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JORNAL OFICIAL DO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE SALVADOR - SUPERMERCADOS Nº 134 - ABRIL/2012 Comerciários celebram 25 anos da greve geral história do Paes Mendonça Página 3 Sintrasuper discute Lide Simulada em Audiência Pública Página 3 Atacadão - Barros Reis Extra Rótula Sindicato leva Campanha Salarial 2012 aos supermercados | Página 2 Chegou a hora de construir a greve nos supermercados

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Page 1: JORNAL OFICIAL DO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE … · LANCHE AO INVÉS DE ALMOÇO Segundo pesquisa realizada por empresas de fornecimento de vales- -refeição, Salvador é a quinta

JORNAL OFICIAL DO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE SALVADOR - SUPERMERCADOS Nº 134 - ABRIL/2012

Comerciários celebram 25 anos da greve geral história do Paes Mendonça

Página 3

Sintrasuper discute Lide Simulada em Audiência Pública

Página 3

Atacadão - Barros Reis

Extra Rótula

Sindicato leva Campanha Salarial 2012 aos supermercados | Página 2

Chegou a hora de construir a greve nos supermercados

Page 2: JORNAL OFICIAL DO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE … · LANCHE AO INVÉS DE ALMOÇO Segundo pesquisa realizada por empresas de fornecimento de vales- -refeição, Salvador é a quinta

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Chegou a hora de construir a greve nos supermercadosApós assembleia realizada em

22/3, os comerciários decidiram que vão construir as greves nos super-mercados de Salvador. Foram vá-rias as tentativas de negociações com as entidades patronais, mas as propostas de aumento oferecidas não condizem com a economia, com o crescimento do setor nem com a realidade vivida pelos trabalhadores no ambiente de trabalho. Os pa-trões ofereceram 5,47% de reajuste, percentual menor que a inflação de 2011, que foi de 6,5%.

CRESCIMENTO DO SETORSegundo dados do Dieese, o se-

tor cresceu 62,74% de 2005 a 2011. Neste mesmo período os reajustes salariais ficaram na casa de 47,51%, pouco mais da inflação, que ficou em 43,45%, com 71% de rotatividade. O segmento tem se beneficiado com o crescimento da economia em se-guidos anos, inclusive no período de forte crise econômica mundial.

Caso não haja propostas decen-tes, o peixe da semana santa ficará comprometido, porque os trabalha-dores vão cruzar os braços e parar as atividades nos supermercados de Salvador. “Vamos organizar as gre-ves relampagos nas lojas até que os patrões se sensibilizem e ofereçam propostas de reajustes dignas. O profissional do setor precisa ser va-lorizado. A oferta dos patrões sequer corresponde a inflação de 2011, e o aumento precisa contemplar a infla-ção, o crescimentos do setor, a pro-dutividade e a rotatividade para ga-rantir ganhos reais com elevação do poder de compra. Além disso, preci-samos tratar de outras questões do ambiente de trabalho que as empre-sas se recusam a resolver. Assuntos que precisam ficar acordados em Convenção Coletiva”, destacou Adil-son Alves, presidente do Sintrasuper.

PROBLEMAS E QUEIXASNo setor os pisos estão defasa-

dos e comerciários com anos de experiência estão ganhando salário mínimo. A carga horária é extensa; os trabalhadores sofrem com as más condições de trabalho e muitas lojas sequer oferecem água potável para consumo dos seus colaboradores. Além disso, equipamentos e mobi-

liários estão prejudicando a saúde dos profissionasis, que se acidentam e muitas vezes ficam afastados das suas atividades, devido a falta de res-ponsabilidade das empresas. Consi-derado o pior setor do comércio para o trabalho, nos supermercados são constantes também: assédio moral; perseguição por parte das chefias; sobrecarga de trabalho; desvio de função; entre outros.

Os EPIs fornecidos são insuficien-tes e constantemente os profissio-nais são vítimas das más condições dos equipamentos, que se quebram e acidentam os trabalhadores.

TRABALHO ESCRAVOLabora-se de domingo a domingo

e feriados, sem direito a lazer, vida familiar e social, e os valores pagos por esses dias são insignificantes, e ainda por cima encontram-se conge-lados há mais de um ano.

