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PRIMEIRA QUIZENA DE AGOSTO Endereço eletrônico: http://geografiaaplicada.blogspot.com/ E-mails: [email protected] - [email protected] Áreas de atu- ação: Desastres Ambientais Circulação Erosão Formação de pessoal em técnicas ambi- entais Disseminação da Informação Geográfica Nesta Edição: Modelagem do relevo: falésias em João Pessoa Pag. 6 Editoração e arte Pag. 9 Efeitos e Sons da Tecnologia Pag. 5 Jornal Geografia Aplicada A profissão em nível superior deve contemplar três níveis bem dis- tintos: propedêutico; instrumental e operacional. Isso para buscar não apenas a competência e habilitações, mas fundamentalmente o exercício com habilidades bem determinadas para uma atuação mais eficiente e eficaz na sociedade e no mercado. A lei do geógrafo, 6664/79 regu- lamenta a profissão. E no artigo 3º estabelece as competências e insi- nua as habilitações,, porém as ha- bilidades não estão expressas em leis, elas são o resultado das ha- bilitações que hoje estão muito bem estabelecidas pela Resolução CON- FEA/CREA 1010/2005 Pag.2 Questionamentos sobre a Profissão Geógrafo O Brasil está na vi- trine das potências regionais emergen- tes, principalmente após essa “poro- roca” de PAC’s. Em Rondônia duas grandes obras movi- mentam a economia e o imaginário local; as construções das Geografia de Rondônia – Um Breve Olhar sobre o Desenvolvimento Econômico e Social do Estado em Uma Perspectiva Geo-Histórica usinas hidrelétricas de Jirau e Santo An- tônio, no município de Porto Velho. Elas con- jecturam o sonho de progresso, desenvolvi- mento econômico e esperança para um Es- tado pouco lembrado e fortemente marcado pelas atividades ag- ropecuárias. Pag. 4

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Page 1: Jornal Geografia Aplicada - Departamento de Geociências ...paulorosa/boletim/Vol.(5)_N.9.pdf · esperança para um Es- ... é muito solicitado porque isso é um indicador que tu

PRIMEIRA QUIZENA DE AGOSTO

Endereço eletrônico: http://geografiaaplicada.blogspot.com/ E-mails: [email protected] - [email protected]

Áreas de atu-

ação:

D e s a s t r e s Ambientais

Circulação

Erosão

F o r m a ç ã o de pessoal em técnicas ambi-

entais

Disseminação da Informação

Geográfica

Nesta Edição:

Modelagem do relevo:

falésias em João Pessoa

Pag. 6

Editoração e arte Pag. 9

Efeitos e Sons da

Tecnologia Pag. 5

Jornal Geografia Aplicada

A profissão em nível superiordevecontemplartrêsníveisbemdis-tintos: propedêutico; instrumentale operacional. Isso para buscar nãoapenasacompetênciaehabilitações,mas fundamentalmente o exercíciocom habilidades bem determinadaspara uma atuação mais eficiente eeficaz na sociedade e no mercado.A lei do geógrafo, 6664/79 regu-lamenta a profissão. E no artigo 3ºestabelece as competências e insi-nua as habilitações,, porém as ha-bilidades não estão expressas emleis, elas são o resultado das ha-bilitaçõesquehojeestãomuitobemestabelecidas pela Resolução CON-FEA/CREA nº 1010/2005 Pag.2

Questionamentos sobre a Profissão Geógrafo

O Brasil está na vi-trine das potências regionais emergen-tes, principalmente após essa “poro-roca” de PAC’s. Em Rondônia duas grandes obras movi-mentam a economia e o imaginário local; as construções das

Geografia de Rondônia – Um Breve Olhar sobre o Desenvolvimento Econômico e Social do Estado em Uma Perspectiva

Geo-Históricausinas hidrelétricas de Jirau e Santo An-tônio, no município de Porto Velho. Elas con-jecturam o sonho de progresso, desenvolvi-mento econômico e esperança para um Es-tado pouco lembrado e fortemente marcado pelas atividades ag-ropecuárias. Pag. 4

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2 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

