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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA RONALDO SANTANA SANTOS Integração entre o Planejamento Estratégico e as Ferramentas de gestão: uma Proposta Visando o Fomento do Estado Competitivo das Pequenas e Médias Empresas CAMPINAS 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

RONALDO SANTANA SANTOS

Integração entre o Planejamento Estratégico e as

Ferramentas de gestão: uma Proposta Visando o Fomento

do Estado Competitivo das Pequenas e Médias Empresas

CAMPINAS

2015

RONALDO SANTANA SANTOS

Integração entre o Planejamento Estratégico e as

Ferramentas de gestão: uma Proposta Visando o Fomento

do Estado Competitivo das Pequenas e Médias Empresas

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO

RONALDO SANTANA SANTOS, ORIENTADA

PELO PROF. DR. OSWALDO LUIZ AGOSTINHO.

........................................................................................

ASSINATURA DO ORIENTADOR

CAMPINAS

2015

Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de

Engenharia Mecânica da Universidade

Estadual de Campinas, para a obtenção do

título de Doutor em Engenharia Mecânica, na

Área de Materiais e Processos de Fabricação.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho não teria sido possível sem a ajuda do Senhor, o Criador dos céus e da

Terra, que me concedeu, além da vida, a determinação e perseverança necessárias para

desenvolver esse ambicioso projeto. Tenho inúmeras razões para agradecer a Deus, dentre

elas:

- por Ione, minha mulher, meu “lar, doce lar”, e por Raíssa, Rebeca e Raquel, nossas filhas, as

“flechas do nosso arco”. Com Ione me alegro tal como Adão, no relato bíblico, quando viu a

Eva pela primeira vez. Juntos, em família (e com o Senhor), sonhamos, lutamos, realizamos

sonhos e prosperamos. Agradeço muito ao Senhor pela presença incessante de pessoas

proeminentes como Geraldo Lopes, e sua esposa Vandete, nossos amigos, fiéis companheiros,

pessoas de conduta exemplar.

- por ter me concedido o privilégio de ser neto de Loureço dos Santos e por ter convivido com

Nelita Viana Santos, minha avó, a parteira que me retirou do ventre de minha mãe na Cidade

de Camaçari-Ba. Também sou grato por meu pai, por meu irmão Roberto, pelas minhas irmãs,

pelos muitos tios e primos.

- por me abençoar com uma mãe que sempre teve bons planos para mim. Lembro-me de

quando, na minha adolescência, ela desejou me dar uma banca de revistas para que eu pudesse

ter uma renda. Em outra oportunidade tentou me persuadir para que eu fosse morar com um

juiz de direito, tio dela, no Estado de São Paulo, na esperança que eu pudesse ter uma boa

referência para me aplicar nos estudos e conseguir um bom trabalho. Não vendi revistas, não

morei com o tio juiz, mas aprouve ao bom Deus me fazer aplicado e bem sucedido nos

estudos e no trabalho, exatamente como nos planos de minha mãe.

- por ter me dado a oportunidade ter o Prof. Oswaldo Luiz Agostinho como meu orientador,

pelos professores que participaram das minhas bancas de qualificação e de defesa da tese,

contribuindo com sugestões valiosas para o enriquecimento desse trabalho. Sou grato por cada

um dos meus professores, colegas de estudo, funcionários da Faculdade de Engenharia

Mecânica da Unicamp e por todos que contribuíram de forma direta e indireta para a

conclusão de minha pesquisa. Sou imensamente grato a Deus pela vida de cada uma dessas

pessoas fantásticas com quem tive o privilégio de conviver! Também sou grato pelo CNPq

que proveu os recursos necessários para o desenvolvimento das atividades desse trabalho.

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de integração entre o planejamento

estratégico (PE) e as ferramentas de gestão (FG), visando o fomento do Estado competitivo

das pequenas e médias empresas (PME). Diante das inúmeras ferramentas de gestão

existentes, estabeleceu-se um critério de seleção de ferramentas que possam contribuir para a

melhora do estado competitivo das organizações. As ferramentas adotadas foram as

ferramentas de impacto de Rigby e algumas ferramentas de Knott. Após integrar as

ferramentas de gestão selecionadas com o modelo de planejamento estratégico de Müller,

mensurou-se o Grau de Contribuição para a Competitividade (GCC) e o Grau de Contribuição

para a Competitividade no Ponto de Aferição (GCCPA), adotando-se uma escala numérica.

Utilizou-se como plataforma o modelo de competitividade de Agostinho para indicação dos

pontos de integração entre o PE e as FG e avaliação de cada GCC e GCCPA. A proposta foi

aferida nas empresas Alfa, Beta e Gama, em que os dados foram coletados através da

aplicação de questionário e formulário. Após análise dos valores encontrados foi possível

identificar vulnerabilidades com impacto na competitividade organizacional. O estudo

concluiu que ter o GCC e o GCCPA elevados não é suficiente para afirmar que uma

organização é competitiva, entretanto, busca por valores maiores pode complementar as

diversas práticas empresariais para se alcançar a competitividade. A análise do GCC e do

GCCPA também auxilia na detecção de vulnerabilidades, que depois de identificadas podem

ser minimizadas ou eliminadas, ajudando os gestores na concretização da estratégia

empresarial. Adicionalmente, observou-se que GCC com valores baixos pode ser um

indicativo de que a ferramenta analisada não é adequada ao modelo de negócio da empresa.

Palavras-chave: Estratégia, Planejamento Estratégico, Ferramentas de Gestão,

Competitividade, PME.

ABSTRACT

This paper aims to present a proposal for integration between strategic planning and

management tools for the development of the competitiveness of small and medium

enterprises (SMEs). Facing the numerous existing management tools, it has set up a tool

selection criteria that can contribute to the improvement of the organization competitiveness.

The management tools adopted were the Rigby impact’ tools and some Knott’ tools. After

integrating the management tools selected with the Müller’s strategic planning model it was

measured to the contribution degree for Competitiveness (GCC) and the Contribution Degree

for Competitiveness at the Measurement Point (GCCPA) with a numerical scale. It was used

Augustinho's competitiveness model to indicate the points of integration between the strategic

planning and management tools to GCC and GCCPA measurement. The proposal was

evaluated in the companies Alfa, Beta and Gama in which data were collected through

questionnaire and application form. After analyzing the values found were identified

vulnerabilities that promotes negative impact on organizational competitiveness. The study

concluded that having higher GCC and GCCPA is not enough to afirm that an organization is

more competitive, however, search for higher values could complement the various business

practices for achieving competitiveness. Analysis of the GCC and GCCPA also helps identify

vulnerabilities that after identified can be minimized or eliminated, helping managers in the

implementation of business strategy. Additionally, it was observed that lower GCC may

indicate that the analyzed tool does not fit the company's business model.

Key Words: Strategy, Strategic Planning, Management Tools, Competitiveness, Small and

Median Enterprises.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 Estrutura do Trabalho..............................................................................................08

Figura 2.1 Estratégias Deliberadas e Emergentes.....................................................................12

Figura 2.2 Estruturando o Balanced Scorecard........................................................................20

Figura 2.3 Matriz SWOT..........................................................................................................26

Figura 2.4 Escopo do SCM.......................................................................................................28

Figura 2.5 As Cinco Forças que afetam a competição na indústria..........................................32

Figura 2.6 Definição da agenda de competências essenciais....................................................37

Figura 2.7 Modelo de Competitividade de Agostinho (MCA).................................................46

Figura 3.1 Representação dos Procedimentos Metodológicos..................................................55

Figura 4.1 Classificação de Ferramentas de Gestão de Rigby..................................................62

Figura 4.2 Uso e Satisfação com as Ferramentas de Gestão.....................................................62

Figura 4.3 Planejamento Estratégico de Müller........................................................................66

Figura 4.4 Modelo de Competitividade de Agostinho (resumido)...........................................67

Figura 4.5 Esboço da Proposta..................................................................................................70

Figura 4.6 Proposta de Integração entre PE e FG para a Competitividade das PME...............71

Figura 4.7 Interação entre PE e FG com o Modelo de Competitividade de Agostinho............73

Figura 5.1 Gênero.....................................................................................................................80

Figura 5.2 Faixa Etária..............................................................................................................81

Figura 5.3 Tempo de Empresa..................................................................................................81

Figura 5.4 Grau de Instrução.....................................................................................................82

Figura 5.5 Posição do Cargo na Empresa.................................................................................82

Figura 5.6 Brainstorming..........................................................................................................83

Figura 5.7 Benchmarking..........................................................................................................84

Figura 5.8 Open Innovation......................................................................................................84

Figura 5.9 Change Management...............................................................................................85

Figura 5.10 Core Competence..................................................................................................85

Figura 5.11 BSC........................................................................................................................86

Figura 5.12 SCM.......................................................................................................................86

Figura 5.13 TQM......................................................................................................................87

Figura 5.14 Segmentação..........................................................................................................87

Figura 5.15 CRM......................................................................................................................88

Figura 5.16 Declaração de Missão e Visão...............................................................................89

Figura 5.17 Análise SWOT.......................................................................................................89

Figura 5.18 Cinco Forças..........................................................................................................90

Figura 5.19 Prática de Realizar o planejamento estratégico.....................................................91

Figura 5.20 Prática de Utilizar as Ferramentas para Operacionalizar as Estratégias................91

Figura 5.21 Vantagens em se Integrar o PE e as FG................................................................92

Figura 5.22 Fatores Impeditivos para Adoção da Proposta do Estudo.....................................93

Figura 5.23 Contribuições da Proposta: Integração entre o PE e as FG...................................94

Figura 5.24 Contribuições da Proposta: Omissão de Ferramentas Fundamentais....................95

Figura 5.25 Escala Tipo Likert.................................................................................................97

Figura 5.26 GCCPA da Empresa Alfa....................................................................................100

Figura 5.27 GCCPA da Empresa Beta....................................................................................103

Figura 5.28 GCCPA da Empresa Gama..................................................................................106

LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 Critérios de Classificação do Porte das Empresas no Brasil..................................39

Quadro 2.2 Produtividade Relativa das Empresas, Segundo o Porte........................................48

Quadro 2.3 Quadro Resumo......................................................................................................50

Quadro 3.1 Pesquisa Quanto ao Objetivo.................................................................................53

Quadro 3.2 Pesquisa Quanto a Classificação............................................................................54

Quadro 4.1 Classificação de Ferramentas de Knott versus Rigby............................................65

Quadro 4.2 Ferramentas Agrupadas para Fomentar a CE.........................................................68

Quadro 4.3 Ferramentas Agrupadas para Fomentar a CI..........................................................69

Quadro 4.4 Interação ente o PE e as FG...................................................................................72

Quadro 5.1 Resumo das Empresas Pesquisadas.......................................................................77

Quadro 5.2 Porte das Empresas: Número de Empregados versus Receita...............................78

Quadro 5.3 Empresas Segundo Classificação da SBA.............................................................79

Quadro 5.4 GCC e GCCPA......................................................................................................97

Quadro 5.5 Resumo dos Resultados da Empresa Alfa..............................................................99

Quadro 5.6 Resumo dos Resultados da Empresa Beta...........................................................102

Quadro 5.7 Resumo dos Resultados da Empresa Gama.........................................................105

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1

1.1 Tema do Trabalho ............................................................................................................................ 3

1.1.1 Delimitações do Tema ................................................................................................................... 4

1.1.2 Justificativa da Escolha do Tema e Originalidade ..................................................................... 4

1.2 Objetivos do Trabalho ..................................................................................................................... 6

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................... 6

1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................................................... 6

1.3 Estrutura do Trabalho ..................................................................................................................... 7

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................ 10

2.1 A Estratégia e Sua Importância para as Organizações .............................................................. 10

2.1.2 Concepção de Estratégias ........................................................................................................... 11

2.1.2.1 O Ambiente Organizacional e as Mudanças .......................................................................... 13

2.1.2.2 A Intenção Estratégica e o Planejamento Estratégico .......................................................... 15

2.1.3 Conexões entre Estratégia, Eficiência operacional e as Ferramentas de Gestão ................... 17

2.2 As Ferramentas de Gestão e a Operacionalização da Estratégia ............................................... 19

2.3 Ferramentas Adotadas no Estudo ................................................................................................ 20

2.3.1 Balanced Scorecard ...................................................................................................................... 20

2.3.2 Declaração de Missão, Visão e Valores: Os Norteadores Estratégicos ................................... 21

2.3.3 Total Quality Management .......................................................................................................... 22

2.3.4 Segmentação de Clientes ............................................................................................................. 24

2.3.5 Análise SWOT ............................................................................................................................. 25

2.3.6 Brainstorming ............................................................................................................................... 26

2.3.7 Supply Chain Management (SCM) ........................................................................................... 27

2.3.8 Benchmarking .............................................................................................................................. 29

2.3.9 Open Innovation ........................................................................................................................... 30

2.3.10 As Cinco Forças de Porter ........................................................................................................ 32

2.3.11 Customer Relationship Management ...................................................................................... 33

2.3.12 Change Management ................................................................................................................. 35

2.3.13 Competências Essenciais (Core Competence) .......................................................................... 36

2.4 As Pequenas e Médias Empresas .................................................................................................. 38

2.4.1 Definições e Critérios de Classificação para as Pequenas e Médias Empresas ..................... 38

2.4.2 Importância da Qualificação da Força de Trabalho nas PME ............................................... 41

2.4.3 A Competitividade e as PME ..................................................................................................... 44

2.4.3.1 As PME no contexto da Competitividade e Inovação ........................................................... 47

2.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................... 50

3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................................. 51

3.1 Introdução ....................................................................................................................................... 51

3.2 Procedimentos Metodológicos: Etapas da Pesquisa .................................................................... 54

3.2.1 Etapa 1 - Revisão da literatura .................................................................................................. 56

3.2.2 Etapa 2 - Elaboração da proposta ............................................................................................. 56

3.2.3 Etapa 3 - Seleção das Empresas ................................................................................................. 56

3.2.4 Etapa 4 - Coleta de Dados das Empresas Alfa, Beta e Gama .................................................. 56

3.2.5 Etapa 5 - Exploração dos Dados ................................................................................................ 58

3.2.6 Etapa 6 - Análise dos Dados ....................................................................................................... 58

3.2.7 Etapa 7 - Conclusões ................................................................................................................... 58

4 PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO ENTRE O PE E AS FG PARA O FOMENTO DO ESTADO

COMPETITIVO DAS PME ................................................................................................................ 59

4.1 Premissas da Proposta ................................................................................................................... 60

