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1 INTENSIVO 2 DIREITO PROCESSUAL CIVIL – FREDIE DIDIER Bibliografia indicada: Bernardo Pimentel Souza – introdução aos recursos cíveis, Ed. Saraiva AULA 01 – 29/01/14 CAPÍTULO 1. RECURSO 1. Conceito de recurso Será um conceito construído por partes: Recurso é um meio voluntário de impugnação da decisão judicial. É preciso que um interessado recorra, a voluntariedade é sua marca, por isso que a chamada remessa necessária ou reexame necessário não são considerados recurso, eles se impõem em alguns casos contra a fazenda pública, como ela é automática, e não voluntária, não é considerada recurso. Previsto em lei . Só há os recursos que a lei prevê, não existe recurso atípico, as partes não podem criar um recurso por acordo entre elas. Agravo regimental está regulado num regimento, seria ele uma exceção? Não, ele é um recurso regulado pelo regimento, mas não é previsto pelo regimento, quem prevê é a lei. Para no mesmo processo . Quando se recorre, não se dá origem a um processo novo, o recurso prolonga a existência do processo, ocorre no mesmo processo em que foi proferido, é uma impugnação endoprocessual. E o agravo de instrumento, que recebe capa própria? Isso não faz com que seja um novo processo, ele recebe capa própria apenas por questão de organização. Reformar, invalidar, integrar ou esclarecer a decisão. Esta parte do conceito serve para identificar o objetivo do recurso, pois quem recorre, recorre para obter alguma coisa. O recurso é uma demanda, ou seja, por ele se pede/postula algo. Esta postulação do recurso é distinta daquela feita na petição inicial. Como é uma demanda, tem que ter pedido e causa de pedir, caso contrário será inepto, e o pedido do recurso é um desses: reformar, integrar, invalidar ou esclarecer. Inclusive pode cumular pedidos. Reformar é pedir que a decisão seja corrigida , quer-se que o tribunal dê outra decisão, distinta daquela contra a qual se está recorrendo. Reputa que a decisão é injusta, é errada, e por isso pede que o Tribunal corrija o equívoco, decidindo de outra maneira. A causa de pedir recursal na reforma é o error in iudicando, é o erro de análise, o juiz decidiu mal, errado, se equivocou. Discute-se o conteúdo da decisão. Invalidar quer-se desfazer a decisão, pois a mesma é defeituosa . A decisão não é injusta e nem errada, ela é nula , ela tem um problema formal. Não se discute o conteúdo da decisão, e sim a higidez formal dela. Não se diz se ela é certa ou errada, e sim que, por exemplo, ela não foi fundamentada, ou que o juiz é incompetente. A causa de pedir é o error in procedendo, ele compromete a validade/justiça da decisão. O sujeito está dizendo que a decisão é injusta ou nula? Recorre o que foi decidido ou a forma como aquilo foi decidido? E assim podemos diferenciar reforma de invalidade.

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INTENSIVO 2DIREITO PROCESSUAL CIVIL FREDIE DIDIERBibliografia indicada: Bernardo Pimentel Souza introduo aos recursos cveis, Ed. Saraiva

AULA 01 29/01/14

CAPTULO 1. RECURSO1. Conceito de recursoSer um conceito construdo por partes:Recurso um meio voluntrio de impugnao da deciso judicial. preciso que um interessado recorra, a voluntariedade sua marca, por isso que a chamada remessa necessria ou reexame necessrio no so considerados recurso, eles se impem em alguns casos contra a fazenda pblica, como ela automtica, e no voluntria, no considerada recurso. Previsto em lei. S h os recursos que a lei prev, no existe recurso atpico, as partes no podem criar um recurso por acordo entre elas. Agravo regimental est regulado num regimento, seria ele uma exceo? No, ele um recurso regulado pelo regimento, mas no previsto pelo regimento, quem prev a lei. Para no mesmo processo. Quando se recorre, no se d origem a um processo novo, o recurso prolonga a existncia do processo, ocorre no mesmo processo em que foi proferido, uma impugnao endoprocessual. E o agravo de instrumento, que recebe capa prpria? Isso no faz com que seja um novo processo, ele recebe capa prpria apenas por questo de organizao. Reformar, invalidar, integrar ou esclarecer a deciso. Esta parte do conceito serve para identificar o objetivo do recurso, pois quem recorre, recorre para obter alguma coisa. O recurso uma demanda, ou seja, por ele se pede/postula algo. Esta postulao do recurso distinta daquela feita na petio inicial. Como uma demanda, tem que ter pedido e causa de pedir, caso contrrio ser inepto, e o pedido do recurso um desses: reformar, integrar, invalidar ou esclarecer. Inclusive pode cumular pedidos. Reformar pedir que a deciso seja corrigida, quer-se que o tribunal d outra deciso, distinta daquela contra a qual se est recorrendo. Reputa que a deciso injusta, errada, e por isso pede que o Tribunal corrija o equvoco, decidindo de outra maneira. A causa de pedir recursal na reforma o error in iudicando, o erro de anlise, o juiz decidiu mal, errado, se equivocou. Discute-se o contedo da deciso. Invalidar quer-se desfazer a deciso, pois a mesma defeituosa. A deciso no injusta e nem errada, ela nula, ela tem um problema formal. No se discute o contedo da deciso, e sim a higidez formal dela. No se diz se ela certa ou errada, e sim que, por exemplo, ela no foi fundamentada, ou que o juiz incompetente. A causa de pedir o error in procedendo, ele compromete a validade/justia da deciso. O sujeito est dizendo que a deciso injusta ou nula? Recorre o que foi decidido ou a forma como aquilo foi decidido? E assim podemos diferenciar reforma de invalidade.Juiz indefere inicial por inpcia, o autor fica chateado com isso e recorre para pedir a reforma da deciso. O autor diz que o juiz errou, pois a petio no era inepta, a deciso do juiz no nula. Nula seria se o juiz fosse incompetente, se ele no tivesse dado a oportunidade do contraditrio, por ex. Integrar pedir que a deciso judicial seja completada, tornada ntegra. A causa de pedir a omisso, ele formulado pelos embargos de declarao. Esclarecer pedir o esclarecimento quando a deciso obscura, pouco clara. O juiz tem que esclarecer o que ele quis dizer. Tambm um pedido formulado pelos embargos de declarao. Este conceito apresentado praticamente unnime no Brasil, de Barbosa Moreira. Caar a deciso o tribunal entrega a deciso para outro juiz, j dizendo como ele deve decidir, no existe no processo civil brasileiro. 2. Panorama dos meios de impugnao da deciso judicialEles podem se dividir em: Recursos Aes autnomas de impugnao um processo novo instaurado para impugnar uma deciso judicial. D-se origem a um novo processo, nisso que se diferencia do recurso. Exs.: ao rescisria, MS contra ato judicial, embargos de terceiro, reclamao, querela nullitatis. Sucedneos recursais tudo aquilo que nem recurso, nem ao autnoma, mas que serve para impugnar deciso judicial ( o resto). Ex.: reexame necessrio, pedido de suspenso de segurana, correio parcial, OBS.: Alguns autores dizem que s existem recursos e sucedneos recursais, e as aes autnomas estariam dentro de sucedneos. 3. Classificao dos recursos De fundamentao livre aquele no qual se pode alegar qualquer causa de pedir recursal. A fundamentao livre, pode se contrapor a determinada deciso por qualquer razo. Ex.: apelao. De fundamentao vinculada S pode se valer dele se encaixar a fundamentao numa hiptese legal, a lei tipifica as hipteses de cabimento do recurso. H uma fundamentao tpica. Ex.: embargos de declarao, recurso especial e recurso extraordinrio. Na elaborao da pea tem que indicar que de fundamentao vinculada e encaixar o recurso dentro daquelas hipteses legalmente previstas, caso contrrio, o recurso no ser reconhecido. OBS.: Deciso que viola coisa julgada anterior: o juiz poderia ter decidido isso? No, ela nula, no se discute a justia dela e sim a forma. Parcial Impugna parte do que poderia ter sido impugnado. Poderia ter impugnado X e impugna X/2. Se o recurso for parcial, a parcela no impugnada transitar em julgado. Deciso que tenha 2 captulos, o ru perdeu em ambos e s recorre do A, o B transita em julgado. Ex.: o caso do mensalo. Total aquele recurso que impugna tudo quanto poderia ter sido impugnado. Poderia ter impugnado X e impugnou X.4. Princpio do duplo grau de jurisdio um corolrio do acesso justia, contraditrio e devido processo legal. Fala-se hoje num direito fundamental ao recurso, no direito de ter ao menos um recurso para a deciso. As decises judiciais finais devem ser, em regra, recorrveis. Entretanto, h suas excees e pode ser modulado. Ex.: processo que tramita diretamente no STF, no tem recurso ou tem recurso muito restrito (ex.: no mensalo, os embargos infringentes). Decises interlocutrias irrecorrveis no juizado e no processo do trabalho No se pode recorrer delas imediatamente. Destarte, este princpio uma extenso do direito de ao, do contraditrio. No processo penal, pelo pacto de San Jose, tem que ter o recurso, j no processo civil possvel que haja a modulao. 5. Atos sujeitos a recurso Ser analisado o rol de todas as decises recorrveis e os recursos que cabem contra cada uma delas. S deciso recorrvel, no se pode recorrer de um despacho. As decises se dividem em:Interlocutrias (1)Decises do juizSentenas (2) Relator (3)Monocrticas Decises em Tribunal Presidente ou Vice do Tribunal (4)Acrdos (5)H ai 5 espcies de deciso, e todas elas so recorrveis. Interlocutrias Agravo retido ou de instrumento. Sentenas Apelao.OBS1: Decises parciais Para alguns autores so sentenas parciais e para outros so decises interlocutrias. Mas quem defende como sentenas parciais defendem que so impugnveis por agravo de instrumento, seriam sentenas agravveis e no apelveis. Esta no posio majoritria, prevalece que as decises parciais devem ser tidas como decises interlocutrias, e desafiam o recurso de agravo, inclusive essa a posio do novo CPC. OBS2: Existem casos de sentenas agravveis, so casos excepcionais. o que acontece com a sentena que decreta a falncia e que julga liquidao de sentena. A sentena que rejeita falncia apelvel. OBS3: Juizados especiais As interlocutrias no so recorrveis imediatamente, elas podem ser impugnadas conjuntamente com a sentena, por meio de um recurso que no tem nome (recurso inominado). Este serve para impugnar a sentena e as interlocutrias proferidas ao longo do procedimento. Logo, no cabe apelao contra sentena e sim recurso inominado. Nos Juizados Especiais Federais h uma peculiaridade: as interlocutrias que dizem respeito a uma tutela de urgncia so impugnveis por agravo.OBS4: Execuo fiscal Nas execues fiscais de pequeno valor, a sentena que a extingue no apelvel, ela impugnvel por meio de um recurso chamado de embargos infringentes. Eles so muito peculiares, pois sero julgados pelo mesmo juiz da causa, ele no sobe. Ele no se confunde com os embargos infringentes previstos no CPC, aqueles so chamados de embargos infringentes de alada. Esse pequeno valor corresponde a 50 ORTN, o STJ entende que equivaliam a R$ 328,00, em janeiro de 2001, valor que deve ser corrigido pelo IPCA. H ainda execuo fiscal municipal com esse valor, todavia, esse valor no cabe para esfera federal. OBS5: Causa internacional So as causas de que fazem parte: pessoa residente no Brasil ou municpio, contra Estado estrangeiro ou organismo internacional. Elas tramitam na justia federal, e nesses processos, os recursos vo direto para o STJ, so chamados de recurso ordinrio constitucional, que fazem s vezes de apelao ou de agravo. OBS6: Lei de assistncia judiciria (1060/50) Contra as decises proferidas com base nesta lei, cabe apelao (Art. 17. Caber apelao das decises proferidas em consequncia da aplicao desta lei; ...). As decises que o juiz pode tomar com base nessa lei so: Deciso que defere o benefcio da gratuidade; Deciso que indefere o benefcio da gratuidade; Deciso que revoga o benefcio da gratuidade; Deciso que no revoga o benefcio da gratuidade.Dessas quatro decises, a primeira nem recorrvel , pois a outra parte tem que pedir a revogao ao juiz, e se este no revogar, ai que a parte vai recorrer. As outras todas so decises interlocutrias, a princpio, impugnveis por agravo de instrumento. Foi feito uma interpretao conforme, para dar a esse dispositivo o mnimo de racionalidade, e apelvel somente ser a deciso proferida com base na lei 1060/50 que tenha sido proferida em autos apartados. O juiz toma as seguintes decises em autos apartados: deciso sobre pedido de revogao da justia gratuita e a deciso sobre o pedido de gratuidade formulado durante o processo. Assim, qualquer deciso tomada nos mesmo autos seria agravvel, e em autos apartados seria apelvel.

