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Portugnez

Acceitamos qualquer encommenda de annuncios-rédame,reducções e repròrtúcções de annuncios e cartazes estrangeirosde qualquer formato, assim como nos incumbimos da traducção

para o f rtuguéz, de annuncios e artigos de reclame do inglez,allemSo, írajtfiezj italiano e hespanhol.

Par^ i içn^rds ejs„e'arecimentos, preços, etc, escreter á estaredacçãò.J !\<*

Espanol ' ./ 1• H icemos toda clase de anuncios-réclamos, redueciones y

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Nous nòus, chargeons également de, >lá. traduetion en

portuguais d'annonces ou reclames : anglaises, allemandes,françaises, italiennes et espangnoles. -y %iih. .,«

Poiír plus amples informations, prix, etc, etc s'adresserdirectement à Ia redar.tion.

English

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For furtter.Jnformatioh as to prices,'.'.etc.rplcasc apply tothis papel*.

Deutsch

Wir übernehmen jedwedcn Auftragauf Annoncen, Recla-men, oder Wiedcrgabe, Anzeigen auslsendischer Formats,sowie ferner Uebersetzungen ins Portugiesische von Reclame,Artikeln, ctc.ausdemDeutschen, Englischen, Franzcesischen,ftalieniscríen und Spanischcn.

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2 O MERCÚRIO

A presente publicação nasce de um interessemaior que o de haurir lucros na exploração deum systema de annuncios, é o de vulgarisar nestacapital o cartaz artístico pelo único processo com-pativel com o seu "particular modo de ver" e satis-fazer ás necessidades da sua vida commercial.

EJ, realmente, o Rio de Janeiro um dos maisimportantes empórios commerciaes, porém, porcir-cumstancias que escapam ao nosso intuito, a propa-ganda desse commercio restringio-se á uma rotinaque não está de accòrdo com os adiantamentos dotempo presente.

Impossibilitados pelos motivos que deixamostransparecer acima, sem que os desbravássemospara não ferir susceptibilidades, aliás respeitáveis,comprehendendo as insupperaveis difficuldades quesobreviriam á um emprehendimento ousado,resolvemos realisar a nossa idéa por esta maneiraque, não completando a sua aspiração primordial,vem de algum modo, segundo julgamos, preencheruma lacuna e iniciar o desenvolvimento da emprezaque tivemos em vista.

Precisamos, antes de tudo, considerar que apropaganda do annuncio tem sido, e nem podia dei-xar de o ser, a preoccupação constante do comrner-cio de todas as terras civilisadas.

O annuncio de jornaes, que é um dos melhores,,;.já não satisfaz ás exigências da concorrência que àactividade hodierna, dia a dia, levanta nos grandes^,populosos centros de existência. E* de observação-diuturna e fácil a indifferença com que não pequenonumero de leitores attende ás ultimas paginas dosjornaes, após a leitura do que lhe servio á diversãoou interesse do espirito.

O almapack (quando não illustrado) que con-stitue lucrativa publicação para os que a sabem ex-piorar, tem a inconveniência de ser pouco manu-seado; em geral destina-se mais á vaidade do próprioannunciante que se satisfaz com o ver o seu ánnun-cio bem collocado, do que á divulgação de seusgêneros; demais, sabemos que essa publicação,quando lhe falta a importância consultiva da que éfeita pela. conhecida casa Laemmert, dorme parasempre no fundo das escrevaninhas ou nas empoei-radas prateleiras das estantes de armazém.

Assim pois, faz-se necessário um systema. deannuncios que remova esses inconvenientes, e, comoo cartas artístico é o que mais attrahe a vista, peri-samos em aproveital-o por um processo applicavelao nosso meio, tornando-o accessivel ao annunci-ante pela modicidade do preço, e procurado pelopublico quer pela sua novidade e feitura apurada,quer pela distracçãp delicada e ao mesmo tempo in-structiva das paginas que o acompanham.

Não é uma invenção nossa este systema, nempretendemos nos revestir com aseambiantes pluma-gens do pavão da fábula: mas, organisado comoestá, pôde ser considerado novo ou melhorado, comoentenderem. ¦;

Comprehende o leitor a vantagem que resul-tara disto. A actual publicação passará a ser, comoo seu titulo a inculca, uma Revista de commerciocom a sua litteratura especial, e também àbran-.gendo Iodos os conhecimentos que possam inte-ressar os espiritos ávidos de cultura. Por este prò-cesso constituir-se-á uma verdadeira revista dasrevistas, cuja leitura, temos a veleidade de suppôr,agradará a todos os gostos pela variedade, utilidadee boa escolha dos assumptos, porque, quanto maiorfor o numero dos seus leitores, maiores serão as

vantagens dos seus annuncios. E, ainda pensandoneste particular, comprehendemos que seria de bomaviso fozel-a de modo a corresponder aos interessesde todas as profissões.

Por esta forma suas paginas estarão diante detodos os olhos, serão manuseadas por todos osleitores, e, como a impressão de seus annnncios seapproximará tanto quanto possível for das publica-çoes congêneres européas, a propaganda commer-ciai alcançará os resultados desejados.

Sobre esta grande vantagem terá o annunci-ante a de possuir um bello cartaz mural (afiche),bastnndo para tanto, destacar da "Revista a parteque lhe diz respeito.

E é neste ponto que julgamos prestar serviçosaos cornmerciantes e industriaes do Brazil. .

O cartaz mural constitue, hoje em dia, o maispreferível gênero de annuncio em toda a Europa eAmerica.

