jornal do conselho federal de odontologia | ano 13 | nº 64-65 | jan-fev e mar-abr de...

20
Entidades se mobilizam e barram aumento para CDs que pagam IR pelo lucro presumido MP 232 NÃO PASSA CD PODE INTERNAR Categoria conquista autonomia para assinar autorização de internação hospitalar RESIDÊNCIA EM SAÚDE Governo publica a Medida Provisória 238, definindo a residência para pós-graduação Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de 2005 | 278.301 exemplares Saúde bucal, política de Estado A s presenças e as declarações re- gistradas na solenidade pelos 41 anos de criação dos Conse- lhos de Odontologia (patrocinada pelo Banco do Brasil), no dia 15 de abril, no Rio, não deixaram dúvidas: o programa Brasil Sorridente é, a exemplo do Programa de Saúde da Família, mais que uma política de governo, é uma política de Estado - esta definição, inclusive, vem sen- do formulada pelos próprios inte- grantes do Ministério da Saúde. Era evidente o engajamento do governo, bem como o dos parlamen- tares e prefeitos presentes à cerimô- nia. Além do ministro da Saúde, Humberto Costa, prestigiaram a en- trega da Medalha de Honra ao Méri- to o secretário de Atenção à Saúde, Jorge Solla, e o coordenador de Saú- de Bucal Gilberto Pucca, ainda com- pareceram autoridades da Casa Civil e da Presidência da República; já o Congresso Nacional teve entre seus representantes o senador Augusto Botelho e os deputados Benjamin Maranhão, Geraldo Thadeu, Henri- que Fontana, Jandira Feghali, João Fontes e Vanderlei Assis. Sem con- tar os prefeitos - presentes ou repre- sentados - de Recreio (MG), Muriaé (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Aracaju (SE). Em seu pronunciamento, o presi- dente do Conselho Federal de Odon- tologia, Miguel Nobre, ressaltou a oportunidade histórica que a profis- são está vivendo, destacando o “per- fil social da odontologia”. “Com mais de um terço dos cirurgiões-dentistas no Sistema Único de Saúde, devemos ter uma odontologia mais compro- metida com a superação das causas das doenças bucais”, discursou. Dados do Ministério da Saúde mostram que a população atendida pelas ações públicas de saúde bucal saltou de 26 para 47 milhões entre 2002 e 2004 - aumento de 81,4% - gerando 10 mil empregos diretos. Já as Equipes de Saúde Bucal do PSF chegam hoje a 9 mil. Nobre conclamou os Conselhos Regionais, as entidades e toda a clas- se a se empenhar pela melhoria das condições de saúde bucal, divulgan- do os resultados do Brasil Sorridente e fiscalizando a ação das prefeituras. PÁGINAS 8, 9, 10, 11 E 19. Em audiência no dia 28 de abril, CFO obtém o apoio do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para colocar em votação o quanto antes o Projeto de Lei 4556/94, que estipula o piso salarial para CDs e médicos em R$ 1.337,32. Apoio ao projeto une governo e oposição. PISO SALARIAL Presidente Miguel Nobre e o ministro Humberto Costa: “Ao me convidar, o presidente Lula disse que queria que a saúde bucal fosse uma das prioridades” 3 3 20 20 18 18 Descrição da Imagem

Upload: others

Post on 19-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Entidades se mobilizam e

barram aumento para CDs que

pagam IR pelo lucro presumido

MP 232 NÃO PASSA CD PODE INTERNAR

Categoria conquista autonomia

para assinar autorização

de internação hospitalar

RESIDÊNCIA EM SAÚDE

Governo publica a Medida

Provisória 238, definindo a

residência para pós-graduação

Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de 2005 | 278.301 exemplares

Saúde bucal,política de Estado

As presenças e as declarações re-gistradas na solenidade pelos41 anos de criação dos Conse-

lhos de Odontologia (patrocinadapelo Banco do Brasil), no dia 15 deabril, no Rio, não deixaram dúvidas:o programa Brasil Sorridente é, aexemplo do Programa de Saúde daFamília, mais que uma política degoverno, é uma política de Estado -esta definição, inclusive, vem sen-do formulada pelos próprios inte-grantes do Ministério da Saúde.

Era evidente o engajamento dogoverno, bem como o dos parlamen-tares e prefeitos presentes à cerimô-nia. Além do ministro da Saúde,Humberto Costa, prestigiaram a en-trega da Medalha de Honra ao Méri-to o secretário de Atenção à Saúde,Jorge Solla, e o coordenador de Saú-de Bucal Gilberto Pucca, ainda com-pareceram autoridades da Casa Civile da Presidência da República; já oCongresso Nacional teve entre seusrepresentantes o senador AugustoBotelho e os deputados BenjaminMaranhão, Geraldo Thadeu, Henri-que Fontana, Jandira Feghali, JoãoFontes e Vanderlei Assis. Sem con-

tar os prefeitos - presentes ou repre-sentados - de Recreio (MG), Muriaé(MG), Campos dos Goytacazes (RJ),Duque de Caxias (RJ) e Aracaju (SE).

Em seu pronunciamento, o presi-dente do Conselho Federal de Odon-tologia, Miguel Nobre, ressaltou aoportunidade histórica que a profis-são está vivendo, destacando o “per-fil social da odontologia”. “Com maisde um terço dos cirurgiões-dentistasno Sistema Único de Saúde, devemoster uma odontologia mais compro-metida com a superação das causasdas doenças bucais”, discursou.

Dados do Ministério da Saúdemostram que a população atendidapelas ações públicas de saúde bucalsaltou de 26 para 47 milhões entre2002 e 2004 - aumento de 81,4% -gerando 10 mil empregos diretos.Já as Equipes de Saúde Bucal do PSFchegam hoje a 9 mil.

Nobre conclamou os ConselhosRegionais, as entidades e toda a clas-se a se empenhar pela melhoria dascondições de saúde bucal, divulgan-do os resultados do Brasil Sorridentee fiscalizando a ação das prefeituras.

PÁGINAS 8, 9, 10, 11 E 19.

Em audiência no dia 28de abril, CFO obtém o apoiodo presidente da Câmara,Severino Cavalcanti,para colocar em votaçãoo quanto antes o Projetode Lei 4556/94, que estipulao piso salarial para CDse médicos em R$ 1.337,32.Apoio ao projeto unegoverno e oposição.

PISO SALARIAL

Presidente Miguel Nobre e o ministro Humberto Costa: “Ao me convidar, opresidente Lula disse que queria que a saúde bucal fosse uma das prioridades”

33 20201818

Descrição da Imagem

Page 2: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 200522

Dr. Miguel NobrePresidente do CFO

FALE COM O PRESIDENTE DO [email protected]

SUA OPINIÃO

Sede do CFO no Distrito Federal:SHC-AO-Sul-EA-02/08-Lote 05Ed. Terraço Shopping | Torre A/sala 207 |Bairro Otogonal | Brasília/ DFCEP 70660-020Tel: (61) 234-9909 | Fax: [email protected] | www.cfo.org.br

Escritório no Rio de Janeiro:Av. Nilo Peçanha, 50, Grupo 2316 | Rio deJaneiro/ RJ | CEP: 20020-100Tels: (21) 2122-2200 |Fax: (21) 2122-2229 e 2122-2230

PresidenteMiguel Álvaro Santiago Nobre (RS)[email protected]

Vice-PresidenteAilton Diogo Morilhas Rodrigues (MS)[email protected]

Secretário-GeralMarcos Luis M. de Santana (SE)[email protected]

TesoureiroLester Pontes de Menezes (RO)[email protected]

ConselheirosEmanuel Dias de Oliveira e Silva (PE)[email protected]é Mário Morais Mateus (MG)[email protected]ário Ferraro Tourinho Filho (BA)[email protected]

Roberto Eluard da Veiga Cavali (PR)[email protected] Côrte Real de Carvalho (SP)[email protected]

Anísia Maria Fialho Abdala (MA)Benício Paiva Mesquita (CE)Genésio Pessoa de A. Júnior (TO)Hildeberto Cordeiros Lins (AL)Jorge dos Passos Corrêa Cobra (SC)José Alaor Demartini Penna (MT)José Ferreira Campos Sobrinho (RN)Laércio Villela Barros (ES)Lucimar de Sousa Leal (PI)Manoel Leopoldo Filho (RR)Maria Carmen de A. M. Jardim (PB)Maria Izabel de Souza Á. Ramos (AP)Marluiz Nunes de Freitas (AC)Messias Gambôa de Melo (PA)Rutílio Caldas Pessanha (RJ)Selene Machado Costa Guedes (AM)Wilson Carneiro Ramos (GO)

NOTAS

P a r t i c i p e : w w w . c f o . o r g . b r

P L E N Á R I O

Editorial

Esta autarquia federal, auditada pelo Tribunal de Contas da União, atesta que o Jornal do Conselho Federal deOdontologia possui tiragem de 278.301 mil exemplares, distribuídos para todos os profissionais de Odontologiainscritos nos Conselhos Regionais, bem como para associações científicas, academias, sindicatos, federaçõessindicais, universidades, centros de ensino, Congresso Nacional e órgãos da Saúde, Educação e Trabalho ligados àsesferas municipal, estadual e federal.

Editor e Jornalista Responsável:Marcelo Pinto (MTB 19936)/Sol Comunicações Ltda.Repórteres:Ana Freitas, Juliana Chagas, TamaraMenezes e Vitor Monteiro/Rio de Janeiro;Fábio Marçal/DFFotos: Nando Neves, Samuel Tosta, VanorCorreia, Vantoen Jr. (Descrição da Imagem)Projeto Gráfico e Edição de Arte:Metara Comunicação Visual([email protected])Assessoria, Divulgação e PublicidadeRoberto Fonseca - (21) 9965-2617Perfil Impresso Assessoriae Planejamento Gráfico Ltda.

Sugestões e colaborações para o Jornal doCFO: [email protected]

O CFO perguntou na ediçãopassada: “Você acreditaque o programa BrasilSorridente ampliará o acessoà saúde bucal em 2005?”Veja a resposta da classepela Internet: SIM 66,25%

O CFO quer Sua Opinião na próxima edição:Você concorda que a interiorização de cirurgiões-dentistas poderá reduzir a concentração de CDsnas grandes cidades?

NÃO 33,75%

O futuro éagora e é nosso

Artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do CFO e são de responsabilidade dos autores.

Jornaldo CFO

Ato Médico A relatora do Projeto de Lei 25/

02, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), realizará uma audiência públi-ca antes de concluir seu substitu-tivo. Serão convidados para o en-contro os representantes da me-dicina e das 12 profissões de saú-de que se posicionaram contra aatual redação do PL do Ato Médi-co (cujo objetivo é regulamentar aprofissão de médico).

Uma das críticas recebidas peloprojeto é a de que “desestruturaa equipe do Sistema Único de Saú-de” por, entre outros motivos, res-tringir ao médico a prescrição te-rapêutica de qualquer ação naárea de saúde. Segundo a sena-dora, o objetivo da audiência é

“buscar o consenso tendo em vis-ta, em primeiro lugar, o bem-es-tar do paciente”.

Lei de BiossegurançaA Câmara aprovou no dia 2/3,

por 352 votos a 60, o Projeto deLei 2401/03, que estabelece nor-mas de segurança e mecanismosde fiscalização em todas as ativi-dades relacionadas aos Organis-mos Geneticamente Modificados(OGM) e permite pesquisas comcélulas-tronco humanas. O relatorda proposta foi o deputado Darcí-sio Perondi (PMDB-RS).

No dia 20/4 o Governo Federalanunciou o investimento de R$ 11milhões em pesquisas com células-tronco.

A cada dia preenchemos uma novapágina deste grande livro da His-tória. Lembro que nos bancos es-

colares um professor me dizia que a His-tória dos povos e das nações é feita, des-de os tempos mais remotos, por cadaum de seus cidadãos, desde o mais sim-ples até o mais destacado e influente.Vendo sob essa ótica, é bastante notávela influência de cada segmento profissio-nal sobre o destino das sociedades.

Vejamos o caso da Odontologia noBrasil. Ao desembarcar aqui, em 1500,a frota de Pedro Álvares Cabral trouxeconsigo as técnicas curativas e de ex-tração já utilizadas na Europa que, ali-ás, logo se fizeram necessárias, princi-palmente porque junto com essas téc-nicas os europeus trouxeram tambémuma cultura pouco voltada para a higie-ne bucal.

