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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a CSL - Apuração trimestral pelas empresas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido a S/A - Adoção de quorum assemblear mais elevado nas S/A de capital fechado a IRPF - Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2014 (relativa ao ano-calendário de 2013) - Regras básicas Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 13/2014 Aviso Importante Este fascículo contém folha extra do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas IOB referente ao mês de Abril/2014. / a Tributos e contribuições federais IRPJ Lucro presumido 01 / a Direito de Empresa Indicação do local da sede nos atos constitutivos e nas suas alte- rações 16 / a IOB Setorial Comércio Exterior Simples Nacional - Exportação de bens e serviços 18 / a IOB Comenta IRPJ/CSL Remunerações dos sócios, diretores ou administradores, titular de em- presa individual e conselheiros fiscais e consultivos - Dedutibilidade 23 / a IOB Perguntas e Respostas IRPF Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Demolição e construção de imóvel - Custo de aquisição 24 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Dependentes - Rendimentos auferidos 24 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Pecúlios recebidos - Tratamento tributário 24 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Planos de saúde - Dedução 24

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a CSL - Apuração trimestral pelas empresas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido

a S/A - Adoção de quorum assemblear mais elevado nas S/A de capital fechado

a IRPF - Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2014 (relativa ao ano-calendário de 2013) - Regras básicas

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 13/2014

Aviso ImportanteEste fascículo contém folha extra do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas IOB referente ao mês de Abril/2014.

/a Tributos e contribuições federaisIRPJLucro presumido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Direito de EmpresaIndicação do local da sede nos atos constitutivos e nas suas alte-rações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

/a IOB SetorialComércio ExteriorSimples Nacional - Exportação de bens e serviços . . . . . . . . . . . . . . 18

/a IOB ComentaIRPJ/CSLRemunerações dos sócios, diretores ou administradores, titular de em-presa individual e conselheiros fiscais e consultivos - Dedutibilidade . . . 23

/a IOB Perguntas e RespostasIRPFDeclaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Demolição e construção de imóvel - Custo de aquisição . . . . 24Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Dependentes - Rendimentos auferidos . . . . . . . . . . . . . . . . . 24Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Pecúlios recebidos - Tratamento tributário . . . . . . . . . . . . . . 24Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Planos de saúde - Dedução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legilação societária : IRPJ : lucro presumido : IOB setorial.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2101-2

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-01908 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Anexo à Edição nº 13/2014 FE 1

IndICadoRES EConômICoS E FISCaIS E REaJuStE dE aLuguéISI - IndICadoRES EConômICoS E FISCaIS

Posteriormente ao envio do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas - Tributário Federal para Abril/2014, foram divulgados os seguintes índices que o complementam:

a) TR de março/2014: 0,0266%;b) Selic de fevereiro/2014: 0,79%;c) TJLP (1º trimestre/2014): 5% a.a.;d) valor que teria o BTN atualizado pela TR (março/2014): R$ 1,5755.

Também foram divulgados os índices de inflação do mês de fevereiro/2014, conforme tabela a seguir.

ÍNDICES DE INFLAÇÃO - PRINCIPAIS ÍNDICES

MÊS/ANO ICV (DIEESE) IPC (FIPE) INPC (IBGE) IPCA (IBGE)

VARIAÇÃO VARIAÇÃO VARIAÇÃO VARIAÇÃO

NO MÊS NO ANO NO MÊS NO ANO NO MÊS NO ANO NO MÊS NO ANO

% % % % % % % %

MARÇO/2013 0,78 2,69 (-) 0,17 1,20 0,60 2,05 0,47 1,94

ABRIL/2013 0,31 3,01 0,28 1,48 0,59 2,65 0,55 2,50

MAIO/2013 0,61 3,64 0,10 1,58 0,35 3,01 0,37 2,88

JUNHO/2013 0,34 3,99 0,32 1,91 0,28 3,30 0,26 3,15

JULHO/2013 0,09 4,08 (-) 0,13 1,78 (-) 0,13 3,17 0,03 3,18

AGOSTO/2013 0,09 4,17 0,22 2,00 0,16 3,34 0,24 3,43

SETEMBRO/2013 0,24 4,42 0,25 2,26 0,27 3,61 0,35 3,79

OUTUBRO/2013 0,64 5,09 0,48 2,75 0,61 4,24 0,57 4,38

NOVEMBRO/2013 0,45 5,56 0,46 3,22 0,54 4,81 0,54 4,95

DEZEMBRO/2013 0,44 6,02 0,65 3,89 0,72 5,56 0,92 5,92

JANEIRO/2014 1,95 8,09 0,94 4,87 0,63 6,23 0,55 6,50

FEVEREIRO/2014 0,61 2,57 0,52 1,46 0,64 1,27 0,69 1,24

Nota

Os índices de inflação acumulados podem variar de acordo com a fonte consultada. Nosso critério de arredondamento é o mesmo utilizado na regra aritmética: o resultado final do algarismo igual ou acima de 5 é arredondado para cima.

II - REaJuStE dE aLuguéIS ComERCIaIS E RESIdEnCIaIS

1. CLÁuSuLa dE REaJuStE anuaL

Por força das medidas decorrentes do Plano Real, é admitida a estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a 1 ano, como ocorre, por exemplo, nos contratos de aluguéis.

Assim, os contratos de aluguéis poderão conter cláusula de reajuste, desde que tenham prazo igual ou superior a 1 ano. Observe-se, sob esse aspecto, que é nula de pleno direito qualquer estipulação de

Mantenha esta folha encartada no Calendário Tributário Federal para Abril/2014

FEDERAL

EXTRACalendário de Obrigações e Tabelas Práticas - Tributário

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2 FE Anexo à Edição nº 13/2014

reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a 1 ano.

(Lei nº 10.192/2001, art. 2º, caput, § 1º)

2. ContRatoS Com EStIPuLação dE REaJuStE PELo (ExtInto) IPC-R

Os contratos de aluguéis firmados a partir do mês de julho/1994 somente poderiam prever cláusula de reajuste (anual) segundo a variação acumulada do IPC-r.

Todavia, como o referido índice foi extinto desde 1º.07.1995, nas obrigações e nos contratos em que haja estipulação de reajuste pelo IPC-r, este deve ser substituído, a partir da citada data, pelo índice previsto contratualmente.

Na hipótese de inexistir previsão de índice de preços substitutos e caso não haja acordo entre as partes, deverá ser utilizada a média aritmética simples do INPC e do IGP-DI, a qual pode ser encontrada por meio da seguinte fórmula:

Variação mensal =Variação anual do INPC + Variação anual do IGP-DI

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Com base nessas disposições, a média arit-mética simples do INPC e do IGP-DI, acumulados de março/2013 a fevereiro/2014, é de 5,85%.

(Lei nº 9.069/1995, arts. 27 e 28; Lei nº 10.192/2001, art. 8º, §§ 1º e 2º; Decreto nº 1.544/1995)

Calendário de Obrigações e Tabelas Práticas - Tributário

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

12-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

IRPJ

Lucro presumido SUMÁRIO 1. Empresas que podem optar pelo lucro presumido 2. Empresas impedidas de optar pelo lucro presumido 3. Empresas que exploram atividades imobiliárias 4. Enquadramento no limite de receita bruta 5. Manifestação da opção 6. Determinação do lucro presumido 7. Cálculo do imposto 8. Pagamento do imposto 9. Distribuição de lucros ou dividendos 10. Obrigações acessórias 11. Saída do regime do lucro presumido 12. Regime tributário de transição

1. EmPRESaS QuE PodEm oPtaR PELo LuCRo PRESumIdoA partir do ano-calendário de

2014, podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas, não obriga-das à apuração do lucro real (veja o item 2), cuja receita bruta total no ano-calendário imediata-mente anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou a R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário ante-rior, quando inferior a 12 meses.

Também podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que inicia-rem atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão, desde que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real.

Vale ressaltar que, a partir de 1º.01.2015, começa a vigorar o novo regime especial introduzido pela Medida Provisória nº 627/2013. Entretanto, conforme estabe-lecem os arts. 71 e 98, inciso I, da Medida Provisória nº 627/2013, a pessoa jurídica pode optar pela apli-cação antecipada das disposições contidas nos arts. 1º a 66, desde 1º.01.2014, observando-se que essa

opção é irretratável e acarreta a aplicação de todas as alterações trazidas pelos artigos mencionados ante-riormente, bem como a antecipação dos efeitos das revogações previstas no art. 99, caput, I a VI e VIII e X, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

Notas(1) Até o ano-calendário de 2013, podiam optar pela tributação com base

no lucro presumido as pessoas jurídicas, não obrigadas à apuração do lucro real, cuja receita bruta total no ano-calendário imediatamente anterior tivesse sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de atividade no ano, se inferior a 12 (Lei nº 9.718/1998, art. 13, com a redação dada pela Lei nº 10.637/2002, art. 46).

(2) A pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado poderá optar pela tributação com base no lucro presumido relativamente aos demais trimestres desse ano-calendário, desde que não esteja obrigada à apuração do lucro real (Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 47).

(Lei nº 9.718/1998, art. 13; Lei nº 12.814/2013, art. 7º)

2. EmPRESaS ImPEdIdaS dE oPtaR PELo LuCRo PRESumIdo

Estão obrigadas à apuração do lucro real e, portanto, ficam impedidas de optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas:

a) cuja receita total, no ano--calendário anterior, tenha sido superior ao limite trata-do no item 1 (veja a nota 2 no final deste item);

b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvol-vimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, socie-dades de crédito imobiliário, sociedades cor-retoras de títulos, valores mobiliários e câm-bio, distribuidoras de títulos e valores mobili-ários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de segu-ros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior (veja a nota 2 no final deste item);

a Tributos e Contribuições Federais

No regime do lucro presumido, a

apuração do imposto será feita trimestralmente, por períodos encerrados em 31 de março, 30 de

junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-

-calendário

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12-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do Imposto de Renda, calculados com base no lucro da exploração (veja a nota 2 no final deste item);

e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do Imposto de Renda pelo regime de estimativa (veja a nota 2 no final deste item);

f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assesso-ria creditícia, mercadológica, gestão de crédi-to, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos credi-tórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agro-negócio;

h) agências de fomento referidas no art. 1º da Medida Provisória nº 2.192-70/2001.

Notas(1) Por não se equipararem às empresas de seguros, para efeito da

obrigatoriedade de tributação pelo lucro real, as sociedades corretoras de seguros podem optar pela tributação com base no lucro presumido (Parecer Normativo Cosit nº 1/1993).

(2) As pessoas jurídicas referidas nas letras “a”, “c”, “d” e “e” que ade-riram ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) poderão, durante o período em que ficarem submetidas ao referido programa, optar pela tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.964/2000, art. 4º), inclusive as sociedades em conta de participação, observados os procedimentos estabelecidos na Instrução Normativa SRF nº 16/2001.

(Lei nº 9.718/1998, art. 14; Lei nº 12.249/2010, art. 22; Lei nº 12.715/2012, art. 70; Lei nº 12.814/2013, art. 7º)

3. EmPRESaS QuE ExPLoRam atIVIdadES ImoBILIÁRIaSDesde o ano-calendário de 1999, passaram a

ser admitidas no regime de tributação pelo lucro presumido as pessoas jurídicas dedicadas à explo-ração de atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, as quais, até o ano-calendário de 1998, eram obrigadas à tributação pelo lucro real (Lei nº 9.718/1998, art. 14 e art. 18, III, e Lei nº 8.981/1995, art. 36, IV).

Todavia, se as empresas que exploram essas ati-vidades, enquanto submetidas à tributação pelo lucro real, realizaram venda de imóveis antes de concluído o empreendimento e computaram, no custo do imóvel vendido, os custos orçados para a conclusão das obras ou dos melhoramentos a que contratualmente ficaram obrigadas a realizar (RIR/1999, art. 412) somente poderão optar pelo lucro presumido a partir do ano-calendário subsequente àquele em que as obras forem concluídas (Instrução Normativa SRF nº 25/1999 e Instrução Normativa SRF nº 31/2001, art. 2º).

Notas(1) De acordo com as Soluções de Divergência Cosit nºs 5, 6 e 7/2010,

na operação de permuta de imóveis sem recebimento de torna, realizada por pessoa jurídica tributada pelo IRPJ e CSL com base no lucro presumido, dedicada à atividade imobiliária, constitui receita bruta o preço do imóvel recebido em permuta.

(2) Conforme esclarece a Solução de Divergência Cosit nº 37/2013, a pessoa jurídica incorporadora de imóveis, tributada pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) com base no lucro presumido segundo o regime de competência, deve reconhecer a receita de venda de unidades imobiliárias no momento da efetivação do contrato da operação de compra e venda, ainda que mediante instrumento de promessa, carta de reserva com princípio de pagamento ou qualquer outro documento representativo de compromisso.

A referida norma esclarece, ainda, que, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo tributação segundo o regime de caixa, esta deve reconhecer a receita de venda de unidades imobiliárias na medida do seu recebimento, independentemente da conclusão ou entrega da unidade.

