introduÇÃo À filologia romÂnica

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INTRODUÇÃO À FILOLOGIA ROMÂNICA Nos séculos V e IV a. c., o termo filólogo apresenta a acepção de amigo da palavra, isto é, aquele que gosta de falar ou ouvir a palavra. A maioria dos autores associa essa característica ao gosto pelo estudo, ao aprendizado (como o que se vê em Cícero) ou ainda, culto, refinado, sábio (como se pode ver em Aristóteles). O filósofo Sêneca traça bem o perfil do gramático e do filólogo; o gramático se preocupa com problemas específicos de língua e de literatura, como expressões típicas, arcaísmos, influências literárias. O filólogo apresenta análises, deduções, inter-relacionamento de fatos, conhecimento dos livros de história. Com Eratóstenes de Cirene (275-194 a.c), filólogo é sinônimo de sábio, pessoa de vasta cultura e conhecimentos em todos os ramos. Tratava-se, portanto, de uma espécie de título. A Interferência do Cristianismo: o termo filólogo sai de cena Quando o cristianismo se impõe, começa a rarear a ocorrência do termo. Não é encontrado em Santo Agostinho, por exemplo. Tudo indica que o termo filólogo deixou de ser corrente a partir do século VI no Ocidente. A nova mentalidade cristã levou os estudiosos a outra visão do mundo, a outra mentalidade dominada sobretudo por problemas religiosos; tentava-se suprimir tudo o que não se pudesse cristianizar. Também a cultura greco- latina passou por esse crivo; textos clássicos eram copiados por necessidade didática, servindo de modelo estilístico no aprendizado do latim. Com os primeiros indícios do Renascimento, na segunda metade do século XIV, volta-se a estudar novamente os clássicos na Itália e, depois, em toda a Europa. Reaparecem, assim, os filólogos e fixa-se, com eles, a concepção moderna da filologia como a ciência do significado dos textos e, em sentido mais amplo, como a pesquisa científica do desenvolvimento e das características de um povo ou de uma cultura com base em sua língua ou em sua literatura. Nos séculos XV e XVI, as línguas nacionais se firmam e surgem gramáticas de todas elas, bem como dicionários e manuais. A grande preocupação é a origem das línguas, embora os primeiros estudos não tenham base científica nem filológica; assim, sob influência da Bíblia, alguns autores consideravam o hebraico como a língua primitiva. • Nessa época, ainda não se tinha descoberto o indo- europeu.

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INTRODUÇÃO À FILOLOGIA ROMÂNICA

Nos séculos V e IV a. c., o termo filólogo apresenta a acepção de amigo da palavra, isto é, aquele que gosta de falar ou ouvir a palavra. A maioria dos autores associa essa característica ao gosto pelo estudo, ao aprendizado (como o que se vê em Cícero) ou ainda, culto, refinado, sábio (como se pode ver em Aristóteles).

O filósofo Sêneca traça bem o perfil do gramático e do filólogo; o gramático se preocupa com problemas específicos de língua e de literatura, como expressões típicas, arcaísmos, influências literárias. O filólogo apresenta análises, deduções, inter-relacionamento de fatos, conhecimento dos livros de história.

Com Eratóstenes de Cirene (275-194 a.c), filólogo é sinônimo de sábio, pessoa de vasta cultura e conhecimentos em todos os ramos. Tratava-se, portanto, de uma espécie de título.

A Interferência do Cristianismo: o termo filólogo sai de cena

Quando o cristianismo se impõe, começa a rarear a ocorrência do termo. Não é encontrado em Santo Agostinho, por exemplo.

Tudo indica que o termo filólogo deixou de ser corrente a partir do século VI no Ocidente. A nova mentalidade cristã levou os estudiosos a outra visão do mundo, a outra mentalidade dominada sobretudo por problemas religiosos; tentava-se suprimir tudo o que não se pudesse cristianizar. Também a cultura greco-latina passou por esse crivo; textos clássicos eram copiados por necessidade didática, servindo de modelo estilístico no aprendizado do latim.

Com os primeiros indícios do Renascimento, na segunda metade do século XIV, volta-se a estudar novamente os clássicos na Itália e, depois, em toda a Europa. Reaparecem, assim, os filólogos e fixa-se, com eles, a concepção moderna da filologia como a ciência do significado dos textos e, em sentido mais amplo, como a pesquisa científica do desenvolvimento e das características de um povo ou de uma cultura com base em sua língua ou em sua literatura.

Nos séculos XV e XVI, as línguas nacionais se firmam e surgem gramáticas de todas elas, bem como dicionários e manuais. A grande preocupação é a origem das línguas, embora os primeiros estudos não tenham base científica nem filológica; assim, sob influência da Bíblia, alguns autores consideravam o hebraico como a língua primitiva.