O tempo passou e a profissão evoluiu,tanto lá como cá. Das sangrias e extra-ções até o uso do laser, a odontologiapassou por diversas transformações nes-ses 500 anos.

Essa história tem marcos relevantes.No século 18, surge um de nossos he-róis nacionais, Tiradentes, que além detrabalhar na recuperação de dentes per-didos, lutou contra os altos impostoscobrados pela Coroa Portuguesa – a pro-pósito, honrando sua memória, enfren-tamos o aumento da taxação proposto

pela MP 232 e conseguimos evitar o pior.Cem anos após Tiradentes, nasce a

primeira faculdade de odontologia, pordecreto do imperador Dom Pedro II.Outro século se passa e são criados, em1964, os Conselhos de Odontologia.CFO, CROs e toda a classe têm testemu-nhado, desde então, a passagem gradu-al da lógica do curativo para a lógica damáxima prevenção.

Agora, quando nossa profissão adqui-re rapidamente um perfil mais social –40% de nossos CDs estão empregadosno SUS – é eleito o presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva. Em um encontro pes-soal com o presidente ele nos garanteque a saúde bucal será uma prioridadede seu mandato. Promessa cumprida, oprograma Brasil Sorridente é a prova:em dois anos, o número de equipes desaúde bucal mais que dobrou; e em pou-cos meses, os Centros de Especialida-des Odontológicas asseguraram umaatenção especializada que praticamentenão existia no SUS.

Claro que ainda falta muito para re-verter os atuais índices negativos da saú-de bucal. Mas o mais importante é ob-servar que finalmente o futuro está emnossas mãos. O futuro é agora.

Page 3: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

33Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005 CFO em ação

Entenda a vitória daFrente Nacional contra aMP 232, que contou coma decisiva mobilizaçãodas entidades daodontologia nacional

A votação simbólica na Câmara dosDeputados, no dia 12 de abril, daMedida Provisória 232, excluindo

todos os artigos que previam o aumentoda carga tributária para o setor de servi-ços foi o derradeiro capítulo de uma his-tória iniciada em dia 31 de dezembro de2004. Nesta data, o Diário Oficial daUnião publicou a MP 232, editada pelogoverno federal, que ampliava de 32%para 40% a base de cálculo da CSLL (Con-tribuição Social sobre o Lucro Líquido)e o Imposto de Renda para prestadoresde serviços que optaram pelo lucro pre-sumido, a exemplo de cirurgiões-dentis-tas, médicos, advogados e outros pro-fissionais liberais constituídos como pes-soas jurídicas.

Em resumo: a medida afetava direta-mente os prestadores de serviços – cer-ca de 220 mil seriam penalizados –, mastambém, indiretamente, setores comocomércio e indústria, já que as empre-sas trabalham cada vez mais com pres-tadores de serviços terceirizados.

De pronto, o Conselho Federal deOdontologia posicionou-se contrário aoaumento da carga tributária propostopela MP 232. Em encontro no dia 2 demarço com o presidente da Câmara dosDeputados, Severino Cavalcanti, o pre-sidente do CFO, Miguel Nobre, levou apreocupação da categoria. “Esse aumen-to vai encarecer o atendimento odonto-lógico à população”, alertou.

Entidades odontológicasassinam manifesto

Dias antes, em encontro com o pre-sidente da Associação Brasileira deOdontologia (ABO), Norberto Lubiana,o presidente em exercício do CFO, Ail-ton Rodrigues, formalizara uma pautaconjunta visando barrar a medida pro-visória. O CFO assinou o manifesto daFrente Nacional contra a MP 232, que,com assinaturas de 1.111 entidades dosetor de serviços, foi entregue ao presi-dente da Câmara, Severino Cavalcanti,

MP 232: barradoaumento de impostos

e do Senado, Renan Calheiros. As lide-ranças da odontologia brasileira estive-ram presentes em Brasília na entregado manifesto. Como parte da mobiliza-ção, também foi criado o site “Abaixo aMP 232” – www.mp232.com.br, ondeera possível conhecer o teor da medidae baixar o e-mail de todos os parlamen-tares para pressioná-los a fim de que vo-tassem contra a MP.

Se por um lado, com a aprovação damedida o governo previa uma arrecada-ção de R$1,2 bilhão, por outro a FrenteNacional contra a MP 232 calculava umimpacto de 5% nos custos da indústria,3% nos do comércio e eventual aumen-to de 3,5% no preço final de serviços emercadorias.

Embora pouco divulgada, havia umanotícia positiva contida na MP 232: acorreção da tabela de imposto de rendada pessoa física em 10%, esta, aprovada

no dia 12. Na verdade, o objetivo do au-mento da carga dos prestadores de ser-viços era compensar a perda de arreca-dação – cerca de R$ 2 bilhões – com oaumento de isenção dos assalariados deR$1.058 para R$1.164.

Nem na épocade Tiradentes...

Para o presidente do CFO, o governoerrou ao reunir numa mesma medida pro-visória imposto de pessoa jurídica e depessoa física. “São assuntos diversos quedeveriam ter sido discutidos separada-mente”, avalia. Mas Miguel Nobre acre-dita que a derrubada só foi possível gra-ças à união da sociedade organizada, es-pecialmente de setores diretamente afeta-dos como a classe odontológica. “Nemna época de Tiradentes cobrava-se impos-to tão alto”, observa. Em tempo: o patro-no da Odontologia foi esquartejado por-

que lutou contra o quinto do ouro – 20%do ouro que era produzido no Brasil sedestinava à Coroa Portuguesa – enquantoa carga tributária atualmente chega a 40%do PIB (Produto Interno Bruto).

Sob forte pressão da oposição e semapoio da base aliada, o governo editouuma nova MP – a 243 – para revogartodos os artigos que tratavam de aumentode tributos, recolhimento de impostos econtribuições na fonte, e criou um pro-jeto de lei com os artigos da 232 quecombatiam a elisão e sonegação fiscal.

Mas para encurtar o caminho exigidopara a tramitação de toda a MP, o gover-no incorporou na 232 o texto da 243.Resta agora ao governo discutir o proje-to de lei que complementará a 232.

Resultado: embora a 232 ainda tenhaque ser votada no Senado, está definiti-vamente descartado o aumento para pres-tadores de serviços.

O presidente do CFO Miguel Nobre (ao centro) e o vice Ailton Diogo Rodrigues conversam com o presidente da Câmara,Severino Cavalcanti, sobre a necessidade de não se aprovar o aumento de impostos para prestadores de serviços

Page 4: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 200544

Conselho Federalde Odontologia lançacampanha pela aprovaçãodo Projeto de Lei 4.556/94,que estipula emR$ 1.337,32 o valormínimo a ser pago acirurgiões-dentistas emédicos. Após 11 anos detramitação no CongressoNacional, lei está muitopróxima de ser votada

Em maio se comemora o dia do tra-balhador. Momento oportuno, portanto, para o Congresso Nacional

aprovar o Projeto de Lei 4.556/94 e re-conhecer o valor deste profissional quevem ocupando a cada dia mais espaçoem nossa sociedade, dada a importânciaestratégica de seu ofício para a saúde in-tegral do cidadão.

Aprovar a lei que eleva o piso salarialde cirurgiões-dentistas – e também demédicos – para R$ 1.337,32 (20 horassemanais) se tornou uma questão de jus-tiça. “O cirurgião-dentista precisa de umaremuneração condigna. O que se praticahoje está muito aquém do que ele mere-ce”, avalia o secretário-geral do CFO, Mar-cos Santana.

Novo piso salarial dos CDs:questão de justiça

Para não perder de vista a evidênciados números, vale lembrar que somenteo Sistema Único de Saúde emprega hoje68 mil cirurgiões-dentistas. E o númerode CDs assalariados tende a aumentar: oprograma Brasil Sorridente, do governofederal, prevê até o fim do ano a inaugu-ração de 400 Centros de EspecialidadesOdontológicas (veja matéria sobre osCEOs nas páginas 16 e 17).

Considerando a etapa em que o proje-to se encontra na Câmara dos Deputa-dos, o dia de sua aprovação pode estarbem perto. Procurado pelo Jornal do CFO,o presidente da Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (CCJC), de-putado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ),se comprometeu a colocar o projeto emvotação. A expectativa é de que issoaconteça até junho.

A longa jornadado projeto

A proximidade da votação pode dar aimpressão de que o trâmite do PL 4556/94 foi rápido. Quem dera... Seu percursoentre Câmara e Senado completa 11 anos.

Elaborado pelo então deputado Vir-mondes Cruvinel (PMDB-GO) em 15 demaio de 1994, o Projeto tinha por obje-tivo atualizar a remuneração dos salári-os estipulados pela Lei 3.999 de 15 dedezembro de 1961, que fixava o piso deCDs e médicos em três salários-mínimos.

Segundo o Sindicato dos Odontologistasde São Paulo, este valor, acrescido de 50%de insalubridade, é o sugerido como basepara as negociações salariais.

Em sua justificativa, o então deputa-do solicitava o apoio de todos os parla-mentares “para a aprovação dessa pro-posição o mais urgentemente possível”.

Quatro anos se passaram e o PL foiencaminhado ao Senado Federal para ve-rificação. A Casa, então, aprovou umsubstitutivo que altera o valor de 988,41Unidades Reais de Valor (URV) para1.337,32 reais. Em seguida, ele retornaà Câmara dos Deputados, sua Casa deorigem. A partir daí, é aprovado, primei-ro, pela Comissão de Trabalho, de Ad-ministração e Serviço Público; depois,pela de Seguridade Social e Família; e,após entrar na Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania, o Projetorecebe parecer favorável do relator, o de-putado Rubens Otoni (PT-GO).

O presidente da CCJC, Antônio Bis-caia, que pode abreviar esse processo,garante estar comprometido em agilizarsua tramitação. “Pela importância do pro-jeto, é possível colocá-lo em pauta”. Se-gundo ele, caso haja consenso entre osdeputados a aprovação é “imediata”.Aprovado, o PL vai direto para votaçãofinal em plenário.

Ao que parece, tal consenso não serádifícil de ser alcançado. O próprio presi-dente da Comissão de Assuntos Econô-micos do Senado Federal, Luiz Otávio(PMDB-PA), por onde o projeto já passouum dia, manifestou apoio. Dizendo-se “fa-vorável a qualquer tipo de medida quebeneficie os profissionais de saúde”, o se-nador acredita que o Projeto representará“incentivo para os jovens que pretendeminiciar seus estudos nessa área”. Na suaopinião, um novo piso salarial reguladopor lei proporcionaria “uma certa tran-qüilidade para os futuros profissionais”.

Secretário-geral do CFO Marcos Santana: “O piso que se pratica está muitoaquém do que o cirurgião-dentista merece”

A diretoria do CFO reuniu-se nodia 27 de abril, em Brasília, com

o presidente da Câmara dos Depu-tados, Severino Cavalcanti para tra-tar do projeto de lei do piso salari-al. Informado sobre a situação atualdo PL, o deputado Severino Caval-canti disse que tão logo ele seja vo-tado na CCJC, ele colocará na pau-ta do Plenário.

O presidente da Câmara incum-biu os deputados Geraldo Thadeu(PPS-MG) e Benjamin Maranhão(PMDB-PB), que participaram daaudiência, de acompanhar a trami-tação do PL. “A aprovação do pro-jeto tem todo o meu apoio”, de-clarou Severino Cavalcanti.

Presidente da Câmara prometeagilizar votação do projeto

Piso salarial

O presidente do CFO, Miguel No-bre, saiu animado da reunião. “Es-tamos confiantes na aprovação doprojeto em função do incisivoapoio do presidente da Câmara”.Participaram ainda do encontro osecretário-geral do Conselho, Mar-cos Luís Macedo de Santana, o te-soureiro Lester Pontes de Menezes,o superintendente-executivo Már-cio Coimbra e o procurador jurídi-co da entidade, José Alberto CabralBotelho, além dos presidentes dosCROS de Pernambuco, José Ricar-do Dias Pereira, de Alagoas, CarlosRoberto de Meneses, do DistritoFederal, Sérgio Valmor Barbosa, e daParaíba, Leonardo Marconi.

