interpretação de textos esaf aula 04
TRANSCRIPT
Ponto dos ConcursosPonto dos ConcursosPonto dos ConcursosPonto dos Concursos
www.pontodosconcursos.com.br
Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo
nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por
quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia,
divulgação e distribuição.
É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais
inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da
matrícula.
O descumprimento dessas vedações implicará o imediato
cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de
valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do
infrator.
Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material,
recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora.
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
LUINPRÇÃDXTO-ESAF
Módulo04
Prof. Odiombar Rodrigues
I-Aprsentação
Chegamos ao nosso quarto encontro, a nossa caminhada já passou da metade da
jornada, é hora de organizar os conteúdos, sistematizar alguns conhecimentos que
ficaram dispersos e intensificar a prática. Essa é uma tarefa que exige a colaboração de
cada um, pois aqui neste meu rincão, isolado dos alunos, não tenho condições de
perceber o que está faltando para cada um de vocês. A participação de todos é que
permite tomar conhecimento das lacunas que o curso possa ter, das precariedades que
possa apresentar, tudo a fim de melhorá-lo. Por outro lado, a opinião também é
importante, quando aponta os pontos positivos do trabalho, pois isto permite intensificar
ações que são frutíferas.
Na nossa aula de hoje, vamos falar sobre a unidade básica do texto que é o
parágrafo, estudando seu conceito, estrutura e organização dos argumentos. Para nós,
que temos foco em concursos públicos, o estudo do parágrafo é fundamental, pois são
abundantes as questões que ocorrem em provas. Ao longo de nossa explanação,
estabelecemos relações entre os conteúdos e a prática da interpretação de texto em
concursos.
Ampliamos um pouco o assunto através de um pequeno estudo sobre
argumentação, principalmente, enfocando questões de provas. Por fim, desenvolvemos
um pequeno estudo sobre os tipos de discurso, dada a presença deste assunto em
algumas questões de prova, especialmente enfocando a transformação de um tipo em
outro de discurso.
Vamos encerrar esta introdução e passar de imediato ao desenvolvimento de
nossos assuntos de hoje. Boa aula.
1
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Opágrafo
Nas aulas anteriores, abordamos o texto como um todo, vendo tipologia, fatores
de coesão e coerência e intertextualidade. Agora passamos a estudar o texto através de
seus elementos constitutivos, ou seja, o parágrafo e a frase. Desde o ensino
fundamental, os professores falam sobre parágrafo, mas o aluno fica restrito a uma
postura nada sistemática, pois continua imaginando que a delimitação do parágrafo
depende da vontade de cada um. Nada mais enganador.
O parágrafo se autolimita, ao definir a primeira frase, pois ela contém (ou deve
conter) os elementos indicadores de sua extensão. Por essa razão é que atribuímos tanta
importância a ele. Vamos iniciar um estudo mais sistemático, estabelecendo dois
aspectos importantes:
a) Não se fala em “parágrafo padrão” no sentido de que uma fórmula é correta e
as outras são erradas. Ao usarmos esta expressão, o que queremos propor é
uma maneira didática de reconhecermos o parágrafo por suas características
gerais. Cada autor tem seu modo de construí-lo, mas alguns traços são
comuns e podem ser codificados. Por isso, o estudo do parágrafo é uma
abordagem genérica tanto da construção, como da interpretação.
b) A concepção de parágrafo atende a critérios técnicos e, também, à hierarquia
das idéias no texto, isto em função da lógica argumentativa empregada. Em
argumentos muito longos e complexos, o que poderia ser um parágrafo,
subdivide-se em diversos outros, mantendo a lógica de uma idéia secundária
em cada unidade.
A maioria dos manuais de textos sobre parágrafo conceitua-o como uma unidade
composta por orações que, no conjunto, formam um “pensamento completo”. A
imprecisão do conceito é muito grande, pois é difícil imaginar a extensão de um
“pensamento completo”. Esta medida não é confiável, por isso propomos um estudo
centrado na estrutura do parágrafo para que possamos, com segurança, determinar a sua
extensão.
2
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Antes de passarmos para o estudo, propriamente dito, é importante ressaltar a
relação do conteúdo com as provas de concursos. Muitas vezes o candidato lê o texto
mais de uma vez, procurando localizar alguma passagem pedida pela ordem da questão.
Quando se tem uma noção clara da estrutura do texto (introdução, desenvolvimento e
conclusão) e da distribuição dos argumentos, fica fácil localizar qualquer passagem.
Numa primeira leitura, o candidato já pode deixar o parágrafo com os destaques que lhe
possibilitem responder com segurança.
Em provas, as bancas publicam os textos divididos em parágrafos e,
normalmente, com linhas numeradas. Este procedimento auxilia o leitor a localizar a
informação e visualizar a organização dos argumentos. Em algumas ocasiões, as bancas
distribuem os parágrafos de forma aleatória, a fim de solicitar ao candidato o
ordenamento deles. Já estudamos este assunto, agrupando os parágrafos através dos
marcadores de coesão. Agora nos interessa a prática de reconhecer os limites do
parágrafo e a sua constituição.
Para adquirirmos esta prática é importante desenvolvermos alguns conceitos
básicos sobre o parágrafo: Conceito; Estrutura; Tópico frasal; Tipologia;
Encadeamento
Cnceito – Os textos são organizados em torno de pequenos trechos que formam
uma unidade de idéia, chamados de parágrafos. Graficamente, o parágrafo é marcado
pelo recuo da primeira linha. A extensão é muito variada, mas o que determina a sua
amplitude é a unidade temática. Cada parágrafo deve conter uma idéia central com seu
desenvolvimento.
Estura- Assim como o texto, o parágrafo também tem introdução,
desenvolvimento e conclusão, cada elemento é apresentado em períodos separados. Isso
é um padrão, não uma obrigatoriedade. A introdução é composta por uma ou duas frases
iniciais que expressam a idéia que será desenvolvida logo após. Geralmente, a primeira
ou segunda frase do parágrafo encerra o tópico frasal que veremos logo a seguir. O
desenvolvimento faz a ampliação da idéia exposta anteriormente, acrescentando alguns
dados que possam ampliá-la ou explicá-la. A conclusão nem sempre está presente no
parágrafo, pois a argumentação pode ter continuidade nos parágrafos seguintes e a
3
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
conclusão ser deixada apenas para o parágrafo final. Em outros casos, o período final do
parágrafo não conclui, mas retoma o que foi proposto no tópico frasal. O estudo da
conclusão é abordado pela questão um, logo abaixo.
Esta estrutura padrão para o parágrafo é mais frequente em textos dissertativos, o
que é muito comum ocorrer em provas de concursos, como já vimos anteriormente. No
parágrafo introdutório, não aparece argumentação, o que, em geral, está presente nos
parágrafos de desenvolvimento.
Tópicofrsal – Acima já nos referimos ao tópico frasal, registrando a sua
presença na introdução do parágrafo. O tópico frasal encerra a idéia central. A idéia
central do primeiro parágrafo de um texto, em geral, corresponde à própria idéia central
(tese) do texto. Por isso, é muito importante uma leitura atenta dele. No caso dos textos
dissertativos, esta prática é a mais usual.
Em torno do tópico frasal organizam-se as idéias secundárias, ele comanda a
extensão do parágrafo, pois o que excede ao exposto nele deve passar para outro
parágrafo. Nenhuma frase deve ultrapassar o conteúdo proposto no tópico frasal, esta é
a medida que temos para a extensão do parágrafo. Nada além, nem aquém do que
estiver presente no tópico.
Tplogia–Em geral, os autores estabelecem nexo entre o tipo de parágrafo e o de
texto, assim textos descritivos são compostos por parágrafos descritivos. Para nosso
caso, é importante verificar que os textos dissertativos são compostos por parágrafos
que priorizam a argumentação ou a exposição.
Se o parágrafo for do tipo argumentativo, ele irá apresentar o tópico frasal com a
tese que se propõe defender, seguida pela argumentação, concluindo pela sua aceitação
ou refutação. Cada parágrafo, desse tipo, desenvolve uma tese/argumento que, em
cadeia, constitui o texto como um todo. Por outro lado, se o parágrafo for expositivo, o
tópico frasal será seguido por frases dependentes da principal. Para quem faz concurso
isto é importante, porque permite mapear o texto e localizar todas as idéias principais e
secundárias. Com este mapeamento, o candidato pode, com facilidade, responder
4
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
questões que solicitam avaliar se uma determinada ideia é coerente com o texto ou não.
Logo após, em nossa prática, retomaremos este assunto.
Vamos parar de teorizar para fazermos uma pequena prática, examinando um
parágrafo e seu tópico frasal. Leia o parágrafo abaixo com atenção:
Ninguém discordará, em sã consciência, da necessidade de o Brasil
passar por mudanças significativas em sua legislação penal, tendo em vista
adquirir um melhor instrumental jurídico para combater algumas das nossas
mais notórias chagas sociais contemporâneas, quais sejam, o desrespeito à vida
humana, a violência desenfreada – principalmente (não só) nas grandes
concentrações urbanas – e, sobretudo, a crônica impunidade. No entanto, a
justa pressão social pela diminuição dos assombrosos índices de violência e
criminalidade não pode dar margem a um atabalhoado processo de mudança
das leis penais que abrigue contradições, inconstitucionalidades e até efeitos
contrários ao que se pretende. O Congresso Nacional e toda a sociedade
brasileira precisam estar atentos a projetos de lei que, em lugar de combater o
crime, podem se tornar inteiramente contraproducentes, chegando a estimulá-lo
(...)
Para isolarmos o tópico frasal neste parágrafo, vamos identificar o primeiro
período e retirar dele todos os elementos modalizadores. (em parênteses): Ninguém
discordará, (em sã consciência),(1) da necessidade de o Brasil passar por mudanças
significativas em sua legislação penal, (tendo em vista adquirir um melhor instrumental
jurídico para combater algumas das nossas mais notórias chagas sociais
contemporâneas, quais sejam, o desrespeito à vida humana, a violência desenfreada –
principalmente (não só) nas grandes concentrações urbanas – e, sobretudo, a crônica
impunidade.) (2)
(1) O primeiro elemento a ser retirado é a advertência, de que “em sã
consciência” todos concordam. É importante observar o detalhe que esta
expressão atribui aos argumentos do texto: a autoridade de considerar em
“má consciência” todos que se opuserem à tese do autor.