Por Paulo Rosa e Lenilson Aprofissãoemnívelsuperiordevecontemplartrêsníveisbemdistintos:propedêutico; instrumental e op-eracional.Issoparabuscarnãoap-enasacompetênciaehabilitações,mas fundamentalmente o exercíciocomhabilidadesbemdeterminadasparaumaatuaçãomaiseficienteeeficazna sociedadeenomercado.A lei do geógrafo, 6664/79 regu-lamenta a profissão. E no artigo3º estabelece as competências einsinua as habilitações, porém ashabilidades não estão expressasem leis, elas são o resultado dashabilitações que hoje estão muitobem estabelecidas pela ResoluçãoCONFEA/CREA nº 1010/2005. Secomeçarmosaolharcommaior acuidade para essa questãopoderemos ver que as habilidadessão o exercício com instrumentose ferramentas. Nesse caso, temosque ver as predisposiçõesde cadaumemrelaçãoaocampoquevaiat-uar.VejocomcertanitidezqueparaaGeografiahácategoriasprofission-ais bem estabelecidas, a primeiradelaséoensino,daíentãoháane-cessidadedeutilizaçãodetodouminstrumental e uma ferramentariaoriundadapsico-pedagogiaedidáti-ca.Numoutropatamar,vejoqueháumacategoriaqueéafisiografiadapaisagem(muitovinculadaàsciên-cias: climatologia, geomorfologia;dentre outras chamadas como físi-cas),nessecaso,osinstrumentoseferramentassãorelativamentebemdiversificados. Os trabalhos nessaáreasãoosdiagnósticosqueanun-ciamaverificaçãodeconformidadecom o que está estabelecido pelaciênciatantocomoleiouaxioma.Te-moscomoexemploageomorfologia,ciênciaquerequerumestudomaisprofundo do comportamento geo-métrico das formas do relevo, por

ficas e uso adequado do GPS. Essa explanação permi-tiu te clarear no que você realçana sua angústia “tenho tido al-gumas dificuldades, no sentidode não saber como iniciar umanegociação a respeito da ex-ecução do serviço, bem comoda cobrança pelo mesmo”. Quanto aos teus question-amentos precisamos ver em quehabilidadevocêécapazdegarantiraoclienteumdeterminadoproduto. Lenilson- Como calcular oshonorários pelo serviço presta-do? Faço isto baseado na área/espaço de abrangência do ser-viço ou baseado no tempopara realização do serviço?Profº Paulo Rosa - Primeiro te-mos que ver qual é o produtoque está sendo solicitado. De-pois temos que ver os custos,incluindo outros profissionais,pois dificilmente fazemos um tra-balho sozinho. O custo para ex-ecução de um serviço é semprebom ter, pois não podemos darum preço a um produto se nãosoubermos o tamanho do custo. Lenilson - Em média,quanto o geógrafo está cobran-do por hora? Quem define isto:é o próprio profissional ou a en-tidade de classe dos geógrafos?Profº Paulo Rosa-Tudodependedastuashabilidades,vejasevocêé muito solicitado porque isso éum indicador que tu é bom emalgum assunto. Logo quando ésprocuradodeveslevaremcontaoquesignificaocustodoseutempoparadaratençãoaalguém.Nessecaso,otempoestárelacionadoaosentido profissional, ou seja, sevaisdar informaçõesqueservirãopara alguém usufruir profissional-mente,issotemqueservalorizado.

issoháanecessidadedautilização,por exemplo, de equipamentos deleitura topográfica e, naturalmentedoGPS. Jánaclimatologiaháane-cessidadedautilizaçãodeplanilhasestatísticas, isso para o tratamentodos dados coletados e consequent-ementedeverãoseranalisados,eas-sim por diante. Numa outra catego-ria,essatambémrequerdiagnosticaré a antropogeografia, nesse caso odiagnósticonãodeveráseranalítico,porémdescritivo,masfazendoascor-relaçõesdaquestãosocialeculturalcom o espaço em que o fenômenoestáocorrendo.Outracategoriatam-bémmuitotrabalhadanaGeografiaeageoeconomia,quetambémrequerum diagnóstico descritivo das rela-çõesde estruturapopulacional comas questões diretamente proporcio-naisàproduçãoeaoconsumo. Essascategoriasnãosãoanalíticas

elassãodescritivas,masparaqueadescriçãosejamaiscoerenteecomníveisdeconfiabilidadeelevadaelasrequeremduasoutrascategoriasquesão de fundamental importância; Aprimeira significa a metodologia naprodução dos relatórios e, a outracategoriase refereaoque já foide-nominadodegeomensura,ouseja,amensuraçãodolugaroudofenôme-no,nessecasoserequerhabilidadesnousoetratodeequipamentoscom-putacionais e ferramentas topográ-

Questionamentos sobre a Profissão Geógrafo

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3 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

Quem então dá o preço é você.Lenilson - Para prestar ser-viços como geógrafo autônomo,é preciso criar um CNPJ especí-fico (que pode ser meu próprionome) ou isto é dispensável?Profº Paulo Rosa-OteuCPFjáé válido, porém dependendo doserviçoéconveniente recolheroISS (ImpostosobreServiços),noentantoéconvenienteconversardiretamente com um Contador.