• Nessa época, ainda não se tinha descoberto o indo-europeu.Nesse período, aqueles que se denominam filólogos são assim considerados por se

dedicarem a questões relacionadas com a linguagem ou com as línguas; fixa-se então o conteúdo semântico comumente atribuído ao filólogo: pesquisador da ciência da linguagem e da literatura a partir de textos.

Na prática, o filólogo é o que se ocupa com o texto, especialmente antigo. Não se exige mais que tenha “conhecimentos amplos e variados”, ainda que se encontre quem os tenha; o recurso a outros ramos do conhecimento humano, como a geografia, a história, a filosofia, etc., se faz quando o conteúdo do texto assim o exigir.

De acordo com Gladstone Chaves de Melo, a Filologia é uma ciência perfeitamente caracterizada, com seus métodos próprios, seguros e apurados, com suas conclusões definitivas.

– O objeto da Filologia é a forma de língua atestada por documentos escritos.– É suficiente dizer que a especialização, uma das características da atividade científica

contemporânea, restringiu e precisou o conceito de Filologia. • Estudo científico do tipo de língua e família de língua atestado por documentos

escritos. Com efeito, a Filologia possui um conjunto de verdades solidamente estabelecidas, tais

como a origem românica das línguas, as etapas do processo de evolução da vogais e consoantes ao longo da história do idioma, o conceito e o como das transformações sintáticas.

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Para Saussure, a Filologia é a ciência que estuda textos e tudo quanto for necessário para tornar esses textos acessíveis: a língua utilizada e todo o universo cultural que essa língua representa. Isso implica o conhecimento de uma série considerável de outras ciências. Ainda segundo Saussure, a língua não é o único objeto da Filologia, que pretende, antes de tudo, fixar, interpretar e comentar os textos; esse primeiro estudo faz com que se ocupe também com a história literária, costumes, instituições, etc.; em toda parte ela usa seu método próprio, que é a crítica. Se aborda as questões linguísticas, é especialmente para comparar textos de épocas diferentes, determinar a língua particular de cada autor, decifrar e explicar inscrições numa língua arcaica e obscura.

Crítica textual: Campo do conhecimento que trata basicamente da restituição da forma genuína dos textos, isto é, de sua fixação ou estabelecimento.

De posse do manuscrito, o filólogo tem de saber de que época é a letra, deve interpretar e desfazer abreviaturas, deve conhecer o estado da língua nos primeiros séculos, para, lendo o manuscrito, saber se se trata de um original, de uma cópia com temporânea ou de uma cópia posterior, se o copista foi fiel ou se inseriu modernismos no texto; deve conhecer a história, os usos e costumes, a cultura da época do manuscrito, para interpretar o texto, entender as alusões, as imagens.

Literatura: Sobre a relação Filologia e Literatura, Gladstone Chaves de Melo diz que, o ângulo por que o filólogo examina os documentos escritos é bem diverso daquele por que os olha o historiador da literatura. O filólogo vê a língua, analisa a língua, as formas, as construções, acompanha, através de documentos cronologicamente sucessivos, a evolução de fonemas, das formas, do emprego das formas e da construção da frase.

Ainda segundo o autor, o filólogo apresenta fatos documentados pelos textos criticamente selecionados e estabelecidos. Para ele, o verdadeiro filólogo abona as suas afirmações com documentação e precisa a fonte desta.

– Em outras palavras, declarará o livro, a edição e a página, tendo tido antes o cuidado de examinar e certificar-se de que a edição de que se serviu é fidedigna. É imprescindível esse rigor, para que seja possível a qualquer momento, por parte do leitor, a verificação, um dos requisitos da crítica.

Edótica: Ciência que estuda as regras fundamentais de preparação da edição de uma obra em todas as suas fases. Campo de conhecimento que engloba o estabelecimento de textos e a sua apresentação, isto é, sua edição. Auxilia a Filologia a descobrir as edições verdadeiras (princeps) e a relegar as falsas.

Paleografia: Ciência das antigas escritas, da sua forma, decifração e toda a sua estrutura. A capacidade de ler e escrever textos antigos exige duas habilidades importantes: (1) saber transpor os caracteres do documento original para caracteres com os quais estamos mais familiarizados, e (2) saber identificar as abreviações usadas no texto do registro.

Epigrafia: Ciência que estuda as inscrições gravadas em pedra ou outros materiais permanentes como o metal, por exemplo. Classifica essas inscrições no seu contexto cultural e data, explicando e vendo que conclusões se podem extrair delas.

