leão alimentos e bebidas - 16 08 13

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Jornal dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 16 de agosto de 2013 - Distribuição: Leão Alimentos e Bebidas Depois de cinco rodadas de negociação, empresa insiste em não apresentar progresso para nova escala de trabalho. Em assembleia, categoria já manifestou insatisfação com jornada atual. O clima na Leão Alimentos e Bebidas é de revolta. Primeiro por causa da postura intolerante da empresa em não rever a escala 6x2 e negar-se a discutir a proposta dos trabalhadores. Segundo por demitir 30 trabalhadores no dia 9, totalizando 57 no decorrer da semana com a simples ale- gação de que não se “adequavam ao perfil”. Na verdade, o termo utilizado pela empresa para se referir aos trabalhadores foi tão desrespeitoso que nos recusamos a reproduzir aqui em consideração à cate- goria. Com essa postura, a empresa terá de enfrentar a reação dos trabalhadores e do Sindicato. Por isso, para começar, o Sindialimentação suspendeu a Assembleia que iria realizar sobre a jornada de trabalho. A Mordida da Leão A Leão não quer negociar para tirar vantagem sobre os trabalhadores. Não vamos admitir abusos. Queremos avanços.Queremos respeito! História da luta pela jornada Até 2011, a Leão Alimentos praticava uma jornada absurda de 6x1 em todas as áreas da empresa. Atendendo à reivindi- cação da categoria, o Sindialimentação pressionou pela negociação de uma nova jornada. Naquele ano, os trabalhadores apro- varam em Assembleia a implantação da escala 6x2. Apesar de ainda não ser a jor- nada ideal, essa negociação resultou na redução da escala de 44 para 38 horas se- manais e na geração de 300 novos postos de trabalho. Apesar da 6x2 ser um progresso em relação à jornada anterior, agora os tra- balhadores têm a justa reivindicação de avançar com as conquistas sobre a 6x2, que impede o convívio familiar, a prática do lazer, pois a folga de três dias nos fins de semana acontece apenas a cada um mês e meio. O Sindicato sugeriu à empresa a implanta- ção da escala 6x3, mas a Leão recusou a proposta. Diante disso, o Sindicato buscou alternativas para garantir melhor qualida- de de vida aos traba- lhadores da 6x2. Afinal, a pesquisa de opinião realizada na fábrica já comprovava a insatisfa- ção da categoria com o regime de trabalho: 57% dos entrevistados estão insatisfeitos com a atual escala, contra apenas Sindicato apresenta alternativa e empresa ignora desejo da categoria 13,51% que estão satisfei- tos. Outros 22,6% até con- cordam em continuar na 6x2, desde que sejam fei- tas mudanças. Nas cinco rodadas de negociação entre Sin- dicato e empresa, não houve avanço algum. A Leão Alimentos quis dar uma de esperta dizendo que vai “dar” aos traba- lhadores o 1º de Maio, não realizando horas ex- tras. Uma proposta que é um deboche, porque esse feriado já é nosso!

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Jornal dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 16 de agosto de 2013 - Distribuição: Leão Alimentos e Bebidas

Depois de cinco rodadas de negociação, empresa insiste em não apresentar progresso para nova escala de trabalho. Em assembleia, categoria já manifestou insatisfação com jornada atual.

O clima na Leão Alimentos e Bebidas é de revolta. Primeiro por causa da postura intolerante da empresa em não rever a escala 6x2 e negar-se a discutir a proposta dos trabalhadores. Segundo por demitir 30 trabalhadores no dia 9, totalizando 57 no decorrer da semana com a simples ale-gação de que não se “adequavam ao perfil”.

Na verdade, o termo utilizado pela empresa para se referir aos trabalhadores foi tão desrespeitoso que nos recusamos a reproduzir aqui em consideração à cate-goria. Com essa postura, a empresa terá de enfrentar a reação dos trabalhadores e do Sindicato. Por isso, para começar, o Sindialimentação suspendeu a Assembleia que iria realizar sobre a jornada de trabalho.

A Mordida da Leão

A Leão não quer negociar para tirar vantagem sobre os

trabalhadores. Não vamos admitir abusos. Queremos

avanços.Queremos respeito!História da luta pela jornada

Até 2011, a Leão Alimentos praticava uma jornada absurda de 6x1 em todas as áreas da empresa. Atendendo à reivindi-cação da categoria, o Sindialimentação pressionou pela negociação de uma nova jornada.

