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FABIANO MELO DIREITO AMBIENTAL - FABIANO MELO AULA 01 - 15.04.10 [email protected] Direito internacional do meio ambiente: Nascimento do direito ambiental: 1972 com a Conferência sobre o ambiente humano (Estocolmo-Suécia). No final da década de 60 a Suécia estava preocupada com o crescimento demográfico. É o pontapé inicial do direito ambiental. A Declaração de Estocolmo, no princípio 01, reconhece o meio ambiente como direito humano fundamental. É bom lembrar que o meio ambiente como direito fundamental está no "caput" do art. 225 da CRFB/1988. 02 grupos: 1º grupo: preservacionistas: diziam que se tinha que colocar um final ao crescimento desordenado. 2º grupo: desenvolvimentistas: os países em desenvolvimento afirmavam não ter interesse quando a redução de poluição. Podia- se poluir a bem do desenvolvimento. 2. Comissão Mundial para o Meio Ambiente (1982) Relatório “Nosso Futuro Comum” ou Relatório Brundtland (1987). Esta Comissão formada na ONU sobre o meio ambiente, tinha uma comissão chamada Gro Brundtland (ex Ministra da Noruega). O conceito clássico de desenvolvimento sustentável vem do relatório Brundtland. Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das presentes gerações sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Obs.: este conceito foi

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FABIANO MELO

DIREITO AMBIENTAL - FABIANO MELO AULA 01 - [email protected]

Direito internacional do meio ambiente:

Nascimento do direito ambiental: 1972 com a Conferência sobre o ambiente humano (Estocolmo-Suécia).

No final da década de 60 a Suécia estava preocupada com o crescimento demográfico.

É o pontapé inicial do direito ambiental.

A Declaração de Estocolmo, no princípio 01, reconhece o meio ambiente como direito humano fundamental. É bom lembrar que o meio ambiente como direito fundamental está no "caput" do art. 225 da CRFB/1988.

02 grupos:

1º grupo: preservacionistas: diziam que se tinha que colocar um final ao crescimento desordenado.

2º grupo: desenvolvimentistas: os países em desenvolvimento afirmavam não ter interesse quando a redução de poluição. Podia-se poluir a bem do desenvolvimento.

2. Comissão Mundial para o Meio Ambiente (1982)

Relatório “Nosso Futuro Comum” ou Relatório Brundtland (1987). Esta Comissão formada na ONU sobre o meio ambiente, tinha uma comissão chamada Gro Brundtland (ex Ministra da Noruega).

O conceito clássico de desenvolvimento sustentável vem do relatório Brundtland. Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das presentes gerações sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Obs.: este conceito foi albergado pelo legislador constituinte brasileiro (CRFB/1988 - art. 225, "caput", parte final).

Em Estocolmo 1972 a discussão era sobre o ser humano. O relatório Brundtland já envolvia o meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

3. Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio 92 ou “Cúpula da Terra”).

Instrumentos Importantes:

a) Declaração do Rio: não tem força normativa

b) Agenda 21: trata-se de um documento programático, um plano de ação, uma série de instrumentos e iniciativas para a proteção do meio ambiente. No âmbito internacional, nacional, regional e local. A pretensão da agenda 21 é que nós tenhamos sociedades sustentáveis. É um documento programático porque tem várias medidas, instrumentos que articulam ações para o poder público e sociedade civil, no âmbito local, regional, nacional, internacional. Para os ambientalistas é o documento mais importante.

c) Convenção-Quatro sobre Mudanças Climáticas

É uma convenção que abrange vários assuntos, protocolos ligados a ela:

- Protocolo de Kyoto: tem por objeto reduzir por cada um dos países ricos a emissão de CO2 em 5.2% de sua emissão referente ao ano de 1990. É um protocolo vinculado da Convenção-Quatro sobre Mudanças Climáticas. Obs.: o prazo de vigência do protocolo de Kyoto é de 2008 à 2012. Obs.: a vaca é a maior emissora de CO2.

d) Convenção sobre Diversidade Biológica: principal instrumento de proteção da biodiversidade.

Foi incorporada ao nosso Ordenamento Jurídico pelo DL 02/08

Objetivos:

a) conservação da diversidade biológica

b) uso sustentável dos recursos biológicos.

c) distribuição justa e eqüitativa dos benefícios do uso dos recursos genéticos.

Diversidade biológica ou biodiversidade: a flora, a fauna e os microorganismos.

A perda da diversidade biológica

4. Conferência Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO + 10)

Ocorreu em Johanesburgo na África do Sul em 2002.

Trouxe uma discussão sobre as conferencias anteriores. Foi discutir aquilo que ocorreu nas conferências anteriores.

Princípios do Direito Ambiental

1. Princípio do Meio Ambiente Ecológicamente Equilibrado como um Direito Fundamental.

CRFB/1988 - art. 225: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...).

É o direito matriz na área ambiental, pois vai inspirar desde o legislador até o julgador/aplicador e o administrador.

O legislador constituinte associou o meio ambiente à “sadia qualidade de vida”. Está associando a saúde com uma vida em qualidade. Somente se pode ter isso quando se tem um meio ambiente equilibrado.

O meio ambiente ecologicamente equilibrado é o mais importante dos direitos fundamentais. Só se consegue efetivar os direitos, civis, políticos etc. se houver um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

O maior fundamento que temos é a dignidade da pessoa humana. Quanto mais um direito fundamental se aproxima da dignidade da pessoa humana, mais essencial ele se torna. Como pode existir dignidade sem um meio ambiente ecologicamente equilibrado? É possível.

Meio ambiente ecologicamente equilibrado: é um meio ambiente não poluído, com higidez e salubridade.

STF:

- MS 22.164/SP;

- ADI 3540: o direito ao meio ambiente é de terceira relação e é um direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual.

Relação do Direito ao Meio Ambiente com o Direito Econômico e com os Direitos Humanos: as questões ambientais se pautam nos recursos naturais, que são de direito ambiental, mas que tem interesse ao direito econômico, mas ao mesmo tempo o direito ambiental também interessa aos direitos humanos enquanto direito de terceira geração.

2. Princípio do Desenvolvimento sustentável

O relatório Brundtland traz o conceito de desenvolvimento sustentável. Mas no MIT (instituto tecnológico de Massachussets) já se discutia o assunto.

O princípio do desenvolvimento sustentável procura compatibilizar o desenvolvimento econômico com a proteção ao meio ambiente.

Como compatibilizar o CRFB/1988 art. 170, VI (ordem econômica) com o art. 225

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento)III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

Num confronto entre o meio ambiente e atividade econômica qual a solução a ser dada? ADI 3540: é necessário compatibilizar, se não for possível, prevalecerá o meio ambiente.

Desenvolvimento sustentável ou (para os franceses) desenvolvimento durável: é aquele economicamente factível, ecologicamente adequado, socialmente justo e culturalmente eqüitativo, sem discriminações (Moacir Gadot).

Princípio 04 da Declaração do Rio: é necessário cotejar o desenvolvimento sustentável e a proteção ao meio ambiente.

3. Princípio da Solidariedade Intergeracional e equidade no acesso aos recursos naturais (CRFB/1988 art. 225, "caput")

As gerações futuras: um sujeito de direitos que ainda não nasceu, um sujeito de direitos indeterminado, já podendo ser tutelado. É possível tutelar juridicamente este sujeito de direitos que ainda não nasceu. Fundamento: é a ética entre as gerações, uma ética intergeracional. É um diálogo que se faz com os futuros filhos e netos. Este diálogo tem dois aspectos:

a) solidariedade aspecto sincrônico: ao mesmo tempo, igual. Se refere às presentes gerações.

b) solidariedade aspecto diacrônica: se refere às futuras gerações.

Acesso com equidade aos recursos naturais: para Paulo Afonso Lima Machado temos dois aspectos:

a) o acesso dessa geração não pode comprometer o das gerações futuras.

b) a localização dos recursos naturais: primeiro devem ser acessados os que se encontram mais próximos, isto é, primeiro os locais e depois os de cunho regional, nacional, internacional.

Se assenta no princípio 03 da Declaração do Rio.

4. Princípio da Função Sócio-Ambiental da Propriedade

A propriedade se publicizou com a CRFB/1988. A propriedade só se legitima no nosso Ordenamento Jurídico quando atende a função social e a coletividade.

A função social não limita o direito de propriedade; a função social é elemento essencial interno da propriedade. O conteúdo do direito de propriedade. Não há que se falar em limitação, mas sim no uso da propriedade conforme o direito. Função social não é o elemento externo, mas interno do conceito de propriedade.

Obs.: Cuidado. A tendência é que não há que se falar em indenização pela instituição de reserva legal, de APP.

Função da Propriedade Rural e da Propriedade Urbana.

Função Sócia Ambiental da Propriedade Rural: CRFB/1988 - art. 186, II

CRFB/1988 Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:I - aproveitamento racional e adequado; (feição econômica)II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (feição ambiental)III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; (feição social)IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (feição social)

Como se efetiva o CRFB/1988 - art. 186, II? Através de APP, de reserva legal florestal; não degradando; não poluindo.

Obs.: toda propriedade rural deve ter a reserva legal florestal.

Função Sócio Ambiental da Propriedade Urbana: (CRFB/1988 Art. 182, §2º). Atendimento aos requisitos do plano diretor (cidades com mais de 20 mil habitantes têm que ter plano diretor). Estatuto das Cidades (Lei 10.257/03). Nas cidades que tem menos de 20 mil habitantes e não tem plano diretor, deve-se verificar apartir de uma Lei de ordenação urbana, Lei de diretrizes urbanas usada por cada município.

CAPÍTULO IIDA POLÍTICA URBANAArt. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Quando se fala em função, temos dois aspectos tanto para propriedade urbana, quanto para propriedade rural:

a) negativo, não fazer: não poluir, não degradar, não desmatar.

b) positivo, fazer: se não tem uma reserva legal, deve-se instituir uma reserva lega. Se está desmatado, tem que reflorestar.

Função: é o contrário de autonomia de vontade. Para Celso Antonio Bandeira de Melo Função é o poder de agir que traduz em verdadeiro dever jurídico e que só se legitima quando dirigido ao atingimento da finalidade específica. Aonde há função, há um poder de agir que se traduz num dever jurídico.

A função da propriedade rural é a APP, a reserva legal.

CC/2002 Art. 1.228, §1º

É pacífico no STJ o entendimento de que o passivo ambiental é transmitido ao adquirido, por se tratar de obrigação “propter rem”.

A reparação do dano ambiental é imprescritível (STJ).

5. Princípio da Prevenção

Vem do verbo prevenir que significa agir antecipadamente.

O direito ambiental é essencialmente preventivo.

O princípio da prevenção lida com o dano certo ou dano conhecido, pois há pesquisas, dados e informações ambientais; Ex: a atividade mineraria causa degradação ambiental de forma significativa. Para realizar uma atividade econômica poluidora ou degradadora é necessário que o empreendedor adote medidas de mitigação e / ou compensatórias.

Existe Certeza Científica.

O que justifica o princípio da prevenção? a) a impossibilidade de retorno ao “status quo ante”; b) a eliminação de uma espécie da flora ou da fauna.

Pelo princípio da prevenção se sabe o que vai acontecer quanto ao meio ambiente.

Instrumentos que efetivam o princípio da prevenção:

a) poder de polícia ambiental: segue a mesma lógica do art. 78 do CTN. Traduz-se na fiscalização ambiental.

b) licenciamento ambiental: antes da atividade faz-se uma análise ambiental.

c) EIA/RIMA

5. Princípio da Precaução

Dano incerto, desconhecido é o chamado perigo “in abstrato”.

É o princípio da incerteza científica ou da interrogação. Não tem pesquisas e informações conclusivas.

Enquanto a prevenção é o dano certo e conhecido, na precaução ocorre a interrogação. Ex: alimentos transgênicos, não temos dados, informações que façam crer que esses alimentos causem interferência no meio ambiente.

Se não tem estudos conclusivos, isso não significa a possibilidade de intervir no meio ambiente.

“In dubio, pro ambiente” na dúvida decida pelo meio ambiente.

Inversão do ônus da prova:

O MP tem utilizado o princípio da precaução para justificar a inversão do ônus da prova. Cabe ao empreendedor provar que sua atividade não gera riscos ao meio ambiente.

Exercício de Prognose (probabilidade) Negativa

Prognose: conhecimento antecipado

Prognose Negativa: o Juiz deve se utilizar do exercício de prognose em razão do princípio da precaução. Deve fazer um juízo de probabilidade. Na dúvida, o Juiz deve optar pelo meio ambiente. Nesse exercício de prognose negativa, o Juiz nega a continuidade da atividade ante o princípio da precaução.

Princípio 15 da Declaração do Rio

6. Princípio do Poluidor Pagador

Base legal: art. 4º, VII da Lei 6.938/81 e CRFB/1988 - art. 225, §3º

É um princípio econômico de proteção ambiental que tem caráter cautelar e preventivo em essência.

Há dois aspectos:

a) preventivo: essência do princípio.

Frase que identifica esse princípio: a internalização das externalidades negativas.

Internalização = processo produtivo: Recursos naturais Processo Produtivo Produto

Externalidades: Gases; Efluentes; resíduos tratamento

Externalidades negativas: é tudo que está fora do processo produtivo.

O produtor tem que colocar no custo da produção tudo aquilo que tem as externalidades negativas, pois do contrário estar-se-ia privatizando os lucros e socializando as externalidades negativas.

O empreendedor deve internalizar os custos de prevenção, monitoramento e reparação dos impactos causados ao meio ambiente.

b) reparador: se eventualmente ocorrer o dano ambiental, o empreendedor deve reparar o meio ambiente. É o princípio da responsabilidade do empreendedor. A responsabilidade em matéria criminal é uma responsabilidade objetiva (art. 14, §1º da Lei 6.938/81).

______________________________________________________________AULA 02 19.04.10

Princípio do Usuário Pagador

Art. 4º, VII, Lei 6.938/81

Lei 9.433/97, art. 19: a água é um bem que tem valor econômico

O solo é um recurso tributável que no âmbito rural traz a incidência do ITR e no caso urbano o IPTU.

Razões desse princípio: Evitar o custo zero, que gera hiperexploração e, com ela, a escassez.

Ex: água é um bem futuro.

Esse princípio possibilita cobrar pelo recurso para evitar a hiperexploração.

A ADI 3378 fez menção expressa ao princípio do usuário pagador.

Art. 4º, VII, parte final, da Lei 6.938/81: princípio do usuário pagador: imposição ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Obs.: a parte inicial do dispositivo trata do princípio do poluidor-pagador.

O princípio do usuário-pagador liga-se ao Estado instituindo cobrança pela utilização dos bens ambientais. Nesse aspecto, tal princípio liga-se ao princípio da legalidade.

8. Princípio Democrático

Parte da doutrina trabalha com o princípio democrático e coloca como subprincípio os princípios da informação, da participação comunitária e da educação ambiental. É uma opção doutrinária.

Tem três aspectos:

a) Princípio da Informação

Só pode haver Estado Democrático com informação.

Paralelo com o direito do consumidor. A falta de informações ao consumidor pode afetar a saúde, o meio ambiente etc.

A população tem direito de ser informada pelas conseqüências de uma determinada obra/empreendimento sobre a saúde e ao meio ambiente.

Tudo o que tem a ver com licenciamento devem ser publicadas. É necessário publicar no diário oficial e no órgão de imprensa de grande circulação. Isso é uma manifestação do princípio da informação. Quando se consegue uma licença tal ato também é publicado.

A publicidade do EIA/RIMA (CRFB/1988 art. 225, §1º, IV) também é uma forma de manifestação do princípio da informação.

Pegadinha: ao EIA deve se dada publicidade. Existe alguma informação no EIA a que não se dá publicidade? Sim, o sigilo industrial. Esse sigilo deve ser suscitado pelo empreendedor.

Garante-se a todos o acesso aos bancos públicos sobre informações ambientais. A Lei 10.650/03 garante o acesso às informações dos bancos dos órgãos ambientais. A CRFB/1988 art. 5º, XXXIII, já traz essa garantia.

Outra manifestação do princípio da informação: SISNIMA – Sistema Nacional de Informações Ambientais: banco de dados a ser formado por todos os órgãos ambientais (federais, estaduais e municipais).

O princípio da informação tem uma correspondência na Declaração do Rio (Princípio 10).

b) Princípio da Participação Comunitária

Aspectos:

b.1. Administrativo: Como ocorre a participação no âmbito administrativo? Fundamentalmente com a participação da população na formulação de políticas públicas ambientais.

Como se dá essa participação efetivamente? Ex: participação em:

- conselhos de meio ambiente:

Pode ser no âmbito federal (CONAMA – conselho Federal do Meio Ambiente), estadual (CONSEMA – Conselho Estadual do meio Ambiente) e municipal (diversas siglas).

Qual a importância dos conselhos de meio ambiente? No Brasil, o ente federativo só pode efetuar o licenciamento ambiental se tiver conselho do meio ambiente, que tenha caráter deliberativo. É possível ter dois tipos de conselho: consultivo e deliberativo. Para as questões ambientais o conselho tem que ser deliberativo. O conselho é apenas opinativo, não interessando ao direito ambiental. O conselho de caráter deliberativo decide, toma decisões, não sendo meramente opinativos. A sociedade civil participa dos conselhos. É uma forma de materialização do princípio da participação comunitária.

- audiências públicas:

A audiência pública ocorre normalmente no EIA. O que é audiência pública? Uma vez pronto o EIA é preciso levar esse estudo à população, por meio da realização da audiência. Na audiência pública a população opina sobre o empreendimento.

- consultas públicas:

É uma termo mais amplo que audiência pública. A consulta pública é uma forma de ouvir a população, podendo ser feita por internet.

- comentários ao EIA/RIMA:

Antes da audiência pública, quando o EIA foi feito pelo empreendedor deverá ser encaminhado ao órgão ambiental, abrindo-se prazo para algumas entidades (ex: MP) se manifestarem por escrito sobre o estudo. Após as manifestações será realizada audiência Pública.

b.2. Legislativo:

Como população participa no aspecto legislativo? Pelos instrumentos da CRFB/1988 - art. 14 (plebiscito, referendo ou ainda iniciativa popular).

Paulo Afonso Nélio Machado defende que pode haver plebiscito popular. Ex: houve no Chile quando a água que foi privatizada para que voltasse a ser pública.

b.3. Judicial:

- Ação Popular ambiental:

- ACP:

- MS coletivo:

- ADI:

Para cada uma dessas ações deve ser observada a legitimidade. O cidadão comum, por exemplo, poderá ajuizar a ação popular.

Como o indivíduo pode participar da proteção ambiental?

- respeitando as normas sobre proteção ambiental

- exigindo do poder público através dos entes da sociedade civil.

c) Princípio da Educação Ambiental (CRFB/1988 - art. 225, §1º, VI)

Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

Esse dispositivo foi regulamentado pela Lei 9.795/99

Esse dispositivo foi regulamentado pela Lei 9.705/99

Educação ambiental: educação formal e não formal.

O Princípio da educação ambiental congrega tosos os demais. Passa-se a ter cidadãos conscientes, que sabem onde buscar as informações ambientais e consequentemente participar das decisões, das políticas ambientais.

8. Princípio da Ubiqüidade (ou da Variável Ambiental no Processo Decisório das Políticas de Desenvolvimento).

Ubiqüidade: é colocar o meio ambiente no epicentro dos direitos humanos. Todas as decisões projetos e políticas públicas devem contemplar a questão ambiental.

Ex: leis orçamentárias (PPA, LDO), programas governamentais, programas econômicos, políticas econômicas.

O PAC (programa de aceleração do crescimento) tem que considerar a variável ambiental.

“Antes de avaliar economicamente, avalia-se ambientalmente”.

Esse princípio está no Princípio 17 da Declaração do Rio.

Como acontece a avaliação de impacto ambiental no Brasil?

a) EIA/RIMA

Toda vez que existe uma obra que cause significativo impacto ambiental (CRFB/1988 - art. 225, §1º, IV).

Obs.: Faz a avaliação de projeto singularmente.

b) Avaliação ambiental estratégica

Uma avaliação ambiental estratégica: nos casos de um plano, de um programa ou de uma governamental.