Para a sua feitura escolhem-se os mais illustresartistas, sem considerar-se o preço das encom-mendas nem as difficuldades da impressão, enenhum artista se recusa a collocar o seu laureadonome no extremo de uma pagina que, alastrandopor todos os muros de Paris, Londres, Berlim, Ma-drid, Vienna e Roma, por todas as ruas das maisadiantadas capitães da Europa, dasrmais populosascidades dos Estados Norte Americanos, do j Chile edo Prata,, entra tampem para as collecçôçs das bi-bíiotlíécas, para as pastas.dos ateliers, e até chega aser reproduzida, -em reducção, n'uma revista mensalde subido valor.

A verdade obriga-nos a declarar que ainda nãoé este primeiro numero uma leve prova do que prc-tendemos, mas os nossos esforços estarão na razãodirecta do bom acolhimento que nos dispensarem.Quanto ao mérito da parte illustrada os entendidosque a julguem, porque são produCtos de umestabele-cimento montado com o que existe (j.e mais apertei-coado em artes graphicas, onde o trabalho è feitocom uma dedicação não comrau.rn Vuma terra que,embora riquissima, liberrima e nova,, tem tido ainfelicidade de dar generoso ásylo mais á trefegosambiciosos que a corações gratos e cultos espiritos.

E o publico que julgue dos nossos esforços. Abiestão.

Chamamos a attenção dos nossos leitoresparaasecção de commercio e industrias que inici-aremos no próximo numero, a qual constará dedescripção dos mais importantes estabelecimentosfabris desta capital e.da biographia de seus bene-méritos fundadores e directores.

NOTAS¦Ví+S\v

Apezar de tudo quanto se diz de nós na velhaEuropa, a emigração não.diminuo.

Durante o armo de 1897 entraram nos portos doBrazil 87.708 emigrantes italianos, sendo 31.060transportados pela Ligure Brasiliana.

A maior parte, ou melhor dizendo, qüási a to.fca-Üdade deste numero desti'noü-sé ao Estado de SãoPaulo.

Metta-se em linha de conta o numero de- emi-grantes allemãese russos entrados nos portos doParaná, Santa Catharina e Rio Grande do Sul; ode portuguezes que, em maioria, affiuem para osportos do norte e teremos uni total de 100.000 emi-grantes, dos quaes a terça parte vem expontânea-mente.

Existem actualmente no Brazil 34 fabricas detecidos de algodão, entrando nesta estatistica como maior numero o Rio de Janeiro, que possue 19grandes fabricas, algumas explendidnmente mon-tadas, para as quaes, em 1895,' só o Estado de Per-nambuco exportou 131.000 fardos de matéria prima.

Boa deliberação — Ao Sr. Prudente deMoraes, presidente da Republica, foi notificada adeliberação tomada pelos governadores do Pará eAmazonas de se fazer representar esses Estadosna futura exposição universal de 1000.

Gomo se sabe as condicções financeiras daRepublica não lhe permittiam entrar neste próximocertamen com que a França pretende abrir as pprtasdo século XX, mas, os dois Estados do norte tendoDosado os seus compromissos, concordaram emlembrar o nome da União Brazileira na grandefesta da civilisação.

Os que se dão ao estudo das economias doBrazil liem conhecem que são reaes os motivospara este penoso retrahimento, em todo ocaso, se outros Estados que se acham em con-dicções idênticas, ás dos dois referidos, como SãoPaulo e Rio Grande do Sul, quizessem seguir-lheso exemplo, muito seria para nos regozijarmosporque, só assim, a União mostraria ao mundo quedos seus vinte e um confederados ha quatro quepodem manter seus créditos. Acreditamos mesmoque, por este modo, mais outros Estados envidariamesforços para não desmerecerem na importânciaque lhes compete.

Será doloroso que a mais nova Republica nosdomínios da civilisação fique esquecida nesse gran-dioso concurso de adiantamento, quando ás suasriquezas naturaes são cubiçadas por todo o mundo!

ASSUMPTOS MUNICIPAESCASAS DE BANHOS DE MAR

O facto de ser a cidade do Rio de Janeiro banhada pelaságuas da lindíssima bania Guanabara retira-lhe ura dosencantos do verão ~ a épocha balnearia. •

Acreditamos mais que a ausência deste encanto provenhada espantosa improvidénòia da nossa Municipalidade do que,propriamente, da topògraphia da cidade, porque toda a faltade esthetica, de aceio e de hygiene resulta da péssima admi-nistrução municipal que, desde os primitivos tempos coloniaesaté hoje, tem desbaratado, esquecido ou negociado tudoquanto diz respeito ao bem estar material do povo..

Uma lei marcando pontos balneários daria duplicidade deefteitos benelieos.

Em primeiro logar concorria para a hygiene do banho demar que de todo nos falha, pois existem estabelecimentosbalneários em praias visível.e provadamente impróprias, querpela visinhança de estações de esgotos da City 1/nprooernentsquer pela sua localisação que impede os necessários exercicios complemetitares do banho d'agua viva.

Em segundo logar aügmentarià o patrimônio municipalcom edificaçõesde grande valor, predial, foros de marinha eaecreseidos, além de concorrer directamente para o melhora-mento e embellezamento do litoral que só possue de bello oque a natureza lhe deu e a mão do homem váe destruindoinconscientemente.

Possuimos excellentes (traias que poderiam ser utilisadoscom vantagens para esse fim.

Entre as que de momento nos oceorrem é memóriapodemos citar a do Flamengo, a da Saudade, a de Copacabana(em duas partes —Igreginha e Le Blprri) e da Gávea e a daTijuco, senvmencionarmos as que ficam do lado opposto dababia e que pertencem ao Esta cio do Rio.

