jornal da ufrn - março de 2013 - ano xv nº 59

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ano XV | nº 59 | março de 2013 HUAB inaugura aparelho de mamografia e amplia ações de saúde da mulher Página 2 Instituto Metrópole Digital revela talentos em tecnologia da informação Páginas 6 e 7 Instituto de Química recebe cientista de destaque mundial Página 11 SEDIS comemora 10 anos Secretaria de Educação a Distância da UFRN tem curso avaliado com conceito máximo pelo MEC e se consolida como referência para universidades de todo o Brasil Página 3 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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SEDIS comemora 10 anos (p. 3) HUAB inaugura aparelho de mamografia e amplia ações de saúde da mulher (p. 2) Instituto Metrópole Digital revela talentos em tecnologia da informação (pp. 6 e 7) Instituo de Química recebe cientista de destaque mundial (p. 11)

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ano XV | nº 59 | março de 2013

HUAB inaugura aparelho de mamografia e amplia ações de saúde da mulher

Página 2

Instituto Metrópole Digital revela talentos em tecnologia da informação

Páginas 6 e 7

Instituto de Química recebe cientista dedestaque mundial

Página 11

SEDIS comemora

10 anos Secretaria de Educação a Distância da UFRN tem curso avaliado com conceito máximo pelo MEC e se consolida como referência para universidades de todo o Brasil

Página 3

DISTRIBUIÇÃO

GRATUITA

Jornal da UFRN

EXPEDIENTEReitora Ângela Maria Paiva CruzVice-reitora Maria de Fátima Freire de Melo XimenesSuperintendente de Comunicação José Zilmar Alves da CostaDiretor da Agência de Comunicação (Agecom) Francisco de Assis Duarte GuimarãesEditor Luciano GalvãoJornalistas Antônio Farache, Cledna Bezerra, Enoleide Farias, HellenAlmeida, Juliana Holanda, Luciano Galvão, Marcos Neves Jr., Osni Damásio,Regina Célia CostaRevisão Emili Rossetti e a bolsista de Letras Karla JisannyFotos da capa Cícero Oliveira

Diagramação Setor de Artes/ComunicaBolsistas de Jornalismo Auristela Oliveira, Catarina Freitas, Gaston Poupard, Ingrid Dantas, João Paulo de Lima, Kalianny Bezerra, Natália Lucas, Rozana Ferreira,Silvia Paulo, Thalita Sigler, Thyara DiasArquivo Fotográfico Taíze NascimentoEndereço Campus Universitário - Lagoa Nova, Natal/RN - CEP 59072-970Telefones (84) 3215-3116/3132 - Fax: (84) 3215-3115E-mail [email protected] – Home-page www.ufrn.brImpressão EDUFRN Tiragem 3.000 exemplares

ano XV | nº 59 | março de 20132

Por Juliana Holanda

N o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, as que residem na região do Trairi,

agreste do Rio Grande do Norte, ganham um presente especial. A partir deste mês, o Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB) passa a oferecer exames gratuitos de mamografia, ampliando o combate e a prevenção ao câncer de mama.

Localizado no município de Santa Cruz, o HUAB é referência no tratamento de saúde da mulher e atende a pacientes da região e de outras cidades do inte-rior. Com o novo mamógrafo, o hospital intensifica programas contra o câncer de mama - a forma da doença que mais atinge pacientes do sexo feminino.

A mamografia é uma das formas mais eficientes de combater a doença. O exame consiste em uma radiografia e com-pressão das mamas, feita para analisar o tecido mamário de mulheres com 40 anos ou mais. O teste deve ser feito a cada um ou dois anos, a depender da indicação médica.

A análise é capaz de identificar alte-rações e nódulos muito pequenos, que ainda não são palpáveis, possibilitando a descoberta da doença ainda em estágios

iniciais e, consequentemente, ampliando as chances de cura.

Segundo o diretor administrativo do HUAB, Severino Clemente da Silva Filho, o equipamento é uma grande conquista para a região. “Estamos felizes em ampli-ar nossos serviços, oferecendo um exame tão importante para as mulheres. Com

o mamógrafo, vamos poder intensificar nossas ações de combate ao câncer de mama”, afirma.

Severino Clemente garante que os exames começarão a ser realizados ain-da em março. O diretor explica que as fases de implantação e logística para utilização do mamógrafo estão concluí-

das. “Estamos apenas finalizando a orga-nização da equipe que vai trabalhar no setor”, destaca.

Com 39 anos, a moradora de Santa Cruz Lucivânia Araújo se prepara para fazer o exame pela primeira vez. “Acredi-to que em breve terei que fazer minha primeira mamografia e vai ser ótimo ter esse aparelho aqui no hospital que já fre-quento”, diz.

A grávida Rosemere Silva realiza o acompanhamento da gestação no HUAB. Moradora de Santa Cruz, Rosemere acredita que essa “é uma oportunidade maravilhosa para todas as mulheres que moram aqui na região. Sinto-me segura em saber que poderei ser acompanhada na cidade onde vivo nas diversas fases da minha vida”.

O encarregado de patrimônio do HUAB, Adailton Soares, explica que o mamógrafo é um dos mais modernos do mercado e custou R$ 83 mil. “É algo de extrema relevância para a saúde da região. Toda a sociedade se beneficia com as melhorias do atendimento do hospi-tal”, esclarece.

O agendamento para realizar a ma-mografia será feito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Os médicos do SUS vão encaminhar as pacientes que precisam realizar o exame”, esclarece o diretor administrativo Severino Filho.

Aparelho de mamografia amplia combate ao câncer de mama na região do Trairi

SAÚDE

Fotos: anastácia Vaz

adailton Soares, encarregado de patrimônio do hospital, afirma que mamógrafo do HuaB é um dos mais modernos do mercado e que beneficiará toda a região

HuaB é referência no tratamento de saúde da mulher

Por luciano GalVão

Em junho, a Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) completa 10 anos. Quando foi criada, em 2003, a SEDIS oferecia três cur-sos. Hoje conta com oito licenciaturas, dois bacharelados, três especializações, um mes-trado e cinco cursos de aperfeiçoamento.

Somente na graduação são 4.432 alu-nos, distribuídos em 14 polos de apoio presentes em todas as regiões do Rio Grande do Norte.

Além do crescimento numérico da oferta de cursos, a coordenadora-geral da SEDIS, Carmem Rêgo, destaca que houve também um aumento qualitativo nas ativi-dades realizadas pela Secretaria.

“Atualmente, somos referência para outras universidades do País em produção de material e em modelo pedagógico”, diz Carmem Rêgo. “Professores de outras ins-tituições nos visitam para conhecer nossa estrutura e nosso trabalho”.

