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COMO EDUCAR FILHOS Estabeleça Limites Com paciência, explique aos pequenos quais são as regras que devem ser seguidas dentro e fora de casa. Quando a mãe estabelece que não se pode comer doces antes das refeições, deve-se tomar banho na hora certa e sentar-se à mesa para comer quando ela manda, a criança tende a fazer birra. Nesses momentos, não adianta impor sua vontade pela força. 'Fale com autoridade e amor. Determinação não briga com afeto', diz Cris Poli. Na hora de colocar os limites, é importante que você mantenha as regras até o fim. 'Voltar atrás em uma decisão demonstra falha na autoridade. A criança ficará confusa diante de sua mudança de idéia.' Preserve Se você o mandou arrumar os brinquedos mas ele ainda não obedeceu, não desista e nem faça o dever dele. O ideal é insistir na regra umas três ou quatro vezes e repeti-la com paciência, dia após dia. Olhe nos olhos Com isso, você firma a autoridade e capta. Se você se abaixa e olha nos olhos dela enquanto fala, ela não se distrai. Caso ela desvie o olhar, segure-a pelo rosto com carinho. Ao prestar atenção no que você diz, seu filho absorverá melhor a lição e mudará de atitude mais rápido. Pode punir sem violência Se depois de vários dias insistindo ele ainda não cumprir o combinado, pode puni-lo. Primeiro, avise-o da punição, caso ele continue desobediente para permitir que a criança pense e mude de atitude. Depois, vem o castigo. Se ele não cumprir com as obrigações, pode proibir o videogame, a TV ou algo que ele adore. 'Nunca use violência. Isso deixa marcas negativas na criança. Prefira a disciplina', aconselha a educadora. Dê prêmio Além de estipular regras e castigos, também é importante conceder prêmios quando seu filho obedecer e acertar. 1

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COMO EDUCAR FILHOS

Estabeleça Limites

Com paciência, explique aos pequenos quais são as regras que devem ser seguidas dentro e fora de casa. Quando a mãe estabelece que não se pode comer doces antes das refeições, deve-se tomar banho na hora certa e sentar-se à mesa para comer quando ela manda, a criança tende a fazer birra. Nesses momentos, não adianta impor sua vontade pela força. 'Fale com autoridade e amor. Determinação não briga com afeto', diz Cris Poli. Na hora de colocar os limites, é importante que você mantenha as regras até o fim. 'Voltar atrás em uma decisão demonstra falha na autoridade. A criança ficará confusa diante de sua mudança de idéia.'

Preserve

Se você o mandou arrumar os brinquedos mas ele ainda não obedeceu, não desista e nem faça o dever dele. O ideal é insistir na regra umas três ou quatro vezes e repeti-la com paciência, dia após dia.

Olhe nos olhos

Com isso, você firma a autoridade e capta. Se você se abaixa e olha nos olhos dela enquanto fala, ela não se distrai. Caso ela desvie o olhar, segure-a pelo rosto com carinho. Ao prestar atenção no que você diz, seu filho absorverá melhor a lição e mudará de atitude mais rápido.

Pode punir sem violência

Se depois de vários dias insistindo ele ainda não cumprir o combinado, pode puni-lo. Primeiro, avise-o da punição, caso ele continue desobediente para permitir que �a criança pense e mude de atitude. Depois, vem o castigo. Se ele não cumprir com as obrigações, pode proibir o videogame, a TV ou algo que ele adore. 'Nunca use violência. Isso deixa marcas negativas na criança. Prefira a disciplina', aconselha a educadora.

Dê prêmio

Além de estipular regras e castigos, também é importante conceder prêmios quando seu filho obedecer e acertar. Reconheça o esforço dele e incentive-o a continuar cumprindo as regras. Faça uma estrela num quadrinho pendurado na geladeira toda vez que ele tiver uma atitude positiva. No final de sete dias, que é o tempo ideal para recompensá-lo, ofereça um prêmio pela disciplina. Pode ser um brinquedo novo, um passeio ou guloseimas. Antes, combine com a própria criança quais os prêmios adequados.

Coloque ele(a) para pensar no que fez

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Se o seu filho for pequeno (abaixo de 7 anos), crie o cantinho da disciplina. Vale � �qualquer local da casa, menos o quarto da criança. Nesse local, seu filho deverá permanecer e refletir sobre o que fez. Deixe que ele saia apenas quando reconhecer o erro e pedir desculpas.

Cris Poli, apresenta no SBT o programa Supernanny, que ensina como educar seus filhos de

modo que eles tenham respeito pelos pais, mas de modo que isto ocorra naturalmente, sem que

os filhos fiquem com medo do pai ou da mãe.

Neste artigo vou postar 12 dicas que a Supernanny considera que são regras de ouro para lidar

com seus filhos:

1. Não tenha medo de seus filhos;

2. Não fique com receio de educar os filhos e nem de dizer não para eles;

3. As crianças precisam dos limites impostos pelos pais para serem adultos responsáveis;

4. Se os pais amam os filhos eles precisam estabelecer limites;

5. Os limites, o “não” e a disciplina são exemplos de amor aos seus filhos;

6. Faça programas que envolvem toda a família pelo menos nos finais de semana;

7. Divida seu tempo entre o trabalho e seus filhos;

8. Crie uma rotina em casa, com horários para as brincadeiras, os passeios e as tarefas da

escola;

9. Controle o que as crianças vêem na tv. Saber a classificação de cada programa, assisti-los

econhecer os personagens são deveres dos pais;

10.Coloque pequenas porções de comida no prato das crianças, lembrando-se sempre que

elas não comem a mesma quantidade que os adultos;

11.Seja um bom exemplo para seus filhos: demonstre organização e segurança e nunca faça

uso de palavrões na presença de seus filhos

12.Crie o hábito de envolver seus filhos nas tarefas domésticas. Isso os ensinará a ter

noções de responsabilidade altém de deixá-los mais calmos e felizes

Claro que falar é mais fácil que agir, mas o importante é você amar seus filhos e querer para eles

o que há de melhor. Tenha paciência e eduque-os de maneira adequada para que

no futuro possam ser adultos felizes e responsáveis.

OBS: as 12 regras de ouro da Supernanny foram retiradas de artigo publicado na revista Malu, da

Editora Astral, edição 301, página 9.Depois do sonho de ser mãe, você está enfrentando o pesadelo de educar os pequenos? Calma! Para cada uma das difíceis situações vivenciadas pelos pais (não só os de primeira viagem), Cris Poli (a pedagoga argentina que está pondo ordem em muitas famílias brasileiras ao encarnar a SuperNanny) dá soluções geniais e simples de pôr em prática. Prestes a estrear a segunda temporada de seu programa no SBT, Cris conversou especialmente com o Minha Vida e montou uma cartilha para que os pais tenham sucesso - e sossego! - na educação dos pimpolhos. "Para educar um filho, a receita é muito amor, um pouco de paciência e

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muita consciência de autoridade. A criança precisa de limites e até se sente confortável com isso", garante a pedagoga.