A primeira das mencionadas, que está na linha littoralcentro da., cidade-, ofTerece grandes vantagens pelo vigor econstante renovação de suas ondas e aprazibilldade do local-

A' municipalidade .incumbiria de eèclel-a á Empreza miCompanhia que a explorasse em condições de concorrer paraomelhoramento da cidade, já exigindo um edifício modelo,digno da capital de uma União que'se diz eivilisada, já exi-ginclo que os concessionários fizessem o cáes (pcojectudo nalinha circular do Flamengo á Praia Vermelha) no trecho cor--réspondènte a área em que fosse demarcado o domínio útildo estabelecimento, comtnnto que respeitassem restHçtà-mente a planta geral do mesmo cães.

Falíamos em edifício modelo.Sim, entendemos por esta palavra uma casa de archi-

tèctura apropriada, aspecto bello senão sumptueso, con-strucção moderna de ferro, que servisse para domicilio deestação, com todas as commodidades de, estabelecimentoscongêneres construídos na Europa e na America do Norte.' Entendemos por esta palavra um edifício que preenchesseos sem; fins e não fosse um desdobramento dó desleixo e daanarchia cpje rearaoterisa tudo que se .faz neste puiz.A interferência dos poueres municipaes neste particular éa mesma a que eltes tém direito em outras concessões quedizem respeito ao interesse publico, como serviço telephonieo,ferro-carril urbano, limpeza publica etc.t e conviria que essespoderos attendessem com o maior critério á çcmstríieção detal estabelecimento para impedir que elle se' tornasse umaexploração indecorosa das necessidades dos infelizes mora-dores de uma capital onde fcüdó falia.

E necessário que os homens de governo se capacitem deque nao é só com montanhas de libras sterlinas tomadas porempréstimo aos Rothsehild & Sons, aos Morton, Rose and Co.,que se melhorará esta feissima cidade, faz-se necessário quea previdência, a seriedade e o patriotismo (o patriotismo bementendido e não o de facciosos amotinados) procurem osrecursos que a natureza de certas concessões lhes faculta,obrigando os concessionários a reverterem em lucro publicoparte do muito queusojruèm de suas pingues concessões.

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sidade° u%SS0 d° 8erVÍÇ° de banh0s de mar é uma ™ces-

Era nenhum paiz do mundo é dado ao homem civilisado o

de lavar-se, mas esta lavagem é feita como n^ma alcSamantima, em estabelecimentos de aspecto desagradável divf-didos em cubículos de pinho mal pintados, sem a menor 'noçãoda commodidade, sob a administração de um suje> homem detamancos que não entende de outra cousa senão a de contarjot

cabeça, o numero de banhistas para sommar a fériaPor outro lado, como os estabelecimentos balneáriosacham-se em estreito espaço que também é disputado pêlotransito de carroças, de bondes e, algumas vezes, pela efes-carga de saveiros, acontece que o aspecto dessas praiastorna-se desagradável mente reles, pela falta de animação qSedeveria ter como aprazível ponto de passeio matinal q

FnC0Und9/s esjabe,ecimentos desta ordem estão desafi-o os capitães dos emprehendedores.ü estamos convencidos de que realisal-os, como ellesU que nos falta para augmento de riqueza é um poucode emprehendimento, de actividade yankee, como os inffies

riniSSf a Utlhssima e ai™Jad» disposição" dos norte-ame!

O que é bem feito nunca deixa de dar bons resultados.

->««3-

O PÃO BARATO

A propósito da carestia da farinha detrigo e da sua provável próxima elevação depreço, tem-se procurado despertar tenta-tivas da pàniíicação de outras farinhas, par-ticularmente e com vantagens da de milho,que é grandemente alimenticia.

Vem com opportunidade recordar aquio que escreveu o illustrado dr. von Martiusa respeito do pão de farinha de mandioca,por ser esta raiz abundante no Rio de Ja-neiro, e todo o norte da Republica.

Escrevia aquelle illustre homem de sei-encia :

«A fabricação do pão, feito com farinhade mandioca, ou como a chamam vulgar-mente farinha de páo, é de certo de maiorimportância para um paiz que cultiva pou-co trigo e centeio, e que por conseguinte,.nesse ramo de industria, depende da impor-taçãoestrangeira. Falta á farinha de páo,principalmente, aquella parte das outras fa-rinhas, dada nos princípios azotados e noácido phosphoriço, e .tão necessária não sópara tornar o pão nutritivo, mas tambémpara fazer levedar a massa. Por essa razãoem muitas terras a# farinha de páo aindanão serve para fabricar pão cosido verda-deiro. Mas parece chegado o tempo de intro-duzir nas padarias as manipulações neces-sarias para obter com essa mesma farinhaum alimento pouco differente do pão, quese faz na Europa.

Outra circumstancia ainda contribuiopara os padeiros deixarem de se oecupar datransformação da farinha de mandioca empão ; é a falta de boa levedura ; com effeito,a única que vem de fora é a levedura seccaou comprimida.

Já no século passado houve quem íi-zesse notar que se podia cozer pão tambémsem levedura, misturando com a massasubstancias capazes de desenvolver nellaácido carbônico. Este gaz, desenvolvendo-sesob a acção do calor, forma as mesmas bòr-bülhas, vulgarmente olhos, que tornam opão de uma digestão fácil e o cozimentomais homogêneo. Nos tempos modernos a

O MERCÚRIOfabricação do pão sem levedura foi princi-palmente.recommendada ás padarias mili-tares dos exércitos em campanha, porqueas substancias chimicas (ácido phosphoriçobicarbonato de potassa, sal de cosinha)empregadas na manipulação, não são su-jeitas a corrupção, e são de um transportelacil. Ha, porem, outra observação aindamais importante; é preciso fazer entrar nacomposição da massa aquelles princípiosazotados, que faltam inteiramente á farinhade mandioca ou se encontram, nella em pro-porções mui mínimas.

