julho/agosto de 2009 projeto educar de portas abertas a · as novas oficinas do projeto educar...

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A proposta de fazer da Vila Olímpica da Maré um espaço de transformação já está em prática. Desde junho, cerca de 240 crianças estão participando das novas oficinas do Projeto Educar, que oferecem a elas formas criativas de exploração de suas potencialidades e curiosidades em atividades mais di- versificadas. Paralelamente, está sen- do promovida a integração dos novos oficineiros que chegaram com o Pro- jeto Educar com os professores já atu- antes na VOM, para que mais crianças e jovens possam se integrar às novas oficinas. Segundo Sandra Garcia, coordenado- ra de Educação e Cultura da VOM, as pri- meiras turmas do Projeto Educar foram formadas com alunos do primeiro ano (antigo CA) até o quinto ano (an- tiga quarta série) dos CIEPs Samora Machel e Elis Regina, vizinhos à VOM, que tornou-se assim uma parceira das escolas, oferecendo a seus alunos, através das oficinas do projeto, atividades integradas que melhorarão seus resultados escolares. − Estas novas oficinas desenvolvem o raciocínio das crianças, ajudam- nas a organizar seu pensamento. Na oficina de Experimentos, elas têm a oportunidade de levantar uma hipótese, testá-la e tirar conclusões. Da mesma forma, podem desenvolver sua expressão verbal (oficina Fiando Conversa), sua lógica matemática (oficina Brincando com Números) e as relações espaciais entre objetos (oficina de Mecânica). Desenvolvendo essas novas formas de pensar, as crianças certamente terão ganhos na escola, diz Clara Sodré, assessora pedagógica do Projeto Educar. Realizado com o apoio da Petrobras, o Projeto Educar se baseia em uma visão multidimensional de crianças e jovens, oferecendo a eles Projeto Educar de portas abertas Editorial JORNAL DA VILA OLÍMPICA DA MARÉ N. 1 Julho/Agosto de 2009 O Jornal da Vila Olímpica da Maré foi feito para informar às pessoas que frequentam a Vila e a toda a comunidade da Maré sobre o nosso trabalho. Ele tem, portanto, uma grande importância, pois os veículos de comunicação são suportes fundamentais para qualquer projeto nesse País. Quando se consegue esclarecer ao público e aos governos o que fazemos, a importância que temos, ganhamos mais possibilidades de discutir os assuntos internos e externos. Estou muito feliz com a realização desse jornal, que era tão esperado há tanto tempo por todos nós. Amaro Domingues, líder comunitário e membro da diretoria da VOM maiores possibilidades de desenvol- vimento integral e integrado de suas potencialidades. Além das quatro no- vas oficinas criadas, o projeto atuará de forma sistêmica nas demais oficinas es- portivas e culturais que funcionam na VOM, para que todos possam se apri- morar e desenvolver suas potencialida- des e inteligências. Com isso, os jovens poderão crescer em autoconfiança e autoestima para conquistar um futuro melhor. Em sua etapa inicial, o Projeto Edu- car promoveu um curso para todos os professores da VOM, sobre as bases teóricas do trabalho. Desde então, os professores vêm se reunindo mensal- mente para aprofundar esses conheci- mentos. Com isso, tem sido cada vez maior o interesse deles sobre as possibilidades que o Projeto Educar oferece para o enriquecimento das atividades e melhora da formação dos alunos. − O professor de tênis já está trocando idéias com o oficineiro de Mecânica (que trabalha com noções de Física) porque os alunos querem saber mais sobre saque e velocidade da bola. O mesmo está acontecen- do com o professor de flauta, pois ele quer utilizar conhecimentos da física nas suas aulas. A professora de balé e o professor de atletismo tam- bém estão identificando nas novas oficinas do Educar formas de oferecer mais oportunidades de conhecimento aos seus alunos. A integração já começou e cada vez mais professores começam a se interessar pela nova proposta, conta Beatriz Ligiéro, da equipe de assessoria pedagógica do projeto. Trabalho inovador As novas oficinas do Projeto