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I UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOGRAFIA FEIRA LIVRE DO BAIRRO ALTO DO MATEUS: UM AGLOMERADO SUBNORMAL José Marcos Costa João Pessoa – Paraíba Outubro de 2007

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I

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOGRAFIA

FEIRA LIVRE DO BAIRRO ALTO DO MATEUS: UM

AGLOMERADO SUBNORMAL

José Marcos Costa

João Pessoa – Paraíba Outubro de 2007

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JOSÉ MARCOS COSTA

FEIRA LIVRE DO BAIRRO ALTO DO MATEUS: UM

AGLOMERADO SUBNORMAL

Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Geografia.

Orientador MS Paulo Roberto de Oliveira Rosa

João Pessoa – Paraíba Outubro de 2007

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José Marcos costa.

Feira livre do bairro Alto do Mateus: um aglomerado subnormal

. Monografia (Graduação em Geografia) Centro de Ciências Exatas e da Natureza. Departamento de Geociências. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa – Campus I, 2007.

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José Marcos Costa

FEIRA LIVRE DO BAIRRO ALTO DO MATEUS: UM

AGLOMERADO SUBNORMAL

Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Geografia, aprovada pela seguinte banca examinadora:

______________________________________ Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa

Orientador

_______________________________________ Ms. Geóg. Maria José Vicente de Barros

Examinador – Profissional - CREA

________________________________________ Profa. Ms. Nadjacleia Vilar de Almeida

Examinador –

Aprovada em: _____/_____/_____

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E pígrafie

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DEDICATÓRIA Ao meu DEUS, fonte de vida é inspiração, com ELE tudo é possível. Aos meus pais, que me deram à vida e me criaram com muito esforço dignidade, me ensinando a ser o que sou hoje, muito obrigado dona Maria e seu Valdemir. A Walneide, noiva e companheira de todos os momentos, por está fazendo parte desta conquista, te amo. A minha irmã Eliane e seu esposo Jailson, por terem me acolhido em sua casa, quando cheguei da Bahia para morar em João Pessoa. Essa acolhida foi fundamental às minhas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

São muitas as pessoas que contribuíram, seja diretamente ou indiretamente, mais

algumas terei que citar:

Em primeiro lugar, quero agradecer ao professor Paulo Rosa, meu orientador, por ter

aceitado a desafio com muita dedicação e profissionalismo. Muito obrigado pelos incentivos

nas horas que pensei que não daria tempo, pelas discussões teórico-metodológicas que

mantivemos para realização desta monografia, muito obrigado de coração;

Ao meu colega de turma e vizinho de bairro Fábio Máximo, por ter me acompanhado

por todo curso, por ter ajudado em algumas idas a comunidade e pelas caronas de volta da

UFPB para casa, muito obrigado amigo;

Aos geógrafos a Conrad e Elieze pela elaboração dos mapas da monografia, muito

obrigado pela disposição que sempre tiveram;

A todos os professores que contribuíram para esse momento;

Aos funcionários da coordenação de geociências e do DEGEOC, pelo

profissionalismo, muito obrigado;

Ao Sr. Nilson de Melo (Primo), primeiro vigilante da feira, pela conversas que

mantivemos;

Aos senhores Sebastião dos Santos Possidônio (Bastiâo), Luis dos Santos Possidônio

(Possidônio), idealizadores e lideres da associação comunitária do Alto do Mateus (Instituto

Possidônio). Obrigado pelas entrevistas concedidas e pelas copias de documentos e

fotografias, muito obrigado pelo voluntarismo;

A todos os moradores do Alto do Mateus, em especial aqueles que moram na

FEIRINHA, que contribuíram para que esse trabalho dê certo, obrigado; e

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para essa monografia, muito

obrigado.

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Resumo

Palavras chave:

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Abstract Words key:

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE QUADROS

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO PRIMEIRA PARTE 1 Abordagem conceitual 2 Métodos e Técnicas SEGUNDA PARTE

2. Análise e Discussão

2. 1 Contextualizando o lugar 2.2 Origem dos produtos comercializados no mercado 2.3 Como e quando as pessoas, que ali residem, chegaram 2.4 Origem das pessoas que residem na comunidade 2.5 Tipologia de moradia na comunidade 2.6 Condições de vida da população no que diz respeito a emprego, renda, habitação, lazer, educação e segurança.

2.7 Aglomerados subnormais: definição e verificação no lugar 2.8 Impactos ambientais causados pela comunidade

TERCEIRA PARTE Considerações e sugestões Referências Bibliográficas Apêndices

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NTRODUÇÃO

A cidade é um local onde são produzidos, comercializado e consumido bens, onde as

pessoas se organizam e interage com base em seus interesses. É nesse espaço onde se dão os

maiores problemas da humanidade, entre eles podemos citar a pobreza, que não exclusividade

das cidades. Contudo, a pobreza urbana se reveste de particularidades, entre elas as favelas,

onde as praticas de sobrevivência passa do legal.

A pobreza conduz a uma infinidade de problemas, entre eles a segregação residencial. A

segregação residencial é muito bem tratada por Souza (2003:84).

“A segregação residencial, ela é, essencialmente, um produto da

cidade. Meros povoados ou aldeias rurais não possuem uma

complexidade que dê origem a bairros inteiros ou grandes espaços

segregados, sendo, pelo contrário, relativamente homogêneos. A

segregação residencial é um fenômeno urbano, é da grande cidade

muito mais que das pequenas.”

É nesse universo de exclusão que está pautado o nosso trabalho, uma área de

segregação residencial do bairro Alto do Mateus em João pessoa no estado da Paraíba.

