jornal do senado · maioridade penal aos 16, diz lando o relator da proposta de emenda...

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Ó RGˆO DE DIVULGA˙ˆO DAS ATIVIDADES DO S ENADO F EDERAL A NO V N” 986 B RAS˝LIA, SEXTA- FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1999 JORNAL DO SENADO JORNAL DO SENADO PlenÆrio ouve Greca sobre irregularidades na liberaçªo de bingos Ministro do Esporte e Turismo contesta denœncias, durante depoimento de mais de trŒs horas no Senado O ministro Rafael Greca foi questionado por 12 senadores na sessªo de ontem, durante a qual Jefferson PØres sugeriu que ele deixasse o cargo e vÆrios parlamentares defenderam a criaçªo de uma CPI para apurar as denœncias P`GINAS 3 A 6 Sociedade apóia maioridade penal aos 16, diz Lando O relator da proposta de emenda constitucional que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal, senador Amir Lando, afirmou que a alteraçªo estÆ de acordo com o desejo da sociedade. Durante audiŒncia pœblica na Comissªo de Constituiçªo, Justiça e Cidadania, a proposta foi discutida por senadores, professores universitÆrios e representantes da sociedade civil. P `GINA 7 Senado aprecia 18 matØrias na semana P`GINA 2 O ministro Francisco de Assis Toledo, do Superior Tribunal de Justiça, participou de audiŒncia pœblica na CCJ, que contou com a presença dos senadores JosØ Roberto Arruda, autor da proposta de reduçªo da idade penal, e JosØ Agripino

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Page 1: JORNAL DO SENADO · maioridade penal aos 16, diz Lando O relator da proposta de emenda constitucional que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal, senador Amir Lando, afirmou

ÓR G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L AN O V � Nº 986 � B R A S Í L I A, SEXTA- FEIRA, 19 D E NOVEMBRO D E 1999

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Plenário ouve Grecasobre irregularidades

na liberação de bingosMinistro do Esporte e Turismo contesta denúncias,

durante depoimento de mais de três horas no Senado

O ministro Rafael Greca foiquestionado por 12 senadores nasessão de ontem, durante a qualJefferson Péres sugeriu que eledeixasse o cargo e váriosparlamentares defenderama criação de uma CPIpara apurar as denúncias

PÁGINAS 3 A 6

Sociedade apóiamaioridade penalaos 16, diz Lando

O relator da proposta de emenda constitucional quereduz de 18 para 16 anos a maioridade penal,

senador Amir Lando, afirmou que a alteração estáde acordo com o �desejo da sociedade�. Duranteaudiência pública na Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania, a proposta foi discutida por

senadores, professores universitários erepresentantes da sociedade civil.

PÁGINA 7

Senado aprecia18 matériasna semana

PÁGINA 2

O ministro Francisco de Assis Toledo,do Superior Tribunal de Justiça,participou de audiência pública naCCJ, que contou com a presença dossenadores José Roberto Arruda,autor da proposta de redução daidade penal, e José Agripino

Page 2: JORNAL DO SENADO · maioridade penal aos 16, diz Lando O relator da proposta de emenda constitucional que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal, senador Amir Lando, afirmou

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 19992

JORNAL DO SENADO

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: Antonio Carlos Magalhães 1º Vice-Presidente: Geraldo Melo2º Vice-Presidente: Ademir Andrade

1º Secretário: Ronaldo Cunha Lima2º Secretário: Carlos Patrocínio3º Secretário: Nabor Júnior4º Secretário: Casildo Maldaner

Suplentes de Secretário:Eduardo Suplicy - Lúdio Coelho Jonas Pinheiro - Marluce Pinto

www.senado.gov.br - E-mail: [email protected] - tel.: 0800 612211 - fax: (61) 311 3137Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva Maia

Secretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Sec. de Comunicação Social: Fernando Cesar Mesquita (61) 311-3211

Diretor de Divulgação e Integração: Helival Rios (61) 311-1070Diretor do Jornal do Senado: Flávio de Mattos (61) 311-3170Diretor da Agência Senado: José do Carmo Andrade (61) 311-3327

Editor-Chefe: João Carlos Ferreira da SilvaEditores: Marcos Magalhães, Sylvio Guedes, Djalba Lima e Sylvio Costa

Diagramação: Sergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho e Osmar MirandaRevisão: Lindolfo do Amaral Almeida, Maria das Graças Aureliano e Miqueas Dantas de Morais

Fotos: Célio Azevedo, Márcia Kalume, Adão Nascimento, Roosevelt Pinheiro, Waldemir Rodrigues, José Cruz e Jane Araújo

Impresso pelaSecretar ia Especial

de Editoração ePub l i cações

Endereço: Praça dos Três PoderesEd. Anexo I do Senado Federal,20º andar

Brasília - DF - 70165-920

O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas

da Subsecretaria Agência Senado

Arte: Cirilo Quartim

A G E N D AA G E N D ASEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1999

PLENÁRIO

9h - Sessão não deliberativa

Dezoito matérias foram apreciadasnesta semana pelo plenário do Senado,que também registrou o comparecimen-to do ministro do Esporte e Turismo,Rafael Greca, para prestar esclarecimen-tos aos senadores sobre denúncias desupostas irregularidades no funciona-mento dos bingos.

Entre as matérias aprovadas pelo ple-nário estão a emenda constitucionalimpedindo a reedição de medidas pro-visórias, que passa agora ao segundoturno de votação, e a alteração do cál-culo da aposentadoria dos trabalhado-res do setor privado, criando o �fatorprevidenciário�. Esta última matéria vaià sanção presidencial.

O plenário aprovou também a exten-são do seguro-desemprego ao trabalha-dor doméstico e a alteração do Códigode Processo Civil impedindo a entregade intimações, pelos oficiais de Justiça,a menores de idade. Volta à Câmara,por ter sido emendado, projeto incorpo-rando à jornada de trabalho o tempodespendido em deslocamento para lo-cal de difícil acesso.

Ainda nesta semana, o plenário reno-vou dez concessões de emissoras de rá-dio e televisão, e concedeu duas autori-zações de empréstimo externo, junto aoBanco Internacional para a Reconstru-ção e Desenvolvimento (Bird), paraobras no estado de São Paulo.

A Comissão de Constituição, Justiça e

Senado apreciou 18matérias nesta semana

Comissões permanentes e especiais também tiveram intensaatividade. CPIs dos Bancos e Judiciário aprovaram relatórios

Cidadania (CCJ) deu parecer favorávela propostas de mudança no regime debens no restabelecimento da sociedadeconjugal; instituição do Programa Na-cional de Bolsas de Estudo; alteraçãodo Código Civil permitindo ao filho sol-teiro deficiente físico habitar o imóvelde pais falecidos.

Já a Comissão de Assuntos Sociais(CAS) ouviu os procuradores da Repú-blica no Distrito Federal Luiz FranciscoFernandes de Souza e Guilherme Schelb,que sugeriram a instalação de CPI parainvestigar a utilização dos bingos na �la-vagem� de dinheiro pelo narcotráfico.

O ministro da Justiça, José Carlos Dias,encerrou o seminário �Amazônia � Pa-trimônio Ameaçado?�, promovido pelaComissão de Relações Exteriores e Defe-sa Nacional (CRE), e do qual participou,

na terça-feira, o ministro da Defesa, El-cio Alvares.

A Comissão de Educação (CE) delibe-rou, entre outras, a favor do tombamen-to do antigo estúdio da Rádio Nacionaldo Rio de Janeiro; da criação do DiaNacional do Idoso; e da inclusão do es-tudo dos símbolos nacionais nos currí-culos do 1º grau.

