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Internato em Pediatria Aluna: Marcela Gondim Borges Guimarães Brasília, 26 de março de 2014 www.paulomargotto.com.br PNEUMONIAS SEMINÁRIO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

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Page 1: Internato em Pediatria Aluna: Marcela Gondim Borges Guimarães Brasília, 26 de março de 2014  PNEUMONIAS SEMINÁRIO DA UNIVERSIDADE

PNEUMONIAS

Internato em Pediatria

Aluna: Marcela Gondim Borges Guimarães

Brasília, 26 de março de 2014

www.paulomargotto.com.br

PNEUMONIAS

SEMINÁRIO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

Page 2: Internato em Pediatria Aluna: Marcela Gondim Borges Guimarães Brasília, 26 de março de 2014  PNEUMONIAS SEMINÁRIO DA UNIVERSIDADE

Conceito Inflamação do

parênquima pulmonar.

Principal causa: por agentes

infecciosos

Outras causas não-infecciosas (20%): aspiração de alimento, corpos estranhos, suco gástrico; pneumonite induzida por drogas ou radiação.

Entre as infecções respiratórias agudas, é a principal causa de morbimortalidade infantil.

PAC: surgimento dentro da comunidade ou em até 48 horas de internação.

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Epidemiologia

Principal causa de morbidade e mortalidade infantil, especialmente em países em desenvolvimento;

No Brasil, as IRA constituem a segunda causa de óbito em crianças menores de cinco anos em expressiva parcela das unidades federativas.

Mais de 2 milhões de crianças morrem de pneumonia por ano no mundo;

Crianças têm de 4 a 6 infecções respiratórias agudas (IRA) por ano, sendo que 2-3% evoluem para pneumonia;

80% das mortes por IRA é devido à pneumonia;

Maior vulnerabilidade: menores de 5 anos

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Epidemiologia

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Epidemiologia

FATORES DE RISCO

Desnutrição

Baixa Idade

Comorbidades Baixo Peso ao Nascer

Ausência de Aleitamento

Materno

Vacinação Incompleta

Baixo Nível Socio-

Econômico

Permanência em creches

Ambiente

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Etiologia

O patógeno não é identificado em até

60% dos casos, mas o conhecimento do perfil

etiológico é fundamental para

orientar a terapêutica.

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Aspectos Clínicos A PAC costuma ser precedida por um quadro de infecção

viral alta;

A taquipnéia com ou sem dispnéia é mais encontrada nos casos de PAC, sendo este o sintoma mais importante no seu diagnóstico.

A tosse é um dos sintomas mais encontrados nas doenças respiratórias, não sendo específica da PAC.

A história de outros episódios de desconforto respiratório chama a atenção para doença com hiperreatividade brônquica.

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Aspectos Clínicos A pneumonia afebril não é freqüente e é mais

encontrada em crianças até os 3 meses de idade.

A intensidade da febre e o comportamento do quadro febril podem nos ajudar na distinção clínica.

Toxemia, palidez e cianose acompanham a prostração e mostram relação com a gravidade do caso.

Outras manifestações: irritabilidade, cefaléia, hiporexia, vômitos, meningismo;

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Aspectos Clínicos A medida da freqüência respiratória (FR) mostra

uma relação estreita com a gravidade da PAC e com a hipoxemia. Os valores considerados normais variam de acordo com a idade:

até os 2 meses, FR = 60 ipm;

de 2 meses a 12 meses FR = 50 ipm;

acima de 12 meses, FR = 40 ipm.

O batimento de asas nasais pode ser observado, assim como a presença de um estridor expiratório contínuo, o que é um sinal de gravidade.

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Aspectos Clínicos A presença de retração intercostal é um sinal de gravidade da

doença e seu achado é indicativo de internamento.

A ausculta pulmonar varia de acordo com o padrão anatômico e a extensão da pneumonia. Em crianças, é freqüente o comprometimento brônquico com estertores finos médios e grossos.

À ausculta, o murmúrio vesicular poderá estar diminuído na condensação por pneumonia, como também nas grandes atelectasias e nos derrames pleurais.

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Aspectos Clínicos Tríade clássica síndrome da condensação (frêmito

tóraco-vocal aumentado, macicez e estertores crepitantes).

A suspeita clínica de PAC ocorre na presença de tosse, taquipnéia sem sibilância e febre.

A radiografia de tórax é utilizada no diagnóstico de pacientes com suspeita de pneumonia.

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Investigação ComplementarRADIOLOGIA Confirma o diagnóstico, avalia extensão e identifica

complicações. NÃO deve ser usada para controle de cura.

Nas pneumonias exclusivamente virais, predominam espessamentos brônquicos e peribrônquicos, infiltrados intersticiais, adenopatia hilar e parahilar, hiperinsuflação e atelectasia.

As pneumonias bacterianas apresentam-se com padrão alveolar segmentar ou lobar, broncograma aéreo, abscessos, pneumatoceles, espessamento ou derrame pleurais.

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Investigação ComplementarRADIOLOGIA

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Investigação ComplementarLEUCOGRAMA

Tem pouco valor na distinção de processos virais x bacterianos.