João pessoa foi fundada no ano de 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves, já

nasceu com o status de cidade, jamais vivendo a condição de vila, fato esse ocorrido porque

foi fundada pela cúpula da Fazenda Real numa Capitania Real da Coroa Portuguesa. Com o

passar do tempo, foi recebendo várias denominações: Filipéia de Nossa Senhora das Neves,

em 1588, homenageando o rei Filipe II de Espanha, quando da União Ibérica, período em que

a Coroa Portuguesa foi unificada com a Espanhola. Durante a ocupação holandesa, entre 1634

e 1654, designou-se Frederikstadt (Cidade de Frederico), em homenagem ao príncipe de

Orange, Frederico Henrique.

Com a reconquista portuguesa, voltou a se chamar Nossa Senhora das Neves,

passando a ser chamada Parahyba do Norte em 1817.Sua denominação atual, João Pessoa, é

uma homenagem ao político paraibano João Pessoa, assassinado em 1930 na cidade de

Recife, quando era presidente do estado e concorria, como candidato a vice-presidente, na

chapa de Getúlio Vargas. O fato trouxe grande comoção popular, sendo praticamente o

estopim da Revolução de 30.

A cidade de João Pessoa nasceu nas margens do rio Sanhauá, a partir de onde sobe as

ladeiras em direção ao que hoje é o Centro. A expansão urbana ocupou a antiga área rural. A

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partir da segunda metade dos anos 70, com a ascensão da orla marítima, a economia da área

perdeu um pouco de sua importância de outrora.

João Pessoa localiza-se na porção mais oriental do Continente sul-americano e do

Brasil, com longitude oeste de 34º47'30" e latitude sul de 7º09'28. O local é conhecido como a

Ponta do Seixas. Limita-se ao norte com o município de Cabedelo pelo rio Jaguaribe, ao sul

com o município do Conde e rio Gramame, a leste com o Oceano Atlãntico e a oeste com os

municípios de Bayeux pelo rio Sanhauá e Santa Rita Rita pelos rios Mumbaba e Paraíba,

respectivamente. Altitude: a média em relação ao nível do mar é de 37 metros, o clima da

cidade é quente e úmido, do tipo intertropical, com temperaturas médias anuais de 26º C.

O bairro do Alto do Mateus está localizado na zona oeste da cidade de João Pessoa, faz

parte da periferia, limita-se ao norte e a oeste com o município de Bayeux; ao sul com o bairro

do Novais; a leste com o Bairro Ilha do Bispo junto ao Rio Sanhauá. Até início dos anos de

1970, era propriedade agrícola que pertencia ao senhor Mateus Ribeiro, daí veio parte do

nome do bairro a outra foi devido à área está localizada numa área elevada em relação ao

nível do mar. No ano de 1973 o sítio foi incorporado formalmente ao setor urbano do

município, através do decreto municipal, na forma da lei n°.448, dando origem ao bairro.

O bairro cresceu às margens do Rio Sanhauá, e relativamente próximo ao centro da

cidade, aos poucos foi urbanizando-se precariamente. A economia do bairro, que no início se

baseava na atividade pesqueira e da exploração do mangue, hoje com o pescado em escassez

se baseia em pequenos comércios e na informalidade dos seus habitantes, atividades que

percebemos claramente na Feirinha.

Segundo a Fundação de Ação Comunitária (FAC) 1998, órgão ligado ao governo do

estado da Paraíba, na grande João pessoa são mais de 207.000 pessoas, em 41.800 domicílios,

vivendo em condições subnormais. No Bairro Alto do Mateus são seis comunidades, entre

elas a da Ferinha com cerca de 810 moradores em 210 domicílios.

Neste trabalho verificamos vários problemas, entre eles: as condições da feira, da origem

das mercadorias e das pessoas que ali residem, das habitações, da segurança, educação,

emprego e renda. Emprego que é tratado pela Forrester:

“Um desempregado, hoje, não é mais objeto de marginalização

provisória, ocasional, que atinge apenas alguns setores, agora, ele

está às voltas com uma implosão geral, com um fenômeno comparável

a tempestades, ciclones e tornados, que não visam ninguém em

particular, mas aos quais ninguém pode resistir. Ele é objeto de uma

lógica planetária que supõe a supressão daquilo que se chama

trabalho, vale dizer, empregos.”

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Partindo dessas considerações, procura-se avaliar as reais condições de vida da

comunidade, enquanto produto de uma sociedade desigual, e levantar possíveis soluções para

comunidade tenham condições básicas de vida. Condições essas, que para Souza (2003:179):

“O conceito de necessidades básicas é útil e, ao mesmo tempo, ardiloso, pois é comum as pessoas acharem que podem definir, em gabinete e de uma vez por todas, independentemente do momento e da cultura, e em nome dos outros, quais são as necessidades básicas. Em uma primeira aproximação, não é difícil entender como necessidades básicas imateriais seriam as ligadas, por exemplo, à alimentação, à moradia salubre é digna e ao vestuário, assim como necessidades imateriais aquelas ligadas, por exemplo, ao lazer e à cultura.”

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1. ABORDAGEM CONCEITUAL

Nesse trabalho será abordado como tema o uso e ocupação do espaço cujo destino é a

circulação de mercadoria, porém ao longo do tempo vai tendo uma nova característica, ou seja, um

novo desenho vai sendo contornado a partir de novos usos do espaço. O espaço de circulação de

mercadorias vai adquirindo novo formato, o das habitações. A partir desse redesenho do lugar aparece

situações cuja característica nos aponta como uma nova paisagem.

