jornal da ufrn - junho de 2013 - ano xv nº 62
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UFRN cria curso de Medicina no interior (pp. 6 e 7), Diretoria de Meio Ambiente conscientiza comunidade universitária (p. 3), Escola Agrícola de Jundiaí capacita alunos e combate desemprego no campo (p. 9), Administração Pública é tema de debate durante XVIII do CCSA (p. 11)TRANSCRIPT
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ano XV | nº 62 | junho de 2013 - distribuição gratuita
Diretoria de Meio Ambiente conscientiza comunidade universitária
Página 3
Escola Agrícola de Jundiaí capacita alunos e combate desemprego no campo
Página 9
Administração Pública é tema de debate durante XVIII Seminário do CCSA
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UFRN cria curso de
Medicinano interiorNova graduação terá atividades nas cidades de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz. Proposta pedagógica atende a demandas da região
Páginas 6 e 7
Jornal da UFRN
EXPEDIENTEReitora Ângela Maria Paiva CruzVice-reitora Maria de Fátima Freire de Melo XimenesSuperintendente de Comunicação José Zilmar Alves da CostaDiretor da Agência de Comunicação Francisco de Assis Duarte GuimarãesJornalistas Antônio Farache, Cledna Bezerra, Enoleide Farias, HellenAlmeida, Juliana Holanda, Luciano Galvão, Marcos Neves Jr., Regina Célia CostaFotógrafos Anastácia Vaz e Wallacy MedeirosRevisão Regina Célia Costa e Karla JisannyFoto de capa Anastácia VazDiagramação Setor de Artes/Comunica
Bolsistas de Jornalismo Auristela Oliveira, Catarina Freitas, Gaston Poupard, Ingrid Dantas, João Paulo de Lima, Kalianny Bezerra, Natália Lucas, Rozana Ferreira, Silvia Paulo, Thalita Sigler, Thyara DiasBolsista de Letras Karla JisannyArquivo Fotográfico Saulo Macedo (bolsista)Endereço Campus Universitário - Lagoa Nova, Natal/RN - CEP 59072-970Telefones (84) 3215-3116/3132 - Fax: (84) 3215-3115E-mail [email protected] – Home-page www.ufrn.brImpressão EDUFRN Tiragem 3.000 exemplares
ano XV | nº 62 | junho de 20132
Por Juliana Holanda
Á frica. O continente será beneficiado por um projeto de robótica educativa desenvolvido por pesquisadores
do Laboratório NatalNet da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A equipe foi uma das vencedoras de uma competição internacional para construção de robôs educacionais com custo aproximado de US$ 10 (dez dólares), que serão usados para popularizar a tecnologia em escolas do continente africano.
Organizado pela Rede Africana de Robótica (AFRON, na sigla em inglês), o evento contou com a participação de importantes instituições estrangeiras, como a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e a Universidade da Califórnia em Berkeley.
O robô premiado foi construído pelo professor do Instituto Metrópole Digital da UFRN Rafael Vidal Aroca, como parte de seu doutorado. “É muito gratificante saber que nosso trabalho pode aumentar o interesse dos jovens africanos pela ciência e, quem sabe, até motiválos a trabalhar na área”, afirma.
Batizada de NBot, a estrutura hoje faz parte do acervo da AFRON e recentemente
foi exibida em uma exposição no Museu de Tecnologia da Universidade da Califórnia em Berkeley, juntamente com outros vencedores da competição.
O NBot é tão simples que pode ser construído por qualquer pessoa. “As crianças não terão problema em montar o aparelho. Isso irá auxiliálas em outras disciplinas escolares, que podem se tornar mais atraentes para os estudantes com o uso da robótica”, conta Rafael Aroca.
O robô é comandado por sons. “Qualquer computador ou celular pode
controlar o NBot. O que importa é a frequência de som que chega ao circuito do robô. Em um simples apertar de tecla, e o aparelho se move”, explica o professor.
Durante o doutorado em robótica educativa, Aroca fez uma pesquisa envolvendo mais de duzentos estudantes de seis universidades brasileiras. “90% dos entrevistados disseram que gastariam até R$ 50 para comprar seu próprio robô e 70% afirmaram que as disciplinas escolares seriam mais interessantes se fossem estudadas no contexto de robótica”, relata.
A popularização da tecnologia tem como objetivo aumentar o interesse dos jovens de todo o mundo pelo tema. “O setor tecnológico é prioritário para o crescimento de um país. A robótica precisa ser divulgada em toda parte, principalmente em países em desenvolvimento, como é o caso da maioria das nações africanas”, diz o pesquisador.
Para o professor da Escola de Ciências e Tecnologia da UFRN Aquiles Medeiros Filgueira Burlamaqui, um dos criadores do NBot, a robótica só crescerá quando a tecnologia estiver sendo ensinada na base do sistema educacional. “O grande pro blema é a carência de profissionais no Brasil e no mundo. Até 2020, a robótica será uma das áreas de pesquisa mais importantes do mundo e o número de profissionais precisa aumentar”, comenta.
Segundo o coordenador do NatalNet, Luiz Marcos Garcia Gonçalves, o laboratório investe em difusão científica há mais de uma década. O objetivo é exportar a tecnologia desenvolvida na UFRN, ajudando a quem tem interesse e não tem condições de investir em hardwares de alto custo. “O prêmio é um reconhecimento de que estamos no caminho certo. O que fazemos aqui é visto como inovação não apenas no Brasil, mas em todo o mundo”, analisa.
Laboratório vence competição em robóticaeducativa e exporta tecnologia para a África
INOVAÇÃO
Equipe do laboratório natalnet quer levar tecnologia aos países em desenvolvimento
Fotos: anastácia Vaz
Robôs desenvolvidos pelo natalnet custam uS$ 10 e podem ser construídos por crianças
ano XV | nº 62 | junho de 20133Jornal da UFRN
Por MaRcoS nEVES JR.
Comemorado todo 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente foi instituído pela Assembleia Geral das Nações
Unidas, na Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 15 de dezembro de 1972. No Brasil, porém, a celebração foi ampliada e virou Semana do Meio Ambiente, sempre envolvendo a data original em variadas atividades voltadas para a sustentabilidade.
Seja em um dia ou em uma semana, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, estão entre os objetivos da data mostrar o lado humano das questões ambientais, promover a compreensão da necessidade de mudança de atitude em relação ao uso dos recursos naturais, além de capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável.
Atenta a esses esforços globais, a Diretoria de Meio Ambiente (DMA), órgão da Superintendência de Infraestrutura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vem desenvolvendo projetos voltados para a conscientização da comunidade acadêmica, público alvo de suas campanhas, por meio do programa DMA Comunica. “A função não é só divulgar, mas, principalmente, educar”, explica Jô Carvalho, coordenadora da iniciativa.