Contra as decises do relator Cabe o agravo interno ou agravo regimental.Art. 557. O relator negar seguimento a recurso manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado ou em confronto com smula ou com jurisprudncia dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior.(Redao dada pela Lei n 9.756, de 17.12.1998) 1o-A Se a deciso recorrida estiver em manifesto confronto com smula ou com jurisprudncia dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poder dar provimento ao recurso.(Includo pela Lei n 9.756, de 17.12.1998) 1oDa deciso caber agravo, no prazo de cinco dias, ao rgo competente para o julgamento do recurso, e, se no houver retratao, o relator apresentar o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso ter seguimento.(Includo pela Lei n 9.756, de 17.12.1998) 2oQuando manifestamente inadmissvel ou infundado o agravo, o tribunal condenar o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposio de qualquer outro recurso condicionada ao depsito do respectivo valor.(Includo pela Lei n 9.756, de 17.12.1998)De uns 20 anos para c, se passou a permitir que o relator, no Tribunal, decidisse sozinho, funcionando como um porta-voz do colegiado, antecipando aquilo que este ia dizer. , em alguns casos, um instrumento muito bom para acelerar os processos. Pauta-se na ideia de que o relator, naqueles casos, est falando em nome do colegiado. Um artigo que autoria isso o art. 557, CPC, neste h uma srie de decises que podem ser tomadas pelo relator. Ex.: no admitir o recurso, questo que envolva smula ou jurisprudncia dominante. Mas tem que ser possvel agravar desta deciso, j que o relator decidiu sozinho, a sua deciso poder ser examinada pelo colegiado, cabendo agravo interno.O STJ diz que o artigo 39 da lei 8038/90, um artigo de aplicao geral, e este artigo diz que das decises do relator que causar gravame a parte cabe agravo interno. Todavia, esta lei era para o STJ e STF, no fala dos outros tribunais, e ai decidiu-se que serve para os outros tribunais, de forma geral.O agravo interno no tem preparo, um recurso simples. s vezes, o legislador um pouco imprudente e prev uma deciso de relator que no cabe agravo (art. 527, pargrafo nico, CPC), e ai as pessoas entram com mandado de segurana (o que bem pior para o sistema). Como advogado, Didier entra com agravo interno e com MS, se o primeiro no for acolhido o segundo ser. O novo CPC acaba com esse problema, pois ele diz que da deciso do relator cabe agravo interno. Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribudo incontinenti, o relator:(Redao dada pela Lei n 10.352, de 26.12.2001)II - converter o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de deciso suscetvel de causar parte leso grave e de difcil reparao, bem como nos casos de inadmisso da apelao e nos relativos aos efeitos em que a apelao recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa;(Redao dada pela Lei n 11.187, de 2005)III - poder atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipao de tutela, total ou parcialmente, a pretenso recursal, comunicando ao juiz sua deciso;(Redao dada pela Lei n 10.352, de 26.12.2001)Pargrafo nico. A deciso liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente passvel de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o prprio relator a reconsiderar.(Redao dada pela Lei n 11.187, de 2005)Apelou, apelao foi ao tribunal e o relator, sozinho, julga a apelao. Da deciso do relator que julga a apelao cabe agravo interno. O agravo interno foi para a cmara, e esta tem duas opes: manter o que o relator disse ou rever o que o relator disse, e ai, qualquer que seja a opo, no fim das contas, a apelao que estar sendo julgada (ou do jeito que o relator havia julgado, ou de outra maneira). O julgamento do agravo interno, neste caso, implicar o julgamento da apelao. Se nesse exemplo se tratasse de um RE ou REsp, daria no mesmo.Ento, pode-se dizer que o julgamento do agravo interno tem a natureza do julgamento feito pelo relator (se o relator julgou um RE, o agravo interno ser o RE). Existem os embargos infringentes, este recurso cabe contra acrdo de apelao. Cabem embargos infringentes contra acrdo de agravo interno? Sim, se o agravo interno tiver natureza de apelao caber embargos infringentes.Embargos de divergncia cabem contra acrdo de RE ou REsp. Cabem embargos de divergncia contra acrdo de agravo interno? Sim, pois ele pode ter a natureza de RE ou de REsp. Smula 316, STJ Cabem embargos de divergncia contra acrdo que, em agravo regimental, decide recurso especial. Nesta smula, onde tem REsp pode colocar RE. Onde tem divergncia pode colocar infringente e onde tem REsp colocar apelao, esta smula serve perfeitamente para os casos acima citados. Deciso de presidente/vice de tribunalSo raras, pois eles atuam como autoridades administrativas, mas h casos em que eles atuam jurisdicionalmente, e ai aplica-se o art. 39 da lei 8038/90. As suas decises so impugnveis por agravo interno (recurso geral).Mas tambm h o agravo do art. 544, que um agravo que no tem nome, ele previsto para uma situao muito peculiar: agravo contra deciso de presidente ou vice que no admite recurso especial ou extraordinrio na origem. No um agravo interno, um agravo com pressupostos prprios. No novo CPC este agravo eliminado, pois os presidentes/vice deixaro de fazer isso. Acrdo (deciso colegiada)Cabe recurso extraordinrio, recurso especial, embargos infringentes, embargos de divergncia e recurso ordinrio constitucional.OBS.: Contra qualquer deciso cabe embargos de declarao. Portanto, podemos concluir que existem 13 recursos que cabem no processo civil brasileiro, com suas respectivas hipteses de cabimento.6. Juzo de admissibilidade dos recursos6.1. Noes iniciaisO que juzo a quo e juzo ad quem? O primeiro o juzo de origem, o juzo que proferiu a deciso recorrida, j o segundo o juzo de destino, o juzo para onde vai o recurso. Como qualquer demanda, o rgo jurisdicional tem que elaborar dois juzos sobre o recurso: juzo de admissibilidade e juzo de mrito. O de admissibilidade a aptido de se examinar o que foi pedido (posso examinar o que o sujeito quer?), se puder examinar admissvel, se no puder examinar inadmissvel. Se a demanda for admissvel, ai ter o juzo de mrito, que o juzo sobre o acolhimento ou no do pedido. S haver juzo de mrito se o juzo de admissibilidade for positivo.Caso o juzo de admissibilidade seja positivo, o juiz usa o termo conheo do recurso (conhecer do recurso significa admiti-lo), se no admitido usa no conheo. J no que tange ao juzo de mrito, utiliza-se dou ou nego provimento. No Brasil, a regra ainda de que se interpe o recurso perante o juzo a quo, e este envia ao juzo ad quem. Por conta disso, a regra aqui a de que o juzo de admissibilidade passa por um duplo exame (do a quo e do ad quem). Se o a quo no conhece do recurso, caber recurso para o ad quem controlar aquilo (ex.: agravo do 544).O juzo de mrito ser feito pelo ad quem.OBS.: O agravo de instrumento interposto diretamente no ad quem, ele o recurso nico com esta caracterstica. Nos embargos de declarao, o a quo e o ad quem so os mesmos rgos, pois os ED so interpostos perante quem proferiu a deciso embargada.OBS.: H recursos que permitem juzo de retratao. Ou seja, permite que o a quo reconsidere a deciso. Nesses casos, o a quo est acolhendo o recurso e examinando o mrito do recurso. Quando o recurso permite retratao, se fala que ele possui o efeito regressivo, ex.: apelao nos processos do ECA, apelao contra sentena que indefere petio inicial, agravo de instrumento, agravo interno. OBS.: Nos embargos infringentes de alada tambm no h dois juzos, o a quo o mesmo do ad quem. OBS.: A deciso do juiz que no recebe apelao agravvel. Essa deciso, embora agravvel, se no for agravada, o processo acaba, e ai ela parece uma sentena (pois em no se agravando acaba o processo), mas no uma sentena. Por isso, alguns autores dizem que ela no deciso interlocutria e nem sentena, ela seria um terceiro tipo peculiar. Natureza jurdica do juzo de admissibilidade:Qual a natureza jurdica do juzo de admissibilidade? Varia, conforme ela seja positiva ou negativa. A deciso que conhece (positiva) declaratria com efeitos ex tunc (retroativos). J para a que no conhece, h trs concepes:1 Declaratria com efeitos ex tunc (no conhece e no conhece com efeitos retroativos, como se o recurso devesse ser reconhecido desde l de trs). Concepo de Barbosa Moreira e que hoje no majoritria. 2 Declaratria com efeitos ex nunc (no se conhece do recurso e isso s produz efeitos dali para frente), ressalvadas duas situaes: nos casos de intempestividade ou de manifesto incabimento do recurso. o entendimento consagrado na smula 100, TST, e o mais difundido. Esta a majoritria.3 Constitutiva, ela invalida o recurso, dizer que o recurso nulo, defeituoso, e a eficcia ex nunc. o posicionamento de Didier, pois se adota que o juzo de admissibilidade um juzo sobre a validade do recurso. Caso prtico de aplicao das teorias: Sentena proferida em 2006, o sujeito apela. Em 2009 o Tribunal diz que no conhece da apelao, e ai o processo termina. Corrente 1 declaratria com eficcia retroativa, o recurso no conhecido produz efeitos desde sempre, ento desde 2006 j no produz efeito algum (pois a deciso foi pela negatria). O trnsito em julgado havia ocorrido em 2006, e o sujeito no sabia, e nem com rescisria pode entrar mais (pois j est em 2009, passando o prazo dos 2 anos). Gera uma insegurana absurda. Corrente 2 declaratria com sem efeito retroativo, ento, o trnsito em julgado ocorre em 2009. Ressalvada as duas situaes: intempestividade ou no cabimento, e ai retroage para 2006. Corrente 3 desconstitutiva e s produz efeitos para frente, o trnsito em julgado ocorre em 2009. Essas situaes so importantes, com elas se sabe o prazo para rescisria. Requisitos de admissibilidade:Eles devem ser observados para que o recurso seja conhecido. So sete.Cabimento IntrnsecosLegitimidadeInteresse Inexistncia de fatos impeditivos ou extintivos (este requisito discutvel)TempestividadeExtrnsecosPreparoRegularidade formalAULA 02 31/01/14