Lenilson-Caso,sejanecessáriogerar umCNPJ, é obrigatório terum bloco de notas fiscais paraentregar a um cliente, se elesolicite nota fiscal como com-provante de pagamento e real-ização do serviço geográfico?Profº Paulo Rosa - Normal-mente quando o pessoal fazum serviço eles assinam umcontrato, e neste contrato o de-mandante se compromete arecolher a ART junto ao CREA.

Lenilson-Nogeral,comoéquetemaparecidoassolicitaçõesdeserviços geográficos na PB? Émais como mapeamento, diag-nóstico, o que? Queria ter umanoção de como vão as necessi-dadesdomercadoporaí,paraob-servarmelhorascoisasporaqui.Profº Paulo Rosa - Existemas perícias que sou solicitado,porém como falei não tenhocondições de resolver os assun-tos sozinho, solicito que o de-mandante contrate os serviçosdosprofissionaisqueindico.Essasituaçãoestáacontecendoagoracomumserviçoqueestásurgin-do emBrasília - DF.Nesse casoentrarei como consultor paraelaborarumdiagnósticoambien-tal,ondeháumadegradaçãoal-tamentepoluenteeéprecisoserfeito um diagnóstico com laudo

técnicopericial.Nessecasohaveráinclusivetécnicodaquímicaambi-entalparaafirmarounegarseháounãopresençademetaispesa-dos na área periciada. Essa perí-cia está vindo encomendada porumescritóriodeadvocaciadoDF.TenhofeitoalgumasperíciasparaaJustiçaFederal,masnãoénegócionãopoiselesnãotemrecursosparapagar os técnicos assistentes e aresponsabilidadeémuitogrande,écomoseoserviçonãoterminasse.

Lenilson - De antemão, vejo quepor aqui no sul do Estado daBa-hia, tenhouns colegas realizandogeorreferenciamento em proprie-dades rurais. Estou vendo se háespaço para eu fazer estes ser-viços também.Fuià inspetoriadoCREA e o atendenteme informouqueparafazeressesserviçosserianecessário ter um curso comple-mentareestarhabilitadoafazê-lo.É isso mesmo? Nenhuma discip-lina de cartografia que pagamosna UFPB cobre essa exigência?Profº Paulo Rosa - Tentei fazercomquevocês tivessemessaha-bilitação, porém não consegui.Consegui na época que uma tur-ma ainda tivesse alguns quesitospára atender a lei 10267/2002queserefereaoparcelamentodeáreas rurais, mesmo assim, comessa turma foram poucos menosde10alunosporturmafizeramasdisciplinas: Topografia aplicada àGeografiaeaoutra foi Introduçãoa Geodésia, mesmo assim comessas disciplinas os EngenheirosAgrimensores conseguiram em-purrar uma resolução dentro doINCRAqueoparcelamentodosoloruraldeveriaserparaquemtivesseuma complementação curricularou se conseguisse referendo detrabalhos já realizados na área.Lenilson - Em relação às aulas

na UFPB, tem comomontar umadisciplina chamada “Atuaçãoprofissional” ou “Deontologia”Profº Paulo Rosa -Eucreioquefalta muita coisa para que a for-maçãodogeógrafoaquinaUFPBseja mais bem contemplada,apesar de que considero o cursobem avançado, porém de formaacadêmica e não profissional.Bem, isso nãome deixamuito avontade para lecionar disciplinascomoessas.ApesardequeestoulecionandoagoraparaocursodeEngª Ambiental e fazendo muitaforçaparaqueasdisciplinasquetrabalhonaquelecursosejadadotambém para a Geografia, infe-lizmente tive umanãomuito boaexperiência,poishaviadezalunosda engenharia e dez da geogra-fia queme pediram para fazer adisciplina, porém desses últimosdezapenasseisterminaram.Issome preocupa, pois a tônica aquiagora é fazer omestrado, o dou-toradoedepoisficaravernavios.

