introdução à realidade ambiental atual

8/15/2019 Introdução à Realidade Ambiental Atual

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Capítulo 1.

Introdução à realidade ambiental atual

Desenvolvimento Econômico

Fundamentos do desenvolvimento econômico atual e o neoliberalismo

Vivemos hoje em uma realidade maximizada em termos econômicos, produtivos e

industriais. A humanidade, principalmente a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, assumiu

um ritmo de desenvolvimento econômico, produtivo e tecnológico at ent!o jamais visto.

A guerra foi respons"vel por grandes mudan#as nos cen"rios econômico, tecnológico,

social, pol$tico e geogr"fico em todo o mundo. %ertamente, o maior advento decorrente da vitória

dos Aliados so&re o 'ixo ( al m, claro, do fim do próprio conflito ( foi o esta&elecimento das

tens)es diplom"ticas e militares entre duas das na#)es vitoriosas* +s 'stados nidos da Am rica e

a ni!o das -ep &licas Socialistas Sovi ticas ( -SS.+ enraizado clima de disputa e &usca por supera#!o durante a Guerra /ria fez com 0ue

am&as as na#)es liderassem &locos econômicos distintos ( o capitalista e o socialista ( e

provocassem extraordin"rio crescimento econômico. %ada 0ual &uscava demonstrar ao mundo sua

supremacia em todos os sentidos, o&jetivando fixar sua hegemonia nas mais diversas "reas, da

militar 1 esportiva, passando pela econômica, m dica, diplom"tica e cient$fica, dentre outras.2uest)es relacionadas 1 preocupa#!o am&iental eram praticamente ignoradas. + 0ue se

&uscava era a constante supera#!o do opositor.

m exemplo da irresponsa&ilidade e despreocupa#!o de am&os os lados para com a




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humanidade e, de forma mais espec$fica, com o meio am&iente, foi a 34sar 5om&6, maior &om&a

nuclear j" testada, com um poder de destrui#!o entre 7.899 a :.999 vezes maior 0ue a &om&a

lan#ada so&re ;iroshima.+ artefato nuclear foi lan#ado no extremo norte do glo&o, em


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informa#)es apelativas e muitas vezes falsas &uscando incentivar e inserir na consci@ncia de cada

um a necessidade pelo consumo deli&erado.

A li&erdade de mercado e a livre concorr@ncia, aliadas aos avan#os na comunica#!o e nam$dia, cada dia mais fazem o uso da pu&licidade e de seus recursos para desenvolver e afirmar no

meio social a cultura do consumo.

As pessoas s!o induzidas a ad0uirir cada vez mais produtos de vida til curta, descart"veis,

sem possi&ilidades reais de concerto ou repara#!o. Assim, a demanda sempre estar" em alta.

H!o se compra por necessidade, mas por desejo. A ind stria e o com rcio mundiais n!o

mais oferecem um produto em si, mas sim uma marca, geralmente associada a algum valor social*

+ status ou determinado sentimento agregado ao item em 0uest!o.

m automóvel n!o mais vendido como um meio de transporte, mas sim como algo 0ue

render" a seu dono in meros olhares de admira#!o por onde ele passar. m refrigerante n!o mais

como uma &e&ida, mas sim como algo essencial e indispens"vel ao sucesso e popularidade de uma

comemora#!o ou festa. Irodutos de higiene masculina s!o apresentados como algo 0ue

proporciona o flerte.

A ind stria do consumo relega ao meio am&iente uma imensa carga, imposs$vel, em pouco

tempo, de se suportar, pois al m dos danos provenientes da explora#!o irrespons"vel de recursosnaturais h" tam& m o descarte incorreto de res$duos, tornando ainda pior a 0ualidade am&iental,

proporcionando o desi0uil$&rio ecológico.

A popula#!o dos 'stados nidos e0uivale a aproximadamente J da popula#!o mundial,

todavia consome B9J dos recursos dispon$veis. Assim, se o mundo todo ostentasse os mesmos

n$veis de consumo e vida, seriam necess"rios hoje K planetas, ou seja, < planeta para cada <&ilh!o de ha&itantes.




