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IntroduçãoPor muito tempo, a educação profissional foi desprezada e considera-

da de segunda classe. Atualmente, a opção pela formação técnica é festejada, pois alia os conhecimentos do “saber fazer” com a formação geral do “conhe-cer” e do “saber ser”; é a formação integral do estudante.

Este livro didático é uma ferramenta para a formação integral, pois alia o instrumental para aplicação prática com as bases científicas e tecnológicas, ou seja, permite aplicar a ciência em soluções do dia a dia.

Além do livro, compõe esta formação do técnico o preparo do professor e de campo, o estágio, a visita técnica e outras atividades inerentes a cada plano de curso. Dessa forma, o livro, com sua estruturação pedagogicamente elaborada, é uma ferramenta altamente relevante, pois é fio condutor dessas atividades formativas.

Ele está contextualizado com a realidade, as necessidades do mundo do trabalho, os arranjos produtivos, o interesse da inclusão social e a aplicação cotidiana. Essa contextualização elimina a dicotomia entre atividade intelectual e atividade manual, pois não só prepara o profissional para trabalhar em ati-vidades produtivas, mas também com conhecimentos e atitudes, com vistas à atuação política na sociedade. Afinal, é desejo de todo educador formar cidadãos produtivos.

Outro valor pedagógico acompanha esta obra: o fortalecimento mútuo da formação geral e da formação específica (técnica). O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) tem demonstrado que os alunos que estudam em um curso técnico tiram melhores notas, pois ao estudar para resolver um pro-blema prático ele aprimora os conhecimentos da formação geral (química, física, matemática, etc.); e ao contrário, quando estudam uma disciplina geral passam a aprimorar possibilidades da parte técnica.

Pretendemos contribuir para resolver o problema do desemprego, pre-parando os alunos para atuar na área científica, industrial, de transações e comercial, conforme seu interesse. Por outro lado, preparamos os alunos para ser independentes no processo formativo, permitindo que trabalhem durante parte do dia no comércio ou na indústria e prossigam em seus estu-dos superiores no contraturno. Dessa forma, podem constituir seu itinerário formativo e, ao concluir um curso superior, serão robustamente formados em relação a outros, que não tiveram a oportunidade de realizar um curso técnico.

Por fim, este livro pretende ser útil para a economia brasileira, aprimo-rando nossa força produtiva ao mesmo tempo em que dispensa a importação de técnicos estrangeiros para atender às demandas da nossa economia.

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Por que a Formação Técnica de Nível Médio É Importante? O técnico desempenha papel vital no desenvolvimento do país por meio da criação de

recursos humanos qualificados, aumento da produtividade industrial e melhoria da quali-dade de vida.

Alguns benefícios do ensino profissionalizante para o formando:

• Aumento dos salários em comparação com aqueles que têm apenas o Ensino Médio.

• Maior estabilidade no emprego.

• Maior rapidez para adentrar ao mercado de trabalho.

• Facilidade em conciliar trabalho e estudos.

• Mais de 72% ao se formarem estão empregados.

• Mais de 65% dos concluintes passam a trabalhar naquilo que gostam e em que se formaram.

Esses dados são oriundos de pesquisas. Uma delas, intitulada “Educação profissional e você no mercado de trabalho”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas e o Instituto Votorantim, comprova o acerto do Governo ao colocar, entre os quatro eixos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), investimentos para a popularização da Educação Profissional. Para as empresas, os cursos oferecidos pelas escolas profissionais atendem de forma mais eficiente às diferentes necessidades dos negócios.

Outra pesquisa, feita em 2009 pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), órgão do Ministério da Educação (MEC), chamada “Pesquisa nacional de egressos”, revelou também que de cada dez alunos, seis recebem salário na média da categoria. O per-centual dos que qualificaram a formação recebida como “boa” e “ótima” foi de 90%.

Ensino Profissionalizante no Brasil e Necessidade do Livro Didático Técnico

O Decreto Federal nº 5.154/2004 estabelece inúmeras possibilidades de combinar a formação geral com a formação técnica específica. Os cursos técnicos podem ser ofertados da seguinte forma:

a) Integrado – Ao mesmo tempo em que estuda disciplinas de formação geral o aluno também recebe conteúdos da parte técnica, na mesma escola e no mesmo turno.

b) Concomitante – Num turno o aluno estuda numa escola que só oferece Ensino Médio e num outro turno ou escola recebe a formação técnica.

c) Subsequente – O aluno só vai para as aulas técnicas, no caso de já ter concluído o Ensino Médio.

Com o Decreto Federal nº 5.840/2006, foi criado o programa de profissionalização para a modalidade Jovens e Adultos (Proeja) em Nível Médio, que é uma variante da forma integrada.

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Em 2008, após ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação pelo Parecer CNE/CEB nº 11/2008, foi lançado o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, com o fim de orientar a oferta desses cursos em nível nacional.

O Catálogo consolidou diversas nomenclaturas em 185 denominações de cursos. Estes estão organizados em 13 eixos tecnológicos, a saber:

1. Ambiente e Saúde2. Desenvolvimento Educacional e Social3. Controle e Processos Industriais4. Gestão e Negócios5. Turismo, Hospitalidade e Lazer6. Informação e Comunicação7. Infraestrutura8. Militar9. Produção Alimentícia10. Produção Cultural e Design11. Produção Industrial12. Recursos Naturais13. Segurança.

Para cada curso, o Catálogo estabelece carga horária mínima para a parte técnica (de 800 a 1 200 horas), perfil profissional, possibilidades de temas a serem abordados na formação, possibilidades de atuação e infra-estrutura recomendada para realização do curso. Com isso, passa a ser um mecanismo de organização e orientação da oferta nacional e tem função indu-tora ao destacar novas ofertas em nichos tecnológicos, culturais, ambientais e produtivos, para formação do técnico de Nível Médio.

Dessa forma, passamos a ter no Brasil uma nova estruturação legal para a oferta destes cursos. Ao mesmo tempo, os governos federal e estaduais pas-saram a investir em novas escolas técnicas, aumentando a oferta de vagas. Dados divulgados pelo Ministério da Educação apontaram que o número de alunos matriculados em educação profissional passou de 993 mil em 2011 para 1,064 milhões em 2012 – um crescimento de 7,10%. Se considerarmos os cursos técnicos integrados ao ensino médio, esse número sobe para 1,3 millhões. A demanda por vagas em cursos técnicos tem tendência a aumentar, tanto devido à nova importância social e legal dada a esses cursos, como também pelo crescimento do Brasil.

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Comparação de Matrículas BrasilComparação de Matrículas da Educação Básica por Etapa e Modalidade – Brasil, 2011 e 2012.

Etapas/Modalidades de Educação Básica

Matrículas / Ano2011 2012 Diferença 2011-2012 Variação 2011-2012

Educação Básica 62 557 263 62 278 216 –279 047 –0,45Educação Infantil 6 980 052 7 295 512 315 460 4,52%• Creche 2 298 707 2 540 791 242 084 10,53%• Pré-escola 4 681 345 4 754 721 73 376 1,57%Ensino Fundamental 30 358 640 29 702 498 –656 142 –2,16%Ensino Médio 8 400 689 8 376 852 –23 837 –0,28%Educação Profissional 993 187 1 063 655 70 468 7,10%Educação Especial 752 305 820 433 68 128 9,06%EJA 4 046 169 3 861 877 –184 292 –4,55%• Ensino Fundamental 2 681 776 2 516 013 –165 763 –6,18%• Ensino Médio 1 364 393 1 345 864 –18 529 –1,36%

Fonte: Adaptado de: MEC/Inep/Deed.

No aspecto econômico, há necessidade de expandir a oferta desse tipo de curso, cujo principal objetivo é formar o aluno para atuar no mercado de trabalho, já que falta traba-lhador ou pessoa qualificada para assumir imediatamente as vagas disponíveis. Por conta disso, muitas empresas têm que arcar com o treinamento de seus funcionários, treinamento este que não dá ao funcionário um diploma, ou seja, não é formalmente reconhecido.

Para atender à demanda do setor produtivo e satisfazer a procura dos estudantes, seria necessário mais que triplicar as vagas técnicas existentes hoje.