Segundo Silveira Bueno, as imperfeitas relíquias de certos povos, deixadas em pedra ou muros de templos, colunas de monumentos não pertencem ao domínio filológico, mas à epigrafia, à linguística.

– O filólogo se preocupa exclusivamente com os documentos literários, produtos de civilização e, onde termina esta, termina aquele o seu trabalho; onde não existe nem documento escrito, nem civilização, não existe tampouco filologia.

Arqueologia: Ciência que estuda os vestígios das antigas sociedades, vida e cultura dos povos antigos por meio de escavações, técnicas, métodos, documentos, monumentos, objetos, etc. Auxilia a Filologia reconstituindo os monumentos históricos e literários desaparecidos, como os pertencentes à civilização romana, por exemplo.

Estilística: Disciplina linguística que estuda os recursos afetivo-expressivos da língua. Preocupa-se com o estudo da expressividade da língua, apresenta um caráter mais descritivo-

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interpretativo, sem considerações de natureza normativa. Essa preocupação fica reservada à gramática.

História: É o estudo da ação humana ao longo do tempo através concomitantemente do estudo dos processos e dos eventos ocorridos no passado. Ajuda o filólogo a apreender um sentido mais global do texto, na medida em que fornece a ele uma série de informações contextuais como fatos históricos, costumes da época, desenvolvimento da escrita, papel da escola, relações interpessoais, organização política, etc.

Geografia: Ciência que estuda a produção do espaço geográfico através da interação entre sociedade e natureza. Ajuda a entender, por exemplo, o isolamento de uma determinada sociedade como consequência das condições físicas de seu território; práticas sociais influenciadas por características naturais; movimentos migratórios.

Numismática: Ciência relacionada com a coleção de cédulas, moedas e medalhas, identificando, analisando a composição, catalogando pela cronologia, geografia, história, etc. Auxilia a Filologia a examinar as inscrições nas moedas e medalhas e a civilização dos povos que as cunharam.

Linguística: O estudo da linguagem humana, considerada na base da sua manifestação como língua. Ciência desinteressada, que observa e interpreta os fenômenos linguísticos a) numa dada língua, b) numa família ou bloco de línguas, c) nas línguas em geral, para depreender os princípios fundamentais que regem a organização e o funcionamento da faculdade da linguagem entre os homens.

De acordo com Gladstone Chaves de Melo, a Linguística é uma ciência puramente especulativa. O seu objeto formal é a língua em si mesma, a língua como fato social da linguagem.

– Leva, portanto, em conta sua estrutura, seu conteúdo, sua essência, seus processos, suas relações com o pensamento, com o sentimento, com a vontade, com a sociedade, com a cultura, sua evolução, estabilidade e desagregação, causas da estabilidade e fatores de diferenciação, interação linguística, etc.

Linguística histórica: De acordo com Mattos & Silva, é o campo da linguística que trata de interpretar mudanças — fônicas, mórficas, sintáticas e semântico-lexicais — ao longo do tempo histórico, em que uma língua ou uma família de línguas é utilizada pelos seus falantes, em determinável espaço geográfico e em determinável território, não necessariamente contínuo.

– A autora propõe, assim, duas grandes vertentes na linguística histórica: lato sensu e stricto sensu.

lato sensu -> trabalha com dados datados e localizados, como ocorre em qualquer trabalho de linguística baseado em corpora, que, necessariamente são datados e localizados, tal como os estudos descritivos, sobretudo do estruturalismo americano, que teve seguidores no Brasil.

stricto sensu -> é a que se debruça sobre o que muda e como muda nas línguas ao longo do tempo em que tais línguas são usadas. É essa a tradicional concepção da linguística histórica, que, no seu sentido estrito, pode ser trabalhada em duas orientações.

Assim, a autora entende que a Linguística histórica no sentido estrito depende, diretamente, da filologia, uma vez que tem como base de análise inscrições, manuscritos e textos impressos no passado, que, recuperados pelo trabalho filológico, tornam-se os corpora indispensáveis às análises das mudanças linguísticas de longa duração.

a) a linguística histórica sócio- históricaConsidera fatores extralinguísticos ou sociais, também fatores intralinguísticos, como a

sócio-história proposta por S. Romaine e as sociolinguísticas, que tratam da mudança linguística, como é o caso da teoria laboviana da variação e mudança.

b) a linguística diacrônica associal

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Considera apenas fatores intralinguísticos, como é o caso dos estruturalismos diacrônicos, cujo exemplo maior é p de ª Martinet, e do gerativismo diacrônico, que tem como maior representante D. Lightfoot.

Leite de Vasconcellos define com amplitude a Filologia: A filologia abrange pois: história da língua (glotologia, glótica, linguística e seus ramos) com a estilística e a métrica; história literária. Faz-se aplicação prática da filologia quando se edita criticamente um texto (1950: 8).