4.2 Descrição dos Pilares de Sustentação da Proposta ...................................................................... 61

4.2.1 Ferramentas de Gestão e Ferramentas Estratégicas ................................................................ 61

4.2.1.1 Ferramentas de Gestão de Rigby ............................................................................................ 61

4.2.1.2 Ferramentas Estratégicas de Knott (2006) ............................................................................ 63

4.2.1.3 Considerações Sobre as Ferramentas de Gestão Optativas ................................................. 64

4.2.1.4 Ferramentas Utilizadas na Proposta ...................................................................................... 65

4.2.2 Modelo do Planejamento Estratégico de Müller (2003) ........................................................... 66

4.2.3 Alocação das Ferramentas de Gestão no Modelo de Competitividade de Agostinho ........... 67

4.2.3.1 Ferramentas agrupadas para fomentar a competitividade externa .................................... 67

4.2.3.2 Ferramentas agrupadas para fomentar a competitividade interna ..................................... 68

4.3 Esboço da Proposta ........................................................................................................................ 69

4.4 Apresentação da Proposta ............................................................................................................. 70

4.4.1 Interações entre o Planejamento Estratégico e as Ferramentas de Gestão............................ 72

4.4.2 Integração entre o PE e as FG no MCA e os Pontos de Aferição ........................................... 72

4.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................... 74

5 APLICAÇÃO DA PROPOSTA ....................................................................................................... 75

5.1 Caracterizações das Empresas ...................................................................................................... 75

5.1.1 Empresa Alfa ............................................................................................................................... 75

5.1.2 Empresa Beta ............................................................................................................................... 76

5.1.3 Empresa Gama ............................................................................................................................ 77

5.2 Aplicação do Questionário / Formulário ...................................................................................... 79

5.3 Perfil dos Respondentes ................................................................................................................. 79

5.4 Questões verificadoras da aderência à proposta ......................................................................... 82

5.4.1 Ferramenta para o atributo “pessoas” ...................................................................................... 83

5.4.2 Ferramenta que acompanha os estímulos de mercado ............................................................ 83

5.4.3 Ferramenta que acompanha os estímulos da ciência e tecnologia .......................................... 84

5.4.4 Ferramentas que acompanham os atributos “organizacionais" ............................................. 84

5.4.5 Ferramentas que acompanham os atributos “mercadológicos" ............................................. 87

5.4.6 Ferramentas fundamentais para o planejamento estratégico ................................................. 88

5.4.6.1 Ferramentas que acompanham a identidade organizacional ............................................... 88

5.4.6.2 Ferramentas que acompanham a análise do ambiente ......................................................... 89

5.5 Questões verificadoras das condições de contorno ...................................................................... 90

5.5.1 Prática das empresas em realizar o planejamento estratégico ................................................ 90

5.5.2 Prática das empresas em utilizar as FG para operacionalizar seus PE ................................. 91

5.5.3 Vantagens em se integrar as FG e o PE..................................................................................... 92

5.5.4 Fatores impeditivos para adoção da proposta de integração entre FG e PE ......................... 92

5.6 Questões verificadoras das contribuições da proposta. .............................................................. 93

5.6.1 Investigação das contribuições das ferramentas ...................................................................... 93

5.6.2 Investigação de omissão de ferramenta relevante .................................................................... 94

5.7 Análise do GCC e GCCPA ............................................................................................................ 96

5.7.1 GCC e GCCPA da Empresa Alfa .............................................................................................. 98

5.7.2 GCC e GCCPA da Empresa Beta ............................................................................................ 101

5.7.3 GCC e GCCPA da Empresa Gama ......................................................................................... 104

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 108

1

1 INTRODUÇÃO

As empresas buscam alcançar competitividade no intuito de sustentação e sobrevivência

de seus negócios no longo prazo. Segundo Müller (2003), as empresas buscam a

competitividade para atender simultaneamente os requisitos de mercado/clientes (fatores

competitivos) e os requisitos internos da empresa, traduzidos nos objetivos estratégicos. Para

Agostinho (2012) a competitividade empresarial pode ser entendida como a capacidade de

rever continuamente suas estratégias de concorrência, obtendo posição favorável nos

mercados onde atua. Assim, as estratégias de negócio são formuladas para determinar a

melhor forma de fornecer a posição competitiva para as empresas, através do aumento

contínuo da sua competitividade.

Muitas das grandes empresas desenvolveram-se e tornaram-se competitivas aderindo à

formulação de estratégias, ajustadas dentro de um planejamento estratégico estruturado, e

aplicando diversas ferramentas, técnicas e/ou metodologias de gestão que contribuem para

que alcancem seus objetivos. Por outro lado, as pequenas e médias empresas - PME,

especialmente as menores, encerram suas atividades precocemente, ou operam com grandes

dificuldades, por não conseguirem prevalecer em um mercado altamente competitivo

(BARATA, 2011; COPELLL, 2013).

Para Sterpu (2011) os principais fatores que influenciam a competitividade das

pequenas e médias empresas são: a) a capacidade de investir; b) a capacidade de criar e trazer

novos produtos ao mercado, lembrando que durante a aceitação do novo produto da

investigação não se limita ao único produto ou marca do produto, mas a melhoria de processo

de renovação de produto; c) capacidade de competir tanto no mercado interno bem como os

mercados internacionais. Uma das principais fontes de competitividade das pequenas e

médias empresas é sua perseguição para a excelência empresarial por ser o mais poderoso

meios de obtenção de vantagem competitiva. (VUJOVIC et al., 2013).

Obtemos informações geralmente negativas, seja da imprensa, da comunidade

acadêmica, dos órgãos do Governo e entidades empresariais, quanto à capacidade de

competição das PME brasileiras, especialmente nas pequenas empresas. As informações

predominantes afirmam que esse grupo de empresas não alcança o estado competitivo por não

2

ter uma estratégia definida, pela ausência de um planejamento estratégico, por não ter um

plano de negócio, por adotar ferramentas de gestão inadequadas para sua realidade e que não

agregam valor ao seu negócio (SEBRAE 2005, 2013; COPELLL, 2013).

Segundo Porter (1996), a procura de produtividade, qualidade e velocidade tem

provocado o aparecimento de inúmeras ferramentas de gestão como qualidade total,

benchmarking, terceirização, alianças estratégicas, reengenharia e gestão da mudança. Apesar

de a sua aplicação trazer melhorias operacionais significativas, na maioria dos casos, muitas

empresas mostram-se incapazes de tornar estes ganhos com as ferramentas em vantagens

sustentáveis. Assim, com o passar do tempo, as ferramentas ou técnicas de gestão tem

crescido ao ponto de tomar o lugar da estratégia, levando as empresas para a imitação dos

concorrentes e a homogeneidade (todos fazem a mesma coisa). Gradualmente, os gestores têm

deixado que a eficiência operacional, através dos benefícios das ferramentas de gestão,

superar a estratégia. O resultado é um jogo de soma nula onde ninguém ganha e todos

perdem, pois as empresas que competem no mesmo setor de atuação passam a trabalhar com

preços estáveis ou decrescentes e com pressões sobre os custos cada vez maiores, o que

compromete a capacidade para investir no negócio em longo prazo. Logo, o uso das

ferramentas de gestão, sem estratégias que as suportam, é ineficaz no longo prazo (PORTER,

1980; 1990; 1998).

Apesar do reconhecimento da importância da estratégia, desdobradas em um

planejamento estratégico, ela não é suficiente para assegurar a competitividade de uma

empresa. Kaplan e Norton (2001) em seus estudos citam dados de que apenas 10% das

estratégias formuladas são implantadas com êxito, chegando à conclusão de que a capacidade

de executar a estratégia é o verdadeiro problema e não a estratégia em si. Almeida (2010)

justifica a importância de um bom planejamento estratégico afirmando que a maioria dos

problemas apresentados nas pequenas empresas é de natureza estratégica, enquanto apenas

uma minoria ocorre por insuficiência de recursos, salientando ainda que a grande questão para

a sobrevivência e a competitividade dessas empresas no mercado está intrinsecamente ligada

à estratégia.

A proposta para fomento da competitividade empresarial, através da integração entre

estratégia e ferramentas de gestão, nasceu da constatação de que as PME precisam de

estratégias que sejam convertidas em objetivos organizacionais, através de um planejamento

3

estratégico estruturado, e de ferramentas de gestão que contribuam para que alcancem não

apenas as suas metas, mas sim, o estado de competitividade desejado. As ferramentas de

gestão, quando corretamente selecionadas e aplicadas, podem ser úteis para a

operacionalização da estratégia, pondo em ação os planos que podem levar a organização a

atingir os seus objetivos.

1.1 Tema do Trabalho

A motivação pessoal para o desenvolvimento desse trabalho nasceu do desejo de

contribuir para que as PME possam ser competitivas nos setores em que atuam, ainda que

tenham limitações de recursos. A motivação converteu-se em estímulo para buscar a

compreensão da integração entre o planejamento estratégico e as ferramentas de gestão

visando o fomento da competitividade e assim compartilhar e difundir tal conhecimento para

que as PME possam ser competitivas.

As organizações ofertam bens e serviços, podendo distinguir-se uma das outras de

formas diversas. Quanto ao tamanho podem ser de grande, médio e pequeno porte, e não se

pode esquecer ainda das microempresas. Em geral, as grandes empresas conseguem dominar

os diferentes mercados, conseguindo prevalecer nos setores em que atuam. Em geral, as

empresas menores apresentam dificuldades para apresentar produtividade elevadas, tendo

poucas chances de competir com as empresas maiores. Segundo o CEPAL (2013), a grande

empresa tem uma produtividade 1,7 vezes maior que a da microempresa, 1,4 vezes maior que

a da pequena empresa e 1,2 vezes maior que a da média empresa.

Em geral, as PME apresentam maiores dificuldades em atender plenamente as

expectativas e necessidades dos clientes e de acessar as tecnologias e informações estratégicas

necessárias ao negócio. No âmbito geral, as PME geram inovações em produtos e/ou

processos somente quando surgem reais oportunidades de negócio ou quando são

pressionadas por seus clientes, por fornecedores importantes ou até mesmo palas ações de

seus concorrentes (OECD, 2006).

Com base na realidade enfrentada pelo grupo das PME brasileiras, caberiam algumas

perguntas:

4

- Como proporcionar para as PME uma proposta estruturada de seleção de ferramentas de

gestão que possam ser integradas a um planejamento estratégico que simplifique suas

estratégias e que possibilite atingir competitividade em um mercado cada vez mais

globalizado e competitivo?

- Como auxiliar as PME a mensurar o grau de contribuição para a competitividade da

integração entre o seu planejamento estratégico e as ferramentas de gestão utilizadas?

1.1.1 Delimitações do Tema

Diversas pesquisas têm sido realizadas sobre temas como estratégia, ferramentas,

técnicas e práticas de gestão, sobre as PME, assim como abordagens diversas a respeito da

competitividade empresarial. Propõe-se neste trabalho a integração entre a estratégia e as

ferramentas de gestão com o objetivo de fomentar a competitividade nas PME. O tema

específico de interesse é a seleção de ferramentas de gestão que irão contribuir para a

execução da estratégia e a integração entre as múltiplas ferramentas adotadas e o

planejamento estratégico, de modo a fomentar condições de competitividade.

Não faz parte do escopo deste trabalho fazer um tratado detalhado sobre as ferramentas

de gestão adotadas neste estudo, pois se perderia o foco do trabalho (integração entre

múltiplas ferramentas de gestão e o planejamento estratégico) caso fossem tratadas

pormenorizadamente. Também não é pretensão desse estudo discorrer sobre o planejamento

estratégico das empresas participantes desse estudo. Apesar de reconhecer a importância da

inovação e das políticas de Governos para a competitividade empresarial, analisar tais fatores

não faz parte do escopo do estudo.

1.1.2 Justificativa da Escolha do Tema e Originalidade

Algo comum em muitas pequenas e médias empresas (especialmente as menores) é a

forte limitação conceitual, que dificulta muitas decisões estratégicas baseadas em análise

crítica. Muitas destas empresas cedem à tentação de aderir aos modismos, adotando modelos

de gestão e ferramentas gerenciais sem a identificação com os respectivos modelos teóricos

que lhes dão suporte (SEBRAE, 2013). A falta de uma estratégia definida, do desdobramento

5

desta em um planejamento estratégico estruturado, a dificuldade de selecionar as ferramentas

de gestão apropriadas ao negócio da empresa, o uso de ferramentas inadequadas para os

objetivos empresariais que se pretendem alcançar e a falta de compreensão do que pode (ou

não) fomentar seu estado de competitividade, são algumas das causas do insucesso das

pequenas e médias empresas na busca pela competitividade.

Integração tem origem no vocábulo integrare, originado do latim, que significa ato ou

efeito de integrar ou tornar inteiro. Integração é também sinônimo de inclusão, incorporação,

assimilação e reunião. Entretanto, a integração entre as ferramentas de gestão e o

planejamento estratégico não é um processo simples. Pode ser ainda mais complexa nas

pequenas empresas devido às limitações de pessoal e de uma estrutura organizacional

estabelecida, ao desconhecimento de ferramentas ou seleção errônea das mesmas, as

dificuldades de identificar (dentre as muitas disponíveis) quais ferramentas deverão ser

tratadas como prioritárias para a organização alcançar o estado de competitividade desejado

(DAYCHOUM, 2010; RIGBY, 2013). Por não ser caracterizada e tratada nem como pequena

nem como uma grande empresa, tal integração nas médias empresas torna o tema ainda mais

desafiante.

Muitos estudos acadêmicos que tratam sobre as ferramentas de gestão são realizados

com um grupo pequeno de ferramentas ou, na maioria das vezes, com apenas uma única

ferramenta em uma área específica da empresa (PEPPARD, 2000; KEGAN, O´KELLY,

2006; JUSTA, 2008; GODOY, 2001; GAIO, 2012). Assim, pesquisam-se resultados

promovidos pelo uso de ferramentas específicas aplicadas para a produção, para a área de

recursos humanos, marketing, finanças empresariais, operações, entre outras áreas da

empresa. A originalidade do tema está no estudo da integração entre o planejamento

estratégico e múltiplas ferramentas de gestão, com foco na competitividade empresarial,

aplicadas para as pequenas e médias empresas. Como a maioria das empresas de um país são

constituídas por PME (e por micro empresas), esse trabalho poderá contribuir com

conhecimento que possa ser aplicado na melhoria do estado competitivo das pequenas e

médias empresas e, consequentemente, para o progresso do estado competitivo de nossa

nação.