A. Cabimento: para que o recurso seja cabvel (admissvel) preciso:Que a deciso seja recorrvel e que o recurso seja o correto/adequado.Em torno do cabimento, giram trs normas fundamentais acerca do recurso:1) Taxatividade dos recursos s h os recursos taxativamente previstos em lei. 2) Singularidade ou unirecorribilidade somente se admite a interposio de um recurso por vez, no pode usar dois recursos para impugnar a mesma coisa. plenamente vivel interpor RE e REsp ao mesmo tempo, assim, essa regra fajuta. Alguns doutrinadores defendem que cabem embargos de declarao e outro recurso contra a mesma deciso. De todo modo, ela no tem previso expressa, ela decorre do sistema. 3) Princpio da fungibilidade dos recursos um recurso indevidamente interposto pode ser aproveitado como um recurso correto. Ex.: agravo quando o caso de apelao, mas ai se pode aceitar um pelo outro. Esse princpio prega o aproveitamento do ato processual defeituoso. Sobre a vigncia do CPC de 39 esse princpio tinha previso expressa, pois o sistema desse CPC era muito confuso, seja porque s vezes no se sabia se a deciso era recorrvel, seja porque no se sabia qual o recurso cabvel, e ai, o legislador, vendo a equivocidade do sistema colocou a fungibilidade. Em 73 o CPC eliminou a previso expressa, pois o legislador achava seu sistema perfeito, e, por isso, no encontramos expresso hoje no atual CPC. Destarte, ele continua existindo, apesar de no ter previso expressa, ele decorre do art. 244, CPC, o qual impe a instrumentalidade das formas. Para que esse princpio seja aceito, tem que ter dois pressupostos: Para que se admita a fungibilidade, preciso que no tenha havido erro grosseiro. Erro grosseiro aquele que no tem lastro nem na doutrina e nem na jurisprudncia, o sujeito errou sem base alguma. Respeito ao prazo do recurso correto. Ex.: o recurso correto tem o prazo de 10 dias, e o sujeito entra com o recurso errado no prazo de 15 dias, nesse caso, no poder haver fungibilidade. Didier no concorda com esse pressuposto.B. Legitimidade recursal: quem que pode recorrer? A parte vencida (no s autor ou ru, pode ser qualquer terceiro interveniente, s vezes o juiz parte ex.: exceo de suspeio, e neste caso ele tem que contratar advogado, pois no tem capacidade postulatria); O MP (como fiscal da lei, poder recorrer mesmo que nenhuma das partes recorra; se o MP for parte, ele recorrer como parte, o legislador, ao afirmar que o MP pode recorrer, o MP fiscal da lei); Terceiro prejudicado ( algum que no faz parte do processo, estranho ao processo; todo aquele que poderia ter intervindo no processo e no interveio, ex.: o assistente, o denunciado a lide, o chamado ao processo, salvo o que poderia ter sido opoente, observe que no o opoente, pois este parte, mas aquele que poderia ter sido opoente e no foi no poder intervir*). O terceiro no foi intimado da deciso, ento como ele saber do prazo? Seu prazo o mesmo prazo das partes. O recurso de terceiro uma modalidade de interveno de terceiro. *Salvo para anular, posio de Alexandre Cmara.OBS.: A smula 599, STF foi cancelada, e passou a se admitir embargos de divergncia de deciso da Turma em agravo regimental.Se somente o assistente simples recorrer (o assistido no recorreu), o recurso pode prosperar? Didier entende que pode, ressalvada sempre a possibilidade de o assistido expressamente manifestar o desejo de no recorrer, pois ai o recurso do assistente simples cair. H decises do STJ dizendo que se o assistente simples recorreu sozinho, o recurso no prospera. C. Interesse recursal: o recurso tem que ser til e necessrio. Tem que propiciar algum proveito ao recorrente, alm de ser necessrio a isto. Todo recurso que puder melhorar a situao do recorrente til.Juiz deu justia gratuita ao autor, o ru no pode recorrer disso, pois ele poder impugnar esta deciso em sua defesa, no existe necessidade de recorrer. Relaciona-se o interesse recursal com sucumbncia, se o sujeito sucumbiu ele tem interesse recursal. Tem que tomar cuidado com esta afirmao, pois pode ser que haja interesse recursal sem que tenha havido sucumbncia, ex.: o terceiro no sucumbiu, e nem parte ele , e poder recorrer; nos embargos de declarao, pode-se ganhar e no entender a deciso. Fala-se que o recorrente somente pode impugnar o dispositivo/concluso da deciso. No poderia recorrer apenas da fundamentao porque faltaria interesse, no haveria necessidade de um recurso apenas para mudar a fundamentao, se a deciso permanecer a mesma, e ai o recurso que recorre apenas da fundamentao intil. Todavia, hoje j se percebe a possibilidade de se recorrer apenas para discutir a fundamentao, sem que haja mudana do dispositivo, como por exemplo: 1) Embargos de declarao, que servem muitas vezes para obscuridade da fundamentao; 2) H casos de coisa julgada secundum eventum probationis, a improcedncia por falta provas e no faz coisa julgada (todavia, vale observar que a improcedncia por ausncia de direito faz coisa julgada). o que acontece nas causas coletivas, no mandado de segurana; Improcedncia por falta de provas no faz CJ o ru nesses casos pode recorrer para mudar a fundamentao da deciso, ele que mudar o fundamento porque se o juiz disser que no h direito far-se- CJ. 3) Embraer demite 1500 de uma vez, e alega no TST que houve despedida em massa abusiva (pois no foi precedida de negociao sindical). O TST diz que a Embraer agiu conforme a OJ da poca, e por isso ela deve ser protegida, j que est em consonncia com a OJ, e deu vitoria a Embraer. S que a partir dali, teria que haver negociao. A Embraer ganhou e ainda recorreu ao STF, dizendo que ganhou porque tem direito e no porque se comportou de acordo com a OJ, ela fez isso por medo de um precedente novo, ela recorreu para fundamentao do precedente e no do dispositivo. E foi permitido recurso para o precedente (o qual est sempre na fundamentao), e no ano passado o STF reconheceu a repercusso geral desse recurso, consequentemente, admitiu o recurso e este ser julgado. Este recurso quer discutir a fundamentao, e no o dispositivo. D. Inexistncia do fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: no pode haver fatos que impeam ou extingam o direito de recorrer, um pressuposto negativo. Que fatos so esses? A renncia se o sujeito renunciar o recurso, no poder recorrer depois. A renncia ao recurso sempre anterior ao recurso. A renncia ao recurso no precisa do consentimento da outra parte e sempre expressa. Aceitao da deciso se o sujeito aceita a deciso, no poder recorrer depois, seria venire contra factum prprio. A aceitao da deciso pode ser expressa ou tcita, esta se d quando o sujeito pratica atos incompatveis com o recurso (como ex. cumprir espontaneamente a deciso). Desistncia do recurso sujeito recorreu e desistiu do recurso, no poder recorrer de novo. A desistncia pressupe que o recurso j tenha sido interposto, s posso desistir de algo que j fiz. Ela no depende de consentimento do recorrido, no depende de homologao judicial. Pode ser apresentada at o incio da leitura do voto do relator. O STJ deu uma deciso que assustou: o recurso estava na pauta para julgamento e o sujeito desistiu, mas neste caso concreto o STJ no concordou com a desistncia e julgou a causa, apesar da desistncia, e no h nenhum fundamento para isso. Esta situao diferente do recurso escolhido para julgamento em causas repetitivas.

E. Tempestividade: o recurso tem que ser interposto dentro do prazo. OBS.: Terceiro pode entrar com MS contra ato judicial? Sim. Smula 202, STJ: A impetrao de segurana por terceiro, contra ato judicial, no se condiciona interposio de recurso. O ente pblico tem prazos dobrados para recorrer (mesmo como terceiro). Mas no se aplica para contrarrazes, no se aplica no mbito dos juizados especiais, e no caso do MP, essa dobra no se aplica aos casos do ECA. Defensores pblicos tm prazo em dobro para falar nos autos, assim, tem prazo em dobro para tudo. Essa dobra se estende a demais entidades que prestam assistncia judiciria? H todo tipo de deciso, se for entidade de uma universidade pblica se estende, se for universidade privada no se estende, isso o STF que diz. O novo CPC resolve esse problema e diz que se aplica a qualquer entidade que preste assistncia judiciria.Art. 191, CPC: dobra de prazo para litisconsortes com advogados diferentes. O STJ diz que pode ser at para advogados do mesmo escritrio, o que Didier acha um absurdo, pois configura fraude. Smula 641, STF: No se conta em dobro o prazo para recorrer, quando s um dos litisconsortes haja sucumbido. No h razo para prazo em dobro se s um dos litisconsortes vai recorrer. Alguns juzes tm dito que este art. 191 no se aplicaria em processo eletrnico, Didier acha um absurdo, pois no h nenhuma regra expressando isso. O projeto do novo CPC diz que no se aplica em processo eletrnico. Recurso prematuro: seria o recurso interposto antes do incio do prazo. uma discusso antiga, o TST tem um entendimento antigo consagrado na smula 434, de que esse recurso no se admite ( um recurso extemporneo), o STF tambm tinha esse entendimento, embora no sumulado, mas ele alterou esse entendimento ao julgar um HC (101.132), e disse que seria tempestivo, o sujeito se deu por intimado e recorreu. Didier no concorda com esta posio. O STJ desde 2003 entendia que era tempestivo, e em 2013 mudou tudo, no admitindo recurso prematuro, do nada mudou, como pode isso? Por que simplesmente mudar dizendo que no tempestivo? O projeto do novo CPC diz que admissvel, que tempestivo. Smula 216, STJ A tempestividade de recurso interposto no Superior Tribunal de Justia aferida pelo registro no protocolo da Secretaria e no pela data da entrega na agncia do correio.

