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MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Laboratório Nacional de Engenharia Civil DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES Núcleo de Planeamento, Tráfego e Segurança Proc. 0703/1/16654 ________________________________________________________________ PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL RELATÓRIO DE ANÁLISE E DIAGNÓSTICO – MUNICÍPIO DE SILVES Lisboa, Agosto de 2008 ________________________________________________________________ I&D Transportes _______________________________________________________________

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MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNI CAÇÕES

Laboratório Nacional de Engenharia Civil

DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES

Núcleo de Planeamento, Tráfego e Segurança

Proc. 0703/1/16654

________________________________________________________________

PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

RELATÓRIO DE ANÁLISE E DIAGNÓSTICO – MUNICÍPIO DE S ILVES

Lisboa, Agosto de 2008

________________________________________________________________

I&D

Transportes

_______________________________________________________________

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LNEC - Proc. 0703/1/16654 I

PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL. RELATÓRIO DE ANÁLISE E DIAGNÓSTICO -

MUNICÍPIO DE SILVES.

SUMÁRIO

Este relatório respeita à primeira fase do estudo realizado pelo LNEC no âmbito do projecto

“Mobilidade Sustentável” para a Agência Portuguesa do Ambiente. Esta fase designada

“análise e diagnóstico” visou identificar e caracterizar os principais problemas de mobilidade

que se colocam no contexto do município de Silves, localizado no Algarve. São definidas

áreas de intervenção prioritária, assim como o quadro conceptual geral que orientará uma

intervenção no domínio dos transportes e da mobilidade para uma área de estudo

seleccionada.

SUSTAINABLE MOBILITY PROJECT. ANALYSIS AND DIAGNOSIS REPORT - SILVES

MUNICIPALITY.

ABSTRACT

This report refers to the first phase of the study conducted by the LNEC within the

Sustainable Mobility project for the Portuguese Environmental Agency. This phase

designated as “analysis and diagnosis” aims to identify and to characterize which are the

main mobility problems within the context of the Silves municipality, located in the Algarve.

Priority areas for intervention are outlined as well as the general conceptual framework

underlying a future intervention on transport and mobility for a selected study area.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

II

ÍNDICE

1 | INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

1.1 ENQUADRAMENTO DO ESTUDO.................................................................................... 1

1.2 OBJECTO DO RELATÓRIO DE ANÁLISE E DIAGNÓSTICO.................................................. 3

2 | CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SILVES.............. ........................................ 5

2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ........................................................................................ 5

2.2 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA E DINÂMICAS .................................................... 6

2.2.1 Evolução da população...................................................................................... 6

2.2.2 Evolução da densidade populacional ................................................................. 7

2.2.3 Estrutura etária e índices de dependência ......................................................... 8

2.2.4 Nacionalidade da população .............................................................................10

2.2.5 Qualificação académica da população..............................................................11

2.2.6 Estrutura da população activa...........................................................................12

2.2.7 Parque habitacional e evolução do número de alojamentos .............................16

2.2.8 Pólos geradores e atractores de deslocações...................................................18

3 | CARACTERIZAÇÃO DAS DESLOCAÇÕES PENDULARES.......... ...........................22

4 | CARACTERIZAÇÃO DAS ACESSIBILIDADES AO MUNICÍPIO DE SILVES............25

4.1 INFRAESTRUTURAS RODOVIÁRIAS ...............................................................................25

4.2 INFRA-ESTRUTURAS FERROVIÁRIAS ............................................................................27

4.3 INFRA-ESTRUTURAS AEROPORTUÁRIAS ......................................................................29

5 | CARACTERIZAÇÃO DA SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA........ ...............................29

6 | CARACTERIZAÇÃO DAS REDES PEDONAL E CICLÁVEL ........ .............................33

7 | CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE TRANSPORTE COLECTIVO ..... ........................37

8 | CARACTERIZAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS................. .....................................38

8.1 DESEMPENHO DO SISTEMA DE TRANSPORTES .............................................................38

9 | DIAGNÓSTICO: ANÁLISE SWOT .......................... ...................................................47

10 | CONCLUSÕES ..........................................................................................................50

11 | BIBLIOGRAFIA....................................... ...................................................................53

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LNEC - Proc. 0703/1/16654 III

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 | Projecto “Mobilidade Sustentável” – casos de estudo.............................................................1

Figura 2 | Área de estudo no âmbito do projecto Mobilidade Sustentável ..............................................4

Figura 3 | Localização do Município de Silves..........................................................................................5

Figura 4 | Evolução da população residente no município e freguesia de Silves...................................7

Figura 5 | Evolução da densidade populacional no concelho e freguesia de Silves ...............................7

Figura 6 | Estrutura etária ........................................................................................................................8

Figura 7 | Índices de dependência da população em 2001 ......................................................................9

Figura 8 | Pirâmide etária do concelho de Silves para 2001 ....................................................................9

Figura 9 | Distribuição das classes etárias para a cidade de Silves no ano de 2001.............................10

Figura 10 | População segundo a nacionalidade para a cidade de Silves no ano de 2001 ...................11

Figura 11 | Qualificação académica da população residente no concelho, freguesia e cidade de Silves

no ano de 2001.....................................................................................................................12

Figura 12 | Evolução da população activa no concelho e freguesia de Silves .......................................12

Figura 13 | População activa segundo o sector de actividade no concelho de Silves ...........................13

Figura 14 | População activa segundo o sector de actividade na freguesia de Silves ..........................13

Figura 15 | Pessoal ao serviço segundo a Classificação da Actividade Económica na cidade de Silves

em 2001................................................................................................................................14

Figura 16 | População empregada por actividade económica no município e freguesia de Silves em

2001......................................................................................................................................15

Figura 17 | Evolução do número de alojamentos e edifícios no concelho e freguesia de Silves ...........16

Figura 18 | Edifícios segundo o número de pisos no concelho, freguesia e cidade...............................17

Figura 19 | Forma de ocupação dos alojamentos no concelho, freguesia e cidade de Silves em 2001 17

Figura 20 | Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida no município,

freguesia e cidade de Silves em 2001..................................................................................18

Figura 21 | Localização dos principais equipamentos existentes..........................................................20

Figura 22 | Localização dos principais equipamentos previstos ...........................................................21

Figura 23 | Deslocações pendulares no município e freguesia de Silves ..............................................22

Figura 24 | Movimentos pendulares intra-concelhios com origem em Silves em 2001 .........................23

Figura 25 | Duração dos movimentos pendulares em 2001 .................................................................23

Figura 26 | Duração dos movimentos pendulares (%) ........................................................................24

Figura 27 | Modos de transporte utilizados para as deslocações pendulares para o local de trabalho

ou estudo para o ano de 2001 .............................................................................................25

Figura 28 | Infra-estruturas rodoviárias para acesso à cidade de Silves...............................................26

Figura 29 | Infra-estruturas ferroviárias para acesso à cidade de Silves .............................................28

Figura 30 | Localização dos acidentes rodoviários que ocorreram nos arruamentos urbanos, no

período 2000-2006 ..............................................................................................................31

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LNEC – Proc. 703/1/16654

IV

Figura 31 | Tipologia dos acidentes rodoviários que ocorreram nos arruamentos urbanos, no período

2000-2006.............................................................................................................................32

Figura 32 | Estado de conservação dos arruamentos............................................................................34

Figura 33 | Percurso pedonal que envolve a transposição de uma escadaria.......................................35

Figura 34 | Dimensão insuficiente de passeios e barreiras à circulação de peões................................36

Figura 35 | Estacionamento desordenado e ilegal .................................................................................36

Figura 36 | Contagens de veículos: movimentos de entrada da cidade de Silves através da ponte

sobre o rio Arade ..................................................................................................................40

Figura 37 | Contagens de veículos: movimentos de saída da cidade de Silves através da ponte sobre o

rio Arade ...............................................................................................................................41

Figura 38 | Contagens de veículos: movimentos de atravessamento da zona ribeirinha ......................42

Figura 39 | Contagens de veículos na entrada Leste (mov. 1) e saída Leste (mov.2) da rotunda Cruz

de Portugal ..........................................................................................................................43

Figura 40 | Contagens de veículos na entrada Oeste (mov.3) e saída Oeste (mov.4) da rotunda Cruz

de Portugal ..........................................................................................................................44

Figura 41 | Contagens de veículos na entrada Norte (mov.5) e saída Norte (mov.6) da rotunda Cruz de

Portugal ................................................................................................................................45

Figura 42 | Contagens de tráfego de peões na Rua Comendador Vilarinho/escadaria .........................46

Figura 43 | Contagens de tráfego de peões na rotunda Cruz de Portugal na direcção da R. Cândido

dos Reis ...............................................................................................................................46

Figura 44 | Análise SWOT.....................................................................................................................47

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LNEC - Proc. 0703/1/16654 V

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 | Densidade populacional aos níveis do concelho e freguesia .................................................6

Quadro 2 | Classes de Uso no Plano de Urbanização de Silves............................................................19

Quadro 3 | Indicadores de distância e tempo nas deslocações para Silves ..........................................27

Quadro 4 | Indicadores de tempo nas deslocações para Silves ............................................................28

Quadro 5 | Indicadores da sinistralidade rodoviária para o concelho de Silves no período 2000- 2006 29

Quadro 6 | Indicadores da sinistralidade rodoviária na freguesia de Silves no período 2000- 2006 .....30

Quadro 7 | Indicadores de tempo do transporte colectivo rodoviário .....................................................37

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 1

1 | INTRODUÇÃO

1.1 Enquadramento do Estudo

O presente estudo insere-se no projecto de âmbito nacional designado “Mobilidade

Sustentável”, promovido e coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

O projecto Mobilidade Sustentável integra uma rede de Centros Universitários e de

Investigação, para além do Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P. (LNEC),

visando apoiar técnica e cientificamente um conjunto de municípios do País para o

desenvolvimento dos seus planos de mobilidade (Figura 1).