5
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
(2) A expressão “tendo em vista” introduz um argumento, portanto não faz parte
mais do enunciado da tese. Assim, podemos isolar, no primeiro período do
parágrafo a tese: Ninguém discordará da necessidade de o Brasil passar por
mudanças significativas em sua legislação penal.
Numa questão de concurso esta tese pode ser pedida, assim como está no próprio
texto ou transposta para outras formas linguísticas que mantenham o sentido original
como:
� Todos concordam sobre a necessidade de o Brasil passar por mudanças
significativas em sua legislação penal. – A frase apenas passou para uma
forma positiva.
� É consenso a necessidade de o Brasil passar por mudanças na legislação
penal. Agora procedemos a uma substituição lógica: “todos concordam” por
“é consenso” o que não altera o significado. Quanto a eliminarmos o
modalizador “significativas” não há problemas, pois em “mudanças” já está
contida a idéia de “mudanças significativas”, ou seja, é apenas uma questão
de grau de intensidade da mudança.
Este é um procedimento padrão que você pode repetir na maioria dos casos. Em
alguns parágrafos pode não funcionar bem, devido a questões de estilo, como o autor
iniciar por um argumento, ou alguma circunstância, ou algum elemento indicativo de
tempo ou espaço.
15.-Ecdamento
O parágrafo é a unidade básica do texto, assim como os períodos são seus
constituintes. Por isso um texto pode ser graficamente representado: Texto =
[parágrafo1 (período1+período2+período ) +paráfrafo2 (período1+período2+período )
+Parágrafo (período ...) Não se assustem, não é fórmula de matemática! Mas que
parece, parece!!!!!
Deste esquema resulta o entendimento de que um parágrafo é composto por mais
de um período. O primeiro, destinado a apresentar a “idéia central” ou “tese”, seguido
pelos períodos de argumentação sobre a importância do tema e, finalmente, um período
6
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
de encerramento do parágrafo. Para quem se dedica à produção de texto, este é um
detalhe fundamental.
Podemos enumerar os principais elementos de coesão entre os períodos, no
parágrafo e entre esses em relação ao texto, vamos enumerar alguns elementos
coesivos com seus significados mais comuns. Significado Elementos coesivos Exemplos
Em primeiro lugar, Inicialmente, há a necessidade de distinguir as verdadeiras
Prioridade Inicialmente necessidades do grupo....
Antes de mais nada Antes de mais nada, é importante cumprir a lei....
A situação econômica mundial está complicada, por Por exemplo
exemplo, os países não estão conseguindo exportar... Ilustração A saber
Países desenvolvidos estão em dificuldade, a saber .Estados
...quer dizer
Unidos, Inglaterra.......
Uma crise econômica atinge a todos, portanto o Brasil deve ... em suma
tomar cuidado com...... Conclusão ... concluindo...
.... concluindo, pode-se esperar mudanças para o próximo
...portanto
ano, desde que as condições melhorem para as exportações..
Por outro lado, há distorções fundamentais..... Pelo contrário
Mas, para mim mais fascinante é .... Oposição ...mas...
Os países ricos deveriam ajudar os países em
...em vez de...
desenvolvimento em vez de apenas explorá-los
A crise atual, assim como a de 29, promove o ...assim como
empobrecimento de muitos países.... Semelhança De acordo com
De acordo com as estatísticas, a população está crescendo
Segundo
mais lentamente.......
...além disso Também ficou comprovada a presença de álcool no
Adição ...também organismo....
...e A falta de crédito reduz as vendas e provoca desemprego...
Talvez porque o homem vermelho seja selvagem, e não Talvez
possa compreender. Dúvida Provavelmente
Provavelmente, os países emergentes terão ganhos com a
Pode ser que
crise......
Certamente Certamente os investidores menos precavidos terão
Certeza Por certo prejuízos consideráveis.....
Sem dúvida Sem dúvida, todos terão prejuízos com esta crise.....
Esta lista não se esgota na apresentação desses elementos, muitos outros podem
ser arrolados como: tempo (enfim, imediatamente, tão logo), espaço (perto de, logo
após, próximo a), causa (por isso, por consequência, em razão de) e muitos outros
elementos que acrescentam circunstâncias ao texto (ver questão 9).
Estes elementos podem estar posicionados no interior do período, na ligação
entre períodos ou estabelecendo a relação entre parágrafos. Eles são fundamentais para
a compreensão do texto, por isso você deve ter uma atenção especial quando encontrá-
los, de preferência destacando-os bem.
7
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Asdexto
Para entendermos a “tese” é necessário estabelecer alguns pressupostos teóricos
que a fundamentam. Quando falamos em “tese” estamos nos referindo, especialmente,
ao texto dissertativo-argumentativo, conforme aula sobre tipologia de texto. Assim, nos
textos descritivos e narrativos falamos em “idéia central”, porém nos textos
argumentativos há uma transformação da “idéia” em tese, pois o que importa é
convencer o leitor. Agora podemos entender que a tese é a própria “idéia central”
embasada em argumentos que objetivam o convencimento do leitor.
As bancas de concursos, na intenção de simplificar, eliminam esta distinção e
usam termos genéricos para designar ora a “idéia central” ora a “tese”. Nos concursos
públicos a maioria dos textos são dissertativo-argumentativos e, portanto, os enunciados
visam identificar a tese do texto. A tese está intimamente ligada à intencionalidade, pois
ambas revelam o objetivo do escritor ao produzir o texto.
Argumentação
Este é um dos assuntos fundamentais de nosso curso, pois os textos de provas,
em geral, são dissertativo-argumentativos, como já repetimos muitas vezes. Agora cabe
caracterizá-los através de seus procedimentos, ou seja, das estratégias argumentativas. O
autor arregimenta recursos com a finalidade de convencer o leitor de seu ponto de vista:
sua tese. Ao proclamar a tese e escolher os argumentos, o autor assume atitudes
(procedimentos argumentativos) que revelam o seu modo de argumentação.
Adrgumentivas
Na construção do texto, o autor tem como fim último convencer o leitor, para
isso ele utiliza uma das atitudes abaixo, o que não quer dizer de forma exclusiva. Ele
pode eleger uma delas como básica e usar as demais como complementares em seu
8
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
processo argumentativo. Entre as atitudes mais comuns em textos de provas, podemos
apresentar: Comparação; Análise; Classificação; Conceituação
Acmpração– Neste procedimento o autor confronta dois argumentos a fim de
optar por um deles. (lembre que estamos falando em texto dissertativo-argumentativo,
se estivéssemos abordando a comparação nos textos dissertativo-expositivos, não
haveria a “escolha” por um ou outro. O autor apenas faria a exposição das idéias). Na
comparação, o autor procura encontrar as semelhanças e diferenças a fim de valorizar o
seu ponto de vista.
Quando o autor se propõe comparar, ele estabelece parâmetros que servem de
referência para a sua escolha. Vejamos o texto abaixo em que o autor compara dois
grupos de jovens, em termos de mercado de trabalho. Preste atenção no último
parágrafo para observar que, ao concluir o texto, o autor retoma a idéia da frase inicial
do texto.
Texto2 1 De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida 2 profissional
assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dos
3 desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência, há 4 o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado de trabalho ajuda
5 a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar.
6 Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. A grande oferta
7 de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, com testes de
8 conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmica de grupo, entrevistas. E não é
9 só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se
10 possui ou de descobrir como adquiri-las. 11 Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o 12 potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico. 13 (Isto é, 5/10/2005 – Texto adaptado).
9
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Este pequeno texto nos auxilia a entender a questão da comparação. O primeiro
parágrafo anuncia o tópico frasal “os jovens têm motivos para se sentirem inseguros”.
Logo após, inicia-se a enumeração das razões para a insegurança dos jovens,
classificando-as conforme o grau de preparo de cada grupo. No primeiro parágrafo,
apresenta os menos preparados e, no segundo, os mais preparados. Nos dois casos há
disputas e injustiças, mantendo-se a idéia do tópico frasal sobre a insegurança dos
jovens. Ao concluir, no último parágrafo, o texto revela que os dois grupos são
prejudicados pelo mercado de trabalho, pois, por uma razão ou outra, ambos acabam
tendo insegurança.
Aanálise– Alguns autores consideram a análise uma etapa posterior à
comparação. Após eleger o seu posicionamento, o autor passa a examinar todos os
elementos que constituem o seu argumento, reforçando as qualidades e minimizando os
pontos fracos. A conclusão de um texto analítico, além de fundamentar a opção do
autor, pode proporcionar o estabelecimento de alguma hierarquia entre os argumentos a
fim de reforçar a tese, proposta na introdução.
Alsficação– Em algumas situações, o autor pretende estabelecer relações entre a
sua idéia e outras que fazem parte de um campo mais amplo. Ao estabelecer nexo entre
o seu assunto com outros já conhecidos, o autor economiza esforço argumentativo, pois
o contexto a que se refere já tem posicionamento consolidado. Ao enquadrar uma
determinada atitude como racista, o autor já se vê descompromissado de argumentar
sobre a condenação ao racismo, pois isso já está no senso comum. O seu esforço
argumentativo pode se concentrar apenas na classificação do fato.
Anceituação– O procedimento presente, neste tipo de texto, é o que caracteriza
o seu assunto, de modo a permitir ao leitor identificar o fato como algo que está
categorizado, isto é, concebido como tal e não se confunde com outro. Vejamos um
exemplo: Ao estabelecer a definição do que seja “biocombustível” o texto deverá
excluir, de sua origem, as fontes não renováveis, pois, por si só, este recurso energético
tem por princípio permanente a não utilização de recursos finitos como o petróleo. O
texto abaixo apresenta uma conceituação do que seja “globalização”, leia-o:
10
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES 1 Globalização significa que todos nós dependemos uns dos outros. As distâncias 2 pouco importam agora. O que acontece em um lugar pode ter consequências mundiais. 3 Graças aos recursos, instrumentos técnicos e conhecimentos adquiridos, nossas ações 4 abrangem enormes distâncias no que sejam nossas intenções, erraríamos se não 5 levássemos em conta os fatores globais, pois eles podem decidir o êxito ou o fracasso de 6 nossas ações. O que fazemos (ou nos abstermos de fazer) pode influir nas condições de 7 vida (ou de morte) de gente que vive em lugares que nunca visitaremos e de gerações 8 que jamais conheceremos. (Zygmunt Bauman, O desafio ético da globalização Correio 9 Braziliense, 21/10/2001).