Educar permitirão que as crianças se de- senvolvam em matemática, português, física ou biologia através de ati- vidades lúdicas de descoberta e experimentação, sempre em pequenos grupos com profissionais especializados. Os alunos estarão em contato com assuntos escolares, porém através de materiais e atividades diferen- tes que despertarão o seu interesse. Em todas as oficinas oferecidas pela Vila Olímpica da Maré cada professor terá uma atuação centrada na sua especialidade, mas estará atento para introduzir, em ação conjunta com equipe especializada, elementos de aprendizado em linguística, mate- mática e ciências. Ele será também um observador atento para identificar alunos que devam ser encaminhados para outras atividades, em função de suas motivações e habilidades. PARTICIPE DAS OFICINAS DA VILA OLÍMPICA DA MARÉ A s oficinas de Educação em Saúde Coletiva, que têm como base a autonomia das pessoas em relação à sua saúde, são uma das grandes novidades deste ano na Vila Olímpica da Maré. Se- gundo a odontóloga Marília Carneiro, coordenadora de Saúde e Nutrição da VOM, o objetivo das oficinas é fazer com que as pessoas não fiquem dependentes de um sistema de saúde ou de medi- camentos. O diferencial do trabalho é a valorização das experiências de cada participante. – Queremos trabalhar a partir da realidade do indivíduo. As oficinas são compostas por pequenos grupos e o número de encontros definidos pelo próprio educador (profissional da saúde), que será um facilitador para as trocas de ideias entre o grupo. Serão utilizados filmes, textos e histórias para permitir uma melhor compreensão dos assuntos tratados, comentou a coordenadora. As oficinas terão temas definidos a partir da demanda percebida por cada profissional. Uma das que já estão em funcionamento é a de Combate e Prevenção à Obesidade, que tem como propos- ta estimular uma alimentação saudável, além de auxiliar no tratamento de doenças como diabe- tes e hipertensão. De acordo com Sérgio Lima, nutricionista da VOM, os encontros são abertos a todos e não existe idade mínima para começar. As oficinas são todas as segundas-feiras, às 9 e às 14 horas. Outra novidade da Educação em Saúde Co- letiva é a ideia de integrar em suas oficinas ou- tros temas importantes para a comunidade. É o que vai acontecer no Programa de Comple- mentação Alimentar, que auxilia crianças e jo- vens com baixo peso a partir de uma avaliação nutricional. –Vamos trabalhar com as crianças diversos temas que fazem parte do seu cotidiano, con- ta a nutricionista Érica Rodrigues, responsável pelo projeto. O resgate da autoestima também faz parte das Oficinas de Educação em Saúde Coletiva, na área de psicologia. Um dos trabalhos previstos será desenvolvido com mulheres acima de 35 anos. O objetivo é avaliar não somente a auto- estima, mas também a autonomia delas. “Moro na Vila do Pinheiro, na Maré, e com 5 anos assisti uma aula de caratê com o pro- fessor Valdinar de Souza, que é o meu treinador até hoje. Achei legal e comecei a treinar, mas na- quele tempo eu só queria brin- car mesmo. Depois fui gostan- do, pegando o jeito e hoje tenho dois títulos importantes: fiquei em terceiro lugar no Campeona- to Sul-Americano de Caratê na Argentina, no ano passado, e esse ano fiquei em segundo lu- gar, no sul-americano também, na Colômbia. Minha família sempre me incentivou e eu tive um avô, por parte de pai que foi professor de judô. Conseguir patrocínio no esporte é o mais difí- cil, mas a gente tem que correr atrás do que quer. Meu objetivo é ser uma campeã mundial de caratê e por isso eu treino três horas por dia aqui na Vila Olímpica da Maré. O caratê é a minha vida.” Lidia Sayuri Pereira Sato, 15 anos Saúde: o melhor remédio é prevenir Sayuri quer conquistar título mundial de caratê TODAS SÃO GRATUITAS E AS INSCRIÇÕES ESTÃO ABERTAS Sayuri é vice-campeã sul-americana de caratê. Projeto de nutrição avalia o peso e a saúde das crianças. Prata da Casa As crianças aprendem e se divertem nas oficinas. Numero 1.indd 2 12/8/2009 13:21:04

