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Kung Fu Kung Fu Estudos Avançados Volume 15 - Edição Especial A Filosofia Kung Fu A Filosofia Kung Fu Centro Filosófico do Kung Fu – Internacional 1983 www.centrofilosoficodokungfu.com.br

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Kung FuKung FuEstudosAvanados

Volume 15 - Edio Especial

AFilosofiaKungFuAFilosofiaKungFu

Centro Filosfico do Kung Fu Internacional1983

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Centro Filosfico do Kung Fu - Internacional

Se atravessarmos a vida convencidos de que a nossa a nica maneira de pensar que

existe, vamos acabar perdendo todas as oportunidades que surgem a cada dia

(Akio Mor i ta)

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EDITORIAL

Esta publicao o 15 volume da coletnea de textos e provrbios

publicados na home-page do Centro Filosfico do Kung Fu - Internacional , que

visa a orientao e o aprimoramento cultural dos art istas marciais.

muito interessante para o leitor divulg-la no meio das artes marciais;

pois estar contribuindo para a formao de uma classe de art istas e praticantes

de melhor nvel que, com certeza, nosso meio estar se enriquecendo.

Bom trabalho !

Um abrao !

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SUMRIO

CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL .............................................4

FORA DO LUGAR.......................................................................................................................6

DISCIPULO VERDADEIRO......................................................................................................8

O EGOSMO HUMANO...........................................................................................................11

LINGUAGEM ESTRANHA......................................................................................................13

MIL E UM CAMINHOS... .........................................................................................................16

SEGUINDO EM FRENTE.......................................................................................................19

AGENTES DO CONTRA.........................................................................................................22

SERVIR E MARCHAR.............................................................................................................25

O PERIGO DA ACOMODAO............................................................................................27

PROCURANDO COM ZELO..................................................................................................29

NOSSAS IDIAS......................................................................................................................31

RENOVAR-SE A CADA DIA...................................................................................................33

APSTOLOS DO BEM............................................................................................................35

E OS DISCPULOS ?..............................................................................................................37

FILTRANDO AS PALAVRAS..................................................................................................39

O QUE TEMOS E O QUE DETEMOS..................................................................................42

NUNCA DESFALECER............................................................................................................44

A FILOSOFIA DO KUNG-FU..................................................................................................46

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CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL

O CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - Internacional possui uma coletnea de

informaes, minuciosamente elaboradas, que revive o grande esprito das artes

marciais e que agora est sua disposio.

Esta coletnea atualizada com frequncia, procurando manter os estudantes

das artes marciais sempre sintonizados com importantes informaes sobre o seu

autoaperfeioamento. Ao mesmo tempo em que se exercitam, em busca de um

corpo mais bem preparado, tm aqui a oportunidade para exercitar sua mente e

seu esprito em busca do equilbrio, da renovao de conceitos e do crescimento

moral e intelectual.

Mas a vem uma pergunta: Como poderemos nos aprimorar moral e

intelectualmente atravs de aposti las, textos e provrbios ?

Confcio, um dos mais conhecidos sbios chineses foi int itulado, em sua poca,

ha mais de 2.800 anos, como O SBIO DE MIL GERAES. Confcio foi um dos

Mestres que pautaram a "histria das artes marciais chinesas"; o tempo tratou de

sedimentar seus conhecimentos sobre a conduta moral dos indivduos, que hoje

so respeitados mundialmente. Assim, o CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU

INTERNACIONAL vem com a proposta de relembrar grandes conceitos e

pensamentos, no s de Confcio, mas tambm, de grandes sbios que j

passaram pela humanidade. Cabe a cada um de ns t irar ou no proveito para o

prprio crescimento.

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Outra questo relevante compreender qual a f inalidade suprema das artes

marciais. - No templo de Shaolin, por exemplo, cada encontro dos mestres com

outras pessoas era precedido da frase: "Que a paz de Buda esteja com voc !" -

Qual o signif icado disso? Na verdade, a cultura das artes marciais sempre teve

sua maior batalha travada no prprio interior dos indivduos, uma luta contnua

contra as prprias fraquezas e imperfeies. praticamente impossvel buscar

um aprimoramento pessoal, seja nas artes marciais, seja em outro esporte que

exija maior domnio, sem antes se melhorar como pessoa.

Ao contrrio do que se deduz, a arte de lutar a arte da paz. O verdadeiro

lutador treina mil dias mesmo sabendo que poder uti l izar seus conhecimentos

em um nico dia; e talvez nunca uti l iz- los. Contudo, seu esforo maior para o

autoaprimoramento, a melhoria de si mesmo e a consequente construo de um

mundo melhor. - Mesmo o guerreiro ama os dias de paz. Assim, ns no

poderamos ter outro propsito, seno, o de contribuir para a construo de um

caminho de paz, harmonia, aprimoramento moral e contribuio para que o

homem seja sempre diferente a cada dia, sempre diferente para melhor. Que

uti l ize seus braos, suas pernas e, principalmente, sua viso, para alcanar as

alturas em benefcio de seu prximo. - Pratique a arte marcial com um propsito;

um propsito de paz, de crescimento e de auto-melhoria. Um propsito realmente

elevado...

Que a paz esteja com voc !

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FORA DO LUGAR

Discpulo : Mas Mestre, porque, muitas vezes, nossos passos na trajetria do

bem nos faz sentir como se estivssemos fora do lugar?

Mestre : Sabia o Mestre Maior que, at a construo do Reino do Bem, quantos o

acompanhassem viveriam na condio de desajustados, trabalhando no

progresso de todas as criaturas, todavia, "sem lugar" adequado aos sublimes

ideais que entesouram. - Efetivamente, o trabalhador leal aos mais dignos

princpios morais, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe devido. -

Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda no completamente

amadurecida moralmente, sofre a descaridosa opinio de muitos:

Se exercita a humildade, t ido conta de covarde.

Se adota a vida simples, acusado pelo delito de relaxamento.

Se busca ser bondoso, categorizado por tolo.

Se administra dignamente, julgado orgulhoso.

Se obedece quanto justo, considerado servi l.

Se usa a tolerncia, visto por incompetente.

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Se mobil iza a energia, conhecido por cruel.

Se trabalha, devotado, interpretado por vaidoso.

Se procura melhorar-se, assumindo responsabil idades no esforo intensivo das

boas obras ou das prelees consoladoras, indicado por f ingido.

Se tenta ajudar ao prximo, abeirando-se da mult ido, com os seus gestos de

bondade espontnea, muitas vezes tachado de personalista e oportunista,

atento aos interesses prprios.

Apesar de semelhantes confl itos, porm, prossigamos agindo e servindo, em

nome do bem. Reconhecendo que o domicl io de seus seguidores no se ergue

sobre o cho do mundo, prometeu o Mestre Maior que lhes prepararia lugar na

vida mais alta. Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na

sementeira do bem, maneira de servidores provisoriamente distanciados do

verdadeiro ponto de descanso.

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DISCIPULO VERDADEIRO

Discpulo : Porque se diz que o verdadeiro discpulo como uma rvore para o

Mestre Maior e precisa produzir frutos, Mestre?

Mestre : Produzindo bons frutos, somente assim sers um verdadeiro discpulo,

Gafanhoto;

Em nossas afl ies, o Mestre Maior invocado.

Nas alegrias, adorado.

Na noite tempestuosa, sempre esperado com nsia.

No dia festivo, reverenciado solenemente.

Louvado pelos seguidores reconhecidos e olvidado pelos ingratos, o Mestre

Maior d sempre, espalhando as bnos de sua bondade infinita entre

bons e maus, justos e injustos.

Ensina o verme a rastejar, o arbusto a desenvolver-se e o homem a

raciocinar.