3.1 Percentual aplicável sobre a receita financeira desde 1º.01.2006

As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios des-tinados a venda e venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando essa receita for decorrente da comercialização de imóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em con-trato, devem acrescentar à base de cálculo trimestral do Imposto de Renda o percentual de 8% sobre a receita financeira para os fatos geradores ocorridos desde 1º.01.2006.

(Lei nº 9.249/1995, art. 15, § 4º; Lei nº 11.196/2005, art. 34)

4. EnQuadRamEnto no LImItE dE RECEIta BRuta

4.1 Valores que compõem a receita brutaPara efeito de enquadramento no limite que auto-

riza a empresa a optar pelo lucro presumido, integram a receita bruta (veja o subtópico 6.2):

a) as receitas da prestação de serviços, da ven-da de produtos de fabricação própria, da re-venda de mercadorias, do transporte de car-gas, da industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário e o material de embalagem tenham sido forne-cidos por quem encomendou a industrializa-ção, da atividade rural e de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pes-soa jurídica;

b) as receitas de quaisquer outras fontes não re-lacionadas diretamente com os objetivos da empresa, bem como os ganhos de capital;

c) os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

d) os ganhos líquidos obtidos em operações rea-lizadas nos mercados de renda variável (ope-rações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas); e

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12-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

e) a parcela das receitas de exportações reali-zadas a pessoas vinculadas ou domiciliadas em país com tributação favorecida (que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota má-xima inferior a 20%), determinada segundo as normas sobre preços de transferência, que excedeu o valor registrado na escrituração da empresa no Brasil.

(Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 22, § 1º, “e”; Ins-trução Normativa RFB nº 1.312/2012; Instrução Normativa RFB nº 1.322/2013)

4.2 Valores que não integram a receita bruta

Não integram a receita bruta:

a) as vendas canceladas, as devoluções de ven-das, os descontos concedidos incondicional-mente (constantes da nota fiscal de venda de bens ou da fatura de prestação de serviços e não dependentes de evento posterior à emis-são desses documentos - Instrução Norma-tiva SRF nº 51/1978) e o IPI cobrado desta-cadamente do comprador ou contratante, do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário;

b) as saídas que não decorram de vendas, a exemplo das transferências de mercadorias para outros estabelecimentos da mesma em-presa;

c) as receitas decorrentes de valores em espé-cie pagos ou creditados pelos Estados, Dis-trito Federal e Municípios, relativos ao Impos-to sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e ao Imposto so-bre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), no âmbito de programas de concessão de cré-dito voltados ao estímulo à solicitação de do-cumento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços (Lei nº 11.945/2009, art. 4º) - vigência desde 1º.01.2009.

4.3 Cômputo das receitas pelo regime de competência ou de caixa

Para fins de enquadramento no limite que auto-riza a opção pelo lucro presumido, a receita bruta do ano-calendário anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718/1998, art. 13, § 2º; RIR/1999, art. 516, § 2º).

5. manIFEStação da oPção

5.1 época e formaNo regime do lucro presumido, a apuração do

imposto será feita trimestralmente, por períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei nº 9.430/1996, art. 26; RIR/1999, art. 516, § 5º).

A opção pela tributação com base no lucro pre-sumido será manifestada por ocasião do pagamento da 1ª quota ou quota única do imposto devido no 1º trimestre do ano-calendário, vencível no último dia útil de abril (Lei nº 9.430/1996, art. 26, § 1º; RIR/1999, art. 516, § 4º, e art. 856).

Será considerada formalizada a opção mediante a indicação, no campo 04 do Darf, do código de re-ceita próprio do imposto apurado no regime do lucro presumido (2089).

A pessoa jurídica que iniciar atividade a partir do 2º trimestre manifestará a opção pelo lucro presumido com o pagamento da 1ª quota ou quota única do imposto devido no trimestre do início de atividade (Lei nº 9.430/1996, art. 26, § 2º; RIR/1999, art. 517).

Nota

O fato de a 1ª quota ou quota única do imposto relativo ao primeiro trimestre do ano-calendário, ou ao trimestre de início de atividades, ser paga fora do prazo, com os acréscimos legais devidos, não desautoriza a opção pelo lucro presumido (Instrução Normativa SRF nº 11/1996, art. 42, § 4º).

5.2 Inalterabilidade da opção durante o ano-calendárioDesde o ano-calendário de 1999, a opção pela

tributação com base no lucro presumido passou a ser definitiva em relação a todo o ano-calendário, ou seja, depois de iniciado o pagamento do imposto com base no lucro presumido, não será mais admitida a mudança para o regime do lucro real, em relação ao mesmo ano-calendário (RIR/1999, art. 516, § 1º).

6. dEtERmInação do LuCRo PRESumIdo

6.1 Percentuais aplicáveis sobre a receita bruta de vendas de mercadorias/produtos e/ou da prestação de serviçosO lucro presumido será determinado aplicando-se

sobre a receita bruta de vendas de mercadorias, pro-dutos e/ou da prestação de serviços, apurada em cada trimestre, os percentuais constantes da tabela a seguir, conforme a atividade geradora (Lei nº 9.430/1996, art. 25; Medida Provisória nº 627/2013, art. 5º; RIR/1999, art. 518 e art. 519, parágrafo único; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 3º, §§ 1º e 2º, e art. 36, I; Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 2º, § 7º, II).

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12-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Espécies de atividades geradoras de receita

Percentuais aplicáveis sobre a receita

• Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carbu-rante e gás natural

1,6%

• Venda de mercadorias ou produtos (exce-to revenda de combustíveis para consumo)• Transporte de cargas• Serviços hospitalares• Atividade rural• Industrialização• Atividades imobiliárias (veja o subitem 6.2.3)• Construção por empreitada, quando se tra-tar de contratação por empreitada de cons-trução civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensá-veis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra• Qualquer outra atividade (exceto pres-tação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual especificado • Industrialização de produtos em que a ma-téria-prima ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido forneci-dos por quem encomendou a industrialização

8%

• Serviços de transporte (exceto o de cargas)• Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regula-mentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não supe-rior a R$ 120.000,00 (veja o subitem 6.1.2)

16%

• Serviços em geral para os quais não este-ja previsto percentual específico, inclusive os prestados por sociedades civis de pro-fissões regulamentadas (que, de acordo com o Novo Código Civil, passam a ser chamadas de sociedade simples)• Intermediação de negócios• Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza• Serviços de mão de obra de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se res-ponsabilizar pela execução da obra

32%

6.1.1 Empresa que explora atividades diversificadas

No caso de exploração de atividades diversifi-cadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual (Lei nº 9.249/1995, art. 15, § 2º; RIR/1999, art. 519, § 3º).

6.1.2 Empresas prestadoras de serviços de pequeno porte

A empresa exclusivamente prestadora de servi-ços (exceto hospitalares, de transporte e de socieda-des civis de profissões legalmente regulamentadas) poderá utilizar o percentual de 16% enquanto a sua receita bruta, acumulada no ano-calendário em curso, permanecer dentro do limite de R$ 120.000,00, observando-se o seguinte (RIR/1999, art. 519, §§ 4º a 7º; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 36, § 6º):

a) se a empresa utilizar esse percentual e a sua receita bruta, acumulada até qualquer um dos

trimestres do ano-calendário, ultrapassar o li-mite de R$ 120.000,00, ficará sujeita ao per-centual normal de 32%, retroativamente aos tri-mestres anteriores do ano-calendário em cur-so, impondo-se o pagamento das diferenças de imposto apuradas em cada trimestre trans-corrido, até o último dia útil do mês subsequen-te ao trimestre da verificação do excesso;

b) as diferenças de imposto pagas dentro do pra-zo mencionado na letra “a” não sofrerão acrés-cimos moratórios;

c) a partir de janeiro do ano-calendário subse-quente ao da ocorrência do excesso de re-ceita, a empresa poderá voltar a utilizar o per-centual de 16%, enquanto a sua receita bruta acumulada no ano permanecer dentro do limi-te de R$ 120.000,00.

NotaDe acordo com decisões de Superintendências Regionais da Receita

Federal do Brasil, não poderão utilizar o percentual de 16%, nas condições focalizadas neste subitem, por caracterizarem-se como prestadoras de ser-viços de profissão legalmente regulamentada (que, de acordo com o atual Código Civil, passam a ser chamadas de sociedade simples), as pessoas jurídicas que prestam serviços de:

a) instrução para a formação de condutores de veículos automotores - autoescola (Decisão nº 245/1998 da 6ª Região Fiscal - MG);

b) natureza artístico-cultural, tais como a apresentação de peças tea-trais e a realização de cursos de teatro (Decisão nº 246/2000 da 8ª Região Fiscal - SP).

6.1.3 Corretagem e representação comercialA corretagem (de seguros, imóveis etc.) e a repre-

sentação comercial são consideradas atividades de intermediação de negócios e, portanto, as receitas delas originadas sujeitam-se ao percentual de 32%.

Conforme consta no subitem 15.2.6.1 do “Manual de Instruções da DIPJ/2013”, as empresas que explo-ram essas atividades podem utilizar o percentual de 16% nas condições informadas no subitem 6.1.2.

6.1.4 operações de industrializaçãoO Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26/2008

estabelece que, para fins da determinação da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), se caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acaba-mento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como:

a) a que, exercida sobre matérias-primas ou pro-dutos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação);

b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a uti-lização, o acabamento ou a aparência do pro-duto (beneficiamento);

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c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);

d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou

e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inuti-lizado, renove ou restaure o produto para utili-zação (renovação ou recondicionamento).

Para esse efeito, são irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e as condi-ções das instalações ou equipamentos empregados.

Lembra-se que o mencionado ato legal revogou o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 20/2007 (que, por sua vez, revogou o Ato Declaratório Normativo Cosit nº 18/2000), que conceituava como prestação de serviço (sujeitas, portanto, à aplicação do percentual de 32% sobre a receita bruta, para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL) as operações de industrializa-ção por encomenda nos casos em que, na composição do custo total dos insumos do produto industrializado por encomenda, houver a preponderância dos custos dos insumos fornecidos pelo encomendante.

Notas

(1) Não se considera industrialização (Decreto nº 7.212/2010, art. 5º):

a) o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embala-gem de apresentação:a.1) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorve-

terias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou

a.2) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a corporações, empresas e outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes;

b) o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabe-lecimentos similares, para venda direta a consumidor;

c) a confecção ou preparo de produto de artesanato, assim conside-rado aquele proveniente de trabalho manual realizado por pessoa natural, nas seguintes condições:c.1) quando o trabalho não conte com o auxílio ou participação de

terceiros assalariados; ec.2) quando o produto seja vendido a consumidor, diretamente ou

por intermédio de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido;

d) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina ou na residência do confeccionador;

e) o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional;

f) a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de me-dicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;

g) a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista como atividade acessória;

h) a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:

h.1) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e seme-lhantes, e suas coberturas);

h.2) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrige-ração, estações e centrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de distri-buição de energia elétrica e semelhantes; ou

h.3) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;i) a montagem de óculos, mediante receita médica;j) o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16

(preparações de carne, de peixes ou de crustáceos, de moluscos ou de outros invertebrados aquáticos) a 22 (bebidas, líquidos alco-ólicos e vinagres) da TIPI, adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de Natal e semelhantes;

k) o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usa-dos, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresa exe-cutora ou quando essas operações sejam executadas por encomen-da de terceiros não estabelecidos com o comércio de tais produtos, bem como o preparo, pelo consertador, restaurador ou recondicio-nador, de partes ou peças empregadas exclusiva e especificamente naquelas operações;

l) o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante substituição de partes e peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que por concessionários ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante;

m) a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que com emprego de máquinas de costura;

n) a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do consumidor ou usuário, realizada em estabelecimen-to varejista, efetuada por máquina automática ou manual, desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdependentes, contro-ladora, controlada ou coligadas; e

o) a operação de que resultem os produtos relacionados na Subposição 2401.20 da TIPI, quando exercida por produtor rural pessoa física.

(2) Por meio da Solução de Divergência Cosit nº 29/2013, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) esclareceu que, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL, no regime do lucro presumido, consideram--se industrialização as operações definidas no art. 4º do Decreto nº 7.212/2010 (RIPI/2010), observadas as disposições do art. 5º c/c o art. 7º do referido Decreto (atividades não consideradas como industrialização, artesanato, oficina e traba-lho preponderante, assim considerado aquele que contribuir no preparo do pro-duto, para formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimo com 60%).

A operação de desbobinamento, endireitamento, corte e dobra dos ro-los de ferro (aço) em que o produto final seja um artefato de ferro, bem como a confecção de carcaça de ferro para concreto armado configura industria-lização (beneficiamento) e, consequentemente, aplica-se à receita bruta de-corrente dessa operação o percentual de 8%, para determinação da base de cálculo do imposto de renda no regime do lucro presumido.

Portanto, entende-se que, para efeito de determinação da base de cálculo da CSL no regime do lucro presumido, aplica-se à receita bruta de-corrente dessa operação o percentual de 12%, para determinação da base de cálculo, conforme dispõe o art. 20 da Lei nº 9.249/1995 e da Instrução Normativa SRF nº 390/2004.