No relatório apresentado à CPI doSistema Financeiro, o senador João Al-berto (PMDB-MA) apontou indícios deprática de peculato pelos ex-diretoresdo Banco Central e de tráfico de influ-ência pelos controladores dos bancosFonteCindam e Marka. A CPI do Judici-ário aprovou relatório do senador Pau-lo Souto (PFL-BA) sobre as irregularida-des e superfaturamento na construçãodo edifício-sede do TRT de São Paulo.

A Comissão Mista de Planos, Or-çamentos Públicos e Fiscalizaçãoaprovou ontem parecer favorávela crédito suplementar no valor deR$ 1 bilhão para reforço de dota-ções consigadas no Orçamentodeste ano. Os recursos destinam-se ao pagamento de juros e outrosencargos de dívidas externas deresponsabilidade da União. A ma-téria teve como relator o deputa-do Osvaldo Coelho.

Conforme justificativa do minis-tro da Fazenda, Pedro Malan, a so-licitação se explica por causa dadesvalorização do real, �principal-mente em relação ao dólar, que noinício de março deste ano alcan-çou o pico de R$ 2,15 por US$1,00�. A abertura desse crédito, in-formou o ministro, tem como las-tro recursos decorrentes da emis-são de títulos de responsabilidadedo Tesouro Nacional.

A Comissão de Orçamento tam-bém aprovou, com parecer favo-rável do senador Mauro Miranda(PMDB-GO), pedido de crédito su-plementar no valor global de R$191 milhões para este ano. De acor-do com o parecer, esses recursosserão distribuídos aos ministériosdos Transportes (R$ 169,8 mi-lhões); do Meio Ambiente (R$ 16,2milhões); de Minas e Energia (R$2,7 milhões), e da Ciência e Tecno-logia (R$ 2,1 milhões).

O senador Romero Jucá (PSDB-RR) apresentou substitutivo, apro-vado pela comissão, ao projeto delei que propõe abrir no Orçamen-to Fiscal da União crédito especialno valor de R$ 76 milhões para o

CMO aprova suplementaçãode R$ 1 bi ao Orçamento

Ministério dos Transportes. Trata-se, segundo o relator, �apenas dealteração da classificação orça-mentária, uma vez que os recursosresultam de cancelamento da ina-dequada programação do próprioministério�.

Jucá esclareceu que, inicialmen-te, a proposta foi desmembradada proposição original, �visandodirimir dúvidas� sobre o projetode ampliação do Terminal de Con-têineres do Porto de Santos(Tecon-2). Ele informou que ha-viam sido levantadas dúvidasquanto à lisura do processo deescolha da empresa encarregadada realização das obras:

� Contudo, o Tribunal de Contasda União se pronunciou favoravel-mente sobre os esclarecimentosprestados pelo Ministério dosTransportes em relação ao Tecon-2, e concluímos pela inexistênciade óbices � esclareceu Jucá.

Nas oito últimas reuniões da co-missão não houve quorum para avotação de matérias. Com a finali-dade de resolver o problema, opresidente da comissão, senadorGilberto Mestrinho (PMDB-AM),anunciou que iria discutir o assun-to com as lideranças partidárias doSenado e da Câmara.

Recursos aprovados destinam-se ao pagamento, pela União,de juros e outros encargos da dívida externa

O senador Ademir Andrade(PSB-PA) e oito deputados fe-derais da bancada do Paráacompanharam ontem audiên-cia concedida pelo presidentedo Congresso, Antonio CarlosMagalhães, a integrantes doMovimento Nacional de Lutapela Moradia.

Segundo o relato feito porAdemir, Antonio Carlos concor-dou com a necessidade de resol-ver urgentemente o problema dahabitação no país, mas apresen-tou avaliação de que a emendaconstitucional instituindo o Fun-

Bancada do Pará vai a ACM por moradia

do Nacional de Combate à Pobre-za será alternativa mais rápidapara chegar a esse objetivo doque os dois projetos defendidospelo movimento: o Estatuto daCidade, de autoria do ex-senadorPompeu de Souza, e o Fundopara a Moradia Popular � ambos

em tramitação na Câmara.Ademir Andrade disse que o

apoio da bancada paraense àsreivindicações do MovimentoNacional de Luta pela Moradiadeve-se ao fato de que o Pará é oestado que registra o maior défi-cit habitacional de todo o país.

Antonio Carlosrecebeu o

senador e oitodepu t ado s

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BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1999 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Em depoimento prestado no plenáriodo Senado ontem, o ministro do Esportee Turismo, Rafael Greca, assegurou tertomado �as três medidas administrati-vas cabíveis quando ocorrem indícios deirregularidades�: uma auditoria deacompanhamento da Secretaria Fede-ral de Controle no Instituto Nacional deDesenvolvimento do Desporto (Indesp);uma sindicância interna no Indesp; esolicitação, ao Ministério da Justiça, deabertura de inquérito policial. Fora es-sas medidas, enfatizou, �não há assina-tura deste ministro em nenhuma outraproposta legislativa, em nenhum ato nor-mativo ou em qualquer evento sobre bin-gos�.

O próprio ministro tomou a iniciati-va de comparecer ao Senado para pres-tar esclarecimentos sobre denúncias deque as autorizações para funcionamen-to de bingos no país estariam sendo co-bradas. A primeira medida � uma audi-toria de acompanhamento �, conformeexplicou, foi tomada, verbalmente, nodia 16 de agosto, e, por ofício, no dia 19,em função de carta de demissão apre-sentada no dia 13 do mesmo mês porJoão Elias Cardoso, funcionário da Secre-taria Federal de Controle que assumiu aCoordenação de Bingos do Indesp.

A segunda medida, continuou o mi-nistro, foi tomada no mesmo dia � 3 desetembro � em que o jornalista Juca Kfou-ri contestou, em sua coluna no jornal

O senador Ney Suas-suna (PMDB-PB) disseestar surpreso com asdenúncias sobre irregu-laridades nas casas debingos do país. Ele in-formou que na Paraíbae no Rio Grande doNorte houve �uma en-xurrada� das chama-das máquinas caça-ní-queis, que tiveram seufuncionamento sus-penso por determina-ção dos governadoresdesses estados.

Durante audiência com o ministrodo Esporte e Turismo, Rafael Greca,Suassuna quis saber se existe mais deum tipo de máquina caça-níquel e seesta precisa de autorização do Insti-tuto Nacional de Desenvolvimento doDesporto (Indesp) para funcionar. Per-

Durante depoimento de mais de três horas no plenário doSenado, o ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca,rebateu denúncias de irregularidades na liberação de jogos

de bingo eletrônico e disse estar aberto às investigações. �Nuncahouve nem haverá nada a esconder no meu ministério�, garantiu.Quatro senadores � Roberto Requião (PMDB-PR), Álvaro Dias(PSDB-PR), Osmar Dias (PSDB-PR) e Marina Silva (PT-AC) � pediram ainstalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apuraras denúncias. Osmar destacou que a Justiça italiana vem investigando apossibilidade de lavagem de dinheiro do narcotráfico em jogos de azar no

Brasil. O senador Jefferson Péres (PDT-AM) sugeriu aoministro que deixasse o cargo. O líder do PFL, Hugo Napoleão(PI), lembrou que Greca compareceu ao plenário do Senadopor conta própria, enquanto o senador Eduardo SiqueiraCampos (PFL-TO) previu que as acusações feitas contra oministro acabariam por ser desmentidas. Também

questionaram o ministro os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB),Edison Lobão (PFL-MA), José Agripino (PFL-RN),Eduardo Suplicy (PT-SP) e Jorge Bornhausen (PFL-SC). A sessão foipresidida pelo senador Antonio Carlos Magalhães.