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Ningum duvide, porm, quanto sua expectativa a nosso respeito. De

existncia em existncia, ajuda-nos a crescer e a servir, para que, um dia, nos

integremos, vitoriosos, em seu divino amor e possamos estender s glrias. -

Nunca chegaremos, contudo, a semelhante condio, simplesmente atravs dos

mil modos de colorao bri lhante dos nossos sentimentos e raciocnios.

Discpulo : Como assim, Mestre?

Mestre : Nossos ideais superiores so imprescindveis, e no fundo assemelham-

se s f lores mais belas e perfumosas da rvore. Nossa cultura , sem dvida,

indispensvel, e, em essncia, constitui a robustez do tronco respeitvel. Nossas

aspiraes elevadas so preciosas e necessrias, e representam as folhas vivas

e promissoras. Todos esses requisitos so imperativos da colheita. Assim

tambm ocorre nos domnios da alma.

Somente possvel glorif icar o Mestre Maior quando nos abrimos aos seus

decretos de amor universal, produzindo para o bem eterno. Por isso mesmo, ele

foi claro em sua afirmao. Que nossa atividade, dentro da vida, produza muitos

frutos de paz e sabedoria, amor e esperana, f e alegria, justia e misericrdia,

em trabalho pessoal digno e constante, porquanto, somente assim e s nessa

condio seremos reconhecidos como discpulos do Mestre Maior, Gafanhoto.

Discpulo : Ento esse comportamento requer habil idade, Mestre?

Mestre : Com a bandeira da PAZ, muitas vezes, nos acreditamos vencidos pela

guerra dos interesses inferiores. Salvando, mas, no sendo salvo. Sendo justo e

padecendo a suprema injustia. Caindo f lagelado e vencido. - Mas, para a

surpresa de muitos:

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Sangrando, mas de p.

Supliciado, mas de braos abertos.

Relegado ao sofrimento, mas suspenso da Terra.

Rodeado de dio e sarcasmo, mas de corao iado ao Amor.

Tombando, vil ipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformando a

prpria dor em glria. Pendendo a fronte, em pastada de sangue, mas

ressurgindo luz do sol, ao aroma de um jardim.

Convertendo a derrota escura em vitria resplandecente, reflet indo a

claridades celestial para a Terra inteira.

Discpulo : Mas isso uma atitude muito elevada, Mestre!

Mestre : Assim tambm ocorre no crculo de nossas vidas. No tropeces no fcil

tr iunfo ou na aurola barata dos crucif icadores. Toda vez que as circunstncias

te compelirem a modif icar o roteiro da prpria vida, prefere o sacrif cio de t i

mesmo, transformando a tua dor em auxl io para muitos, porque todos aqueles

que recebem a pesada carga, em favor dos semelhantes, descobrem o tr i lho da

eterna ressurreio.

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O EGOSMO HUMANO

Discpulo : O homem escravo do seu egosmo, Mestre?

Mestre : Nada trouxemos para este mundo e manifesto que nada podemos levar

dele.

Se desejas emancipar a alma das gri lhetas escuras do eu, comea o teu

curso de auto l ibertao, aprendendo a viver como possuindo tudo e nada

tendo, com todos e sem ningum.

Se chegaste Terra na condio de um peregrino necessitado de

aconchego e socorro e se sabes; que te retirars dela sozinho, resigna-te a

viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento

espiritual para a imortalidade.

Lembra-te de que, por fora das leis que governam os destinos, cada

criatura est ou estar em solido, a seu modo, adquirindo a cincia da

auto superao.

Consagra-te ao bem, no s pelo bem de t i mesmo, mas, acima de tudo,

por amor ao prprio bem.

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Realmente grande aquele que conhece a prpria pequenez, ante a vida inf inita.

No te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; no

dispensars o concurso alheio na execuo de tua tarefa.

Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as

situaes do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem.

Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria

pode ser um veneno para teu irmo.

Sobretudo, combate a tendncia ao melindre pessoal com a mesma persistncia

empregada no servio de higiene do leito em que repousas.

Muita ofensa registrada peso inti l ao corao.

Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros no ser o mesmo que cult ivar

espinhos alheios em nossa casa?

Desanuvia a mente, cada manh, e segue para diante, na certeza de que

acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e no com

os homens que a malbaratam.

Deixa que a realidade te auxil ie a viso e encontrars a divina felicidade do

anjo annimo, que se confunde na glria do bem comum.

Aprende a ser s, para seres mais l ivre no desempenho do dever que te

une a todos, e, de pensamento voltado para o Mestre Maior, que tr i lhou o

caminho estreito do sacrif cio, no nos esqueamos da advertncia, quando

nos diz que, com aluso a quaisquer patrimnios de ordem material, "nada

trouxemos para este mundo e manifesto que nada podemos levar dele".

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LINGUAGEM ESTRANHA

Discpulo : Porque muitos dizem que no entendem a l inguagem do Mestre Maior,

Mestre?

Mestre : A l inguagem do Mestre Maior sempre se afigurou a muitos aprendizes

indecifrvel e estranha; mas, contudo, so conselhos que todos ns devemos nos

esforar para entender e buscar transformar em vida prtica.

Fazer todo o bem possvel, ainda quando os males sejam crescentes e

numerosos.

Emprestar sem exigir retr ibuio.

Desculpar incessantemente.

Amar os prprios adversrios.

Ajudar aos caluniadores e aos maus.

Muita gente escuta a Boa Nova, mas no lhe penetra os ensinamentos.

Isso ocorre a muitos seguidores do bem, porque se uti l izam da fora mental em

outros setores.

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Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando,

porm, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicao das leis

divinas.

A preocupao da posse lhes absorve a existncia.

Reclamam o ouro do solo, o po do celeiro, o l inho usvel, o equilbrio da

carne, o prazer dos sentidos e a considerao social, com tamanha volpia

que no se recordam da posio de simples usufruturios do mundo em

que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os

patrimnios materiais, cuja funo nica a de lhes proporcionar adequado

clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do esprito

eterno.

Registram os chamamentos do Mestre Maior, todavia, algemam

furiosamente a ateno aos apelos da vida primria.

Percebem, mas no ouvem.

Informam-se, mas no entendem.

Nesse campo de contradies, temos sempre respeitveis personalidades

humanas e, por vezes, admirveis amigos.

Conservam no corao enormes potenciais de bondade, contudo, a mente

deles vive empenhada no jogo das formas perecveis.

So preciosas estaes de servio aproveitvel, com o equipamento,

porm, ocupado em atividades mais ou menos inteis.

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No nos esqueamos, pois, de que sempre fcil assinalar a l inguagem de

sabedoria do Mestre Maior, mas preciso apresentar-lhe o corao vazio de

resduos da Terra, para receber- lhe, em esprito e verdade, a palavra divina.

.. .Se voc no esvaziar sua xcara, jamais poders provar do meu ch...

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MIL E UM CAMINHOS...

Discpulo : Ser que estamos em uma encruzi lhada pelo caminho do bem,

Mestre?

Mestre : Nosso corpo, nossa mente e nosso esprito devem estar em unio ,

procurando guardar a unidade do esprito pelo vnculo da paz.

frente de teus olhos, mil caminhos se descerram, cada vez que te

lembras de f ixar a vanguarda distante.

So milhes de sendas que marginam a tua.

No olvides a estrada que te prpria e avana, destemeroso.

Estimarias, talvez, que todas as rotas se subordinassem tua e reportas-te

unio fraterna, como se os demais viajores da vida devessem gravitar ao

redor de teus passos.

Une-te aos outros, sem exigir que os outros se unam a t i.

Procura o que seja ti l e belo, santo e sublime e segue adiante...