6

1.2 Objetivos do Trabalho

Quanto aos seus objetivos, esse trabalho pode ser subdividido em objetivo geral e

objetivos específicos. O objetivo geral descreve de modo claro e sucinto uma meta a ser

atingida, buscando contribuir com uma proposta para a solução de um problema crítico, ou até

mesmo explorar uma oportunidade de melhoria. Os objetivos específicos são, em geral,

desdobramentos ou detalhamentos do objetivo principal.

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é desenvolver e aferir uma proposta de integração entre

planejamento estratégico e ferramentas de gestão, avaliando a contribuição desta integração

no modelo de competitividade de Agostinho (2010), buscando o fomento da competitividade

das PME.

1.2.2 Objetivos Específicos

Com este trabalho, pretende-se adicionalmente:

- Estabelecer um critério de seleção de ferramentas de gestão que contribuam para fomentar o

estado competitivo das PME;

- Avaliar o grau de contribuição para a competitividade de cada ferramenta, adotando uma

escala numérica para análise qualitativa de dados intangíveis, e analisar o estado competitivo

global da empresa a partir da análise das interações entre o PE e as FG;

- Avaliar o grau de contribuição para a competitividade no ponto de aferição para cada

ferramenta ou grupo de ferramentas que atuam em cada um dos atributos organizacionais do

modelo de competitividade de Agostinho (2010);

- Avaliar a contribuição e a aderência da proposta em três empresas e diagnosticar

vulnerabilidades que possam afetar negativamente a competitividade de cada uma delas.

7

1.3 Estrutura do Trabalho

O trabalho está estruturado em seis capítulos:

No primeiro capítulo é exposto um relato introdutório do trabalho, o tema é

apresentado, as delimitações do tema são abordadas, são definidos os objetivos geral e

específico, apresenta-se a justificativa da escolha do tema e a sua originalidade, comenta-se a

estrutura do trabalho e expõem-se as delimitações do mesmo.

No segundo capítulo são apresentados, na revisão da literatura, tópicos de estratégia,

intenção estratégica e do planejamento estratégico. Apresentam-se as ferramentas de gestão

abordadas no estudo, tópicos sobre competitividade no contexto das pequenas e médias

empresas e ainda as dificuldades de classificação das PME.

No terceiro capítulo faz-se um panorama sobre pesquisa e método científico além de

apresentar cada uma das sete etapas utilizadas nos procedimentos metodológicos utilizados

para a realização da pesquisa.

No quarto capítulo é formulada a proposta para a integração entre o planejamento

estratégico e as múltiplas ferramentas de gestão, visando o fomento da competitividade das

PME.

No quinto capítulo faz-se a aferição da proposta nas empresas Alfa, Beta e Gama,

discutindo a aderência da proposta às especificidades de cada uma das organizações, as

contribuições da proposta, as condições de contorno e a viabilidade de uma possível adoção

da proposta.

Finalmente, no sexto capítulo, são expostas as conclusões obtidas e as contribuições do

trabalho, e são apresentadas algumas recomendações para trabalhos futuros.

A estrutura do trabalho, com um sumário de cada um dos seis capítulos, pode ser

observada na Figura 1.1.

8

Figura 1.1: Estrutura do Trabalho

Fonte: o autor

Após o desenvolvimento dos capítulos são apresentadas as referências utilizadas no

trabalho e os apêndices.

1.4 Delimitações do Trabalho

Esse trabalho não pretende discorrer sobre as diversas ferramentas de gestão existentes.

Somente as ferramentas adotadas na proposta são apresentadas no referencial teórico. Essa

Capítulo 1

Capítulo 2

Descreve a parte introdutória, o tema com suas

delimitações e justificativas, os objetivos (geral e

específico) do trabalho e a estrutura da tese e suas

delimitações.

Aborda a revisão da literatura, destacando temas como

a estratégia, as ferramentas de gestão e as pequenas e

médias empresas dentro do contexto da

competitividade.

Capítulo 3

Apresenta a proposta de integração entre estratégia,

ferramentas de gestão visando o estado competitivo

das pequenas e médias empresas.

Afere-se a proposta em quatro organizações, analisa os

dados obtidos, convertendo-os em informações

relevantes.

Apresenta as principais conclusões do estudo e as

sugestões de trabalhos futuros.

Capítulo 6

Capítulo 4

Capítulo 5

Apresenta todas as etapas dos procedimentos

metodológicos utilizados para a realização da

pesquisa.

9

abordagem não será detalhada, buscará fazer um breve panorama. Dar-se-á ênfase para os

critérios de sua seleção das ferramentas e da contribuição destas para a competitividade em

cada empresa estudada. Este estudo não busca explorar minuciosamente a arquitetura da

estratégia e do planejamento estratégico. Buscou-se, através da análise da integração entre o

planejamento estratégico e as ferramentas de gestão, potencializar o estado competitivo das

PME.

10

2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção apresenta-se o referencial teórico a respeito de temas como estratégia,

ferramentas de gestão, pequenas e médias empresas e competitividade.

2.1 A Estratégia e Sua Importância para as Organizações

A palavra “estratégia” tem sido utilizada desde a antiguidade, principalmente nos

estudos militares. O conceito de estratégia na área de negócios é relativamente recente

(STEEN, 2012). Para Desreumaux (1993) o vocábulo "estratégia" é de origem grega,

relaciona-se ao verbo "stratego", que significa planejar a destruição dos inimigos pelo uso

eficaz dos recursos. Os gregos a utilizavam para descrever a arte de um general

(MINTZBERG, 1998; DI SERIO, VASCONCELLO, 2009; STEEN,2012) .

Steen (2012) afirma que o significado da palavra estratégia e as definições apresentadas

relacionam-se a algum tipo de plano e ou como referência para comportamentos futuros.

Certo e Peter (2010) consideram que a estratégia é uma ação desempenhada e formulada pela

alta administração e que é projetada para alcançar os objetivos globais da empresa, levando-se

em consideração as variáveis ambientais, visando um processo contínuo interativo para

manter a organização como um conjunto integrado a seu ambiente. Pode-se utilizá-la tanto

para explicar ações passadas como para descrever um comportamento desejado. Na ótica de

Drucker (1990, p. 45), “as estratégias não são algo que você espera, elas são algo pelo que

você trabalha”.

Mintzberg e Quinn (2000) classificaram a estratégia em dez escolas, cada uma delas

com ênfase própria em seu processo de formulação, assim identificadas:

- Escola do Design – formulação da estratégia como processo de concepção;

- Escola do Planejamento – formulação da estratégia como processo formal;

- Escola do Posicionamento – formulação estratégica como processo analítico;

- Escola Empreendedora – formulação da estratégia como processo visionário;

- Escola Cognitiva – formulação da estratégia como um processo mental;

- Escola do Aprendizado – formulação estratégica como processo emergente;

11

- Escola do Poder – formulação da estratégia como processo de negociação;

- Escola Cultural – formulação da estratégia como processo coletivo;

- Escola Ambiental – formulação da estratégia como um processo reativo;

- Escola de Configuração – formulação da estratégia como processo de transformação.

Segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010), todas as formulações da estratégia são

particularmente aceitos e consideravelmente importantes, pois cada qual foi concebido dentro

de um enfoque específico em sua escola de pensamento. Assim, a estratégia pode ser vista

como um plano (na escola de planejamento), uma perspectiva de ação (na escola

empreendedora), uma posição (na escola de posicionamento), um padrão de consistência (na

escola de aprendizado), um truque ou “manobra” (na escola de poder). Maia (2010) alega que

há certo exagero em buscar delinear precisamente dez escolas de pensamento sobre a

formulação de estratégias, pois várias destas escolas possuem sobreposições umas com as

outras.

Para Porter (1990) estratégia também é escolha. É escolher como a empresa se diferenciará

das rivais. É optar por exercer atividades de modo diferente ou exercer atividades diferentes das

dos rivais. É a arte de fazer escolhas, ainda que difíceis. É escolher um conjunto de atividades

para fornecer uma combinação única de valor (PORTER, 1996).

2.1.2 Concepção de Estratégias

O senso comum compreende o estrategista como um planejador ou como um visionário,

mas o estrategista é como membro de uma coletividade formada de muitos atores cujas

interações expressam a mente de uma organização. Este estrategista tanto descobre estratégias

como as cria, frequentemente em padrões que se formam inadvertidamente em seu próprio

comportamento (MINTZBERG, 1998; STEEN, 2012).

As mentalidades estratégica e criativa se concentram no futuro. Pressupõem a

habilidade de perceber tendências de mudança e criar novas ideias. Não têm vínculo

sentimental com mercados, produtos, clientes. São empreendedores tolerantes ao fracasso. O

estratégico identifica os fatores críticos para o sucesso; o criativo inventa novos fatores

(ANSOFF; MCDONNELL, 1993). Mintzberg (1998) afirma que os processos de formulação

12

e implantação de estratégias transformam-se em um processo contínuo de aprendizagem

através do qual surgem estratégias criativas. Segundo o autor, estrategistas inteligentes

reconhecem que nem sempre conseguem ser capazes de antecipar tudo que está por vir.

Uma estratégia realizada pode emergir como resposta a uma situação em evolução ou

pode ser introduzida deliberadamente através de um processo de formulação seguido de sua

execução. Mas, quando essas intenções planejadas não produzem as ações desejadas, as

organizações passam a conviver com estratégias não realizadas (MINTZBERG, 1998;

STEEN, 2012). Para Mintzberg e Quinn (2000) não há estratégias puramente deliberadas ou

puramente emergentes. Assim, estratégias deliberadas e emergentes formam os pontos

extremos de uma série contínua ao longo da qual se encontram as estratégias que são

esculpidas no mundo real. Algumas delas podem se aproximar desses extremos, mas muitas

se encontram em pontos intermediários (Figura 2.1). Não há nenhuma forma ideal de se

formular uma estratégia.

Figura 2.1 Estratégias Deliberadas e Emergentes

Fonte: Mintzberg e Quinn (2000, p.19)

Para Porter (1996) a estratégia trata de integrar o conjunto de atividades de uma

empresa. O sucesso da estratégia depende de se conseguir fazer muitas coisas bem e em saber

integrá-las. Se não houver adaptação entre as atividades, não há estratégia distintiva nem

sustentabilidade. É mais difícil aos rivais igualarem um conjunto de atividades interligadas do

13

que imitar uma estratégia particular, um processo tecnológico, ou um conjunto de

características de um produto.

Para Almeida (2010), as pequenas empresas são eficientes no dia a dia, mas ineficazes

nas decisões estratégicas. Assim, é importante ter um bom planejamento estratégico, já que a

maioria dos problemas apresentados é de natureza estratégica, e não por falta de recursos. A

sobrevivência e a competitividade dessas empresas estão ligadas intrinsicamente à estratégia.

2.1.2.1 O Ambiente Organizacional e as Mudanças

O estudo de estratégia também focaliza mudanças, uma vez que ambientes sofrem

mudanças e oportunidades surgem e desaparecem a todo o momento. A complexidade

ambiental é um fator que não permite que as estratégias sejam apenas desenvolvidas como

planos ou visões previamente definidos. Dessa forma, “a estratégia deve emergir na medida

em que a organização se adapta ou aprende” (MINTZBERG, AHLSTRAND & LAMPEL,

2010).

De acordo com Cavalcante e Gomes (2013) compreender e analisar o ambiente em que

se está inserido constitui uma das principais armas de diferenciação entre as organizações.

Buscar a interligação entre fatores diversos dentro e fora do âmbito empresarial tem sido a

principal preocupação daqueles que almejam a competitividade. O ambiente que se relaciona

com as empresas pode ser subdividido em ambiente externo e ambiente interno. O ambiente

externo é composto por variáveis de influência externa que possuem potencial para afetar as

decisões estratégicas das empresas. O ambiente externo divide-se em: ambiente econômico,

político-legal, sociocultural, tecnológico e natural. Já o ambiente interno corresponde a

sistemas próximos à empresa, os quais interagem com ela com maior frequência e detêm

maior importância nos negócios, abrangendo os fornecedores, clientes, concorrentes e os

órgãos governamentais ou reguladores. Logo, a interação sociopolítica com o ambiente

adquire importância vital para a empresa (ANSOFF, 1983, ANSOFF; MCDONNELL, 1993).

O ambiente organizacional encontra-se em processo de constante transformação. Essas

alterações ambientais contínuas exercem pressão sobre as organizações provocando reações

das empresas e, em muitos casos, as organizações podem promover mudanças (que dependem

14

de escolhas estratégicas) no ambiente. As organizações, quando vistas como sistemas abertos,

devem a sua sobrevivência a um relacionamento apropriado, interativo e interdependente com

o seu ambiente (MORGAN, 2010). As atividades de uma organização são definidas de acordo

com a sua percepção do contexto no qual está inserida, já que as estruturas e comportamentos

servem como respostas adaptativas às mudanças ambientais (KOMKE, 2013).

O encurtamento do ciclo de vida do produto e dificuldades de uma previsão que

caracterizam alguns setores onde atuam muitas empresas também pode ser um fator que

contribui para as grandes variações no ambiente interno e externo, configurando em uma

grande volatilidade ambiental (WU, 2010). Embora muito tenha sido escrito sobre elaboração

de estratégias em condições voláteis e sobre a necessidade de analisar o ambiente em busca de

um ajuste adequado entre os elementos externos e internos, pouca pesquisa foi dedicada a

investigar profundamente o que muda na estratégia de uma empresa quando uma

descontinuidade ocorre (AMEDZRO, 2011; GHEZZI, 2013).

Depois dos trabalhos de Michael Porter sobre a análise do ambiente externo, das

características estruturais das indústrias (setores), e das técnicas para a avaliação interna da

empresa, através da análise da cadeia de valor (“Estratégia Competitiva” e “Vantagem

Competitiva”), nos anos 80, que a estratégia como função administrativa se consolidou,

abrindo caminho para sua admissão como linha de estudo e pesquisa no meio acadêmico

(MÜLLER et al., 2003). Para Porter (1996) o objetivo da estratégia competitiva da firma é

encontrar uma posição dentro do setor industrial na qual estas forças a beneficiem ou, ao

menos, causem menor dano. O autor menciona que uma vez diagnosticada a estrutura da

indústria, a firma já está em condições de definir sua estratégia competitiva, assumindo uma

posição defensável contra as cinco forças. Assim sendo, os objetivos deveriam ser: definir seu

posicionamento de forma a explorar as oportunidades ou mitigar os riscos colocados pelas

forças competitivas; buscar uma forma de influenciar estas forças de modo a tornar o

posicionamento cada vez mais favorável à empresa; e tentar antecipar alterações nestas forças,

de forma a alcançar um novo posicionamento competitivo rentável antes que os competidores.