Art. 507, CPC Se, durante o prazo para a interposio do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de fora maior, que suspenda o curso do processo, ser tal prazo restitudo em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem comear a correr novamente depois da intimao. Se uma dessas tragdias ocorrer durante o prazo do recurso, o prazo ser devolvido integralmente.Comprovao da tempestividade depois de interposto o recurso questo que se relaciona muito com os feriados locais. O STJ no aceitava isso, mas em 2013 o STF e o STJ passaram aceitar.Protocolo descentralizado do TRF at bem pouco tempo atrs, o STJ no aceitava recurso para ele que fosse protocolizado no protocolo descentralizado, e dizia que era intempestivo. Mas hoje em dia ele passou a aceitar. A smula 256, STJ, foi, portanto, cancelada (em 2008): O sistema de "protocolo integrado" no se aplica aos recursos dirigidos ao Superior Tribunal de Justia.F. Preparo: o pagamento das despesas relacionadas ao processamento do recurso. H duas espcies de despesas: custas (despesas tributrias) e o porte de remessa e retorno dos autos (que uma despesa postal). Recurso sem preparo um recurso deserto. Faz-se o preparo antes do recurso, no recurso se comprova o preparo (ao recorrer preciso comprovar que foi feito).Nos juizados, admite que se faa o preparo at 48 horas depois da interposio do recurso. Na justia federal, o preparo do recurso contra a sentena pode ser feito at cinco dias aps a interposio do recurso. Se o preparo for insuficiente, o CPC diz que no se pode admitir o recurso sem dar chance de complementar. Alguns doutrinadores defendem que isso deveria se aplicar a qualquer falta de preparo, e no apenas insuficincia. Casos de justa causa para no se fazer preparo: Art. 519, CPC, cuida da apelao e diz que se houver justo motivo para no se fazer o preparo, pode se recorrer sem faz-lo, e o tribunal ter que dar um prazo para fazer o preparo. Esse artigo, embora se refira apelao, geral. Smula 484, STJ: se recorreu aps o expediente bancrio tinha um justo motivo para no fazer o preparo naquele dia, ou se o preparo no for feito porque houve greve. Smula 484: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia til subsequente, quando a interposio do recurso ocorrer aps o encerramento do expediente bancrio.Recursos dispensados de preparo: Embargos de declarao; Agravo retido; Embargos infringentes de alada; Recursos do ECA (mas segundo o STJ apenas para crianas ou adolescentes, se houver um adulto tem que ter preparo); Agravo do 544; Agravo interno. H sujeitos que esto dispensados do preparo: entes pblicos, MP, o beneficirio da justia gratuita.Como se pede justia gratuita em recurso? No bojo do prprio recurso, e ai o tribunal vai examinar. Se conceder timo, se no conceder ter que dar prazo para fazer o preparo. STJ: A regra do preparo insuficiente no se aplica aos juizados especiais. G. Regularidade formal: o recurso tem suas exigncias formais, como: tem que ser escrito (mas o agravo retido pode ser oral), tem que ser assinado por advogado, tem que ter pedido, tem que ter fundamentao (tem que dizer por que a deciso est errada). Esta exigncia de fundamentao chamada de princpio da dialeticidade dos recursos. 7. Efeitos do recurso1st. Impedir o trnsito em julgado para Barbosa Moreira, recurso inadmissvel no produz efeito algum, logo, no impede o trnsito em julgado. 2nd. Efeito regressivo ou efeito de retratao alguns recursos permitem que o juzo a quo se retrate. Ex: apelao contra sentena que indefere petio inicial, apelao nos casos do ECA, agravo de instrumento, agravo retido, agravo do 544. 3rd. Efeito suspensivo prolonga a ineficcia da deciso, ele mantm a deciso recorrida ineficaz. Qualquer recurso pode ter efeito suspensivo, alguns tm efeito suspensivo automtico (ex.: apelao), outros no o tm, e ai tem que se pedir.4th. Efeito expansivo subjetivo a regra de que os recursos somente produzem efeitos para o recorrente, mas h casos que produzem efeitos para outros sujeitos, distinto do recorrente. Ex: recurso de litisconsorte unitrio aproveita o outro. Recurso de um devedor solidrio aproveita ao outros, desde que veicule uma defesa comum. Os embargos de declarao interposto por uma parte interrompe o prazo para ambas as partes. Recurso de assistente simples beneficia o assistido. 5th. Efeito substitutivo o julgamento do recurso substitui a deciso recorrida. Se o recurso foi julgado, a deciso que julga o recurso fica no lugar da deciso que julgou a petio inicial. um efeito que pressupe que o recurso foi julgado. um efeito que somente pode ser produzido por recurso conhecido. Tribunal deu provimento ao recurso para invalidar ela no produz efeito substitutivo (haver nos seguintes casos: provido para reformar, improvido para reformar e improvido para invalidar). A deciso que substituir por ltimo (deciso final) que ser ttulo executivo e objeto de rescisria. 6th. Efeito devolutivo: o efeito mais emblemtico do recurso.Ele possui uma dupla dimenso: horizontal (extenso do efeito devolutivo) ou vertical (profundidade do efeito devolutivo tem autores que diz que seria efeito translativo do recurso).Na dimenso horizontal a extenso do efeito devolutivo aquela que determina o que o tribunal ter que redecidir. Ela determina o objeto do recurso. ela que fixa os limites da atuao do tribunal. Ela determina at onde o tribunal pode ir, ela determinada pela vontade do recorrente. Por isso que se diz que a extenso do efeito devolutivo manifestao do princpio dispositivo, j que cabe ao recorrente dizer o que o tribunal poder redecidir.Deciso tem 2 captulos: A e B. Se recorro s de B, s B sobe. Devolve-se o que foi impugnado e o tribunal fica adstrito a isso (o juiz no pode decidir fora dos limites do pedido feito na inicial, e, da mesma forma, o Tribunal, j que quem delimita a extenso do recurso o recorrente).Pela dimenso vertical identifica-se com o que o Tribunal trabalhar para decidir o que foi impugnado. Pela profundidade do efeito devolutivo, o recurso devolve ao Tribunal todas as questes suscitadas e discutidas, e as questes de ordem pblica relativas ao captulo impugnado, ou seja, o recurso transfere para o Tribunal tudo o que disser respeito ao captulo impugnado, mas somente o que disser respeito ao capitulo impugnado. Todas as questes que foram debatidas em torno daquele captulo. A profundidade infinita, sobe tudo, mas tudo que for relativo ao que foi impugnado. Sujeito condenado a pagar danos morais e materiais. S recorreu dos danos morais (havia 2 captulos e recorreu de 1), e o outro transita em julgado. O recurso subiu e o tribunal conheceu uma incompetncia absoluta. Esse reconhecimento de incompetncia absoluta atingir aos danos materiais, captulo no impugnado? No atinge, pois ele j transitou em julgado. Questes de ordem pblica no se projetam para depois do trnsito em julgado. Vai caber rescisria para os danos materiais, mas no recurso, pois o recurso devolve tudo, mas tudo do que foi impugnado, neste caso, danos morais. Sobe tudo de danos morais, apenas. Quem delimita extenso o recorrente. Mas a profundidade o tribunal. Por isso que se diz que se submete ao inquisitivo, a profundidade.Art. 515, CPC: caput = extenso. 1 = profundidade (todas as questes relacionadas ao que foi impugnado). 2 = profundidade. Art. 515. A apelao devolver ao tribunal o conhecimento da matria impugnada. 1oSero, porm, objeto de apreciao e julgamento pelo tribunal todas as questes suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentena no as tenha julgado por inteiro. 2oQuando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelao devolver ao tribunal o conhecimento dos demais.A extenso bitola a profundidade.CAPTULO 2. RECURSOS EM ESPCIE:1. EMBARGOS DE DECLARAOCabem contra qualquer deciso, no prazo de 5 dias e no tem preparo. O STF tem um entendimento peculiar de que no cabem embargos de declarao de deciso monocrtica, e ai converte os ED em agravo interno. Os ED se caracterizam por serem julgados pelo mesmo rgo que proferiu a deciso embargada (se for de um juiz, o juiz quem vai julgar; se for de uma turma, essa turma quem vai julgar; se for de um relator, esse relator quem vai julgar). Relator no pode julgar embargos contra deciso de turma. No precisa ser a mesma pessoa, e sim o mesmo rgo (pois a pessoa pode ser removida, transferida, morrer).O julgamento dos ED integra a deciso embargada, ou seja, ele se acopla deciso embargada e elas se transformam numa deciso s. A deciso fica como se fosse a soma da primeira deciso com os embargos. A natureza da deciso que julga os embargos a natureza da deciso embargada (se embargo sentena, o julgamento dos embargos a mesma sentena; se for uma interlocutria, a deciso dos ED a mesma interlocutria).Cabe apelao da deciso que julga ED? Se tiver natureza de sentena cabe. AULA 03 07/02/14

Os ED so um recurso de fundamentao vinculada, ou seja, ele s usado em hipteses tpicas, elencadas pela lei. O CPC prev trs hipteses para o cabimento: Omisso pode ser quanto ao pedido ou quanto ao fundamento relevante. Deciso contraditria a deciso tem um vicio lgico, e ento, pede-se para o rgo jurisdicional corrigir esse vicio, essa contradio. Ex.: A fundamentao vai um sentido e a deciso em outro. Obscuridade. OBS.: Atualmente aceita com muita tranquilidade a oposio de embargos por erro material na deciso, apesar desta hiptese no estar prevista no CPC. Tambm se tem aceitado a oposio para deciso ultra ou extra petita.ATENO! CLT art. 897-A: outra hiptese de embargos de declarao prevista: manifesto equvoco no exame dos pressupostos extrnsecos do recurso. Cabem ED por erro na anlise dos requisitos extrnsecos de admissibilidade do recurso. Preparo, tempestividade e regularidade formal que so os requisitos extrnsecos. uma hiptese bem restrita. ATENO! Juizados: em dezembro de 1994 houve uma grande reforma nos ED no CPC. Em setembro de 1995 veio a lei 9099. Esta lei veio de um projeto de lei que se baseava na legislao processual de antes de 1994, e este projeto de lei no foi alterado, continuando de acordo com o CPC de antes da reforma. E ai lei dos juizados veio prevendo que cabem ED para caso de dvida na deciso (art. 48), e isso est previsto l porque o CPC previa isso, mas como ele foi alterado, essa hiptese foi eliminada. Esta situao no existe, pois a deciso no tem dvida, ela gera dvida, causa dvida, mas a deciso ter dvida demais, quem tem dvida gente. A deciso lhe causa dvida, mas porque ela obscura ou contraditria. Essa hiptese incompreensvel, por isso no aplicada. As disposies finais do projeto do novo CPC corrige isso, igualando as hipteses da lei dos juizados ao CPC (Cabero embargos de declarao quando, na sentena ou acrdo, houver obscuridade, contradio, omisso ou dvida).REsp 970190, STJ uma deciso importante: O sujeito embargou dizendo que estava embargando porque a deciso dada pelo tribunal contrria ao entendimento do STJ consolidado sobre a questo, e voc tribunal no se manifestou sobre isso, por isso embargo. Isso no uma situao que se encaixa nas hipteses de cabimento de ED. E o tribunal acolheu os ED, pois ele tinha que se manter de acordo com a deciso do STJ. A outra parte, chateada, recorreu ao STJ, e nesse REsp o STJ reconheceu que no era hiptese de embargo, mas que o tribunal fez bem, pois ele no tivesse aceitado esses ED, a parte entraria com um REsp para que a deciso ficasse conforme com a do STJ. ED fora das hipteses legais, e no projeto do novo CPC tem uma situao parecida com essa. O banco Nossa Caixa S/A ter de pagar a uma senhora de 90 anos de So Paulo a correo monetria de 42,72% incidentes, no ms de janeiro de 1989, sobre conta poupana mantida pela nonagenria na instituio, alm de juros e correo monetria. A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justia decidiu, por unanimidade, afastar o rigor processual contido no artigo 535 do Cdigo de Processo Civil e aplicar a tese da finalidade prtica para impedir a nulidade da deciso que reconheceu o direito da poupadora.Decretar a nulidade meramente para defender o rigor do processo civil, com a conseqente repetio de todo o procedimento, implicaria desrespeitar o princpio da razovel durao do processo, da efetividade, da igualdade (manifestado na prioridade que devem ter as causas envolvendo pessoas idosas) e at mesmo da dignidade da pessoa humana, afirmou a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, ao votar.O caso teve incio com a ao de cobrana proposta por A. G. de S. Ela entrou na Justia contra a Nossa Caixa requerendo a correo monetria de 42,72% incidentes sobre a poupana que mantinha no banco. Pediu, ainda, o pagamento de juros contratuais capitalizados de 6% ao ano, mais juros de mora e correo monetria.O pedido foi julgado procedente quanto ao principal, mas o juiz no se manifestou, inicialmente, sobre os juros e a correo monetria. A poupadora interps embargos de declarao apontando a omisso, e os embargos foram acolhidos para atender integralmente o pedido. Insatisfeito, o banco apelou, e o Tribunal de Justia de So Paulo (TJ-SP) deu parcial provimento apenas para reconhecer a alegao de prescrio dos juros contratuais, no perodo anterior a cinco anos contados da data da propositura da ao.Novos embargos de declarao foram interpostos pela cliente, alegando que o STJ j pacificou o entendimento, adotando a prescrio vintenria tambm para os juros remuneratrios. Os embargos foram acolhidos, tendo a deciso conferido a eles efeitos modificativos. No recurso especial para o STJ, a Nossa Caixa alegou, entre outras coisas, que o Tribunal paulista no poderia conferir efeitos infringentes a embargos de declarao com fundamento na modificao da posio do relator quanto matria. Segundo o advogado, no compete ao TJSP promover uma reviso de mrito de suas prprias decises, atribuio exclusiva do STJ.Ao votar, a ministra considerou a idade e a conseqente prioridade na tramitao do processo da poupadora, alm de os efeitos modificativos conferidos pelo Tribunal terem colocado o mrito da deciso em perfeita conformidade com a jurisprudncia do STJ a respeito da prescrio vintenria.Apesar de reconhecer que os embargos de declarao realmente no se prestam reviso de decises de mrito pelo prprio relator, a ministra questionou a finalidade prtica da decretao de nulidade do acrdo paulista, j que a poupadora voltaria depois com um recurso especial e acabaria mesmo vitoriosa, j que a questo est pacificada no STJ. Ainda que no se tenha obedecido ao rigor processual consubstanciado na regra do artigo 535 do Cdigo de Processo Civil, que vantagem teria o direito, a justia e a sociedade?.A ministra observou, ainda, que o excessivo rigor processual atua muitas vezes em desservio da efetividade da justia. O processo tem de correr. O aparato judicirio muito caro para a sociedade e cada processo representa um custo altssimo. Anul-lo, portanto, medida de exceo, concluiu Nancy Andrighi. Processos: Resp 970190Efeitos:1st. Embargos de declarao possuem efeito devolutivo? Para algumas pessoas os ED no possuem efeito devolutivo porque o tema volta para o mesmo juzo, e ai h quem diga que isso no devoluo, pois este efeito s ocorre quando o recurso faz com que o tema volte para outro rgo, e no para o mesmo rgo. Este entendimento minoritrio, embora significativo, pois prevalece que ele tem efeito devolutivo como qualquer outro recurso. 2nd. Tem efeito suspensivo? O entendimento que eles seguem o regramento do recurso que lhe sucede, se embargo contra sentena, o regime ser o mesmo da apelao contra aquela sentena, e, assim sucessivamente. No h um regramento especfico. Se embargo contra interlocutria ser o mesmo do agravo que interpus interlocutria.3rd. Efeito modificativo ou infringente dos ED O acolhimento dos ED podem alterar o contedo da deciso embargada, e natural que isso ocorra. Se embargo por omisso, o tribunal vai suprir essa omisso, e ela no ser mais omissiva. Se embarga por contradio e esses embargos so acolhidos, a deciso naturalmente mudar. Nada obstante isso, o CPC no prev contrarrazes aos ED. Ento, a jurisprudncia disse que sempre que os ED puderem ter efeito modificativo, preciso ouvir a outra parte em contrarrazes, e isso uma criao jurisprudencial, pelo contraditrio preciso ouvir a outra parte, assim entendeu o poder Judicirio. No projeto do novo CPC isso j foi resolvido.Saiu a deciso, a parte tem 5 dias para embargar. Uma parte apela e a outra embarga, todas dentro do prazo. Quem ser julgado primeiro? Os ED. Se os ED forem acolhidos e a deciso for alterada, claro que se abrir um novo prazo para que a parte que havia apelado possa aditar sua apelao, pois a sentena que ela houvera apelado no a mesma. Assim, a parte ter novos 15 dias para complementar o seu recurso. Ento, pode dizer que existe o direito da parte que havia recorrido, de complementar as razes de seu recurso se a deciso recorrida houver sido alterada por ED. Alguns doutrinadores dizem se tratar do princpio da complementaridade do recurso. Se os ED no foram acolhidos, a deciso se manteve. A parte que havia apelado e que agora est diante de uma sentena idntica quela, ter que ratificar a apelao que j tinha sido interposta? O STJ entende que sim, preciso que a parte que havia recorrido volte juzo dizendo recorri e volto aqui para ratificar isso. Smula 418, STJ. O STF entendeu que no precisaria ratificar, e ai fica nesse modo, um dizendo que precisa e outro que no precisa. Esta smula nada tem haver com intempestividade, o que o STJ fez foi entender que, se no se ratificou o recurso, como se desistisse tacitamente desse recurso. O projeto do novo CPC reconheceu isso e corrigiu. 4th. Efeito de interromper o prazo para interposio de outro recurso quando se embarga, o prazo que havia para apelar (recorrer), ele interrompido, e esta interrupo para ambas as partes. Por conta desta caracterstica os ED so muito utilizados para protelar. E ao serem utilizados com este fim o embargante pode ser multado em 1% sobre o valor da causa. Se eles forem reiterados de forma protelatria, a multa pode ser elevada at 10%, e s poder entrar com outro recurso se o valor da multa for depositado. E se entrar uma terceira vez? O CPC no prev esta hiptese, Didier entende que no ser possvel embargar uma terceira vez, e o STJ decidiu de acordo com esse entendimento, e o projeto de novo CPC entende neste sentido. ED para fins de pr-questionamento no tem carter protelatrio. Smula 98, STJ.A lei dos juizados suspende o prazo para outros recursos, ao invs de interromper. Isso um erro legislativo. E o STF diz que no bem assim, os ED suspendem se forem opostos contra sentena, ai sim interromper, todavia, se for contra acrdo de turma recursal interrompe o prazo. No novo CPC isso corrigido e uniformizado, e os ED tero o mesmo sistema do CPC.Sai a deciso, uma parte embarga e a outra no faz nada. Os ED so julgados. A parte que nada fez poder apelar? Sim, se os ED forem acolhidos, pois a deciso ser outra. Ele no apelou da primeira, pois era uma deciso, e ao acolherem os ED ser dada uma nova deciso, e quem no havia apelado poder sim apelar. De fato, se um embarga, interrompe o prazo para os dois. OBS.: A multa no reverte para o Estado, e sim para a outra parte (art. 538, pargrafo nico)

