introdução aos estudos de ead

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE EAD AUTORIA: MARIA DA RESSURREIÇÃO COQUEIRO BORGES Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Modulo dos cursos ead Esab

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MÓDULO DE:

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE EAD

AUTORIA:

MARIA DA RESSURREIÇÃO COQUEIRO BORGES

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Módulo de: Introdução aos Estudos de EAD

Autoria: Maria da Ressurreição Coqueiro Borges

Primeira edição: 2008

Todos os direitos desta edição reservados à

ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA

http://www.esab.edu.br

Av. Santa Leopoldina, nº 840/07

Bairro Itaparica – Vila Velha, ES

CEP: 29102-040

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Apresentação

O módulo de Introdução a Educação a Distância tem como objetivo apresentar uma

contextualização dos aspectos que fazem parte deste novo modelo de educação e, de como

as novas tecnologias da informação e da comunicação contribuíram para este impulso,

trazendo, através da Internet, formas alternativas de geração e de disseminação do

conhecimento, oferecendo possibilidades, quase inesgotáveis, para a aprendizagem.

A Educação a Distância, via Internet, redefine substancialmente o papel do professor que

agora assume posição diferenciada daquela conhecida historicamente, sendo pertinente que

sua prática seja analisada, estudada e revisada.

A emoção e o prazer que irão permear esta ação estarão refletidos em nossas conversas,

ainda que on-line.

Objetivo

Compreender as transformações na aprendizagem na sociedade da informação;

Possibilitar a aquisição de saberes/informações sobre as Novas Tecnologias da

Informação e a Educação a Distância;

Conhecer o postulado na LDB 9394/96 sobre Educação a Distância;

Compreender a importância da modalidade de ensino EAD e a sua utilização, para a

formação de profissionais da área;

O papel do Tutor;

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Contextualizar abordagens pedagógicas em EAD;

Reconhecer, através de leituras específicas, o perfil do educador comprometido com a

EAD;

Estabelecer relações de construção de projetos nesta modalidade específica de

ensino;

Pontuar aspectos relacionados ao material didático;

Construir um processo de avaliação específica para EAD.

Ementa

Histórico da EAD; LDB e EAD; Objetivos e Metas da EAD; Visão de Educação e Visão de

educador; o perfil do educador de EAD; Metodologias educacionais em ambientes de

aprendizagem; Avaliação em EAD; recursos educacionais;

Sobre o Autor

Mestrado em Educação pela Universidade São Marcos

Pós-Graduação em Administração Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira Filho

Pós-Graduação em Psicopedagogia pela Parceria UVV/Universidade Estácio de Sá

Pós-Graduação em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira Filho

Pós-Graduação em Supervisão Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira Filho

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Pós-Graduação em Tecnologia Educacional Aplicada ao Ensino de 1º Grau pela Associação

Brasileira de Tecnologia Educacional

Graduação em Pedagogia com Especialização em Orientação Educacional pela

Universidade Federal do Maranhão

Educadora de cursos de graduação na área pedagógica, professora de cursos de pós-

graduação.

Consultora educacional e palestrante motivacional e educacional.

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 .............................................................................................................................. 9

Sociedade do Conhecimento ................................................................................................ 9

UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 14

O Computador na Educação ............................................................................................... 14

UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 19

Educação e Aprendizagem ................................................................................................. 19

UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 24

O que é Educação a Distância? .......................................................................................... 24

UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 29

Histórico da Educação a Distância ...................................................................................... 29

UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 35

O Que é Educação a Distância Mediada por Computador?................................................ 35

UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 39

Fases da Educação a Distância .......................................................................................... 39

UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 46

Políticas de EAD no Brasil .................................................................................................. 46

UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 53

Viabilidade da EAD no Brasil: Aspectos Legais .................................................................. 53

UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 59

Abordagem Comportamentalista ......................................................................................... 59

UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 64

Do Presencial ao Virtual ...................................................................................................... 64

UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 68

A Importância da Interação e Comunicação em EAD ......................................................... 68

UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 72

Educação a Distância e Tecnologia de Comunicação ........................................................ 72

UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 75

Revolução Tecnológica na Educação ................................................................................. 75

Page 7: Introdução Aos Estudos de Ead

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7

UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 79

Concepções sobre Aprendizado Cooperativo e Colaborativo ............................................. 79

UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 83

A Emergência de Ambientes Virtuais de Aprendizagem ..................................................... 83

UNIDADE 17 .......................................................................................................................... 89

Sobre o Moodle ................................................................................................................... 89

UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 98

Projetos Pedagógicos em EAD ........................................................................................... 98

UNIDADE 19 ........................................................................................................................ 106

Equipe Multidisciplinar: Docentes, Tutores, Corpo Técnico-Administrativo....................... 106

UNIDADE 20 ........................................................................................................................ 110

Gestão, Estrutura e Funcionamento de Cursos em EAD .................................................. 110

UNIDADE 21 ........................................................................................................................ 115

Formas de Organização da Educação a Distância ........................................................... 115

UNIDADE 22 ........................................................................................................................ 122

Tipos de Cursos On-line.................................................................................................... 122

UNIDADE 23 ........................................................................................................................ 129

Aspectos Teóricos e Práticos da Tutoria ........................................................................... 129

UNIDADE 24 ........................................................................................................................ 135

Origem da Tutoria ............................................................................................................. 135

UNIDADE 25 ........................................................................................................................ 140

Ferramentas para Tutoria: Softwares ................................................................................ 140

UNIDADE 26 ........................................................................................................................ 147

Considerações relevantes no sistema de comunicação em EAD ..................................... 147

UNIDADE 27 ........................................................................................................................ 151

Métodos de Avaliação ....................................................................................................... 151

UNIDADE 28 ........................................................................................................................ 158

Aplicação de EAD como solução ...................................................................................... 158

UNIDADE 29 ........................................................................................................................ 165

Necessidade de aprender a aprender ............................................................................... 165 Caso Prático – Projeto REDIGIR....................................................................................... 166

UNIDADE 30 ........................................................................................................................ 170

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Tendências da Educação On-line a Médio e Longo Prazo ............................................... 170

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 175

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 196

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UNIDADE 1

Objetivo: Contextualizar a Educação a Distância na Sociedade do Conhecimento e as transformações que ocorreram na aprendizagem.

Sociedade do Conhecimento

A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada, nos últimos anos do século

passado, com o intuito de substituir o conceito complexo de “sociedade pós-industrial” como

forma de transmitir o conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. As

transformações técnicas, organizacionais e administrativas têm como fator-chave não mais

os insumos baratos de energia, como eram na época da sociedade industrial. No mundo

atual, o fator chave é a informação, propiciado pelos avanços da tecnologia da informação e

comunicação (TICs).

Segundo Castells (2000), esta sociedade pós-industrial ou “informacional”, está ligada à

expansão e reestruturação do capitalismo desde a década de 80. As novas tecnologias e a

ênfase na flexibilidade – ideia central das transformações organizacionais – têm permitido

realizar com rapidez e eficiência os processos de desregulamentação, privatização e ruptura

do modelo de contrato social, entre capital e trabalho, característico do capitalismo industrial.

As transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado na

atualidade, constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos

industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa

a essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a

sociedade.

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de um determinismo tecnológico

segundo o qual, as transformações em direção à sociedade da informação resultam da

tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de

fatores sociais e políticos. Segundo Werthein (2000), nada mais equivocado: processos

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sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores

sociais preexistentes, a criatividade, o espírito empreendedor e as condições da pesquisa

científica, afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.

Ainda segundo Werthein, uma das vantagens de se promover esta

sociedade é porque este novo paradigma oferece a perspectiva de

avanços significativos para a vida individual e coletiva, elevando o

patamar dos conhecimentos gerados e utilizados na sociedade,

oferecendo o estímulo para constante aprendizagem e mudança, e

deslocando o eixo da atividade econômica em direção mais

condizente com o respeito ao meio ambiente.

Transformações da Aprendizagem na Sociedade da Informação

Desde os tempos mais remotos, o homem busca conhecer para controlar e criar meios de

domínio dos estágios primários da natureza, transformando-a para sua sobrevivência.

Segundo Benakouche (2006), é esta busca pelo conhecimento que faz o diferencial entre o

ser humano, ser racional e com habilidades específicas, e os demais seres vivos da

natureza.

A nova sociedade vem instaurando e modificando relações sociais, econômicas, políticas,

culturais, éticas e morais. A comunicação mundial, por meio do uso das novas tecnologias,

torna-se cada vez mais rápida e de fácil acesso, possibilitando aproximação e troca de

informações entre os povos.

No seio dessas transformações, contradições estão presentes e são propulsoraslimitadoras

do avanço da humanidade. Abrimo-nos para a globalização, nos fechamos para

preservarmos nossa identidade; aumenta nossa facilidade de comunicação com o mundo,

diminui nossa comunicação com quem está mais próximo.

Este avanço tecnológico faz com que hoje a indústria procure acompanhar o processo de

globalização, tanto com o avanço em seus sistemas informativos, como em relação à própria

automatização de seus serviços. Entretanto, ao mesmo tempo em que a tecnologia faz com

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que a indústria se torne mais produtiva para competir no mercado, gera novas demandas de

especialização, gera o desemprego. Na sociedade da informação a empresa passa a ter

necessidade de um processo contínuo de ensino e aprendizagem.

Outra característica do avanço tecnológico é a universalização da comunicação. As

informações mais atualizadas podem estar à disposição de qualquer pessoa, em qualquer

parte do mundo que conte com a infraestrutura necessária. A interatividade permite não só

emitir ou receber informações, mas também dialogar, discutir e transmitir informações e

conhecimentos, sem limite de distância ou de tempo. Entretanto, não podemos deixar de

pontuar que este avanço, que pode parecer essencialmente positivo, tem aumentado as

desigualdades, pois ainda é um sistema relativamente caro, tornando-se de difícil acesso

para a maioria da população. Além disto, a informação que chega acelerada pode ser

portadora de potencial não construtivo, pois pode servir de canal de divulgação da

mediocridade e da superficialidade. As pessoas, dentro desta sociedade, precisam construir

um “pensamento crítico” devido aos constantes “bombardeamentos” por informações.

Inúmeras transformações afetaram nossa cultura, o modo de vida, os modos de produção, a

educação, principalmente as instituições de aprendizagem. Tais instituições não apenas

tiveram transformações em conteúdo, mas em práticas e metodologia. De uma educação

formal com um detentor do saber intitulado “mestre” transmitir seus saberes aos totalmente

leigos, seus discípulos, “alunos”, os tempos atuais sinalizam novos modos onde o

conhecimento é disponibilizado em diferentes meios e a presença do “mestre”, midiatizada

por materiais e tecnologias.

Surge como alternativa a Educação a Distância como acesso ao conhecimento, mas sem a

necessidade imediata e presente de um docente. A Educação a Distância é uma alternativa

de acesso ao conhecimento para inúmeras pessoas, impossibilitadas, por diferentes razões,

de participar da formação pelo modo presencial.

A Educação a Distância cativa adeptos pela praticidade com relação à distribuição do tempo

de estudo, e a possível flexibilidade de horários, incorporada com sucesso a educação de

adultos.

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Apesar dos esforços envidados por várias instituições competentes em praticar uma

Educação a Distância de qualidade ainda há resistência, com relação a esta modalidade, e

questionamentos quanto a sua qualidade educacional.

Os principais motivos da atual expansão da EAD, por todo mundo, são basicamente:

O aumento da demanda por formação ou qualificação;

A multiplicação de meios técnicos capazes de garantir materialmente a efetivação

desse tipo de educação;

A emergência de uma cultura que já não vê com muito estranhamento o

estabelecimento de situações de interação envolvendo pessoas situadas em

contextos locais distintos.

Esse último ponto destaca-se como fundamental para se distinguir o momento atual dos

anteriores. É a emergência de uma cultura virtual que vai dar à EAD um novo significado, um

novo impulso. Certamente não foram as novas mídias que criaram a EAD, haja vista que ela

já conta com uma longa história: do ensino por correspondência, passando pelo uso do rádio

e da televisão, diferentes gerações de tecnologias têm sido colocadas à disposição da

educação.

A educação de qualidade não pode ser definida pela sua modalidade presencial ou a

distância, mas pela demonstração dos educandos em adquirir conhecimento e a

responsabilidade das instituições em promover ensino de qualidade, facilitando o acesso e

ampliando geograficamente o alcance aos saberes.

Educação com qualidade é sinônimo de responsabilidade cidadã e ética social, não

necessariamente definida pela modalidade empregada, se presencial ou a distância. Muitas

vezes, a EAD vem a ser a única oportunidade de educação para uma região ou indivíduo e,

portanto, esta possibilidade educadora atinge aquele que por algum motivo foi excluído do

acesso aos saberes. A possibilidade de inclusão educacional, por si, justifica e qualifica a

educação a distância.

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UNIDADE 2

Objetivo: O papel do computador na educação e os desafio das escolas contemporâneas.

O Computador na Educação

O computador, símbolo e principal instrumento do avanço tecnológico, não pode mais ser

ignorado pela escola. No entanto, o desafio é colocar todo o potencial dessa tecnologia a

serviço do aperfeiçoamento do processo educacional, aliando-a ao projeto da escola com o

objetivo de preparar o futuro cidadão.

Surgem então questões: como utilizar de forma inteligente o computador na educação? O

uso inteligente está alicerçado em dois pontos: investimento no processo de aprendizagem e

não apenas no ensino; e na priorização do conhecimento, ao invés de restringir-se apenas à

informação.

Existe uma inter-relação entre os conceitos: DADOS, INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO E

SABER. Segundo Davenport (1998), o “dado” é considerado matéria-prima para a

informação. As “informações” são dados com significados. O “conhecimento é a informação

mais valiosa (...) é valiosa precisamente porque alguém deu à informação um contexto, um

significado, uma interpretação (...)”. O conhecimento pode então ser considerado como a

informação processada pelos indivíduos. Tem como característica a subjetividade e sofre

influência da variação do contexto social e organizacional. O “saber” é produzido na relação

e interação com outros sujeitos, são informações que o sujeito se apropria objetivamente e

socializa com outras pessoas.

A informação se torna conhecimento, quando utilizada para:

Fazer comparações entre fatos;

Determinar consequências;

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Estabelecer elos;

Possibilitar a conversação.

O conhecimento se torna saber quando o sujeito apresenta as seguintes características:

Está em atividade;

Mantém relação consigo mesmo;

Trabalha sua autoestima;

Estabelece relação com as outras pessoas, partilham, constroem e reconstroem o

saber.

Lembrando CONFÚCIO (551-479 A.C)

O que eu ouço, eu ESQUEÇO,

O que eu vejo, eu LEMBRO,

O que eu faço, eu COMPREENDO.

Desafios à Escola Contemporânea

Nesta perspectiva, cabem reflexões sobre: um repensar a educação na era da informação e

um pensar a escola na era da informação. O conhecimento só tem valor se tiver

produtividade, se você souber o que fazer dele, em seu favor e em favor da sociedade. É

importante pensarmos numa sociedade que vai além da informação e se torna sociedade do

conhecimento.

A escola hoje deve deixar de ser:

Centrada na figura do professor;

Privilegiar o conteúdo e acúmulo de informações;

Apresentar função controladora;

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Estimular a competitividade;

Não estar atenta às diferenças individuais.

A escola necessária é aquela que:

Preocupa-se com o desenvolvimento das habilidades e competências;

Preocupa-se com a diversidade multicultural;

Incentiva a cooperação;

Possibilita o acesso de saberes além do tradicional;

Mantém relação com a comunidade;

Mantém-se antenada com as novidades;

Adota flexibilidade curricular;

Preocupa-se com a qualidade dos processos;

Apresenta possibilidades de reconstrução de novas organizações curriculares;

Apresenta um projeto político pedagógico construído coletivamente.

Preocupa-se com o sujeito pensante e interventor na realidade em que vive.

Diante dessas necessidades de transformações, surgem para a escola algumas questões:

Questão 1: Porque incorporar o computador à educação?

De acordo com Ilma Veiga (1995), “a escola deve assumir a função de proporcionar as

camadas populares, através de um ensino efetivo, instrumentos que lhes permitam

conquistar melhores condições de participação cultural e política e reivindicação social.”.

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Para a autora Olinda Evangelista (1994), ”a reivindicação social deve exigir também da

escola que seus alunos sejam preparados para participar da modernização científica e

tecnológica, qualificando-os para novos padrões exigidos pelo mundo do trabalho.”.

Questão 2: Como incorporar o computador na educação?

É preciso estar conectado com as inovações e possibilidades de renovação no ambiente

pedagógico, pois esta ferramenta pode ser utilizada apenas para ensinar ou ser utilizada

como ferramenta de transformação, enriquecendo espaços de aprendizagem.

Numa práxis Conservadora de aprendizagem, o computador é uma ferramenta para ensinar.

Numa práxis Renovadora, o computador é uma ferramenta enriquecedora de saberes, nos

processos pedagógicos. O computador é uma ferramenta que deve possibilitar a integração

em ambientes informatizados de aprendizagem.

Um ambiente informatizado de aprendizagem requer informação, tecnologia e agentes de

aprendizagem. Deve possibilitar ao aluno a aquisição de conteúdos que são necessários

para a sua formação, mas que também possibilite o desenvolvimento de novas habilidades

para sua inserção e atuação no mercado de trabalho.

A informática, por si só não é resolução dos problemas que se apresentam na educação,

antes deste pensar, devemos estar conscientes de que os problemas sociais e pedagógicos

que atormentam as escolas são bem maiores e anteriores aos tecnológicos ou da área da

informática.

É importante um pensar e repensar das práticas pedagógicas adotadas nas escolas. A

escola precisa desenvolver procedimentos educacionais, onde o aluno, mediado pela ação

do professor, constrói o conhecimento, age e cria possibilidades de mudanças sociais.

Para que ocorram transformações, um novo olhar acerca do processo ensino-aprendizagem

deve acontecer, o aluno não é mais mero receptor de conteúdos definidos pelo professor,

mas é aquele que se relaciona e interage com o saber.

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O uso do computador por si só não é capaz de inserir mudanças radicais no processo

ensinar e aprender com reflexão crítica e postura de decisões renovadoras. Entretanto,

existem várias possibilidades e formas eficazes onde a aplicabilidade do uso do computador

pode possibilitar uma aprendizagem mais ativa e significativa, integrada com outras ações

pedagógicas.

Para que o uso do computador tenha sucesso, não é preciso que se crie uma disciplina

específica na área de informática, com professores de informática, mas o mesmo deve ser

introduzido como ferramenta de trabalho acessível aos professores e alunos nos diversos

componentes curriculares.

A questão do uso da informática nas escolas é muito mais uma questão pedagógica,

educacional do que de computadores.

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UNIDADE 3

Objetivo: Contextualizar relação entre a educação, aprendizagem e as tecnologias para a construção do conhecimento.

Educação e Aprendizagem

Existe uma conexão conceitual entre educação e aprendizagem: não há educação sem que

ocorra aprendizagem. A aprendizagem, por seu lado, pode resultar de um processo "de fora

para dentro" (como o ensino) ou de um processo gerado "de dentro para fora"

(autoaprendizagem, ou aprendizagem não decorrente do ensino).

Segundo Chaves (1999), tanto o ensino como a aprendizagem são conceitos moralmente

neutros. Podemos ensinar e aprender tanto coisas valiosas como coisas sem valor ou

mesmo nocivas. A educação, porém, não é um conceito moralmente neutro. Educar (alguém

ou a si próprio) é, por definição, fazer algo que é considerado moralmente correto e valioso.

A aprendizagem é um processo que ocorre dentro do indivíduo. Mesmo quando a

aprendizagem é decorrente de um processo bem-sucedido de ensino, ela ocorre dentro do

indivíduo, e o mesmo ensino que pode resultar em aprendizagem em algumas pessoas pode

ser totalmente ineficaz em relação a outras. Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido, afirma

que "ninguém educa ninguém" – embora acrescente que ninguém se educa sozinho.

Segundo essa visão, a educação, como a aprendizagem, de que ela depende, é um

processo que ocorre dentro do indivíduo, e, que, portanto, só pode ser gerado pela própria

pessoa.

O ensino (presencial ou a distância) é uma atividade triádica que envolve três componentes:

aquele que ensina (o ensinante), aquele a quem se ensina (vamos chamá-lo de aprendente),

e aquilo que o primeiro ensina ao segundo (digamos um conteúdo).

EAD, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre quando o ensinante e o

aprendente (aquele a quem se ensina) estão separados (no tempo ou no espaço). No

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sentido que a expressão assume hoje (vamos chamá-lo de sentido atual), enfatiza-se mais

(ou apenas) a distância no espaço e se propõe que ela seja contornada através do uso de

tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz (sons) e imagens (incluindo

dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Ressaltando que todas essas tecnologias, hoje,

convergem para o computador.

Educação e Tecnologia na Construção do Conhecimento: Desafios

Aqui vamos iniciar uma reflexão elaborada por Peña (2003), sobre a relação do homem e a

construção do conhecimento, para posteriormente relatar uma experiência sobre os modos

de conceber o ensinar e o aprender na escola de hoje.

A nova sociedade do conhecimento traz grandes desafios aos educadores da atualidade:

como tratar o conhecimento na escola na perspectiva que hoje se impõe: a da interatividade,

a não linearidade e a inclusão? Como conceber o ensinar e o aprender nessa perspectiva?

Esses desafios nos conduz a repensar não só o conteúdo da disciplina, mas a forma, já que

se tem a necessidade de tentar vivenciar o discurso pedagógico posto para o aluno em um

novo ambiente - ambiente virtual.

Outra questão é o fato de que na interação com o aluno a distância exige que nossas

concepções de ensino sejam repensadas, já que estão voltadas para atender o aluno de

forma presencial. Significa reconceber a interação professor-aluno e o material didático a ser

utilizado. Como estamos falando em educação e construção do conhecimento, a abordagem

construtivista de ensino é a mais adequada, pois significa possibilitar os processos de

interação na construção dos significados a serem partilhados entre professor e aluno e entre

estes.

A construção do conhecimento nessa perspectiva pedagógica solicita: a parceria, na

discussão de ideias, respeito à comparação de informação e aos dissensos entre ideias e

conceitos, negociação de significados, revisão das conclusões iniciais e aplicação do novo

conhecimento.

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Outro grande desafio é a limitação de ordem técnica, no que diz respeito à falta de habilidade

que as pessoas manifestam com a utilização do computador, bem como os entraves que se

encontra para disponibilizar recursos didático-pedagógicos no ambiente, dificultando a

viabilização de aspectos pedagógicos importantes que poderiam emergir de diversos

recursos didáticos, como a utilização das imagens de vídeo.

Quanto ao modo de ensinar e aprender, uma das estratégias utilizadas para desencadear a

interação entre professores e alunos e entre estes e o docente são questões

problematizadoras, extraídas de textos disponibilizados no ambiente fórum. As questões

provocaram e desencadearam discussões e argumentações dos alunos, levando-nos a

confirmar o significado do texto e do contexto utilizado para ser trabalhado o fórum de

discussão.

Sob o ponto de vista pedagógico, o acompanhamento dessas atividades é sempre muito

interessante, uma vez que permite analisar as interações realizadas, pois ficam

armazenadas. Nesse sentido, podemos dizer que, dada a incidência das respostas

observadas nos registros, para a maioria dos alunos, o texto que disponibilizamos e as

questões decorrentes foram significativas, algumas se caracterizaram como reflexões

profundas, dando formato a novos textos, os quais em rede serviram de pretexto a outros

tantos textos.

As proposições ligadas "ao uso de novas tecnologias residem na capacidade dessas

tecnologias de oferecer ao aprendiz a oportunidade de agir sobre seus próprios

conhecimentos, de interagir com o meio e de dialogar com os outros" (Depover in: Alava

2002, p. 154).

O ambiente de trabalho virtual se configura como um espaço de comunicação e

mediatização propício para desencadear a cooperação entre docente e professor-aluno

numa dinâmica de interação entre as pessoas e os conteúdos, culturalmente selecionados

para esse fim. A dinâmica permite um leque de possibilidades tanto de articulação

pedagógica quanto a tecnológica em ambiente virtual, pode ser mais bem explorada.

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Nesse sentido, a Educação a Distância toma como referência a atividade construtiva do

educando, que é constituída de um sistema de interações mediado pelo professor, pelos

conteúdos, pelos estudantes e pelo próprio contexto sociocultural no qual a atividade é

produzida (Sigalés, 2001). Essa interação determinará a qualidade do processo de ensino-

aprendizagem.

A educação passa por um novo marco cultural. A educação a distância exige a familiarização

com as novas tecnologias da comunicação e informação, nem sempre acessível aos

professores e alunos, um novo paradigma de educação e ensino que requer da profissão

docente apoio para implementar as suas práticas às novas tecnologias. Devemos levar em

consideração que a inserção das novas tecnologias nas metodologias de ensino deve

pressupor uma didática voltada para o sentido colaborativo e o desenvolvimento da

autonomia do aprendiz.

Uma destas novas tecnologias é a internet que, através da facilidade de acesso possibilitou

este novo modo de ensinar e aprender. Segundo Moran (2006), a Internet nos ajuda, mas ela

sozinha não dá conta da complexidade do aprender. Ele acredita no uso da Internet na

educação, fundamentando seu pensamento na "interação humana", de forma colaborativa,

entre alunos e professores. A tecnologia é tão somente um "grande apoio", uma âncora,

indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet

traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa

grande quantidade de informação com qualidade" insiste.

A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre

alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem

de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o

mesmo, os ventos mudaram de direção. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os

alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los

a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".

Numa sociedade inundada pela informação em consequência das tecnologias da informação

e da comunicação podemos correr o risco de desenvolver práticas educativas voltadas mais

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para a informação do que para o conhecimento. Devemos estar atentos para práticas de

ensino que possam possibilitar a transformação da informação em conhecimento. Se essa

premissa está sendo muito discutida pelos educadores há algum tempo, mesmo antes de se

pensar o ensino virtual, hoje ela se configura como uma questão essencial para a

contribuição e aperfeiçoamento da profissão docente.

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UNIDADE 4

Objetivo: Conceituar Educação a Distância e suas vantagens.

O que é Educação a Distância?

Inicialmente o conceito de educação a distância era definido pelo que ela não era ,isso se

deve ao fato da demora em esta forma de educação se firmar. Tinham como referencial a

educação presencial, também denominada educação convencional, direta ou face a face,

onde o professor, presente em sala de aula, é a figura central. No entanto, estudos mais

recentes apontam para uma conceituação, se não homogênea, mais precisa do que é

educação a distância.

Walter Perry e Greville Rumble (1987) afirmam que a característica básica da educação a

distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla via, na medida em que

professor e aluno não se encontram juntos na mesma sala, requisitando, assim, meios que

possibilitem a comunicação entre ambos como correspondência postal, correspondência

eletrônica, telefone ou telex, rádio, "modem", videodisco controlado por computador,

televisão apoiada em meios abertos de dupla comunicação, etc.

Afirmam, também, que há muitas denominações utilizadas correntemente para descrever a

educação a distância, como: estudo aberto, educação não tradicional estudo externo,

extensão, estudo por contrato, estudo experimental. Contudo, nenhuma dessas

denominações serve para descrever com exatidão educação a distância; são termos

genéricos que, em certas ocasiões, incluem-na, mas não representam somente a

modalidade a distância.

Para exemplificar: um livro ou fascículo, desses que se intitulam "faça você mesmo"; um

texto isolado de instrução programada; uma programação isolada de rádio; não são formas

de educação a distância. Esta pressupõe um processo educativo sistemático e organizado

que exige não somente a dupla via de comunicação, como também a instauração de um

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processo continuado, onde os meios ou os multimeios devem estar presentes na estratégia

de comunicação. A escolha de determinado meio ou multimeios vem em razão do tipo de

público, custos operacionais e, principalmente, eficácia para a transmissão, recepção,

transformação e criação do processo educativo.

Desmond Keegan (2007) afirma que o termo genérico de educação a distância inclui um

conjunto de estratégias educativas referenciadas por: educação por correspondência,

utilizado no Reino Unido; estudo em casa (home study), nos Estados Unidos; estudos

externos (external studies), na Austrália; ensino a distância, na Open University do Reino

Unido. E, também, téléenseignement, em francês; Fernstudium/Fernunterricht, em alemão;

educación à distância, em espanhol; e teleducação, em português.

Em português, é bom lembrar, educação a distância, ensino a distância e teleducação são

termos utilizados para expressar o mesmo processo real. Contudo, algumas pessoas ainda

confundem teleducação como sendo somente educação por televisão, esquecendo que tele

vem do grego, que significa ao longe ou, no nosso caso, a distância. Abaixo, são

apresentados conceitos de EAD, segundo alguns autores:

G. Dohmem (1967) - Educação a distância (Ferstudium) ”é uma forma sistematicamente

organizada de autoestudo onde o aluno se instrui a partir do material de estudo apresentado,

onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por

um grupo de professores. Isto é possível de ser feito a distância através da aplicação de

meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias.” O oposto de "educação a

distância" é a "educação direta" ou "educação face a face": um tipo de educação que tem

lugar com o contato direto entre professores e estudantes.

O. Peters (1973) - Educação/ensino a distância (Fernunterricht) é um método racional de

partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e

de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação,

especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais

tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses

materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender.

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M. Moore (1973) - Ensino a distância pode ser definido como a família de métodos

instrucionais onde as ações dos professores são executadas a parte das ações dos alunos,

incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes.

Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos,

eletrônicos, mecânicos ou outros.

B. Holmberg (1977) - O termo "educação a distância" esconde-se sob várias formas de

estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores

presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância

se beneficia do planejamento, direção e instrução da organização do ensino.

Keegan (1991) sumariza os elementos que considera centrais dos conceitos acima

enunciados:

Separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial;

Influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto,

organização dirigida, etc.), que a diferencia da educação individual;

Utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o

professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;

Previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um

diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via; possibilidade de encontros

ocasionais com propósitos didáticos e de socialização;

Diante dos elementos citados acima, a diferença com relação à educação regular consiste na

mediatização das relações entre docentes e alunos. De modo essencial, substitui a proposta

de assistência regular à aula por uma nova proposta na qual os docentes ensinam e os

alunos aprendem mediante situações não convencionais, em espaços e tempos não

compartilhados. As relações são estabelecidas pelo fato dos docentes e alunos estarem

conectados por tecnologias como a internet, ou mesmo, correio, radio, TV, vídeo, CD-ROM,

fax, entre outras. As tecnologias interativas estão evidenciando o cerne do processo de

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educação sendo a interação e interlocução entre todos que estão no processo de

comunicação virtual.

O ensino e aprendizagem on-line são processos mediados por computador, e que implicam

uma conexão com um sistema ou rede de computadores, sendo capaz de transportar

informações de um computador para uma pessoa ou entre pessoas, como troca de

informação entre pessoas e computadores. Com uma comunicação mais rápida, intensa e

eficiente, tem-se a possibilidade de redimensionar os processos usuais de EAD atingindo o

propósito pedagógico de intensificar o conhecimento da aprendizagem através de uma

interação entre professor e alunos, e entre pares.

O desenvolvimento de tal modalidade nos últimos anos serviu para implementar os mais

diversos projetos educacionais e as mais complexas situações: cursos para o ensino

profissionalizante, capacitação para o trabalho ou divulgação científica, alfabetização,

estudos formais em todos os níveis e campos do sistema educacional.

As vantagens da Educação a Distância?

A EAD é caracterizada pela sua flexibilidade, pois possui

múltiplas possibilidades em seus projetos educacionais, estes

não obedecem a um modelo rígido, mas exigem organização

que permita ajustar de forma permanente as estratégias

desenvolvidas a partir da retroalimentação provida pelas

avaliações parciais do projeto. Alia-se, também, a

multiplicidade de recursos pedagógicos com o objetivo de facilitar a construção do

conhecimento. Sendo assim, são objetivos da EAD:

Aumentar o acesso ao conhecimento diminuindo barreiras geográficas (atendimento

simultâneo de alunos em qualquer lugar no Brasil ou no exterior);

Facilitar o estudo flexibilizando o local e o horário das aulas;

Possibilitar a aprendizagem por demanda, atendendo especificidades institucionais;

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Aprimorar as possibilidades de desenvolvimento do material educacional, por meio de

equipe multidisciplinar de especialistas;

Formar comunidades de aprendizagem;

Utilizar diferentes estratégias pedagógicas, atendendo a diferentes perfis e

necessidades de desenvolvimento de competências;

Reduzir custos em até 50% em relação a capacitações presenciais;

Auxiliar no processo de gestão do conhecimento, por meio do desenvolvimento de

objetos de aprendizagem e do conhecimento explícito e tácito.

Além dos objetivos didático-pedagógicos, é importante destacar que os aspectos

organizacionais e administrativos devem ser eficientes, no sentido de oferecer: ágeis

mecanismos de inscrição, eficiência na distribuição dos materiais de estudo, informação

precisa, eliminando barreiras burocráticas do ensino convencional, atenção e orientação aos

alunos no período inicial e transcurso, tudo graças à flexibilidade do ensino a distância.

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UNIDADE 5

Objetivo: Relatar o histórico da educação a distância com suas dificuldades.

Histórico da Educação a Distância

Moore e Kearsley (1996) apud Rodrigues, afirmam que o conceito fundamental da Educação

a Distância é simples: alunos e professores estão separados pela distância e algumas vezes,

também, pelo tempo. Partindo desta premissa, pode-se afirmar que a EAD está vinculada à

mídia, ao meio de comunicação. Tem-se então uma linha histórica que descreve o início da

EAD a partir da escrita. Já que é a primeira alternativa que permitiu as pessoas

comunicarem-se sem estarem face a face, devido a isto, Landim (1997) sugere que as

mensagens trocadas pelos cristãos, para difundir a palavra de Deus, são a origem da

comunicação educativa, por intermédio da escrita, com o objetivo de propiciar aprendizagem

a discípulos fisicamente.

Alves (1994) compartilha, em parte, da opinião de Landim, ao defender a tese que a

Educação a Distância iniciou com a invenção da imprensa, porque antes de Guttenberg "os

livros, copiados manualmente, eram caríssimos e, portanto inacessíveis à plebe, razão pela

qual os mestres eram tratados como integrantes da Corte. Detinham o conhecimento, ou

melhor, os documentos escritos, que eram desde o século V a.C. feitos pelos escribas."

Contextualizando a Educação a Distância (EAD) a partir

da estratégia desenvolvida por sistemas educativos,

temos em seu propósito oferecer Educação a setores ou

grupos da população que, por razões diversas, têm

dificuldade de acesso a serviços educativos regulares. A

ideia é possibilitar professor e aluno, que estão

separados no espaço e/ ou tempo, o aprendizado, que

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neste cenário, é realizado mais intensamente pelo aluno do que pelo instrutor distante.

Aqui a comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos impressos

ou alguma forma de tecnologia.

Embora a tecnologia seja uma parte importante da EAD, qualquer programa bem-

sucedido deve focalizar mais as necessidades instrucionais dos alunos do que na

própria tecnologia. Devem ser considerados, por exemplo, a idade, a base cultural e

socioeconômica, os interesses e experiências, o nível de escolaridade e a familiaridade

dos alunos com os métodos de EAD.

No final do século XIX instituições particulares nos EUA e Europa ofereciam cursos por

correspondência destinados ao ensino de temas e problemas vinculados aos ofícios de

pouco valor acadêmico. Esta origem é a provável identificação da apreciação negativa fixada

na educação a distância. O fato de ter se transformado em segunda chance de estudos para

pessoas que fracassaram na infância ou juventude não evitou a depreciação.

Cita-se como primeira experiência em educação a distância um curso de contabilidade,

criado em 1833, na Suécia. Na Inglaterra, 1840/1843 foi criada a Phonografic

Correspondence Society, primeiros cursos por correspondência na Europa. Em 1856

ocorreram as primeiras práticas na Alemanha e em 1874, nos Estados Unidos.

Em 1892, a Universidade de Chicago criou um curso por correspondência, incorporando os

estudos da modalidade à universidade. No início da década de XX outras instituições, como

a Calvert (Baltimore) desenvolveu cursos para a escola primária. Em 1930, foram

identificadas 30 universidades norte-americanas que ofertavam cursos a distância.

Na década de 60, com a criação de universidades a distância foram superados muitos

preconceitos com relação à modalidade. Um marco importante foi a criação da norte

americana Wisconsin. A Open University (Universidade Aberta da Grã Bretanha) trouxe um

desenho complexo utilizando meios impressos, televisão e cursos intensivos em períodos de

recesso da educação convencional, transformando-se em modelo de educação a distância e

competitividade com os cursos presenciais.

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Na Europa foi criada a Fern Universitat (Alemanha) e a Universidade Nacional de Educação

a Distância (Espanha) com propostas atrativas na graduação, pós-graduação, contando,

inclusive com uma parcela expressiva em pós-graduação de alunos latino-americanos.

Na America Latina, nos idos da década de 60, adotando o padrão inglês de produção e

implementação foi criada a Universidade Aberta da Venezuela e a Universidade Estadual a

Distância da Costa Rica. Neste momento, ocorre a mudança substancial da proposta inicial

de cursos por correspondência. Foram criadas, também: Universidade Autônoma do México,

Sistema de Educação a Distancia da Universidade de Honduras e o Pedagógico Nacional, e

os Programas de Educação a Distancia da Universidade de Buenos Aires e Escolas

Radiofônicas de Sutatenza (Colômbia).

Hoje, o desenvolvimento crescente da modalidade nos diferentes níveis de ensino,

demonstra as excelentes possibilidades da modalidade a distância para a educação

permanente. Um segmento importante, na atualidade, é a oferta de cursos ministrados pelas

diferentes associações profissionais ou relacionados aos sindicatos, meios de comunicação

ou entidades comerciais, respondendo as diferentes demandas dos diferentes profissionais,

dando credibilidade e gerando ampla oferta, a educação a distância coorporativa.