Mesmo sendo um lugar destinado a um equipamento urbano, esse lugar tem um arranjo de

elementos e indivíduos urbanos que podemos caracterizar como sendo uma paisagem dentro de um

equipamento. O conceito de paisagem e sua morfologia estão muito bem expostos em Olivier Dolfuss

(1973:13);

A paisagem se define, isto é, descreve-se e explica-se a partir

das formas, de sua morfologia. As formas decorrem dos dados

do meio natural ou são conseqüências da intervenção humana

que imprime seu selo no espaço. A paisagem é formada de

elementos geográficos que se articulam uns com relação aos

outros, alguns pertencem ao domínio natural, abióticos e os

demais constituem ao domínio vivo.

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2. MÉTODOS E TÉCNICAS

Para se elaborar um diagnóstico de um dado equipamento urbano com fins comerciais

sem perder o caráter da geograficidade, como é o caso da feira livre do bairro Alto do Mateus,

requer uma capacidade de abstração, para não ser confundido com outros saberes que também

produzem o conhecimento. Para isso se requer tomar como parâmetros conceitos e categorias

que dão sustentação à Geografia como é o caso do que Olivier Dolfuss aponta como conceitos

analíticos dentro desse saber: distribuição, densidades, intensidades, morfologia da paisagem

(nesse caso é de um micro ambiente urbano), esses são os conceitos que estarão mais em

pauta nesse diagnóstico.

No entanto para construir o diagnóstico é requerido um planejamento a priori, e este

induz a um projeto que requer um questionamento e este que permitirá ir em busca de sua

resposta, assim sendo torna-se necessário enunciá-lo da seguinte forma: Quais às condições

de subnormalidade da vida dos habitantes que residem no Mercado Público do Alto do

Mateus?

Como um diagnóstico tem um caráter mais técnico do que científico não se torna

necessário um corpo hipotético, daí então se partiu diretamente para o elenco dos objetivos

específicos, esses contidos no projeto e que permitirão olhar sistematicamente o lugar:

Como objetivo geral aponta-se a necessidade de se Compreender a dinâmica da feira, as

relações de trabalho e renda existente. E, para essa compreensão será necessário

especificamente:

• Identificar a origem dos produtos comercializados no mercado;

• Registrar como e quando as pessoas, que ali residem, chegaram;

• Identificar a origem das pessoas que residem na comunidade;

• Identificar os tipos de moradia da comunidade;

• Caracterizar as condições de vida da população no que diz respeito a emprego,

renda, habitação, lazer, educação e segurança;

• Caracterizar os aglomerados como subnormais;

• Identificar os impactos ambientais causados pela comunidade;

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A partir desse elenco de atitudes darão sustentação à questão referente ao objetivo

geral e, inevitavelmente conduzirá a resposta ao enunciado proposto como problema da

pesquisa, consubstanciando assim o diagnóstico.

As técnicas utilizadas para o prosseguimento da pesquisa foram:

1. Visitas de reconhecimento. Nessas visitas fizemos os primeiros contatos

com os feirantes e moradores da localidade, observamos a estrutura e o

funcionamento da feirinha, detectamos alguns de seus problemas.

2. Visitas a órgãos públicos. Foram realizadas visitas ao Instituto Brasileiro de

Geografia e estatística (IBGE), Ao O Instituto de Desenvolvimento

Municipal e Estadual da Paraíba – IDEME, órgão vinculado à Secretaria do

Planejamento do Estado da Paraíba. Essas excursões tiveram como objetivo

o levantamento de documentos, que trouxesse informações relativas ao tema

e sobre a evolução do bairro e mais especificamente a Feirinha.

3. Tratamento das informações levantadas nos órgãos públicos.

4. Levantamentos cartográficos. Tomamos como base cartas ???????????? e

levantamentos feitos no campo, através de GPS e medições feitas com trena.

5. Questionários. Foi realizado um censo dos produtos comercializados na

feira livre é da população que residem na área.

6. Entrevistas. Foram realizadas entrevistas com alguns moradores da

comunidade, eles os idealizadores da feira e alguns dos moradores mais

velhos na comunidade.

7. Tratamento das informações levantadas em campo. Foi realizada seleção

dos dados e das fotografias.

8. Digitação e correções da monografia.

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SEGUNDA PARTE

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2. ANÁLISE E DISCUSSÃO

2. 1 Contextualizando o lugar

A intenção de trabalhar com um tema que está relacionado diretamente com a realidade

que se vive no dia-a-dia à sociedade de um dado bairro da cidade permitem um tom de

aventura no cotidiano social. Daí surge muitas idéias, uma delas é trabalhar com o bairro Alto

do Mateus, que é um bairro populoso, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento

Municipal e Estadual da Paraíba – IDEME, (2001) o bairro tem cerca de 28.000 habitantes,

com muitos problemas de ordem social e ambiental. No entanto a idéia de trabalhar todo o

bairro ficou para um próximo estudo.

Um recorte do bairro possibilita estudar com maior atenção daí então um equipamento

passa a ser o destaque com toda a sua geografia, nesse caso a feira livre, conhecido pelos

moradores como Feirinha.