O PAC, por exemplo, comportaria uma Avaliação Ambiental Estratégica, pois estamos diante de um conjunto de obras, atividades, empreendimentos.

IEA/RIMA é para uma obra.

A Avaliação Ambiental Estratégica não está regulamentada no Brasil. Atualmente, para o princípio da ubiqüidade, o que se tem é o EIA/RIMA.

9. Princípio do controle do poluidor pelo poder público (CRFB/1988 - art. 225, §1º, V).

Cabe ao poder público controlar o poluidor. Como é esse controle? Se não se controla a atividade privada, ou mesmo estatal, ter-se-á problemas para o meio ambiente e para a saúde humana.

Formas de controle:

a) Licenciamento Ambiental

Forma de controle da atividade econômica por excelência.

Toda obra e atividade polidora ou causadora de degradação ambiental deve se submeter ao licenciamento ambiental.

b) Poder de Polícia Ambiental

É a fiscalização das obras e atividades econômicas. O poder de polícia ambiental segue a mesma lógica do CTN art. 78.

Ex: agrotóxicos. Se o órgão ambiental não fiscalizar, irá colocar em risco a saúde.

c) Auditorias Ambientais

Em 2006, foi editada a Lei 11.284 (Lei de Gestão de Florestas Públicas para a Produção Sustentável): hoje é possível a um particular (concessionário) explorar uma floresta pública mediante procedimento licitatório. Uma vez ocorrido o certame (na modalidade concorrência), a pessoa jurídica vai explorar determinada atividade (ex: ecoturismo).

Auditoria florestal: sem prejuízo do licenciamento e do poder de polícia, o órgão ambiental competente vai credenciar entidades da sociedade civil que de forma independente vão auditar o contrato firmado para a exploração da floresta pública. É uma auditoria independente, sem prejuízo da fiscalização do órgão ambiental (art. 42). O órgão ambiental credencia, mas quem paga a conta é o concessionário. As conclusões da auditoria serão encaminhadas ao órgão ambiental, que vai tomar as medidas pertinentes.

10. Princípio da Cooperação

Cooperar é agir em conjunto.

Princípio 15 da Declaração do Rio.

Os impactos ambientais são transnacionais.

Tem Previsão Constitucional: CRFB/1988 - art. 4º, IX: princípio da “cooperação entre os povos para o pregresso da humanidade”.

Previsão Lei 9.605/98 art. 77:

É necessária a cooperação entre os países para solucionar os problemas ambientais.

É possível também falar no princípio da cooperação no âmbito interno. É o denominado “Federalismo cooperativo” para a proteção do meio ambiente (CRFB/1988 - art. 23). Ademias, sociedade civil e poder público devem agir conjuntamente para a proteção ambiental (CRFB/1988 - art. 225, "caput").

CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTEArt. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:I - produção de prova;II - exame de objetos e lugares;III - informações sobre pessoas e coisas;IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de uma causa;V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.§ 1º A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.§ 2º A solicitação deverá conter:I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;II - o objeto e o motivo de sua formulação;III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;IV - a especificação da assistência solicitada;V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso.

11. Princípio da natureza pública da proteção ambiental.

Cabe prioritariamente ao poder público a proteção do meio ambiente, pois o meio ambiente é de “fruição humana coletiva”.

Esse princípio vai se aproximar do princípio da supremacia do interesse público e com a indisponibilidade do interesse público.

A CRFB/1988 pontua o meio ambiente como bem de uso comum do povo. E, claro, trata-se de um bem indisponível. Portanto, cabe, em essência ao poder público a sua proteção.

É de interesse público a proteção ambiental. Por isso se justifica esse princípio.

O meio ambiente é um patrimônio público.

Constituição e Meio Ambiente

1. Conceito Jurídico de Meio Ambiente:

É o conjunto de condições, leis, influencias e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, I, Lei 6.938/81).

O legislador adotou o conceito amplo de meio ambiente, reunindo dois elementos importantes, embora criticado pela doutrina: a) elementos bióticos e b) os elementos abióticos.

a) elementos bióticos: tudo o que tem vida: fauna, flora.

Biota: é o conjunto de seres vivos que vivem em determinada região (fauna e flora de uma região).

b) elementos abióticos: elementos que não tem vida. Ex: atmosfera, solo, águas etc.

Outras terminologias importantes:

Biótopo: lugar

Biocenose: seres vivos

2. Classificação do meio ambiente por de José Afonso da Silva (já albergada pelo STJ).

2.1. Meio ambiente natural (CRFB/1988 - art. 225)

O meio ambiente natural é aquele que independe do homem.

a) bióticos

b) abióticos

2.2. Meio ambiente cultural (CRFB/1988 - art. 215 e 216 – patrimônio cultural brasileiro).

a) patrimônio material: é aquele físico

Ex: Ouro Preto, Olinda etc.

Qual instituto para a proteção do patrimônio cultural material? Em regra, o tombamento.

b) patrimônio imaterial: é aquilo que não é físico.

Ex: são as danças, as comidas, as tradições, as festas religiosas.

O que nos caracteriza como povo são as questões culturais. Esse meio ambiente é que nos caracteriza como povo.

Instrumentos de Tutela do meio ambiente cultural material e imaterial:

- tombamento: Ex: pelourinho

- registro: para tutelar o patrimônio imaterial. Não se tomba o pão de queijo, mas sim o registra. O samba, queijo minas, acarejé, pão de queijo são exemplos de patrimônio imaterial.

- inventário: é relacionar os bens que guarnecem uma igreja ou um museu ou dentro de uma determinada área.

- vigilância: é fiscalização. Quando se está protegendo o patrimônio material, deve ser utilizada a vigilância. Se uma casa é tombada, o órgão responsável pela tutela vai ter que fiscalizá-la.

Quem exerce a vigilância no âmbito federal é uma autarquia federal responsável pela proteção: IPHAN (instituto do patrimônio histórico e artístico nacional): é uma autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.

- desapropriação

Art. 5º do DL 3365/41

Obs.: Sino é patrimônio cultural no Brasil.

CRFB/1988 - art. 216.

DL 3365/41, Art. 5º Consideram-se casos de utilidade pública:a) a segurança nacional;b) a defesa do Estado;c) o socorro público em caso de calamidade;d) a salubridade pública;e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;h) a exploração e a conservação dos serviços públicos;i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais. (NR) (Redação dada à alínea pela Lei nº 9.785, de 29.01.1999, DOU 01.02.1999)Nota: Assim dispunha a alínea alterada:"i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o loteamento de terrenos edificados ou não para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; (Redação dada pela Lei nº 6.602, de 07.12.1978)"j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;

k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens móveis de valor histórico ou artístico;m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científico, artística ou literária;p) os demais casos previstos por leis especiais.§ 1º A construção ou ampliação de distritos industriais, de que trata a alínea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias a instalação de indústrias e atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 6.602, de 07.12.1978)§ 2º A efetivação da desapropriação para fins de criação ou ampliação de distritos industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, do respectivo projeto de implantação. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 6.602, de 07.12.1978)§ 3º Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.785, de 29.01.1999)

CRFB/1988, Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:I - as formas de expressão;II - os modos de criar, fazer e viver;III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de

programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

2.3. Meio Ambiente Artificial (CRFB/1988 - art. 182 e Lei 10.257/01)

Alguns doutrinadores chamam de “meio ambiente construído”. Há uma intervenção humana (= “intervenção antrópica”).

Há uma divergência doutrinária, mas o professor diz que são as cidades.

a) espaços abertos: ruas, praças, parques etc.

b) espaços fechados: museus, teatros, escolas etc

Obs.: o direito urbanístico, em especial o estatuto das cidades e o plano diretor (CRFB/1988 - art. 182, §1º), é o responsável por esse meio ambiente artificial.

2.4. Meio Ambiente Laboral (do trabalho) Urbano e Rural (CRFB/1988 - art. 200, VIII).

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

O meio ambiente do trabalho: versa sobre a saúde e a segurança do obreiro. Vai se preocupar com o trabalhador dentro da empresa, a questão ergonômica etc, o que afeta a qualidade de vida e a segurança do trabalhador.

Análise do CRFB/1988 - art. 225

Para José Afonso da Silva este dispositivo possui uma a) norma matriz que é o "caput", b) norma de garantia e efetivação do "caput" (CRFB/1988 - art.225, §1º) e c) normas particulares ou determinadas ou específicas (CRFB/1988 - art. 225, §2º ao §6º).

a) norma-matriz (CRFB/1988 - art. 225, "caput":

Toda proteção ambiental se assenta no art. 225, mas o coração de toda a discussão é meio ambiente ecologicamente equilibrado ("caput"). Por isso o meio ambiente ecologicamente equilibrado é tido como um direito fundamental.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

“Todos”: o pronome indefinido neste caso se refere aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil.

O Min. Antônio Herman de Vasconcelos e Benjamin indaga se é possível um estrangeiro em passagem pelo Brasil suscite a tutela ambiental? Numa visão restritiva do dispositivo constitucional não poderia. Contudo, começa a se discutir na doutrina uma ampliação da questão do meio ambiente para que possa ser suscitada mesmo por quem esteja em trânsito pelo Brasil. Ele já começa a defender que dentro do pronome indefinido “todos” será abrangido a tutela dos seres vivos>

Quais as concepções de mundo que permeiam o CRFB/1988 - art. 225?

- antropocentrismo: (é a corrente dominante)

É a leitura que coloca o homem no centro de todas as relações (gregos: “o homem é a medida de todas as coisas”). Utilizam-se os recursos ambientais para os homens e em função deles.

Utilitarismo: os recursos naturais em função do homem.

O antropocentrismo está gerando os problemas ambientais por todos conhecidos.

A nossa CRFB/1988 é antropocêntrica. Mas hoje existem duas formas de antropocentrismo:

Antropocentrismo tradicional (dos gregos).

e

“Antropocentrismo alargado”: o homem está no centro das relações, mas não se esquece dos demais seres vivos. Mitiga-se a leitura tradicional dos gregos (utilitarista) do antropocentrismo.

O Min. Antônio Herman de Vasconcelos e Benjamin começa a falar biocentrismo em sua doutrina. Leitura biocêntrica da CRFB/1988 – art. 225, §1º, VII. Estamos caminhando para colocar os seres vivos no centro das relações, para o biocentrismo.

- biocentrismo:

O centro das relações não é mais o homem, mas sim os seres vivos, incluindo o homem.

b) norma de garantia e efetivação do "caput" (CRFB/1988 - art.225, §1º):

Traz as normas de garantia e de efetivação do meio ambiente equilibrado, por meio do poder público.

c) normas particulares ou determinadas ou específicas (CRFB/1988 - art. 225, §2º ao §6º):

CAPÍTULO VIDO MEIO AMBIENTEArt. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento)III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxAula 03 - 21/04/10

CF/88 - Art. 225. TODOS TÊM DIREITO ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Todos tem direito - Significa que todos tem direito cria um direito público subjetivo, oponível “erga omnes”, não contra o estado mas em face do estado e de outros particulares. Pois o Meio ambiente é direito meta individual.

Meio ambiente ecologicamente equilibrado – é direito de 3ª geração ou de novíssima geração e é aquele não poluído, com higidez e salubridade.

Bem de uso comum do povo – encontra respaldo no art. 99, I do CC/2002CC/2002 - Art. 99. São bens públicos:I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.Esse artigo não pode ser usado para falar de bem de uso comum do povo, pois o meio ambiente não pode ser desafetado e conseqüentemente não pertencem as pessoas polticas.O meio ambiente é um bem jurídico autônomo, de interesse público.

Bens jurídicos:Macrobens – são incorpóreos, imateriais, indivisíveis e inapropriáveis. É a alma do meio ambiente.Microbens – são as florestas, águas, flora, etc. É a parte corpórea do meio ambiente, é a tutela pontual do meio ambiente.

É possível tutelar o meio ambiente com base nos microbens e nos macrobens.

O meio ambiente é patrimônio público?Não significa quando se fala em patrimônio público que é pertencente a pessoa jurídica de direito público.

Lei 6938/81 – Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,

condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

Aqui o estado não é o proprietário do meio ambiente, mas o gestor deste.

Essencial à sadia qualidade de vidaAqui o meio ambiente é condição de saúde.

Impondo-se ao poder públicoÉ imposição para os 3 poderes. Pois cabe ao poder publico a incolumidade do meio ambiente; uma obrigação de não degradar, de não poluir, e de não ter intervenções que coloque o meio ambiente em risco. Se já está degradado e se já esta poluído cabe ao poder público a sua regeneração.

à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.Eticidade entre as gerações.

Art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.

Art. 225, § 1º, I da CF:Processos Ecológicos EssenciaisEdis Milaré - são aqueles que garantem o funcionamento dos ecossistemas e contribuem para a salubridade e higidez do meio ambiente.

José Afonso da Silva - São aqueles governados, sustentados ou intensamente afetados pelos ecossistemas, sendo indispensáveis a produção de alimentos, a saúde e a outros aspectos da sobrevivência humana e do desenvolvimento sustentado.

PRESERVAR X CONSERVARPreservar - é manter intacto sem interferência humana.Conservar - é compatibilizar a proteção ambiental com o desenvolvimento de atividades humanas.

Lei 9985/00 trouxe as unidades de conservação.

Manejo ecológico das espéciesÉ cuidar do equilíbrio das relações entre a comunidade biótica e o seu habitat.Significa lidar com elas de maneira a conservá-las e, se possível, recuperá-las.

Manejo ecológico dos ecossistemasÉ realizar a gestão adequada dos ecossistemas, mantendo-os integralmente protegidos

A palavra manejo é intervenção humana no meio ambiente.

Art. 225, § 1º, II da CF:

Patrimônio genéticoÉ o conjunto de seres que habitam o planeta, incluindo os seres humanos, os animais, os vegetais, e os microorganismos

A CTNBIO é a comissão técnica nacional de bio segurança que é o órgão responsável por isso e é ligado ao ministério de ciência e tecnologia.

Art. 225, § 1º, III da CF:

Espaços especialmente protegidos – são:As unidades de conservação, lei 9985/00;As áreas de preservação permanente, art. 2º e 3º da lei 4771/65;A reserva legal florestal, art. 16 da lei 4771/65;Servidão ambiental, art. 9º da lei 6938/81;Tombamento.

Para a AGU as unidade de conservação sempre foram espaços especialmente protegidos de forma estrita, mas STF com ADI 3540 incluiu as áreas de proteção permanente.

Só por lei específica que pode ser alterar a unidade de conservação para lhe extinguir ou reduzir sua área, que é criada por intermédio de ato do poder público, tal ato é o decreto.

Art. 225, § 1º, IV da CF:EIA/RIMA é obrigatório para toda e qualquer atividade que venha a causar significativo dano ambiental, ADI 1086, ADI 1505, é de competência do poder executivo por intermédio de seus órgãos ambientais e com isso o poder legislativo não pode opinar e nem criar condições que contrariem o art. 225, § 1º da CF:

Para as demais obras que não causem significativo dano ao meio ambiente cabe o estudo ambiental simplificado.

Art. 225, § 1º, V da CF:Aqui temos o princípio do controle que é para o controle da energia nuclear, agrotóxicos e biotecnologia

Art. 225, § 1º, VI da CF:Promoção da educação ambiental em todo os níveis de ensino para criar uma conscientização ambiental.

Art. 225, § 1º, VII da CF:É o inciso biocêntrico que coloca os animais no centro das relações.

Função EcológicaPraticas que provocam a extinção das espécies:Caça profissional;Pesca clandestina com explosivos;Introdução de espécies exóticas ou alienígenas.

Submissão de animais a tratamento cruel.ADI 3776 – rinhas ou brigas de galo é inconstitucionais e ofende o art. 225, § 1º, VII da CF.RE 153531 – Farra do Boi.RESP 1.115.916 – possibilidade de extermínio de animais para preservar a saúde humana.

Art. 225, § 2º da CF/88.

Art. 225, § 3º da CF/88.

Responsabilidade:

Aspecto Preventivo – é o licenciamento ambiental, em essência o direito ambiental é preventivo.

Aspecto Repressivo – Âmbito Administrativo, decreto 6514/08, e/ou Âmbito Penal, lei 9605/98 – a responsabilidade administrativa está entre os arts. 70 a 76 da lei 9605/98 o decreto regulamenta esses artigos.

Aspecto Reparador – Civil – lei 6938/81 art. 14.

A teoria do risco integral e a teoria do risco criado, que está superada.Art. 37, § 6º da CF/88, contudo a teoria do risco integral tem uma exceção que é o a omissão do poder de policia do poder (fiscalização) público. RESP 647493/SC e diz que a ação de reparação ambiental é imprescritível, mesmo a ação na esfera penal e administrativa ser prescritível.

Art. 225, § 4º da CF/88.Trata dos grande biomas brasileiros que mereceram proteção.

Lei 11428/06 trata da Mata Atlântica.RE 300244; 134297

Art. 225, § 5º da CF/88.As terras devolutas podem ser destinadas a áreas de proteção dos ecossistemas.

Art. 225, § 6º da CF/88.As usinas nucleares para funcionarem precisam de lei específica para poderem funcionar, deve obrigatoriamente elaborar o EIA/RIMA.O órgão responsável é o CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Competências em matéria ambientalArt. 23 da CF fala da competência material ou da competência comum/administrativa, e deve-se fazer uma associação com o poder de polícia.

CF/88 - Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; (vide ADI nº 1698-1.)VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

Competência legislativa ou legiferante.Art. 24 da CF/88 traz as normas gerais de uniformização e coordenação da legislação.§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

Em direito ambiental, as resoluções do CONAMA assumem o papel de norma geral na ausência das normas gerais que não foram editadas pelo legislativo. Ex.: Resolução 1/86, é sobre o EIA/RIMA, e 237/97, é sobre licenciamento ambiental ordinário.

O art. 30, II da CF da essa competência para os municípios.

CF/88 - Art. 30. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

A legislação suplementar pode ser:Supletiva – preenche as lacunas da legislação federal e/ou estadual.Complementar – detalhamento da legislação.

Art. 24, §§ 3º e 4º da CF/88§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

AgRg no RESP 711405 – o IBAMA pode exercer seu poder de policia sem confundir essas ações com a competência para licenciamento de obras, quando for de sua competência. 2 ou mais estados ou o Brasil e outro país é de competência do IBAMA, já se for dentro do próprio estado é competência é do órgão estadual.

Lei 6938/81 – POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – PNMA.É a primeira lei que sistematiza a política do meio ambiente a nível nacional.

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente.Possui:Órgão Superior – Conselho de GovernoÓrgão Consultivo e Deliberativo - CONAMAÓrgão Central – MMA – Ministério do Meio AmbienteÓrgão Executor – IBAMA e ICMBioÓrgãos Seccionais – Órgãos EstaduaisÓrgãos Locais – Órgãos Municipais.

SISNAMA – é o conjunto de entes e órgãos da U, E, DF e M, responsáveis pela proteção, controle, monitoramento e melhoria da qualidade da política ambiental do País.O SISNAMA não possui personalidade jurídica e nem tem previsão constitucional, mas os órgãos que o compõe possuem.

Órgão Superior – Conselho de GovernoÉ a reunião de ministros de estado e de secretários especiais com status de ministro de estado.

Tem a função de assessorar o presidente da republica na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais.

Órgão Consultivo e Deliberativo - CONAMANo aspecto consultivo:Tem por finalidade assessorar, estudar e propor ao conselho de governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais.

Nos aspecto deliberativo:Deliberar no seu âmbito de competência sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial a saída qualidade de vida. Isso é feito através das resoluções do CONAMA.

Atos editados pelo CONAMA:

Resolução – servem para editar e fixar padrões.

Proposições – servem para encaminhar algo ao conselho de governo e/ou para as comissões do Congresso Nacional.

Recomendações – servem para implementar políticas e programas públicos com repercussão na área ambiental.

Moções – tudo que não couber nas demais é feito por moção.

Decisões – servem para decidir sobre multas e demais penalidades aplicadas pelo IBAMA.

Multas de órgãos municipais e estaduais não chegam ao CONAMA.