PCRNão é recomendada a utilização rotineira.

HEMOCULTURA Deve ser feita em todos os pacientes hospitalizados;Fornece informações importantes pela identificação

bacteriana e perfis de sensibilidade aos antimicrobianos.

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Investigação ComplementarPESQUISA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO

Benéfico no sentido de controle de infecção hospitalar e limitar o uso inapropriado de ATB.

Usa-se detecção de antígeno viral e isolamento do vírus por serem técnicas mais rápidas.

TÉCNICAS INVASIVAS Punção aspirativa, Lavado broncoalveolar: pacientes

que não estejam respondendo ao tratamento.

OUTROS Exame do escarro, teste de aglutinação de partículas

de látex.

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Avaliação da Gravidade

CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE: Lactentes com menos de dois meses: sempre

internar.

Crianças de 2 meses a 5 anos: Além do sinais do quadro 2, são critérios: falha no tratamento ambulatorial, doença grave concomitante, sinais de gravidade na radiografia.

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Avaliação da Gravidade

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Avaliação da Gravidade

TRANSFERÊNCIA PARA UTI:SatO2 < 92% Hipotensão arterialEvidência clínica de grave falência respiratória

ou exaustãoApnéia recorrente ou respiração irregularInstabilidade Hemodinâmica

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Critérios para hospitalização

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Conduta Geral Nutrição

Hidratação

Fisioterapia

Oxigenoterapia

Avaliação Clínica

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Conduta Geral

OXIGENOTERAPIA

Pneumonia grave, apresentando:Tiragem subcostal graveTaquipnéiaGemência respiratóriaCianose centralIncapacidade de deglutição pela dificuldade

resp.SatO2 < 92%

Deve ser ofertado de modo contínuo, mantendo SatO2 entre 92 e 94%.

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Conduta Geral

ADMINISTRAÇÃO DE LÍQUIDOS A administração de líquidos por via intravenosa

(IV) deve ser vigiada atentamente pelo risco de sobrecarga hídrica.

A utilização da via intravenosa (IV), para a reposição de líquidos é recomendada apenas em casos de desidratação grave, choque séptico e situações em que a via oral não possa ser utilizada.

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Tratamento Ambulatorial

>6 anos: devido à incidência de M. pneumoniae e C. pneumoniae pode-se optar pelos macrolídeos.

O ATB pode ser suspenso 3 a 5 dias após desaparecimento dos sintomas clínicos.

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Tratamento

Hospitalizados

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Complicação e Falha TerapêuticaSe a criança permanece com febre ou clinicamente instável após 48-72 h da admissão por pneumonia, deve-se pesquisar complicações, sendo a mais freqüente o derrame pleural.

DERRAME PLEURAL○ Principal Complicação○ Ocorre em torno de 40% das crianças

hospitalizadas○ S. pneumoniae, H. influenza, S. aureus.○ MV diminuido, macicez à percussão.

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Complicação e Falha Terapêutica

DERRAME PLEURAL

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Complicação e Falha Terapêutica

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Complicação e Falha TerapêuticaPNEUMATOCELE○ É uma cavidade pulmonar cística de paredes finas. ○ É mais característica do estafilococo, mas nota-se sua maior

frequência nas pneumonias por S. pneumoniae.○ Na maioria das vezes têm involução espontânea, num

período que pode variar de semanas até mais de um ano.

ABSCESSO PULMONAR○ Área de cavitação do parênquima pulmonar resultante de

necrose e supuração.○ Apresenta-se como cavidade maior que 2 cm, paredes

espessas e nivel hidroaereo.○ O tratamento clínico resolve na maioria dos casos.

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Complicação e Falha TerapêuticaPNEUMATOCELE

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Complicação e Falha TerapêuticaABSCESSO PULMONAR

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PrevençãoA prevenção da desnutrição, do baixo peso ao nascer e do desmame precoce ocupam papel de destaque entre as medidas preventivas da pneumonia.

As evidências apontam que o tabagismo passivo acarreta um maior agravamento da doença do trato respiratório inferior, particularmente nos primeiros anos de vida.

As vacinas têm papel inquestionável como medida de prevenção em saúde. A imunização básica deve ser realizada para todas as crianças e adolescentes seguindo as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Além das vacinas oferecidas pelo PNI, outras vacinas também estão disponíveis gratuitamente nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais para casos selecionados.

Para crianças saudáveis, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a vacinação contra o vírus influenza e a vacina conjugada heptavalente contra o pneumococo.

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Referências Ancona L, et.al. Tratado de pediatria: Sociedade

Brasileira de Pediatria . Barueri, SP: Manole, 2010. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na

comunidade em pediatria. J Bras Pneumol. 2007;33(Supl 1):S 31-S 50.

Manual de Normas para Controle e Assistência das Infecções Respiratórias Agudas, Ministério da Saúde.

Mocelin HT, et.al. Pneumonia Adquirida na Comunidade na Infância: Diagnóstico e Tratamento das Complicações. Diretrizes Clínicas de Saúde Complementar, SBP e SBPT, 2011.

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OBRIGADA