No grão de trigo esses princípios resi-dern nas camadas exteriores do tecidocellular, ímmediatamente debaixo da pelleou casca da semente. Na grande economiada Natureza' elles tem ainda a destinaçãoparticular de fazer entrar em fermentação oamidao, que enche a parte intima das cel-lulas e de produzir o assucar, que tem umaparte tão essencial na nutrição da jovenplanta. Na maltagem do trigo, operaçãoque tende também a produzir no grão oassucar,essa parte da semente exerce umafuneção especial.

Existem na farinha de páo os princípiosazotados, mas em proporções mui pequenas.Por conseguinte quem com ella quizer fa-bncar pão, segundo um methodo racional,deverá por força addicional-os á farinha,'obtid.a pela moagem rigorosa e pontual damandioca^ O farelo do trigo europeu contemainda muitos desses princípios juntos áfibra ou á substancia cellular da casca dasemente. Seria, portanto, necessário moero farelo e reduzil-o á pó íino, para podermistural-o com a farinha de mandioca eproduzir a verdadeira massa de pão. Dahiresulta a necessidade de importar a farinhade farelo nos paizes tropicaes, o que seriaem todos os casos mais barato do que a im-portação do trigo. A côr e a delicadeza dopão de farinha de mandioca pouco soffreriacom esta addição, ao passo que a potêncianutritiva augmentaria.»

Convém dizer que a idéa de Martius,acima transcripta, data de fins de 1867, eaté hoje nenhuma tentativa foi feita noBrazil para esse resultado, quando nas An-tilhas de ha muito seus filhos a praticamcom vantagens.

dos Pagodes (fiem religiosa) bastante co-nhecidas no Rio de Janeiro, onde bem seaclimataram.¦ O segundo insecto, o kermes, como o

primeiro, nasce nos paizes quentes e tempe-rados, vivem nas videiras e nas figueiras.Um hectar de nopal fornece de 400 á

900 kilogrammos de cochenilla, que sevende de io a 15 frs. o kílogramma.A França em 1855 importou'413,884

kilogr. desses insectos valendo 4.138.848Ir. e hoje em dia a sua importação^ enorme.Ambos esses insectos servem paracolorir seda e lã, para a fabricação dasmassas de pintura carmesin e escarlate,entrando também na composição das coresvioleta e malva, e na dos mais estimadosvernizes e ainda serve para colorir licoresopiatos, pós dentifricios etc, tendo appli-cação na medicina.O kermes vive muito bem no Brazil,do Rio de Janeiro para o norte.

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UM CULTIVO SEM TRABALHO

Todo o mundo sabe.que a bella côr queem tinturaria é conhecida pelo nome decarmim provém de duas qualidades deinsectos, a cochenilla e o 'kermes,

mas oque muita gente ignora é que em o nossopaiz pôde se obter o cultivo desses insectossem grande trabalho porque, para a suapropagação, bastará offerecer-lhes as plan-tas em que elles se criam e reproduzem.

O primeiro dos insectos citados, que éo que produz a tinta mais bonita e estimada,vive no cactus nopal ou opimtia coccinelli-fera, originário da America e que em nossosjardins dão abundantemente; também hauma variedade de cochenilla, denominadalacca grandemente estimada, que vive nafigueira da índia (ficus indica) e na figueira

0 BIFTECK DE URSO

Atravessando o Simplom, franqueadao Vaiais, paramos á porta d'albergaria daPosta, em Martigny. •$

O alberguei™ veio polidamente, dechapéo na mão, convidar-nos a tomaralgum repasto. Tinhamos jantado em Lion,agradecemol-o. •

Com a mesma polidez com que nosrecebeu elle retirou-se. .?

"—- Eis um encantador albergueiro !

disse-me o meu amigo e companheiro. ®Parece. :;: ,;:*Palavra que sim.

E eu estou aqui a pensar que, se tulhe disseres o meu nome, seria forçado, pro-vavelmente, a desandar-lhe uns cascudosemquanto mudamos os animaes.

Como assim }Porque em vez de fazer fortuna com

uma pilhéria que lhe preguei, teve elle omáo gosto de se enfadar, e tem-me um ódiode morte!

r-Atí?Sim, a mim.Ah ! bah !Chama-o e diz-lhe que ficaríamos se

elle pudesse dar-hos um bifteck de urso.He !.. Senhor!.. Senhor albergueiro !gritou o meu amigo antes que eu tivessetempo de impedil-o.

O albergueiro voltou.Aqui o meu companheiro acha-se

disposto a comer em vossa casa se, poracaso, tiverdes bifteck de urso.Eu tenho visto muitos rostos se trans-

formarem; tenho visto estas transformaçõesoceasionadas por noticias terríveis, porinesperados accidentes, por graves ferimen-tos..; Nunca vi, porem, transformação dephisionomia semelhante á do infeliz alber-gueiro da posta de Martigny.

Ah ! gritou elle agarrando os ca-bellos, com fúria —ainda ! sempre !... Nã@passará um viajante que não diga a mesmagraçola}

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O MERCÚRIOmaeittmfZi

W-í.Alias, que diacho! retorquio o meu

companheiro, eu li isto nas Impressões deViagem, do Alexandre Dumas.'—As fmpressoes de Viagem de Ale-xandre Dumas ! berrou o infeliz hoteleirode posta, mas então ainda existem pessoasque as lèam ?

