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25/02/2011 35 XIX

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“O fato de existir um termo de ajustamento de conduta não exclui a possibilidade de investigação” - Eduardo Nepomuceno, promotor

Juliana Cipriani

O auxílio-moradia de R$ 2.250 pago aos deputados estaduais mineiros, independentemente de eles terem ou não residência fixa em Belo Horizonte, será alvo de uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais. A partir das matérias feitas pelo Estado de Minas, que mostraram que pelo menos 25 dos 77 parlamentares têm, conforme decla-ração à Justiça Eleitoral, um ou mais imóveis registrados em seus nomes, os promotores da área de Defesa do Pa-trimônio Público vão averiguar se há ilegalidade no pagamento, que era feito até de maneira retroativa.

Conforme mostrou o EM, resolução da Assembleia Legislativa prevê para to-dos o pagamento de R$ 2.250 além dos R$ 20.042,35 de salário, valor já com o aumento de 61,8% que tiveram os par-lamentares no início do ano. Não é exi-gido que o deputado não tenha moradia na capital e só não ganha o adicional quem abrir mão formalmente dele – nes-ta legislatura foram apenas cinco: João

Vítor Xavier (PRP), João Leite (PSDB), Fred Costa (PHS), André Quintão (PT) e Délio Malheiros (PV). Mesmo os que renunciam têm pela atual regra a possibi-lidade de se arrepender e pedir depois os valores retroativos.

Os deputados estaduais não preten-dem, pelo menos por enquanto, rever os critérios. A única mudança, segundo o primeiro-secretário da Casa, deputado Dilzon Melo (PTB), será acabar com a retroatividade do pagamento. Uma das alegações para deixar tudo como está é justamente um termo de ajustamento de conduta (TAC) feito com o Ministério Público em 2001, quando o Legislativo acertou todas as parcelas remuneratórias dos parlamentares, depois de denúncias do EM segundo as quais eles chegavam a receber entre R$ 60 mil e R$ 90 mil.

De acordo com o promotor Eduardo Nepomuceno, o TAC não exclui a pos-sibilidade de investigação. “Realmente houve esse TAC, mas ele não vincula a atuação da promotoria no sentido de ver se é legal ou não o pagamento, porque depois dele houve uma série de altera-

ções constitucionais, incluindo a fixa-ção do subsídio único. Vamos fazer uma nova interpretação de acordo com essas movimentações”, afirmou. Segundo o promotor, será analisada a legalidade do auxílio-moradia e especificamente se ele é aplicável aos que têm casas em BH.

O auxílio-moradia, equivalente a quatro salários mínimos e o salário de R$ 20 mil não são os únicos pagamentos dos deputados. Eles também podem en-gordar a cifra com até R$ 8 mil em hora extra, pagos pelo comparecimento nas oito sessões extraordinárias de plenário permitidas por mês. Há ainda a cota de R$ 20 mil de verba indenizatória para custar o mandato e o auxílio paletó, que lhes dá mais dois salários, um em feve-reiro e outro em dezembro.

Mesmo com todos esses valores, al-guns deputados dizem que a ajuda para custear a moradia é insuficiente para pa-gar aluguéis em Belo Horizonte. O pee-medebista Antônio Júlio e o primeiro-se-cretário da Casa, Dilzon Melo, estão en-tre os que entendem que a verba deveria ter um reajuste por estar defasada.

MORADIA

MP investigará auxílio pago a deputadosPromotores de Defesa do Patrimônio Público vão analisar a legalidade do benefício concedido pela Assembleia até

a parlamentares que têm casa em BH, conforme denunciou o ESTADO DE MINAS.

estADO De MInAs - 1ª e P. 8 - 25.02.2011

Jorge Gontijo/EM/D.A Press - 9/3/09

Legislativo

Auxílio-moradia será investigadoMinistério Público vai analisar a legalidade da verba extra e se ela é aplicável aos parlamentares que têm casa em BH

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Da Sucursal do Centro-Oeste de Minas PITANGUI – Trezentos anos da história e da cultura de Pitan-

gui, cidade considerada berço do Centro-Oeste mineiro, ameaçam se perder no tempo com desgaste do museu histórico do municí-pio.O casarão do Século XVIII, onde hoje funciona o museu, já foi sede da Câmara Municipal, cadeia pública e prefeitura, sendo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-nal (Iphan) em 1959. Porém, a edificação, fechada há 20 anos, corre risco de desabar.