De acordo com Smith, Round e Trindade (2007), a proposição de Porter acerca das cinco

forças do setor industrial não contempla outros fatores relevantes como a existência de

produtos complementares (e não somente substitutos). Di Serio e Vasconcellos (2009)

complementam que Porter desconsidera as forças político-legais, sociais, tecnológicas e

econômicas (macro ambiente).

15

Para Duclós e Santana (2009) a estratégia não pode ser considerada estática, já que o

cenário se modifica constantemente, fazendo com que muitas escolhas percam o sentido ao

longo do tempo, ou seja, o que deu certo em determinadas circunstâncias, pode falhar em

contextos diferentes. Em função desta dinâmica é que a formulação de estratégias torna-se um

processo contínuo de aprendizagem organizacional no qual convivem erros e acertos. A

mudança pode ser difícil devido ao conforto aparente quando a organização atinge seus

objetivos. Kegan e O´Kelly (2006) acrescentam que quando uma organização começa a

introduzir mudanças, elas são muitas vezes executadas com resistência pelas pessoas. Para

uma empresa garantir sua sobrevivência no futuro precisa mudar constantemente. Não basta

apenas enxergar o que está acontecendo no mundo exterior, é preciso buscar ferramentas que

permitam atuar nesse ambiente (CAVALCANTE E GOMES, 2013).

2.1.2.2 A Intenção Estratégica e o Planejamento Estratégico

Johnson et al. (2007) destacam que a estratégia é algo que as pessoas das organizações

fazem. Desta forma, os acadêmicos tendem a se concentrar em questões situadas em nível

organizacional, como o ensino de ferramentas para a estratégia, de processos pelo qual a

mesma é construída, mas pouco conselho pode ser dado quando se faz necessária a

compreensão das micro atividades que proverão suporte a estas questões de nível

organizacional. Para Maia (2010) é necessário compreender como os profissionais da

estratégia são “produzidos” por meio de sua formação acadêmica e das carreiras que

desenvolveram ao longo do tempo. Com esse entendimento, seria possível compreender quais

são as principais habilidades que os estrategistas necessitam ter, bem como as formas pelas

quais eles as adquirem.

Transformar a intenção estratégica em realidade exige que todos os funcionários saibam

exatamente de que forma sua contribuição é essencial para concretização da intenção

estratégica. O sonho que energiza uma empresa normalmente é algo mais sofisticado e mais

positivo que um simples desejo. “Intenção estratégica” é o termo utilizado por Hamel e

Prahalad (1997) para transformar esse sonho em realidade. Porém, o alinhamento dos

colaboradores com a estratégia não é um estado permanente, já que todos os negócios são

afetados por constantes mudanças. O real alinhamento se estabelece quando um conjunto de

competências e habilidades permite ao gestor vincular o comportamento dos colaboradores à

16

missão da empresa, transformando intenções em ações (GAIO, 2012). A intenção estratégica

transmite uma noção de direção, uma noção de descoberta e uma noção de destino. A intenção

estratégica deve ser o objetivo que comanda o respeito e o compromisso de cada funcionário

(HAMEL e PRAHALAD, 1997).

O planejamento estratégico é uma sequencia de atividades a serem executadas com vista

a atingir os objetivos organizacionais em um específico período de tempo. Os planos

estratégicos são normalmente criados por um período de três anos, embora possa variar de 1 a

10 anos. No entanto, se o ambiente de negócios muda tão rapidamente o plano estratégico

precisa ser realinhado para se adaptar às mudanças no meio ambiente (HASHIM et al., 2010).

Para Pereira (2010) o planejamento estratégico é um processo que consiste em formular e

formar estratégias e ações estratégicas com o intuito de aumentar a competitividade e seu grau

de resolutividade.

Para a elaboração do planejamento estratégico é necessário algum conhecimento

conceitual. Rodrigues, Santos e Batista (2011) afirmam que o planejamento estratégico é

pouco utilizado nas PME devido à elevada necessidade de especialização para a análise de

informações e tomadas de decisões. No processo de desenvolvimento do planejamento

estratégico os gestores definem as diretrizes organizacionais, analisam possíveis cenários e

planejam estratégias para defender sua posição e ampliar a participação no mercado através de

desenvolvimento de novos serviços/produtos ou ainda com a conquista de novos clientes

(GUIMARÃES et al., 2011). Segundo Hashim et al. (2010) recomendam uma série de ação

ou diretrizes de acordo com a qual os planejadores devem trabalhar. Os principais

componentes do planejamento estratégico inclui uma compreensão da missão, visão, valores,

ambiente e a estratégias:

a) Missão: refere-se ao objetivo fundamental de uma organização ou de uma empresa,

descrevendo por que ela existe, qual o seu propósito de existir e o que ele faz para alcançar a

sua visão de futuro.

b) Visão: descreve o que a organização quer ser. É uma visão de longo prazo e se concentra

no estado futuro desejado.

c) Valores: são os princípios, crenças e normas que são compartilhados entre as partes

interessadas de uma organização.

d) Ambiente: cenário em que a organização está inserida.

17

e) Estratégia: sistemática que aproxima a organização para chegar ao objetivo em um período

de tempo específico.

Um dos objetivos centrais quando da elaboração de um plano estratégico é desenvolvê-

lo de uma forma que seja facilmente traduzido em planos de ação. A maioria dos planos

estratégicos abordam objetivos globais. Algumas das terminologias utilizadas no

planejamento estratégico são: estados finais desejados, planos, metas, objetivos, estratégias e

ações. As definições variam, se sobrepõem e não conseguem alcançar clareza (HASHIM et

al., 2010). Entre alguns benefícios do Planejamento Estratégico, pode-se citar:

a) Concentra os objetivos organizacionais;

b) Simplifica o processo de tomada de decisão;

c) Serve como referência para os membros da organização para mantê-los na direção

estratégica;

d) Auxilia a agarrar as oportunidades potenciais;

e) Fornece uma forma sistemática de lidar com os desafios do futuro, incertezas e os riscos do

negócio;

f) Auxilia na identificação de áreas que necessitam de mudança;

g) serve de guia para o orçamento e a execução da estratégia.

Em geral, o planejamento estratégico leva a uma maior racionalidade nos processos de

decisão, maior envolvimento dos membros da equipe nesse processo, e uma maior

possibilidade de compartilhar informações, o que melhora o desempenho da empresa (SONG

et al., 2011; STEEN, 2012). Malik e Naeem (2011) afirmam que sem mecanismos adequados

de desdobramento e controle de estratégias, não se tem garantia de que as intenções

estratégicas se concretizem na prática empresarial. Para estes autores, essa ausência de

ferramentas é mais comum em pequenas empresas.

2.1.3 Conexões entre Estratégia, Eficiência operacional e as Ferramentas de Gestão

Observa-se uma incapacidade das organizações em distinguir diferenças entre a

eficiência operacional e a estratégia (SMITH, 2011). A procura de produtividade, qualidade e

velocidade tem provocado o aparecimento de inúmeras técnicas de gestão: qualidade total,

benchmarking, outsourcing, alianças estratégicas, reengenharia e gestão da mudança. Apesar

18

de a sua aplicação gerar, na maioria dos casos, melhorias operacionais significativas, muitas

empresas revelam incapacidade de traduzir estes ganhos em vantagens sustentáveis. Assim, a

pouco e pouco, quase sem se dar conta, as técnicas e ferramentas de gestão têm tomado o

lugar da estratégia (PORTER, 1996).

A eficiência operacional e a estratégia são ambas essenciais ao desempenho excelente

que é, afinal, o objetivo principal de qualquer empresa. Mas ambas funcionam de maneira

diferente (SMITH, 2011; PORTER, 1996). Para uma empresa ultrapassar os rivais deve

preservar uma característica única. Terá de proporcionar maior valor aos consumidores

(estratégia) ou criar valor a custos mais baixos (eficiência operacional); ou fazer as duas

coisas. O fato de proporcionar maior valor permite-lhe cobrar preços mais elevados. Uma

maior eficiência significa custos unitários mais baixos. As empresas que competem sem uso

de estratégia acabam por perder as vantagens de diferenciação, pois querem ser tudo para

todos os clientes. (PORTER, 1996). A concorrência baseada só na eficiência operacional é

mutuamente destrutiva, dando origem a guerras desgastantes que só acabarão quando se

limitar a concorrência. Isso leva as empresas para a imitação e a homogeneidade.

Muitas das ferramentas de gestão são utilizadas desconectadas da estratégia,

predominantemente para atingir uma melhor eficiência operacional. A eficiência operacional

busca exercer atividades semelhantes melhor do que os rivais. Inclui todo o tipo de práticas

que permitem a uma empresa utilizar, da melhor forma, os seus recursos, por exemplo,

reduzindo os defeitos dos produtos ou desenvolvendo produtos melhores rapidamente.

Quando utilizadas para operacionalizarem a estratégia, muitas ferramentas pouco

consolidadas não atingem seu objetivo por deixar de lado elementos cruciais do processo

estratégico (DAY; REIBSTEIN, 1999).

Gradualmente, os gestores têm deixado a eficiência operacional suplantar a estratégia,

resultando em preços estáveis ou decrescentes e em pressões sobre os custos cada vez

maiores, comprometendo a capacidade para investir no negócio em longo prazo. (PORTER,

1996). O tema estratégia tem sido discutido em organizações de grande porte, porém, nos

últimos anos, devido ao aumento da competitividade, a preocupação com o estudo das

estratégias nas pequenas organizações vem se tornando mais intensa (LUNARDI, DOLCI e

MAÇADA, 2010; MIZUMOTO et al., 2010).

19

2.2 As Ferramentas de Gestão e a Operacionalização da Estratégia

As estratégias podem ser concretizadas através da utilização de muitas ferramentas de

gestão, também chamadas de ferramentas administrativas, ferramentas estratégicas, técnicas

de gestão ou ainda deixam o termo “ferramenta” para adotar o termo “metodologia” ou

“prática”. Não é de se admirar que existam dezenas, talvez centenas de diferentes ferramentas

utilizadas no ambiente das organizações. O termo “prática” pressupõe a execução repetitiva

de atitudes organizacionais até que estas se tornem “praticadas”, isto é, para que se tornem

ações habituais e rotineiras (JARZABKOWSKI, 2004). Para Jarzabkowski, Balogun e Seidl

(2007), os praticantes são os atores que lançam mão das práticas para agir e produzir a práxis.

As ferramentas estratégicas e as ferramentas de gestão são muitas vezes utilizadas como

sinônimos. Para Maia (2010), a literatura a respeito de ferramentas da estratégia tende a ser

bastante dispersa e em alguns pontos se confunde com materiais sobre ferramentas gerenciais

dado que, no limite, o processo estratégico é um processo de gestão como qualquer outro. O

mesmo autor adverte que muitas das iniciativas sobre ferramentas da estratégia foram

desenvolvidas de forma pontual, com um propósito específico e pouca conexão com outras

ferramentas. Stenfors (2007, p. 3) vê as ferramentas de gestão intimamente ligadas à

estratégia, nomeando-as como ”ferramenta da estratégia”. Para o autor, a ferramenta da

estratégia é um termo genérico para qualquer método, modelo, técnica, ferramenta,

tecnologia, arcabouço, metodologia ou abordagem usada para facilitar o trabalho estratégico.

Elas podem ser conceituais, como aquelas empregadas no desenho da estratégia, podem ser

ferramentas de processo como técnicas de gestão de projetos, e podem ser ferramentas físicas

como documentos ou computadores.

Entende-se que ferramentas aplicadas inadequadamente ou desgarradas da estratégia

poderão produzir resultados indesejados, pois precisam contribuir para a operacionalização da

estratégia. As ferramentas de gestão podem ser benéficas quando utilizadas junto à estratégia.

Muitas são as abordagens para a elaboração de uma série de ferramentas que buscam, com

algum grau de efetividade, operacionalizar e auxiliar as empresas no processo de definição de

suas estratégias (MAIA, 2010).

Dentre uma infinidade de ferramentas disponíveis, a escolha destas pelas organizações

não deve ser aleatória. Como o ambiente externo é dinâmico, este acaba influenciando na

20

tomada de decisão de qual ferramenta adotar. Logo, o conjunto de ferramentas de gestão que

será utilizado por cada organização depende dos propósitos desejados pela empresa para tal

uso. Entretanto, as pressões políticas, econômicas, institucionais, históricas e culturais

também podem influir na escolha das ferramentas a serem usadas (MAIA, 2010).

2.3 Ferramentas Adotadas no Estudo

Nesta seção é apresentado um breve panorama de cada uma das ferramentas adotadas

neste estudo.

2.3.1 Balanced Scorecard

O Balanced Scorecard é um modelo de sistema de medição de desempenho proposto

por Kaplan e Norton (1992) que completa as medidas de desempenho financeiras com as

medidas não financeiras. O objetivo do BSC é traduzir a missão e a estratégia das empresas

num conjunto coerente e abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um

sistema de medição e gestão estratégica (KAPLAN e NORTON, 1997; ZIZLAVSKY, 2014).

Para alcançar a sua finalidade o BSC é estruturado em um modelo de maneira a permitir

um o equilíbrio entre as seguintes perspectivas: financeira, clientes, processos internos e

aprendizagem e crescimento. A Figura 2.2 ilustra o relacionamento entre as perspectivas e

suas medidas de desempenho.

Figura 2.2 Estruturando o Balanced Scorecard

Fonte: Kaplan e Norton (1997, p.10)

21

Na perspectiva financeira, estabelece-se a base para o estabelecimento dos objetivos e

das medidas de outras perspectivas que culminam na melhoria do desempenho financeiro. Na

perspectiva de cliente, o BSC permite a identificação dos segmentos de clientes e de mercado

no qual a unidade de negócio competirá e das medidas de desempenho dos respectivos

segmentos-alvo. Na perspectiva dos processos internos, é necessária a identificação dos

processos críticos nos quais a empresa deve alcançar a excelência. Finalmente, na perspectiva

do aprendizado e crescimento, procura-se identificar a infraestrutura que a empresa deve

construir para gerar crescimento e melhoria para longo prazo (KAPLAN e NORTON, 1997;

MÜLLER, 2003; ZIZLAVSKY, 2014).

.

Para que o modelo e as suas medidas de desempenho possam ser compreendidos no

ambiente de negócios, há a necessidade de elaboração de um conjunto de relacionamentos de

causa e efeito dos indicadores de desempenho ou fatores críticos de sucesso que descrevam a

direção da estratégia da empresa.

