jurisprudÊncia stj 2

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Superior Tribunal de Justiça AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 609.235 - SP (2014/0280736-2) RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA AGRAVANTE : MÁRCIO DA SILVA ADVOGADO : GUIDO PELEGRINOTTI JUNIOR AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS. OFENSA AO ART. 35, CAPUT , DA LEI 11.343/2006. PRETENSÃO ABSOLUTÓRIA. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. PARADIGMAS PROFERIDOS EM HABEAS CORPUS. IMPROPRIEDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. As instâncias ordinárias, a partir da prova amealhada durante a investigação policial e a instrução criminal (circunstâncias do flagrante, interceptações telefônicas, quantidade do entorpecente apreendido), concluíram pela existência de vínculo associativo estável e permanente entre os acusados. Modificar esse entendimento, com a finalidade de afastar a condenação do agravante pelo delito do art. 35, caput , da Lei 11.343/2006 demandaria nova e demorada incursão no acervo fático-probatório carreado aos autos, providência inadmissível na via eleita, a teor do óbice da Súmula 7/STJ. 2. É pacífica a jurisprudência da Terceira Seção desta Corte quanto à "impossibilidade de acórdão proferido em sede de habeas corpus, mandado de segurança e recurso ordinário servir de paradigma para fins de alegado dissídio jurisprudencial, ainda que se trate de dissídio notório, eis que os remédios constitucionais não guardam o mesmo objeto/natureza e a mesma extensão material almejados no recurso especial" (AgRg nos EREsp. 998.249/RS, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 21/09/2012). 3. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO Documento: 1417794 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 22/06/2015 Página 1 de 12

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Jurisprudência relativa a interceptação telefônica

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  • Superior Tribunal de Justia

    AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N 609.235 - SP (2014/0280736-2) RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECAAGRAVANTE : MRCIO DA SILVA ADVOGADO : GUIDO PELEGRINOTTI JUNIOR AGRAVADO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE SO PAULO

    EMENTA

    AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRFICO E ASSOCIAO PARA O TRFICO DE DROGAS. OFENSA AO ART. 35, CAPUT , DA LEI 11.343/2006. PRETENSO ABSOLUTRIA. REEXAME DE MATRIA FTICA. SMULA 7/STJ. DISSDIO JURISPRUDENCIAL NO COMPROVADO. PARADIGMAS PROFERIDOS EM HABEAS CORPUS. IMPROPRIEDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.1. As instncias ordinrias, a partir da prova amealhada durante a investigao policial e a instruo criminal (circunstncias do flagrante, interceptaes telefnicas, quantidade do entorpecente apreendido), concluram pela existncia de vnculo associativo estvel e permanente entre os acusados. Modificar esse entendimento, com a finalidade de afastar a condenao do agravante pelo delito do art. 35, caput , da Lei 11.343/2006 demandaria nova e demorada incurso no acervo ftico-probatrio carreado aos autos, providncia inadmissvel na via eleita, a teor do bice da Smula 7/STJ. 2. pacfica a jurisprudncia da Terceira Seo desta Corte quanto "impossibilidade de acrdo proferido em sede de habeas corpus, mandado de segurana e recurso ordinrio servir de paradigma para fins de alegado dissdio jurisprudencial, ainda que se trate de dissdio notrio, eis que os remdios constitucionais no guardam o mesmo objeto/natureza e a mesma extenso material almejados no recurso especial" (AgRg nos EREsp. 998.249/RS, Rel. Min. SEBASTIO REIS JNIOR, TERCEIRA SEO, DJe 21/09/2012).3. Agravo regimental desprovido.

    ACRDO

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  • Superior Tribunal de Justia

    Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima

    indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia, por

    unanimidade, negar provimento ao agravo regimental. Os Srs. Ministros Newton

    Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC), Leopoldo de Arruda Raposo

    (Desembargador convocado do TJ/PE), Felix Fischer e Gurgel de Faria votaram com o

    Sr. Ministro Relator. Braslia (DF), 16 de junho de 2015(Data do Julgamento)

    Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Relator

    Documento: 1417794 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 22/06/2015 Pgina 2 de 12

  • Superior Tribunal de Justia

    AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N 609.235 - SP (2014/0280736-2) RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECAAGRAVANTE : MRCIO DA SILVA ADVOGADO : GUIDO PELEGRINOTTI JUNIOR AGRAVADO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE SO PAULO

    RELATRIO

    O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA

    FONSECA (Relator):

    Trata-se de agravo regimental interposto por MRCIO DA SILVA

    contra deciso que conheceu do agravo para negar seguimento ao recurso especial.