Estrutura do CONAMA:

Plenário – tem 108 conselheiros que representa 5 setores fundamentais, o conselheiro do CONAMA são os representantes dos ministérios federais, 1 da Agência Nacional de Águas - ANA, 1 do IBAMA e 1 do Chico Mendes. Representantes dos governo estadual, municipal, do sociedade civil e empresários. O CONAMA tem um membro honorário.Tem 3 membros que não tem direito a voto 1 do MPF, 1 do MPE e 1 do Comissão da câmara dos deputados.Os conselheiros não são remunerados.

Câmara Especial Recursal – é a ultima instância na esfera administrativa para apreciar as multas e penalidades aplicadas pelo órgão federal, no caso o IBAMA.

Comitê de Integração de Políticas Ambientais – CIPAM – é a secretaria executiva do CONAMA.

Câmaras Técnicas – são as câmaras temáticas.

Grupos de Trabalho – auxiliam as câmaras técnicas.

Grupos Assessores – auxiliam os assessoresxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Aula 04 - 03/05/2010Direito Ambiental

Quais as Atribuições do CONAMA?

1 . Estabelecer mediante proposta do IBAMA, dos órgãos do SISNAMA e dos conselheiros do CONAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluente supervisionada pelo IBAMA

Resolução 01/86, estudo prévio de impacto ambiental - EIA, e 237/97, licenciamento ambiental ordinário.

O licenciamento pode ocorrer nas 3 esferas, federal, estadual, distrital e municipal.

2 . determinar, quando julgar necessário a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados requisitando todas as informações necessárias em especial em áreas do patrimônio nacional

Art. 225, § 4º da CF/88. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

3 . determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais, e a perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito.

Se houver algum impacto desfavorável ao meio ambiente o CONAMA depois do IBAMA representar contra uma determinada empresa e esta fica impedida a ter financiamento.

A lei 6938 no art. 12 diz que é para se obedecer as normas, os critérios e os padrões do CONAMA.

4 . estabelecer privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição causada de veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos ministérios competentes.

5 . estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e a manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, em especial, os hídricos.

Órgão central do SISNAMA – Ministério do MATem como função planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política e as diretrizes governamentais para o MA e os recursos naturais.

Tem como entes que se vinculam a ele:

1 . IBAMAÉ autarquia federal. É o órgão executor do SISNAMA, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Quem cuida dos recursos naturais não renováveis? É o Ministério de Minas e Energia.

2 . ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade.É autarquia federal, criado pela lei 11.156/07. Executa as ações da política nacional das Unidades de Conservação – UC.A lei 9985/00 que é a lei do “SNUC – Sistema Nacional das Unidades de Conservação”.

3 . ANALei 9984/00 é a Agência Nacional de Águas – A.N.A.. disciplina o que foi disposto pela lei 9433/97, que é a lei de recursos hídricos.

4 . JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Foi criado por dom Pedro I e tem 200 anos.

ÓRGÃO EXECUTOR – é o IBAMATem a função de Executar e fazer executar a política nacional do MA. O Decreto 99274/00 colocou como órgão executor junto com o IBAMA o ICMBIO. O IBAMA tem o exercício do poder de polícia ambiental. É o órgão ambienta mais bem articulado e realiza o licenciamento ambiental.A lei 6938 traz o IBAMA como órgão executor.

ÓRGÃOS SECCIONAIS São os órgãos ambientais estaduais.Tem atribuição de fazer o licenciamento ambiental, de exercer o poder de polícia do art. 23 da CF/88 que traz a competência comum, de fazer a proteção florestal, de responsabilização pela autorização e intervenção da reserva legal florestal, etc., de outorgar os recursos hídricos no seu âmbito de competência.Quando se fala em proteção florestal é competência em regra dos órgãos estaduais, ou seja, dos órgãos seccionais.

ÓRGÃOS MUNICIPAISNão são todos os municípios que possuem.

Pode o município licenciar?Sim, mas tem que ter o conselho de meio ambiente com caráter deliberativo, juntamente com o plano diretor, é uma regra para absolutamente tudo que o município queira fazer na esfera ambiental.

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – PNMATem como objetivo geral a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a vida, visando assegurar no país condições ao desenvolvimento sócio-econômico aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

Objetivos Específicos

Lei 6938/81 - Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente visará:Lei 6938/81 - Art. 4º, I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;É princípio do desenvolvimento sustentável.

Lei 6938/81 - Art. 4º, II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;Esse padrões de qualidades são estabelecidas pelo CONAMA. Os estados possuem também essa competência de estabelecer normas e padrões ambientais.O art. 225 é muito claro na imposição imposta ao poder público, e não há que se falar em discricionariedade.O PPA e o LDO podem definir áreas que visam a proteção ambiental. E com isso desapropriação de áreas.

Lei 6938/81 - Art. 4º, III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;Normas e Resoluções do CONAMA

Lei 6938/81 - Art. 4º, IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;A EMBRAPA subsidia o produtor para o uso racional da terra.

Lei 6938/81 - Art. 4º, V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;Deve-se difundir a pesquisa para melhora a produtividade e preservação do solo.

Lei 6938/81 - Art. 4º, VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;

Lei 6938/81 - Art. 4º, VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.Princípio do Poluidor-Pagador.Princípio do Usuário-Pagador

EMATER é o órgão de apoio estadual.

Lei 6938/81 - Art. 9º Art. 9º São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

Lei 6938/81 - Art. 9º, II - o zoneamento ambiental;Zoneamento ecológico econômicoÉ a ordenação físico-territorial numa concentração geográfica, que deve levar em conta a vocação de cada área.

Diretrizes gerais do zoneamento ecológico econômico:1 . busca da sustentabilidade ecológica2 . ampla participação popular3 . valorização do conhecimento científico multidisciplinar

Lei 6938/81 - Art. 9º, III - a avaliação de impactos ambientais;AIA, avaliação de impacto ambiental, é gênero que tem como espécies:1 . EIA/RIMA2 . RVA – relatório de viabilidade ambiental3 . RAP – relatório ambiental preliminar

O que não for EIA/RIMA, será estudos ambientais simplificados. E assim será uma obra que não causa significativa degradação ambiental. O AIA é para uma obra só.

Zona industrial

Zona mista

Zona urbana

Area de conservação

APA

Area de preservação

Reserve ecologica

Estaçao ecologica

Decreto 4297/02

Lei 6938/81 - Art. 9º, IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;Quando o parque for regional, nacional ou federal, ou se abranger mais de um estado, será o órgão ambiental federal; se for dentro do mesmo estado e abranger dois ou mais municípios é o órgão estadual.São situações diferentes órgão licenciador e órgão fiscalizador, isso ocorre com base no princípio da cooperação, ou seja, ainda que o IBAMA não seja o licenciador ele poderá fiscalizar.( AgRg no RESP 711405)

Lei 6938/81 - Art. 9º, V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;Instrumentos que podem ser adotados pelo empreendedor:ISO 14001 – é um sistema de gestão ambiental, é uma certificação para a empresa.P + L – produção mais limpa - significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com benefícios ambientais e econômicos para os processos produtivos. Diminuindo os impactos ambientais reduzindo ao máximo os impactos produzidos.ROTULAGEM AMBIENTAL - é, de acordo com a norma ISO 14020, um conjunto de instrumentos informativos que procura estimular a procura de produtos e serviços com baixos impactes ambientais através da disponibilizaçao de informaçao relevante sobre os seus desempenhos ambientais. É o selo ambiental.TECNOLOGIAS LIMPAS - Fazem uso contínuo de uma estrutura ambiental integrada, preventiva e aplicada, cujo objectivo é o aumento da eco-eficiência e a redução de riscos para o meio ambiente e os seres humanos.CLUSTER – é um sistema de empresas que se utilizam uma das matérias das outras tendo uma central e as outras periféricas.

Lei 6938/81 - Art. 9º, VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas; (Inciso com redação determinada na Lei nº 7.804, de 18.7.1989, DOU 20.7.1989)Lei 9985/00

Lei 6938/81 - Art. 9º, VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;SINIMA decreto 99274/90 – art. 11, II – vai interligar todos os entes do SISNAMA, assim o SINIMA articula essas informações.Está ligado ao princípio da informação ambiental.decreto 99274/90 – Art. 11. Para atender ao suporte técnico e administrativo do CONAMA, a Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente deverá: (Caput com redação determinada no Decreto nº 3.942, de 27.9.2001, DOU 28.9.2001)

I - solicitar colaboração, quando necessário, aos órgãos específicos singulares, ao Gabinete e às entidades vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente; (Inciso com redação determinada no Decreto nº 3.942, de 27.9.2001, DOU 28.9.2001)II - coordenar, por meio do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente-SINIMA, o intercâmbio de informações entre os órgãos integrantes do SISNAMA; e (Inciso com redação determinada no Decreto nº 3.942, de 27.9.2001, DOU 28.9.2001)III - promover a publicação e divulgação dos atos do CONAMA. (NR) (Inciso com redação determinada no Decreto nº 3.942, de 27.9.2001, DOU 28.9.2001)IV - (Revogado conforme determinado no Decreto nº 3.942, de 27.9.2001, DOU 28.9.2001)

Lei 6938/81 - Art. 9º, VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;É obrigatório sob pena de multa para pessoas físicas e jurídicas que se dediquem a consultoria técnica sobre problemas ambientais. Esse cadastro deve ser renovado a cada 02 anos e é isento de taxas e cobranças.A indústria e o comercio que fabricam e vendem equipamentos e instrumentos de controle de atividade ambiental devem estar neste cadastro.

Lei 6938/81 - Art. 9º, IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.Decreto 6514/2008 – disciplinam as infrações administrativas ambientais e o processo administrativo federal.

Lei 6938/81 - Art. 9º, X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Inciso acrescentado conforme determinado na Lei nº 7.804, de 18.7.1989, DOU 20.7.1989)Não foi editado esse relatório até hoje, o mais proximo que tivemos foi o relatório geo-brasil em 2002 em Johanesburgo.

Lei 6938/81 - Art. 9º, XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; (Inciso acrescentado conforme determinado na Lei nº 7.804, de 18.7.1989, DOU 20.7.1989)Princípio da Informação AmbientalLei 10650/03 – garantem o acesso aos bancos públicos de informação dos órgãos ambientais.

Lei 6938/81 - Art. 9º, XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. (Inciso acrescentado conforme determinado na Lei nº 7.804, de 18.7.1989, DOU 20.7.1989)Esse cadastro é para usuários ou poluidores dos recursos ambientais. É cadastro obrigatório.Art. 17, II, e 17-B, da lei 6938/81Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA:I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre

problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. (Artigo com redação determinada na Lei nº 7.804, de 18.7.1989, DOU 20.7.1989)Aqui o IBAMA mapeia atividade e empreendimentos poluidores do Brasil, cooperando com o poder de polícia.Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.Tem fato gerador o poder de polícia, a TCFA é cobrada pelo IBAMA.Esse cadastro não desobriga as empresas poluidoras a requerem as licenças ambientais competentes.

Lei 6938/81 - Art. 9º, XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (NR) (Inciso acrescentado conforme determinado na Lei nº 11.284, de 2.3.2006, DOU 3.3.2006)Concessão florestal – lei 11284/03Servidão ambiental – art. 9º - A da lei 6938/81Seguro ambiental – não tem regulamentação no Brasil.

EIA/RIMAOBRA OU ATIVIDADE:POLUIDORA OU DEGRADAÇÃO SIGNIFICATIVA DEGRADAÇÃOTem que fazer o licenciamento ambiental ordinário

Tem que fazer o EIA/RIMA

Tipos de licenças:1 . licença prévia2 . licença de instalação3 . licença de operação.

ART. 225, § 1º, IV da CF/88.Fala do EIA/RIMA, que se aprovado pelo órgão ambiental tem-se a licença prévia e sucede se as próximas licenças.

Os estudos aqui pode ser o RAP ou RVU, que são estudos mais simples.

Aqui a obra ainda vai se iniciar.

Resolução numero 01/86 do CONAMA.

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O EIA é um estudo complexo e o RIMA são as conclusões do EIA.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)

Toda vez que se tem uma atividade que cause uma significativa degradação será exigido o EIA/RIMA. Parte da doutrina diz que não há dispensa do EIA/RIMA, mas sim situações em que ele é inexigível, contudo fará estudos ambientais simplificados se não houver significativas degradações.A expressão na forma da lei para o STF são os diplomas do art. 59 da CF/88. Isso é relativo ou absoluto?É relativo, pois a resolução 1/86 do CONAMA foi formalmente e materialmente recepcionada com a CF/88.Não há EIA/RIMA a posteriori, que tem seu pressuposto na significativa degradação do meio ambiente.O EIA é um estudo público.A função é a prevenção e o monitoramento dos impactos ambientais, materializando assim os princípios da prevenção e da precaução.

Quais os condicionantes do EIA?I – prevenção dos danos ambientais – se se sabe quais são as conseqüências adotar-se-ão as medidas necessárias para evitar o dano. E se não se souber as conseqüências danosas que ocorrerão ao meio ambiente?ADI 3378 questionou a validade do Art. 36 da lei 9985 que diz que o empreendedor terá que pagar apoiando ou implantando unidade de conservação.II – transparência administrativa – deve se dar transparência a todos os atos do licenciamento ambiental, por meio da publicação do extrato do licenciamento.III – consulta aos interessados – é possível a realização de audiências públicas.IV – motivação das decisões ambientais – toda licença ambiental deve ser motivada ou fundamentada, sob pena de se ter uma ação civil pública.

ESTUDO DA RESOLUÇÃO 01/86 DO CONAMAIMPACTO AMBIENTAL – consiste em qualquer alteração das propriedades física, química ou biológica do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes de atividades humanas que direta ou indiretamente afetem:

I – a saúde, segurança e o bem estar da população;II – as atividades econômicas e sociais;III – a biota;IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; eV – a qualidade dos recursos ambientais. Art. 3º, V da lei 6938/81.

O art. 2º da resolução traz um rol de atividades que são causadoras de significativa degradação ambiental.O rol do art. 2º é taxativo ou exemplificativo?O rol do art. 2º é exemplificativo. E a presunção da atividade é absoluta ou relativa?Para a corrente majoritária é absoluta, para a minoria é relativa, pois o EIA / RIMA pode provar que não é causadora de significativa degradação.

REQUISITOS DO EIATermos de referência são os estudos que serão realizados no EIA / RIMA.E deve ser pedido tudo no começo do estudo não podem ser requisitado nada após o inicio dos estudos, pode exigir além do que o mínimo.O que deve ter todo EIA?I – requisitos de conteúdo ou diretrizes gerais;

A - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização confrontando com a hipótese de não execução do projeto – como o EIA começa? Todo EIA / RIMA começa com uma certidão da prefeitura compatibilizando a atividade com o plano diretor, tendo que ver se a localização é adequada. As alternativas tecnológicas são outras opções de escolha. Hipótese zero é a possibilidade de não realizar a obra ou e empreendimento;B - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais nas fases de implementação ou instalação e operação das atividade / empreendimento – Todo EIA tem 3 fases no licenciamento: fase prévia de localização, fase de instalação e fase de operação;C - Definir os limites dos impacitos ambinentais diretos e indiretos denominado área de influencia do projeto, considerando em todos os casos a bacia hidrográfica – a área de influencia é onde serão sentidos os impactos, lei 9433/97 - lei de recursos hídricos;D - Considerar os planos e programas governamentais, propostos ou em implementação e sua compatibilidade.

SEGUNDA METADE DA AULA

II - Requisitos técnicosA – DIAGNÓSTICOS AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUENCIA DOS PROJETO, CONSIDERANDO OS SEGUINTES ASPECTOS:

- MEIO FÍSICO – estudo dos meios naturais.;- MEIO BIOLÓGICO E OS ECOSSISTEMAS – estudo da fauna e da flora.;- MEIO SÓCIO ECONÔMICO - .

B – ANALISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POSITIVOS E NEGATIVOS E SUAS ALTERNATIVAS – nem todo impacto ambiental é negativo. Ex.: aterro do flamengo.Quantos empregos serão gerados e os tributos cobrados. Impactos mediatos e imediatos gerados.C – DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS DOS IMPACTOS NEGATIVOS – são os equipamentos de controle e medições, estações de tratamento, sistemas de despejos.D – ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POSITIVOS E NEGATIVOS, COM OS PARÂMETROS A

SEREM CONSIDERADOS – atividade que causa risco tem que ser acompanhada permanentemente. Ex.: Angra I e II.

III - Requisitos Formais:I - EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR – quem banca tudo é o empreendedor. A responsabilidade técnica da equipe multidisciplinar está no art. 69-A da lei de crimes ambientais. O Decreto 6514/08 traz as punições.II – RIMA – é um relatório que é didático, traz as conclusões de EIA. O empreendedor tem um numero mínimo de 05 exemplares do RIMA para o órgão ambiental licenciador.

Após isso abre-se a fase de comentários por escrito, que precede a audiência pública.

AUDIÊNCIA PÚBLICAÉ um requisito formal essencial.Na área de influencia do projeto é necessário se ouvir os interessados, para se colher as proposições e preocupações da população afetada.

Legitimados para solicitar a audiência pública, é regulamentado pela Resolução n. 9/87:I – órgão ambiental;II – o MP;III – entidade da sociedade civil; eIV – 50 ou mais cidadãos.

Obs.: Ver se há legislação com singularidades estaduais. Em especial SP/PR/BA.

Em um prazo de 45 dias de antecedência, pública se um edital de grande circulação e na imprensa oficial para que os legitimados se manifestem sobre a audiência pública. Se for suscitada deve ser realizada e deve ser realizada em um local de fácil acesso. Pode haver mais de uma audiência pública dependendo da complexidade do projeto. A audiência pública não é um mecanismo de convencimento da população e se o for é uma afronta ao princípios da moralidade administrativa e da impessoalidade.Na conclusão da audiência pública lavra-se uma ata sucinta que colhe todas as informações do curso da audiência pública.

O EIA vincula o órgão ambiental?1ª corrente – se o EIA for favorável ao empreendimento o órgão ambiental fica vinculado, Cesar Fiorino2ª Corrente – o EIA não vincula o órgão ambiental. Para o TRF da 4ª Região o órgão ambiental tem uma discricionariedade “sui generis”, sendo uma discricionariedade técnica e assim podendo decidir contra o EIA fundamentadamente.

Deve haver EIA antes da Licitação? Lei 8666/93 art. 12, VII.

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)VII - impacto ambiental.

LICENCIAMENTO AMBIENTALTem base legal na resolução 237/97.É um instrumento preventivo da política nacional do meio ambiente que visa compatibiliza desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

O conceito está no art. 1º, I da Resolução 237/97:Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

LICENÇAS AMBIENTAISLicença ambiental tem seu conceito no art. 1º, II da Resolução 237/97:Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

Qual a natureza jurídica?1ª corrente – TCU e Paulo Afonso Leme Machado – é uma autorização. Isso seria temerário pois a qualquer momento poderia ser anulada tal autorização e isso causaria instabilidade nas relações empresariais.2ª corrente – Edis Milaré – é uma autorização administrativa. Isso é temerário, pois seria um ato unilateral e vinculado ja que quem tem as qualidade teria direito adquirido, isso não se pode aplicar ao direito ambiental.3ª corrente – Paulo de Bessa Antunes – não é autorização e nem autorização administrativa, mas sim uma autorização com características próprias, já que pode ser anulada cassada ou revogada.

O licenciamento tem três tipos de licenças:Art. 8º da Resolução 237/97:Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:I - LICENÇA PRÉVIA (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e

estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; o prazo máximo é de 05 anosII - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; o prazo máximo é de 06 anosIII - LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. o prazo mínimo é de 04 anos e máximo de 10 anosParágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

Se perder o prazo este será contado do início novamente.Ao termino do prazo concedido tem que pedir a renovação do prazo, com antecedência mínima de 120 antes de expirar a licença de operação, conforme o art. 18 da Resolução 237/97.Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos:I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores.§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III.§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

Se o órgão ambiental não apreciar no prazo de 120 a licença fica prorrogada até o órgão ambiental analisar o pedido de renovação. O órgão ambiental tem o prazo de 06 meses e na hipótese de EIA/RIMA o prazo é de 01 ano, conforme o art. 14 da Resolução 237/97.

Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor.§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.

COMPETÊNCIAS NO LICENCIAMENTO AMBIENTALCOMPETÊNCIA FEDERAL

- IBAMA- LICENCIAMENTO ORIGINÁRIO - - LICENCIAMENTO SUPLETIVO OU SUPLEMENTAR – quando o órgão é inepto

ou o órgão ambiental estadual inexiste. Lei 6938/81 no art. 10.

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A competência suplementar acontece quando o órgão ambiental estadual fica inerte ou não existe.

ORGÃO AMBIENTAL FEDERALCompetências do IBAMA.I - ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS COM IMPACTOS NACIONAIS OU REGIONAIS AO MEIO AMBIENTE.Impacto nacional engloba o Brasil e outros países.Impacto regional pega dois ou mais estados membros.

II – ATIVIDADES LOCALIZADAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAL.Lei 9985/00O ICMBio é será ouvida, mas é o IBAMA que fará o licenciamento ambiental.

III – ÁREAS INDÍGENAS.A FUNAI será ouvida no licenciamento ambiental na área indígena.

IV – ATIVIDADES NUCLEARES.A CNEN é quem será ouvida, mas o licenciamento ambiental será feito pelo IBAMA.

V – ATIVIDADES MILITARES.O Ministério será ouvido, mas o IBAMA é quem fará o licenciamento.VI – MAR TERRITORIAL, ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA.

VII – PLATAFORMA CONTINENTAL.

O Código Florestal traz novas competências para o IBAMA.A resolução 378/06 trouxe as novas competências do IBAMA:

I - nas florestas públicas de domínio da União; II - nas unidades de conservação criadas pela União – lei 9985/00;III – exploração de florestas e formações sucessoras em imóveis rurais que abranjam mais de um estado;IV – supressão de florestas e outras formas de vegetação nativa em área maior que:

A - 2 mil hectares em imóveis rurais localizdos na Amazônia legal.B - 1 mil hectares em imóveis rurais em outra região do pais;

V – manejo florestal em área superior a 50 mil hectares;VI – Exploração de florestas e formacoa sucessoras que envolvam o manejo ou supressão de espcies enquadradas no anexo II da conservação internacional das espécies da flora e fauna selvagens em perigo de extinção – CITES – decreto 76623/75;

Obs.: a lei 11.284/06 lei de gestão florestas públicas – trouxe novas competências ao IBAMA. Hoje existe a possibilidade de explorar em processo licitatório de florestas que pertençam a União.

Art. 19. A exploração de florestas e formações sucessoras, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá de prévia aprovação pelo órgão estadual competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, bem como da adoção de técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme. (Redação dada pela Lei nº 11.284, de 2006) (Regulamento)§ 1o Compete ao Ibama a aprovação de que trata o caput deste artigo: (Redação dada pela Lei nº 11.284, de 2006)I - nas florestas públicas de domínio da União; (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)II - nas unidades de conservação criadas pela União; (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)III - nos empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional, definidos em resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 2o Compete ao órgão ambiental municipal a aprovação de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)I - nas florestas públicas de domínio do Município; (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)II - nas unidades de conservação criadas pelo Município; (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)III - nos casos que lhe forem delegados por convênio ou outro instrumento admissível, ouvidos, quando couber, os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 3o No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a utilização de espécies nativas. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

ÓRGÃO AMBIENTAL ESTADUALI - ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS COM IMPACTOS EM DOIS OU MAIS MUNICÍPIOS.

II – ATIVIDADES LOCALIZADAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAL.Lei 9985/00

III – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS OU REALIZADAS EM AREAS DO ART. 2º DA LEI 4771/65 – CÓDIGO FLORESTAL.Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. (Incluído pela Lei nº 6.535, de 1978 ) (Vide Lei nº 7.803 de 18.7.1989)Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)IV – CONVÊNIOS E OUTROS INSTRUMENTOS ADMINISTRATIVOS.

COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO MUNICIPALPara o município efetuar o licenciamento ambiental tem que ter plano direto e ter conselho de meio ambiente com caráter deliberativo.

Embora o município coordene o licenciamento deve pegar a opinião dos órgãos ambientais envolvidos com a atividade.

A resolução 237, no seu art. 10º , traz o procedimento, iter procedimental, do empreendedor:Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes etapas:I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida – é o termo de referência; II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade – aqui temos o extrato do licenciamento;III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios – o prazo pode ser negociado, mas é de 4 meses. Se o empreendedor perde o prazo este se reinicia.;V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente – nem todo licenciamento ambiental tem audiência pública, na qual esta pode ser suscitada no EIA / RIMA;VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

REVISIBILIDADE OU RETIRADA DAS LICENÇAS AMBIENTAISPodem ser:I – Temporária – é a suspensão da licença – é uma irregularidade sanável.II – Definitiva – aqui pode ser (todas devem ser motivadas):

Anulação – é uma ilegalidade na expedição da licença.Cassação – é uma ilegalidade ocorrida no curso da licença.Revogação – é quando ocorre uma superveniência de riscos ambientais ou a saúde.

A diferença entre a temporária e a definitiva é o grau de irregularidade.Resolução 237, art. 19:Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:I – Violação (Cassação) ou inadequação (Revogação) de quaisquer condicionantes ou normas legais.

II - Omissão ou falsa descrição (Anulação) de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença.III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde (Revogação).

PROTEÇÃO FLORESTALBase legal:- Lei 4771/65- Resolução 302 e 303/02- Resolução 369/06.

APP – Área de preservação permanente

O art. 1º, II do Código Florestal define a APP.

Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

§ 1o  As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das florestas e demais formas de vegetação são consideradas uso nocivo da propriedade, aplicando-se, para o caso, o procedimento sumário previsto no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil. (Renumerado do parágrafo único pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

São as áreas do arts. 2º e 3º do Código florestal.

- por força de lei – são as que são consideradas áreas de preservação permanente somente e tão somente pela sua localização.

LARGURA DO CURSO D’ÁGUA FAIXA MARGINAL (é a mata ciliar)Menos de 10m 30 metros para cada lado10 a 50 metros 50 metros para cada lado50 a 200 metros 100 metros para cada lado200 a 600 metros 200 metros para cada ladoMais de 600 metros 500 metros para cada lado

Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;  (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;  (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;  (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer  que seja a vegetação. (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. (Incluído pela Lei nº 6.535, de 1978 ) (Vide Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal,  e nas  regiões  metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

- instituídas por ato do poder público (APP’s Administrativas) – art. 3º da lei 4771/65.Pode ser por meio de decreto

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:

a) a atenuar a erosão das terras;

b) a fixar as dunas;

c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;

e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;

f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;

g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;

h) a assegurar condições de bem-estar público.

§ 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social.

§ 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de preservação permanente (letra g) pelo só efeito desta Lei.

Em algumas dessas hipóteses como as letras “e” e “f”, e pode ser deixada de criar uma APP e pode ser criada uma Unidade de Conservação.

- APP’s Atípicas – Const. Estadual de SP art. 197 e Const. Estadual do RJ art. 268.

ÁGUAS DORMENTES

- LAGOS, LAGOAS E RESERVATORIOS NATURAISEm volta de lagos e reservatórios naturais:

- Áreas urbanas consolidadas, a faixa de proteção da APP é de 30 metros.- Em zona rural com até 20ha a faixa de APP é de 50m e em zona com mais de 20ha é de 100m.

- RESERVATÓRIOS ARTIFICIAIS- Áreas urbanas consolidadas, a faixa de proteção da APP é de 30 metros.- Em zona rural a faixa de APP é de 50m e em zona com mais de 20ha é de 100m.

- Exceções:- Em área urbana ou rural para a geração de energia elétrica com até 10ha a faixa será

de 15m.- Em área rural não utilizada em abastecimento público ou geração de energia elétrica

com até 20ha a faixa é 15m.

Obs.: A APP é em regra é insuscetível de atividade econômica.

Hipóteses de atividade econômica em APP:

Art. 2º O órgão ambiental competente somente poderá autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP, devidamente caracterizada e motivada mediante procedimento administrativo autônomo e prévio, e atendidos os requisitos previstos nesta resolução e noutras normas federais, estaduais e municipais aplicáveis, bem como no Plano Diretor, Zoneamento Ecológico-Econômico e Plano de Manejo das Unidades de Conservação, se existentes, nos seguintes casos:

I – CASOS DE UTILIDADE PÚBLICA – A RESOLUÇÃO 369/06.- as atividade de segurança nacional e de proteção sanitária;- as obras essenciais de serviços públicos de transporte, de saneamento e de energia;- as atividades de pesquisa e extração de substancias minerais, exceto areia, argila, saibro e cascalho;- a implantação de área verde pública em área urbana;- pesquisa arqueológica; e- obras de captação e de condução de água e de efluentes tratados, inclusive de projetos privados de aqüicultura.

Art. 2º, I da Resolução 369:Art. 2º, I - utilidade pública:a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia;c) as atividades de pesquisa e extração de substâncias minerais, outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho;d) a implantação de área verde pública em área urbana;e) pesquisa arqueológica;f) obras públicas para implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados; eg) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura, obedecidos os critérios e requisitos previstos nos §§ 1º e 2º do art. 11, desta Resolução.

II – INTERESSE SOCIAL.- atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa (combate ao fogo e as espécies invasoras);- manejo agro florestal, ambientalmente sustentável, praticado em pequena propriedade ou posse rural;- regularização fundiária sustentável de área urbana; e- atividades de pesquisa e extração de areia, de argila, de saibro e de cascalho.

Art. 2º, II da Resolução 369:Art. 2º, II - interesse social:a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente;

b) o manejo agroflorestal, ambientalmente sustentável, praticado na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a função ecológica da área;c) a regularização fundiária sustentável de área urbana;d) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente;

III – INTERVENÇÃO DE BAIXO IMPACTONão pode ser maior que 5% da área da APP.Art. 2º, III da Resolução 369:Art. 2º, III - intervenção ou supressão de vegetação eventual e de baixo impacto ambiental, observados os parâmetros desta Resolução.Obs.: A intervenção ou supressão em APP somente poderá ocorrer em procedimento próprio quando:

- inexistência de alternativa técnica e locacional;- atendimento as condições e padrões aplicáveis aos corpos d’água;- averbação da reserva legal florestal; e- inexistência de risco de agravamento de processos de enchentes, assoreamento, etc.

Só é admitida em casos de utilidade pública em dunas e nascentes.Art. 3º A intervenção ou supressão de vegetação em APP somente poderá ser autorizada quando o requerente, entre outras exigências, comprovar:I - a inexistência de alternativa técnica e locacional às obras, planos, atividades ou projetospropostos;II - atendimento às condições e padrões aplicáveis aos corpos de água;III - averbação da Área de Reserva Legal; eIV - a inexistência de risco de agravamento de processos como enchentes, erosão ou movimentos acidentais de massa rochosa.

O órgão municipal pode intervir na APP desde que tenha plano diretor e conselho com caráter deliberativo. O órgão municipal tem que ter a anuência do órgão ambiental estadual fundamentado em parecer técnico.

É permitido a entrada em APP para matar a sede ou dessedentaçao.Quando se tratar de reservatório artificial o proprietário deverá desapropriar ou adquirir a área em seu entorno.

Art. 4º Toda obra, plano, atividade ou projeto de utilidade pública, interesse social ou de baixoimpacto ambiental, deverá obter do órgão ambiental competente a autorização para intervenção ou supressão de vegetação em APP, em processo administrativo próprio, nos termos previstos nesta resolução, no âmbito do processo de licenciamento ou autorização, motivado tecnicamente, observadas as normas ambientais aplicáveis.§ 1º A intervenção ou supressão de vegetação em APP de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia,

quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no §2º deste artigo.§ 2º A intervenção ou supressão de vegetação em APP situada em área urbana dependerá de autorização do órgão ambiental municipal, desde que o município possua Conselho de Meio Ambiente, com caráter deliberativo, e Plano Diretor ou Lei de Diretrizes Urbanas, no caso de municípios com menos de vinte mil habitantes, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual competente, fundamentada em parecer técnico.§ 3º Independem de prévia autorização do órgão ambiental competente:I - as atividades de segurança pública e defesa civil, de caráter emergencial; eII - as atividades previstas na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, de preparo emprego das Forças Armadas para o cumprimento de sua missão constitucional, desenvolvidasem área militar.

RESERVA LEGALI – 80% de um propriedade com floresta na Amazônia legal;II – 35% de uma propriedade com cerrado na Amazônia legal – 20% na própria propriedade e 15% como compensação ambiental;III – 20% em campos gerais; eIV – 20% em outras regiões do país.

A reserva legal tem caráter de obrigação “propter rem”, como regime jurídico. A reserva legal não pode ser suprimida autoriza-se o manejo florestal sustentável. Na pequena propriedade é possível computar o plantio de árvores frutíferas, ornamentais e industriais, em sistema intercalar, ou em consórcio com as espécies nativas.Manejo florestal sustentável é pegar a reserva legal onde se apresenta um plano ao órgão ambiental para que autorize o projeto.Tudo que versa sobre reserva legal é decidido pelo órgão ambiental estadual, onde é observado a função social da propriedade atendendo os seguintes requisitos para fixar onde será a reserva legal:

- Plano de bacia hidrográfica;- Plano diretor municipal;- o zoneamento ecológico econômico;- outras formas de zoneamento; e- a proximidade com outra reserva legal florestal, APP ou unidade de conservação.

Lei 4771/65Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) (Regulamento)I - oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

II - trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7o deste artigo; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)III - vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)IV - vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 1o O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e cerrado será definido considerando separadamente os índices contidos nos incisos I e II deste artigo. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 2o A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e critérios técnicos e científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as hipóteses previstas no § 3o deste artigo, sem prejuízo das demais legislações específicas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 3o Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 4o A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, devendo ser considerados, no processo de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e instrumentos, quando houver: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)I - o plano de bacia hidrográfica; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)II - o plano diretor municipal; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)III - o zoneamento ecológico-econômico; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)IV - outras categorias de zoneamento ambiental; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)V - a proximidade com outra Reserva Legal, Área de Preservação Permanente, unidade de conservação ou outra área legalmente protegida. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 5o O Poder Executivo, se for indicado pelo Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE e pelo Zoneamento Agrícola, ouvidos o CONAMA, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, poderá: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)I - reduzir, para fins de recomposição, a reserva legal, na Amazônia Legal, para até cinqüenta por cento da propriedade, excluídas, em qualquer caso, as Áreas de Preservação Permanente, os ecótonos, os sítios e ecossistemas especialmente protegidos, os locais de expressiva

biodiversidade e os corredores ecológicos; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)II - ampliar as áreas de reserva legal, em até cinqüenta por cento dos índices previstos neste Código, em todo o território nacional. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 6o Será admitido, pelo órgão ambiental competente, o cômputo das áreas relativas à vegetação nativa existente em área de preservação permanente no cálculo do percentual de reserva legal, desde que não implique em conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo, e quando a soma da vegetação nativa em área de preservação permanente e reserva legal exceder a: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)I - oitenta por cento da propriedade rural localizada na Amazônia Legal; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)II - cinqüenta por cento da propriedade rural localizada nas demais regiões do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)III - vinte e cinco por cento da pequena propriedade definida pelas alíneas "b" e "c" do inciso I do § 2o do art. 1o. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 7o O regime de uso da área de preservação permanente não se altera na hipótese prevista no § 6o. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 9o A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico, quando necessário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 10. Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual ou federal competente, com força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as suas características ecológicas básicas e a proibição de supressão de sua vegetação, aplicando-se, no que couber, as mesmas disposições previstas neste Código para a propriedade rural. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 11. Poderá ser instituída reserva legal em regime de condomínio entre mais de uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel, mediante a aprovação do órgão ambiental estadual competente e as devidas averbações referentes a todos os imóveis envolvidos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

É possível reduzir a reserva legal de 80% para 50% da propriedade, sendo que é necessário ouvir o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Agricultura e o CONAMA, desde que esteja previsto no documento legal.É possível aumentar 50% do índice nas hipóteses de 35% e 20% dos índices de reserva legal, tendo assim um índice de 52,5% e 30% de reserva legal ambiental respectivamente, sendo que é necessário ouvir o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Agricultura e o CONAMA, desde que esteja previsto no documento legal.

Pode ocorrer a soma da reserva legal e da APP?Sim, mas fica a critério do órgão ambiental estadual, sendo que a soma deve dar:

- na Amazônia legal + de 80%;- nas demais propriedades + de 50%; e- nas pequenas propriedades + de 25%.

O que é pequena propriedade?Lei 4771/65Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.§ 2o Para os efeitos deste Código, entende-se por: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) (Vide Decreto nº 5.975, de 2006)I - pequena propriedade rural ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do proprietário ou posseiro e de sua família, admitida a ajuda eventual de terceiro e cuja renda bruta seja proveniente, no mínimo, em oitenta por cento, de atividade agroflorestal ou do extrativismo, cuja área não supere: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)a) cento e cinqüenta hectares se localizada nos Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e nas regiões situadas ao norte do paralelo 13o S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44o W, do Estado do Maranhão ou no Pantanal mato-grossense ou sul-mato-grossense; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)b) cinqüenta hectares, se localizada no polígono das secas ou a leste do Meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)c) trinta hectares, se localizada em qualquer outra região do País; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

É aquele que apresenta dois critérios:

a) critério econômico: o proprietário ou posseiro tira 80% de sua renda bruta;

+

b) critério de área:

- 150ha na Amazônia Legal;

- 50ha na polígono das secas;

- 30ha no resto do país

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxAula 07 - 15/06/2010

Art. 44 do código florestal.Recomposição:

- recompor 1/10 a cada 3 anos.- regeneração ambiental- compensação ambiental. Pode se falar em compensação na forma do art. 36 da lei 9985/00

Art. 44. O proprietário ou possuidor de imóvel rural com área de floresta nativa, natural, primitiva ou regenerada ou outra forma de vegetação nativa em extensão inferior ao estabelecido nos incisos I, II, III e IV do art. 16, ressalvado o disposto nos seus §§ 5 o e 6o, deve adotar as seguintes alternativas, isoladas ou conjuntamente: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)I - recompor a reserva legal de sua propriedade mediante o plantio, a cada três anos, de no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação, com espécies nativas, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental estadual competente; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)II - conduzir a regeneração natural da reserva legal; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)III - compensar a reserva legal por outra área equivalente em importância ecológica e extensão, desde que pertença ao mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma microbacia, conforme critérios estabelecidos em regulamento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 1o Na recomposição de que trata o inciso I, o órgão ambiental estadual competente deve apoiar tecnicamente a pequena propriedade ou posse rural familiar. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 2o A recomposição de que trata o inciso I pode ser realizada mediante o plantio temporário de espécies exóticas como pioneiras, visando a restauração do ecossistema original, de acordo com critérios técnicos gerais estabelecidos pelo CONAMA. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 3o A regeneração de que trata o inciso II será autorizada, pelo órgão ambiental estadual competente, quando sua viabilidade for comprovada por laudo técnico, podendo ser exigido o isolamento da área. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 4o Na impossibilidade de compensação da reserva legal dentro da mesma micro-bacia hidrográfica, deve o órgão ambiental estadual competente aplicar o critério de maior proximidade possível entre a propriedade desprovida de reserva legal e a área escolhida para compensação, desde que na mesma bacia hidrográfica e no mesmo Estado, atendido, quando houver, o respectivo Plano de Bacia Hidrográfica, e respeitadas as demais condicionantes estabelecidas no inciso III. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 5o A compensação de que trata o inciso III deste artigo, deverá ser submetida à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente, e pode ser implementada mediante o arrendamento de área sob regime de servidão florestal ou reserva legal, ou aquisição de cotas de que trata o art. 44-B. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)§ 6o O proprietário rural poderá ser desonerado das obrigações previstas neste artigo, mediante a doação ao órgão ambiental competente de área localizada no interior de unidade de conservação de domínio público, pendente de regularização fundiária, respeitados os

critérios previstos no inciso III do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006)

Se houver uma propriedade que não tem reserva ambiental pode ser feito:- Servidão Ambiental, art. 9º-A da lei 6938/81, que respeitará as condições estabelecidas no art. 44, III da lei 4771/65.Art. 9o-A. Mediante anuência do órgão ambiental competente, o proprietário rural pode instituir servidão ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 1o A servidão ambiental não se aplica às áreas de preservação permanente e de reserva legal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 2o A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão instituída em relação aos recursos florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a reserva legal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 3o A servidão ambiental deve ser averbada no registro de imóveis competente.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 4o Na hipótese de compensação de reserva legal, a servidão deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)§ 5o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

- Reserva Particular do Patrimônio Natural, art. 21 da lei 9985/00.Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. (Regulamento)§ 1o O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis.§ 2o Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento: I - a pesquisa científica;II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais;III - (VETADO)§ 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.