No texto acima, podemos identificar o tópico frasal com facilidade, pois ele
surge no primeiro período do texto e de forma direta, indicando, através do verbo
“significar”, a intenção do autor ao estabelecer uma forma de conceituação para o termo
“globalização. O parágrafo está composto por seis períodos.
� O primeiro introduz o assunto e lança a idéia de que a
“globalização” significa “interdependência”.
� Os quatro parágrafos seguintes conceituam a globalização através
de exemplos.
� O último conclui o texto com um alerta sobre a necessidade de estarmos
atentos às consequências de nossos atos no mundo globalizado.
Para encerrarmos esta discussão sobre atitudes argumentativas, podemos afirmar
que essas são quatro atitudes básicas, o que não significa que tenhamos esgotado o
assunto. Com a prática da leitura e interpretação de textos, vamos percebendo que este
esquema tem caráter apenas didático, pois nos confrontaremos com escritos que
perpassam mais de uma dessas atitudes. Para o concurseiro, este é um assunto muito
importante, pois ele terá de responder questões que abordam tais procedimentos e, nem
sempre, estará preparado para reconhecê-los em cada questão.
Agaçãmxtdencuros
11
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Voltemos, agora, a nossa atenção para outro assunto importante na área da
argumentação. Não podemos perder o nosso foco: a interpretação de texto nos
concursos públicos. Pois bem, os textos, nestas situações, são predominantemente
dissertativo-argumentativos, como já comentamos antes, por isso vale a pena
aprofundarmos um pouco mais a caracterização deste tipo de discurso.
Para argumentar, o autor pode tomar dois caminhos:
� construir um discurso “autoritário” que impõe ao leitor o seu ponto de vista
ou
� construir um discurso persuasivo.
O primeiro caso está centrado na ordem, na imposição, não deixando margem de
reflexão para o leitor. O segundo caso caracteriza-se por um processo de sedução, de
encantamento que o autor constrói com a finalidade de convencer o leitor.
Quando alguém se apresenta, diante de nós, com um texto desta natureza, com
certeza, ele toma algumas precauções para nos convencer de seus propósitos. O autor
“fala” de um determinado ponto de vista, objetivando uma intencionalidade e munido de
certos recursos para nos “arrastar” em direção ao seu propósito. É importante
analisarmos as estratégias mais comuns, usadas no processo de enunciação desse tipo de
discurso.
Quando o autor almeja nos convencer, ele arregimenta alguns recursos que lhe
permitem interferir na opinião do leitor. Dentre estes, podemos destacar:
distanciamento; modalização; tensão; transparência.
Dsciamento– a voz do falante assume uma postura de não comprometimento
com o assunto tratado. Com este recurso, ele finge para aproximar-se do leitor e
conquistar a sua simpatia. Ao falar sobre um assunto polêmico, mesmo sendo
especialista na área, o autor assume a posição do leitor ao usar expressões como; “nós
cidadãos comuns...” “É um dever de todos...” “cabe a todo cidadão denunciar...” e
outras que tornam o texto menos comprometido com suas posições.
Mdlização– Quando a estratégia escolhida não é a do disfarce como a anterior, o autor
pode assumir diretamente no texto o caráter autoritário, revelando uma face imperativa.
12
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
É comum, neste tipo de discurso, o uso do imperativo e/ou o uso da segunda pessoa
gramatical (tu, ou vós..). O que caracteriza bem este discurso é o fato de não deixar, ao
leitor, espaço para tomada de decisão. Em geral são textos com muito pouco ou
nenhuma argumentação, pois não interessa ao autor discutir o tema, basta expor a sua
vontade.
Outras vezes o uso de modalizadores está ligado ao interesse do autor em
enfatizar ou diminuir um posicionamento já conhecido. Em textos que abordam mitos
ou conhecimentos populares (já consagrados pelo povo) há uma necessidade de não
afrontar o leitor diretamente. Com este propósito podem surgir expressões como “talvez
fosse melhor..” “concordaria se...” “ninguém pode negar, mas...”
Tensão- O discurso regido pela tensão é facilmente identificável pelo seu
centramento na primeira pessoa gramatical (eu). O autor apresenta seu ponto de vista,
desenvolve seus argumentos e pode até provocar o leitor para uma reflexão, mas não
deixa espaço para a argumentação contrária. Uma forma comum neste recurso é quando
o autor lança uma pergunta, mas não abre espaço para o contraditório. Este discurso é
distinto do modalizado pelo fato de que não traz o caráter autoritário e imperativo.
Tsprência – O grau de transparência ou opacidade do discurso pode revelar seu
caráter mais ou menos autoritário. Quanto mais consciente de seu poder, mais o autor se
revela ao leitor, pois ele não está interessado em velar seus posicionamentos. Quanto
menos enfático ele deseja ser na revelação de seu posicionamento, menos transparente é
o seu discurso e, portanto, mais velada é a linguagem. Não há quem não conheça
discurso de “autoridades em economia” quando desejam mostrar planos econômicos
mirabolantes e com práticas nada democráticas. Suas falas tornam-se confusas,
entrecortadas por “explicações” que nada explicam e com conclusões imperativas. Na
outra ponta, está o discurso da “otoridade” policialesca que determina o comportamento
dos demais, sem se preocupar em ocultar sua intencionalidade, pelo contrário, intimidar
faz parte de sua estratégia.
O estudo destas estratégias não se constitui objeto central para o concurseiro,
mas o reconhecimento delas é fundamental para interpretar questões que falam sobre
coerência entre o texto e determinadas alternativas de resposta. Não há necessidade de
13
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
saber teoricamente cada uma, mas é um imperativo reconhecê-las no interior do texto.
Ocorre diferente quando estamos envolvidos com a produção de texto, pois neste caso a
aplicação de cada uma delas é necessária para que o texto tenha uma configuração coesa
e coerente. Nos cursos sobre produção de texto, detalhamos melhor este assunto e
propomos exercícios para a fixação do uso de cada uma destas estratégias.
Tpedicuros
Quando o texto envolve personagens com suas falas, ou citações, o discurso
sofre alterações a fim de registrar com exatidão o que foi expresso. Nestes casos os
discursos podem ser classificados como: Direto; Indireto; Indireto Livre
Direto– O texto reproduz textualmente a fala das personagens, ou seja, o
narrador cede espaço, em seu discurso, para que a personagem se expresse diretamente
através de suas palavras. Para o leitor, o efeito é como se estivesse ouvindo a
personagem sem interferências do narrador.
Este tipo de discurso tem marcas próprias que o caracterizam e asseguram a
autenticidade da fala da personagem. Dentre os elementos caracterizadores, podemos
citar:
� Inicia por verbos que introduzem as palavras alheias. São mais comuns
verbos como: dizer, falar, contestar e outros.
� A fala surge após dois pontos para marcar o final do discurso do narrador e o
início das palavras da personagem.
� Os elementos formais (linguísticos do texto) assumem as características do
falante, por isso há alteração na pessoa gramatical, nas formas verbais e
elementos modalizadores como de tempo e espaço.
� Quando o texto apresenta diálogo, que é alternância entre falas de duas ou
mais personagens, cada intervenção vem marcada pelo uso do travessão.
O discurso direto pode surgir em textos narrativos, mas em algumas situações
pode ocorrer em textos dissertativos, quando o autor deseja transcrever textualmente um
14
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
conceito ou um depoimento. Nestes casos, o discurso direto fica integrado ao texto e
marcado por algum destaque como “aspas”, “itálico”, “negrito” ou sublinhado.
ndiretoI– No discurso indireto, o narrador incorpora as palavras da personagem
em seu próprio discurso, mantendo o mesmo sentido e vocabulário. O que acontece no
discurso indireto é uma acomodação da fala da personagem ao texto do autor. Para o
leitor, a consequência é que ele toma conhecimento da fala da personagem de forma
indireta, ou seja, através da fala do narrador.
Alguns procedimentos estão presentes neste tipo de discurso:
� Assim como o discurso direto, a fala é introduzida por algum verbo que
marca a fala alheia como: dizer, falar, declarar e outros. A distinção é que o
fato dito, ou declarado, agora está integrado na fala do narrador.
� Esta integração é marcada por partículas introdutórias como “que”, “se” e
outras. Ex: “disse que...”, “falou que...”.
� Os elementos linguísticos ficam em concordância com o narrador,
geralmente os pronomes apresentam-se em terceira pessoa.
A passagem de um discurso para outro é marcada por algumas mudanças no
plano da linguagem que evidenciam a alternância de vozes. As frases que no discurso
direto são interrogativas ou exclamativas, no discurso indireto passam a declarativas.
Com um exemplo podemos clarear a explicação:
� Discurso direto - Luís Fernando Veríssimo, falando sobre crase, disse: Eu
era contra a crase até aprender a usá-la. Hoje, eu a defendo, para não
concluir que perdi meu tempo.
� Discurso indireto – Falando sobre crase, Luís Fernando Veríssimo disse que
era contra a crase até aprender a usá-la. Hoje, ele a defende para não concluir
que perdeu seu tempo.
ndiretolivreI – No discurso indireto livre não há uma linha divisória entre a fala
da personagem e o discurso do narrador, eles estão plenamente integrados. Sob o ponto
de vista gramatical a fala pertence ao discurso do narrador enquanto que o significado
fica com a personagem.
15
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
O discurso indireto livre pode ser caracterizado por alguns elementos como:
� Oscila entre a objetividade e autenticidade do discurso direto e
a subjetividade do discurso indireto.
� A fala da personagem fica intermediada pela do narrador.
� Não traz marcas linguísticas, nem do discurso direto, nem do indireto. A fala
fica totalmente integrada no fluxo da narrativa.
Para elucidar, vejamos um exemplo de discurso indireto livre, retirado da obra
As meninas de Lygia Fagundes Telles.
Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve
sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na
menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. Assim tenho neve o
ano inteiro. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acho
lindo a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes. .
A primeira frase nos indica um discurso em primeira pessoa (aperto), mas logo o
texto incorpora a terceira pessoa (Lorena sacode..), um pouco mais adiante surge outra
primeira pessoa (tenho neve..) que não é a mesma do início do texto. Continuando o
texto, podemos encontrar um diálogo que não está posto com travessão ou dois pontos,
mas que pode ser percebido como tal, pois há uma alternância entre os pontos de vista
da narradora e da personagem.
Em concursos públicos este assunto costuma aparecer em questões que avaliam
os elementos marcadores do discurso, como travessão, dois pontos, formas verbais e
pronominais. Além destes aspectos formais, podem surgir questões sobre a passagem de
um tipo de discurso para outro, solicitando avaliação de correção de linguagem e ponto
de vista.