Sendo um projecto catalizador de novas dinâmicas, designamente com vista à futura

implementação dos planos de mobilidade urbana, constitui uma importante plataforma

de trabalho envolvendo a cooperação entre académicos, investigadores, técnicos

autárquicos e políticos para um objectivo estratégico comum: mobilidade sustentável

para todos (e com todos).

Figura 1 | Projecto “Mobilidade Sustentável” – cas os de estudo (Fonte: APA)

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LNEC – Proc. 703/1/16654

2

Na perspectiva da investigação aplicada, uma nova atitude no entendimento dos

actuais problemas de transportes e ainda das externalidades a estes associadas,

exige necessariamente a motivação e a participação dos vários actores para a

efectivação de “uma nova cultura de mobilidade”, em linha com o objectivo

preconizado em 2005 pelo LNEC no âmbito do projecto CULTOUR – “a new mobility

CULture for residents and TOURism”, desenvolvido em parceria com o Institute for

Transport Economics (TØI) de Oslo (Kolbenstvedt e Arsenio, 2005).

Tendo em conta o Protocolo estabelecido entre a APA e o LNEC, cabe a este

Laboratório proceder ao apoio técnico e científico a quatro municípios no Algarve no

âmbito da elaboração dos Planos de Mobilidade (casos de estudo). Este relatório

refere-se ao caso de estudo no município de Silves.

De acordo com as orientações fornecidas pela APA no início do projecto, pode-se

sintetizar o projecto Mobilidade Sustentável nas seguintes fases de trabalho:

o Fase 0 – Constituição das equipas técnicas necessárias para o cumprimento

dos objectivos do projecto, por parte do LNEC I.P. e da Câmara Municipal de

Silves, conforme descrito no texto do “Acordo entre o Instituto do Ambiente, a

Câmara Municipal de Silves e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil” para

prossecução efectiva deste projecto.

o Fase 1 – Elaboração do “Relatório de Análise e Diagnóstico”, visando

identificar os principais problemas que se colocam ao desenvolvimento de uma

mobilidade sustentável no município e assim identificar quais as potenciais

áreas de intervenção prioritária no curto e médio prazo.

o Fase 2 – Elaboração do “Relatório de Objectivos e Conceito de Intervenção”,

que contém a definição das acções prioritárias a empreender para a

concretização de um conceito multimodal de deslocações, tendo em vista

optimizar a utilização dos vários modos de transporte, em articulação com os

usos do solo, minimizando os impactes ambientais dos mesmos e conduzindo,

assim, à redução dos custos sociais e ambientais do transporte motorizado.

o Fase 3 – Elaboração de “Relatório de Propostas”, que inclui os resultados de

estudos mais pormenorizados sobre as áreas consideradas prioritárias para a

efectivação do conceito “mobilidade sustentável”.

Embora o presente relatório sintetize o trabalho efectuado durante a Fase 1, projecto

encontra-se já numa fase adiantada (Fase 3 em curso).

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 3

1.2 Objecto do Relatório de Análise e Diagnóstico

Este relatório sintetiza a 1ª fase do trabalho referente à análise e diagnóstico dos

principais problemas de mobilidade do município de Silves. Para além deste primeiro

relatório de progresso, estão previstas mais duas fases de trabalho a que vão

corresponder dois relatórios adicionais, conforme já descrito.

O trabalho subjacente à 1ª fase de trabalho foi apresentado pelo LNEC em três

Workshops promovidos pela APA:

• Workshop de 17 de Setembro de 2007, na Agência Portuguesa do Ambiente

(comunicação e respectivos slides apresentados pela signatária).

• Workshop de 28 de Setembro de 2007, na Universidade do Algarve em Faro.

(comunicação e respectivos slides apresentados pela signatária).

• Workshop de 12 de Fevereiro de 2008, no IST em Lisboa (slides com ponto de

situação e proposta de materialização do conceito de intervenção).

O LNEC iniciou os contactos formais com a Câmara Municipal de Silves em meados

de Março de 2007, tendo havido toda a receptividade por parte desta autarquia. Foi

disponibilizada ao LNEC a informação aí existente para os fins do projecto Mobilidade

Sustentável. Em seguida, descrevem-se os documentos fornecidos que constituíram a

principal fonte de informação para o presente relatório:

• Plano de Urbanização de Silves, desenvolvido pela Divisão de Planeamento do

Território e Informação Geográfica da Câmara Municipal de Silves.

• Carta Educativa do Concelho de Silves, desenvolvida pela Divisão de

Planeamento do Território e Informação Geográfica da Câmara Municipal de

Silves.

Este relatório de análise e diagnóstico baseia-se na informação disponibilizada pela

Câmara Municipal de Silves e ainda em informação complementar recolhida pelo

LNEC in situ, através de visitas técnicas para reconhecimento e levantamento de

situações várias relativas às acessibilidades, uso e ocupação do solo, entre outras,

para além da informação estatística recolhida junto a outras entidades. Foram ainda

efectuadas pelo LNEC contagens de tráfego durante uma semana em Outubro de

2007.

Embora a caracterização do município de Silves se efectue a várias escalas de

análise, dá-se ênfase à caracterização da cidade de Silves. Dentro da cidade de

Silves, foi delimitada uma área a ser objecto de estudo (Figura 2).

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LNEC – Proc. 703/1/16654

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Figura 2| Área de estudo no âmbito do projecto Mob ilidade Sustentável (fonte: Câmara Municipal de Silves)

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Este relatório de progresso tem como objectivo contribuir para a definição de áreas de

intervenção prioritária no âmbito da mobilidade, visando o desenvolvimento de um

futuro plano de mobilidade.

2 | CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SILVES

2.1 Localização Geográfica

O Município de Silves localiza-se no Barlavento Algarvio (zona ocidental do Algarve),

no distrito de Faro, abrangendo uma área aproximada de 678,8 km2. O concelho de

Silves faz fronteira com outros cinco concelhos: Lagoa, Portimão, Monchiche,

Albufeira e Loulé. A cidade de Silves, com uma área de cerca de 3,5 km2 integra-se

na zona designada por Barrocal, entre o litoral e a serra.

Figura 3 | Localização do Município de Silves (fonte: Associação Nacional de Municípios

Portugueses e http://pt.wikipedia.org/)

Releve-se que o concelho de Silves é o segundo maior concelho em área do distrito

de Faro, representando cerca de 14% do território da região Algarvia. O concelho

integra mais sete freguesias, para além da freguesia de Silves: São Marcos da Serra,

São Bartolomeu de Messines, Armação de Pera, Pêra, Algoz, Alcantarilha e Tunes.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

6

Em 2001, a freguesia de Silves representava 31,8 % do total da população do

concelho. No Quadro 1 resumem-se os indicadores relativos à densidade populacional

para o conjunto das freguesias nesse ano. Este indicador mostra que existe um

contraste significativo ao nível da distribuição territorial da população no concelho,

registando valores extremos a Sul (472,3 hab/km2, freguesia de Armação de Pêra) e a

Norte (9,5 hab/km2, freguesia de São Marcos da Serra). Por outro lado, a densidade

populacional ao nível concelhio em 2001 era de 49,8 hab/km2, um valor que se situava

abaixo da registada para a região do Algarve (79 hab/km2). Tendo em conta as

estimativas do INE da população residente em 2006, a densidade populacional ao

nível do concelho de Silves é de 52,4 hab/km2 .

Quadro 1 | Densidade populacional aos níveis do con celho e da freguesia (fonte: INE 2001)

Densidade

populacional (hab/km2)

Alcantarilha 93,9

Algoz 92,2

Armação de Pêra 472,3

Pêra 90,2

Silves 64,0 São Bartolomeu de

Messines 34,0

São Marcos da Serra 9,5

Tunes 158,2

Município Silves 49,8

2.2 Caracterização Sócio-Económica e Dinâmicas

2.2.1 Evolução da população

A evolução da população residente no município de Silves e freguesia de Silves está

representada na Figura 4.