- Cota de Reserva Florestal – art. 44-B da lei 4771/65, que é o código florestal.Art. 44-B. Fica instituída a Cota de Reserva Florestal - CRF, título representativo de vegetação nativa sob regime de servidão florestal, de Reserva Particular do Patrimônio Natural ou reserva legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais estabelecidos no art. 16 deste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)Parágrafo único. A regulamentação deste Código disporá sobre as características, natureza e prazo de validade do título de que trata este artigo, assim como os mecanismos que

assegurem ao seu adquirente a existência e a conservação da vegetação objeto do título. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

A servidão florestal é uma espécie de servidão ambiental, e não está revogada, pois na legislação atual vem essa terminologia. Contudo a servidão ambiental é mais ampla e contempla todos os recursos ambientais, enquanto a servidão florestal limita-se a vegetação.

É possível desonerar-se da obrigação de uma reserva legal florestal?Art. 44, §5º e §6º da lei 4771/65.Art. 44, § 5o A compensação de que trata o inciso III deste artigo, deverá ser submetida à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente, e pode ser implementada mediante o arrendamento de área sob regime de servidão florestal ou reserva legal, ou aquisição de cotas de que trata o art. 44-B. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)Art. 44, § 6o O proprietário rural poderá ser desonerado das obrigações previstas neste artigo, mediante a doação ao órgão ambiental competente de área localizada no interior de unidade de conservação de domínio público, pendente de regularização fundiária, respeitados os critérios previstos no inciso III do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006)

Questão tributáriaÉ devido ITR de área de preservação permanente? Não, há isenção.

ADA – Ato Declaratório AmbientalPara o STJ não é necessário o ADA, contudo a receita federal continua exigindo.

Quando se tem APP em área urbana se cobra IPTU?RESP 1128981 – não afasta a incidência do IPTU.

Cabe Reserva Legal Florestal em área urbana?Não impede a ampliação da área urbana observado o art. 32 do CTN, contudo uma vez instituída a Reserva Legal Florestal essa lei municipal que alterou a área urbana não tem o condão de por si só alterar a área da Reserva Legal Florestal.RESP 831212 – é condição para qualquer ato que implique na transmissão o averbamento da reserva legal.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃOLei 9985/00, que regulamentou o art. 225, I, II, III e VII da CF/88.SNUC tem a seguinte estrutura:- CONAMA – é o órgão consultivo e deliberativo;- MMA – é o órgão central; e- ICMBio e IBAMA – são os órgãos executores, não esquecer dos órgãos estaduais e municipais.

Art. 2º traz definições:Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:I - UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;Tem dois grupos:- UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL – Art. 2º, VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais; Admite somente o uso indireto que de acordo com o art. 2º, IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais; exceto as exceções legais. Aplica a proteção integral.

- estação ecológica;- reserva ecológica;- parque nacional;- monumento natural;- refúgio de vida silvestre;

- UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL – Art. 2º, XI - uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; Admite o uso direto que de acordo com o art. 2º, X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais; admitindo o uso comercial de parcela dos recursos naturais.

- área de proteção ambiental;- área de relevante interesse ecológico;- floresta nacional;- reserva extrativista;- reserva de fauna;- reserva de desenvolvimento sustentável;- reserva particular de patrimônio natural.

II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;

V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;

VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características;VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas;

XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis;XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;XV - (VETADO)XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;

A unidade de conservação é instituída por ato do poder público, por decreto ou por lei.São dois os requisitos prévios para criar uma unidade de conservação:I – Estudos Técnicos;II – Consulta Pública.

Entretanto há duas unidades que não necessitam de consulta pública para a sua criação que são A RESERVA E A ESTAÇÃO BIOLÓGICA.

Se quiser ampliar a unidade de conservação?Pode ser ampliada pelo mesmo ato da administração que criou a unidade de conservação, ou seja, se criou por decreto pode ampliar por decreto. Deve ser feito estudos técnicos e consulta pública.

Se quiser ampliar uma reserva biológica é necessário o estudo técnico e a consulta pública.

Art. 22, §§ 4º a 6º da lei 9985/00.Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento)§ 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o § 2o deste artigo.

§ 5o As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.§ 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.

Lei 9985/00 - Art. 22, § 7º.

Art. 22, § 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica.

Art. 225, §1º da CF/88.Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)

Prazo de 7 meses é para as limitações administrativas para criação de uma unidade de conservação.

PLANO DE MANEJOLei 9985/00 - Art. 2º, XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;

Art. 27 da lei 9985/00.Art. 27. As unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo. (Regulamento)§ 1o O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas.

Art. 2º da lei 9985/00 define os corredores ecológicos e a zona de amortecimento.Art. 2º, XVIII - ZONA DE AMORTECIMENTO: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; eArt. 2º, XIX - CORREDORES ECOLÓGICOS: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.

§ 2o Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da população residente.§ 3o O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. § 4o § 4o O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados nas Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre: I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e parentes silvestres; II - as características de reprodução, dispersão e sobrevivência do organismo geneticamente modificado; III - o isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado em relação aos seus ancestrais diretos e parentes silvestres; e IV - situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodiversidade. (Redação dada pela Lei nº 11.460, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 327, de 2006).

A APA - Área de Proteção Ambiental e a RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Nacional não possuem zona de amortecimento segundo o art. 27 do decreto 99274/90.Art. 27. Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota ficará subordinada às normas editadas pelo Conama.

O ICMBio é o órgão gestor responsável pelas unidades de conservação federal bem como os seus planos de manejo, são aprovados através de portaria.Reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável são planos de manejo aprovados através de resolução. São criadas para as populações tradicionais. Os conselhos aqui são deliberativos. Nas demais unidades pode-se ter conselhos que vão ser responsáveis por elas, em regra esses conselhos são consultivos, quando há previsão de conselho ele será consultivo, segundo o art. 29 da lei 9985/00.Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo de Proteção Integral disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgio de Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na hipótese prevista no § 2o do art. 42, das populações tradicionais residentes, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.(Regulamento)

Podem-se ter Organismos Geneticamente Modificados – OGM – em unidades de conservação?Não em sentido genérico. Exceto nas APA’s e nas zonas de amortecimento das unidades de conservação.

Lei 9985/00 - Art. 27, § 4o § 4o O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados nas Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre: I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e parentes silvestres; II - as características de reprodução, dispersão e sobrevivência do organismo geneticamente modificado; III - o isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado em relação aos seus ancestrais diretos e parentes silvestres; e IV - situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodiversidade. (Redação dada pela Lei nº 11.460, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 327, de 2006).

Como fica o plantio do OGM nas APA e zonas de amortecimento?Art. 57-A da lei 9985/00.Art. 57-A. O Poder Executivo estabelecerá os limites para o plantio de organismos geneticamente modificados nas áreas que circundam as unidades de conservação até que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu respectivo Plano de Manejo. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica às Áreas de Proteção Ambiental e Reservas de Particulares do Patrimônio Nacional. (Redação dada pela Lei nº 11.460, de 2007) Regulamento. (Vide Medida Provisória nº 327, de 2006).

Esse artigo foi regulamentado pelo decreto 5950/06 nos seus arts. 1º e 2º.Art. 1o Ficam estabelecidas as faixas limites para os seguintes organismos geneticamente modificados nas áreas circunvizinhas às unidades de conservação, em projeção horizontal a partir do seu perímetro, até que seja definida a zona de amortecimento e aprovado o Plano de Manejo da unidade de conservação:I - quinhentos metros para o caso de plantio de soja geneticamente modificada, evento GTS40-3-2, que confere tolerância ao herbicida glifosato;II - oitocentos metros para o caso de plantio de algodão geneticamente modificado, evento 531, que confere resistência a insetos; eIII - cinco mil metros para o caso de plantio de algodão geneticamente modificado, evento 531, que confere resistência a insetos, quando existir registro de ocorrência de ancestral direto ou parente silvestre na unidade de conservação. Parágrafo único. O Ministério do Meio Ambiente indicará as unidades de conservação onde houver registro de ancestral direto ou parente silvestre de algodão geneticamente modificado, evento 531, com fundamento no zoneamento proposto pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Art. 2o Os limites estabelecidos no art. 1o poderão ser alterados diante da apresentação de novas informações pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio.

Quem libera o cultivo de OGM é a CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.

MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Art. 26 da lei 9985/00.Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional. (Regulamento)Parágrafo único. O regulamento desta Lei disporá sobre a forma de gestão integrada do conjunto das unidades.

Unidade de conservação pode ser visitada?Sim. Contudo é necessário autorização para tal visitação, exceto a APA e a RPPN.

Em regra, não se entra em uma reserva ecológica ou estação biológica, pois são as mais restritivas que há. Entretanto pode se realizar pesquisas científicas.Art. 32 da lei 9985/00Art. 32. Os órgãos executores articular-se-ão com a comunidade científica com o propósito de incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a fauna, a flora e a ecologia das unidades de conservação e sobre formas de uso sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das populações tradicionais.§ 1o As pesquisas científicas nas unidades de conservação não podem colocar em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas protegidos.§ 2o A realização de pesquisas científicas nas unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, depende de aprovação prévia e está sujeita à fiscalização do órgão responsável por sua administração.§ 3o Os órgãos competentes podem transferir para as instituições de pesquisa nacionais, mediante acordo, a atribuição de aprovar a realização de pesquisas científicas e de credenciar pesquisadores para trabalharem nas unidades de conservação.

Pode haver a exploração comercial dentro de uma unidade de conservação?Art. 33 da lei 9985/00Art. 33. A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da imagem de unidade de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, dependerá de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, conforme disposto em regulamento.(Regulamento)

A unidade de conservação pode receber recursos do exterior?Arts. 34 e 35 da lei 9985/00. Sim é possível.Art. 34. Os órgãos responsáveis pela administração das unidades de conservação podem receber recursos ou doações de qualquer natureza, nacionais ou internacionais, com ou sem encargos, provenientes de organizações privadas ou públicas ou de pessoas físicas que desejarem colaborar com a sua conservação.Parágrafo único. A administração dos recursos obtidos cabe ao órgão gestor da unidade, e estes serão utilizados exclusivamente na sua implantação, gestão e manutenção.

É possível fixar um termo de parceria com uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP – é o que se chama de Gestão Compartilhada.Na gestão compartilhada uma OSCIP, por intermédio de termo de parceriaA entidade deve possuir entre os seus objetivos institucionais a proteção ao meio ambiente ou ao desenvolvimento sustentável e que comprove a realização de atividade de proteção ao meio ambiente ou ao desenvolvimento sustentável preferencialmente na unidade de conservação ou o mesmo bioma.Arts. 3º, 9º, 10, 11 da lei 9790/99.Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:I - promoção da assistência social;II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;V - promoção da segurança alimentar e nutricional;VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;VII - promoção do voluntariado;VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei.Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de governo.§ 2o São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma;III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores;V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no inciso IV;VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União, conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria.Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo.§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a avaliação procedida.§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação.

Como se dá a destinação dos recursos obtidos pela unidade de conservação?Art. 35 da lei 9985/00.Art. 35. Os RECURSOS OBTIDOS PELAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO do Grupo de Proteção Integral mediante a cobrança de taxa de visitação e OUTRAS RENDAS DECORRENTES DE ARRECADAÇÃO, serviços e atividades da própria unidade serão aplicados de acordo com os seguintes critérios: I - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na implementação, manutenção e gestão da própria unidade;

II - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na regularização fundiária das unidades de conservação do Grupo;III - até cinqüenta por cento, e não menos que quinze por cento, na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral.

COMPENSAÇÃO AMBIENTALArt. 36 da lei 9985/00.Adi 3378.Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral , de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento)§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. § 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.

Segundo o Art. 36, § 3o da lei 9985/00, aplica-se a compensação quando não se consegue diminuir os impactos e efeitos da atividade. Exceto quando a obra ou atividade afetar uma zona de uso sustentável ou a sua zona de amortecimento.

A definição do valor é de acordo com o caso concreto respeitando a ampla defesa e o contraditório e não mais o 0,5% que segundo o Art. 36, § 1o da lei 9985/00 foi estabelecido.

Como fica a situação das populações tradicionais em unidades de conservação?Já que na unidade de conservação não se permite que se tenha propriedades privadas essas populações devem ser realocadas e indenizadas. Art. 42 da lei 9985/00.Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes.(Regulamento)§ 1o O Poder Público, por meio do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações tradicionais a serem realocadas.§ 2o Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compatibilizar a presença das

populações tradicionais residentes com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações.§ 3o Na hipótese prevista no § 2o, as normas regulando o prazo de permanência e suas condições serão estabelecidas em regulamento.

Benfeitorias reprodutivas, que são as culturas, e não-reprodutivas, que são os demais objetos.

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As desapropriações ocorrem por necessidade pública ou interesse social. O proprietário será indenizado.O que não se inclui na indenização?Art. 45 da lei 9985Art. 45. Excluem-se das indenizações referentes à regularização fundiária das unidades de conservação, derivadas ou não de desapropriação:I - (VETADO)II - (VETADO)III - as espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder Público;IV - expectativas de ganhos e lucro cessante;V - o resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros compostos;VI - as áreas que não tenham prova de domínio inequívoco e anterior à criação da unidade.Art. 46. A instalação de redes de abastecimento de água, esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral, em unidades de conservação onde estes equipamentos são admitidos depende de prévia aprovação do órgão responsável por sua administração, sem prejuízo da necessidade de elaboração de estudos de impacto ambiental e outras exigências legais.Parágrafo único. Esta mesma condição se aplica à zona de amortecimento das unidades do Grupo de Proteção Integral, bem como às áreas de propriedade privada inseridas nos limites dessas unidades e ainda não indenizadas.Art. 47. O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pelo abastecimento de água ou que faça uso de recursos hídricos, beneficiário da proteção proporcionada por uma unidade de conservação, deve contribuir financeiramente para a proteção e implementação da unidade, de acordo com o disposto em regulamentação específica.(Regulamento)Art. 48. O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pela geração e distribuição de energia elétrica, beneficiário da proteção oferecida por uma unidade de conservação, deve contribuir financeiramente para a proteção e implementação da unidade, de acordo com o disposto em regulamentação específica.(Regulamento)

Uma unidade de proteção integral e considerada área rural e suas zonas de amortecimento não podem ser transformadas em área urbana. Art. 49 da lei 9985/00.Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural, para os efeitos legais.

Parágrafo único. A zona de amortecimento das unidades de conservação de que trata este artigo, uma vez definida formalmente, não pode ser transformada em zona urbana.

MAB – Man and Biosphere – é a reserva da biosfera – é um modelo da ONU que é adotado pela UNESCO.Art. 41 da lei 9985/00Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações.(Regulamento)§ 1o A Reserva da Biosfera é constituída por:I - uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza; II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e III - uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis.§ 2o A Reserva da Biosfera é constituída por áreas de domínio público ou privado.§ 3o A Reserva da Biosfera pode ser integrada por unidades de conservação já criadas pelo Poder Público, respeitadas as normas legais que disciplinam o manejo de cada categoria específica. § 4o A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser em regulamento e no ato de constituição da unidade.§ 5o A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB", estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro.

Biosferas brasileiras – Caatinga, cerrado, pantanal, mata atlantica, cinturão verde ao redor de SP.

ESPÉCIES DE CONSERVAÇÃO INTEGRALI - ESTAÇÃO ECOLÓGICA – art. 9º da lei 9985/00- objetivo – preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.- domínio – público.- características – permite-se a realização de pesquisa científicas em no máximo 3% da unidade, desde que não ultrapasse 1.500 ha.Art. 9o A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.§ 1o A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.§ 2o É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.

§ 3o A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.§ 4o Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de:I - medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e quinhentos hectares.II - RESERVA ECOLÓGICA – art. 10 da lei 9985/00.- objetivo – preservação da biota e dos demais elementos naturais em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, exceto aquelas para manter a unidade.- domínio - público- características – Art. 10. A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.§ 1o A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.§ 2o É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento específico.§ 3o A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.

III – PARQUE NACIONAL – Art. 11 da lei 9985/00. É a primeira unidade de conservação ambiental do mundo e do Brasil também.- objetivo – preservaçao dos ecossistemas naturais de grande beleza ecológica e beleza cênica.- domínio – público.- características – permite a realizacao de pesquisa científica, atividades de educação e interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico.Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.§ 1o O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.§ 2o A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.

§ 3o A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.§ 4o As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.

IV – MONUMENTO NATURAL – art. 12 da lei 9985/00.- objetivo – preservar ambientes naturais raros, singulares e de grande beleza cênica.- domínio – admite-se áreas particulares, desde que compatíveis com a unidade e com a anuência do proprietário.- se o proprietário não concordar ou não estiver em consonância com os objetivos do monumento ocorrerá a desapropriação.Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.§ 1o O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. § 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei.§ 3o A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento.

V – REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE – Art. 13 da lei 9985/00.- objetivo – proteger ambientes naturais em que se asseguram condições de reprodução ou de existência de espécies e comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.- domínio – admite-se áreas particulares, desde que compatíveis com a unidade e com a anuência do proprietário.- se o proprietário não concordar ou não estiver em consonância com os objetivos do monumento ocorrerá a desapropriação.Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.§ 1o O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.§ 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei.§ 3o A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.

§ 4o A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.

UNIDADES DE USO SUSTENTÁVELI – APA – ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL. Art. 15 da lei 9985/00.- objetivo – disciplinar o processo de ocupação da unidade, assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais e proteger a diversidade biológica.- domínio – terras públicas e privadas.- características – área de grande extensão, com um certo grau de ocupação humana e dotada de atributos bióticos, abióticos, estéticos e culturais importantes para o bem estar e a qualidade de vida das populações.Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.(Regulamento)§ 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas.§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental.§ 3o As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.§ 4o Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições legais.§ 5o A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.

II – ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO. Art. 16 da lei 9985/00. Pode ser dito que é uma APA de pequena extensão.- objetivo – manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas.- domínio – terras públicas e privadas.- características – é uma área em geral de pequena extensão com pouco ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional.Art. 16. A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.§ 1o A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas ou privadas.§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Relevante Interesse Ecológico.

III – FLORESTA NACIONAL. Art. 17 da lei 9985/00. Foi regulada pela lei 11248/06.- objetivos – uso multiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com enfâse em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas.- domínio – posse e domínio público.- características – se houver populações tradicionais no momento de sua criação permite a sua permanência desde que compatíveis com os objetivos da unidade. A pesquisa é permitida e incentivada.Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.(Regulamento)§ 1o A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.§ 2o Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.§ 3o A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração.§ 4o A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento.§ 5o A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações tradicionais residentes.§ 6o A unidade desta categoria, quando criada pelo Estado ou Município, será denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal.

IV – RESERVA EXTRATIVISTA. Art. 18 da lei 9985/00.- objetivo – proteger os meios de vidae a cultura das populações extrativistas e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.- domínio – público, a população extrativista firma com o poder público um contrato de concessão de direito real de uso, art. 23 da lei 9985/00.

Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais nas Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão regulados por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.§ 1o As populações de que trata este artigo obrigam-se a participar da preservação, recuperação, defesa e manutenção da unidade de conservação.§ 2o O uso dos recursos naturais pelas populações de que trata este artigo obedecerá às seguintes normas:I - proibição do uso de espécies localmente ameaçadas de extinção ou de práticas que danifiquem os seus habitats;II - proibição de práticas ou atividades que impeçam a regeneração natural dos ecossistemas;III - demais normas estabelecidas na legislação, no Plano de Manejo da unidade de conservação e no contrato de concessão de direito real de uso.