Podemos observar o crescimento da educação profissional no gráfico a seguir:

Educação ProfissionalNº de matrículas*

1 362 2001 250 900

1 140 3881 036 945

927 978780 162

2007 2008 2009 2010 20122011

Fonte: Adaptado de: MEC/Inep/Deed.

* Inclui matrículas de educação profissional integrada ao ensino médio.

As políticas e ações do MEC nos últimos anos visaram o fortalecimento, a expansão e a melhoria da qualidade da educação profissional no Brasil, obtendo, nesse período, um crescimento de 74,6% no número de matrículas, embora esse número tenda a crescer ainda mais, visto que a experiência internacional tem mostrado que 30% das matrículas da educação secundária correspondem a cursos técnicos; este é o patamar idealizado pelo Ministério da Educação. Se hoje há 1,064 milhões de estudantes matriculados, para atingir essa porcentagem devemos matricular pelo menos 3 milhões de estudantes em cursos técnicos dentro de cinco anos.

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Para cada situação pode ser adotada uma modalidade ou forma de Ensino Médio pro-fissionalizante, de forma a atender a demanda crescente. Para os advindos do fluxo regular do Ensino Fundamental, por exemplo, é recomendado o curso técnico integrado ao Ensino Médio. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de cursar o Ensino Médio, a oferta do PROEJA estimularia sua volta ao ensino secundário, pois o programa está associado à for-mação profissional. Além disso, o PROEJA considera os conhecimentos adquiridos na vida e no trabalho, diminuindo a carga de formação geral e privilegiando a formação específica. Já para aqueles que possuem o Ensino Médio ou Superior a modalidade recomendada é a subsequente: somente a formação técnica específica.

Para todos eles, com ligeiras adaptações metodológicas e de abordagem do professor, é extremamente útil o uso do livro didático técnico, para maior eficácia da hora/aula do curso, não importando a modalidade do curso e como será ofertado.

Além disso, o conteúdo deste livro didático técnico e a forma como foi concebido refor-ça a formação geral, pois está contextualizado com a prática social do estudante e relaciona permanentemente os conhecimentos da ciência, implicando na melhoria da qualidade da formação geral e das demais disciplinas do Ensino Médio.

Em resumo, há claramente uma nova perspectiva para a formação técnica com base em sua crescente valorização social, na demanda da economia, no aprimoramento de sua regulação e como opção para enfrentar a crise de qualidade e quantidade do Ensino Médio.

O Que É Educação Profissional?O ensino profissional prepara os alunos para carreiras que estão baseadas em ativi-

dades mais práticas. O ensino é menos acadêmico, contudo diretamente relacionado com a inovação tecnológica e os novos modos de organização da produção, por isso a escolari-zação é imprescindível nesse processo.

Elaboração dos Livros Didáticos TécnicosDevido ao fato do ensino técnico e profissionalizante ter sido renegado a segundo pla-

no por muitos anos, a bibliografia para diversas áreas é praticamente inexistente. Muitos docentes se veem obrigados a utilizar e adaptar livros que foram escritos para a graduação. Estes compêndios, às vezes traduções de livros estrangeiros, são usados para vários cursos superiores. Por serem inacessíveis à maioria dos alunos por conta de seu custo, é comum que professores preparem apostilas a partir de alguns de seus capítulos.

Tal problema é agravado quando falamos do Ensino Técnico integrado ao Médio, cujos alunos correspondem à faixa etária entre 14 e 19 anos, em média. Para esta faixa etária é preciso de linguagem e abordagem diferenciadas, para que aprender deixe de ser um sim-ples ato de memorização e ensinar signifique mais do que repassar conteúdos prontos.

Outro público importante corresponde àqueles alunos que estão afastados das salas de aula há muitos anos e veem no Ensino Técnico uma oportunidade de retomar os estudos e ingressar no mercado profissional.

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O Livro Didático Técnico e o Processo de Avaliação

O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como: realizar pro-va, fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Nela a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo.

Avaliação educacional é necessária para fins de documentação, geralmente para em-basar objetivamente a decisão do professor ou da escola, para fins de progressão do aluno.

O termo avaliação deriva da palavra valer, que vem do latim vãlêre, e refere-se a ter valor, ser válido. Consequentemente, um processo de avaliação tem por objetivo averiguar o "valor" de determinado indivíduo.

Mas precisamos ir além.A avaliação deve ser aplicada como instrumento de compreensão do nível de apren-

dizagem dos alunos em relação aos conceitos estudados (conhecimento), em relação ao desenvolvimento de criatividade, iniciativa, dedicação e princípios éticos (atitude) e ao processo de ação prática com eficiência e eficácia (habilidades). Este livro didático ajuda, sobretudo para o processo do conhecimento e também como guia para o desenvolvimento de atitudes. As habilidades, em geral, estão associadas a práticas laboratoriais, atividades complementares e estágios.

A avaliação é um ato que necessita ser contínuo, pois o processo de construção de conhecimentos pode oferecer muitos subsídios ao educador para perceber os avanços e dificuldades dos educandos e, assim, rever a sua prática e redirecionar as suas ações, se necessário. Em cada etapa registros são feitos. São os registros feitos ao longo do processo educativo, tendo em vista a compreensão e a descrição dos desempenhos das aprendiza-gens dos estudantes, com possíveis demandas de intervenções, que caracterizam o proces-so avaliativo, formalizando, para efeito legal, os progressos obtidos.

Neste processo de aprendizagem deve-se manter a interação entre professor e aluno, promovendo o conhecimento participativo, coletivo e construtivo. A avaliação deve ser um processo natural que acontece para que o professor tenha uma noção dos conteúdos assi-milados pelos alunos, bem como saber se as metodologias de ensino adotadas por ele estão surtindo efeito na aprendizagem dos alunos.

Avaliação deve ser um processo que ocorre dia após dia, visando à correção de er-ros e encaminhando o aluno para aquisição dos objetivos previstos. A esta correção de ru-mos, nós chamamos de avaliação formativa, pois serve para retomar o processo de ensino/aprendizagem, mas com novos enfoques, métodos e materiais. Ao usar diversos tipos de avaliações combinadas para fim de retroalimentar o ensinar/aprender, de forma dinâmica, concluímos que se trata de um “processo de avaliação”.

O resultado da avaliação deve permitir que o professor e o aluno dialoguem, buscando encontrar e corrigir possíveis erros, redirecionando o aluno e mantendo a motivação para o progresso do educando, sugerindo a ele novas formas de estudo para melhor compreensão dos assuntos abordados.

Se ao fizer avaliações contínuas, percebermos que um aluno tem dificuldade em assimilar conhecimentos, atitudes e habilidades, então devemos mudar o rumo das coi-sas. Quem sabe fazer um reforço da aula, com uma nova abordagem ou com outro colega professor, em um horário alternativo, podendo ser em grupo ou só, assim por diante.

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Pode ser ainda que a aprendizagem daquele tema seja facilitada ao aluno fazendo práticas discursivas, escrever textos, uso de ensaios no laboratório, chegando à conclusão que este aluno necessita de um processo de ensi-no/aprendizagem que envolva ouvir, escrever, falar e até mesmo praticar o tema.

Se isso acontecer, a avaliação efetivamente é formativa. Neste caso, a avaliação está integrada ao processo de ensino/apren-

dizagem, e esta, por sua vez, deve envolver o aluno, ter um significado com o seu contexto, para que realmente aconteça. Como a aprendizagem se faz em processo, ela precisa ser acompanhada de retornos avaliativos visando a fornecer os dados para eventuais correções.

Para o uso adequado deste livro recomendamos utilizar diversos tipos de avaliações, cada qual com pesos e frequências de acordo com perfil de docência de cada professor. Podem ser usadas as tradicionais provas e testes, mas, procurar fugir de sua soberania, mesclando com outras criativas formas.

Avaliação e ProgressãoPara efeito de progressão do aluno, o docente deve sempre conside-

rar os avanços alcançados ao longo do processo e perguntar-se: Este aluno progrediu em relação ao seu patamar anterior? Este aluno progrediu em relação às primeiras avaliações? Respondidas estas questões, volta a per-guntar-se: Este aluno apresentou progresso suficiente para acompanhar a próxima etapa? Com isso o professor e a escola podem embasar o deferi-mento da progressão do estudante.