Lenilson - Outra coisa, semanapassadasaiuo resultadodocon-curso do CREA-RJ. Fui aprovado.Por enquanto, estou na 2ª colo-cação, conforme resultado par-cial da classificação geral. Creioque nesta semana saia o resul-tado definitivo e a homologaçãodo concurso. Como é um con-curso para cadastro de reservapode ser que eu seja chamadosomenteapartirdoanoquevem.Profº Paulo Rosa - Veja só, tuésmuito jovem,por isso todaex-periência é válida, e ainda maisque não tens filho(s) e esposacomcasaparaassumiroutrasre-sponsabilidades extra profissão,por isso deves se engajar paravaler nas experiências profis-sionais que forem aparecendo.

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4 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

O Brasil está na vitrine das potências regionais emergen-tes, principalmente após essa “po-roroca” de PAC’s. Em Rondônia duas grandes obras movimentam a economia e o imaginário local; as construções das usinas hidrelé-tricas de Jirau e Santo Antônio, no município de Porto Velho. Elas conjecturam o sonho de progres-so, desenvolvimento econômico e esperança para um Estado pouco

lembrado e fortemente marcado pelas atividades agropecuárias. Esse fenômeno não é novidade, pois durante o processo de surgi-mento do hoje Estado de Rondônia, outros projetos desenvolvimentis-tas aguilhoaram o desejo de con-solidação do crescimento local. Um exemplo foi a construção da Estrada de Ferro Madeira Ma-

moré, que no início do século XX, movimentou o oeste amazônico com a chegada de trabalhadores de diversas partes do Brasil e do resto do mundo. O hoje, município de Porto Velho, na época apenas uma vila, respirou por pouco tem-po os ares das urbes européias, semelhante à Manaus durante o 1º ciclo da borracha. Povoados surgiam nas proximi-dades de Porto Velho, motivados pelo capital gomífero que circulava na região. A vila de Santo Antônio

era a mais movimentada devido à grande quantidade de alojamentos das diversas empresas que trabal-haram na construção da temida “ferrovia do diabo”. Bebedeiras, confusões e muitos assassínios faziam parte da realidade local da época. Hoje com a construção das hi-droelétricas no Rio Madeira, vemos

Geografia de Rondônia – Um Breve Olhar sobre o Desenvolvimento Econômico e Social do Estado em Uma Perspectiva Geo-Histórica

repetir-se parte do que aconteceu durante a construção da Madei-ra-Mamoré. Esperança, sonho e realidade são termos usados com freqüência em toda Rondô-nia, mas, o grande problema é o desconhecimento de parte da pop-ulação das maleficências trazidas por tal “progresso”. Alguns desses problemas já são bem visíveis no distrito de Jacy Paraná (aproxima-damente 3 km de Porto Velho), principal via de acesso para o local de construção das usinas, onde

os índices de prostituição infantil, assassinatos, e o consumo de dro-gas como o crack e a cocaína são alarmantes. Vemos novamente bebedeiras, jogatinas, prostituição e violência figurarem no cenário de desenvolvimento de Rondô-nia. Não são cenas do próximo capítulo, mas, será que “vale à pena ver de novo”?

Por Marcel Eméric

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5 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

Pensaremtecnologiaépen-saremcomputador,nãomaisumamáquina enorme pesada, masaquelesultrafinos,utilizandorobôsque fazem inúmeras funções, atédispensam o ser humano em al-gumasatividades,comonasaúdeem procedimentos realizados deformaremota,viagensaoespaçocom o objetivo de conhecer alémdasfronteirasdonossoplanetater-ra,ounadescobertadeprincípiosativos para combater patologiasqueacometemaspessoascomoauxílio de super equipamentos .

Saindoumpoucodessaes-feraque jáconhecemosediscuti-mos,podemos lembrardas redessociais que hoje ganham granderelevânciaentrepessoasdeváriasidades,quemnãotemOrkut,Face-bookoutwitter?Asfacilidadesnaeradigitaltemlevadomuitagentea se comunicar no ciberespaço,o que mais chama atenção sãoos sons e os efeitos da tecnolo-gia,nãosepode fugirdosefeitossonoros criados pela tecnologia.