    Em suas razes, o ora agravante reitera as alegaes lanadas na pea

    de recuso especial, defendendo que no h falar em ausncia de discusso do tema da

    necessidade de estabilidade para configurao do delito do artigo 35 da Lei de

    Drogas na medida em que, como j dito e repisado, a questo vem sendo amplamente

    debatida desde os memoriais finais, razes de apelao, sustentao oral e, agora, em

    sede de recurso especial (e-STJ fls. 1.048).

    Outrossim, aduz que o julgado proferido em habeas corpus meio

    hbil para comprovar eventual dissdio jurisprudencial, pois se pedido idntico

    deferido em writ de inegvel menor escopo de anlise, neste recurso, cuja amplitude

    do debate inquestionvel, no h que se falar em indeferimento (e-STJ fls. 1.049).

    Requer, ainda, a prvia intimao da sesso de julgamento deste

    agravo regimental, pois pretende realizar sustentao oral.

    o relatrio.

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  • Superior Tribunal de Justia

    AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N 609.235 - SP (2014/0280736-2)

    VOTO

    O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA

    FONSECA (Relator):

    Examinando detidamente o teor da pea recursal, entendo que os

    argumentos esposados no so hbeis a modificar o decisum atacado.

    Consoante orientao desta Corte, o agravo regimental independe de

    incluso em pauta, porquanto levado diretamente em mesa para julgamento pelo

    respectivo rgo Colegiado, nos moldes dos arts. 91, I, e 258, ambos do Regimento

    Interno do Superior Tribunal de Justia. Frise-se, ainda, que o art. 159 do RISTJ obsta

    a sustentao oral em sede de agravo interno.

    Sobre o tema, colaciono o seguinte julgado da Corte Especial:

    EMBARGOS DE DECLARAO NO AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGNCIA NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. JULGAMENTO. INDEPENDENTE DE PAUTA. NULIDADE NO CONFIGURADA. AUSNCIA DE OMISSO, CONTRADIO OU OBSCURIDADE. PREQUESTIONAMENTO DE MATRIA CONSTITUCIONAL. EMBARGOS REJEITADOS.1. O agravo interno independe de incluso em pauta para intimao das partes da sesso de julgamento, as quais nem sequer podem realizar sustentao oral. Tal como ocorre com os embargos declaratrios, o agravo regimental levado em mesa para julgamento pelo rgo Julgador competente, nos termos dos arts. 545 e 557, 1, do Cdigo de Processo Civil e dos arts. 91, I, e 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justia.2. Os embargos de declarao tm como objetivo sanar eventual existncia de obscuridade, contradio ou omisso (CPC, art. 535), sendo inadmissvel a sua oposio para rediscutir questes tratadas e devidamente fundamentadas na deciso embargada, j que no so cabveis para provocar novo julgamento da lide.(...)5. Embargos de declarao rejeitados. (EDcl no AgRg nos EREsp

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  • Superior Tribunal de Justia

    1314163/GO, Rel. Min. RAUL ARAJO, Corte Especial, julgado em 5/11/2014, DJe 11/12/2014).

    No mais, verifica-se que a suposta violao do art. 35 da Lei

    11.343/2006, especialmente quanto necessidade de prova irrefutvel da estabilidade

    associativa, no foi objeto de debate no acrdo recorrido sob o ngulo tratado no

    recurso especial. Com efeito, o Tribunal a quo, citando o parecer do Ministrio

    Pblico Estadual, fez um apanhado da prova que sustentou a condenao, no se

    debruando sobre o tema enfocado no recurso.

