jornal sprint final n° 18

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www.jornalsprintfinal.com.br ANO 2 - NÚMERO 18 São Silvestre 2009 a mais tradicional do Brasil A Mulher Corredora fisiologia do seu corpo Como se alimentar para correr longas distâncias Entrevista Dr. Amadeu Armentano fala sobre o maior Clube de Corredores da América Latina. 18 a Edição muito mais para você. Especial: 40 dias e 11 maratonas

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Jornal Sprint Final Edição 18 - Entrevista com Amadeu Armentano - São Silvestre - 42k de Bombinhas - Retrospectiva 2009 - Prefeito José Fogaça - Desafio 11 Maratonas em 34 dias com João Gabbardo dos Reis e muito mais.

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www.jornalsprintfinal.com.brANO 2 - NÚMERO 18

São Silvestre 2009a mais tradicional do Brasil

A Mulher Corredorafisiologia do seu corpo

Como se alimentarpara correr

longas distânciasEntrevistaDr. Amadeu Armentano fala sobre omaior Clube de Corredores da América Latina.

18a Ediçãomuito mais para você.

Especial: 40 dias e 11 maratonas

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É uma publicação mensal da RL2 Mídia Ltda

Direção

Renato Loro Cezimbra

Relacionamento

Lisiane Fagundes dos Reis Bandeira

Jornalista Responsável

Carlos Adamatti Mtb 1516

Revisão Enelise Arnold

Conselho

José Haroldo Loureiro Gomes “Arataca”Leonardo Ribas

Elisabeth Vieira OdrzywolekJuvenal Chibiaque do CantoAna Beatriz Gorini da Veiga

João Gabbardo dos Reis

Colaboradores

Leonardo Ribas, Filipe Campelo Xavier,

Eduardo Campelo,Miriam Caldasso

João Gabbardo dos Reis

Colaboradores de FotografiaPortal das Fotos

Impressão: Correio do Povo.

[email protected]

Porto Alegre: (51) 4063-9895São Paulo: (11) 4063-2234

Rua Felizardo Furtado, 515/902 - PetrópolisPorto Alegre/RS

Os artigos assinados não correspondem necessaria-mente à opinião do Jornal e são de inteira responsa-bilidade de seus autores.

Janeiro/Fevereiro 2010

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O Circuito de corridas de rua em Porto Alegre cres-ceu, em quantidade e quali-dade, em dois anos, houve eventos nos quais mais que triplicaram a quantidade de participantes, um exemplo que podemos citar é a meia marato-na do Corpa, em 2007com 400 inscritos, 2008 com 600 e 2009 com 1700. Isso se atribui em grande parte, por ser Porto Ale-gre, a única Capital do Brasil e do mundo a ter um meio de comunicação exclusivo sobre Corridas de Rua. Inicialmente, o jornal foi impresso com uma tiragem de 10.000 exemplares e distribuído em centenas de pontos na cidade. O que ala-vancou não só a participação maior nas corridas, mas tam-bém gerou novidades no mer-cado, hoje existem academias que disponibilizam assessoria para corrida, sem qualquer cus-to adicional para o aluno. Se analisarmos o período em que foi lançado o JSF, em maio de 2008, fica claro essa influência, exatamente neste intervalo de tempo os participantes quase triplicaram na corrida citada. Muitos leitores podem estar achando que estou escrevendo isso para autopromoção do jor-

nal, mas não é esse o intuito, a verdade é quero deixar claro, para quem ainda não sabe, que somos Pioneiros, o primeiro impresso independente focado nas corridas de rua, referência no meio running gaúcho. JSF traz nesta edição para você leitor muitas infor-mações, corridas pelo mundo. Uma reportagem especial com João Gabbardo dos Reis, no seu desafio nos Estados Unidos. Uma matéria voltada para as mulheres escrita pelo professor Professor Eduardo Campelo. Mais dicas nutricio-nais para aqueles que se de-safiam em correr maratonas. Com certeza você não vai parar de ler até o final.

Bons treinos e Deus abençoe!Renato Cezimbra e Lisiane Bandeira

MODÉSTIA A PARTE

“Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nin-guém se glorie perante Ele.”

I Cor

Administrar uma companhia é como uma maratona. Não é uma corrida de 100 metros.

Jack Welch (CEO)

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Janeiro/Fevereiro 2010

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Notícias

Entre os dias 25 e 31 últimos, a Confederação Brasileira de Atle-tismo (CBAt) submeteu 99 atletas a testes antidoping. Foram testes fora-de-competição e também em eventos, mas, neste caso, sem aviso prévio. Os controles foram aplicados pela Agência Nacional Antidoping (ANAD), da CBAt, e segue o progra-ma da entidade, aprovado no IV Fó-rum “Atletismo do Brasil”, realizado em dezembro, na capital paulista.

“Em 2010, faremos controles em competição, mas vamos priorizar os testes-surpresa”, explicou Mar-tinho Santos, membro da ANAD e superintendente técnico da CBAt. “Estes 99 controles foram feitos em corridas de rua, em que, nor-malmente, os organizadores não fazem testes; em eventos de campo e pista, sem aviso pré-

vio; e em locais de treinamen-to de atletas”, disse Martinho.“A CBAt, que fez 524 testes em 2009, é a entidade-dirigente que maior número de controles rea-liza no País, atrás apenas do fu-tebol”, lembrou o presidente da CBAt e membro do Conselho da IAAF, Roberto Gesta de Melo.

Para efetivar a operação nos úl-timos sete dias, a ANAD escalou três Oficiais de Controle de Do-ping e 12 assistentes. “O custo é considerável, mas a comunidade atlética entende que o combate ao uso de substâncias ilegais é funda-mental no esporte”, afirmou Gesta.

Confederação realiza 99 testes antidoping

em sete diasOperação-surpresa abre Programa de Combate

ao Doping na temporada atlética nacional

A Confederação Brasileira de Atletismo, a CBAt e a Federação de atletismo do Estado do Rio Grande do Sul, a FAERGS, divulgaram, nesta semana, que, por decisão da IAAF, o “Dia Mundial do Atle-tismo”, este ano, será celebrado no mês de maio no clube Sogipa.