Sees-tamos noautomóv -el, lá estáo microcartão ouo pen-drive com

memória suficiente para uma in-finidade demúsicas selecionadasde acordo com o estilo de cadaum, tocando sem parar, em al-gunsmodelosdeautomóveisnãoé preciso utilizar a chave para li-gar,poiséutilizadoumcartãocomchipeclicaremumbotão,hátam-

bémcomputadoresdebordocom

GPS,noônibusjáquesetratadeumespaçocoletivonãotemoses-colha,uma infinidadedesons,deritmos,artistas,nosmaisdiversosvolumesnosfazconhecerogosto

Por Fransuelda Vieira

Efeitos e Sons da Tecnologia

musical de todos que ali estão. Atualmente quase todostem um aparelho smartphone wi-fi, tablet, Ipad, ou seja, computa-doresdemãoque facilitamadis-seminação de novos processosculturais,queantesdemoravamachegaraosmeiosdecomunicação,hojeoprocessosedádeformain-versa,seamúsicafazsucessonainternet, rapidamente chega aosprogramasdatelevisãoerádio.Seo vídeo faz sucesso na rede commilharesdeacessosémotivoparaser exibido em rede nacional emvários canais. Com a câmera docelular é possível registrar cenasinusitadas, e até mesmo flagrardesrespeitosasleiseacidadaniae se tornar um repórter amador,

contribuindo como telejornalismo.

...Quem não tem Orkut, Facebook ou twitter? As facilidades na era digital tem levado muita gente a se comunicar no ciberespaço, o que mais chama atenção são os sons e os efeitos da tecnologia, não se pode fugir dos efeitos sonoros criados pela tecnologia.

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6 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

A falésia é uma encostaíngreme, também vista como umpenhasco,poisnormalmenteultra-passaoângulode50º,essasitua-ção foi inicialmente determinadapelaaçãomarinha,possivelmentea milhares de anos, pois quandohouve a transgressão marinhaocasionadapelaelevaçãodoníveldomar após os grandesdegelos.Nessecasonoperíododasgrandesglaciações(emtornode5000anosatrás) omar recuoubastante e orelevoquehojecontémasfalésiasiamuitoàfrentedoqueestáhoje,possivelmenteumpoucoalémdeondeestãoosrecifes. A flutuação do nível domar está diretamente proporcio-nalaovolumedeáguadisponívelem forma líquida, haja vista quequandoaáguaestácongeladanospólosounoscumesmontanhososde neve eterna, como é o casoda região montanhosa do Andese outras cordilheiras distribuídaspelo planeta, o volume do geloaumenta e o a forma líquida di-minui.Esseéumdosbalançosdaeconomianaturalemquesurgeaoportunidadedocontinentecresc-eroudiminuir. E s s ebalanço dae c o n o m i anatural nadamaisédoquese conhecepor equilíbriodinâmico naGeomorfolo -gia, pois essaé a ciênciaque estudae explica asformasdorelevo.AGeomorfologiae suas especificidades: estrutur-ais,climáticasecosteirasrefinam

seus conhecimentos não apenasa partir deaplicaçãode técnicas,mas fundamentalmente a par-tir das correlações teórico-con-ceituaiscomomeioreal. Azonacosteiraestácontem-pladapelasduasúltimasespecific-idades:costeiraeclimática.Aaçãomarinhaénítida,porémnemsem-preéelaquemforneceotrabalhopara a reconfiguração da falésia.Pode-seinferirqueaaçãomarinhaé relativamenteàmesmademui-tosanosparaopresente.Segundoliteratura especializada podemosinferir que a planície costeira édecorrente da ação climática nointerioredaaçãodasondasedacorrentelitorânea.Sendoqueessaúltimaéarelaçãodovento(forçaedireção)queempurraasuperfíciedomar e cria ângulos como lito-ral, impulsionando a água numadireção,eaquiemJoãoPessoaapredominância é sentidoNorte. Acorrente litorâneaéquemarrastaossedimentosformandoaspraias. Esse sedimento, a maiorparte é de origem arenosa porissoprovémdocontinente.Osedi-mento, que podemos considerarde forma elementar como sendoformado predominante por areiaque é desagregada do material

que do chãodo planaltos ed imen ta r(veja só aquino litoral nãotem rochas esim sedimen-tosemconsol-idação). Essadesagregaçãoéresultadodointemperismoformado pela

ação da energia solar direta oudifusa e pela ação das chuvas. Aaçãodosventossedámaissobre