Desobediência nunca mais Esqueça as cenas de escândalo em lugares públicos, as malcriações com os avós e o quarto de cabeça para baixo. Seguindo as dicas da SuperNanny, por mais incrível que pareça, você vai pôr os pestinhas na linha. Imponha regras básicas Regrinhas simples resolvem a desobediência. Por exemplo, não deixe que a criança grite ou chore sem motivo. Xingar ou bater também não vale. É só estabelecer e cumprir as regras, de acordo com aquilo que consideram melhor para a sua família. Faça as regras valerem Depois de estabelecidas, é importante que o cumprimento das regras seja feito dentro e fora de casa. Não é porque estão na casa dos tios ou dos avós, por exemplo, que os pais podem permitir a desobediência. Cantinho da disciplina e método da recompensa Caso a criança não obedeça as regras, os pais devem aplicar o método do cantinho da disciplina. Ensinada no programa, a técnica consiste em deixar a criança desobediente, por alguns minutos, pensando na peraltice que fez. Depois de se conscientizar do erro, ela pede desculpa aos pais e pode sair do castigo. Já quando ela se comporta bem, os pais devem estimulá-la e lhe proporcionar alguns momentos bons, o que eu chamo de método da recompensa. Driblando o ciúme entre irmãos Seguindo os conselhos da superbabá do SBT, você vai ver as rixinhas entre seus filhos acabarem. Cris Poli ensina o passo-a-passo do combate ao ciúme. Atenção dividida Os pais têm que ter muito cuidado para dar atenção individual a cada filho. O ciúme surge quando a criança se sente deixada de lado com a chegada de um novo irmãozinho. Os pais devem reparar na divisão e na qualidade do tempo que passam com cada filho. Leia uma historinha para o mais novo dormir e participe da brincadeira preferida do mais velho, por exemplo. Bandeira branca Se, além do ciúme, as brigas entre os irmãos acabam com a paz do seu lar, aprenda a inverter o jogo. Com os truques da pedagoga que virou babá de plantão, você vai esquecer o clima tenso que costumava dominar a sua casa. Ocupe o tempo dos briguentinhos As brigas acontecem, na maioria dos casos, quando as crianças não têm nada para fazer. Ou seja, em 95% dos casos que eu tenho visto, os conflitos são causados quando as crianças estão com tempo ocioso. Sem nada mais interessante para fazer, eles acabam inventando motivos para as brigas. Então, a dica é ocupar o tempo deles. Evite a TV e a disputa por ela Mas, ocupar o tempo, não significa deixar a criança a tarde toda em frente à televisão. Sou ultracontrária a ligar o aparelho e deixar a criança lá. Os pais ou a pessoa que passa boa parte do dia com as crianças podem ocupar o tempo deles

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com brincadeiras e atividades direcionadas a cada idade, como desenhos, pinturas, jogos. Se os pais estiverem livres, é interessante que também brinquem com as crianças. Fim da greve de fome Ao anunciar que o almoço está na mesa, seu filho vira um fugitivo e você precisa praticar cooper pela casa toda? A SuperNanny resolve seus problemas. Operação papa-tudo Dificuldades na hora de comer são bastante variadas, mas basta analisar o ambiente que a criança senta na hora de comer para começar a solucionar o dilema. Geralmente, o que a mãe oferece é um prato de comida em cima da mesa sem nenhum tipo de atrativo. Se a criança já tem problema para comer, piora ainda mais porque não existe incentivo. Eu, particularmente, acho mais gostoso uma mesa sempre bem arrumada, bonitinha. Não estou falando de coisas caras, mas de usar objetos que já existem em casa, como, por exemplo, uma toalha bonita, ou um copinho infantil que chame a atenção da criança. Os pais podem comprar aqueles copos com biquinhos diferentes ou de algum super-herói. Eles adoram! Plano B Quando o problema para comer é mais grave, a alternativa é fazer decorações no prato. Em uma das casas que fui, ensinei a mãe a fazer uma decoração com a própria comida. Coloquei as folhas de alface todas picadinhas, representando o cabelo da menininha; duas rodelas de pepino, fazendo os olhinhos; um pedaço de cenoura cortado em triângulo, como se fosse o nariz; uma rodela de tomate cortada ao meio para fazer a boca, e dois tomates cerejas para as bochechinhas. Quando a criança viu o prato, ela ficou encantada. Não comeu muito, mas já comeu alguma coisa. O intuito é justamente esse: estimular aos poucos. Com o prato principal, apertei bem o arroz em uma cumbuquinha e desmontei no prato, formando uma montanha. Depois, despejei o feijão em volta, como se fosse uma ilha e coloquei pedacinhos de frango, representando os peixinhos. Com coisas simples e com a própria comida, os pais podem fazer coisas bem legais para chamar a atenção das crianças. Só é preciso criatividade. Livres das fraldas 

Se você não vê a hora de seu pimpolho abandonar as fraldas, mas não tem nem idéia de como ensiná-lo - ou convencê-lo - a usar o banheiro, a pedagoga com poderes especiais aponta a solução. Maturidade em primeiro lugar A criança precisa estar madura para poder identificar a hora em que está com vontade de fazer xixi ou cocô e pedir para que a levem ao banheiro. Normalmente, isso acontece entre dois e três anos. Mas é uma coisa que os pais precisam observar na criança, já que não existe idade certa. Quando ela começa a ter consciência do próprio corpinho, eles podem tomar a decisão de tirar a fralda. E nada de fazer rodízio de fralda, permitindo o uso um dia e cortando no outro, isso confunde a criança. Também é preciso dedicação para levar a criança ao peniquinho a cada uma ou duas horas, para incentivá-la e ensiná-la a fazer as