O segmento de educação superior e pós-graduação apresentam indicadores de crescimento

da adesão à modalidade pelo mundo. Hoje, a educação a distância na Espanha é

fundamentalmente a educação superior a distância, de nível universitário. Na Espanha, a

instituição mais importante nesse sentido é a Universidade Nacional de Educação a

Distância. Uma universidade pública, que existe desde 1973 e depende diretamente do

Ministério da Educação espanhol. Tem mais de 140 mil alunos, e há mais de 200 mil

pessoas que já se formaram por essa universidade. É uma das duas ou três grandes

universidades de educação a distância do mundo. É uma instituição bem reconhecida e

contribui muito, na Espanha, para apagar o preconceito que existia na época contra a

educação a distância. Hoje, a sociedade espanhola reconhece que as pessoas formadas no

sistema espanhol de educação a distância são profissionais tão competentes quanto aqueles

que se formaram nas universidades convencionais. (CORDERO, Jesús Martin depoimento in

www.uned.es.

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Educação a Distância no Brasil

A educação a distância no Brasil, em 1891, ocorreu através da oferta de um curso de

datilografia por correspondência publicada no Jornal do Brasil em sua edição de

classificados, mas o marco inicial desta modalidade no país foi a implantação das “Escolas

Internacionais”, representando organizações norte-americanas interessadas no que parecia

um novo e promissor mercado. Contudo, a precariedade do serviço postal brasileiro e a

importância social quase nula atribuída ao ensino a distância fizeram com que a iniciativa

não fosse em frente.

Em 1923, Edgar Roquete Pinto e Henry Morize fundaram a Rádio Sociedade do Rio de

Janeiro dando início aos programas radiofônicos educativos. E em 1937 o Ministério da

Educação e Saúde criou o Serviço de Radiodifusão Educativa, sob influência da ditadura de

Getulio Vargas.

Com a fundação do Instituto Rádio Monitor em 1939, que mantinha cursos por

correspondência no campo da eletrônica, e depois o Instituto Universal Brasileiro em 1941,

que buscava a formação profissional de nível básico e médio, deu-se início as primeiras

experiências, de uma série futura de empreendimentos, iniciadas e levadas ao relativo

sucesso. Ambos existem até hoje e já capacitaram milhões de brasileiros nas profissões

mais simples.

Em 1943, a Escola Rádio-Postal “A Voz da Profecia” oferecia, com apoio da Igreja

Adventista, cursos bíblicos por correspondência.

O SENAC, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, iniciou em 1946 suas atividades e

desenvolveu a Universidade do Ar em 1950, cobrindo localidades fluminenses e paulistas,

318 localidades.

Entre as décadas de 70 e 80 muitas instituições foram criadas com a finalidade de

desenvolver cursos por correspondência, sendo algumas extintas e outras posteriormente,

transformadas. Em 1970 existiam no Brasil, 31 empresas praticando métodos de ensino a

distância, sua maior parte em São Paulo e Rio de Janeiro.

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Por muito tempo a educação a distancia dedicou-se à capacitação exclusivamente de

trabalhadores menos qualificados, junto à população de baixa renda, por intermédio de

cursos profissionalizantes e de reforço escolar, ou mesmo a educação cidadã, por meio de

conteúdos direcionados pelo estado ditatorial que se instalou no país, por mais de uma vez.

A criação do Projeto Minerva em 1970, um projeto radioeducativo que tinha como proposta

alternativa ao sistema tradicional de ensino, como formação de suplementação, à educação

continuada. Revisava conceitos escolares preparando para o exame Madureza, ao reforço

do conteúdo escolar, transmitia curso de Moral e Civismo. Esta postura fora acentuada com

a criação dos Telecursos de segundo e primeiro graus (respectivamente, 1978 e 1981), com

apoio da Fundação Roberto Marinho (Rede Globo de Televisão) e convênio com Fundação

Padre Anchieta (TV Cultura de São Paulo).

Há uma parcela importante sobre o histórico dos cursos de educação a distância no Brasil

que são os programas destinados à formação de professores, destinados aos professores

leigos, em nível de segundo grau, muitas vezes destinados ao docente em exercício, com o

objetivo de motivar a prática cotidiana de sala de aula. Um dos primeiros projetos foi o

IRDEB com 10.000 professores entre 1969 e 1977.

Outros programas de formação do professor foram o projeto FUNTEVE (Mato Grosso do Sul)

em 1985, no mesmo ano, o Projeto Crescer, o CEN (Centro Educacional de Niterói) entre

outros

Com o avanço da informática e das telecomunicações este panorama alterou-se, absorvendo

a agilidade da internet aos padrões atuais de educação a distância, sendo incorporada não

apenas tecnologia, mas cursos de níveis diferenciados, graduação superior e pós-graduação

a distância para formações nas mais diferentes áreas do conhecimento. Contudo não há

ainda uma acolhida totalmente irrestrita às ações de Educação a Distância nos países, além

de alguns problemas observados no Brasil.

Abaixo serão descritos alguns dos problemas de acordo com Gonzáles (2005):

Organização de projetos pilotos sem a adequada preparação de seu prosseguimento;

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Ausência de critérios de avaliação dos programas / projetos;

Inexistência de uma memória sistematizada dos programas desenvolvidos e das

avaliações realizadas (quando existiram);

Descontinuidade dos programas, sem nenhuma prestação de contas à sociedade e

mesmo aos governos e às entidades financiadoras;

Inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência dos projetos e a

prestação de contas de seus objetivos;

Programas pouco alicerçados às necessidades reais do país e organizados sem

nenhuma vinculação exata com os programas de governo;

Manutenção de uma visão administrativa e política que desconhece os potenciais e as

exigências da EAD, fazendo com que essa área sempre seja administrada por pessoal

sem a qualificação técnica e profissional necessária;

Organização de projetos pilotos apenas com o intuito de testar metodologias.

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UNIDADE 6

Objetivo: Conceituar educação a distância, mediada por computador, e suas formas de comunicação – assíncrona e síncrona.

O Que é Educação a Distância Mediada por Computador?

Em função da consideração do processo histórico da EAD, parece compreensível que a

evolução das redes de computadores impulsiona e expande a Educação a Distância

Mediada por Computador – EDMC já referida como a versão mais atual da EAD. Trata-se de

um sistema capaz de apresentar e/ou de transportar informações de um computador para

uma pessoa ou entre pessoas. A EDMC como troca de informação entre pessoas e

computadores, torna possível uma comunicação muito mais rápida, intensa e eficiente, que

possibilita, sem dúvida, a redimensão de processos usuais de EAD pela intensificação do

caráter pedagógico pela maior rapidez da interação entre professor e alunos, e entre pares, a

propósito do conhecimento/da aprendizagem.

Ressaltam-se, assim, algumas das principais características da EDMC como um meio

sobremaneira eficiente de educação a distância que são rapidez e abrangência. Por

exemplo, uma página disponibilizada em um servidor www (World Wide Web) pode ser

instantaneamente visualizada em qualquer ponto do globo. Uma mensagem de correio

eletrônico, em condições normais de funcionamento da rede pode, em alguns segundos,

chegar a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Além disso, é possível a utilização

de ferramentas que permitem comunicações em tempo real.

Sendo assim, a EDMC possui uma grande e crescente variedade de ferramentas que podem

prover uma comunicação do tipo um para um, um para muitos e muitos para muitos. As

ferramentas de EDMC são divididas geralmente em duas grandes categorias: síncronas e

assíncronas. A forma de comunicação assíncrona e síncrona em ambiente de aprendizagem

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virtual também conhecida como AVA, promove e desenvolve a interação e a interatividade

entre professores-alunos, alunos-professores e alunos-alunos.

Formas de Comunicação em Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são importantes ferramentas em EAD, pois

possibilitam o estímulo e a inovação do processo de ensino-aprendizagem mediada por

computadores em rede. Tais ambientes possibilitam a interação nas duas formas de

comunicação: assíncrona e síncrona.

As pessoas que não possuem experiência na construção de cursos que utilizam os recursos

de EAD (Educação a Distância) podem encontrar dificuldades na escolha da forma de

comunicação mais adequada a ser utilizada em seu projeto de curso. A descrição mais

detalhada em relação às formas assíncrona e síncrona tem como propósito promover uma

reflexão sobre as características de cada uma dessas formas de comunicação e sua

condição de uso.

a) FORMA SÍNCRONA

Na interação síncrona (em tempo real), encontramos um fomento ao entrosamento entre os

participantes do curso, evidenciando a formação de comunidade. Nela ocorre a sensação de

agilidade no desenvolvimento dos trabalhos provocado, em parte, pelas características desse

tipo de comunicação.

Nos processos síncronos alunos e professor, estão conectados simultaneamente, isto é, ao

mesmo tempo. Este tipo que comunicação normalmente é feita através de um “chat” com

acesso restrito ao grupo de estudo e o orientador, com regras claras para não conturbar o

processo de comunicação. Observa-se neste processo a facilidade no ensino-aprendizagem.

É recomendável que na sessão de chat seja definido um tema específico como eixo das

discussões para que não sejam levantados assuntos muito polêmicos e sem uma relação

direta com os objetivos propostos, causando inadequação de uso dessa ferramenta em

relação a um determinado curso.

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Algumas características da comunicação síncrona são:

Comunicação espontânea;

Resposta espontânea;

Motivação – Evidencia a sinergia dos trabalhos individuais e em grupo e encoraja os

estudantes a criarem e continuarem seus estudos;

Presença – Fortalece o sentimento de comunidade;

“Wegerif (1998) afirma que para criar uma comunidade de aprendizagem na qual uns

possam aprender com os outros, compartilhando ideias e recursos, é preciso que

cada participante “cruze a fronteira” de comunidade, sentindo-se parte dela e,

consequentemente, contribuindo no processo educacional.”

Feedback – O rápido retorno fomenta o desenvolvimento das atividades em especial

as atividades em grupo;

Ritmo – ajuda os alunos a serem criativos.

b) FORMA ASSÍNCRONA

A forma ASSÍNCRONA pode ser entendida como a forma de interação que está

desconectada do tempo e do espaço, ou seja, o aluno pode a qualquer tempo, respeitado o

cronograma do curso, acessar o material didático com uma interatividade descompromissada

com o “On-line”.

O aluno e professor podem manter relacionamento na medida em que tenham tempo

disponível, criando uma situação mais confortável em relação às disponibilidades e

necessidades do curso.

A comunicação assíncrona se caracteriza por professor e alunos não estarem

necessariamente conectados entre si ao mesmo tempo. O orientador deixa material para

download, em um site previamente combinado, ou envia e-mail diretamente a cada aluno

respondendo as suas dúvidas, que também lhe foram enviado através de e-mail.

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Essa forma de comunicação compartilha com os alunos a responsabilidade de administrar o

tempo de participação nas atividades propostas para o curso. É preciso ter disciplina e uma

agenda bem equacionada. Algumas características da comunicação assíncrona são:

Flexibilidade – acesso ao material didático em qualquer lugar e a qualquer hora;

Tempo para reflexão – O tempo poderá ser otimizado para a reflexão sobre o material

didático proposto, tempo para ter ideias e preparar os retornos, verificar as referências

bibliográficas e possibilidade de acesso ao material, quantas vezes for necessário;

Facilidade de estudo – Possibilita a administração dos estudos de forma a aproveitar

todas as oportunidades de tempo, seja no trabalho ou em casa, podendo ocorrer a

integração de ideias e discussão sobre o curso em fóruns específicos.

Como exemplo de comunicação ASSÍNCRONA, podemos citar os fóruns de discussão,

ferramenta disponível em grande número de AVAs, no qual os assuntos polêmicos podem

ser inseridos para que produzam resultados satisfatórios, sem um compromisso direto com o

tempo e espaço.

Na análise didático-pedagógica dos processos síncronos e assíncronos, em busca da

interatividade entre os sujeitos (professor e alunos) e o conhecimento, parece-nos que os

processos síncronos sinalizam com maiores possibilidades de reflexão e de elaboração de

novos saberes pelos sujeitos-alunos. É importante destacar, que o nível de sucesso da

interação ou de interatividade que acontecerá no curso dependerá da escolha que fizermos

entre essas duas formas de comunicação. Nas duas encontraremos vantagens e

desvantagens, porém as vantagens irão sempre superar as desvantagens, se a utilização for

feita de forma adequada, harmônica e complementar no âmbito de um projeto educacional

que envolva os recursos de educação a distância. Há que se ressaltar, no entanto, que o

processo síncrono exige recursos tecnológicos mais sofisticados.

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UNIDADE 7

Objetivo: Descrever a evolução da EAD: fases, gerações.

Fases da Educação a Distância

Segundo SABA (1997), a Educação a Distância pode ocorrer por diferentes meios de

comunicação, dependendo fundamentalmente da tecnologia de transmissão de informação,

isto é, do meio de interação, a ser adotada. Dessa forma, a evolução da EAD pode ser

compreendida em função de três fases cronológicas diferenciadas em termos tecnológicos, a

saber:

Uma primeira fase inicial da EAD corresponde à geração textual, que suscitou o

autoaprendizado – dos que não podiam estar presentes e atender regularmente à escola -

com suporte e apoio pedagógicos centrados apenas em simples textos instrucionais

impressos, o que ocorreu predominantemente até a década de 1960.

Uma segunda fase se caracteriza pelo estímulo ao autoaprendizado a distância com suporte

e apoio pedagógicos em textos impressos intensamente complementados com recursos

tecnológicos de multimídia, tais como gravações de áudio e de vídeo, o que ocorreu

principalmente entre as décadas de 1960 e de 1980.

A terceira e atual fase baseia-se no autoaprendizado com suporte, quase exclusivo, de

recursos tecnológicos altamente diferenciados, como os modernos sistemas de

telecomunicação digital e via satélite, os computadores pessoais e as redes computacionais

locais e remotas como Intranets e lnternet.

Cada uma destas fases expressa à relevância não apenas da trajetória temporal da EAD,

mas também pode ressaltar concepções ideológicas diferenciadas, manifestadas nos

movimentos da história da educação /ensino a distância neste país.

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É necessário ponderar qual tecnologia será melhor, para cada caso. As classificações das

gerações em EAD contribuem para isso, enquanto fontes de análises dos avanços e das

possibilidades de ampliação de acesso, tutoria, capacidade interativa. Porém, vale lembrar

que, mesmo existindo uma nova geração, com novos meios tecnológicos, aqueles que foram

utilizados anteriormente não são abandonados, ou seja, os meios coexistem. Os

pressupostos filosóficos irão definir o significado pedagógico do meio e avaliar o contexto

sociocultural em que ele é utilizado. Observe o quadro, elaborado por Correa (2000),

apresentando os principais aspectos de cada geração:

Gerações de EAD

Aspectos 1ª. Geração 2ª. Geração 3ª. Geração

Marco Popularização

da imprensa Difusão de rádio e TV

Difusão dos computadores e

telecomunicações

Objetivos pedagógicos

Atingir alunos

desfavorecidos

Atingir alunos

desfavorecidos

Proporcionar uma educação

permanente e ocupacional

Métodos

pedagógicos

Guias de

estudo, auto-

avaliação,

instrução

programada

Programas

teletransmitidos,

pacotes didáticos,

mediação passiva

Modularização das temáticas,

desenhos didáticos a partir das

necessidades formativas.

Meios de comunicação

Correio Rádio, TV e materiais

audiovisuais

Ciberespaço, satélites,

videoconferência

Tutoria Atendimento

periódico,

Atendimento

esporádico,

Atendimento dependendo de contatos

eletrônicos

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dependendo

de

deslocamentos

dependendo de

contatos telefônicos

Interatividade Aluno/material

didático

Aluno/material

didático

Aluno/material

didático/alunos/professores/sistema

educativo

Outra representação da evolução da EAD é a elaborada por Moore e Kearsley (1996) apud

Rodrigues, identificando a característica geral das 3 gerações:

Geração Início Características

1ª. até

1970

Estudo por correspondência, no qual o principal meio de comunicação eram materiais impressos, geralmente um guia de estudo, com tarefas ou outros exercícios enviados pelo correio.

2ª. 1970

Surgem as primeiras Universidades Abertas, com design e implementação sistematizadas de cursos a distância, utilizando, além do material impresso, transmissões por televisão aberta,

rádio e fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo.

3ª. 1990 Esta geração é baseada em redes de conferência por computador

e estações de trabalho multimídia.

A busca dos valores e propósitos educativos envolvidos na seleção e na adoção de cada

meio tecnológico inerentes à EAD, em cada contexto histórico, leva alguns teóricos a propor

a existência de uma 4ª geração em EAD que seria caracterizada pelos consórcios e

parcerias formadas entre universidades. Esta nova geração agregaria todos os meios

tecnológicos e teria como principal vantagem a diminuição do custo operacional das

ferramentas tecnológicas, com a consequente maximização da oferta de vagas. E, neste

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42

sentido, Demo (1993) reforça a ideia de que, mais do que nunca, educação precisa

prevalecer sobre conhecimento, aprendizagem sobre informação, ética sobre

mercantilização.

Evolução da Educação a Distância no Brasil

Santo afirma que as demandas crescentes por educação no Brasil têm contrariado a

tendência do que acontece nos países centrais, principalmente, no que se refere ao acesso à

universidade. O acesso à educação superior é supostamente um dos caminhos clássicos da

mobilidade social. Além disso, o sistema educacional sempre esteve ligado à construção de

um projeto nacional elitista, que tem sido contestado pela adoção de políticas de ações

afirmativas, modeladas sobre critérios raciais e socioeconômicos. Isto significa que os

sistemas educacionais devem expandir suas ofertas de serviços, aumentarem o quantitativo

de estudantes matriculados, tanto na formação inicial quanto na continuada.

O aumento dos inúmeros cursos de extensão, graduação e pós-graduação no território

brasileiro tem sido favorecido tanto pela legislação quanto pelos recursos técnicos. A

expectativa de que a EAD seja o novo milagre educacional é tão prejudicial quanto o

preconceito dos que apenas a criticam.

Kiefer (2007) em pesquisa apresenta dados comparativos sobre números relativos à

evolução da educação a distância no Brasil, a partir do ano 2000, tais dados foram extraídos

do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância de 2005, lançado pelo

Instituto Monitor e pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) em 2004,

pelo menos um milhão de brasileiros participaram de algum curso a distância. Deste total 300

mil estavam matriculadas nas 166 entidades credenciadas, como universidades públicas e

privadas que seguem a regulamentação específica do poder público. Estes estão distribuídos

pelo Ensino Fundamental, Médio, Sequencial, Técnico, Educação de Jovens e Adultos,

Graduação e Pós-Graduação.

Este levantamento não considera os ambientes do mundo corporativo e cursos livres como

música ou línguas estrangeiras. Mesmo com a falta de dados detalhados para períodos

anteriores a 2004 é possível afirmar que houve crescimento da modalidade de ensino a

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distância no Brasil. No caso dos cursos de graduação e pós-graduação é possível, pelos

números do Censo MEC, afirmar que a modalidade cresceu 44 (quarenta e quatro) vezes

apenas até 2003. Incluindo-se os números de 2004 o crescimento é de 90 vezes.

Segundo Kiefer, temos:

1. Cursos e matrículas em Graduação e Pós-Graduação

ANO CURSOS MATRÍCULAS

2000 13 1.758

2001 17 5.480

2002 202 59.772

2003 278 76.769

2004 382 159.366

2005 467 300.829

2. Lançamento de Novos Cursos

ANO CURSOS

2001 11

2002 19

2003 34

2004 77

2005 321

3. Distribuição geográfica, por Regiões – BRASIL

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44

REGIAO % 2004 % 2005

SE 53(*) (**) 47

NE 18,7 13

S 17 25

CO 7,6 10

NO 3,7 5

(*) principalmente, estado de São Paulo

(*) a região educa 53 % dos educandos de EAD ou 163.887 estudantes.

Quanto à mídia mais utilizada, 84 % utilizam o material impresso. Em seguida o e-learning

com 63% e o CD ROM 56%, em 2004. No ano de 2005 o material impresso apresenta 86 %

e e-learning 56%.

O Anuário Brasileiro Estatístico da Educação a Distância de 2006 confirma o crescimento da

modalidade apontando um crescimento de 54% no número de alunos com 504 mil

estudantes, em 2005, participantes de cursos nesta modalidade. O Anuário confirma,

também, que o meio impresso (apostilas) ainda é o recurso mais utilizado.

Quanto ao Anuário de 2007, há indicação de 2,2 milhões de estudantes em EAD,

confirmando mais uma vez o crescimento ao uso desta modalidade de ensino, sendo o

número de matrículas em instituições credenciadas 778 mil estudantes.

Em 2006, aponta o anuário de 2007, a região Sul ultrapassa o percentual de participação

geográfica da educação a distância no Brasil, ficando a frente da região Sudeste. A região

Centro-oeste, também apresenta aumento de participação.

Ainda segundo Kiefer (2007), números de alunos de Educação a Distância no Brasil –

Instituições oficialmente credenciadas:

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NÍVEL TIPO DE CURSO ALUNOS

2004

ALUNOS

2005

FEDERAL GRADUAÇÂO E TECNOLÓGICOS 89539 109391

PÓS-GRADUAÇÃO E SEQUENCIAIS 61637 104513

CONSOLIDADO GRADUAÇÃO E/OU PÓS 8190 86922

FEDERAL TOT. 158366 300826

ESTADUAL EJA/TÉCNICO/FUNDAMENTAL E

MÉDIO

150571 202236

MUNICIPAL TÉCNICO 20 1142

TOTAL 309957 504204

Fonte: ABRAEAD 2007

Segundo análise do Portal e-learning, o investimento em educação a distância vem

crescendo ano a ano, apresentando uma taxa de crescimento de 40% ao ano, mantendo até

2010 este patamar de crescimento, com uma expectativa de movimentar R$ 3 bilhões.

Somente em 2005, o movimento foi de R$ 168 milhões, sendo que no período 1999 a 2005

os custos foram de R$ 470 milhões.

Como qualquer instituição de ensino, a evasão também se encontra presente na educação a

distância. Pesquisa feita com um grupo de 109 alunos evadidos aponta que a maior causa da

desistência é a falta de tempo. Apesar da otimização do tempo de estudo ser possível nesta

modalidade, ainda a administração do tempo para estudo parece contribuir para a retirada do

aluno do ambiente de estudo. São apontadas, também, as faltas de recursos financeiros para

a continuidade dos estudos e a não adaptação ao método como fatores para a desistência.

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46

UNIDADE 8

Objetivo: Apresentar as leis que regulam as políticas de EAD no Brasil

Políticas de EAD no Brasil

A Educação a Distância (EAD) foi regulamentada no Brasil em 1996 pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB (lei n° 9394, de 20 de dezembro de

1996), pelo decreto n.º 5.622, publicado no DOU. de 20/12/05 (que revogou o Decreto n.º

2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998) com

normatização definida na Portaria Ministerial n.º 4.361, de 2004 (que revogou a Portaria

Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998). Em 3 de abril de 2001, a Resolução n.º 1, do

Conselho Nacional de Educação estabeleceu as normas para a pós-graduação lato e stricto

sensu.

Seus precursores, os antigos cursos por correspondência e, mais recentemente, os

telecursos, ganharam vida nova com o advento da Internet. Aliada aos mais modernos

recursos técnicos de comunicação, como CD-ROMs, tele e videoconferências

interativas, DVDs, dentre outros, a rede mundial de computadores veio promover uma

verdadeira revolução, não apenas tecnológica, mas também social e pedagógica na

Educação.

Segundo site do MEC, os principais pontos que se destacam nas leis que regulam a

política da EAD no Brasil são:

a) Educação Básica na modalidade de Educação a Distância:

De acordo com o Art. 30º do Decreto n.º 5.622/05, "As instituições credenciadas para a oferta

de educação a distância poderão solicitar autorização, junto aos órgãos normativos dos

respectivos sistemas de ensino, para oferecer o ensino fundamental e médio a distância,

conforme § 4o do art. 32 da Lei no 9.394, de 1996, exclusivamente para:

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47

I - a complementação de aprendizagem;

II - em situações emergenciais.

Para oferta de cursos a distância, dirigida à educação fundamental de jovens e adultos,

ensino médio e educação profissional de nível técnico, o Decreto n.º 5.622/05 delegou

competência às autoridades integrantes dos sistemas de ensino de que trata o artigo 8º da

LDB, para promover os atos de credenciamento de instituições localizadas no âmbito de

suas respectivas atribuições.

Assim, as propostas de cursos nesses níveis deverão ser encaminhadas ao órgão do

sistema municipal ou estadual responsável pelo credenciamento de instituições e autorização

de cursos (Conselhos Estaduais de Educação) – a menos que se trate de instituição

vinculada ao sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito

pelo Ministério da Educação.

b) Educação Superior e Educação Profissional na modalidade de Educação a Distância:

No caso da oferta de cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico, a

instituição interessada deve credenciar-se junto ao Ministério da Educação, solicitando, para

isto, a autorização de funcionamento para cada curso que pretenda oferecer. O processo

será analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de Especialistas na

área do curso em questão e por especialistas em educação a distância. O Parecer dessa

Comissão será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite, portanto, é o

mesmo aplicável aos cursos presenciais.

A qualidade do projeto da instituição será o foco principal da análise. Para orientar a

elaboração de um projeto de curso de graduação a distância, a Secretaria de Educação a

Distância elaborou o documento “Indicadores de qualidade para cursos de graduação a

distância – referenciais de qualidade”, disponível no site do Ministério para consulta. As

bases legais são as indicadas no primeiro parágrafo deste texto.

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c) Pós-graduação a distância

A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a distância foi

disciplinada pelo Capítulo V do Decreto n.º 5.622/05 e pela Resolução nº 01, da Câmara de

Ensino Superior-CES, do Conselho Nacional de Educação-CNE, em 3 de abril de 2001.

O artigo 24 do Decreto n.º 5.622/05, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº

9.394, de 1996, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e

doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas, para

tal fim, pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação

de reconhecimento estabelecido no referido Decreto.

No artigo 11, a Resolução nº 1, de 2001, também conforme o disposto no § 1º do art. 80 da

Lei nº 9.394/96, de 1996, estabelece que os cursos de pós-graduação lato sensu a distância

só poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União. “Os cursos de pós-

graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas

presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso”.

d) Diplomas e certificados de cursos a distância emitidos por instituições estrangeiras

Conforme o Art. 6º do Dec. 5.622/05, os convênios e os acordos de cooperação celebrados

para fins de oferta de cursos ou programas a distância entre instituições de ensino

brasileiras, devidamente credenciadas, e suas similares estrangeiras, deverão ser

previamente submetidos à análise e homologação pelo órgão normativo do respectivo

sistema de ensino, para que os diplomas e certificados emitidos tenham validade nacional.

A Resolução CES/CNE 01, de 3 de abril de 2001, relativa a cursos de pós-graduação,

dispõe, no artigo 4º, que “os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação, stricto

sensu, obtidos de instituições de ensino superior estrangeiras, para terem validade nacional,

devem ser reconhecidos e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de

pós-graduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível

equivalente ou superior, em área afim.

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Ainda segundo o site do MEC, vale ressaltar que a Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril

de 2001, determina no caput do artigo 1º, que “os cursos de pós-graduação stricto sensu

oferecidos no Brasil por instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com

instituições nacionais, deverão imediatamente cessar o processo de admissão de novos

alunos”.

Estabelece, ainda, que essas instituições estrangeiras deveriam no prazo de 90 (noventa)

dias, a contar da data de homologação da Resolução, encaminhar à Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES a relação dos diplomados nesses

cursos, bem como dos alunos matriculados, com a previsão do prazo de conclusão. Os

diplomados nos referidos cursos “deveriam encaminhar documentação necessária para o

processo de reconhecimento por intermédio da CAPES”.

Passado, Presente e Futuro da EAD no Brasil

Nesta última década, a EAD vem fazendo progressos no Brasil. Em 1997, o Brasil tinha

apenas um curso de licenciatura aprovado pelo MEC, oferecido pela Universidade Federal de

Mato Grosso. Somente em 1998 o MEC apresentou o primeiro arcabouço de legislação para

certificação de cursos em EAD. Dessa data em diante começaram a surgir solicitações de

aprovação e certificação de curso de graduação.

Em 1998, foram apresentadas ao MEC oito solicitações. Em 1999, foi solicitada a certificação

de mais 14 ( catorze) cursos. Em 2000, apenas 5 ( cinco )cursos. Em 2001, 10 (dez) cursos.

E até o fim de janeiro de 2002, mais de 23 (vinte e três) cursos de graduação em EAD já

haviam solicitado sua certificação. No total foram apresentadas ao MEC, até o início de 2002,

67 solicitações, que correspondem a um total de 75 cursos de graduação. Destes, quinze já

foram credenciadas, sendo oito universidades federais; duas universidades estaduais; duas

universidades privadas e duas faculdades privadas.

Segundo Gonzáles (2005), até setembro de 2004, a lista de cursos de graduação a distância

exibida no site do MEC-SEED figuravam 33 instituições de ensino públicas e privadas. Essa lista

nos dá uma ideia das principais áreas (região Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, e Centro-

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50

Oeste) e instituições contempladas com cursos de graduação a distância no Brasil, no

ano de 2004.

Para obter uma lista atualizada tanto em relação a cursos de graduação como em

relação a cursos de pós-graduação lato sensu, no nível de especialização a distância,

visite regularmente o site oficial do Ministério da Educação que fornece uma lista de

cursos e instituições atualizada semestralmente e, pode ser encontrada no endereço:

http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?option=content&task=view&id=588&Itemid=298

#sudeste.

Ainda segundo pesquisa elaborada por Gonzáles (2005), até 2004, cerca de 25 ( vinte e

cinco) cursos de graduação já foram autorizados, quase todos voltados à formação de

professores do ensino fundamental. No Brasil, estão matriculados nesses cursos

aproximadamente 50.000 alunos. Destes, 40.000 participam de cursos para a formação

de professores. Segundo estimativas do MEC, até o final de 2003 mais de 70.000

professores estariam matriculados nesses cursos. Apenas 35 instituições de ensino

superior estão autorizadas pelo MEC para oferecer curso de graduação a distância.

A preocupação do MEC com a formação de professores do Ensino Fundamental foi

muito clara, pois, após a publicação da nova LDB, que exigiu dos professores do Ensino

Fundamental das séries iniciais tivessem formação superior até o ano de 2006, houve

um salto de aproximadamente 700.000 novas vagas na demanda de cursos de

Pedagogia para a formação desses professores. O país não tem como suprir toda essa

demanda, num prazo tão restrito, no modo presencial. Isso provocou no MEC a

prioridade em aprovar e certificar esses cursos de graduação a distância.

Hoje, o Brasil tem grande competência para oferecer EAD de qualidade e ainda, levá-la

às regiões mais remotas do país. Os métodos e técnicas de comunicação atualmente

disponíveis permitem que a Educação chegue a milhões de estudantes e,

simultaneamente, que milhares de professores sejam preparados, acelerando,

sobretudo, a formação desses profissionais de ensino.

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As instituições superiores de ensino estão finalmente começando a atuar de forma clara e

decidida em Educação a Distância. E a Educação a Distância começa a aproximar-se da

presencial, a sair do nicho em que se encontrava. Na medida em que cada instituição

desenvolve sozinha, ou em rede, cursos de graduação, de especialização, de extensão e

agora de Pós stricto sensu; vai adquirindo competência, atraindo novos alunos e mercados,

perdendo o medo de arriscar e legitimando essa modalidade de educação.

O panorama atual é muito dinâmico. Há uma efervescência de projetos em todas as áreas,

níveis e mercados. As empresas estão buscando processos de capacitação contínua,

fazendo parcerias com as melhores universidades. As secretarias de Educação também

procuram estas instituições superiores para convênios e cursos. Os 40 mil alunos

matriculados em Educação Superior a Distância e o potencial de alunos que pretendem

inscrever-se em novos cursos fazem prever um rápido crescimento das instituições mais

competentes.

Neste momento temos uma grande diversidade de cursos. Há cursos de curta e de longa

duração, há cursos para poucos alunos (menos de 30) e cursos com mais de 15 mil alunos.

Há cursos totalmente on-line, virtuais e outros impressos, que utilizam os correios.

Há cursos, com pouca interação e outros com muito intercâmbio, troca, onde se criam

comunidades de aprendizagem. A utilização dos meios telemáticos no ensino superior vem

avançando, pela liberdade de acesso, baixo custo e facilidade de comunicação.

Os cursos presenciais começam a ser combinados com tempos e espaços não presenciais.

Estamos começando a sair, em determinados momentos, da sala de aula. Começamos a

aprender também em ambientes virtuais, combinando-os com os presenciais. E na educação

a distância, com a comunicação on-line, estamos nos encontrando mais, saindo do

isolamento que costumava existir.

Segundo Moran (2002), caminhamos para uma flexibilização forte de cursos, tempos,

espaços, gerenciamento, interação, metodologias, tecnologias, avaliação. Isso nos obriga a

experimentar pessoal e institucionalmente de modelos de cursos, de aulas, de técnicas, de

pesquisa, de comunicação. Todas as universidades e organizações educacionais, em todos

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os níveis, precisam experimentar como integrar o presencial e o virtual, garantindo a

aprendizagem significativa. É importante que os núcleos de educação a distância das

universidades saiam do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de

professores interessados em flexibilizar suas aulas, que facilitem o trânsito entre o presencial

e o virtual.

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UNIDADE 9

Objetivo: Aspectos Legais que viabilizam a EAD no Brasil, com destaque aos referenciais de qualidade para curso Superior a Distância.

Viabilidade da EAD no Brasil: Aspectos Legais

Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância - ABRAED de

2006 apud Ataíde, mais de 1,2 milhões de brasileiros estudaram a distância em 2005, sendo

62,6% maior que o registrado em 2004. O número de cursos a distância no Brasil cresceu

600% entre 2001 e 2004. Essa expansão acelerada da EAD no Brasil deve-se a sintonia com

a tendência mundial quanto à procura por educação continuada, utilizando os recursos da

mídia.

A quantidade de cursos superiores de graduação, sequencial ou pós-graduação a distância,

passou de 11 em 2001 para 77, em 2004, e o número de instituições autorizadas cresceu em

31%. Todo esse crescimento demanda um acompanhamento por parte do governo, para que

haja qualidade nos cursos ofertados e as instituições ao serem avaliadas aprimorem seus

produtos e serviços.

Os dados mais recentes do Anuário Brasileiro Estatístico da Educação a Distância, relativos

ao ano de 2007 até a conclusão deste trabalho estava em fase de lançamento, em momento

oportuno os mesmos serão divulgados aos alunos.

O Ministério da Educação - MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância - SEED

atua como agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem,

fomentando a incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e das

técnicas de educação a distância aos métodos didático-pedagógicos. O MEC/SEED promove

ainda, a pesquisa e o desenvolvimento, voltados para a introdução de novos conceitos e

práticas.

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A Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Artigo 80

estabelece que: "O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de

programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de

educação continuada". Essa lei impulsionou as atividades de EAD no Brasil, uma vez que as

instituições de ensino sentiram-se mais seguras e amparadas para continuar ou entrar no

negócio da Educação a Distância.

Com o objetivo de incentivar e possibilitar que as instituições de ensino superior - IES

entrassem na era da Educação a Distância, o MEC lançou a Portaria MEC nº 2.253, em 18

de outubro de 2001, onde no Art. 1º determina: "As instituições de ensino superior do sistema

federal de ensino poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos

superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem

método não presencial". Entretanto, o MEC impôs a limitação de que as IES só poderiam

ofertar 20% das disciplinas a distância. Portanto, essa Portaria traz no Art. 1º, o § 1º que diz:

"As disciplinas a que se refere o caput, integrantes do currículo de cada curso superior, não

poderão exceder a vinte por cento do tempo previsto para integralização do respectivo

currículo. Isso significa que, sem deixar de ofertar a mesma disciplina de forma presencial, as

IES poderiam criar turmas a distância.

As instituições privadas assumiram a liderança no oferecimento de disciplinas a distância,

que atentaram para a criação on-line daquelas com maior concentração de alunos

reprovados e também de disciplinas dos primeiros semestres dos cursos, obrigatórias para

os alunos de determinadas áreas, permitindo o atendimento de um maior número de alunos

sem a necessidade de aumentar salas de aula.

Em 2005, o Decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005, regulamentou o Art. 80 da Lei nº

9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional. O Art. 80 diz que "O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de

programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de

educação continuada".

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O Art. 1º do referido decreto, caracteriza a EAD como "modalidade educacional na qual a

mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a

utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e

professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos". Esse

decreto estabelece a organização da EAD, os níveis e modalidades educacionais que poderá

ser ofertada e o credenciamento das instituições para oferta de cursos e programas na

modalidade a distância.

Esse Decreto estabelece ainda, que os cursos superiores ministrados a distância não

poderão ter a duração mínima inferior à definida na modalidade presencial e terão

equivalências e aproveitamentos garantidos.

O Decreto nº 5.773, de 09 de maio de 2006, "dispõe sobre o exercício das funções de

regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores

de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino". Nesse decreto, é estabelecido

que o Ministério da Educação, por intermédio de suas secretarias, é o órgão responsável

pela execução das funções de regulação e supervisão da educação superior, em suas

respectivas áreas de atuação. Esse documento traz o detalhamento das competências e

atribuições de cada secretaria - Secretaria de Educação Superior, Secretaria de Educação

Profissional e Tecnológica e Secretaria de Educação a Distância, do Conselho Nacional de

Educação - CNE, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

- INEP, e da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES.

Esse decreto detalha ainda, as exigências para o Credenciamento e Recredenciamento de

IES, bem como as atividades de supervisão e avaliação realizadas pelos órgãos citados no

parágrafo anterior.

Referenciais de Qualidade – Foco Educação Superior

Segundo o MEC, no contexto da política permanente de expansão da educação superior no

País, a EAD coloca-se como uma modalidade importante no seu desenvolvimento. Nesse

sentido, é fundamental a definição de princípios, diretrizes e critérios que sejam Referenciais

de Qualidade para as instituições que ofereçam cursos nessa modalidade.