Questãonº1.
Leia o texto abaixo para responder à questão.
A arte brasileira dos anos 60 começa com um movimento aparentemente
conservador, a volta à figura depois do domínio dos abstratos na década de 50. Mas
16
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
estava ali a senha para uma revolução. A pop arte não incorpora só os símbolos de
consumo, tirados da propaganda, dos quadrinhos e das placas de trânsito. Tenta
incorporar os objetos do mundo. E o mundo não se reduz a quadro, esculturas e
gravuras – suporte tradicional da arte. (Folha de São Paulo, 20 de abril de 1994)
Assinale o trecho que corresponde a uma conclusão coerente com a ideia central do texto.
a) Além disso, a reação à arte abstrata busca pintar imagens do inconsciente.
b) Assim, a arte brasileira dos anos 60 termina com a instalação da
“Tropicália”.
c) Dessa maneira, participação é a palavra-chave para se entender a pop arte.
d) Enfim, a revolução da linguagem artística dessa década, não é nem
conservadora nem inovadora.
e) Começa, a partir daí, uma explosão de nova linguagem na arte.
Cmeádnº1.-Gbarito: E
A ordem da questão solicita que seja escolhida a alternativa que corresponda a
uma conclusão coerente com a ideia central. Necessitamos avaliar a alternativa que é
capaz de encerrar a tese do texto, ou seja, a idéia central proposta na introdução do
parágrafo.
A alternativa correta é a letra “e”. Observemos a palavra “daí” na alternativa “e”,
ela remete a um antecedente que marca um momento histórico (daí = deste fato, deste
lugar..). Observando a última frase do texto, podemos ter como referente para esta
palavra o fato de que “o mundo não se reduz a quadros, esculturas e gravuras”
A letra “a” levaria para uma conclusão inconsistente, pelo fato do texto não
abordar a arte inconsciente. Por outro lado, a alternativa “b” confunde, pois o texto
enuncia que a arte nos anos 60 inicia conservadora e caminha para uma cultura pop, o
que não é o mesmo que “tropicalismo”.
17
www.pontodosconcursos.com.br
(Esaf – TTN)
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Na alternativa “c” há uma tentativa de inferir um dado do texto, só que a
inferência não está autorizada, porque o texto não fala em “entender” a arte, apenas
expõe o caráter popular dela. Na alternativa seguinte (“d”), surge uma tentativa de
mediar a evolução da arte, o que não é verdadeiro, o texto não tem tom conciliatório
entre conservadorismo e vanguarda. O texto fala em uma passagem da arte
conservadora para a pop, sem estabelecer termos médios.
Para responder às questões 2 e 3, leia com atenção o texto abaixo:
Seja nos mitos de criação seja na cosmologia de hoje, há uma busca do sentido
do mundo, um esforço de compreensão da natureza e do universo. As representações do
espírito humano, num caso e noutro, constituem variações sobre o mesmo tema:
penetrar no âmago da realidade.
Não é segredo algum descobrir que a busca de sentido para o cosmos se engata
com a procura de sentido para a existência da família humana. Para além das
concepções científicas e das diversidades culturais, o porquê da nossa vida, de sua
origem e do seu destino, acompanha passo a passo nossa evolução histórica. A
ocupação do planeta, a organização da confiabilidade, a compatibilização dos
contrários, presentes em toda a parte, e a eterna busca de valores transcendentes estão
no mesmo séquito que acompanha a observação do mundo natural, das descobertas de
nexo entre causa e efeito, nos postulados científicos e nas aplicações técnicas.
Não mais se conta com um eixo filosófico ou religioso sobre o qual girem as
ciências, as técnicas e até mesmo a organização social. Como adverte Edgar Morin, a
ciência também produz a ignorância, uma vez que as especializações caminham para
fora dos grandes contextos reais, das realidades complexas. Paradoxalmente, cada
avanço unidirecional dos conhecimentos científicos produz mais desorientação e
perplexidade na esfera das ações a implementar para as quais se pressupõem acerto e
segurança. Vivemos em uma nebulosa que não a via-láctea deslocando-se no espaço
cósmico e explicável pela astronomia, mas uma nebulosa provocada pela falta de
contornos definidos para o saber, para a razão e, na prática, para as decisões
fundamentais, afinal o que significa tudo isso para a felicidade das pessoas e o destino
18
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
último da sociedade. (COIMBRA, José de Ávila Aguiar. Fronteiras da Ética. São
Paulo: Senac, 2002, p. 20)
Questãonº2.
Assinale a opção que está de acordo com a idéia central do texto. (Esaf – MF/TRF)
a) A cosmologia é uma ciência exata que dispensa valores humanísticos e
procura apenas relações de causa e efeito.
b) Os mitos, como exclusivas representações do espírito humano, configuram o
caminho por excelência para a busca por valores transcendentais.
c) As concepções científicas e a diversidade cultural são obstáculos que
invalidam uma visão hegemônica do mundo natural.
d) O porquê da vida humana, sua origem e seu destino são indagações
subjacentes tanto aos mitos quanto às investigações de caráter científico.
e) Nos postulados científicos e nas aplicações técnicas, as descobertas de nexo
entre causa e efeito negligenciam as leis da cosmologia.
Cmeádnº2.-Gbarito: D
Conforme explanamos anteriormente, a idéia central está expressa no primeiro
período do primeiro parágrafo, retirando os elementos secundários. Neste caso, o
primeiro parágrafo é exemplar, tanto define a idéia central como já está reduzido a puro
enunciado. Ora, dentre as alternativas a única que contempla o procedimento
comparativo é a “d, portanto a correta. Para elucidarmos a questão vamos comentar o
erro nas demais alternativas.
O desenvolvimento da proposta da alternativa “a” está no segundo parágrafo e
não constitui núcleo, idéia central, apenas é uma idéia periférica. As alternativas “b” e
“c” são parciais, pois cada alternativa fala em um elemento do texto, a primeira faz
referência aos mitos e a segunda à ciência. É fundamental ter cuidado com questões que
abordam tema central, pois as alternativas podem encerrar verdades que não são centrais
no texto.
19
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
A letra “e” contradiz o texto. A descoberta de causa e efeito é também um
parâmetro buscado pela cosmologia.
Questãonº3.
Assinale a opção que está emdesacrdocom as idéias do texto. (Esaf – MF/TRF)
a) O eixo filosófico ou religioso sobre o qual giravam as ciências, as técnicas e
até mesmo a organização social não está mais disponível.
b) Como as especializações se desviam dos grandes contextos reais e das
realidades complexas, a ciência também produz ignorância.
c) Se o avanço dos conhecimentos é unidirecional, produz-se desorientações e
perplexidade nas ações para as quais acerto e segurança são pressupostos.
d) A falta de contornos definidos para o saber é provocada pela razão e pelas
decisões fundamentais da prática.
e) A nuvem de matéria interestelar em que vivemos, que se desloca no espaço
cósmico é explicável pela astronomia.
Cmeádnº3.-Gbarito: D
Agora estamos num campo muito próximo da questão anterior, mas não
podemos confundir. Quando falamos em “idéia central” falamos no núcleo do texto e
quando falamos em “idéias”, estamos no campo da presença delas no enunciado; é uma
forma mais genérica - É o mesmo que dizer que são coerentes com o texto. Prestemos
atenção: a questão pede a alternativa que está em desacordo, portanto aquela que não
corresponde às idéias presentes no texto.
A letra “d” extrapola plenamente o texto ao atribuir à razão a falta de contornos
definidos para a ciência. Isto é contrário ao proposto no texto que expressa que a busca
de valores transcendentes estão no mesmo séquito que acompanha (não que seja
provocada) a observação do mundo natural, das descobertas de nexo entre causa e
efeito, nos postulados científicos e nas aplicações técnicas (decisões da prática).
20
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
A alternativa “a” é textual, no terceiro parágrafo podemos ler: Não mais se conta
com um eixo filosófico ou religioso sobre o qual girem as ciências, as técnicas e até
mesmo a organização social. Na advertência de Edgar Morin, sabe-se que a ciência
também pode produzir ignorância quando a especialização afasta-se dos contextos reais,
isto comprova a adequação da alternativa “b”.
Na letra “c” há uma forma de paráfrase do texto original. O último parágrafo é
explícito ao afirmar que cada avanço unidirecional dos conhecimentos científicos
produz mais desorientação e perplexidade. A alternativa “e” é interessante no modo
como usa o texto. Lá, o autor faz uma metáfora com a via-láctea, mas na questão a
banca usa parte da metáfora (apenas a parte denotativa) para explicar o que seja “a
nuvem de matéria interestelar”. Não saiu do texto, o que significa que é pertinente (está
de acordo) ao texto.
Para responder às questões 4 e 5, leia com atenção o texto abaixo:
1 O país talvez esteja passando por períodos de descrença e desrespeito para com o
2 patrimônio público, pois parece que a separação entre o bem comum e o bem privado
3 deixa de existir ou pelo menos de ser respeitada. Essa descrença talvez seja resultado de
4 um processo de décadas de injustiça social e de negação da identidade cidadã. Uma
5 nação constituída por pessoas que defendem e honram os seus direitos e deveres tem
6 melhores condições de diminuir as injustiças sociais, dentre elas as causadas pela
7 corrupção, e aumentar o nível de desenvolvimento e progresso.
8 O desenvolvimento da Educação Fiscal torna-se primordial, pois permite 9 informar os mecanismos de constituição do Estado, ao mesmo tempo em que torna o
10 cidadão ciente da importância de sua contribuição, fazendo com que o pagamento de 11 tributos seja entendido e visto como investimento para o bem comum. Com a 12 informação, o indivíduo pode se apropriar do poder de questionar e verificar a utilização 13 destes investimentos sociais. (Adaptado de www.receita. Fazenda.gov.br.)
Questãonº4.
21
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Em relação às idéias do texto, assinale a opção ncoretai. (Esaf – Sefaz/PI)
a) Os argumentos do texto defendem o poder da informação no exercício da
cidadania.
b) O respeito à separação entre o bem comum e o bem privado é necessário
para neutralizar a descrença.
c) Justiça social, desenvolvimento e progresso estão relacionados à defesa e
respeito aos direitos e deveres de cada indivíduo.
d) A injustiça social e a negação da cidadania existentes há décadas podem
estar provocando descrença.
e) É dispensável, para que os tributos sejam considerados investimentos para o
bem comum, um processo de esclarecimento ao cidadão.