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necessidades. Tenho três filhos e o método funcionou com os três. Brinco dizendo que se funcionou com eles, pode funcionar com toda criança. Atrativos em açãoHoje em dia, é fácil encontrar artifícios para estimular as crianças a usarem o penico. Lembro de uma casa na primeira temporada, em que demos um troninho que tocava música quando a menina o usava. Ela adorou e queria fazer xixi a toda hora. Ida à escola sem birra Muito chororô acompanhado de uma porção de manhas compõem o ritual do seu filho na hora de ir para o colégio? Nanny desvenda o problema e aponta a solução. Nota dez A escolha da escola é uma coisa muito importante. Nos casos de impossibilidade econômica, nem sempre essa escolha é feita de maneira consciente. Mas dentro do possível, eu aconselho que a escolha da escola seja muito bem pensada. Os pais devem procurar informações sobre a proposta, conhecer um pouco do ambiente em que o filho vai viver, saber como os profissionais de lá vão tratar a criança. É preciso ter plena confiança na instituição e ficar tranqüilo. Sem grilo Outra questão importante é o método utilizado pela escola. Se você é de uma família liberal, não adianta colocar seu filho em um colégio muito rígido. Fazendo a escolha certa, a criança vai para a escola com prazer, mesmo os pequenininhos. Se você notar que seu filho está tendo dificuldade, ou que ele hesita na hora de ir à escola, vá atrás. Quando está tudo bem, ela gosta de estar com os amiguinhos, de fazer outras atividades e de aprender coisas novas.   Os Pais também precisam aprender a se comportar                                           "Lidar com os erros dos pais certamente é mais difícil que educar as crianças. Os filhos refletem o mau comportamento dos adultos (que, certamente, não melhoram com o cantinho da disciplina, por exemplo)", afirma Cris Poli. Ela diz ainda que, muitas vezes, os pais não têm idéia de onde estão errando. Em uma de suas visitas, SuperNanny resolve o problema mostrando algumas gravações do dia-a-dia aos responsáveis. "É engraçado, os próprios pais se espantam com suas atitudes", comenta. Driblando a concorrência das 17 mil famílias inscritas para serem ajudadas pela babá, o Minha Vida pediu à Cris Poli que apontasse as principais falhas cometidas pelos adultos, atualmente. Sem nem piscar, a pedagoga dispara: tudo se resume à culpa por trabalhar fora. "Ausentes na maior parte do dia, esses pais acabam se culpando por não fazerem parte da rotina da criança. Isso se reflete em excesso de liberdade para elas e falta de autoridade da parte deles, que terminam fazendo todas as vontades dos filhos. Não é raro encontrar crianças que se comportam melhor com a empregada. A solução é não ter medo de impor limites".

Como dizer "não" ao seu filho para que ele assimile regras e respeite

limites. 5

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Bebês são curiosos, querem mexer em tudo e muitas vezes se colocam em perigo,

principalmente quando aprendem a dar os primeiros passos. Imagine seu pequeno

mexendo no fogão, na tomada, nos fios... Dá até arrepios, não? E, por mais que você

o repreenda, ele volta a tocar onde não deve. Por isso, é preciso fazê-lo compreender

a ordem “não pode”. Nesse ensinamento, sua linguagem corporal e tom de voz são

extremamente importantes. Veja como acertar, com as dicas da Supernanny

brasileira, a Cris Poli, e de outros especialistas. 

Desde o nascimento, tudo que ocorre à volta do bebê é registrado como aprendizado.

Mas regras e disciplina só começam a ser entendidas e interpretadas depois dos 2

anos de idade. “Até essa faixa etária, os pais precisam ter muita paciência e repetir

as ordens diversas vezes, até que a criança incorpore o conceito. Não é fácil, leva

tempo”, explica a educadora Cris Poli, a Supernanny brasileira, da rede de televisão

SBT. 

De acordo com Jo Frost, a Supernanny americana e autora do livro Superbabá, da

Editora Seoman, a partir dos 2 anos a criança já é capaz de compreender, mas sua

memória é limitada. Por isso, a repetição ainda é necessária. “Nervosismo não resolve

em nada o mau comportamento. Claro que é preciso definir limites, mas o segredo é

a maneira de falar”, garante. Entenda a evolução dos pequenos na assimilação das

regras e saiba como discipliná-los corretamente: 

O aprendizado em cada fase: 

Até 2 anos 

Antes dessa idade, é muito difícil estabelecer uma disciplina, mas você pode e deve

chamar a atenção do bebê sobre as coisas que ele deve ou não fazer. “Use um tom

de voz firme e baixo para dizer ‘não’, acompanhado de uma breve explicação, como

‘isto está quente’”, indica Jo Frost, em seu livro. 

De 2 a 3 anos 

A criança já entende o “não”, porém sua capacidade de reter informações é restrita.

Por isso, você precisará reforçá-las. Nessa idade, já é possível aplicar as regras de

disciplina, que explicaremos adiante. 

De 3 a 5 anos 

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É a fase da teimosia porque os pequenos estão descobrindo o mundo e querem

mexer em tudo. Para lidar com esse momento, você deve ter em mente duas coisas:

não mude suas regras por causa do seu filho. Sempre que o pegar no pulo fazendo

algo inadequado, corrija na hora. Não espere para conversar depois, pois ele não

conseguirá associar a atitude errada à sua queixa. 

Acima de 5 anos 

Você precisará ter jogo de cintura porque a criança, já grandinha, passa a

compreender perfeitamente as ordens dos pais e tende a testar seus limites,

desobedecendo mesmo. O intuito é chamar sua atenção. Aplique as regras de

disciplina. 

Tudo tem limite 

E é preciso que você os defina desde cedo. A criança deve entender até onde pode

ir. 

Não pode mexer nas coisas... 

O “não pode” deve existir desde a primeira infância, quando o bebê toca um objeto

que outra pessoa segura, por exemplo. Aos poucos, ele associará atitudes erradas a

mudanças no seu tom de voz e, naturalmente, passará a evitar comportamentos que

provoquem essa alteração. 

Basta dizer “não pode mexer” e afastar a mão da criança. “A ordem deve ser firme,

mas não agressiva”, explica a psicóloga Maria Teresa Reginato, de Atibaia, no interior

paulista. À medida que ela crescer, é importante que você esclareça o motivo da

bronca, empregando expressões como: porque queima, porque dói e porque quebra.

“Ensinar em casa evita que seu filho reproduza os maus modos na casa dos outros”,

avisa Cris. 

Não pode morder, bater, empurrar, puxar o rabo do cachorro... 

Toda criança passa pela fase de morder, empurrar e provocar os animais. É

necessário orientá-la também a respeito dessa conduta. “Abaixe-se, para ficar na

mesma altura que a criança, coloque as mãos em seus ombros e olhe fixamente nos

olhos enquanto fala ‘não pode, assim você machuca”, ensina Maria Teresa. Não

adianta gritar de longe. A voz deve ser baixa, porém segura. 

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Reclamação na escola 

A agenda da escola estampa uma bronca da professora? Leia a queixa na frente da

criança e pergunte o que aconteceu. Depois de entender o motivo que a levou a bater

no coleguinha, por exemplo, discipline-a, explicando que essa reação não é

adequada. 

Regras de disciplina 

Condicione-se a empregar, sempre, um tom de voz de autoridade e outro de

aprovação. Se essa estratégia falhar, o jeito é apelar, definindo um cantinho para o

castigo, onde o pequeno deverá refletir sobre o mau comportamento. 

Voz da autoridade 

Recorra a ela sempre que a criança fizer algo errado: 

1. Aproxime-se e não grite do outro lado da sala. Seu tom de voz deve ser baixo e

firme. 

2. Abaixe-se à altura dela, para não intimidá-la. 

3. Olhe nos olhos. Dessa maneira, ela não conseguirá lhe ignorar. 

4. Não ranja os dentes nem faça ameaças. 

5. Caso ela tente desviar o olhar, diga “olhe para mim”. Segure-a –sem machucar,

obviamente – pelos braços para que ela não saia. 