Com isso, superamos a antiga avaliação conformadora em que eram exigidos padrões iguais para todos os “formandos”.

Nossa proposta significa, conceitualmente, que ao estudante é dado o direito, pela avaliação, de verificar se deu um passo a mais em relação às suas competências. Os diversos estudantes terão desenvolvimentos diferenciados, medidos por um processo avaliativo que incorpora esta pos-sibilidade. Aqueles que acrescentaram progresso em seus conhecimentos, atitudes e habilidades estarão aptos a progredir.

A base para a progressão, neste caso, é o próprio aluno.Todos têm o direito de dar um passo a mais. Pois um bom processo de

avaliação oportuniza justiça, transparência e qualidade.

Tipos de AvaliaçãoExistem inúmeras técnicas avaliativas, não existe uma mais adequada,

o importante é que o docente conheça várias técnicas para poder ter um con-junto de ferramentas a seu dispor e escolher a mais adequada dependendo da turma, faixa etária, perfil entre outros fatores.

Avaliação se torna ainda mais relevante quando os alunos se envol-vem na sua própria avaliação.

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A avaliação pode incluir:

1. Observação2. Ensaios3. Entrevistas4. Desempenho nas tarefas5. Exposições e demonstrações6. Seminários7. Portfólio: Conjunto organizado de trabalhos produzidos por um alu-

no ao longo de um período de tempo.8. Elaboração de jornais e revistas (físicos e digitais)9. Elaboração de projetos10. Simulações11. O pré-teste12. A avaliação objetiva13. A avaliação subjetiva14. Autoavaliação15. Autoavaliação de dedicação e desempenho16. Avaliações interativas17. Prática de exames18. Participação em sala de aula19. Participação em atividades20. Avaliação em conselho pedagógico – que inclui reunião para avaliação

discente pelo grupo de professores.No livro didático as “atividades”, as “dicas” e outras informações destaca-

das poderão resultar em avaliação de atitude, quando cobrado pelo professor em relação ao “desempenho nas tarefas”. Poderão resultar em avaliações se-manais de autoavaliação de desempenho se cobrado oralmente pelo professor para o aluno perante a turma.

Enfim, o livro didático, possibilita ao professor extenuar sua criativida-de em prol de um processo avaliativo retroalimentador ao processo ensino/aprendizagem para o desenvolvimento máximo das competências do aluno.

Objetivos da ObraAlém de atender às peculiaridades citadas anteriormente, este livro está

de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Busca o desenvolvi-mento das habilidades por meio da construção de atividades práticas, fugin-do da abordagem tradicional de descontextualizado acúmulo de informações. Está voltado para um ensino contextualizado, mais dinâmico e com o suporte da interdisciplinaridade. Visa também à ressignificação do espaço escolar, tor-nando-o vivo, repleto de interações práticas, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões.

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Ele está organizado em capítulos, graduando as dificuldades, numa linha da lógica de aprendizagem passo a passo. No final dos capítulos, há exercícios e atividades complemen-tares, úteis e necessárias para o aluno descobrir, fixar, e aprofundar os conhecimentos e as práticas desenvolvidos no capítulo.

A obra apresenta diagramação colorida e diversas ilustrações, de forma a ser agradá-vel e instigante ao aluno. Afinal, livro técnico não precisa ser impresso num sisudo preto--e-branco para ser bom. Ser difícil de manusear e pouco atraente é o mesmo que ter um professor dando aula de cara feia permanentemente. Isso é antididático.

O livro servirá também para a vida profissional pós-escolar, pois o técnico sempre necessitará consultar detalhes, tabelas e outras informações para aplicar em situação real. Nesse sentido, o livro didático técnico passa a ter função de manual operativo ao egresso.

Neste manual do professor apresentamos:• Respostas e alguns comentários sobre as atividades propostas.• Considerações sobre a metodologia e o projeto didático.• Sugestões para a gestão da sala de aula.• Uso do livro.• Atividades em grupo.• Laboratório.• Projetos.A seguir, são feitas considerações sobre cada capítulo, com sugestões de atividades

suplementares e orientações didáticas. Com uma linguagem clara, o manual contribui para a ampliação e exploração das atividades propostas no livro do aluno. Os comentários sobre as atividades e seus objetivos trazem subsídios à atuação do professor. Além disso, apre-sentam-se diversos instrumentos para uma avaliação coerente com as concepções da obra.

Referências Bibliográficas GeraisFREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

FRIGOTTO, G. (Org.). Educação e trabalho: dilemas na educação do trabalhador. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

BRASIL. LDB 9394/96. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 23 maio 2009.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003.

PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógi-cas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SHEPARD, L. A. The role of assessment in a learning culture. Paper presented at the Annual Meeting of the American Educational Research Association. Available at: <http://www.aera.net/meeting/am2000/wrap/praddr01.htm>.

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GESTÃO AMBIENTAL

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Orientações geraisToda atividade empresarial, independente de seu porte ou segmento de negócios, en-

volve aspectos ambientais, isto é, as atividades empresariais possuem elementos que inte-ragem com o meio ambiente, como o consumo de água, de materiais e de energia elétrica, ou mesmo pela geração de poluentes, sejam líquidos, sólidos ou gasosos. Os aspectos ambien-tais, por sua vez, podem causar alterações significativas no meio ambiente, como a escassez de recursos, poluição de corpos d’água, aquecimento global, etc. Assim, faz necessário um controle eficaz nas organizações produtivas, por meio de uma série de técnicas e ferramen-tas de gestão ambiental, as quais são estudadas ao longo do livro de Gestão ambiental.

Destaca-se que a gestão ambiental diz respeito ao conjunto de políticas e práticas ad-ministrativas, organizacionais, operacionais e estratégicas, que levam em conta a proteção do meio ambiente por meio do controle dos aspectos ambientais, da eliminação ou mitiga-ção de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação das atividades da empresa.

Desta forma, a presente obra pode contribuir significativamente para a formação de estudantes e pesquisadores na área ambiental, com o foco na aplicação da gestão ambiental em organizações produtivas.

Basicamente, o conteúdo do livro aborda quatro grandes eixos: Gestão Ambiental, Fer-ramentas da Gestão Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental e Sustentabilidade Empresa-rial, conforme descrição a seguir:

• Gestão Ambiental – Breve histórico e alguns conceitos importantes são apresenta-dos no Capítulo 1, e fatores indutores e abordagens da gestão ambiental, no segundo capítulo. Nestes capítulos o aluno tem uma visão de aspectos históricos e conceitos iniciais da gestão ambiental. Além disso, são trabalhados os fatores indutores e as abordagens da gestão ambiental que podem ser desenvolvidos em organizações pro-dutivas.

• Ferramentas da Gestão Ambiental – Aspectos relativos ao diagnóstico ambiental são dispostos no Capítulo 3, ferramentas da gestão ambiental com o foco no pro-cesso, no Capítulo 4 e ferramentas da gestão ambiental com o foco no produto no 5. Nestes o aluno estuda como se estrutura uma avaliação ambiental de uma organiza-ção produtiva. Além disso, ele estuda as ferramentas da gestão ambiental em orga-nizações produtivas, sendo que estas podem ter foco no processo, como tecnologias de fim de tubo, produção mais limpa e logística reversa, e foco no produto, sendo análise do ciclo de vida, ecodesign e rotulagem.

• Sistema de Gestão Ambiental – Neste eixo, no Capítulo 6, estuda-se o processo de normalização, as normas da série ISO 14000, e as características de um sistema de gestão ambiental. No Capítulo 7 estuda-se o processo de implementação de um sistema de gestão ambiental estruturado na norma internacional ISO 14000. Vi-sando esta compreensão, o aluno estuda a padronização das ações ambientais nas empresas por meio da aplicação de normas técnicas denominadas série ISO 14000.