Gladstone Chaves de Melo comenta que, do próprio conceito de Filologia se conclui que é ela uma ciência histórica, isto é, trabalha com documentos e tem como processo permanente a crítica, no sentido moderno e científico da palavra.

Mattoso Câmara Jr. restringe o campo de trabalho da filologia, pois diz que a filologia “pressupõe uma língua literária”.

A Filologia, hoje, parece integrar-se melhor como uma das formas de abordar a documentação escrita, tanto literária como documental em sentido amplo, enriquecida pelas vias da crítica textual, tanto de textos antigos como modernos. Assim a filologia assume o seu lugar como a “ciência do texto”, herança benéfica semeada há quase vinte séculos.

Qual será então o trabalho do filólogo?

Segundo Luciana Stegnano Picchio: Filólogo é quem, utilizando todos os instrumentos dos quais pode dispor, estudando todos os documentos, se esforça por penetrar no epistema [espaços sincrônicos ideologicamente unitários] que decidiu estudar, procurar a voz dos textos e de um passado que já não considera sufocado pelos estados sobrepostos (1979: 234).

No que se refere à metodologia, deve-se ressaltar que não se pode nem se deve utilizar qualquer edição de texto do passado para a análise histórico-diacrônica: a edição tem de ter sido feita com rigor filológico e com o objetivo claro de servir a estudos linguísticos; há edições úteis ao historiador ou ao estudioso da literatura ou ao chamado grande público, mas que, contudo, não devem ser usadas para estudos de história linguística.

Segundo Silveira Bueno, a Filologia Latina estudará os poetas e os prosadores de Roma e através dos seus escritos chegará a desvendar, em todo o seu esplendor, o estado e adiantamento a que haviam chegado, por exemplo, na época de Augusto.

OCTAVIO AUGUSTO • Primeiro imperador romano. O seu nome completo é Caio Júlio César Octaviano

Augusto. É sobrinho e herdeiro de Júlio César. • Augusto, já dono do poder, organiza a vida política de modo que o Senado

compartilhe com o imperador o peso do poder. Restaura a religião e torna-se um sacerdote romano. Sob o seu império, florescem a paz e a prosperidade. As obras públicas, a reforma moral, a pacificação das fronteiras e os melhoramentos administrativos são algumas das suas iniciativas de êxito.

• No que à política exterior se refere, com Augusto inicia-se uma nova era de paz e prosperidade. No plano cultural dá-se um florescimento de todas as artes. Em linhas gerais, o seu reinado é um dos mais benéficos para o Império.

Gramática: Sistematiza os fatos contemporâneos da língua, com vistas a uma aplicação pedagógico-escolar. Pode ser comparada, expositiva e prescritiva.

De acordo com Gladstone Chaves de Melo, a sintaxe, por exemplo, tem de ser estudada historicamente, mostrando-se como o presente se explica pelo passado e o passado por um estágio linguístico mais remoto.

No estudo da morfologia, que se assenta em grande parte na fonética histórica, o professor se esforçará por fazer o aluno compreender a importância do sistema da língua.

Para Silveira Bueno, a Filologia, no Brasil, é uma ciência eminentemente prática. Eminentemente utilitária, destinando-se a preparar professores de língua e literatura portuguesa.

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– Para bem ensinar nas classes não é suficiente saber o que se deve ensinar, nem saber mais daquilo que se deve ensinar. É preciso saber melhor, no sentido de ter descoberto ou, pelo menos, saber descobrir, encontrar as informações seguras, saber verificá-las, saber se são dignas de confiança, ainda que o autor seja de nome; saber formar a sua própria opinião sobre os assuntos controvertidos; saber esclarecer os pontos ainda obscuros; saber julgar os livros que vão ser dados aos alunos...

A partir daí, o autor faz uma crítica, diferenciando professor e filólogo. – Para ele, outra coisa é saber decifrar os manuscritos, não tanto para neles descobrir

a melhor lição, em uma determinada passagem, mas sobretudo para ser capaz de preferir a melhor dentre as variantes dos manuscritos já decifrados ou de a conjecturar pelos vestígios deixados. É saber ler as inscrições não já para publicar novas coleções, mas, ao menos, para saber tirar das já publicadas os necessários esclarecimentos sobre os textos clássicos.

Silveira Bueno, considera a seguinte divisão, para tratar das ciências afins à Filologia: I) Disciplinas Essenciais, como a gramática, a estilística, a história da literatura, etc.II) Disciplinas secundárias, como a geografia, a história, a mitologia, a religião, etc.III) Disciplinas Complementares. Como a epigrafia, a Arqueologia, a paleografia, aNumismática, etc.