- características – PROIBIDA a exploração de recursos minerais e a caça amadora ou profissional. A pesquisa científica é permitida e incentivada.Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.(Regulamento)§ 1o A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.§ 2o A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.§ 3o A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área.§ 4o A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.§ 5o O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho Deliberativo.§ 6o São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou profissional.§ 7o A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.

V – RESERVA DE FAUNA. Art. 19 da lei 9985/00.- objetivo – área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.- domínio – posse domínio público.- características – é proibida a caça.Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.§ 1o A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.§ 2o A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração.§ 3o É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional.§ 4o A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.

VI – RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Art. 20 da lei 9985/00

- objetivo – preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais.- domínio – público.- características – é permitida e incentivada a visitação pública e a pesquisa científica.Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.(Regulamento)§ 1o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações.§ 2o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.§ 3o O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo com o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica.§ 4o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.§ 5o As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes condições:I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área;II - é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento;III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da população e a conservação; eIV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejo da área.§ 6o O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável definirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade.

VII – RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL. Art. 21 da lei 9985/00.- objetivos – área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.- domínio – privado.

- características – permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. (Regulamento)§ 1o O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis.§ 2o Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento: I - a pesquisa científica;II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais;III - (VETADO)§ 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.Não se paga ITR aqui.

MATA ATLÂNTICAEssa lei vai disciplinar a intervenção no bioma mata atlântica. Lei 11428/06.

ExtensãoLocalizada na região litorânea do RS ao RN.

Conceitos

Pequeno produtor - Art. 3o  Consideram-se para os efeitos desta Lei: I - pequeno produtor rural: aquele que, residindo na zona rural, detenha a posse de gleba rural não superior a 50 (cinqüenta) hectares, explorando-a mediante o trabalho pessoal e de sua família, admitida a ajuda eventual de terceiros, bem como as posses coletivas de terra considerando-se a fração individual não superior a 50 (cinqüenta) hectares, cuja renda bruta seja proveniente de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais ou do extrativismo rural em 80% (oitenta por cento) no mínimo; 

Pequena propriedade – é a de até 50ha.

Populaçao tradicional – Art. 3o  Consideram-se para os efeitos desta Lei: II - população tradicional: população vivendo em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus recursos naturais para a sua reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental; 

Objetivo geral da leiÉ o desenvolvimento sustentável segundo o art. 6º, da lei 11428/06.

Regime jurídico da Mata Atlantica

- VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – o homem não alterou a vegetação. Não perde sua característica pelo desmatamento, pela queimada ou qualquer outro tipo de intervenção.- VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA - possui estágios de regeneração:

- em estágio avançado de regeneração.- em estágio médio de regeneração.- em estágio inicial de regeneração.

Em regra a competência é do órgão ambiental estadual.

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Objeto da concessão florestal são produtos e serviços florestais, mas cada edital vai fixar qual o produto e o serviço.

Arts. 14, 15 e 16 da Lei 11284/06.Art. 14. A concessão florestal terá como objeto a exploração de produtos e serviços florestais, contratualmente especificados, em unidade de manejo de floresta pública, com perímetro georreferenciado, registrada no respectivo cadastro de florestas públicas e incluída no lote de concessão florestal.Art. 15. O objeto de cada concessão será fixado no edital, que definirá os produtos florestais e serviços cuja exploração será autorizada.Art. 16. A concessão florestal confere ao concessionário somente os direitos expressamente previstos no contrato de concessão.§ 1o É vedada a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da concessão florestal:I - titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição;II - acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções; III - uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante, nos termos da Lei n o

9.433, de 8 de janeiro de 1997; Aqui temos uma autorização para o uso de recursos hídricos, que é chamada de outorga.IV - exploração dos recursos minerais;V - exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre;VI - comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais.§ 2o No caso de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas para uso alternativo do solo, o direito de comercializar créditos de carbono poderá ser incluído no objeto da concessão, nos termos de regulamento.§ 3o O manejo da fauna silvestre pelas comunidades locais observará a legislação específica.

LICENCIAMENTO AMBIENTALHá dois tipos:É solicitada pelo serviço florestal brasileiro.- LICENÇA PRÉVIA.

É apresentada por meio do RAP, que é o Relátoria Ambietal Preliminar, pretendendo a obtenção da licença. Mas se for uma atividade que causará significativo impacto ambiental será por meio do EIA/RIMA, isso variará de acordo com a função da escala e com a intensidade do manejo.Lei 11284/06 - Art. 18. A licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo será requerida pelo órgão gestor, mediante a apresentação de RELATÓRIO AMBIENTAL PRELIMINAR ao órgão ambiental competente integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.§ 1o Nos casos potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente, assim considerados, entre outros aspectos, em função da escala e da intensidade do manejo florestal e da peculiaridade dos recursos ambientais, será exigido estudo prévio de impacto ambiental - EIA para a concessão da licença prévia.§ 2o O órgão ambiental licenciador poderá optar pela realização de relatório ambiental preliminar e EIA que abranjam diferentes unidades de manejo integrantes de um mesmo lote de concessão florestal, desde que as unidades se situem no mesmo ecossistema e no mesmo Estado.§ 3o Os custos do relatório ambiental preliminar e do EIA serão ressarcidos pelo concessionário ganhador da licitação, na forma do art. 24 desta Lei.

No mesmo lote de concessão ambiental é possível a existência tanto do RAP como do EIA/RIMA desde de que as unidades se situem no mesmo ecossistema e no mesmo estado.Quando o serviço florestal obtém do órgão competente a licença previa ele poderá elaborar o Plano de Manejo Florestal Sustentável – PMFS e no caso de unidade de manejo incluída no Paof – Plano Anual de Outorga Florestal autoriza-se a licitação para a concessão florestal.Lei 11284/06 - Art. 18, § 4o A licença prévia autoriza a elaboração do PMFS e, no caso de unidade de manejo inserida no Paof, a licitação para a concessão florestal.§ 5o O início das atividades florestais na unidade de manejo somente poderá ser efetivado com a aprovação do respectivo PMFS pelo órgão competente do Sisnama e a conseqüente obtenção da licença de operação pelo concessionário.

§ 7o Os conteúdos mínimos do relatório ambiental preliminar e do EIA relativos ao manejo florestal serão definidos em ato normativo específico.

- LICENÇA DE OPERAÇÃO.O concessionário inicia as atividades florestais nessa fase.Obs.: não há a licença de instalação.Lei 11284/06 Art. 18, § 6o O processo de licenciamento ambiental para uso sustentável da unidade de manejo compreende a licença prévia e a licença de operação, não se lhe aplicando a exigência de licença de instalação.Art. 18, § 8o A aprovação do plano de manejo da unidade de conservação referida no inciso I do art. 4o desta Lei, nos termos da Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000 , substitui a licença prévia prevista no caput deste artigo, sem prejuízo da elaboração de EIA nos casos previstos no § 1o deste artigo e da observância de outros requisitos do licenciamento ambiental.

O eia/rima pode ser elaborado depois de concedida a licença prévia, é o único caso em que o EIA/RIMA será feito não previamente e sim posteriormente.

HABILITAÇÃOLei 11284/06 - Art. 19. Além de outros requisitos previstos na Lei n o 8.666, de 21 de junho de 1993, exige-se para habilitação nas licitações de concessão florestal a comprovação de ausência de:I - débitos inscritos na dívida ativa relativos a infração ambiental nos órgãos competentes integrantes do Sisnama;II - decisões condenatórias, com trânsito em julgado, em ações penais relativas a crime contra o meio ambiente ou a ordem tributária ou a crime previdenciário, observada a reabilitação de que trata o art. 93 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.§ 1o Somente poderão ser habilitadas nas licitações para concessão florestal empresas ou outras pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no País.§ 2o Os órgãos do Sisnama organizarão sistema de informações unificado, tendo em vista assegurar a emissão do comprovante requerido no inciso I do caput deste artigo.

CRITÉRIOS DE JULGAMENTOLei 11284/06 - Art. 26. No julgamento da licitação, a melhor proposta será considerada em razão da combinação dos seguintes critérios:I - o maior preço ofertado como pagamento ao poder concedente (MMA) pela outorga da concessão florestal;II - a melhor técnica, considerando:a) o menor impacto ambiental;b) os maiores benefícios sociais diretos; é o numero de empregos criados de impostos pagosc) a maior eficiência; o numero de produtos exploradosd) a maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na região da concessão. É o reflorestamento ou enriquecimento de áreas de infraestrutura decorrentes da exploração florestal.§ 1o A aplicação dos critérios descritos nos incisos I e II do caput deste artigo será previamente estabelecida no edital de licitação, com regras e fórmulas precisas para avaliação ambiental, econômica, social e financeira.§ 2o Para fins de aplicação do disposto no inciso II do caput deste artigo, o edital de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas.§ 3o O poder concedente recusará propostas manifestamente inexeqüíveis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação.

CONTRATO DE CONCESSÃO

Lei 11284/06 - Art. 27. Para cada unidade de manejo licitada, será assinado um contrato de concessão exclusivo com um único concessionário, que será responsável por todas as obrigações nele previstas, além de responder pelos prejuízos causados ao poder concedente,

ao meio ambiente ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelos órgãos competentes exclua ou atenue essa responsabilidade. § 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere o caput deste artigo, o concessionário poderá contratar terceiros para o desenvolvimento de atividades inerentes ou subsidiárias ao manejo florestal sustentável dos produtos e à exploração dos serviços florestais concedidos.§ 2o As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pelo concessionário serão regidas pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros contratados pelo concessionário e o poder concedente.§ 3o A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas regulamentares relacionadas a essas atividades.§ 4o É vedada a subconcessão na concessão florestal.Art. 28. A transferência do controle societário do concessionário sem prévia anuência do poder concedente implicará a rescisão do contrato e a aplicação das sanções contratuais, sem prejuízo da execução das garantias oferecidas.Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência referida no caput deste artigo, o pretendente deverá: I - atender às exigências da habilitação estabelecidas para o concessionário;II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor. Art. 29. Nos contratos de financiamento, os concessionários poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a continuidade da execução, pelo concessionário, do PMFS ou das demais atividades florestais.Parágrafo único. O limite previsto no caput deste artigo será definido pelo órgão gestor.Art. 30. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: I - ao objeto, com a descrição dos produtos e dos serviços a serem explorados e da unidade de manejo;II - ao prazo da concessão;III - ao prazo máximo para o concessionário iniciar a execução do PMFS;IV - ao modo, à forma, às condições e aos prazos da realização das auditorias florestais;V - ao modo, à forma e às condições de exploração de serviços e prática do manejo florestal;VI - aos critérios, aos indicadores, às fórmulas e aos parâmetros definidores da qualidade do meio ambiente;VII - aos critérios máximos e mínimos de aproveitamento dos recursos florestais;VIII - às ações de melhoria e recuperação ambiental na área da concessão e seu entorno assumidas pelo concessionário;IX - às ações voltadas ao benefício da comunidade local assumidas pelo concessionário;X - aos preços e aos critérios e procedimentos para reajuste e revisão;XI - aos direitos e às obrigações do poder concedente e do concessionário, inclusive os relacionados a necessidades de alterações futuras e modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos, infra-estrutura e instalações;XII - às garantias oferecidas pelo concessionário;XIII - à forma de monitoramento e avaliação das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de execução do manejo florestal sustentável e exploração de serviços;XIV - às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita o concessionário e sua forma de aplicação;XV - aos casos de extinção do contrato de concessão;

XVI - aos bens reversíveis;XVII - às condições para revisão e prorrogação;XVIII - à obrigatoriedade, à forma e à periodicidade da prestação de contas do concessionário ao poder concedente;XIX - aos critérios de bonificação para o concessionário que atingir melhores índices de desempenho socioambiental que os previstos no contrato, conforme regulamento;XX - ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.§ 1o No exercício da fiscalização, o órgão gestor terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros do concessionário, respeitando-se os limites do sigilo legal ou constitucionalmente previsto.§ 2o Sem prejuízo das atribuições dos órgãos do Sisnama responsáveis pelo controle e fiscalização ambiental, o órgão gestor poderá suspender a execução de atividades desenvolvidas em desacordo com o contrato de concessão, devendo, nessa hipótese, determinar a imediata correção das irregularidades identificadas.§ 3o A suspensão de que trata o § 2o deste artigo não isenta o concessionário do cumprimento das demais obrigações contratuais.§ 4o As obrigações previstas nos incisos V a IX do caput deste artigo são de relevante interesse ambiental, para os efeitos do art. 68 da Lei n o 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Art. 31. Incumbe ao concessionário: I - elaborar e executar o PMFS, conforme previsto nas normas técnicas aplicáveis e especificações do contrato;II - evitar ações ou omissões passíveis de gerar danos ao ecossistema ou a qualquer de seus elementos; III - informar imediatamente a autoridade competente no caso de ações ou omissões próprias ou de terceiros ou fatos que acarretem danos ao ecossistema, a qualquer de seus elementos ou às comunidades locais; IV - recuperar as áreas degradadas, quando identificado o nexo de causalidade entre suas ações ou omissões e os danos ocorridos, independentemente de culpa ou dolo, sem prejuízo das responsabilidades contratuais, administrativas, civis ou penais;V - cumprir e fazer cumprir as normas de manejo florestal, as regras de exploração de serviços e as cláusulas contratuais da concessão;VI - garantir a execução do ciclo contínuo, iniciada dentro do prazo máximo fixado no edital;VII - buscar o uso múltiplo da floresta, nos limites contratualmente definidos e observadas as restrições aplicáveis às áreas de preservação permanente e as demais exigências da legislação ambiental;VIII - realizar as benfeitorias necessárias na unidade de manejo;IX - executar as atividades necessárias à manutenção da unidade de manejo e da infra-estrutura;X - comercializar o produto florestal auferido do manejo;XI - executar medidas de prevenção e controle de incêndios;XII - monitorar a execução do PMFS;XIII - zelar pela integridade dos bens e benfeitorias vinculados à unidade de manejo concedida;XIV - manter atualizado o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;XV - elaborar e disponibilizar o relatório anual sobre a gestão dos recursos florestais ao órgão gestor, nos termos definidos no contrato;

XVI - permitir amplo e irrestrito acesso aos encarregados da fiscalização e auditoria, a qualquer momento, às obras, aos equipamentos e às instalações da unidade de manejo, bem como à documentação necessária para o exercício da fiscalização;XVII - realizar os investimentos ambientais e sociais definidos no contrato de concessão. § 1o As benfeitorias permanentes reverterão sem ônus ao titular da área ao final do contrato de concessão, ressalvados os casos previstos no edital de licitação e no contrato de concessão.§ 2o Como requisito indispensável para o início das operações de exploração de produtos e serviços florestais, o concessionário deverá contar com o PMFS aprovado pelo órgão competente do Sisnama. § 3o Findo o contrato de concessão, o concessionário fica obrigado a devolver a unidade de manejo ao poder concedente nas condições previstas no contrato de concessão, sob pena de aplicação das devidas sanções contratuais e administrativas, bem como da responsabilização nas esferas penal e civil, inclusive a decorrente da Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981. Art. 32. O PMFS deverá apresentar área geograficamente delimitada destinada à reserva absoluta, representativa dos ecossistemas florestais manejados, equivalente a, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total da área concedida , para conservação da biodiversidade e avaliação e monitoramento dos impactos do manejo florestal.§ 1o Para efeito do cálculo do percentual previsto no caput deste artigo, não serão computadas as áreas de preservação permanente.§ 2o A área de reserva absoluta não poderá ser objeto de qualquer tipo de exploração econômica.§ 3o A área de reserva absoluta poderá ser definida pelo órgão gestor previamente à elaboração do PMFS.Art. 33. Para fins de garantir o direito de acesso às concessões florestais por pessoas jurídicas de pequeno porte, micro e médias empresas, serão definidos no Paof, nos termos de regulamento, lotes de concessão, contendo várias unidades de manejo de tamanhos diversos, estabelecidos com base em critérios técnicos, que deverão considerar as condições e as necessidades do setor florestal, as peculiaridades regionais, a estrutura das cadeias produtivas, as infra-estruturas locais e o acesso aos mercados.Art. 34. Sem prejuízo da legislação pertinente à proteção da concorrência e de outros requisitos estabelecidos em regulamento, deverão ser observadas as seguintes salvaguardas para evitar a concentração econômica:I - em cada lote de concessão florestal, não poderão ser outorgados a cada concessionário, individualmente ou em consórcio, mais de 2 (dois) contratos;II - cada concessionário, individualmente ou em consórcio, terá um limite percentual máximo de área de concessão florestal, definido no Paof.Parágrafo único. O limite previsto no inciso II do caput deste artigo será aplicado sobre o total da área destinada à concessão florestal pelo Paof e pelos planos anuais de outorga em execução aprovados nos anos anteriores.Art. 35. O prazo dos contratos de concessão florestal será estabelecido de acordo com o ciclo de colheita ou exploração, considerando o produto ou grupo de produtos com ciclo mais longo incluído no objeto da concessão, podendo ser fixado prazo equivalente a, no mínimo, um ciclo e, no máximo, 40 (quarenta) anos.Parágrafo único. O prazo dos contratos de concessão exclusivos para exploração de serviços florestais será de, no mínimo, 5 (cinco) e, no máximo, 20 (vinte) anos.

EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

Lei 11284/06 - Art. 44. Extingue-se a concessão florestal por qualquer das seguintes causas: I - esgotamento do prazo contratual; é o disposto no art. 35 desta leiII - rescisão; pode ser feito pelo próprio concessionário, mas deverá ajuizar uma ação judicial com esse intuito.III - anulação;IV - falência ou extinção do concessionário e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual;V - desistência e devolução, por opção do concessionário, do objeto da concessão.

Lei 11284/06 - Art. 46. Desistência é o ato formal, irrevogável e irretratável pelo qual o concessionário manifesta seu desinteresse pela continuidade da concessão.§ 1o A desistência é condicionada à aceitação expressa do poder concedente, e dependerá de avaliação prévia do órgão competente para determinar o cumprimento ou não do PMFS, devendo assumir o desistente o custo dessa avaliação e, conforme o caso, as obrigações emergentes.

§ 2o A desistência não desonerará o concessionário de suas obrigações com terceiros.§ 1o Extinta a concessão, retornam ao titular da floresta pública todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, conforme previsto no edital e estabelecido em contrato. § 2o A extinção da concessão autoriza, independentemente de notificação prévia, a ocupação das instalações e a utilização, pelo titular da floresta pública, de todos os bens reversíveis. § 3o A extinção da concessão pelas causas previstas nos incisos II, IV e V do caput deste artigo autoriza o poder concedente a executar as garantias contratuais, sem prejuízo da responsabilidade civil por danos ambientais prevista na Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981. § 4o A devolução de áreas não implicará ônus para o poder concedente, nem conferirá ao concessionário qualquer direito de indenização pelos bens reversíveis, os quais passarão à propriedade do poder concedente.§ 5o Em qualquer caso de extinção da concessão, o concessionário fará, por sua conta exclusiva, a remoção dos equipamentos e bens que não sejam objetos de reversão, ficando obrigado a reparar ou indenizar os danos decorrentes de suas atividades e praticar os atos de recuperação ambiental determinados pelos órgãos competentes.Art. 45. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a rescisão da concessão, a aplicação das sanções contratuais e a execução das garantias, sem prejuízo da responsabilidade civil por danos ambientais prevista na Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981, e das devidas sanções nas esferas administrativa e penal.§ 1o A rescisão da concessão poderá ser efetuada unilateralmente pelo poder concedente, quando: I - o concessionário descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais e regulamentares concernentes à concessão; II - o concessionário descumprir o PMFS, de forma que afete elementos essenciais de proteção do meio ambiente e a sustentabilidade da atividade; III - o concessionário paralisar a execução do PMFS por prazo maior que o previsto em contrato, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior, ou as que, com anuência do órgão gestor, visem à proteção ambiental; IV - descumprimento, total ou parcial, da obrigação de pagamento dos preços florestais; V - o concessionário perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a regular execução do PMFS; VI - o concessionário não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;VII - o concessionário não atender a notificação do órgão gestor no sentido de regularizar o exercício de suas atividades; VIII - o concessionário for condenado em sentença transitada em julgado por crime contra o meio ambiente ou a ordem tributária, ou por crime previdenciário;

IX - ocorrer fato superveniente de relevante interesse público que justifique a rescisão, mediante lei autorizativa específica, com indenização das parcelas de investimento ainda não amortizadas vinculadas aos bens reversíveis que tenham sido realizados;X - o concessionário submeter trabalhadores a condições degradantes de trabalho ou análogas à de escravo ou explorar o trabalho de crianças e adolescentes. § 2o A rescisão do contrato de concessão deverá ser precedida da verificação de processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes da notificação do concessionário e a fixação de prazo para correção das falhas e transgressões apontadas.§ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a rescisão será efetuada por ato do poder concedente, sem prejuízo da responsabilização administrativa, civil e penal.§ 5o Rescindido o contrato de concessão, não resultará para o órgão gestor qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados do concessionário.§ 6o O Poder Público poderá instituir seguro para cobertura da indenização prevista no inciso IX do § 1o deste artigo.Art. 47. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa do concessionário, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.