Greca diz ter determinado investigação sobre bingosFolha de S. Paulo, dados do Sistema deInformações sobre credenciamentos eautorizações do Indesp. �Determinei quea secretaria executiva oficiasse o Indesppara apurar todos os fatos, já que asrecomendações verbais anteriores nãotinham surtido efeito�, disse. No mesmodia, segundo Rafael Greca, ele telefonoupara o ministro da Justiça, José CarlosDias, e solicitou que a Polícia Federalentrasse no caso e auxiliasse o ministé-rio na busca de informações sobre quecobranças estariam sendo feitas para darautorização de funcionamento a bingos.

Em função de denúncia protocoladapelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) junto à Presidência da República,em 21 de setembro, Greca disse ter reite-rado ao ministro da Justiça seu pedidode abertura de inquérito policial noâmbito da Polícia Federal. Na quarta-feira, acrescentou, recebeu o relatório daauditoria de acompanhamento da Ci-set e determinou ao Indesp �a adoçãodas medidas corretivas e a apuração daresponsabilidade de todos os agentesapontados no relatório em ações deimpropriedade ou irregularidades�. Orelatório foi encaminhado ao Tribunalde Contas da União, ao Ministério Públi-co e à Polícia Federal.

� Sou um homem de boa fé. Posso tersido enganado? Todos estamos sujeitosa isso � afirmou no encerramento deseu pronunciamento.

Ney Suassuna afirma queficou surpreso com denúncias

guntou ainda ao minis-tro se a reforma do In-desp foi feita para favo-recer Luiz AntônioBuffara, que era o diretorde administração e finan-ças da entidade.

Greca assegurou aosenador que a reformado Indesp foi feita porordem expressa da Se-cretaria de Controle In-terno, com aval do pre-sidente da República, em1998. Ele negou que a

reforma tenha sido feita para dar po-deres a Buffara. A reforma, acrescen-tou, feita com critérios �rígidos� e obe-decendo a regras legais, sob a super-visão do Ministério do Orçamento eGestão, transformou cargos e crioucoordenações e competências noâmbito do Indesp.

Napoleão não vê fatos concretos contra ministro

Senado, Napoleão citou parte do

discurso de Osmar Dias, quando

este afirmou que �se o ministro

Rafael Greca não tiver nada a ver

com isso aqui� (referindo-se a au-

torização irregular de bingos)

voltaria à tribuna e diria �que ele

não tem nada a ver�.Após a manifestação de sena-

dor pefelista, o ministro reafir-

mou que as aleivosias levanta-

das contra ele sempre conti-

nham o verbo no condicional.

Greca lembrou os 17 anos de

sua carreira política, para di-

zer que não se pode enganar

por tanto tempo uma popula-

ção tão esclarecida quanto a

paranaense.Greca disse que, se estivesse

interessado em fazer um caixa

de campanha, não teria nome-

ado para a coordenação de

bingos João Elias Cardoso, pes-

soa que não conhecia e que

fora indicada pelo próprio se-

cretário Federal de Controle. O

ministro acrescentou que, nes-

se caso, também não teria pas-

sado para a Caixa Econômica

Federal todo o controle da ar-

recadação do ministério com

os bingos, nem tampouco teria

instituído uma taxa federal

para financiar a fiscalização e

o controle das casas de bingos.

A sessão de ontem do plenário foi dedicada exclusivamente ao questionamento de Rafael Greca

Hugo Napoleão recordou queministro compareceu ao

plenário por iniciativa própria

O líder do PFL no Senado, sena-

dor Hugo Napoleão (PI), primei-

ro a interpelar o titular da pasta

do Esporte e Turismo, Rafael

Greca, destacou que o ministro

compareceu ontem ao Congres-

so Nacional por iniciativa própria.

Napoleão disse que não há fatos

concretos nas denúncias contra

Greca, que têm sido feitas sempre

com �o verbo no condicional�.

O próprio requerimento para

que Greca viesse ao Senado afir-

mava que os recursos pagos para

a abertura de casas de bingo teri-

am sido �supostamente desviados

para caixa de campanha política�,

citou Napoleão. O parlamentar

também recordou que as infor-

mações veiculadas nas revistas

Veja e IstoÉ, em agosto, falavam

em supostos desvios de recursos.

Segundo Napoleão, o senador

Osmar Dias (PSDB-PR) afirmou,

da tribuna, que ninguém fazia acu-

sações contra o ministro. Repor-

tando-se a notas taquigráficas do

Ney Suassuna relatou�enxurrada� de

caça-níqueis na Paraíba

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 19994

ENQUANTO REQUIÃO COBRA CPI, OSMAR DIZ QUE BINGO LAVARIA DINHEIRO ILEGAL. EDUARDODEFENDE FIM DOS CAÇA-NÍQUEIS E JEFFERSON PERGUNTA SE MINISTRO NÃO DEVERIA PEDIR DEMISSÃO

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou ontem que o ministro doEsporte e Turismo, Rafael Greca, par-ticipou da �venda� de uma medidaprovisória permitindo a entrada demáquinas de bingo no país. De acordocom Requião, a máfia italiana pagoupela MP, enviada pelo ministro paraassinatura do presidente da Repúbli-ca. O senador informou que o Minis-tério Público e a Polícia Federal reuni-ram provas que incriminam Greca. �Osprocuradores da República já anunci-aram a sua disposição de indiciar oministro por formação de quadrilha euma série de outros crimes�, disse.

Requião reafirmou a necessida-de de instalação de uma comissãoparlamentar de inquérito paraapurar o caso. Declarou tambémque seria um gesto de coragem doministro apoiar a CPI.

� Precisamos que, em um gesto decoragem, o ministro, para demonstrarque de nada tem medo, apóie umacomissão parlamentar de inquéritoque lhe quebre imediatamente o sigilobancário e telefônico, bem como dosauxiliares do ministério que redigiramna Conab e em outros lugares a medi-da provisória que ele entregou ao pre-sidente e que foi vendida à máfia ita-liana � argumentou o senador peloParaná, acrescentando que o interro-

gatório de ontem significava uma dis-cussão de amenidades. O presidentedo Senado, Antonio Carlos Magalhães,disse que a presença de Requião natribuna, interrogando o ministro, eraprova da seriedade dos debates.

Funcionários ligados ao ministroseriam, conforme Requião, os respon-sáveis pela redação da Portaria 23,que �aperfeiçoou a canalhice e a pa-tifaria e transformou as máquinas dejogo em bingos permanentes�. Estaportaria, que legalizou as máquinasde jogo, teria custado US$ 150 mil aosdonos das casas de bingo, segundo oparlamentar. Requião também acu-sou o grupo de cobrar US$ 15 mil para

O senador Osmar Dias (PSDB-PR)usou indícios colhidos pelos procura-dores da República Luiz Francisco Fer-nandes de Souza e Guilherme ZaninaSchelb para acusar o ministro do Es-porte e Turismo, Rafael Greca, de li-gação com donos de bingos e inte-grantes da máfia italiana. Duranteaudiência com o ministro no plená-rio do Senado, ontem, o senador disseque a elaboração da portaria quepossibilitou a instalação dos bingoseletrônicos foi discutida em reuniãorealizada secretamente na Compa-nhia Nacional de Abastecimento (Co-nab), da qual participaram donos debingos, funcionários da Conab e o ad-vogado Paulo Araújo.