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A nascente busca o regato, o regato procura o rio e o rio l iga-se ao mar.

No nos esqueamos de que a unidade espiritual servio bsico da paz.

Observas o irmo que se devota s crianas?

Reparas o companheiro que se disps a ajudar aos doentes?

Identif icas o cuidado daquele que se fez o amigo dos velhos e dos jovens?

Assinalas o esforo de quem se consagrou ao aprimoramento do solo ou

educao dos animais?

Aprecias o servio daquele que se converteu em doutrinador na extenso do

bem?

Honra a cada um deles, com o teu gesto de compreenso e serenidade,

convencido de que s pelas razes do entendimento pode sustentar-se a rvore

da unio fraterna, que todos ambicionamos robusta e farta.

No admitas que os outros estejam enxergando a vida atravs de teus olhos.

A evoluo escada infinita. Cada qual abrange a paisagem de acordo com o

degrau em que alcana.

Aproxima-te de cada servidor do bem, oferecendo-lhe o melhor que puderes, e

ele te responder com a sua melhor parte.

A guerra sempre o fruto venenoso da violncia.

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A contenda estri l resultado da imposio.

A unio fraternal o sonho sublime da alma humana, entretanto, no se realizar

sem que nos respeitemos uns aos outros, cult ivando a harmonia, face do

ambiente que fomos chamados a servir.

Somente alcanaremos semelhante realizao "procurando guardar a unidade do

esprito pelo vnculo da paz".

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SEGUINDO EM FRENTE

Discpulo : difci l seguir sempre em frente, Mestre?

Mestre : Avancemos sempre Gafanhoto. - No podemos julgar ter alcanado a

perfeio, mas uma coisa a fazer esquecer-se das coisas ruins que atrs

f icaram e avanar para as coisas boas que se encontram diante de ns.

Na estrada da vida, somos defrontados sempre por grande nmero de irmos que

se aquietaram sombra da improdutividade, declarando-se acidentados por

desastres espirituais.

algum que chora a perda de um parente querido, chamado

transformao do tmulo.

o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreenso de um amigo.

o missionrio que se imobil izou face da calnia.

algum que lastima a desero de um conscio da boa luta.

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o operrio do bem que clama indefinidamente contra a fuga da

companheira que lhe no percebeu a dedicao afetiva.

o idealista que espera uma fortuna material para dar incio s realizaes

que lhe competem.

o cooperador que permanece na expectativa do emprego ricamente

remunerado para consagrar-se s boas obras.

a mulher que se enrola no cipoal da queixa contra os familiares

incompreensivos.

o colaborador que se escandaliza com os defeitos do prximo,

congelando as possibil idades de servir.

algum que deplora um erro cometido, menosprezando as bnos do

tempo em remorso destrutivo.

O passado, porm, se guarda as virtudes da experincia, nem sempre o melhor

condutor da vida para o futuro.

imprescindvel exumar o corao de todos os envoltrios entorpecentes que,

por vezes, nos amortalham a alma.

A contrio, a saudade, a esperana e o escrpulo so sagrados, mas no devem

representar impedimento ao acesso de nosso esprito Esfera Superior.

Os sbios que conheceram terrveis aspectos do combate humano, na int imidade

do prprio corao, e que subiram s culminncias do apostolado no bem, nos

oferecem o roteiro seguro ao aprimoramento:

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Esqueamos todas as expresses inferiores do dia de ontem e avancemos para

os dias i luminados que nos esperam Centralizemos nossas energias no

Mestre Maior e caminhemos para diante. - Ningum progride sem renovar-se.

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AGENTES DO CONTRA

Discpulo : verdade que muitas pessoas agem contra os bons princpios, s

vezes sem perceber, Mestre?

Mestre : verdade Gafanhoto. Podemos encontrar muitas pessoas que tm a

boca parecida com sepulcros abertos.

Discpulo : Como assim, Mestre?

Mestre : Isso pode ser visto como uma imagem, onde podemos emoldurar muitos

companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Bem para os tr i lhos

escabrosos do personalismo delinquente. Logo se instalam no imprio escuro do

"eu", olvidando as obrigaes que nos situam no Reino Divino da Universal idade,

transfigura-se-lhes a garganta em verdadeiro tmulo descerrado. Deixam escapar

todo o fel envenenado que lhes transborda do ntimo, maneira dum vaso de

lodo, e passam a sintonizar, exclusivamente, com os males que ainda

apoquentam vizinhos, amigos e companheiros.

Enxergam apenas os defeitos, os pontos frgeis e as zonas enfermias das

pessoas de boa vontade que lhes part i lham a marcha.

Tecem longos comentrios no exame de lceras alheias, ao invs de cur-

las.

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Eliminam precioso tempo em palestras compridas e ferinas, enegrecendo

as intenes dos outros.

Sobrecarregam a imaginao de quadros deprimentes, nos domnios da

suspeita e da intemperana mental. Sobretudo, queixam-se de tudo e de

todos.

Projetam emanaes entorpecentes de m f, estendendo o desnimo e a

desconfiana contra a prosperidade da santif icao, por onde passam,

crestando as f lores da esperana e aniquilando os frutos imaturos da

caridade.

Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se

acolhem, afiguram-se-nos, de fato, sepulcros abertos... Exalam runas e txicos

de morte.

Quando te desviares, pois, para o resvaladio terreno das lamentaes e das

acusaes, quase sempre indbitas, reconsidera os teus passos espirituais e

recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois s assim se

expressar, por ela, o verbo sublime do Mestre Maior.

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SERVIR E MARCHAR

Discpulo : Porque, s vezes, nos sentimos cansados e derrotados, Mestre?

Mestre : A nossa vida diria repleta de imprevistos e l ies que sempre nos

chegam de surpresa e como desafios, Gafanhoto. - Por isso, o Grande Mestre

nos disse: . . .podemos ir ainda muito longe depois do cansao...

Discpulo : Mas Mestre, esse cansao no pode ser tambm por questo do

prprio corpo?

Mestre : Devemos servir e marchar Gafanhoto; portanto, tornai a levantar as

mos cansadas e os joelhos desconjuntados.

Se difci l a produo de fruto sadio na lavoura comum, para que no falte o po

do corpo aos celeiros do mundo, quase sacrif ic ial o servio de aquisio dos

valores espirituais que signif icam o alimento vivo e Imperecvel da alma.

Planta-se a semente da boa vontade, mas obstculos mil lhe prejudicam a

germinao e o crescimento.

o aluvio de futi l idades da vida inferior.

A invaso de vermes simbolizados nos aborrecimentos de toda sorte.

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A lama da inveja e do despeito.

As trovoadas da incompreenso.

Os granizos da maldade.

Os detritos da calnia.

A cancula da irresponsabil idade.

O fr io da indiferena.

A secura do desentendimento.

O escalracho da ignorncia.

As nuvens de preocupaes e a poeira do desencanto.

Todas as foras imponderveis da experincia humana como que se conjugam

contra aquele que deseja avanar no roteiro do bem.

Enquanto no alcanarmos a herana divina a que somos destinados, qualquer

descida sempre fcil. . . A elevao, porm, obra de suor, persistncia e

sacrif cio.

No recues diante da luta, se realmente j podes interessar o corao nos climas

superiores da vida. - No obstante defrontado por toda a espcie de dif iculdades,

segue para a frente, oferecendo ao servio da perfeio quanto possuas de

nobre, belo e ti l . - Recorda o conselho do Grande Mestre e no te imobil izes.

Movimenta as mos cansadas para o trabalho e ergue os joelhos desconjuntados,

na certeza de que para a obteno da melhor parte da vida preciso servir e

marchar, incessantemente.

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O PERIGO DA ACOMODAO

Discpulo : verdade que a acomodao uma armadilha, Mestre?