Para cumprir a missão de educar, o DMA Comunica desenvolve projetos ao longo de todo o ano, além de ações pontuais, especialmente na Semana do Meio Ambiente. Destacamse entre esses projetos a Cesta Ecológica – conjunto de eventos que divulga a questão ambiental – e as Exposições Itinerantes e Interativas – responsáveis pela campanha anual de conscientização da UFRN.
Cesta eCológiCaDesde 2009, quando foi lançada a ini
ciativa, a Cesta Ecológica é realizada em dois momentos do ano, coincidindo com cada final de semestre letivo. Na primeira edição, acontece vinculada à Semana de Meio Ambiente da UFRN, em junho. Já a segunda se volta para o encerramento das atividades acadêmicas, em novembro.
Mas o fato de o projeto acontecer duas vezes no ano não significa ausência de atividades no espaço de tempo entre as edições. Materiais utilizados nas ações são exibidos nesse intervalo nos setores de aulas, na Biblioteca Central Zila Mamede e no Restaurante Universitário, bem como
na CIENTEC, fechando o ciclo na segunda edição da Cesta.
Com um vasto número de atividades durante o evento, a Cesta Ecológica trabalha a sensibilização do público de diversas formas, especialmente com arte. Exposições fotográficas, recitais, performances teatrais e apresentações musicais compõem o leque de opções oferecido aos participantes.
Também estão lá os formatos mais tradicionais. Apresentações de trabalhos acadêmicos, banners, projetos e experimentos de pesquisa e divulgação científica. Todos os gostos são contemplados nas ativi dades com o intuito de levar a consciência ambiental e sustentável a um público cada vez maior e mais diversificado.
De acordo com a organização, a proposta de muitos eventos em um mesmo espaço foi pensada para levar à reflexão sobre a questão ambiental de diferentes formas. “O objetivo da DMA é promover vivências e a integração entre os setores da Universidade e estimular o debate”, afirma Jô Carvalho.
E esse modelo tem agradado. Segundo Eryka Marillya, bolsista do programa DMA Comunica, os debates promovidos a partir das campanhas contribuem de forma significativa para o seu envolvimento nas questões ambientais. “Sinto ter uma res ponsabilidade com o meio ambiente. Tenho multiplicado o conhecimento adquirido com o desenvolver das campanhas levando para casa”, conta Eryka.
exposiçõesNa primeira edição deste ano da Cesta
Ecológica, entre os dias 5 e 7 de junho, a DMA realizou o lançamento da campanha de 2013, no Centro de Convivência Djalma Maranhão, no Campus Central da UFRN. Sob o nome “Químicos, Nós Precisamos. Como Utilizamos?”, o tema do tratamento de resíduos químicos é fruto de pesquisas e visitas de campo do projeto de extensão Exposições Itinerantes e Interativas, nas quais se constatou a relevância do assunto em setores da Universidade.
Entre os locais visitados estão os labo ratórios da Diretoria do Instituto de Química e o de Biofísica e Farmacologia do Centro de Biociências, o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) e o Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (NUPLAM). Esses são os principais alvos das ações pelo fato de, em decorrência de suas atividades, gerarem resíduos químicos.
Anualmente, a UFRN produz 10 toneladas de detritos com potencial perigoso ao meio ambiente e à saúde humana, de acordo com dados da Superintendência de Infraestrutura. Por isso os painéis da exposição apresentam a importância e a presença das substâncias no diaadia, informando como o gerenciamento deve ser feito e as diretrizes legais para garantirem o manejo correto e prevenirem acidentes.
Com isso, a pretensão é tornar o manuseio e o descarte corretos para esses materiais cada vez mais difundidos no cotidiano universitário. Em seus materiais a campanha apresenta alternativas baseadas
nos chamados cinco R’s da educação ambiental: “Repensar”, “Recusar”, “Reduzir”, “Reutilizar“ e “Reciclar”.
Os cinco R’s consistem nas seguintes condutas: repensar a forma de consumo, produção e descarte adotados; recusar possibilidades que gerem impactos ambientais significativos; reduzir os desperdícios, preferindo produtos menos residuais e de maior durabilidade; reutilizar um material antes de descartálo, evitando que vá para o lixo o que pode ser reaproveitado e, finalmente, reciclar materiais, iniciando um novo ciclo sustentável.
Em anos anteriores, o projeto abordou os temas “Não abandone animais no Campus” (2012), “Nem tudo que é sólido desmancha no ar” (2011), “Biodiversidade no Campus: fauna e flora em equilíbrio. Equilíbrio?” (2010) e “Para você o que é essa tal sustentabilidade?” (2009).
Jô Carvalho avalia positivamente os resultados alcançados pelas exposições, uma vez que vêm conseguindo “aproximar a comunidade universitária desses temas e promover uma maior integração entre parceiros envolvidos com o estudo e pesquisa em torno de questões ambientais importantes”.
Sobre a implicação das ações da DMA na sociedade, Jô explica que, embora as atividades sejam realizadas apenas com pessoas ligadas à UFRN, a conscientização chega também a outros públicos. “É necessário limitar o alvo das campanhas por questões logísticas, mas as pessoas levam a mensagem para suas casas, aplicam e multiplicam novas práticas”, afirma.
Projetos da Diretoria de Meio Ambiente promovem ações educacionais com a comunidade universitária
CONSCIENTIZAÇÃO
Projetos são desenvolvidos ao longo de todo o ano e visam à conscientização. Exposições abordam a questão ambiental de diferentes formas
Wallacy Medeiros
Jornal da UFRN ano XV | nº 62 | junho de 2013
NOTASDocênciaa Medida Provisória 614, assinada em maio pela presidenta dilma Roussef, altera a estruturação do Plano de carreiras e cargos de Magistério Federal. a partir de agora é exigida a titulação de doutor para quem pretende ingressar na carreira docente nas instituições públicas federais. a MP modifica a lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, a qual tirava a exigência de pós-graduação em concurso para contratação de novos professores. a Medida atende propostas apresentadas ao Governo pela caPES, SBPc, andifes e Proifes.
Inovaçãoa Revista Brasileira de inovação Tecnológica em Saúde (R-BiTS) traz em sua primeira edição de 2013, artigo sobre o projeto E-Guia, sistema desenvolvido pela uFRn, que traz informações aos deficientes visuais que utilizam transportes urbanos, especificamente ônibus,por meio da utilização dos dispositivos móveis. o E-Guia já mereceu destaque no Boletim Especial, publicação eletrônica da agência de comunicação (aGEcoM). Para ler o artigo acessar: http://www.periodicos.ufrn.br/index.php/reb/index.
Inovação 2a Escola agrícola de Jundiaí (EaJ) também trabalha em um projeto denominado identificador audível de locais e objetos (ialo), que oferece maior autonomia para os portadores de necessidades especiais do sistema visual. de acordo com o professor orientador do projeto Josenalde oliveira, o ialo tem transmissores que transformam a mensagem visual em áudio e é ideal para locais públicos, como os corredores de supermercados. a EaJ apresentou o invento na Expo Milset Brasil, realizada em maio, em Fortaleza-ce.