LANCHE AO INVÉS DE ALMOÇOSegundo pesquisa realizada por

empresas de fornecimento de vales--refeição, Salvador é a quinta cidade mais cara do país para a alimentação fora de casa, com custo médio de R$ 29,90 por refeição. Os números de-monstram e a realidade confirma, os comerciários dos supermerca-dos acabam substituindo a refeição pelo lanche, diante do valor do ticket fornecido pelas empresas, que é de R$ 6,00 com proposta de aumento para R$ 6,50. Uma das propostas da Campanha Salarial 2012 diz respeito a construção de novos restaurantes do Sesc, para que o comerciário pos-sa se alimentar de forma digna sem comprometer sua saúde.

DEMISSÕES

Para diluir os reajustes negocia-dos entre entidades patronais e sin-dicais, os supermercados promo-vem uma grande rotatividade em seu quadro de pessoal e demitem cerca de 10 mil profissionais por ano, dados do setor de homologa-ções do Sindicato. “São as chama-das demissões seletivas, ou “turn over”, quando trabalhadores mais qualificados e mais antigos são de-mitidos em massa para reduzir a fo-lha de pagamento. Uma prática an-tiga no comércio. Com a expansão da economia nossa expectativa era de diminuição das demissões, mas, ao contrário, elas aumentaram”, afirmou José Evangelista Rios, di-retor do Sindicato e coordenador do Centro de Estudos Sindicais (CES). Entre as empresas campe-ãs de demissões estão: BomPreço/Walmart, Ebal, GBarbosa e Extra, justamente onde são encontrados os maiores problemas.

Comerciários em assembleia no Sindicato

RedeMix - Imbuí

GBarbosa - Iguatemi

Extra Rótula

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Comerciários celebram 25 anos da greve geral histórica do Paes Mendonça

Sintrasuper discute Lide Simulada em Audiência Pública

O Sintrasuper esteve pre-sente na audiência pública (13/3) promovida pelo Mi-nistério Público do Trabalho (MPT) que teve como tema central o debate a cerca da Lide Simulada, que nada mais é que um falso conflito levado à justiça entre empre-gado e empregador.

A Lide Simulada ocorre quando a empresa encami-

nha o trabalhador para dar en-trada em processo trabalhista na Superintendencia Regional do Trabalho (SRTE). Quando, de acordo com a Lei, todo tra-balhador com mais de 1 ano de trabalho deve ser encami-nhado ao Sindicato, para que seja garantido os seus direitos trabalhistas. Ao realizar a Lide Simulada e obter o acordo judicial com quitação total do contrato de trabalho, o traba-lhador frustra todas as possibi-lidades de reclamar qualquer outro direito.

HOMOLOGAÇÃO LEGALO Projeto Homologação

Legal do MPT, que tem a frente uma comissão de pro-

curadores para coibir a prá-tica da Lide Simulada, tem como objetivo minimizar o comportamento de parte do empresariado do comércio, que desemprega, retarda o pagamento indenizatório, tira proveito da morosidade da justiça, busca acordos e fle-xibiliza direitos garantido dos trabalhadores.

COMISSÕES POR FORANo comércio de Salvador

existe uma prática antiga que o Sindicato vem combatendo, são os pagamentos de co-missões por fora. Com isso, as empresas se isentam dos direitos trabalhistas que de-veriam ser aplicados em cima

destas comissões. Além dis-so, muitas vezes descontam do trabalhador INSS e taxas sindicais e não repassam aos devidos órgãos, fato que só é verificado no momento da homologação no Sindicato. ”O Sintrasuper vem acom-panhando e denunciando há muitos anos as práticas abusivas das empresas do comércio de Salvador, que demitem e dificultam o paga-mento de direitos e ainda se favorecem da situação de fra-gilidade do trabalhador, que encontra-se sem trabalho e sem receber pagamento para quitar suas despesas”, desta-cou Adilson Alves, presidente do Sintrasuper.