ModeloAs aulas da Educação a Distância

(EaD) são ministradas através de um am-biente virtual de aprendizagem, espaço acessado pelo computador, no qual os alunos dispõem de materiais didáticos, fóruns de dúvidas, chats, vídeo-aulas e recursos interativos.

Uma vez por semana, os estudantes se dirigem aos polos de apoio, que são os espaços físicos em diversos pontos do RN equipados com bibliotecas, laboratórios de informática e laboratórios destinados a

aulas experimentais.“É o que chamamos de modelo semi-

presencial, pois há vínculo com os polos. Lá o aluno pode contar também com o apoio dos tutores presenciais e dos coorde-nadores do curso”, explica Carmem Rêgo.

Os tutores são orientadores dos estu-dos que têm como função estimular os estudantes à autoaprendizagem e auxi-liar na adaptação à modalidade de ensino a distância. “Muitos alunos vêm de anos de cultura presencial e por isso sentem dificuldades. O tutor tem um papel afetivo muito importante nesse sentido”, acres-centa a coordenadora.

destaqueAvaliada com conceito máximo pelo

Ministério da Educação em 2012, a Licen-

ciatura em Química a Distância é o exem-plo mais eloquente do progresso vivido pela SEDIS.

O vice-coordenador do curso, Car-los Neco, atribui o êxito na avaliação à dedicação dos professores e ao empe-nho dos estudantes.

“Quando visitamos os polos, testemu-nhamos o esforço dos alunos. Isso é o que vale”, considera. “Muitas vezes são filhos de agricultores, que vivem em sítios na zona rural. Eles vão mesmo à luta e se agarram à oportunidade”, acrescenta Carlos Neco.

O órgão do MEC responsável pela con-ceituação das graduações semipresenciais é o Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o mesmo que avalia as carreiras tradicionais.

Carmem Rêgo salienta que os critérios examinados são semelhantes, acrescidos de características exclusivas da EaD. “O processo é similar, mas também considera especificidades, como o ambiente virtual de aprendizagem, o material didático e a estrutura dos polos”, explica.

ConsolidaçãoOcupante do cargo de coordenadora-

geral da SEDIS desde setembro de 2010, Carmem Rêgo relata que a educação a dis-tância tem vencido o preconceito tanto de estudantes quanto de educadores. “Estamos formando pessoas que de outra forma não teriam acesso ao ensino superior. O alcance social da EaD é incomparável”, afirma.

Para Carlos Neco, “os alunos dos cur-sos a distância interagem mais com o professor e têm participação muitas vezes maior que os alunos de cursos presenciais”.

O vice-coordenador comemora os re-sultados obtidos: “tivemos vários aprova-dos nos últimos concursos públicos para professor, tanto no Rio Grande do Norte quanto na Paraíba, e muitos alunos estão ingressando em pós-graduações”.

Quanto ao futuro da EaD, Carmem Rêgo considera importante a sedimenta-ção da educação semipresencial na políti-ca de ensino das universidades públicas.

Atualmente, os cursos a distância cap-tam recursos através de editais e chama-das públicas do Governo Federal para fomento de carreiras nas áreas de gestão pública e docência.

A institucionalização dos cursos a distância quebraria a dependência finan-ceira que hoje entrava o desenvolvimento pleno da modalidade. “A EaD ainda é encarada pelos governos como um pro-grama. Precisamos ser algo perene e o nosso objetivo é nos enraizarmos na Uni-

versidade”, avalia a coordenadora.

Secretaria de Educação a Distância completa 10 anos e se torna referência para universidades do País

ano XV | nº 59 | março de 20133

Professores carlos neco e carmem Rêgo comemoram os resultados alcançados

Jornal da UFRN

Fotos: Wallacy Medeiros

CONSOLIDAÇÃO

Materiais didáticos produzidos pela SEdiS

são utilizados por universidades de todo

o Brasil

ano XV | nº 59 | março de 20134Jornal da UFRN

Por luciano GalVão

Dos 36 mil habitantes do mu-nicípio de Santa Cruz, 15 mil moram no Paraíso. A despeito

do cenário agradável que o nome possa sugerir, o bairro, além de ser o mais popu-loso, é também o mais pobre da cidade.

Desde 2011, funciona no local a clínica de enfermagem do projeto “Salvando Vidas com Educação”, ação de extensão da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Daísy Araújo, vice-coordenadora do curso de Enfermagem da FACISA e colaboradora do projeto, conta que o “Salvando Vidas com Educação” nasceu como um trabalho de conscien-tização na comunidade. “No começo, eram realizadas palestras para jovens

sobre assuntos como álcool, drogas e gravidez na adolescência”, afirma.

Em menos de um ano, o trabalho evoluiu para o acompanhamento à

saúde das crianças do bairro. Desde então, alunos do curso de Enfermagem realizam atendimento básico e, quan-do necessário, encaminham os pacien-tes a unidades de saúde da região.

Afastado do centro, o Paraíso é separado do restante da cidade pelo rio Trairi e o acesso ao bairro é feito por uma pequena ponte. Santa Cruz não possui sistema de transporte pú-blico e por esse motivo Daísy ressalta a importância de as consultas serem feitas no próprio bairro.

“Trabalhamos com uma popula-ção em situação de risco e com acesso limitado à saúde. A clínica evita que as pessoas tenham de se deslocar para serem atendidas”, diz a professora.

O prédio da instalação foi cedido pela prefeitura para levar atendimento aos moradores carentes do lugar. O projeto é coordenado por Fábia Bar-bosa, também professora do curso de Enfermagem da FACISA.

Projeto do curso de Enfermagem da FACISA atende a moradores do bairro mais pobre de Santa Cruz

EXTENSÃO

Trabalho faz o acompanhamento à saúde das crianças do bairro Paraíso

Por lEandRo MEnEzES

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) partici-pa, desde 2011, do Plano Nacional

de Saúde no Sistema Penitenciário, criado em 2003 pelo Governo Federal, com o ob-jetivo de garantir às pessoas privadas de liberdade o acesso à saúde. A UFRN atua em diversos presídios do estado, entre eles o Complexo Penal João Chaves e a Peni-tenciária Estadual de Parnamirim.

Esse Plano oferece ações e serviços de atenção básica de saúde dentro das uni-dades prisionais, sejam masculinas, femi-ninas ou psiquiátricas. O programa da UFRN é resultado de uma parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (SEJUC) e envolve, atualmente, os cursos de Farmácia, Medicina, Nutrição, Odon-

tologia e Serviço Social.Segundo a chefe do Departamento

de Análises Clínicas e Toxicológicas (DACT) da UFRN e coordenadora do programa, professora Telma Moura Lemos, esse tipo de ação é enriquecedora para todos os envolvidos. “É uma janela que se abre para os alunos e proporciona a eles um choque de realidade com as necessidades vividas por esses detentos, como higiene precária e falta de ações para combater endemias dentro do siste-ma prisional”, relatou Telma.