Mestre : Muitas vezes, at que inconscientes, somos pegos pela armadilha da

acomodao. Veja bem Gafanhoto:

H numerosos companheiros da pregao salvacionista que, de bom grado,

se elevam a tr ibunas douradas, discorrendo preciosamente sobre os

mritos da bondade e da f, mas, se convidados a contribuir nas boas

obras, sentem-se feridos na bolsa e recuam apressados, sob disparatadas

alegaes.

Impedimentos mil lhes probem o exerccio da caridade e afastam-se para

diferentes setores, onde a boa doutrina lhes no constitua incmodo vida

calma.

Efetivamente, no entanto, na prtica legt ima das boas obras no nos cabe

apenas gastar o que temos, mas tambm dar do que somos.

No basta derramar o cofre e solucionar questes l igadas experincia do

corpo. E imprescindvel darmo-nos, atravs do suor da colaborao e do esforo

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espontneo na solidariedade, para atender, substancialmente, as nossas

obrigaes primrias, frente do Mestre Maior.

Quem, de algum modo, no se empenha a benefcio dos companheiros, apenas

conhece as l ies do Alto nos crculos da palavra.

Muita gente espera o amor alheio, a f im de amar, quando tal at itude somente

signif ica dilao nos empreendimentos santif icadores que nos competem.

Quem ajuda e sofre por devoo Boa Nova, recolhe suprimentos celestes de

fora para agir no progresso geral.

Lembremo-nos, Gafanhoto, de que o Grande Mestre no s cedeu, em favor de

todos, quanto poderia reter em seu prprio benefcio, mas igualmente fez a

doao de si mesmo pela elevao comum.

Pregadores que no gastam e nem se gastam pelo engrandecimento das idias

redentoras do bem so orqudeas plantadas sobre o apoio problemtico das

possibi l idades alheias; mas aquele que ensina e exemplif ica, aprendendo a

sacrif icar-se pelo erguimento de todos, a rvore robusta do Eterno Bem,

manifestando-se no solo rico da verdadeira fraternidade.

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PROCURANDO COM ZELO

Discpulo : verdade que precisamos buscar a sabedoria e a prpria melhoria

com zelo e ateno, Mestre?

Mestre : Procurai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei um caminho

ainda mais excelente, disse o nosso Mestre Maior.

A ideia de que ningum deve procurar aprender e melhorar-se para ser mais ti l

muito mais uma tentativa de consagrao ociosidade que um ensaio de

humildade incipiente.

A vida curso avanado de aprimoramento, atravs do esforo e da luta, e se a

prpria pedra deve sofrer o buri lamento para reflet ir a luz, que dizer de ns

mesmos, chamados, desde agora, a exteriorizar os recursos divinos?

Que ningum interrompa o servio abenoado da sua educao, a pretexto de

cooperar com o Cu, porque o progresso um comboio de rodas infatigveis que

relega para trs os que se rebelam contra os imperativos da frente.

indispensvel avanar com a melhoria conseqente de tudo o que nos rodeia.

E o Mestre Maior no endossa qualquer atitude de expectativa displicente.

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imprescindvel nos disponhamos a adquirir as qualidades mais nobres de

inteligncia e corao, sublimando a individual idade imperecvel.

Cultura e santif icao, atravs do trabalho e da fraternidade, constituem dever

para todas as criaturas.

Autoaperfeioamento obrigao comum.

Busquemos, zelosos, a elevao de ns mesmos, assinalando a nossa presena,

seja onde for, com as bnos do servio a todos, e to logo estejamos

integrados no esforo digno, dentro da ao pessoal e incessante no bem, o Alto

nos descort inar os mais i luminados caminhos para a ascenso.

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NOSSAS IDIAS

Discpulo : Se temos nossas prprias ideias, porque no pregamos a ns

mesmos, Mestre?

Mestre : Ns, os aprendizes da Boa Nova, quando em verdadeira comunho com

o Mestre Maior, no podemos desconhecer a necessidade de retraimento da

nossa individualidade, a f im de projetarmos para a mult ido, com o proveito

desejvel, os ensinamentos do Mestre.

Em assuntos da vida moral, propriamente considerada, as nicas paixes

justif icveis so as de aprender, ajudar e servir, porquanto sabemos que o

Grande Mestre o Planif icador das nossas realizaes.

Se recordarmos que a superviso dele age sempre em favor de quanto possamos

produzir de melhor, viveremos atentos ao trabalho que nos toque, convencidos de

que a sua pronunciao permanece invarivel nas circunstncias da vida.

A nossa preocupao fundamental, em qualquer parte, portanto, deve ser a da

prestao de servio em Seu Nome, compreendendo que a pregao de ns

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mesmos, com a propaganda dos part icularismos peculiares nossa

personalidade, ser a simples interferncia do nosso "eu" em obras da vida

eterna que se reportam ao Reino Maior de Sabedoria e Evoluo.

Nossa posio e dos demais discpulos, a de servidores da comunidade por

amor. No existe indicao mais clara das funes que nos cabem.

A chefia do Grande Mestre est sempre mais viva e a programao geral dos

servios reservados aos discpulos de todas as condies permanece estruturada

em seus ensinamentos de Sabedoria e de Amor. - Procuremos suas bases para

no agirmos em vo.

Ajustemo-nos conscincia do Grande Renovador, a f im de no sermos tentados

pelos nossos impulsos de dominao, porque, em todos os climas e situaes, o

companheiro da Boa Nova convidado e chamado a servir.

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RENOVAR-SE A CADA DIA

Discpulo : certo dizer que devemos nos renovar a cada dia, Mestre?

Mestre : A prpria Natureza apresenta preciosas l ies, nesse part icular

Gafanhoto:

Sucedem-se os anos com matemtica preciso, mas os dias so sempre

novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasies de

aprendizado e recomeo, anualmente, quantas oportunidades de renovao

moral encontrar a criatura, no abenoado perodo de uma existncia?

Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas no guardes

do pretrito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de

encantador revestimento.

Faze por t i mesmo, nos domnios da tua iniciativa pela aplicao da

fraternidade real, o trabalho que a tua negligncia atirar fatalmente sobre

os ombros de teus benfeitores e amigos da Vida Maior.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

Se possvel, no deixes para depois os laos de amor e paz que podes

criar agora, em substituio s pesadas algemas do desafeto.

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No fcil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o corao,

a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antdoto contra os

txicos da averso a nossa boa vontade, a benefcio daqueles que nos

odeiam ou que ainda no nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversrio cogita de

enriquecer as munies, mas se descemos praa, desassombrados e

serenos, mostrando novas disposies, a ideia de acordo substitui, dentro

de ns e em torno de nossos passos, a escura fermentao da guerra..

Algum te magoa? Reinicia o esforo da boa compreenso.

Algum no te entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres.

Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristal ina e incessante do bem. No

olvides a assert iva do Mestre: "Aquele que no nascer de novo no pode

ver o Reino Maior.

Renasce agora em teus propsitos, deliberaes e atitudes, trabalhando para

superar os obstculos que te cercam e alcanando a antecipao da vitria sobre

ti mesmo, no tempo... Mais vale auxil iar, ainda hoje, que ser auxil iado amanh

Gafanhoto.

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APSTOLOS DO BEM

Discpulo : Porque os Apstolos do Bem so vistos como estando por lt imos,

como condenados morte; sendo feitos espetculo ao mundo, aos sbios e aos

homens, Mestre?

Mestre : Vamos analisar a vida dos Apstolos do Bem: Este o educador por

excelncia. Nele residem a improvisao de trabalho e o sacrif cio de si mesmo

para que a mente dos discpulos se transforme e se i lumine, rumo esfera

superior; mas observe Gafanhoto:

O legislador formula decretos que determinam o equilbrio e a justia na

zona externa do campo social.