Page 5: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

55Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

Relator do Projeto, o deputado Ru-bens Otoni defende a valorização dasprofissões de saúde. Segundo ele, o pisode R$ 1.337,32 terá “um importantepapel para minimizar a distorção hojeexistente e com isso valorizar estashonradas profissões”. Para Otoni, o “bai-xo salário” é um dos principais proble-mas enfrentados por cirurgiões-dentis-tas e médicos.

Apoio da FrenteParlamentar da SaúdeSe depender do presidente da Frente

Parlamentar de Saúde, o deputado RafaelGuerra (PSDB-MG), o destino do PL4556/94 é um só: aprovação. No entan-to, ele considera o valor proposto peloProjeto inferior ao merecido pelos pro-fissionais, tendo em vista que ele trami-ta há uma década no Congresso. “Pode-ria ser negociada uma correção. Este pro-jeto foi apresentado junto com o PlanoReal, com o dólar equivalente. Defendoque seja negociado um índice de atuali-zação”. Por outro lado, o deputado res-salta que é preciso avaliar a conveniên-cia dessa atualização, “porque havendomudanças no projeto pela Câmara, elevoltará ao Senado e isso retardará aindamais a tramitação”, conclui.

A estratégia sugerida pelo deputadoRafael Guerra tem o apoio do secretário-geral do CFO, Marcos Santana. “Sem umamelhor remuneração os profissionais te-rão de buscar complementos para o or-çamento e isso afetará a qualidade doatendimento. O projeto não é a solução,mas é fundamental”, raciocina.

Outros deputados federais fazem coro

Preocupado com a situação sa-larial dos cirurgiões-dentistas,

o deputado federal Geraldo Tha-deu (PPS-MG) enviou em abril umrequerimento ao Executivo soli-citando que o Ministério da Saú-de trate de forma igual médicose cirurgiões-dentistas que pres-tam serviços aos Programas daSaúde. No requerimento, o par-lamentar explica que as exigênci-as e dificuldades para as duas ca-tegorias “são idênticas”, porémverifica que há uma grande dife-rença no reconhecimento salari-al. “O PSF paga remuneraçõesentre 5 e 8 mil reais para médi-cos, enquanto o salário médio doscirurgiões-dentistas é de 1,5 mil”.

Isonomiasalarial

Para os mais de 68 mil cirur-giões-dentistas que traba-lham na rede pública há ou-

tra boa notícia além do Projetode Lei do piso salarial. O Ministé-rio da Saúde está elaborando,através da secretaria de Gestãodo Trabalho em Saúde, um pla-no de cargos e salários para o Sis-tema Único de Saúde. A secre-tária responsável pelo projeto,Maria Luísa Jaegger, explica quea proposta será enviada ao Con-gresso Nacional pelo governo fe-deral. Nesse projeto, além de

médicos e cirurgiões-dentistas, to-das as outras categorias emprega-das no SUS serão contempladas,incluindo categorias afins (manu-tenção, faxina etc.).

Essa proposta está em regimede consulta pública através do sitedo Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), e Maria Luísa alertaque “é muito importante que to-das as categorias conheçam eapresentem sugestões”, que po-dem ser enviadas pela internet oupor correio.

O projeto do Plano de Cargos e

Ministério da Saúde preparaplano de cargos e salários

para que a aprovação do novo piso paracirurgiões-dentistas e médicos aconteçao mais breve possível. Para VanderleiAssis (PP-SP), “é preciso valorizar es-ses profissionais, hoje tão mal remune-rados”. Ele assinala o aumento do aten-dimento odontológico na rede pública.Já o deputado Darcísio Perondi lembraque “nos últimos 10 anos, com a muni-cipalização da saúde, as prefeituras nun-ca receberam tantos recursos dos Esta-dos e do governo federal. Pagar o queelas pagam é uma ofensa e um desestí-mulo ao trabalho desses profissionais”.Segundo ele, a aprovação do piso salari-al é necessária “porque os programas pú-blicos ampliaram e é preciso valorizaresses profissionais”.

Outro deputado empenhado na apro-vação deste Projeto é o vice-líder do PPS,Geraldo Thadeu (MG). “A aprovação donovo piso preencherá uma lacuna do se-tor e valorizará o serviço de saúde cole-tiva, trazendo estímulos e satisfação paraas categorias, e melhorando a qualidadedo atendimento aos usuários”.

Com o parecer favorável do relatorRubens Otoni, o comprometimento dopresidente da CCJC Antônio Carlos Bis-caia em incluir a matéria em pauta, a ar-ticulação da Frente Parlamentar de Saú-de para aprovar o Projeto e o apoio dedeputados e senadores, parece que, de-pois de 11 anos de espera o Projeto de Lei4.556/94 finalmente entrará em vigor.

Que o mês do trabalhador de 2005 tra-ga boas notícias para a Odontologia.

MARCELO PINTO EVITOR MONTEIRO (REPORTAGEM)

PISO ATUALR$ 900

NOVO PISO(Projeto de lei

4.556/94)R$ 1.337,32

Salários do SUS ficará em regimede consulta até o final de maio,quando será enviado ao Congres-so Nacional. Maria Luísa esperauma tramitação rápida do proje-to, até porque segundo ela “háum consenso na Frente Parlamen-tar de Saúde de que é necessá-rio estabelecer regras para os car-gos da saúde pública”. Ela desta-ca ainda que, além de um pisosalarial, ele “apresenta uma evo-lução de carreira por salário, quepoderá ser feita através de avali-ação ou por formação”.

Piso salarial

Page 6: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 200566

Page 7: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

77Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

CFO passa a divulgarnotícias sobre saúdebucal para emissorasde rádio de todo o Paíse lança a Rádio CFO,através da internet

O Conselho Federal de Odontologiaacaba de implantar um projeto de

comunicação destinado a levarmais informação sobre saúde bucal paratodo o Brasil, utilizando o veículo maispopular do país: o rádio. Para tanto oCFO firmou uma parceria com a Radio-web – Agência de Notícias em Áudio, queprevê a produção e distribuição de bole-tins jornalísticos em áudio sobre temasrelacionados à saúde bucal para as emis-soras parceiras da Radioweb. Paralelamen-te, o Conselho está lançando a Rádio CFO,que disponibilizará todas as matérias pro-duzidas em sua página na internet, paraquem quiser baixar e ouvir.

Os boletins são produzidos semanal-mente pela equipe de jornalistas da Ra-dioweb a partir de pautas e fontes previ-amente definidas com a assessoria de co-municação do Conselho Federal de Odon-tologia. A partir daí as matérias são hos-pedadas em dois endereços na internet:no da Radioweb (www.agenciaradioweb.com.br), onde as notícias são aces-sadas e transmitidas pelas emissorasinteressadas mediante senha, permitin-do que se saiba em quais rádios e muni-cípios os boletins estão sendo veicula-dos; e no endereço do CFO na internet(www.cfo.org.br), através do qual todospodem acessar as notícias a qualquerhora, baixando os arquivos em áudio.Aliás, para receber os boletins semanais“CFO Notícias” pelo correio eletrônicobasta se cadastrar no site do ConselhoFederal.

O poder do rádioDados recentes não deixam dúvida so-

bre a força do rádio. Segundo pesquisa doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), realizada entre 1992 e 2000, opercentual de domicílios com rádio aumen-tou de 84,8% para 89,8% no País, supe-rando a presença da TV, de 87%.

De acordo com outra pesquisa, promo-vida pela Associação Brasileira das Em-presas de Rádio e Televisão (ABERT), nos

Notícias da saúde bucal paraouvir no rádio e na internet

empresa, Paulo Gilvane.A Radioweb firma com as rádios par-

ceiras um termo que prevê o fornecimen-to dos seus boletins diários e gratuitos.Em contrapartida, as emissoras permi-tem a auditagem do aproveitamento me-diante o cadastro de usuário e senha, atra-vés do qual as rádios acessam os bole-tins. “Isso permite que saibamos ondee quando os boletins estão sendo apro-veitados para que possamos apresentarum relatório detalhado aos nossos par-ceiros e patrocinadores”, conta Gilvane.

Emissoras em todosos Estados

Até o final de março a agência com-putava 1.238 emissoras parceiras em to-dos os Estados. A expectativa da empre-sa, levando em conta o ritmo de adesãode duas a três novas emissoras por dia,é de que esse número chegue a 1,5 milaté a metade do ano e a 2 mil rádios atéo fim de 2005. Alcançando 2 mil rádios,o CFO estará viabilizando o envio de no-tícias sobre saúde bucal para 40%das cerca de 5 mil emissorasno País entre rádios AM, FMe comunitárias.

O Conselho Federalde Odontologia sesoma a outros clien-tes importantes da

últimos cinco anos a audiência média dorádio cresceu 44% nas nove regiões me-tropolitanas do Brasil. É o meio de comu-nicação com maior índice de satisfação,aprovado por 75% dos ouvintes contra os54% dos que assistem televisão.

Informação paraquem precisa

“É uma forma mais acessível de le-varmos informação sobre os cuidadosnecessários para uma boa saúde bucalpara, por exemplo, as populações de áre-as mais distantes dos grandes centros,onde o rádio continua sendo fundamen-tal para orientar as comunidades”, des-taca o presidente do CFO, Miguel No-bre. A iniciativa teve a adesão da SulAmérica Previdência que assina os bole-tins como patrocinador. De acordo comFernando Lima, diretor da Vectorial Cor-retora de Seguros, que intermediou oacordo, “estamos com isso ajudando oCFO a divulgar sua mensagem para todoo Brasil”.

A Radioweb é uma empresa pioneirano setor de geração e distribuição deconteúdo em áudio para rádios por meioda internet. Criada em 2001 em PortoAlegre e ampliada em 2004 com a aber-tura da sucursal em Brasília, a agênciadisponibiliza gratuitamente em seu sitena internet boletins em áudio sobre asprincipais notícias do dia no País eno mundo. “A Agência Radiowebtem um conceito de Agência deNotícias, oferecendo diariamenteconteúdos atualizados em diversaseditorias. Esse perfil a diferencia deoutras empresas que atuam apenascomo produtoras de áudio sem ocompromisso de disponibilizar in-formação diariamente para as emis-soras”, salienta o diretor geral da

Radioweb, como o Ministério da Edu-cação, o Ministério das Cidades, o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário,a Confederação Nacional da Indústria,a Organização Ambiental WWF-Brasil,a Associação dos Magistrados Brasi-leiros e a Agência Nacional de Trans-portes Terrestres.

Para o diretor da Sucursal da Radio-web em Brasília, Geanoni Mousquer, essecrescimento mostra a credibilidade queo trabalho vem alcançando. “Estamos su-prindo uma carência na produção jorna-lística das emissoras que, em sua imen-sa maioria, não têm condições financei-ras para, por exemplo, manter um cor-respondente em Brasília. Mas sempre va-lorizando a qualidade do trabalho e dainformação jornalística, do contrário nãoteríamos conquistado a confiança dasemissoras, já que o aproveitamento dosboletins é gratuito e espontâneo”, desta-ca o jornalista.

Rádio CFOO acordo entre o Conselho

Federal de Odontologia e aRadioweb, sob o patrocínio da SulAmérica Previdência, possibilitou a criaçãoda Rádio CFO(www.cfo.org.br), ondeestarão disponíveis matérias sobre saúdebucal para quem quiser baixar e ouvir. A programação, com reportagens eentrevistas, é atualizada semanalmente.

Ilustração Liliana Ostrow

sky

Rádio CFO

Page 8: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 200588 Entrevista CROs

Atualize o seu endereço junto ao CRO

Quais seus principaiscompromissos decampanha e comopretende viabilizá-los?O que há são metas estabeleci-das que cumpriremos nos pró-ximos anos. Entre elas destacoas ações políticas institucionaise de comunicação e a participa-ção dos cirurgiões-dentistas naconstrução de um novo concei-to para o CRO-ES.

Como está a distribuiçãode CDs e faculdades noEspírito Santo?Temos hoje 3619 CDs no Estadoe dois cursos de graduação emfuncionamento.

