latinports boletim informativo janeiro-abril de 2012

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Janeiro-Abril 2012 Ano 4, No. 1 Latinports Móvel: Uma Nova Ferramenta Brasil, Sexta Economia Mundial, e o México atrás do Sétimo Lugar; Chile, Peru e Colômbia: Economias Emergentes na Região A América Latina liderará a Recuperação da Economia Mundial? Ver mas... Ver mas... Ver mas...

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Page 1: Latinports Boletim Informativo Janeiro-Abril de 2012

Janeiro-Abril 2012Ano 4, No. 1

Latinports Móvel: Uma Nova Ferramenta

Brasil, Sexta Economia Mundial, e o México atrás do Sétimo Lugar;Chile, Peru e Colômbia: Economias Emergentes na Região

A América Latina liderará a Recuperação da Economia Mundial?

Ver mas... Ver mas... Ver mas...

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CONTEÚDOJaneiroAbril

2012

Próximos Eventos

Noticias Portuárias da América Latina

Correio

A América Latina Liderará a Recuperação da Economia Mundial?

A Marca da China na América Latina: Ajuda ou Ameaça?

Tratado Constitutivo da Aliança do Pacífico: México, Colômbia, Peru e Chile

Crise Mundial das Companhias Navais: A Hamburg Süd unifica serviços na América do Sul com a MSC, e a Maersk Aumenta os Fretes

A Empresa Portuária Nacional da Nicarágua, a APM Terminals Moin da Costa Rica e a PortMagdalena da Colômbia afiliam-se à Latinports

Brasil, Sexta Economia Mundial, e o México atrás do Sétimo Lugar;Chile, Peru e Colômbia: Economias Emergentes na Região

Obituário: Paul Richard Klien, 30.09.1914 - 06.03.2012

Latinports Móvel: Uma Nova Ferramenta

Editorial

CapaLatinports Móvil en iPad, diseñado por Miroamarillo Studio de Canadá.

DiseñoJulian [email protected]

Conferência do Diretor Executivo da Latinports na Andean & Central American Infrastructure Summit, em Bogotá

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Enero - Abril 2012CONTEÚDOJaneiroAbril

2012

EditorialCom profunda tristeza registramos o falecimento, no dia 6 de março passado, aos 96 anos, do ilustre empresário, brasileiro por adoção, Paul Richard Klien, pai do presidente do nosso Comitê Executivo, Richard Klien. Seu legado será exemplo para esta e futuras gerações, precisamente quando o Brasil, país no qual ele tanto acreditou, acaba de se situar como a sexta economia mundial, substituindo a Grã Bretanha conforme divulgação feita, coincidentemente no mesmo dia de sua partida, pelo Centro de Investigação Econômica e Empresarial (CEBR, por sua sigla em inglês), com sede em Londres.

Como homenagem póstuma a Paul Richard Klien, destacamos nesta edição a surpreendente recuperação do Brasil e da América Latina em geral, e as grandes perspectivas da região, reconhecidas por organizações tão importantes como a Organização Mundial do Comércio, o Fórum Econômico Mundial, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, CEPAL, e o Fórum de Investidores da América Latina e Ásia Pacífico, e por destacadas entidades particulares especializadas em mercados a nível regional e mundial, como a Business News Americas, Goldman Sachs, Bulltick Capital Markets e Bloomberg Markets Magazine, além de prestigiosas revistas de economia como a Time, entre outras. E isto apesar do pouco planejamento e do ainda escasso apoio governamental ao setor privado em muitos casos, o que é visto como uma das principais barreiras para o desenvolvimento de iniciativas de infraestrutura onde os portos e a logística de transporte interno devem cumprir um papel transcendental.

É a hora da América Latina e devemos saber aproveitá-la. Para estar à altura do que acontece na região e divulgar para o mundo, nesta edição temos o prazer de apresentar a Latinports Móvel (tema da nossa capa), uma realização do Miroamarillo Studio do Canadá, através da qual a associação quer oferecer à comunidade portuária toda a informação possível sobre o nosso setor e atividades relacionadas na América Latina. Por meio de tecnologia de ponta, aplicações web e uma nova página, a Latinports pretende chegar ao setor portuário em geral, proporcionando informação continuamente atualizada que pode ser consultada da forma mais prática possível através de dispositivos móveis (iPhone, iPad, etc.). Desta maneira a Latinports se converte na única associação portuária em nível mundial a oferecer este serviço.

Até a pró[email protected]

www.latinports.org

Julian PalacioDirector Executivo

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Enero - Abril 2012

OBITUÁRIO:PAUL RICHARD KLIEN

30.09.1914 - 06.03.2012

Paul Richard, pai do Presidente do Comitê Executivo da Latinports Richard Klien, acreditava na imortalidade da alma. Desejou que quando de sua passagem não deixássemos a tristeza invadir os nossos corações!Pediu que na cerimônia de sua cremação, realizada na presença de seus familiares, fosse lido o poema VIDA, de seu amigo Gilbert Carpenter.

YNão morro -

Por esta porta que eu passo sinto lucidez,Uma ampla, doce visão da eternidade,Que ultrapassa os sofrimentos e medo

Desta nossa vida.Pois, não lamentes mas me permite ir

E faz deste adeus a tua minha felicidade.Desperto com o meu mais caro desejo realizado -

A benção revelada. Aguardarei a tua chegada;Não corras em deixar algo inacabado;Mas, como a flor, que vive a abençoar,

Exala o perfume da bondadeNeste mundo de pecado e egoísmo.

E, diante do poderoso oponente que é a morte –Último obstáculo a transpor –

Serás provido de altiva coragem,Sustentado por teu amor e tua fé em Deus.

Então, como a névoa que se dissipa sob o sol,Essa grande decepção, a morte – que só esconde

Dos corações tímidos o Deus aqui e agora –Também se desmanchará, e tu acharás

Meu amor, tua alegria – um infinito céu divino.

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Enero - Abril 2012

Utilizando tecnologia de ponta, a latinports.org tem prazer de apresentar o seu novo website, desenhado pela empresa especializada Miroamarillo do Canadá www.miroamarillo.com.

Compatível com dispositivos móveis, a nova página, pioneira em nível mundial no meio portuário organizado, está desenhada para dar a todos os seus usuários informações atualizadas sobre a indústria portuária da região e sobre tudo aquilo que mais se destaca no mundo. Todas estas vantagens estão à sua disposição em três idiomas (espanhol, português e inglês) e poderão ser vistas em seu iPad, bastando que se tenha conexão com Internet. Como sabemos que a tecnologia continua avançando, nosso próximo passo será prover esta mesma informação em seus telefones móveis (iPhone, Android, Samsung, Blackberry) o mais breve possível. Nosso objetivo é que a comunidade participe de uma forma mais ativa dos acontecimentos de sua atividade, e que no futuro seja possível centralizar toda a informação em um blog, com foros, grupos de discussão e mesas de negócios virtuais, para que os associados tirem o máximo proveito da tecnologia de ponta que oferecemos.

As seguintes informações poderão ser encontradas no novo site:- Reportagens especiais com as mais reconhecidas personalidades da indústria portuária.- Notícias breves sobre a indústria e outras relacionadas com a Latinports. - Relação de eventos recentes e próximos com links das conferências mais representativas, para que se mantenham atualizados. - Lista dos afiliados à Latinports com dados básicos e localização física, com links direcionando à empresa de interesse, para informação detalhada.- Lista e informações de contato das autoridades portuárias na América Latina. - Lista histórica dos nossos boletins informativos, que podem ser consultados diretamente.- E mais….

Sua participação e comentários neste projeto serão fundamentais para que ele continue crescendo e oferecendo cada vez mais uma informação melhor e atualizada.

Bem-vindos a esta nova era!

LATINPORTS MÓVEL: UMA NOVA FERRAMENTA

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Enero - Abril 2012

De acordo com a emol.economia, o Brasil, que no início de março divulgou seus últimos dados de crescimento econômico, se converteu oficialmente na sexta economia mundial, relegando o Reino Unido à sétima posição, segundo confirmou o Centro de Investigação Econômica e Empresarial (CEBR, por sua sigla em inglês). Em dezembro passado o CEBR, com sede em Londres, prognosticou, ao publicar sua tabela anual de países segundo o tamanho de sua economia, que o Brasil desbancaria o Reino Unido em volume de Produto Interior Bruto (PIB), algo que já se confirmou. “Segundo as cifras hoje apresentadas e aplicando-se os preços atuais e um tipo de cambio médio, o Brasil fica confirmado como a sexta economia e o Reino Unido passa à sétima posição”, declarou à Efe Tim Ohlenburg, economista chefe desse centro, que se prepara para apresentar sua próxima tabela em alguns meses.

De acordo com a lista do CEBR de dezembro, que agora deverá ser atualizada com os dados de cada país relativos a 2011, o Brasil ficaria atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França, nessa ordem. O Governo Brasileiro informou que a economia brasileira cresceu 2,7% em 2011, até gerar um PIB total de US$ 2,469 bilhões. Esta montante contrasta com o PIB britânico em 2011, da ordem de US$ 2,42 bilhões. “É um movimento natural, pois o Brasil tem uma grande população, enormes recursos naturais e uma indústria forte; é um país destinado a continuar crescendo”, indicou Ohlenburg.

Apesar do crescimento do Brasil em 2011, este foi bastante inferior ao registrado no ano anterior, 7,5%, o que reflete um aumento dos custos e a falta de competitividade de alguns setores da economia brasileira. Por sua parte, a economia britânica, debilitada desde a crise de crédito de 2008, continua desacelerada pelo efeito dos cortes nos gastos públicos, aplicados pelo Governo para reduzir o déficit, e pelo impacto da crise de divida soberana na zona do euro. Em 2011, o Produto Interno Bruto britânico cresceu somente 0,8%, ainda que no último trimestre tenha experimentado uma contração de 0,2%

BRASIL, SEXTA ECONOMIA MUNDIAL, E O MÉXICO ATRÁS DO SÉTIMO LUGAR

CHILE, PERU E COLÔMBIA: ECONOMIAS EMERGENTES NA REGIÃO

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Enero - Abril 2012

O México será a Sétima Maior Economia do Mundo em 2020: Goldman & Sachs

O México se tornará a sétima maior economia do mundo em 2020 e contribuirá com 7,8% do Produto Interno Bruto mundial, mais que a Rússia e a Índia, afirmou diante de investidores britânicos o diretor de Fundos de Investimento da Goldman Sachs, Jim O´Neill, de acordo com informe da CNN Expansión, fazendo referencia ao fórum de negócios Mexico Week, realizado em Londres no último dia 12 de março.