Atualmente, o programa conta com 20 colaboradores, entre professores, ser-vidores e estudantes. A ação está vincu-lada à Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UFRN, que financia as ações e bolsas oferecidas aos alunos.

Telma Moura Lemos também analisou a influência do trabalho na formação ofe-recida aos estudantes. “O programa é de extrema importância para a Universidade,

pois liga a teoria adquirida em sala de aula com a prática, além de trabalharmos com o propósito de cuidar para reintegrar”.

A UFRN conta com uma comissão que visa à assistência da população car-cerária nos presídios e centros de deten-ção do município do Natal. O grupo é

composto por 10 membros, entre profes-sores e alunos.

Instalada em agosto de 2011, a comissão tem como finalidade promover assistência à população carcerária, ga-rantindo atenção à saúde de pessoas privadas de liberdade, por meio de uma série de ações como realização de exames laboratoriais, acompanhamento jurídico e cursos de capacitação. Essas ações com-plementam as propostas do projeto coor-denado pela professora Telma Moura.

PoPulação CaRCeRÁRiaNo último ano, a população carcerária

no Brasil cresceu cerca de 6%. Hoje, se-gundo o Ministério da Justiça, o País tem mais de 550 mil detentos. Com esses números, está em quarto lugar entre as nações com a maior quantidade de presos, perdendo apenas para os Estados Unidos da América (2,2 milhões), China (1,6 mi-lhão) e Rússia (740 mil).

Programa de extensão da UFRN proporciona atenção básica à saúde da população carcerária do estado

ATENDIMENTO

Professora Telma Moura lemos, coordenadora do programa

cedida

anastácia Vaz

Por WillianE SilVa

Muitos estudantes sonham em estudar fora do País ou em outro estado para conhecer

outras culturas ou melhorar o currículo acadêmico. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que pas-sou a intensificar o trabalho com a mo-bilidade acadêmica desde 2007, vem avançando no número de parcerias de cooperação com Instituições de Ensino Superior no Brasil e no exterior.

A Secretaria de Relações Internacio-nais e Interinstitucionais (SRI) da UFRN registrou um número crescente de pactos firmados. No ano de 2007, por exemplo, a Universidade firmou 13 acordos e possuía 45 em vigor. Em 2012, os acordos firma-dos chegaram a 52, e foram registrados 125 convênios, o que representa quase três vezes mais que em 2007.

Dessa forma, a quantidade de es-tudantes participando de intercâmbio também aumentou. Em 2007, dois alu-nos da UFRN realizaram viagem de es-tudo na Modalidade “Out”, ou seja, para o exterior. Já no ano passado, a quanti-dade chegou a 197 discentes. Em 2007, na Modalidade “In” (viagem nacional), cinco alunos estrangeiros vieram para esta Instituição e, em 2012, esse número pulou para 62 estrangeiros.

De acordo com o secretário de Rela-ções Internacionais da UFRN, Márcio Venício Barbosa, a SRI possui atualmente cerca de 120 convênios com diversas instituições brasileiras e de países es-trangeiros, como Alemanha, Holanda, In-glaterra, França, Cuba, Angola, Argentina e México.

A UFRN participa de programas de mobilidade, como o de cooperação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com projetos de diversos países; o Programa de Bolsas Luso-Brasileiras do Santander; e o Programa de Licenciaturas Interna-cionais, financiado pela CAPES e orga-nizado pelo Grupo Coimbra de Universi-dades Brasileiras.

Isso sem mencionar o Programa de Mobilidade Mercosul, que está em fase de construção entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A UFRN participa também do Ciência sem Fronteiras, com cerca de 300 alunos em países es-trangeiros, e do Santander-Andifes, en-tre as instituições nacionais federais de

ensino superior. O secretário de Relações Interna-

cionais explicou que para se candidatar a uma vaga nos programas de mobili-dade é preciso ter pelo menos 400 pon-tos da Média de Curso Normatizada (MCN) e dominar a língua estrangeira do país de destino para o exame de Pro-ficiência Linguística.

Marcio Venício destacou ainda as ações que a UFRN desenvolve no en-sino de outro idioma aos estudantes. “A Universidade possui um convênio com o Instituto Ágora, que oferece cursos de cinco línguas, além do português para alunos estrangeiros que vêm estudar aqui”.

Segundo ele, a Instituição tam-bém realiza as provas do TOEFL (Test of English as a Foreign Language) e do IELTS (International English Language Testing System) para que os estudantes não precisem mais se deslocar para ou-tros estados.

PRoCediMentos Após o aluno ser selecionado,

a coordenação de seu curso na UFRN entra em contato com a instituição de destino do dis-cente para traçar um plano de estudo. “Essa medida é tomada para que na volta o estudante possa vali-dar o seu diploma”, diz Venício.

O secretário esclarece ainda que o universitário pode modificar o plano de estudos depois, mas é preciso que ele o informe à coordenação do curso para sa-ber se a disciplina escolhida será valida-da. “Nesse caso, o aluno deve preencher um formulário disponível no site da SRI”, explica.

Selecionada em agosto de 2012 pelo programa Ciência sem Fronteiras, a estu-dante de Comunicação Social da UFRN Ana Luiza Augusto está estudando Cine-ma na Universidade de Roehampton, em

Londres. Ela conta que viu no programa uma oportunidade de unir os sonhos de morar no exterior e de cursar Cinema.

“Tive que apresentar uma carta de re-comendação de algum professor para pro-var bons índices acadêmicos, participação em projetos de pesquisa e extensão e pro-ficiência em inglês atestada pelo IELTS ou TOEFL, que são duas provas reconhecidas em nível internacional”, explica a estudante.

Como bolsista do programa, Ana Lui-za tem direito a 60 créditos em matérias da Universidade e está cursando três dis-ciplinas. “Escolhi coisas bem específicas da área de Cinema, que não teria opor-tunidade de cursar na UFRN. Minhas aulas têm duração de quatro horas e as disciplinas que optei foram a Crítica Au-diovisual, Formas de Cinema e Cinemas Mundiais”, destaca.

Durante o processo de seleção, ela contou com o apoio da SRI na preparação dos documentos e de alguns professores do curso de Comunicação Social. “Os professores Bruno Gomes e Maria Ângela Pavan foram muito solícitos, preenchen-do minha carta de recomendação. Tam-bém recebi muitos bons conselhos da professora Maria Erica de Oliveira Lima. A Secretaria de Relações Internacionais também foi muito importante, ajudando a preparar a documentação que eu pre-cisava apresentar”, conta.

Os universitários que quiserem obter mais informações podem se dirigir à SRI, lo-calizada próximo ao Centro de Convivência da UFRN, ou entrar em contato com a Sec-retaria pelo telefone 3215-3114 .