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56

Por esta razão, a SEED/ MEC apresenta, para propiciar debates e reflexões, um documento

com a definição desses Referenciais de Qualidade para a modalidade de educação superior

a distância no País. Esses Referenciais de Qualidade circunscrevem-se no ordenamento

legal vigente em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de

2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um

documento que não tem força de lei, ele será um referencial norteador para subsidiar atos

legais do poder público no que se refere aos processos específicos de regulamentação,

supervisão e avaliação da modalidade citada. Por outro lado, as orientações contidas neste

documento devem ter função indutora, não só em termos da própria concepção teórico-

metodológica da educação a distância, mas também da organização de sistemas de EAD.

A proposta de Referenciais de Qualidade apresentada para a modalidade de Educação

Superior a Distância, tendo em vista sua posterior publicação no ano de 2007, atualiza o

primeiro texto oficial do MEC, de 2003. As mudanças implementadas são justificadas em

razão das alterações provocadas pelo amadurecimento dos processos, principalmente no

que diz respeito às diferentes possibilidades pedagógicas, notadamente quanto à utilização

de tecnologias de informação e comunicação, em função das discussões teórico-

metodológicas que tem permeado os debates acadêmicos.

Os debates a respeito da EAD, que acontecem no País, sobretudo, na última década, têm

oportunizado reflexões importantes a respeito da necessidade de modificações de alguns

paradigmas que norteiam nossas compreensões relativas à educação, escola, currículo,

estudante, professor, avaliação, gestão escolar, dentre outros.

Outro fator importante para o delineamento desses referenciais é o debate a respeito da

conformação e consolidação de diferentes modelos de oferta de cursos a distância em curso

em nosso País. Neste ponto, é importante destacar a inclusão de referências específicas aos

pólos de apoio presencial, que foram contemplados com as regras dos Decretos

supracitados e pela Portaria Normativa nº 2, de janeiro de 2007. Assim, o pólo passa a

integrar, com especial ênfase, o conjunto de instalações que receberá avaliação externa,

quando do credenciamento institucional para a modalidade de educação a distância.

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O Ministério da Educação elaborou, a partir de discussão com especialistas do setor, com as

universidades e com a sociedade, Indicadores de Qualidade para essa modalidade de

ensino, que são os seguintes:

Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o

ensino como um todo e para o curso específico;

Desenho do projeto: a identidade da EAD;

Equipe profissional multidisciplinar;

Comunicação/interatividade entre professor e aluno (tutoria);

Qualidade dos recursos educacionais;

Infraestrutura de apoio;

Avaliação de qualidade contínua e abrangente;

Convênios e parcerias;

Edital e informações sobre o curso a distância;

Custos de implementação e manutenção.

Esses indicadores têm como objetivo orientar as instituições de ensino superior, a conseguir

maior qualidade em seus produtos e processos.

Com o objetivo de incentivar a expansão da EAD o governo federal, aprovou a Lei nº 11.273,

de 06 de fevereiro de 2006, que cria bolsas de estudo e de pesquisa para professores

envolvidos na educação a distância, tutores e participantes de cursos ou programas de

formação inicial. Essa lei garante uma bolsa, além do salário, para professores envolvidos

em projetos de EAD e deve acabar com o desinteresse que uma boa parte dos professores

tinha pela educação a distância.

A legislação mais recente sobre EAD é a Portaria Normativa 02/MEC, de 10 de janeiro de

2007, que dispõe sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na

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modalidade a distância. Determina que somente IES credenciadas podem ofertar cursos

superiores a distância e reafirma a necessidade de pólos estruturados para atender as

atividades presenciais obrigatórias.

Esses recentes documentos legais são fundamentais para a orientação das IES que querem

se inserir no contexto da EAD. Constata-se que o crescente acesso aos meios

computacionais por parte da população brasileira, bem como o incentivo e a fiscalização por

parte do Ministério da Educação - MEC, nos cursos superiores a distância, têm sido fatores

determinantes para a melhoria contínua dos programas de EAD.

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UNIDADE 10

Objetivo: Contextualizar as abordagens pedagógicas em Educação a Distância

Abordagem Comportamentalista

Segundo Pereira (2005), o homem criou a máquina à sua própria imagem e semelhança. De

lá para cá duas coisas aconteceram: as máquinas tornaram-se mais parecidas com criaturas

vivas, e os organismos vivos têm sido encarados cada vez mais como máquinas. As

máquinas contemporâneas não são apenas mais complexas, mas são deliberadamente

preparadas para operar no mundo muito semelhante ao comportamento humano.

As abordagens tradicionais estão diretamente ligadas à instrução programada e têm como

fundamento filosófico principal à teoria comportamentalista. Desse modo, o condicionamento

para a formação de hábitos presente na teoria behaviorista de Skinner originou a instrução

programada, com suas máquinas de ensinar, que foi a primeira manifestação da tecnologia

educacional. Por estar centrada nesta concepção metodológica, a EAD não levava em conta

as variáveis que interferem na comunicação humana.

Contrapondo a Instrução Programada (IP) às novas abordagens, pode parecer que esta não

tem nem valor, nem qualidades a serem destacadas, o que seria uma posição

preconceituosa e inadequada, por isso, a contextualização é fundamental. A Instrução

Programada (IP) é colocada como um modelo tradicional de educação a distância por

possuir fortes embasamentos teóricos da visão comportamentalista que também existia na

modalidade presencial. Além disso, a IP e a transmissão de informações abdicando do

conhecimento são as características principais do ensino a distância, que se diferencia da

educação à distância.

Segundo Villardi (2003) apud Pereira, a EAD esteve, ao longo do tempo, associada a uma

perspectiva de ensino e não de educação: Estruturado sobre “ação sistemática e conjunta de

diversos recursos didáticos, apoio de uma organização, e tutoria, propiciando a

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aprendizagem independente e flexível dos alunos”, o ensino a distância se caracterizou,

entre nós, pelo predomínio da informação sobre a formação, veiculada por meio de material

didático de caráter instrucional, muitas vezes, sob enfoque da instrução programada.

A necessidade de externalizar uma ação que exiba um comportamento e manifeste uma

resposta refere-se tanto aos domínios de informações e habilidades quanto aos das atitudes

e estratégias cognitivas. Para Gagné (1968), na situação estimuladora deve-se informar ao

aluno o que se espera dele, cabendo a ele evocar coisas anteriormente aprendidas, para

relacioná-las com os novos estímulos. Essas orientações facilitariam a evocação e

determinariam a boa direção dos processos intelectuais internos do aprendiz o que diminuiria

a incidência de erros e o tempo gasto com a aprendizagem.

Outro fator relevante é o feedback, ou reforço, que proporciona a fixação da resposta

específica e auxilia na motivação do aprendiz. Prevê também uma série de recapitulações

que contrabalancem os efeitos do esquecimento e transferem a aprendizagem da memória

em curto prazo para a memória em longo prazo possibilitando um armazenamento mais

duradouro das respostas ou informações.

Vistas sobre este prisma, as abordagens tradicionais têm o seu valor reconhecido. Afinal, a

maioria dos programas de ensino a distância ainda é centrado na IP. As mudanças

paradigmáticas propostas estão fundamentadas no ensino de verdades absolutas, o que se

opõe à valorização da forma como a aprendizagem é construída e produzida. Como a EAD

não deve ser pensada apenas pela via tecnológica, a proposição de um novo modelo

filosófico é uma tentativa de seguir adiante na construção de valores educativos capazes de

dar conta das expectativas e dos anseios de pessoas que creem ser possível reduzir as

discrepâncias sociais e construir, a cada dia, uma educação de qualidade.

Um curso corporativo é caracterizado pelo fato de que o aluno assiste a aulas transmitidas

via equipamento de videoconferência e/ou pela Internet e tira suas dúvidas através de fórum

de discussão dedicado ao curso, e eventualmente responde uma lista de exercícios, é de

fato um curso a distância. Cursos deste tipo podem ser definidos como comportamentalistas,

pois o aprendizado se baseia na aquisição do conhecimento disponibilizado pelo tutor, mas

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sem muita margem para desenvolvimento crítico sobre o assunto do curso. Neste caso, o

debate sobre o tema não faz parte do planejamento didático, a essência do curso está na

entrega do conteúdo para rápido consumo e esclarecimentos.

Geralmente cursos comportamentalistas são de curta duração, sem data determinada para

iniciar, apenas com prazo para sua conclusão. Não há turmas, o alunado é rotativo e não

interage entre si, pois quando um aluno está começando um curso outro pode estar

terminando. Na maioria das vezes são voltados para atender demanda de conhecimento

sobre tema bastante específico, cujo aluno-alvo é aquele que não tem tempo nem fontes de

informação estruturadas para adquirir tal know-how. São cursos geralmente encontrados em

sites de empregos e em intranets de corporações. Há inclusive empresas especializadas em

gerar cursos deste tipo para revenda. É o fast-food da educação a distância.

É fácil perceber que cursos comportamentalistas demandam do aluno um perfil marcado pela

disciplina, autodidatismo e motivação, pois sua rotina é bastante solitária. E mesmo tendo

este perfil, estes cursos não são muito apropriados nos casos em que a natureza da matéria

implica em propiciar uma percepção crítica do seu conteúdo, afinal há pouco espaço para

debates, para colaboração, para construção do conhecimento.

Abordagem Sociointeracionista

Em toda conduta, as motivações e o dinamismo energético provêm da afetividade, enquanto

as técnicas e o ajustamento dos meios empregados constituem o aspecto cognitivo

(sensório-motor ou racional).

A abordagem sociointeracionista é um paradigma epistemológico que reúne duas

concepções teóricas distintas - o construtivismo de Jean Piaget e o sociointeracionismo de

Vygotsky – e tem servido de base para a construção de uma nova maneira de se tratar o

fazer pedagógico. Para Villardi (2003), Vygotsky é um expoente do construtivismo que por

enfatizar a importância da interação recebe outra posição teórica chamada de

sociointeracionismo.

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O conceito de aprendizagem significativa pode ser compreendido como a aprendizagem na

qual o aluno, a partir do que sabe, e tendo o professor como mediador da informação,

reorganiza seu conhecimento de mundo, ao se deparar com novas dimensões. Dessa

maneira, o aluno transfere esse novo conhecimento a outras situações ou realidades,

descobrindo o princípio e os processos que o explicam, melhorando, portanto, sua

capacidade de organização e ampliando-a para outras experiências, ideias, fatos, valores e

processos de pensamento que adquirirá dentro ou fora da escola.

Alguns conceitos, como o de ZDP ( zona de desenvolvimento proximal), de Vygotsky, são

fundamentais para o embasamento teórico deste novo fazer. Para o autor, a zona de

desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se

costuma determinar por meio da solução independente de problemas, e o nível de

desenvolvimento potencial, determinado por intermédio da solução sob a orientação de um

adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. A partir deste desenvolvimento,

o sujeito adquiriria confiança para partilhar suas ações com outros sujeitos. Consideramos

“cooperação”, com base em Piaget: cooperar é operar em conjunto, isto é, ajustar, por meio

de novas operações (qualitativas ou métricas) de correspondência, reciprocidade ou

complementaridade, as ações executadas por cada um dos parceiros.

Diante da descrição acima, temos que um curso se mostra mais eficaz com a abordagem

pedagógica construtivista sociointeracional quando o domínio sobre o conteúdo necessita de

visão crítica sobre o tema. Estes cursos são munidos de meios mais sofisticados de

comunicação, para permitir a interação não apenas entre o professor e o aluno, mas também

entre os alunos. Geralmente têm maior duração, com data para início e conclusão, além de

cronograma de atividades.

Os cursos sociointeracionais são assim chamados porque suas atividades de aprendizado

envolvem tanto atividades individuais quanto trabalhos em grupo. Além dos elementos

componentes de um curso comportamentalista, há a criação de grupos virtuais de estudo,

que realizam trabalhos em conjunto e colaboram para a suplementação do conteúdo

abordado, de modo a propiciar a construção do conhecimento, o aprimoramento da

inteligência coletiva. Os resultados do trabalho e/ou a experiência de um aluno, os debates

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entre diferentes alunos ou grupos, a discussão com o tutor sobre o tema, acabam

colaborando para o enriquecimento do curso como um todo.

Para o fornecimento de cursos desta natureza a tecnologia empregada para gerenciar os

processos interativos é bem mais sofisticada, o planejamento didático e a gestão do

processo educacional têm que ser mais bem elaborados. Estes cursos são mais difíceis de

encontrar, pois não dependem apenas de conteúdo e tecnologia, precisam de recursos

humanos bem capacitados para sua administração. Geralmente são encontrados na Internet,

em forma de cursos de especialização ou de extensão, fornecidos por Instituições de Ensino

Superior.

Ambos os tipos de curso a distância são válidos, desde que se observe a sua adequação ao

tema abordado, aos objetivos esperados e principalmente ao perfil do público a que se

destina. É de se esperar que o maior esclarecimento sobre o tema permita ao leitor discernir

sobre o que lhe é ofertado em forma de educação a distância, de modo a ingressar apenas

em processos educacionais compatíveis com seus objetivos e seu perfil, afinal este

paradigma pedagógico estará cada vez mais presente em nossas vidas daqui em diante.

Faça uma reflexão com o máximo de 25 e o mínimo de 20 linhas sobre impactos da

EAD na Educação

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua

SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.

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UNIDADE 11

Objetivo: Descrever as características do ensino presencial e a distância.

Do Presencial ao Virtual

Segundo Abreu, a informática incorpora-se à vida cotidiana no virar do milênio, mesmo que

seus modos e seus usos sejam, ainda, privilégio de poucos. Com a mediação digital e com o

uso da Internet remodelando certas atividades cognitivas fundamentais que envolvem

linguagem, sensibilidade, conhecimento e imaginação inventiva, o indivíduo vê-se diante de

novas exigências a sua inclusão social, porque, se não tiver habilidades desenvolvidas e

construídas, as competências necessárias ao uso dessa ferramenta, terá limitada sua

participação nos processos sociais – um entrave ao exercício da cidadania.

Considerada um dos meios de inclusão social, a educação vive, na atualidade, uma

mudança de paradigmas diante de uma sociedade letrada e tecnológica, que demanda um

novo perfil de cidadão. A EAD consolidou-se como uma modalidade alternativa de

aprendizagem, que usa as novas Tecnologias de Comunicação e Informação como

possibilidade de interação no espaço virtual. Assim, surgiram diversos programas de

formação continuada para a capacitação de profissionais da educação, a fim de amenizar os

impedimentos gerados pela distância geográfica, alargando a oferta de uma educação de

boa qualidade à população.

Para atender a demanda com qualidade, buscam-se nos ambientes virtuais e no material

didático dos cursos de EAD uma linguagem que se distancie do "cuspe e giz" e se constitua

como uma possibilidade de oferecer experiências de aprendizagem colaborativa que se

traduzam como avanço cognitivo para os alunos. Esse tipo de ambiente de aprendizagem

deve estar relacionado a um modelo educacional voltado para o estímulo ao

compartilhamento de informações e a construção do conhecimento individual e coletivo, de

modo que possa favorecer a interação entre os indivíduos e o grupo, pois o fato de utilizar

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ferramentas tecnológicas e de interação não é o suficiente para garantir a qualidade, e muito

menos a construção do conhecimento na modalidade de educação realizada a distância.

Ensino a Distância versus Ensino Presencial

Nota-se neste cenário uma tendência: o presencial se virtualiza e a distância se

presencializa. Os encontros em um mesmo espaço físico se combinam com os encontros

virtuais, a distância, através da Internet. E a educação a distância cada, vez mais, aproxima

as pessoas, pelas conexões on-line, em tempo real, que permite que professores e alunos

falem entre si e possam formar pequenas comunidades de aprendizagem.

A educação presencial e a distância começam a ser fortemente modificadas e todos nós,

organizações, professores e alunos somos desafiados a encontrar novos modelos para

novas situações. Ensinar e aprender, hoje, não se limita ao trabalho dentro da sala de aula.

Implica em modificar o que fazemos dentro e fora dela, no presencial e no virtual, organizar

ações de pesquisa e de comunicação que possibilitem continuar aprendendo em ambientes

virtuais, acessando páginas na Internet, pesquisando textos, recebendo e enviando novas

mensagens, discutindo questões em fóruns ou em salas de aula virtuais, divulgando

pesquisas e projetos.

Segundo Peters (2003) apud Diefenbach, muitos docentes consideram que a única diferença

existente entre o ensino presencial e o ensino a distância é apenas a “distância”, ficando o

processo de ensino-aprendizagem idêntico. Para o autor, esta abordagem está equivocada,

pois o ensino a distância tem uma abordagem diferenciada, pois os estudantes, objetivos,

métodos, mídias e estratégias, são diferentes da educação convencional.

Uma das principais diferenças existentes entre estes dois tipos de ensino: presencial e a

distância, está relacionada ao fato do educador estar fisicamente com o aluno. Não se pode

deixar de ressaltar que, com o ensino presencial, identifica-se, através do olhar, das falas,

dos gestos, da expressão oral e corporal dos envolvidos, as dificuldades dos alunos, o que

facilita a comunicação entre o professor e o aprendiz; na EAD, isso não acontece. Ainda

pode-se identificar atividades que se tornam bem mais construtivas, em sala de aula, do que

via computador, como é o caso das explicações dos professores e das trocas de

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experiências. Isso ocorre porque os docentes podem verificar a reação de cada estudante

diante da sua exposição, o que lhes permite auxiliar o aluno em suas necessidades

(PETERS, 2003).

Outro fator importante, que deve ser levado em conta, é a preparação dos materiais

didáticos. Para o ensino a distância, é importante que o material seja elaborado por uma

equipe multi ou interdisciplinar, assim como, que seja incorporado no material, as melhores

técnicas para o aprendizado dos alunos, visando à melhor prática pedagógica para as várias

tecnologias utilizadas. Isso é um fator que facilita o processo de ensino-aprendizagem, como

também estimula os alunos a estudarem e a construírem seus conhecimentos com maior

autonomia. É relevante passar aos discentes envolvidos, materiais complementares para

estudo; disponibilização de assuntos que possam despertar o interesse dos alunos,

auxiliando-os assim, na formação de um pensamento crítico e analítico.

Outro aspecto necessário em abordar é o papel do professor no contexto presencial e virtual,

pois a explosão de usos da rede mundial de computadores para os mais variados propósitos

educacionais têm proporcionado uma nova forma de atuação para os professores - o

ambiente on-line.

Como os professores que vêm atuando em cursos on-line normalmente têm experiência em

contextos presenciais, uma boa parte da literatura sobre o papel do professor on-line (aquele

que atua em cursos via Internet) trata de comparações entre as modalidades: presencial e

virtual e, da passagem de uma para outra.

É preciso lembrar, entretanto, que não existe uma única forma de educação presencial, nem

uma única forma de educação a distância (EAD) on-line. O que se pode comparar são as

possibilidades e potencialidades de cada meio, as práticas mais comuns na sala de aula

convencional e aquelas que vêm sendo utilizadas em cada tipo de curso on-line.

Segundo Sherry (1998), o professor passa a se ver como um orientador - que apresenta

modelos, faz mediações, explica, redireciona o foco e oferece opções - e como um

coaprendiz que colabora com outros professores e profissionais. A maioria dos professores

ou instrutores que utilizam atividades de ensino mediadas pelo computador prefere assumir o

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papel de moderador ou facilitador da interação ao papel do especialista que despeja

conhecimento no aluno (Sherry, 1998; Berge, 1997).

Sherry (1998) destaca, entretanto, que cabe ao professor decidir seu grau de envolvimento e

intervenção nas diversas atividades e contextos de comunicação em rede, optando, por

exemplo, por se excluir de discussões e dando mais liberdade para os alunos ou, por outro

lado, mantendo uma forte presença na conversação para corrigir, informar, opinar, convidar

alunos para participar.

A redefinição dos papéis dos professores pelo uso da tecnologia envolve questões como

estilos de ensino, necessidade de controle por parte do professor, concepções de

aprendizagem e a percepção da sala de aula como um sistema ecológico mais amplo, no

qual os papéis de professores e alunos estão começando a mudar.

Gunawardena (1992) relata que, ao decidir adotar para sua prática pedagógica on-line um

modelo centrado no aluno, na interação e cooperação entre participantes, encontrou

dificuldades em abrir mão do controle da sala de aula tradicional e percebeu que alguns

alunos encontraram igual dificuldade em assumir responsabilidade pela sua própria

aprendizagem e solicitaram apoio constante.

Pesquisas (como a de Berge, 1997) sugerem que o processo de transição para o ensino on-

line é mais fácil para professores filosoficamente orientados para o ensino centrado no aluno

por estarem mais acostumados à discussão e à interação.

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UNIDADE 12

Objetivo: Contextualizar a importância da interação e comunicação para a construção do conhecimento em EAD.

A Importância da Interação e Comunicação em EAD

As tecnologias da informação vêm modificando a forma de interação entre pessoas,

encurtando caminhos, ou diminuindo as distâncias. Estas interações podem se dar tanto

entre indivíduos quanto entre indivíduo e uma máquina. Desde o telefone, até o e-mail, que é

um caso mais barato, há disponível para o usuário uma série de instrumentos comunicativos

facilitando estas interações.

Tem dois conceitos importantes nesse processo: interação e interatividade. A interação pode

ser definida como uma ação recíproca entre os sujeitos, que pode ser direta ou indireta,

mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, como por exemplo, carta ou

telefone. A interatividade é a atividade humana do usuário de agir sobre a máquina, e de

receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele.

O processo de interação e a comunicação são fundamentais para a construção do

conhecimento. Segundo Davemport (1998) a informação é matéria-prima para o

conhecimento, isto é, a informação é o primeiro passo para conhecer. Conhecer é relacionar,

integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer é saber, é desvendar, é ir

além da superfície, do previsível, da exterioridade. Conhecer é aprofundar os níveis de

descoberta, é penetrar mais fundo nas coisas, na realidade, no nosso interior. Conhecer é

conseguir chegar ao nível da sabedoria, da integração total, da percepção da grande síntese,

que se consegue ao comunicar-se com uma nova visão do mundo, das pessoas e com o

mergulho profundo no nosso eu. O conhecimento se dá no processo rico de interação

externo e interno. Pela comunicação aberta e confiante desenvolvemos contínuos e

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inesgotáveis processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário

e social.

Conseguimos compreender melhor o mundo e os outros, equilibrando os processos de

interação e de interiorização. Pela interação entramos em contato com tudo o que nos

rodeia; captamos as mensagens, nos revelamos e ampliamos a percepção externa. Mas a

compreensão só se completa com a interiorização, com o processo de síntese pessoal, de

reelaboração de tudo o que captamos através da interação.

Com a presença da tecnologia da informação em todas as áreas, um dos eixos de intensas

mudanças é o da educação. A educação passa pela sua transformação em um processo de

comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos. O aprendizado só ocorre dentro

de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial. No entanto, é importante

destacar que, com ou sem tecnologias avançadas, podemos vivenciar processos

participativos de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) através da

comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as

possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicação. Isto num processo dinâmico e amplo de

informação inovadora, reelaborada pessoalmente e em grupo, de integração do objeto de

estudo em todas as dimensões pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando

todas as habilidades disponíveis do professor e do aluno.

O melhor canal de interação entre educandos e educadores, hoje em dia, é a EAD. Pelo

menos é o mais eficiente, pois as mensagens emitidas podem ser selecionadas e ainda terão

a ajuda de elementos auxiliares de aprendizagem que são riquíssimos. O uso da EAD como

modalidade fundamental de aprendizagem e ensino, no mundo inteiro, parte de um conceito

extremamente simples: alunos e professores estão separados somente por certa distância e,

às vezes, pelo tempo, mas possuem o suporte tecnológico, que como um paradoxo, os

aproxima.

O emprego da EAD é muito mais do que o uso puro e simples de tecnologia numa sala de

aula. A visão que temos é muito mais ampla, a ela associando-se a interatividade, numa

correspondência biunívoca de ensino e resposta, em que o lucro é a apreensão de

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conhecimentos. Esse conceito é o mais completo, não se limitando ao que se denomina

"aprendizagem a distância", esta mais restrita. Abaixo se tem a descrição de ferramentas que

auxiliam a interação juntamente com a forma de aplicação.

Exemplos de Ferramentas que Potencializam a Interação em EAD

Exemplos de Interação Através da Tecnologia:

Listas e fóruns de discussão - A participação em listas e fóruns de discussão permite ao

usuário a interação com os parceiros tanto no que se refere à troca de informações e

discussão de cunho teórico, quanto à resolução conjunta de problemas. Por permitir a

expressão, discussão e contraposição de ideias entre os sujeitos, é um recurso que promove

a aprendizagem e possibilita a construção do conhecimento.

“É preciso criar situações para que esse aluno estabeleça relações. Para que estabeleça

relações entre relações, que faça construções renovadas e reinvente as noções que se

pretende que ele aprenda. Só assim se alcança a compreensão de um conhecimento”.

(Nitzke, 2002) apud Dutra. Tanto as listas quanto os fóruns de discussão podem abranger

várias temáticas, as quais são organizadas de forma a permitir a participação do usuário em

cada uma delas.

Bloggers - O uso de bloggers tem se difundido nas escolas por permitir o registro de forma

rápida e simples. O blog funciona como um diário no qual o usuário (aluno ou professor)

pode registrar atividades, eventos ou impressões acerca de determinado assunto. O blog

pode ser usado também como registro de grupo, uma vez que, compartilhado o endereço da

publicação, vários usuários podem acrescentar informações ao diário construído.

A construção de um blog pode ser feita, por exemplo, a partir do site www.blogger.com.br.

Uma vez feito um cadastramento do usuário e definida uma senha, ela pode ser

compartilhada por um grupo no caso de construção coletiva. É possível inserir imagens e

alterar os dados postados. Os alunos e professores parceiros têm desenvolvido bloggers

para relatar atividades, documentar eventos e planejar desafios cooperativos. O acesso ao

blog é feito diretamente no endereço de publicação. A construção de um blog de forma

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cooperativa também possibilita a interação entre os sujeitos e promove a troca de ideias e a

resolução de desafios de forma colaborativa.

Chat

O chat propicia quatro momentos on-line de uma discussão, os quais geralmente não

são normalmente vivenciados em uma aula presencial:

leitura de uma mensagem – tradução (que podem ser várias,

simultaneamente);

interpretações, fundamentando a resposta;

contextualização (aspectos críticos sobre a informação);

e a reflexão, que envia a resposta no mesmo momento em que chegam novas

mensagens, que podem, inclusive, ser uma parte ou o todo de uma resposta).

Sendo assim, o chat torna-se também importante ferramenta para troca de informações

e aprendizagem, já que exige rapidez de raciocínio para a interpretação das

mensagens e habilidade de síntese para elaborar respostas e questionamentos.

Podemos então concluir que: a interação é o principal operador de transformação do

ensino/aprendizagem. Os recursos tecnológicos descritos recriam e ampliam as construções

individuais ou dos pequenos grupos a partir dos confrontos de experiências e conhecimentos

da comunidade em EAD.

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UNIDADE 13

Objetivo: Contextualizar o uso das tecnologias da informação e comunicação para dar suporte a EAD.

Educação a Distância e Tecnologia de Comunicação

Desde o surgimento, as diferentes tecnologias incorporaram-se ao ensino com a finalidade

de criar suporte às propostas. Livros, cartilhas, guias redigidos, foram às propostas iniciais de

apoio pedagógico. A televisão e o rádio foram suporte para a década de 70; áudios e vídeos

na década de 80. Na década de 90, redes de satélites, correio eletrônico, internet e

programas concebidos especialmente para suporte informático aparecem como os desafios

para os programas da modalidade.

Hoje, entende-se que o desenvolvimento da tecnologia atual favorece a criação e o

enriquecimento das propostas na modalidade a distância permitindo tratar, de maneira ágil,

inúmeros projetos de temas, gerando formas de aproximação docente-aluno e alunos entre

si. Resolve-se, assim, o problema da interatividade, gerando uma proposta inovadora de

socialização intermediada por tecnologias, mas sem deixar de centrar o seu foco principal

que é a troca de experiências e ideias entre pessoas e saberes.

A tecnologia e a interatividade estão cada vez mais presentes na vida, e são necessárias do

ponto de vista de lazer ou trabalho ao cotidiano das pessoas. Desde a mais tenra idade, a

“geração web”, estabelecendo para a geração atual uma intimidade com o uso de

computadores, elemento de troca de informações cada vez mais ágil e com capacidade de

armazenamento e recursos a serem explorados cada vez maiores. (Kiefer, 2007)

Contudo, quebrar com os padrões estabelecidos não é imediato nem fácil, por isso, a

necessidade de investir em uma educação a distância com qualidade validará esta

modalidade como forma qualificada e democratizadora de educação.

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Contribuição das TIC’s Aplicadas à EAD

Com o uso das TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação), têm-se as distâncias

entre as pessoas reduzidas, uma vez que podemos nos comunicar, em tempo real, com

pessoas em qualquer parte, e que os tempos tornaram-se mais urgentes, pois a

disponibilidade de informações cresce a uma taxa exponencial, assim como a demanda por

profissionais cada vez mais qualificados, o que exige uma constante formação destes.

Pode-se assim, definir tecnologia da informação como a combinação de recursos de

processamento (hardware, software, bancos de dados, etc.), todos organizados de maneira a

obter como produto final uma informação.

Hoje a internet, uma das vertentes do fenômeno conhecido como convergência digital das

tecnologias da informação e comunicação (TIC), propicia uma comunicação eficiente

integrando imagem, voz, transmissão de dados de forma instantânea. Desta forma é possível

realizar a comunicação sem, contudo, se restringir aos aspectos espaciais. Neste contexto

globalizado, as informações são difundidas em tempo real para as diferentes partes.

Mesmo não sendo universalizado, o acesso à internet, quando ocorre, torna possível às

pessoas que, por exemplo, não podem se locomover ou que não disponham de tempo, em

horários regulares, dedicarem-se ao estudo, em cursos regulares de formação inicial ou

continuada. Desse modo, a ampliação e as facilidades da EAD na atualidade significam uma

forma de democratização, inclusão social e de capitalização do conhecimento.

A presença das ferramentas tecnológicas na educação nos faz refletir sobre a utilização na

formação inicial e continuada de professores. Acreditamos que em um curso adequadamente

desenvolvido para utilizar as TIC’s seja possível oferecer aos professores em formação (seja

na qualidade de professores-tutores ou mesmo de alunos) uma aproximação e uma possível

apropriação destas ferramentas para a organização e gerenciamento do processo de ensino

- aprendizagem.

Diversos são os fatores que concorrem para viabilizar a utilização das TIC’s na formação de

professores. O pensamento, a comunicação e a forma do trabalho podem ser transformados

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pelas TIC’s, pois estas possibilitam uma maior interação e participação, fazendo com que um

número maior de pessoas seja atingido no âmbito da EAD. Elas também permitem a criação

de redes e de (auto) formação compartilhada, troca de experiências e divisão de saberes que

estabelecem espaços de formação mútua, em que cada professor é convocado a exercer, ao

mesmo tempo, o papel de formador e de formado (REQUE, 2005).

Segundo Martins e Campestrini (2004), há uma preocupação crescente, com relação à

construção do conhecimento pelo estudante, a qual se apresenta fortemente ligada aos

ambientes de aprendizagem. Nesses ambientes, os indivíduos ativos se destacam na

construção de seus próprios conhecimentos.

Eles ainda devem possibilitar a interação entre o aprendiz e o objeto de estudo. O objetivo

desta interação é integrar o objeto de estudo e a realidade do sujeito. Ao aproximarmos o

sujeito das possibilidades oferecidas com o uso das TIC’s em sala de aula, a formação do

indivíduo vai ao encontro da realidade já vivenciada da chamada ‘era da informação’.

O papel da interação nas atividades educacionais não presenciais, mediadas pela internet,

tem alcançado grande relevância em pesquisas relacionadas às TIC’s.

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UNIDADE 14

Objetivo: Contextualizar a revolução tecnologica na educação e os aspectos relacionados ao novo ensino.

Revolução Tecnológica na Educação

As tecnologias começam a afetar profundamente a educação que sempre esteve, e

continua, presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar,

grade curricular. Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E

hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para

aprender. As mudanças que existem ainda são pequenas.

As tecnologias chegaram á escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle a

modernização da infraestrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão

administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há avanços na

virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar superficialmente a estrutura

pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.

Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes.

As empresas estão muito ativas na educação on-line e buscam nas universidades mais

agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de educação continuada. Os avanços na

educação a distância, com a LDB e a Internet, estão sendo notáveis. A LDB legalizou a

educação a distância e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, de ensino de

segunda classe. A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes

últimos anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.

Estas revoluções impulsionadas pelas TIC’s evoluem em quatro dimensões fundamentais,

segundo Carly Fiorina, ex-presidente da Hpackard: do analógico para o digital (digitalização);

do físico para o virtual (virtualização); do fixo para o móvel (mobilidade); do massivo para o

individual (personalização).

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A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por

qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de

possibilidades de escolha, de interação.

A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis,

determinados. As tecnologias que num primeiro momento são utilizadas de forma separada

– computador, celular, Internet, mp3 (e outros), câmera digital – e caminham na direção da

convergência, da integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valores.

O computador continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3,

principalmente nos pockets ou computadores de mão. O telefone celular é a tecnologia que

atualmente mais agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à

Internet, à foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos,

música-mp3) e outros serviços.

Aspectos do Novo Modelo de Ensino

A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido

bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam

predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para

o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar

tradicional, que as inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no

virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.

A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na

informação, no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor.

Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na construção

do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre conteúdo e

interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte preparado e em parte

construído, ao longo do curso.

Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida

urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os

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processos de aprendizagem a distância. O aluno desorganizado poderá deixar passar o

tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá sentir dificuldade em

acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própria aprendizagem

e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixar

de participar, de produzir e muitos terão dificuldade, a distância, de retomar a motivação, o

entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do

professor poderá ajudar a quem queiram voltar a participar do curso. A distância será

possível, mas não fácil.

Os cursos que se limitam à transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam

brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e, principalmente,

de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática.

Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos

problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas.

No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não

imediato, ou por um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso a

distância encarece o custo final.

Segundo Gonzáles (2005), existem várias razões pelas quais um aluno abandona um

curso a distância iniciado com visível empolgação e entusiasmo. Os especialistas são

unânimes em afirmar que as causas da evasão no ensino a distância não são muito

diferentes daquelas ocorridas no modelo de ensino presencial. Isso reforça a percepção

de que os fatores motivacionais ou desmotivacionais estão presentes em toda e

qualquer interatividade humana.

Conhecendo-se as causas, podem-se empreender ações preventivas que ajudem a re-

duzir a evasão escolar em qualquer uma das modalidades de ensino.

Dentre as várias causas detectadas por professores-tutores em várias instituições de

ensino a distância, foram observadas as seguintes principais causas de evasão:

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.Conteúdos confusos, com linguagem inadequada ao nível do aluno (muito pobre ou

extremamente sofisticada);

Interface com poucos recursos ou extremamente complexa;

Falta de acompanhamento sistemático dos professores-tutores;

Excesso de atividades solicitadas;

Pouco tempo para o cumprimento das tarefas propostas;

Falta de condições financeiras para prosseguir o curso;

Mudança de foco pessoal ou profissional por parte do aluno.

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UNIDADE 15

Objetivo: Refletir sobre o aprendizado cooperativo e colaborativo em Ambientes Virtuais e suas configurações.

Concepções sobre Aprendizado Cooperativo e Colaborativo

O aprendizado colaborativo em ambientes virtuais de aprendizagem tem sido um dos focos

de inúmeras intuições de ensino superior.

Quando aprendizes interagem e trabalham colaborativamente, constroem conhecimento de

modo mais significativo, desenvolvem habilidades intra e interpessoais, deixam de ser

independentes para serem interdependentes. A interação e interatividade são caminhos

fundamentais de investigação. O conhecimento é construído conjuntamente, ou seja,

construído de forma coparticipativa, porque existe interatividade. (Okada, 2003)

Todos podem participar e intervir no processo através da criação e reconstrução das

mensagens (coautoria), com opção para selecionar, combinar, permutar estas informações e

produzir outras narrativas possíveis na sua potencialidade. (Silva, 2000)

O trabalho individual também é importante. As leituras, as reflexões, internalizações e

sínteses são fundamentais para construção do conhecimento. Porém, esse processo de

aprendizagem ganha maior amplitude e dimensão quando acontece também com o trabalho

coletivo.

Para alguns autores como: Cohen (1986), Johnson & Johson (1978), Sharam (1980), Slavin

(1985) apud Okada, o aprendizado colaborativo e o cooperativo se diferem em alguns

aspectos, principalmente em termos de objetivos e intenções. No aprendizado cooperativo, é

estimulado o trabalho em conjunto visando atingir um propósito em comum, ao invés do

aprendizado individualista e competitivo. No aprendizado colaborativo, não existe

necessariamente um único propósito coletivo. No ambiente colaborativo, é encorajada a

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interação visando principalmente a descentralização do papel do professor, todos são

aprendizes e podem contribuir um com o outro

Bruffee (1999) apud Okada afirma que outra diferença está relacionada com o tipo de

atividades propostas para os participantes. No aprendizado cooperativo, os aprendizes

trabalham com problematizações bem claras e definidas, nas quais os participantes podem

cooperar um com o outro, socializando as suas aptidões e desenvolvendo mais habilidades

necessárias para busca de soluções.

No aprendizado colaborativo, os aprendizes confrontam situações complexas e incertas da

vida real e, são incentivados ao questionamento, à troca e reflexão coletiva, ao consenso, à

crítica e autocrítica, à autonomia no seu próprio processo de aprendizagem.

Estruturas e Interfaces em Ambientes Virtuais Colaborativos de Aprendizagem

Para compreender melhor ambientes virtuais colaborativos e cooperativos é necessário não

só refletir sobre a concepção de colaboração e cooperação, mas também, analisar as

estruturas e interfaces contidas nestes ambientes.

As tecnologias digitais de comunicação e informação estão possibilitando configurar novos

espaços de aprendizagem interativos e hierárquicos, permitindo assim, romper com o

paradigma diretivo/linear para o interativo/construtivo.