Dia Mundial do Atletismo

O piloto brasileiro de Fórmula 1 Rubens Barrichello estreou nas cor-ridas de rua. Ele participou da meia maratona da Disney junto com o também piloto Luciano Burti. Com-pletando em 1h55min09, ficou na 1.668ª colocação entre 17.099 con-cluintes. Nada mal para um estreante.

Rubens Barrichelo Correndo

Chega às bancas a nova revista so-bre corridas feita para mulhers. É a “W Run” publicada pela Iguana Sports.Eliane Verdério, que foi publi-sher da “O2”, comanda o proje-to. Fernanda Di Sciascio, também ex-”O2”, é a diretora editorial.

Para Elas

O vencedor da maratona foi um norte-americano de 35 anos, Mi-chael Wardian, da cidade de Ar-lington, estado de Virgínia, com tempo de 2h:28m:38s, em segun-do lugar o brasileiro César Martins com 2:36min06s Carlos Souza, o Carlão, conquistou o segundo lugar na categoria cadeirante, comple-tando a prova em 2h04min56seg.

Maratona de Miami

Envie sua critica, sugestão para o [email protected]

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O consumo do universo da cor-rida vem se demonstrando sem fim. Mais do que material esportivo, como tênis, roupas e acessórios sem fim, informação sobre running está cada vez mais presente. Desde o jornal que tens em mão (iniciativa única, diga-se de passagem), passando por revistas (Runner’s Brasil, O2, Contra-relógio), sites, blogs, programas de rádio (CBN, BandNews FM) e televisão (Vamos Correr, da ESPN Brasil), nunca se fa-lou tanto sobre o esporte como hoje.

Outro formato mais duradouro de informações é verificado a partir da publicação cada vez mais frequentes de livros sobre o esporte e sua prática. As prateleiras das livrarias estão cada vez mais cheias de obras que versam desde histórias de corredores e suas experiências até manuais de orienta-ção para a prática desportiva com dis-tintos níveis de aprofundamento. Os guias funcionam como serviços de assessoria esportivas, explicando des-de o be-a-bá da corrida, como iniciar a correr, exames recomendados para os iniciantes, sugestões de planilhas de treino, a escolha do equipamento esportivo, “manuais de etiqueta” para treinos e competições, como identi-ficar lesões, etc. Dentro dos guias, o “Programa de Caminhada e Corri-da”, de Marcos Paulo Reis, Emerson Gomes e Fábio Rosa (Editora Abril, 2009), e “Corra”, de Mário Sérgio Andrade Silva (Editora Academia, 2009), são lançamentos recentes que servem para iniciantes e corredores já com alguma estrada para correrem de forma mais adequada. “Corrida para mortais”, de John Bignham e Jenny Hadfield, e “A construção do corredor”, de Miguel Sarkis, ambos da Editora Gente, igualmente buscam desmistificar a corrida para aqueles que querem começar a dar seus tro-tes. Aos mais experientes, o “Manual do Corredor”, de Jeff Calloway, co-lunista da Runners World dos EUA, e “Treine Menos e Corra Mais”, de Bill Pearce e Scott Murr, pretendem aprimorar o desempenho a partir de orientações para qualificar os treinos e alcançar desempenhos superiores.

No campo dos relatos de experi-ências pessoais, pode-se encontrar as obras de Rodolfo Lucena, colunista de informática da Folha de São Pau-lo, que descreve suas experiências em maratonas pelo mundo, desde o aban-dono do sedentarismo e suas histórias curiosas em corridas e sobre corridas. “Maratonando” e “+Corrida”, esse último lançado em 2009, são leitu-ras extremamente agradáveis para se divertir sobre o tema. Tratando-se de superação, “Segredos de um Ultrama-ratonista”, de Valmir Nunes, recente-mente palestrou em Porto Alegre em evento promovido pela Sprint Final, descreve o lado mais extremo daque-les que entendem a corrida como algo muito mais sério do que apenas um passeio de fim de semana. Talvez o caso mais célebre de relação radical com a corrida é o de Dean Karnazes. Autor do best-seller internacional “50 maratonas em 50 dias – segredos que aprendi correndo”, o cara, comple-tamente doido de pedra, relata as 50 maratonas realizadas em 50 dias con-secutivos em 50 estados norte-ame-ricanos. As aventuras que Karnazes descreve parecem mais obra de ficção, mas causam curiosidade entre corre-dores e não praticantes pelo mundo.

O mais surpreendente de todas as obras acima relacionadas é quan-do elas foram lançadas no mercado brasileiro. Com exceção de “Mara-tonando”, todas elas foram publi-cadas em 2009. Mais um sinal que esse mercado não para de crescer. E 2010 promete mais livros que relata-rão histórias de superação, relatos de maratonas, guias de todos os forma-tos e mais e mais informação sobre corrida. Esperamos que os livros se-jam efetivamente lidos e estimulem mais e mais pessoas a encontrar na prática do running uma forma para obter uma melhor qualidade de vida.

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Janeiro/Fevereiro 2010

Filipe Campelo Xavier da CostaProfessor Dr. em Marketing e Design Escola de Design [email protected]

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Janeiro/Fevereiro 2010

A sobretaxa de U$ 12,47 apli-cada aos tênis de performance produzidos na China, que está em vigor desde 10 de setembro de 2009, deve ficar até 10 março de 2010, quando o Governo de-cidirá se a taxa ficará definitiva ou não, podendo até aumentá-la,

é o que está solicitando a Abical-çados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), entidade que fez o pedido da taxa junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex). A Guerra é de gigan-tes, de um lado a Vulcabrás da Olympikus e Reebok , do outro

lado está a Associação Brasilei-ra do Mercado Esportivo (Abra-mesp), que representa as marcas Nike, Adidas, Puma e Asics no País. A discussão do momento, intermediada pelo governo, está no que seria a definição de ”tênis de performance” para que esses

tivessem tratamento diferencia-do. De acordo com a a Abramesp (Associação que reúne Adidas, Nike, Puma e Asics), não é pos-sível fabricar esse tipo tênis no Brasil por falta de maquinário tecnológico e escala de produção.

