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José Carlos Bezerra Superintendente de Normas Contábeis e de Auditoria [email protected]

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José Carlos Bezerra Superintendente de Normas Contábeis e de Auditoria

[email protected]

As Políticas Contábeis e o

Julgamento Profissional

José Carlos Bezerra

As opiniões externadas nesta apresentação são de minha inteira responsabilidade, não refletindo, necessariamente, o entendimento da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

Algumas questões para reflexão:

É possível admitir que as IFRSs são interpretadas e aplicadas de modo consistente ao redor do mundo?

E no Brasil? Padronizaram-se os padrões contábeis, mas foram padronizados comportamentos, percepções, habilidades, nível de instrução, entre outros, dos profissionais de Contabilidade ao redor do mundo?

E no Brasil?

Algumas questões para reflexão:

O número de tentativas que têm sido feitas

para classificar sistemas contábeis nacionais é

o mesmo esforço que os biólogos tentam fazer

para classificar fauna e flora (Nobes e Parker,1995).

Algumas questões para reflexão: CPC 26 / IAS 1 19. Em circunstâncias extremamente raras, nas quais a administração vier a concluir que a conformidade com um requisito de Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC conduziria a uma apresentação tão enganosa que entraria em conflito com o objetivo das demonstrações contábeis estabelecido na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil Financeiro, a entidade não aplicará esse requisito (...)

Um breve parêntese...

Caso Emblemático (Chartered Accounting, Jan/2003):

Mercedes Benz AG - listagem na NYSE 1993

Lucro German GAAP – DM$612 milhões

Prejuízo USGAAP – DM$1,839 bilhões

“A principal razão para diferenças internacionais na elaboração de demonstrações contábeis reside nos diferentes propósitos dessa divulgação.” (NOBES, 1998, p. 166. Tradução livre)

Classificação Darwiniana proposta por Nobes (1998)

Forte “equity-outsider”, Classe A

Sistema Contábil em 1998

Rótulo Anglo-Saxão

Padrão Francês UK GAAP

Fraco “equity-outsider”, Classe B

US GAAP IAS GAAP Padrão Alemão

Padrão Italiano

Reino Unido Irlanda

Singapura Grandes

Corporações Européias

Cias. c/ registro na

SEC Algumas Cias.

Japonesas (Consolidado)

Balanços Individuais

de Cias. Francesas

Balanços Individuais de Cias. Alemãs

(Exceto Consolidado de Grandes

Corporações Listadas) e

Suíças.

Balanços Individuais

de Cias. Italianas ou Consolidado de cias. não

Listadas.

Classe

Família

Sistema

Ex.

Algumas Peculiaridades Brasileiras: •  Contabilidade “tax-oriented”: quais os efeitos fiscais...

•  Aspectos culturais e antropológicos dos Contadores: aversão à incerteza/risco, baixo nível de educação e distância do poder;

•  Regime legal: codificado e romano;

•  Modelo de financiamento e sistema de propriedade: migração para capital de risco, porém fraco “equity-outsider”.

A Contabilidade repercute economicamente?

Escolha  de  Padrões  Contábeis  

Contratos  de  Dívida  

Risco  Polí8co  (“Grau  de  Exposição)  

Contratos  de  Remuneração  

Watts & Zimmerman Positive Accounting theory (1986)

Algumas Áreas de Risco (Forte Julgamento):

•  Instrumentos Financeiros Híbridos e/ou Compostos;

•  Combinações de Negócios;

•  Políticas Contábeis Discricionárias (Impairment IFs,

Hedge Accounting, entre outros);

•  Disclosure (Notas explicativas).

Julgar implica assumir riscos profissionais. Ter de justificar perante investidores, regulador e demais partes interessadas as escolhas feitas, as decisões tomadas...

Porém julgar, com sobriedade, responsabilidade e de modo não casuístico, implica aumentar a qualidade da informação contábil produzida.

Mas a tendência é buscar um porto seguro... Confortável é recorrer ao Regulador para arbitrar um conflito.

Algum caminho a seguir para mitigar conflitos?

Fonte primária: Manual de Práticas e Políticas Contábeis

Fonte secundária: Arcabouço Conceitual

Uma Mensagem final: O Fortalecimento da Profissão é um dever de todos

Certificação

Precisam ser amplamente revisitados os processos. Poderia haver níveis de exigência diferenciados.

Formação Profissional

Básica

Estrutura Curricular, corpo docente, métodos de ensino, recursos de i n f o r m á t i c a e bibliotecas precisam ser amplamente revisitados.

Supervisão Profissional por

Reguladores

H á q u e s e d e s e n v o l v e r e m processos adequados, m e t o d o l o g i a s apropriadas e deve haver maior sinergia de Reguladores, a bem d a e f i c i ê n c i a d o processo.

Educação Continuada

Deve ser requerida de todo e qualquer profissional, a bem de toda a sociedade.

CONTADOR IFRS Profissional com formação multidisciplinar, base quantitativa

acurada, habilidade de julgamento, habilidade de comunicação e formação econômica de excelência.

José Carlos Bezerra Superintendente de Normas Contábeis e de Auditoria

[email protected]

OBRIGADO