Cmeádnº4.-Gbarito: E
O mesmo caso da questão anterior é pertinente a esta: verificar a coerência entre
o enunciado e as idéias contidas no texto e, mais uma vez, solicita a ncoretai. O texto
denuncia as injustiças e exorta para a necessidade de esclarecimento do cidadão.
A letra “e” contradiz o texto todo ao considerar “dispensável” o esclarecimento
ao cidadão, por isso ela é a errada em relação ao texto, mas a exigida pela ordem da
questão.
A alternativa “b” está de acordo com o texto ao expressar que “o respeito a
separação entre o bem comum e o bem privado é necessário” conforme podemos ler no
primeiro parágrafo. A letra “c” é direta do texto, enquanto que a “d” também tem apoio
no texto ao constatar que a descrença é fruto da injustiça social, conforme o primeiro
parágrafo.
Questãonº5.
Em relação às estruturas do texto, assinale a opção ncoretai. (Esaf – Sefaz/PI)
22
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
a) A incerteza em relação às afirmações do primeiro parágrafo é reforçada
pelas expressões “talvez” (linha 1 ) e “parece” (linha .2.).
b) A expressão “para com o” (linha 1 ) corresponde semanticamente ae.mrelçãao
c) A forma verbal “tem” (linha 5 ) está no singular para concordar com “Uma
nação (linha 4 e 5 ).
d) Pode-se substituir “fazendo com que” (linha 10 ) porpermtindoque, sem
prejuízo para a correção gramatical do período.
e) A expressão “torna-se primordial” (linha 8 ) corresponde gramaticalmente e
semanticamente aftnpmordial.
Cmeádnº5.-Gbarito: E
A incorreta é a letra “E” porque a substituição proposta altera substancialmente a
frase ao trocar a forma verbal “tornar-se” que é reflexiva, por uma forma passiva.
Observe-se também a troca do tempo verbal (presente pelo pretérito). Além da questão
semântica que altera o sentido, a forma passiva ficaria sem sentido pela ausência do
agente.
As demais alternativas são corretas, pois são simples de conferir, basta proceder
à mudança solicitada para perceber que são plenamente substituíveis. Nestas questões
de substituições, às vezes, o candidato se engana ao imaginar que não necessita conferir
a proposta da banca. A alternativa pode apresentar uma proposta de substituição que,
em tese, é possível, mas no texto se mostra inadequada. Vamos conferir cada alternativa
para apreciarmos as substituições.
Na alternativa “a” os termos “talvez” e “parece” apresentam, realmente a ideia
de dúvida, incerteza. Na letra “b” é feita a proposta para substituir “para com o” por
“em relação ao”. Nada há que impeça tal troca, o que pode causar um pouco de
estranheza ao candidato é que a expressão “em relação ao” acrescenta a preposição “a”
o que é exigido pela palavra “relação a”.
23
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Em “c” temos um caso em que a confirmação exige uma atenção especial quanto
a frase do texto. Neste caso, devemos ter presente a oração principal: Uma nação (...)
tem melhores condições de diminuir as injustiças sociais... O que está entre “uma
nação” e a forma verbal “tem” são orações intercaladas.
A substituição proposta na letra “d” é plenamente aceitável e não precisa ser
mostrada.
Leia o texto abaixo para responder à questão 6.
1 O século XX foi o mais assassino na história registrada. O número total de
2 mortes foi estimado em 187 milhões. O equivalente a mais de 10% da população
3 mundial em 1913.
4 Entendido como tendo-se iniciado em 1914, foi um século de guerra quase
5 ininterrupta, com poucos e breves períodos sem conflito armado organizado em algum
6 lugar. Foi dominado por guerras mundiais: quer dizer, por guerras entre Estados
7 territoriais ou alianças de Estados.
8 Apesar disso, o século não pode ser tratado como um bloco único, seja 9 cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele se distribui em três períodos:
10 a era de guerras mundiais centradas na Alemanha, e era de confronto entre as duas 11 superpotências e a era desde o fim do sistema de poder internacional clássico. Chamarei 12 a esses períodos de 1, 2 e 3. Geograficamente, o impacto das operações militares tem 13 sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não houve guerras entre Estados 14 significantes (em oposição a guerras civis) no hemisfério Ocidental no último século. 15 Em contrapartida, guerras entre Estados, não necessariamente desconectadas do 16 confronto global, permaneceram endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e 17 guerras maiores diretamente resultantes do confronto global aconteceram no leste e no 18 sudeste da Ásia. 19 Mais impressionante é a erosão da distinção entre combatentes e não-20 combatentes. As
duas guerras mundiais da primeira metade do século envolveram toda
24
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
21 a população dos países beligerantes; tanto combatentes quanto não combatentes
22 sofreram. (Eric Hobsbawn,Apmidguera, com adaptações.)
Questãonº6.
Assinale a opção ncoretai a respeito da organização das idéias do texto: (Esaf –
MRE/AC).
a) O texto admite o seguinte resumo:
O século XX foi o mais assassino na história registrada. Foi dominado
por guerras mundiais, que fizeram erodir a separação entre combatentes
e não combatentes. Não pode ser tratado como um bloco único, pois
apresenta diferenças cronológicas e geográficas.
b) Constam, no segundo e terceiro parágrafos, argumentos que comprovam a tese
apresentada no primeiro: o século XX foi o mais assassino da história registrada.
c) A organização do terceiro parágrafo do texto corresponde ao seguinte esquema:
Hemisfério
Ocidental
Geograficamente
Oriente Médio e
Ásia Século XX
Período 1
Cronologicamente Preíodo 2
Período 3
d) Os períodos históricos enumerados nas linhas 11 e 12 correspondem
respectivamente a
1: guerras mundiais centradas na Alemanha.
2: confronto entre superpotências com o fim do poder internacional clássico.
3: guerras entre Estados no Oriente Médio e no sul, leste e sudeste asiático.
25
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
e) O parágrafo conclusivo do texto reforça o que afirma a oração inicial, porque
mostra a abrangência da violência do século XX.
Cmeádnº6.-Gbarito: D
Nesta questão, a Esaf está plenamente renovada, apresentando esquemas e
tabelas que auxiliam a compreensão. Se, por um lado, este procedimento torna a questão
mais longa, por outro a torna mais clara.
A alternativa “d” fica incorreta pelo fato de que os conflitos enunciados, na
ordem, não correspondem aos presentes no texto. O texto distribui os conflitos em três
eras. Nesta alternativa a era 1 está correta, mas a dois apresenta duas eras juntas. No
texto diz: (...) a era de guerras mundiais centradas na Alemanha (1), e era de confronto
entre as duas superpotência (2)s e a era desde o fim do sistema de poder internacional
clássco (3). .
A alternativa “a” trata de resumo. O resumo é uma espécie de texto definido
como aquele que contém todos os elementos do texto principal, apenas excluindo as
idéias secundárias. Examinando o texto, podemos perceber que todas as idéias estão
contidas nele e, portanto, é correto, não servindo como resposta.
Realmente os parágrafos dois e três são argumentativos com relação ao primeiro,
por isso a alternativa “B” também é correta. No parágrafo um, o autor expõe a tese de
que “O século XX foi o mais assassino na história registrada. No parágrafo dois ele
determina o período, como sendo após o conflito de 1914. No parágrafo três o autor
mapeia as guerras em função da divisão cronológica e geográfica.
O esquema da “c” está “bonitinho” e correto, pois corresponde ao conteúdo do texto.
A “e” também é correta, pois o parágrafo final é conclusivo e coerente com o
primeiro. O parágrafo final expõe a intensidade dos conflitos que não distinguiram
26
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES combatentes de não combatentes. Isto fecha o argumento inicial de que o século XX foi
o mais assassino na história registrada.
Para responder às questões 7 e 8, leia o texto abaixo.
A mata que cobria uma das margens de um rio estava em chamas. Um escorpião,
vendo que iria morrer carbonizado, pede a um sapo, que se preparava para ir para a
outra margem, que o leve nas costas. O sapo recusa-se, dizendo que o escorpião poderia
picá-lo. Este diz que não haveria nenhuma razão para isso, pois se o aguilhoasse,
morreria afogado. Continua dizendo que ele poderia estar tranquilo, pois aferroá-lo era
ir contra a sua própria vida. O sapo consente, então em transportá-lo. O escorpião
acomoda-se em suas costas. O sapo começa a nadar. No meio do rio o escorpião pica-o.
Sentindo a ação do veneno, o sapo indaga o porquê daquela atitude, já que ambos iriam
morrer. O escorpião responde que não podia resistir à vontade de aferroar os outros.
Questãonº7.
Assinale a alternativa que corresponde à idéia principal, em torno da qual se
organiza a história acima. (Esaf – FR/MT)
a) A vingança é uma atitude de seres mesquinhos.
b) É comum a falta de solidariedade entre as pessoas.
c) A importância de os seres se prepararem para certas exigências da vida.
d) Nenhuma circunstância pode mudar a natureza e a índole do homem.
e) As pessoas não cumprem a palavra empenhada.
Cmeádnº7.-Gbarito: D
Esta questão traz uma novidade que é a presença de uma fábula, espécie de texto
dificilmente presente em provas. O que caracteriza a fábula é o fato das personagens
serem animais e possuirem uma moral final. A função da fábula, exatamente esta, é
27
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES transmitir uma lição moral às crianças. Armados por este conhecimento teórico,
podemos passar à resolução da questão.
A letra “d” corresponde, realmente, a uma moral da história: a natureza (humana
ou animal) é imutável. É da natureza do escorpião picar, portanto, não há acordo que o
livre deste “destino”.
Na letra “a” surge o tema da vingança, o que é descabido, pois o escorpião não
teria nenhuma razão para vingar-se do sapo que, além de inocente, foi solidário.
A resposta do escorpião é que “não podia resistir à vontade de aferroar”, este
impulso é o motivo e não a questão da solidariedade. Na verdade, o escorpião estava de
carona e solidário estava sendo é o sapo. Este raciocínio invalida a alternativa “b”.
Na alternativa “c” aparece o tema do “inesperado”, algo que também não
justifica a atitude do escorpião. Não há exigências da vida na atitude do escorpião.
O mesmo ocorre com a “e”, pois não é uma questão de quebra de trato, mas sim
da força imperiosa de picar que comanda o animal.