Modelagem do relevo: falésias em João Pessoa

a região praieira que formam asdunas. Vento e chuva sãodoiselementosoriundosdoclima,sendoqueoclimaéoresultadodaaçãodediversosfatores,sendoosdoisimportantesparaolitoralpes-soense e paraibano: translação ea rotação, isso por conta de quenossaproximidadecomoEquadornosapontacomoumlugarnãoap-enas tropical,mas tambémcomoumlugarbempróximoazonatór-rida, isto é, verão praticamente oanotodo,por issoquenoperíodo

em que a translação nos põe noinverno sendo que esse períodocoincidecomodasprecipitações.Queroaquianunciarqueoinvernonãodeveservistopeladatacristãesim,pelarelaçãodoplanetaemrelação à iluminação solar, poisjunhonodia23équandooplanetaestánoapogeuemrelaçãoàtrans-lação ao Sol. Portanto, o períodoantecedente é fundamental paraumasériedesituaçõescomo,porexemplo:aspressõesatmosféricascomeçam a empurrar as massasdevapord’águadooceanoparaocontinente,sendoqueestefoimui-

Por Paulo Rosa

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7 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

toaquecidonoverão(DezembroeJaneiro)etambémnooutono(Mar-çoeAbril). Noanode2009ocorreramsitua-çõesquenoschamouaatenção,aquedadebarreiras tantona zonadecostanasfalésiasativascomoinativas. Muito se tem anunciadosobreaquedadebarreirasnafalé-siaativa,eaissosetematribuídoàaçãodomar,poisnasmaréscomalturade2.6omar tocanosopédabarreira,porémnemsempreso-lapaabase,eseamarénãotiver

coma forçadoventoparacriaraaçãoerosiva,abasenãoserásola-pada.Casohajaosolapamento,iráaconteceraformaçãodeumaan-gulaçãonegativanabasecriandouma espécie de marquise e estasetiversemsustentaçãoeamaté-riaestivermuitoagregadapoderáocorrer o desmoronamento. Nafalésiainativa,aquestãodaquedadomaterialnaencosta,qualéaexplicação?Seolharmosafotoquedenotaaquedadomate-rialqueestavanaencosta,poder-emos ver que nem a vegetação,agente que normalmente segura

às encostas,conseguiu sus-tentá-la. Não res-ta dúvida, essaencosta que éa falésia inativaexistente entrea Praça de Ie-manjá e o iníciodaPraiadoCaboBranco, que jáfoi ativa nos idosde1950/60,hojecomasedifica-ções estabelecidas não permitiuo mar avançar em seu caminhonormal. A atividade nessa falésiadeveria ocorrer emmomentos demarés altas e com ação efetivados ventosacimadedezmetros/seg. Essas duas imagensdemonstram que houve desliza-mento de material na encosta,entãoporqueomaterialdeslizouenãodesmoronou?Arespostaparaessa situação busca-se na Geo-morfologiaClimática,poisarecon-figuraçãodorelevo,nesseemuitosoutros casos, como por exemplo,nafalésiadoCaboBranco,éetemsidodecorrentedediversosfatoresquecombinadosentresi,emqueoinsignificantevaisendoacumuladoeemdadomomento,nãoconseg-uesuportaracargadepressãoeassimoelomais fracoacabaporromper. Nomêsdeabrilemaioocor-reramdoismomentosdeprecipita-çãodealtamagnitude,chuvasdemaisde100mmemmenosde24horas. Porém o que chama maisa atenção não são apenas essesdoismomentos,maissimosante-cedenteseconseqüentes. Asprecipitaçõesdeelevadamagnitudeacontecemdemaneiraqueaoseprecipitaremencharcamosolo,nosprimeirosminutos,essa

Continuação: modelagem do relevo: falésias em João Pessoa

situaçãoacabaporimpermeabili-zarosoloeaságuasconseqüen-tesacabamporescorrerencostaabaixo. Assim sendo, a percola-

Data ABRIL MAIO1 4,6 2,62 0 17,83 0,4 85,24 0,4 05 0 1,26 9,6 5,27 0 08 1,6 1,29 1,4 4,210 24 31,811 1,6 56,412 54,4 213 17,2 314 50 215 2,6 1,816 0,8 22,417 2 3,418 12,2 1619 10,2 9,820 46,8 0,221 4,4 19,222 41,4 26,223 47,4 108,624 0,2 21,725 5,2 5,226 1 29,827 61,6 25,228 15,8 029 9 4,230 17,2 2,631 0 2,6

