando, delito aqui imputado ao

paciente, é figura típica cuja objetividade jurídico-penal abrange não só a proteção econômico-

estatal, mas em igual medida interesses de outra ordem, tais como a saúde, a segurança

pública e a moralidade pública (na repressão à importação de mercadorias proibidas), bem

como a indústria nacional, que se protege com a barreira alfandegária. 4. O caso envolve a

prática do crime de contrabando de veículo usado, comportamento dotado de intenso

grau de reprovabilidade, dados os bens jurídicos envolvidos, o que impede a aplicação

do princípio da insignificância. 5. Ordem denegada. (STF, HC 114.315/RS, Relator Min. Teori

Zavascki, Julgamento: 15/09/2015) (grifos meus)

Page 38: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 38

Capítulo 14:

Vejamos o Crédito Presumido de IPI. Com as Leis nos 10.637/2002 e

10.833/2003, o PIS/PASEP e a COFINS passaram a ser cobrados de forma não

cumulativa. No entanto, alguns setores foram expressamente excluídos dessa

sistemática, conforme os arts. 8º e 10, respectivamente. Para os setores

excluídos, continua valendo a sistemática da cumulatividade das cobranças,

sem direito a crédito referente às aquisições. As alíquotas gerais do regime

cumulativo são inferiores às usadas no não cumulativo (0,65% e 3% de

PIS/PASEP e COFINS contra 2,1% e 9,65%, respectivamente).

Tópico 15.4.4:

O seguro de crédito à exportação não cobre apenas os riscos pós-embarque.

Pela leitura do art. 1º, I, do decreto citado, vê-se que o seguro pode amparar a

fase de produção do bem ou do serviço, como será explicado adiante:

Art. 1º O Seguro de Crédito à Exportação – SCE tem a finalidade de

garantir as operações de crédito à exportação contra os riscos

comerciais, políticos e extraordinários que possam afetar:

I – a produção de bens e a prestação de serviços destinados à

exportação brasileira;

II – as exportações brasileiras de bens e serviços.

III – as exportações estrangeiras de bens e serviços, desde que

estejam associadas a exportações brasileiras de bens e serviços ou

que contenham componentes produzidos ou serviços prestados por

empresas brasileiras, com o compartilhamento correspondente de

risco com agências de crédito à exportação estrangeiras, seguradoras,

resseguradoras, instituições financeiras e organismos internacionais,

observado o disposto no art. 4º da Lei nº 6.704, de 26 de outubro de

1979.

O inciso I trata dos riscos pré-embarque, e os incisos II e III, dos riscos pós-

embarque. Ambos os riscos podem ser subdivididos em comerciais, políticos e

extraordinários. Os riscos comerciais decorrem de problemas surgidos na

pessoa do próprio comprador. Por exemplo, ele dolosamente não honrou o

compromisso de pagar (seja antes do embarque, seja após este) ou foi à

falência:

...

Page 39: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 39

Art. 3º Consideram-se riscos políticos e extraordinários a ocorrência,

isolada ou cumulativamente, das seguintes situações:

I – mora pura e simples do devedor público por prazo igual ou

superior a cento e oitenta dias da data do vencimento da primeira

parcela não paga;

II – rescisão arbitrária, pelo devedor público, do contrato garantido;

III – moratória geral decretada pelas autoridades do país do devedor

ou de outro país por intermédio do qual o pagamento deva ser

efetuado;

IV – qualquer outro ato ou decisão das autoridades de um outro país

que impeça a execução do contrato garantido;

V – por decisão do Governo brasileiro, de governos estrangeiros ou de

organismos internacionais, posterior aos contratos firmados, resulte a

impossibilidade de se realizar o pagamento pelo devedor;

VI – superveniência, fora do Brasil, de guerra, revolução ou motim, de

catástrofes naturais, tais como ciclones, inundações, terremotos,

erupções vulcânicas e maremotos, que impeçam a execução do

contrato garantido;

VII – inadimplemento por parte do Banco Central do país do devedor,

no âmbito do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos – CCR,

por prazo superior a cento e vinte dias das compensações

quadrimestrais.

Os incisos I a V e VII do art. 3º se referem a inexecuções geradas por um

governo e, portanto, são os riscos políticos. Já o inciso VI refere-se a eventos

que independem do governo, sendo caracterizados como os riscos

extraordinários.

Retomemos a classificação pré-embarque vs. pós-embarque. O art. 4º, I,

indica que os riscos cobertos na fase pré-embarque são chamados “riscos de

fabricação” e significam a interrupção, de forma genérica, das obrigações

contratuais do devedor por 180 dias no período entre a data da celebração do

contrato até o embarque dos bens (ou a prestação do serviço). Em outras

palavras, o risco de fabricação se concretiza não só quando o devedor deixa de

pagar, mas quando descumpre alguma obrigação contratual, como, por

exemplo, deixa de fornecer insumos ou especificações necessárias para a

produção.

O seguro pode ser contratado tanto pelo exportador quanto pela instituição

Page 40: Legislação Aduaneira - blog.pontodosconcursos.com.br · Aduaneira entre 2015 e 2018 e que foram incluídas na 7ª edição do livro de “Comércio Internacional e Legislação

Legislação Aduaneira

Atualizações

Prof. Rodrigo Luz

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Rodrigo Luz 40

que financiar ou garantir a produção ou a exportação dos bens e serviços:

Art. 1º: (...)

§ 1º O Seguro de Crédito à Exportação poderá ser utilizado por

exportadores e por instituições financeiras, agências de crédito à

exportação, seguradoras, resseguradoras, fundos de investimento e

organismos internacionais que financiarem, refinanciarem ou garantirem a

produção de bens e a prestação de serviços destinados à exportação

brasileira e as exportações brasileiras de bens e serviços, assegurado

tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para as micro e

pequenas empresas nos termos deste regulamento.