Educaçãoo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) do centro de Educação (cE) anuncia para novembro, de 11 a 14, o 7º Seminário Educação e leitura: desafios e criatividade (SEl), no Hotel Praiamar, em natal. na programação, 20 minicursos, além de simpósios coordenados por associações científicas parceiras, como a associação de leitura do Brasil (aBl) e a associação nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em letras e linguística (anPoll), por meio do Grupo de Trabalho leitura, literatura infantil e Juvenil. o Seminário tem apoio da caPES, cnPq e FaPERn. informações: http://www.seminarioeducacaoeleitura.com.br/apresentacao.
Por luciano GalVão
Um centro de informações estatísticas sobre os estudantes da Universidade. Um repositório de dados
acerca do acesso ao ensino superior. Uma coleção de estudos a respeito da realidade da educação no Rio Grande do Norte. Esse é o Observatório da Vida do Estudante Universitário (OVEU), página da internet desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que possibilita a consulta de estatísticas sobre os alunos da Instituição.
Dados acerca dos cursos, características socioeconômicas dos discentes, sua trajetória escolar e seu desempenho acadêmico são informações que podem ser encontradas no OVEU. O propósito da ferramenta é tornar disponíveis estatísticas que fundamentem estudos científicos e contribuam para o conhecimento sobre as pessoas que ingressam na Universidade.
Criado em 2004 pelo Núcleo Permanente de Concursos (COMPERVE) da UFRN, o Observatório guarda ainda monografias, teses e dissertações que abordam a temática educacional e que tenham sido desenvolvidas a partir de dados fornecidos pela COMPERVE. Além disso, podem ainda ser acessadas provas de vestibulares organizados pelo Núcleo desde 1977.
“O Observatório é uma fonte de informação muito rica”, afirma Iloneide Ramos, professora do Departamento de Estatística da UFRN e coordenadora de Estatística da COMPERVE. Iloneide salienta que a iniciativa tem também como objetivo dar subsídios aos gestores universitários para o planejamento de projetos e de ações de assistência ao estudante.
A base de dados do OVEU é mantida com informações colhidas por meio do
formulário de inscrição do Vestibular da UFRN, no qual, além de escolher o curso que irá concorrer, o candidato a uma vaga na Universidade responde também a uma série de perguntas que traçam seu perfil econômico e social.
A partir de 2014, no entanto, o Observatório precisará passar por adaptações em sua estrutura. Desse ano em diante, o ingresso nos cursos de graduação da Instituição se dará exclusivamente por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), prova realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), não havendo mais o vestibular tradicional.
“O INEP possui dados socioeconômicos dos candidatos do ENEM e disponibiliza todos eles para as universidades. Nós temos uma senha que dá acesso a essas informações e estamos estudando as maneiras de aproveitálas”, conta Iloneide Ramos.
exemploA iniciativa da COMPERVE inspirou
outras instituições. A Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC) do
Rio Grande do Norte estuda a possibilidade de desenvolvimento de ferramenta semelhante para a Rede Estadual de Ensino. Além disso, as universidades federais de Sergipe (UFS) e do Ceará (UFC), assim como a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), também demonstraram interesse em executar um trabalho no mesmo sentido.
Karine Symonir, aluna do mestrado em Demografia da UFRN que trabalhou no desenvolvimento do OVEU, explica que, no caso da UNEB, o interesse surgiu por meio do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD), projeto que visa à promoção do intercâmbio científico entre as instituições de ensino superior brasileiras.
Em 2012, Karine e Daniel Ambrósio, programador da COMPERVE, visitaram a universidade, que tem sede em Salvador, para colaborar na produção de um observatório daquela instituição. Daniel conta que, na oportunidade, foram ministrados treinamentos com professores e servidores da UNEB e apresentadas palestras com o relato da experiência na UFRN.
soliCitaçõesAlém das informações disponibilizadas
no site, os interessados também podem obter dados por meio de solicitações. Os pedidos podem ser feitos por pesquisadores vinculados a qualquer instituição de ensino e, em caso de divulgação das informações concedidas, a COMPERVE requer como contrapartida a entrega de uma cópia do trabalho desenvolvido para ser publicada no Observatório.
O OVEU pode ser acessado no endereço www.comperve.ufrn.br por meio da opção “Observatório da Vida do Estudante Universitário” no menu do site. Solicitações de dados podem ser encaminhadas por email ao endereço [email protected].
Ferramenta da COMPERVE auxilia pesquisadores ao fornecer estatísticas sobre estudantes universitários
EDUCAÇÃO
Wallacy Medeiros
Estatística iloneide Ramos: “observatório é uma fonte de informação muito rica”
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Site abriga informações valiosas para pesquisas e ações acadêmicas
Reprodução
Por Juliana Holanda
Fazer todo o ensino fundamental e médio tendo como única fonte de informação os ensinamentos repassa
dos pelos professores em sala de aula. Essa é a realidade de muitos estudantes brasileiros que possuem necessidades especiais.
Para garantir que todos os alunos tenham igualdade de condições no acesso ao material didático, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criou o Laboratório de Acessibilidade. O espaço existe há dois anos, e, atualmente atende a pessoas com transtorno bipolar, com déficit de atenção e com deficiência visual parcial ou total.
O presidente da Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE) da UFRN, Ricardo Lins, conta que todos os que necessitam do serviço estão sendo atendidos. “Temos que nos adequar às diferenças. Cada um tem uma singularidade e isso precisa ser respeitado”, defende Lins.
Localizado na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM), o laboratório conta com computadores, notebooks, scanners, impressoras, lupas, gravadores e sistemas especializados que possibilitam a conversão de textos em formatos digitais ou impressos de forma adaptada a cada necessidade.
“Nosso trabalho é pegar o conteúdo que é ministrado em sala de aula, digitalizar e devolver para o aluno de forma que fique melhor para seu estudo”, esclarece o coordenador do local, Sidney Soares Trindade.
Os documentos podem ser transformados em Braille, impressões ampliadas, áudio e arquivos digitais, que permitem tanto a ampliação das letras em computadores quanto a leitura do material por programas gratuitos, disponíveis na internet.
“Na maioria das vezes, o atendimento é feito a distância e o material é enviado por email”, explica o coordenador. “Nosso
objetivo é facilitar a vida dos universitários”, complementa. Sidney é deficiente visual e sabe a importância do trabalho do laboratório para os usuários. “Sei como a integração é um processo importante. Entendo bem esses estudantes porque passei por situações semelhantes”, afirma.
Um dos beneficiados é o aluno do 5º período de História Arthur Cavalcante da Silva. “O Laboratório de Acessibilidade mudou minha vida”, afirma. “Antes eu só
tinha acesso à informação de sala de aula e procurava alguma coisa na internet como uma videoaula, mas eu não tinha nenhuma autonomia de leitura”, enfatiza.
Só ao chegar à UFRN, Arthur passou a ter acesso a textos impressos e em áudio. “O serviço que mais uso aqui é o da digitalização. Tenho que ler muita coisa”, destaca. Os novos recursos potencializaram a educação do jovem. “Consigo me manter acima da média da turma”, ressalta.