2. APELAOVer parte da teoria sobre os recursos e as hipteses de cabimento.Boa parte das regras gerais dos recursos se referem apelao. Ex.: falta de preparo por justa causa, quando este no feito por justa causa e pode ser feito depois; art. 515, que fala do efeito devolutivo. 2.1. Efeito suspensivo da apelao: A apelao impede a eficcia da sentena, isso opo do CPC. Entretanto, h casos em que ela no tem efeito suspensivo automtico, e ai ser preciso pedir o efeito suspensivo. Como que se pede efeito suspensivo apelao, caso ela no possua esse efeito? Pede-se ao prprio juiz da causa, apela perante o a quo, e pede a ele o efeito suspensivo, se ele no der, ai agrava-se. Outra opo, e a mais comum, apelar e entrar com cautelar no tribunal pedindo efeito suspensivo da apelao, esta a forma que est consagrada no projeto do novo CPC. Se uma sentena tem vrios captulos, pode acontecer de a apelao ter efeito suspensivo para um captulo e no ter para outro, pois ser examinada em relao a cada um dos captulos da deciso. Hipteses de apelao sem efeito suspensivo automtico: art. 520, CPCArt. 520. A apelao ser recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Ser, no entanto, recebida s no efeito devolutivo, quando interposta de sentena que:(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)I - homologar a diviso ou a demarcao;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)II - condenar prestao de alimentos;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)III -(Revogado pela Lei n 11.232, de 2005)IV - decidir o processo cautelar;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)V - rejeitar liminarmente embargos execuo ou julg-los improcedentes;(Redao dada pela Lei n 8.950, de 13.12.1994)VI - julgar procedente o pedido de instituio de arbitragem.(Includo pela Lei n 9.307, de 23.9.1996)VII - confirmar a antecipao dos efeitos da tutela;(Includo pela Lei n 10.352, de 26.12.2001)

VI tem a conveno de arbitragem, e uma das partes se nega a ir para a arbitragem. Ai entra com ao para impor a arbitragem para a outra parte, para que a arbitragem possa se iniciar logo. VII no tem efeito suspensivo para permitir que a tutela antecipada continue produzindo seus efeitos. Isso s diz respeito em relao ao captulo da tutela antecipada. E se o juiz conceder a tutela antecipada na sentena, ao invs de apenas confirm-la? Produzir efeitos imediatos? Sim, pois se concedeu na sentena, ele est confirmando o que acabou de fazer. Por isso, onde se l confirmar, leia-se confirmar E conceder. E se a TA foi concedida, e, na sentena, o juiz revoga essa TA. A apelao contra sentena que revoga a TA, tem efeito suspensivo? O CPC no regula isso, se ele diz que tem efeito suspensivo, a sentena ter efeito suspensivo e a TA dada no incio do processo continua produzindo efeito. A doutrina e a jurisprudncia disseram que onde se l confirmar, leia-se tambm revogar, porque a apelao contra sentena que revoga a TA no tem efeito suspensivo exatamente para que a TA caia imediatamente. E o projeto do novo CPC diz neste inciso confirmar, conceder ou revogar. H ainda hipteses na legislao extravagante (hipteses em que a apelao no ter efeito suspensivo): sentena que concede mandado de segurana ou habeas data, da sentena em ao civil pblica, apelao contra sentena de despejo, apelao contra sentena que deferir a adoo (salvo nos casos de adoo internacional), sentena que destituir poder familiar. Dentro do CPC tambm produz efeitos imediatos a sentena que decreta a interdio. V embargos execuo uma forma de o executado se defender na hiptese de ttulo extrajudicial, os EA podem suspender a execuo, preenchidos certos pressupostos. A execuo de ttulo extrajudicial sempre definitiva, no h execuo provisria de ttulo extrajudicial. A execuo que estava paralisada deixa de ficar j que os embargos execuo foram rejeitados, apela-se e esta apelao no tem efeito suspensivo, e ai a execuo prossegue. Esta execuo que prossegue, prossegue provisria ou definitivamente? Smula 317, STJ. A execuo prossegue como ela era (ela era definitiva), e quando volta a correr, volta como definitiva. Smula 317: definitiva a execuo de ttulo extrajudicial, ainda que pendente apelao contra sentena que julgue improcedentes os embargos (DJ 18/10/2005). Depois dessa smula o legislador alterou o art. 587, CPC: Art. 587. definitiva a execuo fundada em ttulo extrajudicial; provisria enquanto pendente apelao da sentena de improcedncia dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739).(Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).Este artigo 587 diz o contrrio do que diz a smula. E a smula ainda est valendo, pois este artigo um absurdo, ele fere o princpio da igualdade, inconstitucional, dando um tratamento despropositadamente bom a quem no tem razo. Este artigo ignorado e com o novo CPC esse problema resolvido.