Neste sentido, a Educação a Distância representa um passo à frente rumo à formação

continuada, à construção coletiva de conhecimentos e redes colaborativas de aprendizagem,

pois permite uma contínua especialização. Schrum (1998).

Qualquer usuário de qualquer ponto pode trocar informações rapidamente com baixíssimo

custo, rearticular ideias individualmente e coletivamente, partilhar novos sentidos, socializar

saberes e compartilhar novos consensos com todos os usuários da rede.

Emissores e receptores não são vistos mais como dois grupos distintos com mensagens

estáticas, e sim, um grande grupo emissor/receptor que pode constantemente reconstruir

conhecimentos.

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Entretanto os simples usos das tecnologias digitais de comunicação e informação não

implicam em ambientes virtuais colaborativos onde participantes poderão contribuir reforçar

laços de afinidade e se constituírem como comunidades. A tradicional concepção de sala de

aula com alunos expectadores diante de um professor-especialista detentor da informação

ainda pode ser encontrada tanto nos ambientes presenciais quanto nos virtuais.

Segundo Palloff e Pratt (1999), algumas dinâmicas para promover o aprendizado

colaborativo são fundamentais:

Formular um objetivo comum para aprendizagem. A projeção de objetivos comuns é um

componente fundamental para promover a colaboração. Para isto, o professor pode usar

uma variedade de técnicas para conduzir na direção de um objetivo comum, como por

exemplo:

a negociação das diretrizes do curso. Isto significa estimular a discussão visando o

consenso;

a socialização de apresentações pessoais e expectativas;

comentários incentivadores sobre as apresentações pessoais.

Estimular a busca de exemplos da vida real. Problematizações relacionadas com a vida real

permitem o envolvimento com um contexto coletivo, facilita também a participação no

ambiente através de circunstâncias que a maioria pode vivenciar. Para isto, a estratégia é

também elaborar tarefas relacionadas a situações do cotidiano.

Estimular o questionamento inteligente. Estimular a elaboração de perguntas de modo

inteligente significa que o professor não deve dominar o diálogo, e sim, incentivar perguntas

que promovam a investigação e conduzam a reflexão. Para isto, o professor deve questionar

incentivando que os alunos façam também o mesmo.

Dividir a responsabilidade pela facilitação. Uma forma de garantir a participação colaborativa

é estabelecer tarefas entre os participantes e propor um rodízio. Por exemplo, os

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participantes podem ser facilitador da discussão, observador do processo, comentarista, líder

de equipe, apresentador.

Estimular a avaliação. Outra forma de incentivar a troca é incentivar a avaliação entre os

próprios alunos de uma forma construtiva. A capacidade de fazer comentários significativos

para os colegas ajuda o próprio comentarista a refletir sobre o seu próprio trabalho.

Compartilhar recursos. Essa é mais uma estratégia para que os alunos possam contribuir um

com ou outro, ampliando a biblioteca, trazendo textos interessantes e outras fontes de

referência, divulgando eventos relacionados com o curso, trazendo informações que possam

ser significativas para o grupo.

Estimular a escrita coletiva. A escrita coletiva incentiva a reflexão em conjunto, a construção

de um consenso. Para isto, o professor pode propor um brainstoning (tempestade de ideias)

e também utilizar interfaces propícias para isto como o whiteboarding (simulação de escrita

coletiva, onde todos podem ver o que cada um está escrevendo).

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UNIDADE 16

Objetivo: Caracterizar ambientes Virtuais de Aprendizagem.

A Emergência de Ambientes Virtuais de Aprendizagem

O aprendizado on-line é uma das expansões mais rápidas da educação no ensino superior e

corporativo. O número de cursos on-line oferecidos aumentou incrivelmente nestes últimos

anos. De acordo com International Data Corp. Study (CNN 2000) foi estimado que número de

estudantes acadêmicos em cursos de Educação a Distância triplicaria para 2.2 milhões em

2002, ou seja, 15% de todos os estudantes do ensino superior.

Além dos sofisticados sistemas que permitem configurar ambientes virtuais de

aprendizagem, existem também diversos artefatos gratuitos disponíveis na Web que

possibilitam participantes, alunos e professores, construírem os seus próprios espaços de

aprendizado.

A construção de sites na Internet tem sido uma tarefa cada vez mais fácil. No início da

década de 90, para construir uma página na Web era necessário ser um bom programador e

dominar algumas linguagens (HTML, JAVA).

Com o rápido desenvolvimento de softwares e aprimoramento dos editores de textos,

pessoas sem experiência de programação começaram a desenvolver páginas na Web e

publicá-las em servidores gratuitos da Internet, inclusive, esses próprios servidores com

intuito de atrair um número cada vez mais de usuários começaram a oferecer recursos para

construção de páginas simples e rápidas em seus próprios sites. Atualmente é possível

encontrar vários servidores gratuitos para publicação de uma página Web. Na Internet

existem também vários editores HTML para construção de sites.

O surgimento de artefatos gratuitos e práticos, para editar e publicar páginas na web

favoreceu o crescimento extremamente acelerado de home pages e de sites na Internet. O

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grande número de usuários, que também se expande exponencialmente, justifica o

surgimento de muitos portais de ensino, comunidades de aprendizagem, cidades virtuais do

conhecimento, cidadania eletrônica em muitos lugares do mundo.

Segundo o Human Development Report (2001,6), mais de 400 milhões de usuários já

acessavam a Internet. Em 1993 existiam cerca de apenas 200 Websites na Internet, em

2000 foram registrados mais de 20 milhões.

A figura representa usuários e Sites na Web (Okada, 2003)

Além do grande número de servidores gratuitos para publicação de páginas na Web, vários

artefatos, também freeware,podem ser utilizados para configuração de interfaces síncronas e

assíncronas. Estes artefatos permitem criar fóruns, listas de e-mails, salas de chat, portfólio

para arquivos, bancos de dados, formulários, livros de assinaturas e, até mesmo,

comunidades virtuais.

Entretanto, a grande questão dos ambientes virtuais de aprendizagem não gira mais em

torno de quantidade, mas sim, da qualidade.

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Partindo do estudo de Mason (1998) 2 sobre “aprendizado on-line” podemos classificar os

ambientes virtuais de aprendizagem em três tipos: aprendizado baseado em

conteúdo+suporte, aprendizado envolvente e aprendizado integrado.

“Ambiente Instrucionista” ambiente centrado no conteúdo (que pode ser impresso) e no

suporte que são tutoriais ou formulários enviados por e-mail. E normalmente são respondidos

por outras pessoas (monitores) e não exatamente pelo autor. A interação é mínima e a

participação on-line do estudante é praticamente individual. Este tipo de ambiente é o mais

comum e representa o tradicional curso instrucionista onde a informação é transmitida como

na aula, expositiva, presencial.

“Ambiente Interativo” ambiente centrado na interação on-line, onde a participação é

essencial no curso. O objetivo é atender também as expectativas dos participantes e ocorre

muita discussão e reflexão. Os materiais têm o objetivo de envolver e são desenvolvidos no

decorrer do curso com as opiniões e reflexões dos participantes e com as ideias formuladas

nas áreas de discussão. Existe o incentivo à liberdade e responsabilidade de cada um

escolher o material desejado e fazer suas próprias interpretações. As atividades podem ser

organizadas em temas de interesses e profissionais externos podem ser convidados para

conferências. Neste caso, o papel do professor é mais intenso, pois as atividades são criadas

no decorrer do curso. Ocorrem também eventos síncronos (chats).

“Ambiente Cooperativo” ambiente cujo objetivo é trabalho colaborativo e participação on-

line. Existe muita interação entre os participantes através de comunicação on-line,

construção de pesquisas, descobertas de novos desafios e soluções. O conteúdo do curso é

fluido e dinâmico e determinado pelos indivíduos do grupo. O suporte e orientação existem,

mas neste caso é menor. É um curso também diferente do presencial por possibilitar a

construção de comunidades de aprendizes. É importante que todos tenham um bom

relacionamento e proximidade.

Ainda segundo Okada (2003), nos ambientes colaborativos e cooperativos, os participantes

devem estar envolvidos com seu próprio aprendizado, os desafios propostos devem estar

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focados em situações reais que possibilitem articular o aprendizado com o contexto e as

experiências, procurando incentivar o senso de comunidade colaborativa.

Nesta concepção, os aprendizes devem ser encorajados a confrontarem problemas práticos

da vida, questões que ainda não têm solução clara. A interação e o trabalho cooperativo é

um caminho não só para buscar um produto coletivo, mas para desenvolver uma visão mais

ampla visando identificar as incoerências e incompletudes; e também para estimular a

criatividade em prol de novas descobertas e alternativas inovadoras. Nesta concepção, os

aprendizes são coautores da construção do conhecimento e do seu próprio processo de

aprendizado.

Sobre Ambientes Virtuais Colaborativos

Os ambientes virtuais colaborativos de aprendizagem de acordo com, Britain e Líber (1999)

apud Okada, devem conter seis aspectos importantes. Abaixo serão abordados os aspectos

e as questões que tratam:

Adaptação: Como o professor pode adaptar o curso e seus recursos à luz das experiências

vivenciadas no processo?

Os professores podem adaptar a estrutura do ambiente de acordo com o contexto, a

necessidade dos alunos e os objetivos do curso. Primeiro, procurando saber quais são as

expectativas de todos; suas experiências prévias e intenções ao fazer o curso. Depois,,

observar quais são as necessidades, no decorrer do processo. E assim, ter flexibilidade para

construir o conteúdo do ambiente ao longo da trajetória, junto com os participantes.

Auto-organização: Quais os recursos e possibilidades existentes no ambiente para que os

participantes possam reorganizar as suas informações, as suas experiências e as do grupo,

independente das orientações do professor?

É importante pensar em algumas estruturas ou dinâmicas que ajudem os alunos a

organizarem-se, em grupos e individualmente. Recursos fáceis de utilizar e interfaces

gratuitas trouxeram facilidades para criação dos próprios ambientes. Mas, o prioritário foi a

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proximidade dentro dos grupos decorrente da abertura, do diálogo, da valorização da

atuação de cada um.

Coordenação: Como possibilitar que o aprendiz colabore para seu próprio aprendizado?

É essencial ter clareza da intencionalidade do grupo e durante o processo estar refletindo

sobre o assunto. Muitas vezes no decorrer, o foco se perde, surgem novos caminhos e os

participantes podem ficar perdidos. Algumas interfaces como agenda, calendário e

atividades, podem ajudar o grupo a ser organizar, principalmente quando cada grupo tem

abertura para definir estes conteúdos.

Monitoramento: Como o professor pode perceber se o aprendizado ocorreu e como intervir

para que ele possa ocorrer?

Isto pode ser realizado através de diversos espaços para dúvidas, feedback,

acompanhamento da trajetória, avaliação e autoavaliação. É essencial que os professores e

também os participantes percebam o seu desenvolvimento em relação ao seu aprendizado.

O assessoramento contínuo é muito importante, e principalmente o registro do processo,

facilitando o acompanhamento das dificuldades e dos avanços.

Negociação: Como fazer com que os alunos negociem contratos de aprendizagem com

seus professores? Isto deve ocorrer no processo contínuo? O que possibilita a negociação?

É um grande desafio estabelecer prazos de entrega, atividades que serão realizadas, e

assim buscar o comprometimento nas equipes. Quando a definição destes itens é decorrente

do consenso entre os alunos, o comprometimento e envolvimento é maior. Quando existem

dificuldades ou conflitos, é importante realizar algumas paradas para reflexão (no fórum, no

chat). As paradas são meios de negociação que podem propiciar novos acordos.

Autonomia: Como cada estudante pode encontrar seus próprios recursos e avançar em seu

próprio aprendizado? E também como eles podem trazer contribuições para o grupo?

Os estudantes podem ficar responsáveis por usar e colocar material extra, disponibilizando-

os para todos. As próprias atividades podem, também, incentivar os alunos a procurarem e

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socializarem outras fontes de referência (através dos mapas de sites). Além disso,

percebemos que a autonomia ocorre quando de certa forma o aprendizado possibilita romper

as circunstâncias da disciplina, e isto ocorre de acordo com o envolvimento do aluno naquilo

que traz significado.

Quando o aluno encontra as suas próprias questões e aquilo que é relevante para ele, busca

por si só informação, leituras que não foram citadas e, inclusive compartilha com os demais

as descobertas.

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UNIDADE 17

Objetivo: Apresentar o sistema Moodle e o ambiente de aprendizagem virtual do MEC,

e-Proinfo.

Sobre o Moodle

O sistema Moodle começou a ser idealizado, no início da década de 90, quando Martin

Dougiamas era o Webmaster na Curtin University of Technology, na Austrália e responsável

pela administração do sistema de gerenciamento de aprendizagem (LMS – Learning

Management System) ou Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA, usado pela Universidade

naquela época. Martin conhecia muitas pessoas, em escolas e instituições, pequenas e

grandes, que gostariam de fazer melhor uso da Internet, mas não sabiam como iniciar devido

à grande quantidade de ferramentas tecnológicas e pedagógicas existentes na época. Ele

gostaria de proporcionar a essas pessoas uma alternativa gratuita e livre, que pudesse

introduzi-los ao universo on-line.

As crenças de Martin nas inúmeras possibilidades da Educação baseada na Internet o

levaram a fazer mestrado e doutorado na área de Educação, combinando sua experiência

em ciência da computação com teorias sobre construção do conhecimento e natureza da

aprendizagem e da colaboração.

Várias versões do software foram produzidas e descartadas até a versão 1.0 ser aceita e

bastante utilizada em 2002. Essa primeira versão era enxuta e foi usada para a realização de

estudos de caso que analisavam a natureza da colaboração e da reflexão de pequenos

grupos de estudo formados por adultos. Com o crescimento da comunidade de usuários,

novas versões do software foram desenvolvidas. A essas novas versões foram adicionadas

funcionalidades, desenhadas por pessoas em diferentes situações do ensino.

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O Moodle não é usado apenas por Universidades, mas em escolas de ensino médio, escolas

primárias, organizações, companhias privadas e por professores independentes. A lista de

usuários do Moodle pode ser acessada em: http://moodle.org/sites/ . É um sistema

desenvolvido de forma colaborativa que permite a criação e a administração de cursos na

Web com código aberto, livre e gratuito. Os usuários podem baixá-lo, usá-lo, modificá-lo e

distribuí-lo seguindo apenas os termos estabelecidos pela licença GNU GPL, que é uma

licença voltada para o usuário final e para a liberdade.

Esta licença possui uma longa história. De forma resumida, ela estabelece quatro pontos

principais:

Liberdade de executar o programa, para qualquer fim, da forma que se desejar;

Liberdade para modificar o programa e adaptá-lo às suas necessidades;

Liberdade para ajudar o seu vizinho, distribuindo cópias do programa;

Liberdade para ajudar a criar sua comunidade publicando versões aperfeiçoadas de

forma a permitir que outros se beneficiem de seu trabalho.

Segundo Almeida, o desenho e desenvolvimento do Moodle são guiados por uma filosofia de

aprendizagem especial, um modo de pensar sobre como são encontradas referências, em

poucas palavras, como uma "pedagogia sócioconstrucionista". Dessa forma, para explicar de

modo simples, o que a frase significa, vamos destrinchando quatro conceitos principais

que estão por trás dela. Repare que cada um deles sintetiza uma visão baseada em uma

quantidade imensa de pesquisas diferentes, de modo que estas definições podem parecer

simplórias se você já leu sobre o assunto antes.

Jean Piaget, psicólogo e pedagogo suíço, nascido em 1896 e falecido em 1980, é autor de

trabalhos sobre o desenvolvimento do pensamento e da linguagem da criança e sobre a

epistemologia genética.

Em 1918 doutorou-se em Ciências Naturais, a partir de 1921 começou a estudar psicologia

da criança no Instituto Jean Jacques Rousseau, em Genebra.

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Tornou-se professor de Psicologia na Universidade de Genebra. Em 1995, funda o Centro de

Estudos de Epistemologia Genética.

Piaget afirma que a criança passa por três períodos de desenvolvimento mental. O primeiro

período se dá de 2 a 7 anos de idade, onde as habilidades como a linguagem e o desenho

são desenvolvidos. O segundo período se dá de 7 a 11 anos, a criança começa a pensar

logicamente. O terceiro período se dá de 11 a 15 anos, quando a criança começa a lidar com

as abstrações e raciocinar com realismo.

Piaget critica severamente a escola tradicional, afirmando que as mesmas objetivam

acomodar a criança; impedindo a formação de inteligências inventivas, críticas e pensadoras,

de acordo com Piaget o indivíduo é o principal na construção do seu próprio conhecimento.

Sua teoria apresenta tendência construtivista, no papel estruturante do sujeito. Maturação,

experiências físicas; transmissões sociais e culturais e equilibração são fatores

desenvolvidos nesta teoria. A mesma apresenta, também, dimensões interacionistas, cuja

ênfase é colocada na interação do sujeito com o objeto físico.

De acordo com Piaget o conhecimento é um ato que se realiza através da interação (mente e

corpo), o qual se dá em etapas sucessivas, considerando que a criança passa por todas as

etapas. O aluno deve vivenciar na prática, as situações que produzirão o conhecimento,

cujos materiais, devem ser concretos e, a partir daí, a criança o construirá.

De acordo com Piaget é a pessoa que constrói seu próprio conhecimento, onde todo o

desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o

meio, mediados pela ação do professor.

A criança tem uma forma própria e ativa de raciocinar e de aprender que evolui por estágios,

até a maturidade intelectual.

O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento da criança. Não pode ir além de sua

capacidade, nem deixá-las agir sozinhas. Superando em todos os pontos, as teorias

propostas por Skinner, que considera o indivíduo como um ser manipulável, o qual aprende

através de condicionamentos.

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Lev Semenovich Vigotsky, nascido em 1896 e falecido em 1934, aos 37 anos de idade,

teve uma produção intelectual intensa, formado em Direito, também fez cursos de Medicina,

História e Filosofia.

Foi um dos teóricos que buscou uma alternativa dentro do materialismo dialético para o

conflito entre as concepções idealista e mecanicista, na Psicologia.

Construtor de pospostas teóricas inovadoras sobre temas como: relação, pensamento e

linguagem, sobre o processo de desenvolvimento da criança e o papel da instrução no

desenvolvimento.

Suas obras foram censuradas e chegaram ao Ocidente apenas nos anos 60, e no Brasil só

no início da década de 80. Atualmente, seu trabalho vem sendo estudado e valorizado em

todo o mundo.

De acordo com Vigotsky as origens das formas superiores de comportamento consciente

devem ser encontradas nas relações sociais que o homem mantém, como um ser ativo, que

age sobre o mundo sempre em relações sociais, no qual, é transformador dessas ações.

Quanto ao conhecimento Vigotsky afirma que “ensinar o que a criança já sabe é pouco; o

ideal é partir do que ela domina, para ampliar seu conhecimento".

Para Vigotsky o aprendizado é essencial para o desenvolvimento do ser humano e se dá,

sobretudo pela interação social, e as pessoas só aprendem quando as informações fazem

sentido para ela. Afirma ainda que o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para

dentro.

É no processo de ensino-aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o

consequente desenvolvimento do indivíduo, sendo a aprendizagem um processo

essencialmente social, que ocorre na interação com os adultos e os colegas.

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Vigotsky explicava a educação como um processo social, sistemático de construção da

humanidade; onde o professor torna-se figura fundamental e o colega de classe, um parceiro

importante, nesse processo chamado “Educação”.

A aprendizagem se dá sobre tudo pela interação social.

A aprendizagem da criança inicia-se desde o 1º dia de vida da criança.

Professor e alunos formam um conjunto de mediadores da cultura que possibilitam um

grande avanço no desenvolvimento da criança.

As Ferramentas e os Requisitos do Moodle.

Funcionalidades do sistema - O Moodle conta com as principais funcionalidades de um

ambiente virtual de aprendizagem. Possui ferramentas de comunicação, de avaliação, de

disponibilização de conteúdos, de administração e organização. Elas são acessadas pelo

tutor de forma separada em dois tipos de entradas, na página do curso. De um lado adiciona-

se o material e do outro as atividades.

Formatos de cursos - O Moodle permite criar três formatos de cursos: Social, Semanal e

Modular. O curso Social é baseado nos recursos de interação entre os participantes e não

em um conteúdo estruturado. Os dois últimos cursos são estruturados e podem ser semanais

e modulares. Esses cursos são centrados na disponibilização de conteúdos e na definição de

atividades. Na estrutura semanal informa-se o período em que o curso será ministrado e o

sistema divide o período informado, automaticamente, em semanas. Na estrutura modular

informa-se a quantidade de módulos.

Material (conteúdo do curso) - O Moodle possui ferramentas para a disponibilização de

conteúdos. Materiais didáticos podem ser disponibilizados por meio de páginas de texto

simples, páginas Web e links, para arquivos ou endereços da Internet. O sistema permite,

ainda, visualizar diretórios e inserir rótulos aos conteúdos inseridos. Esses rótulos funcionam

como categorias ou títulos e subtítulos que podem subdividir os materiais disponibilizados. O

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ambiente permite ainda a criação de glossários de termos e documentos em formato Wiki

para a confecção compartilhada de textos, trabalhos e projetos.

Atividade - Em atividades podem ser adicionadas ferramentas de comunicação, avaliação e

outras ferramentas complementares ao conteúdo como glossários, diários, ferramenta para

importação e compartilhamento de conteúdos. As ferramentas de comunicação do ambiente

Moodle são: fórum de discussões e o Chat. Elas apresentam um diferencial interessante com

relação a outros ambientes, pois não há ferramenta de e-mail interna ao sistema. Ele utiliza o

e-mail externo (padrão) do participante. Outro diferencial é que a ferramenta fórum permite

ao participante enviar e receber mensagens via e-mail externo padrão. O participante tem a

facilidade de cooperar com uma discussão a partir do seu próprio gerenciador de e-mails.

As ferramentas de avaliação disponíveis no Moodle: avaliação de curso, pesquisa de opinião,

questionário, tarefas e trabalhos com revisão. As ferramentas permitem, respectivamente, a

criação de avaliações gerais de um curso; pesquisas de opinião rápidas, ou enquetes,

envolvendo uma questão central; questionários formados por uma ou mais questões (10

tipos diferentes de questões) inseridas em um banco de questões previamente definido;

disponibilização de tarefas para os alunos onde podem ser atribuídas datas de entrega e

notas e por fim, trabalhos com revisão onde os participantes podem avaliar os projetos de

outros participantes e exemplos de projetos em diversos modos.

Participantes (usuários) do sistema - Os participantes ou usuários do sistema são: o

Administrador – responsável pela administração, configurações do sistema, inserção de

participantes e criação de cursos; o Tutor – responsável pela edição e viabilização do curso e

o Estudante/Aluno. Os usuários do Moodle são globais no servidor. Isso significa que eles

têm apenas um login para todos os cursos. A função permite, por exemplo, que um usuário

seja aluno em um curso e professor/tutor em outro curso.

Administração do sistema - As ferramentas de administração, apresentadas ao tutor do

curso na lateral esquerda da tela de curso, permitem controle de participantes - alunos e

tutores como inscrições e upload de lista de aluno; backups e restore de cursos; acesso aos

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arquivos de logs; logs da última hora; gerenciamento dos arquivos dos cursos;

disponibilização de notas, etc.

Especificações técnicas, o moodle pode ser executado, sem nenhum tipo de alteração, em

sistemas operacionais Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e outros sistemas que

suportem a linguagem PHP. Os dados são armazenados em bancos de dados MYSQL e

PostgreSQL, mas também podem ser usados Oracle, Access, Interbase, ODBC e outros. O

sistema conta com traduções para 50 idiomas diferentes, dentre eles, o português (Brasil), o

espanhol, o italiano, o japonês, o alemão, o chinês e muitos outros.

O Moodle mantém-se em desenvolvimento por uma comunidade que abrange participantes

de todas as partes do mundo. Essa comunidade, formada por professores, pesquisadores,

administradores de sistema, designers instrucionais e, principalmente, programadores,

mantém um portal ( http://www.moodle.org ) na Web que funciona como uma central de

informações, discussões e colaborações. Além das discussões e colaborações disponíveis

em inglês e outros idiomas o portal conta com relatório de perguntas frequentes, suporte

gratuito, orientações para realização do download e instalação do software, documentação

completa e a descrição do planejamento de atualizações futuras do ambiente.

Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC: e-Proinfo

O e-ProInfo é um ambiente virtual de aprendizagem colaborativo desenvolvido pela

Secretaria de Educação a Distância (SEED), do Ministério da Educação (MEC), em parceria

com algumas instituições de ensino como UFRS e PUC-SP. O ambiente foi desenvolvido

para complementar o programa educacional ProInfo que visa introduzir Tecnologias de

Informação e Comunicação (TIC), nas escolas públicas do Brasil, como ferramenta de apoio

ao processo ensino-aprendizagem. O ambiente do MEC não necessita de infraestrutura para

sua instalação, pois o sistema fica instalado no servidor do próprio MEC. As instituições

públicas cadastradas podem acessar o ambiente usando os computadores que têm

disponíveis. O e-ProInfo já foi usado para a formação de 50 mil alunos, a maioria

funcionários públicos, em 235 cursos de aperfeiçoamento profissional.

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Cadastro da Instituição

Os cursos do e-ProInfo são de responsabilidade de Instituições Públicas cadastradas ou

oferecidas pelo próprio MEC. Para cadastrar uma entidade - que deve ser obrigatoriamente,

uma instituição publica ligada ao governo federal, estadual ou municipal - basta entrar em

contato com a equipe do e-ProInfo, por meio da opção Suporte, no endereço e estabelecer o

termo de parceria e cessão de direitos da entidade com a secretaria de Educação a Distância

(SEED).

No termo de parceria fica estabelecido um responsável pela entidade, no ambiente, e-ProInfo

e a partir, daí um administrador fica responsável por acrescentar os demais usuários. Não há

limites de espaço em disco e pode-se acessar o ambiente de qualquer lugar e a qualquer

hora. Várias instituições de ensino superior e escolas de ensino fundamental e médio estão

cadastradas no ambiente. Dentre elas estão Universidades Federais de todo o Brasil. A lista

completa das entidades cadastradas do ambiente pode ser acessada por meio do link

http://www.eproinfo.mec.gov.br/fra_eProinfo.php?opcao=7

Recursos do Ambiente

O ambiente virtual, e-ProInfo, permite a concepção, administração e desenvolvimento de

ações de apoio ao processo ensino-aprendizagem. Para isso contém recursos síncronos e

assíncronos como, por exemplo, fórum, videoconferência, bate-papo, e-mail, quadro de

avisos, notícias e biblioteca. Há também um conjunto de recursos disponíveis para apoio às

atividades dos participantes, entre eles, tira-dúvidas, avisos, agenda e diário. Para os

instrutores há ainda um conjunto de ferramentas para avaliação de desempenho, como

questionários e estatísticas de atividades. O ambiente pode ser usado em cursos oferecidos

em modalidade totalmente a distância; como apoio em cursos presenciais; para realizar

reuniões de trabalho e também como suporte na realização de projetos colaborativos.

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O ambiente é formado pelo site do participante e pelo site do administrador. No site do

administrador, pessoas credenciadas pelas entidades conveniadas, desenvolvem e

administram cursos a distância e outras ações de apoio ao processo ensino-aprendizagem,

configurando e utilizando todos os recursos e ferramentas disponíveis no ambiente virtual.

Os participantes inscrevem-se

nos cursos abertos pelas entidades e, sendo aceitos pelo administrador, podem se vincular

a turmas, através das quais cursam seus respectivos módulos. Por meio do site dos

participantes são acessados conteúdos, informações e atividades organizadas por módulos e

temas, além de interagir com coordenadores, instrutores, orientadores, professores,

monitores e com outros colegas participantes.

Tela do e-ProInfo – Visitante do curso e-ProInfo livre

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UNIDADE 18

Objetivo:Analisar as considerações necessárias em um projeto pedagógico, para cursos superior a distância.

Projetos Pedagógicos em EAD

Segundo os Referenciais de Qualidade em EAD, não há um modelo único de educação a

distância. Os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de

linguagens e recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições

do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor

tecnologia e metodologia a ser utilizada, bem como, a definição dos momentos presenciais

necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados, prática em

laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias

presenciais nos pólos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias.

Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve ser comum a

todos que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a compreensão de EDUCAÇÃO como

fundamento primeiro, antes de se pensar no modo de organização. Disso decorre que um

projeto de curso superior a distância precisa de forte compromisso institucional em termos de

garantir o processo de formação que contemple a dimensão tecnocientífica para o mercado

de trabalho e a dimensão política para a formação do cidadão.

Ainda segundo os Referenciais de Qualidade, devido à complexidade e à necessidade de

uma abordagem sistêmica, os projetos de cursos na modalidade a distância devem

compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos

humanos e infraestrutura. Para dar conta destas dimensões, faz-se necessário que o Projeto

Político Pedagógico de um curso na modalidade a distância possua os seguintes tópicos:

Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;

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Sistemas de Comunicação;

Material didático;

Avaliação;

Equipe multidisciplinar;

Infraestrutura de apoio;

Gestão Acadêmico-Administrativa;

Sustentabilidade financeira.

Os tópicos supracitados não são entidades isoladas, se interpenetram e se desdobram em

outros subtópicos. Com o objetivo de caracterizá-los de forma individualizada, seguem seus

elementos constituintes fundamentais.

Elementos de um Projeto Pedagógico em EAD

1. Concepção de Educação e Currículo no Processo de Ensino-aprendizagem

O Projeto Político Pedagógico deve apresentar claramente sua opção epistemológica de

educação, de currículo, de ensino, de aprendizagem, de perfil do estudante que deseja

formar; com definição e, a partir dessa opção, de como se desenvolverão os processos de

produção do material didático, de tutoria, de comunicação e de avaliação, delineando

princípios e diretrizes que alicerçarão o desenvolvimento do processo de ensino-

aprendizagem.

A opção epistemológica é que norteará também toda a proposta de organização do currículo

e seu desenvolvimento. A organização em disciplina, módulo, tema, área, reflete a escolha

feita pelos sujeitos envolvidos no projeto. A compreensão de avaliação, os instrumentos a

serem utilizadas, as concepções de tutor, de estudante, de professor, enfim, devem ter

coerência com a opção teórico-metodológica definida no projeto pedagógico.

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O uso inovador da tecnologia aplicado à educação, e mais especificamente, à educação a

distância deve estar apoiado em uma filosofia de aprendizagem que proporcione aos

estudantes a oportunidade de interagir, de desenvolver projetos compartilhados, de

reconhecer e respeitar diferentes culturas e de construir o conhecimento.

2. Sistemas de Comunicação

O desenvolvimento da educação a distância em todo o mundo está associado à

popularização e democratização do acesso às tecnologias de informação e de comunicação.

No entanto, o uso inovador da tecnologia aplicada à educação deve estar apoiado em uma

filosofia de aprendizagem que proporcione aos estudantes efetiva interação no processo de

ensino-aprendizagem, comunicação no sistema com garantia de oportunidades para o

desenvolvimento de projetos compartilhados e o reconhecimento e respeito em relação às

diferentes culturas e de construir o conhecimento.

Portanto, o princípio da interação e da interatividade é fundamental para o processo de

comunicação e devem ser garantidos no uso de qualquer meio tecnológico a ser

disponibilizado. Tendo o estudante como centro do processo educacional, um dos pilares

para garantir a qualidade de um curso a distância é a interatividade entre professores, tutores

e estudantes. Hoje, um processo muito facilitado pelo avanço das TIC (Tecnologias de

Informação e Comunicação).

3. Material Didático

O Material Didático, tanto do ponto de vista da abordagem do conteúdo, quanto da forma,

deve ser concebido de acordo com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos

explicitados no projeto pedagógico, de modo a facilitar a construção do conhecimento e

mediar a interlocução entre estudante e professor, devendo passar por rigoroso processo de

avaliação prévia (pré-testagem), com o objetivo de identificar necessidades de ajustes,

visando o seu aperfeiçoamento.

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Em consonância com o projeto pedagógico do curso, o material didático, deve desenvolver

habilidades e competências específicas, recorrendo a um conjunto de mídias compatível com

a proposta e com o contexto socioeconômico do público-alvo.

4. Avaliação

Duas dimensões devem ser contempladas na proposta de avaliação de um projeto de

educação a distância:

a) Quanto ao processo de aprendizagem - o modelo de avaliação da aprendizagem

deve ajudar o estudante a desenvolver graus mais complexos de competências

cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos.

Para tanto, esta avaliação deve comportar um processo contínuo, para verificar

constantemente o progresso dos estudantes e estimulá-los a serem ativos na

construção do conhecimento. Desse modo, devem ser articulados mecanismos que

promovam o permanente acompanhamento dos estudantes, no intuito de identificar

eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de

ensino-aprendizagem.

b) Quanto à avaliação institucional - as instituições devem planejar e implementar

sistemas de avaliação institucional, incluindo ouvidoria, que produzam efetivas

melhorias de qualidade nas condições de oferta dos cursos e no processo

pedagógico. Esta avaliação deve configurar-se em um processo permanente e

consequente, de forma a subsidiar o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão e

pedagógico, produzindo efetivamente correções na direção da melhoria de qualidade

do processo pedagógico coerentemente com o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (SINAES). Para ter sucesso, essa avaliação precisa envolver os

diversos atores: estudantes, professores, tutores, e quadro técnico-administrativo.

A condução da avaliação institucional deve facilitar o processo de discussão e análise entre

os participantes, divulgando a cultura de avaliação, fornecendo elementos metodológicos e

agregando valor às diversas atividades do curso e da instituição como um todo. Identificando

nessa avaliação um dos aspectos fundamentais para a qualidade de um curso superior, a

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instituição deve desenhar um processo contínuo de avaliação quanto: organização didático-

pedagógica; corpo docente, corpo de tutores, corpo técnico-administrativo e discente;

instalações físicas; meta-avaliação.

5. Equipe Multidisciplinar

Em educação a distância, há uma diversidade de modelos, que resulta em possibilidades

diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à estruturação e

funcionamento de cursos nessa modalidade. No entanto, qualquer que seja a opção

estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe multidisciplinar com

funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos a distância, onde três

categorias profissionais, que devem estar em constante qualificação, são essenciais para

uma oferta de qualidade: docentes, tutores, pessoal técnico-administrativo. A descrição

detalhada do papel da equipe multidisciplinar será abordada na próxima unidade.

6. Infraestrutura de apoio

Além de mobilizar recursos humanos e educacionais, um curso a distância exige

infraestrutura material proporcional ao número de estudantes, aos recursos tecnológicos

envolvidos e à extensão de território a ser alcançado, o que representa um significativo

investimento para a instituição. A infraestrutura material refere-se aos equipamentos de

televisão, videocassetes, fotografia, impressoras, linhas telefônicas, inclusive dedicadas para

Internet e serviços 0800, fax, equipamentos para produção audiovisual e para

videoconferência, computadores ligados em rede e/ou stand alone e outros, dependendo da

proposta do curso.

Deve-se atentar ao fato de que um curso a distância não exime a instituição de dispor de

centros de documentação e informação ou midiatecas (que articulam bibliotecas, videotecas,

audiotecas, hemerotecas, infotecas, etc.) para prover suporte a estudantes, tutores e

professores. A infraestrutura estrutura física das instituições que oferecem cursos a distância

deve estar disponível:

na sede da instituição (em sua Secretaria, núcleo de EAD);

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e nos pólos de apoio presencial.

7. Gestão acadêmico-administrativa

A gestão acadêmica de um projeto de curso de educação a distância deve estar integrada

aos demais processos da instituição, ou seja, é de fundamental importância que o estudante

de um curso a distância tenha as mesmas condições e suporte que o presencial, e o sistema

acadêmico devem priorizar isso, no sentido de oferecer ao estudante, geograficamente

distante, o acesso aos mesmos serviços disponíveis ao do ensino tradicional, como:

matrícula, inscrições, requisições, acesso às informações institucionais, secretaria,

tesouraria, etc. Em particular, a logística que envolve um projeto de educação a distância,

como os processos de tutoria, produção e distribuição de material didático, acompanhamento

e avaliação do estudante, precisam ser rigorosamente gerenciados e supervisionados, sob

pena de desestimular o estudante levando-o ao abandono do curso, ou de não permitir

devidamente os registros necessários para a convalidação do processo de aprendizagem.

8. Sustentabilidade Financeira

Uma educação superior a distância de qualidade envolve uma série de investimentos iniciais

elevados; para a produção de material didático, na capacitação das equipes

multidisciplinares, na implantação de pólos de apoio presencial e na disponibilização dos

demais recursos educacionais, assim como, na implantação (metodologia e equipe) da

gestão do sistema de educação a distância.

Inicialmente, não há uma adequada relação custo/benefício, só sendo viável levando-se em

consideração a amortização do investimento inicial em médio prazo. No entanto, para alguns

analistas, um projeto acompanhado e avaliado permanentemente combinado com os

avanços tecnológicos faz com que um curso a distância esteja sempre em processo de

aperfeiçoamento, o que mantém elevado o investimento nos projetos.

Para garantir a continuidade de médio prazo inerente a um curso superior, em especial de

graduação, a instituição deve montar a planilha de custos do projeto, como um todo, em

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consonância com o projeto político-pedagógico e a previsão de seus recursos, mostrando em

particular os seguintes elementos:

a) Investimento (de curto e médio prazo)

produção de material didático (professores, equipe multidisciplinar, equipamentos,

etc.);

implantação do sistema de gestão;

equipamentos de comunicação, gestão, laboratórios, etc.;

implantação dos pólos descentralizados de apoio presencial e centro de educação

a distância ou salas de tutoria e de coordenação acadêmico operacional nas

instituições.

b) Custeio:

equipe docente: coordenador do curso, coordenadores de disciplinas, coordenador

de tutoria e professores responsáveis pelo conteúdo;

equipe de tutores para atividades de tutoria;

equipe multidisciplinar;

equipe de gestão do sistema;

recursos de comunicação;

distribuição de material didático;

sistema de avaliação.