Acordos de mobilidade acadêmica da UFRN dão oportunidadede estudos no exterior a quase duzentos alunos

PARCERIAS

ano XV | nº 59 | março de 20135Jornal da UFRN

Bolsista do ciência sem Fronteiras, ana luiza augusto estuda cinema em londres

cedida

a SRi possui atualmente cerca

de 120 convênios com diversas

instituições brasileiras e de países

estrangeiros, como alemanha,

Holanda, inglaterra, França, cuba,

angola, argentina e México

Márcio Venício Barbosa

Secretário de

Relações Internacionais

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ano XV | nº 59 | março de 20136Jornal da UFRN

Por WillianE SilVa

Inclusão digital e social. Essas são as metas do Instituto Metrópole Digital (IMD), órgão suplementar da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), idealizado para criar um polo de tecnologia da informação no estado. O Instituto planeja expandir o número de empresas incubadas; criar um mes-trado profissional e residências em En-genharia de Software e em Jogos Digi-tais; desenvolver a Rede Giga Metrópole e finalizar as obras de dois prédios, que estão previstos para o segundo semestre deste ano.

Com trabalhos desenvolvidos na área de ensino, pesquisa, inovação e incubação de empresas, o Metrópole Digital procura descobrir estudantes interessados no campo da tecnologia. Segundo o diretor do IMD, José Ivonildo do Rêgo, “mesmo que os alunos não si-gam na carreira, nossos cursos vão fa-zer um diferencial na vida profissional desses jovens”.

Para Ivonildo Rêgo, o Instituto tem a função de fortalecer o parque empresarial do estado, uma vez que faltam profissio-nais técnicos no mercado local. “Nosso intuito é descobrir pessoas vocacionadas, oferecer uma formação de qualidade e gerar negócios”, enfatizou.

Como meta na área de pesquisa e inovação, o Instituto pretende passar das atuais 13 empresas incubadas para 60 em breve. “Com o prédio que estamos para receber, teremos mais espaço para im-plantar essas empresas”, explica o diretor. Existe ainda o projeto de criar um Parque Tecnológico em parceria com o Governo do Estado.

Na área do ensino, também serão criadas residências em Engenharia de Software e em Jogos Digitais, além de um mestrado profissional. “Nosso foco é qualificar para o mercado de trabalho”, afirmou Ivonildo.

Para a educação básica, existe um trabalho que visa a desenvolver a Rede

Giga Natal e transformá-la na Rede Giga Metrópole, o que permitirá a conecti-vidade via internet para as escolas da rede metropolitana da capital potiguar. Também há a intenção de criar o curso de Bacharelado em Informática Educa-cional, implantar cursos técnicos em al-gumas escolas de ensino médio e desen-volver uma Olimpíada em Tecnologia da Informação.

CoMo seR alunoPara estudar no Metrópole Digital, os

candidatos passam por um processo sele-tivo com 40 questões de múltipla escolha abordando competências e habilidades, tais como: criatividade e inovação; comu-nicação e colaboração; pesquisa e geren-ciamento de informações; pensamento crítico, resolução de problemas e tomada de decisões; conceitos e procedimentos

em tecnologia.De acordo com o diretor, esse teste

é mais uma inovação do IMD, já que foi elaborado por professores do Departa-mento de Psicologia. “O objetivo da pro-va é selecionar pessoas com talento para a tecnologia da informação. Então, não existe um cursinho para passar, é preciso ter vocação”.

Após aprovado na seleção, o aluno inicia um módulo básico, com a opção de aprofundar os conhecimentos nos cursos avançados de Informática para a Inter-net, Redes de Computadores, Eletrônica e Automação Industrial. As aulas são nas modalidades a distância e presencial, com duração de um a dois anos.

Já o bacharelado em Tecnologia da Informação tem a duração de três anos, sendo um módulo básico de três semes-tres, seguido de mais três semestres do

nível avançado. Ao final do curso, o estu-dante deve escolher qual foco dará, tendo as seguintes opções: Sistemas de Informa-ções Gerenciais, Sistemas Embarcados, Informática Educacional, Engenharia de Software, Ciência da Computação, além da livre escolha de disciplinas. A seleção será feita por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Wendell Fortunato Medeiros, 20, es-tudante de Bacharelado em Geografia da UFRN e aluno do módulo básico do Cur-so de Formação Técnica em Tecnologia da Informação do IMD, planeja terminar essa etapa e fazer Programação Android, também no Instituto. “Estou gostando bastante. As aulas têm um nível alto. Sem falar que essa é uma grande opor-tunidade, porque um curso desses custa muito caro nas escolas privadas”.

INOVAÇÃO

ivonildo Rêgo, diretor do instituto Metrópole digital, diz que meta da unidade é desenvolver polo de tecnologia no Rn

Fotos: cícero oliveira

Instituto Metrópole Digital descobre jovens talentos em tecnologia da informação

7Jornal da UFRN ano XV | nº 59 | março de 2013

A estudante de Pedagogia da UFRN Thaiane Gomes de Medeiros, 16, conta que resolveu fazer o curso devido à im-portância da informática para conseguir qualquer emprego. Thaiane já cursou as disciplinas de tecnologia da informação, inglês e matemática. “As aulas são perfei-tas, os professores são ótimos e o material didático é de fácil entendimento.”

o institutoO Metrópole Digital era inicialmente

um projeto que foi institucionalizado pela UFRN. Administrado pela Universidade, o IMD recebe recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Minis-tério da Educação (MEC) e trabalha em parceria com o Estado do Rio Grande do Norte e com as prefeituras nos mu-nicípios onde possui atividades.

O Instituto, como unidade suple-mentar da UFRN, recebeu investimento de R$ 40 milhões para desenvolver suas atividades. Atualmente, está com 40 tele-centros na Região Metropolitana de Na-tal, disponibilizando computadores para auxiliar os alunos nos estudos, possui uma rede metropolitana de internet de alta velocidade e constrói o Centro Inte-grado de Vocação Tecnológica (CIVT) e o Núcleo de Pesquisa e Inovação em Tec-nologia da Informação (NPITI), em fase de conclusão.

Em 2013, o IMD ofertou um total de 2.400 vagas, sendo 1.440 para o Cam-pus Natal; 200 para o Centro Estadual de Educação Profissional Senador Jessé Pinto Freire (CENEP) e a Escola Esta-dual Anísio Texeira, numa parceria com o Estado do RN; 200 em Caicó, junta-mente com o Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES); e 560 para Mossoró e Angicos, com apoio da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

Na última seleção, 80% das vagas foram destinadas aos estudantes de 15 a 20 anos e 70% aos alunos que estudaram o ensino fundamental em escola pública. Os alunos selecionados no processo sele-tivo recebem uma bolsa mensal de R$ 50 e após cada módulo do curso podem receber um certificado intermediário.

o iMd recebeu investimento de R$ 40 milhões para desenvolver suas atividades

Instituto Metrópole Digital descobre jovens talentos em tecnologia da informação

Por luciano GalVão

Uma visita à China em 1987 ins-pirou Clementino Câmara Néto, professor aposentado do Depar-

tamento de Oceanografia e Limnologia (DOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a dar início a um projeto ambicioso.