6.1.5 Serviços hospitalaresConforme exposto no subitem 6.1, a base de cál-

culo do imposto, tratando-se de serviços hospitalares, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 30, são considerados serviços hospita-lares aqueles prestados por estabelecimentos assisten-ciais de saúde que dispõem de estrutura material e de pessoal destinados a atender à internação de pacientes, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admis-são e assistência permanente prestada por médicos, que possuam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia,

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serviços de cirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e o acompanhamento dos casos. São também considera-dos serviços hospitalares, para os fins dessa Instrução Normativa, aqueles efetuados pelas pessoas jurídicas:

a) prestadoras de serviços pré-hospitalares, na área de urgência, realizados por meio de UTI móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo “D”) ou em aeronave de su-porte médico (Tipo “E”); e

b) prestadoras de serviços de emergências mé-dicas realizados por meio de UTI móvel, ins-taladas em ambulâncias classificadas nos Ti-pos “A”, “B”, “C” e “F”, que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente suporte avançado de vida.

Desde 1º.01.2009, o percentual de 8% aplica-se tam-bém aos serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Notas(1) Consideram-se serviços de saúde como espécies de auxílio diag-

nóstico e terapia: exames por métodos gráficos, procedimentos endoscópi-cos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica.

(2) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 57/2013, a Secretaria da RFB esclareceu que, para a pessoa jurídica prestadora de serviço médico ambulatorial com recursos para realização de exames complementares e serviços médicos prestados em residência, sejam eles coletivos ou particula-res (home care), para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL, não se aplicam os percentuais de 8% e de 12%, respectivamente, sobre a receita bruta auferida mensalmente, uma vez que aqueles serviços não são tipificados legalmente como serviços hospitalares.

(3) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 7/2014, a RFB estabele-ceu que se admite, desde 1º.01.2009, para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL da pessoa jurídica organizada sob a forma de so-ciedade empresária e cumpridora das normas da Anvisa, do lucro presumido proveniente da prestação de serviços laboratoriais voltados para a anatomia patológica e citológica e de serviços de diagnóstico por imagem, todos lis-tados na Unidade Funcional: 4 - Apoio ao Diagnóstico e Terapia da Resolu-ção RDC nº 50/2002, da Anvisa, seja determinado mediante a aplicação dos percentuais de 8% e de 12%, respectivamente, sobre a receita da atividade.

(Lei nº 9.249/1995, art. 15, § 1º, III, “a”, alterado pela Lei nº 11.727/2008, art. 29 e art. 41, VI; Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 30)

6.1.6 SoftwareO software por encomenda é prestação de ser-

viços cuja receita se sujeita ao percentual de 32%, enquanto o software-padrão ou de prateleira, elabo-rado pela própria empresa e colocado à disposição dos clientes, indistintamente, sendo vendido como se fosse mercadoria, sujeita-se ao percentual de 8% sobre a respectiva receita (Decisões nºs 329/1997 e 263/2000 da 8ª Região Fiscal - São Paulo).

Segundo as Decisões nºs 165 e 167/1998 da 9ª Re-gião Fiscal (Paraná e Santa Catarina), deve-se aplicar o percentual de 8% sobre as receitas de revenda de

programas de computador elaborados por terceiros e de 32% sobre as receitas de programação e manuten-ção de softwares específicos, sob encomenda.

6.1.7 Sondagem de soloEm conformidade com a Solução de Divergência

Cosit nº 13/2013, a base de cálculo do IRPJ, apurado sob o regime de lucro presumido, será determinada mediante a aplicação do percentual de 32% sobre as receitas decorrentes da prestação de serviços técni-cos de sondagem de solo para pesquisas geológicas.

6.1.8 atividade de hotelariaDe acordo com a Decisão nº 106/1999 da 8ª Região

Fiscal (São Paulo), as receitas provenientes de ativi-dade de hotelaria sujeitam-se ao percentual de 32% e, no caso de atividades diversificadas, desde que segre-gadas as respectivas receitas, aplica-se o percentual de 8% sobre a receita de venda de refeições e de 32% sobre a receita de prestação de serviços de hotelaria.

6.1.9 Serviços com guindaste e locação de guindasteA movimentação de contêineres por meio de guin-

dastes com o fim específico de transporte de cargas é parte integrante de todo o transporte e a receita decorrente está sujeita ao percentual de 8% para determinação da base de cálculo do lucro presumido. Entretanto, a receita proveniente da movimentação dos contêineres por meio de guindastes realizada exclusi-vamente para fins de armazenamento dos contêineres se sujeita ao percentual de 32% (Solução de Consulta nº 206/2001 da SRRF da 8º Região Fiscal - São Paulo).

6.1.10 Serviços de suprimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos e de exploração de rodovias

Estão sujeitas ao percentual de 32%, para fins de apuração do lucro presumido das concessionárias ou subconcessionárias de serviços públicos, as receitas pro-venientes da (Ato Declaratório Normativo Cosit nº 16/2000):

a) prestação de serviços de suprimento de água tratada e a consequente coleta e o tratamento de esgotos, cobrados diretamente dos usuá-rios dos serviços; e

b) exploração de rodovia mediante cobrança de preço dos usuários que envolva execução de serviços de conservação, manutenção, me-lhoramentos para adequação de capacidade e segurança de trânsito, operação, monitora-ção, assistência aos usuários e outros defini-dos em contratos, atos de concessão ou de permissão ou em normas oficiais.

6.1.11 Escolas e crechesAs escolas, inclusive as creches, são consideradas

sociedades prestadoras de serviços relativos ao exer-

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cício de profissões legalmente regulamentadas, razão pela qual as receitas delas originadas sujeitam-se ao percentual de 32%, ficando proibida a utilização do percentual de 16%, ainda que a receita bruta anual permaneça dentro do limite de R$ 120.000,00 (Ato Declaratório Normativo Cosit nº 22/2000).

6.1.12 Curso de idiomasSegundo a Solução de Divergência Cosit nº

14/2003, a pessoa jurídica que presta serviços relati-vos a curso de idiomas, por não se tratar de serviços de profissão regulamentada, pode utilizar o percentual de 16% sobre a receita bruta, para fins de apuração da base de cálculo do lucro presumido.

6.1.13 Coleta de resíduos sólidos urbanos, de varrição, de poda de árvores e de remoção de vegetação

Conforme a Solução de Divergência Cosit nº 8/2013, as atividades de prestação de serviços de limpeza urbana e coleta de lixo, ainda que nelas esteja envolvido o transporte dos resíduos gerados ou coleta-dos até aterros sanitários, estão enquadradas na alínea “a” do inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995.

Portanto, as pessoas jurídicas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido que explorem essas atividades devem apurar a base de cálculo do imposto e do adicional, em cada trimestre, aplicando o percentual de 32% sobre a receita bruta auferida no período de apuração.

A norma esclarece, ainda, que se aplica aos con-tratos que prevejam a prestação de serviços de coleta, transporte e compactação de resíduos sólidos, varrição, capina, poda de árvores e roço de vias públicas, haja vista que tais atividades compõem a chamada “limpeza urbana”, ainda que nelas esteja envolvido o transporte dos resíduos gerados ou coletados até aterros sanitários.

NotaAssim determina o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 5/2013:

“A pessoa jurídica tributada pelo Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídi-ca (IRPJ) no regime de lucro presumido apurará a base de cálculo do imposto, do adicional e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), em cada tri-mestre, mediante a aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento) so-bre a receita bruta auferida no período de apuração em decorrência de contratos que prevejam a prestação de serviços de coleta, transporte e compactação de resíduos sólidos, varrição, capina, poda de árvores e roço de vias públicas, ativi-dades essas que compõem a chamada limpeza urbana, ainda que nelas esteja envolvido o transporte dos resíduos gerados ou coletados até aterros sanitários.”

6.1.14 Serviços de fisioterapia e de terapia ocupacional

Em conformidade com a Solução de Divergência Cosit nº 14/2013, desde 1º.01.2009, para efeito de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, aplica-se sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços de fisioterapia e

de terapia ocupacional o percentual de 8%, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária (de direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa. Na hipótese de não aten-dimento desses requisitos, o percentual será de 32%.

A Solução de Consulta Cosit nº 65/2013 esclareceu que, desde 1º.01.2009, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ, devido pela pessoa jurí-dica tributada com base no lucro presumido, aplica-se o percentual de 8% sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços de terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária (de direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa. Todavia, em relação à atividade de psicologia, para esse efeito, o percentual aplicável sobre a receita bruta correspondente é de 32%.

6.1.15 Serviços em geral, como limpeza e locação de mão de obra

De acordo com a Solução de Consulta Cosit nº 55/2013, a receita bruta auferida pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido decorrente da prestação de serviços em geral, como limpeza e locação de mão de obra, ainda que sejam fornecidos os mate-riais, está sujeita à aplicação do percentual de 32% para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL.

6.1.16 Serviços de construção civil por empreitada6.1.16.1 modalidade total

Conforme a Solução de Consulta Cosit nº 55/2013, a receita bruta auferida pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido decorrente da presta-ção de serviços de construção civil por empreitada, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra, está sujeita à aplicação dos percentuais de 8% e de 12% para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL.

6.1.16.2 modalidade parcialConforme a Solução de Consulta Cosit nº 5/2014,

na determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL devidos, no regime do lucro presumido aplica--se o percentual de 32%, tanto para o IRPJ, quanto para a CSL, quando a empreitada for parcial, com fornecimento de parte do material, ou exclusivamente de mão de obra (empreitada de lavor).

6.1.17 Construção de estações e redes de telecomunicações

A Solução de Consulta Cosit nº 5/2014 dispõe que, para a determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL devidos, no regime do lucro presumido aplicam-se os percentuais de 8% e de 12%, para o IRPJ e para

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12-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

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a CSL, respectivamente, sobre a receita bruta mensal auferida na atividade de construção de estações e redes de telecomunicações, somente no caso de contrato de empreitada na modalidade total, ou seja, quando o empreiteiro fornece todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra.

6.1.18 Serviços de fisioterapia e fonoaudiologiaConforme a Solução de Consulta Cosit nº 60/2013,

desde 1º.01.2009, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL, tributada com base no lucro presumido, aplicam-se sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços de fisioterapia e fonoaudiologia os percentuais de 8% e de 12%, res-pectivamente, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária (de direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa. Na hipótese de não atendimento desses requisitos, o percentual será de 32% para ambos os casos.

6.1.19 Serviços de informáticaA Solução de Consulta Cosit nº 26/2014 esclarece

que as pessoas jurídicas que prestam serviços na área de informática podem utilizar o percentual de 16% sobre a receita bruta, para fins da determinação do lucro presumido, desde que obedecidos os demais requisitos constantes na legislação.

6.1.20 Serviços gráficosA Solução de Consulta Cosit nº 71/2013 esclarece

que a base de cálculo do IRPJ e da CSL, devidos com base no lucro presumido, por parte de estabele-cimento gráfico que executa operações de impressão e emolduramento de imagens deve ser determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida no período, nos termos do caput do art. 15 da Lei nº 9.249/1995.

6.2 Conceito de receita bruta e exclusõesA receita bruta sobre a qual se aplicam os percen-

tuais informados nos subitens anteriores, conforme a atividade geradora, é constituída pelo produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações de conta própria, pelo preço dos serviços prestados e pelo resultado auferido nas operações de conta alheia (comissões auferidas na venda de bens ou serviços por conta de terceiros, por exemplo), excluídos ou não computados os valores relativos (RIR/1999, arts. 224 e 519; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 5º, § 1º):

a) às vendas canceladas e às devoluções de vendas;b) aos descontos incondicionais concedidos

(constantes da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependentes de evento posterior à emissão desses documentos - Instrução Normativa SRF nº 51/1978);

c) ao IPI incidente sobre as vendas e, a nosso ver, também ao ICMS devido pelo contribuinte substituto no regime de substituição tributária; e

d) as receitas decorrentes de valores em espé-cie pagos ou creditados pelos Estados, Dis-trito Federal e Municípios, relativos ao ICMS e ao ISS, no âmbito de programas de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de merca-dorias e serviços (Lei nº 11.945/2009, art. 4º) - vigência desde 1º.01.2009.

Notas(1) O ICMS incidente sobre as vendas e o ISS incidente sobre os servi-

ços integram a receita bruta e não podem dela ser excluídos.

(2) Nas vendas a prazo, o custo do financiamento, embutido no preço dos bens ou serviços ou destacado na nota fiscal, integra a receita bruta (Ato Declaratório Normativo Cosit nº 7/1993).

(3) O valor do vale-pedágio obrigatório, fornecido pelo tomador dos serviços de transporte, para utilização efetiva em despesas de deslocamento de carga por meio de transporte rodoviário, não integra o valor do frete e não será considerado receita operacional (Lei nº 10.209/2001, art. 2º).