6. Deixe claro que você não está brincando. 

7. Peça sempre “por favor” e explique da maneira mais clara possível que ela não

pode repetir o erro. Por exemplo: “Bater nos outros é inaceitável. Não quero mais que

você faça isso, por favor”. 

Dicas: 

- Não negocie. Fale e peça, sem gritar. 

- Não faça promessas nem ofereça opções a uma criança pequena: “Você poderá

comer o biscoito se comer o arroz com feijão”. Frases como essa só farão com que o

pequeno tente negociar, provocando desgaste. 

- Se a criança gritar com você, não responda com outro berro. 

Voz da aprovação 

Diante de um comportamento exemplar, o reconhecimento é igualmente importante: 

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1. Para elogiar, a voz deve ser alta, aguda e animada. 

2. Vale bater palmas e até soltar gritinhos. 

Castigo educa 

“Esse método ensina a criança a refletir sobre o que havia sido combinado com os

pais, interrompe o mau comportamento e induz o adequado. Acredito nele porque

funciona”, ressalta Cris. Então, quando a voz da autoridade não funcionar... 

1. Mande-o para o cantinho da disciplina, sempre justificando a razão. “Deixe-o lá por

um tempo correspondente a um minuto por ano de idade”, aconselha Cris. 

2. Caso ele saia, coloque-o lá novamente e esclareça novamente o motivo. 

3. Após cumprir o castigo, oriente a criança a pedir desculpas. 

4. Assim que ela se desculpar, dê beijos e abraços. 

5. Esqueça o assunto e aja como se nada tivesse acontecido. 

A técnica do envolvimento 

As crianças querem atenção o tempo todo. Quando você não dá, elas tendem a

aprontar. É aí que você pode lançar mão de um truque: a técnica do envolvimento,

que nada mais é do que incluir seu filho nas suas atividades, como as tarefas

domésticas. Elas são interessantes para os pequenos. Ajudar a dobrar um lençol e

usar um miniespanador ou uma minivassoura são maneiras de participarem e se

sentirem úteis. 

Pegue leve 

Sabe quando você fala mil vezes para seu filho não mexer naquele vaso que fica em

cima da mesa porque ele pode quebrar e não adianta? Se a peça finalmente

espatifar, certamente ele começará a chorar e se mostrará arrependido. 

Caso isso ocorra, não aplique nenhuma punição. Se a criança pedir desculpas

sinceras, significa que já aprendeu a lição. A única coisa que você deve fazer é

explicar por que isso aconteceu, lembrá-lo das regras e pronto. Sem broncas! 

Persista, pois você vai conseguir! 

Educar uma criança não é fácil, requer muita paciência, determinação e dedicação.

Principalmente no período da primeira infância – de 0 a 7 anos – em que a

personalidade se consolida É importante passar um tempo diário com seu filho.

“Converse com ele, explique os motivos das proibições”, recomenda Maria Teresa.

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Por fim, o mais importante é ter paciência. “O segredo é tentar sempre evoluir nesse

quesito, acompanhando o crescimento e o amadurecimento dos filhos, com dedicação

e amor, muito amor”, finaliza Cris. 

Dicas de Cris Poli, a Super Nanny

Divulgação

Cuidar de uma família não é tarefa das mais fáceis. E, desde sempre - salvo raras exceções - é responsabilidade da mulher.

O problema, hoje, é que essa mulher, que em décadas passadas dispunha de todo o tempo para cuidar do marido, filhos e casa, é agora esposa, mãe e também profissional. Para dar uma força às mulheres modernas, o Vila Filhos conversou com Cris Poli, a Super Nanny do SBT, que tem ajudado muitas famílias a superar dramas e viver em harmonia.

Sobre a educação dos filhos, Cris aponta o erro mais comum entre as mães. "Elas não têm exercido sua autoridade para determinar regras, horários, rotina, procedimentos e limites. Isso deixa os filhos sem orientação e referencial para serem educados". E, como todas nós sabemos, os referenciais são parte fundamental na formação de cada ser humano, pois apresentam comportamentos que serão tomados como exemplo, especialmente pelas crianças.

Para a Super Nanny, a desobediência dos filhos está ligada à falta de definição das regras e tarefas por parte dos pais. "Quando os pais têm convicção sobre quais são as regras e a rotina da casa, os filhos as recebem com tranquilidade e a obediência se torna uma atitude fácil de ser seguida", reforça.

Outra dica é respeitar a idade de cada filho. "As tarefas domésticas podem ser distribuídas de acordo com as idades e a responsabilidade que cada um pode assumir. Lembrando que, quanto maior é a autoridade, maior é a responsabilidade. Isso pode ser determinado pelos pais ou pela concordância entre pais e filhos, dependendo das idades deles", observa Cris. O pai também deve ter parte nas tarefas, para que ninguém fique sobrecarregado.

Quando os pais trabalham fora, é comum a contratação de babás. Porém, essas profissionais não podem assumir o papel dos pais. "A babá deve ser uma ajuda

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para a mãe e não uma pedra de tropeço. Ao contratar uma babá deve-se deixar bem claro qual é o procedimento que os pais esperam dela", orienta Cris. Além disso, os pais devem sempre observar as atitudes da profissional para que a rotina e os valores da casa não sejam alterados no período em que a babá estiver responsável pelas crianças.

leia também Brincadeira de pais e filhos

Como colocar limites nas crianças

Embora cada família tenha suas particularidades, é fundamental que a mulher defina seu tempo com os filhos e o marido. "Quando a ela organiza a casa e o dia e estabelece uma rotina para seus filhos, sobra tempo para fazer tudo o que a família necessita, inclusive ter um tempo com o marido, que é tão importante para o casal e para a paz e harmonia de todos", finaliza a heroína das famílias.

Brincadeira de pais e filhos

A idéia de que a brincadeira é essencial para o desenvolvimento ainda encontra resistência. O momento de brincar é fundamental no processo de desenvolvimento. A brincadeira constitui-se um importante espaço onde ocorrem trocas de informações onde é criado um mundo de ilusões e verdades por meio de símbolos vivenciando momentos de alegria, satisfações e angústias inomináveis. Nesse momento único a criança pode se desvelar e nessa experiência lúdica aprende a solucionar situações de conflito. O dimensionamento dessas questões cria a possibilidade de um adulto mais organizado, capaz de saber lidar com o inesperado, tratando com mais habilidade todo tipo de dificuldades. 

Neil Postman em seu livro "O desaparecimento da infância" (1998) sustenta a tese de que as crianças nos dias atuais estejam perdendo a espontaneidade de brincar livremente. De fato com a imposição consumista do mundo cibernético, as crianças encontram dificuldade para brincarem e serem, eles mesmos, os "agentes" e inventores de suas próprias fantasias. A infância não está desaparecendo. Com incentivo do meio em que vive, a grande maioria das crianças é capaz de exercitar sua capacidade de apreender a noção de posse do objeto, a introjeção de valores fundamentais e sentimentos de frustração, perdas e conseqüente superação. 