Notebooks e tabletsA UFRN também disponibiliza note-
books para alunos carentes que possuem deficiência visual. Eles ficam com os computadores adaptados às suas condições, durante toda a graduação, tendo acesso integral ao conteúdo de seu curso.
“Os estudantes passam por uma avaliação, recebem o material ajustado às necessidades, assinam um termo de compromisso e de responsabilidade e passam o semestre todo com o aparelho, renovando [o empréstimo] até o final da graduação”, explica o presidente da CAENE.
Até o final deste ano, o Laboratório de Acessibilidade da UFRN também deve oferecer tablets aos seus usuários. O material está em processo de licitação e irá beneficiar principalmente os universitários que necessitam de escrita ampliada, que terão acesso a um material mais leve, economizando uma grande quantidade de papel usada para impressão aumentada.
A estudante do 4º período de Pedagogia Erlane Cristhynne Felipe dos Santos, que possui deficiência visual, utiliza o serviço desde que ingressou na Universidade e aguarda ansiosamente pelos tablets.
“Durante toda a minha trajetória escolar eu nunca tive nenhum apoio. Sempre precisei me virar e quando cheguei aqui na Universidade fiquei muito feliz em saber que teria esse auxílio”, conta.
Erlane virou bolsista de apoio técnico e é responsável pela digitalização de textos. A futura pedagoga afirma que o laboratório é um suporte fundamental que garante sua permanência no ensino superior. “Meu rendimento acadêmico é muito melhor”, diz.
O Laboratório de Acessibilidade da UFRN funciona das 8h às 22h, de segunda a sextafeira. Alunos que tenham inte resse em utilizar o serviço devem procurar os coordenadores de seus cursos, que são os responsáveis pelo encaminhamento à CAENE. Visitas devem ser agendadas pelo telefone (84) 3342.2501 ou pelo site www.caene.ufrn.br.
ano XV | nº 62 | junho de 20135
Sydney Trindade, coordenador do laboratório: “nosso objetivo é facilitar a vida dos universitários”
Jornal da UFRN
ENSINO
Textos didáticos são impressos de forma adequada às necessidades de cada aluno.
Laboratório de Acessibilidade da Zila Mamedegarante autonomia a estudantes com necessidades especiais
“Temos que nos adequar às
diferenças. cada um tem uma
singularidade e isso precisa ser
respeitado“
Ricardo Lins
Presidente da Comissão de
Apoio a Estudantes com
Necessidades Especiais
Fotos: anastácia Vaz
Por WillianE SilVa
Para cada 10 mil norteriograndenses há aproximadamente 14 médicos. Já na Região Sudeste,
que possui a melhor distribuição de profissionais no Brasil, a proporção é de 26 para cada 10 mil habitantes.
Considerando a má distribuição de médicos nas diferentes regiões do País e a necessidade de fixar especialistas em saúde fora das capitais, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) oferece, a partir de 2014, o curso de Medicina no interior do estado.
A nova graduação é uma proposta multicampi, o que significa que terá atividades desenvolvidas em mais de uma sede: no Centro Regional de Ensino Superior do Seridó (CERES), que tem campi situados nos municípios de Caicó e Currais Novos, e na Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), localizada em Santa Cruz.
“O desafio era criar um curso com modelo pedagógico em consonância com as demandas de saúde da população para formar profissionais que façam promoção, prevenção, recuperação e reabilitação”, explica a vicereitora da UFRN, Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes.
“Além das necessidades médicas e estruturais, também levamos em conside ra ção a posição geográfica dos municípios envolvidos”, esclarece a vicereitora, que é também coordenadora da Comissão para Implantação do Curso de Medicina e seu Projeto Pedagógico.
Para Fátima Ximenes, o curso nasce com a preocupação de formar médicos com habilidades técnicas e que possam aprender convivendo com a comunidade. “Nossa missão é formar profissionais tão bons quanto os que estudam em Natal e que além das competências técnicas possam desenvolver atitudes éticohumanistas”, reforça.
Como o panorama da saúde no Trairi e no Seridó é diferente da realidade da capital, foi preciso criar um projeto pedagógico diferenciado, mas que obedecesse às Diretrizes Curriculares Nacionais. “É preciso respeitar as especificidades de cada local para entender as necessidades dos pacientes”, explica a vicereitora.
Segundo o coordenador do curso de Medicina do CERES/FACISA, George Dantas, a nova graduação terá um método inovador. “O curso será organizado em cinco módulos por semestre com
quatro semanas de duração cada”.George explica que o projeto peda
gógico será baseado no método PBL, sigla inglesa para Problem-Based Lear ning (aprendizagem baseada em problemas), metodologia que usa como ferramenta de ensino situações que precisam ser solucionadas pelos alunos. O objetivo é ter um programa com uma técnica constante de ensino e dar ao estudante a oportunidade de aprender e vivenciar, ao mesmo tempo, um assunto.
O professor diz ainda que o foco é integrar o conjunto de disciplinas iniciais, chamado de ciclo básico, com o ciclo clínico – componentes curriculares específicos como ginecologia, oftalmologia e cardiologia. “O aluno não vai estudar de forma isolada a Fisiologia do Coração, por exemplo. Ele terá contato com um paciente com problema de pressão arterial e estudará o que é preciso para tratálo”.
Outro diferencial é que a graduação terá forte vínculo com o Sistema Único de Saúde (SUS), pois desde os primeiros módulos os discentes estarão presentes nos hospitais da rede pública. “Nosso aluno vai aprender no cenário real. Ele vai estudar e trabalhar na comunidade”, enfatiza.
trajetóriaA preocupação de oferecer educa
ção médica de qualidade em interação
com a comunidade é histórica na UFRN. Criada em 1958 e transformada em universidade federal em 1960, a Instituição
tem tradição na formação de profissionais na área da saúde: seus primeiros cursos foram Farmácia, Odontologia e Medicina.
Trabalhos da comissão para implantação do curso de Medicina desencadearam série de reuniões e audiências públicas nas cidades sede
Vice-reitora Fátima Ximenes: “curso está em consonância com demandas da população“
ano XV | nº 62 | junho de 20136Jornal da UFRN
EXPANSÃO
UFRN cria curso de Medicina no interior para suprir carência de médicos na regiãocione cruz
cícero oliveira
Com o objetivo de interiorizar o ensino e a prática, em 1966 – durante a gestão do médico Onofre Lopes –, foi criado o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTAC). O projeto piloto foi instalado em Santa Cruz, cidade localizada na região Agreste Potiguar, e realizou experiências na atenção médicosocial à população rural e serviu como modelo para outros estados.
Seguindo a política de expansão, recentemente posta em prática com o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), foi possível investir na criação dos cursos de Gestão Hospitalar e de Gestão em Sistemas de Saúde, além da implantação da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, em 2008, também em Santa Cruz, que hoje funciona com os cursos de Nutrição, Enfermagem e Fisioterapia.