A Feirinha que em sua essência seria apenas mais uma feira livre da cidade de João

Pessoa tornou-se, devido à ocupação irregular e a ausência do Estado, um aglomerado de

edificações com características subnormais. Assim sendo acaba por apresentar vários

problemas de infra-estrutura e de planejamento. Pois inicialmente esse local foi criado para

ser simplesmente um local de comercialização de gêneros alimentícios, porém não dispondo

de qualquer infra-estrutura para moradia, mesmo assim é ocupado, segundo FAC-1998, por

cerca de 800 pessoas em 210 domicílios. Essas residenciais todas irregulares, não dispõe de

rede de esgoto por isso são despejados a céu aberto; algumas não dispõe de abastecimento

regular de água e energia elétrica, em alguns domicílios o abastecimento é clandestino, as ruas

não são pavimentadas, ou seja, o lugar não é observado pelo o Governo.

Os comerciantes não dispõem de qualquer infra-estrutura para exercer suas atividades, não

há bancos de alvenaria, os produtos, em sua maioria, são acomodados ou em bancos de

madeira, dos próprios comerciantes, ou são colocados no chão sobre plásticos. Há animais

soltos nas ruas, como porcos, galinhas, bois, eqüinos. O lixo da feira acumula nas ruelas,

comprovando o descaso das autoridades governamentais.

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Esgoto a céu aberto e lixo jogado nas ruas. Foto: Fabio Maximo

A paisagem e a morfologia da comunidade da Feirinha são de total subnormalidade, onde

pessoas convivem com animais (porcos, bois, etc.), casas sem condições dignas de moradia,

ruelas sem pavimentação, lixo e esgotos a céu aberto, analfabetismo, desemprego, etc.

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Lixo jogado nas ruas. Foto: José Marcos Costa

A comunidade da feirinha está localizada no centro do bairro entre as duas principais

avenidas do Alto do Mateus, por onde passam os ônibus coletivos, possui uma área em torno

de 15km², dessa apenas a metade, em torno de 7km², está efetivamente ocupada. A densidade

populacional1 da comunidade fica em torno de 115 habitantes por km². Dolfuss (1973:95)

trata a Densidade, o conhecimento da carga de uma população por unidade de superfície

tomada como referencia. A intensidade ele define como; o grau de força, de atividade ou de

potencia de um fenômeno ou de um processo que se exprime por unidade de tempo e de

superfície.

1 População, coleções de indivíduos e de coisas, em nosso trabalho vamos nos referir a humanos.

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2.2 Origem dos produtos comercializados no mercado

Os produtos comercializados na feira livre do Alto do Mateus vão desde as frutas, verduras,

tubérculos, grãos, produtos de higiene, carnes e até frutos do mar, como peixes e caranguejos.

Os produtos de origens vegetais, verduras, legumes, tubérculos, frutas são de outros

municípios, são adquiridos no CEASA e em outras feiras da cidade, como a feira de Oitizeiro

e do Mercado Central. Os produtos de limpeza são geralmente de fabricação caseira e

geralmente produzido pelo próprio comerciante.

As carnes de porcos, segundo os comerciantes, são compradas no próprio bairro ou

são de pequenos criadores da localidade, as de boi vêm de pequenos frigoríficos da cidade e

as de origem caprinas e ovinas são adquiridas em granjas e sítios da região. O detalhe é que

no Alto do Mateus é comum vermos porcos soltos nas ruas em meios aos esgotos e lixo e

criações de bois nas margens das pistas que dão acesso ao bairro.

Os frutos do mar vêm de outras cidades, como: Marcação, Pitimbu é até de outros

estados, como: Ceará. O nos chama atenção é fato do bairro Alto do Mateus está “cercado”

por mangue e não produzir se quer um caranguejo, isso se deve a poluição e devastação de

anos do lugar.

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Produtos comercializados na feirinha (frutas, verduras, tubérculos). Foto José Marcos Costa

Alguns produtos não têm origem bem definida, como as carnes comercializadas na

feira. Entrevistamos alguns comerciantes de carne de porco sobre a procedência da sua

mercadoria, um falou que a carne era comprada no próprio bairro, pela rua, outro falou que

criava em seu terreiro. O detalhe que chama a atenção é o fato de ser normal à presença de

porcos soltos nas ruas em meio às pessoas e dentro de esgotos.

Bancos de carnes, calçados e serviços de chaveiro no mesmo espaço. Foto José Marcos Costa

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Porcos em meio aos esgotos da Feirinha no Alto do Mateus. Foto: José Marcos Costa

Outro fato que chama atenção é a desorganização da feira, alguns produtos são

armazenados de maneira inadequada, são poucos os bancos que obedecem aos padrões de

higiene, a maioria é de madeira e em alguns casos a mercadoria é vendida no chão. Não há

uma coleta regular de lixo no lugar, o lixo é depositado nas ruas, aumentando a proliferação

de ratos e baratas e outros insetos, agentes transmissores de patologia. Os banheiros são

impraticáveis para o uso, não há administração por parte do Estado na feira.

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Bancos improvisados e mercadorias vendidas no chão. Foto: José Marcos Costa

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2.3 Como e quando as pessoas, que ali residem, chegaram

A pesquisa que fizemos comprova que a maioria, cerca de 40%, reside no local

a mais de 10 anos e desses 50% chegaram junto com a feira. Dos que residem entre cinco e

dez anos são 10% e entre um e cinco anos representa 30% da população. A pesquisa aponta

ainda que apenas 20% dos morados residem no local a menos de 1 ano.

TEMPO DE RESIDENCIA

20%30%

10%

40%

00,10,20,30,40,5

- DE 1 ANO ENTRE 1 E5 ANOS

ENTRE 5 EDEZ ANOS

+ DE 10ANOS

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2.4 Origem das pessoas que residem na comunidade

Os habitantes da Feirinha são muito humildes e sua origem não é diferente, são

pessoas, que têm sua origem no próprio bairro Alto do Mateus, a maioria vindo de

comunidades ainda mais carentes, como é o caso da Beira da Linha.