Há 3.000 anos, os chineses utiliza-vam algas marinhas para a confecção de produtos com fins terapêuticos. Já o Rio Grande do Norte, apesar de apresentar plantas com potencial semelhante em seu litoral, não explorava a produção da mesma maneira.

A constatação inspirou em Clemen-tino a iniciativa de tentar aproximar o conhecimento científico do homem do campo, enxergando no estudo da utiliza-ção terapêutica das plantas um meio para o desenvolvimento econômico e social de populações de baixa renda do estado.

Iuná Chaves-Câmara, esposa de Cle-mentino, antropóloga e professora de geo-grafia aposentada da Rede Estadual, acom-panhou o esposo na ideia, que, na prática, procura desenvolver técnicas de produção de sabonetes, cremes, géis e xampus que utilizem algas marinhas como matéria-prima, em combinação com outros produ-tos naturais da nossa região.

“Nossa intenção era desenvolver um produto cujo processo de elaboração pudesse ser assimilado pela população de baixa renda”, explica Clementino Câmara. “Queríamos que uma pessoa que faz co-cada em casa pudesse também fazer o sa-bonete”, afirma o professor.

Clementino e Iuná passaram então a investigar as propriedades fitoterápicas de produtos naturais encontrados no estado

e, posteriormente, a ministrar cursos para formar artesãos fora dos centros urba-nos. Caju, sisal, mel, leite de cabra, palma, xiquexique, tomate, cenoura, pepino e alface: todos se tornaram matéria-prima para itens com propriedades dermatológi-

cas específicas.Parcerias com órgãos públicos e en-

tidades do terceiro setor promoveram projetos que contribuíram com o intento do casal. Foram organizadas ações com comunidades de pescadores, cursos de ca-pacitação em cidades do interior, fomento à implantação de cooperativas e projetos que aproveitavam resíduos de feiras para a confecção dos sabonetes e xampus.

MeRCadoDe maneira concomitante às inicia-

tivas, os pesquisadores elaboravam tra-balhos acadêmicos que apresentavam os relatos das ações no Brasil e no exterior. Clementino Câmara, no entanto, diz que “a parte de produção científica morreu quando me aposentei. Agora fazemos tra-balho antropológico, que é gerar emprego e renda para minorias étnicas”.

Com base nesse propósito, Iuná Chaves-Câmara destaca que, além da for-mação dos artesãos, é necessário também o preparo dos produtores para o mer-cado. “O financiamento dos projetos de capacitação é finito. O que falta é saber o que fazer depois. Ensinar a fazer arte-sanato é fácil, difícil é ensinar a vender”, afirma a antropóloga.

Clementino corrobora o pensamento da esposa: “com um mínimo de aporte de recursos é possível fazer os produtos. O grande problema é a mercadologia, é fazer marketing e comercializar. A coisa só vai pra frente se você vender”.

Após testemunhar tentativas frustra-das de artesãos iniciantes, os professores decidiram experimentar e investigar mais essa etapa da atividade econômica, e pas-saram a comercializar os produtos em fei-ras e em um quiosque no Centro de Con-vivência da UFRN.

“Fizemos cadastro como artesãos para

pensarmos como artesãos”, diz Clemen-tino. Com a atividade, os professores de-sejam encontrar um modelo de negócio mais sustentável, que apresente produtos mais atraentes e com preços adequados.

Como inspiração, os pesquisadores citam casos como o das Filipinas, onde o sustento de 60 mil famílias gira em torno da cultura de algas, e o de cooperativas de produtores da Amazônia, que culti-vam itens comprados em larga escala por grandes empresas de cosméticos. “Se os empresários e os governos apostarem nos produtores, é possível gerar renda para es-sas pessoas”, afirma Iuná Chaves-Câmara.

RegistRoA trajetória do casal virou livro. A

obra “Universidade de Palha: a saga das algas marinhas do litoral do Rio Grande do Norte” foi editada pela Fundação José Augusto e lançada em 15 de março, na livraria Cooperativa Cultural – localizada no Centro de Convivência da UFRN.

O título do livro remete a projeto homônimo dos professores, implementado no início da década de 1990, no município de Touros. A Universidade de Palha foi cri-ada em função da instalação de um ponto de cultivo de algas na praia de Perobas, no litoral norte do estado em 1991.

Com esse nome, o projeto procurava enfatizar o ideal de aproximação entre a linguagem do conhecimento formal e o vocabulário cotidiano do trabalhador ru-ral, diretriz que guiou todas as ações rea-lizadas pelos pesquisadores.

Apesar de a iniciativa ter durado ape-nas três meses, o simbolismo do nome permaneceu. Na obra, Clementino e Iuná explicam que a Universidade de Palha “teve vida efêmera, mas, em consequência, transformou-se na imagem que inspira as nossas atividades até hoje”.

Projetos sobre algas marinhas de professor aposentado da UFRN geram emprego para população de baixa renda

ECONOMIA

ano XV | nº 59 | março de 20138Jornal da UFRN

clementino câmara néto, professor aposentado da uFRn

Fotos: anastácia Vaz

Produtos naturais com propriedades terapêuticas são matéria-prima para cremes, géis, xampus e sabonetes

Por luciano GalVão

“Todo mundo da UFRN que tem contato com o Trilhas se apai-xona”, diz a professora sem dis-

farçar o entusiasmo. Maria da Conceição Fraga, ou Ceiça Fraga, como é carinhosa-mente conhecida pelos colegas de trabalho, é coordenadora do Programa Trilhas Po-tiguares desde 2012 e autora da afirmação.

Mais estruturado programa de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Trilhas está em sua 18ª edição. A ação consiste em enviar equipes compostas por professores, alunos e servi-dores técnico-administrativos da Institui-ção a pequenos municípios.

Nas cidades, os grupos realizam ofici-nas, palestras e cursos voltados para áreas como saúde, educação, cultura, direitos hu-manos, segurança pública e outros temas que se enquadrem nas demandas locais.

No jargão administrativo da Univer-sidade, a ação em cada município consti-tui um “projeto de extensão” – conjunto de atividades acadêmicas desenvolvido de maneira integrada com grupos populacio-nais. Todos os projetos articulados cons-tituem um “programa”, que se orienta pela proposição de novas formas de aplicação do conhecimento da academia na sociedade.

Ceiça Fraga, que é também pró-reitora adjunta de Extensão da UFRN, ressalta que o objetivo do Trilhas Potiguares é fomentar na população dos pequenos municípios a consciência acerca de direitos e deveres, e não de prestar cuidado assistencialista.