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A proposta de fazer da Vila Olímpica da Maré um espaço de transformação já está em prática. Desde junho, cerca

de 240 crianças estão participando das novas oficinas do Projeto Educar, que oferecem a elas formas criativas de exploração de suas potencialidades e curiosidades em atividades mais di-versificadas. Paralelamente, está sen-do promovida a integração dos novos oficineiros que chegaram com o Pro-jeto Educar com os professores já atu-antes na VOM, para que mais crianças e jovens possam se integrar às novas oficinas.

Segundo Sandra Garcia, coordenado-ra de Educação e Cultura da VOM, as pri-meiras turmas do Projeto Educar foram formadas com alunos do primeiro ano (antigo CA) até o quinto ano (an-tiga quarta série) dos CIEPs Samora Machel e Elis Regina, vizinhos à VOM, que tornou-se assim uma parceira das escolas, oferecendo a seus alunos, através das oficinas do projeto, atividades integradas que melhorarão seus resultados escolares.

− Estas novas oficinas desenvolvem o raciocínio das crianças, ajudam-nas a organizar seu pensamento. Na oficina de Experimentos, elas têm a oportunidade de levantar uma hipótese, testá-la e tirar conclusões. Da mesma forma, podem desenvolver sua expressão verbal (oficina Fiando Conversa), sua lógica matemática (oficina Brincando com Números) e as relações espaciais entre objetos (oficina de Mecânica). Desenvolvendo essas novas formas de pensar, as crianças certamente terão ganhos na escola, diz Clara Sodré, assessora pedagógica do Projeto Educar.

Realizado com o apoio da Petrobras, o Projeto Educar se baseia em uma visão multidimensional de crianças e jovens, oferecendo a eles

Projeto Educar de portas abertasEditorial

Jornal da Vila olímpica da maré n. 1

Julho/Agosto de 2009

O Jornal da Vila Olímpica da

Maré foi feito para informar às pessoas que frequentam a Vila e a toda a comunidade da Maré sobre o nosso trabalho. Ele tem, portanto, uma grande importância, pois os veículos de comunicação são suportes fundamentais para qualquer projeto nesse País. Quando se consegue esclarecer ao público e aos governos o que fazemos, a importância que temos, ganhamos mais possibilidades de discutir os assuntos internos e externos. Estou muito feliz com a realização desse jornal, que era tão esperado há tanto tempo por todos nós.

Amaro Domingues, líder comunitário e membro da

diretoria da VOM

maiores possibilidades de desenvol-vimento integral e integrado de suas potencialidades. Além das quatro no-vas oficinas criadas, o projeto atuará de forma sistêmica nas demais oficinas es-portivas e culturais que funcionam na VOM, para que todos possam se apri-morar e desenvolver suas potencialida-des e inteligências. Com isso, os jovens poderão crescer em autoconfiança e autoestima para conquistar um futuro melhor.

Em sua etapa inicial, o Projeto Edu-car promoveu um curso para todos os professores da VOM, sobre as bases teóricas do trabalho. Desde então, os professores vêm se reunindo mensal-mente para aprofundar esses conheci-mentos. Com isso, tem sido cada vez

maior o interesse deles sobre as possibilidades que o Projeto Educar oferece para o enriquecimento das atividades e melhora da formação dos alunos.

− O professor de tênis já está trocando idéias com o oficineiro de Mecânica (que trabalha com noções de Física) porque os alunos querem saber mais sobre saque e velocidade da bola. O mesmo está acontecen-do com o professor de flauta, pois ele quer utilizar conhecimentos da física nas suas aulas. A professora de balé e o professor de atletismo tam-bém estão identificando nas novas oficinas do Educar formas de oferecer mais oportunidades de conhecimento aos seus alunos. A integração já começou e cada vez mais professores começam a se interessar pela nova proposta, conta Beatriz Ligiéro, da equipe de assessoria pedagógica do projeto.

Trabalho inovador

As novas oficinas do Projeto Educar permitirão que as crianças se de-senvolvam em matemática, português, física ou biologia através de ati-vidades lúdicas de descoberta e experimentação, sempre em pequenos grupos com profissionais especializados. Os alunos estarão em contato com assuntos escolares, porém através de materiais e atividades diferen-tes que despertarão o seu interesse. Em todas as oficinas oferecidas pela Vila Olímpica da Maré cada professor terá uma atuação centrada na sua especialidade, mas estará atento para introduzir, em ação conjunta com equipe especializada, elementos de aprendizado em linguística, mate-mática e ciências. Ele será também um observador atento para identificar alunos que devam ser encaminhados para outras atividades, em função de suas motivações e habilidades.