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 7

Figura 4 | Evolução da população residente no muni cípio e freguesia de Silves

(fonte: INE)

Relativamente à freguesia de Silves, na qual se insere a cidade de Silves (objecto de

estudo), constata-se que a população residente se tem mantido relativamente

constante.

2.2.2 Evolução da densidade populacional

A evolução da densidade populacional ao nível do concelho e freguesia de Silves

consta na Figura 5.

Figura 5 | Evolução da densidade populacional no c oncelho e freguesia de Silves

(Fonte: INE)

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2005

Ano

Po

pu

laçã

o r

esi

de

nte

Concelho Freguesia

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2005

Ano

De

nsi

da

de

po

pu

laci

on

al

ha

b/

km

2

Concelho Freguesia

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LNEC – Proc. 703/1/16654

8

Considerando o último período intercensitário (1991-2001), a Figura 4 mostra que a

maior taxa de crescimento ocorreu ao nível do concelho (2,8%) em comparação com

a freguesia de Silves (0,9%).

2.2.3 Estrutura Etária e Índices de dependência

Na Figura 5 representa-se a evolução da estrutura etária da população ao nível do

concelho de Silves.

Figura 6 | Estrutura etária (Fonte: INE)

Constata-se que tem ocorrido uma evolução positiva da proporção de jovens (grupo

etário até 14 anos) entre 1991 e 2005. Na Figura 6 representa-se o índice de

dependência de jovens, de idosos e ainda o índice de envelhecimento, ao nível do

concelho, freguesia e cidade de Silves. O índice de envelhecimento traduz a relação

entre a população idosa (com 65 ou mais anos) e a população jovem (até aos 14

anos). Podemos constatar que no último recenseamento da população, ao nível da

cidade de Silves, para cada 100 idosos existiam apenas 66 jovens. A estes grupos

etários estão associadas necessidades e padrões de mobilidade diferenciados, pelo

que a dimensão social é essencial para o planeamento da mobilidade.

O índice de envelhecimento para a cidade de Silves, em 2001, era de 152,3 sendo

que ao nível do concelho e freguesia se registavam valores superiores (174,3 e 162,3,

respectivamente).

13% 11%

54%

23%

13% 11%

54%

23% 17%

14%

55%

14%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0-14 15-24 25-64 65 e + Grupos etários 1991 2001 2005

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 9

Figura 7 | Índices de dependência da população em 2 001 (Fonte: INE)

A pirâmide etária ao nível do concelho de Silves mostra que o número de mulheres

excede o dos homens a partir da classe etária dos 55/59 anos (Figura 7). A forma da

pirâmide é indicativa do envelhecimento da população, o que traz novos desafios à

forma de abordar e solucionar os problemas de mobilidade da população.

Figura 8 | Pirâmide etária do concelho de Silves pa ra 2001 (Fonte: INE)

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

Índice de

dependência -

Jovens (%)

Índice de

dependência -

Idosos (%)

Índice de

dependência -

Total (%)

Índice de

envelhecimento

(%)

Cidade

Freguesia

Concelho

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LNEC – Proc. 703/1/16654

10

Na cidade de Silves, a distribuição da população em 2001 é a que consta na Figura 8.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

0-4

an

os

5-9

an

os

10-1

4 a

nos

15-1

9 a

nos

20-2

4 a

nos

25-2

9 a

nos

30-3

4 a

nos

35-3

9 a

nos

40-4

4 a

nos

45-4

9 a

nos

50-5

4 a

nos

55-5

9 a

nos

60-6

4 a

nos

65-6

9 a

nos

70-7

4 a

nos

75-7

9 a

nos

80-8

4 a

nos

85

e +

Classes etárias

Po

p.

Res

ide

nte

2001

Figura 9 | Distribuição das classes etárias para a cidade de Silves no ano de 2001

(Fonte: INE)

Em 2001, verificava-se na cidade de Silves um saldo natural negativo (diferença entre

o número de nados-vivos e o número de óbitos) de -23,9, sendo que este valor era

substancialmente elevado ao nível do concelho (-185). Em síntese, releva-se o

indicador de crescimento natural negativo.

2.2.4 Nacionalidade da população

A democratização do espaço público e fruição da cidade por todos (residentes,

visitantes e turistas) exige que se atendam a todas as culturas para a valorização da

identidade local.

Relativamente à nacionalidade de população, esta refere-se à população residente no

município no último recenseamento (Censos 2001). Conforme mostra a Figura 10,

verifica-se que a grande maioria dos residentes são de naturalidade Portuguesa.

Cerca de 4% da população residente na cidade de Silves é estrangeira, oriunda de

países europeus, dos PALOP e Brasil. Note-se que, ao nível do concelho e freguesia,

a população estrangeira residente registava um valor superior (8% e 6%,

respectivamente).

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 11

96%

1%

1%

1% 0%

1%

Portuguesa Dupla nacionalidadeEstrangeira EU Estrangeira PALOPEstrangeira Brasil Outras

Figura 10 | População segundo a nacionalidade para a cidade de Silves no ano de 2001

(Fonte: INE)

2.2.5 Qualificação académica da população

Na Figura 11 representa-se a distribuição da qualificação académica da população

residente no município, no ano de 2001. Pode-se constatar a percentagem

significativa de população sem qualquer qualificação académica, ao nível do concelho

(25%), freguesia (24%) e cidade (11%). A população sem qualquer qualificação

académica ou apenas com o ensino básico é significativa ao nível da cidade de Silves

(41%). Por outro lado, a população com licenciatura (ensino superior) era apenas de

7% e 6%, respectivamente para a cidade e freguesia de Silves.

A taxa de analfabetismo ao nível da freguesia e da cidade de Silves registava em

2001 valores de 14% e 11% respectivamente.

Este indicador aponta para a possível necessidade de campanhas de formação e

acções de sensibilização da população no âmbito da mobilidade sustentável.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

12

25%24%

11%

37%

35%

30%

9% 9%

15%

9% 10%

21%

12%14%

16%

1% 1% 1%

6%7%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Concelho Freguesia Cidade

S em qualificação académica Ensino básico - 1º cicloEnsino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º cicloEnsino S ecundário Ensino MédioEnsino S uperior - Total

Figura 11 | Qualificação académica da população res idente no concelho, freguesia e

cidade de Silves no ano de 2001 (Fonte: INE)

2.2.6 Estrutura da população activa

No decurso do período intercensitário registou-se um aumento da população activa

tanto no concelho (7,4%) como na freguesia de Silves (7,3%).

29429

9346

27395

8710

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

1991 2001

Momentos Censitários

Po

p.

Concelho Freguesia

Figura 12 | Evolução da população activa no concelh o e freguesia de Silves (Fonte: INE)

Nas figuras 12 e 13 representa-se a percentagem da população activa segundo o

sector de actividade, ao nível do concelho e freguesia de Silves.

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 13

8%

24%

19%

49%68%

Primário S ecundário

Terciário (social) Terciário (económico)

Figura 13 | População activa segundo o sector de ac tividade no concelho de Silves

(Fonte: INE)

8%

23% 28%

41%

69%

Primário S ecundário

Terciário (social) Terciário (económico)

Figura 14 | População activa segundo o sector de a ctividade na freguesia de Silves

(Fonte: INE)

Em relação ao ramo de actividade económica em que a população activa se encontra

empregada, constata-se que a grande maioria está empregada nos ramos de

“Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis motociclos e de

bens de uso pessoal e doméstico” (21% para o município e 18% para a freguesia de

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LNEC – Proc. 703/1/16654

14

Silves), de “Alojamento e restauração” (17% para o município e 13% para a freguesia)

e ainda no ramo da “Construção” (17% para o município e 14% para a freguesia). É

de realçar ainda que na freguesia de Silves existe uma considerável percentagem da

população activa empregada em serviços de “Administração pública, defesa e

segurança social obrigatória” (13%) a que não será certamente alheio o facto de a

freguesia ser sede de concelho e como tal concentrar diversos serviços públicos.

Para a cidade de Silves, no que diz respeito ao pessoal ao serviço segundo a

Classificação da Actividade Económica, constata-se que o maior sector empregador é

o de “Comércio por grosso e a retalho”, o qual empregava 34% da população activa

em 2001, logo seguido dos sectores das “Actividades imobiliárias, alugueres e

serviços prestados às empresas” e da “Construção”, aos quais cabiam quotas de 15%

e 11% respectivamente. É ainda de relevar o peso conjunto dos sectores da indústria

transformadora e da agricultura e pescas, os quais integravam cerca de 20% da

população activa residente da cidade de Silves (Figura 15).