Com base em informações de que to-das essas pessoas freqüentavam o gabi-nete de Greca, os procuradores estãomovendo ação cautelar contra o mi-nistro, alegando que parte dos recursos

A exemplo da exoneração de LuizAntônio Buffara da Diretoria de Ad-ministração e Finanças do InstitutoNacional de Desenvolvimento do Des-porto (Indesp), o senador JeffersonPéres (PDT-AM) perguntou ao minis-tro do Esporte e Turismo, Rafael Gre-ca, se ele também não deveria pedirdemissão do cargo, devido às denún-cias de irregularidades nas autoriza-ções para o funcionamento de bingosno país. �Essa regra valeu para seuauxiliar e não vale para vossa exce-lência?�, questionou o senador na au-diência pública.

Greca respondeu que nada tem aesconder e que quer servir ao país �comserenidade�. Disse que aguardará aapuração das denúncias sobre o fun-cionamento de bingos com tranqüili-dade e que tomou todas as medidasnecessárias para apurar os fatos, comabertura de sindicância e de investi-gação da Polícia Federal e do Ministé-rio da Justiça.

Jefferson Péres quis saber se Buffara,

O senador Eduardo Siqueira Cam-pos (PFL-TO) perguntou ao ministroRafael Greca, durante a audiênciapública realizada ontem, se o país estálivre das máquinas caça-níqueis. Gre-ca respondeu que as máquinas fo-ram proibidas no país desde 1946,durante o governo Dutra, e que, em1993, por meio da Lei Zico, o Brasilpôde ter em funcionamento máqui-nas de videobingo.

O governo, acrescentou o ministro,decidiu, no entanto, enquadrar essasmáquinas no rol de produtos comentrada proibida no país, através deinstrução normativa da Polícia Fe-deral, datada de 27 de outubro desteano. Com essa nova norma, as cha-madas máquinas caça-níqueis podemser apreendidas e destruídas ao che-garem no Brasil.

BONS COSTUMESA portaria foi feita, segundo o mi-

nistro, porque não havia como dife-renciar produtos que atentariam ounão contra os bons costumes, comoestabelece a legislação, para que fos-se impedida sua entrada no país.Bastava o pagamento de impostosrecolhidos pelo Ministério da Fazen-

Requião acusa Greca de terparticipado da �venda� de MP

cada nova autorização de funciona-mento para casas de bingo.

Segundo o senador, o ministro apre-sentou ao presidente Fernando Henri-que Cardoso uma única minuta demedida provisória, elaborada pelosdonos de casas de bingo, abrindo e li-beralizando o jogo:

� Quem tentava induzir em erro opresidente da República era o minis-tro, que apresentou à Casa Civil umaúnica medida provisória, que liberavaas máquinas de jogo no país � afir-mou o senador.

Em sua defesa, Greca respondeu que,por não ser ligado a máfia ou à lava-gem de drogas, não é o opositor queRequião gostaria de ter. Afirmou ain-da ter apresentado ao presidente daRepública não uma, mas duas opçõesde medida provisória sobre a regula-mentação do jogo. Disse também queLuiz Antônio Buffara de Freitas, ex-diretor do Instituto Nacional de De-senvolvimento do Desporto (Indesp),não foi seu tesoureiro de campanha,como acusara Requião. Segundo osenador, Buffara era um dos funcio-nários ligados ao ministro que teriamredigido a Portaria 23.

Requião afirmou que o ministromentiu, uma vez que é �público e no-tório� no Paraná que Buffara fora seucaixa de campanha.

ao pedir exoneração do cargo, por seracusado de corrupção, teve uma ati-tude de confissão de culpa ou prati-cou um ato de prudência. Greca res-pondeu que as acusações eram gravese que pediu a Buffara que se afastassedo cargo. �Essa exoneração me deumais conforto�, respondeu.

Eduardo quer país livrede máquinas caça-níqueis

da para os produtos passarem pelosaeroportos.

O senador elogiou o ministro, afir-mando que Greca é �um homem res-peitável, admirado por todos os inte-grantes do Senado�. O ministro agra-deceu o apreço do senador e esclare-ceu que não assinou a portaria e de-mais documentos sobre a questão dobingo, que foram assinadas pelo en-tão presidente do Indesp, ManoelTubino.

Jefferson sugere a ministroque se demita do governo

Roberto Requião diz que PolíciaFederal e Ministério Público

reuniram provas contra Greca

Osmar Dias diz que portaria foiredigida nos �porões da Conab�

da máfia italiana seriam lavados nonegócio dos bingos e outra parte ali-mentaria o caixa da campanha de Gre-ca ao governo do Paraná em 2000.

� O que está sendo colocado nãosão hipóteses, mas fatos concretos �disse Osmar Dias, ainda durante suaprimeira intervenção.

O senador questionou Greca sobrepor que a empresa NeoJuegos, perten-cente a �um mafioso�, foi a primeira aobter autorização para funcionamen-to do Instituto de Desenvolvimento doDesporto (Indesp), �furando enormefila�. O ministro respondeu que a au-torização é de responsabilidade dodiretor do Indesp, Manoel Tubino,embora oficialmente ele, ministro, exer-ça o cargo de supervisor do Indesp.Osmar perguntou então a Greca porque permitiu que se realizasse a reu-nião �nos porões da Conab�. O minis-tro respondeu que reuniões em porões

eram coisa para a polícia investigar,e não respondeu pergunta de Osmarsobre por que ofereceu ao presidenteFernando Henrique Cardoso duas ver-sões de medida provisória regulandoa atividade dos bingos.

� Vossa excelência é um campeãode mentiras � afirmou o senador.

Osmar Dias indagou de Greca seele apoiaria a instauração de umaCPI para investigar os bingos. Em res-posta, o ministro sugeriu que o Con-gresso aproveitasse a CPI do narco-tráfico. E ao pedido de Osmar Diaspara que abrisse seu sigilo bancário,Greca ofereceu-se a abrir suas contasaos procuradores da República.

Osmar Diasacusou Grecade ser�campeãode mentiras�

Eduardo Siqueira Campos elogiouo ministro, a quem considerou

�um homem respeitável�

Jefferson perguntou ao ministro seele não deveria seguir o exemplo

de Buffara e pedir demissão

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BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1999 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

PARA LOBÃO, GRECA MERECE ELOGIOS POR SE DISPOR A ESCLARECER DENÚNCIA. ÁLVARO,SUPLICY E MARINA CONSIDERARAM AS EXPLICAÇÕES DO MINISTRO INSATISFATÓRIAS

O senador Edison Lobão (PFL-MA) elogiou a disposição do mi-nistro do Esporte e Turismo,Rafael Greca, em comparecer aoSenado para esclarecer a polêmi-ca em torno das autorizações parao funcionamento de bingos. Deacordo com Lobão, há uma dife-rença entre bingos �honestos edesonestos�. Ele lembrou queGreca sempre recusou a pecha de�ministro do jogo�.

� Vamos pôr um ponto finalnessa discussão que em nada aju-da o país � disse o senador antesde perguntar a Greca se ele haviaautorizado o funcionamento dealgum bingo.

� Não há autorização para bingocom a minha assinatura � respon-deu Greca, acrescentando que

País é o maior prejudicadopela polêmica, afirma Lobão

foram autorizados neste ano peloInstituto de Desenvolvimento doDesporto (Indesp) 16 bingos per-manentes e 235 provisórios.