Seu tênis de corrida pode ficar ainda mais

caro em 2010.

Já estão abertas as inscrições para a eta-pa brasileira do cir-cuito K42 Series que irá acontecer dia 22 de maio em Bombi-nhas. Em sua segunda edição, a Vila do Fa-rol K42 Bombinhas Adventure Marathon é para os corredores que não têm medo de sofrer e gostam de cur-tir belas paisagens. O percurso passará por 17 das 21 praias de Bombinhas, reconhe-cida com uma das mais belas do Brasil, alter-nando entre trechos de praias e trilhas, subidas e descidas íngremes dos morros além de um trecho de costão. Aos que querem se aventurar não há corrida melhor, podendo, ainda, optar pelas di-ferentes distâncias que vai des-de os 42km (prova principal), 2x21km, até os 12km. E, para as crianças, terá o Kid’s para poderem se divertir também.

Haverá 10 categorias mas-culinas e oito femininas. Os 5 primeiros homens e as 5 pri-meiras mulheres do geral ga-nharão troféus, além dos três primeiros de cada categoria.

O campeão e a campeã ge-ral ganharão ainda inscrições para a etapa final do K42 em Villa La Angostura, com di-reito a passagem aérea de

ida e volta, transporte terres-tre, estadia e camiseta oficial.

A etapa brasileira da K42 contará com oito postos de água no circuito e um na chegada. Sendo que em 3 postos do cir-cuito terá bebida isotônica e fru-tas. Na chegada, além da água terá isotônicos, frutas e alimen-tação. Um completo apoio mé-dico hospitalar estará montado

na chegada e duran-te o percurso. Todos os corredores devem usar a camiseta oficial.

Os grandes vence-dores do ano passado foram Giliard Pinheiro e em segundo Virginio de Morais e no femini-no Débora Aparecida de Simas. Todos ga-nharam como premia-ção a viagem para Villa La Angostura para dis-putar a final do circui-to. Débora foi a grande vencedora enquanto que Virginio de Mo-rais ficou em terceiro.

Lembre-se de que é Trail Run en-

tão o objetivo maior é com-pletar a prova e se divertir!

Inscrições e informações:www.bombinhasrunners.com.br

K42 Bombinhas Adventure Marathon.

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A maior instituição de Cor-rida de Rua da América Latina traz para Porto Alegre o Circuito In-fantil de Corridas contra o Câncer. A CORPORE, Corredores Paulis-tas Reunidos, teve três de seus pro-jetos aprovados pelo Ministério do Esporte, em dezembro de 2009. O Jornal Sprint Final traz para você leitor um entrevista exclusiva com o advogado Dr. Amadeu Ar-mentano Neto, Presidente do Con-selho Deliberativo da Corpore, que nos conta como funciona o maior Clube de Corrida de Rua do Brasil. Aliás, nos respondeu gentilmente todas as perguntas, palavras dele: “é um grande prazer atender ao seu pedido de entrevista, ainda mais tra-tando-se de um órgão de imprensa especializado e de tal qualidade.”

JSF - Qual sua área de formação e atuação profissional? Idade? Advogado pela Universi-dade de São Paulo, Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Tenho 60 anos.

JSF - Quando e por que começou a correr?Comecei a correr com método em agosto de 1987, por prazer e como autodidata.

JSF - Desde quanto o Sr. preside o Conselho Deliberativo da Cor-pore?Presido o Conselho Deliberativo da Corpore desde 1997. JSF - Como é o processo de eleição para Presidência desta Institui-ção?Em Assembleia Geral Ordinária pe-los Membros do Conselho Delibera-tivo da Entidade.

JSF - Quais as principais atribui-ções do senhor a frente do Conse-lho Deliberativo?Como todo Presidente de Conselho Deliberativo, cabe-me convocar as Assembleias Ordinárias e Extraor-dinárias quando se faz necessário,

informar e ouvir os Conselheiros e ,no caso da nossa Corpore, cuido da parte institucional/corporativa, sem-pre em uníssono com David Cytryno-wicz, Presidente da Entidade e com Octavio Aronis, Vice-Presidente.

JSF - A Corpore é a maior entida-de de corrida de rua da América Latina, quantos associados fazem parte?11 mil associados com um cadastro de 259 mil.

JSF - Como foi o início, quem foram os fundadores?

Diretoria ExecutivaGestão de Fundação Presidente: Fernando Luiz Nabuco de AbreuVice-Presidente: José Antonio de O. MeirellesSecretário Geral: Flávio Luiz Aro-nisTesoureiro: Wilson Roberto Fugimu-raDiretor de Patrimônio: Victor Mal-zoni FilhoDiretor Técnico: Manuel Garcia Ar-royoPrimeiro Secretário: Octávio José Aronis

JSF - Quantas pessoas fazem parte da Corpore hoje, entre adminis-tração, diretoria e conselheiros?Diretoria Executiva (9 profissio-nais)CONSELHO DELIBERATIVO - Mesa Diretiva (3 profissionais)CONSELHO DELIBERATIVO – Membros (31 membros)CONSELHO FISCAL – Membros (6 profissionais)CONSELHO TÉCNICO (72 profis-sionais)CONSELHO HONORÍFICO (9 pro-fissionais)CONSELHO HONORÍFICO - Mem-

bros Colaboradores (14 profissio-nais)Profissionais contratados: 23

JSF - No início de dezembro o senhor e o Presidente da Corpore David Cytrynowicz foram rece-bidos pelo Ministro do Esporte e, menos de 30 dias depois, obtive-ram 3 projetos aprovados, a que se deve isto?Da maneira em que pergunta é for-mulada, pode ser interpretada como a aprovação destes 3 projetos serem uma consequência de nossa audiên-cia com o Ministro do Esporte, Or-lando Silva, o que não é correto.Esta audiência é fruto do interesse Ministerial, de há muito proclama-

do, em conhecer-nos melhor, visto nossa atuação na área afeta ao Mi-nistério. O sr. Ministro, aproveitando o fato destes 3 projetos já estarem tramitan-do a tempo hábil, abriu-nos agenda, cumprindo-se, então, dois objetivos, conhecer melhor os dirigentes da Associação e os três projetos já em fase decisória.O que provocou a aprovação destes projetos, segundo o Sr. Ministro, é que eles são afins com as políticas governamentais para a área, tendo forte cunho social, aliás, é norte da Corpore, educação, saúde e cidada-nia por meio da corrida e da cami-nhada.