2.3.2 Declaração de Missão, Visão e Valores: Os Norteadores Estratégicos

A Missão define o negócio da empresa, seus objetivos e sua abordagem para alcançar

esses objetivos. A Declaração de Visão descreve a futura posição desejada da empresa

(PEREIRA, 2010). Elementos de Missão e Visão são muitas vezes combinados para fornecer

uma declaração de propósitos, objetivos e valores da empresa.

A missão organizacional esclarece o compromisso e dever da empresa para com a

sociedade. Essencialmente, ela estabelece o que a empresa faz, dentro de seu negócio. É a

proposta para a qual, ou razão pela qual uma organização existe. Para Drucker (1990, p.04)

“uma declaração de missão precisa ser operacional; caso contrário, não passa de boas

intenções. Uma declaração de missão deve focalizar aquilo que a instituição tenta realmente

realizar, de forma que cada um na organização possa dizer: Esta é minha contribuição para a

meta”. A declaração de missão é o ponto de partida para uma organização.

Para Drucker (1998, p. 72) “só com uma clara determinação de missão e finalidade da

empresa poderá ter objetivos empresariais límpidos e realísticos. Essa determinação constitui

o fundamento das prioridades, estratégias, planos e atribuições de serviços.” A Declaração de

22

Missão constitui o ponto de partida para a concepção dos cargos de direção, e acima de tudo.

Para a concepção das estruturas da direção. A estrutura acompanha a estratégia. A estratégia

determina as operações básicas de uma dada empresa.

A missão e a visão, internamente nas organizações, são comumente usadas como um

guia em questões estratégicas, para inspirar funcionários dando foco e objetivos comuns, para

orientar na tomada de decisões e ajudar a estabelecer um quadro para o comportamento ético.

Externamente, a missão e a visão são comumente utilizadas para criar vínculos e uma melhor

comunicação com os clientes, fornecedores, etc. Para Hamel e Prahalad (1997) não é

surpreendente que quando a missão de uma empresa é altamente indiferenciada da de seus

concorrentes, os funcionários fiquem menos do que inspirados.

Tão importante quanto a missão de uma empresa é a sua visão. Esta busca a realização

de um sonho a ser realizado no futuro. Segundo Hamel e Prahalad (1995), não se pode criar o

futuro, lucrar com ele, sem imaginá-lo. Criar uma visão de futuro é construir uma imagem

viva de um estado organizacional futuro, ambicioso e desejável, relacionado com o cliente, a

equipe e ao acionista, considerando as atuais tendências e influências, visando a sua

competitividade (MÜLLER, 2003).

2.3.3 Total Quality Management

Os conceitos do Total Quality Management (TQM) foram desenvolvidos inicialmente

por autores norte-americanos, como Deming, Juran e Feigenbaum, nas décadas de 1950 e

1960, que encontraram no Japão, destruído após a segunda guerra mundial, o ambiente

receptivo para o seu desenvolvimento. No início da década de 1980, o mundo ficou

impressionado com o elevado grau de competitividade alcançado pelas principais indústrias

japonesas, destacando-se pela qualidade e preços baixo nos principais mercados

consumidores. Para Dale (1999) o TQM, assume-se como uma abordagem aplicada a toda

empresa focada para a gestão da qualidade, buscando melhorias aplicadas numa base contínua

e por todos os grupos e indivíduos da organização.

A qualidade possui muitas definições. Segundo Crosby, (1992), a qualidade tem o

sentido de fazer a coisa certa já na primeira vez, impossibilitando interpretações subjetivas

23

provocando confusão. Para se conseguir conformidade é preciso o estabelecimento de

padrões. Para Juran (1991), a qualidade possui duas dimensões: atender a necessidade do

cliente e a outra é a ausência de defeitos. Para Feigenbaum (1961) a qualidade é a correção

dos problemas e de suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com

marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção, que exercem influência sobre a

satisfação do usuário. “Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do

cliente” (DEMING, 1993, p.56).

O TQM (GQT - Gestão da Qualidade Total) considera aspectos como o envolvimento

dos clientes, responsabilidades gerenciais, mudança de cultura da organização, orientação

estatística, melhorias contínuas, participação dos colaboradores, atendimento, integração com

fornecedores, trabalho em equipe, avaliações dos concorrentes e redução do ciclo de vida

(GARVIN, 1992; GOLDMAN, 2005).

O TQM é uma abordagem sistemática para melhoria de qualidade para o cliente. A

satisfação do cliente e melhoria contínua são as crenças fundamentais do TQM que tem como

objetivo produzir especificações com zero defeito. Isso cria um virtuoso ciclo de melhoria

contínua, que aumenta a produção a satisfação do cliente e lucros. Para ter sucesso, os

programas de TQM requerem gestores que, em conjunto com suas equipes, avaliem as

necessidades dos clientes, buscando entender as suas necessidades atuais e futuras. É

necessário adotar algumas medidas, como:

- Identificar as principais áreas problemáticas no processo e trabalhar para eliminar os

defeitos;

- Treinar os funcionários para usar os novos processos e criar incentivos vinculados a metas

de qualidade;

- Promover uma filosofia - zero defeito em todas as atividades, desenvolvendo mecanismos de

feedback (realimentação) para garantir a melhoria contínua.

É importante ressaltar que o TQM agrupa conjuntos de ferramentas que contribuem para

melhoria na qualidade. Feigenbaum (1961) define o TQC como um sistema eficaz que integra

o desenvolvimento da qualidade, a manutenção da qualidade e os esforços de melhoria da

qualidade entre os diferentes setores da empresa, com o objetivo de criar produtos/serviços

com o máximo de economia e a plena satisfação dos consumidores.

24

Em síntese, o TQM pode ser usado para aumentar a produtividade, reduzir custos com

resíduos e retrabalho, melhorar a confiabilidade do produto, reduzir o tempo de colocação do

produto/serviço no mercado e redução de problemas relacionados com o atendimento ao

cliente.

2.3.4 Segmentação de Clientes

Segmentação de Clientes é a subdivisão de um mercado em grupos de clientes que

compartilham características semelhantes. É uma subdivisão do mercado global em parcelas

potenciais, com necessidades e desejos semelhantes a fim de formular estratégias de

marketing. Cravens e Piercy (2008) definem a segmentação como um processo de

identificação e análise de subgrupos de compradores de um produto-mercado com

características similares de resposta. A academia reconhece quatro grandes grupos de

variáveis de segmentação de mercado: geográfica, demográfica, psicográfica e

comportamental (FERRELL; HARTLINE, 2009; KOTLER; ARMSTRONG, 2007).

As variáveis geográficas dividem os grupos de potenciais consumidores pelos locais

onde vivem, como país, estado, regiões ou até bairros. As demográficas separam sexo, idade,

renda, ciclo de vida da família, ocupação, nível de instrução, etnia, nacionalidade, religião,

entre outras (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). As psicográficas definem os grupos de

consumidores com base no estilo de vida e na personalidade dos consumidores. Já as

comportamentais dividem os consumidores com base em seu comportamento de consumo,

conhecimentos que possuem, as suas atitudes, uso e preferências em relação aos produtos

(FERRELL; HARTLINE, 2009).

Os segmentos não são criados, mas sim identificados pelas empresas para que busquem

oportunidades de explorá-los. Assim, a organização deve analisar se há capacidade de

atendimento aos segmentos e escolhem-se os mercados-alvo. A segmentação de clientes

requer que os gestores:

- Divida o mercado em segmentos significativos e mensuráveis de acordo com as

necessidades dos clientes, seus comportamentos passados ou seu perfil demográfico;

- Determine o potencial da lucratividade do segmento através da análise da receita e do

impacto dos custos cada segmento;

25

- Invista recursos para produtos sob medida, serviço, marketing e distribuição programas para

atender às necessidades de cada segmento-alvo;

- Mensure o desempenho de cada segmento e ajuste a segmentação ao longo do tempo de

acordo com as mudanças no mercado.

A segmentação é uma ferramenta que ajuda a identificar o que um cliente insatisfeito

precisa. Empresas que identificam os segmentos carentes podem superar a concorrência,

desenvolvendo produtos e serviços para atender a esse grupo de clientes. A segmentação

auxilia as empresas formularem e implantarem estratégias de marketing para mercados

específicos, melhorando a sua competitividade.

2.3.5 Análise SWOT

O termo “SWOT” vem do idioma inglês, representada sob o acrônimo das palavras

Forças (Strenghts), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças

(Threats). No Brasil é também conhecida como FOFA, resultante das iniciais dos vocábulos

em português. A análise SWOT, algumas vezes chamadas de matriz SWOT, é uma

ferramenta usada para a realização de análise de ambiente e serve de base para planejamentos

estratégicos e de gestão de uma organização (MCCREADIE, 2008; DAYCHOUM, 2010). A

ferramenta foi desenvolvida por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores da

Harvard Business School, busca contribuir para a competitividade de uma organização. Para

Longenecker et al. (1997) a ferramenta demonstra uma visão simplificada da situação

estratégica de determinada organização, pois remete a uma rápida visão das condições atuais.

A Análise SWOT tem como objetivo maximizar os pontos fortes de uma organização,

minimizar os seus pontos fracos, tirar proveito das oportunidades e se proteger das ameaças.

A análise SWOT parte de uma matriz que tem o objetivo de analisar os seguintes termos:

a) Forças: determina os pontos fortes de uma organização. Devem ser potencializadas para

que a organização se mantenha competitiva;

b) Fraquezas: constatação das fraquezas de uma organização. É preciso minimizá-las para que

não venham a se tornar vantagens competitivas para os concorrentes;

26

c) Oportunidades: representa uma possibilidade de aproveitar-se de circunstâncias favoráveis

para que a organização obtenha vantagens diversas;

d) Ameaças: podem ser interpretadas como fatores externos, normalmente fora do controle da

organização (Figura 2.3).

Figura 2.3 Matriz SWOT

Fonte: adaptado de DAYCHOUM (2010)

A análise das condições internas possibilita identificar as forças e as fraquezas da

organização (VALADARES, 2002; HITT, IRELAND E HOSKISSON, 2008;). As

oportunidades e ameaças são as variáveis externas e não controladas (ambiente externo), que

podem criar as condições favoráveis para a organização, desde que a mesma tenha condições

ou interesse de utilizá-las (REZENDE, 2008; SNELL, 2009).

2.3.6 Brainstorming

O Brainstorming é uma técnica de geração de ideias. Na língua inglesa, o termo brain

significa cérebro enquanto que storming significa tempestade. A versão, na língua portuguesa,

seria uma “explosão de ideias” (MINICUCCI, 2001). Segundo o Sebrae (2005), a função do

brainstorming é reunir um grupo de pessoas a fim de gerar uma quantidade considerável de

ideias sobre algo que precisa ser resolvido, ações a serem tomadas em relação à empresa. Essa

ferramenta, de acordo com Godoy (2001), é uma maneira disciplinada de geração de novas

ideais a partir de discussão em grupo. A abordagem baseia-se na interação positiva entre os

membros da equipe quando busca atacar determinados problemas ou questões. A equipe se

reúne geralmente em um espaço relativamente confinado e recebe uma quantidade limitada de

tempo para se concentrar em aspectos específicos do problema.

27

Apresentada pela primeira vez em por Alex Osborn no livro “O poder criador da mente”.

Osborn (1957) sugeriu que o brainstorming poderia aumentar de modo considerável a

qualidade e a quantidade das ideias produzidas pelos membros do grupo. Para a aplicação de

uma sessão de brainstorming, o problema a ser analisado deve ser simples e entendido por

todos os membros do grupo. Caso o problema seja complexo haverá a necessidade de

segmentá-lo em porções simples e realizar várias sessões, onde em cada uma, será analisado

um único problema (MINICUCCI, 2001). O Processo de brainstorming completo consiste em

três fases distintas: geração de ideias, análise crítica e colocar o plano em ação.

A fase de geração de ideias é o núcleo da criatividade no processo de brainstorming. O

objetivo é concentrar a energia criativa da equipe na busca de ideias que possam contribuir

para a solução dos problemas enfrentados pela equipe. Os problemas a serem abordados são

escritos em folhas de flipchart, geralmente ligados às paredes da sala de modo que eles estão

em vista para os membros da equipe. Quando o fluxo de ideias cessa o líder reúne um número

razoável de ideias ou sugestões. Na análise crítica concentra-se na classificação das ideias

geradas na fase anterior em definitivas, referente às ideias que podem e devem ser adotadas

imediatamente, prováveis, para as ideias que provavelmente funcionarão e trarão benefícios,

as possíveis, relativas as ideias que podem ou não podem funcionar. Eles podem ter alguma

chance de sucesso e as improváveis, que apesar de serem improváveis em si mesmas, elas

podem ter contribuído para o processo de pensamento da equipe e ajudar a lançar outras

sugestões mais prováveis. No plano em ação, o desafio é priorizar as ideias, e para identificar

o tempo e os recursos necessários para passar de fase ideias para a execução necessária. A

equipe deverá desenvolver um plano de ação que irá identificar os recursos e

responsabilidades (KEGAN, O´KELLY, 2006).

2.3.7 Supply Chain Management (SCM)

O Supply Chain Management (Gestão da Cadeia de Suprimentos - GCS) é um conjunto

de ferramentas que busca qualificar a rede de informação que esta ferramenta proporciona,

além do impacto e diferencial que reflete sobre a empresa. Com isso as empresas aumentam

poder de barganha e negociação, que cria uma relação de compartilham valor na interação de

clientes e consumidores (BERTAGLIA, 2009).

28

Na Figura 2.4 observa-se o escopo da gestão da cadeia de suprimentos. A gestão da

cadeia de suprimentos engloba as atividades associadas com a transformação e o fluxo de

bens e serviços, incluindo os fluxos de informação, desde as fontes de matérias-primas até

usuários finais, ou seja, refere-se à integração de todas essas atividades, internas e externas à

empresa (BALLOU; GILBERT; MUKHERJEE, 2000).

Figura 2.4 Escopo do SCM

Fonte: Adaptado de Ballou, Golbert e Mukherjee (2000)

Christopher e Holweg (2011) anunciam a chegada da era da turbulência, onde empresas

deveriam tomar vantagem de momentos de crise para superar concorrentes e tornar-se

competitiva no atual mercado de instabilidades. Assim, devido a instabilidade da maior parte

dos mercados, a concorrência é analisada entre cadeias de suprimentos, e não mais entre

empresas individuais (CHRISTOPHER, 2012). Blackhurst et al., (2011) afirmam que

qualquer tipo de ruptura na cadeia é capaz de causar impactos econômicos significativos as

organizações e, se não gerenciados de maneira rápida e efetiva, podem desencadear

problemas ao longo da mesma, prejudicando o atendimento da demanda e, em casos

extremos, perda de mercado. Segundo Drohomeretski et al. (2012, p. 3) a integração de cada

um dos processos dentro de cada organização que compõe a cadeia, assim como entre estas

organizações, é tarefa primordial para a melhoria de seu desempenho e fornecimento de

produtos e clientes.