2.2. Julgamento direto do mrito pelo tribunal na apelao Sentena que extingue processo sem exame de mrito, nessa apelao contra esta sentena, pode o tribunal julgar o mrito da causa? Pode o tribunal, na apelao, julgar o mrito que no foi julgado pelo juiz de 1 instncia. Art. 515, 3 - Nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento.(Includo pela Lei n 10.352, de 26.12.2001)Pressupostos: A apelao tem que ser provida; Que a causa esteja madura, ou seja, esteja em condies de ser julgada imediatamente (no h mais nada a ser feito, o contraditrio foi respeitado, as provas foram produzidas);Discute-se se o tribunal pode fazer isso de ofcio. O STJ entende, atualmente, que sim, que o tribunal aplique o 3 de ofcio. Didier entende que isso deveria ser requerido, e posio minoritria. Prevalece que no necessrio o pedido, e que o tribunal pode sim aplicar de ofcio. 2.3. Inovao em matria de fato na apelao: possvel alegar fato novo na apelao?Sim.Se o fato for novo, acabou de acontecer, poder suscitar. No tinha como suscitar antes porque ele no tinha acontecido.Se o fato no for novo, mas se eu s tomei conhecimento dele agora (fato velho de conhecimento novo), tem que demonstrar um justo motivo para no ter alegado ele antes. Art. 517, CPC. 2.4. Procedimento da apelao em 1 grau:O juiz a quo quem faz o primeiro juzo de admissibilidade, se ele no receber cabe agravo de instrumento; se ele receber, ouve a outra parte para contrarrazes. Quando voltar destas, o juiz pode fazer um novo juzo de admissibilidade. A apelao passa por um duplo juzo de admissibilidade na primeira instncia. Art. 518, 1 - o juiz pode no conhecer da apelao se a sentena estiver fundada em smula de tribunal superior. Fala-se que a smula de tribunal superior, nesses casos, ela impeditiva de recurso. Visto que uma vez seguida pelo juiz, ela impede a apelao. O juiz de 1 grau diz que essa apelao no fundada porque ela quer discutir smula, o juiz entra ai no mrito da apelao, pois ela infundada por ir contra a smula. Como , ento, que a apelao poder subir, estando a sentena fundada em smula? H casos em que a apelao poder subir. So eles: Se na apelao o apelante disser que o caso no o da smula, que o juiz aplicou a smula num caso errado. Ou seja, isso o distinguihsing. Se a apelao por error in procedendo. Se recorro para invalidar uma deciso, eu no estou discutindo a tese sumulada, este deciso nula. Quando houver razes para overuling, ou seja, para superar a smula. 3. EMBARGOS INFRINGENTESSo os embargos infringentes do CPC, art. 530.Recurso que cabe contra acrdo no unnime. O propsito fazer com que prevalea o voto vencido. Cabe contra acrdo no unnime, em julgamento de apelao ou de ao rescisria. preciso que seja um acrdo de apelao no unnime, que tenha reformado sentena de mrito. OBS.: I. No cabem EI em apelao de MS. Havia smula sobre isso e agora est na lei de MS.II. Cabe EI em falncia. Smula 88,STJIII. Smula 390, STJ no cabem EI em remessa necessria. IV. Art. 515, par. 3. Cabem EI contra acrdo de apelao nos casos do para. 3, do 515? Sim. V. Cabem EI contra acrdo de agravo interno que tenha natureza de apelao. VI. Cabem EI contra acrdo que julga agravo retido, desde que verse sobre o mrito da causa. Smula 255, STJ. VII. Cabem EI contra o captulo dos honorrios advocatcios. VIII. Cabem EI contra acrdo de agravo de instrumento, desde que sobre o mrito da causa. IX. Cabem EI contra acrdo de embargos de declarao, desde que possua uma das naturezas de deciso embargvel.X. Cabem EI contra acrdo lavrado com voto mdio. Ex.: caso de guarda em que um julgador diz que a criana deve ficar com a me, a outra com o pai e a outra com av. Aqui cada voto um, a divergncia qualitativa, pois cada julgador diz uma coisa, e o CPC no regula isso. Isto matria de regimento interno, e geralmente faz-se assim: vai para um rgo maior para tentar resolver a divergncia, e neste decide-se assim: me 3 votos, pai 5 votos, av 10 votos. Cabem EI para ficar com a me? Sim, pois o posicionamento para ficar com a me foi vencido. Assim como tambm cabe EI para ficar com o pai. Ex.: ao indenizatria, um julgador de 50, outro 60 e outro 80. Aqui ocorre divergncia quantitativa, em situaes como essas, deve prevalecer o voto mdio, que o voto entre os extremos, no a mdia dos votos. Aqui o mdio 60. Posso embargar para que seja 50? Sim, pois 50 voto vencido. Cabem embargos para 80? Sim, pois tambm voto vencido. XI. Cabe EI em julgamento de rescisria quando o acrdo da rescisria no unanime rescindir a sentena. Se no rescindir no cabe. Prazo: 15 dias.Efeito suspensivo: segue o da apelao. EI so os ltimos dos recursos ordinrios. a prvia dos recursos extraordinrios. Se cabe EI no pode entrar com RE, tem que entrar primeiro com aquele para depois entrar com este.Com o novo CPC este recurso desaparece, e com ele tudo isso tambm. AULA 04 13/02/14

4. AGRAVO contra deciso interlocutriaNeste caso, caber ou o agravo retido ou o agravo de instrumento. No h nenhuma situao em que o sujeito possa optar por um ou por outro. Por isso, tem que se saber quando cabe um e outro.O que um recurso retido? O que significa ser retido? Quando ele interposto, evita a precluso mas no processado imediatamente, ai ele fica retido, fica preso. O processamento dele fica sob a confirmao do recorrente. Se o recorrente no ratificar no momento pertinente ele cair. Ter que ser ratificado pela apelao ou pelas contrarrazes de apelao, se ele no ratificar, o agravo cai e sequer sobe. E antes da apelao julga o agravo retido, caso ele seja ratificado. um recurso de efeito retardado, ele no se processa imediatamente. Trs regras de cabimento do agravo de instrumento (se a situao no se encaixar em nenhuma dessas regras, ser caso de agravo retido):I. Se a deciso interlocutria puder causar dano imediatamente a parte, que seja irreparvel ou de difcil reparao, essa deciso impugnvel por agravo de instrumento. Porque se o dano imediato no tem que se esperar para futuramente esperar uma deciso. Por isso que contra deciso que antecipa a tutela cabe agravo de instrumento. O CPC diz que se entrar com AI e o relator desse agravo entender que o caso no de urgncia, esse relator poder converter o AI em agravo retido. Essa deciso de converso de AI em AR , para nosso CPC, uma deciso irrecorrvel (para Didier uma situao esdrxula, pois deciso de relator, irrecorrvel). Mas na pratica j houve deciso do STJ admitindo agravo interno e a slida jurisprudncia admite MS contra essa deciso.O STJ firmou entendimento que esse MS tem o prazo de cinco dias (e no de 120 dias, como temo MS), e se sai essa deciso e a pessoa embarga de declarao, os embargos interrompero o prazo para esse MS (assim o STJ diz que no cabe recurso, mas cabe MS no prazo de 5 dias, e se entrar com ED suspende-se esse prazo). Informativo do STJ de 12/02/14. II. Caber AI quando a lei expressamente disser, no uma regra aberta como explicada no caso I. Aqui bem especfico e no h a converso de AI em AR, pois isso s caber para a hiptese I, que aberta e indeterminada. Os casos previstos na lei, onde caber AI independentemente de urgncia so os seguintes: Deciso que no admite apelao; Deciso que recebe a apelao em efeitos diversos; Deciso que julga liquidao de sentena; Deciso que decreta falncia; Deciso que recebe a petio inicial de improbidade administrativa; III. Caber AI sempre que o AR for incompatvel com a situao. Ex.: juiz declina sua competncia para a justia do trabalho, o AR incompatvel com essa situao (deciso que declina a competncia AI). Ex.: deciso interlocutria em execuo sempre AI, pois seno no poder confirmar nunca (em execuo no cabe recurso retido, inclusive o AR). Ex.: deciso parcial de mrito sempre AI. Ex.: deciso que exclui um litisconsorte AI. Ex.: deciso que rejeita alegao de conveno de arbitragem AI. Se a interlocutria no se encaixar em nenhuma dessas trs AR. Ex.: interlocutria que indefere prova. Deciso que convoca para julgamento antecipado da lide. Deciso que no altera o valor da causa. No correta a afirmao de que hoje, em regra, o agravo retido. Alguns livros afirmam isso, mas incorreto, pois h casos para AI e para AR. E se o juiz nega a TA dizendo que no h urgncia? Agravo de instrumento.Agravo retido: No tem preparo; interposto diretamente no rgo a quo, que poder, inclusive, se retratar. Tem duas espcies: AR oral cabe contra as interlocutrias proferidas em audincia de instruo, e deve se interposto imediatamente. O juiz proferiu a deciso em audincia e ai na mesma hora pede o AR. O CPC diz que em audincia de instruo, o STJ j deu uma deciso dizendo que s para instruo, que esse artigo tem que ser interpretado literalmente. Se for proferida em audincia uma TA, por ex., caber agravo de instrumento e no retido. Ex.: o juiz indeferiu uma testemunha ser agravo retido. Assim, apesar de proferia em audincia existem casos que sero de agravo de instrumento. Se no agravar imediatamente em audincia vai precluir. AR escrito cabe contra decises escritas proferidas pelo juiz, no prazo de 10 dias. No caso de converso de AI em AR, AR escrito, pois o oral j precluiu. Agravo de instrumento: um recurso muito peculiar, pois ele hoje, o nico recurso interposto diretamente no ad quem. Prazo: 10 dias Preparo: depende da legislao estadual, em princpio h preparo. Esse agravo vem acompanhado de um instrumento (conjunto de documentos quem tm o objetivo de reproduzir no tribunal o que est acontecendo em primeira instncia, para que o tribunal decida se vai reformar ou no a deciso). O CPC diz que na formao desse instrumento, o agravante tem que juntar necessariamente:Cpia da deciso agravada;Cpia das procuraes outorgadas pelo agravante e pelo agravado;Certido de intimao da deciso agravada (para conferir a tempestividade do recurso). Obs.: certido de intimao serve apenas para aferir tempestividade; a jurisprudncia diz que se a tempestividade for manifesta, a falta de certido no implica inadmissibilidade, visto que ai no houve prejuzo. Tempestividade manifesta: deciso proferida dia 10 e agravou dia 12, no tem como dizer que ele intempestivo. Alm dessas peas o agravante pode juntar outras peas que ele entender teis. A jurisprudncia vem e diz que existem peas indispensveis compreenso da controvrsia, e tm que ser juntadas sob pena de inadmissibilidade. E ai na prtica coloca-se a cpia total, de capa a capa.No concurso: vem acompanhado da reproduo integral dos autos.O STJ, em julgamento de recursos repetitivos disse que o relator, neste caso, tem que intimar a parte antes, para que esta junte a pea. A parte tem o direito de saber que pea indispensvel essa. E como foi dada em repetitivo, esta deciso tem forca vinculante. E protege a parte de eventuais abusos, e est totalmente de acordo com o princpio da cooperao. Num sistema de processo eletrnico, qual a necessidade de um instrumento? Alguns tribunais j esto dizendo que no h necessidade, e tanto que o novo CPC diz que se o processo for eletrnico, o instrumento ser desnecessrio. O agravante deve, em trs dias, juntar no a quo: cpia do agravo, rol de documentos e protocolo de interposio. Se o agravante no cumprir essa exigncia, o recurso no ser conhecido. Mas esse caso exige alegao do agravado, se esse no alegar a falta de juntado, o agravo ser conhecido, pois essa falha de no juntada em trs dias depende de alegao do agravado no primeiro momento em que lhe couber falar nos autos. o nico caso em que o recurso, para no ser conhecido, precisa de provocao do recorrido. Art. 526, CPC. Esta regra fundamenta-se para proteger o agravado, pois o AI interposto diretamente no tribunal (que fica na capital), e ele no teria como fazer para ver esse recurso, ele teria que ir na capital para ver e comear a se defender. OBS.: para Didier no basta o agravado alegar essa falha, ele tem que demonstrar que essa falha lhe causou um prejuzo em sua defesa. O STJ tem um precedente favorvel a esse entendimento. Deciso interlocutria que nega TA. No tem efeito suspensivo automtico, o agravante tem que pedir ao relator que d efeito suspensivo deciso agravada. O efeito suspensivo apenas para a deciso agravada, e o processo continua andando. possvel pedir efeito suspensivo em AI interposto contra uma deciso que nega o que foi pedido? Nesse caso, suspender a no concesso, ou seja, dar o que no foi concedido (suspender o no sim!). surge ai uma figura chamada de efeito suspensivo ativo, pois um efeito de suspender ativando (suspende a no concesso dando). Alguns autores chamam isso de antecipao da tutela recursal. Pode o tribunal, ao julgar um AI, extinguir o processo? Se o tribunal extinguir, o processo ainda no tem nem sentena, pois recorreu-se de uma interlocutria. E isso pode acontecer sim, basta uma causa de extino do processo, um acordo, por ex.Proferida a sentena na pendncia de um AI, qual o destino do agravo? Se o acolhimento do AI comprometer a validade da sentena, o AI permanece pendente. Ex.: AI que discute competncia do juiz, e a sentena no defere o agravo. As vezes o AI trata de um tema que afeta a validade da sentena, e ai ele til, pois est discutindo a validade da sentena. RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL - ROC um recurso ordinrio previsto na CF. Ele vai ou para o STF ou para o STJ. Nesses casos eles funcionam como uma segunda instncia, no como cortes extraordinrias e sim ordinrias, podendo examinar prova.Caber no STF para os seguintes casos:Deciso denegatria de MS, MI ou HD, de competncia originria de tribunal superior. um recurso que beneficia o cidado, pois para deciso denegatria.Deciso denegatria tem que ser a deciso final. Deciso denegatria de liminar no cabe ROC. para acrdo que denegou .Denegatria tanto no mrito quanto sem exame de mrito 515, par 3 cabvel para roc? No pode se aplicar por analogia a esse roc. STJ: Cabe em duas situaes:Deciso denegatria de MS de competncia originria de TJ ou TRF. A lei de HD prev ROC em HD de competncia de TJ ou TRF. E, nesse ponto, ela inconstitucional, pois a CF s fala em MS. Causas internacionais so as causas previstas no art. 109, II, CF, so causas que tramitam na JF e que envolvem pessoa residente no pas ou municpio brasileiro contra estado estrangeiro ou organismo internacional. E embora tramitem perante juzes federais, o recurso ordinrio vai para o STJ. E ai um juiz que vai proferir a deciso interlocutria ou a sentena, e a segunda instancia aqui ser o STJ. Aqui o ROC faz as vezes de agravo, no caso de interlocutria.Contra a sentena o ROC faz as vezes de apelao. Lei 8038/90 fala em apelao e agravo e no em ROC. Mas trata-se de ROC. Aplica-se o pargrafo 3, 515 apenas para o ROC que faz as vezes de apelao em causas internacionais.Cabem embargos infringentes contra acrdo que julga roc? Quando for uma apelao cabe, afinal cabe EI em apelao. Encerra-se aqui os recursos ordinrios.