A pesquisa de campo que fizemos aponta que cerca de 90% dos moradores vieram do

próprio bairro, os motivos apontados por eles foram a falta de lugar melhor para irem, a falta

de renda e a própria origem que está no bairro.

Os habitantes da localidade se queixam da falta de segurança e de infra-estrutura, de

oportunidades de trabalho e renda.

RESIDENCIA ANTES DA FEIRINHA

90%

10%0%

50%

100%

1

PROPRIO BAIRRO. OUTRO BAIRRO.

OUTRA CIDADE. OUTRO ESTADO.

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2.5 Tipologia de moradia na comunidade

Vislumbrar o coletivo, assegurar a todos uma existência digna, deve ser preocupação

prioritária e permanente dos governantes, mais não é o que acontece, haja vista o que

encontramos nas cidades e especificamente na comunidade da Feirinha.

As condições de subnormalidade que encontramos estão ligadas à falta de

planejamento por parte, principalmente, do município. Para FERREIRA, 1993:

“O planejamento urbano, nos termos da constituição, ‘tem por

objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da

cidade é garantir o bem-estar de seus habitantes’, mediantes,

sobretudo, a promoção dos direitos fundamentais da cidade: saúde,

trabalho, moradia, lazer, meio ambiente ecologicamente equilibrado,

saneamento básico e transporte coletivo.”

Ainda em relação ao planejamento, Oliveira em Planejamento estratégico (21/2)

destaca:

“O propósito do planejamento pode ser definido como o

desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as

quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações

futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresarias que

facilitarão a tomada de decisões no futuro, de modo mais rápido,

coerente, eficiente é eficaz. Dentro deste raciocínio, pode-se afirmar

que o exercício sistemático do planejamento tende a reduzir a

incerteza envolvida no processo...”.

Na comunidade da Feirinha no Alto do Mateus, a maior parte das residências foi

construída com intuito comercial, que mesmo sendo adaptados para moradia, não apresentam

condições para o mesmo. São casas de baixo padrão de moradia e que não apresentam os

padrões de loteamento e construção estabelecidos pela prefeitura, largura de rua, dimensões

de lote, etc.

Hoje as casas se apresentam da seguinte maneira: 10% possuem apenas 1 cômodo,

30% possuem 2 cômodos, 40% das residências têm 3 cômodos, enquanto 10% possuem 4

cômodos e apenas 10% das casas têm 5 ou mais cômodos.

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QUANTIDADE DE COMODOS

10%

30%40%

10% 10%

0%

10%20%

30%40%

50%

1

1 COMODO

2 COMODOS

3 COMODOS

4 COMODOS

5 OU MAISCOMODOS

O que chama atenção na estatística mostrada acima é a falta de infra-estrutura das

casas, construída para comercio, algumas chegam apresentar até mesmo ausência de banheiro

e mesmo aquelas que se apresentam com mais de 3 cômodos, são mal divididas, ou seja, é um

amontoado de cômodos devido as pequena dimensão da casa.

Rua estreita com pequenas residências na comunidade da Feirinha. Foto José Marcos costa

A organização das habitações é precária, porque às populações faltam recursos

materiais, e às comunidades, como já vimos, ausência de infra-estrutura. A média de

cômodos2 em todas as habitações não chega a 3 por unidade pesquisada (2,3).

2 Foi considerado cômodo, cada um dos compartimentos cobertos do domicílio.

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Tipologia das casas e ruas da comunidade Feirinha. Foto: José Marcos Costa

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2.6 Condições de vida da população no que diz respeito a emprego, renda,

habitação, lazer, educação e segurança

O desemprego é uma das piores dificuldades da população brasileira, na Feirinha não

podia ser diferente, uma população com baixo nível de escolaridade e má qualificada

profissionalmente. Os dados levantados na pesquisa de campo mostram que apenas 8,33% da

população possuem emprego formal, aquele com carteira de trabalho assinada, com garantias

trabalhistas. O restante da população sobrevive das pensões do INSS, cerca de 50% da

população são aposentados, e 41,67% são desempregados e vivem na informalidade, é o que

chamam de “bico”. Os números mostrados no gráfico abaixo, são da população

economicamente ativa, maiores de idade.

EMPREGOTRABALHO FORMAL:;

8,33%

TRABALHO INFORMAL:;

50%

PENSÃO; 41,67%

TRABALHO FORMAL: TRABALHO INFORMAL: PENSÃO

GRAFICO- IX

A renda familiar para 90% das famílias da comunidade não chega 2 dois salários

mínimo3, essa situação poderia ser ainda pior se não fosse o grande numero de aposentados da

comunidade (41,67%). O gráfico abaixo, mostra que cerca de 20% das famílias recebem por

mês menos de R$ 380, 00, 70% entre um e dois salários mínimo, e que 10% ganham entre

dois e três salários, que é o teto salarial das famílias da comunidade da Feirinha do Alto do

Mateus. Os dados acima dão uma renda per capita de R$ 2,70 por dia para cada morador da

comunidade.