(4) De acordo com o Ato Declaratório SRF nº 7/2000:

a) os valores recebidos por empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público de transporte urbano de passageiros, subordinadas ao sistema de compensação tarifária, que devem ser repassados a ou-tras empresas do mesmo ramo, por meio de fundo de compensação criado ou aprovado pelo Poder Público concedente ou permissório, não integram a receita bruta para os fins da legislação tributária federal;

b) os valores auferidos, a título de repasse, de fundo de compensação tarifária integram a receita bruta, devendo ser considerados na de-terminação da base de cálculo dos impostos e das contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

(5) Conforme a Solução de Consulta Cosit nº 34/2013, consideram-se descontos incondicionais as parcelas redutoras do preço de vendas quan-do constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependerem de evento posterior à emissão desses documentos. Esses descontos não se incluem na receita bruta da pessoa jurídica vendedora e, do ponto de vista da pessoa jurídica adquirente dos bens ou serviços, cons-tituem redutor do custo de aquisição, não configurando receita.

Já os descontos condicionais são aqueles que dependem de evento posterior à emissão da nota fiscal, usualmente, do pagamento da compra dentro de certo prazo e configuram despesa financeira para o vendedor e receita financeira para o comprador.

(6) Conforme os arts. 71 e 98, § 1º, I, da Medida Provisória nº 627/2013, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos arts. 1º a 66 dessa norma para o ano-calendário de 2014. Vale ressaltar que a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pelos dispositivos supramencionados, e os efeitos do art. 99, caput, I a VI e VIII e X, ocorrem desde 1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da RFB.

(7) A partir de 1º.01.2015, ressalvada a hipótese de opção para o ano--calendário de 2014 na forma mencionada na Nota 6, para efeito da apu-ração da receita bruta será aquela definida pelo art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/1977, auferida no período de apuração, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos e os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações finan-ceiras, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas anteriormente, com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, e demais valores determinados norma referida, auferidos naquele mesmo período (Lei nº 9.430/1996, art. 25; Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 12; Medida Provisória nº 627/2013, arts. 2º, 5º, 71 e 98).

Assim, a receita bruta passa a compreender (art. 1º da Medida Provisó-ria nº 627/2013; art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/1977):

a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;b) o preço da prestação de serviços em geral;c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; ed) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não

compreendidas nas letras “a” a “c”.

Observa-se que, nessa hipótese, na receita bruta:

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12-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a) não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacada-mente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

b) incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações mencionadas anteriormen-te, observado o disposto na letra “a”.

6.2.1 apropriação pelo regime de caixaA receita proveniente de vendas de bens ou

direitos ou de prestação de serviços cujo preço seja recebido a prazo ou em parcelas poderá ser compu-tada na base de cálculo do lucro presumido somente no mês do efetivo recebimento, sob as seguintes condições (Instrução Normativa SRF nº 104/1998):

a) emissão da nota fiscal por ocasião da entrega do bem ou da conclusão do serviço;

b) caso seja mantida escrituração somente do li-vro Caixa (veja o item 10, letra “a”), neste deve-rá ser indicada, em registro individual, a nota fiscal que corresponder a cada recebimento;

c) caso seja mantida escrituração contábil, na forma da legislação comercial, os recebimen-tos das receitas deverão ser controlados em conta específica, na qual, em cada lançamen-to, deverá ser indicada a nota fiscal que cor-responder ao recebimento;

d) os valores recebidos adiantadamente, por con-ta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, deverão ser computados como re-ceita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer;

e) os valores recebidos, a qualquer título, do adqui-rente do bem ou direito ou do contratante dos ser-viços deverão ser considerados como recebimen-to do preço ou de parte desse, até o seu limite;

f) o cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a pes-soa jurídica ao pagamento do imposto com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, conforme o caso, calcula-dos na forma da legislação vigente.

6.2.2 agências de propaganda e publicidadeDe acordo com orientação da RFB em seu Boletim

Central Extraordinário nº 29/1993 - Questão 109:a) a receita bruta dos serviços prestados pelas agên-

cias de propaganda e publicidade, de acordo com a Lei nº 4.680/1965, o Decreto nº 57.690/1966, as Normas-Padrão e o Código de Ética, compreen-derá o somatório dos seguintes valores:a.1) honorários, na base de uma percenta-

gem equivalente à comissão de 20% so-bre a veiculação de publicidade;

a.2) honorários, na base de uma percenta-gem mínima de 15% sobre o custo de produção das peças publicitárias;

a.3) honorários cobrados sobre os serviços especiais prestados, tais como pesqui-sas de mercado, promoção de vendas, relações públicas etc.;

b) as bonificações recebidas por volume veicula-do, por estarem condicionadas aos pagamen-tos efetuados aos veículos de comunicação, deverão ser tratadas como outras receitas, na forma focalizada no subitem 6.3.

6.2.3 atividades imobiliáriasAs pessoas jurídicas que exploram atividades

imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incor-poração imobiliária, construção de prédios destinados a venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido relativo às unidades imobiliárias vendidas (RIR/1999, art. 227 - veja esclarecimentos no item 3).

NotaA Solução de Consulta Cosit nº 5/2012 da Secretaria da RFB esclareceu

que, para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL, devidos no regime do lucro presumido, as receitas de juros, decorrentes do atraso no paga-mento de prestações relativas à comercialização de imóveis, auferidas por pes-soa jurídica que explore atividades imobiliárias referentes a loteamento de terre-nos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados a venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, estão sujeitas aos percentuais de que tratam o arts. 15 e 20 da Lei nº 9.249/1995, ou seja, a 8%, relativamente ao IRPJ, e a 12%, relativamente à CSL, desde que esses acrésci-mos sejam apurados por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.

6.2.4 Comercialização de veículos automotores - Receita de venda de veículos usados

As pessoas jurídicas que têm como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores poderão equiparar, para efeitos tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados. Nessa hipótese, serão computados como receitas de vendas de veículos usados (adquiridos para revenda ou recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados) a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alie-nado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada, o qual deve corresponder ao preço ajustado entre as partes (Lei nº 9.716/1998, art. 5º; Instrução Normativa SRF nº 152/1998).

Na determinação do lucro presumido, aplica-se, sobre a receita bruta definida, auferida no período de apuração, o percentual de 32% (Solução de Consulta nº 338/2008 da 9ª Região Fiscal - Paraná e Santa Catarina).

NotaAs decisões das Superintendências Regionais da Receita Federal do

Brasil têm eficácia restrita à jurisdição da região fiscal na qual forem proferi-das. Desse modo, para assegurar-se quanto ao percentual aplicável, é reco-mendável que o contribuinte formule consulta na Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil do seu domicílio fiscal.

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12-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

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6.3 acréscimo das demais receitas ou resultados e dos ganhos de capitalAo valor determinado mediante a aplicação dos

percentuais informados no subitem 6.1 sobre a receita bruta definida no subitem 6.2, deverão ser adiciona-dos, por inteiro, as demais receitas ou resultados positivos decorrentes de operações não enquadradas no conceito de receita bruta definido no subitem 6.2 e os ganhos de capital, percebidos no período, tais como (RIR/1999, art. 521, e Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 36) - Veja nota 2:

a) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável, observado o seguinte:a.1) os rendimentos percebidos serão com-

putados na base de cálculo do imposto somente no período de apuração em que ocorrer a alienação, o resgate ou a cessão do título ou aplicação (regime de caixa);

a.2) as perdas apuradas nas operações nos mercados de renda variável somente po-derão ser compensadas com os ganhos líquidos de outras operações de renda variável, exceto as apuradas em opera-ções iniciadas e encerradas no mesmo dia (day trade), que somente poderão ser compensadas com ganhos líquidos de outra operação dessa natureza;

b) juros remuneratórios do capital próprio que houverem sido pagos ou creditados por outra pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia ou acionista;

c) juros, calculados pela taxa Selic, incidentes sobre impostos e contribuições pagos inde-vidamente ou a maior que o devido, a serem restituídos ou compensados;

d) rendimentos obtidos nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas controladoras e con-troladas, coligadas ou interligadas;

e) ganhos de capital (lucros) na alienação de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Per-manente), inclusive os obtidos:e.1) na alienação de participações societá-

rias permanentes em sociedades coliga-das e controladas e de participações so-cietárias que permaneceram no Ativo da empresa até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; e

e.2) na devolução de capital, a sócios ou acionistas, em bens ou direitos avaliados a preço de mercado;

Notas(1) O ganho de capital na alienação de bens do Ativo Não Circulante

(antigo Ativo Permanente) corresponde à diferença positiva entre o valor da

alienação e o respectivo custo de aquisição, corrigido monetariamente até 31.12.1995 (no caso de bens adquiridos até essa data) e diminuído da de-preciação, da amortização ou de exaustão acumulada.

(2) A partir 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção an-tecipada das disposições constantes da Medida Provisória nº 627/2013, o lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas:

a) o valor resultante da aplicação dos percentuais mencionados no subtópico 6.1, sobre a receita bruta definida na Nota 7 do subtópico 6.2, auferida no período de apuração, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos; e

b) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas, os resultados posi-tivos decorrentes de receitas não abrangidas na letra “a”, com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, e de-mais valores determinados na Lei nº 9.430/1996, auferidos naquele mesmo período, observando-se que:b.1) o ganho de capital nas alienações de investimentos, imobili-

zados e intangíveis corresponderá à diferença positiva entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil;

b.2) poderão ser considerados no valor contábil, e na proporção deste, os respectivos valores decorrentes dos efeitos do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei nº 6.404/1976;

b.3) os ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo não integrarão a base de cálculo do imposto no momento em que forem apurados;

b.4) os ganhos e perdas decorrentes de avaliação do ativo com base em valor justo não serão considerados como parte inte-grante do valor contábil;

b.5) para efeito da letra “b.4”, não se aplica aos ganhos anterior-mente computados na base de cálculo do imposto.

(3) A partir 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção an-tecipada da Medida Provisória nº 627/2013, no caso de contratos de concessão de serviços públicos, a receita reconhecida pela construção, recuperação, refor-ma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, não integrará a base de cál-culo do Imposto de Renda quando se tratar pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, observando-se que o ganho de capital na alienação do ativo intangível corresponderá à diferença positiva entre o valor da alienação e o dos custos incorridos na sua obtenção, deduzido da correspondente amortização.

f) valores recuperados, correspondentes a cus-tos e despesas, inclusive perdas no recebi-mento de créditos, salvo se a empresa puder comprovar:f.1) não os ter deduzido em período anterior,

no qual tenha sido tributada pelo lucro real ou pelo regime de sociedade civil de profissão regulamentada, que teve vigên-cia até o ano-calendário de 1996, previsto no Decreto-lei nº 2.397/1987, art. 1º; ou

f.2) que se refiram a período no qual tenha sido submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado;

g) demais receitas ou resultados percebidos, tais como:g.1) multas ou qualquer outra vantagem rece-

bida, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão contratual;

g.2) aluguéis recebidos, quando a locação dos bens não for o objeto da atividade da empresa;

g.3) ganhos obtidos em operações de cober-tura (hedge) realizadas em bolsas de va-lores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

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12-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

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g.4) variações monetárias ativas, observando-se que, desde 1º.01.2000, as receitas de varia-ções cambiais, decorrentes da atualização monetária de direitos de crédito e obriga-ções expressas em moeda estrangeira, se-rão consideradas para efeito de determina-ção da base de cálculo do imposto, por op-ção da pessoa jurídica (Medida Provisória nº 2.113-27/2001, art. 30, atual Medida Provi-sória nº 2.158-35/2001) - Veja nota 4:g.4.1) no momento da liquidação da

operação correspondente (regime de caixa); ou

g.4.2) pelo regime de competência, apli-cando-se a opção escolhida para todo o ano-calendário.

Notas(1) A Instrução Normativa SRF nº 25/1999, que dispõe sobre o tratamento

das variações monetárias nas empresas que exploram as atividades imobiliá-rias focalizadas no item 3, esclarece (art. 1º, II) que, no caso de tributação pelo lucro presumido, as receitas de variações monetárias serão adicionadas ao lu-cro pelo regime de competência ou de caixa, conforme a opção do contribuinte.

(2) O resultado negativo ou a perda apurados em uma operação não podem ser compensados com os resultados positivos auferidos em outras operações.

(3) Consideram-se resultados positivos de uma operação as receitas auferidas diminuídas das despesas necessárias à sua obtenção, quando comprovada a sua efetiva realização.

(4) A partir de 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção antecipada da Medida Provisória nº 627/2013, art. 7º, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, as receitas financeiras relativas às varia-ções monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em fun-ção da taxa de câmbio, originadas dos saldos de valores a apropriar decorrentes de ajuste a valor presente não integrarão a base de cálculo do Imposto de Renda.

6.4 outros acréscimos obrigatórios6.4.1 Empresa tributada pelo lucro real no ano-

calendário anteriorSe, no ano-calendário anterior ao da opção pelo

lucro presumido, a empresa houver sido tributada pelo lucro real, ela deverá adicionar à base de cál-culo do imposto do primeiro trimestre os saldos dos valores cuja tributação foi diferida no regime do lucro real, controlados na Parte B do Lalur, observando-se que, entre esses valores, não se inclui a depreciação acelerada incentivada, conforme Soluções de Consul-tas nºs 203 e 71/2001 das 8ª (São Paulo) e 10ª (Rio Grande do Sul) Regiões Fiscais (RIR/1999, art. 520).