Como resolver a dicotomiaentre ser o país com maiornúmero de CDs no mundo(11% do total) e ter umasaúde bucal tão precária?Políticas públicas adequadas. Sa-bemos que o modelo SUS é ma-ravilhoso, sua implantação ecoordenação ao longo de seupouco tempo de existência é

Margareth Pandolfi, presidente CRO-ES

Margareth Pandolfi é uma liderança que há duasdécadas dignifica as mais de 100 mil CDs de todoo Brasil. Formada pela UFES e mestre emOdontopediatria pelo Centro de PesquisasOdontológicas São Leopoldo Mandic (Campinas),sempre se dedicou à política de classe, seja atuandocomo dirigente do Centro Acadêmico da UFES,diretora da ABO-ES ou secretária do CRO-ES.Ao assumir o desafio de presidir o CRO-ES, afirmaque a ética é uma virtude que ainda está em moda.

que o tem levado ao colapso.Oferecemos serviços sem evi-dências de efeito, conseqüente-mente sem a devida valoriza-ção por parte do cidadão. Reo-rientação deve ser a palavra deordem. Devemos construir asaúde bucal percebida pelo ci-dadão brasileiro, evitando aposição autoritária que assumi-mos ao longo da criação de nos-sa profissão. De-vemos adotar in-dicadores combase no sujeito,na percepção dapopulação, somá-los a indicadoresobjetivos (profis-sionais) e dar aocidadão o que elequer e precisa, oque causa impacto em sua vida.No Estado, se atingíssemos a re-lação ideal teríamos aproxima-damente 1.400 novos cirurgi-ões-dentistas empregados. So-mamos 78 municípios e não ofe-recemos atenção à saúde bucal

pública a 20% dos capixabas.

Como o CRO-ES vê aMedida Provisória 232 queaumenta a tributaçãosobre os CDs prestadoresde serviço que optarampelo regime do lucropresumido?A medida tem uma ação direta,o aumento dos serviços odonto-

lógicos presta-dos pelas em-presas, o qualserá repassa-do para o ci-rurgião-dentis-ta ou para oconsumidor.Além do efei-to indireto,ainda maispreocupante,

o da retração do mercado. Umsegmento que se encontra empleno crescimento, como o dosplanos de saúde, que poderiacriar um aumento da procurapelos serviços, investirá menosou repassará seus custos, so-

FALE COM A PRESIDENTEDO CRO-ES:[email protected]

“Devemos adotarindicadores com base napercepção da população,somá-los a indicadores

objetivos e dar ao cidadãoo que ele quer e precisa”

mando isso ao fato de que oscidadãos pagarão mais impos-tos. O que observaremos seráuma diminuição da procura pe-los serviços odontológicos. Aposição do CRO-ES é de lideran-ça junto à frente estadual, mo-bilizando as instituições organi-zadas e toda a nossa frente par-lamentar contra a medida e detotal apoio à frente nacionalcontra a MP 232.

O que esperar de 2005?Para os CDs brasileiros, aindamuitos desafios. Para nós doCRO-ES novas conquistas, naconstrução de um novo CRO-ESe uma nova odontologia. A dife-rença está fundamentada no in-vestimento e no trabalho combases científicas que implemen-tamos ao longo dos últimos anosno CRO-ES, e nos investimentosque estão sendo feitos em nos-so Estado, principalmente naárea do petróleo.

Page 9: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

99Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

Page 10: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 20051010

Formando em seuconjunto uma autarquia,CFO e CROs têm a funçãopública de fiscalizar enormatizar o exercícioda Odontologia. Governofederal, CongressoNacional, Estados emunicípios, cujasautoridades participaramda solenidade de 15de abril, reconhecem,apóiam e colaboramcom este trabalho

O 41º aniversário de criação dos Con-selhos de Odontologia no Brasil(Lei 4.324, de abril de 1964) co-

memorado no dia 15 de abril, no Rio deJaneiro, teve uma função que foi muitoalém do protocolo: reafirmar o compro-misso do governo Lula com o programaBrasil Sorridente e, ao mesmo tempo, opapel estratégico das entidades odonto-lógicas para seu sucesso.

Como nos anos anteriores, a soleni-dade de entrega da Medalha de Honra aoMérito Odontológico Nacional a profis-sionais de destaque em diversos camposde atuação da Odontologia - que contoucom o patrocínio do Banco do Brasil -,serviu como termômetro de como a saú-de bucal é tratada hoje pelo poder público.

Trabalho reconhecidopelo poder público

E a julgar pelas autoridades presentese suas declarações, a temperatura indicaque o brasileiro terá cada vez mais aces-so à saúde bucal, seja na atenção básica,seja no atendimento especializado. Basta

CFO 41

Conselhos celebram41 anos de olho no futuro

registrar a presença de personalidadescomo o ministro da Saúde, HumbertoCosta; o coordenador nacional de SaúdeBucal, Gilberto Pucca; o secretário deAtenção à Saúde, Jorge Solla; os deputa-dos Henrique Fontana (vice-presidente daFrente Parlamentar da Saúde), GeraldoThadeu, Jandira Feghali, João Fontes, Van-derlei Assis (autor do projeto de lei daOdontologia do Trabalho) e Benjamin Ma-ranhão (relator do projeto que regulamen-ta as profissões de THD e ACD); além dosenador Augusto Botelho de diversos pre-feitos, representantes de Assembléias Le-gislativas estaduais e Câmaras Munici-pais, e dos presidentes das entidades na-cionais da Odontologia, dos Conselhos

Regionais e das diversas associações daclasse. O presidente do Conselho Federalde Medicina, Edson de Oliveira Andrade,também prestigiou o evento.

Odontologia mais socialEm seu pronunciamento, o presiden-

te do CFO, Miguel Nobre, ressaltou omomento histórico que a Odontologiabrasileira passa e, principalmente, asimensas possibilidades abertas pelo pro-grama Brasil Sorridente, “a mais ambi-ciosa política já implementada pelo Es-tado brasileiro no setor”. Emocionado,citou o líder de “nossa Constituição Ci-dadã”, deputado Ulisses Guimarães:“Mais importante que a quantidade de

bens que temos é a qualidade de vidaque usufruímos”. Nobre destacou o fatode que um perfil mais social da odonto-logia vem ganhando terreno nos últimosanos. “Com mais de um terço dos cirur-giões-dentistas empregados no SistemaÚnico de Saúde, não há a menor dúvidade que devemos ter hoje uma odontolo-gia mais comprometida com a supera-ção das causas das doenças bucais, comoo câncer de boca, que a cada ano faz 4mil vítimas fatais no Brasil”.

Ao final, conclamou a classe a cola-borar com a melhoria das condições desaúde bucal dos cidadãos – “Não temostempo a perder” – e exortou o governo acontinuar seu “precioso investimento”,

Presidente Miguel Nobre: “A odontologia tem buscado a participação política, em seu nome e no de todos os brasileiros”

Vanor Correia/Fotos Descrição da Imagem

1) Tesoureiro Lester de Menezes e a pres. CRO-RO, Sandra Menezes, com o homenageado Silvio Gualberto; 2) Dom Dadeus Grings; 3) Presidente do CFO Miguel Nobre entregauma homenagem especial ao ministro da Saúde Humberto Costa, que veio representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; 4) Ministro Humberto Costa em seu discurso

Page 11: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

1111Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

e os Conselhos Regionais e todas as en-tidades odontológicas a seguir divulgan-do os resultados positivos do programaBrasil Sorridente, ao mesmo tempo fis-calizando a ação das prefeituras.

Humberto Costa:“saúde bucal é

prioridade”Já o pronunciamento do ministro da

Saúde, Humberto Costa, não deixou dú-vidas quanto ao compromisso do go-verno federal em superar os baixos ín-dices de saúde bucal do brasileiro. “As-sim que o presidente me convidou aassumir o ministério, ele disse que que-ria que uma das prioridades fundamen-tais de nosso governo fosse a políticade saúde bucal”, revelou. Segundo Cos-ta, “o presidente achava um absurdo ofato de que todas as partes do corpohumano eram consideradas dentro dapolítica de saúde pública, e a boca e osdentes não eram parte dessa visão inte-gral de atenção à saúde”.

O ministro da Saúde também contou,em seu discurso, por que a saúde bucalé uma prioridade do governo Lula desdeo primeiro dia. “Ele dizia que o povonão pode fazer as mudanças que o Paísprecisa se a sua auto-estima não é colo-cada no nível que deveria. E uma dascoisas que o incomodava muito, ele queandou por esse País inteiro, era ver jo-vens obrigados a esconder o sorriso por-que lhe faltavam vários dentes na arcadadentária. O fato de que para se obter umemprego muitas vezes a opção é poraquele com uma dentadura completa esadia, ao invés daquele sem dentes oucom problemas de saúde bucal”, relatouo ministro, sob intensos aplausos.

Consciente da importância da soleni-dade para reafirmar os laços com a cate-goria odontológica, Humberto Costa fri-sou que o governo continuará contandocom o apoio de toda a classe no trabalhode fiscalizar e cobrar das prefeituras aimplantação do programa Brasil Sorriden-te. E completou: “Entregarei ao presiden-te Lula a medalha e o diploma concedi-dos a ele nessa noite e tenho certeza deque ele guardará como um dos maiores

orgulhos da vida dele. O orgulho de po-der, de fato, ter começado uma nova erana política de saúde bucal em nosso País.”

CFO premiará municípiosLogo em seguida, o CFO deu um

exemplo prático de como estimular asprefeituras a implantar as equipes desaúde bucal (PSF) e os Centros de Espe-cialidades Odontológicas: no ano quevem, durante a solenidade pelos 42 anosde criação dos Conselhos, o CFO premi-ará o município que mais investir no se-tor. O prêmio, um consultório comple-to, será doado pela indústria de equipa-mentos odontológicos Dabi Atlante.

CDs homenageadosOutro momento memorável da noite

foi aquele reservado à entrega da Meda-lha de Honra ao Mérito Odontológico Na-cional a seis cirurgiões-dentistas, por suacontribuição em três áreas distintas: pela“contribuição profissional nos camposda ciência, seja na pesquisa, no ensinoou nos serviços”, receberam os CDSJoão Baptista Gonçalves, de Goiás, Ro-berto Paulo Correia de Araújo, da Bahia,e Roberto Schirmer Wilhelm, do Rio deJaneiro; pela “contribuição honorífica, noplano do desempenho social e político”,os CDs Orlando Limongi, do Rio Grandedo Sul, e Silvio Nascimento Gualberto,de Rondônia; e por sua “contribuiçãobenemérita, na área de doação materiale/ou obras odontológicas, altamente sig-nificativas para a sociedade, assim comoserviços relevantes”, o CD Raphael Bal-dacci Filho, de São Paulo.

Além deste, mais dois momentos ser-viram para traduzir o clima de união ecivismo vividos durante o evento: oHino Nacional, executado pelo pianistaArthur Moreira Lima – com justiça,aplaudido longamente – e a benção con-cedida pelo arcebispo de Porto Alegre,dom Dadeus Grings.

Que a vontade dos presentes à soleni-dade se concretize, e que no menor pra-zo possível todo brasileiro possa se or-gulhar de seu sorriso.

MARCELO PINTO

LEIA MAIS NAS PÁGINAS 10, 11 E 19

CFO 41

Hino Nacionalao piano

Tão logo foi anunciada a execu-ção do Hino Nacional pelas

mãos do pianista Arthur MoreiraLima, a solenidade ganhou ares deconcerto musical. De pé, silencio-sa e atenta, a platéia ouvia o ar-ranjo tocado de modo apaixona-do por um de nossos maiores pia-nistas, de talento reconhecido in-ternacionalmente.

Ao fim da última nota, quemaplaudiu estava reconhecendomais que uma bela execução. Re-conhecia, mesmo sem saber, ofato de Moreira Lima ter incluídoem sua turnê “São Francisco, umrio de música”, há dois anos, pa-lestras sobre saúde bucal nas es-colas das cidades por onde seu

piano passou. “Paralelamente aomeu trabalho de tocar nas escolase no caminhão-teatro, minha mu-lher (que é cirurgiã-dentista) fazpalestras sobre prevenção em saú-de bucal”, conta ele.

Se música clássica e odontolo-gia têm em comum uma origemelitista, este pianista acredita queambas devem ir aonde o povoestá. “Já fiz 96 concertos com ocaminhão (em cidades pobres dointerior) com muita música clás-sica e popular. As clássicas sãomuito aplaudidas, porque elastêm um brilho e o público ado-ra”, revela o mestre das brancase pretas, que toca com a alegriade um menino.