E porque não as lerão?... arrisquei-me a perguntar-lhe.Porque é um livro atroz, um amon-toado de mentiras, cuja leitura deveria con-stituir crime bastante para a pena demorte... Oh ! o Sr. Alexandre Dumas! con-tinuou o infeliz negociante cie sopas pas-sando da cólera á exasperação, se eupodesse encontral-o um dia !... Em-bora seja obrigado a ir á Paris hei dedar-lhe cabo dos ossos, porque se o esperoaqui na Suissa, estou bem aviado ! Nem atanto chegará a sua audácia, elle bem sabeque que eu aqui estou de guarda paraestrangulal-o, e disto já lhe fiz sabedor.Pois bem, se o encontrardes, se vós oconheceis, dizei-lhe isto ainda, tornai adizer-lhe isto cada vez que o encontrardes,retornai a dizer-lhe isto, sempre !.. sempre !

E o albergeiro entrou em casa comoum doudo, como um desesperado.

Que tem, o teu patrão? pergunteiao postilhâo.Ah ! dizem que elle apanhou umadoença com um gracejo que um tal senhorde Paris lhe disse, ao passar por aqui.

E elle quer matar esse tal senhor deParis?

Oh ! se o quer...Absolutamente ?Sem remissão.

E se o tal senhor de Paris lhe dis-sesse de repente: « Eis-me aqui, sou eu !»que faria elle ?

Oh! sem duvida cahiria mortoinstantaneamente.

Está bem postilhâo... quando vol-tares, dize ao teu patrão que o Sr. Ale-xandre Dumas aqui esteve, que elle lhedeseja uma longa vida e toda a sorte deprosperidades.— A caminho jAhi está uma bôa peça! murmuravao postilhâo, partindo a galope. Certamenteque lhe direi, certamente que elle serásabedor disso e morderá os punhos por nãovos ter reconhecido. Toca, Ia Grise, toca,hup!

Meu companheiro estava pensativo.Em que pensas ? perguntei-lhe.Procuro a causa cio ódio desse ho-mem contra ti.

Não o comprehendeste ?Não.Recor-da-te bem do bifteck de urso

de que falo nas minhas Impressões de Vi-agem f

Por certo ! foi a primeira causa queeu li.Pois bem, foi em casa deste ho-mem que Alexandre Dumas comeu bifteck

de urso, ern 1832.Depois?

~~ Outros como tu leram o caso dobijteck, de sorte que uma bella manhã poralli passou um viajante mais curioso oucom menos áppetite que os demais, o qualdisse ao notar para a lista do hotel:

« Não tendes urso?u Gostaes delle? perguntou o hoteleiro.« Eu pergunto-vos se tendes urso ?« Não, senhor, não.

E tudo acabou nisto... Um dia, doisdias, oito dias depois, um segundo viajanteposou seu cajado ferrado no anglo da porta,atirou o chapéo sobre uma cadeira, e sacu-dindo a poeira dos sapatos perguntou aoalbergueiro :

—Ah ! não ha duvidas em que eu estejaem Martigny, não é assim?

—« Sim, senhor.« No hotel da Posta ?

—« No hotel da Posta.—« Então, é aqui que se come urso.—« Não vos comprehendo.—« Eu digo que é aqui que se come

urso.O dono do hotel olhou embasbacado

para o viajante.—«Porque hade ser aqui e não em

outra parte? perguntou elle por fim.—«Mas, porque foi aqui que o Sr.

Dumas o comeu.. —«O Sr. Dumas!

—«Sim, o Sr. Alexandre Dumas....Não conheceis o Sr. Alexandre Dumas?

—«Não.—«0 auctor do Henrique III, do

Antong, da Torre de Nesle f—« Eu não o conheço.—« Ah ! pois como elle nos conta nas

suas Impressões de Viagem que foi aquique comeu carne de urso... Mas, se não atendes agora, não falaremos mais nisso,será por outra vez. Vejamos o que se pôdecomer.

—« Podeis escolher pela lista, Sr.—« Oh !... pouco me importa a lista.Dae-me do que houver, desde que não haurso tudo me é igual.

E com um ar de desgosto, achando ospratos desagradáveis, o segundo viajantecomeu o jantar que lhe serviram. No diaseguinte, dias depois, uma semana decor-neta, chegou um viajante que, sem nadadizer, descançou no chão o seu sacco deviagem, sentou-se diante da primeira mesaencontrada e bateu com a faca no copo,chamando :

« Caixeiro!O caixeiro apresentou-se.

«Que desejais Sr., para vos servir?« Um bifteck de urso.« Ah ! Ah !« Vamos, depressa, e que seja san-

grento!O caixeiro não se movia.

« Então, não entendeste, farcista?« De certo que entendi.« Nêste..cãso vá encommendar o bife.«Mas, é o que o Sr. parece, desejar

um bifteck especial...«Um bifteck de urso.« Sim,.. mas... não o temos...« Como?... não tens?«Não.« Chama o teu patrão.«Ajas, Sr., meu patrão...«Vá chamar o teu patrão !«Entretanto, Sr....« Eu já te disse que chames o teu

patrão !

0 viajante levantou-se tão magesto-samente que o caixeiro não mais pensousenão em obedecer.

E desappareceu, dizendo:«Eu o chamarei.. .eu vou procural-o..«Aqui me tendes Sr., disse o alber-

gueiro ao termo de cinco minutos.«Ah ! que felicidade!« Se eu soubesse que o Sr. desejava

particularmente tratar commigo...«Desejo tratar comvosco porque o

vosso caixeiro é um tolo V g\S«E' possível, Sr...« Um impertinente !«Por acaso teve elle a imprudência

de faltar-vos com. o respeito ?«Um insolente que desacreditará

o vosso estabelecimento !« Oh! oh! isto torna-se grave... Sè o

Sr. quizer ter a bondade de me informarem que falta elle incorreu...

« Como ! estou eu a lhe pedir umbifteck de urso, eelle a fingir que me nãocomprehencle!