10%0%

10%

0%

11%

34%

6%

6%

1%

15%

7%

Agricultura e pescaIndústrias extractivasIndústrias transformadorasProdução e distribuição de electricidade, gás e águaConstruçãoComércio por grosso e a retalhoAlojamento e restauraçãoTransportes, armazenagem e comunicaçõesActividades financeirasActiv. imobiliarias, alugueres e serviços prestados às empresasAdm. pública, defesa e seg. social obrig.,educação, saúde e acção social e outras

Figura 15 | Pessoal ao serviço segundo a Classifica ção da Actividade Económica na

cidade de Silves em 2001 (Fonte: INE)

Da Figura 16 sobressai o menor peso do sector das actividades turísticas associadas

aos alojamentos e restauração, o qual se pode explicar pela menor oferta de

alojamentos nesta cidade relativamente àquela que existe nos restantes municípios

vizinhos.

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 15

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Ag

ric

ult

ura

, pro

du

çã

o a

nim

al,

ca

ça

e s

ilvic

ult

ura

Pe

sc

a

Ind

ús

tria

s e

xtr

acti

va

s

Ind

ús

tria

s t

ran

sfo

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do

ras

Pro

du

çã

o e

dis

trib

uiç

ão

de e

lec

tric

idad

e,

s e

ág

ua

Co

ns

tru

çã

o

Com

érc

io

po

r g

ross

o

e

a r

eta

lho

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pa

raç

ão

de

veíc

ulo

s a

uto

móv

eis

mo

toc

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be

ns

de u

so

pe

ss

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l e d

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és

tic

o

Alo

jam

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to e

re

sta

ura

ção

Tra

nsp

ort

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az

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ge

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Acti

vid

ad

es

fin

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tiv

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l

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Edu

ca

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o

Sa

úd

e e

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ção

soc

ial

Ou

tra

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ctiv

ida

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erv

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so

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is

Ac

tivid

ad

es

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em

pre

gad

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do

sti

co

s e

ac

tivid

ad

es

de p

rodu

çã

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am

ília

s

para

uso

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Org

an

ism

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nte

rnac

ion

ais

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utr

as

in

stitu

içõe

s

extr

a-t

err

itori

ais

Concelho Freguesia

Figura 16 | População empregada por actividade econ ómica no município e freguesia de Silves em 2001 (Fonte: INE)

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LNEC – Proc. 703/1/16654

16

2.2.7 Parque habitacional e evolução do número de a lojamentos

A avaliação de características do parque habitacional pode ser importante para

estimar a geração de deslocações relativas ao uso residencial, em complemento com

outros dados.

A evolução do parque habitacional tanto no município como na freguesia de Silves

seguiu a mesma tendência da evolução da população residente. Assim sendo,

enquanto que para o município se constatou um aumento progressivo a partir da

década de 70, na freguesia a sua evolução não tem sido tão acentuada (Figura 17).

Ainda assim, constata-se que no decurso do último período intercensitário (entre 1991

e 2001), o número de edifícios na freguesia teve uma taxa de crescimento

significativa, situando-se em cerca de 15%, um valor semelhante ao verificado ao nível

do município (16%).

24370

5531

15272

43590

2500

5000

7500

10000

12500

15000

17500

20000

22500

25000

1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001

de a

loja

men

tos e

ed

ifíc

ios

Alojamentos - MunicípioAlojamentos - FreguesiaEdifícios - MunicípiosEdifícios - Freguesia

Figura 17| Evolução do número de alojamentos e edifícios no con celho e freguesia de Silves

(Fonte: INE)

Relativamente ao número de pisos desses mesmos alojamentos, é interessante

destacar que na cidade de Silves as edificações com 1 ou 2 pisos representavam 90%

do parque habitacional em 2001 (Figura 18).

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 17

Figura 18 | Edifícios segundo o número de pisos no concelho, fre guesia e cidade

de Silves em 2001 (Fonte: INE)

Relativamente à forma de ocupação dos alojamentos, verifica-se que na cidade de

Silves a grande maioria destes são residências habituais (77%), sendo de ocupação

sazonal 11% do parque. Todavia, ao nível do concelho constata-se um valor de 38%

de alojamentos com uso sazonal ou residência secundária (Figura 18). A sazonalidade

da ocupação dos alojamentos tem um efeito directo na procura de transportes, sendo

necessário ter em conta o padrão de deslocações com e sem o efeito da

sazonalidade.

52%

71%77%

38%

17%11%11% 12% 12%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Concelho Freguesia CidadeResidência Habitual Uso S azonal ou residência S ecundária Vagos

Figura 19 | Forma de ocupação dos alojamentos no concelho, fre guesia e cidade de Silves em

2001 (Fonte: INE)

Em termos das condições de acessibilidade ao parque habitacional, constata-se que

ao nível do concelho cerca de 25% não oferecia em 2001 condições de acessibilidade

65% 68%

52%

28% 28%

38%

4% 3% 5% 2% 1% 3%

1% 0% 1% 0% 0% 0% 1% 0% 0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Concelho Freguesia Cidade

1 piso 2 pisos 3 pisos 4 pisos 5 pisos 6 ou + pisos

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LNEC – Proc. 703/1/16654

18

a pessoas com mobilidade reduzida (Figura 19). Na cidade de Silves esta

percentagem era menor em termos relativos (17%).

3% 4% 3%

72%

80% 81%

25%

16% 17%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Concelho Freguesia Cidade

Com rampas de acesso Sem rampas de acesso mas é acessivelSem rampas de acesso e não é acessivel

Figura 20 | Edifícios segundo a acessibilidade a pe ssoas com mobilidade reduzida no

município, freguesia e cidade de Silves em 2001 (Fonte: INE)

O valor patrimonial dos edifícios constitui um indicador de interesse a ter em conta

numa estratégia de mobilidade, ainda mais se esta envolver a qualificação de

percursos pedonais. Tendo em conta o levantamento efectuado em 2007 pela Câmara

Municipal de Silves, para o seu Plano de Urbanização, existe um património

significativo a ter em conta: 7 Monumentos Nacionais, 3 imóveis de interesse público,

8 imóveis de interesse municipal ou em vias de classificação e 503 edifícios com

fachada de interesse a manter.

2.2.8 Pólos geradores e atractores de deslocações

A geração de deslocações é determinada pelo uso residencial e respectivas

categorias (exemplo: blocos de apartamentos, moradias unifamiliares, etc.). Os usos

atractores de deslocações são constituídos pelos vários equipamentos escolares,

desportivos, de saúde, religiosos, administrativos, culturais, comerciais, entre outras

classes e categorias de usos (hotéis, parques de estacionamento, edifícios de

escritórios, etc). As deslocações origem – destino entre cada categoria de uso podem

ser desagregadas por motivo de viagem (exemplo: trabalho/estudo, lazer, negócios),

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 19

ao longo do dia (hora de ponta, fora da hora de ponta) e ano (exemplo: período de

Verão/época alta e período de Inverno/época baixa).

Tendo em conta os estudos desenvolvidos noutros países (modelos de geração de

deslocações), é possível estimar o quantitativo de deslocações relativos a cada uso do

solo e respectiva categoria (exemplo: número total de deslocações e % de veículos de

passageiros que são atraídos por cada metro quadrado de área bruta de uso

comercial). Existem outras variáveis que influenciam a geração e atracção de

deslocações na área em estudo, como sejam a taxa de motorização, o rendimento

familiar disponível e a densidade populacional. Tendo em conta os dados relativos ao

parque automóvel segurado do Instituto Português de Seguros, a taxa de motorização

em 2006 para o concelho de Silves é de 4361 veículos por 1000 habitantes.

Tendo em conta o Plano de Urbanização de Silves (CMSilves, 2007), resumem-se no

Quadro 2 as classes de uso que aí constam e respectivas áreas.

Quadro 2 | Classes de Uso no Plano de Urbanização d e Silves ( fonte: CMSilves, 2007)

Uso

Área (ha)

% Área do PU

Agrícola de Regadio 59,9 19,9

Agrícola de Sequeiro 2,5 0,8

Equipamentos 28,1 9,3

Estacionamento 2,0 0,7

Floresta/Misto 3,6 1,2

Hidrografia 5,6 1,9

Indústria 1,6 0,5

Mato 5,9 2,0

Rede Viária 18,6 6,2

Ripículas 8,1 2,7

Sem ocupação específica 99,6 33,1

Urbano 43,2 14,3

Urbano Degradado 11,5 3,8

Nas Figuras 21 e 22 representam-se, como exemplo de caracterização de

usos/categorias, os principais equipamentos na cidade de Silves.

1 Tendo em conta as estatísticas da União Europeia, a taxa de motorização em 2005 para

Portugal é de 397 veículos/1000 hab (European Commission, 2007).