A platéia se deleita, silenciosa, diante da arte de Arthur Moreira Lima

1) Secretário-geral CFO Marcos Santana com o senador Augusto Botelho; 2) Vice CFO Ailton Rodrigues ao lado do prefeito de Recreio (MG) Fernando Coimbra; Pres. CFM, Edsonde Oliveira Andrade, e o presidente Miguel Nobre; 4) Pres. CFO com a gerente contas empresarial do Banco do Brasil, Fátima Nassif, e ger. negócios Antônio Ricardo Pereira

Page 12: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 20051212

Demais autoridades presentes

A classe política vai ao CFOA presença maciçado poder público nasolenidade da Odontologiamostrou porque estaprofissão merece respeito

Na solenidade de entrega da Meda-lha de Honra ao Mérito Odontoló-gico Nacional - patrocinada pelo

Banco do Brasil -, na noite de 15 de abril,chamava a atenção a quantidade de re-presentantes da classe política. Porém,mais do que isso, o que se destacava eraa qualidade das presenças, que incluíamum ministro de Estado da Saúde; um mi-nistro do Tribunal Superior do Trabalho;um senador; seis deputados federais; umdeputado estadual; dois prefeitos; um se-cretário municipal de saúde (além do se-cretário nacional de Atenção à Saúde edo coordenador nacional de Saúde Bu-cal); e um vereador.

Uma das conclusões dessa constela-ção de políticos é que a cerimônia naqual se comemora a criação dos Conse-lhos de Odontologia entrou, definitiva-mente, para a agenda política nacional.No caso do governo federal, por exem-plo, foi a segunda vez do ministro Hum-berto Costa e terceira do coordenadornacional de Saúde Bucal Gilberto Pucca.Entre os deputados, já não era a primeiravez de Geraldo Thadeu (PPS-MG), Jandi-ra Feghali (PCdoB-RJ), Vanderlei Assis(PP-SP) e João Fontes (PDT-SE), nem dodeputado estadual Paulo Pinheiro (PT-RJ).

Sem exceção, todas as 25 autoridadespresentes ao evento da Odontologia fo-ram convidadas por já apresentarem umainequívoca vontade política no sentido degarantir saúde bucal para toda a popula-ção. Como os deputados Henrique Fonta-na e Benjamin Maranhão e o senador Au-gusto Botelho. (LEIA NA PÁGINA AO LADO)

CFO 41

Fotos Descrição da Imagem

Mesa oficial com representantes e aliados da Odontologia: Benjamin Maranhão (deputado federal, PMDB-PB), JandiraFeghali (deputada federal, PCdoB-RJ), Gilberto Pucca (coordenador nacional de Saúde Bucal), Edson de OliveiraAndrade (presidente do Conselho Federal de Medicina), Luciano Artioli (presidente da Associação Brasileira deCirurgiões-Dentistas), Paulo Pinheiro (deputado estadual, PT-RJ), Dom Dadeus Grigs (arcebispo de Porto Alegre), JoséSimpliciano Fernandes (ministro do Tribunal Superior do Trabalho), João Fontes (deputado federal, PDT-SE), HenriqueFontana (deputado federal, PT-RS), Miguel Nobre (presidente do Conselho Federal de Odontologia), Augusto Botelho(senador, PDT-RR), Geraldo Thadeu (deputado federal, PPS-MG), Vanderlei Assis (PP-SP), Fernando Coimbra (Recreio,PT-MG), Norberto Lubiana (presidente Associação Brasileira de Odontologia), Fernando Gueiros (presidente daFederação Nacional dos Odontologistas), José Carrijo Brom (presidente da Federação Interestadual dosOdontologistas), Placidino Guerrieri Brigagão (presidente da Academia Brasileira de Odontologia) – fora da foto, oministro da Saúde, Humberto Costa, encerrava seu discurso.

· Ministro da Saúde Humberto Costa· Secretário Nacional de Atenção à SaúdeJorge Solla

· Assessora Especial da Subchefia para As-suntos Jurídicos da Casa Civil da Presidênciada República, Célia Cristina dos Santos Silva

· Assessor Especial da Presidência da Repú-blica, Carlos Tibúrcio

· Secretário de Saúde de Aracaju RogérioCarvalho Santos

· Vice·prefeito de Campos dos Goitacazes(RJ) Antônio José Pessanha Viana de Sou-za, representando o prefeito Carlos Alber-to Campista

· Prefeito de Muriaé (MG) Rodrigo L. Guarçoni· Prefeito de Recreio (MG) Fernando de Al-meida Coimbra (PT)

· Vice·prefeito de Duque de Caxias (RJ) Gil-berto José da Silva

· Vereador de C. Grande (MS) Edil Albuquerque· Presidente do Conselho Federal de Medici-na Edson de Oliveira Andrade

· Presidente da Associação Brasileira deOdontologia Norberto Lubiana

· Presidente da Federação Nacional dosOdontologistas Fernando Gueiros

· Presidente da Federação Interestadual dosOdontologistas José Carrijo Brom

· Presidente da Academia Brasileira de Odon-tologia Placidino Brigagão

· Presidente da Associação Brasileira deCirurgiões·Dentistas Luciano Artioli

· Diretor da Odontoclínica de AeronáuticaSantos Dumont Luiz Artur Valente França

· Diretor da Odontoclínica Central do Exérci-to Daniel Pepino da Silveira

· Diretor de Odontologia do Corpo de Bom-beiros Militar do Estado do Rio de JaneiroJéferson Corato

· Presidente da Associação Brasileira deOdontologia · Seção Rio de Janeiro, PauloMurilo Oliveira da Fontoura

· Presidente da Associação Brasileira dosCirurgiões·Dentistas · Seção Rio de JaneiroSergio Rivetti Dias

· Presidente da Associação Brasileira deOdontologia Preventiva Sonia Groisman

· Presidente da Associação Brasileira deDeontologia Legal Spyro Nicolau Spyrides

· Presidente da Academia de Odontologia doRio de Janeiro Wanderley Basílio de Oliveira

· Vice·Presidente da Associação Brasileira deOdontologia do Trabalho Eliana NapoleãoCozendey da Silva

· Presidente do Instituto Brasileiro de Implan-todontia Paulo Roberto Batista de Oliveira

· Presidente da Sociedade Brasileira de Trauma-tologia Dentária Rivail Antonio Sergio Fedél

· Presidente da Sociedade Brasileira de Or-todontia Eduardo Kant Rothier

· Presidente da Sociedade Odontológica deBegg Alex Ajuz

· Coordenadora de Odontologia do ServiçoSocial do Comércio (Sesc) Rio de JaneiroVanessa Maria de Souza e Silva

· Presidente do Sindicato dos Odontologis-tas de Niterói Jorge Teixeira de Oliveira

· Presidente do Sindicato dos Protéti-cos Dentários do Estado do Rio de Ja-neiro Agostinho Fernandes dos San-tos Filho

· Presidente da Associação Estadual dos Téc-nicos de Prótese Dentária (RJ) AntonioBrito

· Presidente da Associação Brasileira de Pró-tese Dentária José Augusto

· Presidentes e diretores dos 27 CROs

Page 13: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

1313Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

HenriqueFontanaDeputado (PT-RS),presidente da CPIdos planos desaúde evice-presidenteda FrenteParlamentarde Saúde

Embora “estre-ante” na solenida-de, o deputado fe-deral Henrique Fon-

tana é um aliado antigo da classe. Foi ele, porexemplo, o responsável pelo encontro do pre-sidente do CFO, Miguel Nobre, com o entãocandidato a presidente Luiz Inácio Lula da Sil-va, na reta final da campanha de 2002. Re-centemente, o deputado presidiu a já conclu-ída CPI dos Planos de Saúde. Entre os enca-minhamentos feitos pelo relatório final da CPIestá um projeto de lei que apresenta algumasproposições, entre elas a de que a odontolo-gia seja parte do atendimento de saúde ofe-recido nos planos. “A gente sabe das dificul-dades que é aprovar um projeto como estena Câmara porque o lobby na saúde suple-mentar é muito grande”, explica. “. “. “. “. “Nós vamospassar por uma disputa para que isso se con-solide”.

E por falar em lobby, o que dizer do traba-lho feito pelo CFO no sentido de aproximar oCongresso Nacional da saúde bucal? “O papelque o Conselho Federal de Odontologia vemdesempenhando no Congresso é, do meu pon-to de vista, exemplar. Tenho acompanhado deperto a presença permanente do CFO exata-mente lutando e trabalhando para que a odon-tologia tenha um espaço melhor e mais ade-quado dentro da estrutura de saúde brasilei-ra, para que o seu profissional seja cada vezmais respeitado”.

O deputado lembrou também do “diálogopermanente” mantido pelo CFO com o gover-no federal. “A presença do ministro aqui hoje éum indicativo disso”, resume.

BenjaminMaranhãoDeputado(PMDB-PB) que,como relator,foi favorávelao Projeto de Leique regulamentaa profissãode THD e ACD

Cirurgião-dentis-ta, o deputado Ben-jamin Maranhão jámilitava na Odon-

tologia antes de entrar na política, como pre-feito de Araruna (eleito e reeleito). Em seu pri-meiro mandato no Congresso, ele é o relatorde um projeto de lei estratégico para o futuroda saúde bucal no Brasil: o PL 1140/03, queregulamenta as profissões de Técnico em Higi-ene Dental e Auxiliares de Consultório Dentá-rio. Maranhão deu parecer favorável ao proje-to, em novembro do ano passado. “Fizemosalguns melhoramentos no projeto, ouvindo oConselho Federal de Odontologia, os ConselhosRegionais, e as entidades representativas dosTécnicos em Higiene Dental e dos Auxiliares deConsultório Dentário. O parecer foi aprovadopor unanimidade na Comissão de SeguridadeSocial e Família”, conta. O deputado afirma queestá “fazendo algumas gestões (pela sua apro-vação)” na Comissão de Trabalho da Câmara,onde o projeto está no momento. Dali passapela Comissão de Constituição e Justiça – queverifica a constitucionalidade do projeto – evai à votação final.

Ao comentar a aproximação da odontologiajunto à classe política, Maranhão fala em “lo-bby social”. “Esse é o lobby legítimo. As enti-dades de classe, como os conselhos e os sindi-catos, não só têm o direito, mas têm o deverde estarem presentes nas discussões de políti-ca públicas e nas formulações das leis do País.Eu vejo isso de forma extremamente salutar. Éfundamental ter os conselhos presentes e, prin-cipalmente, a nossa categoria, como tem sidovisto nas discussões das comissões da Câmarados Deputados e do Senado”.

AugustoBotelhoSenador (PDT-RR),relator do projetode lei que cria aprofissão detécnico de saúdebucal (com baseem carga horáriamenor)

Para o senador, ainclusão do cirur-gião-dentista naequipe do Progra-

ma Saúde da Família foi “um grande passo”. “Ago-ra, passo maior foi introduzir também o Técnicoem Higiene Dental”, afirma ele, que é o relatordo polêmico projeto de lei que cria os técnicosde diversas áreas, inclusive de saúde bucal.

“Um dia, nós poderíamos ter um cirurgião-dentista em cada município do Brasil. Isso éum sonho que nós vamos alcançar”, prevê estemédico que defende a prevenção como formade evitar o desperdício. “Nem sei quantos bi-lhões se gastaria para levar atendimento emsaúde bucal a toda a população. Então, a gen-te gasta muito menos trabalhando nas crian-ças e nos jovens, do que fazendo a cura. Te-mos que fazer a cura, lógico, mas temos quetrabalhar na prevenção”, ensina.

Para ele, educação em saúde bucal nas es-colas é o caminho mais curto para a preven-ção. “É muito importante que os municípiostambém invistam na prevenção, que os Con-selhos Regionais cobrem isso dos municípios,participem dos conselhos estaduais de saúdeno sentido de estimular estas políticas de edu-cação de saúde bucal nas crianças”.

Nesse trabalho, o senador vê as entidadesodontológicas como parceiras. “O CFO trans-mite para os parlamentares os problemas de suacategoria. E a gente analisa, discute, apóia etoma as medidas. Em todas as leis que afetam asaúde bucal, o CFO está sempre do lado da genteanalisando, discutindo e dando opiniões”, re-vela este senador que costuma receber a dire-toria do CFO em seu gabinete, em Brasília.