PARTICIPE DAS OFICINAS DA VILA OLÍMPICA DA MARÉ

As oficinas de Educação em Saúde Coletiva, que têm como base a autonomia das pessoas em relação à sua saúde, são uma das grandes novidades deste ano na Vila Olímpica da Maré. Se-gundo a odontóloga Marília Carneiro, coordenadora de Saúde e Nutrição da VOM, o objetivo

das oficinas é fazer com que as pessoas não fiquem dependentes de um sistema de saúde ou de medi-camentos. O diferencial do trabalho é a valorização das experiências de cada participante.

– Queremos trabalhar a partir da realidade do indivíduo. As oficinas são compostas por pequenos grupos e o número de encontros definidos pelo próprio educador (profissional da saúde), que será um facilitador para as trocas de ideias entre o grupo. Serão utilizados filmes, textos e histórias para permitir uma melhor compreensão dos assuntos tratados, comentou a coordenadora.

As oficinas terão temas definidos a partir da demanda percebida por cada profissional. Uma das que já estão em funcionamento é a de Combate e Prevenção à Obesidade, que tem como propos-ta estimular uma alimentação saudável, além de auxiliar no tratamento de doenças como diabe-tes e hipertensão. De acordo com Sérgio Lima, nutricionista da VOM, os encontros são abertos a todos e não existe idade mínima para começar. As oficinas são todas as segundas-feiras, às 9 e às 14 horas.

Outra novidade da Educação em Saúde Co-letiva é a ideia de integrar em suas oficinas ou-tros temas importantes para a comunidade. É o que vai acontecer no Programa de Comple-mentação Alimentar, que auxilia crianças e jo-vens com baixo peso a partir de uma avaliação nutricional.

–Vamos trabalhar com as crianças diversos temas que fazem parte do seu cotidiano, con-ta a nutricionista Érica Rodrigues, responsável pelo projeto.

O resgate da autoestima também faz parte das Oficinas de Educação em Saúde Coletiva, na área de psicologia. Um dos trabalhos previstos será desenvolvido com mulheres acima de 35 anos. O objetivo é avaliar não somente a auto-estima, mas também a autonomia delas.

“Moro na Vila do Pinheiro, na Maré, e com 5 anos assisti uma aula de caratê com o pro-fessor Valdinar de Souza, que é o meu treinador até hoje. Achei legal e comecei a treinar, mas na-quele tempo eu só queria brin-car mesmo. Depois fui gostan-do, pegando o jeito e hoje tenho dois títulos importantes: fiquei em terceiro lugar no Campeona-to Sul-Americano de Caratê na Argentina, no ano passado, e esse ano fiquei em segundo lu-gar, no sul-americano também, na Colômbia. Minha família sempre me incentivou e eu tive um avô, por parte de pai que foi professor de judô. Conseguir patrocínio no esporte é o mais difí-cil, mas a gente tem que correr atrás do que quer. Meu objetivo é ser uma campeã mundial de caratê e por isso eu treino três horas por dia aqui na Vila Olímpica da Maré. O caratê é a minha vida.” Lidia Sayuri Pereira Sato, 15 anos

Saúde: o melhor remédio é prevenir

Sayuri quer conquistar título mundial de caratê

TODAS SÃO GRATUITAS E AS INSCRIÇÕES ESTÃO ABERTAS

Sayuri é vice-campeã sul-americana de caratê.

Projeto de nutrição avalia o peso e a saúde das crianças.

Prata da Casa

As crianças aprendem e se divertem nas oficinas.

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Oportunidade. Esta é a palavra-chave que resu-me as equipes de competição da Vila Olímpica da Maré. Elas foram criadas no início deste ano

para dar chance aos atletas da comunidade de mostrar seus talentos nas disputas regionais e nacionais. A esco-lha dos atletas para as equipes é feita pelos professores da VOM, que observam nas aulas o desempenho dos alu-nos. Cada modalidade das equipes de competição tem no máximo 20 atletas.