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Essa série constitui um conjunto de normas ou padrões de gerenciamento am-biental, de caráter voluntário, que podem ser utilizados pelas empresas a fim de demonstrar um conjunto de ações padronizadas, como um sistema de gestão am-biental, rotulagem, análise do ciclo de vida, dentre outras. Para tal, o aluno estuda como as normas técnicas são estabelecidas, e a série ISO 14000. Na sequência são estudadas as características e o conteúdo da norma a NBR ISO 14001, a qual es-pecifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Por fim, o aluno estuda os requisitos de um SGA: política ambiental, planejamento, implementação e operacionalização, e verificação e análise pela administração.

• Sustentabilidade Empresarial – O Capítulo 8 aborda uma introdução à sustenta-bilidade empresarial, seguindo da, responsabilidade social corporativa (Capítulo 9). E, no Capítulo 10 aborda-se a ecoeficiência em cadeias produtivas estendidas. Além das questões ambientais, as questões sociais são igualmente trabalhadas no contexto empresarial. Para isto, é importante conhecer o conceito de susten-tabilidade empresarial, que consiste no desenvolvimento, implementação e ma-nutenção de ações que tornem a organização economicamente viável e inserida em uma posição competitiva, levando em consideração a eficiência ambiental e a responsabilidade social aplicada em todas as suas operações, produtos e níveis organizacionais com foco nos recursos naturais, na sociedade e seus stakeholders. Nesse contexto, o aluno estuda ainda a origem, conceito e abordagens do desen-volvimento sustentável, bem como, conceitos e abordagens da sustentabilidade empresarial. Além disto, são trabalhados os conceitos, abordagens e algumas ferramentas de responsabilidade social corporativa. Para finalizar, são debati-das algumas características da aplicação da ecoeficiência em cadeias produtivas estendidas.

Objetivos do material didáticoEste livro tem como principal objetivo discutir os aspectos macro e micro da gestão

ambiental em organizações produtivas, visando possibilitar a compreensão necessária para implementação de estratégias de proteção ambiental em organizações, com o foco na pro-moção da sustentabilidade.

Princípios pedagógicos O livro busca favorecer o desenvolvimento de habilidades técnico-profissionais para

um aluno atuar na área de gestão ambiental, de forma a:

• Desenvolver uma percepção crítica da relação sociedade-natureza.

• Compreender a importância da gestão ambiental, suas bases teóricas e conceituais.

• Entender como planejar em uma perspectiva de sustentabilidade.

• Contribuir para a melhoria da qualificação profissional, atualização de conheci-mentos e incorporação dos princípios da gestão ambiental, promovendo a efetiva-ção de uma prática mais compatível com o uso dos recursos naturais.

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Articulação do conteúdoO docente deve buscar a articulação com professores de outras áreas do eixo profis-

sionalizante dos cursos de Gestão Ambiental.

Atividades complementaresSugere-se que se proceda à análise e debate dos textos, bem como, a realização de semi-

nários sobre diagnóstico ambiental ou ferramentas de gestão ambiental ou estruturação de um SGA, incluindo consultas a sites de organizações que desenvolvem ações ambientais. Em adição, visitas técnicas a organizações produtivas que desenvolvem ações ambientais, ou aos órgãos ambientais federais, estaduais ou municipais são atividades, que somadas a outras in loco que o professor considerar relevantes, são importantes recursos didáticos para a melhor compreensão e percepção da questão ambiental.

No final deste Manual há uma sugestão de exercício de integração referente a cada eixo temático, perfazendo um total de quatro atividades globais. Desta forma, quando cada eixo for sendo abordado e finalizado aplica-se a atividade referente a ele.

Sugestão de leituraDONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 169 p.

GLAVIC, P.; LUKMAN, R. Review of sustainability terms and their definitions. Journal of Cleaner Production, v. 15, p. 1 875-1 885, february 2007.

HART, S. L.; MILSTEIN, M. B. Criando valor sustentável. RAE Executivo, v. 3, n. 2, p. 65-79, maio/jul. 2004.

JABBOUR, C. J. C.; SANTOS, F. C. A. Evolução da gestão ambiental na empresa: uma taxonomia integrada à gestão da produção e de recursos humanos. Gestão e Produção, v. 13, p. 534-448, set./dez. 2006.

JÚNIOR VILELA, A. Modelos e ferramentas de gestão ambiental: desafios e perspectiva para as organizações. São Paulo: SENAC, 2006.

MOREIRA, M. S. Estratégias e implantação do sistema de gestão ambiental: modelo ISO 14000. Nova Lima: INDG, 2006.

NASCIMENTO, L. F. Gestão socioambiental estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2008.

OLIVEIRA, L. S. C.; PIMENTA, H. C. D.; GOUVINHAS, R. P. As políticas públicas ambien-tais do nordeste brasileiro e as operações produtivas: um estudo comparativo sobre seus princípios e instrumentos no âmbito estadual. Revista gestão industrial, Ponta Grossa v. 8, n. 2, 2012.

PIMENTA, H. C. D.; GOUVINHAS, R. P. (Orgs.). Ferramentas de gestão ambiental para compe-titividade e sustentabilidade. Natal-RN: Editora do CEFET-RN, 2008.

SANTOS, R. R.; SILVA FILHO, J. C. L.; ABREU, M. C. S. Avaliação longitudinal de conduta ambiental empresarial: uma proposta de método analítico quantitativo. Revista Produção on-line. v. 11, n. 1, 2011.

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Sugestão de planejamentoEste livro foi elaborado para dar suporte e ser utilizado para 60 horas em sala

de aula, portanto a sugestão de planejamento que segue tem por base esta carga ho-rária. Entretanto é apenas uma sugestão, sendo recomendado que o professor da dis-ciplina incremente o planejamento sugerido com o acréscimo de textos e atividades complementares de modo a privilegiar a sua especialização.

Semestre 1 Primeiro bimestreCapítulo 1 – Introdução à gestão ambiental

Capítulo 2 – Fatores motivadores e as abordagens da gestão ambiental

Capítulo 3 – Avaliação ambiental em organizações produtivas

Objetivo

Compreender o histórico, e os conceitos da gestão ambiental e quais são os fa-tores que motivam as empresas a implementarem ações ambientais e como elas po-dem trabalhar a variável ambiental no contexto empresarial.

Atividade

• Atividade Global 1 – Gestão Ambiental

Segundo bimestreCapítulo 4 – Ferramentas de gestão ambiental com foco no processo

Capítulo 5 – Ferramentas de gestão ambiental com foco no produto

Objetivos

Avaliar uma empresa sob a óptica ambiental, visando à identificação de pontos fortes e que precisam ser melhorados, principalmente, para atendimento à legislação ambiental, e implementação de diferenciais competitivos, e identificar e orientar a aplicação de ferramentas de gestão ambiental.

Atividades

• Atividade Global 2 – Ferramentas da Gestão Ambiental.

• Seminário sobre ferramentas de gestão.

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Semestre 2Primeiro bimestreCapítulo 6 – Normalização, a série ISO 14 000 e as características de um SGA

Capítulo 7 – Estruturação de sistema de gestão ambiental pela ISO 14001

Objetivos

Compreender o processo de normalização e o uso da série ISO 14000, bem como com-preender as características e o processo de implementação de um sistema de gestão am-biental estruturado na NBR ISO 14001.

Atividades

• Atividade Global 3 – Sistema de Gestão Ambiental.

• Relatório de visita técnica.

Segundo bimestreCapítulo 8 – Introdução à sustentabilidade empresarial

Capítulo 9 – Responsabilidade social corporativa

Capítulo 10 – Ecoeficiência em cadeias produtivas estendidas

Objetivos

Compreender as possibilidades de as ações empresariais serem direcionadas para sustentabilidade. Ainda, compreender como a variável social e a ecoeficiência podem ser trabalhadas no âmbito empresarial, com vistas à sustentabilidade empresarial.

Atividades

• Atividade Global 4 – Sustentabilidade Empresarial.

• Relatório de visita técnica.

Orientações didáticas e respostas das atividadesCapítulo 1Respostas – página 151) O marco histórico político internacional, decisivo para o surgimento de políticas de

gestão ambiental, foi a Primeira Conferência da Organização das Nações Unidas so-bre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida em Estocolmo, 1972, a qual firmou a base para um novo entendimento a respeito das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento.