Como o texto é uma fábula, o compromisso argumentativo é com a moral que
está sendo transmitida e não com a lógica da natureza. O tipo de texto, também,
determina a coerência textual.
Questãonº8.
O texto sónãoapresenta: (Esaf – MRE/AC)
a) Discurso direto
b) Sequência cronológica de ações
c) Elementos descritivos
d) Elementos dissertativos
e) Narrador em terceira pessoal
28
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Cmeádnº8.-Gbarito: A
A questão 8 avalia uma série de elementos de constituição do texto. Vamos
analisar um por um:
a) Discurso direto – Examinamos este assunto na parte teórica quando
caracterizamos os tipos de discurso. No texto, todas as falas são indiretas,
não há transcrição das palavras das personagens. A afirmativa é incorreta em
relação ao texto e, portanto, é a exigida pela ordem da questão.
b) Sequência cronológica de ações – Você pode observar os verbos que
designam ação e perceberá que eles estão em ordem crescente do início para
o fim da história. Verdadeira, portanto não serve como resposta.
c) Elementos descritivos – O texto inicia com uma descrição: A mata que
cobria uma das margens de um rio estava em chamas. Realmente, este é um
processo descritivo e confirma que a alternativa é correta em relação ao
texto, mas não serve como resposta para a questão.
d) Elementos dissertativos – Os aspectos dissertativos do texto tornam-se
evidentes pelas argumentações presentes nas falas. O diálogo entre os dois
no momento em que o escorpião convence o sapo de transportá-lo é um
exemplo de processo dissertativo.
e) Narrador em terceira pessoa – Basta examinar as formas verbais para
constatar que estão na terceira pessoa.
Muito simples esta questão, embora implique conteúdos pouco usuais em provas
de concurso, mas o inesperado é uma arma importante das bancas!
Questãonº9.
Numere os sequencializadores na ordem em que devem preencher as lacunas do texto,
de modo a garantir-lhe coesão. A seguir, marque a ordenação correta. (Esaf - ANEEL - 2004)
( ) ou ( ) assim ( ) que
( ) pois ( ) além do que ( ) além de
29
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Depois da primeira linha de transmissão – LT Taquaruçu/Assis/Sumaré, de 505 km de
extensão, __1__ entrou em operação comercial em 12/10/2001, com investimento de R$ 207,5
milhões, diversos empreendimentos passaram a operar comercialmente __2__ foram licitados
com sucesso. __3__ a ANEEL já outorgou concessões para 13,7 mil quilômetros de novas
linhas e entre elas 7,4 mil quilômetros entraram em operação comercial até junho de 2004
__4__ está prevista a entrada em operação de mais 800 km até o final do ano. Esses
empreendimentos melhorarão significativamente a capacidade de transmissão de energia, __5__
acrescentarão mais de 20% na extensão das linhas, em relação aos 61,5 mil km existentes em
1995, __6__ criarem oportunidade de empregos diretos para mais de 25 mil pessoas. (Adaptado
de texto de www.Aneel.gov.br)
A ordenação correta é
a) 2, 5, 3, 4, 1, 6. d) 3, 4, 1, 5, 2, 6.
b) 1, 3, 2, 6, 5, 4. e) 6, 1, 3, 5, 2, 4.
c) 4, 2, 3, 6, 1, 5. Cmeádnº9.-Gbarito: A
Este tipo de questão avalia a capacidade de perceber os elementos de conexão do texto.
Para responder à questão, é importante verificar, na lista, aqueles elementos conectores que são
mais fáceis de identificar. Neste exercício o “que”, funcionando como relativo, é um elemento
bem notório. Duas posições ele pode preencher ( 1 - 2 ). Na posição 1 o “que” mantém
coerência, mas na posição 2 a frase fica prejudicada. Portanto, podemos definir o quinto
elemento da sequência como sendo: ? - ? - ? - ? - 1 - ? O outro elemento fácil é “ou”, pois deve
estar na posição alternativa com o relativo, portanto na posição 2 (que entrou em operação (...)
ou foram licitados...) Agora sabemos a posição de mais um elemento: : 2 - ? - ? - ? - 1 - ?
O primeiro período fala do sucesso da concessão de linhas, o que nos permite prever
uma argumentação afirmativa “assim”. (Assim a ANEEL já outorgou concessões ....) Agora já
temos mais um elemento na sequência: : 2 - ? - 3 - ? - 1 - ?
Agora podemos concentrar nossa atenção em duas expressões semelhantes: “além do
que” e “além de”. Na posição quatro só pode entrar “além do que”, devido à forma verbal
30
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES vizinha que exige conjunção. (..... além do que está prevista....). O “além de” tem duas posições
disponíveis, porém somente na seis ele faz sentido, portanto (..... além de criarem..... ). Temos mais dois elementos: : 2 - ? - 3 - 4 - 1 - 6. Agora temos resolvida a posição cinco que só pode
ser “pois”: 2 - 5 - 3 - 4 - 1 - 6. Esta sequência está na alternativa “a”, que é a correta.
Este tipo de questão não é difícil, mas o concurseiro deve estar muito concentrado para
não confundir a posição da palavra no texto e a ordem dos números resultante da escolha.
Questãonº10.
Em cada item marque o seqüenciador pertinente à lacuna correspondente no texto e,
depois, escolha a seqüência correta. (Esaf - ANEEL - 2004)
Getúlio chegou ao poder em meio a um movimento que representava a ruptura com as
oligarquias da República Velha. Personalizava, ____________(A), um projeto de mudança, _____________(B) dele não fosse consciente. É verdade que ele próprio tinha pertencido ao
regime anterior – foi ministro da Fazenda e presidente do Rio Grande do Sul –, numa repetição
de padrão brasileiro. ______________ (C), chegou ao Rio de Janeiro no bojo de um movimento
que propunha algo de inovador. Seu período na Presidência marcou a presença na política de
um novo ator: a classe trabalhadora. Getúlio soube perceber a importância das classes populares
e passou a apelar para elas. ___________________ (D), não se tratava exatamente de um novo
ator – ____________(E), o povo não tinha força efetiva. (Adaptado de Fernando Henrique
Cardoso)
(A) x. portanto; y. todavia (D) x. Já que; y. Na verdade
(B) x. porquanto; y. mesmo que (E) x. afinal; y. conquanto
(C) x. De todo modo; y. Ademais
a) y,x,x,y,y c) y,x,y,x,x e) x,y,x,y,y
b) x,y,x,y,x d) x,x,y,y,x
31
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES Cmeádnº10.Gbarito:- B
Esta questão é muito semelhante à anterior, apenas acrescenta uma dificuldade
pelo fato de que cada alternativa oferece duas palavras: “x” ou “y”. Conforme for sendo
feita a escolha, por “x” ou “y”, vai determinando a sequência nas alternativas.
Na posição “A” o texto exige um elemento conclusivo, pois são argumentos
cumulativos (representa uma ruptura com o passado e um tem como desfecho um
projeto de mudança. Ao optarmos por “portanto” temos o primeiro elemento da
sequência: : x - ? - ? - ? - ?. Na posição “B” devemos incluir um elemento concessivo,
pois Getúlio é um promotor de um projeto de mudanças mesmo que dele não fosse
consciente (embora não fosse consciente). A nossa sequência ganha mais um elemento:
: x - y - ? - ? - ?. Na posição “C” não podemos ter um elemento cumulativo de
argumentação como “ademais”. O contexto exige “de todo modo.” Novamente, temos
“x”, o que significa que nossa sequência já é: : x - y - x - ? - ?. Na penúltima posição
temos uma frase retificatória, “....na verdade, não se tratava exatamente de um novo
ator” que fecha o texto com uma conclusiva: “afinal”. Assim definimos os dois últimos
elementos da sequência: : x - y - x - y - x o que corresponde a alternativa “b”.
Questãonº1.
Nesta questão você encontrará cinco blocos de planejamento de texto que se compõem
de um título e tópicos. Marque o item em que um ou mais tópico(s) não é/são coerente(s) com
o título. (Esaf - Prefeitura do Recife - 2003)
a) Criação da Câmara de Gestão do combate à violência
Seguir o modelo da Câmara criada na crise da energia; juntar esforços do governo
federal e governos estaduais.
b) Forças-tarefa
Combate à violência não pode esperar pela reorganização dos serviços de segurança
pública; as forças-tarefa atuarão nas regiões metropolitanas; atuação nos focos de ausência do
Estado e de controle pelo crime organizado.
32
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
c) Reaparelhamento e salários
O reaparelhamento das polícias deve caber à União; os Estados devem adotar política
salarial consentânea com carreira de estado.
d) Saneamento das polícias
Focos de corrupção: desperdícios; investigação independente das corporações para fazer
frente ao corporativismo.
e) Unificação das polícias
Polícias trabalham como se buscassem fins diferentes. As polícias não se comportam
como instrumentos políticos complementares; objetivo a perseguir: manutenção do status quo. Cmeádnº1.Gbarito:- E
Esta questão é muito interessante, pois ela não traz texto, mas os seus elementos
constituintes. Cabe ao aluno avaliar o tópico em relação às idéias propostas abaixo. Cada uma
das alternativas é como se tivéssemos o esquema de um texto: o tópico frasal e os argumentos.
A banca aponta a alternativa “e” como a que não mantém coerência entre o tópico e os
argumentos. Vamos examinar. O tópico é “Unificação das polícias”. A primeira frase pode
servir como um argumento para a necessidade da unificação, pois trabalham como se
buscassem fins diferentes. A segunda esbarra numa questão fora de contexto, pois não é função
policial ser instrumento político. Ninguém promoveria uma “unificação das polícias” tendo por
finalidade “manter o status quo”. Por estas e outras razões estes elementos não são coerentes
com a tese (tópico) proposta. Assim a letra “e” é a solicitada pela ordem da questão.
Na alternativa “a” as duas frases são coerentes com a “Criação de Câmara de Gestão de
combate à violência. A primeira frase escolhe o modelo criado para a “crise de energia”. A
segunda frase propões a unificação dos esforços das esferas federal e estadual. A coordenação
de ações é coerente com a ideia de “Câmara de Gestão”.
A letra “b” aponta como saída a criação de “Forças-tarefa. No desenvolvimento, aponta
a necessidade urgente que não pode esperar pelas reorganização dos serviços de segurança. O
local de atuação são as regiões metropolitanas e com presença nos locais controlados pelo crime
organizado.
33
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
No item “c” fala em “Reaparelhamento e salários”. Nos argumentos aponta para a
definição de competências. À União cabe o reaparelhamento, enquanto que aos Estados
compete o pagamento de salários dignos com a carreira de estado.