O administrador dispe dos recursos materiais e humanos, acionando a

mquina dos servios terrestres.

O sacerdote ensina ao povo as maneiras da f, em manifestaes

primrias.

O artista embeleza o caminho da inteligncia, acordando o corao para as

mensagens edif icantes que o mundo encerra em seu contedo de

espiritual idade.

O cientista surpreende as realidades da Sabedoria Divina criadas para a

evoluo da criatura e revela- lhes a expresso visvel ou perceptvel ao

conhecimento popular.

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O pensador interroga, sondando os fenmenos passageiros.

O mdico socorre a carne enfermia.

O guerreiro discipl ina a mult ido e estabelece a ordem.

O operrio o ativo menestrel das formas, aperfeioando os vasos

destinados preservao da vida.

Por sua vez, os apstolos do bem so os condutores do esprito. - Em todas as

grandes causas da Humanidade, so instituies vivas do exemplo revelador,

respirando no mundo das causas e dos efeitos, oferecendo em si mesmos a

essncia do que ensinam, a verdade que demonstram e a claridade que acendem

ao redor dos outros. Interferem na elaborao dos pensamentos dos sbios e dos

ignorantes, dos ricos e dos pobres, dos grandes e dos humildes, renovando-lhes

o modo de crer e de ser, a f im de que o mundo se engrandea e se santif ique.

Discpulo : O senhor quer dizer que os Apstolos do Bem so muito importantes

para a humanidade, Mestre?

Mestre : isso mesmo, Gafanhoto. - Com a atuao dos Apstolos do Bem surge

assim a equao dos fatos e das ideias, de que se constituem pioneiros ou

defensores, atravs da doao total de si prprios a benefcio de todos. Por isso,

esses apstolos passam na Terra, trabalhando e lutando, sofrendo e crescendo

sem descanso, com etapas numerosas pelas cruzes da incompreenso e da dor.

Representando, em si, o fermento espiritual que leveda a massa do progresso e

do aprimoramento, transitam no mundo como se estivessem colocados pela

Providncia Divina nos lt imos lugares da experincia humana, maneira de

condenados a incessante sofrimento, pois neles esto condensadas a

demonstrao posit iva do bem para o mundo, a possibil idade de atuao para as

Foras Superiores e a fonte de benefcios imperecveis para a Humanidade

inteira.

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E OS DISCPULOS ?

Discpulo : Mas como se comportam os discpulos, Mestre?

Mestre : No podemos nos deixar levar pelas aparncias, Gafanhoto.

Os crculos de aprendizado de todos os matizes permanecem repletos de

estudantes que se classif icam no discipulado do Mestre Maior, com inexcedvel

entusiasmo verbal, como se a l igao legt ima com o Mestre estivesse

circunscrita a problema de palavras.

Na realidade, porm, a Sabedoria Maior no deixa dvidas a esse respeito: A

vida de cada criatura consciente um conjunto de deveres para consigo mesma,

para com a famlia de coraes que se agrupam em torno dos seus sentimentos e

para com a Humanidade inteira.

E no to fcil desempenhar todas essas obrigaes com aprovao plena das

diretrizes superiores.

Imprescindvel se faz eliminar as arestas do prprio temperamento, garantindo o

equilbrio que nos part icular, contribuir com eficincia em favor de quantos nos

cercam o caminho, dando a cada um o que lhe pertence, e servir

comunidade, de cujo quadro fazemos parte.www.centrofilosoficodokungfu.com.br [email protected] 37

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Sem que nos retif iquemos, no corrigiremos o roteiro em que marchamos.

rvores tortas no projetam imagens irrepreensveis.

Se buscamos a sublimao com o Mestre Maior, ouamos os ensinamentos

divinos.

Para sermos seus discpulos necessrio nos disponhamos com firmeza a

conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilao do bem, acompanhando

os passos da evoluo e do aprimoramento moral.

Aprendizes existem que levam consigo o madeiro das provas salvadoras, mas

no seguem o Mestre Maior por se confiarem revolta atravs do endurecimento

e da fuga.

Outros aparecem, seguindo o Mestre nas frases bem feitas, mas no carregam a

cruz que lhes toca, abandonando-a porta de vizinhos e companheiros.

Dever e renovao.

Servio e aprimoramento.

Ao e progresso.

Responsabil idade e crescimento espiritual.

Aceitao dos imposit ivos do bem e obedincia aos padres do nosso Mestre

Maior. - Somente depois de semelhantes aquisies que atingiremos a

verdadeira comunho com o Divino Mestre.

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FILTRANDO AS PALAVRAS

Discpulo : Desde que colocadas em prtica, podemos aproveitar as boas

palavras que nos chegam, Mestre?

Mestre : Devemos tomar cuidado com as palavras. Antes de tudo, devemos f i l tr-

las, Gafanhoto. - Rodeiam-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos

os ngulos do caminho:

Frases respeitveis que se referem aos teus deveres.

Verbo amigo trazido por dedicaes que te reanimam e consolam.

Opinies acerca de assuntos que no te dizem respeito.

Sugestes de variadas origens.

Prelees valiosas.

Discursos vazios que os teus ouvidos lanam ao vento.

Palavras faladas... palavras escritas...

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Dentre as expresses verbalistas art iculadas ou silenciosas, junto das quais a

tua mente se desenvolve, encontrars, porm, as palavras da vida eterna.

Guarda teu corao escuta.

Muitas nascem do amor insondvel do Mestre Maior, como a gua pura do seio

imenso da Terra.

Muitas vezes te mantns despercebido e no lhes assina-las o aviso, o cntico, a

lio e a beleza.

Vigia no mundo, isolado de t i mesmo, para que lhes no percas o sabor e a

claridade.

Exortam-te a considerar a grandeza da SAbedoria Maior e a viver de

conformidade com as suas leis.

As palavras do nosso Mestre Maior referem-se ao Planeta como sendo nosso lar

e Humanidade como sendo a nossa famlia.

Revelam no amor o lao que nos une a todos.

Indicam no trabalho o nosso roteiro de evoluo e aperfeioamento.

Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-nos a levantar os olhos para

o mais alto e para o mais alm.

Discpulo : Mas como separ-las, Mestre?

Mestre : Palavras, palavras, palavras... Gafanhoto.

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Esquece aquelas que te incitam inuti l idade, aproveita quantas te mostram as

obrigaes justas e te ensinam a engrandecer a existncia, mas no olvides as

frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o vosso

corao, atravs de um amigo, de uma carta, de uma pgina ou de um livro, mas,

no fundo, as palavras de sabedoria procedem sempre do Mestre Maior.

Retm contigo as palavras da vida eterna, porque so as santif icadoras do

esprito, na experincia de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental

nas horas difceis das grandes renovaes.

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O QUE TEMOS E O QUE DETEMOS

Discpulo : Qual a diferena em darmos o que detemos e darmos o que temos,

Mestre?

Mestre : Veja esse exemplo Gafanhoto: Ao doar uma esmola Dai antes esmola do

que t iverdes. - A palavra do nosso Mestre Maior est sempre estruturada em

luminosa beleza que no podemos perder de vista. - Sua recomendao, dentro

dessa narrativa, merece apontamentos especiais:

"Dai antes esmola do que t iverdes." - Dar o que temos diferente de dar o

que detemos, A caridade sublime em todos os aspectos sob os quais se

nos revele e em circunstncia alguma devemos esquecer a abnegao

admirvel daqueles que distr ibuem po e agasalho, remdio e socorro para

o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a.

justo, porm, salientar que a fortuna ou a autoridade so bens que

detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos

substanciais da vida, no nos pertencem. O Dono de todo o poder e de

toda a riqueza no Universo Deus, nosso Criador e Pai, que empresta

recursos aos homens, segundo os mritos ou as necessidades de cada um.