NotaA partir 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção ante-

cipada da Medida Provisória nº 627/2013:a) a pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido

tributada com base no lucro real, deverá adicionar à base de cál-culo do Imposto de Renda, correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pela tributação com base no lucro presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia diferi-do, independentemente da necessidade de controle no Lalur (Lei nº 9.430/1996, art. 54; Medida Provisória nº 627/2013, art. 5º);

b) a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido que, em período de apuração imediatamente posterior, passar a ser tributada pelo lu-cro real, deverá incluir na base de cálculo do imposto apurado pelo lucro presumido os ganhos decorrentes de avaliação com base no valor justo, que façam parte do valor contábil e, na proporção deste, relativos aos ativos constantes em seu patrimônio (Medida Provisória nº 627/2013, art. 15).

6.4.2 Empresa que realizar operações externas (exportação ou mútuo) com pessoas vinculadas ou domiciliadas em países com tributação favorecida

Deverão ser adicionados à base de cálculo do imposto devido no 4º trimestre do ano-calendário (RIR/1999, art. 240, § 7º, e art. 243, § 3º, Instrução Nor-mativa SRF nº 93/1997, art. 36, VII a IX e § 10, e Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012, arts. 38, § 1º, 38-A e 58, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.322/2013):

a) o resultado da aplicação dos percentuais cons-tantes da tabela do subitem 6.1 sobre a parce-la da receita de exportações realizadas a pes-soas vinculadas ou domiciliadas em país com tributação favorecida (que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20%), arbitrada segundo as normas sobre os preços de transferência, que exceder ao valor apropriado na escrituração;

b) desde 1º.01.2013, a parcela dos juros pagos ou creditados às pessoas mencionadas na letra “a” que exceder ao valor calculado com base nas taxas a seguir, acrescida de margem per-centual a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com base na média de mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros:b.1) de mercado dos títulos soberanos da Re-

pública Federativa do Brasil emitidos no mercado externo em dólares dos Esta-dos Unidos da América, na hipótese de operações em dólares dos Estados Uni-dos da América com taxa prefixada;

b.2) de mercado dos títulos soberanos da Re-pública Federativa do Brasil emitidos no mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa prefixada; e

b.3) Libor pelo prazo de 6 meses, nos demais casos;

c) a parcela da receita financeira relativa a mútuos contratados com as pessoas mencionadas na letra “a”, correspondente à diferença entre o va-lor calculado com base na taxa referida na letra “b” e o valor contratado, quando este for inferior.

Esses valores serão apurados com base nas exportações realizadas e nos encargos ou nas recei-tas financeiras incorridos durante o ano-calendário.

Notas(1) Os contratos firmados no ano-calendário de 2012, os juros pagos

ou creditados a pessoa vinculada, quando decorrentes de contrato de mú-tuo, serão dedutíveis, para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL, somente até o montante que não exceda o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros.

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Imposto de Renda e Legislação Societária

(2) Para os contratos firmados até 31.12.2012, os juros pagos ou credi-tados a pessoa vinculada, quando decorrentes de contrato não registrado no Bacen, somente serão dedutíveis para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL até o montante que não exceda o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros.

(3) No caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira correspon-dente à operação, no mínimo o valor apurado segundo o disposto na Nota 2.

6.5 Pessoas jurídicas (optantes pelo Refis) que tiverem lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior ou queiram usufruir isenção ou redução do Imposto de RendaCaso essas empresas optem pela tributação com

base no lucro presumido, o que lhes é permitido, excepcionalmente, durante o período em que estive-rem submetidas ao Refis:

a) os lucros, os rendimentos ou os ganhos de ca-pital oriundos do exterior deverão ser adicio-nados ao lucro presumido no trimestre-calen-dário em que os lucros forem disponibilizados e os rendimentos e os ganhos forem auferidos, observadas as normas estabelecidas na Ins-trução Normativa SRF nº 16/2001, art. 2º;

b) aquelas autorizadas legalmente que queiram usufruir benefícios fiscais relativos à isenção ou à redução do Imposto de Renda (empresas localizadas nas áreas de atuação da Sudene ou da Sudam e outras), para efeito de cálculo do lucro presumido, deverão observar os pro-cedimentos estabelecidos na Instrução Nor-mativa SRF nº 16/2001, art. 3º.

7. CÁLCuLo do ImPoSto7.1 alíquotas

O imposto trimestral será calculado mediante a aplicação (RIR/1999, arts. 541 e 542):

a) da alíquota de 15% sobre a totalidade do lucro presumido apurado no trimestre;

b) da alíquota adicional de 10% sobre a parcela do lucro presumido trimestral que exceder a R$ 60.000,00 ou, no caso de início ou encer-ramento de atividades no trimestre, sobre o li-mite equivalente ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do pe-ríodo de apuração.

7.2 deduções e compensações do imposto devido7.2.1 deduções

Do imposto devido em cada trimestre será dedu-zido (RIR/1999, art. 526):

a) o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre as receitas computadas na determinação da base de cálculo do imposto trimestral, que compreende:

a.1) o Imposto Retido na Fonte sobre impor-tâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a título de:a.1.1) remuneração de serviços profis-

sionais prestados;a.1.2) desde 1º.02.2004, serviços de as-

sessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber (Lei nº 10.833/2003, art. 29);

a.1.3) comissões, corretagens ou qual-quer outra remuneração pela in-termediação de negócios;

a.1.4) remuneração da prestação de serviços de limpeza e conserva-ção de imóveis, segurança e vigi-lância e locação de mão de obra;

a.1.5) juros e indenizações por lucros cessantes em decorrência de sentença judicial;

a.1.6) multas ou quaisquer vantagens, in-clusive a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;

a.1.7) rendimentos de aplicações finan-ceiras de renda fixa;

a.1.8) juros remuneratórios do capital próprio;

b) o Imposto Retido na Fonte sobre importâncias re-cebidas de entidades da administração pública federal, pelo fornecimento de bens ou serviços;

c) o imposto pago pela própria empresa, inci-dente sobre:c.1) ganhos líquidos de aplicações financei-

ras de renda variável;c.2) remuneração de serviços de propagan-

da e publicidade recebida de pessoas jurídicas;

c.3) comissões e corretagens recebidas de pessoas jurídicas relativas a vendas de passagens, excursões ou viagens, admi-nistração de cartões de crédito e presta-ção de serviços de distribuição de refei-ções pelo sistema de refeições-convênio.

Notas(1) A empresa optante pelo Refis e pelo lucro presumido que auferir

lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior poderá dedu-zir o Imposto de Renda pago no exterior do imposto devido no Brasil sobre esses lucros, rendimentos e ganhos de capital, observadas as condições estabelecidas na Instrução Normativa SRF nº 16/2001, art. 2º, §§ 5º e 6º.

(2) A empresa optante pelo Refis e pelo lucro presumido que tiver di-reito a isenção ou redução do Imposto de Renda, nas situações tratadas na letra “b” do subitem 6.5, deduzirá do Imposto de Renda devido sobre o lucro presumido o valor dos referidos benefícios, calculados de acordo com os procedimentos estabelecidos na Instrução Normativa SRF nº 16/2001, art. 3º.

7.2.2 CompensaçõesCom o valor do imposto devido em cada trimestre

poderão ser compensados os valores a seguir relaciona-

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dos, devendo essas compensações ser informadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF (Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 38, § 2º, III):

a) pagamentos indevidos ou a maior que o devi-do a título de Imposto de Renda;

b) saldo negativo do Imposto de Renda apurado em períodos anteriores, ainda não compensado;

c) outras compensações efetuadas.

7.3 Vedação da dedução de incentivos fiscaisÉ proibida a dedução de quaisquer incentivos fis-

cais no imposto devido com base no lucro presumido (ressalvada a hipótese mencionada na nota 2 no final do subitem 7.2.1).

7.4 ExemploAdmita-se que, no 1º trimestre de 2014 (período

de 1º.01 a 31.03.2014), uma empresa, optante pela tributação com base no lucro presumido:

a) percebeu receita de vendas de mercadorias no valor total de R$ 900.000,00 e receita de prestação de serviços no valor total de R$ 60.000,00, apuradas segundo os conceitos explanados no subitem 6.2;

b) percebeu rendimentos de aplicações finan-ceiras de renda fixa de R$ 7.000,00 (sobre os quais foi retido o Imposto de Renda na Fonte de R$ 1.400,00);

c) vendeu bens do Ativo Não Circulante (anti-go Ativo Permanente), tendo apurado nes-sa transação ganho de capital (lucro) de R$ 18.000,00; e

d) não percebeu outras receitas ou resultados, sendo que não há nenhum outro valor que deva ser computado na base de cálculo do imposto (veja os subitens 6.3 a 6.5).

Nesse caso, considerando que os percentuais aplicáveis sobre as receitas são de 8% sobre a receita de venda de mercadorias e de 32% sobre a receita de prestação de serviços, temos:

a) determinação da base de cálculo do imposto:• 8% sobre R$ 900.000,00....................................... R$ 72.000,00• 32% sobre R$ 60.000,00....................................... R$ 19.200,00• Soma..................................................................... R$ 91.200,00• Rendimentos de aplicações financeiras de

renda fixa............................................................ R$ 7.000,00• Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo

Não Circulante (antigo Ativo Permanente)............. R$ 18.000,00• Base de cálculo do imposto trimestral.................. R$ 116.200,00

b) imposto devido no trimestre:• Imposto normal: 15% de R$ 116.200,00................ R$ 17.430,00• Adicional: 10% de R$ 56.200,00........................... R$ 5.620,00• Total do imposto devido......................................... R$ 23.050,00• IRRF sobre receitas computadas na base de

cálculo trimestral.................................................... (R$ 1.400,00)• Imposto líquido a pagar.......................................... R$ 21.650,00

8. PagamEnto do ImPoSto8.1 Prazo

O imposto apurado em cada trimestre deverá ser pago, em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de sua apuração ou, por opção da empresa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas, observando-se o seguinte (RIR/1999, art. 856):

a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subsequentes ao de encerra-mento do período de apuração;

b) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 será pago em quota única;

c) o valor de cada quota (excluída a 1ª, se paga no prazo) será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada men-salmente, a partir do 1º dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

Em nosso exemplo, o imposto de R$ 21.650,00 poderá ser pago em quota única até 30.04.2014 ou em até 3 quotas de R$ 7.216,66 cada uma (R$ 21.650,00 ÷ 3), vencíveis em 30.04, 30.05 e 30.06.2014, com acréscimo de juros sobre as quotas pagas a partir de maio/2014, calculados de acordo com as regras referidas na letra “c”.

8.2 Preenchimento do darfNo preenchimento do Darf para o pagamento do

IRPJ devido com base no lucro presumido, utiliza-se, no campo 04, o código 2089.

8.3 Imposto apurado em valor inferior a R$ 10,00O Darf não pode ser utilizado para pagamento de

impostos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00 (RIR/1999, art. 873, § 4º).

Se o imposto apurado for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao imposto devido em período(s) subsequente(s) até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo para o pagamento do imposto devido no(s) período(s) em que esse limite for atingido juntamente com esse imposto, sem nenhum acréscimo moratório (RIR/1999, art. 873, § 5º).

Nota

De acordo com a Lei nº 11.941/2009, art. 30, que incluiu o art. 68-A ao texto da Lei nº 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

9. dIStRIBuIção dE LuCRoS ou dIVIdEndoS9.1 Isenção do imposto sobre a distribuição do

lucro presumidoNo caso de pessoa jurídica tributada com base

no lucro presumido, poderão ser distribuídos, a título

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12-14 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

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Imposto de Renda e Legislação Societária

de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF):

a) o valor da base de cálculo do imposto, dimi-nuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica; e

b) a parcela dos lucros ou dividendos excedente ao valor determinado na letra “a”, desde que a empresa demonstre, por meio de escritura-ção contábil fiscal, que o lucro obtido com ob-servância dos métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007 é maior que o deter-minado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro presumido.

Portanto, os valores pagos a sócios ou acionistas ou a titular de empresa tributada pelo lucro presumido, a título de lucros ou dividendos, ficam isentos do Imposto de Renda, independentemente de apuração contábil, até o valor da base de cálculo do IRPJ, deduzido do próprio IRPJ (inclusive o adicional, quando devido), da CSL, do PIS-Pasep e da Cofins devidos, desde que a distribuição ocorra após o encerramento do trimestre de apuração. Contudo, ressalta-se que, no caso da letra “b”, a pessoa jurídica deve manter escrituração contábil fiscal composta de contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, considerando os métodos e critérios contábeis aplicados pela legislação tributária, vigentes em 31.12.2007 (Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 48; Instrução Normativa RFB nº 1.397/2013, arts. 3º e 26; Ato Declaratório Normativo Cosit nº 4/1996).