A alternativa “d” trata do “Saneamento das polícias. Todos os itens que seguem
abordam fatores de desprestígio das polícias: corrupção, investigação independente e
corporativismo.
Questãonº12.
Em cada parágrafo das questões seguintes, encimado por um subtítulo, ordene os itens
de modo a formar um texto coeso e coerente. Descarte o item que não for coerente e coloque
nesse item um “d”. Marque, depois, a seqüência correta. (Esaf - Prefeitura do Recife - 2003)
Câmara de Combate à Violência
( ) Igualmente importante é saber como o país chegou ao atual estágio de insegurança pública.
( ) É o que constata desde o Presidente da República até o brasileiro mais humilde.
( ) A prisão perpétua significa pouco ou nada para eles.
( ) Para combatê-la é preciso distribuir renda.
( ) A violência atingiu um grau insuportável, que não pode ser mais tolerado.
( ) Mas não é só: estamos propondo a criação da Câmara de Combate à Violência, nos
moldes da Câmara de Energia.
a) 3, 1, d, 5, 4, 2 c) 4, 1, d, 3, 2, 5 e) 2, 5, 3, 4, 1, d
b) 5, 2, d, 3, 1, 4 d) d, 1, 5, 4, 2, 3 Cmeádnº12.Gbarito:- B
Como podem observar, neste módulo estamos explorando tipos de questões diferentes a
fim de que os candidatos não sejam surpreendidos por “novidades” que, embora simples, podem
34
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES atrapalhar na hora de responder. Esta questão 12 é semelhante à outras de ordenação de texto, a
novidade é que há o descarte de um dos elementos, marcado na sequência com a letra “d”.
Neste tipo de questão, é necessário observar muito bem o tópico e os elementos que
seguem, procurando, em primeiro lugar, o que deve ser descartado. Esta questão fala em
“Câmara de combate à violência”, portanto, todos os elementos devem estar voltados para ações
preventivas. O terceiro elemento mostra que “A prisão perpétua significa pouco ou nada para
eles”. Isto não é ação preventiva e, além disso, o “eles” remete aos infratores, que não são o
tema em discussão. O que se discute é a criação de uma câmara de combate à violência.
A frase que pode ser tese para o parágrafo é: “a violência atingiu um grau insuportável,
que não pode ser mais tolerado”. Ela justifica a ação de criar a “Câmara”. Surge, logo em
seguida, o argumento de que a violência é de conhecimento de todos: do Presidente da
República até do brasileiro mais humilde. Assim temos definidos dois elementos: ? - 2 - d - ? - 1
- ?. A frase que segue é uma das soluções possíveis para o combate à violência: “distribuição de
renda”. Uma ação não é suficiente, por isso um “mas” pode dar sequência, apresentando outra
ação, ou seja, criar a câmara nos moldes da Câmara de Energia que tem outra solução, buscar as
razões que levaram a este estado de violência (5). Agora temos a sequência exigida pela
questão: 5 - 2 - d - 3 - 1 - 4.
Revisão
Estudamos alguns pontos teóricos muito importantes para a interpretação de
texto, mas muitos outros aspectos desses assuntos podem ser abordados e as bancas
estão sempre à procura de “novidades”, o que significa que tendem a privilegiar aqueles
aspectos sobre os quais as pessoas estão menos informadas. Esta é a razão de
trabalharmos com uma visão mais ampla dos conteúdos, a fim de cobrir um campo
maior de conhecimento, bem como conferir tipos de questões diferentes.
Dos pontos teóricos abordados, a argumentação mereceria um pouco mais de
profundidade, mas o que foi abordado consegue fornecer conhecimento suficiente para
responder grande parte das questões propostas. No módulo de hoje, abordamos mais
35
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES alguns termos teóricos. O importante não é sabê-los de cor, mas reconhecê-los em
textos, a fim de avaliar seu uso.
Muitas questões do fórum são comuns a muitos alunos. Estou preparando um
arquivo para incluir no módulo 05 retificações e respostas a assuntos repetidos. É uma
forma de atingir a todos ao mesmo tempo.
O nosso módulo 04 ficou muito longo, pois estamos com mais de quarenta
páginas, quando o projeto inicial era de vinte e cinco a trinta páginas. Espero que não
tenham ficado aborrecidos pelo excesso de conteúdos. Como anexo, incluí o arquivo
com os nomes de origem indígenas que originalmente era para ser enviado só para
quem solicitasse, mas os pedidos foram tantos que resolvi distribuir a todos.
Cnclusão
Chegamos ao final de mais uma aula, novos conteúdos foram acrescentados.
Espero que tenham usufruído tanto dos aspectos teóricos, como dos práticos. Não
esqueçam de que toda a dúvida deve ser enviada por e-mail, a fim de que possamos
ajudar, de forma mais individualizada, a cada um de vocês. O sucesso de nosso curso
depende muito da colaboração de cada um dos alunos.
Como falamos no início, ainda há tempo de incluirmos em nosso trabalho algum
tópico que vocês possam julgar necessário, não deixem de sugerir. Vamos encerrar por
aqui, aguardando mensagens de vocês.
Até o próximo encontro.
Odiombar - [email protected]
36
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
Anexo I PALAVRAS PORTUGUESAS DE ORIGEM TUPI
Antônio Geraldo da Cunha
Obs: muitas destas palavras podem apresentar uma ou
múltiplas variantes gráficas
aguapeaçoca andiroba aramaçá
aguaraquiá angaturama aramarê
aí angüera arapapá A
aiapa anhá arapari
aiereba anhaíba (anhuíba) arapiraca
abacatuaia aig anhaibatã araponga
abacaxi aipim anhangá arapuã
abaeté airi anhangaquiabo arapuca
abaruna ajajá anhangüera arara
abati ajuberaba anhanguiara arará
abativi ajuru anhuma ararambóia
abijaguaçu ajuruaçu anhumapoca araranim
abiu (abio) ajuruatubira anijuacanga araraúba
abiurana ajurucatinga aninga araraúna
abuna ajurucurau aniuá arari
abutua (ajurucurica) apapá araribá
acaçu ajuruetê apareíba ararica
açaí ajuruim apé araroba
acaiacá ajuruju apeíba arasoare
acaju ambuá aperema (ara[pa]soare)
acajucatinga ambuaçava apiacá arataca
acapu amendoim apicu arataciú
acapurana amingua apií araticum
acará amisaua apitiuba araticu-panã
acaracoro amoré aquê aratu
acaracoroi amoreatim aquiqui aratuém
acaraobi amoreguaçu ará araturé
acarapeba amorepoca arabutã arauebóia
acarapitanga anacã araçá arauiri
acarapitinga anajá aracanhuna araxá
acari anajé araçari araxixá
acaricuara anambé aracati ariramba
acariúba ananás araçóia arirana
acauã anani aracu ariranha
açu (guaçu) anapuru aracuã aritara
acutibóia andá (andá-açu) araguaguá aruaná
acutipuru andirá araguaí arubé
aguapé andirababapari araguari atá
37
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES ati boitiapuá cainana caraguatá
atiati boiúna caipira (? - caraíba
atinguaçu borari (bororê) origem caraipé
atucupá boré controvertida) carajuru
aturá braúna caipora caramuru
aturiá bubuia caitetu [caititu] caraná
axuá buçu cajá carandá
buijeja cajati caranha
buranhém caju carão
buri cajuí carapanã
buriqui cajupeba carapanaúba B
buriti camaçari carapiaçaba
buritirana camapu carapicu
babaçu butiá camará carapina
bacaba camboa carapinima
bacu camboatá carará
bacupari camboatã caraxué
bacurau cambucá caraimã
bacuri C
cametaú cariperana
bacuripari camina (?) caripirá
bacurubu caamembeca camiranga carnaúba
bacutingui caaobitinga campuava caroba
baeapina caapara camucim caruara
baepecu caapeba camurim carumbé
baiacu caapeno camurupim catanduva
baitaca (caapepena) canapaúba catauari
batuíra caapiá candiru catimpoeira
beiju caapiranga cangoeira catuaba
beribeba caapoã canguçu catulé
biaribi caataia cunhambola cauaçu
biboca caatinga (canhembora) cauim
bicuíba caba caninana caúna
bicuibuçu cabajuba canindé cauré
biguá cabatã canitar caxiri
bijupirá cabecê canjerana cipó
biribá cabiúna capão cipotá
bocaiúva caboclo capim coirana
bocima caburé capitari coivara
boicinimpeba cabureíba capiúna comandá
boicininga cacundê capivara comandoé
boiobi caçununga capixaba congonha
boioçu cacuri capoeira copaíba
boioçupecanga caetê [caeté] capororoca copaibuçu
boipeba caiacanga cará copiar
boipiranga caiarara carabuçu corimbó
boiquatiara caiçara caracará corneíba
boitatá caiçuma caracaraí coroca
boitauá caimbé caraetê corocuturu
38
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES craúba curica guabiju guaru
cuandu curicaca guabiroba guaruça
cuatá curimã guabiru guaru-guaru
cuati [quati] curimatã guacá guatambu
cuatiara curió guacaré guatapu
cuatimundé curuá guacucuiá guaxe
cuatipuru curuanha guacuri guaxima
cuaxinguba curuatá guaiá guaxupé
cuia curumim guaiaimbra guigó
cuiaba curupaí guaiamum guirapuru
cuiaíba curupicaí guaiarara [uirapuru]
cuiapena curupira guaibicuana guira-téu-téu
cuiarana cururi guaibicuaraçu guiratinga
cuíca cururu guaibicuati guiraundi
cuidaru cururuapê guainumbi guiraupiaguara