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O documento resultante dessa conferência ficou conhecido como Declaração de Estocolmo, a qual discute a importância da manutenção da qualidade do ambiente para garantir o bem-estar físico, mental e social do homem.

Após a Conferência de Estocolmo, diversas iniciativas para implementar uma equida-de nas questões ambientais com o desenvolvimento foram desencadeadas, algumas delas: a exigência de estudos de impactos ambientais para as obras financiadas com recursos do Banco Mundial; evolução da Legislação Ambiental; surgimento dos pri-meiros órgãos ambientais governamentais, com o desenvolvimento de atividades de licenciamento como foi o caso da CETESB, em São Paulo; mudanças na consciência do mercado consumidor relacionadas com os problemas ambientais; surgimento e atua-ção de Organizações Não Governamentais (ONGs).

2) O aspecto ambiental consiste em um elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente, sendo que o impacto ambiental é definido como qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou bené-fica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização. Dessa forma, observa-se que a relação entre aspectos e impactos são causa e efeito, isto é, os aspectos são fatores de desequilíbrio ambiental e o impacto é o próprio desequilíbrio.

3) A gestão ambiental diz respeito ao conjunto de políticas e práticas administrativas organizacionais e operacionais, que levam em conta a proteção do meio ambiente por meio do controle dos aspectos ambientais, da eliminação ou mitigação de impactos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realoca-ção ou desativação das atividades da empresa.

4) A gestão ambiental é mais efetiva quando procura controlar as causas das alterações no meio ambiente, ou seja, os aspectos ambientais, sendo muitas vezes mais oneroso recuperar as modificações no meio ambiente, os impactos ambientais.

5) A incorporação da variável ambiental nos negócios pode dar início a um processo de inovações que diminua o custo total de um produto ou aumente seu valor. As inovações permitem que as organizações usem mais produtivamente um conjunto de insumos – de matérias-primas a fontes de energia – de forma a compensar os gastos feitos para preservar mais o meio ambiente. Além disso, ações de adequação ambiental inicialmente devem ser implementadas resultando na redução de riscos de multas e embargos estatais.

Capítulo 2Respostas – página 371) O poder público adota instrumentos e mecanismos para gerenciar o meio ambiente,

principalmente a relação das atividades produtivas com os recursos naturais. Assim, por meio de ações como o licenciamento ambiental e fiscalizações. O governo também pode agir por meio dos instrumentos econômicos, apresentando subsídios para ado-ção de práticas preventivas por parte das atividades produtivas.

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2) A sociedade civil tem atuado de forma significativa por meio de denún-cias, formação de opiniões perante o grande público, pressões políticas nas instâncias legislativas e executivas e de cooperação com as organizações. A atuação de organizações não governamentais e do Ministério Público também tem contribuído na exigência do cumprimento da legislação, seja em ações educativas. Outra fonte de pressão sobre as empresas advém do aumento da consciência da população em geral e, principalmente, dos consumidores que procuram produtos e serviços ambientalmente saudá-veis.

O mercado exerce uma influência que é oriunda do processo de glo-balização e competitividade, que motivam investidores a procurarem minimizar os riscos de seus investimentos. Desta forma, a utilização de uma análise ambiental de organizações, que vise à identificação de pendências que possam causar de certa forma riscos aos negócios, está sendo cada vez mais comum por parte de investidores, quando das no-vas aquisições, ampliações e transações comerciais.

3) Trata-se de conjunto de obrigações de uma organização relacionadas com a geração real ou potencial de causar danos ao meio ambiente. Es-tas obrigações são resultantes na maioria dos casos de demandas legais, por exemplo, o lançamento de emissões atmosféricas sem o devido tra-tamento, a não recuperação de uma área degradada, o não atendimento de condicionantes da licença ambiental.

4) A critério do aluno.

5) Basicamente, as características para definição do setor ambiental estão diretamente relacionadas com o porte e potencial poluidor da empresa.

Assim, deve-se pensar inicialmente, quais as atribuições para o setor, ou seja, todas as atividades que este deverá efetuar, por exemplo, controlar os aspectos ambientais significativos como o gerenciamento de resíduos sólidos, operação da estação de tratamento de efluentes, tratamento de emissões atmosféricas, controle do uso de água, entre outros, promo-ver ações de educação ambiental com a comunidade interna e externa. Frente às atribuições do setor de gestão ambiental serão definidos os cargos do setor ambiental, por exemplo, o gerente, o analista, o técnico de laboratório, etc. Associado a estes cargos, as responsabilidades e a competência devem ser estabelecidas. As responsabilidades consistem nos critérios e limites para o processo de tomada de decisão. A compe-tência, está associada ao nível de formação e/ou experiência esperadas para o cargo.

Por fim, a organização deve pensar em uma infraestrutura para o setor, estabelecendo os equipamentos, ferramentas e estrutura necessária para atender as atribuições estabelecidas.

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Capítulo 3Respostas – página 511) A avaliação ambiental de uma organização consiste em um levantamento da situação

existente da empresa em relação a sua conduta com o meio ambiente. Esse levanta-mento serve como ferramenta para o planejamento e implantação de ferramentas de gestão ambiental e/ou um sistema de gestão ambiental. Essa avaliação também per-mite a organização identificar: os pontos fortes e fracos da organização, as ameaças e tendências, as oportunidades de melhoria que a organização precisa implementar visando sua adequação, isto é, estar em conformidade com a legislação e as oportuni-dades de mercado.

2) Para uma avaliação ambiental de uma organização os elementos a seguir devem ser levados em consideração:

• Identificação de aspectos ambientais, compreendendo aqueles associados às con-dições normais de operação e condições anormais, situações de emergência e aci-dentes, tais como a geração de resíduos sólidos, ruídos, consumo de água, geração de efluentes líquidos.

• Identificação de requisitos legais aplicáveis e outros subscritos pela organização, tanto da esfera federal, por exemplo, as resoluções do CONAMA, quanto estadual e municipal.

• Exame de todas as práticas e procedimentos da gestão ambiental existentes, con-siderando aqueles associados às atividades de aquisição e de contratação de servi-ços, incluindo equipamentos de tratamento de poluentes e programas de racionali-zação do consumo de materiais.

• Avaliação de situações de emergência e acidentes anteriores.

• Identificação dos passivos ambientais.

• Avaliação dos programas existentes de capacitação de mão de obra − treinamento.

• Avaliação das práticas e procedimentos adotados na contratação de serviços e for-necedores externos.

• Registro de não conformidade com o atendimento de requisitos legais, ou mesmo, das rotinas operacionais e administrativas adotadas para o gerenciamento ambien-tal, e ações de controle corretivas e preventivas.

• Avaliação das relações com a comunidade e outras partes interessadas.

3) Na definição do escopo de uma avaliação ambiental de uma organização os seguintes critérios devem ser levados em consideração:

• Limites físicos da empresa avaliada, por exemplo, local ou parte do local avaliado.

• Locais adjacentes ou próximos, onde e quando pode ser aplicado.

• A existência de aspectos ambientais, bem como impactos ambientais.

• Limites organizacionais, incluindo o relacionamento com fornecedores, empreitei-ros, prestadores de serviços. Por exemplo, uma prestadora de serviço contratada para o tratamento de resíduos sólidos.

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4) Os elementos necessários para o planejamento de uma avaliação ambiental em uma organização são:

• Prever o tempo e recursos necessários. • Identificar as fontes de informação, externas e internas. • Preparar e revisar instrumentos de coleta de informações, como checklists e ques-

tionários a ser utilizados.

5) A critério do aluno.

Capítulo 4Respostas – página 891) As tecnologias de fim de tubo são responsáveis pela redução e/ou eliminação de

poluentes, além da destinação adequada de resíduos. Assim, com a geração de cargas poluidoras, seja uma emissão atmosférica, ou resíduos sólidos, ou um efluente líquido, uma organização produtiva vai adotar na saída de suas operações, mecanismos para tratar estes poluentes, tendo uma redução dos impactos ambientais imediatamente. Com isso, nota-se que os problemas ambientais são resolvidos a partir de um ponto de vista tecnológico, não se preocupando com o uso eficiente de matérias-primas, água e energia. Um dos pontos fortes das tecnologias de fim de tubo é a adequação das or-ganizações frente às exigências legais, por exemplo, a adequação de efluentes líquidos para serem lançados em corpos d'água dentro dos padrões do CONAMA. Entretanto, equipamentos de controle da poluição, ou seja, as tecnologias de fim de tubo agregam custos durante toda a vida útil da empresa em decorrência das operações e das provi-dências necessárias para solucionar os problemas gerados pelos poluentes captados.