Como parte desses itens, a instituição deve apresentar uma planilha de oferta de vagas,

especificando claramente a evolução da oferta ao longo do tempo. O número de estudantes

para cada curso deve apresentar-se em completa consistência com o projeto político-

pedagógico, os meios que estarão disponibilizados pela instituição, o quadro de professores,

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de tutores e da equipe técnico-administrativa, que irão trabalhar no atendimento aos

estudantes, o investimento e custeio a serem feitos e outros aspectos indicados nesse

documento.

Exponha sua opinião sobre a existência de comunidades virtuais que dizem

ODIAR a Educação a Distância.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua

SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

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UNIDADE 19

Objetivo: Descrever sobre a equipe multidisciplinar adequada aos projetos de curso de educação superior em EAD, de acordo com os Referenciais de Qualidade.

Equipe Multidisciplinar: Docentes, Tutores, Corpo Técnico-Administrativo

Como descrito na unidade anterior, os projetos de cursos na modalidade a distância devem

compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos

humanos e infraestrutura. Nesta unidade vamos abordar os aspectos relacionados à equipe

multidisciplinar.

A equipe multidisciplinar em educação a distância, é composta por docentes, tutores e

pessoal técnico-administrativo com funções de planejamento, implementação e gestão dos

cursos. Em EAD a estruturação e funcionamento de curso resultam em possibilidades

diferenciadas de composição dos recursos humanos. Veja como podem ser definidas as

principais competências de cada uma dessas classes funcionais:

Docentes - em primeiro lugar, é enganoso considerar que programas a distância minimizam

o trabalho e a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores a

distância, os professores veem suas funções se expandirem, o que requer que sejam

altamente qualificados. Em uma instituição de ensino superior que promova cursos a

distância, os professores devem ser capazes de:

estabelecer os fundamentos teóricos do projeto;

selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e

atividades pedagógicas;

identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes;

elaborar o material didático para programas a distância;

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realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, em particular

motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes;

avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de

ensino superior a distância.

Tutores - o corpo de tutores desempenha papel de fundamental importância no processo

educacional de cursos superiores a distância e compõem quadro diferenciado, no interior das

instituições. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente

da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas á distância e/ou presencialmente

devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e

para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. Um sistema de tutoria

necessário ao estabelecimento de uma educação a distância de qualidade deve prever a

atuação de profissionais que ofereçam tutoria on-line e tutoria presencial.

A tutoria on-line- atua a partir da instituição, mediando o processo pedagógico junto a

estudantes geograficamente distantes, e referenciado aos pólos descentralizados de apoio

presencial. Sua principal atribuição é o esclarecimento de dúvidas através fóruns de

discussão pela Internet, pelo telefone, participação em videoconferências, entre outros, de

acordo com o projeto pedagógico. O tutor on-line tem também a responsabilidade de

promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e

sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente, faz parte de suas atribuições,

participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os docentes.

A tutoria presencial atende os estudantes nos pólos, em horários preestabelecidos. Este

profissional deve conhecer o projeto pedagógico do curso, o material didático e o conteúdo

específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no

desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o hábito da

pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem como ao uso das

tecnologias disponíveis. Participa de momentos presenciais obrigatórios, tais como

avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, quando se aplicam.

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O tutor presencial deve manter-se em permanente comunicação tanto com os estudantes

quanto com a equipe pedagógica do curso.

O corpo técnico-administrativo tem por função oferecer o apoio necessário para a plena

realização dos cursos ofertados, atuando na sede da instituição junto à equipe docente

responsável pela gestão do curso e nos pólos descentralizados de apoio presencial. As

atividades desempenhadas por esses profissionais envolvem duas dimensões principais: a

administrativa e a tecnológica.

Na área tecnológica, os profissionais devem atuar nos pólos de apoio presencial em

atividades de suporte técnico para laboratórios e bibliotecas, como também nos serviços de

manutenção e zeladoria de materiais e equipamentos tecnológicos. A atuação desses

profissionais, nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a distância

das instituições, tem como principais atribuições o auxílio no planejamento do curso, o apoio

aos professores conteudistas na produção de materiais didáticos em diversas mídias, bem

como a responsabilidade pelo suporte e desenvolvimento dos sistemas de informática e

suporte técnico aos estudantes.

No que tange à dimensão administrativa, a equipe deve atuar em funções de secretaria

acadêmica, no registro e acompanhamento de procedimentos de matrícula, avaliação e

certificação dos estudantes, envolvendo o cumprimento de prazos e exigências legais em

todas as instâncias acadêmicas; bem como no apoio ao corpo docente e de tutores nas

atividades presenciais e on-line, distribuição e recebimento de material didático, atendimento

a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas, entre outros.

Entre os profissionais do corpo técnico-administrativo, destaca-se o coordenador do pólo de

apoio presencial, como o principal responsável pelo bom funcionamento dos processos

administrativos e pedagógicos que se desenvolvem na unidade. Esse coordenador necessita

conhecer os projetos pedagógicos dos cursos oferecidos em sua unidade, atentando para os

calendários, especialmente no que se refere às atividades de tutoria presencial, zelando para

que os equipamentos a serem utilizados estejam disponíveis e em condições de perfeito uso,

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enfim prezar para que toda a infraestrutura esteja preparada para a viabilização das

atividades.

Outra importante atribuição do coordenador do pólo é a supervisão do trabalho desenvolvido

na secretaria da unidade, providenciando para que o registro dos estudantes e todas as

demais ocorrências, tais como notas, disciplinas ou módulos cursados, frequências,

transferências, sejam feitas de forma organizada e em tempo hábil. Portanto, para o

exercício de suas funções, o coordenador do pólo deve possuir prévia experiência

acadêmica e administrativa e ser graduado.

Capacitação da Equipe Multidisciplinar

É importante destacar a necessidade de capacitação, já que as funções atribuídas a tutores

on-line e a tutores presenciais são intercambiáveis em um modelo de educação a distância

que privilegie forte mobilidade espacial de seu corpo de tutores. Em qualquer situação,

ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor presencial quanto

para o tutor a distância e permanece como condição essencial para o exercício das funções.

Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e

global, capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas

tecnologias de comunicação e informação. Em função disto, é indispensável que as

instituições desenvolvam planos de capacitação para seu corpo de tutores.

Um programa de capacitação de tutores deve, no mínimo, prever três dimensões:

capacitação no domínio específico do conteúdo;

capacitação em mídias de comunicação;

capacitação em fundamentos da EAD e no modelo de tutoria.

Por fim, o quadro de tutores previstos para o processo de mediação pedagógica deve

especificar a relação numérica, estudantes/tutor, capaz de permitir interação no processo de

aprendizagem.

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UNIDADE 20

Objetivo: Relatar os aspectos que devem ser considerados na gestão da EAD

Gestão, Estrutura e Funcionamento de Cursos em EAD

A educação a distância (EAD) tem se apresentado de diferentes formas. A forma como cada

instituição desenvolve esta modalidade de ensino está relacionada com o organograma da

instituição. O objetivo aqui é apresentar uma visão geral, genérica e básica.

É possível encontrarmos a EAD em diferentes configurações nos organogramas das

instituições acadêmicas, tais como: núcleo, centro, secretaria, coordenadoria, laboratório,

departamento, unidade, pró-reitoria específica de EAD, entre outras.

A definição da configuração da EAD na estrutura organizacional de uma instituição está

diretamente relacionada com as políticas da instituição e com seus objetivos a curto, médio e

longo prazo. Em se tratando de uma instituição acadêmica, é importante que os objetivos da

EAD estejam de acordo com os objetivos das áreas de graduação, pós-graduação e

extensão.

Elementos do Sistema Educacional em EAD

Segundo Gonzáles (2005) estes elementos são:

Coordenador de aprendizagem é um professor com amplos conhecimentos nas

disciplinas que compõem determinado curso. Ele pode, ou não, ser o autor do curso.

Por exemplo, um professor de Matemática Financeira que já disponha de um conteúdo

facilmente adaptável ao ambiente de EAD, mas não tenha tempo para enviar e receber

e-mails, pode se associar a um colega, da mesma disciplina, tornando-o coordenador de

aprendizagem do curso criado por ele, portanto, o coordenador de aprendizagem pode

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ser ao mesmo tempo, autor do conteúdo e coordenador do processo de aprendizagem

dos estudantes virtuais.

Professor-Tutor tem função de mediar todo o desenvolvimento do curso. É ele que

responde a todas as dúvidas apresentadas pelos estudantes, no que diz respeito ao

conteúdo da disciplina oferecida. A ele cabe também mediar a participação dos

estudantes nos chats, estimulando-os a participar e a cumprir suas tarefas, e avaliar a

participação de cada um.

As dúvidas de cada um devem ser divulgadas a todos os participantes em um ambiente

apropriado. Para isso, o professor-tutor tem que se relacionar constantemente com o

orientador de ambiente para que essas mensagens, contendo as dúvidas dos

estudantes sobre o conteúdo, sejam trabalhadas e divulgadas em local apropriado, que

pode ser, nesse caso, um mural virtual ou FAQ, para as perguntas mais frequentes.

Pode-se também atribuir ao professor-tutor a responsabilidade de avaliar os alunos sob

sua tutela. A avaliação pode ter como critério o nível de participação nos chats e no

fórum, o tempo em que o estudante permaneceu on-line, no curso (existem meios de

avaliar essa permanência), as dúvidas enviadas, os trabalhos realizados, a

autoavaliação, testes, exercícios etc. O ideal é que a instituição de ensino tenha

critérios uniformes de avaliação para todos os cursos oferecidos.

Orientador de ambiente é o especialista em computação. Ele deve ter amplo

conhecimento da plataforma virtual que os cursos utilizarão, pois uma de suas funções

é orientar os estudantes a utilizar o ambiente virtual do curso. Problemas de acesso,

impressão de documentos, recebimento e envio de e-mails e tudo o que diz respeito à máquina está relacionado ao orientador de ambiente.

Apresentação de um curso normalmente é encaminhada através de um formulário

próprio, contendo: nome do curso; nome do autor; nome do professor responsável;

objetivos do curso; justificativa; carga horária; conteúdo da disciplina ou das disciplinas

do curso; material para consultas diretas; sugestões de leitura; bibliografia.

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Tipos de curso a distância

a) Cursos Abertos - Esses cursos, dirigidos à comunidade em geral, a universitários, à

terceira idade, etc., oferecem conteúdos ligados a áreas gerais do conhecimento.

Normalmente, os pré-requisitos para cursá-los são mínimos e dependem do conteúdo.

Exemplo: inglês para viagem, qualidade de vida, alimentação natural e outros.

Duração: 12, 16, 20, 24, 28, 32 ou 36 horas.

b) Cursos de Atualização - Dirigidos a profissionais em geral, a estudantes do Ensino

Superior e aos já graduados. O conteúdo desses cursos procura atender ao

desenvolvimento profissional, ao treinamento corporativo, a sindicatos, associações,

etc.

Exemplos: liderança sindical, investimento financeiro.

Duração: 24h, 36h ou 48 horas.

c) Cursos de Aperfeiçoamento - A duração desses cursos, dirigida a profissionais e

voltados para áreas específicas do conhecimento, permite que posteriormente o

estudante valide créditos em cursos de especialização lato sensu ou habilite-se

profissionalmente em áreas específicas, de acordo com dispositivos legais.

Duração: de 60h a 180 horas.

d) Cursos de Graduação - Esses cursos, cujo pré-requisito é a conclusão do Ensino

Médio, destinam-se a todos os que desejam obter formação em Educação Superior com

habilitação em alguma das diversas áreas profissionais.

Duração: em geral a carga horária é igual à estabelecida para os cursos presenciais.

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e) Cursos de Especialização - Dirigidos a profissionais de nível superior, com ênfase em

áreas específicas do conhecimento, os cursos de especialização são organizados de

forma que cumpra uma carga horária mínima de 360 horas, distribuídos pelo número de

disciplinas de acordo com o desenho do curso, sem contar o tempo destinado à

elaboração da monografia, que é obrigatória.

Duração: no mínimo 360 horas.

Recursos de um Ambiente em EAD

Ainda segundo Gonzáles, os recursos do ambiente em EAD podem ser organizados em

quatro grupos de ferramentas:

I) Ferramentas de coordenação – essas ferramentas organizam e subsidiam a

dinâmica de um curso e são utilizadas pelo professor para disponibilizar material didático

de apoio às atividades dos alunos. É possível encontrar diversas ferramentas nos

ambientes virtuais de aprendizagem, as quais, em geral, são denominadas de acordo

com a funcionalidade que lhes é atribuída. Elas oferecem recursos para informar,

orientar e avaliar o desenvolvimento do curso e podem ser divididas em:

a) Ferramentas de organização do curso ou de coordenação do processo

Essas ferramentas são utilizadas para informar os alunos sobre os seguintes itens,

dentre outros: procedimento do curso: duração, objetivos do curso, o que se espera dos

alunos e avaliação. Incluem-se nessas ferramentas os recursos de estrutura do ambiente

(descrição dos recursos), dinâmica do curso (plano do curso) e agenda (divulgação da

proposta de trabalho, que pode ser organizada em módulos e/ou semanas, etc.).

b) Ferramentas de apoio do professor ou de coordenação pedagógica

São ferramentas disponibilizadas para que se publiquem as atividades do curso, o

material de apoio (guias, tutoriais) e o material de leitura (textos de referência, sites na

Internet, etc.). O recurso de perguntas frequentes (FAQ) reúne as perguntas mais

comuns dos alunos e as correspondentes respostas do professor.

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II) Ferramentas de Comunicação - englobam fóruns de discussão, bate-papo e correio,

internos ao ambiente.

III) Ferramentas de Produção dos Alunos ou de Cooperação - espaço de publicação

e organização do trabalho dos alunos, através do portfólio e diário. Nessas ferramentas

também se incluem o mural (espaço para pequenos recados) e o perfil, um espaço de

apresentação dos participantes do curso. O recurso grupos permite a organização dos

alunos e oferece um espaço comum de publicação, o portfólio do grupo.

IV) Ferramentas de Administração - são ferramentas de apoio aos gestores institucionais

no gerenciamento da parte administrativa do curso. Vejamos as principais:

Gerenciamento do Curso - Oferece recursos ao coordenador do curso e aos formadores

(professores) para que administrem o cronograma do curso, as ferramentas disponibilizadas

no ambiente, inscrições, etc.

b. Gerenciamento de Alunos - Fornece acesso a relatórios sobre acesso, frequência no

ambiente e utilização de ferramentas por parte dos usuários.

c. Ferramentas de Apoio à Tutoria - No caso do professor-tutor, permitem que transfira

para o ambiente todo o material didático de que necessita, atualize a agenda e habilite outras

ferramentas. No caso do formador, também permite que transfira para o ambiente todo o

material didático de que necessita, atualize a agenda e a dinâmica e selecione ferramentas.

A (MODALIDADE DE ENSINO EAD para ser trabalhada em EJA-EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS) funciona? Responda, argumentando criticamente, em no

máximo 25 e no mínimo 20 linhas.

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UNIDADE 21 Objetivo: Apresentar formas de organizações da EAD e exemplificar universidades voltadas a este segmento de educação.

Formas de Organização da Educação a Distância

Em termos institucionais, a oferta de cursos superiores a distância poderia ser classificada

dentro das seguintes três grandes tendências:

Instituições isoladas – São universidades e faculdades de Ensino Superior, que já atuam

na educação presencial e agora oferecem cursos a distância. Em geral começam com cursos

de extensão, depois com cursos de especialização e atualmente estão organizando cursos

de graduação.

Associações e Consórcios. São Instituições de Ensino Superior que unem seus esforços

para oferecer cursos a distância em vários níveis.

Há associações que são pontuais, temporárias, para um curso ou projeto específico, como

por ex. o Projeto Veredas que reúne, a convite da Secretaria Estadual de Educação de Minas

Gerais, dezoito Instituições de Ensino Superior para oferecer um Curso de Pedagogia nas

séries iniciais para professores em serviço que não têm nível superior. Essa parceria é feita

para este curso e se esgota ao seu término.

Há associações que pretendem ser duradouras, para juntar os melhores professores, cursos

e recursos das instituições. São também importantes para oferecer apoio local a alunos em

todo o Brasil. Alguns exemplos: UNIREDE (Rede de universidades públicas), CEDERJ

(Centro de Educação Superior do Rio de Janeiro, que reúne as cinco Universidades públicas

do Estado do Rio de Janeiro), RICESU (Rede de Universidades Católicas de Ensino

Superior). UVB – Instituto Universidade Virtual Brasileira – Consórcio de 10 universidades

privadas que formam uma nova instituição para cursos a distância.

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Instituições exclusivamente virtuais - instituições criadas exclusivamente para oferecer

cursos a distância, operando em cursos de extensão e pós-graduação. Pode ser citada a

Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB, que atua desde 2004 na oferta de pós-graduação,

cursos de Qualificação e Extensão Universitária.

A Portaria 2.253 do MEC, de 18/10/2001 regulamentada, também, pela portaria 4.059/2004

permite que 20% (vinte por cento) da carga horária total do currículo de cursos superiores

reconhecidos possam ser oferecidos a distância.

Assim, as universidades estão incentivando também o uso da Internet em disciplinas comuns

a vários cursos e que podem ser aplicadas a maior número de alunos. Em geral os

professores mais familiarizados com as tecnologias e os que atuam em Educação a

Distância são os que se dispõem a experimentar e isso irá criando a cultura do virtual. O

conhecimento, dentro de cada instituição, deverá avançar para propostas curriculares mais

complexas, integradas e flexíveis, até encontrar, em cada área de conhecimento e em cada

instituição, o ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual.

Os 20% (vinte por cento) é uma etapa inicial na criação de cultura on-line. Não podemos

definir a priori uma porcentagem aplicável de forma generalizada a todas as situações.

Algumas disciplinas necessitam de maior presença física, como as que utilizam laboratório,

as que precisam de interação corporal (dança, teatro,etc.). O importante é experimentar

diversas soluções para diversos cursos. Todos estão aprendendo. Nenhuma instituição está

muito à frente no ensino superior inovador on-line.

Dentro de poucos anos esta discussão do presencial e a distância terá muito menos

importância. Caminhamos para uma integração dos núcleos de educação a distância com os

atuais núcleos ou coordenações pedagógicas dos cursos presenciais. A maioria dos cursos

de graduação e de pós-graduação será semipresencial e os cursos a distância terão muitas

formas de aproximação presencial/virtual (maior contato audiovisual entre os participantes).

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Acesse o endereço http://www.eca.usp.br/prof/moran/eadsup.htm# redes e confira a

lista de oferta de cursos de nível superior no Brasil.

Exemplos de Universidades Públicas que trabalham com EAD

A seguir, como exemplo, a funcionalidade de duas “universidades” que trabalham com

educação a distância: o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a Universidade

Virtual Pública do Brasil (UniRede).

Universidade Aberta do Brasil (UAB) - é um programa do Ministério da Educação, criado em

2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação e possui como prioridade à

capacitação de professores da educação básica. Seu objetivo é de estimular a articulação e

integração de um sistema nacional de educação superior. Esse sistema é formado por

instituições públicas de ensino superior, as quais se comprometem a levar ensino superior

público de qualidade aos municípios brasileiros.

Tendo como base o aprimoramento da educação a distância, o sistema Universidade Aberta

do Brasil (UAB) visa expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação

superior. Para isso, o sistema tem como base, fortes parcerias entre as esferas: federal,

estadual e municipal do governo.

O projeto faz parte do conjunto de políticas públicas desenvolvidas pelo atual Governo

Federal para a área de educação, especialmente na área de programas voltados para a

expansão da educação superior com qualidade e promoção de inclusão social. Assim, o

projeto se caracteriza pela reafirmação do caráter estratégico da educação superior e do

desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação para o crescimento sustentado do

país.

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As potencialidades da UAB proporcionam uma alternativa para o atendimento às demandas

reprimidas pela educação superior, as quais têm gerado um cenário nacional de assimetrias

educacionais, seja em relação à oferta de formação inicial, seja em relação às possibilidades

de oferta de formação continuada ao longo da vida, já que, no Brasil, apenas 11% dos jovens

entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior.

A oferta de cursos de educação a distância por meio da UAB já está em curso, por

intermédio de um projeto piloto iniciado em março de 2006, em 20 estados, com o curso de

Administração, em parceria especial com as empresas estatais, principalmente o Banco do

Brasil podemos citar, também, o Programa Pró-Licenciatura, que atende hoje, quase 20 mil

estudantes de licenciatura, prioritariamente professores, em exercício, da rede pública da

educação básica sem título superior. Projetos como esses, contribuem para dominarmos as

experiências em âmbito nacional e a logística envolvida, além de propiciar formação de

recursos humanos na modalidade educação a distância, ingredientes fundamentais para o

sucesso em empreendimentos, de acordo com as necessidades do país.

Assim, a UAB representa um marco histórico para a educação brasileira, articulando

intenções e experiências das instituições de ensino superior, as quais, isoladamente, não

teriam como ganhar a desejável escala nacional em sua atuação. Dessa forma, esta

iniciativa ajuda a completar a agenda do governo federal ao consolidar a educação a

distância, como modalidade extremamente importante para a ampliação do acesso ao ensino

superior e para a formação de professores para a educação básica, de forma a buscar

cumprir, com racionalidade e eficiência, no gasto público, as metas do Plano Nacional de

Educação (PNE).

Apesar da prioridade do programa ser a capacitação de professores da educação básica, com a oferta de cursos de licenciatura e de formação continuada, o Sistema Universidade

Aberta do Brasil também disponibiliza vários outros cursos superiores nas mais diversas

áreas do saber.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB não funciona propondo a criação de uma

nova instituição de ensino, mas sim, articulando com as instituições públicas existentes,

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possibilitando levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros que

não possuem cursos de formação superior ou cujos cursos ofertados não são suficientes

para atender a todos os cidadãos.

Para ofertar cursos a distância, cada município deve montar um pólo presencial, com

laboratórios, além de biblioteca. Essa infraestrutura, que inclui ainda o apoio de tutores, fica à

disposição dos alunos. Já a elaboração dos cursos é de responsabilidade das instituições

públicas de ensino superior de todo país, que desenvolvem material didático e pedagógico.

Para ingressar no sistema UAB, o processo de seleção segue o modelo tradicional dos

cursos de graduação presenciais; prestar vestibular. Sendo assim, a única exigência é de

que os candidatos tenham concluído o ensino médio. A realização das provas fica a cargo

das instituições públicas de ensino superior.

O número de vagas em 2007, relatado pelo Ministério da Educação através do Sistema

Universidade Aberta do Brasil, atingiu um total de 291 pólos educacionais, em pleno

funcionamento, possibilitando com isso a abertura de 46 mil vagas de ensino superior.

Apesar desta conquista, o programa continua em plena expansão. Estão previstos mais três

editais para os próximos dois anos, os quais abrirão mais 750 pólos presenciais. Com isso,

o objetivo do MEC é de chegar a 2010, com mais de mil pólos em funcionamento, e, por

conseguinte, alcançar um total de 300 mil novas vagas no sistema de educação superior.

Alunos formados em cursos de graduação, na modalidade a distância, terão direito a diploma

equivalente ao dos cursos de graduação presenciais. Tal fato é previsto no decreto

presidencial nº 5.622/2005, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 20 de

dezembro de 2005.

Universidade Virtual Pública do Brasil (UniRede) - lançada em 23 de agosto de 2000, a

UniRede é um consórcio que reúne 62 instituições públicas de ensino superior, com o

objetivo de democratizar o acesso à educação de qualidade pela oferta de cursos a distância

nos níveis de graduação, pós-graduação, extensão e educação continuada.

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A UniRede conta com apoio do MEC, do MCT e da Finep para inaugurar uma nova etapa na

educação brasileira. As instituições consorciadas já contam com experiências na oferta de

cursos a distância - e administrada por um comitê gestor. A UniRede ocupa um lugar

estratégico no desenvolvimento da educação brasileira, não pelo suporte físico mas pelas

atividades e serviços de valor adicionados ao processo de formação. http://www.nead.ufpr.br

Inicialmente, a UniRede tem oferecido cursos que formam profissionais para trabalhar com o

uso de tecnologias aplicadas ao ensino, como o curso de "Formação em Educação a

Distância" e o "TV na escola e os desafios de hoje". Durante o ano de 2001, a UniRede

planejou a produção e a execução dos primeiros cursos de licenciatura.

No segundo semestre de 2000, a UniRede, colocou no ar um portal de serviços acadêmicos

para alunos a distância e para apoio aos alunos do ensino superior semipresencial. Pelo

portal os alunos têm acesso a bancos de dados já sistematizados com a indicação de

bibliotecas virtuais, catálogos de pesquisadores, jornais e revistas científicas, ferramentas de

tradução, entrevistas sobre tecnologia e educação, bancos de teses, percursos para

programas gratuitos e notícias sobre as universidades que integram a UniRede.

Sobre os cursos oferecidos:

TV na escola e os desafios de hoje

Cerca de 34 mil professores de escolas públicas de Ensino Médio e Fundamental de todo o

Brasil foram matriculados no curso "TV na escola e os desafios de hoje", promovido pela

Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) em parceria com a UniRede. O curso foi

coordenado pela Universidade de Brasília e desenvolvido em conjunto com outras 25

universidades públicas do país. A procura pelo curso de extensão foi tão grande que foram

matriculados em 2001, um total aproximado de 50.0000 alunos.

A meta será contemplar, nos próximos anos, os 254 mil profissionais de ensino que

efetuaram a pré-matrícula, mas que não fizeram parte dessa primeira versão do curso.

Os alunos poderão confirmar sua matrícula no site do SEED/MEC.

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Formação em Educação a Distância

A Educação a Distância (EAD) é uma opção de resposta às exigências sociais e

pedagógicas de ensino, ou seja, o atendimento emergencial da demanda reprimida de

professores da educação básica, que necessitam de formação por exigência da LDB.

Tendo em vista o alcance destas metas, a UniRede, com apoio do Ministério da Educação,

por intermédio de sua Secretaria de Educação a Distância (MEC/SEED), e sob coordenação

geral da Universidade Federal do Paraná, implementou um curso para a formação dos

quadros de docentes e técnicos em EAD oriundos das instituições de Ensino Superior, com a

colaboração de dez universidades públicas em nível nacional. O curso envolve cinco

módulos teóricos e um módulo intitulado Laboratórios de Produção em EAD contendo cinco

oficinas. O que se espera após a realização do curso e das oficinas de produção é que os

estudantes passem a explorar melhor os recursos disponíveis, inserindo as tecnologias na

sala de aula construindo parcerias com os seus colegas e a comunidade aperfeiçoando

sempre mais a sua ação docente.

Discuta a questão da complexidade do ensinar e do aprender em EAD.

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UNIDADE 22

Objetivo: Apresentar os tipos de cursos on-line e descrever alguns problemas de implementação.

Tipos de Cursos On-line

As escolas, em geral, estão despreparadas para acompanhar o ritmo das mudanças no

mundo do trabalho e de atender às expectativas profissionais concretas, quanto mais para

antecipar mudanças. Uma parte das organizações educacionais se preparará para esta

mudança; outra parte permanecerá dentro de paradigmas antigos. Teremos escolas

avançadas e tradicionais, como sempre, com propostas diferentes. Teremos escolas com

propostas conservadoras e tecnologias de ponta; outras, com propostas tecnológicas

inovadoras para utilização massificadora no ensino. Teremos organizações que aprendem

continuamente, interativamente, que integrarão as tecnologias avançadas com projetos

pedagógicos inovadores. O que é claro é que qualquer pessoa poderá acessar, através das

tecnologias virtuais, muitos cursos a distância de forma mais fácil do que hoje e haverá uma

variedade de oferta muito superior que a atual.

Os cursos tenderão a durar menos e a serem feitos de forma contínua. Segundo Moran

(2005), “Acredita-se que em futuro próximo os cursos de graduação terão de um a três anos,

no máximo, de forma que o indivíduo inicie seu processo profissional o quanto antes,

mantendo a vida estudantil concomitantemente a vida profissional”.

O foco dos cursos será cada vez mais na aprendizagem significativa, na aprendizagem

conjunta, não estando preso a um conteúdo predeterminado. Haverá cursos prontos, com

autores consagrados, com apresentações multimídia, mas predominarão os cursos com

interação, debate, desenvolvimento, conjunto de experiências, projetos, solução de

problemas, com uso intensivo de tecnologias interativas audiovisuais e apoio on-line. O

acesso a grandes bibliotecas virtuais multimídia com registros audiovideográficos será fácil,

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ao menos para as bibliotecas públicas, porque também haverá bibliotecas pagas. Não

armazenaremos tanta informação em casa. Guardaremos só o essencial e acessaremos a

qualquer momento o que precisarmos (o custo será decrescente).

O processo de aprender será mais personalizado. Ainda segundo Moran, “a educação (será)

mais personalizada, mais feita sob medida para cada aluno. Este tem que tomar muitas

decisões do que aprender, onde e como, principalmente na fase mais adulta. Há respeito

pelos estilos individuais de aprendizagem de cada aluno, sem nenhuma tentativa de forçar os

alunos a demonstrar o mesmo desempenho em todas as áreas acadêmicas”.

Tipos de cursos oferecidos:

Cursos prontos para alunos individualmente - Temos cursos prontos, com instruções

precisas para o aluno, baseados em materiais on-line, em cases, animações, pequenos

vídeos e atividades que o aluno realiza durante um período determinado e envia os

resultados das atividades a um centro que as corrige de forma automática e atribui um

conceito que permite o avanço do aluno para uma nova etapa. A grande vantagem destes

cursos é a flexibilidade de tempo. O aluno pode começar e terminar dentro do seu próprio

ritmo. O curso pode acontecer a qualquer momento. Não precisa reunir uma turma

específica, com determinado número de alunos. Isso facilita para a instituição e para o aluno.

Muitos cursos utilizam só materiais textuais disponibilizados na Internet. Outros acrescentam

apresentações em PowerPoint, trechos de vídeos, gravações em áudio, um design para a

Internet mais leve, de fácil navegação e com formatos hipertextuais e multimídia.

Esses cursos precisam de um aluno maduro, autosuficiente e automotivado. Normalmente,

dão mais certo com profissionais que já estão atuando no mercado e que querem evoluir na

carreira ou que são pressionados pela empresa para atualização constante.

Cursos para pequenos grupos - Outros cursos preparam os materiais, as atividades, mas

acontecem simultaneamente em grupos e permitem que se organizem atividades individuais

e em grupos, incentivam a participação em determinados momentos. São preparados, mas

dependem para o seu sucesso do envolvimento real dos alunos. Mas ainda estão centrados

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no material e nas atividades, com apoio de professores e orientadores. Em geral começam e

terminam em tempos semelhantes, para grupos com quantidade mínima de alunos

simultaneamente. Combinam a flexibilidade individual com alguns momentos de interação

com orientadores e com os colegas.

Há cursos com propostas mais abertas. O professor cria alguns materiais, atividades,

questões e os alunos se organizam na escolha dos tópicos, dos materiais, das pesquisas, da

produção. São cursos mais centrados na colaboração dos alunos do que no professor e

pressupõem alunos com muita maturidade, motivação e capacidade de aprender juntos.

Cursos para grandes grupos - Sempre se buscou atender a muitos alunos ao mesmo

tempo. Até agora a televisão continua imbatível para atingir a milhares de alunos, ao mesmo

tempo. O modelo mais aperfeiçoado foi o telecurso, com programas produzidos por equipes

profissionais, com apoio de material impresso e recepção organizada em salas com um tutor.

O Brasil, onde a televisão domina, nunca conseguiu implantar permanentemente uma política

de educação a distância, via TV. Sempre tivemos experiências isoladas, descontínuas,

embora importantes. A rede de TVs educativas nunca foi efetivamente uma rede contínua.

Houve frequentes tensões de produção entre o Rio (TVE) e São Paulo (TV Cultura). Não

houve uma política permanente e consistente de apoio à TV educativa e a obtenção de

canais educativos regionais serviu mais para atender a interesses de pessoas e grupos, do

que a fins educacionais.

Países como a China e a Índia ainda hoje capacitam milhões de alunos através da TV,

enquanto no Brasil só temos ações pontuais. Destaca-se atualmente o PróFormação, curso

de capacitação a distância, promovido pela SEED – Secretaria de Educação a Distância do

MEC - para professores no nível médio, e que utiliza a TV (TV Escola) e material impresso,

com tutoria regional.

Outro programa importante (citado anteriormente) é a “TV e os desafios de hoje”, curso de

extensão para professores utilizando a TV, o material impresso e tutoria. Atualmente também

tem uma versão na Internet.

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Creio que o Brasil queimou a etapa da TV sem aproveitá-la de verdade e atualmente o

fascínio gira em torno da Internet, esquecendo que a televisão pode ser um caminho muito

interessante, combinado com outras mídias, como a própria Internet.

Os cursos de massa hoje utilizam predominantemente a teleconferência como mídia

principal. Na teleconferência um professor transmite sua aula para muitas salas espalhadas

pelo país com até cinquenta alunos por sala e acompanhados por um tutor local que faz a

ponte presencial com o professor e tutores que estão on-line. Os alunos podem fazer

algumas perguntas pela Internet, fax, telefone, por controle remoto. As salas podem ter uma

Webcam que permite visualizar remotamente como estão os alunos. As aulas costumam ser

ao vivo, com uma mistura de informação do professor e tempo para os alunos

desenvolverem algumas atividades. Depois das aulas, costuma haver algum tempo para

dúvidas que restaram e o tutor coordena também outras atividades de pesquisa com os seus

alunos, via web, e os orienta também na análise do material impresso referente à aula.

Essa mistura de aulas ao vivo, atividades on-line e texto impresso é um modelo promissor

para alunos que têm dificuldade em trabalhar sozinhos, com dificuldades em autonomia

intelectual e gerencial da sua aprendizagem. Merecem destaque neste modelo a

Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) com o seu curso Normal Superior para mais de

8 (oito) mil alunos no primeiro ano, a PUC do Rio Grande do Sul e a Faculdade Internacional

(FACINTER) de Curitiba, com cursos de extensão e especialização.

Outras organizações privilegiam a videoconferência como a mídia principal, junto com o

texto impresso e a Internet.

Cursos on-line diferentes para situações diferentes - Tanto na educação a distância

acadêmica como na corporativa é importante organizar processos de ensino-aprendizagem

adaptados a cada tipo de curso, a cada tipo de aluno. Muitos alunos têm dificuldade de

trabalhar sozinhos só com o computador, sem interação. Quanto mais adulto e avançado no

nível de aprendizagem, mais o aluno está pronto ou para a aprendizagem individualizada ou

para a colaborativa. Tem pessoas que gostam de seguir seu próprio caminho, de sentirem-se

livres para escolher o que lhes parece melhor. São autodirigidos e, com poucas indicações,

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eles avançam. Outros alunos são extremamente dependentes, precisam de monitoramento

constante, de sentir um orientador por perto. Outros aprendem melhor juntos, física e

virtualmente. É claro que uma empresa ou organização não pode personalizar tanto suas

propostas. Mas parece sensato seguir algumas tendências:

Alunos jovens, em fase de formação, como em um curso de graduação, são sensíveis a

estratégias que combinem presença física e virtual, atividades individuais e grupais,

desenvolvimento de projetos, atividades, práticas, produções. Se possível, o curso ideal é o

bimodal, o mix de presencial e virtual, que é o caminho de muitos cursos nos próximos anos.

Se houver um predomínio de atividades a distância individual, convém marcar atividades

grupais com certa frequência para manter os vínculos, a motivação, o sentimento de grupo.

Mesmo nas atividades virtuais são importantes as formas de comunicação como listas,

fóruns e chats, onde eles possam se expressar, participar, se tornar visíveis para os demais.

As empresas valorizam cada vez mais a relação interpessoal para a eficácia do aprendizado

e para a geração de ideias e soluções criativas.

Adultos com pouca experiência acadêmica precisam também de muito contato físico e

virtual. Por isso os cursos com aulas ao vivo (teleaulas ou aulas por videoconferência) e

atividades em grupo, combinadas com tempos flexíveis a distância podem ser ideais.

Para profissionais adultos que buscam cursos de aperfeiçoamento, costumam dar mais

certos cursos muito flexíveis, que não exigem muito tempo, mas que utilizem alguns recursos

de comunicação assíncrona, como listas e fórum. Sentem-se mais livres para organizar os

tempos de trabalho e de aprendizagem, poder viajar e ao mesmo tempo acompanhar as

atividades previstas.

Alguns problemas na implantação de cursos on-line:

Costuma ser problemática a imposição unilateral de um único modelo de cursos pela

Internet. Um banco brasileiro deu uma guinada brusca no treinamento. Os funcionários

estavam acostumados a cursos presenciais, com professores em sala de aula. De repente a

direção colocou os treinamentos na Internet e exigiu que todos fizessem cursos pela Internet.

Os cargos mais gerenciais, competitivos e sob pressão obedeceram, mas reclamaram das

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mudanças bruscas e da dificuldade em aprender assim. Os funcionários menos graduados

procuravam fugir ao máximo desse tipo de capacitação.

A implantação de cursos on-line tem que ser feito aos poucos, se possível, mantendo um

modelo semipresencial: momentos em salas de aula com outros a distância até ter adquirido

a prática de lidar com materiais, programas e atividades a distância.

Muitos cursos são pura instrução programada; são textos com atividades e avaliações com

testes de múltipla escolha. Só os faz quem está muito motivado, mas são difíceis para a

maioria, acostumados ao olho no olho.

O grande problema dos cursos corporativos é a crença de que um bom conteúdo ou um

profissional de renome é suficiente. Em parte, sim. Um bom conteúdo ajuda, um nome é um

chamariz, mas estudar sozinho requer muito mais do que isso. Há cursos que são vídeos

sonolentos, palestras ilustradas com PowerPoint. Há outros que são produzidos nos Estados

Unidos ou em outros países, são traduzidos, mas não adaptados. Para muitos profissionais,

se os cursos são longos, se tornam insuportáveis e desistem com frequência.

Muitas empresas pensam no e-learning como uma forma de cortar custos de treinamento.