O criador do conceito economia BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) afirmou que a razão pela que não incluiu ao México neste bloco de países emergentes há uma década é porque este país não vinha crescendo no ritmo da China ou do Brasil. “Nos últimos dez anos as economias BRIC têm contribuído com um quarto do crescimento do Produto Interno Bruto mundial e representam um quarto da economia mundial”, segundo a Goldman Sachs, mas a atenção está se voltando aos mercados em crescimento, ou growth markets. O executivo afirmou que este ano o México crescerá 3,6%, no mesmo ritmo do Brasil, e espera-se que em 2013 a economia cresça 3,8%.

No fórum organizado pela Câmara Mexicana de

Comércio na Grã Bretanha e por sua contraparte no México, disse que a China continuará contribuindo com a metade do Produto Interno Bruto mundial na próxima década, mas que existem outros oito países -incluído o México- que contribuirão para o crescimento global. Explicou que existem 15 variáveis para se medir o crescimento, entre as que se destacam leis, corrupção, estabilidade política, déficit fiscal, educação, investimento, Internet, celulares, computadores e abertura econômica, entre outras. No entanto, reconheceu que o México deve continuar impulsionando as reformas no setor energético pois “existe uma percepção de que a forma como se tem usado o petróleo não tem sido tão benéfica” para o país. Sobre o tema da insegurança, O´Neill afirmou que o México deve trabalhar para melhorar a sua imagem, já que “tende a atrair a atenção implicando que (o crime e a insegurança) dominam cada aspecto da vida diária”.

Em 16 de fevereiro, o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI) informou que a economia mexicana cresceu 3,9% durante 2011, cifra inferior à alça de 5,5% registrada em 2010. A taxa de 3,9% é a menor desde que o México saiu de uma profunda recessão em meados de 2009, e foi afetada por uma desaceleração do consumo e um desmoronamento da atividade agropecuária.

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Enero - Abril 2012

O Peru e o Chile são considerados a terceira e quarta economias emergentes com maior projeção no mundo, depois da China e Tailândia, segundo um ranking elaborado pela revista Bloomberg Markets, informou a Gestión. O Peru, que vem crescendo uma média de 5,7% por ano na última década, se beneficiará de um aumento no gasto dos consumidores na América do Sul, afirmou o presidente executivo da empresa estadunidense San Mateo, Mark Mobius, segundo a Semana Económica.

O ranking de mercados emergentes mais promissores foi liderado pela China, seguida da Tailândia que atrai os investidores por sua riqueza agrícola e mão de obra operária. O documento foi elaborado com base em fatores de investimento, previsões de crescimento do Produto Bruto Interno (PBI) e a facilidade de se fazer negócios nos países.

Hoje o mundo está entendendo que a Colômbia é um das democracias mais dinâmicas e com uma economia também muito dinâmica, disse o presidente Juan Manuel Santos à Time, publicação que o qualificou como o líder latino-americano a ser seguido, e ao país que dirige, como um modelo. Em sua presidência, Santos tratou de posicionar a Colômbia como um jogador-chave em nível internacional e como um líder na região, e a capa na revista Time se torna um passo a mais nessa direção.

A publicação se pergunta se Santos é o novo líder da região, pois após a saída de Lula da Silva do poder não parece haver outro mandatário latino-americano que esteja preenchendo esse papel da forma como vem fazendo o presidente colombiano (não obstante a Time advirta que Dilma Rousseff também poderia assumir essa posição).

Peru e Chile entre as Economias Emergentes mais Promissoras

Presidente da Colômbia, Capa da Time no Mês de Abril:De um Estado quase Falido a um Emergente Jogador Mundial

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Enero - Abril 2012Mayo - Agosto 2011

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Enero - Abril 2012

Todo este panorama otimista tem feito com que a Colômbia seja percebida internacionalmente como uma economia emergente de alto nível, segundo estudo do Centro de Estudos Econômicos da Associação Nacional de Empresários da Colômbia, ANDI, publicado na revista da associação de janeiro-fevereiro. Diz o estudo que durante os últimos anos produziram-se na Colômbia importantes transformações na área econômica, política e social, mudanças estas que o país pode mostrar com cifras contundentes:

Nos últimos dez anos, o país passou de um PIB de menos de US$100 bilhões a cerca de US$335 bilhões; aumentou o PIB per capita de US$ 2 bilhões a mais de US$ 7 bilhões; multiplicou por quatro seu comercio exterior, até cifras que este ano alcançarão mais de US$110 bilhões; aumentou seu Investimento Estrangeiro Direto de US$1,8 bilhões a níveis atuais próximos dos US$14 bilhões; e o ambiente macro-econômico se caracteriza por indicadores próximos aos parâmetros internacionais.

Alguns exemplos que ilustram esta situação são os seguintes: o reconhecimento dos mercados internacionais como uma economia de risco relativamente baixo, o que se traduziu na recuperação do grau de investimento por parte dos três grandes qualificadores de risco, depois de tê-lo perdido por mais de uma década; sua posição na região,

com o Brasil, Chile, Peru e México, como uma das economias líderes; e a classificação do país no grupo dos CIVETS (Colômbia, Indonésia, Vietnam, Egito, Turquia e África do Sul), grupo de países emergentes com melhor desempenho recente e melhores perspectivas para os próximos anos.

De acordo com as estadísticas da Organização Mundial do Comércio para as 70 economias que representam 90% do comércio mundial, as exportações cresceram cerca de 20% entre janeiro e outubro de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior, destacando-se os crescimentos da Índia (50%) e da Colômbia (42%).

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Enero - Abril 2012

A AMÉRICA LATINA LIDERARÁ A RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL?

A América Latina Surpreende o Mundo: BID

“Desde a última Cúpula das Américas, realizada há quase três anos em Trinidad e Tobago, a América Latina vem surpreendendo o mundo com sua rápida recuperação após a recessão mundial”, escreveu o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID no jornal El Tiempo, por ocasião da Cúpula das Américas que estava sendo realizando em Cartagena, em meados de abril, com a presença de quase todos os presidentes do continente. Ele continua dizendo: “Não só crescemos mais que os países industrializados como também vimos reduzindo a pobreza a mínimos históricos. Hoje somos, junto com a Ásia, um motor da recuperação econômica mundial. Mais além dos altos preços e da demanda contínua de nossas principais exportações de matérias primas, o bom desempenho dos nossos países também é fruto de duas décadas de difíceis reformas e uma prudente gestão macro-econômica. Por isso a América Latina é vista como uma região com extraordinárias perspectivas de progresso”.

Escreveu também o presidente do BID que “mantendo nossa média recente de crescimento econômico, em menos de uma geração teremos uma classe média de 500 milhões de pessoas, equivalente à população atual da União Européia”, acrescentando que “quem quiser se posicionar nesse mercado deverá começar a preparar seus planos estratégicos hoje”, mas que “nossos governos não podem enfrentar por si só as demandas populares sem colocar em risco a disciplina fiscal”, razão pela qual “o setor privado deverá ser parte da resposta, em alianças com o setor público”.

Luis Alberto Moreno, Presidente do BID

Banco Interamericano de Desenvolvimento

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FMI: Panorama da América Latina mostra-se Promissor

A América Latina persiste em um caminho de crescimento econômico contínuo, mas as autoridades da região enfrentam uma tarefa cada vez mais difícil para evitar um superaquecimento e para esquivar-se dos efeitos da crise européia, disse na terça-feira o Fundo Monetário Internacional - FMI.

O FMI estima que a América Latina crescerá 3,7% este ano e 4,1% em 2013, cifras estas que representam um ligeiro aumento em relação às estimativas de janeiro, que indicavam um crescimento de 3,6% e 3,9% para esses anos, respectivamente. A região se expandiria a taxas que duplicam as previstas para as economias desenvolvidas, inclusive se o crescimento for inferior ao ritmo dos 4,5% observado em 2011, segundo as estimativas do FMI. Estas projeções mostram que a região vem conseguindo navegar entre as ondas de aversão ao risco, pela crise européia, e dos importantes fluxos de capital que pressionam suas moedas. “Esta combinação de políticas e de resistência diante das oscilações na confiança mundial fazem com que o panorama seja promissor”, disse o Fundo em seu Panorama Econômico Mundial.

Entretanto, a instituição advertiu que as reviravoltas abruptas nos mercados financeiros estão complicando a tarefa das autoridades, que devem “permanecer alertas a possíveis correntes negativas vindas da Europa e às correntes de alta no fluxo de capital”.

Pouco antes, no mês de fevereiro, os expertos do II Fórum de Investidores da América Latina e da Ásia-Pacífico destacaram, em Hong Kong, que “a diversificação econômica e o rápido crescimento da classe média na América Latina impulsionaram o desenvolvimento sem depender das economias externas”. Desse evento participaram dirigentes de companhias de investimento latino-americanas e asiáticas para a estabulação de negócios, segundo informou a agencia EFE. O Brasil, seguido do Chile e da Colômbia, lidera esse desenvolvimento econômico, que se acelerará a partir do segundo semestre de 2012 de acordo com prognósticos de expertos.

Segundo o diretor executivo de mercados emergentes da CIBC World Markets, John Welch, a América Latina está perfeitamente posicionada para os próximos 10 anos por suas boas políticas macro-econômicas e um considerável crescimento da classe media. Estamos em uma parte do ciclo onde a demanda interna é mais importante que a externa, o que permite maior independência de fluxos externos, explicou Welch. A diversificação de suas indústrias permitiu à América Latina sobreviver melhor à crise econômica e tirar vantagem da desaceleração econômica global para aumentar suas exportações, explicaram os expositores durante a primeira jornada deste fórum latino-asiático. Porém, o baixo índice de poupança dos países latinos é uma das contas pendentes da região, afirmou Welch.

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Enero - Abril 2012

Para o Fórum Econômico Mundial, a América Latina é um Oásis de Estabilidade

A Região tem Muitas Fortalezas, mas não é Imune: Banco Mundial

A América Latina foi identificada como um “oásis” de estabilidade, crescimento e oportunidades durante o Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), em contraste com a insegurança geral causada pela crise financeira e econômica que fustiga a Europa e os Estados Unidos. Diferentemente de anos anteriores, hoje os investidores e empresários olham primeiro para os países emergentes, antes de olhar para as grandes potências mundiais. Prova disso é que na reunião dos maiores e poderosos, em Davos, a América Latina se destacou como um ímã de investimentos e um centro para os negócios.