As equipes estão concentradas em natação, caratê,

Competir para aprender

Formada em educação física e psicologia e com mais de 20 anos dando aulas para pessoas com necessi-dades especiais, Jacqueline Terto é um exemplo de

mulher, atleta e profissional. Coordenadora e professora da EFA (Educação Física Adaptada), um dos programas da Prefeitura do Rio de Janeiro desenvolvidos na VOM, ela começou a correr aos nove anos de idade no Rio Gran-de do Norte, sua terra natal. No último ano, Jacqueline ganhou o Jungle Marathon, uma ultramaratona de sete dias em plena selva amazônica na qual homens e mulhe-res competem de igual para igual, o que exige um treina-mento árduo e contínuo. Com isso, tornou-se a primeira brasileira a ganhar a prova em território nacional.

A vitória rendeu-lhe a participação no Défi de L’Oilensans, em julho deste ano, na França, e no Sparta-thon, que fará o mesmo trajeto dos antigos mensageiros gregos, em setembro de 2009. Jacqueline vem de Jacare-paguá, onde mora, até a Maré correndo, o que para ela é uma forma de treino. Um de seus objetivos é difundir o programa social da Vila Olímpica da Maré e dar maior visibilidade às pessoas com necessidades especiais.

Qual a importância do esporte para as pessoas com ne-•cessidades especiais?

– É fundamental porque o esporte, como a educação, o lazer e a saúde, complementa o todo existencial do sujei-to. O esporte não é mais e nem menos importante, e sim um complemento de igualdade e importância, porque a sua prática supre uma série de demandas exigidas pela saúde e pela educação.

Como são definidas as atividades dos alunos?•– A educação física adaptada nada mais é do que uma adaptação do que existe, que se dá de acordo com a de-ficiência do aluno. Avaliamos suas limitações e fazemos um estudo de quais seriam as atividades que realmente contribuirão para a melhoria de suas ações.

Qual a importância da disciplina para o atleta? •– Buscamos desmistificar a ideia de que a pessoa com de-ficiência é um coitadinho e que por isso pode fazer tudo. Nós as tratamos em igualdade e a questão dos limites e da disciplina é dada normalmente. O que queremos é que essas pessoas sejam incorporadas ao contexto social. Sem limites, sem regras, sem disciplinas ela irá tornar-se uma pessoa à parte, como vemos acontecer.

Qual a importância da participação das famílias?•– Eu diria que é o carro-chefe de nossa ação. Buscamos mostrar para as famílias a sua importância no processo e por isso realizamos a cada dois meses reuniões com elas. Tratamos cada caso individualmente, com a ficha do aluno para ver como foi o mês passado, o que aconteceu no mês e qual a proposta para o mês seguinte.

Ocupar a sua extensa área de 80 mil m2 e aumentar a oferta de ativida-des para a comunidade é um sonho antigo da Vila Olímpica da Maré.

Agora, esse sonho está sendo retomado pela diretoria e coordenadores da VOM, que fizeram um levantamento de todas as atuais necessidades das oficinas no que diz respeito a espaço físico. Para o futuro, a meta é construir uma sede e novas benfeitorias para ampliar as oficinas.

A forma como a Vila Olímpica da Maré vem se destacando entre as demais Vilas Olímpicas da cidade foi o maior impulso para a retomada

do projeto original da VOM, que se estendia até a Nova Holanda com mais instalações para a prática de esportes.

Na figura abaixo, o projeto arquitetônico de ampliação da VOM, que está sendo desenvolvido pelo arquiteto Mauro Neves Nogueira. Estão previstas nele uma sede com salas polivalentes e específicas, um audi-tório, uma grande biblioteca multimídia, um complexo aquático direcio-nado para competições, um centro de convivência e uma escola técnica para a comunidade da Maré, entre outros.

Este jornal é uma publicação da UEVOM (União Esportiva Vila Olímpica da Maré), com apoio da Petrobras.Coordenação: Breno KupermanEdição: Lucia SeixasTextos: Cristiane Barbalho e Lucia SeixasDesign gráfico e diagramação:Paula FerreiraImagens: Cristiane Barbalho Tiragem: 3000 exemplares

Vila Olímpica da maréDiretoria: Amaro Domingues, Carlos da Luz Dauma, Cristian Nacht, José Fantine(COPPE/UFRJ), Teófilo Artur Cavalcanti. Gestão: José Luis Esteves. Coor-denação: Luiz Covre (Esportes), Sandra Maria Barros de Araújo Garcia (Cultura e Educação), Ma-rilia Gomes Carneiro (Educação em Saúde Coletiva), Jacqueline Maria Terto Ferreira (Educação Física Adaptada), Maria Clara Sodré (Projeto Educar), Luciana Rocha (Administração), André Gomes (Fi-nanceiro). [email protected] Tancredo Neves s/nBonsucesso – tel. (21) 3868-7452