O acervo, com quase 250 mil peças e documentos, foi reti-rado do local. “A negligência de administrações passadas, a falta de investimentos e a ingerência de institutos históricos são os res-ponsáveis pelo descaso em que o Museu de Pitangui se encontra hoje”, afirma o presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural, Ronan Ivaldo da Silva Souza. Ele diz ainda que, para manter a estrutura do imóvel, foi necessário realizar obras emer-genciais.O museu começou a funcionar no fim da década de 1960

e fechou as portas no fim dos anos 1980 por desinteresse e falta de investimentos dos órgãos responsáveis. Depois de fechado, o acer-vo, com peças de cidades da região, como Divinópolis, Camacho e Conceição do Pará, foi depositado em uma agência do Banco do Brasil. São cerca de 70 imagens sacras e outros 220 mil documen-tos, com os mais antigos datando de 1714.

Além disso, o Museu Histórico de Pitangui guarda o maior acervo do país em documentos do Século XVIII conhecidos como “ações de alma”. Neles, a pessoa assinava um acordo ou uma ne-gociação comercial e colocava a alma como garantia.

Ronan Souza explica que o conselho municipal já apresentou um projeto de recuperação do casarão histórico junto ao Iphan, e aguardando aprovação para ser incluído no Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, com orçamento de R$ 900 mil. A previsão é que as reformas comecem ainda neste ano. A restauração completa terá duração de 12 a 15 meses.

HOJe eM DIa - p. 21 - 25.02.2011

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Museu de Pitangui corre risco de desabarTombado pelo Iphan em 1959, casarão do Século XVIII abriga acervo de quase 250 mil peças e documentos

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ReVIstA VOX OBJetIVA - P. 24 A 26 - feVeReIRO/2011

O Ministério Pú-blico, através do pro-motor Edson Ante-nor Lima de Paula, proibiu a realização de jogos com qual-quer público em dois estádios que recebem duelos do Campeonato Mineiro Módulo I. São eles: o Estádio Mam-moud Abbas, em Go-vernador Valadares, e o José Maria Melo, em Montes Claros.

Os estádios proi-bidos pelo MP não apresentaram os lau-dos de vistoria e cer-tidão de conformida-de do Crea-MG. Por

esse motivo, a partida da quinta rodada pelo Campeonato Mineiro Módulo I, entre Funor-te e Caldense, agenda-da para amanhã, no Estádio José Maria Melo, será realizada de portões fechados.Desta forma, Demo-crata e Funorte devem mandar seus próximos jogos em Ipatinga, no estádio Ipatingão, apontado pelos dois clubes como segunda opção para mandar seus jogos.

Por outro lado, o Estádio Municipal En-genheiro João Guido

(Uberabão), teve sua capacidade liberada para 11.300, pois apre-sentou em tempo hábil a documentação soli-citada.

Pelo Módulo II, o Estádio Bernardo Ru-binger de Queiroz (Pa-tos de Minas) também teve sua capacidade máxima liberada para 10.000 pessoas. Já os estádios José Flávio de Carvalho (Itaúna), As-trogildo Duarte (Nova Serrana) e Juca Pedro (Formiga) mandam suas partidas com ca-pacidade reduzida pela metade.

JORnAL DA MAnHã - MG - cOnAMP - 25.02.2011

Ministério Público interdita dois estádios

CARTÃO VERMELHOTorcedores da Galoucura são acusados de matar um membro da torcida

rival, mas o juiz entende que eles podem responder processo em liberdade

NEY RUBENS

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Pedro Ferreira Os advogados do cabo Fábio

Oliveira, encontrado morto na manhã desta sexta-feira em uma cela do 1º Batalhão da Polícia Militar, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Hori-zonte, disseram ter sido pegos de surpresa com a informação.

Um dos defensores do mili-tar, Ricardo Guimarães, contou que se encontrou com o cliente na noite de quinta-feira. Segun-do o criminalista, o encontro foi em uma sala reservada dentro do batalhão e Fábio parecia “tranqui-lo”. Guimarães disse ao cliente que já tinha cópias do inquérito e estudaria o material para ver qual medida judicial poderia ser tomada nesta sexta. O cabo teria conversado com familiares por telefone ainda na quinta à noite.”