AUDITORIA FLORESTAL

Lei 11284/06 - Art. 42. Sem prejuízo das ações de fiscalização ordinárias, as concessões serão submetidas a auditorias florestais, de caráter independente, em prazos não superiores a 3 (três) anos, cujos custos serão de responsabilidade do concessionário. § 1o Em casos excepcionais, previstos no edital de licitação, nos quais a escala da atividade florestal torne inviável o pagamento dos custos das auditorias florestais pelo concessionário, o órgão gestor adotará formas alternativas de realização das auditorias, conforme regulamento. § 2o As auditorias apresentarão suas conclusões em um dos seguintes termos: I - constatação de regular cumprimento do contrato de concessão, a ser devidamente validada pelo órgão gestor;II - constatação de deficiências sanáveis, que condiciona a manutenção contratual ao saneamento de todos os vícios e irregularidades verificados, no prazo máximo de 6 (seis) meses;III - constatação de descumprimento, que, devidamente validada, implica a aplicação de sanções segundo sua gravidade, incluindo a rescisão contratual, conforme esta Lei.§ 3o As entidades que poderão realizar auditorias florestais serão reconhecidas em ato administrativo do órgão gestor. Art. 43. Qualquer pessoa física ou jurídica, de forma justificada e devidamente assistida por profissionais habilitados, poderá fazer visitas de comprovação às operações florestais de campo, sem obstar o regular desenvolvimento das atividades, observados os seguintes requisitos:I - prévia obtenção de licença de visita no órgão gestor; II - programação prévia com o concessionário. Quem faz o cadastro para qualificar essas empresas que realizam as auditorias é o InMetro.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E CONCESSÕES AMBIENTAIS

Lei 11284/06 - Art. 48. As concessões em florestas nacionais, estaduais e municipais devem observar o disposto nesta Lei, na Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000 , e no plano de manejo da unidade de conservação.§ 1o A inserção de unidades de manejo das florestas nacionais, estaduais e municipais no Paof requer prévia autorização do órgão gestor da unidade de conservação.§ 2o Os recursos florestais das unidades de manejo de florestas nacionais, estaduais e municipais somente serão objeto de concessão após aprovação do plano de manejo da unidade de conservação, nos termos da Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000 . § 3o Para a elaboração do edital e do contrato de concessão florestal das unidades de manejo em florestas nacionais, estaduais e municipais, ouvir-se-á o respectivo conselho consultivo, constituído nos termos do art. 17, § 5 o , da Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000 , o qual acompanhará todas as etapas do processo de outorga.

INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAISArt. 70 a 76 da lei 9.605/98Decreto 6514/08

Lei 9605/98Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia.§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação;II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:I - advertência;II - multa simples;III - multa diária;IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;V - destruição ou inutilização do produto;VI - suspensão de venda e fabricação do produto;VII - embargo de obra ou atividade;VIII - demolição de obra;IX - suspensão parcial ou total de atividades;X – (VETADO)XI - restritiva de direitos.§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.A responsabilidade é subjetiva é exclusivamente nesses casos.§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo.§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.§ 8º As sanções restritivas de direito são:I - suspensão de registro, licença ou autorização; II - cancelamento de registro, licença ou autorização;III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de

1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

Os valores que estão no decreto são referentes a multa. E o agente aplicará a multa com base no art. 4º do decreto 6514/08.Art. 4o O agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará as sanções estabelecidas neste Decreto, observando: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).I - gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; eIII - situação econômica do infrator. § 1o Para a aplicação do disposto no inciso I, o órgão ou entidade ambiental estabelecerá de forma objetiva critérios complementares para o agravamento e atenuação das sanções administrativas. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2o As sanções aplicadas pelo agente autuante estarão sujeitas à confirmação pela autoridade julgadora. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

DAS SANÇÕES

DA ADVERTÊNCIALei 9605/98 Art. 72, I.Decreto 6514/08 - Art. 5o A sanção de advertência poderá ser aplicada, mediante a lavratura de auto de infração, para as infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, garantidos a ampla defesa e o contraditório. § 1o Consideram-se infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente aquelas em que a multa máxima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de multa por unidade de medida, a multa aplicável não exceda o valor referido. § 2o Sem prejuízo do disposto no caput, caso o agente autuante constate a existência de irregularidades a serem sanadas, lavrará o auto de infração com a indicação da respectiva sanção de advertência, ocasião em que estabelecerá prazo para que o infrator sane tais irregularidades. § 3o Sanadas as irregularidades no prazo concedido , o agente autuante certificará o ocorrido nos autos e dará seguimento ao processo estabelecido no Capítulo II. § 4o Caso o autuado, por negligência ou dolo, deixe de sanar as irregularidades, o agente autuante certificará o ocorrido e aplicará a sanção de multa relativa à infração praticada, independentemente da advertência. Art. 6o A sanção de advertência não excluirá a aplicação de outras sanções.

Art. 7o Fica vedada a aplicação de nova sanção de advertência no período de três anos contados do julgamento da defesa da última advertência ou de outra penalidade aplicada.

DA MULTALei 9.605/98 - Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.Decreto 6.514/08 - Art. 8o A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo, metro quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. Parágrafo único. O órgão ou entidade ambiental poderá especificar a unidade de medida aplicável para cada espécie de recurso ambiental objeto da infração. Art. 9o O valor da multa de que trata este Decreto será corrigido, periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).

Numa ação em que apura infrações uma só medida pode avaliar vários bens tutelados.

DA MULTA DIÁRIADecreto 6514/08 - Art. 10. A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. § 1o Constatada a situação prevista no caput, o agente autuante lavrará auto de infração, indicando, além dos requisitos constantes do art. 97, o valor da multa-dia. § 2o O valor da multa-dia deverá ser fixado de acordo com os critérios estabelecidos neste Decreto, não podendo ser inferior ao mínimo estabelecido no art. 9o nem superior a dez por cento do valor da multa simples máxima cominada para a infração. § 3o Lavrado o auto de infração, será aberto prazo de defesa nos termos estabelecidos no Capítulo II deste Decreto. § 4o A multa diária deixará de ser aplicada a partir da data em que o autuado apresentar ao órgão ambiental documentos que comprovem a regularização da situação que deu causa à lavratura do auto de infração. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 5o Caso o agente autuante ou a autoridade competente verifique que a situação que deu causa à lavratura do auto de infração não foi regularizada, a multa diária voltará a ser imposta desde a data em que deixou de ser aplicada, sendo notificado o autuado, sem prejuízo da adoção de outras sanções previstas neste Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 6o Por ocasião do julgamento do auto de infração, a autoridade ambiental deverá, em caso de procedência da autuação, confirmar ou modificar o valor da multa-dia, decidir o período de sua aplicação e consolidar o montante devido pelo autuado para posterior execução. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 7o O valor da multa será consolidado e executado periodicamente após o julgamento final, nos casos em que a infração não tenha cessado. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 8o A celebração de termo de compromisso de reparação ou cessação dos danos encerrará a contagem da multa diária. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Art. 11. O cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo infrator, no período de cinco anos, contados da lavratura de auto de infração anterior devidamente confirmado no julgamento de que trata o art. 124, implica:I - aplicação da multa em triplo, no caso de cometimento da mesma infração; ouII - aplicação da multa em dobro, no caso de cometimento de infração distinta. § 1o O agravamento será apurado no procedimento da nova infração, do qual se fará constar, por cópia, o auto de infração anterior e o julgamento que o confirmou. § 2o Antes do julgamento da nova infração, a autoridade ambiental deverá verificar a existência de auto de infração anterior confirmado em julgamento, para fins de aplicação do agravamento da nova penalidade. § 3o Após o julgamento da nova infração, não será efetuado o agravamento da penalidade. § 4o Constatada a existência de auto de infração anteriormente confirmado em julgamento, a autoridade ambiental deverá:I - agravar a pena conforme disposto no caput;II - notificar o autuado para que se manifeste sobre o agravamento da penalidade no prazo de dez dias; eIII - julgar a nova infração considerando o agravamento da penalidade. § 5o O disposto no § 3o não se aplica para fins de majoração do valor da multa, conforme previsão contida nos arts. 123 e 129. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Pode haver a aplicação de multas dos órgãos federais, estaduais e municipais.Lei 9065/98 Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

Art. 12. O pagamento de multa por infração ambiental imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a aplicação de penalidade pecuniária pelo órgão federal, em decorrência do mesmo fato, respeitados os limites estabelecidos neste Decreto. Parágrafo único. Somente o efetivo pagamento da multa será considerado para efeito da substituição de que trata o caput, não sendo admitida para esta finalidade a celebração de termo de compromisso de ajustamento de conduta ou outra forma de compromisso de regularização da infração ou composição de dano. Parágrafo único. Somente o efetivo pagamento da multa será considerado para efeito da substituição de que trata o caput, não sendo admitida para esta finalidade a celebração de termo de compromisso de ajustamento de conduta ou outra forma de compromisso de regularização da infração ou composição de dano, salvo se deste também participar o órgão ambiental federal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 13. Reverterão ao Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA vinte por cento dos valores arrecadados em pagamento de multas aplicadas pela União, podendo o referido percentual ser alterado, a critério dos órgãos arrecadadores. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Lei 9605/98 - Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

DAS OUTRAS SANÇÕES ADMINISTRATIVASEssas sanções podem ser aplicadas de ofício pelo fiscal autuante.Decreto 6514/08 - Art. 101. Constatada a infração ambiental, o agente autuante, no uso do seu poder de polícia, poderá adotar as seguintes medidas administrativas:I - apreensão;II - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;III - suspensão de venda ou fabricação de produto;IV - suspensão parcial ou total de atividades;V - destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da infração; eVI - demolição. § 1o As medidas de que trata este artigo têm como objetivo prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo administrativo. § 2o A aplicação de tais medidas será lavrada em formulário próprio, sem emendas ou rasuras que comprometam sua validade, e deverá conter, além da indicação dos respectivos dispositivos legais e regulamentares infringidos, os motivos que ensejaram o agente autuante a assim proceder. § 3o A administração ambiental estabelecerá os formulários específicos a que se refere o § 2o. § 4o O embargo de obra ou atividade restringe-se aos locais onde efetivamente caracterizou-se a infração ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas em áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não correlacionadas com a infração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

SUSPENSÃO DE VENDA OU FABRICAÇÃO DE PRODUTOS.Decreto 6514/08 - Art. 109. A suspensão de venda ou fabricação de produto constitui medida que visa a evitar a colocação no mercado de produtos e subprodutos oriundos de infração administrativa ao meio ambiente ou que tenha como objetivo interromper o uso contínuo de matéria-prima e subprodutos de origem ilegal.

SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL DE ATIVIDADES.Decreto 6514/08 - Art. 110. A suspensão parcial ou total de atividades constitui medida que visa a impedir a continuidade de processos produtivos em desacordo com a legislação ambiental. Art. 15-B. A cessação das penalidades de suspensão e embargo dependerá de decisão da autoridade ambiental após a apresentação, por parte do autuado, de documentação que regularize a obra ou atividade. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

EMBARGO DE OBRA OU ATIVIDADEDecreto 6514/08 - Art. 15-A. O embargo de obra ou atividade restringe-se aos locais onde efetivamente caracterizou-se a infração ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas em áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não correlacionadas com a infração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Art. 16. No caso de áreas irregularmente desmatadas ou queimadas, o agente autuante embargará quaisquer obras ou atividades nelas localizadas ou desenvolvidas, excetuando as atividades de subsistência. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 1o O agente autuante deverá colher todas as provas possíveis de autoria e materialidade, bem como da extensão do dano, apoiando-se em documentos, fotos e dados de localização, incluindo as coordenadas geográficas da área embargada, que deverão constar do respectivo auto de infração para posterior georreferenciamento. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Esse embargo é o administrativo.

§ 2o Não se aplicará a penalidade de embargo de obra ou atividade, ou de área, nos casos em que a infração de que trata o caput se der fora da área de preservação permanente ou reserva legal, salvo quando se tratar de desmatamento não autorizado de mata nativa. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 17. O embargo de área irregularmente explorada e objeto do Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS não exonera seu detentor da execução de atividades de manutenção ou recuperação da floresta, na forma e prazos fixados no PMFS e no termo de responsabilidade de manutenção da floresta. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 18. O descumprimento total ou parcial de embargo, sem prejuízo do disposto no art. 79, ensejará a aplicação cumulativa das seguintes sanções:I - suspensão da atividade que originou a infração e da venda de produtos ou subprodutos criados ou produzidos na área ou local objeto do embargo infringido; eII - cancelamento de registros, licenças ou autorizações de funcionamento da atividade econômica junto aos órgãos ambientais e de fiscalização. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 1o O órgão ou entidade ambiental promoverá a divulgação dos dados do imóvel rural, da área ou local embargado e do respectivo titular em lista oficial, resguardados os dados protegidos por legislação específica para efeitos do disposto no inciso III do art. 4 o da Lei no

10.650, de 16 de abril de 2003, especificando o exato local da área embargada e informando que o auto de infração encontra-se julgado ou pendente de julgamento. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2o A pedido do interessado, o órgão ambiental autuante emitirá certidão em que conste a atividade, a obra e a parte da área do imóvel que são objetos do embargo, conforme o caso. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Decreto 6514/08 - Art. 79. Descumprir embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas:Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).Decreto 6514/08 - Art. 108. O embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas tem por objetivo impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada, devendo restringir-se exclusivamente ao local onde verificou-se a prática do ilícito. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 1o No caso de descumprimento ou violação do embargo, a autoridade competente, além de adotar as medidas previstas nos arts. 18 e 79, deverá comunicar ao Ministério Público, no

prazo máximo de setenta e duas horas, para que seja apurado o cometimento de infração penal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2o Nos casos em que o responsável pela infração administrativa ou o detentor do imóvel onde foi praticada a infração for indeterminado, desconhecido ou de domicílio indefinido, será realizada notificação da lavratura do termo de embargo mediante a publicação de seu extrato no Diário Oficial da União.Art. 15-B. A cessação das penalidades de suspensão e embargo dependerá de decisão da autoridade ambiental após a apresentação, por parte do autuado, de documentação que regularize a obra ou atividade. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

DA DEMOLIÇÃOArt. 19. A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada pela autoridade ambiental, após o contraditório e ampla defesa, quando: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).I - verificada a construção de obra em área ambientalmente protegida em desacordo com a legislação ambiental; ou II - quando a obra ou construção realizada não atenda às condicionantes da legislação ambiental e não seja passível de regularização. § 1o A demolição poderá ser feita pela administração ou pelo infrator, em prazo assinalado, após o julgamento do auto de infração, sem prejuízo do disposto no art. 112. § 2o As despesas para a realização da demolição correrão às custas do infrator, que será notificado para realizá-la ou para reembolsar aos cofres públicos os gastos que tenham sido efetuados pela administração. § 3o Não será aplicada a penalidade de demolição quando, mediante laudo técnico, for comprovado que o desfazimento poderá trazer piores impactos ambientais que sua manutenção, caso em que a autoridade ambiental, mediante decisão fundamentada, deverá, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, impor as medidas necessárias à cessação e mitigação do dano ambiental, observada a legislação em vigor. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Decreto 6514/08 - Art. 112. A demolição de obra, edificação ou construção não habitada e utilizada diretamente para a infração ambiental dar-se-á excepcionalmente no ato da fiscalização nos casos em que se constatar que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento do dano ambiental ou de graves riscos à saúde. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 1o A demolição poderá ser feita pelo agente autuante, por quem este autorizar ou pelo próprio infrator e deverá ser devidamente descrita e documentada, inclusive com fotografias. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2o As despesas para a realização da demolição correrão às custas do infrator. § 3o A demolição de que trata o caput não será realizada em edificações residenciais.

DAS RESTRITIVAS DE DIREITOS APLICÁVEIS AS PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS.Art. 20. As sanções restritivas de direito aplicáveis às pessoas físicas ou jurídicas são:I - suspensão de registro, licença ou autorização; (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).II - cancelamento de registro, licença ou autorização; (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; eV - proibição de contratar com a administração pública; § 1o A autoridade ambiental fixará o período de vigência das sanções previstas neste artigo, observando os seguintes prazos: (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).I - até três anos para a sanção prevista no inciso V; (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).II - até um ano para as demais sanções. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2 o Em qualquer caso, a extinção da sanção fica condicionada à regularização da conduta que deu origem ao auto de infração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

PRESCRIÇÃO EM CRIMES AMBIENTAISDECRETO 6514/08 - Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da administração objetivando apurar a prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado. § 1o Considera-se iniciada a ação de apuração de infração ambiental pela administração com a lavratura do auto de infração. § 2o Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação e da reparação dos danos ambientais. § 2o Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 3 o QUANDO O FATO OBJETO DA INFRAÇÃO TAMBÉM CONSTITUIR CRIME, A PRESCRIÇÃO DE QUE TRATA O CAPUT REGER-SE-Á PELO PRAZO PREVISTO NA LEI PENAL. § 4o A prescrição da pretensão punitiva da administração não elide a obrigação de reparar o dano ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 22. Interrompe-se a prescrição:I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por qualquer outro meio, inclusive por edital;II - por qualquer ato inequívoco da administração que importe apuração do fato; eIII - pela decisão condenatória recorrível. Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da administração, para o efeito do que dispõe o inciso II, aqueles que impliquem instrução do processo. Art. 23. O disposto neste Capítulo não se aplica aos procedimentos relativos a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental de que trata o art. 17-B da Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA A APURAÇÃO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

Decreto 6514/08Deve-se observar o art. 2º da lei 9784/99.Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:I - atuação conforme a lei e o Direito;II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

DA AUTUAÇÃO

Art. 96. Constatada a ocorrência de infração administrativa ambiental, será lavrado auto de infração, do qual deverá ser dado ciência ao autuado, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa. § 1o O autuado será intimado da lavratura do auto de infração pelas seguintes formas: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).I - pessoalmente; (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).II - por seu representante legal; (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).III - por carta registrada com aviso de recebimento; (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).IV - por edital, se estiver o infrator autuado em lugar incerto, não sabido ou se não for localizado no endereço. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2o Caso o autuado se recuse a dar ciência do auto de infração, o agente autuante certificará o ocorrido na presença de duas testemunhas e o entregará ao autuado. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 3o Nos casos de evasão ou ausência do responsável pela infração administrativa, e inexistindo preposto identificado, o agente autuante aplicará o disposto no § 1o,

encaminhando o auto de infração por via postal com aviso de recebimento ou outro meio válido que assegure a sua ciência. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 97. O auto de infração deverá ser lavrado em impresso próprio, com a identificação do autuado, a descrição clara e objetiva das infrações administrativas constatadas e a indicação dos respectivos dispositivos legais e regulamentares infringidos, não devendo conter emendas ou rasuras que comprometam sua validade.Art. 98. O auto de infração será encaminhado à unidade administrativa responsável pela apuração da infração, oportunidade em que se fará a autuação processual no prazo máximo de cinco dias úteis, contados de seu recebimento, ressalvados os casos de força maior devidamente justificados.Art. 99. O auto de infração que apresentar VÍCIO SANÁVEL PODERÁ, A QUALQUER TEMPO, SER CONVALIDADO DE OFÍCIO PELA AUTORIDADE JULGADORA, mediante despacho saneador, após o pronunciamento do órgão da Procuradoria-Geral Federal que atua junto à respectiva unidade administrativa da entidade responsável pela autuação. Parágrafo único. CONSTATADO O VÍCIO SANÁVEL, SOB ALEGAÇÃO DO AUTUADO, O PROCEDIMENTO SERÁ ANULADO A PARTIR DA FASE PROCESSUAL EM QUE O VÍCIO FOI PRODUZIDO, reabrindo-se novo prazo para defesa, aproveitando-se os atos regularmente produzidos. Art. 100. O auto de infração que apresentar vício insanável deverá ser declarado nulo pela autoridade julgadora competente, que determinará o arquivamento do processo, após o pronunciamento do órgão da Procuradoria-Geral Federal que atua junto à respectiva unidade administrativa da entidade responsável pela autuação.§ 1o Para os efeitos do caput, considera-se vício insanável aquele em que a correção da autuação implica modificação do fato descrito no auto de infração. § 2o Nos casos em que o auto de infração for declarado nulo e estiver caracterizada a conduta ou atividade lesiva ao meio ambiente, deverá ser lavrado novo auto, observadas as regras relativas à prescrição.§ 3o O erro no enquadramento legal da infração não implica vício insanável, podendo ser alterado pela autoridade julgadora mediante decisão fundamentada que retifique o auto de infração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

DA DEFESADecreto 6514/08Art. 113. O autuado poderá, no prazo de vinte dias, contados da data da ciência da autuação, oferecer defesa contra o auto de infração. § 1o O órgão ambiental responsável APLICARÁ O DESCONTO DE TRINTA POR CENTO de que trata o art. 3º da Lei nº 8.005, de 22 de março de 1990, sempre que O AUTUADO DECIDIR EFETUAR O PAGAMENTO DA PENALIDADE NO PRAZO PREVISTO NO CAPUT.§ 2o O órgão ambiental responsável concederá DESCONTO DE TRINTA POR CENTO DO VALOR CORRIGIDO da penalidade, nos termos do art. 4º da Lei nº 8.005, de 1990, para OS PAGAMENTOS REALIZADOS APÓS O PRAZO DO CAPUT E NO CURSO DO PROCESSO PENDENTE DE JULGAMENTO. Art. 114. A defesa poderá ser protocolizada em qualquer unidade administrativa do órgão ambiental que promoveu a autuação, que o encaminhará imediatamente à unidade responsável.