“O atendimento à saúde cabe ao hos-

pital da região; a educação cabe à escola do município. Nós fazemos política de formação e ações voltadas para a preven-ção. O Trilhas é um multiplicador de ci-dadania e nosso eixo é a conscientização”, explica a professora.

As localidades atendidas pelas ações não podem ter população superior a 15 mil habitantes. A limitação é imposta em função do propósito de alcançar as regiões mais carentes do Rio Grande do Norte e pela necessidade de concentrar o trabalho das equipes – o que se torna mais difícil em cidades mais populosas.

Como contrapartida, a UFRN exige das prefeituras a cobertura de despesas como alimentação, hospedagem e transporte lo-cal das equipes, além da disponibilização do material necessário à realização das ações.

Nesta edição, o Trilhas Potiguares atenderá a 26 cidades. Cada equipe é com-posta por entre 10 e 20 alunos – número estabelecido de acordo com as demandas do município de destino – mais um coor-denador, que pode ser um professor ou um servidor técnico-administrativo.

oRganizaçãoDesde 2012, um edital rege as etapas do

Trilhas Potiguares. O documento elaborado pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UFRN estabelece prazos para cada uma das fases e define as condições para inscrição de municípios, coordenadores e estudantes.

O primeiro momento consiste na aber-tura das inscrições para as cidades interes-sadas. Uma vez definidas as localidades participantes, são selecionados os coorde-nadores das equipes e a estes compete, por sua vez, a escolha dos alunos de cada curso.

Para fundamentar a composição das equipes, os coordenadores fazem visitas aos municípios sob sua responsabilidade. O levantamento das necessidades locais é realizado nas chamadas “reuniões de de-manda”, ocasião em que são ouvidos órgãos públicos, instituições religiosas e organiza-ções envolvidas, por exemplo, com a pro-teção dos direitos humanos, com o amparo ao idoso e com a segurança pública.

Como resultado concreto das reu-niões, é elaborado um relatório intitulado “diagnóstico de demanda”. A partir dele é feito o planejamento das equipes e eleitos os perfis de estudantes necessários para a composição dos grupos.

Ricardo Fonsêca, assistente em ad-ministração da UFRN, foi coordenador de equipe do Trilhas Potiguares em duas oportunidades. O servidor avalia positi-vamente a experiência e diz ser notável o trabalho multidisciplinar realizado pelos estudantes nas cidades.

“Gosto muito de fazer reuniões antes das viagens, para que haja entrosamento entre os alunos. São pessoas interessadas e engajadas com o projeto e os relatórios do trabalho indicam sempre resultados positi-vos”, afirma.

Líder de grupos que realizaram ações nos municípios de Bom Jesus e Caiçara do Rio dos Ventos, Ricardo conta ainda que a recepção da população é sempre boa. “Os alunos podem aplicar o conhecimento e, ao mesmo tempo, aprender coisas novas. É uma via de mão dupla”, diz o servidor.

Como exemplo da receptividade que as populações locais oferecem ao Trilhas Potiguares, Ceiça Fraga relata um caso em que o prefeito recém-empossado de um

município – que havia recebido uma equi-pe do programa em edições anteriores – negava-se a inscrever a cidade naquele ano. “A população nos procurou e explicamos que somente a prefeitura poderia inscrever a cidade. As pessoas do município fizeram tanta pressão que o prefeito acabou ceden-do e veio à PROEX fazer a inscrição”, conta a coordenadora.

teoRia e PRÁtiCaAndré Luiz Trajano, estudante do 7º

período de Zootecnia, vai participar pela primeira vez do programa em 2013. O alu-no já teve experiências em outras ações de extensão e considera relevante contribuir também com o Trilhas Potiguares.

“Espero aprender muito, interagir com outros alunos e conhecer pessoas de outras áreas. Além disso, desejo atender às expec-tativas e também compartilhar conheci-mento”, diz o estudante.

Ceiça Fraga enxerga no Trilhas Po-tiguares a oportunidade de o aluno aplicar, em campo, o conhecimento teórico adquiri-do em sala de aula. “É uma possibilidade sensacional. Somente no momento em que se põe em prática é que você consegue ver o sentido do conhecimento. Nesses momen-tos a formação deixa de ser isolada”, afirma a coordenadora do programa.

As ações propriamente ditas nos mu-nicípios terão início no mês de julho. Devi-do à quantidade de pessoas envolvidas e ao impacto que gera na sociedade, Ceiça Fraga considera o Trilhas Potiguares o pro-grama de extensão mais bem estruturado da Universidade, mas se declara suspeita para falar. “Eu sou apaixonada pelo Tri-lhas”, confessa a professora.

Trilhas Potiguares entra em sua 18ª edição e fomenta a cidadania em pequenos municípios do RN

EXTENSÃO

Fotos: Wallacy Medeiros

ano XV | nº 59 | março de 20139Jornal da UFRN

ceiça Fraga, coordenadora do Trilhas Potiguares, Ricardo Fonsêca, coordenador de equipes em duas oportunidades e andré Trajano, estudante da uFRn

Fotos: aScoM/Reitoria

Jornal da UFRN ano XV | nº 59 | março de 201310

NOTASSeridó

a reitora Ângela Paiva cruz e a assessora acadêmica Virgínia dantas de araújo, da universidade Federal do Rio Grande do norte (uFRn), participaram da audiência Pública realizada no dia 18 de março, na assembleia legislativa do Rio Grande do norte, para discutir a criação da universidade Federal do Seridó. a audiência contou com a participação de políticos e líderes da sociedade civil, que declararam apoio ao projeto de criação da nova universidade.

Segurança

a divisão de Segurança Patrimonial (dSP), da universidade Federal do Rio Grande do norte (uFRn) lançou a campanha “Segurança, compromisso de todos!”, com distribuição de material informativo e veiculação de chamadas na TV universitária e Rádio FM universitária, com o objetivo de alertar a comunidade para o cuidado com o patrimônio particular e público.

Segurança 2

além da campanha, novos investimentos serão feitos para melhorar as ações de segurança no campus universitário, como a substituição das cancelas por portões e melhorias na iluminação e no sistema de monitoramento por câmeras.

Enfermagem

a uFRn inaugurou, no dia 25 de março, as novas instalações da Escola de Enfermagem de natal (EEn), que agora ocupa um edifício de 3 pavimentos com 6 salas de aulas, laboratórios, dependências administrativas e elevador. os recursos, da ordem de R$ 1,5 milhão, foram provenientes do Ministério da Educação (MEc), através da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEc), com contrapartida da própria universidade.

Diploma

a Pró-Reitoria de Graduação (PRoGRad) divulgou edital para recebimento de solicitações de revalidação de diplomas de graduação, exceto Medicina, emitidos no exterior. o edital está disponível no site www.prograd.ufrn.br.