Em junho de 2012, o Ministério da Educação (MEC) disponibilizou 1.615 vagas de Medicina no país, principalmente, para cidades do interior do Norte e Nordeste, devido à baixa relação entre o número de médicos por habitante e a distribuição geográfica dos cursos existentes.
Após a determinação do MEC, a UFRN instituiu a Comissão para Implantação do Curso de Medicina e seu Projeto Pedagógico, com a participação da PróReitoria de Graduação (PROGRAD), da PróReitoria de Planejamento (PROPLAN) e dos professores do curso de Medicina de Natal.
A comissão desencadeou uma série de reuniões e audiências públicas nas cidades de Caicó, Santa Cruz e Currais
Novos, com o intuito de discutir a implantação do novo curso com gestores públicos, profissionais da saúde, estudantes, professores e a comunidade.
A nova graduação, que foi aprovada pelos Conselhos Superiores da UFRN e pelo MEC, tem previsão de início das atividades para o segundo semestre de 2014, com a oferta de 40 vagas anuais e uma duração de seis anos. Inicialmente, a expectativa é abrir concurso para professores com 42 vagas. Para este ano, serão investidos R$ 14.016.483 em o bras e equipamentos, R$ 8.292.870 em re
cursos humanos e R$ 4.918.320 em custeio do curso.
Os elementos que nortearam a concepção do curso foram o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Plano de Gestão 20112015, e as Diretrizes Curriculares Nacionais
DaDosDe acordo com a Demografia Médica
do Brasil, estudo organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), em 2011, a média nacional de médicos registrados por mil habitantes no Brasil é de 1,95. O Sudeste aparece com 2,61, sendo a melhor distribuição de profissionais entre as regiões brasileiras. Já o Nordeste está com 1,19, à frente apenas no Norte.
No mesmo ano, o Rio Grande do Norte registrou uma média de 1,39, sendo a unidade federativa que possui a segunda melhor distribuição na região, perdendo apenas para Pernambuco com 1,51. Porém, os potiguares estão em 13º lugar entre os 27 estados brasileiros.
7Jornal da UFRN ano XV | nº 62 | junho de 2013
Em currais novos, projeto foi discutido com gestores públicos e a comunidade
UFRN cria curso de Medicina no interior para suprir carência de médicos na região Baixe agora o aplicativo do Jornal da UFRNDisponível no Google Play
[ ]nova graduação oferecerá 40 vagas. atividades terão início no segundo semestre de 2014
Wallacy Medeiros
Por luciano GalVão
Ser um espaço onde se pensa o bemestar da sociedade. É essa a proposta do Grupo de Estudos da Se
guridade Social e Trabalho (GESTO) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Criado em 2009, por iniciativa do professor Zéu Palmeira Sobrinho, do Departamento de Direito Privado da UFRN, o Grupo se propõe a fomentar, dentro do espaço acadêmico, o debate a respeito dos Direitos Sociais – conjunto de garantias fundamentais que permitem aos cidadãos uma vida digna e em condições de igualdade dentro de uma sociedade democrática.
Para o professor, debater questões do Direito do ponto de vista dos menos favorecidos é obrigação de uma universidade pública. “Queríamos trazer um viés de solidariedade para o curso de Direito”, afirma.
“Na nossa área, temos várias bases de pesquisa voltadas para o mercado, como aquelas que estudam royalties do petróleo e Direito Empresarial. Mas, como ficam as pessoas que realmente precisam da Universidade?”, indaga Palmeira, atualmente coordenador de pesquisa e extensão do GESTO.
Idosos expostos a situações de crueldade, crianças obrigadas a trabalhar, profissionais acidentados no exercício de suas ocupações, pessoas vítimas de discriminação e alcoólatras são exemplos de indivíduos que necessitam de apoio da Institui ção, citados pelo pesquisador.
Além de mesasredondas, projetos, minicursos, exibições de filmes e orientação de trabalhos científicos, o Grupo promove semestralmente o Seminário de Seguridade Social e Trabalho, oportunidade em que profissionais de áreas diversas são convidados para debater assuntos jurídicos que estejam em discussão na sociedade.
A nona edição do Seminário discutiu o trabalho doméstico e o sistema previdenciário brasileiro. O evento aconteceu no final de abril, mês em que foi promulgada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional nº 72, que alterou a Constituição e estendeu a empregados domésticos os direitos trabalhistas que já eram assegurados aos demais profissionais.
Anderson Lanzillo, coordenador do GESTO e, também, docente do Departamento de Direito Privado, destaca o caráter
pluralista do evento. “A contribuição de pessoas de várias áreas, que lidam de maneiras diferentes com os problemas, nos dá uma visão mais ampliada da realidade e nos permite ir além das estatísticas”, relata o professor. “Muitas vezes não basta responder a perguntas, mas é preciso levantar novas questões”.
Lanzillo considera positivos os resul
tados do último Seminário, que debateu temas como os desafios da fiscalização, as maneiras de garantir condições adequadas de trabalho e formas de evitar a exploração de mãodeobra infantil no ambiente doméstico. “O auditório em que aconteceram as palestras ficou lotado. Isso revela que há interesse da comunidade universitária sobre o tema”, diz.
O coordenador ressalta que a colaboração com o Grupo não é restrita aos alunos e professores de Direito, embora sejam eles, atualmente, a maioria dos componentes. Para Anderson, a participação de pesquisadores com outras formações enriquece as análises. “O que não queremos é chover no molhado”, enfatiza.
iNíCioA ideia de formar o Grupo de Estudos
da Seguridade Social e Trabalho nasceu em 1995, quando o professor Zéu Palmeira Sobrinho ainda lecionava na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Lá, o pesquisador reunia docentes e alunos para discutirem temas relativos aos direitos humanos e assuntos relacionados à matéria.
Em 2009, ao transferirse para UFRN, Palmeira se dispôs a dar continuidade aos estudos na Instituição. O coordenador do GESTO, Anderson Lanzillo, conta que não havia na Universidade uma proposta de análise e discussão dos Direitos Sociais. “Trouxemos esse debate para dentro da Universidade”.
Segundo Zéu Palmeira Sobrinho, as ações desenvolvidas pelos integrantes seguem a orientação teórica de Paulo Freire, pedagogo pernambucano mundialmente reconhecido por destacar o potencial emancipador da educação. “Tentamos fazer uma leitura crítica do mundo, para pensar maneiras de promover a dignidade humana”, explica Palmeira.
O pesquisador destaca que, apesar de os estudos resultarem em uma boa quantidade de trabalhos acadêmicos, não há cobrança no que diz respeito à produtividade dos membros. “Estamos mais preocupados em criar um espaço para a reflexão”, explica.
Para o professor, as produções realizadas dentro do Grupo estimulam os estudantes a inseriremse na realidade de maneira profunda e geram oportunidades para que os alunos possam comparar os elementos teóricos vistos em sala de aula com os fatos sociais.