RECLAMAO CONSTITUCIONAL uma ao de competncia originaria de tribunal que serve para impugnar deciso judicial. uma ao autnoma de impugnao.Est prevista na CF para o STF e o STJ. uma ao de competncia originaria de tribunais superiores. O STF h 10 anos firmou orientao no sentido de admitir reclamao perante TJ se houvesse previso na constituio do Estado. O TST regulamentava a reclamao no seu regimento interno, e o STF entendeu ser inconstitucional, pois tinha que ter uma lei prevendo reclamao para o TST. STF, STJ, TJ so atualmente admitidas.O projeto de novo CPC prev a reclamao para qualquer tribunal. O processo da reclamao semelhante ao do MS, to semelhante que o projeto do novo CPC diz que se aplica reclamao a lei do MS subsidiariamente. Reclamao tem que ter prova pr-constituda do que afirma.Cabe liminar em reclamao. Exige interveno obrigatria do MP. A autoridade reclamada prestar informaes na reclamao (a autoridade cujo ato estou impugnando).O beneficirio do ato impugnado tem que ser citado na reclamao.No cabem embargos infringentes em reclamao (sumula 368, stf)O regimento interno do STF permite o julgamento monocrtico da reclamao em caso de jurisprudncia consolidada sobre o assunto objeto da reclamao.No cabe reclamao contra deciso transitada em julgado. Reclamao no pode servir como rescisria (smula 734, STF).O procedimento da reclamao est regulado na lei 8038/90 (arts. 13 a 17). uma ao tpica, ou seja, no cabe quando eu quiser. S cabe em hipteses expressamente previstas em lei. So duas as hipteses cabveis:Reclamao por usurpao de competncia nesse caso diz assim tribunal o juiz est usurpando sua competncia, STJ ou STF vocs no vo fazer nada no ?No so situaes claras, pois ningum rouba competncia claramente. Exs.:Entro com REsp no TJ ele admitido, mas no enviado. Tribunal suspeito quem julga a causa o STF se o tribunal se julga suspeito e no envia o processo para o STF, h usurpao;Quando a ACP comeou a ser usada para alegar inconstitucionalidade, entraram com varias reclamaes no STF dizendo que isso era ADI disfarada.Esses casos de usurpao de competncia difcil de enxergar.Reclamao por desrespeito a autoridade da deciso do tribunal. uma violao mais comum.STF da liminar em uma adin suspendendo a lei. o juiz vai e aplica esse lei. o juiz est desobedecendo a liminar da adin, e ai cabe reclamao para o STF. E a mesma coisa s aplica para adc e adpf. Cabe tambm reclamao por desrespeito a deciso final. O maior numero de reclamacao so os destes casos. Reclamao para fazer valer smula vinculante. Essa reclamao tem uma peculiaridade: ela tambm cabe contra ato administrativo que desrespeite SV, mas s ser cabvel aps esgotadas a instancia administrativa da controvrsia. Cabe reclamao para fazer valer precedente do pleno do STF. Pleno tem precedente algum o desrespeita. Hoje no admite reclamao para desrespeito a precedente, ainda. O STF tambm induziu o STJ a aceitar reclamao contra acrdo de turma recursal dos juizados que contrarie jurisprudncia do STJ em matria de lei, neste caso, a reclamao tem prazo de 15 diasAULA 0525/02/14AO RECISRIA 1. Consideraes geraisInstrumento tpico de controle da coisa julgada. Caracteriza-se pelo fato de ser um instrumento que permite o controle da CJ por questes de justia ou por questes formais. Portanto, ela no tem haver apenas com nulidades, com questes formais. Ao rescisria a ao autnoma de impugnao cujo propsito rescindir deciso judicial transitada em julgado e eventualmente promover novo julgamento da causa. Sempre tem o pedido de reciso e s vezes o de rejulgamento. O pedido de recisao chamado tecnicamente de iudicium rescindens, vai ver se ou no de reciso da deciso.O depido de rejulgamento se chama iudicium rescissorium. So ser possivel rejulgamento se houver reciso. Pode rescindir e quando for rejulgar, rejulgar da mesma maneira. 2. Pressupostos da ao rescisriaSo quatro:2.1. Deciso rescindvelTem que ter uma deciso objeto da rescisria. a deciso de mrito transitada em julgado. A deciso pode ser sentena, deciso interlocutria, acrdo. Nada impede que se entre com rescisria de apenas um ou alguns captulos, e ai ser uma rescirosia parcial, pois vai recindir apenas parte da deciso. Decises em ADIN, ADC e ADPF so decises que no admitem AR, por expressa previso legal. Coisa julgada em decises de jurisdio voluntaria (h muita controvrsia quanto a essa CJ). Quem entende que h CJ em JV cabe AR, quem entende que no h CJ em jurisdicao voluntria no cabe AR. Prevalece que no h CJ em JV, logo no cabe AC (este no o posicionamento de Didier). O projeto do novo CPC diz que cabe AR de deciso de jurisdio voluntria. Querela nulitatis cabe contra sentenas proferidas em processo sem citao. Vai rever a coisa julgada por questo formal. Mas sendo QN, o sujeito pode optar por entrar com AR? NO, o que diz o STJ. Se caso de querela tem que impugnar por querela e no por AR.Juizados a lei 9099/95 proibe AC no mbito dos juizados. So insuscetveis de AR. A lei dos JEF no diz nada a respeito disso, ento, prevalece que diante do silencio aplica-se tambm o que est previsto na 9099, ou seja, no cabe. O STJ j admitiu, mais de uma vez, MS com finalidade rescisria nos juizados se for para alegar incompetncia dos juizados, e aqui o MS faz papel de AR, logo possvel esse MS desde que restrito a alegao de competncia. Smula 514, STF Admite-se ao rescisria contra sentena transitada em julgado, ainda que contra ela no se tenha esgotado todos os recursos. Ela quer dizer que pode entrar com ar contra deciso que transitou em julgado, pouco importa se esse transito ocorreu porque se valeu de todos os recursos e transitou, ou se nem reccoreu e transitou em julgado do mesmo jeito. O que importa o transito em julgado (este sim pressuposto), no pressuposto ter esgotado todos os recursos.Cabimento de AR contra deciso terminativa ( aquela que no examina o mrito) cabe AR? Tradicionalmente, o entendimento era que no era cabvel, embora pontes de Miranda sempre defendesse o contrario, para ele decises terminativas poderiam ser objeto de rescisria sim. Art. 268, CPC faz com que determinadas sentenas terminativas impeam a repropositura da demanda (rever essa aula) e por conta disso, alguns autores dizem que as sentenas terminativas que impedem a repropositura da demanda (art. 267, I, IV, V, VI e VII) so rescindveis. Esse entendimento comeou a ser encampado pelo STJ, recentemente (2012), e admitiu rescisria de sentena terminativa no julgamento do REsp 1.217.321. 2.2. PrazoTem um prazo decadencial, e de dois anos. Ele se conta do trnsito em julgado da deciso. Prazo especial de AR: O art. 8-C da lei 6739/79 prev um prazo de oito anos para ao rescisria relativa a processos que digam respeito transferncia de terras pblicas rurais.Data do incio do transito em julgado, qual ? Pois a partir dela que se conta o prazo. H polemica quanto ao inicio do prazo quando a ultima deciso no conhece um recurso, e h 3 opinies: Comea a contar da ultima deciso (posio de Didier, e no prevalecente); Quando a ultima deciso no reconhece do recurso, a data o transito em julgado a data do transito em julgado dela, salvo 2 hipteses: intempestividade ou incabimento, e aqui a data do transito retroage (este o majoritrio, inclusive consagrado na smula 100 do TST). A data sempre retroativa, volta ao dia da interposio do recurso indevidamente. Rescisria nos casos de CJ progressiva: Em 2004 a sentena tinha trs captulos: A,B e C, e o sujeito s recorre de A e B, e C transita em julgado em 2004. Em 2008 saiu a deciso de A e B, eo sujeito so recorre de A, ai B transita em julgado. E em 2012 transita em julgado A. h ai trs coisas julgadas, mas cada uma delas diferente e ocorrida em anos diferentes. Esse fenmeno se chama coisa julgada progressiva, que so varias coisa julgadas distintas provenientes de um mesmo processo. Quando ocorre esse fenmeno, como que se conta o prazo para rescisria? Conta-se um prazo para cada captulo? Ou conta um geral a partir do ltimo? Didier concorda que para cada coisa julgada h um prazo. Todavia o STJ no entende assim, entende como sendo um prazo s, sendo contado da ltima deciso. E ai poderia propor rescisria at 2014, podendo rescindir qualquer dos captulos. LOGO: sempre um prazo, contando-se da ltima deciso, e isso est sumulado (sm. 401) J a smula 100, TST, entende que de cada deciso. 2.3. Condies da ao Possibilidade jurdica do pedido ( a deciso rescindvel); Interesse (no h nenhuma peculiaridade, igual as demais aes); Legitimidade: ativa e passiva. Quem pode propor? Art. 487, CPC. A parte vencida (a parte do processo originrio ou seus sucessores); O terceiro juridicamente prejudicado (no foi parte do processo originrio, mas pode propor; se ele j interviu no processo originrio ele parte, mas nesse caso ele sequer interveio ainda); O MP: MP fiscal da lei (se for parte, ele prope como parte) quando ele deveria ter intervindo e no interveio e quando as partes fraudam o processo (coluso). O MP fiscal da lei s pode propor AR nesses dois casos? No! Esse rol exemplificativo, ele no exaure as hipteses. O TST j entendeu assim na smula 407: AO RESCISRIA. MINISTRIO PBLICO. LEGITIMIDADE "AD CAUSAM" PREVISTA NO ART. 487, III, "A" E "B", DO CPC. AS HIPTESES SO MERAMENTE EXEMPLIFICATIVAS (converso da Orientao Jurisprudencial n 83 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005A legitimidade "ad causam" do Ministrio Pblico para propor ao rescisria, ainda que no tenha sido parte no processo que deu origem deciso rescindenda, no est limitada s alneas "a" e "b" do inciso III do art. 487 do CPC, uma vez que traduzem hipteses meramente exemplificativas. (ex-OJ n 83 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)