Segundo o tenente-coronel Alberto Luís, Fábio era o coman-dante de guarnição envolvida nos assassinatos de Renilson Veriano da Silva, que completaria 40 anos nessa segunda-feira, e Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele e mais três militares estavam presos desde quarta-feira.

A movimentação no entorno do batalhão é intensa. Uma equi-pe do Instituto de Criminalísti-ca chegou ao local por volta das 9h20. Também estão no local o delegado Fernando Miranda, que preside as investigações sobre as mortes no aglomerado e o coronel Antônio de Carvalho Pereira, do Comando Especializado da Polí-cia Militar.

estADO De MInAs - PORtAL wAI - 25.02.2011 MORte nA cADeIA

Advogado de militar morto diz que cliente estava “tranquilo” na

noite de quinta

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Laudo indica execução

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ENTENDA O CASO

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Advogado de PMs presos pede revogação

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AtROcIDADes - Jason, o “matador” do morro

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Da Redação Sessenta detentos da Cadeia

Pública de Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, estão sendo transferidos para outras unidades prisionais da região, com o intuito de diminuir a superlotação. Com capacidade para 30 presos, a cadeia abriga cin-co vezes mais. Há 149 pessoas no local.

A Secretaria Estadual de Defe-sa Social informou que os detentos estão sendo levados para presídios onde há vagas e que não há o risco de superlotar outras unidades pri-sionais.

A transferência decorre de acordo firmado entre o município, a Polícia Civil e o Estado para evi-tar a interdição da unidade prisio-nal. O exigência partiu do Ministé-rio Público.

Vinte detentos foram transferi-dos para o presídio de Patrocínio na última quarta-feira (14). A pre-visão é de que a Secretaria de De-fesa Social realoque cinco presos por semana até março, completan-do 60.

De acordo com o juiz Abenias de Oliveira, os detentos julgados e condenados deveriam ser encami-nhados para presídios, mas faltam vagas.

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Cadeia tem 149 presos em espaço

para 30Setenta detentos estão sendo

transferidos para outras unidades prisionais do Alto

Paranaíba

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Mortes. Na faixa etária entre 15 e 24 naos, percentual no Estado sobe para 227,5%

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MINISTÉRIO PÚBLICO - CNMP quer alterar resolução que proíbe promotores e procuradores de ocupar cargos fora da instituição e de se candidatarem em eleições; meta é manter proibição apenas de atividade político-partidária

GIZELLA RODRIGUESOConselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai

reiniciar um debate que, em 2006, foi concluído com a proibi-ção para os membros do Ministério Público de se candidatarem a cargos eletivos e de exercer cargos no Executivo.

Os conselheiros Claudia Chagas e Cláudio Barros apresen-taram propostas ao plenário do CNMP para alterar a Resolução nº5/2006, que proíbe promotores e procuradores de Justiça de ocupar cargos fora da instituição e de se candidatarem.

A ideia é permitir o exercício de cargos, mas manter a proi-bição ao exercício da atividade político partidária.

Os dois conselheiros deverão chegar a um entendimento conjunto e apresentar um texto único ao plenário do CNMP, no fim de março ou no começo de abril.

De acordo com a Resolução nº 5, os integrantes do MP es-tão proibidos de exercer qualquer outra função pública, salvo o magistério. A vedação só não atinge quem chegou à instituição antes de 1988. Segundo a resolução, as leis estaduais que auto-rizam o afastamento de membros do MP para ocuparem cargos, empregos ou funções públicas contrariam expressa disposição constitucional, o que desautoriza sua aplicação, conforme reite-radas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mesmo com a norma, um levantamento da Comissão de Controle Administrativo e Financeiro do CNMP constatou que dez unidades do MP têm hoje membros afastados para ocupar cargos em outras instituições: Os MPs estaduais do Pará, To-cantins, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Maranhão, Ministério Público Militar e Ministério Públi-co do Trabalho estão nesta condição. Os promotores afastados podem ter entrado antes de 1988 e, por isso, a comissão agora vai analisar a legalidade de cada um dos afastamentos.cORResPOnDÊncIA

A comissão enviou correspondência para todos os MPs do País pedindo informações sobre o assunto em 24 de janeiro, com prazo de cinco dias para resposta, a contar da confirmação de recebimento da comunicação.