No olvidemos, assim, as doaes de nossa esfera ntima e perguntemos a

ns mesmos:

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Que temos de ns prprios para dar?

Que espcie de emoo estamos comunicando aos outros?

Que reaes provocamos no prximo?

Que distr ibumos com os nossos companheiros de luta diria?

Qual o estoque de nossos sentimentos?

Que tipo de vibraes espalhamos?

Para difundir a bondade, ningum precisa cult ivar r iso estridente ou sorrisos

baratos, mas, para no darmos pedras de indiferena aos coraes famintos do

po da fraternidade, indispensvel amealhar em nosso esprito as reservas da

boa compreenso, emit indo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre

nos confiou em servio ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe.

sempre reduzida a caridade que alimenta o estmago, mas que no esquece a

ofensa, que no se dispe a servir diretamente ou que no acende luz para a

ignorncia.

O aviso do Instrutor Divino signif ica: da esmola de vossa vida ntima, ajudai

por vs mesmos, espalhai alegria e bom nimo, oportunidade de crescimento e

elevao com os vossos semelhantes, sede irmos dedicados ao prximo,

porque, em verdade, o amor que se irradia em bnos de felicidade e trabalho,

paz e confiana, sempre a ddiva maior de todas.

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NUNCA DESFALECER

Discpulo : Porque no podemos desist ir nunca da nossa luta pela melhoria e

pelo bem, Mestre?

Mestre : Em nosso ntimo devemos orar sempre e nunca desfalecer, Gafanhoto. -

Fique atento e no permitas que os problemas externos, inclusive os do prprio

corpo, te inabil i tem para o servio da tua i luminao.

Enquanto te encontras no plano de exerccio, qual a crosta da Terra,

sempre sers defrontado pela dif iculdade e pela dor.

A lio dada caminho para novas l ies.

Atrs do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra no pode ser a funo da escola, seno ensinar, exercitar e

aperfeioar.

Enche-te, pois, de calma e bom nimo, em todas as situaes; pois todos ns

fomos colocados entre obstculos mil de natureza estranha, para que, vencendo

inibies fora de ns, aprendamos a superar as nossas l imitaes.

Enquanto a comunidade terrestre no se adaptar nova luz, respirars cercado

de lgrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

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Dispe-te a desculpar e auxil iar sempre, a f im de que no percas a gloriosa

oportunidade de crescimento espiritual.

Lembra-te de todas as afl ies que rodearam o bom esprito, no mundo, desde a

vinda do Mestre Maior.

Onde est o Sindrio que condenou o amigo Celeste morte?

Onde esto os povos vaidosos e dominadores daquela poca?

Onde esto os verdugos da Boa Nova nascente?

Onde esto os guerreiros que f izeram correr, em torno dos bons princpios,

r ios escuros de sangue e lgrimas?

Onde esto os prncipes astutos que combateram e mataram, em nome do

Mestre Maior?

Onde esto as trevas da Idade Mdia?

Onde esto os lderes e inquisidores de todos os matizes, que feriram em

nome de um Excelso Benfeitor?

Todos foram arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza; mas, contudo,

fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a f igura do nosso Mestre

Maior resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos sculos.

Centraliza-te no esforo de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao

encontro da ressurreio divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha,

recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo,

aprendendo, amando, e nunca desfalecer.

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A FILOSOFIA DO KUNG-FU

Discpulo : importante buscar compreender a Filosofia Kung Fu, Mestre?

Mestre : A f i losofia muito antiga na vida do homem, Gafanhoto. E ela encontra-

se muito l igada cincia de duas maneiras: Ela procura encontrar uma

justif icativa para algo, antes de a cincia ter para isso desenvolvido uma lei

inabalvel, e insere os resultados da cincia numa imagem do mundo fechada em

si.

Discpulo : O Senhor disse na vida do homem ? - Isso signif ica que a f i losofia

est l igada a vrios povos, Mestre?

Mestre : A f i losofia, oriunda da Grcia clssica, o amor pela sabedoria, pelo

conhecimento ou pela verdade. Ou muito simplesmente: o esforo para

compreender algo. - A prtica do Kung-fu desenvolve pacincia e capacidade

para se impor e contribui, atravs dos exerccios fsicos e mentais, para o

autodesenvolvimento. Mas como transpor esta l io para o quotidiano, a casa, a

escola, o trabalho e os tempos l ivres? No fundo, o Kung-fu comea, entre os

chineses, em casa, no crculo familiar.

Os chineses consideram que o desenvolvimento e a aprendizagem das relaes

entre pessoas podem ser encontrados no seio da famlia. Numa famlia com pais,

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f i lho e f i lha, encontramos as seguintes relaes:

pai - me

me - f i lha

fi lha - f i lho

fi lho - me

fi lha - pai

pai - f i lho

Estas relaes so geridas por um cdigo de honra, que procura ensinar o

respeito, a modstia, a lealdade, a confiana e a honradez.

O respeito comea na me e no pai, cuja opinio se honra e se aceita. O casal

traz as foras elementares do feminino e do masculino para o casamento. S

quando damos o nosso melhor que um casamento ter sucesso e ser

harmonioso.

Quando nascem fi lhos numa famlia, deve ser- lhes transmitido o respeito pela

me e pelo pai por palavras e atos de modo natural e pela experincia que a vida

dos pais demonstrou; isto , pelos conhecimentos da vida terrena e da vida para

alm da morte.

Quando h falta de respeito por um membro da famlia mais idoso, recusada a

necessria considerao de toda a gerao mais antiga, na vida quotidiana -

sejam eles pais, superiores, professores ou treinadores. Uma vez que quando h

falta de respeito, tambm se no aceita a experincia dos pais, o processo de

aprendizagem torna-se mais difci l (por exemplo, a matemtica na escola, a

carreira profissional ou os pormenores das tcnicas do Kung-fu).

Discpulo : Ento signif ica que para os chineses a f i losofia tem uma ateno toda

especial, Mestre?

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Mestre : Sim. Os chineses procuram dar ao processo de aprendizagem um

sentido mais profundo, humano e pessoal do que a busca de dinheiro e de glria.

Esforam-se por alcanar algo mentalmente exigente, como por exemplo, a

melhoria das condies de vida das geraes vindouras.

Sem respeito no existe modstia, empenho, exigncia no seio da famlia ou na

vida. Sem modstia depressa nos contentamos com sucessos fsicos ou materiais

fceis e perde-se a capacidade de acreditar, de procurar e de ambicionar algo

mais elevado na vida.

A famlia desenvolve o sentido de lealdade tradio e cultura. A deteno e

transmisso destes princpios tradicionais e culturais ajudam a famlia ao longo

de muitos sculos a manter a sua individualidade e os seus ritos familiares

pessoais.

Pela lealdade demonstra-se a seriedade, honradez e carcter, que gera uma

sensao de confiana.

Quando uma criana demonstra bom carcter em relao a outras pessoas, estas

confiaro nela.

Atravs desta confiana que lhe dir igida, a criana esforar-se- por se manter

no caminho da retido e de permanecer na busca da verdade durante a sua vida.

Se este t ipo de educao comear na casa paterna, o resultado ser uma

sociedade s, possibi l i tada por famlias ntegras.

Fora da famlia, o Kung-fu considerado pelos chineses como a grande l io da

vida.

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Discpulo : Ento signif ica que o Kung fu possui uma forte tradio f i losfica,

Mestre?