Lobão então questionou Greca

sobre as declarações do diretordo Indesp de que o ministro pre-feria fugir do assunto �autoriza-ção de bingos�. Greca respondeuque nunca fugiu do assunto. In-clusive teria sempre se manifesta-do para que os bingos fossem des-locados da área do Indesp para osetor de loterias da Caixa Econô-mica Federal, permitindo que osrecursos arrecadados fossem di-rigidos aos esportes olímpicos. Afiscalização nesse caso ficaria acargo da Caixa, uma vez que oIndesp não tem estrutura para darconta dela.

Na avaliação do senador ÁlvaroDias (PSDB-PR), o ministro RafaelGreca tentou, no depoimento, repas-sar responsabilidades no que diz res-peito às denúncias de irregularida-des nas autorizações para o funcio-namento de bingos. �Não é possívelse esconder atrás de declarações dotipo �eu não sabia, não assinei a por-taria, o Indesp tem autonomia�. Issorepresenta abrir mão de parcela depoder como ministro, é como se es-tivesse faltando ao trabalho.�

Para o senador, uma CPI, com que-bra de sigilo bancário, telefônico efiscal de todos os envolvidos, é a úni-ca maneira de esclarecer fatos comoo pagamento de propinas e a pos-sível ligação do ministério com amáfia italiana. �Caso contrário, serásempre a palavra do ministro contrao jornalista Juca Kfouri ou contraManoel Tubino�, ressaltou.

Ao responder, Greca disse ter tra-balhado muito pelo esporte e peloturismo, listando entre suas realiza-ções desde as medalhas conquista-das nos Jogos Panamericanos deWinnepeg (Canadá) até o fomentodo turismo no Nordeste e na Amazô-nia. �Odeio o porão, gosto do ladoluminoso do ministério e de iniciati-vas sociais como o programa de fa-bricação de material esportivo em pe-nitenciárias�, afirmou.

Álvaro Dias lembrou críticas daConferência Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB) à atuação do ministé-rio no setor de bingos, afirmando queo assunto não se encerrará com odepoimento de Greca. �Tenho con-fiança na Polícia Federal e no Mi-nistério Público, que entrará comação cautelar contra o ministro eoutros acusados. Na França, minis-tro sob suspeita renuncia, no Brasilfaz poesia�, concluiu.

Para Álvaro,só CPI podeinvestigar

a denúncia

Depois de quase três horas emeia de questionamentos ao mi-nistro do Esporte e Turismo,Rafael Greca, a senadora MarinaSilva (PT-AC) concluiu pela neces-sidade da instalação de uma co-missão parlamentar de inquérito(CPI) para apurar não somente asdenúncias envolvendo Greca comirregularidades na liberação debingos, �mas a evidente participa-ção do crime organizado nessetipo de jogo�.

Marina Silva sugeriu a criação daCPI dos Bingos depois de observarque as �respostas evasivas� do mi-nistro não estavam trazendo con-tribuição alguma para os esclare-cimentos dos fatos. �O ministro nãoconhece nada e ninguém�, obser-vou a senadora. Para ela, somentecom a instalação de uma CPI é quea verdade virá à tona.

A senadora perguntou ao minis-tro se conhecia o advogado PauloAraújo, apontado como responsávelpela elaboração da Portaria 23. Emresposta, Greca disse que não. Mas,segundo a senadora, Paulo Araújoajudou na elaboração de vários pro-jetos e era considerado um dos prin-cipais assessores do ministro paraassuntos ligados ao bingo.

�Não conheço o senhor Paulo Araú-jo. Só tenho conhecimento que eleprestou serviço no Indesp por uns40 dias�, disse Rafael Greca ao afir-mar que não poderia assumir res-ponsabilidades sobre antecedentespoliciais de supostos assessores.

Marina Silvaqueixa-se

de respostasevasivas

Marina defende a apuração doenvolvimento do crime organizado

com os bingos eletrônicos

Ao questionar o ministro Rafael

Greca, do Esporte e Turismo, du-

rante a sessão de ontem, o sena-

dor Eduardo Suplicy (PT-SP) afir-

mou que Luiz Antônio Buffara, ex-

diretor financeiro do Indesp, ha-

via criado um �balcão� para clien-

tes especiais que tinham atendi-

mento preferencial na liberação

de bingos. Acrescentou que na

área de convênios firmados no

âmbito do órgão também existe

um �balcão� do gênero e que a

�senha� para o favorecimento é o

partido político do interessado.

� Como isso é um fato notório,

constatado inclusive por depoi-

mentos de várias testemunhas no

Ministério Público, pergunto se

essa trama é do seu conhecimen-

to? � indagou o parlamentar.

Em resposta, Greca disse que

não existe um balcão especial para

privilegiar políticos ou �pessoas de

terceira intenção�. Negou que

haja qualquer favorecimento em

Suplicy diz que existênciade �balcão� no Indesp é fato público e notório

sua pasta, afirmando que age com

�absoluta transparência� e dentro

dos limites da lei.Suplicy manifestou estranheza

com as afirmativas de Greca e dis-

se que não entendia como o mi-

nistro, �passado todo esse tempo

da divulgação dos fatos, ainda não

tenha conhecimento desse balcão

e tenha certeza de que foi enga-

nado por Buffara�.O senador observou que um

ministro tem �responsabilidades

que não pode delegar�, lem-

brando que o chanceler Willy

Brandt renunciou à chefia polí-

tica da então Alemanha Ociden-

tal, um dos cargos mais impor-

tantes do planeta, diante de

�meros boatos de espionagem na

Alemanha Oriental�, envolvendo

um de seus auxiliares. �Ele ga-

nhou a admiração e o respeito

do mundo inteiro�, disse

Suplicy.Greca respondeu que, há me-

ses, vem investigando e coorde-

nando sindicâncias para apurar

as acusações que pesam sobre o

ministério. �Minha intenção é es-

clarecer. Por isso, vim ao Sena-

do espontaneamente. Não pre-

ciso pensar em renunciar, por-

que o presidente Fernando

Henrique Cardoso e o meu par-

tido, o PFL, mantêm plena con-

fiança em mim. Se houver ne-

cessidade de correção de rumos

em relação aos bingos, vamos

fazê-lo.�

Segundo Álvaro Dias, RafaelGreca não assume suas

responsabilidades como ministro

Suplicy não entende como Grecaaté hoje diz desconhecer fatos

que tiveram ampla divulgação

Lobão parabenizou oministro pelo interesseem esclarecer o assunto

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 19996

Jorge Bornhausenlembrou o paipara condenarataques contraadve r sá r iospol í t icos

EM RESPOSTA A AGRIPINO MAIA, MINISTRO NEGA TER PARTICIPADO DE REUNIÃO PARA DEFINIR PORTARIADOS BINGOS. BORNHAUSEN DIZ QUE SENADO NÃO É PALCO PARA DISCUTIR DENÚNCIA ANÔNIMA

P R O G R A M A Ç Ã O

H O J ETV SENADO

H O J ERÁDIO SENADO

6h55 � Senado em Pauta7h � Saúde Todo Dia � Squash7h30 � Especial Unip � Papiloma vírus (4ª parte)7h55 � Senado em Pauta8h � Jornal do Senado8h25 � Senado em Pauta8h30 � Entrevista � Senador Arlindo Porto fala sobreas barreiras para os produtos agrícolas8h55 � Senado em Pauta9h � Sessão Plenária (ao vivo)Logo após � Subcomissão de Rádio e TV (gravado)Logo após � Sessão Plenária (reapresentação)19h � Fortes do Brasil19h30 � Debate � Senador Francelino Pereira e oprodutor de cinema Luiz Carlos Barreto falam sobre aprodução do cinema brasileiro20h30 � Entrevista � Senador Arlindo Porto fala sobreas barreiras para os produtos agrícolas21h � Jornal do Senado21h30 � Consulta Marcada � Pneumologista Antônio