JSF - As corridas/eventos, realiza-dos pela Corpore em Porto Alegre, serão de 5km ou 10km? Já tem datas definidas?Serão três provas infantis, contem-plando idades de 4 a 15 anos de cunho recreativo e participativo, nos moldes das 25 edições já reali-zadas com sucesso na cidade de São Paulo. Ainda sem datas definidas.

JSF - Como foi a transformação da Corpore/SP para Corpore Bra-sil? Qual a chave para se tornar uma instituição tão respeitada e de tanto sucesso?Eu não diria transformação e sim adequação, visto que, o caráter re-gional deixou de ter razão de ser, uma vez que estamos realizando eventos em vários outros estados.

JSF - Por que ações sociais são rea-lizadas pela Corpore? Quais são as que dão maior realização a Corpo-re? Por quê?Consciência do nosso papel dentro da sociedade em que atuamos é a obrigação de todos ajudar a saldar a dívida social, cada qual com seu instrumento. O nosso é o esporte, a corrida, com todos seus benefícios terapêuticos, preventivos, integrató-rios, lúdicos, prazerosos e econômi-cos, sendo que, realizamos:

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Janeiro/Fevereiro 2010

Amadeu Armentano presidende do Conselho Deliberativo da Corpore.

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Seu tênis não pode parar - arreca-dação de pares de tênis nas corridas e na sede da Corpore que depois se-rão encaminhados para entidades de atletas carentes;Guia Voluntário - inclusão de atletas deficientes nas corridas com acom-panhamento de guias voluntários;Gasolina diferenciada - a Corpore usa em seus eventos uma gasolina mais cara, mas que minimiza a po-luição;Reciclagem - todos os mate-riais recicláveis recolhidos nas provas são encaminhados para uma cooperativa de reciclagem;Doações nas corridas - algumas provas tem sua arrecadação rever-tida para instituições, além de doa-ções voluntárias no ato da inscrição.

JSF - Na sua opinião, o que leva este movimento em prol da saúde, através da corrida, crescer com tanta força e em tão grande quan-tidade no Brasil? Não acontece só no Brasil, é no Brasil também. É do ser humano querer melhorar, curar-se, prevenir-se, integrar-se. Somos animais so-ciais e gregários e a corrida de rua leva a isto. Para praticá-la, é neces-

sário quase que só querer. O investi-mento é pouco em relação aos lucros obtidos.

JSF - Hoje o que é a corrida na sua vida? Tenho 208 provas, lógico que existem corredores com um car-tel bem maior, mas, nem por isto, deixo de orgulhar-me com o meu, pelo tanto que me trouxe: amigos, saúde fí-sica e mental, exemplo para meus filhos, inclua-se meu genro e os netos que possam vir. Uma família amada e respeitada que é a Corpore, personificada no meu queri-do David Cytrynowicz e que é nosso grande instrumento de contribuição com o pró-ximo, visto que somos uma entidade sem fins lucrativos, somos de Utilidade Pública Municipal e Estadual, ini-ciando-se agora o processo para o reconhecimento Fe-deral. A Cúpula da Corpore, seus diretores estatuários, seus conselheiros, em todos os Conselhos (Deliberativo,

Fiscal, Técnico e Honorífico) traba-lham por puro ideal, por altruísmo, não sei se para outros ou se, em tra-balhando assim, estamos exercendo altruísmo para conosco. Temos um corpo de funcionários, que é profis-sional, a partir dos diretores, mas contando uma identidade indiscutí-

vel com nosso mister.Talvez aí, e só aí, resida nosso su-cesso. Espero de alguma forma ter cola-borado para o Jornal Sprint Final e que esta colaboração tenha sido, ao menos, proveitosa.

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Janeiro/Fevereiro 2010Entrevista

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Retrospectiva JSF

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Estiveram no Sprint Final... 1. Prefeito José Fogaça e Secretário João Bosco, En-trevista na TV Sprint Final (site). 2. Marilson do Santos, 6a e 15a edição. 3. Dr. Fernando Lucchese, 14a edição. 4. Lauro Quadros, 9a edição. 5. João Derli, Alexwandre Algeri e Vanderlei Cordei-ro de Lima, 6a edição. 6. Sérgio Xavier, 8a, 9a e 13a edição. 7. Mauro Renner, 17a edição. 8. Sérgio Bernardi, 3a e 15a edição. 9. Marcos Andrade, 17a edição. 10. Claudir Rodrigues, 1a edição. 11. Lúcia Bastos, 10a edição. 12. Carlos Simon, 7a edição 13. Carlos Dias, Dean Karnazes, Valmir Nunes, Paulo Ayres e João Gabbardo dos Reis, 2a edição.

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por Eduardo Cam-pelo. Graduado em Ed. Fisica. P ó s - g r a d u a d o em Fisiologia do Exercicio e em Exercicio aplicado para reabilitação Cardíaca e doen-

ças cronico-degenerativa. Mestrando em Ciência da Saúde - Cardiologia.

Hoje a participação das mulheres em provas de corridas, tanto de longa distância como de provas com distân-cias mais curtas, é cada vez maior, não só no Brasil, como em vários países. Dados comprovam que mais de 50% dos novos corredores são mulheres.