Naquele ano, os trabalhadores apro-varam em Assembleia a implantação da escala 6x2. Apesar de ainda não ser a jor-nada ideal, essa negociação resultou na redução da escala de 44 para 38 horas se-manais e na geração de 300 novos postos de trabalho.

Apesar da 6x2 ser um progresso em relação à jornada anterior, agora os tra-balhadores têm a justa reivindicação de avançar com as conquistas sobre a 6x2, que impede o convívio familiar, a prática do lazer, pois a folga de três dias nos fins de semana acontece apenas a cada um mês e meio.

O Sindicato sugeriu à empresa a implanta-ção da escala 6x3, mas a Leão recusou a proposta. Diante disso, o Sindicato buscou alternativas para garantir melhor qualida-de de vida aos traba-lhadores da 6x2. Afinal, a pesquisa de opinião realizada na fábrica já comprovava a insatisfa-ção da categoria com o regime de trabalho: 57% dos entrevistados estão insatisfeitos com a atual escala, contra apenas

Sindicato apresenta alternativae empresa ignora desejo da categoria

13,51% que estão satisfei-tos. Outros 22,6% até con-cordam em continuar na 6x2, desde que sejam fei-tas mudanças.

Nas cinco rodadas de negociação entre Sin-dicato e empresa, não houve avanço algum. A Leão Alimentos quis dar uma de esperta dizendo que vai “dar” aos traba-lhadores o 1º de Maio, não realizando horas ex-tras. Uma proposta que é um deboche, porque esse feriado já é nosso!

INFORMATIVO DOS TRABALHADORES NASINDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DO ES

Estrada Jerônimo Monteiro, 1732 - Vila Velha - ESTelefone: 3339-5027E-mail: [email protected]

COORDENADORA GERAL DO SINDICATOLinda Morais

COORDENADOR DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃOElifas Medeiros

EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃOSylvia Ruth

ESTAGIÁRIAMarina Denadai

A postura da Leão Ali-mentos com os trabalhadores é

inaceitável. Não discutir as propos-tas da categoria e ainda demitir trabalhadores em pleno período de negociação é uma afronta. A Leão Alimentos está desafiando os trabalhadores e não enxerga o grau de insatisfação que impera na empresa. Uma boa demons-tração desse descontentamento foi a manifestação espontânea de dezenas de trabalhadores que colocaram seus nomes à disposi-ção da empresa.

Todos os trabalhadores me-recem ser valorizados, pois dão o seu máximo para que ela atinja suas metas, seus resultados. O que a categoria quer é aliar trabalho com qualidade de vida. A empre-sa esquece que quanto mais sa-tisfeito o trabalhador estiver, me-lhor será para a produção.

O desrespeito da Leão com a categoria não pode ser tolerado por nenhum trabalhador. Vamos permanecer firmes na luta por avanços nessa negociação e sua participação, trabalhador, é sem-pre muito importante!

Depois do dia 19, novos en-caminhamentos serão apresen-tados. É fundamental que a cate-goria mantenha sua indignação e se valorize, não cedendo jamais a intimidações, ameaças e em-bromação por parte da empresa!

À luta, companheiros!

A jornada praticada atualmente pela empresa perdeu sua validade desde o dia cinco de agosto, pra-zo limite dado pelo Sindicato para que a empresa apre-sentasse propostas de avan-ços. A Leão ofereceu uma proposta que não atende a toda a categoria, com uma pequena melhoria para a escala 6x1. Como não hou-ve uma conciliação sobre a nova jornada, a escala atu-al está irregular.

O Sindicato já deu um prazo para uma nova nego-ciação, mas, agora, a Leão não merece mais prorroga-

Eliel MemeliDiretor do Sindialimentação

Editorial

A categoria quer aliar trabalhoe qualidadede vida

Prazo da jornada atual já venceu

ção, pois demonstra clara-mente que sua estratégia é enrolar o quanto puder.

Anonimamente, tra-balhadores também têm denunciado esse abuso! É importante que você saiba que Sindicato e empresa vão debater o assunto na Delegacia Regional do Tra-balho (DRT). A reunião está agendada para o dia 19 de agosto.

Acompanhe nossos in-formativos, participe das nossas assembleias, manifes-tos e ações por uma jorna-da que respeite nossa vida e nossa saúde!

Uma jornada que prejudica a qualidade de vida da categoria se torna um verdadeiro “cabo de guerra” pela saúde do trabalhador.