Zéu Palmeira Sobrinho revela que o próximo passo do GESTO é institucionalizarse como uma base de pesquisa e, a partir daí, fundar um programa de pósgraduação em Direitos Sociais na UFRN.
“Até aqui não contamos com muitos recursos financeiros e nosso projeto ainda é algo muito franciscano. Queremos que a Universidade seja produtora de um conhecimento que ajude às pessoas que precisam”, afirma o professor.
Grupo de Estudos da Seguridade Social e Trabalhoquer aproximar Universidade dos menos favorecidos
DIREITO
ano XV | nº 62 | junho de 20138Jornal da UFRN
Para anderson lanzillo, coordenador do Grupo, debates oferecem visão ampliada da realidade e trazem discussão dos direitos Sociais para dentro da universidade
“Queremos que a universidade seja
produtora de um conhecimento que
ajude às pessoas que precisam“
Zéu Palmeira Sobrinho
Idealizador do Grupo de Estudos
da Seguridade Social e Trabalho
anastácia Vaz
Wallacy Medeiros
Por GaSTon PouPaRd
Desde 2011, a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), unidade acadêmica especializada em ciências agrárias
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), forma alunos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC).
No primeiro ano, a Escola localizada no campus Macaíba formou 345 alunos. Em 2012, esse número subiu para 8 mil e para 2013, a previsão é atender a 18 mil estudantes, segundo informa João Inácio Filho, coordenador estadual do Programa no RN.
O PRONATEC oferece cursos voltados para públicos com diferentes necessidades. Os Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) são oferecidos a alunos que concluíram ou estão cursando o Ensino Médio em escolas públicas e que sejam beneficiados por projetos sociais do Governo Federal. Nesse caso, os cursos acontecem de maneira concomitante com o ensino médio.
Já os Cursos Técnicos (TEC) destinamse a alunos concluintes do Ensino Médio ou a profissionais que já estejam no mercado de trabalho.
De acordo com João Inácio Filho, a iniciativa investe recursos na capacitação profissional para levar os alunos ao mercado de trabalho formal o mais breve possível. Segundo o coordenador, a ação é uma resposta rápida e eficaz para a falta de mãodeobra qualificada no campo.
NúmerosNo Rio Grande do Norte, a EAJ é o cen
tro das atividades do PRONATEC desde 2011. Atualmente, o Programa está presente em 32 municípios do estado, e poderá
alcançar 50 cidades ainda neste ano.Independentemente da mudança de
gestores nos municípios, a Escola Agrícola de Jundiaí mantém as atividades com o objetivo de suprir a escassez de profissionais especializados no mercado. Com isso, a unidade quer combater o desemprego no campo e garantir a ocupação de vagas no mercado formal.
Para explicar a dimensão da iniciativa, João Inácio diz que existem dois tipos de instituições atendidas pelo PRONATEC: aquelas que solicitam cursos – as demandantes – e as que oferecem a formação – as ofertantes.
Prefeituras e secretarias de educação
estaduais e municipais são as demandantes, enquanto as ofertantes são as instituições de ensino credenciadas pelo Programa, como a Escola Agrícola de Jundiaí.
A definição dos cursos oferecidos surge das necessidades detectadas no mercado e a demanda por profissionais é aferida por meio das solicitações feitas pelas prefeituras. Com base nessas informações, a EAJ planeja e fomenta a abertura de novas turmas de ensino técnico que supram as carências identificadas.
Para tanto, são abertos editais de seleção de professores que atendam aos requisitos e que, de preferência, sejam provenientes da mesma região na qual o curso acontecerá.
As formações mais solicitadas são as de Auxiliar Administrativo e de Informática, havendo também demanda para capacitações mais específicas, como a de Turismo, solicitada em Touros, cidade litorânea do norte do estado.
preseNça Na área ruralJoão Inácio Filho lembra que os cursos
técnicos ofertados pelo PRONATEC levam o saber para além dos muros da Universidade. “Agentes, professores e supervisores vão onde existirem alunos dispostos a aprender ou a se qualificar. Os educadores estão presentes nos assentamentos, vilarejos e comunidades rurais” diz o coordenador estadual do Programa.
A ação incentiva também o empreendedorismo nas regiões em que atua. “O cenário mudou”, afirma João Inácio ao comentar sobre a atividade econômica dos locais. “O comércio aqueceu porque a renda das pessoas tende a subir e a circulação de bens, produtos e serviços funciona de maneira mais dinâmica. Isso acaba beneficiando de maneira direta o setor varejista dos municípios”, afirma o coordenador.
Devido aos diferentes perfis de alunos do PRONATEC, os métodos de aprendizagem do Programa não são uniformes. Entre os estudantes, é possível notar pessoas de distintas idades: adolescentes, jovens e adultos.
João Inácio explica que cada discente tem características de aprendizado especificas, e que isso precisa ser levado em consideração. “O aluno que já está trabalhando e saiu do ambiente acadêmico há tempo não é o mesmo que vem acompanhando os estudos com certa frequência”, aponta.
“Muitos ficam tímidos e precisam trabalhar a autoestima para que se sintam incentivados a voltarem à sala de aula”, explica o coordenador estadual do PRONATEC.
Escola Agrícola de Jundiaí combate desemprego no campo ao capacitar mão de obra para o mercado formal
ENSINO TÉCNICO
ano XV | nº 62 | junho de 20139Jornal da UFRN
Para João inácio Filho, coordenador do PRonaTEc, ação é resposta eficaz à falta de qualificação
Fotos: anastácia Vaz
Escola agrícola de Jundiaí deve atender a 18 mil alunos em 2013 por meio do PRonaTEc
Por THaliTa SiGlER
A dependência química é considerada uma doença que atinge o ser humano física, psicológica e so
cialmente. É caracterizada crônica, progressiva, incurável, porém tratável. Altera o funcionamento normal do corpo de uma pessoa e pode repercutir em todos os âmbitos de sua vida.
Buscando a prevenção, a assistência e a reinserção de acometidos pelo transtorno tanto na sociedade quanto em suas atividades laborais, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) investe no Programa Por Amor à Vida.
“O que sinto ao participar do grupo é o meu crescimento pessoal, moral e espiritual” é o que relata um dos participantes (*). Ele conta a história de um amigo que também faz parte do Por Amor à Vida e hoje é de seus mais antigos componentes.
O homem relata que o amigo tinha cerca de 200 faltas, situação que chamou a atenção do diretor do centro onde trabalhava. O gestor identificou o problema e, após uma conversa, o encaminhou para o programa e, desde então, o servidor tem conseguido mudar sua participação no ambiente de trabalho.
Atualmente, o Por Amor à Vida possui três linhas de ação: o Grupo de Apoio aos Acometidos pela Doença do Alcoolismo (GADA), o Grupo Familiares de Alcoolista (AlAnon) e o Narcóticos Anônimos (NA). São realizadas reuniões semanais, separadamente para cada projeto, na Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor (DAS).