Assim, na hipótese do exemplo desenvolvido neste texto (subitem 7.4), se admitirmos que, no 1º trimestre, a (CSL), o PIS-Pasep e a Cofins devidos pela empresa são, respectivamente, R$ 13.698,00, R$ 6.240,00 e R$ 28.800,00, temos:

• Base de cálculo do IRPJ devido no trimestre....... R$ 116.200,00• IRPJ devido.......................................................... (R$ 23.050,00)• CSL devida no trimestre....................................... (R$ 13.698,00)*• PIS devido no trimestre......................................... (R$ 6.240,00)• Cofins devida no trimestre................................... (R$ 28.800,00)• Valor distribuível com isenção do imposto

(a partir de 1º.04.2014)........................................ R$ 44.412,00* R$ 152.200,00 (base de cálculo da CSL devida no trimestre) × 9% (alíquota da CSL).

Notas(1) O valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções

ou reduções referidas na nota 2 do subitem 7.2.1 não poderá ser distribuído a sócios ou acionistas e constituirá reserva de capital da pessoa jurídica, que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento de capital social (Instrução Normativa SRF nº 16/2001, art. 3º, parágrafo único).

(2) A parcela excedente de lucros distribuídos (Instrução Normativa RFB nº 1.397/2013, art. 28):

a) está sujeita à incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) calculado de acordo com a tabela progressiva mensal e inte-gra a base de cálculo do imposto de Renda na Declaração de Ajuste Anual do ano-calendário do recebimento, no caso de beneficiário pessoa física residente no País;

b) será computada na base de cálculo do Imposto sobre a Renda e da CSL, para as pessoas jurídicas domiciliadas no País;

c) está sujeita à incidência do IRRF calculado à alíquota de 15%, no caso de beneficiário residente ou domiciliado no exterior; e

d) está sujeita à incidência do IRRF calculado a alíquota de 25%, no caso de beneficiário residente ou domiciliado em país ou depen-dência com tributação favorecida a que se refere o art. 24 da Lei nº 9.430/1996.

9.2 apuração contábil de lucro líquido superior ao presumido - Isenção na distribuiçãoSe a empresa mantiver escrituração contábil e

apurar lucro líquido (após a dedução do IRPJ devido) de valor superior ao determinado na forma do subitem anterior, a totalidade do lucro líquido contábil poderá ser distribuída sem incidência do imposto, observada a restrição informada na nota no final do subitem anterior, quando for o caso.

Entretanto, se o lucro líquido apurado contabil-mente for inferior ao valor determinado de acordo com as regras focalizadas no subitem anterior, prevalecerá a isenção sobre a distribuição do lucro presumido líquido do imposto e das contribuições devidos.

9.3 tributação de outros rendimentos pagosImporta alertar que a isenção do imposto é restrita

à distribuição do lucro presumido (base de cálculo do IRPJ) líquido do imposto e às contribuições devidas pela empresa, conforme demonstrado no subitem 9.1, ou ao lucro líquido apurado contabilmente (na hipótese ilustrada no subitem 9.2).

Desse modo, outros rendimentos pagos a titular, sócios ou acionistas da empresa, tais como pró-labore, aluguéis, entre outros, são tributados normalmente segundo as normas comuns aplicáveis à tributação na fonte e na declaração do beneficiário.

10. oBRIgaçÕES aCESSÓRIaSAs pessoas jurídicas que optarem pela tributação

com base no lucro presumido deverão, para efeito do Imposto de Renda, manter (RIR/1999, art. 527):

a) escrituração contábil nos termos da legislação comercial ou, opcionalmente, escrituração de livro Caixa, no qual deverá ser lançada toda a movimentação financeira ocorrida no decorrer do ano-calendário abrangido por esse regime de tributação, inclusive a bancária;

b) escrituração do livro Registro de Inventário, no qual deverão ser registrados os estoques exis-tentes no término do ano-calendário;

c) em boa guarda e ordem, enquanto não de-corrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica (do IPI/ICMS,

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12-15Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

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do ISS e outras), bem como os documentos e os demais papéis que serviram de base para a escrituração comercial e fiscal.

As pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no lucro presumido deverão entregar, anualmente, a DIPJ.

11. SaÍda do REgImE do LuCRo PRESumIdo11.1 Saída voluntária

A opção pelo lucro presumido (exercida na forma tratada no item 5) obriga a empresa a permanecer nesse regime durante todo o ano-calendário.

Entretanto, em qualquer ano-calendário subse-quente, a empresa terá total liberdade para se submeter a outro regime de tributação, observadas as condições pertinentes ao regime escolhido. Por exemplo:

a) poderá submeter-se à tributação com base no lucro real, se mantiver escrituração contábil e fiscal nas condições exigidas nesse regime (veja o subitem 11.3); ou

b) poderá optar pelo Simples Nacional, caso ve-nha a se enquadrar nas condições para o in-gresso nesse regime.

11.2 Saída obrigatóriaA contar de 1º.01.2014, a empresa submetida

ao regime do lucro presumido cuja receita bruta, no decorrer do ano-calendário, ultrapassar o limite de R$ 78.000.000,00 ou o limite proporcional equivalente ao resultado da multiplicação de R$ 6.500.000,00 pelo número de meses de atividade, caso se trate do ano de início de atividades, ficará impedida de optar por esse regime de tributação no ano-calendário subsequente.

Por exemplo, a empresa que optar pelo lucro presumido em 2014, mas, nesse ano, a sua receita bruta superar o montante de R$ 78.000.000,00, estará impedida de optar pelo lucro presumido em 2015, devendo submeter-se à tributação com base no lucro real ou arbitrado (salvo se houver aderido ao Refis).

11.3 Empresa tributada pelo lucro presumido que não mantiver escrituração contábil

A empresa submetida à tributação com base no lucro presumido que não mantiver escrituração contábil na forma prevista nas leis comercial e fiscal, se tiver de passar para o regime do lucro real por ter-se desenquadrado das condições exigidas para se manter no lucro presumido ou por opção, deverá proceder, em 1º de janeiro do ano em que ficar sujeita à tributação pelo lucro real, ao levantamento patrimo-nial e à elaboração do balanço de abertura para início ou reinício da escrituração comercial.

11.4 Compensação de prejuízos fiscaisNo regime de tributação pelo lucro presumido,

não há compensação de prejuízos fiscais.

Entretanto, a empresa optante pelo lucro presumido que, em ano-calendário anterior, foi tributada pelo lucro real e apurou prejuízo fiscal voltar, em ano-calendário posterior, a se submeter à tributação pelo lucro real poderá compensar, com o lucro real apurado, o prejuízo fiscal apurado no ano em que foi tributada pelo lucro real, observados os limites e as condições da compen-sação de prejuízos fiscais (RIR/1999, art. 510).

Por exemplo, em 2012, a empresa foi tributada pelo lucro real e apurou prejuízo fiscal. Em 2013, optou pelo lucro presumido. Se, em 2014, voltar a ser tribu-tada pelo lucro real, poderá compensar, com o lucro real apurado em 2014, o prejuízo fiscal apurado em 2012, observados os limites e as condições referidas.

12. REgImE tRIButÁRIo dE tRanSIçãoDe acordo com a Lei nº 11.941/2009, conversão

da Medida Provisória nº 449/2008, ficou estabelecido que o Regime Tributário de Transição (RTT) se aplica obrigatoriamente desde o ano-calendário de 2010 às empresas optantes pelo lucro presumido.

Para as pessoas jurídicas sujeitas ao RTT, o lucro presumido deverá ser apurado de acordo com a legislação de regência do tributo, com utilização dos métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007, independentemente da forma de conta-bilização determinada pelas alterações da legislação societária decorrentes da Lei nº 11.638/2007, da Lei nº 11.941/2009, e da respectiva regulamentação.

Na apuração da base de cálculo no lucro presu-mido, serão feitos os seguintes ajustes:

a) exclusão de valores referentes à receita auferi-da cuja tributação poderá ser diferida para pe-ríodos subsequentes, em decorrência de dife-renças de métodos e critérios contábeis deter-minados pela legislação societária, em relação àqueles aplicáveis à legislação tributária; e

b) adição de valores não incluídos na receita au-ferida cuja tributação fora diferida de períodos anteriores, em decorrência de diferenças de métodos e critérios contábeis determinados pela legislação societária, em relação àqueles aplicáveis à legislação tributária.

Nesse sentido, o contribuinte deverá manter memória de cálculo que permita identificar o valor da receita auferida em cada período e controlar os mon-tantes das respectivas exclusões e adições à base de cálculo a que se referem as letras “a” e “b”.

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12-16 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

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Imposto de Renda e Legislação Societária

NotaA Medida Provisória nº 627/2013 revogou, com efeitos a partir de

1º.01.2015, as regras aplicáveis ao Regime Tributário de Transição (RTT), previstas nos arts. 15 a 24 da Lei nº 11.941/2009, momento em que passará a vigorar o novo regramento introduzido pelos arts. 1º a 66 da referida Medida Provisória, salvo se a pessoa jurídica optar pela aplicação antecipada dessas disposições para o ano-calendário de 2014.

Ressalta-se que a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pela referida norma e os efeitos dos incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 99, também a contar de 1º.01.2014.

A Secretaria da RFB definirá a forma, o prazo e as condições da opção mencionada anteriormente.

12.1 Vantagens da adoção antecipada da medida Provisória nº 627/2014

As pessoas jurídicas que fizerem a opção ante-cipada pelas novas regras estabelecidas na Medida Provisória nº 627/2013, ou seja, a partir do ano--calendário de 2014, terão os seguintes benefícios:

a) os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados entre 1º.01.2008 e 31.12.2013, pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitra-do, efetivamente pagos até 12.11.2013, em va-lores superiores aos apurados com observância dos métodos e critérios contábeis vigentes em

31.12.2007, não ficarão sujeitos à incidência do IRRF, nem integrarão a base de cálculo do IRPJ e da CSL do beneficiário, pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliado no País ou no exterior;

b) para fins do limite para o cálculo dos juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, previsto no art. 9º da Lei nº 9.249/1995, especificamente em relação aos anos-calendário de 2008 a 2013, a pessoa jurídica poderá utilizar as contas do patrimônio líquido mensurado de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976, observando-se, ainda, que, no cálculo da parcela a deduzir, não serão considerados os valores re-lativos a ajustes de avaliação patrimonial a que se refere o § 3º do art. 182 da Lei nº 6.404/1976; e

c) para os anos-calendário de 2008 a 2013, o contribuinte poderá avaliar o investimento pelo valor de patrimônio líquido da coligada ou controlada, determinado de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976.

(Medida Provisória nº 627/2013, arts. 67 a 70)

N

a Direito de EmpresaIndicação do local da sede nos atos constitutivos e nas suas alterações SUMÁRIO 1. Introdução 2. Sede e domicílio 3. O que dispõe o Código Civil 4. O que dispõe a Lei de Falências 5. O que dispõe a Lei do Registro Público

1. IntRoduçãoNa elaboração dos atos constitutivos das empre-

sas mercantis, qualquer que seja o tipo societário, é necessária a indicação do local da sede, filiais, sucursais, agências e escritórios.

2. SEdE E domICÍLIoSede é o lugar em que se centralizam as ativi-

dades da pessoa jurídica, onde está instalada a sua direção ou a sua administração.

Domicílio da pessoa jurídica é o local onde se centralizam os seus negócios ou atividades. Admite--se a pluralidade de domicílios quando a pessoa jurídica mantém vários estabelecimentos de sua pro-priedade. Nesse caso, o local em que estiver situado cada estabelecimento é considerado domicílio para os atos nele praticados.

O foro do domicílio revela o juízo competente para conhecer as questões pertinentes à pessoa jurídica.

O termo “endereço” significa a indicação do próprio domicílio da pessoa jurídica pela menção da casa, do número, da rua e da cidade em que se situa.

2.1 distinções entre sede, domicílio e estabelecimento matrizToda pessoa jurídica está obrigada a fazer inscri-

ção no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) para atuar regularmente no País.

Esse cadastro obrigatório gera um número de inscrição que será utilizado pela pessoa jurídica em todas as suas transações comerciais e financeiras, bem como nas relações tributárias com o Fisco.

Ao efetuar o castrado, são solicitados diversos dados da pessoa jurídica, dentre eles a sede, o domi-cílio e o estabelecimento matriz.

Como, todavia, existem entendimentos diferentes do que vem a ser sede, domicílio e estabelecimento matriz, a Receita Federal divulgou os seus conceitos por meio da Solução de Consulta Cosit nº 27/2013, conforme segue:

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Imposto de Renda e Legislação Societária

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a) sede da pessoa jurídica é o lugar escolhido pe-los seus controladores o qual pode ser deman-dado para o cumprimento de suas obrigações;

b) domicílio da pessoa jurídica de direito priva-do é o lugar onde funcionam as respectivas diretorias e administrações ou onde é eleito domicílio especial no seu estatuto ou em atos constitutivos; e

c) estabelecimento matriz é aquele no qual se exercem a direção e a administração da pes-soa jurídica.

Na hipótese de a pessoa jurídica ter diversos esta-belecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos praticados, observando-se que a pessoa jurídica de direito pri-vado pode ter diversos domicílios, mas uma só sede.