Os municípios também mostra-ram sua força na solenidade

da odontologia. E não podia serdiferente, já que a gestão da saú-de é descentralizada nas admi-nistrações municipais, para onderecai muita expectativa por re-sultados.

Os prefeitos de Muriaé (MG) eRecreio (MG), bem como os re-

A força do municípiospresentantes das administraçõesde Aracaju (SE) e Campos (RJ)têm buscado atender às suas de-mandas por saúde bucal. Na ci-dade de Recreio, o prefeito Fer-nando Coimbra (PT-MG), em trêsmeses implantou três equipesodontológicas no Programa deSaúde da Família. Coimbra dizque a infância é sua prioridade.

“Nas creches municipais estamosinstituindo o escovódromo”.

Já o secretário de saúde deAracaju, Rogério Carvalho, re-presentando o prefeito reeleitoMarcelo Déda (PT-SE), garanteque em sua cidade para cadaequipe do PSF há uma de saúdebucal. “Não se faz ação integralsem saúde bucal”, ensina. A pre-

feitura de Campos investirá em“ônibus odontológicos paraatender as escolas e a comunida-de mais carente”, informa o vice-prefeito Antônio Viana.

De acordo com suas necessida-des locais, mas com muita criati-vidade e vontade política, muni-cípios como estes dão exemplopara o Brasil.

CFO 41

REPORTAGEM: TAMARA MENEZES

Page 14: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 20051414

Quais as principais metaspara sua gestão?Intensificar as ações no interior,manter a fiscalização do exercí-cio profissional, desenvolverjunto aos gestores municipaisações para prestar o atendimen-to odontológico nos serviçospúblicos de saúde e reivindicarmelhor remuneração das empre-sas operadoras de planos de saú-de. No setor administrativo in-vestiremos na capacitação dosfuncionários, bem como nos se-tores de comunicação, informá-tica e pessoal.

Como está a proporção decirurgiões-dentistas porhabitante na Bahia?São cerca de 6 mil CDs em ati-vidade para uma população de13 milhões e 600 mil habitan-tes, cerca de 1 CD para 2 mil e500 pessoas. O mercado de tra-balho está crítico para os pro-fissionais, mas a solução nãoestá em fechar as faculdades emfuncionamento (hoje a Bahiatem 6). Tem que se buscar aexpansão do mercado de traba-lho. O Brasil precisa implemen-tar políticas de incentivos para

Paulo César Alcântara Ribeiro, presidente CRO-BA

Com participação ativa na política de classe,não é surpresa a eleição de Paulo César AlcântaraRibeiro para presidente do CRO-BA. Foi diretor daSociedade de Ortodontia da Bahia, conselheiro esecretário do CRO-BA. Formado pela Faculdade deOdontologia da Universidade Federal da Bahia em1977, e especialista em ortodontia pela PoliclínicaGeral do Rio de Janeiro em 79, aposta no serviçopúblico para melhorar o mercado de trabalhoe o acesso à saúde bucal.

estabelecer profissionais no in-terior, evitando a acumulaçãonos grandes centros.

O Brasil tem o maiornúmero de CDs do mundoe a saúde bucal precária.Como resolver essadicotomia?Esta relação deixa claro que oscursos de odontologia estão vol-tados para o setorprivado. Não háoferta de trabalhono setor públicoque estimule a de-manda na forma-ção de CDs. A so-lução está naoferta do atendi-mento odontoló-gico no serviçopúblico de saúde.

Como está a relação deequipes de saúde bucal noPSF na Bahia?Em nosso Estado temos hojeaproximadamente 1200 equipesdo Programa Saúde da Famí-lia. Dessas, 669 contam comequipes de saúde bucal distri-buídas em cerca de 200 muni-cípios. Segundo estimativas,

apenas 40% da população dosmunicípios dispõe de equipesde saúde bucal.

Como está vendo a políticade saúde bucal do governofederal?Em mais de 500 anos de histó-ria, só agora o Brasil assiste umgoverno com uma política desaúde bucal. O governo tem tra-

tado a saúde bu-cal com priori-dade. Na Bahiaforam implanta-dos 5 Centrosde Especialida-des Odontológi-cas em Eunápo-lis, Itabuna, Ju-azeiro, Vitóriada Conquista eSalvador. Nas

unidades, a população dispõede tratamento endodôntico e pe-riodontal. Queremos ainda ofe-recer atendimento odontológi-co a todos os cidadãos. Esta-mos buscando soluções para anecessidade da participação po-pular no controle social, e a fun-ção dos Conselhos Municipaisde Saúde como órgão consulti-

vo e deliberativo sobre os pro-gramas de saúde.

Qual o posicionamento doCRO-BA em relação àMedida Provisória 232?Apoiamos as entidades que semanifestaram contra a MP 232.A sociedade brasileira não supor-ta o peso da carga tributária quelhe é imposta. Dizem que esta-mos no limite da tolerância emrelação à carga tributária, eu di-ria que já passamos desse limitehá muito tempo.

O que esperar de 2005?Um ano de muito trabalho e con-quistas para as entidades de clas-se. Esperamos ver crescer o aten-dimento odontológico à popula-ção, com o aumento de equipesde Saúde Bucal no PSF e com osnovos CEOs expandindo o mer-cado de trabalho para o CD emelhorando os índices epidemi-ológicos da saúde bucal da po-pulação. Junto ao CFO, estaremosacompanhando os Projetos de Leia favor da odontologia em tra-mitação no Congresso Nacional.

FALE COM 0 PRESIDENTEDO CRO-BA:presidê[email protected]

“O Brasil precisaimplementar políticas

de incentivospara estabelecer

profissionais no interior,evitando a acumulaçãonos grandes centros”

Entrevista CROs

Page 15: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

1515Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

Page 16: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 20051616 Brasil Sorridente

S e a saúde bucal não é só metado Ministério da Saúde, mas dogoverno federal, como afirmou

recentemente o coordenador nacional deSaúde Bucal, Gilberto Pucca, os Centrosde Especialidades Odontológicas (CEOs)têm tudo para ser a prova dos nove daação – até aqui inédita – do governo Lulano setor.

Até o momento foram inaugurados 116CEOs em 67 municípios, incluindo 17Estados e o Distrito Federal. Para cum-

prir a ambiciosa meta de chegar ao fimde 2005 com 400 Centros inauguradosserá necessário botar em funcionamento284 unidades até dezembro.

Orçamento sem cortesMas será que os cortes anunciados

no orçamento federal não afetarão o Mi-nistério da Saúde e, particularmente, aconclusão dos CEOs? Não, se dependerda palavra de Gilberto Pucca. “Nenhumcentavo do orçamento da saúde bucal

será contingenciado. A ordem do presi-dente Lula é manter o programa BrasilSorridente na íntegra”, garante o coor-denador nacional de Saúde Bucal.

O presidente do Conselho Federal deOdontologia, Miguel Nobre, comemoroua declaração que, segundo ele, só reiterao compromisso que o presidente da Re-pública sempre demonstrou em relação auma saúde bucal pública e de qualidade.

Seja como for, não é infundado o re-ceio de cortes no Programa Brasil Sorri-dente. Como o próprio governo infor-mou, a verba do Ministério da Saúde foireduzida em R$ 770 milhões em relaçãoao Orçamento aprovado no final do anopassado pelo Congresso Nacional. Mas,segundo Pucca, Luiz Inácio falou, Luiz

Especialização avançana rede pública

Inácio avisou: o dinheiro da saúde bucalnão sofrerá cortes.

Fiscalizar é precisoO desafio, pelo visto, parece ser ou-

tro: fiscalizar a aplicação correta do di-nheiro destinado aos CEOs. O Ministé-rio da Saúde promete fazer sua parte.“Elaboramos um instrumento de moni-toramento para acompanhar mensal-mente a produção desses CEOs, atra-vés dos Conselhos Municipais. CadaCentro terá que cumprir uma produçãomínima. Assim que detectarmos algumtipo de problema, tentaremos corrigi-lo. Numa situação limite, o CEO serádesabilitado”, explica o coordenador deSaúde Bucal.

O Brasil já tem 116 Centros de EspecialidadesOdontológicas instalados em 67 municípios.Governo federal promete chegara 400 até o fim do ano. Conseguirá?

O financiamento dos CEOs obedece às Portarias do Ministério da Saúde GM/MS Nº

1570, 1571 e 1572 de 29 de julho de 2004,que estabelecem as normas e requisitos paraa implantação e credenciamento dos Cen-tros. Pela lei, municípios com CEO tipo I, comtrês cadeiras odontológicas, recebem men-salmente R$ 6,6 mil para custeio dos servi-ços, além de R$ 40 mil em parcela única,correspondentes a custos com reforma, am-pliação ou construção do espaço físico. Nocaso de unidades tipo II, com quatro ou maiscadeiras, os valores são de R$ 8,8 mil men-sais e R$ 50 mil, respectivamente.

Financiamento dos CEOs

Estadose municipiosque têm CEOs

RO Porto Velho

TO Palmas

GO Anápolis, Goiânia (02 centros), Jataí, Luziânia, Formosa, Rio Verde, Uruaçu e Planaltina de Goiás

DF Brasília (06 centros)

SP Catanduva, Diadema, Guarulhos (04 centros), Mauá, Piracicaba, Rio Claro, ão José do Rio Preto, São Paulo (14 centros),

Itatiba, Viradouro e Atibaia

PR Londrina, Guarapuava (02 centros), Maringá (02 centros), Paranavaí, Ponta Grossa, Apucarana, Colombo, Medianeira, Pato Branco e Jacarezinho

SC Balneário Camboriú, Florianópolis e São José

RS Bagé, Uruguaiana, Panambi, Caxias do Sul e Porto Alegre (02 unidades)

AP Macapá

PA Belém (03 centros)

MA Timon

PI São Raimundo Nonato e Teresina

CE Itaitinga, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Quixelô, Sobral, Barbalha, Maranguape e Banabuiu

RN Natal (03 centros)

PB Campina Grande e João Pessoa

PE Caruaru e Recife (04 centros)

BA Eunápolis, Itabuna, Juazeiro, Vitória da Conquista e Salvador

RJ Rio de Janeiro (18 centros), Santo Antônio de Pádua, Resende e Saquarema

Page 17: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

1717Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

Mas, mesmo para o Ministério daSaúde, monitorar toda essa produçãoserá uma missão muito complicado semalgumas colaborações. Por isso, Puccafaz um apelo aos Conselhos Federal eRegionais de Odontologia para que aju-dem na fiscalização dos CEOs. “O CFOe os CROs são fundamentais, uma vezque têm interface com os profissionaise participam dos Conselhos Municipaisde Saúde, onde os CEOs estão alocados”.

Agendamentopela internet

Bem gerenciados, os Centros de Es-pecialidades Odontológicas são a garan-tia de acesso a tratamentos especializa-dos na rede pública. Como em Londri-na, onde o presidente Lula inaugurou umdos primeiros Centros, em outubro pas-sado. Em quatro meses de funcionamen-to, o CEO de Londrina superou a marcados 10 mil e 800 pacientes, com mais de13 mil procedimentos. Para o gerente deodontologia do município, Domingos Al-vinhan, o “CEO tem uma dinâmica dife-rente, acolhendo os pacientes de formamais humana”. O número surpreendentede jovens londrinenses que estão buscan-do atendimento especializado é atribuídoao processo de agendamento de consul-tas pela Internet, bem mais rápido. Alvi-nham já prevê a necessidade de se criarnovos postos especializados para atendera demanda. O CEO de Londrina possui 10consultórios, laboratórios integrados e es-covódromo e atende diariamente a umamédia superior a 60 pacientes.

CEO faz “milagre”Na terra de Padre Cícero, em Juazei-

ro do Norte, no Ceará, o CEO está se-guindo o exemplo do padroeiro da ci-dade e vem fazendo milagres. Lá, a uni-dade atende a todas as especialidades,inclusive com laboratório de PróteseDentária. O coordenador de saúde bu-cal do município, José Vinícius dosSantos, diz que o Centro já é referênciapara a região. “Como a população é mui-to carente, poucos têm condição de ar-car com o preço de uma clínica particu-lar. O Centro veio para atender essaspessoas”, explica.