2) Por meio de práticas de reúso de efluentes tratados no próprio processo produtivos ou para outros fins (irrigação, por exemplo). Do ponto de vista dos resíduos sólidos, a possibilidade de reaproveitamento e reciclagem de resíduos antes destinados a aterros sanitários, é uma forma de agregar valor ao material, agindo assim, de forma preventiva.

3) Enquanto as técnicas de fim de tubo, isto é, de controle da poluição, apresentam uma postura reativa, buscando atender a legislação e as pressões da comunidade, bem como utilizando ações remediativas (os resíduos são gerados, tratados e dispostos) e encarando a gestão ambiental como custo adicional, a PML é uma ação preventiva, que visa evitar ou diminuir a geração da poluição na fonte geradora por meio de mo-dificações no processo produtivo, repensando os sistemas gerenciais, bem como do desenho de produtos e processos industriais.

4) A Produção mais Limpa apresenta três níveis de oportunidades, a saber: Nível 1 – Re-dução na fonte (modificação no produto e modificação no processo); Nível 2 – Recicla-gem Interna e Nível 3 – Reciclagem Externa. O primeiro nível é marcado pela redução na fonte, por meio de medidas que visem evitar a geração de resíduos, efluentes e emissões, via modificação no produto ou modificação no processo. Se a poluição não é minimizada, busca-se alternativas de reciclagem interna, como o reaproveitamento de resíduos o reúso de efluentes. Se os dois primeiros níveis não são suficientes, busca--se a reciclagem externa, com práticas como reaproveitamento de resíduos em outros processos, e a própria reciclagem.

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5) A logística reversa objetiva tornar possível o retorno de bens, ou de seus ma-teriais constituintes, ao ciclo produtivo ou de negócios, agregando econômi-co, ambiental e social. Essa ferramenta funciona no sentido contrário ao fluxo da logística empresarial tradicional, podendo ser uma ferramenta que reduz custos, facilita o retorno de materiais para cadeia produtiva, por meio da reci-clagem, reutilização, além da possibilidade de reparo e remanufatura de pro-dutos obsoletos e com problemas técnicos, evitando, assim, novas extrações do meio ambiente, além de prolongar a vida útil de aterros sanitários, uma vez que as matérias podem deixar de ter essa destinação final.

Capítulo 5Respostas – página 1181) As principais aplicações da ACV estão voltadas para o desenvolvimento e

aprimoramento de produtos; planejamento estratégico interno e políticas de decisão na indústria; uso externo como elemento de marketing; desenvolvi-mento de políticas governamentais com relação à questão ambiental.

2) A ACV está dividida em 4 fases, conforme descrição a seguir:

Definição de Objetivos e Escopo – Os objetivos de um estudo de ACV devem declarar inequivocamente às aplicações pretendidas, as razões para condu-zir o estudo e o público-alvo, isto é, para quem se pretende comunicar os resultados do estudo. Na definição do escopo de um estudo de ACV devem ser considerados e claramente descritos os seguintes itens: função e unidade funcional; fronteiras do sistema; requisitos da qualidade dos dados; compa-rações entre sistemas; considerações sobre análise crítica do estudo.

Análise de Inventário – Envolve a coleta de dados e procedimentos de cálcu-lo para quantificar as entradas e saídas pertinentes a um sistema de produto, os quais também constituem a entrada para avaliação do impacto do ciclo de vida.

Avaliação de Impacto – É dirigida à avaliação da significância de impac-tos ambientais potenciais, usando os resultados da análise de inventário. Em geral, esse processo é a tentativa de compreender esses impactos.

Interpretação dos Resultados – É a fase na qual as constatações da análise do inventário e da avaliação de impacto ou, no caso de estudos de inventário, são combinadas, de forma consistente, com o objetivo e o escopo definidos, visando alcançar conclusões e recomendações.

3) Desenvolver um produto que se preocupe em minimizar, ou até eliminar, os impactos ambientais em todas as etapas do seu ciclo de vida, ao mesmo tem-po em que os aspectos tradicionais, como a melhoria da qualidade e a re-dução de custos continuam a ser levados em consideração no processo de desenvolvimento de produtos.

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4) Os rótulos ambientais devem levar uma informação sobre algum aspecto ambiental de um produto que foi trabalhado de forma a minimizar os efeitos no meio ambiente, por exemplo, o uso de materiais recicláveis, um equipamento com o uso eficiente de ener-gia, etc. Assim, os rótulos devem ser objetivos, com informações relevantes, e devem ser compreensíveis, facilitando assim a comunicação e a linguagem ambiental para que o consumidor entenda e se familiarize com as questões ambientais. Eles, por meio da mo-bilização dos consumidores e produtores, estimulam as indústrias a modificar volunta-riamente seus processos produtivos, mediante a preferência da sociedade por produtos ambientalmente melhores que seus similares no mercado. Assim um rótulo ambiental é considerado como uma forma de uma empresa informar ou declarar aos consumidores ou usuários, por meio de rótulos ambientais, que seus produtos ou serviços possuem características ambientais benéficas ao meio ambiente, o que pode ser um diferencial competitivo de mercado.

5) Os rótulos do tipo I são concedidos por órgãos independentes do fabricante ou do in-teressado na venda dos produtos, fundamentados em critérios ambientais ou normas. Seguem alguns princípios desse tipo de rótulos: natureza voluntária; levar em con-sideração o ciclo de vida; possuir validade; transparência e ter base científica sólida para estabelecimento dos critérios ambientais.

Já os rótulos do tipo II são as autodeclarações sem certificação independente, as quais são afirmações da qualidade ambiental de produtos ou serviços. É essencial, nesse tipo de rótulo, a garantia de confiabilidade, por meio do uso de uma metodologia clara, trans-parente e que seja comprovada. Evitando, assim, efeitos negativos sobre o mercado, tais como barreiras comerciais ou concorrência desleal e até mesmo o uso de informações errôneas.

Por fim, os rótulos do tipo III apresentam informações sobre os danos ambientais de produtos quantificados com base em um conjunto de parâmetros previamente se-lecionados e baseados na avaliação do ciclo de vida. São rótulos concedidos e licen-ciados por organismos de terceira parte, condicionados à apresentação de atributos ambientais dos produtos aos consumidores.

Capítulo 6Respostas – página 1351) As normas técnicas são formuladas com o objetivo principal de facilitar o comércio

internacional, aumentando a confiabilidade e a eficácia das mercadorias e serviços. Ou seja, o estabelecimento de normas técnicas favorece a comunicação entre os povos do mundo inteiro.

2) Antes de tornar-se uma norma técnica de padrão internacional ISO, ela passa por um processo de elaboração. Uma vez votada por todos os países-membros, uma versão pre-liminar de uma norma é publicada em forma de norma internacional, podendo ser ado-tada na íntegra ou com modificações. Alguns países desenvolvem um processo paralelo de análise da versão internacional quanto à viabilidade de sua aceitação, enquanto estão sendo desenvolvidas pela ISO, acelerando o processo de sua adoção, adotando-as como compulsórias.

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3) As normas da série ISO 14000 refletem e atendem às necessidades das empresas, pro-porcionando-lhes uma base comum para o gerenciamento das suas questões ou aspec-tos ambientais. Esta série apresenta os seguintes princípios: proporcionar meios ou condições para um melhor gerenciamento ambiental; ser aplicável a todos os países; promover, da forma mais abrangente possível, a harmonia entre o interesse público e os dos usuários das normas; possuir uma base cientifica e ser prática, útil e utilizável.

4) O sistema de gestão ambiental consiste em um conjunto de rotinas e procedimentos sistematizados aplicados por uma organização, visando a equilibrar a proteção am-biental e a prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas, atendendo as expectativas das partes interessadas.