A participação oficial de mulheres em provas de corrida de longa dis-tâancia é nova do ponto de vista his-tórico. Segundo Newsholme (2006), essa participação foi autorizada so-mente na década de 1970. A primei-ra maratona olímpica para mulheres aconteceu somente em 1984, em Los Angeles, e foi ganha pela norte-ame-ricana Joan Benoit Samuelson, que completou a prova em 2h24min52s.

Dessa maneira, tendo em vista o crescimento da participação femi-nina nas corridas, é necessário, em busca do melhor desempenho e da diminuição dos riscos de lesões, de-vem ser elaborados treinamentos ba-seados nas características anatômi-cas e fisiológicas femininas, como:

Débito cardíaco - que é 10% in-ferior ao masculino, diminuindo o volume sistólico, fazendo com que menos sangue oxigenado seja disponibilizado aos músculos.Hemoglobinas – é em quanti-dade 10% menor nas mulhe-res, de modo que o transpor-te de oxigênio também é menor.Massa muscular e massa gorda – 30% menos de massa muscular que os homens e 10% a mais de gordu-ra corporal. Diferenças que acarre-tam em menor desenvolvimento de força muscular e maior sobrecarga.Capacidade Vital – volume máximo de oxigênio utilizável nos pulmões, e é 10% menor, fazendo com que a quantidade de oxigênio absorvida também seja em menor quantidade.Ciclo Menstrual – dados compro-vam que aproximadamente 39% das mulheres competidoras de ati-vidades de longa duração enfren-tam ou já enfrentaram problemas relacionados ao ciclo menstrual (estresse fisiológico e psicológico, tensão, cólicas, queda de desempe-nho, falta ou atraso na menstruação).Tendão de aquiles mais cur-to – importante para a im-pulsão durante a corrida.Quadril mais largo – o aumento do osso do quadril diminui a eficiên-cia mecânica porque mantém os

joelhos mais próximos um do ou-tro, como consequüência, a mu-lher gasta mais energia para correr.Seios Grandes – algumas mulheres evitam correr porque sentem um desconforto causado pelo tamanho dos seios, porém não há um impe-dimento para a prática da corrida a menos que sofram alguma problema de coluna que possa ser agravado com o impacto das passadas. Re-comendo um cuidado especial com a sustentação dos seios, procure mo-delos de “tops” que levem em conta a largura do ombro e o também dosseios, outra dica é dar atenção espe-cial para o fortalecimento dos múscu-los dorsais, que ajudaram na manu-tenção da postura durante a corrida.

A crescente evolução feminina no esporte competitivo mostra que elas estão melhorando suas marcas e recordes muito mais rápido que os homens, embora, devido às carac-terísticas fisiológicas e anatômicas, mostrarem que seja improvável que elas alcancem ou até os superem, a justificativa mais aceita para explicar a diferença entre os sexos na evolu-ção e melhora de perfomance nos es-portes em geral seria a tardia inclusão das mulheres em atividades competi-tivas, em níveis de treinamento mais altos, e a hábitos de vida que favo-reçam a melhora do seu rendimento.

Então, no que se refere a treina-mento, você, “ mulher “, não se pre-ocupe se não alcança a velocidade e a força no treino, comparando-se com aquele garoto que começou ontem e mesmo assim já corre em alta velocidade, ambos apresentam características físicas que resultam num rendimento físico diferente e inferior, porém o tempo de adapta-ção e percentual de progressão ao treinamento são muito similares. O volume de treinamento também deve ser ajustado, flexível, o ciclo mens-trual não deve ser deixado de lado, pois é importante no planejamento dos treinamentos, portanto, respeite a sua individualidade e peculiarida-de, quando treinar com homens, evite comparações, utilize-os para motiva-ção quanto a suas metas e perfomance.

Mulheres com todas as suas di-ferenças, com certeza, são respon-sáveis pelas corridas de rua estarem se proliferando e atingindo a popu-lações em geral. Elas incentivam, motivam, embelezam, dão um char-me a mais para as provas e treina-mentos. E, então, fica a mensagem neste ano: se você ainda não come-çou, o que está esperando? Desejo muitos km de treino e provas para todas, e que a qualidade de vida proporcionada pela corrida consiga atingir muito mais pessoas em 2010.

A Mulher Corredora

Adriano Bastos É Hepta Na Disney

O Maior vencedor da Maratona da Disney mostrou mais uma vez que não vai lá para brincadeira, faturando a prova que esteve com condições muito difíceis devido ao frio, chegou com o tempo de 2h22’10’’ em segundo lugar ficou Fredison Costa também do Brasil.

Nova coluna sobre corrida

Novo espaço sobre corridas de rua no jornal, é no diário de São Paulo, um dos três maiores em circulação na capital pau-lista, a coluna é escrita pela jornalista Ana Paula Alfano edito-ra do caderno “Viver” e corredora de carteirinha, ela foi uma das participantes no time da imprensa no Desafio 600k Nike. A co-luna batizada de “corre-corre” vai dar dicas para o pessoal das corridas, estreou no dia 17/01/10 e terá periodicidade semanal.

Calendário Fevereiro

9 Porto Alegre/RS Festival de Corridas (Noturna) Pista de Atle-tismo SOGIPA - CORPA

20 Torres - Tramandaí 6ª Travessia Torres Tramandaí Revezamento

21 Rio Grande Supermaratona de Rio Grande - 50 km

Março2 Porto Alegre/RS Festival de Corridas (Noturna) Pista de Atletis-

mo SOGIPA-CORPA8 São Paulo/SP Meia Maratona de São Paulo 21 Km

14 Porto Alegre/RS Circuito das Estações Adidas - Etapa Outono

21 Livramento/RS Circuito Minimaratonas SESC21 Porto Alegre/RS Track & Field Run Series - Porto Alegre28 Porto Alegre/RS Corrida de Aniversário de Porto alegre

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Palestra com Ricardo D’Angelo na Sogipa, JSF presente.