Em parte isso é verdadeiro. Mas o e-learning de qualidade é caro, como qualquer processo

de ensino sério. Os bons profissionais são escassos, principalmente nas questões

pedagógicas, em como ajudar os alunos a aprender. Muitos educadores não têm a prática e

a flexibilidade para trabalhar com novas metodologias, com muitos alunos simultaneamente,

com tecnologias integradas. Os investimentos, principalmente os iniciais, são imensos. Mas é

o caminho. Todos os processos de ensino-aprendizagem, em todos os níveis e para todos os

públicos, serão afetados pelo e-learning. Dentro de alguns anos será uma raridade e um luxo

que um grupo só estude dentro de uma sala de aula.

É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os

alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se

limitam à transmissão de informação, de conteúdo - mesmo que esteja brilhantemente

produzido - correm o risco da desmotivação em longo prazo e, principalmente, de que a

aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática.

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Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos

problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas.

No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não

imediato ou por um telefonema eventual, que é mais direto, mas num curso a distância

encarece o custo final.

Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida

urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensável para os

processos de aprendizagem a distância. O aluno desorganizado vai deixando passar o

tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e pode sentir dificuldade em

acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalha sua motivação, sua própria aprendizagem e

a do grupo, o que cria tensão ou indiferença. Esses alunos, pouco a pouco, vão deixando de

participar, de produzir e muitos têm dificuldade, a distância, em retomar a motivação, o

entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos e/ou do

professor, pode ajudá-lo a voltar a participar do curso. Á distância é possível, mas não fácil.

Nos cursos semipresenciais e a distância, com jovens, teremos os mesmos problemas que

observamos no presencial, só que em maior escala. Uma parte dos jovens, que sempre

dependeu financeiramente dos pais e que não trabalha para sustentar-se, se empenha

menos, sente menos a necessidade de se dedicar seriamente à aprendizagem. Jovens mais

entusiastas, motivados ou que trabalham, em geral, facilitam o processo de aprendizagem

em sala de aula e continuarão fazendo-o no virtual. Os que no presencial vão em ritmo lento,

provavelmente o manterão no virtual, se não houver propostas inovadoras, estimulantes.

Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento

emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido.

Um dos grandes desafios hoje é desenvolver um ambiente afetivo nos cursos on-line. As

mudanças na educação dependem, além das novas tecnologias, de termos educadores,

gestores e alunos maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas,

abertas e que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha à pena entrar em

contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e

prática e que aproximam o pensar do viver.

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UNIDADE 23

Objetivo: Apresentar os aspectos teóricos e práticos da tutoria em educação a distância.

Aspectos Teóricos e Práticos da Tutoria

Segundo Gonzáles (2005), a forma de oferecer Educação a Distância não é nova. Sabe-

se que há mais de 160 anos os ingleses iniciaram a prática de enviar, via

correspondência postal, cursos nas mais diferentes áreas. No Brasil, o ensino por

correspondência também já completou mais de cem anos.

As estimativas mostram que milhões de pessoas já realizaram no mundo todo cursos

através do ensino a distância. Hoje, com o surgimento da Internet, a difusão desse tipo

de Educação torna-se mais efetiva, trazendo à tona a necessidade de tutores em EAD,

pessoas treinadas e especializadas em transmitir informações, orientações e avaliações

de alunos a distância. Pesquisas indicam que, dependendo do tipo de curso e da

motivação do aluno, o ensino e a aprendizagem a distância podem ser tão eficazes

quanto o ensino presencial. Desse modo, os tutores em EAD precisam conhecer as

técnicas de ensino a distância para que sejam agentes de motivação nesse delicado

processo de transmissão e aquisição de conhecimentos.

Alguns modelos:

Modelo de estruturação de cursos em EAD

A difusão da Internet no começo dos anos 90, que possibilitou a milhões de pessoas

uma comunicação rápida, eficiente e relativamente barata. Através de

microcomputadores, muitas instituições que promoviam ensino a distância passaram a

usar a Internet para divulgar seus cursos. Antes, usavam o correio, o rádio, a televisão

e outros meios de comunicação como o fax e o telefone.

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Desse modo, um novo modelo de estruturação de cursos a distância precisou ser

desenvolvido e aperfeiçoado, apoiando-se numa nova forma de comunicação

eletrônica: o hipertexto. Vejamos o que isso significa.

Em termos simples, o hipertexto pode ser definido como um texto ligado a outros textos.

Mas na verdade um hipertexto é muito mais do que isso. Ele rompe com qualquer

documento convencional; é uma forma não linear e não sequencial de apresentar um

conteúdo, ou melhor, diversos conteúdos, em que o leitor pode obter a informação e o

conhecimento desejado.

A diferença entre um texto convencional e o hipertexto é que o ponto mais importante

num curso em que se usa o hipertexto é a maneira de tratar a informação, pois nesse

modelo instrucional rompemos com a forma clássica e partimos para um ambiente em

que o aluno vai construir a informação desejada naquele momento.

É através dele que os alunos conseguem atingir o conhecimento e, assim, as competências

e habilidades desejadas. A tabela abaixo resume uma maneira de ver o trabalho com

hipertexto em cinco etapas a serem alcançadas pelos alunos, segundo Gonzáles (2005):

Etapas do processo

do conhecimento Característica da etapa

1. Dados etapa em que o aluno descobrirá fatos e relações (reconhece;

retém; copia; memoriza).

2. Processamento etapa que consiste na ação do sujeito (contextualiza; verifica;

relaciona; ordena).

3. Informação

interpretação dos dados dentro de um contexto, sempre da sua

estrutura (o aluno constrói a informação; a informação é subjetiva;

a informação é significativa).

4. Aprendizagem integração da informação à estrutura cognitiva do sujeito que

aprende (ocorre em função de um conhecimento prévio; deve ser

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lógica e psicologicamente significativa).

5. Conhecimento domínio através do tempo (na aplicação de resolução de

problemas; na transferência a novos campos e situações).

Modelos de curso em EAD

Analisando-se as várias instituições brasileiras que oferecem cursos a distância e, em

se considerando todos os aspectos envolvidos, desde o ambiente de aprendizagem aos

sistemas de avaliação, podemos distinguir três modelos distintos:

Modelos de Curso em EAD

Modelo 1:

Sala de Aula a Distância

Este modelo estrutura-se nas tecnologias capazes de

levar o conhecimento a pontos diferentes no país ou

no mundo. A instituição responsável pelo curso

controla o andamento e o local em que deverá ser

realizado o treinamento. As aulas envolvem

comunicação síncrona: instrutores e estudantes

combinam local e horário para se encontrarem, uma

vez por semana ou com outra regularidade. As

instituições são capazes de atender a um pequeno

número de alunos em cada local.

Modelo 2:

Aprendizagem Independente

Neste modelo, os alunos podem fazer o curso

independentemente do local onde estão e não

precisam se adequar a escalas fixas de horário. Os

estudantes recebem vários materiais de estudo,

incluindo um programa do curso. A instituição coloca

à disposição do aluno um monitor ou tutor que o

acompanhará, fornecendo orientações, respostas e

avaliando seus exercícios e testes. A interação entre

o monitor e o estudante é viabilizada através de

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variadas tecnologias, tais como: telefone, fax, chats,

correio eletrônico e correio tradicional. Não há "aulas"

no sentido clássico da palavra. Os alunos estudam de

forma independente, buscando seguir o mais

fielmente possível o programa do curso, e podem

interagir com o tutor e, em alguns casos, com outros

estudantes.

Modelo 3:

Aprendizagem

Independente + Aula

Este modelo envolve a utilização de material impresso

e outras mídias, tais como fitas de videocassete ou

disquetes de computador, CD-ROM ou DVD, que

possibilitem ao aluno estudar no seu próprio

ambiente. Outras tecnologias que envolvam os alunos

também poderão ser utilizadas, como as descritas no

Modelo 2. Os alunos reúnem-se periodicamente em

grupos, em locais específicos, para receber apoio

instrucional. Nas aulas discute-se os conteúdos,

esclarece-se conceitos, realiza-se trabalhos em

grupos, experiências em laboratórios, simulações e

outros exercícios relacionados com a aprendizagem.

Habilidades e competências essenciais na tutoria

Para exercer o fascínio dos aprendizes e mantê-los atentos, motivados e orientados, é

necessário captar sua atenção, demonstrando domínio das ferramentas de trabalho

que serão utilizadas na tutoria. O tutor sedutor impressiona pela capacidade de

demonstrar os atalhos, o manejo eficaz das ferramentas que estão à sua disposição

para o exercício da tutoria. Para tanto, é imprescindível que goste do que faz e o faça

com amor. É vital que demonstre interesse pela melhoria do processo ensino-

aprendizagem e esteja disponível para o contato com o aluno, sobretudo quando

solicitado. O tutor, tal qual os pais, deve, dentro de suas limitações temporais, estar

pronto para ouvir, apoiar e orientar o aluno quando ele solicitar. Sem essa

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disponibilidade, o fio se rompe, dificultando a retomada da relação pedagógica em

níveis satisfatórios. A falta de confiança no tutor, o desamparo sofrido pelo aprendiz

num determinado momento de sua jornada, em geral causa a evasão definitiva e o

desapontamento indesejável por parte dos envolvidos no sistema educacional. Esse é

o sentimento sofrido por uma criança que se atira sem medo nos braços do pai ou da

mãe protetora e ele (ela) a deixa cair indesculpavelmente. A indiferença machuca e

afasta.

Embora não seja terapeuta, o tutor precisa fundamentalmente ser continente,

controlando as angústias e necessidades que possam emergir do grupo tutorado,

assim como conter suas próprias angústias diante de sentimentos, dúvidas e outros

fenômenos emergentes do dinâmico processo ensino-aprendizagem.

Da mesma forma que em outras atividades profissionais, cabe ao professor-tutor

manter um comportamento profissional e ético irrepreensível. O bom exemplo moral e

ético é uma das formas mais poderosas de sedução que um educador pode exercer.

Desse modo, o tutor evita impor os próprios valores e expectativas e favorece a

ampliação do espaço de cada um dos membros do grupo, escutando e valorizando

diferentes ideias e opiniões, mantendo o sigilo daquilo que lhe foi dado em confiança,

apontando alternativas de soluções para as questões apresentadas, indicando os

recursos disponíveis na instituição e estimulando o próprio grupo a se mobilizar para

as necessidades detectadas.

Dentre as várias habilidades de um bom tutor, a empatia, que resulta da capacidade de

se colocar no lugar do outro, propiciando uma sintonia afetiva, e a capacidade de

comunicação, expressa na atitude de escutar respeitosamente, são componentes vitais

no exercício da tutoria sedutora. A arte da paciência e tolerância deve fazer parte da

práxis pedagógica, uma vez que é importante ser tolerante às limitações dos membros

do grupo, assim como compreender suas eventuais inibições e o ritmo de cada um

deles.

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No papel de mediador entre o saber e o aprendiz, o tutor sedutor tem a perfeita

consciência de que não é ele o detentor exclusivo do conhecimento. É, antes de tudo,

uma ponte para a fluência dos saberes em construção.

O mestre, sapientíssimo, Paulo Freire aponta o papel crucial que o professor deverá

desempenhar:

Se a educação é dialógica, é óbvio que o papel do professor, em qualquer situação, é

importante. Na medida em que ele dialoga com os educandos, deve chamar a atenção

destes para um ou outro ponto menos claro, mais ingênuo, problematizando-os sempre.

O papel do educador não é o de "encher" o educando com "conhecimento", de ordem

técnica ou não, mas sim o de proporcionar, através da relação dialógica educador-

educando, a organização do pensamento correto de ambos (FREIRE, 1992).

No exercício da arte de seduzir pedagogicamente, o professor-tutor deve buscar a

autenticidade de seus atos pedagógicos e pessoais, já que é visto como um todo, e

zelar pela verdade, já que esta, no campo pessoal e intelectual, simboliza o caminho

para o exercício da confiança, da criatividade e da liberdade dentro do grupo e fora

dele.

É importante ousar na arte de educar, buscando conhecer todos os métodos e recursos já

experimentados e provados. Torna-se imperativo a todos os envolvidos na tutoria em

EAD romper velhos paradigmas e abraçar a missão de educar sem medo, sem o receio

de se aproximar demais, de estreitar os laços de afeto e, sobretudo, sem o excessivo

pudor de exercer por amor a sutil arte de seduzir pedagogicamente os que esperam

com avidez pelo saber libertador.

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UNIDADE 24

Objetivo: Contextualizar a origem e o papel do tutor em EAD e comparar o professor do ensino presencial com o tutor.

Origem da Tutoria

Segundo Sá, a tutoria como método nasceu no século XV na universidade, onde foi usada

como orientação de caráter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a fé e a

conduta moral. Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel de orientador e

acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é com este mesmo sentido que incorporou aos

atuais programas de educação a distância.

A ideia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor. Litwin

(2001), definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”,

enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa”.

Na perspectiva tradicional da educação a distância, era comum sustentar a ideia de que o

tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não ensinava. Assumiu-se a

noção de que eram os materiais que ensinavam e o lugar do tutor passou a ser o de um

“acompanhante” funcional para o sistema. O lugar do ensino assim definido ficava a cargo

dos materiais, “pacotes” autosuficientes, sequenciados e pautados, que finalizava com uma

avaliação semelhante em sua concepção de ensino (Litwin, 2001). Pensava-se desta forma

quando “ensinar” era sinônimo de transmitir informações, ou de estimular o aparecimento de

determinadas condutas. Nesse contexto, a tarefa do tutor consistia em assegurar o

cumprimento dos objetivos, servindo de apoio ao programa.

Litwin (2001) destaca ainda que quem quer que seja um bom docente será também um bom

tutor. Um bom docente “cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução,

sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de

compreensão; isto é, guia, orienta, apóia, e nisso consiste o seu ensino”. Da mesma forma, o

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bom tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e não apenas

mostrar a resposta correta; oferecer novas fontes de informação e favorecer sua

compreensão. “Guiar, orientar, apoiar” devem se referir à promoção de uma compreensão

profunda, e estes atos são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como

do tutor na modalidade a distância.

De maneira geral, os conhecimentos necessários ao tutor não são diferentes dos que

precisam ter um bom docente. Este necessita entender a estrutura do assunto que ensina; os

princípios da sua organização conceitual e os princípios das novas ideias produtoras de

conhecimento na área. Sua formação teórica sobre o âmbito pedagógico-didático deverá ser

atualizada com a formação na prática dos espaços tutoriais.

Shulman (1995, apud Litwin), sustenta que o saber básico de um docente inclui pelo menos:

Conhecimento do conteúdo;

Conhecimento pedagógico de tipo real, especialmente no que diz respeito às

estratégias e à organização da classe;

Conhecimento curricular;

Conhecimento pedagógico acerca do conteúdo;

Conhecimento sobre os contextos educacionais;

Conhecimento das finalidades, dos propósitos e dos valores educativos e de suas

raízes históricas e filosóficas.

O ensino a distância difere completamente, em sua organização e desenvolvimento, do

mesmo tipo de curso oferecido de forma presencial. No ensino a distância, a tecnologia está

sempre presente e exigindo uma nova postura de ambos, professores e alunos.

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Diferenças entre Professor Convencional e Tutor, em Ambientes de EAD

Sá (1998) faz um paralelo entre as várias diferenças entre as funções do professor

convencional (educação presencial) e o do tutor nos ambientes de EAD (educação a

distância).

EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Conduzida pelo Professor Acompanhada pelo tutor

Predomínio de exposições o tempo

inteiro

Atendimento ao aluno, em consultas

individualizadas ou em grupo, em situações em

que o tutor mais ouve do que fala

Processo centrado no professor Processo centrado no aluno

Processo como fonte central de

informação

Diversificadas fontes de informações (material

impresso e multimeios)

Convivência, em um mesmo ambiente

físico, de professores e alunos, o

tempo inteiro

Interatividade entre aluno e tutor, sob outras

formas, não descartada a ocasião para os

“momentos presenciais”

Ritmo de processo ditado pelo

professor

Ritmo determinado pelo aluno dentro de seus

próprios parâmetros

Contato face a face entre professor e

aluno

Múltiplas formas de contato, incluída a ocasional

face a face

Elaboração, controle e correção das

avaliações pelo professor

Avaliação de acordo com parâmetros definidos,

em comum acordo, pelo tutor e pelo aluno

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Atendimento, pelo professor, nos

rígidos horários de orientação e sala

de aula

Atendimento pelo tutor, com flexíveis horários,

lugares distintos e meios diversos

Fonte: Sá, Iranita. Educação a Distância: Processo Contínuo de Inclusão Social.Fortaleza,CEC, 1998:47.

Neste contexto Perrenoud (2000) redefine o papel do professor: “mais do que ensinar, trata-

se de fazer aprender (...), concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das

situações de aprendizagem”. O professor-tutor atua como mediador, facilitador, incentivador,

investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e grupal.

O novo papel do professor-tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam nos

atuais ambientes de educação a distância concepções tradicionais das figuras do

professor/aluno. Pierre Lévy (2000) faz uma reflexão sobre interação, novas linguagens e

instrumentos de mediação. É preciso superar a postura ainda existente do professor

transmissor de conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direção que leva

à apropriação do conhecimento que se dá na interação. Interação entre aluno/aluno e

aluno/professor, valorizando-se o trabalho de parceria cognitiva;... elaborando-se situações

pedagógicas onde as diversas linguagens estejam presentes. As linguagens são, na

verdade, o instrumento fundamental de mediação, as ferramentas reguladoras da própria

atividade e do pensamento dos sujeitos envolvidos (http://www.sesc.org.br).

O papel do professor como repassador de informações deu lugar a um agente organizador,

dinamizador e orientador da construção do conhecimento do aluno e até da sua auto-

aprendizagem. Sua importância é potencializada e sua responsabilidade social aumentada.

Sua função não é passar conteúdo, mas orientar a construção do conhecimento pelo aluno.

Segundo o Livro Verde (Soclnfo, 2000), para que o ensino a distância alcance o potencial de

vantagem que pode oferecer, é preciso investir no aperfeiçoamento do tutor e, sobretudo,

regulamentar a atividade, além de definir e acompanhar indicadores de qualidade. Neste

sentido Alves, sugere algumas iniciativas:

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Alfabetização digital - em todos os níveis de ensino, através da renovação curricular

para todas as áreas de especialização, de cursos complementares e de extensão;

Geração de conhecimentos - voltado para a pós-graduação;

Aplicação da tecnologia da informação e comunicação - desde o nível médio,

especialmente nas áreas próximas das novas tecnologias.

As instituições de EAD devem ter a preocupação de formar sua equipe de tutores através de

cursos de capacitação, averiguando sempre seu desempenho tutorial. É importante que se

ofereçam permanentemente cursos preparatórios, para que conheçam o funcionamento

dessa modalidade de ensino. Além de proporcionar aos docentes, capacitação sobre as

técnicas de EAD, deve-se realizar práticas de tutoriais para ampliar os temas de estudo.

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UNIDADE 25

Objetivo: Descrever sobre as funcionalidades das ferramentas para tutoria.

Ferramentas para Tutoria: Softwares

Para que o tutor desempenhe bem o seu papel ao acompanhar, orientar e avaliar

seus alunos é essencial que tenha em seu computador de trabalho vários programas,

tais como:

Adobe Acrobat Reader - Acessório (plug-in) para navegadores. Permite visualizar

páginas em formato PDF;

Microsoft Explorer - Navegador para Internet;

Macromedia Flash Player - Visualizador de recursos multimídia, como animações;

Babylon - Programa que traduz mais de três milhões de palavras e expressões da

língua inglesa para o português, espanhol, alemão, francês, italiano, holandês, japonês,

chinês (simplificado ou tradicional) ou hebraico.

Real Player - Programa para recebimento de arquivos de áudio e vídeo pela Internet;

Netscape Navigator - Navegador para Web - uma alternativa ao Internet Explorer;

Winzip - Programa de compressão e descompressão de arquivos (Windows);

Ferramentas para tutoria: Hardware, material e serviços de comunicação síncrona e

assíncrona;

Equipamento – para realizar seu trabalho, ao monitorar, acompanhar, avaliar uma tutoria e

assistir a aulas on-line, o professor-tutor precisa de algumas configurações mínimas de

hardware e software e respeitar alguns pré-requisitos como:

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Bom processador com memória RAM e HD com bastante espaço em disco;

Conexão com a Internet (que pode ser discada, banda larga, por rádio, via satélite ou

por cartão PCMCIA);

Conta de correio eletrônico (e-mail);

Suporte a multimídia;

Plug-ins instalados;

Navegadores web: Netscape Navigator ou Internet Explorer se estiver usando o sistema

operacional Windows. Se estiver usando o sistema operacional Linux, deverá ter o Mozilla ou

Firefox.

Conhecimentos básicos de informática.

Material Impresso - é o tradicional livro-texto, apostila, guia de estudos ou estudo de caso,

em geral, para estudar sem a presença do professor. Continua importante, mesmo com as

mais modernas tecnologias, para a Educação a Distância (EAD). Os cursos por

correspondência, em sua maioria, enviam material impresso aos alunos.

Por não exigir nenhum tipo de equipamento sofisticado para ser usado, é a mídia mais

simples de todas, no sentido que não compete com o conteúdo, à leitura é natural,

dificilmente representa uma ameaça ou causa medo nos estudantes. É fácil de usar e

portátil; o estudante pode voltar e avançar rapidamente de uma parte a outra do material.

Normalmente, o material é enviado pelo correio ao aluno.

Esse é o meio mais barato de ensino a distância. O material impresso pode complementar

outras tecnologias. Seu potencial, sozinho, é limitado, para funcionar a distância. Deve ser

concebido para suprir as funções do professor, como informar, motivar, controlar e avaliar.

Deve estar associado ao contexto de um serviço de apoio, que dá ao aluno o suporte

necessário para sanar dúvidas e buscar orientações. Além disso, requer maior motivação do

estudante, é passivo e não oferece realimentação;

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Correio eletrônico - a forma de comunicação mais usada

na Internet, permite a troca de mensagens escritas e o envio

de arquivos anexados às mensagens, em qualquer formato

(áudio, imagem, filme, textos, etc.).

O usuário dispõe de uma caixa postal eletrônica exclusiva,

na qual são armazenadas as mensagens recebidas. É comum encontrar sistemas de EAD

com serviço interno de correio eletrônico, usado exclusivamente no âmbito da escola que

oferece o curso.

Além de fácil de usar, o correio eletrônico é bastante confiável e amplamente acessível a

qualquer usuário da Internet.

Os principais navegadores (browsers) contam com esse serviço integrado, o que facilita ainda

mais seu uso e disponibilidade. Por ser uma forma de comunicação assíncrona, permite que

as mensagens recebidas sejam analisadas com cuidado antes de serem respondidas,

proporcionando um tipo de interação mais ponderada com o instrutor e com os demais

alunos;

Lista de discussão - baseado no serviço de correio eletrônico, conta com as mesmas

características, não necessitando de recursos adicionais. Facilita a comunicação do tipo

broadcast (difusão), em que o remetente pode enviar uma mesma mensagem para um

determinado grupo de pessoas (a lista). Esse recurso é especialmente interessante para o

professor que pretende comunicar-se com seus alunos fora da sala de aula. É um

serviço de comunicação assíncrono;

Newsgroups – é um serviço parecido com as listas de discussão, porém guarda as

seguintes semelhanças e diferenças:

Semelhanças: Mensagens de texto; possibilidade de anexar arquivos; é um serviço

assíncrono;

Diferenças: As mensagens não são enviadas para caixas postais. Em vez disso, ficam

armazenadas em um servidor especial.

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As mensagens são armazenadas hierarquicamente, de acordo com as linhas de

discussão, o que facilita o registro e o acompanhamento dos vários assuntos;

Exige um software especial (leitor de news) para acessar o servidor de news e ler as

mensagens. Esse software integra os principais navegadores web;

File Transfer Protocol (FTP – Protocolo de Transferência de Arquivos) – Esse serviço

permite a transferência de arquivos entre um servidor e o computador do usuário. As

transferências podem ser feitas em dois sentidos: do servidor para o usuário (download)

ou do computador do usuário para o servidor (upload).

O download pode ser feito automaticamente pelos principais navegadores. É um

mecanismo útil para disponibilizar arquivos aos alunos (documentos, livros, apostilas,

programas, dados etc.) e para receber arquivos dos alunos (trabalhos, exercícios

concluídos etc.). Muitos arquivos vêm compactados, caso em que é necessário ter

instalado no computador um programa de descompactação (como o Winzip);

Vídeo/Áudio sob Demanda - permite assistir, assincronamente, a vídeos ou ouvir áudios

previamente gravados e armazenados no servidor. O usuário dispõe de controles

semelhantes aos encontrados em um videocassete, podendo avançar, pausar ou

retroceder. Com o sistema streaming (fluxo contínuo), o usuário não precisa carregar todo

o arquivo de vídeo / áudio antes de começar a assistir / ouvir, otimizando o tempo de

espera, principalmente com conexões lentas. Esse recurso exige grande espaço de

armazenamento de vídeo/ áudio digitalizado no servidor;

World Wide Web - Esse serviço, responsável pela popularização da Internet, integra

quase todos os outros serviços, através de uma interface gráfica amigável que combina

páginas com hipertextos (palavras ligadas a outras páginas) com multimídia (hipermídia),

e permite a visualização de páginas contendo texto formatado, imagens, animações,

vídeo e sons, além de programas interativos (Java, Java script, plug-ins).

Todas as vezes que você passar o mouse sobre uma figura ou palavra e aparecer este

ícone (mão), há uma ligação (link) para outra página, arquivo (texto, filme, som, etc.).

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Esse recurso é assíncrono. Porém, dependendo do serviço que é implementado sobre

ele, pode apresentar características síncronas;

Bate-Papo (Internet Relay Chat - IRC) - é um serviço de comunicação síncrona bastante

popular. Permite a troca de mensagens escritas; pode, ser implementado através de um

programa específico ou ser integrado em páginas web. Os programas mais conhecidos são:

MIRC, ICQ e MSN

Essas ferramentas promovem discussões interativas entre duas ou mais pessoas

simultaneamente, disponibilizam uma ou mais "salas" (canais) para discussão de

assuntos distintos e permitem que se enviem mensagens para todos os usuários

conectados num canal ou apenas para um usuário, privativamente. Existem sites que

oferecem salas de bate-papo aos usuários;

Videoconferência - sistema de comunicação síncrono.

Permite que os usuários se comuniquem através de

áudio e vídeo. Pode ou não ser bidirecional, simultânea.

Para participar de uma videoconferência, o usuário

precisa de alguns equipamentos especiais de hardware

(componentes físicos), como: microfone, caixa de som e, se quiser receber e enviar

vídeo, drive de vídeo, uma placa de captura de vídeo e uma câmera.

Atualmente, a Internet disponibiliza aos usuários vários software (programas de

computador) de videoconferência. O software NetPhone, o Netmeeting e o Messenger

permitem a transferência de áudio em tempo real através da Internet. O principal

problema desse recurso é que normalmente ele requer conexão de rede de

média à alta velocidade;

Internet Phone, Webphone e Spky - são ferramentas que permitem a transmissão de

voz através da Internet. A qualidade da transmissão depende da velocidade da

conexão. E razoável para velocidades médias. Necessitam de um software especial,

microfone e placa de som. Seu custo é baixo ;

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Teleconferência – é um conjunto de recursos que visa assegurar a comunicação em grupo,

entre duas ou mais localizações, compartilhando espaço visual e acústico. Suas principais

características estão relacionadas a seguir:

Sistema de transmissão simultânea de áudio e vídeo entre duas ou mais

localidades;

Oferece a possibilidade de alcançar grande audiência;

Evita o deslocamento de pessoas, reduzindo custos de transporte;

A interação pode ser feita por e-mail, telefone ou fax;

Exige estúdios para geração de programas e investimentos em equipamentos e

equipes para produção, geração, transmissão e recepção;

A transmissão se dá por diversos meios físicos, como satélite, fibra óptica, enlace

de micro-ondas, etc.

Teleconferência Interativa - esse sistema é semelhante à teleconferência, porém

permite maior interatividade entre o instrutor e os estudantes. Na sala de

teleconferência remota, todo estudante dispõe de um terminal semelhante a um

aparelho de telefone. Através desse aparelho ele pode requisitar uma conversa com o

instrutor remoto ou responder a questões através do teclado;

Audioconferência - sistema de transmissão de áudio e sinais de controle recebidos por

um ou mais usuários simultaneamente; exige o uso de microfones/alto-falantes ou

telefones viva-voz; baixo custo em equipamentos e infraestrutura; pode-se usar a rede

telefônica já existente;

Whiteboard - é uma espécie de serviço de compartilhamento de documentos via Internet.

Permite que um grupo de usuários geograficamente distantes realize uma sessão de trabalho

cooperativa, em que um mesmo documento é mostrado e editado na tela. A inclusão de um

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texto ou gráfico por um dos participantes é propagada imediatamente para os outros

participantes.

Trata-se de uma área de desenho que permite que os usuários possam importar

imagens gráficas ou fazer anotações. Muitas escolas têm usado esse recurso para a

tutoria de seus alunos, em complemento às aulas presenciais. No entanto, é um

sistema ainda muito caro para que usuários comuns tenham acesso como participantes

ativos. Em geral, os whiteboards são usados em sala de aula pelos professores, o que

permite que os alunos assistam às aulas em casa, em tempo real.

Rádio e TV Web - Os recursos da Internet permitem que se transmitam programas de

rádio e televisão, os quais podem ser acessados em qualquer parte do mundo, sem a

necessidade de antenas especiais ou recursos sofisticados. Existem milhares de

emissoras de rádio em vários países que transmitem programas através da Internet,

utilizando a tecnologia chamada streaming. Para que o fluxo de informações seja

satisfatório, os usuários devem ter acesso de banda larga à Internet, de modo que os

dados sejam adequadamente transmitidos, sem sofrer atrasos ou o famoso efeito de

"congelamento" verificado nas conexões discadas.

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UNIDADE 26

Objetivo: Contextualizar, de acordo com os Referenciais de Qualidade, os aspectos relativos ao sistema de comunicação e materiais em EAD.

Considerações relevantes no sistema de comunicação em EAD

Em primeiro lugar, um curso superior a distância precisa estar ancorado em um sistema de

comunicação que permita ao estudante resolver, com rapidez, questões referentes ao

material didático e seus conteúdos, bem como aspectos relativos à orientação de

aprendizagem como um todo, articulando o estudante com docentes, tutores, colegas,

coordenadores de curso e disciplinas e com os responsáveis pelo sistema de gerenciamento

acadêmico e administrativo.

Para atender às exigências de qualidade nos processos pedagógicos devem ser oferecidas e

contempladas, prioritariamente, as condições de telecomunicação (telefone, fax, correio

eletrônico, videoconferência, fórum de debate pela Internet, ambientes virtuais de

aprendizagem, etc.), promovendo uma interação que permita uma maior integração entre

professores, tutores e estudantes.

Da mesma forma que a interação entre professor/estudante, tutor/estudante e professor/tutor

deve ser privilegiada e garantida, a relação entre colegas de curso também necessita de ser

fomentada. Principalmente em um curso a distância, esta é uma prática muito valiosa, capaz

de contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante, motivador de

aprendizagem, facilitador de interdisciplinaridade e de adoção de atitudes de respeito e de

solidariedade ao outro, possibilitando ao estudante o sentimento de pertencer ao grupo.

Em atendimento as exigências legais, os cursos superiores a distância devem prever

momentos de encontros presenciais, cuja frequência deve ser determinada pela natureza da

área do curso oferecido e pela metodologia de ensino utilizada. Em relação à comunicação

entre os sujeitos, a instituição deverá oferecer em seu curso a facilidade de:

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contato entre estudantes, tutores e professores ao longo do curso;

ter professores/hora disponíveis para os atendimentos requeridos pelos estudantes;

ter momentos presenciais, em particular tutoria presencial e tutoria on-line;

fornecer aos estudantes, desde o início do curso, nomes, horários, formas e números

para contato com professores, tutores e pessoal de apoio;

flexibilidade no atendimento ao estudante, oferecendo horários ampliados para o

atendimento tutorial;

atendimento ao estudante através de pólos de apoio descentralizados, com

infraestrutura compatível, para as atividades presenciais;

uso das modalidades comunicacionais síncronas e assíncronas como

videoconferências, chats na Internet, fax, telefones, rádio para promover a interação,

em tempo real, entre docentes, tutores e estudantes;

interação entre estudantes, por meio de atividades coletivas, presenciais ou via

ambientes de aprendizagem adequadamente desenhados e implementados para o

curso, que incentivem a comunicação entre colegas;

planejar a formação, a supervisão e a avaliação dos tutores e outros profissionais que

atuam nos pólos de apoio descentralizados, de modo a assegurar padrão de

qualidade no atendimento aos estudantes;

abrir espaço para uma representação de estudantes, em órgãos colegiados de

decisão, de modo a receber feedback e aperfeiçoar os processos.

Portanto, em um curso a distância, o estudante deve ser o centro do processo educacional e

a interação deve ser apoiada em um adequado sistema de tutoria e de um ambiente

computacional.

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Considerações relevantes quanto ao material didático utilizado em EAD

A experiência com cursos presenciais não é suficiente para assegurar a qualidade da

produção de materiais adequados para a educação a distância.

A produção de material impresso, vídeos, programas televisivos e radiofônicos,

videoconferências, CD-ROM, páginas WEB, objetos de aprendizagem e outros, para uso a

distância, atende a diferentes lógicas de concepção, produção, linguagem, estudo e controle

de tempo.

Para atingir estes objetivos, é necessário que os docentes responsáveis pela produção dos

conteúdos trabalhem integrados a uma equipe multidisciplinar, contendo profissionais

especialistas em desenho instrucional, diagramação, ilustração, desenvolvimento de páginas

web, entre outros. Além disso, é recomendável que as instituições elaborem seus materiais

para uso a distância, buscando integrar as diferentes mídias, explorando a convergência e

integração entre materiais impressos, radiofônicos, televisivos, de informática, de

videoconferências e teleconferências, dentre outros, sempre na perspectiva da construção do

conhecimento e favorecendo a interação entre os múltiplos atores.

É importante que a proposta de material didático para cursos superiores a distância inclua

um Guia Geral do Curso - impresso e/ou em formato digital que oriente o estudante quanto

às características da educação a distância e quanto aos direitos, deveres e normas de

estudo a serem adotadas, durante o curso.

Relativo ao conteúdo de cada material educacional é importante que seja colocado a

disposição dos estudantes um Guia - impresso e/ou digital que oriente o estudante quanto às

características do processo de ensino e aprendizagem particulares de cada conteúdo;

Especial atenção deve ser devotada à construção do material didático no que diz respeito à

garantia de unidade entre os conteúdos trabalhados, quaisquer que sejam sua organização,

disciplinas, módulos, áreas, temas, projetos. Outro aspecto relevante é a garantia de que o

material didático propicie interação entre os diferentes sujeitos envolvidos no projeto. Para

atender a essas orientações, o material didático deve:

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com especial atenção, cobrir de forma sistemática e organizada o conteúdo

preconizado pelas diretrizes pedagógicas, segundo documentação do MEC, para cada

área do conhecimento, com atualização permanente;

ser estruturados em linguagem dialógica, de modo a promover autonomia do

estudante desenvolvendo sua capacidade para aprender e controlar o próprio

desenvolvimento;

prever, como já adiantado antes em outro ponto deste documento, um módulo

introdutório - obrigatório ou facultativo - que leve ao domínio de conhecimentos e

habilidades básicos, referentes à tecnologia utilizada e também forneça para o

estudante uma visão geral da metodologia em educação a distância a ser utilizada no

curso, tendo em vista ajudar seu planejamento inicial de estudos e em favor da

construção de sua autonomia;

detalhar que competências cognitivas, habilidades e atitudes o estudante deverá

alcançar ao fim de cada unidade, módulo, disciplina, oferecendo-lhe oportunidades

sistemáticas de autoavaliação;

dispor de esquemas alternativos para atendimento de estudantes com deficiência;

indicar bibliografia e sites complementares, de maneira a incentivar o aprofundamento

e complementação da aprendizagem.

Enfim, tanto a comunicação quanto o material didático devem ser bem especificados para

cada projeto de EAD.

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UNIDADE 27

Objetivo: Analisar formas de avaliação em cursos a distância.

Métodos de Avaliação

Avaliar, no Novo Dicionário Aurélio, significa "determinar a valia ou o valor, apreciar, estimar

o merecimento, fazer a apreciação, ajuizar". Na Educação, a avaliação carrega o mesmo

sentido, pois, basicamente, refere-se a uma reflexão, uma apreciação sobre o nível de

qualidade do trabalho realizado tanto pelos professores quanto pelos alunos.

Entretanto, existem diversas definições de avaliação, cunhadas por distintos especialistas.

Segundo Méndez (2002), por exemplo, a avaliação não é um apêndice do processo ensino-

aprendizagem. É parte desse processo, na medida em que os sujeitos, simultaneamente,

aprendem e avaliam: discriminam, valorizam, criticam, opinam, raciocinam, decidem, optam,

julgam. A atividade avaliadora se ensina e se aprende e, como tal, deve ser continuamente

formativa. Já para Luckesi (2002), a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados

relevantes do processo ensino-aprendizagem, cuja função é auxiliar o professor a tomar

decisões sobre seu trabalho.

Valadares e Graça (1998) classificam as funções da avaliação de acordo com o papel que

ela desempenha no ensino, dividindo-a em cinco categorias:

Avaliação Prévia - utilizada para determinar onde cada estudante deve ser integrado ao

iniciar uma nova fase da sua aprendizagem. Alguns autores também a chamam de avaliação

de nivelamento;

Avaliação de Diagnóstico - para diagnosticar dificuldades de aprendizagem do estudante

no decorrer desta;

Avaliação Formativa - para aquilatar acerca do progresso da aprendizagem do estudante

no decorrer desta;

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Avaliação Formadora - contribui para que o aluno aprenda a aprender;

Avaliação Somativa - para avaliar a consecução do estudante no final de uma fase da sua

aprendizagem.

Definir com clareza como avaliar a aprendizagem do aluno em Educação a Distância é

importante para a construção dos instrumentos de avaliação. Essa definição está

intimamente relacionada aos objetivos propostos.