5) A certificação de um SGA é realizada por uma organização independente, denominada de organismo de terceira parte − acreditada para executar a modalidade de avaliação da conformidade pelo INMETRO e atesta a conformidade do modelo de gestão ambiental de organizações como fabricantes e prestadores de serviço em relação a requisitos nor-mativos. Essa avaliação é direcionada de acordo com as normas e/ou requisitos prees-tabelecidos com a organização a ser certificada, por exemplo, a ISO 14001. A certificação ISO 14001 pode ser enquadrada como de caráter voluntário, pois ocorre quando as or-ganizações pretendem melhorar o desempenho do seu SGA e atender às exigências dos mercados internacionais.

Capítulo 7Respostas – página 1751) Os elementos que devem estar inseridos (incluídos) em uma política ambiental estru-

turada pela ISO 14001 são: comprometimento com atendimento dos requisitos legais e outros requisitos, prevenção da poluição e melhoria contínua.

2) A identificação dos aspectos ambientais significativos é base de todo SGA, já que estes aspectos deverão ser levados em consideração em toda a rotina operacional e organi-zacional da empresa, por meio do estabelecimento dos objetivos, metas e programas ambientais e dos controles operacionais.

3) Os documentos são informações fixas, geralmente se estabelecendo como executar algo ou apresentação de padrões, como uma política ambiental, um programa, um procedimento operacional, entre outros.

Já os registros são comprovantes da realização de tarefas e monitoramentos. Ou seja, são informações alimentadas diariamente, como planilhas de avaliação de aspectos e impactos, registro de monitoramento de qualidade de efluentes, lista de presença de treinamentos, etc.

4) O processo de auditoria interna do SGA é uma maneira de periodicamente identificar não conformidades. Outras formas de identificação podem ser estabelecidas na rotina de pessoas mais próximas às atividades. Quando evidenciada uma não conformidade, a organização deve tratá-la por meio dos seguintes passos: efetuar uma ação de disposi-ção (ações de mitigação e remediação dos efeitos da não conformidade); investigar as causas da não conformidade; estabelecer ações abrangentes para eliminar a causa, evi-tando reincidências; efetuar uma análise da eficácia das ações; e documentar as ações.

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5) A etapa final no processo básico do sistema de gestão ambiental é a análise crítica do próprio SGA. O requisito básico da ISO 14001 exige que a alta administração realize uma análise crítica do SGA, sempre que ela julgar apropriado, para assegurar que seja continuamente ade-quado, apropriado e eficaz. Uma análise critica deve assegurar a neces-sidade de mudanças na política ambiental, objetivos e metas e outros componentes do SGA de uma organização principalmente a partir de informações oriundas das auditorias internas, bem como resultados de monitoramento e evolução dos indicadores de desempenho.

Capítulo 8Respostas – página 1851) Consiste no modelo de desenvolvimento que atende às necessidades

do presente sem comprometer a habilidade das futuras gerações de encontrar suas próprias necessidades. Em adição, é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimen-tos, a orientação de desenvolvimento tecnológico e a mudança institu-cional estão todos em harmonia e reforçam o potencial atual e futuro para atender às necessidades e aspirações humanas.

2) A sustentabilidade empresarial é um conceito amplo que permeia as três vertentes da sustentabilidade – social, ambiental e econômico. No contexto empresarial, a vertente social é representada pela res-ponsabilidade social corporativa, no ambiental pela ecoeficiência, e no econômico, pelo ganho de produtividade e diferencial competiti-vo. Assim, por se trabalhar com diversos temas e por haver a neces-sidade de integração destes, a sustentabilidade empresarial denota interdisciplinaridade.

3) No nível estratégico, a sustentabilidade pode ser trabalhada por meio de uma política corporativa e o desenvolvimento de estratégia de longo prazo para o desenvolvimento tecnológico e de pesquisa e desenvolvi-mento de produtos sustentáveis, além de investimentos e novas tecno-logias.

4) A Produção mais Limpa por focar na otimização do uso de recursos naturais e no combate a geração de desperdícios, aspectos da ecoefi-ciência, e por buscar alternativas de redução de riscos ao funcionário e comunidade onde a organização está inserida, ou seja, aspectos da responsabilidade social corporativa, e por fim por gerar a redução de custos operacionais, a PML pode ser considerada uma ferramenta da sustentabilidade empresarial.

5) A critério do aluno.

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Capítulo 9Respostas – página 1961) A responsabilidade social corporativa consiste em um compromisso continuado

com o comportamento ético e em contribuir para o desenvolvimento econômi-co enquanto busca melhorar a qualidade de vida da força de trabalho e de seus familiares bem como da comunidade e sociedade, onde está inserido. A respon-sabilidade social deve levar as empresas a efetuar investimentos no bem-estar dos seus funcionários e dependentes e em um ambiente de trabalho saudável, isto é, ações internas neste sentido. Além disso, as empresas devem promover comunicações transparentes, dar retorno aos acionistas, assegurar sinergia com seus parceiros e garantir a satisfação dos seus clientes e/ou consumidores.

2) A responsabilidade social pode ser trabalhada sob duas abordagens: a inter-na e a externa, independentemente do porte da empresa. A responsabilidade social leva, no âmbito interno da empresa, à constituição de uma cidadania or-ganizacional e, no âmbito externo, a implementação de direitos sociais. Nesta vertente, cabe destacar uma série de vetores para a prática da responsabilida-de social corporativa.

3) A responsabilidade social interna começa pela valorização profissional e a me-lhoria da qualidade de vida dos funcionários e, em uma perspectiva mais ampla, de suas famílias. As empresas devem desenvolver algumas ações visando defi-nir seu legado corporativo, instalando na organização uma ética de educação e de aprendizado e instituindo processos que fomentem esse traço cultural. Vale destacar, também, que um conjunto de iniciativas espontâneas voltadas para seus funcionários pode ser contemplado pela empresa por meio de programas e projetos em outras áreas, como saúde, lazer, esporte, cultura, entretenimento, acompanhamento familiar, atendimento psicológico, aconselhamento pessoal e profissional, educação não relacionada com o trabalho, entre outras. A seguir algumas ações de responsabilidade com o público interno como: gestão parti-cipativa e relações com sindicatos, desenvolvimento de práticas que envolvam os funcionários na solução dos problemas da empresa, e que permita a atuação de sindicatos no local de trabalho, políticas de remuneração, de benefícios e de carreira, desenvolvimento de projetos que apoiem a geração de empregos e o fortalecimento da empregabilidade, cuidado com a saúde, segurança e con-dições de trabalho, desenvolvimento de ações concretas e estabelecimento de indicadores de desempenho e ainda, a busca por padrões internacionais como a norma internacional SA 8000.

4) A presença de funcionários leais, capacitados e de melhor qualidade em um ambiente corporativo pode ser um diferencial competitivo nos dias de hoje. Nesse contexto, pode-se afirmar que a responsabilidade social interna pode ser uma estratégia de ganho de competitividade. Destaca-se, também, que re-lações éticas, comunicação aberta e transparente e respeito mútuo contribuem para o aumento da produtividade dos funcionários.

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5) O Balanço Social objetiva divulgar informações e indicadores dos inves-timentos e das ações realizadas pelas empresas, concentrando-as nas ações internas e externas, além de estimular a empresa a utilizar indi-cadores para medição de ações e a compreender a percepção das várias partes interessadas, uma vez que sistematiza uma série de informações quantitativas e qualitativas sobre o conjunto de ações empreendidas. Dessa forma, o relatório revela o mapa da conduta responsável da em-presa, permitindo a avaliação de cada um dos índices, detectando pontos de força e de fragilidade. Esse é o grande benefício que o relatório traz e, exatamente por isso, a decisão de fazê-lo não pode estar apenas associa-da à intenção de comunicar quais são as ações realizadas pela empresa.

Capítulo 10Respostas – página 2041) A focal company pode influenciar positivamente toda a cadeia produtiva,

exigindo dos fornecedores e prestadores de serviços o estabelecimento de práticas e procedimentos ambientais, incluindo desde condutas reati-vas, como atendimento a requisitos legais, adequações operacionais, eli-minação ou diminuição da concentração de substâncias perigosas, etc., e a práticas pró-ativas, implementação de sistemas certificáveis de gestão ambiental (ISO 14001) e social (SA 8000), rotulagem ambiental de mate-riais e produtos, relatórios de sustentabilidade, etc.