Mestre : O respeito tambm o princpio bsico da arte marcial chinesa. Mas o

respeito pode ser demonstrado de muitas maneiras diferentes. A forma mais

primit iva de demonstrao de respeito baseia-se na dor e no medo que controlam

o aluno.

Esta arte remonta ao passado, a um tempo em que o homem ainda s pensava

na sua sobrevivncia; num tempo em que no exist ia nada mais importante do

que a autodefesa contra inimigos e contra a natureza. Mas os tempos mudaram.

Hoje no s damos valor fora fsica, como tambm valorizamos o controle

fsico, a forma e a beleza da exibio. Se o respeito se baseia apenas no saber

tcnico e se descura o desenvolvimento espiritual, gera-se uma atmosfera de

"eu-sei-mais-do-que-tu". Os melhores alunos podem tornar-se arrogantes e

petulantes, baseando-se nas suas capacidades fsicas, pois haver sempre

melhores e piores. S que estes heris sofrero um srio revs, quando, mais

cedo ou mais tarde aprenderem a desagradvel l io de que haver sempre

algum maior, mais forte ou mais rpido do que eles. Na f i losofia do Kung-fu o

respeito na forma mais pura encontra a sua justif icativa no respeito que se tem

por si mesmo; de que se fez algo de produtivo, para, e em conjunto com, os

outros homens.

A autoafirmao no deveria apenas resultar dos sucessos pessoais de cada um

de ns, mas tambm do fato de transmitirmos o nosso saber e ajudarmos outras

pessoas a ter sucesso.

A mais elevada forma de progresso no olhar para a forma como se progride

pessoalmente, mas para as ideias que contribuem para o desenvolvimento da

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totalidade de uma coisa. - No basta o crescimento individual da rvore,

Gafanhoto; importante observar o crescimento conjunto de toda a f loresta.

Aquilo que quero sublinhar que o respeito no deve ser construdo com base na

divinizao de dolos. No devemos deixar-nos colocar num pedestal, nem nele

colocar outro algum, e depois projetar sobre ele aspiraes, que na maior parte

das vezes ultrapassam a sua dimenso.

Discpulo : O senhor quer dizer que no devemos adorar dolos, Mestre?

Mestre : A divinizao pode facilmente degenerar em desiluso quando o ideal

que se criou no realiza as aspiraes que para ele se projetaram Gafanhoto.

Considero ser importante compreender que as pessoas que se desenvolveram a

um nvel elevado, so apesar de tudo indivduos, que cometem erros, que

perdem a pacincia e que tomam decises erradas, pois ningum perfeito.

Num mundo sem respeito, em que s existe a exigncia de uma supremacia

fsica, as artes marciais no passam de uma forma primit iva de agredir e dar

passos, sem dignidade humana e sem a vontade de alcanar algo espiritual.

A busca constante de algo mais elevado do que satisfao atravs de sucessos

fsicos ou materiais signif ica possuir e reconhecer a modstia de saber que no

dispomos continuamente de capacidades e que no devemos desistir de nos

aproximarmos o mais possvel da perfeio. O respeito e a modstia so os

princpios da aprendizagem. Se um aluno f icasse satisfeito com o que sabe,

desist ir ia de aprender e de evoluir.

A lealdade no seio da escola do Kung-fu pressupe f idelidade arte de luta que

se escolheu, o que signif ica aprender a diferenciar as tcnicas tradicionais, que

provaram a sua eficcia, de outros esti los de luta. Signif ica tambm sentir a

responsabil idade de divulgar honrosamente e ensinar esta arte. A confiana

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durante a prtica desenvolvida numa atmosfera em que cada t ipo de

conhecimento divulgado para progresso e uso de todos os alunos.

O contrrio, ou seja, omit ir ou esconder para si s os conhecimentos por puro

egosmo, constitui um impedimento ao progresso: seria colocar-se a si prprio a

um canto escuro e solitrio, sem o beneficio da troca de experincias, to

importantes para o nosso desenvolvimento e compreenso.

Discpulo : Mas no h confl ito de ideias com essa prtica, Mestre?

Mestre : O Kung-fu a arte de misturar tradies antigas com ideias novas e no

uma repetio das antigas.

O Kung-fu signif ica trabalho rduo, aprendizagem cuidadosa e habil idade para o

treino, mas sem lesar ningum por divert imento. Contar apenas com a

supremacia fsica no chega para se ter sucesso. Tem de se aprender a

reconhecer caminhos mais promissores e a confiar em pessoas qualif icadas.

Avancemos um passo e tentemos desenvolver uma personalidade produtiva e

bem sucedida, part indo das caracterst icas de lealdade, confiana e respeito,

capaz de t irar da vida, e a ela levar, experincias posit ivas.

Discpulo : Mas como transformar a vida numa experincia posit iva, Mestre?

Mestre : Temos de aprender a uti l izar o nosso idealismo, a nossa energia, a

nossa fantasia e o nosso gosto pela aventura, para fazer face s exigncias da

vida. Nem todos possumos um talento nato para tal, mas a part ir dos

ensinamentos do Kung-fu podemos conseguir um desenvolvimento contnuo,

pessoal, f sico, mental e moral, que pode vir a inf luenciar todos os pensamentos

e as aes do quotidiano.

No inicio uti l izamos o nosso corpo como modelo de desenvolvimento da

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conscincia e de aprendizagem do esprito. Sem conhecer as capacidades do

prprio corpo, no se pode compreender o meio envolvente.

Esperamos que bloqueios, posies, golpes e passos se constituam em exemplos

pessoais de aperfeioamento desta conscincia. No queremos permanecer num

plano mecnico animal, no qual se apenas um robot ou uma imitao primit iva

de um ser humano.

Pelo desenvolvimento da fora de vontade, da determinao, da pacincia, da

resistncia e da coragem temos de aprender a treinar o nosso esprito.

A fora de vontade controla e canaliza a energia do homem, mesmo em

momentos de tr isteza, dvida ou indolncia. A pacincia e a determinao

fortalecem o esprito quando esgotado.

A resistncia energia acumulada, que alimenta o corpo quando ele est

cansado e di.

A coragem o oposto do desnimo: ter a coragem de lutar nos momentos bons e

maus da vida.

Coragem signif ica: continuar a manter as foras, mesmo contra o prprio medo,

que pode ser:

medo de falhar;

medo de se magoar;

medo de ser amesquinhado;

medo da mudana;

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e mais raro, at o medo do sucesso.

Para ultrapassar o medo, tem de se ter controle sobre a prpria vida. Que melhor

comeo do que obter primeiro o controle do prprio corpo? A l inguagem do corpo

um reflexo do "eu". Um pensamento descontrado e f luente permite que o corpo

se movimente de maneira mais ritmada e fcil. Quando se pratica o Kung-fu,

deve tentar-se alcanar isto mesmo. A rapidez e a forca vm por si ss, quando

os pensamentos e os movimentos f luem e so seguros. O medo desaparece

quando vivemos intensamente e acreditamos que tudo o que fazemos

interessante e importante. Temos de adotar um papel ativo, aprender com os

nossos prprios erros e fraquezas, desenvolver confiana em ns mesmos a

part ir das nossas experiencias; independentemente de serem sucessos ou

fracassos.

Na atmosfera clssica de uma escola de Kung-fu somos encorajados a

desenvolver-nos ao nosso prprio r itmo. Quando aceitamos a nossa capacidade

prpria de aprendizagem, estamos a dar o primeiro passo - a concentrao e a

vivncia dos acontecimentos.