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LNEC – Proc. 703/1/16654

20

Figura 21 | Localização dos principais equipamento s existentes (fonte: Câmara Municipal de Silves)

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 21

Figura 22 | Localização dos principais equipamento s previstos (fonte: Câmara Municipal de Silves)

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LNEC – Proc. 703/1/16654

22

3 | CARACTERIZAÇÃO DAS DESLOCAÇÕES PENDULARES

A caracterização das deslocações pendulares tem em vista a obtenção dos

indicadores das principais dependências funcionais dos residentes para efeitos de

trabalho ou estudo e dos respectivos modos de transporte mais utilizados. Este

indicador é também útil para avaliar a necessidade de planos intermunicipais,

envolvendo o conjunto de municípios com interdependências funcionais, para os fins

da mobilidade sustentável.

No que diz respeito ao padrão das deslocações pendulares no município de Silves

para o ano de 2001, verifica-se que a grande maioria ocorre dentro da própria

freguesia de residência. Dentro da freguesia de Silves estas deslocações ganham

ainda maior importância, uma vez que abrangem cerca de 67% da totalidade das

deslocações realizadas. Ao nível do concelho e freguesia de Silves é de realçar o

facto de 29% e 26% respectivamente das deslocações ocorrerem para outros

concelhos vizinhos (Figura 23). Este indicador chama a atenção para a importância de

um plano de mobilidade de âmbito inter-concelhio.

55,7%

66,9%

1% 1%

14,5%

6,4%

29%26%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

Concelho Freguesia

Na freguesia onde reside No estrangeiroNoutra freguesia do concelho Noutro Concelho

Figura 23 | Deslocações pendulares no município e f reguesia de Silves para o ano de 2001 (Fonte: INE)

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 23

Relativamente às deslocações pendulares com origem no município de Silves e

destino noutro município constata-se que a grande maioria se realiza para os

concelhos de Albufeira (42%), Lagoa (24%) e Portimão (14%).

42%

10%

24%

6%

14%4%

Albufeira Faro Lagoa Loulé Portimão Lisboa

Figura 24 | Movimentos pendulares intra-concelhios com origem em Silves em 2001

(Fonte: INE)

Relativamente à duração das deslocações pendulares avaliadas aquando da

realização do Censos 2001 (Figura 25), constatou-se que, ao nível do concelho e

freguesia, a grande maioria tinha uma duração inferior a 15 minutos (53% e 59%,

respectivamente).

1630 10022 5139 1602152

99 108

5123660 1576 356

6219 41

175 2246 785 222 38 11

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Nenhum Até 15

minutos

16-30

minutos

31-60

minutos

61-90

minutos

mais de 90

minutos

Não se

aplica

Concelho Freguesia Cidade

Figura 25 | Duração dos movimentos pendulares em 2 001 (Fonte: INE)

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LNEC – Proc. 703/1/16654

24

Conforme mostra a Figura 26, são também significativas as deslocações com duração

entre os 16 e os 30 minutos, sendo que representam cerca de 25% das deslocações

realizadas na freguesia de Silves.

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

Nenhum

Até 15 minutos

16-30 minutos

31-60 minutos

61-90 minutos

mais de 90 minutos

Concelho Freguesia Cidade

Figura 26 | Duração dos movimentos pendulares (%) (Fonte: INE)

Em relação à repartição modal segundo os diversos modos de transporte nas

deslocações pendulares, por motivos de trabalho ou estudo, é evidente a

predominância da utilização do transporte individual (TI) ao nível da freguesia de

Silves (50%) (Figura 26). Releve-se que as estatísticas do INE, não permitem

identificar com rigor a população que utiliza os modos suaves (a pé e bicicleta) nas

suas deslocações, designadamente na cidade de Silves.

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 25

28%30%

42%

9%7%

5%1% 1% 1%

7% 6%4%

49% 50%

44%

5% 5% 4%1% 1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Concelho Freguesia Cidade

Nenhum, vai a pé Autocarro

Comboio Transporte colectivo da empresa/escola

Automóvel Ligeiro Particular Motociclo ou Bicicleta

Outro meio

Figura 27 | Modos de transporte utilizados para a s deslocações pendulares para o local

de trabalho ou estudo para o ano de 2001 (Fonte: INE)

4 | CARACTERIZAÇÃO DAS ACESSIBILIDADES AO MUNICÍPIO DE SILVES

4.1 Infraestruturas rodoviárias

Conforme se ilustra na Figura 28, a rede de infra-estruturas rodoviárias de acesso à

cidade de Silves é constituída Auto-Estrada A22 (Via do Infante), Estrada Regional

124 (deslocações entre Silves e S. Bartolomeu de Messines) e a Estrada Nacional

124-1 (deslocações entre Silves e Lagoa-Portimão). Existem outras infra-estruturas

rodoviárias, da responsabilidade do município, como sejam a Estrada Municipal 502 e

a Estrada Nacional 269 (deslocações entre Silves e Algoz; acesso em transporte

individual à estação ferroviária de Tunes).

A rede rodoviária encontra-se definida no Decreto-lei nº 22/98, de 17 de Julho e

alterações introduzidas pela Lei nº 98/99 de 26 de Julho e pelo Decreto-Lei nº

182/2003 de 16 de Agosto.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

26

Figura 28 | Infra-estruturas rodoviárias para aces so à cidade de Silves (Fonte: http://maps.google.com.br/)

No Quadro 3 procede-se à caracterização da acessibilidade por transporte individual

(TI) ao município de Silves tendo em conta os indicadores de tempo e distância

percorrida. Nesta análise considerou-se a capital do distrito (Faro) e do País (Lisboa) e

os concelhos limítrofes de Silves (Monchique, Portimão, Lagoa, Albufeira e Loulé).

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Quadro 3 | Indicadores de distância e tempo nas de slocações para Silves

(fonte: http://maps.google.com.br/ )

Origem Tempo

(Distância) Principais

vias percorridas Tunes

(estação de C.F.) 26 min

(21,0km) EN 124-1, EN 269,

EN 269-2

Monchique 32 min (30,2 km)

EN 266 e EN 124

Lagoa 16 min (8,7 km)

EN 124-1

Portimão 23 min (16 km)

EN 124-1 e EN 125

Albufeira 33 min (32,6 km)

EN 124-1, A22 e EN 125

Loulé 36 min (49,1 km)

EN 124-1, A22 e EN396

Faro (Aeroporto) 48 min (63,5 km)

EN 124-1, A22 e IC4, EN 125-10

Lisboa 2h e 29 min (252,0 km)

A2 e EN124

Os indicadores que constam no Qudaro 3 revelam que a cidade de Silves dispõe de

uma boa acessibilidade em transporte individual. Tendo em conta a utilização da EN

124-1 (infra-estrutura rodoviária que é comum à maioria dos percursos origem-destino

do Quadro 3), recomenda-se que sejam avaliadas as características de traçado e

perfil transversal, tendo em conta a procura de transportes (volumes de tráfego

direccionais por categoria de veículo) e as funções que são asseguradas pela restante

rede rodoviária.

4.2 Infra-estruturas Ferroviárias

A estação de caminho-de-ferro mais próxima de Silves, com acesso directo através de

serviços inter-cidades (IC) e Alfa-Pendular (AP), é a estação de Tunes. A estação de

Silves é também acessível através do serviço regional Lagos – Vila Real de Santo

António (Figura 28).

No Quadro 4 sintetizam-se os principais indicadores de tempo de viagem até Silves.

Estes indicadores, não obstante não integrarem a frequência do serviço, a qualidade

da integração de horários em relação à procura e respectivos os custos, são por si só

reveladores da necessidade de proceder à melhoria do serviço ferroviário a Silves. Os

aspectos a considerar devem atender à competitividade ambiental do sistema

ferroviário (relativamente ao transporte individual) nas deslocações pendulares entre

Silves e os concelhos vizinhos, e ao conceito multimodal de deslocações.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

28

Quadro 4 | Indicadores de tempo nas deslocações pa ra Silves (fonte: http://venda.cp.pt)

Origem Tempo (serviço ferroviário)

Monchique Não acessível . Lagoa (estação mais próxima Estombar)

6 min (Regional)

Portimão 14-15 min (Regional)

Albufeira 4-6 min (AP ou IC até Tunes) + 20 min (Regional até Silves)

Loulé 17 min (AP ou IC até Tunes)

Faro (Aeroporto) 28 min (até Tunes) + 26 min (táxi até Silves)

Lisboa (Gare Oriente)

2h 44min (AP ou IC até Tunes) + 26 min (táxi até Silves)

3h 24min (Inter-cidades até Tunes) + 26 min (taxi até Silves)

Não existem soluções de transporte combinado eficientes (exemplo: serviço de

transporte colectivo de proximidade que assegure a procura de transportes até à

estação de Silves e Tunes). Recomenda-se o estudo de possíveis soluções em

articulação com o projecto de modernização da linha ferroviária do Algarve.

Figura 29 | Infra-estruturas ferroviárias para ace sso à cidade de Silves (fonte:

http://www.cp.pt)

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LNEC – Proc. 0703/1/16654 29

4.3 Infra-estruturas Aeroportuárias

O Município de Silves não possui infra-estrutura aeroportuária. O aeroporto mais

próximo, a cerca de 64 quilómetros, é o Aeroporto de Faro. Este aeroporto também

estabelece a ligação ao Aeroporto de Lisboa, para além de outros destinos europeus.