O domicílio tributário é aquele de eleição do con-tribuinte, exceto quando a escolha impossibilite ou difi-culte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, bem como o princípio da autonomia do estabelecimento, que faz de cada filial uma unidade independente quando o tributo é recolhido por esta e não pela matriz.

Assim, a opção por estabelecer a matriz (centro de direção e administração) em determinado lugar implica a pessoa jurídica eleger nesse local, em prin-cípio, seu domicílio tributário.

3. o QuE dISPÕE o CÓdIgo CIVILO Código Civil (Lei nº 10.406/2002) estabelece que

o domicílio das pessoas jurídicas de direito privado será o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos (art. 75, IV). Temos, portanto, que o domicílio poderá ser qualquer um de escolha (eleição) ou, inexistindo um determinado (o que significa que não é obrigatório pelo Código Civil), será o lugar onde funcionarem a diretoria e a adminis-tração (legal). Por outro lado, tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados (§ 1º do art. 75).

Também dispõe o Código de Processo Civil que, para a demanda, é competente o foro do lugar onde (art. 100, IV):

a) está a sede, para a ação em que for ré a pes-soa jurídica;

b) se acha a agência ou sucursal, quanto às obri-gações que ela contraiu;

c) é exercida a atividade principal, para a ação em que for ré a sociedade que carece de per-sonalidade jurídica;

d) a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se exigir o seu cumprimento.

4. o QuE dISPÕE a LEI dE FaLênCIaSDe acordo com o art. 3º da Lei de Falências (Lei nº

11.101/2005), é competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

O assunto foi tratado pelo comercialista J. X. Carvalho de Mendonça, que diz (“Tratado de Direito Comercial Brasileiro”, vol. III, p. 101):

Domicílio da sociedade e sede social no contrato ou nos estatutos da sociedade é imprescindível; determina o lugar do registro do comércio para a publicidade obrigatória dos seus atos, dá a conhecer onde se acham à disposição dos acionistas os balanços e contas anuais dos administrado-res das sociedades anônimas, firma a competência juris-dicional para as ações derivadas do contrato social, quer contra os sócios, quer dos sócios entre si, quer de terceiros para com a sociedade, para as ações de nulidade, para a dissolução e liquidação e para a falência.

No tocante à distinção entre domicílio e endereço, já vimos que este último é uma consequência do do-micílio (lugar, extensão territorial da cidade, distrito ou subdistrito, em que a pessoa jurídica centraliza seus negócios ou atividades), que, por sua vez, difere de foro (comarca).

5. o QuE dISPÕE a LEI do REgIStRo PúBLICoA Lei do Registro Público de Empresas Mercantis

(Lei nº 8.934/1994) apenas estabelece que não pode-rão ser arquivados, entre outros, os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não designarem o respectivo capital, bem como declaração precisa de seu objeto (art. 35, III). Todavia, a Lei nº 8.884/1994, que regula a repressão ao abuso do poder econômico, estabelece, em seu art. 56, que as Juntas Comerciais ou órgãos correspondentes nos Estados não poderão arquivar quaisquer atos relativos a constituição, transformação, fusão, incorporação ou agrupamento de empresas, bem como quaisquer alterações nos respectivos atos constitutivos, sem que deles constem, entre outros, o local da sede e o respectivo endereço, inclusive das filiais declaradas.

Em face dessas duas últimas prescrições legais, o Regulamento da Lei do Registro Público de Empresas Mercantis (Decreto nº 1.800/1996) diz (art. 53, III, “e”) que não podem ser arquivados quaisquer atos relativos a constituição e transformação de sociedades mercantis se deles não constarem, entre outros, o nome empresarial, o município da sede com endereço completo e foro, bem como os endereços completos das filiais declaradas.

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12-18 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

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Imposto de Renda e Legislação Societária

Quanto à obrigatoriedade de indicação nas alte-rações dos atos constitutivos, uma interpretação literal do art. 56 da Lei nº 8.884/1994 (que regula a repressão ao abuso do poder econômico) conduz à conclusão de que tal dispositivo exige que o local da sede e respectivo devam constar também dessas alterações;

entretanto, o Decreto nº 1.800/1996 (Regulamento da Lei do Registro Público de Empresas Mercantis) men-ciona a obrigatoriedade de indicação do município da sede, com endereço completo e foro, inclusive das filiais declaradas, somente nos atos constitutivos.

N

a IOB Setorial

COméRCIO EXTERIOR

Simples Nacional - Exportação de bens e serviços1. IntRodução

A Constituição Federal de 1988 determina, em seu art. 146, que cabe à lei complementar estabelecer nor-mas gerais em matéria de legislação tributária, espe-cialmente sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas (ME) e para as empresas de pequeno porte (EPP), inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte interes-tadual e intermunicipal e de Comunicação (ICMS), da Contribuição Previdenciária Patronal (CPP), da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins.

Nesse contexto, foi instituído pela Lei Comple-mentar nº 123/2006 o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), que concede tratamento diferen-ciado e favorecido às ME e às EPP no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere:

a) à apuração e ao recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municípios, mediante regi-me único de arrecadação, inclusive obriga-ções acessórias;

b) ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações aces-sórias;

c) ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.

Esse tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às ME e às EPP passou a ser gerido pelo

Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), pelo Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte e pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legali-zação de Empresas e Negócios (CGSIM).

Para efeitos tributários, o Simples Nacional foi regulamentado pela Resolução CGSN nº 94/2011.

2. CÁLCuLo E PagamEnto doS ImPoStoS E ContRIBuIçÕES

2.1 Base de cálculo e alíquotasA base de cálculo para a determinação do valor

devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional será a receita bruta total mensal auferida (regime de competência) ou recebida (regime de caixa), conforme opção feita pelo contribuinte.

Consideram-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas opera-ções em conta alheia, não incluídas as vendas cance-ladas e os descontos incondicionais concedidos.

Para efeito de determinação da alíquota, o su-jeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao do período de apuração, observando-se que, em caso de início de atividade, os valores de receita bruta acumulada constantes das tabelas dos Anexos I a V da Lei Complementar nº 123/2006 devem ser proporcionalizados ao número de meses de atividade no período.

Assim, sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota determinada na forma dos anexos, podendo tal incidência se dar, à opção do contri-buinte, na forma da Resolução CGSN nº 94/2011, sobre a receita recebida no mês, sendo essa opção irretratável para todo o ano-calendário.

O contribuinte deverá considerar, destacada-mente, para fins de pagamento:

a) as receitas decorrentes da revenda de merca-dorias;

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12-19Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

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b) as receitas decorrentes da venda de mercado-rias industrializadas pelo contribuinte;

c) as receitas decorrentes da prestação de servi-ços, bem como a de locação de bens móveis;

d) as receitas decorrentes da venda de mercado-rias sujeitas à substituição tributária e tributação concentrada em uma única etapa (monofásica), bem como, em relação ao ICMS, antecipação tributária com encerramento de tributação;

e) as receitas decorrentes da exportação de mer-cadorias para o exterior, inclusive as vendas rea-lizadas por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico (SPE) previs-ta no art. 56 da Lei Complementar nº 123/2006.

(Lei Complementar nº 123/2006, arts. 3º, § 1º, e 18; Reso-lução CGSN nº 94/2011, arts. 16 e 25)

2.2 Receita de exportação de bens para revenda ou industrializadosA ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deve

considerar a receita destacadamente, por mês e por estabelecimento, para fins de pagamento, conforme o caso, aplicando-se a alíquota prevista na Lei Comple-mentar nº 123/2006:

a) Anexo I, sobre a receita decorrente da reven-da de mercadorias para exportação, descon-siderando os percentuais relativos ao ICMS, à Cofins e ao PIS-Pasep;

b) Anexo II, sobre a receita decorrente da venda de mercadorias por elas industrializadas para exportação, desconsiderando os percentuais re-lativos ao IPI, ao ICMS, à Cofins e ao PIS-Pasep.

Notas(1) Consideram-se também receitas de exportação as vendas realiza-

das por meio de comercial exportadora ou da Sociedade de Propósito Espe-cífico (SPE) prevista no art. 35 da Lei Complementar nº 123/2006.

(2) A SPE que houver adquirido mercadorias de ME ou EPP que seja sua sócia, bem como a empresa comercial exportadora que houver adqui-rido mercadorias de empresa optante pelo Simples Nacional, com o fim es-pecífico de exportação para o exterior, que, no prazo de 180 dias, contado da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque para o exterior ficará sujeita ao pagamento de todos os impostos e contribuições que deixaram de ser pagos pela empresa vendedora, acres-cidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que rege a cobrança do tributo não pago, aplicável à sociedade de propósito específico ou à própria comercial exportadora.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 18; Resolução CGSN nº 94/2011, art. 25, I e II)

2.3 Receita de prestação de serviços para o exteriorA ME ou a EPP optante pelo Simples Nacional que

realizar prestação de serviços para o exterior também deve considerar a receita destacadamente, por mês e por estabelecimento, para fins de pagamento, conforme o caso, aplicando-se a alíquota prevista nos anexos

mencionados a seguir, conforme previsto na Lei Comple-mentar nº 123/2006, observados os demais requisitos:

a) Anexo III, sobre a receita decorrente das ativi-dades a seguir:a.1) da locação de bens móveis, desconside-

rando-se os percentuais relativos ao ISS;a.2) da prestação dos serviços seguintes:

a.2.1) creche, pré-escola e estabeleci-mento de ensino fundamental, es-colas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estran-geiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres, exceto as academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais e as academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes;

a.2.2) agência terceirizada de correios;a.2.3) agência de viagem e turismo;a.2.4) centro de formação de conduto-

res de veículos automotores de transporte terrestre de passagei-ros e de carga;

a.2.5) agência lotérica;a.2.6) serviços de instalação, de reparos

e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, trata-mento e revestimento em metais;

a.2.7) transporte municipal de passageiros;a.2.8) serviços de transportes intermuni-

cipais e interestaduais de cargas e de comunicação;

a.2.9) serviços de transportes intermuni-cipais e interestaduais de cargas e de comunicação;

a.2.10) escritórios de serviços contábeis;a.2.11) demais prestações de serviços

que não tenham sido objeto de vedação expressa, desde que não incorra em nenhuma das hi-póteses de vedação;

b) Anexo IV, sobre a receita decorrente da prestação dos serviços de construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interio-res e de vigilância, limpeza ou conservação;

c) Anexo V, sobre aquela receita decorrente da prestação dos serviços:

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12-20 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

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c.1) cumulativamente, administração e loca-ção de imóveis de terceiros;

c.2) academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais;

c.3) academias de atividades físicas, despor-tivas, de natação e escolas de esportes;

c.4) elaboração de programas de computa-dores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento da optante;

c.5) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;

c.6) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, des-de que realizados em estabelecimento da optante;

c.7) empresas montadoras de estandes para feiras;

c.8) laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica;

c.9) serviços de tomografia, diagnósticos mé-dicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética;

c.10) serviços de prótese em geral.Dessa forma, conclui-se que as receitas decor-

rentes das atividades de prestação de serviços para o exterior são tributadas da mesma forma, como se tivessem sido prestadas no País.

NotaO art. 14 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 vincula a isenção da

contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, nos casos de serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo paga-mento represente ingresso de divisas.

Entretanto, de acordo com a Lei nº 11.371/2006, art. 10, na hipótese de a pessoa jurídica manter os recursos em moeda estrangeira relativos aos recebimen-tos de exportações brasileiras de mercadorias e de serviços para o exterior, reali-zadas por pessoas físicas ou jurídicas, em instituição financeira no exterior, obser-vados os limites fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), independe do efetivo ingresso de divisas a aplicação das normas de que tratam o § 1º e o inciso III do caput do art. 14 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, o inciso II do caput do art. 5º da Lei nº 10.637/2002 e o inciso II do caput do art. 6º da Lei nº 10.833/2003.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 18, §§ 5º-B a 5º-E; Re-solução CGSN nº 94/2011, art. 25, III)

3. ImunIdadE ConStItuCIonaL E InFRaConStItuCIonaLConforme estabelece o art. 149, § 2º, I, da Cons-

tituição Federal de 1988, as contribuições sociais não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação.

No caso da exportação de bens, a pessoa jurídica (ME ou EPP) optante pelo Simples Nacional é benefi-ciada pela isenção do ICMS e pela imunidade da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep (subtópico 2.2).

Entretanto, quando se trata de prestação de servi-ços para o exterior, realizada por ME ou EPP optante

pelo Simples Nacional, não há disposição legal (infra-constitucional) que ampare os mesmos benefícios, conforme demonstrado no subtópico 2.3.

Nessa hipótese, por força da disposição mencionada na Constituição Federal e tendo em vista o disposto no art. 30 da Resolução CGSN nº 94/2011, segundo o qual prevê que, “na apuração dos valores devidos no Simples Nacional, a imunidade constitucional sobre alguns tribu-tos não afeta a incidência quanto aos demais, caso em que a alíquota aplicável corresponderá ao somatório dos percentuais dos tributos não alcançados pela imunidade”, conclui-se que as receitas decorrentes da prestação de serviços para o exterior também deverão ser segregadas a fim de que seja excluída a parcela referente à contribui-ção para o PIS-Pasep e à Cofins.