O medo das leses diminui na medida em que com o Kung-fu praticamos uma

srie de exerccios que fortalecem o corpo, que ensinam a adotar posies de

proteo e a dominar tcnicas de defesa lgicas e prticas, bem como passos e

golpes controlados. Os exerccios devem fomentar o respeito mutuo entre alunos

e professores, no intuito de esperar mais do treino do que um jogo de poder

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f sico. As alteraes ao quotidiano devem ser consideradas como um desafio e os

acontecimentos devem constituir proveito, em vez de serem considerados

ameaas pessoais ou profecias de insucesso. Atravs da mudana ganhamos

experincia, que nos ajuda a saber mais sobre as nossas capacidades na escola,

em casa, no trabalho e durante os jogos.

Discpulo : Ento signif ica que o Kung fu aprendizado constante, Mestre?

Mestre : Na arte marcial chinesa o progresso signif ica aprendizagem constante, e

ultrapassagem das dif iculdades, que arrastam sempre consigo alteraes do

curso da vida, o medo do sucesso raro.

Discpulo : Por que que se tem medo do sucesso, Mestre?

Mestre : Por causa da tenso e da responsabil idade que a ele se encontram

ligadas. necessrio ter um ego disciplinado, isto , ter pacincia, resistncia,

capacidade para se afirmar e uma personalidade muito forte, para aguentar os

momentos bons e maus durante um jogo, uma poca, uma carreira ou toda uma

vida. A maioria das pessoas contenta-se com alguns momentos de sorte, mas o

Kung-fu mult ipl ica e estende estes momentos de forma decisiva.

A resistncia fsica possvel graas aos exerccios inteligentes e sos do Kung-

fu, os quais podem tambm servir para desenvolver uma resistncia mental. Os

resultados manifestam-se na reduo dos sinais de cansao ou de tenso.

O praticante comea a sentir-se melhor espiritual e emocionalmente, quando

repara que o corpo ultrapassou as fronteiras da sua capacidade normal de

resistncia. Aprender que a sua resistncia s manifestaes de cansao e s

dores musculares algo que se pode treinar diariamente.

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Os exerccios regulares do Kung-fu exercitam e fortalecem tambm o corao, j

que este tem de bombear constantemente mais sangue oxigenado para o corpo.

Do mesmo modo, tambm os pulmes so exercitados e fortalecidos.

O Nei-Ching, o mais antigo tratado chins sobre medicina, escrito por volta de

2600 a. C., descreve os pulmes como "os ministros responsveis pela

regularizao do movimento e do modo de ao do homem". Obras posteriores

afirmam que possvel, por meio de inspiraes e expiraes profundas, f icar

mais lcido e eventualmente prolongar a vida. Considerando tambm que uma

respirao correta parte essencial do relaxamento.

Discpulo : Isso signif ica autocontrole, Mestre?

Mestre : S com pacincia conseguimos construir a nossa capacidade de

concentrao, mesmo quando a mente esta fatigada e no funciona to depressa

como habitual, podemos aprender a controlar a nossa excitao e esperar por

uma mais lenta formao de ideias antes de agir.

Podemos desenvolver a nossa capacidade de resistncia quando a mente

registra dor e julgamos no poder aguentar mais. Aprendemos a armazenar

reservas de fora para levar as coisas ate o f im. possvel aprender a construir

estas reservas por meio do exerccio constante do Kung-fu.

As caracterst icas tpicas do Kung-fu so os movimentos elegantes e

semelhantes aos de uma dana. A combinao de posies, bloqueios, passos e

golpes contra um adversrio imaginrio exercita a capacidade de concentrao e

de afirmao. Uma nica sequencia pode conter mais de 300 movimentos.

A autodefesa no Kung-fu, por sua vez, baseia-se no conceito de sobrevivncia, o

que signif ica estar alerta para proteger o bem-estar fsico e mental, l ivrar-se de

pensamentos e situaes negativas, que impedem a obteno do objetivo.

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Pensamos em autoconfiana formada por um raciocnio rpido e um sentido muito

desenvolvido de exigncias, bem como por uma sensibil idade mental e fsica a

indcios de situaes improdutivas ou ameaadoras.

A sobrevivncia uma arte. Os sobreviventes so art istas sempre prontos para

mudanas de vida e agitao, que uti l izam em sua prpria vantagem.

Queremos melhorar a nossa capacidade de reao e apurar a nossa viso. Temos

de aprender que podemos ser atacados de diversos ngulos; por isso, temos de

aprender a lanar-nos na resoluo dos problemas da vida. Temos de construir

um ncleo de resistncia para aprender a no desistir ao primeiro golpe ou ao

primeiro no, e a reflet ir sobre o passo seguinte. Queremos aprender a ser

pacientes e a aguentar, mesmo depois de uma derrota. Queremos estar em

situao de encontrar solues aceitveis, para nos apaziguarmos a ns, nossa

famlia e aos nossos professores.

Discpulo : Isso desafia a nossa sensibil idade, Mestre?

Mestre : Ter autodomnio no signif ica, porem, que de repente todo o movimento

e alteraes que se do nossa volta, representam uma ameaa. Estes

movimentos e alteraes sempre exist iram, s que no nos tnhamos apercebido

deles. Por meio dos exerccios fsicos do Kung-fu tornamo-nos mais cientes da

l inguagem corporal das outras pessoas. Tornamo-nos mais sensveis aos gestos

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dos outros, que aprendemos a decodif icar, ameaadores, suplicantes, amistosos,

carinhosos, interrogativos, sutis, benficos ou perigosos.

A f i losofia do Kung-fu pode ser considerada uma fi losofia de vida e de

sobrevivncia. A origem do Kung-fu reside numa srie de exerccios fsicos

tradicionais. Nos anos de progresso os centros de gravidade alteraram-se. Dada

a evoluo constante da tcnica, estes deixaram de se situar no corpo, para

passarem a estar colocados na mente. Nos tempos modernos o vencedor j no

o mais forte, mas o que pensa.

O que temos em mente o confl ito fsico sob a forma de competio de Kung-fu,

com regras predeterminadas. Sua f i losofia base no a fora bruta, mas a

criao de um dilogo psquico entre os oponentes, um trabalho de equipe que

exige confiana, coordenao, afinao e tcnicas perfeitas.

O sentido do Kung-fu no servirmo-nos das nossas capacidades para prejudicar

os que so fsica ou mentalmente mais fracos, mas conseguirmos uma

conscincia mais forte de nos prprios e dos outros.

Aprendemos como importante concentrar todas as energias e manter todos os

sentidos alerta num nico momento. Ser apanhado aqui ou ali desenvolve a

ateno. Aprendemos a no atacar irreflet idamente, mas a esperar por uma

oportunidade, que prometa f inalizar com sucesso um ataque. Comprovaremos

que estamos em posio de reagir corretamente a situaes inesperadas.

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A um nvel superior de conhecimentos so apenas pequenas diferenas

qualitat ivas da uti l izao da tcnica que decidem o vencedor e o vencido.

A resistncia e a coragem para continuar, independentemente de vitorias ou

derrotas, signif ica obter um perf i l de lutador, que tenta sempre dar o seu melhor

e que aceita uma derrota como uma lio necessria da vida.

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IMPORTANTE:

Esta coletnea o 15 volume da srie e fornecida gratuitamente.

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CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONALFORA DO LUGARDISCIPULO VERDADEIROO EGOSMO HUMANOLINGUAGEM ESTRANHAMIL E UM CAMINHOS...SEGUINDO EM FRENTEAGENTES DO CONTRASERVIR E MARCHARO PERIGO DA ACOMODAOPROCURANDO COM ZELONOSSAS IDIASRENOVAR-SE A CADA DIAAPSTOLOS DO BEME OS DISCPULOS ?FILTRANDO AS PALAVRASO QUE TEMOS E O QUE DETEMOSNUNCA DESFALECERA FILOSOFIA DO KUNG-FU