«Ah ! ah ! é que...« Tendes urso ou não tendes urso ?«Sr., permittireis... r« Tendes urso ?« Mas, em summa, Sr....« 0 urso ou a morte! Tendes urso?«Está bem, não, Sr,...«E' preciso resignarmos, não ha re-

médio; disse o viajante tomando do seusacco.

« Que fazeis, Sr.?...«Vou me embora.«Como, partis ?« bem duvida.« Mas porque vos retiraes ?«Porque eu não me ciaria ao trabalho

devir á vossa bodega se soubesse não en-contrar carne de urso. Desde que não atendes, vou procural-a em outro logar.

«Entretanto, Sr....« Viva!

E o viajante afastou-se a resmungar- •por entre os cientes :

« Parece que tendes preferencia peloSr. Alexandre Dumas. No entanto um via-jante que é negociante cie vinhos de *BòuK"gognedeve valer mais alguma cousa queum homem de lettras

E o albergueiro ficou aturdido... Agoracomprehenderas, meu caro, que essas mal-dietas Impressões foram bastante lidas, im-pressas, reimpressas e que não. houve um•só dia que um excêntrico viajante nuo pe-disse, no hotel da Posta, um bifteck de urso.Dir-se-ia que francezes e inglezes fizerampraso dado na albergaria da Posta paradesesperar ao seu desgraçado proprietário.Jamais Pipelet recusando seus cavallos aCabnon, aos amigos de Cabrion, aos conhe-ciclos de Cabrion, teve tanta perseguição,foi mais atormentado, que o hoteleiroda posta de Martigny! . Um albergueiroírancez teria lançado mão da oceasiao : mu-dana Iqgo.a sua taboleta : em logar destaspalavras "Hotel da Posta", teria posto"Hotel do bifteck de Urso", monopoli-sando todos os ursos das montanhas circum-visinhas; quanclp faltasse urso elle o sub-stituiria por boi, javali, cavallo, o quer queiosse, pois que seria adubado com um

XUs

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molho desconhecido. Em pouco tempo asua fortuna estaria feita, e retirar-se-ia doseu negocio, vendendo caro o traspasse dohotel e ' bemdizendo o meu nome. Esteoutro também vae accumulando a sua for-tuna, porem mais lentamente, saculejadopor coleras incessantes que arruinam a suasaúde e maldizendo o meu nome.

Alexandre Dumas, (paej.

¦

*VXZ&IOXm~«4Êem~*.t,

HENRI ROCIf EFORT*——— -T~nrminnní—uma

"vv Edmundo de Goncourt, em um dosnúmeros do seu jornal, deixou-nos umincisivo retrato, a traços de esboço, dessepopularissimo francez, o famoso pamphle-tista republicano da Lanterne, que, hapoucos mezes, sahio dos cárceres onde cum-prio, num excellente aposento mobilizado,apena de cinco dias de prisco por ter injuri-^ado um senador no celebre processo Zola-Dreyíus. v

Eis o que diz Goncourt, cuja phrasenftó é precisamente este desengonçado por-tuguez que ahi fica :: «Esta tarde janto em casa de Charpen-

tier com Rochefort.• ^ «tim topete em escalada, como de

cabellos em fios de arame, umbffio sem côr,.triang-ularmente velado pela sombra de umaprofunda arcada superciliar, e neste olho^.m-olhar de césro rj,

â. t úyVJO Wjp. i 4- ~* clinhas malignas e atormentadas de umnervoso duelista da corte dos Vaiois, hojeas cinzelaras dos seus traços se alargam em.grandes pianos, sólidos, rectelineos, brita-nicos.

«Vamos para a mesa, e desde logo Ro-chefort fala-me attencioso e gentilmente, domeu livro sobre a du Barry, contando-meque, em poder de sua família fora conser-vado por muito tempo um bpnnet da amantede LuisXV, o qual uma de suas avós (delleJ?ochefort), encarcerado com ella, tinhaapanhado um dia. em que a pobre mulherhVò atirara para tomar o bonnet de umadetida que acabava de ser absolvida pelotribunal revolucionário. E da aneclocta ellepassou á historia dos seus papeis ele iamilia,que lhe tinham sido roubados durante aCommuna, e agora, lhe eram oferecidos, ávenda. Quer queira, quer não, o arisíoaponta em cada palavra do democrata, efalando de Gambetta, que elle denominapríncipe da rusticidade, sente-se todo odesdém do homem bem-nascido pelo filhodo esoecieiro de Câhors e por todos osaspectos grosseiros daparvmu.,

«Ha, neste Rochefort, devo confessar,um encanto leito d'uma certa delicadeza deespirito, de uma espécie de alegria bregeira,e sobre tudo de uma maledicencia quasiíemenina.

«Na conversação houve um momentoem que elle deixou cahir, sem jactancia ecomo a confirmação de um facto, estaphrase : « Sim, eu sou o homem que podetrazer para as ruas ioo.ooo homens!»

O MERCÚRIO

PELAS ARTES

LETTRAS

Um dos livros que mais tem sido procurado ultimamente em1 aris, e que tem por titulo Na sombra do Harem, interessantese curiosas paginas sobre a intima existência do mysterioso Serralhoque lheophilo Gauthier dizia ser a pedra de toque das phantasiasdos viajantes christàos. Noticiando esta novidade vem a pelloreeditar urna anedocta que poucos aqui conhecem, contado sob otitulo de Presente do Sultão. Contava o general Sebastiani quetendo feito abortar o ataque contra Constantinople planeiado oclosmglezes, o sultão Selin lhe disse :¦Que desejas tu? Eu te darei o que me pedires.--Se assim é, eu pedirei a Sua Alteza a permissão de visitaro Harem. '

E' bem, tu o visitarás.Terminada que foi a visita o Sultão volveu:Notastc alguma mulher que te agradasse ?Sim, respondeu o general e designou qual fosse.L bem, murmurou outra vez o Sultão.