Quatro unidades não responderam ao ofício enviado pela comissão: Amazonas, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal. Os procuradores-gerais receberão novo ofício, reiterando o pe-dido das informações, e estarão sujeitos às penas da lei caso não respondam no prazo de cinco dias.

Procuradores-gerais de 16 unidades do Ministério Público declararam não ter integrantes afastados para exercício de car-gos fora da instituição. Estão nessa situação os MPs do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Paraíba, Per-nambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e o Ministério Público Federal.

Paralelamente ao trabalho da comissão, os dois conselhei-ros querem mudar a resolução e permitir que os membros do MP exerçam cargos no Executivo.

Cláudio Barros pretende autorizar que os membros do Mi-nistério Público assumam outras funções compatíveis com a fi-

nalidade da instituição, vedada a representação judicial e a con-sultoria jurídica de entidades públicas. As funções consideradas compatíveis são aquelas relacionadas à promoção da Justiça, dos direitos humanos, da cidadania e da segurança pública, e as referentes à fiscalização e ao controle da gestão administrativa e financeira do Estado, exercidas nas esferas federal e estadual, em cargo de status equivalente ao de membro do MP.

Já Cláudia Chagas quer revogar os artigos da resolução, com exceção daquele que veda a atividade político partidária, e permitir que cada MP examine o caso e decida individualmente quem pode e quem não pode se afastar da função para assumir cargo público. “Há fortes argumentos dos dois lados e não acho conveniente que o conselho regulamente uma assunto contro-verso”, diz.cOnstItUIÇãO

De acordo com a alínea D do inciso II do parágrafo 5º do Artigo 128 da Constituição Federal, “leis complementares da União e dos estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos procuradoresgerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativa-mente a seus membros, a vedação a exercer, ainda que em dis-ponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de ma-gistério”.

Por outro lado, o inciso IX do Artigo 129 dá entendimento contrário ao estabelecer que é função do MP “exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas”. “São duas interpre-tações possíveis da Constituição. Esse tema é muito polêmico. Em 2006, quando a resolução foi estabelecida, houve muita dis-cussão e chegou a acontecer empate na contagem dos votos dos conselheiros”, conta Cláudia Chagas.

Na opinião dela, o exercício de um cargo no Executivo, como o de secretário de Justiça, é perfeitamente compatível com as atividades do MP. Ela mesmo atuou por quatro anos como se-cretária nacional de Justiça do Ministério da Justiça.

“É muito comum que um promotor de Justiça seja convida-do a exercer um cargo relacionado à Justiça no governo, até pela característica do nosso trabalho no MP”, diz.

“Quem se afasta do cargo é o membro, a instituição con-tinua trabalhando. Acho que um promotor ou um procurador pode levar uma boa experiência para o Executivo. A visão que ele tem no MP pode contribuir, por exemplo, para a elaboração de políticas públicas bem sucedidas”, afirma.

Conamp. A mudança tem o apoio da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), que também defende o exercício da atividade político partidária pelos pro-motores e procuradores.

De acordo com o presidente da entidade, César Mattar Ju-nior, a atividade fim da instituição já é estreitamente ligada a atividades do Poder Executivo, como a manutenção do sistema carcerário e da segurança. Mattar diz que a proibição decidida em 2006 foi “equivocada e deve ser corrigida”.

“Precisamos de regras claras e rigorosas. Os cargos a serem exercidos devem guardar identidade com as funções do MP. Um promotor pode ser secretário de Justiça ou de Segurança Públi-ca”, exemplifica.

JORnAL DO cOMMeRcIO - RJ - cOnAMP - 25.02.2011

Pelo exercício de cargos

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Fausto Macedo, de O Estado de S. PauloO Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)

decidiu instaurar Procedimentos de Controle Administrativo para apurar a legalidade dos pagamentos de auxílio-mora-dia, auxílio-transporte, auxílio-alimentação e conversão de férias ou licença-prêmio em pecúnia a promotores e procu-radores.

Serão abertos quatro procedimentos para rastrear casos no Ministério Público em todo o País. A decisão foi tomada por maioria de votos - 11 a 2 - na sessão de quarta-feira, durante a análise de três processos relativos ao pagamento de auxílio-moradia no âmbito do Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Os conselheiros julgaram improcedentes três pedidos de concessão do auxílio apresentados por dois promotores e um ex-promotor de Justiça do Rio Grande do Norte, que hoje é juiz federal no Ceará.