Sob a perspectiva de Lars Moller, economista do Banco Mundial, é certo que a região tem muitas fortalezas para enfrentar choques externos, mas é importante destacar que ela não é imune a uma possível crise econômica mundial, e sua heterogeneidade deve ser considerada. A explicação é a seguinte:

Durante a última década, a região da América

Latina e Caribe, ALC, vem aperfeiçoando seu sistema imunológico, o que tem tornado a região muito mais resistente aos choques externos do que era no passado. Este foi o legado de uma silenciosa revolução nas políticas macro financeiras, particularmente na política monetária, mas também nas políticas de supervisão financeira e fiscal. Estas medidas converteram os tradicionais fatores de amplificação de choques externos (moedas, procedimentos fiscais fracos e/ou sistemas bancários frágeis) em absorvedores de choques, através de moedas flexíveis e críveis, finanças públicas sólidas e um sistema bancário capitalizado com liquidez. Tudo isto, em conjunto com a redução dos desajustes nas moedas graças a uma integração mais segura com os mercados financeiros internacionais, permitiu à região realizar políticas monetárias, fiscais e de crédito contra-cíclicas durante a crise global, o que lhe tem permitido sair da mesma sem deterioro das folhas de balanço e reagir de forma rápida e forte a partir de então. Não obstante, se a situação na Europa se deteriorar de forma intensa, os países da ALC poderiam sofrer efeitos adversos e, possivelmente, apresentar vulnerabilidades que até o momento se mantinham latentes. Além das boas políticas durante as últimas décadas, o desempenho relativamente bem-sucedido da ALC durante a crise de 2008/2009 foi ajudado pelo fato de que os padrões de comércio de alguns países da região se deslocaram um pouco para economias de mercado emergentes (China em particular e, na região, Brasil), reduzindo assim a exposição direta aos epicentros da crise. Também pelo fato de que a demanda de produtos básicos exportados pelos países da ALC se manteve elevada devido à alta demanda da China, apesar da crise global. “Por último, quero acrescentar que, ainda que a América Latina tenha se saído bem na crise anterior, as condiciones iniciais de hoje são diferentes das de 2007/2008 e o motor de crescimento da China pode não estar em condições de oferecer um contrapeso para a recessão na Europa ou lentidão nos EE.UU., como fez em 2008/2009”, ressalta Lars Moller do Banco Mundial.

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Enero - Abril 2012

Para Alberto Bernal, Diretor de Pesquisas da Bulltick Capital Markets, a região tinha regras de jogo muito mais estritas para o setor financeiro quando estourou a crise de 2008: os bancos da região tinham uma base de depósitos bastante estáveis e a influência era relativamente baixa. Portanto, os bancos não tiveram que sair à venda de carteira para se capitalizar a curto prazo (não tiveram que implementar “fire sales”, como tiveram que fazer os bancos da Wall Street durante 2008 e 2009).

A região já implementou, há vários anos, importantes reformas no sistema de aposentadoria, que mudaram sua estrutura de um sistema baseado na generosidade inter-gerações a um baseado na capitalização individual. Isto é importante para a estabilidade fiscal a longo prazo e reduz o risco de que os mercados endividados comecem a atacar os ativos da região (da forma como vem sendo feito nos países europeus).

A experiência vem demonstrando que os sistemas de taxa fixa de câmbio aumentam a virulência das crises financeiras dentro das respectivas economias reais. A América Latina possui, com muito poucas exceções, sistemas do tipo de câmbio flexível, fato que ajudou a amortecer a queda do comércio internacional via depreciações materiais no tipo de câmbio.

Expertos da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) indicam que América Latina hoje se encontra em uma situação privilegiada em meio à crise que vem sendo enfrentada por alguns países europeus. Especialmente, destacaram o controle das finanças públicas e a sustentabilidade da dívida, ativos regionais que devem ser mantidos, enfatizaram. “A qualidade das finanças públicas melhorou na América Latina, a divida pública vem sendo reduzida de forma drástica e seu perfil e composição são mais equilibrados; as entradas fiscais e a taxa tributária média aumentaram, a redução do pagamento de juros gerou importantes espaços fiscais e o gasto público social vem se mantendo”, disse a Secretária Executiva da CEPAL.

A América Latina estava Preparada para a Crise: Bulltick Capital Markets

América Latina se Encuentra Hoy en una Situación Privilegiada: Cepal

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Enero - Abril 2012

Com a economia mundial movendo-se em câmara lenta, as companhias de retail ativam seus radares para detectar onde estão as oportunidades, e o GPS aponta para a América Latina. Segundo dados do Euromonitor International, citado pelo Clarín de Buenos Aires, em 2011 o crescimento real das vendas na região foi de 4%, o más alto do mundo. A pesquisa mostra que a América Latina se expande a um ritmo maior que o da Ásia Pacífico, anterior meca do comércio varejista, e já é “o novo motor do crescimento do retail mundial”. Para isto existem três fatores combinados: atividade econômica em alta, mais pessoas que deixam a pobreza para integrar-se à classe media, e maior e melhor acesso ao crédito em alguns mercados, segundo postula o Euromonitor. O gasto per capita, na zona, no comércio varejista foi de US$1.700 em 2011, enquanto que na Ásia Pacífico esse indicador foi de US$900. Na Europa Oriental o gasto é maior, US$2.300, mas o salto diferencial se dá com a Europa Ocidental e com os Estados Unidos, onde cada pessoa desembolsa uma média de US$6.000 por ano.

As projeções do Euromonitor apontam para um aumento entre 3,5% e 4% nas vendas varejistas neste lado do mundo de hoje a 2016. “O Brasil e o México serão os responsáveis pela grande maioria destas novas vendas através de canais inovadores, como as redes de farmácias e as lojas maioristas”, diz Jon Wright, executivo do Euromonitor.

Apesar dos cortes às projeções de crescimento das economias latino-americanas para 2012, provocados pelas turbulências da crise global, o sector de infraestrutura da região tem uma perspectiva positiva para este ano, revela a Pesquisa 2012 sobre Infraestrutura da BNamericas, feita com expertos e executivos da indústria entre novembro e dezembro de 2011. Existe um consenso evidente em torno de que os níveis de risco-retorno na América Latina para os investimentos de infraestrutura prometem ser mais atrativos ou, pelo menos, iguais aos de outros mercados emergentes em 2012. Essa percepção otimista é alimentada também pela confiança da maioria dos entrevistados em que o deterioro do ambiente econômico internacional não afetará os projetos de infraestrutura na região. Mas também existem preocupações adiante. A ausência de planejamento e de apoio governamental foi mencionada como uma das principais barreiras para o desenvolvimento de iniciativas de infraestrutura, déficit este que é mais evidente entre os entrevistados do México, que também são os mais pessimistas em relação ao possível impacto da crise global.

De acordo com a pesquisa, os países com maiores oportunidades de investimento são: Brasil, Colômbia, Chile, Peru e México.

A América Latina é o novo paraíso das Vendas Varejistas

Perspectiva Positiva para o Setor de Infraestrutura da Região:Resumo Executivo da Pesquisa 2012 da Business News Americas

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Enero - Abril 2012

A MARCA DA CHINA NA AMÉRICA LATINA: AJUDA OU AMEAÇA?

Desde que Deng Xiaoping formulou sua política das “quatro modernizações”, em 1978, a China é apresentada ao mundo como “o motor da economia”, devido ao crescimento sustentável que vem mantendo durante os últimos 30 anos. Estas quatro modernizações -que recaíram sobre a agricultura, a indústria, a tecnologia e a defesa- deram como resultado “um aumento considerável no desenvolvimento das forças produtivas e, a médio prazo, a economia que obrigou a migração dos camponeses à cidade e o controle do crescimento de sua população”. Assim afirmou a acadêmica da Universidade Francisco de Victoria da Espanha, Gloria Claudio, que acrescentou que a China leva vários anos superando o Produto Interno Bruto (PIB) das grandes potências, alcançando 11,4% por ano, porcentagem esta que representa o quinto consecutivo daqueles países que superam os 10%, e o maior do mundo nos últimos 20 anos. Um cenário que também descreveu a fundo em seu artigo “China, 30 anos de crescimento econômico”. Aparentemente, alguns acreditam que este crescimento segue sem freios pois, segundo o estudo Power Transitions. Strategies for the 21 Countries, da Universidade de Claremont (Estados Unidos), a expansão econômica de China continuará firme durante os próximos anos e substituirá os Estados

Unidos como primeira potência mundial na primeira metade deste século na América Latina e Caribe, visto ser considerada o segundo sócio comercial mais importante da região. Para Enrique Dussel, professor da Universidad Autónoma de México (UNAM), a presença da China na América Latina irá aumentando cada vez mais, porque “a região conta com fortes cimentos econômicos que a tem mantido incólume diante da atual crise. Além disso, destaca-se o alto e crescente déficit comercial da região com a China, que foi de 50 bilhões de dólares em 2008, e que é a causa das importações”. O acadêmico acrescentou que as empresas transnacionais chinesas têm demonstrado diversas estratégias para entrar e se manter no mercado latino-americano. “Por um lado, o governo central chinês constantemente diversifica suas reservas de energia e matérias primas para o futuro e, em segundo termo, graças aos tratados e convênios que a região assinou com a China, o país asiático conseguiu importantes investimentos sem estas limitações, como o fez no Brasil, Peru e México”, enfatizou Dussel. Entretanto, o auge dos intercâmbios comerciais entre os países da região com a China não tem sido o mesmo para todos. A Venezuela e a América Central foram prejudicadas pelas importações de produtos manufaturados e estão sendo substituídas no mercado dos Estados Unidos. Em um comunicado,

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Enero - Abril 2012

A demanda de matérias primas latino-americanas por parte da China ajudará a região a contornar os efeitos da crise global, que ainda implica grandes riscos apesar dos últimos avanços na Europa, disseram autoridades do Fundo Monetário Internacional no princípio de março, em um seminário sobre políticas macroeconômicas em Punta Del Este, Uruguai, conforme informação da agência Reuters.