    Confira-se, a propsito, o voto condutor do acrdo impugnado

    (e-STJ fls. 727/733):

    Em que pese o esforo das combativas defesas, de absolvio no se pode cogitar.Com efeito, o processo mostra-se hgido, no encerrando qualquer vcio ou nulidade. Ademais, a soluo condenatria foi devidamente motivada, a partir do exame aprofundado das provas contidas nos autos, realizado pelo d. Magistrado da origem na r. sentena que proferiu, a qual, portanto deve prevalecer.Fica adotado, a propsito, o judicioso parecer de fls. 597/612, subscrito pelo d. Procurador de Justia Dr. Vladimir Brega Filho. Consoante bem anotou o d. Preopinante:"(...) Ao contrrio do que alegam os apelantes, as provas trazidas aos autos so seguras e os incriminam.A materialidade restou comprovada pelo auto de priso em flagrante (fls. 02/12), pelo boletim de ocorrncia (fls. 14/15), pelo auto de exibio e apreenso (jl. 16), pelo laudo de constatao provisria (fls. 24), pelo exame qumico-toxicolgico (fls. 133/135), pelos laudos periciais (fls. 136/138 e 143/148), pelo relatrio de investigao (fls. 283/289), pelo laudo de degravao das interceptaes telefnicos (fls. 405/413), pelo laudo de exame de corpo de delito (fls. 141) e pelas provas orais colhidas.No tocante autoria, de se destacar que, na fase policial (fl. 11), Mrcio confessou a prtica dos delitos, comentando que conhecia Amncio por trabalharem no mesmo local, e que este emprestava dinheiro a ele, por estar passando por dificuldades financeiras. Em uma ocasio, Amncio props a ele que transportasse entorpecente para a cidade de Capivari, em troca de dinheiro, tendo recebido a quantia de R$ 100,00 antecipadamente. Confirmou que ficaria

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  • Superior Tribunal de Justia

    incumbido de transportar a droga, e que uma pessoa de apelido 'Farol' ligaria para ele e entregaria o entorpecente, prximo ao Supermercado Polibom, sito no Bairro Oriente.Continuou Mrcio, perante a autoridade policial, a explanar a empreitada. Informou que chegando ao lugar combinado telefonou para 'Farol', dizendo que o aguardava defronte ao Supermercado Polibom, com um veculo GM/Monza, de Amncio. Quedou-se no local, onde recebeu um pacote com aproximadamente 200g de crack das mos de 'Farol'. Este emparelhou seu veculo e jogou a droga dentro do veculo de Mrcio, que se dirigiu at a cidade de Capivari para entrega-la a 'Elvis', tendo sido abordado por policiais aps concluir a entrega. Por fim, ressaltou que a pessoa de apelido 'Farol' Gilson - tendo este afirmado que no era conhecido por tal apelido.As fls. 283/289 h um relatrio sobre a interceptao realizada, explicando que quando os interlocutores referem-se a 'carro' e 'mecnico', querem dizer 'droga' e 'entregador dela', e que so cautelosos ao falar ao telefone, no fornecendo outros nmeros de telefone atravs da conversa, tampouco horrios: 'depois daquele horrio que eu sempre encontro oceis (sic)' e ', eu passo, pra, eu passo para da goma sua pra ele na hora qui o carro tive pronto, ai ele, ele ti liga ai'. Amncio estava falando para Mrcio que Gilson ligaria para ele quando a droga estivesse pronta.Ainda, no momento anterior passagem da droga entre os veculos, nota-se outra conversa (fl. 285): 'Homem no identificado informa ao interceptado que tem um 'menino' procurando por ele; Gilson Timteo quer saber de quem se trata; interlocutor responde que o 'recoie seu' (sic) (recolhe seu); 'Farol pede para avis-lo para aguardar'. Explica o investigador que 'recolhe seu' a pessoa que passa nos pontos de venda de drogas do traficante para recolher o dinheiro arrecadado com a venda. Nota-se, pois, todo um orquestrado sistema de distribuio de entorpecentes, no podendo prosperar a tese de insuficincia probatria.(...)O policial Claudinei Ribeiro (fls. 03/05 e 305/310) confirmou que vinha investigando alguns traficantes de entorpecentes atravs de interceptaes telefnicas, dentre os quais estava o acusado Gilson. Monitorando uma das conversas, soube que ocorreria uma entrega de drogas em frente ao Supermercado Polibom, tendo se dirigido ao local e se deparado com um veculo suspeito (um VW/Monza) e, momentos depois, avistado Gilson ~ no interior de um Palio de cor prata ~ arremessar um pacote inteiro no VW/Monza. Aguardou o trajeto, tendo abordado a pessoa que recebeu a droga ~ de nome Elvis ~ alegando este que a droga j tinha destino certo. Posteriormente, Mrcio foi abordado na cidade de Capivari e o policial dirigiu-se tambm residncia de Gilson, que agrediu o policial para evitar que fosse preso, tendo mordido este e quebrado o