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4a&ela


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A cultura da exploração corporativa do terceiro mundo

A cultura do consumo esta&eleceu um ciclo vicioso de a0uisi#!o, uso, descarte e novaa0uisi#!o, respons"vel pelo crescimento de economias corporativas de forma proporcionalmente

inversa 1 0ualidade am&iental no mundo, ou seja, 0uanto maior s!o os lucros e ganhos das

empresas produtoras de &ens de consumo, menor a 0ualidade e o e0uil$&rio dos recursos naturais.

%om os processos de glo&aliza#!o e a&ertura econômica 0ue ocorreram ( e ainda ocorrem

( praticamente ao redor de todo o mundo, desenvolveuFse tam& m certa cultura corporativa de

explora#!o irrespons"vel de recursos, tanto am&ientais 0uanto humanos, dos pa$ses menos

desenvolvidos, de economias e indiv$duos mais vulner"veis.

A instala#!o de filiais e par0ues industriais em pa$ses su&desenvolvidos ou ainda em

desenvolvimento marcada, na grande maioria dos casos, por a#)es totalmente irrespons"veis de

um grande n mero de corpora#)es, as 0uais movem praticamente todas as suas atividades 3sujas6

( poluidoras ( para tais localidades, deixando em seu pa$s de origem apenas ( ou a maioria das (

atividades administrativas e consideradas 3limpas6.

'stas na#)es ( severamente afetadas pelas conse0u@ncias da produ#!o am&ientalmente

invi"vel ( se tornam economicamente dependentes de tais corpora#)es. Apesar das pol$ticas deexplora#!o am&iental e humana n!o condizentes com o exigido, esperado e considerado digno,

s!o estas empresas as detentoras das poucas ou nicas oportunidades de emprego e renda nas

regi)es em 0ue se instalam.

'ssa depend@ncia social e econômica aliena governos a uma atua#!o marcada pelo descaso

frente a muitas a#)es irrespons"veis de tais organiza#)es, uma vez 0ue a depend@ncia e omonopólio das oportunidades implicam no esta&elecimento de uma ditadura corporativa,

&asicamente com o seguinte discurso* 3Ou nossa vontade é integralmente atendida/levada em

conta, ou partimos pra outra região ou país... 6, o 0ue, se concretizado, geraria uma grande lacuna




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sócioFeconômica, tornando o governo incapaz de preench@Fla a curto prazo com emprego, renda e

0ualidade de vida. Assim, a 0ualidade am&iental praticamente ignorada, pessoas s!o su&metidas

a condi#)es desumanas de tra&alho, etc.Ha %hina, por exemplo, o ramo industrial apresenta alta taxa de rotatividade pessoal Ltroca

de funcion"rios em virtude de doen#as causadas pelo excesso de tra&alho. 'm muitas

empresas do Eeste Asi"tico s!o preocupantes os n meros de suic$dios entre os tra&alhadores.

%in0uenta das 99 maiores companhias do mundo cotadas na &olsa s!o respons"veis por

li&erar na atmosfera 0uase K J das emiss)es de gases de efeito estufa de todo o planeta, segundo

a %ar&on isclosure Iroject7 L% I , uma organiza#!o independente especializada no reporte

clim"tico corporativo.

4a&ela :* Autoria própria.

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eio Ambiente

As preocupaç!es ambientais no mundo

As primeiras expressivas manifesta#)es internacionais preocupadas com o futuro da

0ualidade am&iental do planeta foram apresentadas em


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e o mais importante ser so&re o planeta, o 0ual deveria explor"Flo e domin"Flo a 0ual0uer custo.

Ho evento foram apresentadas diversas preocupa#)es acerca da 0ualidade futura do meio

am&iente, principalmente por pa$ses desenvolvidos, os 0uais defenderam energicamente o in$cioimediato de medidas efetivas o&jetivando a altera#!o tanto da realidade atual 0uanto da0uela

futura 0ue preocupantemente se apresentava.

A vis!o apresentada inicialmente no congresso cogitava at mesmo a ado#!o do

desenvolvimento zero a partir de ent!o, encontrando tal proposta grande resist@ncia, sendo

criticada por grande parte dos pa$ses participantes, uma vez 0ue, estando estes ainda em processo

de desenvolvimento, defendiam o direito ao progresso e crescimento econômico.