Utilizando os dados da TAP, uma viagem aérea entre Lisboa e Faro tem a duração

média de 45 minutos e um custo médio de 140€ (classe económica) ou 160€ (classe

“business”).

5 | CARACTERIZAÇÃO DA SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA

De acordo com dados fornecidos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária

(ANSR), no período compreendido entre 2000 e 2006, registaram-se 1725 acidentes

rodoviários no concelho de Silves, dos quais 22,8% (394) se localizaram na freguesia

de Silves. Nos Quadros 5 e 6 representa-se a evolução do número de acidentes

rodoviários e respectivas consequências.

Quadro 5 | Indicadores da sinistralidade rodoviári a para o concelho de Silves no período

2000- 2006 (fonte: ANSR)

Ano Número de acidentes

Vítimas mortais Feridos graves Feridos ligeiros

2000 267 19 35 320

2001 287 23 37 363

2002 287 22 42 345

2003 224 16 38 284

2004 246 9 26 316

2005 229 12 41 273

2006 185 11 39 227

Total 1725 112 258 2128

O Quadro 5 mostra que, não obstante a redução do número de acidentes e suas

consequências que se tem verificado nos anos mais recentes, o problema da

sinistralidade rodoviária exibe ainda uma dimensão significativa neste concelho. Ao

nível da freguesia de Silves, o Quadro 6 mostra que não verificaram acidentes

rodoviários com vítimas mortais no período 2003-2006, embora seja de assinalar um

número significativo de feridos graves.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

30

Quadro 6 | Indicadores da sinistralidade rodoviári a na freguesia de Silves no período

2000- 2006 (fonte: ANSR)

Ano Número de acidentes

Vítimas mortais Feridos graves Feridos ligeiros

2000 70 5 5 85

2001 64 3 0 79

2002 65 3 10 72

2003 47 0 6 58

2004 66 0 6 87

2005 47 0 3 61

2006 35 0 4 45

Total 394 11 34 487

Cerca de 17,5% (69) dos acidentes rodoviários na freguesia de Silves ocorreram em

arruamentos urbanos. Na Figura 29 indicam-se os arruamentos em que se registaram

o maior número de acidentes rodoviários, de acordo com a sua gravidade acidentes

com feridos ligeiros, acidentes com mortos, acidentes com feridos graves).cidentes

ligeiros, acidentes com mortos, acidentes com feridos graves). Constata-se que entre

os arruamentos mais problemáticos figuram a Rua Cândido dos Reis, a Rua do

Castelo e a Rua 25 de Abril. É de relevar que 41% dos acidentes registados no

período 2000-2006 envolveram o atropelamento de peões, enquanto que 39%

envolveu a colisão frontal ou lateral entre veículos (Figura 30). Entre as possíveis

causas da sinistralidade rodoviária, que importará analisar em cada situação, pode

constar a velocidade excessiva dos veículos, a qual deve ser ajustada às funções da

rede, do perfil transversal da infra-estrutura rodoviária e do usos do solo, visando a

protecção dos utentes mais vulneráveis (peões e ciclistas).

Os indicadores de sinistralidade apresentados são também consequência da

utilização dominante do transporte individual em detrimento de modos de transporte

mais sustentáveis (exemplo: transporte ferroviário).

.

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Acidentes Mortos+Fer.Graves Fer Ligei ros

Figura 30 | Localização dos acidentes rodoviários que ocorreram nos arruamentos urbanos, no período 2 000-2006 (Fonte: ANSR)

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Acidentes Mortos+Fer.Graves Fer Ligeiros

Figura 31 | Tipologia dos acidentes rodoviários qu e ocorreram nos arruamentos urbanos, no período 200 0-2006 (Fonte: ANSR)

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6 | CARACTERIZAÇÃO DAS REDES PEDONAL E CICLÁVEL

O planeamento de percursos para a circulação de todos os peões, com e sem

mobilidade reduzida, e a sua integração com a restante rede de transportes

(transporte individual e colectivo), constitui um aspecto determinante para a inclusão

social e para a qualidade de vida dos cidadãos. O planeamento integrado da rede

deverá ter em conta as necessidades de deslocação de todos os indivíduos, visando

responder à dimensão social da procura de transportes. A rede de circulação inclui os

passeios, as passagens de peões, as praças e demais espaços públicos de circulação

em articulação com os usos e ocupação do solo.

As variáveis que condicionam a circulação de peões e ciclistas tem sobretudo a ver

com a dimensão (largura útil, sem obstáculos), a continuidade das infra-estruturas

para uma circulação segura (existência de passagens para atravessamento), o estado

de conservação das infra-estruturas, a inclinação dos arruamentos e o esforço físico

associado bem como o regime do tráfego em cada contexto (exemplos: infra-estrutura

para circulação de ciclistas é segregada do tráfego motorizado ou é partilhada com o

tráfego automóvel em “zona 30” – zona em que a velocidade do tráfego não pode

exceder os 30 km/h).

A Câmara Municipal de Silves tinha procedido, antes do início do projecto Mobilidade

Sustentável, à caracterização dos arruamentos e restantes infra-estruturas, no âmbito

dos trabalhos para o seu Plano de Urbanização (CMSilves, 2007). Tendo em conta o

levantamento efectuado pela equipa da Divisão de Planeamento do Território e

Informação Geográfica da Câmara Municipal de Silves, a circulação de peões está

concentrada na Baixa da cidade e no centro histórico, envolvendo uma extensão total

de percursos de 1726 m. Releve-se que 25% destes percursos (424m) envolvem

escadarias e constituem barreiras a utentes com mobilidade reduzida.

Na área delimitada para objecto de estudo não existe um sistema de infra-estruturas

concebido para a circulação de ciclistas.

Na Figura 32 representa-se, para a área delimitada para objecto de estudo neste

projecto, o estado de conservação dos arruamentos. Constata-se que existe uma

percentagem significativa de arruamentos a necessitar de intervenção.

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LNEC – Proc. 0703/1/16654

34

Figura 32 | Estado de conservação dos arruamentos (Fonte: Câmara Municipal de Silves)

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35

Tendo em conta o levantamento efectuado pela Câmara Municipal de Silves

(CMSilves, 2007) e as observações complementares in situ, enumeram-se os

principais problemas-tipo que foram detectados na área delimitada para estudo:

• Não existem percursos acessíveis a todos os utentes (com e sem mobilidade

reduzida) e que constituam alternativa àqueles que envolvem escadarias

(exemplo na Figura 33);

• Existência de passeios com largura inferior a 1,5 m e presença de várias

barreiras urbanísticas que dificultam ou impedem a mobilidade (Figura 34);

• O património da cidade (arqueológico, natural, etc) não se encontra sinalizado

de forma a este ser legível por visitantes e turistas que se desloquem a pé;

• Ausência de infra-estruturas (passadeiras, rebaixamentos dos lancis dos

passeios, etc.) visando a mobilidade de todos os utentes;

• Estacionamento desordenado e ilegal em vários arruamentos, impedindo uma

deslocação contínua e segura de peões (Figura 35);

• Velocidades de circulação do tráfego motorizado (veículos de passageiros;

veículos de mercadorias) elevadas, potenciadoras de conflitos graves com a

circulação de peões e possíveis ciclistas.

Figura 33 | Percurso pedonal que envolve a transpos ição de uma escadaria

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LNEC – Proc. 703/1/16654

36

Figura 34 | Dimensão insuficiente de passeios e bar reiras à circulação de peões.

Figura 35 | Estacionamento desordenado e ilegal

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LNEC - Proc. 0703/1/16654

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7 | CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE TRANSPORTE COLECTIVO

A rede de Transportes Colectivos que serve o município de Silves é da

responsabilidade da empresa EVA Transportes, S.A. e da empresa Frota Azul. As

paragens dos autocarros localizam-se na Estrada Nacional 124, não havendo

circulação destes serviços no interior da área objecto de estudo.

A empresa Frota Azul assegura serviços entre Silves e os seguintes destinos:

Portimão, Lagoa e São Bartolomeu de Messines. A empresa EVA Transportes, SA

assegura serviços entre Silves e os seguintes destinos: Alcantarilha, Algoz, Ferreiras,

Odelouca e Pêra.