Por Juliana Holanda

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pro-move periodicamente um semi-

nário de integração ao serviço público para os recém-ingressos na Instituição.

O evento, que tem duração de três dias, foi criado para integrar os novos servidores, além de auxiliar no processo de socialização e prestar informações so-bre a Universidade.

Durante a capacitação, são ministra-das palestras com temas que compõem o dia a dia do funcionário público, como ética, atendimento, saúde, capacitação, estágio probatório, sistemas informacio-nais, plano de cargos e carreiras, legisla-ção, infraestrutura, ambiente de trabalho e parceiros institucionais.

De acordo com a diretora de desen-volvimento de pessoas da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP), Maria Al-banisa da Silva, a iniciativa procura atender às necessidades dos novos funcionários. “A atividade é parte da luta para que os servi-

dores públicos federais tenham direito ao desenvolvimento profissional, à capacita-ção e à qualidade de vida”, diz. “Ensinamos que nosso lema é servir aos cidadãos da mesma maneira que gostaríamos de ser atendidos”, complementa.

A diretora enfatiza que a integração é extremamente importante porque melho-ra o desempenho do servidor na Institui-ção. “Fazemos uma conscientização sobre o que é o serviço público e as pessoas pas-sam a se sentir à vontade no trabalho, que é sua nova casa”, explica.

A psicóloga da Pró-Reitoria de Assun-tos Estudantis (PROAE), Angélica Gil, passou a fazer parte da UFRN no final do ano passado e participou do seminário agora em março. Angélica afirma que, apesar de já trabalhar na Universidade há cinco meses, a capacitação possibili-tou um conhecimento geral da estrutura da Universidade e da dinâmica de fun-cionamento. “O treinamento foi muito importante. Com ele passei a entender os principais processos da Instituição como um todo”, relata.

Desde dezembro de 2012, o assistente administrativo Romualdo Torres trabalha

no Centro de Educação da UFRN, mas foi durante a capacitação que ele conseguiu tirar suas dúvidas. “Cheguei com muitos questionamentos e aqui tive respostas ofi-ciais. Desde que entrei alguns colegas de trabalho me explicavam a legislação e os procedimentos de trabalho, mas é sempre melhor poder se basear em um posicio-namento oficial da Instituição”, diz.

O pró-reitor de Planejamento e Co-ordenação Geral, João Emanuel Evange-lista de Oliveira, defende que o seminário é fundamental para que o novo servidor conheça a UFRN. “Quem está entrando no serviço público precisa entender que somos uma instituição que reúne ensino, pesquisa e extensão”, explica. “Somos a melhor instituição de ensino superior do Norte e do Nordeste e queremos avançar cada vez mais”, destaca.

O pró-reitor enfatiza a importância do esforço conjunto dos colaboradores para o bom funcionamento da UFRN. “O trabalho de todos é fundamental para a realização dos serviços que a Universi-dade oferece. O servidor é essencial. Sem ele, a UFRN não consegue alcançar os ob-jetivos institucionais”, analisa.

Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas realiza treinamento introdutório de servidores recém-empossados

CAPACITAÇÃO

Seminário capacita novos servidores para trabalho na uFRn e promove integração entre os profissionais da instituição

anastácia Vaz

Por luciano GalVão

Em uma sala espaçosa, o cientista mundialmente reconhecido fala para uma silenciosa – e atenta – pla-

teia de aproximadamente setenta pessoas. A aula, que é ministrada em inglês, versa sobre uma disciplina que ainda é novidade em todo o mundo.

O palestrante é espanhol, formado pelas universidades de Barcelona, na Es-panha, e de Innsbruck, na Áustria. Romà Tauler, químico da agência estatal Con-selho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC, na sigla em espanhol), é pós-doutor em Quimiometria, disciplina relacionada à aplicação de métodos matemáticos, es-tatísticos e de lógica formal em dados de origem química.

Contudo, o evento descrito acontece no Brasil. Mais especificamente, no Auditório B do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.

Kássio Lima, professor da UFRN e co-ordenador do projeto responsável pela vi-sita do pesquisador estrangeiro, conta que a notícia da vinda do cientista foi recebida com surpresa pelos seus colegas brasileiros. “Os professores de outros estados, quando souberam, perguntavam se íamos mesmo trazer Romà Tauler a Natal”, conta Kássio.

O espanhol, que possui 246 artigos publicados em periódicos científicos, es-teve na UFRN entre os dias 28 de fevereiro e 28 de março, ocasião em que ministrou palestra aberta ao público sobre o método Resolução de Curva Multivariada (MCR, na sigla em inglês).

Por utilizar a matemática e a estatística como ferramentas, o método apresen-tado por Tauler tem vantagens quando comparado a outras maneiras de colher dados de origem química. “Resoluções matemáticas não perturbam o sistema que está sendo analisado, enquanto interven-ções físicas causam maior interferência. A Quimiometria é uma ferramenta muito valiosa”, diz o professor.

Segundo o pesquisador, são muitos os empregos práticos da ciência na qual é autoridade. “A Quimiometria tem uma participação importante no desenvolvi-mento de outros campos da ciência, como medicina, saúde, alimentos, e meio ambi-ente”, afirma.

“Na indústria, por exemplo, temos o controle estatístico de processos indus-triais; na agricultura, a análise de amostras de alimentos e a contagem de proteínas;

na saúde, a Quimiometria está presente em diagnósticos. A Química está em todo lugar”, explica o cientista.

Para Tauler, o recente desenvolvi-mento da tecnologia também auxilia o desenvolvimento dos estudos. “Quando comecei, os computadores ainda estavam entrando nos laboratórios. Hoje eles tor-nam possível o trabalho com dados de grandes dimensões, o que abre novos hori-zontes para a ciência”, relata.

João Paulo Fidélis, estudante do quinto período do curso de Química da UFRN, considerou a palestra uma excelente forma de inteirar-se sobre as novidades da ciên-cia. “O professor nos mostrou um método

novo de fazer análises, que utiliza a com-putação. Saber que isso é possível é uma oportunidade única”, diz o estudante.

Para Fabrício Menezes, professor do departamento de Química, a ocasião também rendeu resultados positivos. “É ótimo a gente ter aqui uma pessoa de altíssimo nível, falando de um tema tão atual”, avaliou.

Além da palestra, nos trinta dias em que esteve em Natal, Romà Tauler atuou no Grupo de Pesquisa em Quimiometria Aplicada do Instituto de Química (IQ) da UFRN. O espanhol também ministrou cursos aos estudantes de graduação e pós-graduação da Instituição.

“Foram cursos de dez horas, que cus-tam normalmente US$ 800, porém abertos gratuitamente para nossos alunos”, explica Kássio Lima. O professor acrescenta que no próximo ano um estudante da UFRN deve ir à Espanha para acompanhar a produção do pesquisador estrangeiro.