Descontração após a corrida.

Para saber tudo sobre corridas...

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São Paulo (SP) - Os africa-nos mantiveram a hegemonia na 85ª Corrida Internacional de São Silves-tre, disputada na tarde desta quinta-feira, com largada e chegada na Avenida Paulista. O queniano James Kwambai garantiu a segunda vitória consecutiva, enquanto Pasalia Che-pkorir, também do Quênia, venceu em sua estreia na competição, que reuniu o número recorde de 21.000 inscritos. A alagoana Marily dos San-tos foi a brasileira mais bem colo-cada, terminando em terceiro lugar, seguida da mineira Maria Zeferina Baldaia e da piauiense Cruz Nona-ta da Silva, que completou o pódio. No masculino, o brasileiro mais bem colocado foi o brasiliense Clodoaldo Gomes da Silva, que ficou em oitavo lugar. Kwambai, que vive o melhor momento de sua carreira, assumiu a liderança da prova no quilômetro 8, depois de o tanzaniano Martin Sul-le ter ficado na frente até o km 6. Kwambai não foi mais ameaçado até cruzar a linha de chegada, comple-tando os 15K em 44min40s. No feminino, Pasalia Che-pkorir esteve sempre no grupo da frente e, aos poucos, com ritmo forte, seguro e constante, abriu vantagem e venceu com 52min30 - 29 segundos de vantagem sobre a sérvia Olivera Jevtic, segunda colocada. Mais uma vez a São Silves-tre fez uma grande festa por ruas e

avenidas de São P a u l o . C o m t e m p e -ratura na largada do femi-nino de 32 graus e umida-

de relativa do ar em torno dos 48%, exatamente às 16h25, as atletas de elite mantiveram um ritmo forte no início, mas não foram concorrentes para Pasalia, de 21 anos, 1,42m e 37 kg, que no início de dezembro ga-nhou a Volta Internacional da Pam-pulha, também com muita facilida-de. Na véspera, na entrevista re-alizada no Hotel Hilton Morumbi, ela não teve medo em afirmar, com simplicidade, que ganharia a prova. "Corrida de rua é muito simples. É treinar bem e correr rápido. E eu treinei e estou correndo rápido para ganhar", disse a campeã da São Sil-vestre. A largada da categoria elite masculina e geral foi dada às 16h42, com um calor de 31 graus. Os três pri-meiros colocados foram quenianos: o bicampeão James Kwam-bai, Elias Che-limo (vencedor da Maratona de São Paulo e da Meia Marato-na do Rio deste ano) e Robert Cheruiyot, te-tracampeão da Maratona de Boston e que tentava também o tetra da São Silvestre. O pó-dio foi comple-tado por dois colombianos: Diego Colo-rado (quarto) e William Na-ranjo, quinto, a mesma coloca-ção obtida em 2008. Fel ic i -dade - Marily,

que repetiu o terceiro lugar no ano passado, dançou ao cruzar a linha de chegada. "Treinei para dar trabalho para as quenianas e alcancei o meu objetivo. Mostrei que com um bom treinamento podemos correr de igual para igual com as africanas", disse a atleta, que mora e treina na Bahia. Já Pasalia, mesmo com todo o otimismo mostrado na véspera e a boa atuação na prova, achou o per-curso muito difícil. "A corrida tem muitos aclives e declives, o que in-terfere um pouco no ritmo. Eu, pes-soalmente, não gosto de descidas", lembrou a campeã. "Fiz uma estra-tégia de ficar entre as primeiras até metade da prova e depois impor meu ritmo mais forte." Embora tenha vencido bem, o campeão do masculino pediu des-culpas por não ter conseguido um

tempo melhor. "Infelizmente não consegui fazer uma boa preparação este ano por ter me desgastado muito na Maratona de Nova York. Gostaria de ter vencido com uma marca me-lhor", disse James Kwambai. "Acho que a umidade alta me atrapalhou um pouco também. O momento mais difícil da prova foi no km 9, quando tive de deixar de vez o pelotão." Clodoaldo Gomes da Silva comemorou muito o fato de ter sido o brasileiro mais bem colocado. "Me sinto um vencedor", garantiu o atleta treinado por Adauto Domingues, que orienta também o bicampeão da Ma-ratona de Nova York, Marilson Go-mes dos Santos. "Estou tão feliz hoje como estava há quatro anos, quando terminei a São Silvestre em segundo lugar."

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Premiação RecordeA premiação total deste ano foi de R$ 139,6 mil, sendo que os campeões no masculino e no

feminino levaram para casa um cheque de R$ 28 mil. A com-

petição nunca reuniu um grupo tão forte de estrangeiros, o que

garantiu o alto nível técnico da corrida, e os brasileiros de destaque. Além disso, a prova

teve excelente organização, que não deve nada a nenhuma outra

no mundo.“Estou muito feliz com a evo-lução do evento, fruto de um trabalho de vários anos e que

atingiu um grau de excelência. Não tem como dizerem que a premiação não é atraente, que não há atletas de alto nível e

que a prova não é conhecida e reconhecida mundialmente”,

comentou Thadeus Kassabian, diretor de Operações da Yes-com. “É um caso de sucesso

tanto técnico como de marke-ting e mídia.”

Sérgio Shibuya/ZDL

James Kwambai e Pasalia Chepkorir vencem a 85ª São SilvestreQuenianos mantêm a hegemonia na tradicional prova paulistana

Hélio Nagai/ZDL

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A maratona é uma prova bastante exigente. A fim de atenuar “o sofrimento”, é importante levar em conta, além das ca-racterísticas individuais de cada um, fatores como clima, temperatura, altitude e umidade relativa do ar. A dieta tenta amenizar estes fato-res externos, para isso vamos entender duas complicações importantes: Hiponatremia: é a diminuição da concentração de sódio no sangue. Os sinto-mas mais leves são cansaço, náusea e con-fusão mental. A hiponatremia pode ocorrer devido a uma ingestão excessiva de líquidos ou uma não reposição adequada do eletróli-to sódio. A recomendação da quantidade de água a ser ingerida deve levar em conta a temperatura ambiente, a umidade e as carac-terísticas físicas de cada corredor. Preconiza-se em torno de 500ml/h, mas a quantidade de líquido a ser ingerida é crucial: muito pouco, desidrata e o excesso leva à hiponatremia. Problemas gastrointestinais: náu-seas e sangramentos gastrointestinais po-dem ocorrer em ultracorredores. A náusea pode ser acarretada por diferentes causas, como hiponatremia, desidratação, excesso de carboidratos durante a corrida e o estres-se da prova. O sangramento gastrointestinal também tem relação com o estresse físico e emocional e com a dieta.