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8 ● JORNAL GEOGRAFIA APLICADA

ção vertical embusca do lençol serádepequeníssimavelocidadeenquantooescoamentosuperficialseráelevado. Portanto, as precipitaçõesmenores comoas que ocorreramemabrilemaio,lembremquenessesdoismeseschoverampraticamenteotem-potodocomoaparecenatabelaenosgráficos. Nem sempre as chuvas sãointensas, há momentos em que elasurge como uma garoa, fina, porémconstante,nessesentidodeconstanteao longo dos dias e durante muitosdiasacontecequeosolovaiabsorven-doaáguaprecipitadae esta vai per-colando,ouseja,descendoembuscadolençolfreáticoevaipenetrandonaporosidadedo solo e vai encharcan-do cada vezmais.Quando esse soloseencontranumaencostamuito ín-greme,comonospenhascosdasfalé-sias, consequentemente o solo vaificandocadavezmaispesadoequan-doopeso ficamaior quea capacid-adede suporte, esse cedepermitin-doodeslizamentodomaterial.Pode-seserverificadoqueéamesmasituação ocorre na Falésia do CaboBranco. Esta contém uma estruturabastantefrágil,tomandoqueoscom-ponentes do subsolo possuem umadiversidade materiais que ainda es-tãoembuscadeconsolidação,poréma intempérie determina que o lugarbusqueseuequilíbriogeométrico,di-minuindoograuíngremedaencosta.Observando com maior acuidade asduasfotosqueretratamaFalésiadoCabo Branco podemos ver com niti-dezquehouvedeslizamentonasduassituações, porém uma com maiornitidezdodeslizamentodo topocon-stituídoporareiasbrancasenooutrodeslizamento este ocorreu por contaqueomaterialnãosuportouasobrecarga impostapelaságuasdechuvaqueseabateramsobreolugar,nessecaso a infiltração da água pela su-perfície, percolando o solo saturouaumentando o peso e esse não su-portaram ocorrendo a deslizamento.

Fonte: Estação automatizada do INMET disponível no site:http://www.inmet.gov.br/sonabra/maps/automaticas.php

As duas fotos que retratam a Falésia do Cabo Branco podemos ver com nitidez que houve deslizamento nas duas situações, porém uma com maior nitidez do deslizamento do topo constituído por are-ias brancas e no outro deslizamento este ocorreu por conta que o ma-terial não suportou a sobre carga imposta pelas águas de chuva.

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Jornal Geografia Aplicada

Responsável: Paulo Rosa Edição: Ivo Lacerda

Editoração: Ivo Lacerda

GEMA—Grupo de Estudos de Metodologia e AplicaçãoUniversidade Federal da Paraíba Cidade Universitária—Cen-tro de Ciências Exatas e da Natureza—Departamento de Geociências João Pessoa - PB - CEP - 58059-900 O conteúdo deste JORNAL é regido pelos termos de licença do:

'CreativeCommons'.

Você pode copiar integral-mente ou parcialmente para si ou terceiros, distribuir para fins acadêmicos nas forma impressa, de mídia digital ou em correio eletrônico, assim como publicar em sites da internet, não comerciais e is-entos de propaganda, os con-teúdos aqui apresentados, e desde de que os 'AUTORES', do Jornal 'GEOGRAFIA APLI-CADA' sejam citados. É ex-pressamente vedado o uso comercial. Sugere-se a uti-lização das normas da ABNT para formatar as citações.O jornal visa a divulgação de atividades desenvolvidas pe-los colaboradores, e por meio desta divulgação, a interação com o público. Os artigos aqui postados são de total respon-sabilidade dos respectivos au-tores.http://geografiaapl icada.blogspot.com/E-mails: [email protected]@gmail.com

O jornal Geografia Aplicada é um periódico que visa a interação e a divulgação de ativi-dades desenvolvidas dentro da Geografia caracterizadas pela execução das habilitações dos geógrafos dentro de âmbito com característica profissional. Os artigos e notas aqui impressos são as representações de experiências vividas por profissionais ou por pessoas com interesses afins, ou seja, dentro do universo das habilidades pessoais de cada um a par-tir do reconhecimento dos mais diversos aspectos inerentes ao desempenho da profissão.

P a r c e i r o s