cuiejurimu cururupeba guaipeva guiri
cuiém cururutimbó guajará guraputepoca
cuiemuçu cutia guajaraí guri
cuiepiá cutiribá guajeru guriatã
cuietê cutuba (?) guajuguaju gurijuba
cuim cuxiú guajuvira
cuipeúna guamirim
cuipuna guaná
cuíra guanandi
cuiú-cuiú guanandirana H
cumaricujubi
E guapuíguapeba hain
cumaru eixuá guará hiá
cumarurana embaúba guarabebe
cumbuca embiriçu guarabu
cunambi emboaba guaracema
cunapu enapupê guaraciaba
cundurucunauaru enxuenduape guaraíguaracu I
cunhã enxuí guarajuba iá
cunhambira guarantã iara
cunhamena guarapiapunha ibabiraba
cunhamuçu guarapicica ibacamucum
cunhantã guarapicu ibamirim
cupá G
guarara ibapuringa
cupim guararieí ibiboca
cupiúba gambá guaratimbó (ibiboboca)
cupu gaponga guaraxaim ibijara
cupuaçu gargaúba guariba ibijaú
cupuaí gaturamo guaricanga ibiraçanga
curcurana graúna guaripoapém ibiracica
curi grumixama guariroba ibiraçoca
curiboca grupiara guariúba ibiracuá
39
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
ibiracuatiara irerê jacurutu jeneúna
ibiracuí iruçu jaguacati jenipapo
ibiraigara itá jaguacininga jeniparana
ibiraipu itacuatiara jaguané jequi
ibiraitá itaicica jaguapitanga jequiri
ibirajaca itaimbé jaguapopeba jequiriti
ibiraobi itaipava jaguar jequitibá
ibirapariba itamembeca jaguaracanguçu jequitiguaçu
ibirapaúba itamotinga jaguararuapém jererê
ibirapinima itaoca jaguaretê jerimum
ibirapiranga itapuá jaguaroba jerivá
ibirapiroca itaúba jaguaruçá jetica
ibirapocá ituá jaguaruçu jeticuçu
ibirarema ivirapema jaguatirica jetivi
ibiratinga jamaru jia
ibiraúna jamaxi jibóia
ibiriba jandaia jiboiaçu
içá jandiá jiquitaia
icica J
japá jirau
icicariba japacanim jitinga
igaçaba jabebira japarana juá
igapó jabebirapinima japaranduba jucá
igara jaburandi japecanga juçana
igaraçu [jaborandi] japeraçaba juçara
igarapé jaburu japerujaguara juí
igaraúna jabutapitá japicaí juiguaraigaraí
igarité jabuti japu juijiá
imbé jabuticaba jaquiranabóia juiperega
imbu jabutipeba jaracatiá juiponga
imburana jacá jaraqui jupará
inambu jacamim jararaca jupati
indaiá jaçanã jararacapeba jupiá
indaié jacarandá jararacuçu juquiraí
ingá jacarandatã jararaguaipitanga juquiri
ingapenambi jacaré jataí jurará
ingarana jacarepinima jataíba jurarepeba
inimbó jacaretinga jataicica jurema
intanha jacareúba jataí-mondé juremari
inúbia (?) jacina jataipeba juriti
ipadu jacitara jaticá jurubeba
ipê jacu jatium jurucuá
ipeca jacucaca jatobá jurujuba
ipecacuanha jacuguaçu jatuaíba jurupará
ipecu jacumã jatuarana jurupari
iperu jacumaíba jaú jurupoca
ipueira jacundá jauaraicica jururu
ipupiara jacupema jauari juruva
irara jacuruaru jeju
40
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
marajaíba mucujê
marandová muçum
maranduba mucunã
lambari marapuama mucura O
L(?) mari mucuracaá
maricá muçurana oca
marimari mucuri ocara
maririçó muieperuru oiti
maritacaca muirapuama oiticica M
marupámaruim
mujanguêmuiraquitã oiticoró
macacaúba marupiara mumbaca
macacica matamatá mumbuca
macambira matapi mundéu
macaúbamaçaranduba matintapereramatarana
mungubamundururu P
macaxeira matiri muquirana paca
macucaguá matuim murajuba pacamão
macuco (?) matupá muremurê pacapeua
macucu matupiri murici pacará
majunim maturi muriçoca pacaré
maguari membi murucaia pacavira
maíra membiapara murucu paçoca
majerioba membiguaçu murucututu pacova
mamoá meru murungu pacu
manacá meruanha mururê pacuã
manaíba metara mutá pacuera
manaibuçu miaçaba mutirão pacuí
manaitinga miapeatã mutuca pacupeba
mandacaia micuim mutum paiauaru
mandacaru mindocuruera mututi pajamarioba
mandaguari mingau pajé
mandi mirim panacu
mandioca mirindiba panapaná
mandiocaí miúva panema
mandubi mixira Nnambiju
papiri
manduri moçacara nanauí paracuuba
mangaba mocitaíba narinari parapará
mangabarana mocó nhambi paraparaíba
mangangá mocororó nhandu parari
mangará moquém nhanduabiju parati
manima morubixaba nhanduaçu pari
manipueira mucaiúba nhanduí paricá
mapará mucajá nhanduvaí parinari
mará muçambé pariparoba
maracá muciqui pariri
maracajá muçuã paru
marajá mucuíba patacu
41
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES patativa pirá-andirá pitauá quirimbaba
pati pirá-apapá pitinga quiriri
patiguá pirabebe pitiú quiriru
patioba piracambucu pitomba quixaba
paturi piracanjuva pitu
paxicá piracatinga piúca
paiúba piracava pium
peaçava piracema piúna
peibecabapeba
piracuaxiarapiracuara
pixépixaim R
peitica piracuca pixirica rerimirim
pepéua piracuera pixuna reripeba
pequi piracuí pixurim reriuçu
pequiá piracururu poaia
pequirana piraém pocema
perau piraí pococim
pereba piraiapeva poracê
perereca piraíba poranduba S
peroba piraiquê poraquê
peteca pirajaguara pororoca saaçu
petimbabo pirajuba potaba sabacu
petume pirambeba poti sabiá
peúva piramutaba potiguaçu sabiacica
piaba piranambu potipema sabiapitanga
piabanha piranema potiquequiá sabiapoca
piaçava piranha potó sabiaponga
piaçoca piranhatinga preguari sabiatinga
piapara pirapema puba (pubo) sabiaúna
piau pirapetimbabo puçá sabijujuba
picaçu pirapitinga puçanga sacaí
picaçurova pirapuã puçanguara sacaibóia
picuá pirapucu punaré saci
picuí piraputanga pupunha sacaraúna
picuiguaçu piraquiba purupuru saguaritá
picuipeba pirarara putumuju sagüi
picuipitanga pirarucu puxi saí
picumã pirá-tapioca saipé
pindá piraúna saíra
pindaíba piri sairé
pindá-siririca piriantã saixê Q
pindauaca pirimembeca
samambaia
pindoba piripiri samambaiaçu
pindobuçá piripirioca querejuá sambaíba
pinima piriguá quibuquibura sambaqui (?)
pipira piruá quicé samburá
pipoca pissandó quipá sanhaço
piquira (piçandó) quiri sanharó
pirá pitanga quiriba sapé (sapê)
42
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES sapinhangá sucuuba tamatiá tatupeba
sapiranga suí tambaqui tatupebuçu
sapirão suia també tatuquira
sapiroca suindara tamburupará taturana
sapopema suiriri tamuatá tauá
sapotaia sumaré tanajura tauari
sapucaia sumaúma tananá tauató
sapuva (?) surubim tangapema taxi
sarã surucuá tangará teiú
saracura surucucu tapacurá teiuaçu
sarandi sururu tapanhoacanga tembetá
sarapó suumba tapejara teringuá
sarará tapera teúba
sarigüê taperá téu-téu
saringüebeiju taperebá ticuarapuã
sauá tapiaí ticuaraúna
sauiatingasauiá
T tapinhoãtapicuru tigüeratié(tiê)
saúna taba tapioca tijuco
saúva tabarana tapiopuba tijucupaua
savitu tabaréu tapir tijupá
senembi tabatinga tapiranga timbaúba
sereíba tabebuia tapireçá timbó
sericóia taboca tapiretê timborana
seriema tabujajá tapiri timbu
sernambi tacape tapiruçu timburé
sernambitinga taciaí tapiti timixira
siaum tacibura tapiucaba timucu
siri tacicema tapiúja tinguaciba
sobaúra tacipitanga tapuru tingui
soca tacupapirema taquara tinhorão
socaúna tacuri taquaratinga tipirati
socó taguaíba taquari tipiti
socoí taiaçu taquarirana tipóia
socoró taiaçuetê taquariúba tiquara
sororoca taiaçupita taquaruçu tiquira
suaçu taiaçutirica tararucu tiriba
suaçuapara taioba tarioba tiririca
suaçucanga taiobuçu tarumã titara
suaçuetê taioca tataíra tobi (?)
suaçupitanga taiuiá tatajuba tocaia
suaçupucu tajá tataoca tocandira
suaçutinga tajacica tatapecoaba toré
suçuarana tajamembeca tatu toroupirá
sucupira tamanduá tatuapara tracajá
sucuri tamaquaré tatucaba tracuá
sucurijuba tamarana tatuguaxima traíra
sucuritinga tamatarana tatuí trairambóia
43
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
trapiá upiúba
trapoeraba uraçu
tremembé uritinga
trocano U
uru V
tucano uruá
tucum uacã uruana varém (?)
tucumã uacumã urubu viatã
tucunaré uaína urubutinga vieçacoatinga
tucupi uapé urucá vimojipaba
tucura uapuçá urucatu vipuba
tucurana uariá urueú vitinga
tuijuba ubá urucurana vivia
tuim ubaém urucuri
tuíra ubaia urucuriá
tuiuiú ubapeba urujaguara
tunga ubapitanga urumaru
tupãtungaçu ubatingaubarana
urumutumurumbeba
X
tupé ubaxainha urundeúva xerimbabo
tupuxuara ubim urupê xexéu
turu ubuçu urupema
tururi uçá ururau
tuxaua uéua urutau
uiçu urutaurana
umiriumari
uxiurutu Z
unaúna zabucai [zabucaí
PALAVRAS PORTUGUESAS DE ORIGEM AFRICANA
berimbau; canjerê,
bunda. canjica
capenga, A
Carangola,
caruru, D
acarajé, Caxambu, dendê,
axé, C
caxambu,
caxinguelê,
cachaça (?); caxumba,
cacimba, congá
Cacunda, F
B
calundu,calombo,
farofa,
Bangu, Camundongo,
banguela, Candomblé
44
www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES
G J
T
Guandu, M
pombajira, Tanga,
macumba
macumba,
mandinga,
mangangá, Q
marimba,
U I
marimbondo,
Iemanjá, maxixe, quiabo; Umbanda
miçanga, quibebe,
mocambo, quilombo,
mungunzá, Quimbanda
murundu, s quindim, J
mutamba, Quitute, V
Muzambinho,
jiló, vatapá,
jongo, S O
samba, X
L Oxalá,
Ogum, senzala; Xangô,
lundu,
45
www.pontodosconcursos.com.br