ALIMENTAÇÃO ANTES - 2 semanas antes: evite cafeína, re-frigerantes e álcool. Mantenha um equilíbrio adequado de eletrólitos bebendo água e isotônicos. Au-mente a ingestão de carboidrato, de 60 para 70%, a fim de prevenir a depleção total das reservas de glicogênio e induzir a preserva-ção das proteínas com os dias sucessivos de treinamentos árduos; - 2 dias antes: não ingerir nenhum alimento estranho. Manter o de costume, aumentando as porções de carboidrato: pão com geleia ou mel, arroz, massa, milho, etc; - 2 horas antes: evite a ingestão de leite, prefira iogurte ou suco de fruta natural diluído em água mineral e mais frutas: sem casca semente ou bagaços. Evite fibras: ce-reais fibrosos, barras de cereais, pão integral e produtos de leite integrais e queijos ama-relos ou frios gordurosos; Melhor ingerir a última refeição pré-prova 2 a 3 horas antes da hora da parti-da: 75 a 100 gramas de hidratos de carbono. beber cerca de 300ml de água e isotônicos por hora, durante 2 ou 3 horas antes da pro-va, até 20 minutos antes.

DURANTE A PROVA 25 a 30 minutos após o início, ingira seu primeiro gel de carboidrato. Isto ajudará os

seus níveis de açúcar e de insulina do sangue a ajustarem-se ao seu exercício. Mantenha a ingestão de líquidos durante a corrida. É crítico o suplemento com “bebidas esporti-vas” as quais contém eletrólitos como sódio, potássio e magnésio. Os “sport drinks” va-riam sua composição de acordo com a marca – preste atenção nisso! Durante uma com-petição de Maratona a ingestão deve ser da ordem de 500 kcal/hora, preferencialmente fracionados a cada 20 minutos, para equi-librar a demanda, não permitindo saltos e quedas dos níveis glicêmicos.

NUTRIÇÃO PÓS-PROVA: há uma jane-la de 2 horas em que o seu corpo absorve-rá 100% da proteína e hidratos de carbono perdidos durante o exercício. Os primeiros 30 minutos são os mais críticos. O nível de absorção vai diminuindo ao longo da janela de 2 horas.

DIETA DE RECUPERAÇÃO No final da competição, o atleta é uma pessoa fatigada pela agressão física e psíquica da competição, necessitando, por isso, de uma alimentação especial que lhe permita uma completa e rápida recuperação. Durante uma competição ou treino intenso, o organismo gasta muitas das suas reservas energéticas. Além disso, acumulam-se no organismo muitas substâncias tóxicas resul-tantes do metabolismo, por isso o atleta de-verá ter certos cuidados na sua alimentação pós-competitiva, com o objetivo de aumen-tar as reservas orgânicas de glicogênio, gor-duras, vitaminas e sais minerais e eliminar o mais rápido possível as substâncias tóxicas acumuladas. Sugestão: aumentar o aporte de líquidos ao orga-nismo; a primeira refeição deve ser leve e rica em nutrientes: sopa de legumes, arroz, bata-tas ou massas; salada, limão e azeite; e fru-tas, de preferência ricas em potássio, como, por exemplo, banana, pêssego e laranja; o excesso de carne, logo após a prova, não ajudará o atleta a recuperar-se, já que é um alimento de difícil digestão e pobre em carboidrato, o qual é o nutriente mais gasto durante o esforço físico. Preferencialmente, inicie com os alimentos vegetais, pois além de serem alcalinizantes sanguíneos, são ri-cos em hidratos de carbono; em uma próxima refeição, as carnes se-rão bem-vindas, mas não se esqueça de que as primeiras 24h após a prova o organismo continua bastante debilitado.

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Uma maratona de maratonas nos Estados Unidos

Após uma viagem pelo deserto do Arizona, chegamos à Tucson. Esta prova tem como “propaganda” a chamada de quem quer bater seu recorde pessoal deve correr a Mara-tona de Tucson, pois, teoricamente, ela sai de um lugar mais alto e ter-mina mais baixo. No entanto, nas primeiras 9 milhas (15km), ela vai e volta pela mesma pista, ou seja, desce e sobe uma montanha, dei-xando as pernas “quentes”. Depois, começa a descer tão lentamente que não se percebe que é uma des-cida, numa pista monótona muito parecida com o retão da maratona de Floripa. Quase sem presença de

público e com um vento muito forte (não ficou uma placa de sinalização de distância de pé), é muito chata!Chamou-me atenção desde o mo-mento da largada a enorme quanti-dade de mulheres, confirmado com o resultado da prova: dos 1246 ma-ratonistas que chegaram 520 eram mulheres (42%), nunca examinei esta proporção nas provas do Brasil, mas achei muito alta. Provavelmente por influência da atleta e diretora da prova Pam Reed, duas vezes vence-dora na Geral (ganhou dos homens), a conhecidíssima prova de Badwater no Deserto da Morte na Califórnia. Nesta prova as mulheres mandam!