_ Eá noite o general Sebastiani recebia sobre um riquíssimo pratocmzellado a cabeça da mulher designada; acompanhava-a umojjlcio escripto nos seguintes termos :«Na qualidade de musulmano eu não posso offerecer-te, a tichnstão, uma mulher da minha religião, mas tu podes ter a certezade que, a mulher que tu desejasté, nunca será de outrem.»

As duas épocas de Oscar Wilde.

^ Ainda está na memória de todos os leitores fluminenses o escan-daloso processo a que foi submettido e por elle condemnado o celebree contemporâneo poeta chefe dos decadistas inglczes. E' curioso,portanto, conhecermos as duas épocas dessa individualidade dasíettras do nosso tempo que assim são *descripias

por um escriptorçhrpnista. «Diz H. de Regnier, em recentes notas sobre Wilde.—Cada armo, pela primavera, e ás vezes pelo inverno, encontrava-seem Paris um genuíno gentiíbomme inglez. Elle desíruetava aqui aexistência que M. Bourget, por exemplo, poderia desfruetar emLondres, freqüentando os artistas e os saiões, os restaurantes e asnotabilidades mundanas, tudo o que interessa a um homem instruídoe elegante, que sabe pensar c que'sabe viver. Este estrangeiro erade alta estatura ,e cheio de corpo. Uma côr íianguinea tornava ainda•mais largo seu rosto' escanhóado c proconsular. Era uma medalhaglabra. Os olhos sorriarh; As mãos pareciam bellas, um pouco largase graxeas, uma deltas ornada no annülàí po; argolão com o seara-bèllo de pedra verde. A .grande estatura desse homem consentia aamplidão de esplendidas redingotas abertas sobre colletes de velludoou de setim-brocado. Cigarros d'Oricnte< de extremidades douradas,fumégayarn constatotemente em seus lábios. Uma flor caprichosa naabotoeira, compilava este vestuário estranho e ao mesmo tempometiculoso. De fiacreem íiacre, de café cm café, de salão em salão,elle fazia os seus passos preguiçosos de homem gordo, um poucocalcado. Correspondia-se por teiegramrrias e falava por apólogos.Sahia .do almoço de M. Barres para ir ao jantar de M. Moréas, porquetinha D curiosidade de todos o.s pensamentos, e as idéas audaciosas,concisas e engenhosas do primeiro, o itUerressavám tanto quanto asaífírmaçÔes breves, sonoras e peremptórias do segundo.

Paris acolhia este. viajante com alguma curiosidade. M. Huguesí..c Roux o louvava, M. Theodoro de Wyzeyva o arranhava; nada,porém, turbava n sua solida galhardia, a

"sua sorridente serenidade e

a »ua beatitude st/btil....' Elle chamava-se Oscar Wilde, poeta inglezi homem de espirito... Se sciis poemas valiam os de Algernon Swin-burne, eu o ignoro, m: s_um volume de ensaios da mais engenhosadialética, urnromance dramático e eloqüente, a reunião de quatrocontos bèllissirnbs e o iridísciíttivel renome do mais extraordinário dosesthétas do outro lado, lhe davam um halo de gloria e certificavamuma personalidade interessante,... A gente cnthusiasmava-sc porRi)Si Kecordo-me que uma

chegou a pretender, em urnaelle, e não poucos foram os seus fanatidistjncta senhora da minha- amisadeoceasiao, descobrir em derredor cia cabeça dclle uma aureola... Issofoi num jantar, finíssimo e longo, em luxuosa sala, cheia de luz. Atoalha estava coberta de violetas. O champàgnè eiíervescia nastaças facetadas; jacas de oun cortaram frucíos deliciosos: M. Wildefalava. Tinham ro reunido em tomo deite alguns convivas silenciososc dispostos a escuta!-o... O cigarro dourado apasrava-se e de novo eraácçéso, A sua mão corri um gesto lento fazia esverdinhar o escara-bello annular, o rosto animava-se, a palavra proseguia clara, umpouco arrastada, sempre egiah.. Elle tinha viajado, percorrido aAmerica, em calções e um giíasôl na de.vlra; a Itália cm dandy by-roneano. Vio se em França] cruzando n'um yacht as costas nor-mandas. Em Londres participava da vida elegante creada pelasgrandes fortunas e os grandes herdeiros. Conheceu o prazer de sereditado luxuosamente. Se.is poemas eram vendidos encadernados emvelino branco com lavores de ouro. o seu Dorian Qrey apparcceucom uma capa de papel jgris que parecia feito da cinza de cigarros; oseu Mouse of Pomeg;-anat,is com uma eintagern de tão ricopapel que seria digno do corte d'um bello collete. Representava-se com •suecesso as suas peças em Vários theatros, e nas. premi/ir es o auetorexibia-se com o primeiro ramo de resedás que era colhido. Istodizia delle li. Regnier, lembrando as suas passagens por Paris,admirado, querido, feliz. Agora necessitamos de saber o que é feitodesse bafejado da Fortuna. Depois de anno e rneio da terrível prisãona capital ingleza Sua Magésfáde a rainha perdoou-lhe, a muitocusto, os poucos mezes que lhe faltavam para terminar a pena.Oscar Wilde sahio do cárcere completamente outro. Uma tintabiliosa suecedera ao bello sangue das suas faces, já hoje disfiguradaspelas rugas ; seus lindos cabcllos tinham sido aparados á escovinhae estavam grisalhos, quasi brancos; fizera-se um acabrunhamentoem todo a sua pessoa. Vendeu os bens que possuía, alias poucos ;seus livros tiveram interdictò de commercio; seu nome desappareceudos cartazes dos theatros que nunca mais se comprometteram comsuas peças. Assim expulso, prohibido, desafortunado, partiupara Nápoles com a sua esposa, porque, apezar do caso do marque-zinho de Danglass, que u levou á prisão, Wilde era casado, amavasua esposa c era idolatrado por ella. Era, digo eu; sim porque ella