Vila Olímpica da Maré quer crescer

Vila Olímpica para todosginástica artística, na modalidade ginástica olímpica, e futsal. Segundo Luiz Covre, coordenador de esporte da VOM, muitos atletas têm dificuldades financeiras, além de não conseguirem um clube, e por isso a criação destes grupos tornou-se muito importante.

– Ter equipes dentro da Vila que disputem competi-ções é uma vantagem muito grande para os atletas, pois eles não precisam se preocupar com o deslocamento. Além de ser uma oportunidade valiosa para eles, disse o coordenador.

Em todas as equipes de competição há grandes des-taques, como a carateca Ligia Sayuri, de 15 anos, que sa-grou-se vice-campeã sul-americana em Medellín, na Co-lômbia, no último mês de junho. Outra grande promessa é Vinicius Pereira, de 14 anos, da equipe de natação, que compete em todas as modalidades do esporte. Já na gi-nástica olímpica um dos destaques é Sabrina Souza, de 10 anos, que ano passado ficou em primeiro lugar no Cam-peonato Estadual de Ginástica em sua categoria.

Segundo Sebastião Carvalho, técnico da equipe de ginástica artística, não é fácil a preparação de atletas de ponta, pois as exigências são muito grandes. Esta é a mesma opinião do técnico da equipe de natação Ro-drigo Morela, que lembra a importância das horas de treino, além do trabalho fora d’água, com psicólogos e nutricionistas. Felizmente, na VOM os atletas podem contar com esse apoio.

VENHA PARA AS OFICINAS ESPORTIVAS DA VILA OLÍMPICA DA MARÉ

AINDA HÁ VAGAS!

Entrevista

Aqui na Maré

A poucos metros da Vila Olímpica da Maré, um projeto muito importante vem sendo desenvolvido há quatro anos, com o objetivo de dar apoio a jovens grávidas ou que acabaram de ter seus bebês. Trata-se do projeto

Ana e Maria, coordenado por Cibele Dias, do Viva Rio. Atualmente o projeto também atende meninas menores (prevenção) com autorização do responsá-vel, para a prevenção da gravidez e DST (doenças se-xualmente transmissíveis).

Com o apoio de uma profissional qualificada, gru-pos de grávidas e mães recentes tiram suas dúvidas e recebem orientações sobre pré-natal, as mudan-ças no corpo, o parto, os primeiros meses do bebê. O projeto também está pronto para esclarecer sobre métodos contraceptivos e ajudar as jovens grávidas nas dificuldades que poderão encontrar na escola.

Rapazes também são bem-vindos no projeto, onde poderão aprender sobre a importância do pla-nejamento familiar, uso de preservativos e entender melhor as responsabilidades da gravidez.

O projeto Ana e Maria fica na Baixa do Sapateiro, próximo à creche, atrás da sorveteria. O telefone é 3104-6383 e o atendimento acontece sempre no pe-ríodo da tarde.

Projeto orienta mães adolescentes

Agenda

No dia 27 de agosto será comemorado na Vila olím-pica da Maré o Dia do Folclore, com a participação das escolas locais.

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A equipe de natação da VOM participará nos dias 29 e 30 de agosto do Campeonato de Vinculado, no Clube Botafogo.

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No dia 30 de agosto, às 9h, a equipe de caratê da VOM participará do Campeonato Regional do Gran-de Rio, na Vila Olímpica de Nova Iguaçu.

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A equipe de ginástica Olímpica da VOM participará do Campeonato Estadual de Ginástica Artística ní-veis 6, 7, 8 e 9, no dia 17 de outubro.

H

As turmas de dança adulto e adolescente participa-rão da Mostra de Dança da Unisuam, na Av. Paris, 72, Bonsucesso, no dia 20 de agosto.

H

As inscrições para a oficina de canto adulto estarão abertas até o dia 22 de agosto, na sede da VOM.

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A equipe de futsal da VOM participará este ano do Campeonato Estadual Módulo I, Novos Talentos.

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