3 O salário mínimo está em R$ 380,00.

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RENDA FAMILIAR

20%

70%

10%0%

00,20,40,60,8

1 2

MENOS DE 1 SALARIO MINIMO

ENTRE 1 E 2 SALARIOS MINIMO

ENTRE 2 E 3 SALARIOS MINIMO

MAIS DE 3 SALARIOS MINIMO

0

GRAFICO- V

Quanto à situação habitacional é de total desconforto, casas pequenas sem estrutura

para moradia, algumas não tem sequer banheiros, esgotos a céu aberto, animais soltos nas

ruas, lixo nas ruas, são alguns problemas para aqueles que residem na comunidade. Os

terrenos são todos ocupados, ninguém tem documento de posse do terreno, as casas na

maioria são próprias, cerca de 80%, 10% das famílias moram de alugueis e 10% restante

moram em casas cedidas por amigos ou pelo Estado.

SITUAÇÃO DA CASA

80%

10% 10%0%

50%

100%

1

PRÓPRIA INVADIDA ALUGADA

CEDIDA OCUPADA OUTRO

GRAFICO- VI

Localizam-se estas habitações em ruas não pavimentadas, que não permitem trânsito

de veículos, embora a comunidade esteja em meio às duas principais avenidas do bairro. As

casas geminadas são maiorias, já que as construções originais eram apenas para comercio.

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Rua estreita, sem pavimentação e intransitável da comunidade da Feirinha. Foto Jose Marcos Costa

A palavra lazer, para uma população tão carente, não é muito comum, tanto que 50%

das pessoas pesquisadas afirmaram que não possui nenhum lazer, a outra metade falou que faz

lazer barato, como: praia 10%; esporte 10% e 30% fazem passeio a parques e parentes.

LAZER

0

0,2

0,4

0,6

1 2 3 4 5 6

PRAIA

ESPORTE

OUTRA (PASSEIO ÀPARQUES....

NÃO TEM LAZER

GRAFICO- VII

No que diz respeito à educação, a população de adultos da Feirinha tem 40% de

analfabetos e apenas 10% com segundo grau completo, os outros 50% não chegaram a

concluir o primeiro grau.

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A segurança é uma das maiores preocupações da população local, o moradores

reclamam da falta iluminação, de policiamento, do consumo de drogas e da violência que

assombra o lugar. Apesar das reclamações da maioria, 40% dos moradores se mostram

satisfeito com a segurança, o que mostra a banalidade com que é tratado o assunto, uma vez

que é constante ocorrência policias no local. Para Dolfuss (1973:56):

“... uma banalidade cuja analise apresenta tanto interesse quanto

a de sua singularidade. A banalidade das formas pode ser

encarada sob um duplo aspecto. Elas podem ser banais na

medida da freqüência com que aparecem distribuídas sobre a

superfície do mundo ou são banais quando representativas de

uma paisagem determinada:...”.

POPULAÇÃO DE ADULTOS E CRIANÇAS

CRIANÇAS:

44%ADULTOS:

56%

CRIANÇAS: ADULTOS:

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2.7 Aglomerados subnormais: definição e verificação no lugar

A feira livre do bairro Alto do Mateus: Um aglomerado subnormal é um tema que

veio em minha cabeça a partir de outubro de 2006, quando apresentei um seminário no curso

de geografia urbana, em que o tema era Aglomerados subnormais nos municípios de João

Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita e seu potencial de trabalho e renda. A partir daí veio à

idéia de trabalhar um tema que estivesse relacionado aos aglomerados subnormais.

De acordo com o IBGE, 1991:

Constitui-se um aglomerado subnormal um conjunto de unidades

habitacionais (barracos, casas...), ocupando ou tendo ocupado até período

recente, terrenos de propriedade alheia (pública ou particular) dispostos, em

geral de forma desordenada e densa e carente, em sua maioria, de serviços

públicos essenciais.

Definição que se encaixa perfeitamente, segundo FAC (1997), há pelo menos seis

localidades ou “comunidades” do bairro Alto do Mateus, que são o Conjunto Tiradentes,

Feirinha, Galpões, Jardim da Mônica, Miramangue e/ou Beira Mangue e São Judas Tadeu.

Sendo a Feirinha a comunidade, nome mais suave que dão hoje as favelas4, que mais me

chamou atenção, por ser um local destinado, em sua essência, à comercialização,

principalmente, de gêneros alimentícios e por apresentar muitos problemas de ordem social e

ambiental, assunto que trataremos no decorrer desse trabalho.

O Dicionário de ciências sociais – MEC, 1987 define o termo bairro como:

Uma realidade complexa, como a própria cidade. Seu estudo abrange

múltiplos aspectos: sociais, econômicos, jurídicos e técnicos... O bairro deve

4 De acordo com Marcelo Lopes de Souza, as favelas apresentam várias características, mas nenhuma delas parece ser tão específica quanto o seu status jurídico ilegal, na qualidade de ocupação de terras públicas ou privadas pertencentes a terceiros. A pobreza de sua população é, sem dúvida, uma característica distinta muito comum, mas o nível de pobreza é bastante variável não só entre as favelas, mas também no interior de favelas grandes e consolidadas, especialmente quando situada em áreas valorizadas. A carência de infra-estrutura, assim como a pobreza, é, igualmente, uma característica muito comum, mas, não menos que a pobreza, variável. A esses critérios se poderiam acrescentar a malha viária totalmente irregular e mais alguns outros.

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contar com uma série de serviços e instalações. Em primeiro lugar, via de

circulação, com veículos suficientes para o transporte; estes veículos não

devem limitar-se a cruzar o bairro; devem, com suficientes paradas, estar a

serviço do bairro vizinho. Ademais, deve haver um sistema adequado de

serviços técnicos: água, gás, luz, esgotos. Supõe também um sistema

comercial com estabelecimentos em números suficiente, variedade dos

mesmos, situação adequada.