A China, com seu voraz apetite pelas matérias primas agrícolas e metais exportados pela região, tem contribuído para que a América Latina resista melhor que em outras ocasiões às atuais turbulências do mundo desenvolvido. “A China continuará

o coeditor do livro “China no século XXI. Economia, política e sociedade de uma potência emergente”, José Luis León-Manríquez, sustentou que a “China tem ocupado certos pontos vazios deixados pelos Estados Unidos, já que Washington está mais preocupado com outros assuntos, como a guerra contra o terrorismo, suas intervenções no Afeganistão e no Iraque, a nuclearização da Coréia do Norte e do Irã e a necessidade de reconstruir a Aliança Atlântica”. León-Manríquez agregou que, ainda que a presença da China na América Latina não parece derivar de uma estratégia política que busque suplantar os Estados Unidos como poder regional, é por sua vez previsível que enquanto as fontes energéticas continuem escasseando e as reservas mundiais de petróleo diminuam, a rivalidade entre o primeiro e o segundo consumidor de cru vá aumentando; o campo dessa batalha não será só a América Latina, mas também o Oriente Médio, a Rússia, a África, o Cáspio e qualquer outro lugar onde exista o petróleo. Outros países que têm se beneficiado com a presença da China na região são o Chile, o Brasil, a Argentina e o Peru, graças aos saldos comerciais positivos e o aumento do investimento direto. Na coluna de opinião “Para uma maior aproximação China-Chile”, a diretora do Instituto de Estudos Latino-americanos e catedrática de economia internacional da University of International Business & Economics (China), Zhao Xuemei, disse que no caso do Chile o acelerado crescimento de intercâmbio de produtos se deve a quatro razões principais: a mútua complementaridade de produtos de intercâmbio; a importância da abertura econômica; a coincidência na aplicação de estratégias para diversificar os mercados externos por parte de ambos os países; e uma relação bastante estável das duas nações no âmbito político. Xuemei acrescentou que entre a China e o Chile existe uma necessidade mútua de produtos, como a farinha de peixe, vendas agroalimentares, florestais e vitivinícolas, que são considerados muito importantes para o crescimento

econômico da China. “Enquanto isso, as exportações chinesas ao país sul-americano se concentram basicamente no setor de bens manufaturados, tais como aparelhos eletrodomésticos e computadores, entre outros. Neste cenário, o comércio bilateral apresenta resultados favoráveis para ambas as partes, com a conseguinte aproximação econômica e comercial”, indicou. De forma clara, a impressão deixada até agora pelo gigante asiático em diversos países da América Latina é cada vez mais notória; e apesar de que hoje sua projeção de crescimento diante da crise econômica global seja a mais baixa em oito anos, segundo o informe apresentado por seu próprio ministro, Wen Jiabao, a China continua vendo a região como um de seus principais sócios comerciais no futuro.

Demanda Chinesa Ajudará a América Latina a Contornar a Crise

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sendo um elemento fundamental de demanda dos nossos produtos; as notícias são alentadoras”, disse em uma conferência de prensa o diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Nicolás Eyzaguirre. Entretanto, o funcionário recomendou à região não se descuidar em relação à entrada de capital estrangeiro, pois é uma ameaça latente em momentos em que os Estados Unidos e a Europa mantêm suas taxas de juros baixas e uma onda de capitais chega à América Latina em busca de altos rendimentos.

A região também não deve baixar a guarda diante dos prognósticos que antecipam uma desaceleração da economia chinesa. Nessa linha, o subdiretor gerente do FMI, Min Zhu, advertiu que se a situação na Europa piorar e Pequim não adotar as medidas fiscais necessárias, o crescimento da economia chinesa poderia retroceder em até quatro pontos porcentuais; se, ao contrario, forem aplicadas a tempo as medidas necessárias, essa desaceleração se reduziria significativamente a um ponto porcentual, explicou.

De acordo com o Educamericas, o surgimento da China como potência comercial gerou preocupação quanto a se pode vir a representar uma ameaça para as exportações de outros países. Diversas pesquisas concluiram que efetivamente poderia haver efeitos adversos, principalmente para o México e para a América Central. Entretanto, também poderia haver efeitos positivos derivados tanto do alto crescimento da China, com taxas médias anuais superiores a 9%, como do fato de concentrar um quinto da população mundial, o que faz com que esse mercado possa representar realmente uma oportunidade comercial.

Em um estudo realizado pelo Centro de Estudos Econômicos do Colégio do México para a Faculdade de Economia da Universidade do Chile, foi analisado o efeito da China através de distintos canais: como mercado, como concorrente e como fornecedor. Como mercado, os resultados obtidos indicam que todos os grupos de países da América Latina apresentam para suas exportações elasticidades ingresso-demanda da China iguais ou superiores às das demais regiões ou grupos de países considerados, com exceção dos países do Leste da Ásia. Isto implica que não é possível então falar de “oportunidades perdidas” no mercado chinês para a América Latina.

Esta análise permitiu avaliar em que grau a China se tornou um sério concorrente das exportações latino-americanas. Contrariamente ao esperado, de acordo com o enfatizado em certo veículo de imprensa sobre “a ameaça chinesa”, em nível agregado não se detectou que as importações que os sócios comerciais latino-americanos fazem da China tenham deslocado as importações que fazem da América Latina. Ao analisar o efeito da China como fornecedor, só se encontrou um efeito positivo nas exportações de países do Cone Sul: um aumento das importações da China está associado a um aumento das exportações a terceiros mercados. Esta análise foi realizada em nível agregado e como tal permite, de forma importante, considerar os efeitos de equilíbrio geral. Por exemplo, um país pode perder mercado em um determinado setor devido à maior presença chinesa como concorrente, mas pode ganhar mercados em outros setores devido tanto à maior integração econômica como à presença de insumos e bens de capital a menores custos.

A China Ameaça o Comércio Internacional da América Latina?

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TRATADO CONSTITUTIVO DA ALIANÇA DO PACÍFICO:

MÉXICO, COLÔMBIA, PERU E CHILE

Chile, México, Peru e Colômbia deram um empurrão final à Aliança do Pacífico ao obter, durante uma inédita reunião virtual dos seus presidentes em 5 de março passado, um acordo sobre o tratado constitutivo desta iniciativa de integração regional, informou o Diario Financiero DF, do Chile. “Conseguimos definir os pontos fundamentais para se poder assinar o tratado que dá vida à Aliança para o Pacífico”, anunciou o governante colombiano, Juan Manuel Santos, que liderou a videoconferência desde a sede do Executivo em Bogotá. Santos e seus colegas do México, Felipe Calderón, do Chile, Sebastián Piñera, e do Peru, Ollanta Humala, se reuniram virtualmente para colocar um ponto final às questões da criação da Aliança do Pacífico, iniciativa na qual seus países trabalham desde 2011. O encontro, o terceiro deste mecanismo de integração em potencial, também teve como observadores os governantes do Panamá, Ricardo Martinelli, e da Costa Rica, Laura Chinchilla.

Na videoconferência, de apenas uma hora e meia, os quatro chefes de Estado chegaram a um acordo sobre os “três pontos fundamentais” para a constituição da Aliança do Pacífico, identificados

em 4 de dezembro passado durante uma Reunião na cidade mexicana de Mérida. Ali, Piñera, Calderón, Humala e Santos coincidiram em dar preferência às questões do movimento de pessoas, de negócios e facilitação migratória, do comércio e integração, e dos serviços e capitais, que deixaram em mãos de “grupos técnicos”.

A Aliança do Pacífico é uma proposta de bloco comercial à iniciativa do anterior presidente do Peru, Alan García, que inicialmente estendeu o convite aos seus homólogos do Chile, da Colômbia, do México e do Panamá, com o propósito de aprofundar a integração entre estas economias e definir as ações conjuntas para a vinculação comercial com a Ásia Pacífico, com base nos acordos comerciais bilaterais existentes entre os estados membros. O propósito desta aliança é incentivar a integração regional e um maior crescimento, desenvolvimento e competitividade das economias dos seus países, ao mesmo tempo avançando progressivamente no objetivo de obter a livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas.

Presidentes Martinelli, do Panamá; Piñera, do Chile; Calderón, do México; Santos,da Colômbia; e Humala, do Peru

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(Preditor da Crise Económica Mundial em 2008)

CORREDOR BI-OCEÂNICO ACONCAGUA (CHILE-ARGENTINA): EM SETEMBRO SERÁ DETERMINADA A SUA VIABILIDADE

La Segunda online, do Chile, informou que no mês de março passado os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e da Argentina, Cristina Fernández, concordaram em prosseguir com o processo de avaliação das pesquisas técnicas requeridas em relação ao projeto do Corredor Bi-oceânico Aconcagua e seu túnel ferroviário a baixa altura entre os Andes e Mendoza, de 52 quilômetros, para o que instruíram a entidade binacional que analisa estes documentos a determinar, em um prazo de 6 meses que acabará em setembro, a viabilidade de realização da obra. Também anunciaram que, para agilizar o processo,

a entidade binacional iniciará a elaboração de uma proposta de bases para convocação a empresas que manifestarem interesse no projeto. O anterior é parte de uma Declaração Conjunta assinada pelos dois mandatários no marco da visita oficial de Estado da Presidente da Argentina ao Chile, cujo objetivo central foi avançar com força em projetos de integração física e comercial entre ambas as nações.

“O Corredor Bi-oceânico Aconcagua e seu túnel ferroviário a baixa altura deram um passo transcendental para sua concreção com o anúncio feito pelos presidentes do Chile e da Argentina. Foram atingidos os objetivos que esperávamos, o que nos impulsiona com mais força a esperar a convocação para licitação desta obra binacional”, expressou Hugo Eurnekian, vice-presidente da argentina Corporación América, que com as empresas navais do Chile, a Mitsubishi Corporation do Japão, a Geodata da Itália e a Contreras Hermanos da Argentina, leva adiante o projeto com um investimento privado que supera os US$ 3 bilhões. Eurnekian agregou que “a Presidente Fernández deu um formidável apoio ao túnel de baixa altura”, referindo-se ao discurso da mandatária, no jantar em sua homenagem, quando indicou que “faremos real o sonho dos nossos Libertadores San Martin e O’Higgins quando nos unamos pela integração física no túnel sob a Cordilheira e deixemos atrás o velho paradigma da Argentina no Atlântico e o Chile no Pacifico”.

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CRISE NAVAL MUNDIAL: HAMBURG SÜD UNIFICA SERVIÇOS NA

AMÉRICA DO SUL COM A MSC, E A MAERSK AUMENTA OS FRETES

Desde janeiro a Hamburg Süd unificou com a Mediterranean Shipping Company, MSC, seus serviços na rota Mar Mediterrâneo-Costa Leste da América do Sul, com o que as duas companhias têm oito navios com capacidade de 5.900 TEUs (sete da MSC e um da Hamburg Süd). Essa reestruturação nas linhas foi necessária, segundo a Hamburg Süd, devido às atuais condições do mercado, afetado por uma maior oferta de transporte marítimo que a demanda, e pela conseqüente redução nos fretes. Lembremos que em novembro passado, devido à crise mundial, a CMA já havia feito uma aliança com a CMA-CGM por dois anos para os tráfegos entre Ásia, Norte da Europa, África do Sul e rotas sul-americanas, efetiva desde o mês de março deste ano.

De sua parte, a Maersk, a principal companhia naval do mundo com 16% do mercado, está reduzindo sua frota em 9% e aumentando seus fretes (no Brasil, por exemplo, o aumento médio é de 30% para distintos destinos, como a Europa, Ásia, Meio Oriente e Estados Unidos, o que certamente acontecerá também com as demais rotas da América Latina). Os aumentos se devem à sua política de recomposição tarifária, que procura tornar o negócio rentável depois de um ano 2011 no qual a empresa registrou perdas de US$ 602 milhões em suas operações mundiais. “2012 será um ano crítico para a navegação mundial”, disse à Valor o diretor geral da Maersk no Brasil, Peter Gyde, acrescentando que atualmente, em nível mundial, cerca de 6% dos navios de contêineres estão parados e que no começo de 2011 essa porcentagem chegou a quase 12%.