Enquanto isso, o CEO de Porto Velho,Rondônia, faz cerca de 150 atendimen-tos por mês em cinco especialidades. Acoordenadora do Centro, Alzinete Mar-colina, lembra que atende inclusive aosmunicípios vizinhos. “Temos sempretrês vagas para emergência ou para aten-

dimento a pessoas de cidades próximaspara que elas não percam a viagem”.

Segundo informa a coordenação deSaúde Bucal do Ministério da Saúde, cadaunidade do CEO deve disponibilizar aces-so à cirurgia, bem como endodontia, pe-riodontia e atendimento a pacientes comnecessidades especiais.

Para tratamento periodôntico, porexemplo, paciente é o que não falta noPaís: apenas dois em cada dez adultostêm gengivas sadias, enquanto 90% dosidosos precisam do tratamento de peri-odontia. Dados do SB Brasil, concluídoem 2004.

Câncer bucalOs CEOs também oferecem diagnós-

tico de câncer bucal. A doença pode sertratada com sucesso, mas atualmente65% dos casos são identificados em fa-ses avançadas. Em 2002, foram regis-tradas cerca de 3,5 mil mortes decor-rentes deste câncer. A idéia é que osCEOs possam cuidar dos casos em es-tágio inicial. Pacientes com a doença emnível mais avançado serão encaminha-dos para as unidades de alta complexi-dade do SUS.

Junto com o câncer de boca, a ausên-cia de dentes é outro grave problema.Hoje 75% dos idosos e 30% dos adul-tos com idade de 30 a 44 anos não pos-suem dentes. Há ainda, segundo o Mi-nistério da Saúde, cinco mil adolescen-tes desdentados sem prótese.

Os CEOs podem mudar esse quadro.Esta é a expectativa da coordenadora deOdontologia do município de Planaltina,no Distrito Federal, Marilda de CastroFreitas. “Temos mais de 900 pacientescom tratamento concluído e mais de 12mil procedimentos de cirurgia”. Há umano o CEO de Planaltina funciona nos trêsturnos: manhã, tarde e noite. Em abril oCentro vai inaugurar o laboratório de Pró-tese. “Hoje Planaltina tem 120 mil habi-tantes; esperamos em quatro anos aten-der de 70 a 80% da população.”

Em Saquarema, no Estado do Rio deJaneiro, o recém-inaugurado CEO ofere-cerá uma especialidade a mais: odonto-pediatria. Se os novos CEOs seguiremos exemplos citados aqui, com o gover-no federal mantendo o financiamento eas prefeituras fazendo a sua parte – sele-cionando, capacitando e contratando asequipes de forma transparente –, a saú-de bucal pode fechar 2005 na esperançade sorrisos melhores.

Cirurgiã-dentistadeputada federal

A Câmara dos Deputados acaba de rece-ber em suas fileiras uma parlamentar gradu-ada em odontologia. A deputada federal AnaBorges Neves de Alencar (PSDB-TO), eleitacomo suplente, reassumiu o mandato em10 de março – ela já exercera a função detitular entre janeiro e fevereiro deste ano.

NOTASComissão aprovaOdontologia do Trabalho

Aprovado dia 11 de maio, na Comissãode Seguridade Social e Família da Câmara,o Projeto de Lei 3520/04, do deputadoVanderlei Assis (PP-SP), que torna obriga-tória nas empresas a odontologia do tra-balho. Com substitutivo do deputado Car-los Mota (PL-MG).

Page 18: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 20051818

ABCD (Associação Brasileira deCirurgiões-Dentistas)Tel. (11) 6223-2333/Fax 6221-3612E-mail:[email protected]: www.abcdbrasil.org.brABO (Associação Brasileirade Odontologia)Tel/Fax: (11) 5083-4000E-mail: [email protected]: www.abonacional.com.brAbeno (Associação Brasileira de Ensino Odontológico)Tel/Fax. (61) 356-9611E-mail: [email protected]: www.abeno.org.br

AcBO (Academia Brasileirade Odontologia)Tel/Fax. (21) 2547-8266

E-mail: [email protected]: www.acbo.org.br

CFO (Conselho Federal de Odontologia)

Tel: (61) 234-9909/Fax 226-1737Tel: (21) 2122-2200/Fax [email protected] (Federação Interestadualdos Odontologistas):Tel (62) 285-4619/Fax 285-4824E-mail: [email protected]: www.fio.org.brFNO (Federação Nacionaldos Odontologistas):Tel (21) 2233-5879/Fax 2263-6635E-mail: [email protected]: www.fno.com.br

Odontologia brasileira a serviço de todos

Reunião CFO e CROs

Em reunião conjunta CFOe os 27 CROs discutempiso salarial e atomédico. Ministro do TSTfaz palestra sobre a“reforma trabalhista”

Nos dias 14 e 15 de abril, aconteceuna sede do Conselho Regional deOdontologia do Rio de Janeiro mais

uma edição da reunião conjunta do CFOcom os presidenres dos CROs.

Entre os assuntos discutidos, tiveramdestaque piso salarial, ato médico, aper-feiçoamento da fiscalização dos Conselhose o programa Brasil Sorridente.

Ao final do encontro, os conselhei-ros foram brindados com uma palestraproferida pelo ministro do Tribunal Su-

Ministro do TSTfala a Conselhos

CDs agora podem assinara autorização deinternação hospitalar

Cada vez mais a saúde pública está setornando sinônimo de saúde bucal.Os cirurgiões-dentistas acabam de

conquistar o direito de assinar a Autori-zação de Internação Hospitalar (IH). An-tes, os CDs dependiam de médicos ouenfermeiras para internar e tratar um pa-ciente em ambiente hospitalar.

A mudança ocorreu em janeiro desteano, após uma modificação no sistemade informações do Sistema Único de Saú-de (SUS), possibilitando ao cirurgião-dentista a liberdade de requerer a inter-nação hospitalar. Tal medida era uma rei-vindicação antiga que o Conselho Fede-ral de Odontologia vinha reiterando emseus encontros com a coordenação deSaúde Bucal do Ministério da Saúde.

Para o presidente do CFO, Miguel No-bre, a autonomia concedida pelo Ministé-rio da Saúde é mais uma evidência do com-promisso do governo Lula com a saúdebucal. “É um avanço profissional inques-tionável. São vitórias como esta que dig-nificam e valorizam a profissão”, comen-tou Nobre. O coordenador nacional de Saú-de Bucal, Gilberto Pucca assinala que ”foicorrigida uma distorção histórica”.

Para Pucca, este é um passo impor-tante para a odontologia, mas principal-mente para a saúde pública que ganhaum aliado no aperfeiçoamento da pres-tação de serviços dentro do SUS. “Essamedida deverá agilizar o atendimento emsaúde coletiva”, conclui. Lembra ainda

“um segundo aspecto”: o especialistaem bucomaxilofacialagora tem auto-nomia para realizar internações, o que,segundo o coordenador, “deve agili-zar os atendimentos significativamentee dar autonomia para o CD trabalharde acordo com suas necessidades”.

Esse ajuste no procedimento de in-ternações do SUS fez com que todosetor de emergência possa ser regula-do pelo cirurgião-dentista.

O presidente do CFO Miguel No-bre destaca a importância da autono-mia dos profissionais para a melho-ria do atendimento na saúde coletiva.“Essa autonomia representa mais umavanço na profissão do CD, e colabo-ra diretamente com a população, queprecisa de um atendimento rápido ede qualidade. Ainda mais agora quequase 40% dos CDs estão trabalhan-do no SUS”, conclui o presidente.

AGENDA

Autonomiapara internar

perior do Trabalho, José SimplicianoFontes de Faria Fernandes. Sob o tema“Reforma trabalhista”, o ministro abor-dou a polêmica proposta – embutida nareforma que deverá entrar em breve napauta do Congresso – de alteração daConsolidação das Leis do Trabalho(CLT). “A legislação trabalhista, quesurgiu para tratar desigualmente os de-siguais, para promover a equalizaçãoentre capital e trabalho, passou a servista como vilã. O que não deixa deestar em sintonia com a ideologia daglobalização, que dá mais valor ao ca-pital do que ao homem”, criticou. Oministro Fernandes observou que 50%da economia brasileira vive na informa-lidade, e que uma excessiva flexibiliza-ção da CLT pode prejudicar o própriodesenvolvimento econômico.

Fotos Descrição da Imagem

Min. Tribunal Superior do Trabalho, José Simpliciano, ao lado do pres. CFO, MiguelNobre, do secretário-geral Marcos Santana e do pres. CRO-SE, Augusto Tadeu

IV Congresso Odontológicode Mato Grosso

09 a 11 de junho de 2005Cuiabá - MTInformações:tel. (65) 623.9897fax (65) 324.0141www.abomt.com.br [email protected]

V Jornada de OdontologiaHospitalar da APCD

13 e 14 de junhoSão Paulo - SPInformações: 0800 12 85 [email protected]

I Congresso Internacionalde Odontologia da ABO-SP(Ciodonto)

14 a 17 de junho de 2005São Paulo - SPInformações: tel. (11) [email protected]

17º Congresso Internacionalde Odontologiado Rio de Janeiro - CIORJ

13 a 17 de julho de 2005Rio de Janeiro - RJInformações: (21) 2504.0002Fax (21) 2504.3859www.aborj.org.br [email protected]

Gilberto Pucca, coord. de Saúde Bucal

Page 19: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

1919Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 2005

Homens honrados

João Batista Gonçalves(Goiás)

Ingressou nao d o n t o l o g i apela Universida-de Federal deGoiás, onde foipresidente doCentro Acadê-mico. Mestreem Saúde Cole-tiva, foi o pri-meiro cirur-

gião-dentista formado em Goiás a fazerSaúde Pública na USP. Durante sua ca-minhada como professor, foi diretor daFaculdade de Odontologia, Pró-reitor efundou o Departamento de OdontologiaSocial da Universidade Federal de Goi-ás, introduzindo a disciplina de SaúdeColetiva.

Fundador do CRO-GO e detentor doregistro de nº 001 no Estado, João Ba-tista Gonçalves foi presidente da entida-de por três mandatos.

No 41º aniversário do CFO, recebeu aMedalha de Honra ao Mérito pela “con-tribuição profissional nos campos da ci-ência, seja na pesquisa, no ensino ou nosserviços”. “Tudo que eu fiz na vida foicom carinho, amor, ética. Sempre trateia odontologia como uma instituição so-cial. Fico feliz em receber essa honrariade uma entidade séria, competente,transparente como o CFO”.

Orlando Limongi(Rio Grande do Sul)

Ele cursouodontologia naUniversidadeFederal do RioGrande do Sul.Professor uni-versitário, dou-torando em en-dodontia, ocu-pou todos oscargos no CRO-

RS, inclusive o de presidente. No 41º ani-

versário do CFO e CROs, fez o discursode agradecimento em nome dos agracia-dos com a Medalha de Honra ao Mérito.“Receber um prêmio desses é envaidece-dor; uma honraria envolvida de muitaemoção. Daqui pra frente, a única coisaque quero é viver intensamente”, disse.

Orlando Limongi acompanhou de per-to o trabalho do CFO. “O Conselho Fede-ral passou por diversas fases. Ao longodos anos houve a atualização de toda asua trajetória, já que a cada geração dedirigentes era construída alguma coisa,preparado algo absolutamente edifican-te para se chegar à situação de hoje, queé de grande representatividade política.O CFO, nos últimos anos, também abriusuas portas para a sociedade, o que émuito importante”, afirmou.

Raphael Baldacci Filho(São Paulo)

Desde jovem,ele ajudava seutio cirurgião-den-tista no consultó-rio em sua cida-de natal, Caçapa-va. Em 1948,este filho de en-genheiro iniciasua graduaçãoem Odontologia

na Universidade de São Paulo, e 57 anosdepois tem sua diversificada carreiracoroada com a Medalha de Honra aoMérito Odontológico.