8h � Agenda SenadoEm seguida � Música e informação9h � Sessão Plenária do Senado (ao vivo)Em seguida � Música e informação14h30 � Sessão Plenária do Senado (reprise)Em seguida � Música e informação19h � A voz do BrasilEm seguida � Música e informação20h30 � Senado em Linha Direta � Edição NordesteEm seguida � Música e informação21h � Senado em Linha Direta � Edição Norte/Centro-OesteEm seguida � Música e informação21h30 � Senado em Linha Direta � Edição Sul/SudesteEm seguida � Música e informação

Ruffino Netto fala sobre a tuberculose22h30 � Síntese: Planos de saúde � 1ª parte23h30 � Filmes � Pequenos filmes etnográficos eRota dos Orixás

Ao inquirir ontem o ministroRafael Greca, em audiência públi-ca no plenário do Senado, o sena-dor Jorge Bornhausen (PFL-SC)afirmou que seu pai, Irineu Born-hausen, jamais aceitou disputa po-lítica que envolvesse acusação aadversário. A única pergunta dosenador consistiu em saber se eraanônima a carta que suscitou ainvestigação da Polícia Federalsobre irregularidades no creden-ciamento de bingos. �Era anôni-ma�, respondeu Greca.

Bornhausen informou que, nosseus 32 anos de vida pública, ja-mais acusou um adversário. �Sefui acusado, respondi. Assim pro-cedo e não me arrependo�, acres-centou. Ele narrou episódio emque, candidato ao governo de San-ta Catarina, seu pai recusou-se autilizar-se eleitoralmente de umprocesso instaurado contra Dou-tel de Andrade, candidato na cha-pa adversária, apenas por que nãoqueria utilizar-se desse instrumen-to contra um opositor.

Greca sustentou que a carta quesuscitou a investigação da PolíciaFederal era anônima, mas tendosido enviada pelo senador Rober-to Requião (PMDB-PR) ao Palá-cio do Planalto, decidiu esclarecê-la. Ele explicou que, no Palácio,foi informado que não era neces-

�Não fiz qualquer tipo de pressãopara que a Portaria nº 23, que per-mitiu a instalação no país dos bin-gos eletrônicos, fosse assinada. Ali-ás, tomei conhecimento dela atra-vés do Diário Oficial� , disse o minis-tro do Esporte e Turismo, RafaelGreca, em resposta ao senador JoséAgripino (PFL-RN), durante audiên-cia pública no plenário do Senado.O senador pelo Rio Grande do Nor-te observou que, apesar de o minis-tro ter tentado explicar, durantequase três horas, as denúncias rela-cionando o ministério a irregulari-dades na liberação de casas de bin-

Ministro negapressão em favor dacriação dos bingos

go, muitos fatos ainda deveriam seresclarecidos, a começar pela supos-ta participação da máfia italiana naelaboração da medida provisória, fa-vorecendo os exploradores da ati-vidade.

Respondendo a Agripino, o mi-nistro garantiu não ter participadode qualquer reunião na CompanhiaNacional de Abastecimento (Co-nab), para a elaboração da porta-ria. De acordo com as denúncias, aConab serviu de palco para reuni-ões, com a participação do advoga-do Paulo Araújo, apontado comoautor da portaria.

Bornhausen lembra que denúnciaspartiram de uma carta anônima

sário considerar esse documen-to, mas quis que a Polícia o inves-tigasse porque seu propósito eraver o assunto elucidado. �Detestoa triste prática política de fabricarfactóides adversários�, disse o mi-nistro.

Também afirmou que à sua�guerra� com Roberto Requiãoaplica-se o que o padre AntonioVieira afirmou a respeito das guer-ras que começam, prosseguem eterminam sem justiça. A respeitoda atitude do pai de Bornhausenem relação a seu adversário emSanta Catarina, o ministro afirmouque Deus não lhe deu o privilégiode ter um adversário da qualida-de moral de Doutel de Andrade.

Depois de ouvir o ministro,Bornhausen disse que o plenário

não era o lugar adequado parauma discussão que se originounuma carta anônima. �As diver-gências de província devem ficarlá e não aqui. Assuntos trazidossem prova não devem nos fazerficar tanto tempo em plenário�,disse. E manifestou seu desejo deque Greca continue seu trabalhoà frente do ministério. �Votos osenhor os terá, mas vai disputá-los não aqui, e sim no Paraná�,acrescentou.

Antes de encerrar os trabalhos,o presidente do Senado, AntonioCarlos Magalhães, agradeceu a pre-sença de todos e elogiou a inde-pendência com que os senadorespuderam interrogar Rafael Greca,�travando um diálogo proveitosopara a democracia brasileira�.

José Agripino disseque muitos fatosainda deveriamser esclarecidospelo ministro

O senador Arlin-do Porto (PTB-MG)diz, em entrevista àTV Senado, que oBrasil vai tentar re-

ver na Rodada do Milênio, reuniãoda Organização Mundial do Comér-cio (OMC) que acontece em Seattle(EUA), posições de protecionismocontra os produtos nacionais, emespecial dos países europeus e dosEUA. Na última reunião (realizadano Uruguai em 1994), segundo o se-nador, faltou articulação do Brasilcom outros países produtores agrí-colas. A entrevista vai ao ar hoje, às8h30 e às 20h30.

�O ministro Lampreia está levan-do uma proposta do Brasil. Acho queesse ano teremos melhores condiçõesde negociação�, acredita.

A propósito da passa-gem do Dia Mundial deCombate ao Diabetes, nodia 14 de novembro, oServiço Médico do Sena-do realizou ontem cam-panha de conscientiza-ção sobre a doença entreos funcionários e visitan-tes da Casa. Foram reali-zadas medições de glicemia, me-dindo o nível de açúcar no sangue,como forma de diagnosticar o dia-betes; de pressão arterial, para de-tectar a hipertensão, e do índicede massa corpórea, para detectara obesidade. As doenças são gra-ves e de fácil detecção, podendoser facilmente controláveis quan-do descobertas em fase inicial.

Porto fala hojeà TV Senado

Senado realiza campanha paraconscientizar sobre o diabetes

O Senado tem um Programa deAssistência ao Diabético, que fun-ciona há sete anos. Além de umAmbulatório de Pé Diabético, sãoreuniões semanais em que os dia-béticos têm acompanhamento, pa-lestras, aprendem a fazer a auto-aplicação da insulina, podem tro-car experiências e monitorar o es-tado da doença.

Enfermeiras fizeram exame de glicemia etiraram a pressão dos servidores e visitantes

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BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1999 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Em audiência realizada ontempela Comissão de Constituição, Jus-tiça e Cidadania (CCJ) para discutira redução da idade penal no Brasil,o senador José Roberto Arruda(PSDB-DF) recebeu apoio para a suaproposta de emenda constitucionalque torna penalmente imputáveisos maiores de 16 anos. Alguns dosexpositores lembraram que, nospaíses desenvolvidos, a imputabili-dade começa cedo. Na Inglaterra,por exemplo, são atingidos os infra-tores de dez anos.