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  • Superior Tribunal de Justia

    vidro do para-brisa da viatura com sua cabea, por fim, ameaando os policiais de morte.O investigador Edson Moura (fls. 07 e 244/247) afirmou ter cincia das interceptaes em curso na poca dos fatos, tendo se dirigido ao local do crime juntamente com o policial Claudinei, visualizando tambm o momento em que Gilson arremessou a droga para o interior do veculo de Mrcio. A esposa de Mrcio ~ Evelaine ~ comentou (fls. 08) que seu companheiro a convidou para realizar um passeio com o carro de Amncio, indo at o Bairro da Agua Branca, local em que este manteve contato com uma pessoa desconhecida - que entregou um pacote ~ indo, posteriormente, cidade de Capivari, onde deveria deixar o pacote. Informou, tambm, que foram abordados por policiais ao deixarem a cidade de Capivari, momento em que teve cincia de que o contedo do pacote era entorpecente.Ainda, quando o adolescente Elvis (fls. 09) foi indagado - a quem Mrcio entregou o entorpecente em Capivari -, confirmou que recebeu crack de uma pessoa ocupante de um veculo VW/Monza e que, aps tal fato, policiais o abordaram. Note-se todo um relato harmonioso com a realidade por parte dos milicianos, do adolescente, da esposa de Mrcio e deste na fase policial, sendo inverdica sua verso apresentada em juzo.Quanto afirmao de que os depoimentos dos policiais so meras conjecturas, vale lembrar que j pacfica jurisprudncia acerca da validade destes depoimentos, como se infere dos julgados do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo.(...)Sendo assim, no h que se falar na aplicao do princpio da presuno da inocncia para justificar um decreto absolutrio e muito menos em aplicao do princpio do in dubio pro reo. A acusao demonstrou a participao de todos os envolvidos na empreitada criminosa, especialmente pelo depoimento dos policiais, os relatrios das escutas telefnicas e o seu contedo, tudo corroborado pela confisso do ru Mrcio autoridade policial.(...)

    Para que se atenda ao requisito do prequestionamento necessria a

    efetiva discusso do tema pelo Tribunal de origem, ainda que em embargos de

    declarao, o que, na espcie, no ocorreu.

    De qualquer forma, ainda que se entenda pela existncia do

    prequestionamento implcito, uma vez que o agravante foi condenado pela prtica do

    crime de associao para o trfico, a pretenso recursal esbarra no bice da Smula 7 Documento: 1417794 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 22/06/2015 Pgina 7 de 12

  • Superior Tribunal de Justia

    desta Corte.

    Com efeito, as instncias ordinrias, a partir da prova amealhada

    durante a investigao policial e a instruo criminal (circunstncias do flagrante,

    interceptaes telefnicas, quantidade do entorpecente apreendido), concluram pela

    existncia de vnculo associativo estvel e permanente entre os acusados. Assim,

    modificar esse entendimento, com a finalidade de afastar a condenao do agravante

    pelo delito do art. 35, caput , da Lei 11.343/2006 demandaria nova e demorada

    incurso no acervo ftico-probatrio carreado aos autos, providncia inadmissvel na

    via eleita.