Especializado em Cirurgia Oral, foiprofessor da USP por 16 anos. Preocu-pado com as causas sociais, Baldacci foieleito deputado federal quatro vezes, aprimeira em 1965 e a última em 78. Tam-bém foi secretário de Habitação e Desen-volvimento Urbano no governo de JânioQuadros. Idealizou o Projeto de Lei deFluoretação das Águas em sistemas deabastecimento público, aprovado em1974 como Lei nº 6050. “Sempre pro-curei manter a Odontologia presente emtodo o setor que atuei, seja social, cien-

tífico ou político”, comenta.Ao voltar para São Paulo, fez parte da

diretoria da Associação Paulista de Ci-rurgiões-Dentistas (APCD) durante 20anos, divididos entre os cargos de pre-sidente e vice-presidente.

Roberto Paulo Correiade Araújo (Bahia)

Graduado emodontologia naUniversidade Fe-deral da Bahia,ele foi chefe dedepartamento ecoordenador docurso de pós-gra-duação, além dediretor do Insti-tuto de Ciênciade Saúde.

Divide seu tempo entre a UFBA, ondeé livre docente, professor da graduaçãoe do mestrado, professor-adjunto de Bi-oquímica e integrante do colegiado dauniversidade; a Universidade Católica,onde é professor titular de Bioquímica,e a clínica odontológica. “A universida-de deve estar de braços dados com oCRO e o CFO, para a formulação do cur-rículo e a fiscalização do profissional.A partir do momento que a universida-de se aproxima do CFO, é possível as-similar o perfil do profissional que oConselho deseja”.

Roberto Araújo ganhou a Medalha pela“contribuição profissional nos camposda ciência, seja na pesquisa, no ensinoou nos serviços”. “Sinto-me extrema-mente feliz por estar sendo reconheci-do. Vou continuar valorizando a profis-são e formando jovens comprometidoscom a saúde coletiva e o exercício dacidadania”.

Roberto Schirmer Wilhelm(Rio de Janeiro)

Para este dou-tor em Ortodon-tia e OrtopediaFacial, a maioralegria ao rece-ber a Medalha ésaber que todosos que o acom-panharam emseus 46 anos decarreira também

se sentem agora recompensados. “Nin-guém vive sozinho, nem um livro a gen-te faz sozinho e este não é um mérito

Homenageados

Honra, segundo o dicionário, é o princípio ético queleva alguém a ter uma conduta virtuosa, corajosa,e que lhe permite gozar de bom conceito juntoà sociedade; é o sentimento da própria dignidade.

Os seis homenageados de 2005 com a Medalhade Honra ao Mérito Odontológico Nacional trazem,na própria biografia, o significado desta palavra.

individual, ele repercute também para osamigos”, comentou, com modéstia.

Aprovado nos vestibulares de Medi-cina e Odontologia, Roberto Wilhelm foienérgico em sua decisão, queria ser ci-rurgião-dentista. “A minha família achouestranho porque podia ser médico e pre-feria ser dentista. Naquela época, a pro-fissão não tinha status, mas aos poucosalcançou um esplendor, especialmentenas décadas de 70 e 80”, explica.

Agraciado por sua contribuição pro-fissional nos campos da ciência, Wi-lhelm acredita que a proliferação das fa-culdades contribuiu para o fim destaépoca de ouro. “A profissão se diluiumuito, perdeu em qualidade, mas ago-ra a classe acordou e está se adaptandoà nova realidade. Vejo um novo esplen-dor da Odontologia daqui a uns oitoanos”, prevê o CD.

Silvio NascimentoGualberto (Rondônia)

Formado naUniversidade Fe-deral do Pará, há30 anos SilvioGualberto exercesua profissão emRondônia. Orto-dontista, ele foium dos funda-dores do Conse-lho Regional de

Odontologia de Rondônia e seu primei-ro tesoureiro. Também atuou no Execu-tivo e no Legislativo locais: como secre-tário de Saúde de Porto Velho por trêsvezes; secretário adjunto de Saúde do Es-tado, e como vereador da capital de Ron-dônia, por quatro mandatos.

“Como cirurgião-dentista, em mo-mento algum deixei de elevar o nomeda odontologia, sempre a colocandodentro dos projetos”. Sua luta no nortedo País foi reconhecida com a Medalhade Honra ao Mérito pela “contribuiçãohonorífica, no plano do desempenhosocial e político”. “Tenho uma honramuito grande de estar aqui recebendoesta comenda, visto que tudo que euplantei deu frutos muito bons”, orgu-lha-se Gualberto, que na década de 80chegou a improvisar sua casa e consul-tório como sede do CRO. “Encaminhavaa documentação dos colegas para Ma-naus para garantir o registro, para quepudessem exercer a função”, lembra.

REPORTAGEM: ANA FREITAS E JULIANA CHAGAS

Fotos Descrição da Imagem

Page 20: Jornal do Conselho Federal de Odontologia | Ano 13 | Nº 64-65 | Jan-Fev e Mar-Abr de ...cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/10/n.64-e-65_jan-a... · 2020. 3. 18. · pelo Banco do

Nº 64 e 65 · Jan/Fev e Mar/Abr de 20052020

Jornal do ConselhoFederal de Odontologia · Ano 13 ·Nº 64/Jan-Fev e 65/Mar-Abr de 2005Edição Nacional · 278.301 exemplares

Av. Nilo Peçanha, 50 - Grupo 2316 ·CEP 20020-100 · Rio de Janeiro/ RJ

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO

Nº 050200293-0ECT/DR/RJ

CONSELHO FEDERALDE ODONTOLOGIA

Visão Odontológica

FALE COM O PROCURADORJURÍDICO DO CFO:[email protected]

Contratação nosconselhos profissionais

Luiz Edmundo Gravatá Maron,procurador jurídico do CFO

A contratação de pessoal vem causandopolêmica entre os Conselhos de Fiscali-zação do Exercício Profissional. Segui-

damente o Tribunal de Contas da União, oMinistério Público Federal e o do Trabalhotêm intimado os Conselhos das profissõesregulamentadas para que demitam funcio-nários admitidos a partir de 18/05/2001 semprévio concurso público, e que doravantesomente contratem pessoal mediante a re-alização do referido concurso.

A posição do Conselho Federal de Odon-tologia tem sido contra tais determinações,visto que é impossível efetuar concurso pú-blico para preenchimento de um “cargo par-ticular”, haja vista que nos Conselhos nãohá o “Cargo ou Emprego Público”.

Diz a Constituição que Cargo ou Empre-go Público deve ser criado por lei, por inici-ativa do Presidente da República. Ocorreque na esfera dos Conselhos Profissionaisnão há lei sobre isso. Há muito que os Con-selhos estão desvinculados da Administra-ção Pública no tocante a pessoal, tendo emvista o artigo primeiro do decreto lei 968/1969, que exclui as autarquias de fiscaliza-ção profissional das normas de pessoal daAdministração Publica Federal.

A lei 9.962/00 que disciplina o regimede emprego público do pessoal da Admi-nistração federal direta, autárquica e fun-dacional diz em seu art. 1º, que “o pessoaladmitido para emprego público na Admi-nistração federal direta, autárquica e fun-dacional” terá a relação de trabalho regidapela Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo decreto-lei nº 5.452, de 1ºde maio de 1943, e legislação trabalhistacorrelata. Em seu parágrafo 1º, diz que leisespecíficas disporão sobre a criação dos em-pregos de que trata esta lei, no âmbito jácitado, “bem como sobre a transformaçãodos atuais cargos em empregos”.

Portanto, a conclusão do CFO só poderiaser esta: a) Os conselhos de fiscalização deprofissões serão regulados por suas leis decriação, não se lhes aplicando as normas le-gais sobre pessoal e demais disposições decaráter geral, relativamente à administraçãointerna das autarquias federais; b) Que acontratação mediante concurso público tor-na-se inviável, ante a inexistência de cargosou empregos públicos criados por lei. Nessesentido, o CFO protocolou pedido de Reexa-me junto ao TCU acerca da recomendaçãopara demissão de funcionários e realizaçãode concurso público, bem como prestou es-clarecimentos à Coordenadoria da Defesa dos

Interesses Difusos e Coletivos, do Ministériodo Trabalho, sobre o regime de contrataçãode seus funcionários. Esta polêmica se es-tende a outros Conselhos, como a Ordemdos Advogados do Brasil. Neste caso, há umaação pendente de julgamento no SupremoTribunal Federal - Ação Direta de Inconsti-tucionalidade, apresentada pela Procurado-ria Geral da República -, sendo que os mi-nistros Eros Grau, Carlos Britto e Cezar Pe-luso já emitiram votos no sentido de não serexigível a realização de concurso, ao passoque apenas o ministro Joaquim Barbosa crêem sua necessidade.

Importante destacar que o Conselho Fe-deral de Farmácia ajuizou Reclamação juntoao Supremo Tribunal Federal, requerendo quesejam suspensas todas as ações civis públi-cas e de improbidade que os Ministérios Pú-blicos Federal e do Trabalho ajuizaram paraanular contratos de trabalho fixados fora doregime de concurso público pelos CRFs. OCFF pede também a suspensão dos procedi-mentos administrativos abertos pelo TCU.

Vislumbrando a possibilidade de que estacontrovérsia seja em breve dirimida pelo Ju-diciário, este CFO se posiciona contrário aoentendimento do TCU e das Procuradoriasdo Trabalho, acreditando que ao procederassim está respeitando a legislação vigen-te. Há de se considerar, também, que arealização de concurso público pelos Con-selhos de Fiscalização não esbarra apenasnos impedimentos legais. Outros obstácu-los dificultam sua realização: 1) Alto custo,se considerarmos que nos Conselhos nãose contrata um grande número de funcio-nários; 2) A situação híbrida a que os fun-cionários estariam submetidos, já que esta-riam divididos em duas categorias: concur-sados e não-concursados; 3) Os aspectoslegais a que a entidade estará sujeita casoos candidatos tenham ciência de que refe-rido procedimento está sendo realizado,apesar da autarquia saber da ausência deseu principal elemento, o “cargo ou em-prego público”, o que poderá ensejar, in-clusive, futuras ações de indenização porrealização de procedimento enganoso.

Os fatos acima mencionados levam esteCFO a optar pela cautela, por entender quea realização de concurso público sem préviamanifestação judicial poderá resultar emmais prejuízos que benefícios.

P or meio da Me-dida Provisória

nº 238 (de 1º/2/2005), publicadano Diário Oficial daUnião em 2 de fe-vereiro, o presiden-te Luiz Inácio Lulada Silva criou a“Residência emÁreas Profissionaisda Saúde”.

Definida como“modalidade deensino de pós-gra-duação lato sensu,voltada para aeducação em ser-viço e destinada àscategorias profissi-onais que integramas áreas de saúde(com exceção damédica)”, a resi-dência será em re-gime de dedicaçãoexclusiva, sob aresponsabilidadeconjunta dos mi-nistérios da Educa-ção e da Saúde.

Os estudantesde pós-graduação(especialização)contemplados te-rão auxílio financeiro igual ao con-cedido pelo Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tec-nológico (CNPq).

A representante do Conselho Fe-deral de Odontologia no ConselhoNacional de Saúde (CNS), a cirur-giã-dentista Graciara Azevedo, vêna edição da MP 238 “um preceitoconstitucional capaz de ordenar a

Governo federal criaResidência em Saúde

Medida Provisória 238 define a residênciaem pós-graduação para áreas da Saúde

formação em re-cursos humanospara a área da saú-de, incluindo a pós-graduação de for-ma articulada comoutras instâncias,como o MEC e osgovernos estaduaise municipais”. Paraela, que acompa-nhou a elaboraçãodo texto da lei atra-vés da Comissão In-tersetorial de Re-cursos Humanosdo CNS – na qualatua – esta lei tam-bém servirá parapreencher a lacunaexistente no cam-po da pesquisa ci-entífica em odon-tologia.

Segundo a re-presentante doCFO no ConselhoNacional de Saúde,é importante que aclasse odontológi-ca e demais profis-sões de saúdeacompanhem avotação da MP 238no Congresso Na-

cional. Até o fechamento destaedição a MP havia recebido 26emendas – nenhuma relacionadaaos artigos 12 e 13, que dizemrespeito diretamente à “residên-cia em saúde” – mas ainda nãohavia sido votada.

VEJA A ÍNTEGRA DA MEDIDAPROVISÓRIA Nº 238:www.cfo.org.br

Descrição da Imagem

Auxílio financeiro igualao do CNPq