O atual estilo de vida provoca um término prematuro da infância. Deixa-se de ser criança mais cedo. O acesso à todo tipo de informação, desnecessária à tenra idade, a possibilidade eletrônica do brincar e a ameaça urbana impedindo a

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"brincadeira de rua" não somente aprisionam a criança em seu território doméstico, como também subjetivamente criando entraves em seu desenvolvimento.A dificuldade dos pais em conciliar horários, tarefas e partir, então, para a brincadeira com os filhos, cria uma distância onde um não se reconhece no olhar do outro. A criança acaba desenvolvendo recursos próprios ou sai em busca de um auxílio externo, fazendo com que o abismo fique ainda maior na relação com os pais. Tornar o escasso convívio em momento de alegria é extremamente importante no universo psíquico da criança, mas à essa vivência devem ser agregados os questionamentos próprios de cada idade.

Como colocar limites nas criançasHoje existe certa desorientação dos pais em relação à autoridade que exercem sobre seus filhos.

De três gerações para cá, verifica-se uma mudança radical e significativa na posição dos pais quanto à colocação dos limites e das regras disciplinares em seus filhos. Se por um lado até as décadas de 40 e 50, a maneira de educar os filhos seguia uma direção vertical, na qual os pais exerciam sua autoridade de cima para baixo sem maiores questionamentos. A geração seguinte, a partir do final dos anos 60, incomodada pelo autoritarismo, ao assumir o lugar dos pais agiu no extremo oposto, optando por mais permissividade.

A falta de limites tem conseqüências negativas para a criança e seu desenvolvimento, afinal a criança que não aceita regras, seja para jogar um jogo, para andar no ônibus, para se comportar na escola, terá dificuldades para conviver com os outros.

Os limites ajudam a criança a tolerar frustrações e adiar sua satisfação. Ela tem que apreender a esperar sua vez, a compreender que existem outros e que precisa compartilhar. A insuficiência de limites pode conduzir a uma desorientação, a uma falta de noção dos outros, de respeito e até à criminalidade em alguns casos extremos.

Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. Através da colocação de limites os pais ensinam a criança a respeitar-se e a respeitar os outros. Dizer "não" para uma criança, e ensinar-lhe que ela também pode dizer não quando alguém quiser lhe impor atitudes ou comportamentos. Na medida em que os pais percebem as necessidades da criança, as identificam e as apontam, ela poderá também identificar quais suas próprias necessidades.

Por exemplo, se uma mãe percebe que seu filho está morrendo de sono e precisa dormir, e ela é firme e lhe disse que é hora de dormir, mesmo que ele resista aos

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poucos ele poderá identificar seu próprio cansaço e a necessidade do corpo de descansar. Existem muitos adultos que não ouvem as mensagens do próprio corpo, dor, cansaço, fadiga, e passam por cima dos limites do corpo, o que freqüentemente provoca stress e adoecimento. Por outro lado, é comum ouvir as jovens hoje em dia dizerem não saber como dizer "não", a um namorado que deseja ter uma relação sexual.

Colocar limites não significa privar de liberdade. Quanto mais cedo, os pais colocarem os limites de forma afetiva e com segurança de propósitos menos problemas terão na puberdade e naadolescência, fase na qual as crianças se revoltam contra as imposições desmedidas e transgridem aquilo que é insuportável.

É importante que os pais dialoguem com os filhos e expliquem quais os propósitos dos limites. Se mesmo assim as crianças não obedecerem, às vezes é necessário colocar sanções, com o intuito das crianças se responsabilizarem pelos atos e pelas suas decisões.

A tarefa de dizer não, por outro lado, inicia-se desde o nascimento. A importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator organizador na formação da personalidade de todo ser humano. Desde ao redor de um ano de idade aproximadamente a criança precisa aprender a ouvir a palavra "não" e o os pais de pronunciá-la.

As crianças passam pela "fase do negativismo", na qual a criança fala quase compulsivamente a palavra "não", testando sua força diante da autoridade do adulto, pai ou mãe. Com esse comportamento as crianças estão experimentando até onde podem chegar e até onde os pais deixam ir.

As crianças precisam de regras claras, objetivas e coerentes colocadas com segurança e na hora certa. O estabelecimento de limites não é tarefa fácil, mas muito mais complicado é mantê-los. Ter de enfrentar o choro, resmungos, esperneio e a sensação provocada pela criança de que somos pais "maus" e injustos é difícil de tolerar. É fundamental conhecer quais os recursos mentais da criança em cada faixa etária. Por exemplo, antes dos 4 ou 5 anos é quase impossível esperar que uma criança compreenda e aceite as regras de um jogo. Ela vai querer jogar e ganhar toda vez. Obrigá-la a aceitar regras antes do tempo seria um limite absurdo. Porém, a partir dos 6 anos a criança já terá adquirido a capacidade para aceitar as regras e a vez dos amiguinhos.

leia também É hora de dormir

Como ensinar bons hábitos aos filhos

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COMO EDUCAR FILHOS

Quando a criança é pequena, ela não sabe o que lhe faz bem e o que é prejudicial para sua saúde; são os pais e professores que aos poucos precisam ir ensinando-lhes estes valores, colocando limites, dizendo "não", para que ela possa apreender por si só e se tornar autônoma, conhecendo seu próprio corpo.Também, para que as crianças entendam a importância dos limites é fundamental, que os pais sejam coerentes, fazendo ou deixando de fazer aquilo que foi proibido para a criança fazer.

DICAS SUPER NANNY (PARA EDUCAR OS FILHOS)

* Não tenha medo de dizer não;* Imponha limites às crianças;* Faça programas que envolvam toda a familia nos finais de semana. Pode ser um passeio no parque, um jogo de futebol ou uma peça teatral;* Divida o tempo entre o trabalho e os filhos;* Crie uma rotina, com horários para as brincadeiras, passeios e tarefas de escola;* Controle o conteúdo visto na TV. Saber a classificação, assistir aos programas e conhecer os personagens são deveres dos pais;* Coloque pequenas porções de comida no prato das crianças. Lembre-se de que elas não comem como adultos;* Dê um bom exemplo às crianças. Demonstre organização e segurança e nunca use palavrões na frente delas;* Envolva os filhos nas tarefas domésticas. Eles ficarão mais calmos e felizes.

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Mau comportameto infantilVocê sabia que a IRRITAÇÃO e FRUSTRAÇÃO de um Adulto diante das ações de Crianças mau comportadas, alimentam esse Mau Comportamento criando assim um verdadeiro Círculo Vicioso que perpetua esse Mau comportamento?

Vamos supor que uma Criança pratique uma Atitude comum de Mau Comportamento. Entra então em cena, o Adulto, mostrando toda sua Raiva, Indignação e Frustração diante daquele fato. 

E ele xinga, chama palavrões e outras coisas. Diante disso, a Criança se sente Superior a Ele, eentão ela pensa:

- A mais importante e poderosa pessoa na minha vida, é incapaz de me corrigir! 