No caso de avaliação em situações práticas, por meio de observação, é fundamental definir

os aspectos que serão observados e comunicá-Ios ao aluno, previamente. A avaliação

poderá ser realizada ao final de cada aula, de uma unidade, ou do curso, segundo os

critérios estabelecidos, e pode ser feita por meio de testes, estudos de caso, solução de

problemas, atividades práticas observadas pelo professor-tutor, etc.

De acordo com a experiência de MORAN (2006) em avaliação de cursos a distância

semipresenciais, dentre as diferentes possibilidades de avaliação da aprendizagem dos

alunos, destaca e combina estas três:

1. Elaboração de atividades relacionadas ao conteúdo, à compreensão de conceitos, de

textos e de contextos: através de resenhas, comparação entre textos ou autores, até

concluir com um ensaio-síntese com as principais ideias aprendidas ao longo do

curso;

2. Pesquisa sobre temas próximos à vida e interesse do aluno através de uma pesquisa

individual e outra em pequenos grupos, na forma de projeto. Em cursos

semipresenciais pode-se desenvolver projetos ligados à experiência e vida dos alunos

(pedagogia de projetos). Projetos de poucos alunos, que pesquisam na Internet, tiram

suas dúvidas com o professor em classe e por e-mail ou pelo Messenger e que são

apresentados no final para todos e publicados na página do curso;

3. Avaliação da qualidade da participação no ambiente virtual através de fóruns, listas,

chats e blogs, principalmente.

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Como a avaliação faz parte da aprendizagem, a avaliação também pode ser combinada,

negociada, personalizada. E os cursos semipresenciais se prestam muito bem para essa

flexibilidade. No ambiente virtual, o professor pode atuar como orientador de pesquisa, de

projetos, como consultor, tirando dúvidas, dando sugestões. Por isso, pode personalizar e

tornar mais flexível o processo de avaliação.

O professor pode planejar a avaliação nos ambientes virtuais em três campos principais:

O da pesquisa, o da comunicação e o da produção/publicação;

Na pesquisa individual e grupal de temas, experiências, projetos, textos;

Na comunicação, realizando debates off e on-line sobre esses temas e experiências

pesquisados;

E na produção, divulgando com os alunos os resultados em páginas WEB, blogs ou em

outros formatos multimídia, para que todos possam ter acesso a essas informações.

O processo de avaliação da aprendizagem em EAD, embora possa se sustentar em

princípios análogos ao da educação presencial requer tratamento e considerações especiais

em alguns casos.

Primeiro, porque um dos objetivos fundamentais da EAD deve ser o de obter dos alunos não

a capacidade de reproduzir ideias ou informações, mas a capacidade de produzir

conhecimentos, analisar e posicionar-se criticamente diante de situações concretas que se

apresentem.

Segundo, porque no contexto da EAD, o aluno não conta, comumente, com a presença física

do professor. Por esse motivo, faz-se necessário desenvolver métodos de trabalho que

estimulem o aluno a buscar uma interação permanente com os professores-tutores, todas as

vezes que sentir necessidade, e a obter confiança, em face do trabalho realizado,

possibilitando-lhe não apenas o processo de elaboração de juízos próprios, mas também de

desenvolvimento da capacidade de analisá-los.

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Gonzáles (2005) descreve atitudes positivas em avaliação:

1. O tutor deve travar conhecimento com seus alunos através dos recursos tecnológicos

disponíveis, como o e-mail, telefone, fax e mesmo a velha e tradicional

correspondência escrita e enviada por correio;

2. O tutor deve sempre que possível fazer do primeiro teste um ensaio; essa técnica

pode contribuir para diminuir a tensão dos alunos e é ideal para estabelecer

parâmetros - conhecer o nível do grupo;

3. O tutor deve fornecer feedback (resposta) aos alunos. Esse feedback deve sempre

conter comentários e sugestões claras;

4. O tutor deve ter cuidado com palavras que possam ser interpretadas como

prenunciadoras de má notícia, como as palavras "mas", "contudo", "embora" e outras;

5. O tutor deve, em seus comentários devolutivos, evitar ao máximo utilizar expressões

que possam conter carga negativa ou depreciativa;

6. Os comentários realizados quando da correção dos trabalhos devem ser feitos de

forma clara e legível, assinalando-se sempre que possível o caminho para a resposta

mais adequada;

7. O tutor deve conservar cópia dos comentários enviados aos seus aprendizes, para

que, futuramente, saiba o que lhes foi enviado;

8. O tutor deve evitar as avaliações paternalistas ou severas, não concedendo pontos

sem que o aluno os tenha merecido de fato, nem exagerando no rigor das correções.

É importante estabelecer critérios uniformes nas avaliações;

9. Ao elaborar uma avaliação, o tutor deve esforçar-se para que o enunciado das

questões e das atividades propostas:

seja claro;

seja pertinente aos temas já estudados e revisados;

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seja lógico;

provoque o raciocínio e a capacidade crítica do aluno;

trate de temas significativos para a aprendizagem do aluno;

valorize os objetivos do curso.

10. O tutor deve compreender que a avaliação adequada é aquela que resulta do

acompanhamento dos progressos e das dificuldades do aluno ao longo do curso, e

não apenas de momentos isolados desse processo de aprendizagem.

O uso de recursos tecnológicos para avaliação

Os programas de gestão de cursos a distância, os LMS-Learning Management System /

AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem - Virtual Learning Environment, em geral, não

valorizam a publicação das pesquisas dos alunos. Preveem a entrega dos trabalhos e os

comentários do professor, mas não se preocupam com a publicação e a colaboração. Em

alguns há áreas para publicação genérica pelos alunos, mas é uma espécie de espaço

público, coletivo, onde os alunos perdem a sua individualidade.

Os blogs podem ser uma forma importante de publicação, porque preservam a

individualidade do autor e facilitam a interação, os comentários dos colegas. É importante

combinar o uso de blogs dentro dos LMS com a função de publicação interativa do processo

e resultados de aprendizagem.

Uma das preocupações do professor em EAD é acompanhar o progresso do aluno, desde o

início até o fim de um determinado curso. Os blogs são ideais para organizar esse

acompanhamento.

Diário de bordo permite registrar e visualizar o caminho que o aluno percorre suas dúvidas e

realizações. Esse diário compartilhado com o professor é útil para ajudar os alunos, a

modificar os rumos em determinados momentos de um curso e, principalmente, como um

instrumento que permite a visualização da trajetória do aluno. O diário de bordo se combina

com o bom uso do portfólio. No portfólio o aluno guarda seus materiais, suas pesquisas e

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pode ou não compartilhá-las. Os alunos, na sua grande maioria, preferem tornar públicos

seus portfólios. São excelentes formas de avaliar a aprendizagem dos alunos.

Com o avanço da banda larga, os chats estão se tornando videochats, com possibilidade de

o professor e uma parte dos alunos assistirem e ouvirem uns aos outros, comunicando-se

por escrito. Programas de webconference possibilitam uma comunicação em tempo real mais

rica, interativa e gerenciada, com inúmeras vantagens para a troca de informações,

apresentação de trabalhos a distância e discussões virtuais , o que pode ser extremamente

útil para novas formas de avaliação on-line.

As contribuições dos alunos no fórum também são excelentes ocasiões para avaliação. Os

fóruns e as listas de discussão são instrumentos importantes de aprendizagem coletiva.

Alguns alunos trazem questões e respostas que enriquecem muito o debate e por isso,

devem ser valorizados. Tem também os que escrevem muito e contribuem pouco e os que

praticamente não se expõem que ficam mais como olheiros (lurkers). Fóruns e listas são

recursos que ajudam a aprofundar a discussão iniciada em sala ou podem ser usados como

formas de preparação para a discussão presencial e para a sua avaliação. É possível através

da comunicação assíncrona preparar previamente as aulas com envio de textos,

questionários, pedir resenhas, pesquisas, e colocar questões relacionadas para debate. O

professor pode acompanhar e avaliar o nível de entendimento do conteúdo, tirar dúvidas e

explicar melhor conceitos mal assimilados ou trabalhados sem a devida profundidade.

Através das respostas e comentários, é possível avaliar o nível de conhecimento e de

reflexão do grupo. Inclusive, permite uma avaliação do próprio professor sobre sua

metodologia de ensino e sobre as estratégias adotadas no curso. Isso permite reorganizar o

planejamento, incorporando os interesses e sugestões dos alunos.

Grupos pequenos de trabalho colaborativo se beneficiam da assincronicidade pela falta de

parâmetros de tempo e espaço nas discussões. Podem desenvolver individualmente

materiais com conteúdos mais complexamente trabalhados, no seu próprio ritmo e horário,

para, num segundo momento, colocá-los em discussão com seus pares. O professor deve

“perceber” seus alunos através de sua participação nas atividades síncronas e assíncronas.

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Pode acompanhar a evolução de cada um, quais são seus pontos fracos e suas dificuldades,

onde estão bem e que temas precisam de maior aprofundamento.

Moran (2006) relata que em suas experiências, as ferramentas de comunicação virtual até

agora são predominantemente escritas, caminhando para ser audiovisuais. Por enquanto,

escrevemos mensagens, respostas, simulamos uma comunicação falada. Esses chats e

fóruns permitem contatos a distância, podem ser úteis, mas não podemos esperar que só

assim aconteça uma grande revolução, automaticamente. Depende muito do professor, do

grupo, da sua maturidade, sua motivação, do tempo disponível, da facilidade de acesso.

Alguns alunos se comunicam bem no virtual, outros não. Alguns são rápidos na escrita e no

raciocínio, outros não. Alguns tentam monopolizar as falas (como no presencial) outros ficam

só como observadores. Por isso é importante experimentar uma nova metodologia da

educação on-line, desenvolvendo atividades, pesquisas, projetos, formas de comunicação

integrados e complementares nos ambientes presenciais e virtuais.

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UNIDADE 28

Objetivo: Mostrar através do projeto Sexta-Free como a EAD, bem aplicada, pode solucionar problemas.

Aplicação de EAD como solução

Uma instituição privada de ensino superior localizada em São Paulo iniciou a oferta de

cursos sequenciais em 1999, logo após a regulamentação do artigo 44 da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional nº. 9394/1996, consolidada na Resolução nº. CNE/CES 1 de

27 de janeiro de 1999. Os cursos sequenciais oferecidos estavam mais orientados à

formação profissional do que à formação acadêmica. São considerados cursos de nível

superior e possuem minimamente 1600 h/a e dois anos de duração.

A instituição dispunha na época de um número expressivo de cursos de graduação e era

incipiente na oferta de cursos de pós-graduação. O atendimento do público adulto (acima de

24 anos) era restrito. A oferta dos cursos sequenciais oportunizou o incremento das taxas de

matrícula deste público específico.

A instituição já contava com alguma experiência acumulada em termos de EAD. Em 1994

havia sido criado um departamento voltado à promoção da educação e tecnologia, e em

2000 foi iniciada a oferta de cursos a distância nas modalidades de extensão, especialização,

além de disciplinas do tipo dependência (“dp’s on-line”).

No final de 2001 foi publicada pelo Ministério da Educação a Portaria nº 2253 [BRASIL, 2001]

que regulamentou a oferta de disciplinas não presenciais em cursos superiores

reconhecidos, limitadas, em seu conjunto, a 20% da carga horária prevista para

integralização do respectivo currículo do curso. A referida portaria foi revogada,

posteriormente, pela Portaria nº 4059 [BRASIL, 2004].

Vários fatores impulsionaram a instituição a adotar a EAD. São eles: contexto de mercado; a

expertise acumulada em educação e tecnologia; a possibilidade de implementar EAD de

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maneira efetiva e ampliada oportunizada pela Portaria nº 2253 [BRASIL, 2001]; e interessada

em solucionar o problema do baixo índice de comparecimento às aulas de sexta-feira e em

aumentar a satisfação da comunidade acadêmica usando EAD. A instituição aprovou a

implementação do projeto denominado “Sexta-Free”, concebido e liderado pela Diretoria de

Cursos Sequenciais, vigente na época.

O regime de oferta de disciplinas adotado pela instituição nos cursos sequenciais era o

regime de crédito modular. Essa opção de regime foi selecionada por ser considerada mais

adequada ao perfil apurado do aluno desses cursos, profissionalmente atuantes e parcela

expressiva em cargos de média gerência, com idade média em torno de 28 anos, e que já

havia, na maioria dos casos (54,4%), iniciado uma graduação e interrompido o curso em

decorrência de incompatibilidade com as demandas de trabalho.

O formato modular atendia à necessidade de ausência parcial ou integral dos alunos por

período determinado decorrente, em grande parte, de demandas específicas das empresas

em que atuavam. Apesar dessa formatação modular que facilitava a ausência do aluno por

períodos curtos ao longo do semestre, percebeu-se que a presença dos alunos aos módulos

ministrados às sextas-feiras era consideravelmente baixa. Investigadas as razões desse

baixo quórum, identificou-se que estavam diretamente ligadas ao perfil dos alunos, e

decorriam de três questões fundamentais: muitos alunos já constituíam família a qual

demandava suas presenças às sextas-feiras, o cansaço decorrente das atividades

profissionais realizadas ao longo da própria semana cujo ápice é alcançado às sextas-feiras

e foi mencionado o trânsito de São Paulo que às sextas-feiras é caótico, desestimulando os

alunos a se dirigirem à instituição e, posteriormente, às suas residências. O baixo índice de

comparecimento às aulas ministradas às sextas-feiras conduzia à insatisfação também do

corpo docente que tinha seus planos de aula prejudicados.

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Projeto Sexta-Free

Conforme Alperstetd e Dotta, o projeto Sexta-Free baseava-se na oferta de EAD das

disciplinas ministradas às sextas-feiras, permitindo a ausência do aluno na instituição nesse

dia, exceto em três ocasiões específicas programadas no início e no fim do semestre.

A concepção do projeto Sexta-Free considerou algumas condições que orientaram a seleção

de disciplinas de natureza básica e de conteúdo mais genérico para oferta na modalidade a

distância:

A primeira consideração foi relativa à amplitude da produção de disciplinas on-line com um

custo mais reduzido possível. As disciplinas de natureza básica eram comuns a todos os

cursos sequenciais, pois pressupunham uma formação geral prévia às demais disciplinas

específicas da área e do curso propriamente dito. Concentrando-se a oferta nessas

disciplinas seria possível atender um maior número de cursos, e, por conseguinte, um maior

número de alunos, com um menor custo de produção e no menor tempo possível.

A segunda consideração estava relacionada com o material formatado em ambiente virtual

que a instituição já havia produzido para oferta de disciplinas do tipo “dependência” na

modalidade on-line, e que era de natureza básica, necessitando tão somente de uma revisão

e atualização do conteúdo.

A terceira consideração estava relacionada ao fato de que sendo as disciplinas básicas

normalmente oferecidas nos primeiros períodos dos cursos de graduação, haveria um

número elevado de alunos que já cursaram essas disciplinas em outros cursos iniciados e

interrompidos anteriormente.

As disciplinas básicas abordavam matérias nas áreas de: Filosofia e Ética, Ciências Sociais,

Língua Portuguesa e Metodologia Científica, cada uma com 80 h/a, totalizando 320 h/a,

atendendo ao exposto na legislação que determina o limite de 20% da carga horária total dos

cursos a distância.

A concentração das disciplinas básicas às sextas-feiras permitiu a oferta diluída das mesmas

ao longo dos dois anos de duração do curso, garantindo ao aluno o acesso às disciplinas

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específicas desde o seu início. Essa iniciativa estava alinhada às expectativas dos alunos

dos cursos sequenciais que buscavam conhecimento especializado desde o princípio do

curso em áreas de atuação profissional selecionadas.

Operacionalmente todos os alunos eram matriculados na modalidade a distância e recebiam

um regulamento da Sexta-Free com orientação consistente acerca do seu funcionamento.

Após a palestra inicial, na qual era apresentado: o ambiente virtual, a equipe de apoio, os

professores e as regras de funcionamento; aqueles que preferissem estudar na modalidade

presencial, qualquer que fosse o motivo, eram orientados a enviar um e-mail para um

endereço específico fornecido pela equipe de trabalho, revertendo automaticamente sua

matrícula para as turmas presenciais. Os alunos que permaneceram na modalidade on-line

podiam ocupar-se da disciplina a distância no dia reservado para a aula (sextas-feiras) ou em

qualquer outro, visto que a oferta da disciplina era assíncrona.

O planejamento pedagógico das atividades garantiu o desenvolvimento de conteúdos e

carga horária idênticos aos das disciplinas presenciais, valendo-se as mesmas exigências de

desempenho e aproveitamento como critérios de aprovação. Os conteúdos programáticos

das disciplinas e as condições de aprovação eram as mesmas, o que diferenciava as opções

era, basicamente, a mídia utilizada.

O projeto Sexta-Free contou com alicerces fundamentais que garantiram sua sustentação ao

longo de sua existência. Esses alicerces, abordados a seguir, detalham as condições de

funcionamento do projeto, cujo conhecimento é fundamental para a compreensão mais

ampliada das implicações de uma proposta dessa natureza.

a) ambiente virtual: o ambiente reunia condições pedagógicas e tecnológicas para oferecer

uma aprendizagem de qualidade e promover o aprendizado cooperativo. Além de oferecer

recursos comumente utilizados para a comunicação em rede, tais como chats, fóruns, listas

de discussão, e-mails, entre outros, o ambiente permitia a obtenção de dados relativos aos

acessos de alunos e professores, facilitando o monitoramento das atividades e permitindo

corrigir eventuais desvios.

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b) equipe de apoio: a equipe de apoio era constituída por especialistas de diversas áreas:

pedagogos, web designers, técnicos, analistas de sistemas, estagiários, monitores, tutores e

assistentes que apoiaram professores, coordenadores e diretores. Os alunos puderam contar

com uma linha de suporte interativo que solucionava dúvidas técnicas e também de

conteúdo. Todos os laboratórios de informática da instituição contavam com monitores

treinados e aptos a fornecerem suporte relativo ao ambiente virtual utilizado. A equipe de

apoio gerenciou o treinamento acerca do ambiente aos professores candidatos a serem

tutores de disciplinas on-line, bem como a todos os docentes interessados em conhecer a

ferramenta e, eventualmente, utilizá-la como apoio às aulas presenciais.

c) produção de conteúdos: a diretoria dos cursos sequenciais, juntamente com as

coordenações de curso, identificava professores com perfil adequado para o

desenvolvimento de conteúdos on-line. Com frequência, os professores selecionados já

ministravam aulas presenciais nos cursos sequenciais da instituição, conhecendo o público e

a proposta pedagógica das disciplinas.

d) organização e gerenciamento das atividades: os alunos recebiam no ato da matrícula e

em um encontro presencial as orientações relativas à sistemática do projeto Sexta-Free. Era

esclarecido que a carga horária e as exigências de aproveitamento eram as mesmas de uma

disciplina presencial e que a principal diferença era que o aluno poderia acompanhar o

conteúdo das aulas por meio de um computador conectado à Internet, de acordo com seu

ritmo e horário de estudo.

Era explicitado que a disciplina possuía carga horária de 80 h/a distribuídas ao longo de 20

semanas letivas, resultando em 4 h/a semanais. Três destes encontros semanais (24 h/a)

seriam presenciais e o comparecimento na universidade era obrigatório.

O primeiro encontro seria a palestra inicial, momento em que era apresentado no que

consistia EAD e a dinâmica das atividades da Sexta-Free.

O segundo encontro seria a aula inaugural (em laboratório de informática) na qual o aluno

recebia informações adicionais, conhecia seus colegas e professor e realizava algumas

atividades on-line de modo a se familiarizar com o ambiente virtual.

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O terceiro encontro corresponderia ao dia da prova final, realizada no final do semestre.

Também era informado um encontro intermediário com o propósito de acompanhamento,

destinado ao esclarecimento de eventuais dúvidas sobre e utilização do sistema. Estes

encontros presenciais ocorriam, naturalmente, às sextas-feiras, mas era fornecido um

calendário especificando as datas, bem como os locais das atividades.

Era informado que as disciplinas on-line seguiam a sistemática de aprovação prevista no

regimento institucional, devendo o aluno, para ser aprovado, atender a duas dimensões

básicas: nota final igual ou superior à média estabelecida regimentalmente e frequência

mínima correspondente a 75% da carga horária total do curso. A nota final seria apurada a

partir de atividades realizadas ao longo do semestre e por uma prova final obrigatória. A

frequência no curso seria verificada com base nos seguintes critérios:

entrega das atividades on-line propostas pelo professor nos prazos estipulados;

comparecimento nos encontros presenciais obrigatórios. Também eram detalhados os

requisitos para acessar as aulas, de maneira bastante didática: era necessário ter

acesso a um microcomputador conectado à Internet (em casa, no trabalho ou na

própria instituição), possuir uma conta de correio eletrônico e um browser de

navegação na Internet. Igualmente era especificada a configuração do equipamento,

recursos multimídia, navegadores e softwares necessários.

Algumas considerações puderam ser feitas. A adesão significativa por parte dos alunos à

Sexta-Free permitiu o alcance de diferentes resultados. Em primeiro lugar, contribuiu para

solucionar o problema do baixo índice de comparecimento às aulas ministradas às sextas-

feiras, aumentando a satisfação de alunos e professores. Em segundo lugar, disseminou o

aprendizado mediado por tecnologias que se julga constituir um significativo diferencial

profissional, especialmente para aqueles que atuam na região de São Paulo, centro

econômico mais desenvolvido do país, cujas empresas invariavelmente adotam

metodologias educacionais não presenciais mediadas por tecnologia em suas atividades de

treinamento e educação.

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Do ponto de vista institucional a Sexta-Free também constituiu um significativo diferencial

competitivo perante as demais instituições de ensino superior que ofereciam cursos de curta

duração, pelo menos em seus anos iniciais, pois a estratégia era de difícil mimetismo no

curto prazo. A liberação de aula presencial às sextas-feiras tornou-se um estímulo à

permanência no curso e também ao ingresso de novos alunos. Há que se mencionar ainda a

otimização do uso de salas de aula e equipamentos audiovisuais às sextas-feiras que

puderam ser canalizados para uso dos cursos de pós-graduação.

Do ponto de vista pedagógico, foi possível experienciar as propostas teóricas que

embasaram o projeto e desenvolver soluções que puderam promover aprendizagem

significativa e oportunizar aos docentes o desenvolvimento de estratégias didáticas para

essa modalidade de educação.

Os resultados positivos da Sexta-Free nos cursos sequenciais serviram de estímulo à

Diretoria da Área de Negócios para que programasse sistema semelhante nos cursos de

graduação pertencentes à área. Em razão do número de alunos envolvidos optou-se por

ofertar disciplinas a distância em qualquer dia da semana, originando o que foi denominado

de Day-Free. Foram mantidas as mesmas condições pedagógicas, tecnológicas e gerenciais

definidas na Sexta-Free. O Day-Free foi implantado no segundo semestre de 2003 e no

primeiro semestre de 2004 já apresentava uma curva ascendente de resultados.

Antes de dar início a sua prova on-line é fundamental que você acesse sua SALA

DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

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UNIDADE 29

Objetivo: Mostrar como a modalidade de EAD faz com que professores e alunos tenham necessidade de aprender a aprender, e o uso de um caso prático – REDIGIR para exemplificar.

Necessidade de aprender a aprender

Todos nós reconhecemos que a internet não resolverá todos os problemas culturais e

sociais do planeta. Entretanto, muitos de nós compartilhamos do otimismo de Pierre

Lévy quando reconhecemos que o crescimento do ciberespaço resulta de um

movimento internacional de jovens ávidos por experimentar formas de comunicação

diferentes das que as mídias clássicas nos propõem (ou impõem), e que cabe a nós

explorar as potencialidades do novo espaço de comunicação nos planos econômico,

político, cultural e humano.

Inegavelmente, a implantação dos diversos tipos de curso a distância levou à

democratização do acesso ao conhecimento e ampliou consideravelmente a quantidade

de alunos atendidos. Desde o surgimento da modalidade educação a distância mediada

por computador, novas exigências se impõem tanto aos professores que, além de sua

formação acadêmica, necessitam de formação em tecnologia e em comunicação

educacional multimídia para ensinar, quanto aos alunos, mesmo os da geração web,

que passam a ter acesso a um novo formato de curso para o qual devem dominar

ferramentas e desenvolver habilidades de aprender a aprender.

Dentro dessa nova modalidade, o aluno on-line, além de ter que dominar usos do

correio eletrônico e da internet, deve ser capaz de atender a demandas de novos

ambientes de aprendizagem e de se perceber como parte de uma comunidade virtual

com um novo papel a desempenhar: o de aprender interativa e colaborativamente.

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Quanto ao professor, espera-se um ajuste de sua prática educacional à nova proposta

pedagógica de EAD mediada por computador. De acordo com Azevedo, o professor

on-line precisa ser antes de tudo, convertido à nova pedagogia. Não é apenas mais um

novo meio no qual ele tem que aprender a se movimentar, mas é uma nova proposta

pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática educacional.

A comunicação educacional multimídia exige pressupostos teóricos que fundamentem o

processo, de EAD por computador. E sua aplicação depende da formação de um

professor em exercício; das ações educativas concretas, marcadamente sociais,

socioculturais; das modalidades de ensino definidas com precisão; da utilização eficaz

dos documentos mais adequados; da definição de funções complementares assumidas

pelos diversos intervenientes; do controle de programas e de rotinas específicas.

Caso Prático – Projeto REDIGIR

A UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, em 1999, iniciou um projeto de curso

a distância denominado REDIGIR: curso de redação e gramática em Língua Portuguesa

via internet, destinado aos jovens com idade mínima de 16 anos, da comunidade

interna ou externa.

O objetivo geral do curso é aperfeiçoar habilidades de produção textual dos participantes

e estimulá-los a refletir sobre aspectos gramaticais envolvidos na expressão escrita.

Os principais objetivos específicos do curso são:

levar o aprendiz a usar a linguagem com eficácia, sabendo produzir textos

adequados a seus destinatários, aos objetivos que se propõem e aos assuntos

tratados;

levar o aprendiz a utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da

variedade linguística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às

circunstâncias da situação comunicativa de que participam;

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levar o aprendiz a conhecer e respeitar as diferentes variedades linguísticas do

português; a compreender o papel do conhecimento gramatical na produção de

texto; a usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a

língua, para expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de

análise crítica.

Além disso, estabeleceu-se que os participantes deveriam estar em fase de conclusão

ou ter concluído o ensino médio para se garantir um nível mínimo de escolaridade.

O curso REDIGIR possui:

Módulo 1 - os seguintes temas: o que é escrever; variação linguística; língua oral x

língua escrita; coesão e coerência textual.

Módulo 2 - é composto de lições virtuais sobre gramática básica;

Módulo 3 - sobre teoria do texto, estrutura do parágrafo, estilo e correspondências.

As lições virtuais consistem basicamente na divulgação do tema da aula, seguida de um

texto-base e de tarefas a serem desempenhadas (individual ou coletivamente) pelos

alunos. Estimula-se a interação entre professor/aluno(s) e entre alunos(s)/aluno(s) por

meio de diversas atividades propostas.

Segundo Dell´Isola (2006), o ensino a distância (EAD) mediado por computador, em relação

a experiência vivida no projeto REDIGIR, nos ensina sobretudo a necessidade de se

aprender a aprender, que deve ser desenvolvida tanto pelos professores que pretendem

atuar nessa área quanto pelos alunos que desejam participar de cursos virtuais pela internet.

O primeiro ponto a se destacar é o fato que todos percebemos que não é possível se adotar,

na área de EAD, teorias de ensino e aprendizagem tradicionais. Conforme afirma Rocha

(2001):

Diante da grande diversidade tecnológica utilizada pelos alunos e professores que participam

desse contexto, tem-se cobrado uma nova postura pedagógica para fazer frente a esse novo

estilo de aprendizagem interativa, colaboracionista, mediado por tecnologias educacionais.

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Passamos a cobrar de nós mesmos uma nova postura pedagógica, almejando um

curso mediado por computador que promovesse o aprendizado de tópicos específicos

da língua portuguesa para aprimorar a redação e os conhecimentos gramaticais dos

alunos, sem a pretensão de comandar o ambiente on-line. Revimos as aulas,

elaboramos novas e avaliamos resultados obtidos até então. Constatamos que nesse

ambiente não é possível se posicionar na frente da sala de aula e fazer exposições

para uma audiência concentrada e que qualquer tentativa nesse sentido para um grupo

on-line promoverá a perda de sintonia e a dispersão. A postura do professor em cursos

dessa natureza deve ser encorajadora, para se promover a participação de todos, e

mediadora, para se manter a discussão focada nos tópicos efetivamente trabalhados.

O segundo ponto a considerar, relaciona-se ao gerenciamento do curso. Gerenciar um

curso via intemet passa a ser um novo desafio porque, ainda que a interação dos

membros do grupo encoraje os participantes de forma cooperativa, há ainda uma

enorme demanda de alunos que insistem em manter uma correspondência paralela

com o professor. É grande a quantidade de alunos que exige um atendimento exclusivo

para demandas que julgam serem individuais/pessoais e que, na verdade, na sua

grande maioria, são necessidades de natureza coletiva e que deveriam estar

disponíveis para o acesso de todo o grupo, com vistas à consolidação de um

conhecimento construído em conjunto.

O tipo particular de situação educativa exige do professor acompanhamento, análise,

avaliação do processo de aprendizagem ao longo do percurso das aulas para não

predominar a passividade de alguns dos integrantes do grupo que deixam de participar

das propostas de atividade e passam a colecionar aulas e a ser meros expectadores da

tela do computador. Verifica-se que estão presentes, mas não se dispõem a construir

conhecimento. É preciso criar condições para integrá-los ao grupo.

É certo que muitas pessoas ainda preferem ler informação em material impresso a ler

na tela do computador. Assim como muitas pessoas preferem escrever à mão a digitar

diretamente no teclado. O curso REDIGIR oferece essa possibilidade já que o aluno

tem o direito de imprimir as aulas virtuais. Essa vantagem deveria ser facilitadora do

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processo de aprendizagem já que "quanto mais próxima for a comunicação entre o

material impresso e o material virtual, mais facilidade e interesse têm demonstrado

nossos alunos" afirma Rocha. Entretanto, é comum que essa vantagem transforme-se

em uma dificuldade para o aluno que passa a colecionar aulas e deixa de estudar

enganando-se a si mesmo, acobertado pela distância do professor e do espaço físico

da sala de aula.

Os cursos a distância exigem do aluno tempo e organização. No caso do REDIGIR, é

preciso ter um horário destinado à leitura do texto-base e à execução das atividades

propostas. A vantagem é que cada participante reserva o dia da semana e a hora que

lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável porque há uma

sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Todos os participantes

devem estar cientes dessa exigência para levar o curso a bom termo.

Ainda segundo Dell´Isola (2006), foi observado que todos os participantes dos cursos,

incluindo o professor, passam por um processo de aprendizagem colaborativa,

conforme defende Paiva (2001) uma aprendizagem ao mesmo tempo individual e

coletiva que se dá por meio da interação e da negociação de sentidos com os outros e

com o material com o qual também interagem.

Nesse sentido, a mediação tecnológica tem efeito de inclusão dos participantes no

processo de uma aprendizagem mútua.

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UNIDADE 30

Objetivo: Apresentar as tendências de futuro em EAD nos aspectos organizacionais e recursos humanos.

Tendências da Educação On-line a Médio e Longo Prazo

É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na educação, contudo, é

mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será cada vez mais importante para

as pessoas, corporações, países, para o mundo como um todo. Com as tecnologias cada

vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e

as formas de ensinar e aprender também.

A educação será cada vez mais complexa, por que:

a sociedade vai tornando-se em todos os campos mais complexa, exigente e

necessitada de aprendizagem contínua. A educação acontecerá cada vez mais ao

longo da vida, de forma seguida, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e

em todas as atividades profissionais e sociais.

vai incorporando dimensões antes menos integradas ou visíveis como as

competências intelectuais, afetivas e éticas.

cada vez sai mais do espaço físico da sala de aula para ocupar muitos espaços

presenciais, virtuais e profissionais;

sai da figura do professor como centro da informação para incorporar novos papéis

como os de mediador, de facilitador, de gestor, de mobilizador.

sai do aluno individual para incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, de

que aprendemos também juntos, de que participamos de e contribuímos para uma

inteligência cada vez mais coletiva.

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As tecnologias na educação do futuro também se multiplicam e se integram; tornam-se mais

e mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes. Caminhamos para formas fáceis de vermo-

nos, ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos a qualquer momento, de qualquer lugar, a

custos progressivamente menores (embora altos para a maior parte da população).

Segundo Moran (2004), as modalidades de cursos serão extremamente variadas, flexíveis e

“customizadas”, isto é, adaptadas ao perfil e momento de cada aluno. Não se falará daqui a

dez ou quinze anos em cursos presenciais e cursos a distância. Os cursos serão

extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias, na

avaliação. Também não se falará de “e-learning”, mas de “learning” simplesmente, de

aprendizagem.

Acredito que prevalecerá o sistema modular: os alunos completarão créditos à medida que

forem concluindo os seus cursos e suas escolhas, completando determinado número de

horas, de atividades, de requisitos, obtendo diferentes níveis de reconhecimento ou

certificação com organizações acadêmicas e corporativas nacionais e internacionais.

Já em médio prazo, as organizações educacionais e empresariais precisam se preparar com

cuidado, porque as mudanças que vêm por aí são muito profundas. Embora sempre haja

uma margem de imprevisibilidade e erro nas previsões, algumas tendências parecem que se

consolidarão em médio prazo (dez anos).

Uma tendência é a da concentração das organizações educacionais em redes ou grupos

poderosos, em grandes blocos, frutos de parcerias, consórcios de alcance nacional e

também latino-americano. Impor-se-ão as que gozem de grande prestígio intelectual e

gerencial e capacidade de inovar. As grandes dominarão o mercado pela facilidade de

chegar, com tecnologias telemáticas multimídia, a qualquer local instantaneamente, com

apoio de redes parceiras regionais e locais.

Será cada vez mais importante a competência e a capacidade de produção de aulas e

atividades adaptadas a cada tipo de curso. Existem muitos recursos telemáticos e

audiovisuais que, integrados, potencializarão a infraestrutura tecnológica necessária para

atender a tão diversificada demanda. Os canais de televisão serão digitais e poderão dedicar

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muitos novos canais para o ensino. Os canais serão interativos como a Internet atual. Os

alunos poderão assistir a uma aula ao vivo, fazer atividades orientadas pelo professor,

apresentar os resultados ao vivo, cada um da sua casa.

Muitas organizações educacionais aumentaram muito o número de campi nestes últimos

anos. A tendência será de diminuição do espaço físico e aumento dos serviços virtuais.

Haverá menos investimento em prédios e mais em serviços conectados, com um equilíbrio

entre aulas presenciais, teleaulas com alguma interação e Internet para aprofundamento das

questões principais, fazer pesquisa, apresentar resultados, produções, fazer avaliações mais

personalizadas.

As pequenas organizações educacionais terão, provavelmente, dois caminhos:

1. Fazer parcerias com as grandes para atrair alunos locais e para realizar atividades

presenciais, principalmente de acompanhamento e avaliação;

2. Ou ainda, ser referência em determinadas áreas e ocupar nichos de mercado que se

voltam para públicos específicos.

O Professor do Futuro Próximo

Ainda segundo Moran (2004), o professor do futuro será alguém que pode estar vinculado a

uma organização predominantemente, mas não exclusivamente. Participará de inúmeros

momentos de cursos de outras organizações, de orientação de pesquisas em diferentes

lugares e níveis. Em qualquer lugar o professor poderá conectar-se com seus alunos, vê-los

e falar com eles. Haverá programas que facilitem a gestão de grupos grandes e de grupos

menores a distância. As conexões serão sem fio. Poderá entrar em contato com seus alunos

durante uma viagem de avião, na praia ou de outro país.

O professor terá multitarefas, orientará muitos grupos de alunos, dará consultoria a

empresas, treinamento e capacitações on-line, alternando esses momentos com aulas,

orientações de grupos, desenvolvimento de pesquisas com colegas de outras instituições. A

Ciência será cada vez mais compartilhada e desterritorializada. Os pesquisadores não

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precisam morar perto, o importante é que saibam trabalhar juntos, virtualmente; que saibam

cooperar a distância, que tenham espírito cooperativo mais do que competitivo.

Em determinadas áreas do conhecimento, como em exatas ou biológicas, onde os projetos

dependam de experimentação física, laboratorial, haverá maior necessidade de contato, de

trocar mais informações estando juntos, do que em outras áreas, como as de humanas, onde

a flexibilidade espaço-temporal será maior.

O professor terá que aprender a trabalhar em situações muito diferentes:

com poucos e muitos alunos;

com mais, ou menos, encontros presenciais;

com um processo personalizado (professor autor-gestor) ou mais despersonalizado

(separação entre o autor e o gestor de aprendizagem).

Quanto mais situações diferentes experimentar melhor estará preparado para vivenciar

diferentes papéis, metodologias, projetos pedagógicos, muitos ainda em fase de

experimentação.

É importante destacar que neste cenário quanto menor for a criança mais tempo

permanecerá junto às outras fisicamente para aprender a conviver, a interagir, a viver em

grupo. O acesso virtual nas crianças será complementar. Mas à medida que a criança for

crescendo, aumentará também o grau de virtualização audiovisual da aprendizagem. Na fase

adulta, o predomínio do audiovisual virtual será muito mais forte. Não deixaremos mais nosso

trabalho para estudar, a não ser em momentos iniciais para conhecermos o grupo e nos

finais para as avaliaçõpes finais do processo.

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Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua

SALA DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

Faça uma pesquisa sobre o e-learning. Aspectos positivos, negativos, tendências.

Faça uma pesquisa sobre o e-learning. Aspectos positivos, negativos, tendências.

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GLOSSÁRIO Achievement test (Teste de aquisição de competência) - Distinguir o sentido da palavra

'achievement' e a palavra 'attainment' Achievement refere-se ao que o aluno pode fazer ou

conseguir como resultado da aprendizagem.