A comunidade da Feirinha nasceu da idéia dos senhores Nilson de Melo (funcionário

publico da Guarda Municipal de João Pessoa, popularmente conhecido por Primo) de

Sebastião dos Santos Possodonio (cinegrafista, popularmente conhecido por Bastião) e com

o senhor Luiz dos Santos Possidonio (educador corporal, conhecido simplesmente por

Possidonio), líder comunitário e idealizador da feira livre.

Esses líderes comunitários, no ano de 1988, perceberam a dificuldade que os moradores

tinham em se abastecerem dos itens do dia-a-dia, principalmente de alimentos, isso por que as

dificuldades de transporte para o centro e ou outros bairros era grande devido ao numero

reduzido de ônibus coletivo. Outro fator que pesou para criação da feira foi o fator emprego e

renda.

A comunidade enquanto moradia começou com a desconfiança dos feirantes, Nilson, o

Primo, conta que fazia a segurança da feira no seu início, e que um dos fatores que pesou para

o local se tornar moradia, foi a desconfiança dos feirantes com a seguranças dos seus

produtos, segundo o senhor Nilson, “agente fazia a segurança da feira com muito cuidado,

tanto que naquela época não existia drogas e nem maloca, mais eles não acreditava na gente.

Por esse motivo, alguns feirantes passaram a dormir nos seus boxes, para guardar suas

mercadorias, dando assim início ao que é hoje moradia para cerca de 210 famílias, segundo

FAC-1998.

Primo falou ainda, que a feira no início era melhor do que é hoje, “naquela época não

existia na disso (se referindo aos prédios e casas), era tudo bancos de mercadorias” mais

segundo ele, alguns planos econômicos e a alta inflação, fizeram alguns comerciantes quebrar,

reduzindo assim o número de bancos de mercadorias.

Outro fator importante, e fale salientar, foi a grande melhora nos meios de transportes que

ligam o bairro ao centro, principalmente depois da construção da rodovia estadual Governador

Antonio Mariz (Acesso Oeste), rodovia de 4,2 km, que liga o bairro ao centro da cidade em

cerca de 10 minutos.

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De lá para cá os problemas só aumentaram, com a desistência de alguns comerciantes, os

boxes foram ocupados para moradia. Segundo FAC-1998, são mais de 810 pessoas em 210

domicílios, numa área ocupada de cerca de 7 Km², que dá uma densidade demografia de cerca

de 115 habitantes por Km².

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2.8 Impactos ambientais causados pela comunidade

A presença de esgoto a céu aberto é a degradação ambiental mais freqüente no Brasil,

à frente do desmatamento e das queimadas. Os dejetos lançados inadvertidamente em fossas

abertas, rios, lagos ou mesmo na sarjeta tornam-se a causa de doenças que anualmente levam

milhares de crianças à morte. O problema ainda é um entrave ao desenvolvimento econômico

de muitos municípios, que, devido à falta de saneamento, perdem em parte seu potencial

turístico e tem atividades como a pesca prejudicada.

O sistema de esgotamento sanitário do bairro Alto do Mateus deveria estar operando

desde 2003. Mais o Convênio nº. 252/98, celebrado entre a prefeitura de João Pessoa e a

Funasa, que deveria estar operando desde 2003, e mesmo com o repasse integral dos recursos

federais a obra não foi concluída. A paralisação das obras deveu-se à não aprovação da

prestação de contas do mencionado convênio, em virtude da constatação de irregularidades

físicas e financeiras, que geraram imputação de débito de 20 milhões de reais (valor

atualizado até março de 2005) à gestão anterior da prefeitura (ex-prefeito Cícero Lucena).

Abandonada a obra, a parte do sistema que se encontra concluída (rede coletora)

deteriora-se rapidamente, alem disso alguns moradores ligaram seus esgotos para rede

coletora, que sem ter para onde escorrer acabou estourando em vários pontos do bairro.

Enquanto isso, as comunidades e o meio ambiente sofrem com a contaminação decorrente do

lançamento de dejetos não tratados no rio Sanhauá e no solo.

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Segundo moradores, algumas crianças que, indiferentes ao odor, fazem das poças de

dejetos motivo de brincadeira, dando saltos para trás e para frente, dentro e fora do líquido.

Essas crianças adoecem freqüentemente devido o contado com a água contaminada, é o caso

das filhas do senhor Pedro, que segundo ele: “as crianças bicam de bola, a bola cai na água

elas pegam na bola depois pega no alimento e sem saber estão contraindo doenças”.

Alem dos esgotos inacabados, outro fator de impacto são as fossas sépticas que estão

por todo o bairro e inclusive na Feirinha. Essas fossas poluem o lençol freático e o mangue

que está a poucos metros da comunidade, vale conta que parte do bairro é abastecido com

água de poço, água essa que já foi comprovada, pelo estudo monográfico da Márcia Viana,

está poluída.

O lixo é também um fator preocupante, sem possuir uma coleta regular de lixo, a

comunidade e os feirantes acabam depositando o lixo nas ruas e em alguns terrenos

desocupados, gerando isso proliferação de vetores patológicos, como ratos e insetos, alem de

poluir o solo.

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Esgoto escorrendo pelas ruas da Feirinha. Foto: José Marcos Costa

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TERCEIRA PARTE

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Considerações e sugestões

Concluindo esta etapa do trabalho, pois a convivência nos revela outros horizontes,

esperamos que outros possam vir e dá sua contribuição, revelando à sociedade a sua parcela

de responsabilidade, mostrando dessa forma que o processo de criação e/ou construção do espaço

urbano, não se deu por acaso, onde alguns processos sociais são a causa de alguns problemas, entre

esses o desemprego que culmina em uma série de problemas, como por exemplo, os aglomerados

subnormal.