Este mês os comerciários e co-merciárias de Salvador tem um gran-de aniversário a comemorar. São 25 anos da greve geral do Paes Men-donça, realizada pelos trabalhadores que viviam em condições ainda pio-res que as de hoje no ambiente de trabalho. Em 1987, com uma inflação que beirava os 400% ao ano, a rede monopolizava o setor na Bahia, pa-gava salários extremamante baixos e tratava seus colaboradores como verdeiros escravos.

68 LOJAS FECHADASApós assembleia geral, a catego-

ria decidiu parar as atividades, e cer-ca de 99% de um total de 18 mil tra-balhadores cruzaram os braços. Ao todo foram 68 lojas fechadas, com negociações que duraram 3 dias e 3 noites, iniciando na sede da rede, no comécio, encerrando na Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “Fiquei emocionado quando vi aquela multi-dão caminhando do Porto Seco Pi-rajá em direção às lojas para serem fechadas, meu sentimento era de união e fortalecimento para buscar nossos direitos. Parecia uma procis-são, mas tratava-se da “revolta dos comerciários do Paes Mendonça”, afirmou Evilásio Santos Lima, que na época trabalhava na rede como atendente de alimentos e atualmen-te é tesoureiro do Sintrasuper.

COMERCIÁRIO MULTIFUNÇÃO

Os problemas eram muitos. Na época, a rede não fornecia alimen-tação; não pagava a hora extra tra-balhada; não havia plano de saúde e os balanços eram feitos aos do-mingos, sem o pagamento do dia. Também não havia definição de trabalho por função, e todos faziam tudo, desde limpar chão, descar-regar caminhão de mercadorias e lavar banheiros. Após a greve, os trabalhadores conquistaram direito a alimentação e plano de saúde; as funções foram definidas com orien-tações da DRT; as horas extras passaram a ser pagas assim como os balanços.

MARCO HISTÓRICO

Com a paralização muitos benefí-cios foram conquistados e deu início em Salvador as grandes lutas da ca-tegoria. Demonstrou que a união faz a força, e que cada um deve fazer a sua parte para que todos sejam beneficia-dos. “Os comerciários do século XXI deveriam seguir o exemplo dos traba-lhadores da rede Paes Mendonça de 1987, quando houve uma grande de-monstração de consciência de classe para vencer na luta por melhores con-dições de trabalho, salário s e ambien-te de trabalho saudável”, afirmou Adil-son Alves, presidente do Sintrasuper.

Comerciários tiveram espaço na audiência

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PLANTÃOMAIS UMA VEZ A EBAL

Na rede não há segurança privada e as lojas são constantemente assal-tadas. Além dos assaltos com armas de fogo, acontece a todo o momento pequenos furtos por parte dos bandi-dos, que roubam e ainda ameaçam os trabalhadores. Quanto aos domin-gos, tem funcionário trabalhando três ou quatro seguidos sem folga. Além disso, a empresa não paga os tickets dos balanços feitos nos domingos após fechamento da loja e em algu-mas delas os comerciários trabalham mais de 12 horas por dia sem direito a almoço ou janta. Com a redução do quadro, o trabalhador que abastece a loja é o mesmo que opera o caixa, que passa cartão, que limpa a loja, confere caminhão, recebe pagamen-tos de serviços, e a maioria sequer tira hora de almoço.

Como se não bastasse, lojas quentes; cadeiras quebradas; falta de carros para conduzir mercadorias para loja; escadas e rampas impró-prias (funcionário tem que carregar fardos (ex: liberdade, itapuã, dester-ro); as balanças ficam atrás dos ope-radores de caixa; monitores em locais impróprios; etc. O que é isso Ebal?

PROBLEMAS NO ATACADÃOAs atividades serão paralizadas

caso as condições de trabalho na empresa não melhorem. Os comer-ciários não vão aceitar mais humilha-ções; perseguições e jornada de tra-balho abusiva, que estão adoecendo os trabalhadores. Ainda tem: desvio de função; negação do espelho de ponto; obrigação dos caixas de repor as mercadorias nas prateleiras, entre outros. Sem contar que as garrafas términcas usadas para o fornecimen-to de água não são lavadas e não são fornecidos copos. Assim não pode!