A redução de frota por parte da Maersk será facilitada por um acordo de navios compartilhados com a linha de contêineres francesa CMA CGM, ao serem fusionados vários serviços de ambas as empresas, alguns deles na América Latina.

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Em sua edição do mês de março, o editor da Container Management, Geoff Adams, disse que “uma vez mais as linhas navais estão procurando reduzir a capacidade, pois alguns mercados estão escapulindo”, e citou Neil Dekker, autor do Container Forecaster trimestral de Drewry, que em novembro do ano passado predisse, nessa publicação, que um excesso de capacidade nas rotas-chave significaria que algumas companhias navais de contêineres não cobririam seus custos.

Confirmando isto, o Grupo NOL anunciou em fevereiro um prejuízo líquido de US$ 478 milhões em 2011, levando o diretor executivo do Grupo, Ng Yat Chung, a descrever o desempenho do transporte em contêineres como decepcionante. “O excesso de capacidade e os maiores custos de combustível afetaram negativamente toda a indústria do transporte em contêineres. Estamos solucionando urgentemente os custos e todos os demais fatores sob nosso controle para melhorar nosso desempenho,” disse, agregando que apesar das recentes melhoras nas taxas de fretes, os resultados ainda são incertos devido à economia mundial. A empresa reconheceu que a indústria de transporte em contêineres continua enfrentando um excesso de capacidade e que se estas condições continuarem, o desempenho financeiro continuará sendo fraco.

O último e ambicioso plano de resgate da Eurozona para a Grécia vem sendo recebido por muitos com precaução, ao invés de ser visto como a “colocação em marcha” daquilo que a economia européia necessitava para novamente retomar um crescimento real, o que aumenta a possibilidade de um percurso de volta à estabilidade para essa região, que bem poderia ver o comércio nas rotas Ásia-Europa operando abaixo da média durante um tempo considerável. Agregando o espectro dos primeiros dez navios Triple-E (18.000 TEUs de capacidade) que serão visto no horizonte no ano 2013-2014, poderíamos nos perguntar se haverá suficiente re-balanceamento da oferta sobre a demanda para ver se as linhas se livram do pior, ou se isto é apenas o começo de mais no futuro. É isto o que Dekker teve que dizer em novembro: “Os maiores transportadores marítimos buscam economias de escala com os cada vez maiores super post-Panamax, mas ao fazê-lo, a indústria corre o grande risco de introduzir muita capacidade ao mesmo tempo e arruinar o já frágil balanço entre a oferta e a demanda.”

Editorial da Container Management sobre asDificuldades das Companhias Navais

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Modernizar os terminais portuários é o desafio assumido pelo governo nicaraguense desde o dia 10 de janeiro de 2007, com o convencimento de que conseguirá emergir diante dos seus mais fortes concorrentes da região centro-americana. Maiores informações em www.epn.gob.ni

O presidente da EPN, Virgilio Silva [email protected] apresentou o projeto portuário de Monkey Point, no Caribe, durante a Andean Infrastructure Summit, realizada no final de março em Bogotá.

Com um investimento de quase US$1 bilhão e uma concessão por 33 anos, iniciada no ano passado quando o governo da Costa Rica adjudicou a construção e operação do Terminal de Contêineres Moín, TCM, a multinacional holandesa APM Terminals construirá em Limón, Caribe costarriquense, um quebra-mar de 2,2 km que contra-arrestará as condições climáticas que impedem o funcionamento normal de um porto moderno. Com a dragagem, também a cargo da APM Terminals, se passará de um canal de acesso

A EMPRESA PORTUÁRIA NACIONAL DA NICARÁGUA, A APM TERMINALS MOIN

DA COSTA RICA E A PORTMAGDALENA DA COLÔMBIA, SE AFILIAM À LATINPORTS

de 10,5 metros de profundidade a um de 18 metros, o que permitirá atender navios muito maiores com capacidade de até 8.500 contêineres, gerando economias de escala e redução de custos. O TCM terá 1.500 metros de cais e 5 atracadouros com 9 gruas pórtico. As obras serão iniciadas em 2013 e a primeira etapa deve estar operativa em 2014. Maiores informações em www.apmterminalsmoin.com

O gerente geral da APM Terminals Moin é o Capitão Paul Gallie [email protected]

Este novo membro corporativo da Latinports é um terminal fluvial e marítimo do grupo Zona Franca de Barranquilla que presta serviços a navios de alto-mar, especializado em cargas de granel líquido, especialmente produtos químicos e produtos brancos derivados do petróleo. Localizado a 20 quilômetros da desembocadura do rio Magdalena, conta com um abrigo natural que facilita a navegação e as operações portuárias. Atualmente mobiliza cerca de um milhão de toneladas de carga. Maiores informações em www.portmagdalena.com.co

A gerente da PortMagdalena é Patricia Montoya [email protected]

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CONFERÊNCIA DO DIRETOR EXECUTIVO DA LATINPORTS NA ANDEAN & CENTRAL AMERICAN INFRASTRUCTURE SUMMIT

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PRÓXIMOS EVENTOS

Em conjunto com o diretor geral da Corporación Autónoma Regional del Rio Grande de la Magdalena, Cormagdalena, em 29 de março, em Bogotá, o diretor executivo da Latinports, Julián Palacio, fez uma apresentação sobre os Avanços do Projeto de Navegação no Rio Magdalena, em seguimento ao primeiro seminário especializado da Latinports realizado no mês de setembro do ano passado sobre este tema.

Foi muito satisfatório para a Cormagdalena e a Latinports poder anunciar que o esforço conjunto

do governo colombiano e da Associação Latino-Americana de Portos e Terminais começou a dar seus frutos: aquilo que no seminário de setembro era apenas uma expectativa tornou-se real no mês de março, com o anúncio do presidente da República, Juan Manuel Santos, da disponibilidade de recursos de US$400 milhões para tornar realidade o mais ambicioso projeto de infraestrutura de transporte na história da Colômbia: a navegação desde e para o centro do país.

21-25 de Maio de 2012Hotel Riu Plaza, Panamá

O Maritime Week Americas 2012 será realizado no Panamá, um dos maiores centros marítimos do mundo e justo no coração de algumas das mais interessantes mudanças que impactam as indústrias mundiais de navegação, portos e bunkering.

O diretor executivo da Latinports, Julián Palacio, participará com uma conferência denominada Economia dos Navios Post-Panamax: Sobreviverão os Maiores? (Seu Efeito na América Latina), e atuará como moderador da Sessão de Mesa Redonda Portuária Regional: Desafios em um Mundo Incerto.

Para maiores informações sobre este evento, por favor, clique em www.maritimeweekamericas.com ou entre em contato com [email protected]

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A CWA-Expo Carga é a plataforma onde 18 mil especialistas do setor do comércio exterior e transporte de carga convergem para fazer negócios entre a América, a Europa, a Ásia e o resto do mundo. Este evento reúne:• Iniciativa privada• Câmaras e Associações• Dependências GovernamentaisPara maiores informações, clique em www.expo-carga.com ou entre em contato diretamente com Verónica Velásquez [email protected] telefone: 52 (55) 54425760 Ramal 188.

Neste fórum poderá ser visto o contexto e tendências internacionais no transporte de contêineres, e estratégias e desafios diante dos tratados de livre comércio, TLC, com ênfase na realidade nacional e nos diferentes pontos da rede logística: a atividade portuária, a gestão e segurança no transporte interno e o desenvolvimento de pátios de contêineres, entre outros temas, como eixos vitais de uma boa logística de contêiner.

Para maiores informações, favor comunicar-se [email protected]

5-7 de Junho de 2012World Trade Center, México, D.F. FÓRUM PORTOS E CONTÊINERES –

LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE

Associação Nacional de Empresários da Colômbia

5-6 de Julho de 2012Hotel AR, Bogotá

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Noticias Portuárias LatinoamericanasArgentina

Árabes Planejam Investir US$300 Milhões no Porto de Buenos Aires

De acordo com o Infobae.com, investidores dos Emirados Árabes selaram um acordo em sua visita a Buenos Aires junto com uma delegação de empresários no mês de março. O presidente do Diretoria da Dubai Ports World, o Sultão Bin Sulayem, fez parte da comitiva encabeçada pelo ministro de Relações Exteriores, Xeique Abdullah bin Zayed Al Nahyan. Com o acordo serão iniciadas as obras e geradas mil novas vagas de emprego, o que permitirá contar com uma infraestrutura de última geração em 2015.

O projeto de modernização portuária foi elaborado pela Terminales Río de la Plata (TRP) -operador argentino da rede Dubai Port World- junto com a Administração Geral de Portos, a Secretaria de Transporte e o Ministério de Planejamento. O novo projeto permitirá dotar o comércio exterior argentino de economias de escala em transporte marítimo, evitando transbordos em outros portos da costa Leste da América do Sul, o que gera demoras e custos adicionais à rede de valor.

A Terminales Río de la Plata (TRP) está localizada em Puerto Nuevo, Buenos Aires, e possui a concessão da operação portuária. Com uma área de 430.000 m2 completamente adaptados e remodelados, a TRP opera as 24 horas do dia, 362 dias por ano. Em 2011, investiu US$25 milhões no Terminal de Cruzeiros Benito Quinquela Martín, inaugurado nesse ano.

A Dubai Port World é um dos principais operadores portuários do mundo, com 45 terminais de contêineres em 29 países.