Acquisition of knowledge (Aquisição de conhecimento) - Usa-se este termo em dois

contextos: aprendizagem pelo aluno do determinado conjunto de informações ( information );

análise dos conhecimentos usados por peritos na execução de uma determinada tarefa ( task

) como fase de planejamento instrucional (instructional design).

Adult education (Educação de adultos) - Pode referir-se simplesmente ao fator idade dos

alunos participantes, ou ao processo de ensino/ aprendizagem que deve ser desenvolvido

com adultos (veja andragogy ).

Advance organizer (Organizador prévio) - Introdução ao estudo do novo conteúdo pela

apresentação prévia de outro conteúdo (já conhecido) que possa ajudar o estudante

organizar sua abordagem e modo de pensamento. O termo foi inventado por David Ausubel

para descrever qualquer tentativa de criação de um elo de ligação entre o que se vai

aprender e a estrutura cognitiva do quem aprende. Um organizador prévio difere de uma

introdução (introduction) ou um sumário (summary) pelo fato de não apresentar o conteúdo

da atual lição, mas outro conteúdo analógico ou facilitador.

Advice (Conselho) - Na educação a distância, o sistema de apoio do aluno deve poder

fornecer conselhos.

Affective domain (Dominio afetivo) - Uma sub-categoria de aprendizagem que se refere à

formação de atitudes e hábitos.

Aid to learning (Apoio à aprendizagem) - Material de apoio (summary ou índex ) ou

atividades que apóiam a aprendizagem (veja 'concept map' como exemplo).

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Aid to teaching (Apoio ao ensino) - Geralmente significa apoio visual ou audiovisual usado

pelo professor. Na EAD pode significar o 'hardware' usado para comunicar determinado

conteúdo ao aluno.

Application of knowledge (Aplicação dos conhecimentos) - Significa a transferência da

aprendizagem da teoria para prática ( veja 'achievement')

Area of knowledge (Domínio de conhecimento) - Muitos autores definem 3 dominios:

cognitive; affective; psychomotor.

Assessment (Avaliação dos alunos) - A palavra portuguesa 'avaliação' tem pelo menos

dois sentidos: avaliação global de todos os aspectos de um sistema; avaliação dos alunos.

Veja 'program evaluation'.

Assignment (Tarefa, teste ou outra atividade de estudo ou avaliação) - Na EAD, significa

uma tarefa que deve ser entregue ao instituto ou escola para avaliação do progresso e para

receber feedback do tutor.

Assignment, computer-marked (Tarefa/teste com avaliação automática) - O teste é

submetido a uma verificação automática pelo computador. que gera a nota, atualiza o

cadastro do aluno e eventualmente pode até mandar um feedback ao aluno.

Assignment, tutor-marked ( Tarefa/teste avaliada pelo tutor) - O teste ou outro trabalho

será verifado pelo tutor e uma mensagem pessoal enviada ao aluno - a nota e outros

comentários.

Asynchronous communication (Comunicação assincrônica) - Processo de comunicação

em qual a mensagem emitida por uma pessoa é recebida e respondida mais tarde pelas

outras. Exemplos: curso por correspondência (correspondence course); correio eletrônico

(email); algumas teleconferências computadorizadas (computer conference). Contrastar com

comunicação sincrônica (synchronous communication)

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Attainment test (Teste de aprendizado) - Distinguir "attainment" e "achievement". Um teste

de aprendizado (attainment) mede os conhecimentos adquiridos, mas não a capacidade de

usá-los na prática.

Attrition (Desistência; evasão; abandono) - Na EAD esse critério é considerado de suma

importância, já que o aluno é livre para continuar seu estudo ou desistir.

Audioconference (Teleconferência que usa apenas o áudio) - Conferências, geralmente

por meio de comunicação telefônica ampliada, mas hoje podem ser veiculadas pela Internet,

etc. Geralmente, quando há mais que dois locais diferentes participando, as linhas

telefônicas são interligadas por uma "ponte" (bridge) que possibilita uma comunicação multi-

direcional (multi-way communication)

Audiolecture (Palestra gravada em áudio) - Refere-se a fitas que apresentam um conteúdo

de maneira linear e não interativa (contraste: audiotutorial).

Audiotutorial (Áudiotutorial) - Refere-se a uma técnica de tutoria interativa baseada em

fitas gravadas integradas com textos impressos. Forma de ensino individualizado que era

muito popular nos EUA nas décadas de '70 e '80.

Audiovisual (Áudiovisual) - O termo é usado em dois sentidos: materiais ou produtos que

contêm informação auditiva e visual; metodologias ou processos de ensino que utilizam os

dois sentidos de visão e audição.

Automated correction (Correção automatizda) - Provas corrigidas por computador ou por

uma simples chave de correção.

Autonomous learning (Estudo autônomo) - O controle do processo de estudo fica mais a

critério do aluno do que do sistema ou do professor.

Autonomous student (Estudante autonomo) - Estudante que dirige seu próprio processo

de aprendizagem.

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Autonomous study group (Grupo de estudo autônomo) - Grupo de estudo formado pelos

próprios alunos para facilitar o processo de aprendizagem e oferecer apoio mútuo (self-help

group).

Behaviorism (Behaviorismo; comportamentalismo) - Escola de psicologia que explica e

procura promover a aprendizagem como uma sequência de modificações incrementais no

comportamento do organismo, sob controle dos estímulos (stimulus) e reforços (reinforcer)

que atuam no seu ambiente. Foi a base teórica inicial para métodos de auto-instrução

programada (programmed instruction) nos anos 60 e, portanto, foi incorporada a muitos

sistemas de EAD "tradicional". Na década de 90, a maioria dos educadores tem desprezado

o behaviorismo como base principal de uma filosofia geral de ensino-aprendizagem e

favorecido outras filosofias, como o construtivismo (constructivism) e, também, a EAD

"moderna" por meio de redes de computadores (CMC) e teleconferências (teleconference).

Entretanto, os princípios de controle de comportamento descobertos pelos behavioristas

permanecem válidos para algumas categorias de aprendizagem.

Carrier (Provedor de serviços de comunicação) - Termo usado como sinônimo para

companhia de prestação de serviços de telecomunicação. Também usado para descrever o

sistema usado para prover os serviços de comunicação (ex: cabo, satélite).

Case study (Estudo de casos) - Na EAD "tradicional" (por correspondência) é difícil

implementar metodologias do tipo estudo de casos, por falta de um ambiente de

comunicação multidirecional (multi-way communication) necessáro para veicular a discussão.

Já na EAD "moderna", por meio de teleconferência (teleconference) ou CMC (Computer

Mediated Communication) torna-se muito mais fácil incorporar estudo de casos e outras

metodologias semelhantes.

Chat (Chat; discussão em grupo na rede) - Ambiente criado na rede de computadores

para conversas e discussões por grupos "virtuais" em tempo real (real time). É um exemplo

de comunicação sincrônica em redes ("synchronous communication").

Cognitive structure (Estrutura cognitiva) - Conjunto de conceitos e regras que uma

pessoa aplica para lidar com determinados tipos de problema ou para explicar ou entender

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determinados fenómenos. Na EAD moderna, através de meios eletrônicos de comunicação

interpessoal, torna-se mais fácil atender ao desenvolvimento de estruturas cognitivas

apropriadas.

Cognitive style (Estilo cognitivo) - Método usual ou preferido de pensamento e/ou

aprendizagem de um indivíduo.

Collaborative learning (Aprendizagem colaborativa) - Trabalho em grupos, dividindo as

tarefas de aprendizagem entre os membros, juntando os esforços individuais para o bem do

grupo. Contrastar com "cooperative learning"

Communication media (Meios (mídias) de comunicação) - Usado em dois sentidos: o

processo de comunicação de informações entre os alunos e professores (meios auditivos,

meios visuais, meios audiovisuais - ver áudiovisual); os sistemas/materiais específicos (text,

module, television, videocassette, audiocassette, radio, computer conference, Internet)

Communication technology (Tecnologia de comunicação) - Dois sentidos: o processo de

aplicação das ciências de comunicação à solução de problemas práticos de planejamento e

implementação de sistemas de comunicação; os novos sistemas de comunicação baseados

em telecomunicação e informática (ver telematics ).

Computer assisted learning (CAL) (Aprendizagem assistida ou apoiada por computador) - Usado às vezes como termo genérico que inclui todos os métodos de uso do

computador no ensino-aprendizagem. Alguns autores fazem questão de reservar este termo

para situações nas quais o aluno usa o computador como uma ferramenta de apoio.

Contrastar com tutoria por computador, ou 'computer assisted instruction (CAI)'.

Computer assisted instruction (CAI) (Instrução/tutoria assistida ou apoiada por

computador) - Uso do computador como 'máquina de ensino' para apresentar informações e

exercícios de forma dirigida e controlada. Contrastar com outras formas de uso do

computador na educação: simulação por computador (computer simulation); tele-

conferências (computer conferencing); outras formas de trabalho de grupos virtuais

(computer mediated communication - CMC); micro mundos (microworlds); etc.

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Computer based instruction (CBI) (Instrução baseada em computador) - Sinônimo para

computer assisted instruction (CAI).

Computer based training (CBT) (Treinamento baseado em computator ) - Aplicação do

computador no treinamento ou formação profissional. É quase sinônomo para 'Computer

Assisted Instruction (CAI)'.

Computer graphics (Computação gráfica) - Uso de redes de computadores como meio de

troca de idéias entre pessoas separadas por distância ou tempo.

Computer-managed instruction (CMI) (Administração do processo de ensino por

computador) - Uso do computador para gerenciar o processo de ensino-aprendizagem,

mantendo dados sobre o progresso de cada aluno e gerando relatórios para orientar os

tutores.

Computer-marked assignments (Tarefas de estudo avaliadas e corrigidas por

computador) - Pode ocorrer em EAD "tradicional" quando o tutor usa o computador para

processar os exercícios que os alunos entregam em material impresso. Na EAD "moderna"

ocorre quando o aluno entra em interação direta com o computador (ver: computer assisted

learning; comuter assisted instruction; computer managed instruction).

Computer Mediated Communication ( Comunicação Mediada por Computador (CMC)) -

Termo genérico para qualquer forma de comunicação por meio de computadores

interconectados em redes. Existem diversas variações: conferências sincrônicas (salas de

Chat, ambientes MUD e MOO); conferências assincrônicas como o correio eletrônico grupal

ou listserve; ambientes para discussão educacional, tais como CoSy ou PARTI e software

para colaboração (groupware) tais como LotusNotes.

Computer simulation (Simulação por computador) - Uso do computador como um

"laboratório", permitindo ao aluno estudar um processo ou fenômeno de maneira interativa.

Constructivism (Construtivismo) - Posição teórico-filosófica/teoria de aprendizagem, o

construtivismo considera a construção pelo aluno do seu próprio saber como o aspecto mais

importante do processo de ensino-aprendizagem. A visão construtivista de cognição não é

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uma situação nova, já que suas raízes filosóficas antecedem a moderna psicologia de

aprendizagem; mas está, hoje, recebendo maior atenção por parte dos educadores. Alguns

estudiosos do assunto (Fostnot,1991), por exemplo, mencionam que, enquanto a

epistemologia construtivista vem sendo bem entendida pelos educadores, suas implicações

para o ensino/design instrucional ainda não estão no mesmo patamar.

Continuing education (Educação continuada) - Sistemas educacionais que possibilitam a

atualização profissional contínua, ou desenvolvimento cultural e geral ao longo da vida (veja

"permanent education").

Continuous assessment (Avaliação contínua) - Sistema de acompanhamento e avaliação

do aprendizado baseado em medidas regulares e cumulativas ao longo do curso ou

processo.

Control, learner/user (Controle pelo estudante/usuário) - Em EAD, a característica do

curso ou material didático que permite ao usuário selecionar seu próprio conteúdo, rítmo de

estudo, método de aprendizagem etc.

Controlled reception (Recepção controlada) - Sentido genérico: participação individual e

independente em cursos ministrados a distância, mas com alguma forma de registro e

controle da participação e do rendimento.Sentido específico (Telecurso2000): modalidade de

recepção de teleaulas cuja audiência é feita em qualquer lugar em que haja um aparelho de

TV disponível, prevendo-se, contudo, a frequência ao centro controlador para

acompanhamento pelo orientador de aprendizagem em dia e horário previamente

combinados.

Conventional education (Educação convencional) - Muitos autores contrastam educação

a distância e educação convencional (ou seja, presencial). Na medida em que a educação a

distância vem se popularizando, esta distinção vem perdendo sua utilidade.

Conversation (Conversa; discussão) - Em EAD, é importante providenciar amplas

oportunidades para conversa entre os estudantes e tutores/orientadores. Ver: "guided

discussion"; "virtual classroom".

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Cooperative learning (Aprendizagem cooperativa) - Processo de aprendizagem em grupo.

Pode ter, ou não, as características de colaboração (veja "collaborative learning").

Correspondence course (Curso por correspondência) - Hoje em dia, esta forma de EAD

é frequentemente chamada de "tradicional". Entretanto, em alguns casos, cursos por

correspondência continuam sendo a melhor opção e, em muitos casos, os cursos

"modernos" na Internet não deixam de ser "por correspondência".

Correspondence tutorial (Tutoria por correspondência) - Troca de correspondência entre

o aluno e o tutor. Geralmente, o termo significa a troca de cartas pelo correio, em contraste

com outras formas eletrônicas ( veja "email").

Course design (Planejamento ou projeto do curso) - Concepção do curso: levantamento

das necessidades; definição dos objetivos; seleção dos conteúdos, dos métodos de ensino e

dos meios de apresentação; etc. Contrastar com "course development". Veja também

"instructional design".

Instructional material (Material didático; material de ensino)

A palavra "instruction" (instrução) é usada nos EUA de uma maneira muito mais geral do que

no Brasil (ou Inglaterra, Austrália, etc.) para significar "ensino" em todas as suas formas e

não apenas "instrução como fazer algo". Em outros paises da lingua inglesa costuma-se usar

o termo "teaching material".

Course of study; study plan (Plano de estudo) - Em EAD o plano de estudo pode ser um

instrumento importante voltado para a individualização do curso e adaptação do conteúdo

programático às necessidades de cada um dos participantes.

Course team (Equipe do curso) - Na EAD, especialmente na Open University da Inglaterra,

a equipe do curso inclui o pessoal docente (subject matter expert, SME), tecnólogos

educacionais (educational technologist, instructional design) e pessoal de produção de

material didático (message design; instructional development), que trabalham de maneira

colaborativa como uma equipe multidisciplinar

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Course tutor (Tutor de um curso) - Em EAD é um elemento de grande importância na

provisão de orientação e feedback aos participantes.

Cyberspace (Ciberespaço) - O mundo "virtual" no qual as pessoas interagem por meio de

redes de computadores. A palavra foi inventada por William Gibson no livro de ficção

científica "Neuromancer", mas hoje em dia já faz parte da linguagem coloquial, usado, por

exemplo, como sinônimo da Internet.

Designer (Planejador; projetista)- Em EAD é o responsável pela concepção do curso e

planejamento didático do mesmo.

Didactic material (Material didático) - Outras palavras, mais usadas em inglês, incluem

instructional material e teaching material .

Digital (Digital) - Qualquer dispositivo ou sistema que opera na base de lógica digital, ou

seja, o sistema binário de estados do sistema (ligado ou desligado; 1 ou 0). Na EAD, o

impacto da "revolução digital" de armazenamento e transmissão de toda forma de

informação por sistemas digitais ainda não foi sentida em sua plenitude. No futuro, várias

novas alternativas de EAD deverão aparecer como resultado dessa revolução.

Distance education (Educação a distância) - Existem diversas definições de EAD.

Algumas enfatizam o fator de distância geográfica entre professor e alunos. Outras enfatizam

o uso de tecnologias de comunicação. A mais abrangente inclui todas as formas de ensino-

aprendizagem nas quais os alunos e/ou os professores se comunicam de qualquer maneira

além de reuniões presenciais em sala de aula. Esta definição inclui casos tais como: alunos

espalhados geograficamente e estudando sozinhos por grande parte do tempo, mas

participando de reuniões de grupo regulares em centros de estudo ou telepostos (study

center; learning center), com ou sem a presença de um tutor ou facilitador; alunos e

professores morando no mesmo local e frequentando a mesma instituição de ensino

presencial, que por motivos de conveniência de horários e não problemas de distância

geográfica comunicam-se por meio de redes de computadores (Email).

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Distance education institution ( Instituição de educação a distância) - Escola,

universidade ou outra instituição educacional que utiliza EAD como sistema principal de

ensino-aprendizagem, em contraste a uma institução principalmente presencial que ás vezes

utiliza EAD para ministrar determinados cursos ou módulos de um curso.

Distance educator (Especialista em ensino a distância) - O termo pode ser usado para

descrever os estudiosos no assunto, ou professores e tutores que trabalham em sistemas de

EAD.

Distance learning (Aprendizagem a distância) - O processo de aprendizagem sem contato

pessoal regular com um professor ou com outros colegas em sala de aula presencial.

Distance teaching (Ensino a distância) - O processo de ensino sem contato pessoal

regular em regime presencial .

Drop out (Desistir/abandonar;desistência/abando-no) - Em EAD refere-se ao abandono

do curso pelo estudante. O índice "drop out rate" é considerado um fator muito importante em

cursos de EAD e, portanto, é frequentemente citado e cuidadosamente controlado.

Education, traditional /conventional ( Educação tradicional ou convencional ) - Em

EAD, geralmente quer dizer educação presencial. Ver "conventional education".

Education, recurrent (Educação continuada) - Ver também "permanent education".

Evaluation (Avaliação) - Ato/ação de estimativa do valor de uma coisa/sistema; processo

através do qual chegamos a um julgamento. Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, a

palavra é aplicada aos alunos e ao processo de medir o resultado do aluno. Na Inglaterra é

chamado de assessment.

Exercise, self-checking (Exercício de auto-correção) - Exercícios com gabaritos de

respostas fornecidos ao estudante, ou corrigidos automaticamente pelo computador.

Face-to-face teaching/learning ( Ensino/aprendizagem presencial) - Termo coloquial,

que, em sua versão inglesa, virou muito mais aceito como termo técnico do que o

equivalente "cara-a-cara" em português.

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Facilitator (Facilitador) - Orientador de aprendizagem. Geralmente usado quando o

processo de orientação é voltado para facilitar o processo de construção do conhecimento

pelos próprios alunos (ver "constructivism"). Em alguns sistemas de EAD, como, por

exemplo, o Telecurso 2000 (Ver Telecourse) é o responsável pela coordenação, orientação,

acompanhamento, controle e avaliação da prática pedagógica desenvolvida na telesala e no

centro controlador.

Failure rate (Índice de reprovação) - Em EAD, o índice de reprovação é muitas vezes

menos importante do que o índice de desistência ou "drop out rate".

FAQ (FAQ; Perguntas frequentes) - "Frequently Asked Questions". Sigla que já entrou na

gíria de quem trabalha com tecnologias avançadas, para descrever sistemas de ajuda e

apoio ao usuário em forma de arquivos ou listas de respostas às perguntas ou problemas

que ocorrem com maior frequência.

Feedback (Retroalimentação) - Termo técnico da cibernética (cybernetics) relacionado com

o auto-controle de um sistema pela análise dos resultados obtidos. Agora usado na EAD

para qualquer forma de fluxo de informações do tutor ao aluno, ou de um gabarito de

respostas pré-preparadas.

Field training (Trabalho de campo) - Em EAD, a incorporação de trabalho prático a ser

executado pelo estudante no próprio local onde mora ou trabalha.

Flexible learning (Aprendizagem flexível) - Quase um sinônimo para o termo Open

Learning. Outra versão deste termo é "flexistudy".

Flexible timetable (Horário flexível; cronograma flexível) - Dois sentidos: flexibilidade na

escolha dos horários de estudo pelo estudante, assim resolvendo conflitos entre o curso e

outros compromissos; flexibilidade na execução das tarefas do curso, assim permitindo que

cada estudante siga seu próprio ritmo de estudo e complete o curso quando for conveniente

Flexistudy (Estudo flexível) - Termo inventado para cursos que permitem ao usário seguir

horários e/ou cronogramas flexíveis (ver: flexible timetable; open learning)

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FTP (FTP) - Sigla para "File Transfer Protocol"- sistema de normas técnicas e o software

para a transferência de dados de um computador para outro. Um dos usos mais comuns de

redes como a Internet é a transferência de programas e aplicativos por meio de FTP.

Glossary (Glossário) - Materiais didáticos para EAD quase sempre contém glossários de

termos técnicos usados no texto principal. Em software educacional interativo, o glossário

pode ser parte da "interface" que permite a livre navegação pelo conteudo.

Group learning (Aprendizagem em grupo) - Em EAD "tradicional", aprendizagem em grupo

ocorre quando alunos que moram em um local formam um grupo autônomo de estudo (

autonomous study group; study group; self-help group) ou quando o sistema fornece tutores

ou orientadores locais que reúnem os alunos periodicamente (group tutorial) em centros de

estudo ou telesalas (study centre). Na EAD "moderna" utiliza-se também "grupos virtuais"

(virtual group).

Group tutorial (Tutorial em grupo) - Em sistemas de EAD que fornecem tutores locais, ou

telessalas, o tutor reúne os alunos periodicamente para uma aula presencial.

Groupware (Software para trabalho colaborativo) - Ambientes de trabalho implementados

em redes de computadores para permitir que grupos de pessoas trabalhem

colaborativamente a distância, no mesmo documento/projeto.

Guide (Orientar; orientador) - Em EAD: orientador de aprendizagem.

Home situation/ learning environment (Ambiente de estudo/ aprendizagem em casa ) -

As condições de estudo em casa (espaço físico, silêncio, material didático, tempo livre) que

influenciam na eficácia da EAD.

Hypermedia (Hipermídia) - Ambiente de informações apresentadas por meios múltiplos

(multimedia) e organizados em forma de rede capaz de ser navegada pelo usuário, como se

fosse um hipertexto (hypertext).

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Hypertext (Hipertexto) - Texto organizado em forma de rede de ítens ou módulos de

informação (node) interligados entre si (link) permitindo ao usuário "navegar" seguindo sua

própria sequência de estudo (user control). Ver também: hypermedia

Independent learner (Aprendiz autônomo ou independente ) - Estudante que está

dirigindo seu próprio programa de estudo, tanto em termos do conteúdo como em termos dos

métodos de estudo.

Independent study (Estudo autônomo ou independente) - Processo de estudo

independente, que nem sempre significa estudo individual. Pode ser em grupo independente

da direção do professor ou da instituição.

Individual tutorial (Tutorial individual) - Aula/orientação para um só aluno. Em EAD, esta

orientação pode ser dada assincronicamente, por meio de correio eletrônico. Ver também

"asynchronous communication".

Individualized learning (Aprendizagem individualizada) - Processo de adaptação do

conteúdo e dos métodos de ensino às necessidades e ao estílo de aprendizagem de cada

aluno.

Individualized teaching (Ensino individualizado) - Processo de ensino individual ou em

grupos pequenos, permitindo ao professor atender aos problemas/necessidades de

aprendizagem de cada aluno.

Information technology (Informática; tecnologia de informação) - Dois sentidos: o

processo de aplicação de ciências da informação na solução de problemas práticos de

planejamento, desenvolvimento e implementação de sistemas de processamento de

informação; o uso mais popular é como sinônimo para a informática (informatics; computer

science).

Innovation (Inovação) - Idéia ou prática que é percebida pelo indivíduo ou outra unidade de

adoção como nova. No que concerne ao comportamento humano, pouco importa se a idéia é

'objetivamente' nova. Sendo nova para o indivíduo, é uma inovação.

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Instruction (Instrução; ensino) - Nos EUA, este termo costuma ser usado no sentido

genérico de "ensino". Em alguns outros países, significa o processo de "ensino dirigido" ou

"instrução prática".

Instruction, programmed (Instrução programada) - Técnica de ensino em passos

pequenos, geralmente por meio de texto ou outro material didático "programado".

Instructional material (Material didático) - Ver também "educational material" e "teaching

material".

Instructional program (Programa instrucional) - Material auto-didático, elaborado segundo

os princípios de instrução programada. Ver "programmed instruction/ learning" e instruction,

programmed ".

Interaction (Interação) - A troca de informação entre os participantes do processo de

ensino/aprendizagem. Em EAD, existem várias formas de interação: (guidance; conversation;

guided conversation; feedback; feedforward; etc).

Interactive (Interativo) - Muitos tipos diferentes de materiais didáticos são chamados de

"interativos". Alguns deles são apenas interativos no sentido de oferecer pistas alternativas

de navegação (ver "feed-forward"). Outros são interativos no sentido de corrigir os erros do

aluno e oferecer novas explicações e oportunidades de prática (ver "feedback"). Ainda outros

são interativos no sentido de adaptação ao comportamento do aluno/usuário (ver

"simulation").

Interactivity (Interatividade) - A característica resultante da interligação de dois ou mais

sistemas, de forma que as ações de um resulta em reações do outro, que por sua vez resulta

em novas ações do primeiro e assim adiante. O grau, ou profundidade deste processo de

interação pode ser bastante diferente em sistemas diferentes (ver "interactive").

Inerdisciplinarity (Interdisciplinaridade) - Conexão entre várias disciplinas/conteúdos, em

vários níveis/dimensões. Pode referir-se à concepção geral do sistema ou ao aspecto ensino-

aprendizagem propriamente dito, ou ambos.

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Interface (Interface) - Ambiente de interação homem/máquina em qualquer sistema de

informática ou automação. O projeto de uma interface eficiente, fácil de manusear e amigável

(user-friendly) é um fator importante no planejamento de qualquer sistema de comunicação

não-presencial.

Mediated Learning (Aprendizagem através de meios) - Literalmente, o termo significa

"aprendizagem mediada". Trata-se de qualquer forma de aprendizagem que utiliza materiais

didáticos em vez de comunicação presencial com o professor como a fonte das informação

ou orientação.

Model answer; model solution (Resposta-modelo; gabarito de respostas) - Termo usado

especialmente para o gabarito de respostas "abertas" com as quais o estudante deve

comparar a sua própria resposta para identificar semelhanças e diferenças.

Moderator (Moderador) - Coordenador de encontro. Em EAD, o moderador é a pessoa que

orienta e controla as teleconferências.

Module (Módulo de estudo/aprendizagem) - Dois sentidos: um conjunto de materiais,

exercícios e atividades projetado para alcançar determinados objetivos de ensino-

aprendizagem (learning module); um texto auto-didático (self-instructional module).

Monitor - Dois sentidos: pessoa que acompanha, avalia e apóia o progresso do estudante

(quase-sinônimos: facilitator; tutor); um aparelho que recebe informação transmitida

eletronicamente e a apresenta visualmente (interface; output peripheral).

Multi-User Domain (Ambiente Multi-usuário (MUD)) - Tipo de ambiente criado em software

que permite interações entre diversos usuários. Ver MUD.

Multi-disciplinary team (Equipe multidisciplinar) - No contexto de EAD, o

desenvolvimento dos currículos, cursos e, especialmente, dos materiais didáticos costuma

ser executado por uma equipe multidisciplinar, composta de especialistas em conteúdo

(subject matter expert; SME), especialistas em elaboração de diversos meios/materiais de

comunicação (message design; media specialist) e especialistas em planejamento e

avaliação do processo de aprendizagem (curriculum design; instructional design). A Open

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University da Inglaterra era pioneira na aplicação sistemática dessa abordagem. Grande

parte do sucesso desta instituição de EAD pode ser atribuida à qualidade superior dos

materiais didáticos e esta qualidade, por sua vez, é atribuida ao trabalho em equipes

multidisciplinares (Romiszowski, A. J. 1981. "Designing Instructional Systems").

Network (Rede) - Em EAD existem diversos sentidos importantes: a rede de contatos

pessoais e interpessoais entre os participantes de um curso (mesmo a distância) que

permitem a formação de grupos de estudo e apoio mútuo de aprendizagem (autonomous

study group, study group, self-help group); a rede física de comunicação entre os

participantes, que pode ser uma combinação de várias redes (telefônica, LAN, WAN,

Internet); a rede de informações estruturadas e interligadas organizada na forma de

hipertexto ou hipermídia (hypertext; hypermedia) ou de material auto-didático que permite a

seleção livre e inteligente das partes relevantes para o estudo (information map, information

mapping, functional block); a rede de conceitos e princípios que determinado aluno construiu

na sua mente sobre uma área de estudo, ou seja, a rede semântica (semantic network),

estrutura cognitiva (cognitive structure), ou rede conceitual (conceptual network) criada na

mente do aluno como resultado de estudo.

Pace; pacing (Rítmo de estudo) - Em EAD, o rítmo de estudo pode ser sob controle do

próprio estudante (ensino individualizado baseado em módulos impressos ou software

multimídia) ou do sistema ( telecurso composto de uma série de transmissoes semanais de

TV).

Part-time Study (Estudo em tempo Parcial) - Uma grande vantagem de sistemas de EAD é

que eles permitem o estudo em tempo parcial.

Printed Material (Material Impresso) - Apesar de todas as novas tecnologias e todas as

formas de comunicação audiovisual e software educacional, o material impresso continua

sendo um componente importante na maioria de sistemas de EAD.

Programmed Learning (Aprendizagem Programada) - Na Inglaterra, o termo programmed

learning sempre foi preferido ao termo “programmed instruction” usado pelos norte-

americanos. Os ingleses costumavam interpretar o conceito de maneira mais eclética e

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menos baseada em princípios de behaviorismo (behaviorism), incluindo no seu conceito de

aprendizagem programada muitas metodologias de aprendizagem por descoberta (discovery

learning) e técnicas de ensino-aprendizagem experiencial (experiential learning).

Programmed Instruction (Instrução Programada) - Técnica de ensino em passos

pequenos, geralmente por meio de texto ou outro material didático “programado”. Ver

também programmed learning; instructional program.

Real Time (Tempo real) - Termo usado na informática para sistemas que reagem

imediatamente às intervenções do usuário. Na EAD o termo descreve sistemas de

teleconferência que permitem comunicação sincrônica (synchronous communication) entre

diversas pessoas.

Satellite (Satélite) - Dois sentidos usados em EAD: o sentido mais conhecido é uma estação

no espaço que recebe e retransmite dados, conversas telefônicas e programas educativos: o

sentido menos conhecido é uma instituição para-escolar vinculada a uma instituição central

de ensino, que atua como um local de estudo a distância. Alguns exemplos: o "Telecurso

2000" reúne milhares de telessalas espalhadas por todo Brasil, como se fossem satélites,

fornecendo materiais e programas educativos de um ponto central; na Indonésia, grande

parte do sistema de ensino secundário ocorre por meio de um sistema "SMP Terbuka", que

multiplica o impacto das escolas convencionais existentes pela vinculação de entre 5 e 20

centros de estudo "satélites" localizados nas áreas rurais ao redor de uma escola, onde os

alunos estudam diariamente, a distância, por meio de materiais impressos e áudiovisuais,

visitando a escola central entre duas e quatro vezes por mês nos fins da semana.

Self-study module (Texto auto-didático) - Texto que incorpora exercícios de auto-

avaliação e outros recursos projetados para substituir o professor ou tutor no processo de

ensino-aprendizagem (ver: programmed instruction; self-instructional materials).

Software (Software; programas; material didático) - O termo surgiu como gíria no

contexto da informática. Já que os equipamentos (computadores e periféricos) ganharam o

apelido de "ferragens" ("hardware"), os programas que rodam dentro das máquinas

chegaram a ser chamados de "software" (jogo de palavras: hard/soft = duro/mole). Na

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educação, e especialmente em EAD, os dois termos foram adotados para distinguir os meios

de comunicação e as mensagens por eles transmitidos (medium; message). Nos últimos

anos, com o crescente uso da informática na educação, houve muita confusão entre os dois

sentidos da palavra "software". Como resultado, surgiram novos termos, como "software

educativo" e "courseware".

Stimulus (Estímulo) - Termo técnico da teoria behaviorista (behaviorism) que procura

explicar a aprendizagem como formação de sequências complexas de estímulos e respostas

(response).

Stimulus Material (Material didático) - Termo frequentemente usado como sinônimo para

material didático. É o material que estimula o estudante a fazer o esforço necessário para

aprender e fornece os exercícios e as atividades que oferecem as oportunidades de prática e

avaliação.

Study Center (Centro de estudo; teleposto; tele-sala) - Em EAD, um local onde os alunos

podem encontrar apoio, seja pelo estudo de material suplementar (ver: learning center), seja

pelo estudo em grupo (group learning). Contrastar com learning center.

Teleconference (Teleconferência) - Termo genérico para toda e qualquer forma de

comunicação em tempo real entre pessoas distantes. Inclui teleconferências auditivas por

telefone, teleconferências audiográficas; vídeoconferências e conferencias por meio de

computador.

Telecourse(Telecurso) - Curso ministrado principalmente pelo sistema de teleducação (tele-

education). No passado, muitos telecursos usavam apenas as transmissões de programas

de TV ou rádio, com material de leitura suplementar. Hoje em dia, a maioria de sistemas que

oferecem telecursos de boa qualidade procuram incorporar meios que possibiltam um certo

grau de interatividade (interactivity) entre os alunose o o professor ou tutor.

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Tele-education (Teleducação; educação a distância) - Termo utilizado como educação a

distância, especialmente sistemas de EAD que utilizam a televisão ou rádio como os

principais meios de comunicação do conteúdo do curso (veja: telecourse).

Telematics (Telemática) - A fusão das tecnologias de telecomunicação com os mais

modernos avanços de informática.

Telephone Conference (Conferência telefônica) - A forma mais antiga e mais acessível de

tele-conferência.

Telephone Tutorial (Tutoria por telefone) - Alguns sistemas de EAD fornecem um serviço

formal de tira-dúvidas por meio de conversas telefônicas individuais ou em grupos pequenos.

Teletext (Teletexto) - Sistema de apresentação de telas ou "páginas" de texto pelo meio da

televisão.

Television Program (Programa de televisão) - Ver também "television broadcast";

"educational television".

TELNET (TELNET) - Protocolo para acesso a um computador remoto de outro computador

ou terminal.

Tutor (Tutor) - O tutor é um elemento importante em muitos sistemas de EAD, sendo o

principal responsável pelo processo de acompanhamento e controle do ensino-

aprendizagem.

Tutorial (Tutorial) - Evento interativo que envolve o fornecimento de feedback ao aluno

sobre as tarefas e atividades já executadas e orientação das tarefas a serem executadas.

User Control (Controle pelo usuário) - Em EAD, a característica do curso ou material

didático que permite ao usuário selecionar seu próprio conteúdo, rítmo de estudo, método de

aprendizagem etc.

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User-friendly (Amigável ao usuário) - Característica importante de qualquer sistema que

pretende ser utilizado por pessoal não-técnico. Esta característica é de suma importância em

sistemas de educação a distância que utilizam as novas tecnologias de comunicação.

Validation (Validação) - Algum tipo de testagem para verificar se o material didático, o curso

ou o programa como um todo tem sido bem sucedido. Pode se dar de várias maneiras, de

acordo com realidades e objetivos.

Videoconference (Vídeoconferência) - Conferência que reúne pessoas separadas pela

distância e oferece a possibilidade de comunicação audiovisual. As possíveis variações:

comunicação visual unidirecional do estúdio para todos os participantes e comunicação áudio

bi-direcional entre os participantes e o estúdio; comunicação visual unidirecional do estúdio

para todos os participantes e comunicação áudio multi-direcional entre todos os

participantes; comunicação visual multi-direcional entre todos os participantes (ver as

definições de: multi-way communication; two-way communication; one-way communication).

Virtual Classroom (Sala de aula virtual) - Um ambiente de comunicação a distância que

simula uma sala de aula convencional em relação às possibilidades de comunicação e

interação entre os participantes.

Virtual Group (Grupo virtual) - Um grupo de estudantes, separados por distância e/ou

tempo que trabalham como se fosse um grupo presencial por meio de teleconferências ou

redes de computadores (teleconference; computer mediated communication).

Virtual Laboratory (Laboratório virtual) - Software educacional (courseware) que simula

experiências normalmente praticadas em laboratórios ou oficinas (computer simulation),

permitindo ao aluno controlar as variáveis e fazer as medidas necessárias para compreensão

dos fenômenos ou princípios exemplificados pela experiência.

Virtual Library (Biblioteca virtual) - Um acervo de textos e outras mídias acessíveis pela

Internet ou outras redes.

Virtual Reality (Realidade virtual) - Software de simulação de ambientes para permitir ao

usuário interagir com os objetos ali encontrados como se realmente estivesse dentro do

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ambiente simulado. Também a área da informática que estuda a criação e utilização de tais

ambientes simulados.

Virtual University (Universidade virtual) - Uma instituição de ensino superior que visa

funcionar exatamente como se espera de uma universidade convencional, mas pelas

técnicas de comunicação e educação a distância.

Wireless (Sem fio) - Transmissão via ondas de rádio ou satélite, sem a necessidade de

conexão física por meio de cabos. Provavelmente será usada em redes de computadores do

futuro, permitindo maior flexibilidade de uso e abrindo novas oportunidades para EAD por

meio de telecomunicações.

World-Wide Web (Rede mundial; WWW) - Ambiente estruturado em forma de um enorme

hipertexto (hypertext) que é o ambiente mais usado na Internet. A estruturação de WWW e

as normas (protocol) e metodologias (HTML) de preparação de documentos para serem

acessíveis e navegáveis pelas ferramentas de busca (browser) disponíveis na Internet foram

desenvolvidas originalmente para uso interno dos pesquisadores do CERN (Centro Europeu

de Pesquisa Nuclear) e depois adotados como padrão internacional.

Xerography (Xerografia) - Processo de fotocopiagem que revolucionou o mundo de

documentos impressos. Em EAD, o impacto principal dessa tecnologia foi: a possibilidade de

produção econômica de cópias de material didático impresso em pequenas quantidades; o

custo/efetividade ("cost/effectiveness") da utilização de ensino por correspondência com

pequenas clientelas; a possibilidade de revisão técnica e pedagógica do material didático

com maior freqüência.

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