Kássio, que também coordena o Grupo de Pesquisa em Quimiometria Aplicada do IQ, diz ainda que o Instituto pretende pro-duzir trabalhos em coautoria com Tauler para publicá-los em revistas de destaque internacional. “A contribuição científica dessas ações é altamente relevante”, avalia o professor.

inteRCâMbioOs recursos para a visita do pesqui-

sador espanhol foram captados junto ao programa Ciência sem Fronteiras, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inova-ção (MCTI). Atualmente, a UFRN possui outros cinco professores visitantes trazidos por meio do mesmo programa, para de-senvolver atividades nas áreas de Astrono-mia, Geociências, Física e Fisioterapia.

Aderson do Nascimento, secretário ad-junto de Relações Internacionais da UFRN, explica que, apesar de o Ciência sem Fron-teiras ser mais conhecido por promover a mobilidade internacional de estudantes, uma parcela considerável de seus recursos é destinada ao financiamento de visitas de professores estrangeiros.

“Esses cientistas vêm para cá por reco-nhecerem na UFRN uma instituição con-solidada internacionalmente”, considera o secretário adjunto. “Ciência não se faz sozinho, e essas visitas promovem contatos que resultam em colaborações”, afirma.

Ainda segundo Aderson, a presença de pesquisadores estrangeiros na Universidade normalmente resulta em um incremento na sua produção científica e na melhoria da sua projeção internacional. “Não basta nos-sos professores irem a outros países, é preci-so também que as pessoas venham para cá e saibam o que há na UFRN”, diz o professor.

O projeto aprovado pelo Ciência sem Fronteiras para a visita do professor Romà Tauler foi desenvolvido pelo IQ e intitula-se “Aplicação do método Resolução de Curva Multivariada com mínimos quadra-dos alternados para determinar quantitati-vos de espécies em matrizes complexas na presença de interferentes desconhecidos usando dados espectroscópicos”.

Essa é a quinta vez que o espanhol vem ao Brasil e a primeira visita do professor a uma cidade fora do estado de São Paulo. Estão previstas mais duas vindas de Tauler a Natal, em 2014 e 2015

Instituto de Química recebe pesquisador de destaque mundial para ministrar cursos e desenvolver trabalhos

INTERNACIONALIZAÇÃO

ano XV | nº 59 | março de 201311 Jornal da UFRN

Palestra reuniu professores e estudantes de graduação e pós-graduação

Fotos: divulgação

“a Quimiometria tem uma

participação importante no

desenvolvimento de outros

campos da ciência, como

medicina, saúde, alimentos,

e meio ambiente”

Romà Tauler

Químico espanhol

ano XV | nº 59 | março/201310Jornal da UFRN

Por Kalianny BEzERRa

O que é preciso para fazer uma boa fotografia? Regra dos terços, en-quadramento, composição ou ape-

nas pensamento e imaginação? Tudo isso é essencial para capturar algo através das lentes. Mas, talvez, um elemento deva ser acrescentado: a paixão.

“Não importa o que seja fotografado, se pessoas ou construções, o que interessa é que o trabalho seja feito com entrega”. É assim que pensa o jornalista da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Fernando Pereira, sendo a na-tureza a escolhida pelas lentes e pelo cora-ção do comunicador.

Foi com fotografias em que predomi-nam paisagens do território potiguar que Fernando concorreu ao edital de Artes Vi-suais do Núcleo de Artes e Cultura (NAC), versão 2013, e ganhou a possibilidade de expor seu trabalho na Galeria Conviv’art, entre 8 e 28 de março deste ano.

De acordo com a coordenadora da Galeria, Elidete Alencar, concorreram 15 propostas e cinco delas foram escolhidas. A de Fernando foi a única selecionada na categoria fotografia. “Queremos estimular a produção de artes visuais de modo ar-ticulado com o ensino, a pesquisa e a ex-tensão, visando à ampliação e ao acesso da comunidade acadêmica e do público externo”, disse Elidete.

Os processos investigativos dos ar-tistas, ou seja, o objeto criado e o modo

como se torna interessante para a aca-demia e a população, a qualidade técnica de cada composição, a adequação entre o conceito e a linguagem utilizados, além do currículo do candidato foram os critérios utilizados para avalição das obras.

“Queríamos algo que tivesse uma boa técnica e que nos deixasse uma impressão duradoura. Que perdurasse, não apenas pelo seu significado, mas também pelo seu impacto visual imediato. Acredito que a-certamos nas escolhas dos artistas que irão expor este ano no NAC”, conta a coorde-nadora da Conviv’art.

Para a exposição fotográfica “Vivam Natura” (expressão latina para “viva a na-

tureza”), o jornalista apresentou imagens do Seridó do Rio Grande do Norte, como Acari, as exuberantes praias do litoral po-tiguar, por exemplo Galinhos e São Miguel do Gostoso, assim como as maravilhas do arquipélago de Fernando de Noronha.

“Serão 40 registros em papel fotográ-fico de tamanho 90x40 cm que, acredito, irão encantar o visitante”, disse Fernando Pereira, acrescentando que sempre foi a-paixonado pela natureza.

Para o jornalista, fazer fotografia é arte, é se inspirar e conseguir fazer o mel-hor registro daquele momento, alinhando mente, olho e coração. “Há 20 anos, quan-do comecei a estudar fotografia, tive esse feeling pelas paisa-gens. Eu ficava fasci-nado em ver como uma coisa po-dia ser tão bela, ela é

apaixonante e é nela que encontro inspira-ção para fazer um trabalho cada vez me-lhor”, conta o fotógrafo.

tRabalhos e PRêMiosAlguns dos trabalhos já publicados por

Fernando estão no livro “Rio de Grande Sol”, coletânea de fotos e fragmentos de poesias que retratam, do litoral ao sertão, as paisagens do Rio Grande do Norte.

Entre as menções honrosas e prêmios que já recebeu, destacam-se o 18º lugar no concurso internacional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), maior concurso fotográfico do mundo sobre meio ambiente, em 1994; a classificação entre os 50 finalistas no Con-curso Nacional LEICA-Consigo Fotografe,

em 2006; e o 2º lugar, em 2004, no con-curso do Instituto de Desenvolvimento

Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) “Paisa-

gens do Ecossistema Potiguar”. Seus traba-lhos têm ilustrado

agendas e calendários, sem-pre com paisagens do Rio

Grande do Norte.

Jornalista da UFRN expõe fotografias de paisagens naturais na Galeria Conviv’Art

CULTURA

12Jornal da UFRN

Foto: Wallacy Medeiros

Fernando Pereira, jornalista

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reira

Fotógrafo exprime em sua arte o fascínio pelas paisagens. ao fundo, Fernando de noronha. acima, município de São Rafael