A Câmara Argentina de Empresas Navais e Armadores, CAENA, citada pelo Infobae.com, anunciou que o setor buscará potencializar o apoio às operações off shore, aspirando aumentar a presença de navios e embarcações próprias destinadas ao transporte marítimo e/ou fluvial de cargas líquidas, gases liquidificados e sólidos

A CAENA aposta no trabalho em várias linhas de atuação, com a intenção de potencializar o negócio marítimo nacional: por um lado, tentará apoiar a assinatura de uma Lei de Marinha Mercante que

Companhias Navais Prevêem Investimentos da Ordem de US$ 50 milhões

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BrasilScanner para Contêiner ainda é Polémico

Noticias Portuárias Latinoamericanaspolêmica no setor. No Brasil, conforme o texto, armadores avaliam que a medida travará o comércio exterior, com impactos desastrosos nos custos e tempos de operação. Na outra ponta, terminais portuários e exportadores dizem que a fiscalização dará mais transparência às trocas comerciais. A matéria informa que a Santos Brasil, “maior operadora de terminais de contêineres no país”, investiu R$ 21,12 milhões na compra de cinco equipamentos de fiscalização. Segundo Mauro Salgado, director de Santos Brasil, a empresa já está preparada para as mudanças e o investimento agilizará os processos de verificação das cargas. “Não estamos prevendo impactos negativos para operação”, disse. A mesma visão tem o gerente-geral de logística do Grupo Curimbaba, Fabrizio De Paulis. “Aumenta a segurança da carga exportada. Não acho que o procedimento provocará atrasos.” Antes, porém, o presidente da Maersk Line na América Latina e Caribe, Robbert Jan van Trooijen, afirma que “na prática, essa lei é impossível de implementar, porque fisicamente não dá para fiscalizar. A cada dois anos os EUA adiam a data-limite. Agora virou 2014 e nós achamos que poderá virar 2016, 2018”. Para Sérgio Salomão, da Abratec, no entanto, “a lei americana foi a inspiração para a Receita, mas a exigência passará a ser geral, tanto na exportação como na importação, e não apenas aos EUA”. No final, o texto comenta que a vistoria do contêiner na entrada do terminal, porém, não é garantia plena de segurança, pois até ser embarcado no navio ele poderá, em tese, ser manipulado. “Na SEP, defendíamos a rastreabilidade do contêiner e da carga da origem ao destino”, diz o sócio-diretor da consultoria Agência Porto, Fabrizio Pierdomenico, que foi secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da SEP. Segundo ele, apesar de todos países que exportam aos EUA terem

reúne o critério conjunto buscado entre armadores e grêmios embarcadores e, por outro lado, contribuirá para a consolidação de um sistema previsível que multiplique a presença da bandeira argentina na Hidrovia Paraguai-Paraná.

“Este esforço contínuo está voltado à ampliação das fontes de emprego que já produz o setor. Em valores de hoje e com um crescimento contínuo, as empresas sociais da CAENA geram mais de 2.000 vagas de emprego diretas para tripulantes argentinos a bordo. O salário bruto médio mensal, que oscila ao redor de US$5.000, posiciona-se como um dos espaços mais pujantes e melhor remunerado do país”, indicou a entidade em um comunicado. Este setor, por sua vez, gera ao redor de 20.000 empregos indiretos, relacionados com oficinas navais, fornecedores, agências marítimas e outros.

Com este título, reportagem no Valor no final de abril, destaca que a determinação do governo dos Estados Unidos de obrigar que 100% dos contêineres marítimos de importação sejam escaneados nos portos de origem tem gerado

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Investimentos no Setor: Prioridade para as Hidrovias:

ICerca de R$ 30 bilhões em investimentos estão sendo realizados ou são planejados para o setor portuário brasileiro, afirmou o diretor-geral em exercício da Antaq, Tiago Lima, durante sua participação na feira Intermodal, feita em meados de abril em São Paulo. Os projetos são referentes à construção de terminais portuários (R$20.5 bilhões em investimentos para novos portos privados, e R$ 9,5 bilhões têm como destino terminais de portos públicos). Do total, R$ 9,5 bilhões têm como destino terminais de portos públicos. O restante será aplicado na construção, na ampliação ou na operação de terminais de uso privativo (TUP). A Tribuna acrescentou um dado importante do contexto atual: o Brasil possui 34 portos públicos e 129 TUPs e a coluna deu ênfase aos portos públicos, informando que a maioria dos investimentos nessas instalações será aplicada na Região Sudeste, que receberá R$ 5,4

Noticias Portuárias Latinoamericanasde arcar com o custo extra, o Brasil tem um “senão” a mais. “Acaba sendo desigual para o Brasil por causa da nossa carga tributária. A preocupação que temos é quem vai pagar a conta desses investimentos feitos pelos terminais”, diz. “É evidente que o terminal repassará os custos”, afirma Salomão, da Abratec.

bilhões. As unidades do Nordeste terão R$ 2 bilhões, enquanto os do Norte, R$ 1,5 bilhão, e os do Sul, R$ 600 milhões. Estão sendo aplicados em Santos R$ 3,5 bilhões, com a implantação dos terminais da Embraport e da BTP, que devem entrar em operação no próximo ano – conforme a Tribuna.

O Secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério de Transportes, Marcelo Perrupato, defendeu um pacto em defesa do modal hidroviário cobrindo todo o país. Segundo ele, o crescimento na navegação “deve ser encarado como prioridade nacional” pela sociedade brasileira como um todo, conforme informou a Tribuna. Perrupato comentou que o governo federal está buscando equilibrar a matriz de transporte nacional, mencionando que o Plano Nacional de Logística e Transporte determina que, em 2025, 33% das cargas brasileiras serão mobilizadas por estrada, 32% por ferrovias e 29% por hidrovias. O restante (6%) ficaria para outros tipos de transporte.

Marcelo Perrupato

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Espera-se que o Novo Terminal de Manaus Comece a Operar em 2014:

A Presidente da República anuncia investimento no Porto Cubano de Mariel

Noticias Portuárias Latinoamericanas

A Valor, em um especial sobre a Zona Franca de Manaus, destacou seu impulso para o crescimento da cidade, que passou de 250.000 habitantes em 1967 (quando foi criada a zona franca) a 2.2 milhões atualmente em sua área metropolitana. Hoje, o Pólo Industrial de Manaus sobre o Rio Amazonas, a pouco mais de 1.000 quilômetros de sua desembocadura, acolhe mais de 600 empresas e mais de 5.000 usuários comerciais, constituindo-se no centro econômico e cultural da Região Norte do Brasil.

No caso do porto, atualmente insuficiente, seu alivio chegará a partir de meados de 2014, quando deverá estar concluída a construção de um novo terminal de carga com um custo de US$230 milhões, a ser operado através de concessão à empresa privada, duplicando a capacidade dos terminais existentes.

Antes da visita que a presidente Dilma Rousseff faria a Cuba em 31 de janeiro, diversos jornais brasileiros informaram que o ponto central de sua visita era o anúncio do financiamento do BNDES para a ampliação do porto de Mariel. A Câmara de Comércio Exterior, Camex, aprovou a liberação de uma partida de US$230 milhões do financiamento para as obras, projeto que no total deve chegar a US$600 milhões. Esse valor equivale apenas à parte brasileira das obras do porto, em cuja região os cubanos pretendem instalar um pólo industrial. Segundo a Valor, Mariel é a maior aposta brasileira em Cuba. O investimento neste projeto de exportação de bens e serviços representa 70% de todos os financiamentos do BNDES em operações que têm Cuba como destino final nos últimos 15 anos .

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De acordo com a Tribuna, a Log-In, que tem 25% do mercado na área, projeta um crescimento de pelo menos 10% anuais nos próximos quatro anos. Nos cinco anos que vem trabalhando em cabotagem, a empresa vem tendo um crescimento médio de 27% por ano em movimento de contêineres, e grandes clientes foram conquistados pelas vantagens que a modalidade representa, tal como a segurança do transporte marítimo para a integridade do produto. A Log-In conta com 11 navios: oito porta-contêineres e três de granéis.

que todos os portos brasileiros juntos, ao passar de 3,2 milhões em 2011 a 8 milhões em 2013”, explicando que o aumento de capacidade será o resultado de uma série de ampliações, compra de equipamentos de última geração e a entrada em operação de novos projetos privados, como o Embraport, DP World e Brasil Terminal Portuário, BTP, este último controlado pela Europe Terminal que, segundo Serra, entrará antecipadamente em operação em outubro de 2012. O presidente da CODESP lembrou que os atuais operadores do porto, como a Santos Brasil, Libra e Tecondi, fizeram relevantes investimentos que resultarão em um aumento adicional do crescimento.

Empresas de cabotagem confiam no crescimento do setor

Noticias Portuárias Latinoamericanas

Uma reportagem do Brasil Econômico sobre transporte e logística destaca o segmento de contêineres, citando um comentário do ex-secretário de política do Ministério de Transportes e atual diretor executivo de Agência T1, José Augusto Valente, segundo o qual “a falsa discussão instalada no país de que os portos públicos estão saturados e travam o crescimento da economia está sendo enterrada pela realidade”. Segundo o especialista, desde 2003 se fala de apagões logísticos e portuários que nunca se confirmam; “ao contrário, os portos dobrarão sua capacidade para contêineres nos próximos quatro anos”, afirma Valente, ressaltando assim um ponto crucial para reverter o negativismo em várias matérias sobre o setor. A reportagem mostra que o comércio exterior brasileiro quase se quadriplicou em oito anos (2002 a 2010) e que os contêineres passaram de 2 milhões em 2002 a 4,5 milhões no ano passado, comentando que esses números demonstram que a logística portuária tem dado apoio à expansão da economia e do comércio exterior, ainda que seriam desejáveis melhores indicadores em produtividade e serviço.

Por outro lado, o Estado publicou uma reportagem com o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo-CODESP, José Roberto Serra, segundo o qual ”Santos, o maior porto da América Latina, duplicará sua capacidade em 2013, mobilizando a mesma quantidade de contêineres

Portos dobrarão sua capacidade para contêineres nos próximos quatro anos

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Enero - Abril 2012

O Terminal Pacífico Sur (TPS) e a Empresa Portuaria Valparaíso (EPV) assinaram, em 9 de janeiro, a modificação do contrato que permitirá dar início às obras de ampliação do Sitio 3, uma das medidas consideradas no Plano de Expansão do porto que permitirá manter sua competitividade nos próximos anos. .O projeto de extensão do Sitio 3, que será a primeira ampliação da frente de atracação do Valparaíso em mais de 80 anos, contempla um alongamento de 120 metros e o reforço estrutural dos sítios 4 e 5, para lhes propiciar uma condição antissísmica. A execução destas obras permitirá atender dois navios Post Panamax de forma simultânea e acompanhar o crescimento das linhas navais ou atrair outras, abrindo vagas de trabalho para a atividade e mantendo a competitividade do Porto de Valparaíso.

Estima-se que uma vez concluídos os estudos de engenharia e simulação de manobras, e depois de recebidas as aprovações e respectivas autorizações das correspondentes autoridades, os trabalhos serão iniciados no primeiro trimestre de 2013 e levarão cerca de 18 meses. O gerente geral da TPS, Francesco Schiaffino, indicou que “esta iniciativa demonstra nosso compromisso de manter a competitividade do Porto de Valparaíso através da execução de um projeto criativo e ambicioso”

O executivo acrescentou que “o nosso desafio é que este Terminal continue sendo um ator-chave para a cidade, para a região e para o país, pois estamos convencidos de que o Valparaíso conta com todas as condições para se projetar a longo prazo, de maneira sustentável, como um pólo portuário moderno e de grande escala”.