Art. 115. A defesa será formulada por escrito e deverá conter os fatos e fundamentos jurídicos que contrariem o disposto no auto de infração e termos que o acompanham, bem como a especificação das provas que o autuado pretende produzir a seu favor, devidamente justificadas. Parágrafo único. Requerimentos formulados fora do prazo de defesa não serão conhecidos, podendo ser desentranhados dos autos conforme decisão da autoridade ambiental competente. Art. 116. O autuado poderá ser representado por advogado ou procurador legalmente constituído, devendo, para tanto, anexar à defesa o respectivo instrumento de procuração. Parágrafo único. O autuado poderá requerer prazo de até dez dias para a juntada do instrumento a que se refere o caput. Art. 117. A defesa não será conhecida quando apresentada:I - fora do prazo;II - por quem não seja legitimado; ouIII - perante órgão ou entidade ambiental incompetente.

DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTODecreto 6514/08Art. 118. Ao autuado caberá a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído à autoridade julgadora para instrução do processo. Art. 119. A autoridade julgadora poderá requisitar a produção de provas necessárias à sua convicção, bem como parecer técnico ou contradita do agente autuante, especificando o objeto a ser esclarecido. § 1o O parecer técnico deverá ser elaborado no prazo máximo de dez dias, ressalvadas as situações devidamente justificadas. § 2o A contradita deverá ser elaborada pelo agente autuante no prazo de cinco dias, contados a partir do recebimento do processo. § 3o Entende-se por contradita, para efeito deste Decreto, as informações e esclarecimentos prestados pelo agente autuante necessários à elucidação dos fatos que originaram o auto de infração, ou das razões alegadas pelo autuado, facultado ao agente, nesta fase, opinar pelo acolhimento parcial ou total da defesa. Art. 120. As provas propostas pelo autuado, quando impertinentes, desnecessárias ou protelatórias, poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada da autoridade julgadora competente. Art. 121. O órgão da Procuradoria-Geral Federal, quando houver controvérsia jurídica, emitirá parecer fundamentado para a motivação da decisão da autoridade julgadora. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 122. Encerrada a instrução, o autuado terá o direito de manifestar-se em alegações finais, no prazo máximo de dez dias. § 1o A autoridade julgadora publicará em sua sede administrativa a relação dos processos que entrarão na pauta de julgamento, para fins de apresentação de alegações finais pelos interessados. § 2o Apresentadas as alegações finais, a autoridade decidirá de plano.

Parágrafo único. A autoridade julgadora publicará em sua sede administrativa e em sítio na rede mundial de computadores a relação dos processos que entrarão na pauta de julgamento, para fins de apresentação de alegações finais pelos interessados. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 123. A decisão da autoridade julgadora não se vincula às sanções aplicadas pelo agente autuante, ou ao valor da multa, podendo, em decisão motivada, de ofício ou a requerimento do interessado, minorar, manter ou majorar o seu valor, respeitados os limites estabelecidos na legislação ambiental vigente. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Parágrafo único. Nos casos de agravamento da penalidade, o autuado deverá ser cientificado antes da respectiva decisão, por meio de aviso de recebimento, para que se manifeste no prazo das alegações finais.Art. 124. Oferecida ou não a defesa, a autoridade julgadora, no prazo de trinta dias, julgará o auto de infração, decidindo sobre a aplicação das penalidades. § 1o Nos termos do que dispõe o art. 101, as medidas administrativas que forem aplicadas no momento da autuação deverão ser apreciadas no ato decisório, sob pena de ineficácia. § 2o A inobservância do prazo para julgamento não torna nula a decisão da autoridade julgadora e o processo. § 3o O órgão ou entidade ambiental competente indicará, em ato próprio, a autoridade administrativa responsável pelo julgamento da defesa, observando-se o disposto no art. 17 da Lei n o 9.784, de 1999 . Se a autoridade for majorar a pena deverá por meio de AR avisar o autuado, para responder no prazo de 10 dias.Art. 125. A decisão deverá ser motivada, com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos em que se baseia. Parágrafo único. A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações ou decisões, que, neste caso, serão parte integrante do ato decisório. Art. 126. Julgado o auto de infração, o autuado será notificado por via postal com aviso de recebimento ou outro meio válido que assegure a certeza de sua ciência para pagar a multa no prazo de cinco dias, a partir do recebimento da notificação, ou para apresentar recurso. Parágrafo único. O pagamento realizado no prazo disposto no caput contará com o desconto de trinta por cento do valor corrigido da penalidade, nos termos do art. 4 o da Lei n o 8.005, de 1990.

DOS RECURSOSDecreto 6514/08.

Art. 127. Da decisão proferida pela autoridade julgadora CABERÁ RECURSO NO PRAZO DE VINTE DIAS. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 1o O recurso hierárquico de que trata este artigo será dirigido à autoridade administrativa julgadora que proferiu a decisão na defesa, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

IBAMA - § 2o O órgão ou entidade ambiental competente indicará, em ato próprio, a autoridade superior que será responsável pelo julgamento do recurso mencionado no caput. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).O superintendente do IBAMA vai indicar o servidor de nível superior para exercer a função julgadora, que pode ser mais de um. Seguindo a seguinte estrutura:

NA ESFERA FEDERALFiscal

Autoridade I - servidor indicado para multas até 2 milhões de reais.Julgadora II - se for mais de 2 milhões quem julgará é o Superintendente.

Autoridade I - superintendente do IBAMA.Superior II – se mais de 2 milhões é a Câmara Recursal no âmbito da presidência

do IBAMA.

CONAMA CAMARA ESPECIAL RECURSAL – que é a ultima instancia em grau administrativo para julgar multas e penalidades aplicadas pelos fiscais do IBAMA.

Se a multa é aplicada pelo fiscal do estado ela so pode chegar no Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA.Art. 127-A. A autoridade que proferiu a decisão na defesa recorrerá de ofício à autoridade superior nas hipóteses a serem definidas pelo órgão ou entidade ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Parágrafo único. O recurso de ofício será interposto mediante declaração na própria decisão. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 128. O recurso interposto na forma prevista no art. 127 não terá efeito suspensivo. § 1o Na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do recorrente, conceder efeito suspensivo ao recurso. § 2o Quando se tratar de penalidade de multa, o recurso de que trata o art. 127 terá efeito suspensivo quanto a esta penalidade. Art. 129. A autoridade superior responsável pelo julgamento do recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 1o O recurso será interposto mediante declaração na própria decisão. § 2o No caso de aplicação de multa, o recurso de ofício somente será cabível nas hipóteses a serem definidas pelo órgão ou entidade ambiental. Art. 130. Da decisão proferida pela autoridade superior CABERÁ RECURSO AO CONAMA, NO PRAZO DE VINTE DIAS. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

§ 1o O recurso de que trata este artigo será dirigido à autoridade superior que proferiu a decisão no recurso, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, e após exame prévio de admissibilidade, o encaminhará ao Presidente do CONAMA. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 2o A autoridade julgadora junto ao CONAMA não poderá modificar a penalidade aplicada para agravar a situação do recorrente. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).NÃO PODE HAVER REFORMATIO IN PEJUS, só podendo manter ou reduzir.§ 3o O recurso interposto na forma prevista neste artigo não terá efeito suspensivo, salvo quanto à penalidade de multa. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 4o Na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do recorrente, dar efeito suspensivo ao recurso. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).§ 5o O órgão ou entidade ambiental disciplinará os requisitos e procedimentos para o processamento do recurso previsto no caput deste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 131. O recurso não será conhecido quando interposto:I - fora do prazo;II - perante órgão ambiental incompetente; ouIII - por quem não seja legitimado. Art. 132. Após o julgamento, o CONAMA restituirá os processos ao órgão ambiental de origem, para que efetue a notificação do interessado, dando ciência da decisão proferida. Art. 133. Havendo decisão confirmatória do auto de infração por parte do CONAMA, o interessado será notificado nos termos do art. 126. Parágrafo único. As multas estarão sujeitas à atualização monetária desde a lavratura do auto de infração até o seu efetivo pagamento, sem prejuízo da aplicação de juros de mora e demais encargos conforme previsto em lei.

PROCEDIMENTO DE CONVERSÃO DE MULTA SIMPLES EM SERVIÇOS DE PRESERVAÇÃO Lei 9605/98 - Art. 72, § 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

Isso só se aplica a multa simples.

Decreto 6514/08Art. 139. A autoridade ambiental poderá, nos termos do que dispõe o § 4 o do art. 72 da Lei n o

9.605, de 1998, converter a multa simples em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. Art. 140. São considerados serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente:I - execução de obras ou atividades de recuperação de danos decorrentes da própria infração;II - implementação de obras ou atividades de recuperação de áreas degradadas, bem como de preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente;III - custeio ou execução de programas e de projetos ambientais desenvolvidos por entidades públicas de proteção e conservação do meio ambiente; e

IV - manutenção de espaços públicos que tenham como objetivo a preservação do meio ambiente. Art. 141. Não será concedida a conversão de multa para reparação de danos de que trata o inciso I do art. 140, quando:I - não se caracterizar dano direto ao meio ambiente; eII - a recuperação da área degradada puder ser realizada pela simples regeneração natural. Parágrafo único. Na hipótese do caput, a multa poderá ser convertida nos serviços descritos nos incisos II, III e IV do art. 140, sem prejuízo da reparação dos danos praticados pelo infrator. Art. 142. O autuado poderá requerer a conversão de multa de que trata esta Seção por ocasião da apresentação da defesa. Art. 143. O valor dos custos dos serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente não poderá ser inferior ao valor da multa convertida. § 1o Na hipótese de a recuperação dos danos ambientais de que trata do inciso I do art. 140 importar recursos inferiores ao valor da multa convertida, a diferença será aplicada nos outros serviços descritos no art. 140. § 2o Independentemente do valor da multa aplicada, fica o autuado obrigado a reparar integralmente o dano que tenha causado. § 3o A autoridade ambiental aplicará o desconto de quarenta por cento sobre o valor da multa consolidada. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).Art. 144. A conversão de multa destinada à reparação de danos ou recuperação da áreas degradadas pressupõe que o autuado apresente pré-projeto acompanhando o requerimento.§ 1o Caso o autuado ainda não disponha de pré-projeto na data de apresentação do requerimento, a autoridade ambiental, se provocada, poderá conceder o prazo de até trinta dias para que ele proceda à juntada aos autos do referido documento. § 2o A autoridade ambiental poderá dispensar o projeto de recuperação ambiental ou autorizar a substituição por projeto simplificado quando a recuperação ambiental for de menor complexidade. § 3o Antes de decidir o pedido de conversão da multa, a autoridade ambiental poderá determinar ao autuado que proceda a emendas, revisões e ajustes no pré-projeto. § 4o O não-atendimento por parte do autuado de qualquer das situações previstas neste artigo importará no pronto indeferimento do pedido de conversão de multa. Art. 145. Por ocasião do julgamento da defesa, a autoridade julgadora deverá, numa única decisão, julgar o auto de infração e o pedido de conversão da multa. § 1o A decisão sobre o pedido de conversão é discricionária, podendo a administração, em decisão motivada, deferir ou não o pedido formulado, observado o que dispõe o art. 141. § 2o Em caso de acatamento do pedido de conversão, deverá a autoridade julgadora notificar o autuado para que compareça à sede da respectiva unidade administrativa para a assinatura de termo de compromisso. § 3o O deferimento do pedido de conversão suspende o prazo para a interposição de recurso durante o prazo definido pelo órgão ou entidade ambiental para a celebração do termo de compromisso de que trata o art. 146. Art. 146. Havendo decisão favorável ao pedido de conversão de multa, as partes celebrarão termo de compromisso, que deverá conter as seguintes cláusulas obrigatórias:

I - nome, qualificação e endereço das partes compromissadas e dos respectivos representantes legais; II - prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período; III - descrição detalhada de seu objeto, valor do investimento previsto e cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços exigidos, com metas a serem atingidas; IV - multa a ser aplicada em decorrência do não-cumprimento das obrigações nele pactuadas, que não poderá ser inferior ao valor da multa convertida, nem superior ao dobro desse valor; e V - foro competente para dirimir litígios entre as partes. § 1o A assinatura do termo de compromisso implicará renúncia ao direito de recorrer administrativamente. § 2o A CELEBRAÇÃO DO TERMO DE COMPROMISSO NÃO PÕE FIM AO PROCESSO ADMINISTRATIVO, devendo a autoridade competente monitorar e avaliar, no máximo a cada dois anos, se as obrigações assumidas estão sendo cumpridas. § 3o O termo de compromisso terá efeitos na esfera civil e administrativa.§ 4o O descumprimento do termo de compromisso implica: I - na esfera administrativa, a imediata inscrição do débito em Dívida Ativa para cobrança da multa resultante do auto de infração em seu valor integral; e II - na esfera civil, a imediata execução judicial das obrigações assumidas, tendo em vista seu caráter de título executivo extrajudicial. § 5o O termo de compromisso poderá conter cláusulas relativas às demais sanções aplicadas em decorrência do julgamento do auto de infração. § 6o A assinatura do termo de compromisso tratado neste artigo suspende a exigibilidade da multa aplicada. Art. 147. Os termos de compromisso deverão ser publicados no diário oficial, mediante extrato. Art. 148. A conversão da multa não poderá ser concedida novamente ao mesmo infrator durante o período de cinco anos, contados da data da assinatura do termo de compromisso .

RECURSOS HÍDRICOSLei 9433/97Lei 9984/00

FUNDAMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOSArt. 1º da lei 9943/97.Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:I - a água é um bem de domínio público;II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOSArt. 2º da lei 9943/97.Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOSArt. 5º, da lei 9943/97. Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos: I - os Planos de Recursos Hídricos; II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; V - a compensação a municípios; VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos. Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo: I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; VI - (VETADO) VII - (VETADO) VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;

X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos. Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País.

Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a: I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas; II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes. Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.

OUTORGA DOS DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS.LEI 9984/00 art. 4º, IV.Art. 4o A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cabendo-lhe: (Vide Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001) IV – OUTORGAR, POR INTERMÉDIO DE AUTORIZAÇÃO, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, observado o disposto nos arts. 5o, 6o, 7o e 8o;

Lei 9433/97 Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos: I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo; III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final; IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água. § 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento: I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes. § 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.

Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso. Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes. Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal. § 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União. § 2º (VETADO) Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias: I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga; II - ausência de uso por três anos consecutivos; III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas; IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental; V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas; VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água. Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável. Art. 17. (VETADO) Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.

COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOSLei 9433/97Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;II - incentivar a racionalização do uso da água; III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.Parágrafo único. (VETADO)Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser observados, dentre outros:I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação; II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.

DESTINAÇÃO DOS RECURSOSLei 9433/97

Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos;II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado.§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a FUNDO PERDIDO EM PROJETOS E OBRAS QUE ALTEREM, DE MODO CONSIDERADO BENÉFICO À COLETIVIDADE, A QUALIDADE, A QUANTIDADE E O REGIME DE VAZÃO DE UM CORPO DE ÁGUA.§ 3º (VETADO)Art. 23. (VETADO)

SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE RECURSOS HÍDRICOSLei 9433/97 Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão. Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos. Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos: I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações; II - coordenação unificada do sistema; III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade. Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos: I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil; II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o território nacional; III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

ESTRUTURA DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS.Art. 33 da lei 9433/97 Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) I-A. – a Agência Nacional de Águas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) V – as Agências de Água. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

- ÓRGÃOS COLEGIADOS- Conselho Nacional de Recursos Hídricos.- Conselho de Recursos Hídricos dos Estados.- Comitês de Bacia Hidrográfica.

- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA- ANA – Lei 9984/00- Órgãos Estaduais de Recursos Hídricos- Agências de Água

ARTS. 41 A 43 DA LEI 9433/97- ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOSLei 9433/97 Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por: I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos; II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; III - representantes dos usuários dos recursos hídricos; IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos. Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos: I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários; II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados; IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica; V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos; VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elaboração de seus regimentos; VIII - (VETADO) IX - acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso. Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por: I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal; II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.

COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICALei 9433/97 Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação: I - a totalidade de uma bacia hidrográfica; II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ou III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas. Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será efetivada por ato do Presidente da República. Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação: I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia; IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes; VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; VII - (VETADO) VIII - (VETADO) IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de competência. Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes: I - da União; II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação; III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação; IV - dos usuários das águas de sua área de atuação; V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia. § 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios para sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros. § 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores. § 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos representantes: I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União; II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia. § 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a bacias de rios sob domínio estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos. Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um Secretário, eleitos dentre seus membros.

ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUASLei 9984/00        Art. 1o Esta Lei cria a Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, estabelecendo regras para a sua atuação, sua estrutura administrativa e suas fontes de recursos.

Art. 2o Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos promover a articulação dos planejamentos nacional, regionais, estaduais e dos setores usuários elaborados pelas entidades que integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e formular a Política Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei n o 9.433, de 8 de janeiro de 1997.

Art. 3o Fica criada a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Parágrafo único. A ANA terá sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.

AGÊNCIAS DE ÁGUASLei 9433/97 Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica. Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica. Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica. Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos: I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica; II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação. Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação: I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação; II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos; III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos; IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses recursos; V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação; VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação; VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas competências; VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica; IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação; X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica; XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica: a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o domínio destes; b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos; c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos; d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL

Lei 9433/97 Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos hídricos: I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas; II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos; III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos; IV - organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade; V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos. Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos hídricos devem ser legalmente constituídas.

SUGESTAO PARA TODO E QUALQUER CONCURSO- PROTEÇÃO FLORESTAL – LEI 11428/06.- SNUC.- LEI DE SANEAMENTO BÁSICO – 11445/07.- EMPREGO DO FOGO - DECRETO 2661/98.