Eles solicitavam pagamento do benefício no valor de 10% da remuneração, com juros e correção, com base no artigo 168 da Lei Orgânica do Ministério Público do Rio Grande do Norte - Lei Complementar Estadual 141/96.

Segundo essa norma, têm direito a auxílio-moradia os integrantes do Ministério Público que atuam em comarca onde não haja residência oficial da instituição. Em seu voto, o relator dos três processos, conselheiro Achiles Siquara, lembrou que o auxílio-moradia deve ser pago como verba de caráter indenizatório e transitório.

No entanto, caso fosse pago conforme pleiteado, ganha-ria caráter permanente e remuneratório.Os pedidos foram negados.Denúncia levada ao Conselho Nacional do Minis-

tério Público indica que em pelo menos seis Estados essas gratificações e vantagens se transformaram em um segundo salário.

Diante da decisão do Conselho que concluiu pela ilega-lidade dos pagamentos para os promotores do Rio Grande do Norte, o conselheiro Almino Afonso observou. “A medi-da tem que valer para todos os promotores, em todo o País.” Almino Afonso recomendou levantamento em todas as uni-dades da instituição.

A Comissão de Controle Administrativo e Financeiro do Conselho Nacional do Ministério Público vai dar um pra-zo para que todos os Ministérios Públicos informem sobre pagamentos desses auxílios, quem os recebe, desde quando isso ocorre e os fundamentos. “O Ministério Público tem que fiscalizar os excessos da administração pública, mas precisa fazer o dever de casa”, afirma o conselheiro.

Almino Afonso destaca que tais pagamentos só podem ocorrer em situações excepcionais. “Estavam transformando verba de caráter indenizatório, que é transitória, em verba permanente.” Até mesmo em capitais de alguns Estados a vantagem estaria sendo paga, favorecendo inclusive inati-vos. “É um plus de salário, que brasileiro tem isso?”, ques-tiona o conselheiro Almino Afonso. “É extremamente grave. Cabe ao Conselho impedir essa prática altamente prejudicial ao patrimônio e à moralidade pública.”

Para Afonso, “o Ministério Público tem que ser republi-cano da porta para fora e também da porta para dentro”. “O Ministério Público não pode adotar as mesmas práticas de política partidária que tem provocado tantos escândalos no País”, adverte o conselheiro.

estADO De sP - P. A8 - 25.02.2011

Felipe Recondo - O Estado de S.PauloA pressão dos juízes federais por aumento salarial pode ser-

vir ao governo para dar exemplo às demais categorias de como vai reagir às demandas por reajuste neste momento de cortes de despesas e da aprovação do salário mínimo. A ameaça de greve e a criação de uma possível crise institucional são vistas por inte-grantes do governo como agressivas e exageradas e o aumento não deve ser concedido agora.

Reajustar os rendimentos de todo o Judiciário neste momen-to seria um desvio nos planos da presidente Dilma Rousseff de promover um ajuste nas contas públicas, dizem integrantes do governo. Além disso, o pedido de reajuste para ministros e ser-vidores do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia sido negado pelo governo.

Os magistrados abriram três frentes para pressionar o gover-no. No Congresso, negociam a aprovação do projeto que reajusta em 14,79% o salário dos ministros do STF e, por consequência, aumenta os vencimentos dos demais magistrados. A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) entrou com um processo no STF para obrigar os presidentes da Câmara e do Senado a colocar o projeto do aumento em votação.

Autoridade. Ainda no tribunal, o presidente da Ajufe, Gabriel

Wedy, cobrou um posicionamento do presidente do STF, Cezar Peluso, que encaminhou o pedido de reajuste ao Congresso. “Está na hora de o Supremo mostrar a sua autoridade. O Supremo preci-sa cumprir o seu papel como poder do Estado e fazer essa cobran-ça”, afirmou Wedy.

Na terceira dessas frentes, os juízes conseguiram no Conse-lho Nacional de Justiça (CNJ) garantir a ampliação de seus bene-fícios, como a possibilidade de aumentar seus rendimentos com a venda de 20 dias dos seus dois meses de férias anuais.