Professor da Universidade Católi-ca de Brasília, Diaulas Ribeiro disseque, em boa hora, Arruda resolveupropor essa emenda. Ele afirmouque o Código Penal fixou a imputa-bilidade em 18 anos numa época emque a psicologia e a psiquiatria eramincipientes no Brasil, daí porque as-sociou-se o critério do envelheci-mento com o do amadurecimentodo ser humano.

Para Ribeiro, a adoção de critérioscientíficos para definir o momentoem que o cidadão atinge capacidadede discernimento e de comportar-selicitamente mostra hoje um precoceamadurecimento nos jovens de 16

anos. Ele alertou, contudo, para a im-possibilidade de execução do dispo-sitivo do projeto de Arruda que tor-na os maiores de 16 e menores de 18anos imputáveis apenas quandoconstatado seu amadurecimento in-telectual e emocional. �Esse disposi-tivo não é operacional�, alertou, cha-mando atenção para a dificuldadede se fazer um simples exame de sa-nidade mental.

Ministro do Superior Tribunal deJustiça, Francisco de Assis Toledoapoiou a idéia de Arruda, mas aler-tou para o risco de uma grandequantidade de adolescentes serconduzida aos estabelecimentospenais. Ele sugeriu que se aplique,para a imputabilidade penal, o queo Código Civil já prevê, que é o re-conhecimento de que o maior de16 anos é relativamente, não total-mente, capaz.

O professor Licinio Leal Barbosa,da Universidade Federal de Goiás,disse que bastariam as manchetesdos jornais para mostrar a premên-cia de uma tomada de decisão doLegislativo nesse assunto. Ele lem-brou que, na França, a imputabili-dade se inicia a partir dos 13 anos;

A próxima terça-feira é o prazo finalpara os parlamentaresda Comissão MistaEspecial para a Erra-dicação da Pobrezaapresentarem suges-tões ao relatório ela-borado pelo deputado RobertoBrant (PFL-MG). No dia seguinte,a partir das 9 horas, será lido evotado o documento.

A Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) realiza,também na próxima terça-feira,logo após a Ordem do Dia, audi-ência pública com o ministro daJustiça, José Carlos Dias, que fa-lará sobre o Direito Penal Eficaz,ou redução de pena.

Ainda na terça-feira, a partirdas 10 horas, a Comissão de As-suntos Econômicos (CAE) reú-ne-se para apreciar autorizaçãopara contratação de emprésti-mos internacionais junto ao BIDe ao Bird, no valor total de US$502,3 milhões. A CAE examina

O relator da proposta de emendaconstitucional que reduz de 18 para16 anos a maioridade penal, sena-dor Amir Lando (PMDB-RO), afir-mou que em matéria penal não deveprevalecer o que pensam os parla-mentares, �mas sim o desejo da so-ciedade�. E a sociedade �apóia a al-teração constitucional�, conformepesquisa do Instituto Vox Populi, aqual registrou que 84% dos entre-vistados concordam com a reduçãoda idade para imputação criminal.

Durante a audiência pública daCCJ, a senadora Marina Silva (PT-AC)advertiu que a possível mudança iráafetar os jovens pobres, principal-

CCJ discute proposta de redução da idade penalNo debate, não houve unanimidade quanto à emenda do senador José Roberto Arruda que torna imputáveis os maioresde 16 anos. Defendida por juristas, ela não foi recebida com o mesmo entusiasmo por parte de assessores do governo

também o relatório en-caminhado pelo BancoCentral sobre a opera-ção de emissão de Bô-nus Global pelo gover-no brasileiro no valortotal de US$ 3 bilhões.Na segunda parte da

reunião, a CAE realiza audiênciapública para discutir o ajuste fiscale a formação de uma frente paraimplementação de políticas espe-ciais de desenvolvimento regional.

Na quarta-feira, a partir das 10horas, a Comissão de Assuntos So-ciais (CAS) realiza audiência pú-blica com o ministro do Orçamen-to e Gestão, Martus Tavares, o re-presentante da Rede Brasil, Auré-lio Vianna Júnior, e o economistaMurilo Portugal, diretor do Ban-co Mundial e do Fundo Monetá-rio Internacional, para discutir eavaliar as propostas e políticas queestão sendo formuladas para oBrasil, através do Bird e do BID, eo impacto desses financiamentosna área social.

mente da área rural. Para ela, só osjovens das classes média e rica doBrasil têm acesso a informações sufi-cientes para que atinjam maturida-de aos 16 anos, ao contrário dos ado-lescentes pobres. Marina Silva achaque a mudança ataca apenas as con-seqüências, e não as causas, da cri-minalidade entre os jovens, �que sãoencontradas na exclusão social�.

Luiz Estevão (PMDB-DF) afirmouque a redução da idade �é uma so-lução simplista que trará mais injus-tiça que justiça�. Lembrou que exis-tem no Código Penal 70 procedi-mentos considerados criminososque nem todos os adultos conhe-

cem, como ultraje ao culto, difama-ção, violação de correspondência,perturbação de funeral e sedução.�Qual jovem sabe que isso é crime?�,questionou. Estevão concorda coma mudança apenas no caso dos cri-mes hediondos.

O autor da proposta de emendaconstitucional, José Roberto Arruda(PSDB-DF), disse que está aberto aodebate, pois se trata de um assuntocomplexo. �Mas é preciso ter a co-ragem de colocar o dedo na ferida,sem receio de patrulhamentos.Muitos países já o fizeram e o Con-gresso brasileiro não pode fugir des-ta discussão.�

na Itália, a partir dos 14; e na Ingla-terra, a partir dos dez. Reconheceuque a fórmula proposta por Arrudaé tecnicamente perfeita, mas tam-bém duvidou de sua operacionali-dade, visto que exige perícia médi-ca para determinar o amadureci-mento do infrator.

Presidente da Juventude Latino-Americana pela Democracia, SérgioMurilo, enumerou dados estatísti-cos mostrando, entre outros fatos,

que, de cada dois brasileiros mor-tos na juventude, um é vítima deviolência.

Olga Câmara, diretora do Depar-tamento da Criança e do Adolescen-te da Secretaria de Direitos Huma-nos, procurou mostrar aos senado-res que a tendência moderna é defi-nir em 18 anos a maioridade penal.

Desembargador do Tribunal deJustiça do Rio de Janeiro, MenaBarreto pregou a realização de uma

triagem que propicie aos condena-dos de melhor comportamento apossibilidade de trabalhar em regi-me semi-aberto. A jornalista ValériaVelasco, mãe de um jovem assassi-nado por uma gangue, sustentou atese de que o adolescente de 16 anostem discernimento sobre a condutacriminosa. José Augusto CunhaCouto, assessor da Presidência daRepública, apontou problemas téc-nicos na elaboração do projeto.

Na CCJ, foram citados vários países que já reduziram a idade para fins de responsabilização penal

Comissão Mista paraErradicação da Pobrezavota relatório na terça

Relator diz que idéia tem apoio da sociedade

Críticos dae m e n d atemem queela acentueo processo deexclusão socialno país

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 19998

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelo senador Antonio Carlos Magalhães

A importância da instituiçãodo diploma �Mulher-CidadãBertha Lutz� foi ressaltada empronunciamento pela senadoraMaria do Carmo Alves (PFL-SE),que destacou o papel de BerthaMaria Júlia Lutz na luta em favordo voto feminino. A criação dodiploma foi proposta pela sena-dora Emilia Fernandes (PDT-RS),aprovada pela Comissão deConstituição, Justiça e Cidada-nia na última quarta-feira, e vaipremiar mulheres que se desta-quem na defesa dos direitos fe-mininos.