Dessa forma concluímos

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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conclusão do curso de bacharelado em Geografia da UFPB. Outubro de 1996.

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Bayeux, Santa Rita é seu potencial de trabalho é renda, 1998.

LIMA, Manolita Correia. MONOGRAFIA a engenharia da produção acadêmica. São

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PEREIRA, Martha Bezerra. Mercado Joaquim Torres: Trajetória histórica é dinâmica

atual. Monografia de conclusão do curso de bacharelado em Geografia da UFPB. Março de

1999.

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Mioranza. São Paulo. Editora Escala.

SANTOS, Izequias Estevam dos. Textos selecionados de métodos e técnicas de pesquisa

científica. 3ª edição. Rio de Janeiro. Impetus, 2002.

SILVA, Adailtom Peixoto da. A Beira da Linha; Uma questão de identidade. Monografia

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com a saúde da população. Monografia de conclusão do curso de bacharelado em Geografia

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SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro. Editora

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FERREIRA, Edílio. Um roteiro para o plano diretor. Caderno de Direito Constitucional é

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DOLFUSS, Olivier. L`analyse géographique. Paris. Université de Paris. 1973. Traduzido

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OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico. 3ª edição. São Paulo.

Atias.

SITES

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www.culturabrasil.org (acessado em 01 de maio de 2007)

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APÊNDICES

FORMULÁRIO PARA QUESTIONAMENTOS

AOS COMERCIANTES:

1) – DESDE QUANDO TRABALHA NA FEIRINHA?

1- ( ) MENOS DE UM ANO 2 – ( ) ENTRE UM E CINCO

ANOS

3 – ( ) ENTRE CINCO E DEZ ANOS 4 – ( ) MAIS DE

DEZ____________

2) - QUAL A ORIGEM DOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS NA FEIRINHA?

( ) CULTIVADA PELO PROPRIO COMERCIANTE.

( ) PEQUENOS AGRICULTORES DA CIDADE DE JP.

( ) CEASA.

AOS MORADORES:

3) – DESDE QUANDO VOCES RESIDEM NA FEIRINHA?

1- ( ) MENOS DE UM ANO 2 – ( ) ENTRE UM E CINCO

ANOS

3 – ( ) ENTRE CINCO E DEZ ANOS 4 – ( ) MAIS DE

DEZ____________

4) - ONDE MORAVA ANTES DE CHEGAR AQUI?

( ) NO PROPRIO BAIRRO.

( ) EM OUTRO BAIRRO.

QUAL?________________________________________

( ) EM OUTRA CIDADE.

QUAL?________________________________________

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( ) EM OUTRO ESTADO.

QUAL?________________________________________

QUANTO A MORADIA:

5) - TEM AGUA TRATADA PELA CAGEPA?

( ) SIM OU ( ) NÃO

6) - TEM ENERGIA FORNECIDA PELA SAELPA?

( ) SIM OU ( ) NÃO

7) - QUANTOS COMODOS TEM A SUA CASA?

1-( ) 2-( ) 3-( ) 4-( ) 5 OU MAIS-( )______

8) - A SUA CASA É:

( )- PRÓPRIA ( )- ALUGADA ( )- CEDIDA ( )-

OCUPADA

( )- INVADIDA ( )OUTRO________________

9) - O TERRENO É:

1-( ) INVADIDO 2-( ) OCUPADO 3-( ) CEDIDO

4-( ) AFOREADO 5-( ) OUTRA________________________

QUANTO A EMPREGO E RENDA:

10) - QUANTAS PESSOAS RESIDEM NA SUA RESIDENCIA?

CRIANÇAS: 1-( ) 2( ) 3-( ) 4-( ) 5 OU MAIS-(

)______

ADULTOS: 1-( ) 2( ) 3-( ) 4-( ) 5 OU MAIS-(

)______

11) - 5.2- AS CRIANÇAS COM IDADE ESCOLAR ESTÃO TODAS NA ESCOLA?

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( ) SIM OU ( )NÃO, POR

QUÊ?______________________

12) - QUANTAS PESSOAS TRABALHAM NA SUA RESIDENCIA?

TRABALHO FORMAL: 1-( ) 2-( ) 3-( ) 4 OU MAIS ( ) ________

TRABALHO INFORMAL: 1-( ) 2-( ) 3-( ) 4 OU MAIS ( ) ________

13) - QUAL A RENDA FAMILIAR?

( )- MENOS DE 1 SALARIO MINIMO ( )- ENTRE 1 E 2 SALARIOS

MINIMO

( )- ENTRE 2 E 3 SALARIOS MINIMO ( )- MAIS DE 3 SALARIOS

MINIMO

14) - QUAL AS PRINCIPAIS FORMA DE LAZER DA FAMILIA?

1- PRAIA ( ) 2-VIAGEM ( ) 3- ESPORTE ( )

4- OUTRA_______________

QUANTO A COMUNIDADE:

15) - O SR.(a) CONSIDERA O LOCAL SEGURO?

( ) SIM OU ( ) NÃO

16) - O QUE MAIS FAZ FALTA NA COMUNIDADE:

( )- PAVIMENTAÇÃO ( )- SEGURANÇA ( )-

EMPREGO

( )- LAZER ( )- EDUCAÇÃO ( )-