A iniciativa surgiu em 1989, após um estudo realizado junto aos servidores da Instituição em que foi detectado um grande número de ausências, afastamentos e problemas motivados por dependência química. A proposta tem como base
duas outras atividades desenvolvidas anteriormente pela UFRN, o projeto Uma Dose de Vida, composto por familiares e alcoolistas, e o Programa de Prevenção à Dependência Química.
O caminho considerado ideal para que alguém faça parte do grupo é através da identificação feita pelas chefias de Departa
mentos da UFRN. São realizados seminários para que esses gestores tomem conhecimento do programa, possam identificar possíveis pessoas que tenham dependência química e sejam capacitados a falar com esses servidores a respeito e encaminhálos para o acompanhamento especializado.
A identificação por parte das chefias,
no entanto, não é prérequisito para participação nos grupos: os servidores e membros da comunidade que tiverem interesse podem participar sem a necessidade desse intermédio. Mesmo com enfoque em servidores da Universidade, as reuniões são abertas a toda a comunidade.
DivulgaçãoAtualmente a divulgação do pro
grama, em particular a do projeto AlAnon, é feita por duas estagiárias do Departamento de Serviço Social (DESSO), Maria Luiza Oliveira e Rafaela Lemos. São produzidos pelas estudantes materiais permanentes de divulgação como panfletos, cartazes e banners.
Antes do início da distribuição do material foi aplicado um questionário a respeito do Por Amor à Vida, além da realização de uma mesaredonda. Após essas etapas, um novo questionário será aplicado para avaliar o conhecimento da comunidade acadêmica sobre o programa. “Esperase um resultado positivo a médio e longo prazo”, afirma Maria Luiza.
“As pessoas muitas vezes tem dificuldade de procurar ajuda e saber da existência de um grupo talvez as incentive a buscar auxilio”, destaca Rafaela. A estudante ressalta também o valor do trabalho de divulgação, que revela a importância dessas iniciativas para a vida das pessoas que sofrem direta ou indiretamente com a dependência química.
O Por Amor à Vida é desenvolvido pela Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor (DAS), pela PróReitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) e pela Coordenadoria de Apoio Psicossocial do Servidor (CAPS).
Os encontros do GADA acontecem nas segundasfeiras, das 9h às 11h; do AlAnon, nas terçasfeiras, das 15h às 17h; e do NA, nas quartasfeiras, das 9h às 11h.
(*) A identidade dos integrantes foi preservada
Programa Por Amor à Vida ajuda servidores e familiares na luta contra a dependência química
APOIO
ano XV | nº 62 | junho de 201310Jornal da UFRN
Rafaela duarte, assistente social, destaca que ação incentiva pessoas a buscarem auxílio
Fotos: anastácia Vaz
Participantes comemoram recuperação de companheiros e descrevem crescimento pessoal, moral e espiritual
Por luciano GalVão
jornal da uFrN: Qual o perfil do profissional de administração pública?
Fernando Coelho: Em um curso de Administração ou Administração Pública, o aluno normalmente recebe
muitos conhecimentos da área de Administração. No entanto, também é preciso receber conhecimentos da Política, porque o profissional de Administração Pública precisa entender que muitas vezes o funcionamento das organizações não é baseado simplesmente por um conjunto de leis, mas também por meio de processos políticos de tomada de decisão. O gestor tem que saber conviver com esse tipo de ambiente e por isso é necessário ter o que se chama de uma formação técnicopolítica.
juFrN: o que é uma formação técnicopolítica?
Coelho: Durante boa parte do séc. XX, havia separação entre o político e o técnico. Existia a ideia de que os políticos eram pessoas eleitas que apontariam ideias, enquanto os técnicos iriam transformálas em projetos. Por muito tempo, de fato, a administração pública funcionou dessa forma.
Ultimamente, começa a se perceber que o perfil do gestor público requer uma formação não apenas técnica: não basta conhecer todos os modelos, instrumentos e processos se não se tem capacidade de trabalhar essas questões nas organizações. Se você não vencer resistências, não souber gerir conflitos de interesses e não articular as propostas com determinados atores – sejam eles políticos, membros da sociedade ou mesmo da burocracia – isso não vai para frente. Essa é a ideia do técnicopolítico do ponto de vista prático.
juFrN: a uFrN oferece um curso a distância de administração pública que atende a várias cidades do interior do es
tado. Qual a importância da interiorização da formação?
Coelho: Nos últimos vinte anos, quando se discute a reforma do Estado no Brasil, as discussões se voltam muito para a União e, em parte, para os estados. A gente
olha muito pouco para os municípios.A partir de 1988, com a nova Consti
tuição Federal, os municípios receberam uma série de atribuições que antes não tinham. Eles foram levados a cooperar em diversas políticas públicas dos governos federal e estadual sem estarem, muitas vezes, preparados para isso.
Contudo, os políticos começam a perceber que, em um ambiente democrático, onde há competição política, eles precisam mostrar resultados para poderem se legitimar. O político é eleito para quatros anos e, se não aportar resultados, pagará o preço de não ser reeleito ou de não conseguir fazer sucessor.
À medida que percebem isso, os prefeitos se dão conta de que precisam de gente capacitada e de uma boa gestão de recursos para que suas ideias funcionem na prática. Por isso, os municípios têm se tornado o ambiente por execlência para se pensar a gestão pública nessa década.
Quando os municípios se abrem para isso, o ensino de Administração Pública – que antes se encontrava concentrado nas capitais – precisa começar a se interiorizar. A Federal do Ceará, por exemplo, abriu o curso de Adminsitração Pública em Juazeiro do Norte, não em Fortaleza. Esse cursos precisam chegar no interior, onde existe um grande contingente de funcionários na gestão municipal que precisam desse tipo de formação.
juFrN: o estado carrega a imagem de ser uma máquina enorme e ineficiente, enquanto as empresas são vistas como grandes polos de eficiência. isso é uma verdade ou uma falácia?
Coelho: Isso é uma falácia. Há ineficiência tanto no setor público quanto no privado. No setor privado há uma estrutura de poder que pertence a alguém e que vai criar mecanismos de incentivo para se atingir um objetivo.
No setor público não: é o interesse pú
blico que movimenta as atividades. Nesse ambiente haverá uma série de conflitos, e eles, per se, gerarão ineficiência. A demora faz parte do processo democrático, porque alguns atores concordam com um projeto e outros discordam.
Não quero dizer que no setor público não há deficiências. Elas existem e precisam ser trabalhadas, por exemplo, quando o uso do recurso público acontece sem a observância da qualidade do gasto público.