Ou pensa..- A mais importante pessoa na minha vida, vai ter de suar muito para fazer eu me comportar direito!

Ou pensa..- É muito divertido deixar os adultos loucos da vida!Isso gera um Conceito Negativo a respeito de si mesmo.

E ela pensa:

- Se é tão difícil para os adultos ajudarem na minha correção, devo ser mesmo um caso perdido!

Os adultos devem quebrar este Círculo Vicioso substituindo a RAIVA pela Tristeza sincera ou Empatia.

Respeitar os mais velhos

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Quando a gente era pequeno, nem pensava em interromper a conversa de alguém com mais idade ou gritar com aquele vizinho de cabelo branco. 

Esse tipo de respeito vinha no kit criança, os pais nem precisavam se esforçar para ensinar esse tipo de coisa. E sabe por quê? Porque eles também respeitavam, ué. A gente imitava e pronto. Hoje, parece que a liberdade que se ganhou na vida em família levou embora o respeito junto. 

E não é pra ser assim, evidente. Mesmo com a síndrome de juventude eterna que se abateu no mundo. Mesmo com as pessoas fazendo loucuras pra se manter eternamente jovens. Tudo bobagem. 

Envelhecemos, sim, e ainda bem! Sinal de que estamos vivendo. A história começa por saber envelhecer e se dar ao respeito também... Quem é mais velho, viveu mais, tem mais experiência, precisa de respeito, sim, sim, sim. E vendo como a relação das crianças com os avós pode ser tão próxima e maravilhosa, o lance é partir daí e mostrar que todos nós temos muito a aprender com os mais velhos.

Mentiras e furtos na infânciaMentiras e pequenos furtos! Atitudes da criança que assustam e preocupam os pais. De acordo com estudiosos do comportamento infantil, isto é natural quando a criança tem idade entre três e sete anos. Claro que há limites e observações, mas antes de brigar preste atenção, às vezes o filho deseja apenas chamar à atenção dos pais por não saber como pedir ajuda. 

Para entender, é necessário conhecer mais sobre o mundo da imaginação infantil, as crianças vivem num universo desconhecido e estão sempre em conflito entre a fantasia e a realidade. De acordo com a psicóloga Ângela Clara Correa, a fantasia acompanha a criança durante uma parte da infância, que vai de um a sete anos. "A mentira de uma criança é aceitável somente quando os valores não foram criados e

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percebidos por ela", afirma.

A mentira

A criança pequena não sabe lidar com as frustrações e ausências - sejam elas emocionais, financeiras ou comportamentais-, fazendo com que sintam a necessidade de mentir e/ou roubar para compensar a falta gerada por algum motivo ou circunstância.Vamos pegar como exemplo uma criança que vai à escola após um fim de semana e a professora pergunta qual foi a diversão dos últimos dias. Ela, sem malícia ou premeditação, responde: fui passear numa linda fazenda com os meus pais!Mas, na verdade, ela não saiu de casa, ficou em frente à tv por todo o tempo. Houve uma mentira, porém isto nada mais é do que um sinal aos pais que devem dar mais atenção ao filho. À ida ao parque de diversões pode ser o suficiente para que a criança não minta. 

Gabriel Maruyama de Oliveira, de cinco anos, assistia ao filme Super-Homem, quando, num momento de empolgação, subiu no móvel da sala e derrubou a TV de 29. A mãe, Raquel, ao ver o estrago, disse que o pai dele "o mataria" (conotativamente, é claro), mas Gabriel não processou a informação e perguntou para a mãe se o pai usaria a "faca" para tal.Para a especialista, a mãe assustou ao filho na maneira que falou com uma ameaça iminente, o que pode fazer a criança mentir na próxima vez que cometer algum erro, por medo dos pais.

Neste caso, o ideal é que os pais punam os filhos exigindo uma atitude de reparo ao dano feito, como não deixar o filho assistir ao desenho por um dia ou utilizar a mesada para ajudar (com valores simbólicos) os pais a comprarem uma outra televisão. Assim, as crianças começam a distinguir e perceber o que não pode ser feito.

O roubo na infância

A ausência de algo pode ocasionar não só a mentira, mas também pequenos furtos. O desejo de ter um brinquedo igual ao do colega permite que a criança haja de forma inadequada, apropriando-se de um bem material do próximo. Assim, quando chega em casa com um brinquedo ou material escolar que não é seu, a criança afirma aos pais a obtenção do "presente" com uma mentira do tipo "Ganhei de um coleguinha do colégio" .

Para a psicoterapeuta Alessandra Fonseca, os roubos podem acontecer por diversas causas que estão intrínsecas nas crianças, uma delas é a dificuldade de lidarem com a falta e a impossibilidade de ter algo. Entretanto, a profissional garante que a atitude da criança pode ser reparada quando os pais mostram desde

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cedo certos valores e princípios. "Os pais que mostram ao filho desde cedo o significado de lealdade, confiança e verdade estarão menos propensos a enfrentar estes tipos de problemas e ganharão a confiança do pequenino" , afirma. Com isso, a criança saberá administrar e entender melhor quando ouvir um "não" dos pais.

Como os pais devem agir 

A solução aparece justamente quando os pais percebem que o filho necessita de atenção e auxílio no seu desenvolvimento, em vez de punições severas e algumas palmadas. Os pais precisam entender que são os responsáveis e condutores pelo amadurecimento do filho.Imagine para uma criança compreender o que é certo e errado e no que se deve acreditar ou não só por meio de palmadas e gritos? A psicóloga Ângela Clara Correa alerta ainda que as palavras dos pais têm muito poder no momento de repreender o filho

Por isso, o ideal é que utilize as palavras de formas claras e sem agressividade. Se o filho mentir, faça com que ele perceba a atitude errada e mostre o quanto é importante ser sincero. A especialista em comportamento infantil Suzy Camacho afirma que só exige a preocupação dos pais no combate às mentiras quando elas tiverem o objetivo claro de fugir da responsabilidade e de não enfrentar certas situações. "Torna-se uma mentira perversa quando é premeditada para prejudicar outras pessoas, com intenção de tirar proveito de uma situação ou forma de não assumir responsabilidades de seus atos". Já no caso de roubo, os pais podem fazer com que a criança reconheça o erro diante da pessoa lesada, fazendo a devolver o objeto e pedir desculpas pelo ato. O constrangimento faz com que a criança não volte a roubar novamente. Se houver continuidade deste comportamento deve-se procurar o apoio de um profissional.Dicas de como agir com filhos em situações de mentiras e roubos 

Não chame a criança de mentirosa. Isso só reforça uma imagem negativa e a continuidade do comportamento inadequado. Explique com calma as conseqüências negativas de uma mentira e roubo com exemplos práticos. Se prejudica alguém deixe claro porque é errado fazer isso e se ela gostaria que alguém agisse assim com ela. Não grite com a criança para obrigá-la a dizer a verdade. Isso só a intimida mais. Se suspeitar que a criança está mentindo faça perguntas genéricas. Como foi o passeio? Estava bom na escola? Depois de algum tempo volte a fazer as perguntas e compare as respostas. Castigá-la duramente não é a melhor tática. Só fará com que minta mais para fugir da punição. Sua reação deve ser firme mas controlada, sem agressividade.