Pozo, Tachizawa e Souza (2011) afirmam em sua pesquisa com PME que a implantação

de SCM proporciona condições de agilidade, flexibilidade e custos menores para o

atendimento ao cliente final e, assim, obterem maior competitividade. Para Pires (2009) a

integração de processos e a cooperação/colaboração entre empresas da cadeia de suprimentos

se tornaram elementos básicos de uma efetiva SCM.

29

Embora o SCM seja aqui tratado como uma ferramenta é importante se fazer uma

ressalva: o SCM agrupa conjuntos de ferramentas utilizadas para a gestão da cadeia de

suprimentos. Assim, utiliza-se de grupos de ferramentas para controle da demanda, controle

de estoques, organização de fluxos de processos, etc.

2.3.8 Benchmarking

O benchmarking é um processo sistemático de medição e comparação das atividades e

dos processos de negócio de uma organização em relação às atividades e processos de

organizações líderes (KRIVOKAPIC, 2011). Para o WCO (2012) o benchmarking é um

processo sistemático que utiliza pesquisa, análise e comparação para identificar e aprender

com as boas ou melhores práticas em outras organizações. O objetivo do benchmarking é

melhorar a eficiência e a eficácia da administração. Ele fornece um mecanismo comprovado

para ajudar a identificar e priorizar áreas de melhoria dentro um negócio de uma forma

objetiva, bem como fornecer uma maneira simples de medir o progresso ao longo do tempo.

Resultados de referência registrados hoje vai facilitar a medição que o progresso tem sido

feito no período de um ano (KEGAN, O´KELLY, 2006).

Na literatura, existem diferentes divisões do processo de aferição do benchmarking:

interno, externo, funcional, competitivo e genérico (VUJOVIC et al., 2013; KEGAN,

O´KELLY, 2006). Como o proposito desse trabalho é buscar ferramentas que fomente a

competitividade, neste estudo será dada ênfase ao benchmarking competitivo.

O benchmarking competitivo é uma abordagem simples para ajudar as empresas a

diagnosticar objetiva, eficiente e eficaz a sua situação atual e tomar medidas para melhorar o

desempenho. O benchmarking atua como o diagnóstico, um olhar objetivo em um negócio,

com vista a identificar questões e áreas que requerem atenção e aperfeiçoamento, bem como

identificar as áreas onde pode apresentar um desempenho superior aos outros competidores

(KEGAN, O´KELLY, 2006). Santos et al. (2013) complementam em seus estudos sobre

competitividade que o benchmarking competitivo impulsiona a agilidade organizacional.

O benchmarking não precisa ser usado somente para a solução dos problemas

existentes, mas também para reconhecer as melhores práticas antes da introdução de novos

sistemas ou procedimentos (WCO, 2012). A competição pelo futuro é uma competição pela

30

criação e domínio das oportunidades emergentes - pela posse do novo espaço competitivo. A

meta não é simplesmente fazer o benchmarking com os concorrentes e imitar seus métodos,

mas desenvolver uma visão independente de quais são as oportunidades de amanhã e como

explorá-las (HAMEL e PRAHALAD, 1997).

Um dos pontos fortes da abordagem de benchmarking é que ele ajuda os gestores a

tomar decisões baseadas em fatos, e não em opinião ou intuição. Muitas decisões gerenciais

são tomadas com dados incompletos. Usando benchmarking, os gestores podem conhecer os

níveis de seus colegas e concorrentes de desempenho e que práticas que eles usam para

alcançar estes níveis de desempenho (KEGAN, O´KELLY, 2006).

O benchmarking também fornece um caminho lógico para ajudar as empresas a

priorizar suas ações de melhoria. O objetivo não é simplesmente copiar, mas aprender com os

outros, examinando cuidadosamente as soluções dos outros para inovar ainda mais e construir

maior funcionalidade ou desempenho em produtos. O desafio é atacar pontos fracos e

encontrar defesas contra os seus pontos fortes (KEGAN, O´KELLY, 2006).

2.3.9 Open Innovation

O termo Open Innovation (inovação aberta) foi cunhado por Henry Chesbrough que

relata como algumas empresas experimentam novas abordagens a fim de ganhar maior

agilidade na geração da inovação. A inovação aberta se contrapõe ao modelo tradicional da

inovação fechada (closed innovation) adotado pela maioria das grandes empresas

(CHESBROUGH, 2003).

O modelo da inovação fechada foi eficaz por algum tempo ajudando na definição dos

líderes de mercado durante muitos anos. No entanto, fatores como: a mobilidade cada vez

maior dos recursos humanos altamente qualificados; investimentos de empresas de capital de

risco em empresas de uma nova tecnologia e a redução do ciclo de vida dos produtos gerou

uma necessidade de mudanças. As premissas da inovação fechada são:

- Ter os melhores profissionais do mercado em seu P&D;

31

- A própria empresa deve descobrir, financiar, desenvolver e comercializar as suas próprias

tecnologias. A organização entende que quem chega primeiro a uma tecnologia tem a

vantagem de introduzi-la primeiro no mercado;

- A empresa líder em investimentos em P&D terá as melhores ideias e irá liderar o mercado;

- Deve-se ter controle sobre a propriedade intelectual de modo a evitar que os concorrentes se

aproveitem das ideias de outras empresas.

A inovação aberta pressupõe que as empresas devem utilizar fontes externas de ideias a

fim de aumentar sua competitividade na geração de novas tecnologias, sempre se apoiando

em um sólido modelo de negócio, crucial para o sucesso da tecnologia no mercado

(Chesbrough 2003, 2006). A geração de riqueza também é importante através da

comercialização de ideias geradas internamente, quando estas não se adequarem ao core da

empresa. As premissas da Inovação Aberta são:

- Nem todos os bons profissionais trabalham para a sua empresa;

- Fontes externas de tecnologia podem agregar muito valor ao negócio, o que não desobriga a

empresa de ter um P&D forte;

- Uma empresa não precisa ser a inventora de uma tecnologia para poder comercializá-la;

- Ter o melhor modelo de negócio é melhor que ser o primeiro a chegar ao mercado;

- Fazer o melhor uso das ideias internas e externas é melhor do que criá-las;

- Uma empresa deve saber fazer uso da propriedade industrial de terceiros assim como saber

comercializar as suas.

As primeiras indústrias a sentirem a necessidade de mudar a forma como geravam

inovação foram às voltadas para a computação (CHESBROUGH, CROWTHER, 2006),

telecomunicações, farmacêutica e biotecnologia (FETTERHOFF, VOEKEL, 2006). Estas

indústrias têm sido o principal objeto de pesquisa de estudos sobre o tema (AUTIO, 1997;

ROTHAERMEL, DEEDS, 2004). Mais tarde algumas empresas de bens de consumo não

duráveis, como a Procter & Gamble, passaram a adotar a inovação aberta (DODGSON,

GANN, SALTER, 2006). O principal benefício da inovação aberta, segundo Chesbrough, é a

obtenção de uma base de informações, conhecimento sobre necessidades, aplicações e

soluções tecnológicas que reside no meio acadêmico-científico e de usuários de um produto

ou serviço.

32

A Inovação aberta aplica o princípio da livre da inovação, adotando novas ideias através

do uso de parcerias, joint ventures, licenciamento e alianças estratégicas. Pela colaboração

com agentes externos, incluindo clientes, vendedores e mesmo concorrentes, a inovação

aberta habilita que a empresa faça uso eficiente dos recursos de P&D. Avançando além das

fronteiras da organização, a empresa pode importar ideias de qualidade elevada e baixo custo

de um grupo variado de especialista para elevar a velocidade, a qualidade e baixar o custo

com a inovação. Essa abordagem permite que a empresa esteja focada em seus recursos onde

estiver claro que tem vantagem competitiva. As ideias podem ser exportadas para negócios

que possam dar melhor uso a cada uma delas.

2.3.10 As Cinco Forças de Porter

Para Porter (1991, p.61), “a essência da formulação estratégica é lidar com a

competição”. Assim, propôs a existência de cinco forças que afetam a competição na

indústria, agindo no setor em que as empresas atuam (Figura 2.5). A força conjunta desses

cinco elementos determina a habilidade competitiva das empresas em influenciá-las em seu

favor dentro um setor. (WRIGHT, et al., 2000).

Figura 2.5 As Cinco Forças que afetam a competição na indústria

Fonte: Porter (1986)

33

Novos entrantes potenciais: são possíveis novos concorrentes. As necessidades de capital e a

economia de escala são exemplos de barreiras de entrada que podem afastá-los.

Poder de barganha dos compradores: os clientes podem tornam-se poderosos. A influência

dos clientes sobre a empresa aumenta à medida que pressionam os preços para baixo por meio

de promoção e opções de produtos disponíveis no mercado.

Poder de barganha dos fornecedores: a concentração de fornecedores e a pequena

disponibilidade de fornecedores substitutos podem fortalecer poder dos fornecedores.

Ameaça dos produtos substitutos: o produto de uma empresa pode ser afetado com opção

dos clientes por produtos substitutos.

Rivalidade entre concorrentes: as disputas entre empresas podem levar o setor a uma guerra

de promoções que reduzem a margem de lucro das empresas. Essas rivalidades são

influenciadas pelas quatro forças precedentes, assim como custo e diferenciação dos produtos.

Porter (1996) em defesa da estratégia, diante do aumento do modismo em direção às

ferramentas de gestão (em detrimento da estratégia), reforça que suas “cinco forças”, são

determinantes para a competitividade presentes na estrutura das indústrias (setores). O

Modelo das Cinco Forças pode ser considerado uma das ferramentas mais utilizadas no

processo de formulação e execução de estratégias. As suposições desse processo são:

- O ambiente da indústria impõe pressões e limitações que acabam por determinar as

estratégias e ações estratégicas que produzem retornos acima da média;

- A maioria das empresas operando na indústria ou em segmento específico da indústria

utilizam recursos similares para a estratégia utilizada e perseguem estratégias e ações

estratégicas similares adequadas a estes recursos.

2.3.11 Customer Relationship Management

O aumento da concorrência, a globalização dos mercados e o desenvolvimento

tecnológico têm levado muitas PME a repensar seu negócio (PEDRON; MONTEIRO;

MARQUES, 2012). O Customer Relationship Management (CRM), gestão do relacionamento

com o cliente (GRC), surge como resposta às organizações que decidem adotar estratégias de

marketing relacional para oferecer a seus clientes um atendimento mais personalizado. Para

Reijonen (2010) o CRM pode ser definido como um processo que compreende a aquisição e

34

utilização de conhecimento dos clientes de uma empresa através de ferramentas de

informática, de forma a que esse conhecimento permita à mesma definir estratégias e práticas

de marketing mais eficientes.

O CRM é uma ferramenta que pode ajudar as PME estreitarem o relacionamento com

seus clientes. Jones e Rowley (2011) destacam que um relacionamento próximo com o cliente

permite à organização aumentar suas capacidades em marketing e inovação, uma vez que os

próprios clientes divulgam os produtos/serviços da empresa e atuam como parceiros

desenvolvedores de valor. O CRM procura criar, desenvolver e melhorar relacionamentos

com clientes com o objetivo de aumentar o valor e a rentabilidade da empresa (PEDRON,

MONTEIRO e MARQUES, 2010).

O CRM utiliza-se da gestão do relacionamento com o cliente através do levantamento

de dados históricos, detalhamento das transações, e utilização de comunicações focalizadas e

categorizadas dos clientes A adoção de um CRM busca que todos na organização tenham

acesso a informações detalhadas da sua carteira de clientes. Assim, os clientes podem ser

identificados de forma diferenciada, possibilitando a prestação de um atendimento

personalizado.

Steenkamp e Kashyap (2010), ao analisarem os recursos intangíveis mais valorizados

pelos gestores das PME, obtiveram como resultado a satisfação e a lealdade dos clientes nos

dois primeiros lugares do ranking. Entre os fatores críticos de sucesso para a instalação de

CRM destacam-se a integração dos dados dispersos dos clientes e a orientação e gestão

eficiente dos recursos humanos da empresa. O CRM também fornece dados às empresas com

importantes novos parâmetros sobre os clientes como necessidades e comportamentos,

permitindo-lhes adaptar produtos para segmentos de clientes-alvo. As informações recolhidas

através programas de CRM contribuem para a solução de problemas em outras áreas da

empresa, tais como o supply chain e desenvolvimento de produtos.

O CRM permite sustentar a vantagem competitiva pelo profundo conhecimento dos

clientes atuais e potenciais, pela sistematização de uma série de atividades de comunicação,

dirigida e integrada, e pelo uso de ferramentas tecnológicas e de marketing, na consecução

dos objetivos do Marketing de Relacionamento. Logo, o CRM é um diferencial competitivo

(BRETZKE, 2000; PEPPARD, 2000).

35

2.3.12 Change Management

A gestão da mudança é uma abordagem abrangente, cíclica e estruturada para a

transição da organizações de um estado atual para um estado futuro com benefícios

pretendidos para os negócios. De acordo com Schein (1999), a mudança envolve três

momentos: a) Descongelamento, quando é criada a motivação para mudar; b) Mudança em si,

quando se aprendem novos conceitos e novos significados para velhos conceitos e c)

Recongelamento, momento em que há a internalização de novos processos que levem ao novo

comportamento. Para o autor a concepção é de que as mudanças podem ser planejadas e

gerenciadas.

Schein (1999) comenta que para ocorrer mudança a ansiedade pela sobrevivência deve

ser maior do que a ansiedade do aprendizado. Para tanto é proporcionar segurança psicológica

às pessoas alvo do aprendizado para a mudança. O autor chama de mudança transformadora a

situação que envolve desaprender as velhas crenças e atitudes, antigos valores e certezas, e

aprender coisas novas.

Para Senge (2004) é necessário que as organizações se tornem aprendizes, capazes de

reagir às mudanças, solucionar problemas e aproveitar oportunidades. Portanto, para

promover transformações organizacionais, necessita-se primeiramente de uma mudança na

mentalidade do indivíduo. Devido ao atual cenário de competitividade entre as empresas,

esperar que as transformações aconteçam por simples inércia é estabelecer uma rota certa

rumo ao fracasso (JUSTA; BARREIROS, 2008).