A homenageada com a criaçãodo prêmio, Bertha Lutz, nasceuem São Paulo, no ano de 1894.Foi deputada federal e a segundamulher a ingressar no serviçopúblico brasileiro. A senadoraMaria do Carmo, durante o pro-nunciamento, disse que foi gra-ças ao �incansável trabalho deBertha� que, em 1932, no gover-no de Getúlio Vargas, as mulhe-res tiveram o direito de votar.

A senadora também afirmouque Bertha Lutz foi a primeiraparlamentar a propor alteraçõesna legislação do trabalho da mu-lher e do menor, propondoigualdade salarial, redução dajornada de trabalho e a licençade três meses à gestante, semprejuízo da remuneração.

�Sem dúvida, o nome de BerthaLutz personifica o conjunto depessoas que lutam para que asantigas mazelas como violênciadoméstica e discriminação nomercado de trabalho, entre ou-

O senador José Roberto Arruda(PSDB-DF) prestou uma homena-gem ao senador catarinense VilsonKleinübing no primeiro ano de suamorte, em 23 de outubro, lamen-tando a perda �desse homem pú-blico que fugia à regra�. Arruda res-saltou a preocupação de Kleinü-bing com o saneamento das finan-ças públicas e lembrou a façanhado ex-governador de Santa Catari-na de reduzir o déficit de seu esta-do em 400% durante seu primeiroano de mandato, em 1991.

Arruda relembrou que Kleinü-bing considerava fácil identificarna Câmara e no Senado as banca-das regionais, bem como as dos

O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) divulgou cartilha intitulada�Como criar uma rádio comunitá-ria�, elaborada por deputados e se-nadores do Partido dos Trabalha-dores (PT) que integram o ColetivoPetista das Rádios Comunitárias noCongresso Nacional. O documentoestá à disposição dos interessadosno gabinete do parlamentar.

Na apresentação da cartilha, Ge-raldo Cândido destaca que, ao en-trar no ar, uma rádio comunitáriarepresenta a realização do sonhode muitos.

� Ela é a vez e a voz daqueles queestavam calados. É também onde ossonhos e as esperanças, as dores eas dúvidas de cada um se transfor-mam em ondas que chegam às ca-sas e às ruas da comunidade. Fazerrádio comunitária é refazer o mun-do que foi destruído por estes que

Empresas prestadoras de servi-ços públicos, como água, energia etelefonia, vêm cobrando valoresbaseados no consumo presumido,calculado a partir do consumo mé-dio dos meses anteriores. Segundoo senador Sérgio Machado (PSDB-CE) esse mecanismo, que deveriaser usado em casos excepcionais,vem sendo adotado pelas empre-sas com mais freqüência para au-

Arruda homenageiaex-senador Kleinübing

Projeto proíbe cobrança de serviços por estimativaSérgio Machado quer mudar o Código de Defesa do Consumidor para impedir as concessionárias de

exigirem pagamento das contas de água, energia e telefonia pela estimativa de consumo dos meses anterioresmentar seu faturamento, uma vezque a média estimativa, segundo ele,sempre se refere aos períodos demaior consumo, com óbvios prejuí-zos ao usuário.

Para corrigir este erro o senadorelaborou um projeto que modificao Código de Defesa do Consumidor,introduzindo a proibição da cobran-ça baseada no fornecimento presu-mido, médias, projeções ou estima-

Machadoacredita queseu projetocontribui paraaper fe i çoarrelações deconsumo noBras i l

grupos religiosos e dos ruralistas,mas sentia falta de uma bancadaque defendesse os interesses da

�viúva�, as contas públicas, se-gundo ele a grande desampara-da. Arruda destacou a atuaçãoséria e responsável de Kleinübingna defesa das contas públicas,que, segundo ele, teve como pon-to culminante os trabalhos daCPI dos Precatórios.

� Guardava ele a firme convic-ção de que o endividamento irres-ponsável viria, mais cedo ou maistarde, a inviabilizar por completo aadministração pública, com con-seqüências catastróficas. Firmadonessa convicção, definia suas po-sições e traçava o rumo de sua atua-ção � quer no Executivo, quer noLegislativo �, e daí não se afastavaum milímetro sequer. Foi com essaretidão de conduta na vida públi-ca que granjeou a admiração e orespeito de companheiros e adver-sários � elogiou Arruda.

estão no poder � observou.O representante do Rio de Janei-

ro enfatizou que o PT mais uma vezassinala seu compromisso com agente brasileira ao apresentar a car-tilha, pois o partido sabe das dificul-dades que enfrentam aqueles que,�no cotidiano de sua cidade, compoucos recursos econômicos, en-frentam a repressão policial e polí-tica�, e lutam para colocar uma rá-dio comunitária no ar.

� Esta cartilha é, portanto, ape-nas uma parte do trabalho que o PTdesenvolve. Uma contribuição aomovimento cujo dono não é o PTnem nenhum outro partido, mas opovo, com seus gostos, suas coresideológicas, seus jeitos e, principal-mente, suas esperanças � ressaltou.

O trabalho apresentado por Ge-raldo Cândido orienta as comuni-dades a criarem uma rádio comuni-

tária, desde o primeiro passo, comoa reunião e a organização da enti-dade, até a compra dos equipamen-tos, a obtenção da concessão, a sus-tentação financeira e a programa-ção, entre outras. A cartilha é as-sinada por vários deputados fe-derais petistas e também pelos se-nadores Heloísa Helena (PT-AL) eJosé Eduardo Dutra (PT-SE).

Entre as recomendações da car-tilha, destaca-se a que diz que a pro-gramação deve-se pautar pela di-vulgação de música de boa qualida-de, de notícias de interesse da co-munidade, além de serviço sobre asreivindicações dos moradores.

tras, sejam uma página virada dahistória de nosso país�, afirmou.

Na oportunidade, a senadoraregistrou a passagem do Dia In-ternacional do Estudante, come-morado em 17 de novembro,afirmando que o Brasil precisase preparar melhor na área daeducação para a �travessia emdireção ao terceiro milênio�.

Ela citou dados do Ipea dandoconta de que apenas um ano amais de estudo incrementaria ataxa de crescimento econômicodo país em 0,35 ponto percentual.Acrescentou que o Brasil tem, nomínimo, uma década de atraso emrelação a outros países com nívelde desenvolvimento similar.

Maria do Carmo manifestouesperança na melhora dos índi-ces de educação do país, ressal-tando que o trabalho desenvol-vido pelo ministro Paulo Renatotem como principal objetivo al-cançar a universalização escolaraté o fim do atual governo.

tiva de consumo que não a aferiçãoexata do serviço utilizado.

� Esta proposição em muito con-tribuirá para coibir abusos e aper-feiçoar as relações de consumo emnosso país, como elemento indis-sociável do processo de elevaçãode grau de consciência e de res-ponsabilidade social, ambas indis-pensáveis ao exercício de nossa plenacidadania � argumentou o senador.

Maria do Carmo lembraluta de Bertha Lutz

em defesa da mulher

Maria do Carmo: Bertha Lutzpersonifica a luta contra violência

doméstica e discriminação da mulher

José Roberto Arruda lembroupreocupação de Kleinübing com

saneamento das finanças públicas

Geraldo Cândido apóiaemissoras comunitárias

Când idod i v u l g aca r t i l hasob rerád io scomunitárias