Nesse sentido, decidiu a Solução de Consulta Disit nº 68/2013, da 9ª Região Fiscal (Paraná e Santa Catarina):

ASSUNTO: Simples Nacional

EMENTA: EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS. IMUNIDADE. LIMITE ADICIONAL.

A receita auferida pelas pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional com a exportação de serviços é imune da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Os valores relativos à receita de exportação de serviços não integram o limite adicional previsto no § 14 do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006, devendo ser somados às receitas auferidas no mercado interno.

4. PRazo dE RECoLhImEntoOs tributos devidos, apurados na forma do

Simples Nacional, deverão ser pagos até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta, observando-se que:

a) na hipótese de a ME ou EPP possuir filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por intermédio da matriz;

b) o valor não pago até a data do vencimento sujei-tar-se-á à incidência de encargos legais na for-ma prevista na legislação do Imposto de Renda;

c) quando não houver expediente bancário no prazo estabelecido para o recolhimento, os tri-butos deverão ser pagos até o dia útil imedia-tamente posterior.

Ressalta-se que o cálculo do valor devido no regime do Simples Nacional deve ser efetuado por meio do Programa Gerador do Documento de Arreca-dação do Simples Nacional - Declaratório (PGDAS-D), disponível no Portal do Simples Nacional na Internet.

Assim, ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá calcular os tributos devidos mensalmente informando os valores relativos à totalidade das recei-tas correspondentes às suas operações e prestações de serviços realizadas no período no referido apli-

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12-21Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

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ANExO I AlíquOtAS E PARtIlhA DO SIMPlES NACIONAl - COMéRCIO

Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSll COFINS PIS/PASEP CPP ICMSAté 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

b) em relação à prestação de serviços para o exterior de atividade tributada pela tabela constante do Ane-xo III da Resolução CGSN nº 94/2011 (na faixa da receita bruta de R$ 1.080.000,01 a R$ 1.260.000,00), a seguir reproduzida:

ANExO III AlíquOtAS E PARtIlhA DO SIMPlES NACIONAl - RECEItAS DECORRENtES DE lOCAÇÃO DE BENS

MóVEIS E DE PREStAÇÃO DE SERVIÇOS RElACIONADOS NA RESOluÇÃO CGSN Nº 94//2011, ARt. 25, IIIReceita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSll COFINS PIS/PASEP CPP ISSAté 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%De 720.000,01 a 900.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

cativo, devendo, ainda, gerar e recolher os tributos devidos por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), conforme modelo constante do Anexo IX à Resolução CGSN nº 94/2011.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 21, III, §§ 1º e 3º; Re-solução CGSN nº 94/2011, art. 38)

5. ExEmPLoConsideremos determinada EPP do ramo comer-

cial, optante pelo Simples Nacional, que aufira, no mês de janeiro de 2014, receita bruta de R$ 100.000,00 decorrente da revenda de mercadorias no mercado interno; de R$ 50.000,00 referentes à exportação de

mercadorias e R$ 40.000,00 relativos à prestação de serviços para o exterior.

Nesse caso, considerando-se que a receita bruta acumulada dos últimos 12 meses tenha totalizado R$ 1.200.000,00, as alíquotas aplicáveis para a apuração do valor devido no mês no regime do Simples Nacional serão determinadas:

a) em relação à revenda de bens (mercado inter-no e exportação), com base na tabela constan-te do Anexo I da Resolução CGSN nº 94/2011 (na faixa da receita bruta de R$ 1.080.000,01 a R$ 1.260.000,00), a seguir reproduzida:

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12-22 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

I. Demonstrativo do cálculo do valor devido no Simples Nacionaltipo de receita Valor Alíquota (%) Valor devido

Revenda de mercadorias no mercado interno R$ 100.000,00 8,36 R$ 8.360,00Exportação de mercadorias R$ 50.000,00 4,08 (1) R$ 2.040,00Exportação de serviços R$ 40.000,00 10,38 (2) R$ 4.152,00Valor dos tributos devidos no Simples Nacional R$ 14.552,00

(1) 8,36%, excluídas as parcelas relativas ao ICMS, à Cofins e à contribuição para o PIS-Pasep.(2) 12,54%, excluídas as parcelas relativas à Cofins e à Contribuição para o PIS-Pasep.

II. Demonstrativo das telas do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - Declaratório (PGDAS-D)

REVENDA DE MERCADORIAS NO MERCADO INtERNO

REVENDA DE MERCADORIAS PARA O ExtERIOR

PREStAÇÃO DE SERVIÇOS SuJEItOS AO ANExO III DA RESOluÇÃO CGSN Nº 94/2011

NotaNo preenchimento da ficha de prestação de serviços, o próprio PGDAS-D fornece a opção para a indicação da imunidade.

N

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12-23Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

IRPJ/CSL

Remunerações dos sócios, diretores ou administradores, titular de empresa individual e conselheiros fiscais e consultivos - Dedutibilidade

Para fins de determinação do lucro real, as remu-nerações dos sócios, diretores ou administradores, titular de empresa individual e conselheiros fiscais e consultivos são dedutíveis. Contudo, são indedutíveis as retiradas que não correspondam à remunera-ção mensal fixa por prestação de serviços (Lei nº 4.506/1964, art. 47; Decreto-lei nº 5.844/1973).

De acordo com o Parecer Normativo CST nº 48/1972, as retiradas e demais vantagens em favor dos beneficiários (sócios, diretores ou administradores de sociedades) que compõem as respectivas remu-nerações são livremente fixadas ou determinadas pelos órgãos competentes das empresas, levando em conta diversos fatores, tais como: a capacidade gerencial dos beneficiários, a complexidade e o vulto dos serviços exigidos e o preço do mercado de traba-lho para esses serviços.

Nesse sentido, cabe uma questão: em uma empresa tributada pelo Lucro Real, o salário mensal, o 13º salário, as férias e 1/3 férias e encargos (FGTS e INSS) de acionistas e diretores registrados como fun-cionários por exercerem atividades administrativas na empresa são dedutíveis para efeito de cálculo do IRPJ e da CSLL ou esses valores devem ser adicionados na apuração do lucro real?

No presente caso, os acionistas e diretores, mesmo que empregados, são indicados por meio de assembleias com poderes de mando (administração) e o pró-labore (remuneração pelo serviço prestado) é fixado nos mesmo atos. Portanto, tudo aquilo que ultrapassar a composição da remuneração determi-nada é tratado como gratificação e será indedutível para fins do IRPJ e da CSLL, conforme o art. 45, § 3º, da Lei nº 4.506/1964 e o art. 58, parágrafo único, do Decreto-lei nº 1.598/1977.

Por todo o exposto, concluímos que:a) são dedutíveis: o salário (remuneração fixada

em assembleia); o FGTS, conforme o art. 345 do RIR/1999, e o INSS, conforme art. 344 do RIR/1999; e

b) são indedutíveis: o 13º salário, as férias e 1/3 sobre as férias.

Sobre a questão da indedutibilidade, destacamos o Acórdão do 1º CC nº 101-73.881/82, que diz:

13º SALÁRIO E EMPREGADO ADMINISTRADOR - O exercício de mandato com poderes amplos de gestão, comportando desde os atos de comércio, como os de transigência em juízo e fora dele, envolvendo não apenas os chamados atos de rotina em cada departamento, mas a solução de questões que envolvem a empresa como um todo, abrangendo a própria política da sociedade, carac-teriza a condição de administrador, prevista no item 130 da IN 2/69; a exclusão do inciso seguinte do mesmo ato está voltada para hipótese de procuração inerente à atividade específica do cargo ocupado pelo empregado. O 13º salá-rio atribuído a administrador é indedutível.

Recentemente, foi publicada a Solução de Con-sulta Cosit nº 52/2013 (DOU 1 de 09/01/2014), a seguir transcrita, que trata da dedutibilidade das rubricas a título de férias e 13º salário, acrescidas dos respectivos encargos sociais, de administrador empregado. Toda-via, a mesma deve ser analisada com cautela.

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

ADMINISTRADOR EMPREGADO. FÉRIAS E DÉCIMO--TERCEIRO SALÁRIO. DESPESAS DEDUTÍVEIS. A pessoa jurídica poderá deduzir, como custo ou despesa operacio-nal, em cada período de apuração, importância destinada a constituir provisão para pagamento de remuneração correspondente a férias e décimo-terceiro salário, acres-cida dos respectivos encargos sociais cujo ônus caiba à pessoa jurídica, de diretores e administradores, desde que estes sejam caracterizados como empregados, ou seja, estejam vinculados à pessoa jurídica por intermédio de um contrato de trabalho regido pela CLT.

Dispositivos Legais: Decreto nº 3.000, de 1999, arts. 337 e 338.

Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL

ADMINISTRADOR EMPREGADO. FÉRIAS E DÉCIMO--TERCEIRO SALÁRIO. DESPESAS DEDUTÍVEIS. A pessoa jurídica poderá deduzir, como custo ou despesa operacio-nal, em cada período de apuração, importância destinada a constituir provisão para pagamento de remuneração correspondente a férias e décimo-terceiro salário, acres-cida dos respectivos encargos sociais cujo ônus caiba à pessoa jurídica, de diretores e administradores, desde que estes sejam caracterizados como empregados, ou seja, estejam vinculados à pessoa jurídica por intermédio de um contrato de trabalho regido pela CLT.

Dispositivos Legais: Decreto nº 3.000, de 1999, arts. 337 e 338; Lei nº Lei nº 8.981, de 1998, art. 57

Nota-se, pelo teor da referida Solução de Consulta, que o administrador empregado tem rela-ção de emprego com a pessoa jurídica que pretende

a IOB Comenta

Page 28: IOB - Imposto de Renda - nº 13/2014 - 4ª Sem Marco · no lucro presumido as pessoas jurídicas que inicia-rem atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão, desde

12-24 IR/LS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 13 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

dar o tratamento de dedutibilidade para os itens em questão, especialmente na sociedade limitada. No entanto, é importante observar que, para haver essa relação de emprego, é necessária a presença da subordinação.

Como já dissemos, os acionistas, diretores e conselheiros, mesmo que empregados, são indicados

por meio de assembleias e/ou reunião com poderes de mando (administração) e o pró-labore (remunera-ção pelo serviço prestado) é fixado nos mesmos atos. Assim, são dedutíveis as despesas (13º salário, férias e 1/3 férias) desde que os dirigentes tenham contrato de trabalho regido nos moldes da CLT, conforme esclarece a Solução de Consulta Cosit nº 52/2013.

N

IRPFDeclaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de

2013, exercício de 2014 - Demolição e construção de imóvel - Custo de aquisição

1) Como declarar a demolição de residência para a construção de outra no mesmo terreno?

A demolição de residência deve ser informada no campo “Discriminação” da Declaração de Bens e Direitos, informando o valor do bem demolido e os gastos com a nova construção. Esses gastos devem ser somados ao custo de aquisição informados no campo “Situação em 31/12/2012 (R$)” e o resultado declarado no campo “Situação em 31/12/2013 (R$)”.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 442)

Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Dependentes -

Rendimentos auferidos

2) Como informar as despesas com educação de filho dependente que começa auferir rendimentos do trabalho a partir do ano-calendário de 2013?

O dependente poderá apresentar declaração em separado, o qual deverá informar os rendimentos auferidos e as despesas com instrução pagas. Se a declaração for em conjunto com o pai, este poderá considerá-lo dependente, e deverá incluir em sua declaração os rendimentos auferidos pelo filho, bem como as despesas com instrução pagas.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 168)

Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Pecúlios recebidos -

tratamento tributário

3) Qual o tratamento tributário das quantias rece-bidas pelos beneficiários participantes de planos pre-videnciários pelas entidades de previdência privada?

São isentos do imposto sobre a renda os segu-ros recebidos de entidade de previdência privada decorrente de morte ou invalidez permanente do par-ticipante (informar na linha 02 da ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”). A palavra “seguros” tem o significado de pecúlio recebido de uma só vez.

Entende-se por pecúlio apenas o benefício pago em parcela única, por entidade de previdência pri-vada, em virtude de morte ou invalidez permanente do participante de plano de previdência, assim enten-dido como benefício de risco, com característica de seguro, previsto expressamente no plano de benefício contratado.

A importância paga em prestação única, em razão de morte ou invalidez permanente do partici-pante, correspondente à reversão (devolução) de contribuições efetuadas ao plano, acrescida ou não de rendimentos financeiros, não caracteriza paga-mento de pecúlio (seguro), sendo, portanto, tributável na fonte, como antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual da pessoa física, ou de forma exclusiva, nos casos em que houve opção por aquele regime de tributação.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 172)

Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Planos de saúde - Dedução

4) O contribuinte pode deduzir os gastos com plano de saúde pagos para o cônjuge que declara em separado?

Não. O contribuinte, titular de plano de saúde, não pode deduzir os valores referentes ao cônjuge quando este declarar em separado, pois somente são dedutíveis na declaração os valores pagos a planos de saúde de pessoas físicas consideradas depen-dentes, incluídas na declaração do responsável em que forem consideradas dependentes.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 363)

a IOB Perguntas e Respostas