+ evento contou com representantes de


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am&iente e o uso respons"vel de recursos naturais.

Apesar de tal evolu#!o, seus resultados pr"ticos foram m$nimos, uma vez 0ue a produ#!o, a

explora#!o am&iental e o consumo cresceram imensamente, causando a continua degrada#!o domeio am&iente e conse0uentes viola#)es da legisla#!o am&iental, ora pela aposta na inefici@ncia

punitiva do 'stado, ora pela cren#a em ser a afronta legal um risco inerente 1 atividade lucrativa.

Pnfelizmente pe0uenas melhorias ocorridas ao longo dos anos rapidamente s!o anuladas

pelo agigantamento de viola#)es degradantes ao meio am&iente.

A partir de 'stocolmo (


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1""# ( Irotocolo de 2uioto* m tratado assinado entre pa$ses com o o&jetivo de reduzir a

emiss!o de gases causadores do efeito estufa a m dio prazo, tendo entrado em vigor a partir de799 , com a ades!o da - ssia, totalizando assim na#)es signat"rias correspondentes a J das

emiss)es mundiais.

%))% ( -io Q


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petróleo continua sendo o meio energ tico com maior demanda e principal fonte do

desenvolvimento. 4rataFse de um recurso finito e 0ue a cada dia menos se tem.

Apesar de muito se falar so&re meios energ ticos alternativos e renov"veis, o petróleo

continua sendo a for#a motriz da economia mundial. Sem ele, hoje, o mundo praticamente

estagnaria.

A po&reza outro fator 0ue gera um ciclo degenerativo frente ao meio am&iente. ma

sociedade com alto $ndice de po&reza polu$ e danifica mais e, conse0uentemente, tornaFse maispo&re e com menos recursos para sua saud"vel 0ualidade de vida.

Segundo a +H , por meio do -elatório de esenvolvimento ;umano 79


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elementos, como os nutrientes contidos no solo 0ue a cada 0ueimada s!o reduzidos

drasticamente.

4a&ela B* Autoria própria.

A "gua contida no planeta sempre esteve presente na mesma 0uantidadeT a 0uest!o 0ue

o mesmo n!o ocorre com a "gua pot"vel, garantidora da so&reviv@ncia humana. Se atualmente o

petróleo, fonte energ tica, o&jeto de disputa pol$tica, econômica e at mesmo & lica, o 0ue

acontecer" com a "gua, elemento sem o 0ual n!o h" vidaU

Apenas 7J da "gua do planeta doce, sendo 0ue 89J deste valor est" no su&solo e nos

polos. %erca de K9J da "gua consumida mundialmente, incluindo a desviada dos rios e a&om&eada do su&solo, utilizada para irriga#!o. Aproximadamente 79J destinaFse 1 ind stria e


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a0u$feros.

iariamente, o n mero de pessoas viventes no mundo cresce. + mesmo n!o ocorre com a

oferta de alimentos, o acesso a hospitais, escolas, etc. ;" ainda, por motivos culturais, ticos ereligiosos, determinados 3ta&us6 esta&elecidos no 0ue diz respeito ao controle de natalidade, o

0ue cola&ora efetivamente 1 majora#!o populacional.

4a&ela * Autoria própria.

+ crescimento populacional est" intimamente ligado 1s possi&ilidades de renda e aos

n$veis de po&reza da popula#!o. + acesso a oportunidades garantidoras de uma vida 0ualificada,

com possi&ilidades de acesso a servi#os de saneamento &"sico, sa de gratuita, educa#!o e

alimenta#!o ade0uada, exerce fundamental altera#!o na taxa de natalidade.




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o ponto de vista pragm"tico o grande pro&lema futuro do crescimento populacional

frente ao meio am&iente ser" a falta de alimentos e recursos naturais, a 0ual ser" ocasionada pela

m" distri&ui#!o e por um sistema de acesso deficiente, culminando em pessoas com acesso amuito e outras com acesso a nada, a exemplo do 0ue j" ocorre, em uma escala menor.