O Início em Santa Barbara 06 de dezembro

Tucson no Arizona 13 de dezembro

Largada em uma escola às 6h. A temperatura está em torno de 3 a 4 graus e quando retiro o agasalho e deixo no guarda volumes fico com muito frio. Chega então a notícia que, em função de um acidente, a polícia fechou a rodovia onde passaríamos e a largada fica-ria para as 7h. E o frio? Va-mos congelar? Recebemos então a orientação da direção: os corredores podem ocu-par a área interna da escola para se proteger do frio. Sem pressa, quase todos se movi-mentam para as salas de aula. Na minha, havia projetor de slide na mesa da professo-ra, trabalhos escolares pen-durados nas paredes, livros espalhados nas prateleiras e, quando somos chamados

para a largada, fica tudo exa-tamente como encontramos.Antes da largada, é lido o nome dos corredores (uma dezena), que estão de aniversário. Can-tamos HAPPY BIRTHDAY TO YOU e, logo após, o hino dos Estados Unidos. Largada e não preciso dizer, sem gritos, sem correria e sem atropelos.O percurso é difícil, pois San-ta Barbara fica num espaço entre montanhas e o mar. O trânsito totalmente controlado e, nos cruzamentos, os moto-ristas descem dos carros para aplaudir e incentivar os cor-redores. Nunca me senti tão respeitado numa maratona!Corro com grande entu-siasmo e faço melhor tem-po do ano com 3h30min.

Clermont na Flórida, em primeiro lugar na categoria.

Chegada Maratona de Tucson no Arizona.

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A prova é organizada por uma instituição composta por um hos-pital e um centro de treinamento. É como se a SOGIPA e o INSTI-TUTO DE CARDIOLOGIA esti-vessem integrados. Lá, atividade física é uma solução para os pro-blemas de saúde pública. O per-curso bem interessante e diferen-te para nossos padrões. São duas voltas de 21km numa área pe-quena sempre em trechos de vai e volta o que torna interessante a prova, pois os atletas ficam se en-contrando permanentemente tor-

nando as disputas bem acirradas. A largada e chegada ocorrem na pista olímpica do estádio da cida-de e o percurso ocorre quase 100% em passeios públicos sempre em subidas ou descidas. O único tre-cho plano é dentro da pista atlé-tica onde se dá uma volta no iní-cio, outra quando completa meia maratona e a última na chegada.Em torno de 100 atletas com-pletaram a prova. Somente três abaixo de 3h. Terminei a prova em 3h47min, 21º na geral e 1º na categoria com seis concluintes.

Clermont na Flórida 18 de dezembro

Terminada a prova de Clermont tem que sair correndo do hotel, pegar a estrada e viajar algumas horas para chegar em Jackson-ville. Mais de 4.000 inscritos, com largada oficial, hino na-cional americano e com um tiro de canhão, iniciamos a segun-da maratona do final de semana.O melhor percurso das mais de 50

maratonas que já realizei. Total-mente plano e sempre em áreas residenciais, à sombra de árvores, passando por parques, residências belíssimas, e algumas vezes, pela beira de um rio. É como se esti-véssemos correndo uma marato-na dentro de um enorme e super cuidado condomínio residencial. A cada milha (1,6 km), um reló-

gio digital informa o tempo par-cial de prova e, na chegada, na pista olímpica do estádio da co-munidade somos recebidos com um verdadeiro banquete que in-clui frutas, pães, biscoitos, di-versas barras de cereais, energé-ticos, sopa bem quentinha (devo ter repetido umas três vezes).Os objetos que deixamos no guar-

da volumes da largada estão cui-dadosamente colocados em ordem numérica no gramado do estádio e não é necessário pessoal para fi-car cuidando e entregando. Cada atleta procura e pega sua sacola, quase todas com telefone celular, máquina fotográfica e agasalhos. Tudo em ordem, não falta nada.

Jacksonville na Flórida 19 de dezembro

O Parque onde ocorre a marato-na está totalmente tomado pela neve. A organização é inédita: não tem hora para largar e nem

para chegar. Cada um deve in-formar, ao terminar os 42km, o seu tempo na Internet. Isto no Brasil é impensável. Um fiasco.

Philadelphia na Pensilvânia 24 de dezembro

A prova começa às 14h30min. A temperatura chega a 10 graus ne-gativos e com duas horas de pro-va começa anoitecer. A água ser-vida aos atletas congela, a boca e a língua dormentes impossibi-litam a fala. As luvas congelam

literalmente e não adianta correr com duas calças, duas meias, duas tocas e três camisetas. A sensação é de que se está correndo pelado. Na chegada, somos recebidos em um Ginásio aquecido com sopa quente e uma verdadeira festa.

Springfiel no Missouri 27 de dezembro

São 4 maratonas em 4 dias conse-cutivos. Estas provas são organi-zadas para uma clientela especí-fica: os Marathon Maniacs. Elas ocorrem em parques ou calçadão nas praias, são bem organiza-das, mas simples, com poucos

participantes. Tinha muita ex-pectativa para saber como o or-ganismo reage numa prova com estas características. Felizmente, a reação foi ótima: sem lesão, sem dor muscular, sem bolhas.

Quadzilla de Los Angeles31 de dezembro, 01-02-03 de janeiro

Nunca vi tantos brasileiros fora do Bra-sil. O hotel, dentro do parque da Disney, estava to-mado por brasileiros, os funcionários são estagi-ários de outros países (a maioria brasileira). Uma festa com mais de 33.000 participantes. Muitos fazem o desafio do Pateta: meia maratona no sábado e mara-tona no domingo, o que dá direito a premiação especial. A melhor organização de todas provas em que participei. O incentivo aos atletas é permanente, a distribuição de água, isotônicos e carboidratos é abundante, o percurso é plano, não tem cruzamentos com veículos e a chegada é inesquecível. Neste ano, a temperatura foi a mais baixa da história da prova, mas o vencedor continuou o mes-mo, o brasileiro Adriano Bastos – o Campeão da Disney.

A Última: Maratona da Disney em Orlando na Flórida 10 de janeiro

Primeiro dia da Quadzilla (4 maratonas em 4 dias) - Segundo lugar na categoria na Praia em Los Angeles (Huntington Beach)

Correndo na Neve na Philadelphia - Pensilvânia

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