    A propsito, confiram-se os seguintes julgados desta Corte:

    PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ASSOCIAO PARA O TRFICO ILCITO DE ENTORPECENTES. INPCIA DA DENNCIA. NULIDADE DA QUEBRA DE SIGILO DE DADOS. DIREITO AO SILNCIO. INTERPRETAO EM DESFAVOR DO RU. PLEITO DE ABSOLVIO. INVIABILIDADE. INIDONEIDADE DO ACERVO PROBATRIO PARA CONDENAO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SMULA 7/STJ.O recurso especial no ser cabvel quando a anlise da pretenso recursal exigir o reexame do quadro ftico-probatrio, sendo vedada a modificao das premissas fticas firmadas nas instncias ordinrias no mbito dos recursos extraordinrios. (Smula 07/STJ).Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp. 389.278/RJ, Rel. Min. FELIX FISCHER, Quinta Turma, julgado em 28/4/2015, DJe 6/5/2015)

    AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ARTS. 33, 34 E 35, TODOS DA LEI N. 11.343/2006. VIOLAO AO ART. 619 DO CDIGO DE PROCESSO PENAL. DEFICINCIA DE FUNDAMENTAO DO RECURSO ESPECIAL. SMULA 284/STF. INCIDNCIA. ABSOLVIO POR AUSNCIA DE PROVAS. DEPOIMENTO DE POLICIAIS. VALIDADE. REVERSO DO JULGADO. SMULA 7/STJ. AFASTAMENTO DA MAJORANTE DO ART. 40, VI, DA LEI DE DROGAS E RECONHECIMENTO DA MINORANTE DO ART. 33, 4. SMULA 7/STJ. ARTS. 33 E 34 DA LEI N. 11.343/06. PRINCPIO DA CONSUNO. INVIABILIDADE. AUTONOMIA DAS CONDUTAS.(...)

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  • Superior Tribunal de Justia

    3. O crime do art. 35 da Lei n. 11.343/06 exige que a associao entre os agentes ocorra de forma estvel ou em carter permanente, caracterizando a reunio eventual mero concurso de pessoas. No caso, tendo as instncias ordinrias, aps exame das provas dos autos, constatado a existncia de estabilidade e permanncia entre o agravante e outros indivduos, invivel a reverso do julgado ante o bice constante da Smula 7/STJ.4. O depoimento de policiais, quando em conformidade com as demais provas dos autos, elemento idneo a subsidiar a formao da convico do julgador.(...)6. A condenao pelo delito previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/06 demonstra a dedicao do acusado a atividades ilcitas e participao em organizao criminosa, elementos suficientes para afastar a aplicao da causa de diminuio do art. 33, 4, da supracitada lei. Ademais, concluso em sentido contrrio, quanto dedicao ou no do agravante prtica de atividades criminosas como meio habitual de vida, demanda incurso no material ftico-probatrio dos autos, providncia obstada em recurso especial (Smula 7/STJ).(...)8. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp. 303.213/SP, Rel. Min. MARCO AURLIO BELLIZZE, Quinta Turma, julgado em 8/10/2013, DJe 14/10/2013)

    No mais, pacfica a jurisprudncia da Terceira Seo desta Corte

    quanto "impossibilidade de acrdo proferido em sede de habeas corpus, mandado

    de segurana e recurso ordinrio servir de paradigma para fins de alegado dissdio

    jurisprudencial, ainda que se trate de dissdio notrio, eis que os remdios

    constitucionais no guardam o mesmo objeto/natureza e a mesma extenso material

    almejados no recurso especial" (AgRg nos EREsp. 998.249/RS, Rel. Min.

    SEBASTIO REIS JNIOR, TERCEIRA SEO, DJe 21/09/2012). Nesse sentido:

    PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 155 E 214, AMBOS DO CPP. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULAS 211/STJ, 282/STF E 356/STF. CONTRARIEDADE AO ART. 156 DO CPP. AUSNCIA DE RAZES JURDICAS DA VULNERAO. PLEITO DE DESCLASSIFICAO. AUSNCIA DE INDICAO DE DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. FUNDAMENTAO DEFICIENTE. SMULA 284/STF. MALFERIMENTO AO ART. 386, VII, DO CPP. ABSOLVIO.