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O exemplo dos pais é fundamental. Nada de mentirinhas úteis: "Diga que a mamãe não está . Fale que estou tomando banho". Não minta e nem peça para seu filho mentir.

Dormir na cama dos pais

Criança adora dormir na cama da gente. E a gente ama quando eles vêm se enfiar embaixo do nosso lençol. É uma delícia, claro que é. Agora, mesmo pequenino, lugar de bebê não é no meio dos pais. Por causa da gente mesmo, que precisa ter momentos de intimidade, e por causa deles, que precisam ir se percebendo separados de nós. Se nós estamos com eles 100% do tempo, não têm como isso acontecer, certo? Tem de desgrudar. Como sempre, quem deixa as coisas se transformarem em vício somos nós. Ok, no começo é normal deixar a criança ali bem pertinho, porque ela ainda mama quase que de hora em hora. Mas, conforme os meses passam, é legal ir mostrando pro bebê que ele tem o próprio espaço. Quem costuma ter mais dificuldade de desgrudar da cria é a mãe. O pai pode muito bem dar uma força e passar a pôr o bebê para dormir. E voltar para curtir a mulher, claro.

DICAS DA SUPERNANNY ( OU UMA SUPER BABÁ)

 Alguns programas tem a iniciativa de auxiliar na educação das crianças.Existe um que está fazendo muito sucesso e que muitas vezes tem auxiliado pais e professores a se reverem em sua ações quanto a orientação educacional nos dias atuais.

Pesquisamos sobre esse programa e essa educadora que tanto sucesso faz com todos.

QUEM É A SUPERNANNY?

Argentina radicada no Brasil, Cris Poli tem 60 anos e dedicou 40 deles à Educação Infantil.

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Atuou como professora de algumas das mais respeitadas escolas de Buenos Aires até se mudar para São Paulo e aplicar seus conhecimentos em colégios da capital paulista. Formou-se em Educação pelo Instituto Nacional Superior del Profesorado en Lenguas Vivas Juan Ramón Fernandez, de Buenos Aires, Argentina.

No Brasil, fez Licenciatura em Letras Inglês-Português na USP.Mensalmente mais de 15 mil famílias procuram por sua ajuda.

Abaixo,uma entrevista dada ao site do SBT

Entrevista com Cris Poli

A pedagoga Cris Poli, mais conhecida como a SuperNanny, é o sonho dos pais de primeira viagem. Mensalmente mais de 15 mil famílias procuram por sua ajuda. Confira abaixo uma entrevista com a educadora.

Qual o principal problema dos pais quando a procuram?O problema mais comum é que atualmente os pais não sabem assumir a autoridade. Isso realmente aperta o meu coração. As crianças não têm mais limites.

Mas o que isso significa na prática?Significa impor limites, estabelecer horários, fazer com que as crianças saibam quem realmente manda em casa. Os pais têm a responsabilidade de educar os filhos.

Como é possível reconquistar a autoridade?As pessoas confundem autoritarismo com autoridade. Não é preciso ser um déspota em casa. Pelo contrário. Autoridade não tem nada a ver com gritos ou uso da violência.

E as crianças costumam ter medo de você?Nos três primeiros dias em que estou na casa delas apenas observando, ficam apreensivas. Mas isso passa. Recentemente uma criança me procurou e disse que não tinha mais medo da Supernanny e até me deu um abraço.

13 DICAS DA SUPERNANNY

1ª DICA

Os pais precisam entender: há uma grande diferença entre criança “ativa” e criança “mal-educada”. Elas precisam ter vida, devem brincar, perguntar e até mesmo fazer bagunça. O problema é quando isso passa dos limites, quando seu filho não respeita aquilo que você entende ser o mais correto para ele.Por isso, ter uma rotina é importante e, mais do que isso, explicar ao seu filho o que pode e o que não pode dentro de sua casa. Toda criança entende quando você abaixa ao nível dela e fala olhando em seus olhinhos.E aí, fica minha dica: crie horários para as brincadeiras, passeios e tarefas da escola, por exemplo, faça uma cartolina e explique a seu filho como será a rotina de sua casa. Quando ele quiser algo fora do horário, mostre a ele o cartaz e lembre o que foi combinado. Você vai ver a diferença em pouquíssimo tempo!

 2ª DICA 

Com a correria do dia-a-dia, muitos pais se sentem culpados por terem pouco tempo junto a seus filhos. Então, vale relembrar: como quase tudo na vida, qualidade é sempre mais importante que quantidade.

Cada idade pede um tipo de atenção especial e, para todas elas, há brincadeiras próprias. Aproveite o tempo que você tem para fazer atividades dirigidas com seus filhos. Se você dispõe de apenas uma hora com eles por dia, crie o hábito de, nesse momento, desenvolver programas que dêem prazer a todos vocês. É hora de desligar a TV, deixar o celular e os problemas do trabalho de lado e cair na brincadeira. Antes das crianças dormirem, conte histórias e leia livros com elas. Nas horas de folga, faça algo diferente, como um piquenique ou um jogo de futebol, por exemplo.

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Deixe de se culpar e curta o tempo da melhor maneira possível ao lado dos pimpolhos! 3ª DICA 

Quanto tempo uma criança pode ficar em frente à TV? Eu tenho certeza de que essa é uma dúvida comum para os pais. É importante que a rotina contemple entre meia e uma hora para a criançada curtir a telinha. Mas, claro, escolha horários em que há programas voltados a elas, de preferência educativos.

O problema não é ver TV e sim perder o controle do tempo e do conteúdo do que seu filho assiste. Saber a classificação, assistir junto, conhecer os personagens são também deveres dos pais.

E, o mais importante, não deixe seu filho sem ter o que fazer, porque a TV será a opção mais fácil. Mais uma vez vale dizer, crie brincadeiras dirigidas para eles. Invente atividades interessantes, mostre opções.

Este é o segredo!

 4ª DICA

Essa dica é um reforço do que você assistiu no programa. Lembra dos quadrigêmeos? Pois é, a mamãe Adriana tinha a mania de vestí-los iguais. Aliás, isso é muito comum quando se trata de gêmeos. Mas, apesar de ser bonitinho, é muito ruim para as crianças.

Os pais devem saber que cada filho é diferente e que, desde cedo, eles devem incentivá-los a ter personalidades e gostos próprios. Vestidos iguaizinhos, eles perdem a identidade. Os problemas disso vão aparecer mais tarde, na adolescência e até na fase adulta. 

E essa dica não é só para pais de gêmeos. Algumas mães gostam de ver os filhos com roupas semelhante, indiferente da idade.