ATribuna ressaltou que nos últimos anos vem sendo ensaiada uma reativação, inclusive com a chegada de novos atores ao mercado, mas que para crescer ainda mais, além dos 13% de participação no movimento de carga do país, “é necessário um empurrão”. A cabotagem já foi forte no Brasil, mas se debilitou nas décadas de 1970 e 1980 devido à falta de investimento e intolerância a demoras em momentos de alta inflação.

A Log-In lançará em 1° de julho um serviço de transporte de cabotagem integrando duas regiões: Nordeste e Sudeste ao Norte do Brasil. A intenção da empresa é contar com um navio com capacidade de 1.700 TEUs, que dará maior vazão principalmente aos produtos eletrodomésticos da zona de Manaus, e que poderá aumentar para 10.000 TEUs a rota. No Nordeste, portos como o de Suape, Santos e Rio de Janeiro estão no foco da empresa. Segundo o ministro de portos, Leônidas Cristino, a nova versão do Plano Nacional de Logística Portuária estimulará a navegação de cabotagem.

O Terminal Pacífico Sul de Valparaíso e a Empresa Portuária Valparaiso Assinaram Acordo de Ampliação:

Noticias Portuárias Latinoamericanas

Chile

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Ministro do Transporte Promete Apoio ao Projeto de Hidrovia Magdalena:

O Rio Magdalena Deve Ser Assumido como o Grande Alimentador e o Eixo do Desenvolvimento do Transporte Massivo de e Para o Interior do País

O ministro do transporte, Germán Cardona, reafirma seu apoio a um projeto para tornar navegáveis 256 km da hidrovia Magdalena, visando transportar bens da região central do país à costa. A iniciativa de US$400 milhões está sendo executada pela Corporación Autónoma Regional del Rio Grande de la Magdalena (Cormagdalena) e também conta com o apoio do presidente Juan Manuel Santos, segundo comunicado do Ministério do Transporte. “Chegou a hora do rio Magdalena”, indicou Cardona. “É a possibilidade de materializar a ideia de se ver nesta artéria fluvial a melhor maneira de levar os produtos pesados do centro do país para o Caribe”.

Por sua vez, o gerente geral da EPV, Harald Jaeger, expressou que “estamos muito satisfeitos com a assinatura desta modificação de contrato com a TPS pois as obras no Terminal 1, às quais se soma a próxima licitação do Terminal 2, permitirão ao Valparaíso contar com dois terminais altamente competitivos para o comércio internacional chileno e satisfazer plenamente a demanda regional projetada para os próximos anos”. A extensão da concessão chegará até 31 de dezembro de 2029.

Até agora foram investidos cerca de US$21 milhões nos trabalhos preliminares para o projeto. O Instituto Nacional de Vias, Invías, assinalou que administrará e designará todo o financiamento necessário para melhorar a conectividade rodoviária com a hidrovia Magdalena. O rio, que se estende por 900km, atualmente só é navegável em 700km, e melhorar a hidrovia seria a forma mais rápida de transporte para a costa do Caribe e ajudaria também a eliminar cerca de 1.200 caminhões de carga pesada das vias do país.

O ministro Germán Cardona e o diretor da Cormagdalena, Augusto García, bem como o diretor executivo da Latinports, Julián Palacio, se referiram ao tema no Andean Infrastructure Summit realizado em Bogotá no final de março.

A agência de investimento regional, Probarranquilla, informou que a Associação Nacional de Empresários, ANDI, propôs a definição e execução de um Plano de Desenvolvimento que leve Barranquilla a se tornar na Cidade Região que vem sendo chamada a ser, aproveitando as novas circunstâncias dos onze tratados de livre comércio

COLÔMBIA

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Barranquilla se Prepara para a Implementação do TLC com os Estados Unidos: Portos Fluviais dos Estados Unidos e Europa Expõem suas Experiências

Noticias Portuárias Latinoamericanassubscritos ou por subscrever pela Colômbia, e a nova Lei de Regalias que permite a execução de projetos de infraestrutura zonais que integrem territórios específicos e os vinculem a esses novos mercados internacionais. A proposta contempla a criação de alguns corredores de comunicação onde convirjam uma eficiente infraestrutura rodoviária, excelentes terminais de carga, muito boas condições de operações do aeroporto e um maior desenvolvimento da zona portuária, de maneira que a cidade ofereça ótimos níveis de serviços logísticos, gere emprego e crescimento econômico, obtenha um maior desempenho e possa vender melhor suas possibilidades industriais. A iniciativa foi apresentada pelo engenheiro de transporte e vias, Edgar Higuera, diretor executivo da Câmara de Grandes Usuários de Serviços Logísticos da ANDI, durante um encontro promovido pela ProBarranquilla e pela Área Metropolitana de Barranquilla com os prefeitos eleitos dos municípios que a formam e empresários do setor.

O especialista parte do fato de que hoje Barranquilla é a maior e mais desenvolvida cidade da Grande Bacia Caribe, não apenas em relação à Colômbia, mas também em nível dos países que a formam, dado possuir mais zonas industriais, mais universidades, mais zonas de produção, um rio que a conecta com o interior do país, uma infraestrutura básica e um grande aeroporto. Entretanto, em termos logísticos Barranquilla também apresenta gargalos que afetam sua competitividade. Pesquisas da ANDI indicam que entre 20% e 30% dos custos logísticos são gerados nos terminais marítimos, e especialmente no que se conhece como sobrecustos da última milha. Higuera acrescentou que Barranquilla tem que necessariamente enxergar o rio Magdalena, explicando que o rio deve ser assumido como o grande alimentador e o eixo do

desenvolvimento do transporte massivo de e para o interior do país, mas também como ponto de referência urbano da cidade por excelência, gerando para isso um plano de desenvolvimento paralelo que permita ver claramente que Barranquilla é uma cidade porto com uma artéria fluvial majestosa que se integra ao redor de um grande parque.

ENo principal porto marítimo-fluvial da Colômbia, localizado na desembocadura do rio Magdalena, na penúltima semana de abril tiveram lugar dois eventos sobre o Tratado de Livre Comércio-TLC com os Estados Unidos, a ser implementado em 15 de maio do corrente ano, nos quais foram estudadas as possibilidades de Barranquilla, uma das principais cidades da Colômbia.

Dos Estados Unidos, estiveram representadas Houston e Nova Orleans, e da Europa, Roterdã, Le Havre e Hamburgo, todas elas situados na desembocadura dos rios mais importantes de seus respectivos países. O diretor executivo da Latinports, Julián Palacio, fez uma apresentação denominada

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Noticias Portuárias Latinoamericanas

No último informe elaborado pela Unidade de Serviços de Infraestrutura da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), o porto de Cartagena, formado pela Sociedad Portuaria Regional - CONTECAR e Muelles El Bosque, com um movimento de 1.853.342 TEUs, ocupou no ano passado o quinto lugar entre os 100 melhores portos da América Latina e Caribe, substituindo Buenos Aires. Os dois primeiros lugares pertencem ao Panamá (Colón e Balboa), o terceiro a Santos, Brasil, e o quarto a Kingston, Jamaica. Atrás de Cartagena estão os portos de Buenos Aires, Manzanillo (México), Callao, Guayaquil y Freeport (Bahamas).

A Americas Gateway Development Corporation (AMEGA) iniciará a etapa de propostas para o seu projeto de um terminal de transbordo de US$1.100 milhões na Costa Rica, indicou à BNamericas seu diretor geral, Aubrey de Young. O projeto, denominado Megaterminal Transbordo Atlântico (MTA), consistirá de um terminal de águas profundas para transbordo de contêineres localizado em Moín, na costa caribenha da Costa Rica.

A AMEGA ostenta o direito exclusivo de liderar o projeto desde a etapa de propostas até a licitação pública de uma concessão de 30 anos para construção e operação do porto. A etapa

Reabilitação da Hidrovia do Magdalena: Uma Resposta à Implementação do TLC, com a qual demonstrou que só com a reabilitação da hidrovia desde o centro do país, como já anunciou o presidente da República, Barranquilla se converteria na capital do TLC, como assim a batizou o ministro do comércio nessa mesma oportunidade.

Apesar do crescimento de 11% dos portos da região em 2011, sua participação mundial se mantém em apenas 7%. A Ásia move mais de 50% dos contêineres transportados por mar no mundo e a China, particularmente, representa 29% do comércio mundial, com 164 milhões de TEUs no ano passado.

Cartagena Retira Buenos Aires do Quinto Lugar em Tráfico de Contêineres A Amega Inicia Etapa de Propostas do

Terminal de Transbordo Moínn

Costa Rica

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CubaNoticias Portuárias Latinoamericanas

De acordo com a agência Reuters, em visita feita pela presidente Dilma Rousseff a Cuba em 31 de janeiro, o Brasil pode dar uma grande contribuição para reanimar a frágil economia de Cuba; com referência ao porto de Mariel, a 45 quilômetros da Havana, a presidente acrescentou que “Nós participamos não só em construir o porto, mas também em trazer uma cooperação que considero estratégica para o Brasil e para a Cuba”. Os trabalhos de modernização de um terminal de contêineres construídos no porto de Mariel, com financiamento do Brasil, estão sendo realizados pela empresa brasileira Odebrecht e devem estar concluídos em janeiro de 2013, com obras que incluem uma zona especial de desenvolvimento, com indústrias para a exportação e para o abastecimento do mercado cubano.

Presidente do Brasil Inspeciona Obras no Porto de Mariel:

de propostas compreende pesquisas técnicas, ambientais, comerciais e financeiras detalhadas. “O cronograma de finalização desta etapa indica um período de 12 meses, mas com a ajuda do governo esperamos poder diminuir esse prazo. A AMEGA anunciará importantes acordos nas próximas semanas”, informou De Young. O terminal de transferência terá capacidade de mover 2 milhões de TEUs anuais, com um cais de 1 km, um canal de acesso ao porto de Moín de 19 metros de profundidade e um atracadouro para três navios porta-contêineres com cerca de 14.000 TEUs. O projeto MTA estará localizado adjacente a um terminal de contêineres que está sendo construído pela APM Terminals, ainda que aparentemente os dois terminais não estarão em direta concorrência pois o terminal da AMEGA atenderá um mercado diferente e realizará o transbordo de carga de até 14.000 TEUs dos maiores navios porta-contêineres atualmente em serviço ou de futuras embarcações.

O terminal de trasbordo também é atrativo para outros países centro-americanos, segundo Young. “Nosso projeto é realmente uma contribuição estratégica regional, porque não se trata apenas de carga nacional, mas situa outros países em um lugar a partir do qual podem ter acesso ao mundo”, manifestou o executivo.

O vice-presidente costarriquense, Luis Lieberman, afirmou que o governo deseja que o projeto seja licitado e adjudicado antes das eleições presidenciais de 2014.