Numero VI, smula 100, TST: VI - Na hiptese de coluso das partes, o prazo decadencial da ao rescisria somente comea a fluir para o Ministrio Pblico, que no interveio no processo principal, a partir do momento em que tem cincia da fraude. (ex-OJ n 122 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003) conta do incio da cincia da fraude pelo MP, e no do transito em julgado. O projeto do novo CPC incorpora isso. Isso serve para dar segurana. Legitimidade passiva: o ru ser aquele que se beneficia da deciso que se busca rescindir. Se quero rescindir s um capitulo da deciso, s o beneficirio daquele capitulo que ser ru da rescisria. Ex.: quero rescindir s o captulo dos honorrios advocatcios, ento, s o advogado ser ru da rescisria. Imagine que o processo originrio tenha sido conduzido por substituto processual, esse processo beneficia o substitudo (ex.: sindicato, e ai beneficia a categoria), quem ser o ru dessa rescisria? Se o autor substituto processual, ele que ser o ru e no os beneficirios. Nesse exemplo o ru ser o sindicato. Smula 406, II, TST (Copiar a sumula). Embora se refira a sindicato se aplica a qualquer caso de legitimao extraordinria, e no s ao sindicato. 2.4. Hiptese de rescindibilidade: art. 485 e 1030 (este serve para casos de partilha)A AR uma ao tpica, ou seja, no posso entrar com AR por qualquer motivo, s cabe em hipteses tipicamente previstas em um rol taxativo. Pode cumular hipteses de AR ou usar apenas uma hiptese. Art. 485, CPC: so as hipteses gerais. Cada uma delas corresponde a causa de pedir remota da ao rescisria. Isso significa que a hiptese de rescindibilidade o fato jurdico gerador do direito resciso. O juiz no pode rescindir com base em outra hiptese que no foi alegada pela parte. Cada hiptese dessas causa de pedir e bitola o juiz. Elas so muito variadas e permitem resciso por questes formais e de justia.Art. 485. A sentena de mrito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:I - se verificar que foi dada por prevaricao, concusso ou corrupo do juiz;II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de coluso entre as partes, a fim de fraudar a lei;IV - ofender a coisa julgada;V - violar literal disposio de lei;Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na prpria ao rescisria;Vll - depois da sentena, o autor obtiver documento novo, cuja existncia ignorava, ou de que no pde fazer uso, capaz, por si s, de Ihe assegurar pronunciamento favorvel;VIII - houver fundamento para invalidar confisso, desistncia ou transao, em que se baseou a sentena;IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa; 1oH erro, quando a sentena admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido. 2o indispensvel, num como noutro caso, que no tenha havido controvrsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.

INCISO V lei qualquer norma jurdica, est em sentido amplo, incluindo CF, regimento interno, medida provisria, violao princpio. H uma tendncia dos tribunais de equiparar a rescisria deste inciso aos recursos extraordinrios. Sumula 298 do TST exige pr-questionamento nessa AR, ou seja, se o sujeito quer entrar com AR por violao a lei, preciso que a a lei tenha sido enfrentada na deciso rescindenda. O STJ no segue esse entendimento, e Didier entende correto, no precisa o pr-questionamento. O TST tambm diz na smula 410 que a rescisria por violao a lei no permite produo de prova, assim como nos recursos extraordinrio. Portanto, o TST equipara aos recursos extraordinrios (ao exigir pr-questionamento e no permitir produo de prova).O autor da rescisria tem que dizer qual o dispositivo violado, pois se ele no apontar, no h causa de pedir e ai a petio ser inepta. Esse dispositivo violado bitola o tribunal.A violao tem que ser literal, no qualquer violao.Smula 343, STF - NO CABE AO RESCISRIA POR OFENSA A LITERAL DISPOSIO DE LEI, QUANDO A DECISO RESCINDENDA SE TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE INTERPRETAO CONTROVERTIDA NOS TRIBUNAIS. Se havia divergncia jurisprudencial em torno de texto de lei, e o tribunal acolheu uma dessas hipteses, no h ai violao literal. Tanto no literal que o texto permitia varias interpretaes. Nos ltimos 20 anos o STF tem relativizado a aplicao dessa smula, de que maneira? Se a divergncia era sobre a interpretao da CF, mas o STF j consolidou um entendimento, cabe AR para fazer prevalecer o pensamento do STF. O STJ tambm tem entendido que cabe AR por violao lei, mesmo havendo divergncia nos tribunais, se j houver interpretao no STJ consolidada sobre o assunto (AR 3682, STJ). INCISO I a sentena foi produto da atividade criminosa do juiz. No precisa de sentena penal condetatoria transitada em julgado, esse ilcito pode ser apurado no bojo da prpria rescirosia, incidentalmente. Se tiver uma sentena absolutria no processo penal, por negativa de autoria ou de materialidade no caber mais a rescisria. Cabe produo de prova em rescisria.INCISO II no qualquer juiz incompetente, absolutamente incompetente. AR por incompetncia absoluta permite pedido de rejulgamento? A AR semrpe da competncia de um tribunal. A regra STF julga AR de seus julgados e STJ tambm; TJ e TRF julga AR de seus julgados e de juzes a eles vinculados.A deciso rescindenda costuma ser uma deciso proferia pelo mesmo tribunal que est rescindido a deciso. Se assim, Quero rescindir acrdo do TJ, estou dizendo que o TJ no tem competncia para julgar aquilo e que portanto tem que resincir. Ento se alego comeptencia absoluta, como vou pedir para ele julgar de novo? Ele vai ser incompetente novamente. Ento, a regra que a AR por incompetncia absoluta no permite rejulgamento, pois no pode dizer que o tribunal incompetente e pedir para ele rejulgar, pois continuar sendo incompetente, isso a regra. Mas h casos de rescisria de sentena, que pode acontecer de o juzi ser incompetente e o tribunal no ser incompetente e ai cabe o rebulgamento. Ex. AR de juiz de famlia, cabe para o tribunal porque cvel, mas no cabe porque federal. Regra: no cabe pedido de rejulgamento em AR por incompetncia absoluta, salvo se estiver rescindindo deciso que no do tribunal, e o tribunal tiver competncia para a causa (para o rejulgamento).INCISO III S a sentena resultado de um comportamento doloso de uma parte sobre a outra, ex.: produziu uma reveliaSmula 403, TST, II e III inciso III, onde tem dolo, fala-se em qualquer conduta contrria boa-f e no apenas o dolo, ampliou-se esse inciso de forma a abranger qualquer comportamento que contrarie a boa-f (ver editorial 103 no site de Didier). INCISO IV Ex.: CJ1 e CJ2 que ofende a CJ1. Essa CJ2 pode ser objeto de ao rescisria e pode ser desconstituda porque ofendeu a CJ. A dvida que se tem: h o conflito entre CJ, e a segunda CJ pode ser rescindida, mas se a pessoa perdeu o prazo da segunda, o que fazer? Qual das duas ir prevalecer? Se perdeu o prazo para a primeira, prevalece a segunda.No conflito de CJ pode rescindir a segunda, mas se no rescindir a segunda, quem vai prevalecer ela. CJ tem o efeito negativo e positivo. O negativo o de impedir nova deciso a respeito (o sujeito pai). Rescisria por ofensa ao efeito negativo da CJ no permite pedido de rejulgamento, pois ai estaria ofendendo novamente. O efeito positivo impe que se leve em considerao a CJ para outras demandas, ex.: numa ao de alimentos leva em considerao a ao que diz que o sujeito pai. Se se diz que o sujeito no pai nesta sentena de alimentos, h ofensa ao efeito positivo, e ai caber rejulgamento, da pede ao tribunal que rescinda e rejulgue, levando em considerao a CJ.INCISO VI AR por prova falsa. qualquer prova que pode ser falsa (percia, falso testemunho, documentos). qualquer tipo de falsidade (ideolgica ou material). A falsidade pode ser apurada na prpria AR, no precisa de um processo penal para isso. S cabe AR por prova falsa se essa prova falsa for o fundamento da deciso, se a deciso se lastreia em outras provas que no so falsas, no caber AR. O pilar da deciso uma prova falsa, se a deciso tem outros pilares que no so falsos e a mantm de p, no caber AR. INCISO VII Documento novo. o documento que j existia ao tempo da deciso, mas ele no foi utilizado ao tempo da deciso por uma justa razo. novo porque aprece agora e no porque foi feito agora. Esse documento tem que ser o documento que por si s altere a deciso, tem que ter aptido clara e inequvoca que reverta a deciso. Isso a viso tradicional desse inciso.O problema que os tribunais tem dado um outro sentido a noo de documento novo, admitindo um documento forjado agora (no existia ao tempo da deciso) e que no tempo da deciso no existia. Ex.: exame de DNA novo. Essa viso foi admitida no projeto do novo CPC, o qual fala em prova nova. INCISO VIII confisso, desistncia ou transao se houver cauda de nulidade em um desses atos em que se baseia a sentena. O defeito est no ato da aprte que serve de fundamento para sentena. Rescinde-se a sentena no por um defeito dela e sim so ato em que ela se baseou. Onde se l desistencia, leia-se renncia, e adicione-se reconhecimento da procedncia do pedido ao rol. So atos da parte que o juiz toma em considerao na sentena. Art. 485, VIII e art. 486, como compatibiliz-los? Atos judiciais (486) no so atos do juiz e sim das partes, que no dependem de sentena ou que sejam homologatrias. Sero anulados como qualquer outro ato jurdico. No cuida de ato do juiz, o art. 486, este tem por objeto atos das partes. O 486 tem por algo as partes, o 485, tem por base deciso do juiz. Se tem CJ tem que propor AR. Art. 352, CPC confisso. Mas serve por analogia para outras hipteses. INCISO IX deciso fundada em erro de fato. 2. Juiz levado a erro porque ningum controverteu AR por erro de fato.Se algum controverteu no cabe AR por erro de fato.3. Peculiaridades do processo de AR1 Depsito obrigatrio o autor tem que fazer o depsito de 5% sobre o valor da causa. Se o autor da AR for derrotado por unanimidade, esse valor reverte para o ru. Na justia do trabalho o percentual de 20%. O beneficirio da justia gratuita e os entes pblicos esto dispensados desse depsito. A CEF no precisa fazer esse deposito nos casos de FGTS. 2 No suspende a execuo da deciso rescindenda. No porque o sujeito props a decisria que a deciso rescindenda no poder ser executada. Mas possvel pedir isso como tutela antecipada. Pode pedir a suspenso da execuo da deciso rescindenda por TA. 3 Prazo de defesa: um prazo mvel, pode ser de 15 a 30 dias, conforme deciso do relator. Se for ente pblico: 60 a 120 dias (x4). 4 Revelia: a revelia na AR no gera confisso ficta. O ru da rescisria esta defendendo uma coisa julgada, se ele for revel haver uma confisso ficta contra a coisa julgada, o que no faz o menor sentido. O sujeito pode at ser revel, mas no haver confisso ficta.5 Reconveno: se admite reconveno em AR, desde que essa reconveno tambm seja uma outra AR da mesma deciso. Ex.: ru quer rescindir outro capitulo dessa deciso. 6 Interveno do MP: o CPC no diz nada. Tradicionalmente o MP sempre tem que intervir, pois h interesse pblico envolvido. De uns tempo para c h quem diga que no preciso o MP intervir, que ele s deve intervir quando houver necessidade (ex.: incapaz envolvido), esta uma viso mais atual e adequada para concurso de MP. 7 A AR quebra uma CJ, se for procedente. Recentemente tem manifestaes doutrinarias dizendo que em homenagem ao princpio da proteo da confiana pode se cogitar que na deciso que rescindir o tribunal modular os efeitos da deciso e no retroagir obrigatoriamente. No va