Deixe seu filho criar o estilo e a personalidade que quiser! 5ª DICA

Como neste quinto programa, o assunto é o filho do meio. Há quem ache que estar entre o primogênito e o caçula não faz diferença. Faz sim! E os pais devem ter consciência disso.

O filho do meio, muitas vezes, faz de tudo para chamar a atenção, já que se sente “menos importante” que os outros. E é por isso que, às vezes, eles fazem mais birras, brigam com os irmãos e não medem esforços para chamar a atenção.

Não que esse comportamento seja aceitável, mas os pais devem reservar uma atenção especial para essa criança. Fazê-la se sentir tão querida quanto a mais velha e a caçula pode reduzir — e muito! — esse mau comportamento.

Trate todos os filhos com a mesma atenção e entenda que cada um tem uma necessidade especial! 6ª DICA  

Vamos falar de alimentação. Muitos pais vivem reclamando que os filhos não comem, que fica um monte de comida no prato. Como você viu no programa da família de Cruzeiro, muitas vezes a mãe exagera ao dizer que os filhos não comem. Além disso, permite que eles comam muitas besteiras ao longo do dia.

O primeiro passo é estabelecer horários das refeições e não deixar comer nada fora da hora. Os pais também devem saber que as crianças não comem como adultos e que, muitas vezes, o que parece pouco é o suficiente. Coloque no prato uma porção pequena, divida em porções ainda menores e estabeleça objetivos. A criança vai se sentir desafiada e, ao comer tudo, recebe os parabéns e se sente feliz. Se quiser, vai pedir mais.

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Transforme a hora da refeição em um momento alegre, não em uma obrigação! 7ª DICA  

Vamos falar sobre dormir. Um dos passos importantes para evitar que a criança queira ficar no quarto dos pais é criar um espaço agradável e que seja especialmente feito para ele.

No quarto reservado às crianças, coloque uma cortina bacana, enfeite as paredes com os seus desenhos preferidos e escolha uma colcha de algum personagem com o qual ele se identifique. E, como você viu no programa da família da Sibeli, nunca deixe o quarto totalmente escuro. Em geral, as crianças ficam com medo e se sentem inseguras. Então, tenha uma luminária bacana, também de acordo com a idade do seu filho. No caso do Daniel, usamos luzes em formato de dados.

Vale dizer que não é preciso gastar uma fortuna para isso. Faça alguns enfeites junto com os seus filhos. Vale aproveitar desenhos que eles fazem na escola, por exemplo.

Transforme o quarto das crianças num ambiente lúdico e especial! 8ª DICA

Um dos pontos importantes para que os filhos cresçam bem é o relacionamento do casal. Muitos pais acabam se afastando e divergem a respeito de como criar as crianças. É preciso união. Em caso de opiniões diferentes, decidam antes e definam o que vão fazer. Não se deve demonstrar essa insegurança à criança, muito menos discutir na frente dela.

Outra dica importante: os pais devem contemplar, na rotina da família, um horário só para eles. Pelo menos uma vez por semana, marido e mulher devem sair para jantar ou para um passeio qualquer, sem os filhos. Falar sobre outros assuntos, esquecer um pouco os problemas e se curtir são essenciais para o casamento. E, consequentemente, para a família toda.

Um casamento feliz é fundamental para a criação dos filhos! 9ª DICA 

A "troca de papéis" foi um dos bons momentos do nosso último programa. Rowan e Gerusa "viraram" Wilson e Maria Eduarda e vice-versa. A brincadeira serve como dica para todo mundo. É muito importante que os pais se coloquem no lugar dos filhos, para saber como eles vêem os pais e como enxergam a relação do casal.

Normalmente, a surpresa é grande. Deve haver algo que você fala sempre, nem se dá conta e atitudes que os incomoda e você nem percebe. Propor que os filhos "imitem" os pais também revelará como eles se colocam em relação à família. Além de tudo, será um momento bastante divertido para eles e para você.

Brincar também pode ser uma forma de se conhecer! 10ª DICA  

A dica de hoje parece simples, mas nem sempre é. Os pais precisam se observar melhor. Isso mesmo. Muitas vezes, vemos defeitos nos nossos filhos e não damos conta que eles apenas refletem algo que vêem em nós. Veja no caso da família da Patrícia. O apartamento dela vivia bagunçado. Eram documentos misturados com os desenhos das crianças, brinquedos, chaves, revistas e muitas outras coisas espalhadas pela casa. Como pedir que as crianças fossem organizadas, se elas não viam isso nem na própria casa?

O mesmo serve para crianças que falam palavrões, que gritam constantemente ou que são agressivas, por exemplo. Quase sempre os pais têm os mesmos hábitos - e nem sempre percebem isso. 

Aja como você gostaria que seus filhos agissem. A família é nossa primeira escola! 11ª DICA 

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Não deixe o estresse transformar você em um monstro para seus filhos! Todo mundo sabe, é bem difícil manter o equilíbrio com a vida cheia de responsabilidades que temos. Contas para pagar, muitos impostos, a escola das crianças, plano de saúde, trabalho, trânsito... São inúmeras as coisas que nos tiram do sério. Mas a verdade é que os filhos não têm nada a ver com isso.No programa desta semana, você acompanhou o quanto à tensão do dia-a-dia transformava a Angélica numa mãe sem paciência e, muitas vezes, injusta com os meninos. Faça algum esporte, trabalhe a respiração, organize sua agenda. Ache uma forma de aliviar seu estresse, sem sacrificar seu marido (ou sua mulher) e as crianças. 

Torne seu dia-a-dia algo agradável e poupe os filhos das suas tensões! 12ª DICA

Um dos passos naturais da evolução das crianças é passar a ter consciência do próprio organismo e, a partir disso, aprender a controlar as necessidades fisiológicas. Os pais precisam ajudá-los nesse momento. Criar um espaço divertido no banheiro é uma boa idéia. Além disso, não reprima se ela fizer xixi nas calças, por exemplo. Também não dê risada. Qualquer uma dessas atitudes pode gerar insegurança.

Para evitar que a criança faça xixi na cama, leve-a ao banheiro antes de dormir e, quando for a sua hora de deitar, leve-a de novo, mesmo que a criança já esteja adormecida. Também não se deve dar muito líquido a elas no período que antecede a hora de dormir.

É função dos pais ajudar a criança a conhecer o próprio corpo!

13ª DICA Saber dividir o tempo entre o trabalho e a família é muito importante. Tanto faz se você trabalha em casa ou fora, o essencial é perceber que seus filhos devem ser prioridade em sua agenda.

Reserve alguns momentos do dia a eles. Pode ser uma das refeições, na hora de levá-los à escola, pouco antes deles dormirem. Nos finais de semana, crie programas de entretenimento para toda a família (uma ida a um parque, um joguinho de futebol, uma peça teatral). É primordial que eles sintam unidade familiar, saibam que podem contar com os pais. Eles crescem mais seguros e felizes.

De nada adianta prosperidade no trabalho e infelicidade em casa 

 

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