Quadro 7 | Indicadores de tempo do transporte cole ctivo rodoviário

(fonte: http:// www.eva-bus.com e http://www.frotaazul-algarve.pt )

Origem -Destino Tempo (serviço ferroviário)

Distância (km)

Silves -Portimão 35 min ( Frota Azul) 10,3 km

Silves - Lagoa 15 min (Frota Azul) 10 km

Silves – S. Bartolomeu de Messines

35 min (Frota Azul) 16,7 km

Silves -Alcantarilha 22 min (EVA Transportes) 13,9km

Silves – Algoz 21 min (EVA Transportes) 15,1km

Silves -Pêra 26 min (EVA Transportes) 14,5km

Silves -Loulé Não disponível

Silves-Faro Não disponível

Silves-Lisboa 3h 15min (Rede Nacional de Expressos), 353 km

Não foram fornecidos ao LNEC elementos para caracterizar a procura de transportes,

designadamente do quantitativo de passageiros transportados por tipo de serviço ao

longo do dia e ano.

A rede de transportes colectivos deve ser ajustada às necessidades dos utentes e ser

atractiva para o público-alvo. Tendo em conta a experiência da Câmara Municipal de

Silves com o serviço ocasional de apoio aos utentes idosos para fins de acesso a

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LNEC – Proc. 703/1/16654

38

cuidados de saúde, recomenda-se que possam ser estudados serviços de transporte

colectivo de proximidade, uma vez caracterizada as procuras actual e potencial.

Na cidade de Silves existe ainda uma paragem de táxis junto ao Parque da cidade e à

EN 124. O LNEC não dispõe de elementos relativos à procura e oferta de transportes

em táxi.

8 | CARACTERIZAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS

8.1 Desempenho do sistema de transportes

Tendo em conta a limitação de dados de tráfego, o LNEC procedeu à caracterização

do tráfego rodoviário e pedonal através de contagens em amostra da rede durante

uma semana em Outubro de 2007. A localização dos postos de contagem automática

teve em conta que a acessibilidade rodoviária à cidade de Silves em transporte

individual é realizada dominantemente através das EN 124 (rotunda Cruz de Portugal),

EN 269 e EN 124-1 (ponte sobre o rio Arade).

As contagens de tráfego foram realizadas em 3 dias típicos da semana. Nos dias 9 e

10 de Outubro (3ªfeira e 4ªfeira) foram registados os veículos no cruzamento entre a

EN 124-1 e a EN124 ao longo de 9 horas do dia (8:00h às 10.30h; 11:30h às 14:30h;

16:00h às 19:30h). Na rotunda Cruz de Portugal e acesso à Rua Cândido dos Reis

foram registados os veículos ao longo de um dia (5ª feira) num total de 9h.

Em seguida, resume-se nas Figuras 38 a 43, o número de veículos de cada categoria

registados em cada período de tempo. Nas figuras, os movimentos 1 e 2 representam

os movimentos de entrada do tráfego na cidade, enquanto que os movimentos 3 e 4

representam os de saída a partir da ponte sobre o rio Arade. Os movimentos 5 e 6

respeitam aos movimentos de atravessamento da “Avenida Ribeirinha” (EN 124),

sendo o movimento 5 relativo ao tráfego na direcção de Portimão e o movimento 6

relativo ao tráfego na direcção da rotunda da Cruz de Portugal (Figuras 36 e 37).

A avaliação da capacidade de carga das infra-estruturas de transportes e do

respectivo grau de saturação exigirá ainda a caracterização do padrão de tráfego no

designado período de Verão, incluindo a quantificação do tráfego dos vários modos de

transporte rodoviários.

Não existem indicadores sobre a procura e oferta diurna e nocturna de

estacionamento.

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Figura 37 | Localização dos postos de contagens de veículos (Rotunda da Cruz de

Portugal)

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LNEC – Proc. 0703/1/16654

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Movimento de veículos - Saída da EN124-1 (Ponte)

Movimentos 1 e 2 (entrada da cidade)

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Figura 38 | Contagens de veículos: movimentos de en trada da cidade de Silves através da ponte sobre o rio Arade (fonte: LNEC)

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LNEC - Proc. 0703/1/16654

41

Movimento de veículos - Entrada da EN124-1 (Ponte)

Movimentos 3 e 4 (saída da cidade)

0

50

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12

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N.º

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culo

s

Ligeiros - Sentido Portimão/EN124-1 Pesados - Sentido Portimão/EN124-1 Motociclos - Sentido Portimão/EN124-1

Ligeiros - Sentido Rot.Cruz de Portugal/EN124-1 Pesados - Sentido Rot.Cruz de Portugal/EN124-1 Motociclos - Sentido Rot.Cruz de Portugal/EN124-1

Figura 39 | Contagens de veículos: movimentos de sa ída da cidade de Silves através da ponte sobre o ri o Arade (fonte: LNEC)

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42

Movimento de veículos - EN 124 (Av. Ribeirinha)

Movimentos 5 e 6 (atravessamento)

0

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0

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19

.00

/19

.30

N.º

de

Veí

culo

s

Ligeiros - Sentido Rot. Cruz de Portugal Pesados - Sentido Rot. Cruz de Portugal Motociclos - Sentido Rot. Cruz de Portugal

Ligeiros - Sentido Portimão Pesados - Sentido Portimão Motociclos - Sentido Portimão

Figura 40 | Contagens de veículos: movimentos de at ravessamento da zona ribeirinha (fonte:: LNEC)

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LNEC - Proc. 0703/1/16654

43

Movimento de veículos - EN 124/Rotunda Cruz de Portugal

Movimentos 1 e 2

0

50

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5/9

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N.º

de

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s

Ligei ros - Entrada Pes ados - Entrada Motociclos - Entrada Ligei ros - Sa ída Pesados - Sa ída Motociclos - Saída

Figura 41 | Contagens de veículos na entrada Leste (mov. 1) e saída Leste (mov.2) da rotunda Cruz de Portugal (fonte: LNEC)

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LNEC – Proc. 703/1/16654

44

Movimento de veículos - Rotunda Cruz de Portugal/EN 124

Movimentos 3 e 4

0

50

100

150

200

250

300

8.1

5/8

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5/9

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N.º

de

veíc

ulo

s

Ligei ros - Entrada Pesados - Entrada Motociclos - Entrada Ligei ros - Sa ída Pes ados - Saída Motociclos - Sa ída

Figura 42 | Contagens de veículos na entrada Oeste (mov.3) e saída Oeste (mov.4) da rotunda Cruz de Po rtugal (fonte: LNEC)

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LNEC - Proc. 0703/1/16654

45

Movimento de veículos - Rotunda Cruz de Portugal/Cruzamento

Movimentos 5 e 6

0

50

100

150

200

250

300

8.1

5/8

.45

8.4

5/9

.15

9.1

5/9

.45

9.4

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0.1

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N.º

de

veíc

ulo

s

Ligeiros - Entrada Pesados - Entrada Motociclos - Entrada Ligeiros - Saída Pesados - Saída Motociclos - Saída

Figura 43 | Contagens de veículos na entrada Norte (mov.5) e saída Norte (mov.6) na rotunda Cruz de Po rtugal (fonte: LNEC)

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46

Nas Figuras 44 e 45 representa-se as contagens de tráfego pedonal obtidas no

acesso à rua Cândido do Reis, infra-estrutura principal de acesso ao centro urbano e

Câmara Municipal de Silves e rua Comendador Vilarinho (interior à área de estudo).

0

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Figura 44 | Contagens de tráfego de peões na Rua Co mendador Vilarinho/escadaria

(fonte: LNEC)

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N.º

de

Peõ

es

Passadeira nos movimentos 1 e 2 Passadeira nos movimentos 3 e 4 Passadeira nos movimentos 5 e 6

Figura 45 | Contagens de tráfego de peões na rotund a Cruz de Portugal na direcção da R.

Cândido dos Reis (fonte: LNEC)

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47

9 | DIAGNÓSTICO: ANÁLISE SWOT

No âmbito dos trabalhos do Plano de Urbanização da Cidade de Silves a Câmara

Municipal constituiu um Sistema de Informação Geográfica orientado para os fins do

planeamento e que pode ser utilizado e alargado para os fins da mobilidade

sustentável.

A análise efectuada até aqui recorreu a uma abordagem simplificada e orientada para

o diagnóstico dos problemas de mobilidade mais significativos ao nível da cidade de

Silves tendo em conta os utentes mais vulneráveis do sistema de transportes – usos

do solo (peões e ciclistas).

Neste capítulo procede-se a uma análise SWOT visando identificar as linhas de força

ou pontos fortes (“Strenghts”), os pontos fracos (“Weaknesses”), as oportunidades

(“Opportunities”) e os riscos (“Threats”). Esta análise permite que se identifiquem

quais as áreas de intervenção prioritária (Figura 46).

Figura 46 | Análise SWOT

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48

Pontos Fortes

A história de Silves, inserida na região do “al-Gharb al-Andaluz”, revela que um dos

seus pontos fortes está assocido à sua forte herança cultura luso-arábe. Tal como

mostra o Capítulo 2, o concelho de Silves é o segundo maior concelho em área do

distrito de Faro, existindo um vasto património (natural, arqueológico, etc.) a ter em

conta numa estratégia de mobilidade sustentável. Neste contexto os modos suaves

têm um papel determinante, a par da valorização do património edificado (exemplo:

viabilizar uma rede de pátios interiores e jardins urbanos). A dimensão cultural e

ambiental intrínseca ao concelho de Silves pode contribuir para a geração de um novo

produto turístico, complementar ao “Sol e Praia” visando um segmento de turismo

mais exigente. Releve-se que, no Algarve, o castelo de Silves é o segundo

monumento mais visitado da região.