2) A Ecoeficiência consiste na entrega de produtos e serviços a preço com-petitivo, que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida, enquanto reduzem progressivamente os impactos ecológicos e a in-tensidade do uso de recursos ao longo do seu ciclo de vida, a um nível pelo menos dentro da capacidade de suporte da Terra.

3) Os objetivos da Ecoeficiência são: reduzir o consumo de recursos, o que inclui a minimização do uso de água, energia, materiais, aumentando a durabilidade e reciclabilidade, fechando o ciclo de materiais; reduzir o impacto sobre a natureza, o que inclui a minimização de lançamentos de poluentes atmosféricos, resíduos, efluentes e substâncias tóxicas no meio ambiente, promovendo o uso sustentável dos recursos renováveis; aumentar o valor de produtos e serviços, o que significa fornecer mais benefícios para os clientes por meio da funcionalidade, flexibilidade e modularidade dos produtos.

4) A Ecoeficiência é calculada pela proporção entre o valor do produto men-surado pelo volume ou massa, o valor monetário e a função, e influência ambiental da criação ou uso do produto ou serviço mensurado pelo consu-mo de energia, consumo de materiais, consumo de recursos naturais, resí-duos de embalagem e emissões.

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5) É necessário enfatizar que apenas com o cálculo dos indicadores de EE de um proces-so produtivo isolado, não se pode obter dados conclusivos para tomada de decisão e melhorias de um produto ou serviço, quando se pensa nos demais estágios, ou mesmo em um grau de comparabilidade satisfatório entre possibilidade de mudança de um processo, produto ou serviço. Além disso, cada empresa pode utilizar diferentes mé-todos de coleta de informações o que pode gerar confusões e falta de padronização. Assim, a aplicação da Ecoeficiência em cadeias produtivas estendidas pode ter como resultado o mapeamento dos aspectos e impactos ambientais e aspectos econômicos ao longo de cadeia produtiva estendida, a apresentação de subsídios para mudanças na cadeia contemplando uma visão mais ambientalmente correta, gerando condições para o atendimento e a superação dos objetivos da Ecoeficiência ao longo de uma cadeia produtiva.

AnexoAtividades globais

Professor o conteúdo do livro aborda quatro grandes eixos:

• Gestão Ambiental – Capítulos 1 e 2.

• Ferramentas da Gestão Ambiental – Capítulos 3, 4 e 5.

• Sistema de Gestão Ambiental – Capítulos 6 e 7.

• Sustentabilidade Empresarial – Capítulos 8, 9 e 10.

Você deverá aplicar a atividade global referente a cada eixo assim que tiver trabalhado os capítulos respectivos a ele.

Atividades práticasAtividade Global 1 – Gestão Ambiental

Hotel Rio Mar

Mata Atlântica

Cidade do Sol

Rio América

Campo de Golfe

Dunas

Mar

Parque Aquático

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Apresentação

O Hotel Rio Mar, classificado como 5 estrelas, está instalado em uma área de ele-vada vulnerabilidade ambiental da Cidade do Sol. Este empreendimento está ope-rando há 8 anos e por decisão da alta administração e de seus sócios decidiram imple-mentar algumas ações de gestão ambiental.

Destaca-se que o empreendimento possui 250 leitos e ocupa uma área total de 20 hectares sendo 25% de área construída.

• 250 leitos com 54 m2 com banheiras com hidromassagem, chuveiros elétricos, ar--condicionado (10 000 BTU's), televisor, frigobar, computador.

• Restaurante e cozinha com uma capacidade de servir 3 000 refeições por dia, sendo mais de 100 diferentes pratos. A cozinha é equipada com uma câmara fria de 50 m2.

• 1 setor administrativo (recepção, vendas, compras).

• 1 parque aquático 9 500 m2 e uma profundidade média de 1,5 metro.

• Campo de golfe com 10 hectares.

• 1 setor de manutenção de equipamentos.

• 1 sistema de combate a incêndios com hidrante com 1 500 m3.

• 2 auditórios, com 250 lugares cada.

O empreendimento oferece como serviços de ecoturismo: trilha na mata atlântica, mergulho e passeio de buggy nas dunas, além do campo de golfe e passeio a cavalo pela beira da praia.

Interface Ambiental

Todo o efluente líquido gerado é enviado sem tratamento para a rede pública. Os efluentes após uma amostragem composta apresentação as seguintes características: DBO 342 mg/l; SST 674 mg/l; Coliforme termo tolerantes 2 107 nmp.

Destaca-se que a prefeitura coleta os efluentes do hotel e de toda cidade e trata apenas 45% dos efluentes, em um sistema que opera há 15 anos, composto por duas lagoas facultativas e uma de maturação em série. Os demais efluentes são lançados sem trata-mento no Rio América. A prefeitura responde por um processo civil público por lançar os efluentes “tratados” fora dos padrões de lançamento preconizados pela legislação ambiental em vigência (considerar Resolução CONAMA nº 357/2005), além disso, um dique da lagoa rompeu, ocasionando danos significativos ao rio. Os resíduos sólidos do hotel são coletados por uma empresa de disk entulhos, que dispõe todo o material no aterro controlado da cidade a um custo de R$ 3.200,00 por mês, sendo o material composto por 45% de matéria orgânica, 5% de resíduos perigosos (ABNT 10004) e 50% de materiais recicláveis.

A drenagem de águas pluviais tem com sistema de descarte a utilização do mar por meio de uma galeria.

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A energia elétrica utilizada é proveniente do sistema público. O empreendimento pos-sui um gerador movido a óleo diesel que opera em média 2 horas por dia. Este gerador fica próximo a área de mata atlântica e gera além de fuligem, ruídos acima do permiti-do na legislação em vigência.

A água utilizada pelo hotel é oriunda do sistema público e de dois poços. Os poços possuem uma profundidade de 80 metros e atendem os padrões de potabilidade, en-tretanto não possuem a outorga.

Destaca-se que o campo de golfe foi inaugurado há três meses sem a autorização do órgão ambiental. Devido a este fato, o empreendimento recebeu um auto de infração com uma multa.

O empreendimento gera 100 empregos diretos e indiretos e possui mais de 20 forne-cedores de materiais.

Solicitações

1) Apresente um quadro com os aspectos e impactos ambientais para as operações globais do hotel (leitos, setor administrativo, parque aquático, preparo de alimen-tos, campo de golfe e atividades de ecoturismo).

2) Identifique os passivos ambientais reais e potenciais.

3) Apresente oportunidades de melhoria e classifique conforme as abordagens da gestão ambiental.

4) Estruture o setor de gestão ambiental do hotel.

Atividade Global 2 – Ferramentas da Gestão Ambiental

Efetue uma pesquisa na internet sobre organizações produtivas que adotam as fer-ramentas de gestão ambiental apresentadas nos capítulos 4 e 5.

Descreva:• O motivo da escolha das ferramentas.

• Os principais resultados alcançados.

• As limitações/barreiras.

Atividade Global 3 – Sistema de Gestão Ambiental

Considerando que o hotel apresentado na atividade global 1 está interessado em implementar um SGA. Desta forma, apresente os documentos abaixo:• Apresente uma política ambiental conforme o item 4.2 da ISO 14001.

• Estabeleça um conjunto de três objetivos e metas ambientais em conformidade com o item 4.3.3 da ISO 14001.

• Elabore um programa de treinamento para os funcionários em conformidade com o item 4.4.2 da ISO 14001.

• Apresente exemplos de controles operacionais que deverão ser estabelecidos no hotel conforme item 4.4.6 da ISO 14001.

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Atividade Global 4 – Sustentabilidade Empresarial

Considerando que o hotel apresentado na atividade global 1 está interessado em implementar algumas ações de sustentabilidade empresarial. Desta forma, apre-sente e justifique:• Ações de responsabilidade social corporativa considerando as abordagens inter-

na e externa.

• Ações de ecoeficiência para os seus fornecedores.