O governo escalou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para negociar uma solução com a categoria. Mas ele tam-bém se tornou alvo das pressões dos juízes federais. Contrário à decisão do CNJ que ampliou os benefícios dos juízes, Adams avi-sou aos magistrados que vai recorrer assim que o acórdão do jul-gamento for publicado. Ao ser informada sobre o assunto, a Ajufe ameaçou abrir uma crise institucional.

“Eventuais embargos de declaração da AGU nos autos do processo administrativo que corre no CNJ, e que concedeu a si-metria constitucional aos juízes federais, vão repercutir negativa-mente na carreira e podem causar uma grave crise institucional”, afirmou Wedy em nota encaminhada aos juízes federais.

estADO De sP - P. A8 - 25.02.2011

Ministério Público apura benefícios de promotores e procuradoresPagamentos de auxílio-moradia, auxílio-transporte, auxílio-alimentação e conversão

de férias ou licença-prêmio em pecúnia serão rastreados em todo País

Governo rejeita dar aumento aos juízes federais neste anoCategoria ameaça entrar em greve, mas Planalto se recusa a conceder reajuste e quer usar caso para criar ‘’exemplo’’

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A revelação de indícios de mais um lamentável desvio de comportamento po-licial, que vem se somar à covarde exe-cução de dois moradores do Aglomerado da Serra no sábado, afasta qualquer dúvi-da que o comando da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) possa ter de que é chegada a hora de uma rigorosa opera-ção de saneamento interno. Reportagem do Estado de Minas revela hoje que, na madrugada do mesmo dia 19, sete poli-ciais militares teriam provocado a morte por espancamento de um homem ainda não identificado. Ele estaria, segundo tes-temunhas, portando grande quantidade de dinheiro e, perseguido pelos militares, tentou se esconder num motel no Centro, onde foi detido e algemado, como mos-tram imagens do circuito interno de TV do estabelecimento. Mais tarde, uma viatura da PM levou o desconhecido ao Hospital Galba Veloso (especializado na triagem de casos psiquiátricos), como se tratasse de um doente mental. Com várias escoria-ções e sem o dinheiro que teria sido visto com ele, o homem faleceu, logo depois, de parada cardiorrespiratória.

O major designado pelo comando do 1º Batalhão da PM, ao qual pertencem os sete militares, para presidir o inquérito trabalha com a versão de que o homem era viciado. Ele teria se envolvido numa briga no interior de um ônibus e foi jogado para fora do veículo em movimento. O jornal teve acesso a essas informações poucas horas depois de a Polícia Civil divulgar o laudo de necropsia dos dois mortos no Aglomerado da Serra. O documento con-clui que as vítimas, dois trabalhadores co-nhecidos no morro como pacíficos e não envolvidos com qualquer atividade ilegal, receberam cada um dois tiros de grosso calibre no peito, disparados à queima-roupa. Quatro militares acusados do cri-me, um sargento e três soldados do Ba-talhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), foram presos quarta-feira e sete armas usadas por eles serão examinadas.

A conclusão da perícia derruba a frágil versão dos militares do Rotam de que os dois mortos no aglomerado te-riam participado de ação criminosa como falsos policiais e que, além de armados, estariam com fardas embrulhadas debai-xo dos braços. As investigações ainda não foram concluídas, mas parecem in-dicar que se tratou de mais um caso de

estADO De MInAs - P. 6 - 25.02.2011

HOJe eM DIA - P. 4 - 25.02.2011

Purificação necessária

execução por engano, o que fortalece as suspeitas de desvio de comportamento dos militares levantadas por moradores do lu-gar. E, a esta altura, não há como evitar o temor de que investigações mais aprofun-dadas também desnudem comportamento reprovável e prática de crimes pelos mili-tares que internaram o homem com sinais de espancamento no hospital psiquiátrico em que faleceu horas depois. Nem é preci-so que o comando espere a conclusão dos inquéritos para agir. É sabido que em toda

classe ou corporação há os bons e os maus. Também é público o reconhecimento de que na PM mineira os desviados dos ideais de servir com correção a sociedade e pro-teger com coragem as pessoas de bem não passam de minoria. Mas, como todo mal, também esse compromete e põe em risco a confiança da sociedade. Em nome dessa confiança e em respeito à maioria da tropa, da qual Minas se orgulha, urge enérgica purificação.

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