Tal como referido no Capítulo 4, existem acessibilidades rodoviárias satisfatórias à

cidade de Silves.

O projecto de desassoreamento do rio Arade permite potenciar o transporte fluvial

entre Silves e Portimão em interligação com actividades turísticas e promoção dos

modos suaves. Tal como já referiu José Garcia Domingues em 1958, “Encravada

entre a terra e o mar, Silves é regada pela corrente do Arade (…) navegável de Silves

a Portimão, motivo por que um passeio de barco neste percurso se torna muito

agradável (…) cidade antiga e monumental, a mais antiga e monumental do Algarve,

cheia de recordações dos tempos arábicos, povoada de poesia e lendas”.

Pontos Fracos

As acessibilidades ferroviárias não potenciam as sinergias necessárias com a rede

urbana no contexto do território do Algarve, notando-se que a estação ferroviária em

Silves assume um carácter periférico e de baixa competitividade para a mobilidade

sustentável em termos da sua integração na restante rede (por exemplo, inviabiliza as

deslocações de natureza pendular em combóio).

Pese embora a existência de um vasto património, a cidade não é facilmente legível

por visitantes e turistas, uma vez que não há sinalização informativa no espaço

público. Não existe também uma rede de percursos pedonais qualificada, em

articulação com o património existente.

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49

Tendo em conta o referido no capítulo 2, existe uma percentagem significativa da

população residente analfabeta (11% na cidade de Silves) e sem qualquer

qualificação académica superior. Este facto mostra ser importante o papel das

campanhas de informação e sensibilização no âmbito da mobilidade sustentável.

Conforme mostrado no Capítulo 6, existe uma percentagem significativa de percursos

(25%) que envolvem escadarias, o que constitui uma barreira física a vários tipos de

utentes, designadamente à população idosa e utentes com mobilidade reduzida.

Releve-se que este ponto fraco pode ser também transformado em futura

oportunidade de valorização da cidade, se forem estudadas soluções tecnológicas

para este contexto. A título de exemplo, refira-se que na cidade de Trondheim, na

Noruega, existe um sistema em funcionamento desde 1993 que permite aos utentes

que se deslocam em bicicleta deslocarem-se entre a base e o topo de uma rua de

inclinação elevada sem qualquer esforço físico.

A actual Estrada Nacional 124, dado o seu tráfego rodoviário intenso, é uma barreira à

circulação de peões e ciclistas que se deslocam entre a zona ribeirinha (próxima do rio

Arade e Parque urbano) e o designado centro histórico.

A baixa densidade populacional constitui um dos factores que está na base de uma

procura insuficiente para garantir a viabilidade económica e financeira de serviços de

transporte colectivo, exigindo soluções inovadoras de transporte que satisfaçam as

necessidades de deslocação de segmentos de população para fins específicos e que

interessa avaliar (realização de inquéritos para avaliação da procura de transporte).

Oportunidades

Tal como mostrado no Capítulo 3, a existência de movimentos pendulares entre

residentes no município de Silves e os concelhos vizinhos (Albufeira, Lagoa, Portimão)

constitui uma oportunidade para estes municípios elaborarem conjuntamente um

plano intermunicipal para a mobilidade sustentável. Este plano conjunto, para além de

contribuir para a economia de recursos2, pode ajudar a viabilizar uma rede de

transporte colectivo que satisfaça a procura de natureza pendular, em alternativa à

utilização actual do transporte individual.

2 Releve-se que em França os designados “Planos de Deslocações Urbanas” apenas são

obrigatórios para aglomerações com mais de 100.000 habitantes.

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LNEC – Proc. 703/1/16654

50

A análise efectuada no capítulo 2 mostra que o envelhecimento da população traz

novos desafios à forma de abordar e solucionar os problemas de mobilidade dos

cidadãos exigindo soluções inovadoras e eficientes de transporte (exemplo:

desenvolver um “sistema de transportes a pedido” do tipo “Call a bus/van”).

Os percursos pedonais e ciláveis (a qualificar e a criar) podem constituir rotas de

história que interessa tornar acessível a visitantes e turistas. Tal como referido no

Capítulo 2 a democratização do espaço público e fruição da cidade por todos

(residentes, visitantes e turistas) exige que se atenda a todas as culturas para a

valorização da identidade local.

Riscos

Tendo em conta os dados de sinistralidade rodoviária que constam no Capítulo 5,

existe uma percentagem significativa de acidentes em arruamentos urbanos

envolvendo atropelamento de peões. Este cenário constitui uma ameaça social.

Tendo em conta a análise que consta no Capítulo 6, é necessário atender às

acessibilidades de todos os utentes, com e sem mobilidade reduzida. As intervenções

no âmbito da mobilidade devem, assim, mitigar o risco do espaço público actuar como

factor de segregação social.

Dada a elevada taxa de motorização da população residente (Capítulo 2), a par da

fraca acessibilidade ferroviária a Silves e da ausência de um serviço de transporte

colectivo competitivo (Capítulos 4 e 5), existem riscos da não concretização do

conceito de mobilidade sustentável, se não forem convenientemente conduzidas

acções integradas com objectivos convergentes e que envolvam os agentes dos

vários sectores.

10 | CONCLUSÕES

A análise realizada nos capítulos anteriores converge para o interesse de uma

intervenção visando constituir uma rede de percursos pedonais que assegure,

designadamente a continuidade, conforto e segurança das deslocações de residentes,

visitantes e turistas. O conceito de mobilidade sustentável surge, no contexto da

cidade de Silves, como um conceito multidimensional, potencialmente articulável com

as dimensões do património e da herança cultural.

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51

Como orientação estratégica no âmbito do projecto mobilidade sustentável, a rede de

percursos deverá tornar acessível aos vários utentes o vasto património (móvel e

imóvel) existente.

Tal como se refere no Plano de Deslocações Pedonais de Londres (Transport for

London, 2004), considera-se uma cidade amiga do peão como sendo aquela em que

o cidadão escolhe andar a pé como o modo de deslocação preferido, designadamente

naqueles percursos que são destinados ao lazer, e aquela que possui uma rede

qualificada para a circulação a pé. Andar a pé é também a forma mais simples e

saudável de substituir viagens de curta distância realizadas em modos de transportes

motorizados, e assim dar um contributo significativo para a melhoria do ambiente

urbano. Este facto constitui uma oportunidade para a qualificação das infra-estruturas

de circulação e do restante espaço público.

No contexto da cidade de Silves, as infra-estruturas para as deslocações a pé e em

bicileta devem ser planeadas de forma a se constituir uma oferta em mobilidade suave

que constitua um produto valorizador da identidade local. Este facto pode envolver o

estudo ou a adpatação de um novo modelo de bicicleta (para uso de residentes; para

fins turísticos) à semelhança do que existe em alguns países da Europa (exemplo:

táxi-bicicleta).

Esta rede deve ser articulada no contexto de uma rede viária devidamente

hierarquizada, tendo em conta o sistema integrado de transportes – usos do solo,

garantido as condições de segurança aos utentes mais vulneráveis. Em simultâneo,

podem ser potenciados outros modos de transporte, visando o transporte colectivo de

proximidade.

Recomenda-se que a autarquia possa promover um plano de mobilidade pedonal e

ciclável em articulação com a herança cultural e os restantes modos de transporte.

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52

Agradece-se a colaboração na recolha e análise dos dados de tráfego e sinistralidade ao Técnico

Especialista do LNEC José Gil, à Técnica Superior Estagiária Cristina Sousa, e aos Técnicos

Profissionais Cristina Cabral e Paulo Miranda.

Lisboa, LNEC, Agosto de 2008

VISTOS AUTORIAS

Doutor Eng.º João Lourenço Cardoso Investigador Principal

Chefe do Núcleo de Planeamento, Tráfego e Segurança

Doutora Eng.ª Elisabete Arsenio Investigadora Auxiliar

Eng.º António Lemonde de Macedo

Investigador Coordenador Director do Departamento de Transportes

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11 | BIBLIOGRAFIA

Câmara Municipal de Silves (2007). Plano de Urbanização de Silves, Divisão de Planeamento do

Território e Informação Geográfica, Câmara Municipal de Silves.

Câmara Municipal de Silves (2006). Carta Educativa do Concelho de Silves, Divisão de Planeamento

do Território e Informação Geográfica, Câmara Municipal de Silves.

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (2007. Plano Regional de

Ordenamento do Território, CCDR Algarve.

European Commission (2007), Eurostat Statistical Books: Panorama of Transport. Brussels.

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