Acontece que, em uma sociedade como a brasileira, em que não há confi
ança no Estado e que, ao mesmo tempo, se espera tudo do Estado, acaba se criando esse senso comum. Se perguntarmos para qualquer cidadão o que ele pensa da administração pública, as primeiras palavras que virão na cabeça serão “ineficiência”, “morosi
dade”, “desperdício” ou “corrupção”.Essa visão é construída do ponto de
vista midiático. Nas páginas empresariais vêemse inúmeras matérias sobre os grandes cases de sucesso, enquanto a respeito do setor público estão noticiados os grandes cases de fracassso. Mas existem i lhas de excelência no setor público que são polos de eficiência.
juFrN: as universidades federais, de um modo geral, são um exemplo dessas ilhas de excelência?
Coelho: Do ponto de vista de cumprir suas atividadesfim, sim, não tenha dúvida. No entanto, as universidades federais ainda precisam melhorar muito em suas atividadesmeio, de maneira a produzir impactos positivos nas atividadesfim.
Dentro das universidades públicas, independente de serem federais ou estaduais, nós cumprimos muito bem nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Somos referência. Mas se repensássemos, por exemplo, as compras, a gestão de pessoas e os processos, aperfeiçoaríamos nosso trabalho, que muitas vezes trava na burocracia.
“As universidades federais são ilhas de excelênciano setor público, mas precisam melhorar suas atividades-meio”
entrevista
ano XV | nº 62 | junho de 201311Jornal da UFRN
Fernando coelho, especialista em gestão pública
anastácia Vaz
Fernando Coelho é doutor em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenador do curso de Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo (USP). A convite do professor Antônio Sérgio Fer-nandes, do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Coelho proferiu palestra durante o 18º Seminário de Pesquisa do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), evento que reuniu alunos e professores da Instituição, entre os dias 20 e 24 de maio, em torno de con-ferências, mesas-redondas, exibições de filmes, exposições culturais e minicursos.
Durante a conferência intitulada “A área de administração pública no Bra-sil: alcances, limites e possibilidades”, Fernando Coelho traçou um panorama do
campo no qual é especialista, apresentando o histórico da profissão, o diálogo com outras áreas do saber, a configuração atual do mercado e os desafios futuros da Administração Pública.
Em entrevista ao Jornal da UFRN, o professor falou sobre as competências do gestor público – que vão desde habilidades técnicas à capacidade de articulação política –, sobre a necessidade de interiorização da formação para aperfeiçoar a execução de políticas públicas nos pequenos e médios municípios do estado e sobre o destaque das universidades federais quando se fala em eficiência no setor público. A respeito desse último ponto, no entanto, Coelho faz uma ressalva: “se repensás-semos nossas atividades-meio, aperfeiçoaríamos nosso trabalho”.
[ ]“os cursos de administração Pública precisam chegar no interior, onde há demanda pela formação”
Por THaiSa MEndonça
Cento e vinte e sete livros. Esse é o número de exemplares da Biblioteca Setorial do Centro de Ciên
cias Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) enviados para recuperação no Laboratório de Restauração e Conservação (LABRE) do Departamento de História.
São volumes de edições raras – obras de referência das áreas de Psicologia e Ciências Sociais. Alguns, inclusive, não se encontram mais disponíveis no mercado.
De acordo com Margareth Furtado, bibliotecária do CCHLA, embora a quantidade de livros seja pequena em relação ao acervo total da Biblioteca Setorial – que conta com mais de 20 mil títulos – a intervenção de especialistas foi necessária para evitar que exemplares com mofo contaminassem outros. Foi então que surgiu a ideia de contatar o LABRE, que conta com equipe habilitada para esse tipo de atividade.
O trabalho de recuperação teve início em fevereiro deste ano. Na primeira fase, que corresponde ao diagnóstico e à elaboração de um laudo acerca da situação detectada, ocorreram visitas das restauradoras Evanucia Gomes, do Laboratório, e Zaira Ferreira, da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).
Além das restauradoras, também participaram dessa etapa as professoras Maria de Fátima Vitória de Moura e Vânia Andrade, dos departamentos de Química e de Microbiologia, respectivamente. Na ocasião,
foram dadas instruções a respeito de como tratar a parcela do acervo com problema.
Após a análise do material, o laudo identificou mofo ocasionado por fungos. “Esses fungos geralmente são do próprio ambiente e a recomendação foi que os livros fossem retirados do acervo e que fosse feita a limpeza das estantes”, conta Margareth Furtado.
Outro conselho da equipe do LABRE, foi a compra de equipamentos desumidificadores, para melhorar a qualidade do ar dentro da Biblioteca. Segundo a bibliotecária, a necessidade foi levada ao conhecimento do diretor do CCHLA, professor Herculano Campos, que se prontificou em providenciar os equipamentos.
Conceição Guilherme, professora do Departamento de História e coordenadora
do LABRE, revela que o material está sendo trabalhado aos poucos, tendo em vista a grande quantidade de documentos que circulam pelo Laboratório. “Neste momento o material com mofo está isolado, e os livros estão envoltos em plásticos dentro das caixas. Mas eles vão passar pelos procedimentos de conservação”, disse.
A primeira etapa do processo consta de uma desinfestação dos fungos. Em seguida é realizada limpeza com algodão e trincha e, depois – a depender da situação dos livros – é feita uma lavagem para a retirada dos fungos já tratados. Por último, é feita limpeza com água.
Evanucia Gomes, restauradora do Laboratório, diz que ainda não há um prazo para a conclusão do serviço. “Como nós temos material de outras instituições,
precisamos ir aos poucos. Não podemos ocupar todo o espaço com este trabalho, principalmente desse tipo. Nós temos que tratálo a parte e, como estamos a todo vapor com coleções de manuscritos, temos que dividir o tempo”, explica.
HistóriCoO Laboratório de Restauração e Con
servação de Documentos foi criado em 1988, a partir de um projeto coordenado pelo professor Cláudio Galvão, com a finalidade de iniciar uma política de preservação de acervos no Departamento de História.
“Começamos no final dos anos 80, e ao longo dos anos 90, o LABRE foi se consolidando, por meio de projetos com a PróReitoria de Pesquisa e, principalmente, a PróReitoria de Extensão”, conta Conceição Guilherme.
“Ao longo desses anos a gente só tem crescido, a ponto de termos conseguido Evanucia como restauradora por meio de um concurso. Nós criamos o cargo de restaurador na Universidade, para que pudéssemos atender as demandas do próprio Laboratório e termos um corpo técnico de qualidade como nós temos hoje”, comemora.
Segundo a professora, a parceria entre o Laboratório de Restauração e Conservação e a Biblioteca Setorial do CCHLA é de suma importância para fortalecer a política de permanência e valorização das coleções de obras da Universidade. “A gente ajuda na longevidade do acervo e o trabalho conjunto ainda contribui para consolidar a interlocução dentro da própria Instituição”, acrescenta.
Laboratório de Restauração e Conservação recupera obras raras da Biblioteca Setorial do CCHLA
LIVROS
ano XV | nº 62 | junho de 201312Jornal da UFRN
conceição Guilherme, Evanucia Gomes e Margareth Furtado: recuperação valoriza coleções
Fotos: Wallacy Medeiros
Trabalho de recuperação de obras ajuda na preservação de acervos da universidadde