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  • Superior Tribunal de Justia

    VULNERAO AO ART. 60 DO CP. PENA DE MULTA. REEXAME DE MATRIA FTICA. VEDAO. SMULA 7/STJ. DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL. (I) - ART. 255/RISTJ. INOBSERVNCIA. (II) - ACRDOS PARADIGMAS PROFERIDOS EM HABEAS CORPUS. IMPROPRIEDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.(...)6. "A jurisprudncia deste Superior Tribunal de Justia pacfica quanto impossibilidade de acrdo proferido em sede de habeas corpus, mandado de segurana e recurso ordinrio servir de paradigma para fins de alegado dissdio jurisprudencial, ainda que se trate de dissdio notrio, eis que os remdios constitucionais no guardam o mesmo objeto/natureza e a mesma extenso material almejados no recurso especial". (AgRg nos EREsp 998.249/RS, Rel. Min. SEBASTIO REIS JNIOR, TERCEIRA SEO, DJe 21/09/2012) 7. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp. 436.246/PR, Rel. Min.MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Sexta Turma, julgado em 21/5/2015, DJe 29/5/2015).

    EMBARGOS DE DECLARAO EM AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. VIOLAO AO PRINCPIO DA COLEGIALIDADE. PRELIMINAR REJEITADA. PRETENSO DE ABSOLVIO. SMULA 7 DO STJ. DISSDIO JURISPRUDENCIAL NO DEMONSTRADO.1. Presentes os requisitos para a aplicao do princpio da fungibilidade, os embargos declaratrios opostos pela defesa devem ser recebidos como agravo regimental, em face do ntido intuito infringencial.2. O art. 557, caput, do Cdigo de Processo Civil, autoriza o relator a negar seguimento a recurso manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado ou em confronto com smula ou com jurisprudncia dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de tribunal superior.3. A pretenso do agravante de reverter a condenao para que seja absolvido do delito por inexistncia de provas implicaria, necessariamente, em anlise do conjunto ftico e probatrio, o que invivel na via eleita, ante o bice da Smula 7 do STJ.4. O recorrente colaciona como paradigma do dissdio precedentes de habeas corpus, o que vedado pela jurisprudncia desta Corte, pacfica quanto impossibilidade de acrdo proferido em sede de habeas corpus, mandado de segurana e recurso ordinrio servir de paradigma para fins de alegado dissdio jurisprudencial, ainda que se trate de dissdio notrio, visto que os remdios constitucionais no

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  • Superior Tribunal de Justia

    guardam o mesmo objeto/natureza e a mesma extenso material almejados no recurso especial (AgRg nos EREsp 998.249/RS, Rel. Min. SEBASTIO REIS JNIOR, TERCEIRA SEO, DJe 21/09/2012).5. Embargos recebidos como agravo regimental, a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 600.772/SP, Rel. Min. GURGEL DE FARIA, Quinta Turma, julgado em 16/4/2015, DJe 28/4/2015)

    Ante o exposto, subsistentes os fundamentos da deciso agravada,

    nego provimento ao agravo.

    o voto.

    Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Relator

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  • Superior Tribunal de Justia

    CERTIDO DE JULGAMENTOQUINTA TURMA

    AgRg no

    Nmero Registro: 2014/0280736-2 PROCESSO ELETRNICO AREsp 609.235 / SPMATRIA CRIMINAL

    Nmeros Origem: 00038594920118260451 31387093 33911 3392011 38594920118260451

    EM MESA JULGADO: 16/06/2015

    RelatorExmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA

    Presidente da SessoExmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

    Subprocurador-Geral da RepblicaExmo. Sr. Dr. ANTNIO AUGUSTO BRANDO DE ARAS

    SecretrioBel. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

    AUTUAO

    AGRAVANTE : MRCIO DA SILVAAGRAVANTE : AMNCIO PEREIRA NETOADVOGADO : GUIDO PELEGRINOTTI JUNIORAGRAVADO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE SO PAULOCORRU : GILSON TIMTEO DA SILVA

    ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislao Extravagante - Crimes de Trfico Ilcito e Uso Indevido de Drogas - Trfico de Drogas e Condutas Afins

    AGRAVO REGIMENTAL

    AGRAVANTE : MRCIO DA SILVAADVOGADO : GUIDO PELEGRINOTTI JUNIORAGRAVADO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE SO PAULO

    CERTIDO

    Certifico que a egrgia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:

    "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."Os Srs. Ministros Newton Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC), Leopoldo de

    Arruda Raposo (Desembargador convocado do TJ/PE), Felix Fischer e Gurgel de Faria votaram com o Sr. Ministro Relator.

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