Rozenfeld et al., (2006) afirmam que por mais que se apliquem novas técnicas no

desenvolvimento de produtos sempre ocorrerão mudanças. As principais razões por que as

iniciativas de mudança não conseguirem sucesso são a falta de clareza para os marcos

definidos, a falta de comprometimento da alta administração e a comunicação deficiente. As

práticas utilizadas frequentemente pela gestão de mudança habilita a organização a superar

essas falhas (EIU, 2011). Metade dos projetos mal sucedidos está relacionada com a

comunicação ineficaz. Logo, a importância de comunicar as iniciativas estratégicas não deve

ser menosprezada (PMI, 2013b).

36

Os gerentes seniores costumam ver a mudança como uma oportunidade para a empresa

e para eles mesmos, enquanto que os demais funcionários costumam ver a mudança como

algo perturbador, intrusivo e que provavelmente envolverá em perda. Entender esses

diferentes pontos de vista e gestão da mudança a partir de ambas as posições de assegurar

uma transição suave e mais bem sucedida para todas as partes interessadas (PMI, 2013a).

Gerstner (2010) afirma que 90% do sucesso de um processo de mudança ou

transformação está na execução desse mesmo processo. Um processo de mudança bem

sucedido exige um gerenciamento adequado, o qual envolva não apenas um gerente

carismático, mas também um alinhamento dos propósitos individuais com a iniciativa de

mudança (BOX; PLATTS, 2005). Cada processo de mudança deve ter um propósito claro,

lógico e consistente com a política adotada, porque corre o risco de se desacreditar a gestão e

deixar transparecer para os colaboradores que não existe organização e um rumo claro

(Welch, 2005).

2.3.13 Competências Essenciais (Core Competence)

O conceito de competência essencial refere-se à possibilidade de uma organização

construir vantagem competitiva permanente e sustentável em um ambiente imprevisível e em

constante mudança. Munck e Borim-de-Souza (2012) definem competência essencial (core

competence) às atividades mais importantes para a organização, as quais são essenciais para

sua sobrevivência e central para sua estratégia.

Competências essenciais constituem um aprendizado coletivo na organização, no modo

de coordenar diversas habilidades de produção, harmonizar fluxos de tecnologia, a

organização do trabalho e a entrega de valor (PRAHALAD; HAMEL, 1990). Os autores

fazem uma distinção entre curto e longo prazos, no tocante as competências essenciais:

Em curto prazo, a competitividade de uma empresa se deriva de seus atributos de

preço/desempenho em produtos existentes [...] em longo prazo, a competitividade

deriva de uma capacidade de formar, a custos menores e com mais velocidade do

que os concorrentes, as competências essenciais que propiciam produtos que não

podem ser antecipados. (PRAHALAD; HAMEL 1998, p 297).

37

Fleury e Fleury (2003) afirmam que as competências essenciais não estão estritamente

relacionadas à tecnologia: elas podem estar localizadas em qualquer função administrativa.

Em seus estudos sobre pequenas e médias empresas Papula e Papulová (2006) afirmam que a

competência essencial concentra a visão no desenvolvimento da estratégia, concentrando-se

prioritariamente para dentro da empresa.

O objetivo de competências essenciais, segundo Agha e Alrubaiee (2012), é o de

fomentar vantagem competitiva sustentável. Para Edgard e Lockhood (2012) as competências

essenciais têm sido vistas como capacidades das pessoas dentro de uma empresa que, quando

aplicadas através de processos operacionais para criar produtos e serviços, contribuem para a

competitividade das empresas. As competências essenciais também podem contribuir para

que a organização busque oportunidades através das competências existentes e do

desenvolvimento de novas competências. (Figura 2.6).

DEFINÇÃO DA AGENDA DE COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

Com

pet

ênci

a E

ssen

cial N

ova Liderança

Que novas competências essenciais

nós precisaremos para proteger?

Oportunidades

Que novas competências essenciais são

necessárias para participar de mercados

mais interessantes no futuro?

Exis

ten

te

Preenchimento dos Espaços

Qual é a nossa oportunidade para

melhorar nossa posição nos

mercados existentes alavancando

melhor as atuais competências

essenciais?

Espaços em Branco

Que novos produtos ou serviços podem

ser criados, redistribuindo de forma

criativa ou recombinando as atuais

competências essenciais?

Existente Nova

Figura 2.6 Definição da Agenda de Competências Essenciais

Fonte: Adaptado de Prahalad e Hamell (2005)

As competências essenciais ajudam a capturar o aprendizado coletivo em uma

organização, podendo ser usada para determinar o posicionamento e estratégia frente aos

competidores, capitalizando sobre os pontos em que a empresa se destaca. Além disso, ajuda

os empregados a entender melhor as prioridades dos gestores e a focar onde alocar os

recursos.

38

2.4 As Pequenas e Médias Empresas

As PME constituem a grande maioria de empresas em todo o mundo, o maior número

de empresas do setor privado, apesar de acadêmicos e formuladores de políticas tendem a se

concentrar em grandes empresas. As PME são responsáveis por até 90% de todas as empresas

registradas em uma economia, e ainda mais se o setor informal estiver incluído. Além disso,

as PME são importantes fornecedores de emprego e produtores de uma grande parte da

produção industrial total, mesmo em países em desenvolvimento (JEPPESEN et al., 2012).

Em geral, o fato de as PME terem um maior peso no emprego do que na produção indica que

seus níveis de produtividade são inferiores aos das grandes empresas. Por outro lado, sua

limitada participação nas exportações mostra uma clara orientação ao mercado interno

(CEPAL, 2013).

A oferta de crédito de financiamento às micro, pequenas e médias empresas, se reveste

de importância fundamental na perspectiva da representatividade social e econômica e da

geração de postos de trabalho que elas têm na economia brasileira (Camargos et al., 2010).

Por esses motivos, a relevância do Estado de prover créditos específicos, com programas de

fomento é determinante tanto na abertura quanto na manutenção das empresas. Por outro lado,

as PME são particularmente afetadas pela carga administrativa e burocrática no acesso aos

incentivos e às medidas de apoio à formação disponível (COPELLL, 2013).

2.4.1 Definições e Critérios de Classificação para as Pequenas e Médias Empresas

Não existe uma definição comumente aceita para as PME, nem entendimento

consensual de quais as dimensões e limites para o porte das PME (JEPPESEN et al., 2012).

Para Ribeiro et al., (2012), a definição das PME é influenciada pela metodologia aplicada em

cada mercado, mais especificamente, definida pelo tamanho da empresa. Para o IPEA (2006,

p.8, 9) no Brasil há duas variáveis principais para a definição do porte das PME: o número

máximo de trabalhadores e a receita anual das empresas. Não é adotado um critério único para

a conceituação de portes de empresas (micro, pequena, média e grande) nos programas

governamentais de crédito, sendo que os limites de definição de tamanho de empresa variam

amplamente nos programas e fundos governamentais (LEONE, 1991; IPEA, 2006).

39

Os governos nacionais, as organizações internacionais, como a União Europeia, o

Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento, têm as suas próprias definições

formais de parâmetros que define uma PME. O que as definições têm em comum é que elas

reconhecem empresas de um determinado tamanho, como sendo "micro", "pequena" ou

"média”, diferenciando-as de grandes empresas. As definições normalmente incluem

aspectos como o número máximo de funcionários, volume de negócios (receita) em base

anual, e os ativos totais (JEPPESEN et al., 2012).

No Brasil, a classificação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) é

utilizada por essa instituição para delimitar a concessão de crédito empresarial. Assim, as

instituições de crédito e de fomento preferem utilizar desdobramentos dos critérios de

classificação com base no faturamento anual bruto. A Lei Geral da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte, convertida em Lei Complementar Federal 147/2014, utiliza o

critério da receita bruta (BNDES, 2015; SEBRAE, 2013). Já a classificação do porte da

empresa com base no número máximo de empregados é mais utilizada pelo SEBRAE. O

Quadro 2.1 sumariza as principais classificações para as micro, pequenas e médias no Brasil.

Quadro 2.1 - Critérios de Classificação do Porte das Empresas no Brasil

REFERÊNCIA MICRO PEQUENA MÉDIA

Lei Geral da Micro e

Pequena Empresa.

Critério: Limite superior

da receita bruta anual

R$ 360 mil

3,5 Milhão

N/A

BNDES

Critério: Limite superior

da receita bruta anual

R$ 2,4 milhão

R$ 16 milhões

R$ 90 milhões

R$ 300

(média-grande)

SEBRAE

Critério: Número de

empregados

Até 9 (serviços)

Até 19 (indústria)

10 à 49 (serviços)

20 à 99 (indústria)

De 50 até 99

(serviços)

De 100 até 499

(indústria)

Fonte: Adaptado pelo autor de BNDES (2015) e SEBRAE (2013)

Segundo (COPELLL, 2013; CEPAL, 2013), na União Europeia a categoria das micro,

pequenas e médias empresas é constituída por empresas que empregam menos de 250 pessoas

40

e cujo volume de negócios anual não excede 50 milhões de euros ou cujo balanço total anual

não excede 43 milhões de euros. Uma pequena empresa é definida como uma empresa que

emprega menos de 50 pessoas e cujo volume de negócios anual ou balanço total anual não

excede 10 milhões de euros. Já uma microempresa é definida como uma empresa que

emprega menos de 10 pessoas e cujo volume de negócios anual não exceda 2 milhões de

euros.

Na definição europeia, as microempresas são consideradas como parte das PME, o que

não ocorre necessariamente na América Latina, onde podem estar incorporadas ao segmento

específico das micro e pequenas empresas. Isto significa que a informação quantitativa sobre

as PME latino-americanas frequentemente é escassa e de má qualidade, o que dificulta a

quantificação agregada do número de agentes e trabalhadores, assim como a realização de

estudos comparativos. Não se trata de um tema menor, já que a falta de informação e de

critérios comuns provoca complicações na hora de instituir e avaliar políticas de apoio

(CEPAL, 2013).

Qualquer empresa com menos de 500 funcionários é geralmente definida como uma

pequena empresa, uma definição adotada nos os EUA pelo Census Bureau, Bureau of Labor

Statistics (BLS), Federal Reserve (Banco Central Americano), e pelo Small Business

Administration (SBA). Há cerca de 28 milhões de pequenas empresas nos Estados Unidos,

representando mais de 99 por cento de todas as empresas norte-americanas. O SBA foi criado

em 1953 como uma agência independente do governo federal para ajudar, aconselhar, e

proteger os interesses dos pequenos empreendimentos, para preservar a livre concorrência e

para manter e fortalecer a economia global dos EUA (SBA, 2015).

Para Anholon (2006) quando se comparam os critérios brasileiros para classificação da

MPE com os de outros países, observa-se uma grande diferença. Nos EUA, por exemplo,

existe um âmbito mais geral que classifica qualquer empresa com menos de 500 funcionários

como pequena. Na Comunidade Europeia, microempresas são aquelas com faturamento anual

inferior a 2 milhões de euros ou força de trabalho inferior a 10 empregados e pequenas

empresas aquelas com faturamento inferior a 10 milhões de euros ou força de trabalho inferior

a 50 empregados. Uma média empresa é definida como uma empresa que emprega menos de

250 pessoas e cujo volume de negócios não excede 50 milhões de euros ou cujo balanço total

anual não excede 43 milhões de euros. Assim, na definição europeia e americana, as

41

microempresas são consideradas como parte das PME, diferentemente do Brasil onde podem

estar incorporadas ao segmento específico das micro e pequenas empresas. Isto significa que a

informação quantitativa sobre as PME no Brasil é complexa e dificulta estudos comparativos.

Tanto o critério de classificação pelo número de pessoas empregadas quanto o critério

por faturamento anual são criticados no trabalho de Anholon et al. (2004). Segundo estes

autores, esses critérios são insuficientes, não permitindo, portanto, o estabelecimento de

categorias analíticas adequadas, e complementa que somente com a utilização de fatores que

meçam o desempenho destas empresas poderia contribuir para uma classificação mais

próxima da realidade. Longenecker et al (1997) consideram difícil definir um único critério

para a classificação das micro e pequenas empresas. Para tais autores, a variedade de critérios

e referências obedece a condições como o propósito do usuário ou órgão interessado, a região

e país analisado, estágio de desenvolvimento econômico, etc. Buscando um critério de

classificação, os Estados Unidos, através do Small Business Administration define critérios de

pequenas empresas baseadas na competitividade do setor, na estrutura de propriedade, na

receita e no número de empregados que, em alguns casos, pode chegar em 1.500 (SBA,

2015).

2.4.2 Importância da Qualificação da Força de Trabalho nas PME

São muitas as dificuldades das PME para gerirem a atividade diária e simultaneamente

organizarem a formação dos seus trabalhadores. As dificuldades de acesso a financiamento, a

escassez e dificuldades de recrutamento de pessoal qualificado e especializado, o acesso ainda

limitado aos incentivos que apoiam a inovação, que se tem caracterizado pela importância

conferida à pesquisa e desenvolvimento e aos sectores de alta tecnologia, e os custos

associados à formação permanente parecem ser desafios centrais a vencer no desenvolvimento

de percursos de inovação (COETZER, 2006; BARATA, 2011; COPELLL, 2013).

Quanto às necessidades de formação das PME, encontraram-se os seguintes resultados

(COETZER, 2006; COPELLL, 2013):

As PME assumem a importância e a necessidade da formação para o seu desenvolvimento

e competitividade;

42

Os motivos invocados pelas PME que não realizam ou promovem formação prendem-se,

sobretudo com a escassez de recursos financeiros, ausência ou não adequação da oferta

disponível, com a falta de tempo e com a insuficiente sensibilização para a formação;

As áreas de formação que assumem destaque em termos de ações realizadas são as

relacionadas com requisitos legais, de segurança e de certificação, bem como a área da

organização e gestão. Deste modo, pode concluir-se que serão ainda predominantes as

ações formativas centradas nos requisitos de funcionamento e posicionamento das PME no

mercado. As PME movem-se mais rapidamente quando “obrigadas”;

Os resultados esperados da formação são o aumento das competências e do conhecimento

e a capacidade de resolução de problemas em áreas que consideram cruciais para a sua

sobrevivência, evolução e competitividade, nomeadamente: internacionalização, finanças,

inovação e criatividade, estratégia e marketing;

Para COPELLL (2013), um bom recrutamento não dispensa a formação continuada,

antes a exige, mas evita improdutividades, por vezes muito relevantes, que a formação

contínua não resolve no curto prazo ou poderá nem sequer resolver. A ausência de tempos e

espaços para aprender ou para formalizar e reconhecer aprendizagens compromete o exercício

profissional competente, o desempenho da empresa e a sua competitividade. Empresas com

boas práticas utilizam os momentos informais – o café, o corredor, etc. – para partilhar ideias

e propostas e identificar necessidades que constituem o embrião de programas de

desenvolvimento de competências (COETZER, 2006; COPELLL, 2013).