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El Salvador

Noticias Portuárias Latinoamericanas

EQUADORPorto de Manta abre Licitação de Concessão:

A Comissão Executiva Portuária Autônoma Prevê Receber, em Novembro, Ofertas pela Concessão de Porto da União

Em 30 de abril, a Autoridade Portuária de Manta, APM, declarou a iniciação do processo para a “Concessão da gestão dos serviços públicos portuários providos pela infraestrutura e facilidades do terminal multipropósito de águas profundas do Porto de Manta”. De acordo com a APM, as condições gerais desta edital estão disponíveis na página web do porto e poderão ser baixadas mediante prévia inscrição e pagamento do valor de US$10.000, não reembolsáveis. Posteriormente a APM organizará visitas ao porto e habilitará uma sala de Informação, à qual poderão ter acesso unicamente os interessados que tenham adquirido os editais e subscrito e entregue o Compromisso de Confidencialidade.

O operador portuário nacional de El Salvador, a Comissão Executiva Portuária Autônoma, CEPA, espera receber ofertas pela concessão do porto da União em novembro deste ano, disse o gerente de concessões da autoridade, Rolando Díaz, durante a Andean & Central American Infrastructure Summit realizada em Bogotá no final de março.

A Corporação Financeira Internacional, CFI, começou a trabalhar com consultoras em janeiro para preparar as bases de licitação para a concessão, que poderia se estender por até 30 anos. A consultora estadunidense de infraestrutura Moffatt & Nichol está realizando uma análise técnica e de engenharia.

A CEPA espera publicar as bases de licitação em agosto: assim, as ofertas serão recebidas em novembro e o contrato será adjudicado em dezembro. Uma vez subscrito o contrato, o que provavelmente ocorrerá em janeiro do ano que vem, a nova concessionária poderia começar a operar quase que imediatamente, o que é uma das principais vantagens do projeto, segundo parecer de Díaz.

“Definitivamente, há interesse. É um processo contínuo de aproximação com os potenciais interessados. À medida que vai avançando o processo e a elaboração das bases, tem que se ir vendo o que pensa o mercado de tudo isso”, sustentou o executivo, acrescentando que a CEPA recebeu manifestações de interesse de operadores como a APM Terminals, a espanhola Terminal de Contêineres de Barcelona, o operador do porto colombiano de Cartagena SPRC e as chilenas SAAM e Ultramar. Os interessados teriam que demonstrar que possuem um capital líquido mínimo de US$40 milhões e experiência na operação de um

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Noticias Portuárias Latinoamericanas

Corredor Interoceânico busca Investidores:

Promulgada a Lei de Associações Público-Privadas

porto que mobilize pelo menos 600.000 TEUs por ano.

O porto da União custou US$183 milhões e sua construção, a cargo do consórcio Toa-Jan De Nul, foi finalizada em junho de 2008. O porto multipropósito se especializa no manejo de contêineres, com capacidade para 850.000 TEUs em sua primeira etapa e 1,7 milhões de TEUs depois da segunda e terceira etapa de desenvolvimento.

A empresa Corredor Interoceánico de Guatemala S.A. busca investidores para o projeto de conexão férrea para transporte de contêineres e do poliducto para transporte de combustíveis entre os dois oceanos, com uma extensão de 336 km cada um. Adicionalmente, o Corredor Interoceânico, que custaria US$7,8 bilhões (50% a mais que a ampliação do Canal do Panamá) e é uma resposta à demanda de transporte oriundo da Ásia (particularmente da China), vai requerer a construção de dois mega portos, um em cada oceano. Em meados de abril os diretores do projeto estiveram em Bogotá com essa finalidade, informou o diário colombiano de economia La República.

Em 15 de janeiro o presidente do México, Felipe Calderón, promulgou a Lei de Associações Público-Privadas (APP), que tem como objetivo central multiplicar o investimento em infraestrutura através da associação entre setores públicos e privados, lei enviada ao Congresso, para análise, desde 2009. O presidente assegurou que a lei de APP e as modificações relacionadas com a construção de infraestrutura e provisão de serviços públicos darão maior segurança e confiança jurídica aos atores privados que queiram participar de projetos de infraestrutura complexos que agilizem a resposta à necessidade de infraestrutura do país, bem como maior eficiência ao uso de recursos públicos.

A administração do presidente Calderón enviou ao Congresso um pacote de reformas de diversas ordens legais para impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento do México, fomentando o aumento do investimento em infraestrutura a níveis históricos. Atualmente o governo investe 5% do Produto Interno Bruto em temas de infraestrutura, comparados com os 3% registrados em 2000.

Guatemala

México

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Peru

Record em investimentos portuários nos últimos seis anos

O Callao se Consolidou como Porto Líder do Pacífico Sul-Americano em 2011

APM Terminals Callao Duplica Produtividade

Os portos do México receberam um investimento de mais de US$3 bilhões desde a posse do presidente Felipe Calderón, em 2006. O investimento total, que inclui fundos tanto públicos como privados, é o maior concretizado durante qualquer governo nos últimos 25 anos, disse Calderón no mês de fevereiro.

O porto de Callao se consolidou como o porto líder do Pacífico Sul-Americano ao mobilizar 1,6 milhões de contêineres em 2011, superando em 20% os 1,3 milhões de contêineres em 2010, informou a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL). Desta forma, de acordo com o Boletim Marítimo da CEPAL, o principal porto peruano superou o porto de Guayaquil, que mobilizou 1,4 milhões de contêineres no ano passado e se posicionou no segundo lugar. O terceiro e quarto lugar foram ocupados pelos portos chilenos de Valparaíso e San Antonio, com 973.000 e 854.000 contêineres mobilizados, respectivamente. São seguidos pelo Buenaventura da Colômbia, que movimentou 748.000 contêineres.

De acordo com artigo da Container Management no final de fevereiro, nos sete meses transcorridos desde que assumiu o controle do Terminal Norte, em contrato de concessão por 30 anos entre a APM Terminals e o governo peruano, o terminal, agora operando como APM Terminals Callao, viu mais que duplicada sua produtividade, a 26.5 movimentos por hora-grua, enquanto que o tempo de rotação diminuiu em 49% (de 57 a 28 minutos).

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Noticias Portuárias LatinoamericanasCulminou com êxito Prova-Piloto Binacional de Trânsito Multimodal Estrada-Rio

De acordo com a agência Andina, uma prova-piloto de trânsito de alfândega comunitário internacional Peru–Equador–Peru culminou com êxito ao se conseguir reduzir de 20 a 6 dias o tempo de transporte de combustível ao seu destino final, informou a Comunidade Andina (CAN), cuja Secretaria Geral promoveu a prova. Essa prova, realizada por solicitação de uma empresa privada, consistiu no transporte de 60.000 galões de biodiesel a um acampamento mineiro por um trajeto distinto da tradicional. O trajeto teve início na cidade de Talara (Piura), passou por Huaquillas (fronteira equatoriana com o Peru), Cuenca e Porto Morona, na selva do Equador, até chegar ao povoado Sargento Puño, na selva peruana. Para isso foram realizadas coordenações com as alfândegas do Peru e do Equador para aprovação da operação de Trânsito de Alfândega Comunitário e habilitação das vias, cruzamentos e passagens de fronteira.

A prova permitiu constatar que enquanto o abastecimento do acampamento por via fluvial desde a cidade de Iquitos (Loreto) demorava 20 dias, percorrendo 753 quilômetros, a utilização da nova rota, que combinava via terrestre e fluvial, reduzia os custos e o tempo a seis dias no máximo.

O secretário geral da CAN, Adalid Contreras, manifestou que esta experiência de Trânsito de Alfândega Comunitário é uma amostra concreta da utilidade da norma de alfândega comunitária, onde se rompem as fronteiras e os povos se integram, poupando tempo e recursos econômicos. Uma experiência semelhante foi feita entre Colômbia–Equador–Colômbia, utilizando-se as alfândegas terrestres de Ipiales (Colômbia) e Tulcán e San Miguel (Equador), e depois o rio Putumayo, para levar mercadorias a Leticia (Colômbia).

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Correio

Quero parabenizá-los pelo grande esforço que têm feito com a Latinports.

Franc PignaDiretor GeralAegir Ports Property Advisors

USA

Parabéns pela excelente apresentação do boletim e por nos ter destacado neste.

Fernando RevecoGerente de Desenvolvimento e ProjetosGrupo Ultramar

Chile

Estive em sua conferência sobre Investimentos nos Portos da América Latina em dezembro passado, em Londres, e nossa empresa está interessada em obter maiores informações sobre portos de contêineres.

Harald SperleinKfW IPEX-Bank GmbH

Frankfurt, Alemanha

Foi um grande privilégio conhecê-lo ao longo deste caminho portuário e mais ainda poder aprender muito com os eventos por você promovidos na América Latina. Muito obrigado pelo apoio de sempre e espero poder continuar trabalhando com você na superação dos desafios do nosso setor.

Fernando FialhEx-Diretor ExecutivoAgência Nacional de Transporte Aquático

Brasil

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Estamos muito interessados em desenvolver projetos portuários na América Latina. Temos um programa que promove a expansão mundial de investimentos das linhas marítimas coreanas e vemos uma grande oportunidade em sua região.

Hye KyeongInternational Logistics Research DepartmentKorea Maritime Institute

Seul, Coréia

Obrigado pela informação; está bastante completa.

Leonardo DelgadoGerente GeralArmazéns Gerais de Depósito do Banco PopularAlpopular

Bogotá, Colômbia

Compartilharemos com todos os afiliados este material, por ser de interesse do nosso grêmio.

Antonio FelflePresidente Associação Portuária de Barranquilla

Colômbia

Li o último boletim da Latinports e me pareceu supremamente interessante e variado, com grande quantidade de valiosa informação portuária.

Mauricio EstebanGerenteSoluciones Financieras, Solfin

Bogotá

Muito bom documento. Parabéns.

Carmen MartínSuperintendente de Logística & Portos

MPX Colômbia

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ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE PORTOS E TERMINAISLATINPORTS

FORMULÁRIO DE AFILIAÇÃO

MEMBRO CORPORATIVO (Porto ou terminal latino-americano): ___MEMBRO ASSOCIADO (Empresas relacionadas com a indústria portuária ou portos e terminais de outras regiões do mundo):___Empresa:Endereço: Cidade, País: Telefone:Sitio Web:Representante Legal (Pessoa de Contato): Cargo:E-mail:Breve Descrição da Empresa:

Como membros corporativos (associados) nos comprometemos a pagar a parcela anual de US$2.500 (US$850) dentro dos 30 dias seguintes à apresentação da fatura..

ASSINATURA:

NOME E CARGO DE QUEM PREENCHEU O FORMULÁRIO:

DATA: ________________

Favor devolver este formato preenchido a [email protected]

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