+ lixo outro grande pro&lema. Has cidades &rasileiras a maioria dos lix)es a 3c u

a&erto6. 'm termos de reaproveitamento e reciclagem de mat riaFprima, o alum$nio o 0ue

representa os melhores resultados no 5rasil, com &ons, por m ainda n!o satisfatórios $ndices de

reaproveitamento. + mundo produz muito lixo. 4udo 0ue seja descartado pelo homem como n!o

sendo proveitoso lixo. %omo a maioria da popula#!o &rasileira vive nas cidades, a destina#!o

ade0uada do lixo se torna um dos maiores pro&lemas am&ientais ur&anos da atualidade.

Saneamento &"sico tam& m fator determinante 0ue incide diretamente na vida humana

e na 0ualidade do meio am&iente. Ho 5rasil, de acordo com a organiza#!o 4rata 5rasil, nem


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+utro ponto a ser tocado o desperd$cio. A cultura popular &rasileira, independente de

classe social, a&orda o desperd$cio com certa normalidade, tratandoFo como decorr@ncia do

consumo. + desperd$cio de "gua no 5rasil come#a antes mesmo desta chegar 1s instala#)es f$sicasdo consumidor final. 'm m dia :KJ se perde entre a esta#!o de tratamento e o hidrômetro de

cada casa, totalizando um preju$zo anual de -W N &ilh)es de reais, segundo o Pnstituto 4rata 5rasilB.

+ desperd$cio uma constante presente em todos os n$veis da sociedade e, em muitos

casos, em&asado por fatores culturais 0ue, apesar de suas caracter$sticas tradicionais, devem ser

modificados tendo em vista o &em comum. %omo se n!o &astasse, o desperd$cio, 0uando aliado 1

m" distri&ui#!o, causa pro&lemas ainda maiores.

4a&ela =* Autoria própria.

Maiores informações www.trata!rasil.org.!r .


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+ mundo, de acordo com a +H , consome cerca de B9J al m do limite de reposi#!o

am&iental do planeta sendo 0ue, a cada ano, este consumo aumenta em 7, J. A sociedade atingiu

patamares de consumo e degrada#!o am&iental 0ue nem mesmo a natureza consegue suportar.-elatórios da mesma organiza#!o apontam 0ue N J da produ#!o e do consumo no mundo est!o

localizados nos pa$ses industrializados, os 0uais possuem apenas


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+utro tipo de polui#!o pouco difundida a visual. 'sta tam& m contri&u$ 1 deteriora#!o da

sa de humana por meio de an ncios, placas, avisos, etc, sendo respons"vel, por exemplo, pelo

aumento do estresse nas pessoas. A realidade am&iental no mundo como um todo cr$tica. %ada regi!o do glo&o possu$ seus

pro&lemas am&ientais 0ue, dado o dinamismo das rela#)es &ióticas e a&ióticas e a integra#!o dos

ecossistemas e da vida como um todo, se apresentam como pro&lemas glo&ais e se encontram

intimamente interligados.

iariamente a demanda por recursos naturais cresce. A expans!o da economia mundial de

forma irrespons"vel, aliada ao crescimento populacional desenfreado, traduzFse em s rias

amea#as ao meio am&iente e conse0uentemente 1 humanidade. 'n0uanto a demanda cresce, a

distri&ui#!o de recursos se torna cada dia mais inade0uada e desigual, privando muitos do &"sico e

necess"rio.

+ clima, o solo, as florestas, a flora, a fauna, as "guas, dentre outros elementos, s!o

constantemente o&jetos de discuss!o em eventos por todo o mundo, promovidos ora por

organiza#)es internacionais, ora por governos e at mesmo entidades privadas, &uscando chegar a

denominadores comuns e meios vi"veis de ajustamento de conduta para evitar 0ue uma crise

am&iental sem precedentes se instaure.4odavia, na grande maioria dos casos, os resultados se0uer chegam a tocar os patamares

necess"rios 1 redu#!o dos danos ao meio am&iente ou 1 melhoria da 0ualidade am&iental atual.

Algumas metas jamais s!o atingidas. 2uando alguns pa$ses, tidos como grandes poluidores,

firmam determinados acordos am&ientais internacionais, tais acordos s!o relegados a um patamar

secund"rio e at mesmo terci"rio dentro de suas pol$ticas econômicas e sociais.


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