já não existe, falleceu ha pouco nesta terra de sol, de laraneeirascom fruetos de ouro, de céo azul e ondas azues... mas, onde 21mando, envelhecido e taciturno, gemia pela extinção da sua boaestreita. E hoje, n uma cas.ta para os lados de Sorrento, curte os diasde tristeza e viuvez, n uma obscura existência de reprobo, esse aueque foi um ídolo para muita gente.» qE' um termo de existência bem triste., na realidade !Muitos escriptores tém acabado n'uma obscuridade profundamas voluntariamente, e deixando seus nomes cercados do prestíiôdo tempo das suas Cruzadas de Arte. Léon Cladcl, o celebre estyliítada vida camponia, morreu numa choça, entre velhos carvalhos coma sua roupa de camponez e a sua arca de pobre como único trastealem da enxerga, de um quarto frio; Alphonse Karr, que se fez ftorilcultor, levantando hombros ás mundaneidades que tanto o seduziramacabou no seu canto de ilha, encannecido e rústico como se nuncahouvera conhecido as luzes de Paris c os mármores dos salões ricos:5SS£ ftrí qJUe 8Ó conhee,a a, fomc. quando sentio os primeirosclarões da Felicidade tomou um destino mysterioso, até hoje emtrevas; Kolinat, que tocou nos nervos parisienses com as Nevrosesvive errante e entédiado Ceard, que foi do famoso grupo de Medan«21E..T par0C,a talhado pe,n flcstino Para admiração dos fasci-naaos, desappareceu na morte como qualquer sem nome... muitosoutros que vieram á publicidade com applausos, que tiveram critica,fanáticos e venturas, deixaram-se absorver pejo tédio, excluiram-sêçor

vontade própria. Mas esse.... Pobre delle l E' um exilado da

O pauvre Lehan, aquelle adorável Paul Verlaine que tambémfoi, senão um exilado^da Fortuna, que elle jamais teve em seus dias,mas um excluído da Sorte, deixou na Inglaterra um grupo de enthu-siastas seguidores. Um delles, Vincent O1 Sullivan acaba de publicarum poema intitullado lhe Rousès of Sin cujos versos estãolazendo suecesso nos melhores salões londrinos. Diz a critica quesão magníficos os lavores escriptos desse delicado poema verlaineano,e dignos daquellc que servio de estrella polar ao jovem poeta.

-*-

Mudando, como se diz, de um pólo a outro, falemos um poucoda prata de casa.A fama da fecundia e actividade de Balzac e de AlexandreDumas, pae, parece estar prestes a minguar e obscurecer-sc diante daespantosa fertilidade c extrordinario trabalho de Coelho Netto.Até hoje, na historia bibliographica do nosso cachétismo litterario,não ha noticia nem lembrança de quem tanto houvesse produzidoem tão curto espaço de tempo.Uma caricatura em hebdomadário de época, se não erramos, de1866, representava Joaquim M. de Macedo com vinte e tantas mãos,a escrexer vertiginosamente. Até os nossos dias foi elle quem mais

produzio. Coelho Netto, porém, redobra de actividade, e, sem duvidaalguma, desomma de talento despendido a vista das terríveis exi-gencias da litteratura contemporânea. A tanto chegou a sua producçãoque com o intervallo de 24 horas, a casa Laemmert expoz á vendadois novos livros delle: O Paraizo e a Descoberta da índia,armunciando para brevemente mais outro fasciculo do procuradoálbum de Caliban e mais próximo, uma lista de obras, no prelo I

—4*~~

Entraram para o prelo os originaes das Evocações, livroposthumo de Cruz e Souza, artista de versos impeccaveis e cinzcladorde períodos brilhantíssimos. Este livro não será posto á venda ; éfeito por uma espécie de subscripção entre os seus admiradores, queelle deixou em bom numero e contados no meio dos mais delicadosespiritos.

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Olavo Bilac, fiome que prescinde de qualquer rscommendaçãoporque é vantajosamente conhecido do publico, que o estima, deu ápublicidade um poema com o titulo de Sagres.

PINTURA E ESCULPTURA

Realisou-se, ultimamente em Londres, nos salões da RealSociedade de Artistas Londrinos, uma encantadora exposição dasraparigas artistas do Real instituto de aguarellas. . . áição obteveum êxito extraordinária. Tornou-se a great atractior: dos últimosdias de inverno. Dois trabalhos, um d"e Miss Jane Dealy, A Sand'Castle,

outro de Miss Helena Magiane, An Iniruder, attrahiíainos olhares das lindas amadoras que alli ostentavam suas primorosastoilcttes de estação. Parece estar resolvido que a exposição sejaannual; o resultado desta animou muitíssimo os seus organisadores.

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Um paysagista novo. Em Santos tem conseguido boas vendaso paysagista brazileiro, Roberto Mendes que, dentro de três mezes.fará a sua estréa nesta Capital. Roberto Mendes é um delicado eimpressionado interpretador do natural e virá trazer ao estalhar-daço scenographico das paysagens em uso (quando não descabam naaffectacão do curopeismo) a nota da profunda serenidade myste-riosa das nossas selvas, uma maneira finíssima de sentir e reproduziros encantos dos trechos picturaes desta nalureza de que poucosconseguem approximar-se.

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