Não podemos esquecer das ad-vertências e suspenções abusivas e arbritárias para aqueles que não

concordam com os abusos e querem fazer ressalvas. Há também o rea-juste nos valores do plano de saúde, modificado para co-participativo sem comunicação aos trabalhadores. Que absurdo Atacadão!

MERCANTIL RODRIGUESA empresa não está fornecendo

os cartões do plano de saúde dos de-pendentes. Após reunião com o Sin-dicato, foi garantido o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a empresa publicou no mural o pagamento de 50%, porém não disse quando. Ainda atrasa o pagamento dos domingos e feriados. Vamos es-clarecer isso!

PROBLEMAS NO GBARBOSA

No GBar-bosa a situ-ação beira o caos. Com a desculpa de reduzir custos, a ge-rencia desliga o ar condicionado e promove uma onda de calor insupor-tável. Como se não bastasse, a rede não respeita a Convenção Coletiva quanto a fardamento; trabalho aos domingos e folgas antecipadas. Os profissionais tem hora para entrar no serviço e não tem hora para sair, e chegam a trabalhar 14 horas por dia, todos os dias. Trabalham 3 domingos seguidos, quando a Convenção pre-vê 2X1.

PLR e registro de pontoContrariando as pressões das

chefias para alcançar as metas, no GBarbosa quando o assunto é Par-ticipação nos Lucros e Resultados (PLR) nada se ouve. Há quase 3 meses o ponto eletrônico da loja está com defeito. Com isso, o registro de horas fica constantemente negativo mesmo com a sobrecarga de traba-lho.

FardamentoQuanto ao fardamento, a Con-

venção Coletiva prevê o forneci-mento de 3 fardas ao longo do ano. Mas, além de não fornecer, o GBar-bosa exige uso completo, obrigando

os trabalhadores a comprarem com seus recursos calças, cintos e sa-patos. Vamos conversar!

CODICAL AUTUADAA Superitendência Regional do

Trabalho constatou irregularidades no Registro, descanso e salário dos trabalhadores. Assim não dá Codical!

ATAKAREJOO Sindicato vem denunciando os

diversos problemas que a empresa insiste em não resolver. Entre eles: alimentação; operadores de caixa acometidos por LER/Dort obrigados a trabalhar normalmente; trabalha-dores estão levando choque eletrico nos caixas; mudanças de horário são constantes; carga horaria abusiva e o fardamento não é fornecido para to-dos os trabalhadores. Nosso jurídico já foi acionado!

MAIS UMA DO WALMARTAs traba-

lhadoras da frente de cai-xas sofrem perseguições, assédio mo-ral e pressões psicológicas, principalmente aquelas que retornam do INSS por acidente de trabalho ou doença ocupacional. A lider fica mudando as trabalhadoras de horário todos os dias para que elas não tenham condições de fazer o tra-tamento fisioterápico. O sindicato já esta tomando medidas contra esses absurdos.

Como se não bastasse, a rede au-mentou o valor do lanche e da refeição em mais de 300%, mas quando é para aumentar o salário do trabalhador o percentual não ultrapassa 6%. E tem mais! A empresa fornece copo de acrí-lico frágil para uso do profissionais e quando danificados não são repostos.

HIPERIDEAL STELLA MARES

A rede colocou câmeras no vesti-ário que é pequeno, tem apenas três chuveiros e não tem espaço suficiente para a quantidade de trabalhadores, que estão usando o armário para se trocarem.

Coordenação Política: Adilson Alves, Antônio Suzart, Jaelson Dourado, Marcelo Bezerra, Renato Ezequiel, Reginaldo Oliveira e Rosa de Souza; Coordenação de Imprensa: Alfredo Santiago, Edvã Galvão e Cláudio Mota; Fotos: João Ubaldo e Arquivo do Sindicato; Jornalista Responsável: Gilmara Iglesias (Reg. DRT 2986); Editoração eletrônica: Jessica Coelho; Editor de Video: Ricardo Santiago; Assessora: Estela Maria. www.comerciariossalvador.com.br / [email protected] Tel: 3555-3300 / Fax: 3555-3348.EX

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