Para a Comissão Europeia (2011) em um ambiente competitivo, as aptidões, motivação

e ativação dos trabalhadores são condições prévias fundamentais para o sucesso, para a

produtividade e inovação sustentáveis. Contudo, a situação das PME no que toca à formação

caracteriza-se por um paradoxo. Por um lado, a formação contínua e a aprendizagem ao longo

da vida (tanto para os trabalhadores como para as chefias) são vistas como elementos

fundamentais da competitividade contra os inconvenientes da globalização. Por outro lado, no

entanto, as estatísticas mostram que a formação e as qualificações contínuas têm menos

probabilidade de estar à disposição de trabalhadores das PME do que de quem trabalha em

grandes empresas. É possível, nestes contextos, gerir de modo mais adequado os tempos

dedicados à formação. As empresas que identificam a importância estratégica de investir

continuadamente em formação especializada e cara promovem parcerias com instituições de

43

ensino e centros tecnológicos e recorrem também a parcerias com fornecedores (BARATA,

2011; COPELLL, 2013).

É possível constatar algumas regularidades no discurso das PME no que diz respeito à

oferta de formação (COPELLL, 2013), tais como:

- Os apelos à frequência de ações de formação são muitas e permanentes, mas a oferta nem

sempre é pertinente para as empresas;

- É escassa a oferta de boa formação especializada, a custos suportáveis pela PME,

nomeadamente nas áreas técnica e tecnológica e em domínios de apoio à inovação e

internacionalização;

- As ofertas e programas de formação existentes são, na sua maioria, “cegos” em relação à

realidade e necessidades das PME, porque concebidos e organizados do ponto de vista das

empresas de maior dimensão;

- Quando a aposta em formação é precedida por um diagnóstico de necessidades e orientada

para o desenvolvimento de competências consideradas críticas para o negócio ou para a

competitividade da empresa, as ações são mais frequentes e os seus resultados tendem a ser

mais valorizados.

Tal como todas as organizações, as PME enfrentam problemas e desafios, alguns dos

quais diretamente associados à formação e à aprendizagem ao longo da vida de seus

trabalhadores. A dimensão das PME, principalmente nas empresas menores, é referida

frequentemente como uma limitação ao investimento em formação contínua devido à

dificuldade de substituição dos trabalhadores dos seus postos de trabalho em ocasiões de

treinamento e aos custos da capacitação (Sarwar et.al., 2011; COPELLL, 2013).

O conceito de aprendizagem ao longo da vida, rico e amplo, enfatiza a existência de um

conjunto de atividades de aprendizagem – formais, não formais e informais – que ocorrem ao

longo vida ativa, e da não ativa, de cada indivíduo desde a infância até à morte. Estas

aprendizagens, complementares, ocorrem em contextos diversos - institucionais,

socioculturais, organizativos - e são induzidas por diferentes fatores (COPELLL, 2013). A

aprendizagem formal é a que decorre em instituições de ensino e formação e conduz a

diplomas e qualificações reconhecidos. Já a aprendizagem não formal decorre em paralelo aos

sistemas de ensino e formação, normalmente em estruturas institucionais e confere geralmente

44

um certificado de frequência de curso. Inclui nomeadamente a participação em cursos, ações

de formação profissional na empresa, seminários, conferências, cursos por correspondência,

etc., que não conferem equivalência a níveis de ensino no âmbito do sistema de educação e

formação. Por fim, a aprendizagem informal decorre das atividades da vida quotidiana

relacionadas com o trabalho, com a família, na vida social ou até mesmo nas atividades

voltadas para o lazer (SARWAR et.al., 2011; BARATA, 2011).

2.4.3 A Competitividade e as PME

Para Agostinho (2012), a competitividade empresarial pode ser entendida como a

capacidade de rever continuamente suas estratégias de concorrência, obtendo posição

favorável nos mercados onde atua. O Departamento de Competitividade e Tecnologia

(DECOMTEC, 2010) define a competitividade como a capacidade de um país de criar

condições para que as empresas e organizações nele instaladas produzam o maior bem-estar

possível para seus cidadãos e para que o façam crescer ao longo do tempo em relação ao dos

cidadãos de outros países. Para a CEPAL (2013), a competitividade é a capacidade de um país

em manter e renovar um conjunto de atributos que favoreçam o desenvolvimento de negócios

e que alavanquem a produção e a distribuição de riquezas. Em geral, a competitividade se

refere ao conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade

de empresas, de setores do mercado e dos diversos países.

Para Zang et al., (2009) existem dois tipos fundamentais de competitividade. Um é o

modelo de competitividade liderado pelos recursos, em que a produtividade mais elevada é

obtida através da redução do custo dos recursos naturais ou menor custo de mão de obra não

qualificada, ou ambos. Neste caso as empresas não têm propriedade nem controle do núcleo

da tecnologia. O outro é a inovação liderada pela competitividade, em que uma produtividade

mais elevada é obtida através da maior eficiência e se baseia no domínio do conhecimento e

na inovação. Carayannis e Wang (2012) advertem que o modelo liderado pelos recursos pode

intensificar na deterioração da natureza e dos recursos naturais, assim como em uma maior

exploração excessiva da força de trabalho.

Para Jansson e Waxell (2011) comentam que a literatura recente sobre a

competitividade tem-se centrado na inovação e dinâmica industrial. Os autores citam que isso

45

não é suficiente para competir em mercados globais e que a qualidade pode criar e sustentar

uma vantagem competitiva regional.

Segundo Agostinho (2010) o conjunto de estímulos contínuos e descontínuos geram nas

organizações o que pode ser chamada como competitividade externa ou interna. Os estímulos

contínuos provêm da influência do mercado e da ciência e tecnologia na organização. Já os

estímulos descontínuos são provindos da influência ciência e tecnologia e da sociedade

(inclui-se nesta, a política). Para o autor, a capacidade de uma empresa em oferecer ao

mercado alternativas capazes de motivar o consumidor a priorizá-la na escolha de seus

produtos e serviços em detrimento das demais organizações concorrentes, é definida como

“competitividade externa”.

Esta capacidade empresarial vai conduzir a empresa para a “competitividade interna”,

que pode ser entendida como um conjunto de fatores metodológicos e tecnológicos

harmônicos e sinérgicos que induzem a organização a ter uma melhor percepção do mercado

externo, que pode resultar na evolução de seus produtos. Este estado de competitividade é

obtido como consequência de seu comportamento organizacional e tecnológico, definido

como atributos de competitividade (AGOSTINHO, 2010).

Enquanto a competitividade externa é caracterizada por apresentar padrões qualitativos

que são importantes na decisão do consumidor/mercado, a competitividade interna é

caracterizada por padrões quantitativos. Ambos os padrões são função do tempo que podem

mudar de acordo com a atuação conjunta do mercado, da sociedade e da evolução da ciência e

tecnologia (AGOSTINHO, BATOCHIO, SILVA, 2012).

O momento competitivo de uma organização está associado a uma série de variáveis

alocadas em um modelo que descreve as interpelações entre a competitividade externa e a

competitividade interna de um determinado setor, que varia ao longo do tempo em análise,

uma vez que a competitividade é um estado dinâmico (AGOSTINHO, 2010). Assim, o

modelo de competitividade desenvolvido por Agostinho é composto pela atuação de

diferentes fatores externos e internos à organização inter-relacionando-se dinamicamente

entre si ao longo do tempo (Figura 2.7).

46

Figura 2.7 Modelo de Competitividade de Agostinho (MCA)

Fonte: Agostinho, 2010.

Hamel e Prahalad (1997) chamam a atenção para a realidade competitiva emergente -

uma realidade na qual a meta é transformar setores, não apenas organizações; Uma meta na

qual ser cada vez melhor não basta; uma realidade na qual uma empresa incapaz de imaginar

o futuro não estará lá para desfrutar dele. A competição pelo futuro é uma competição pela

participação nas oportunidades, e não pela participação no mercado.

A empresa só poderá controlar seu próprio destino se compreender como controlar o

destino do seu setor, logo a transformação organizacional é um desafio secundário. A

estratégia ensinada nas escolas de administração e praticada na maioria das empresas parece

estar mais preocupada em posicionar produtos e empresas dentro da estrutura existente do

setor do que criar os setores de amanhã (HAMEL e PRAHALAD, 1997).

A competição pelo futuro é uma competição pela participação nas oportunidades, e não

pela participação no mercado (HAMEL e PRAHALAD, 1997). Uma das principais fontes de

competitividade das pequenas e médias empresas é sua perseguição à excelência empresarial

por ser o mais poderoso meios de obtenção de vantagem competitiva. (VUJOVIC et al.,

2013).

47

2.4.3.1 As PME no contexto da Competitividade e Inovação

Para Sterpu (2011) os principais fatores que influenciam a competitividade das

pequenas e médias empresas são: a) a capacidade de investir; b) a capacidade de criar e trazer

novos produtos ao mercado, lembrando que durante a aceitação do novo produto da

investigação não se limita ao único produto ou marca do produto, mas a melhoria de processo

de renovação de produto; c) capacidade de competir tanto no mercado interno bem como os

mercados internacionais.

Em um país em desenvolvimento, a posição competitiva é um nicho que uma empresa

tem alcançado ou pretende alcançar através da exploração efetiva de seu acesso aos recursos

internos e externos do seu sistema nacional de inovação (Zang et al., 2009). Segundo o

Relatório Global de Competitividade (2012), gerado no Fórum Econômico Mundial, o Brasil

tem melhorado nos negócios por desfrutar do benefício de ter um dos maiores mercados

internos do mundo. Apesar desta vantagem, o país também enfrenta desafios importantes. A

confiança nos políticos é baixa, possui excessiva regulamentação governamental, excesso de

gastos, a qualidade de infraestrutura de transporte é baixa e a educação de baixa qualidade não

corresponde à necessidade de uma força de trabalho qualificada.

Para o Relatório Global de Competitividade (2012), apesar dos crescentes esforços do

Brasil para facilitar o empreendedorismo, especialmente para as pequenas empresas, os

procedimentos e tempo para começar um negócio estão entre os mais longos do mundo.

Huggins e Williams (2011) demonstraram que estímulos governamentais ao

empreendedorismo, com foco no desenvolvimento regional, visam melhorar a

competitividade regional em vários níveis. Em pesquisa semelhante, Perní et al., (2012)

acrescentam que o empreendedorismo e a inovação são fundamentais para o incremento da

competitividade regional.

Outro ponto que merece menção é a produtividade das PME quando comparadas às

grandes empresas. A diferença de produtividade entre grandes empresas e PME é grande, seja

em países desenvolvidos, emergentes ou em países em desenvolvimento. Quando se compara

países da América Latina com nações europeias pode-se observar que as PME das nações

emergentes e países em desenvolvimento estão ainda mais distantes das grandes empresas

48

(quadro 2.2). No setor privado existe uma clara percepção da relevância deste contraste de

produtividade entre agentes nos países, a redução desta diferença é um requisito essencial

para obter um melhor desempenho produtivo e para a sustentabilidade das PME (CEPAL,

2013).

Quadro 2.2 – Produtividade Relativa das Empresas, Segundo o Porte

Fonte: Cepal, 2013

As PME têm um importante papel a desempenhar no aumento da competitividade.

Quando se compara as PME da América Latina e Europa chega-se a conclusão que a baixa

produtividade - e, portanto, as menores possibilidades competitivas - situariam as PME latino-

americanas muito atrás das europeias. Assim, a heterogeneidade estrutural entre agentes na

América Latina é uma característica medular na hora de empreender ações e políticas em

apoio às PME, sobretudo se visarem à internacionalização (CEPAL, 2013).

Efetivamente, a grande empresa tem uma produtividade 1,7 vezes maior que a da

microempresa, 1,4 vezes maior que a da pequena empresa e 1,2 vezes maior que a da média

empresa. Talvez este seja o maior contraste com as PME latino-americanas, que deve ser

levado em conta na hora de formular políticas de apoio (CEPAL, 2013). Buscar tornar-se

empresa de classe mundial é uma necessidade de pequenas e médias empresas para fornecer

ao mais alto nível de produtos e serviços para atender as necessidades dos clientes mais

exigentes em face da concorrência cada vez mais agressiva (KEGAN, O´KELLY, 2006). Para

Reis (2006) as pequenas e médias empresas tornaram-se importantes para atingir padrões

internacionais de qualidade de produtos, de produtividade e de proteção ao meio ambiente.

49

Hecktheuer e Mauch (2006) comentam que os programas oferecidos pelo governo brasileiro

para a inserção internacional das pequenas e médias empresas estão diretamente baseados no

desenvolvimento da competitividade, ou seja, a diminuição de custos, a busca da atualização

de novas tecnologias, as promoções comerciais na linha de produção e na diferenciação tanto

em produtos quanto em serviços e no preço, tornando a empresa competitiva e facilitando sua

inserção no mercado internacional.

Segundo a Comissão Europeia (2014) na União Europeia e nos Estados Unidos, as

pequenas e médias empresas (PME) são motores críticos de crescimento e criação de

emprego. Noventa e nove por cento das empresas europeias e norte-americanos - mais de 20

milhões de empresas na União Europeia e 28 milhões nos Estados Unidos - são PME. Na

União Europeia, as PME representam dois terços de todos os empregos do setor privado e tem

uma tremenda capacidade de criar novos postos de trabalho. Nos Estados Unidos, as pequenas

empresas têm fornecido mais de metade de todos os empregos e dois terços de todos os novos

postos de trabalho. Em ambos os lados do Atlântico, as PME são uma importante fonte de

inovação, novos produtos e novos serviços.

A inovação é importante por ser um processo de desenvolvimento dinâmico, cujo

resultado é uma mudança positiva orientada na melhoria de processo das empresas que resulta

em uma melhor satisfação das necessidades dos clientes (Andriopoulos & Dawson, 2010).

Fortalecer as atividades de inovação é uma das principais tarefas das PME nos dias de hoje

(KADOCSA, 2009). De acordo com os estudos de Sterpu (2011) o sucesso das atividades

inovadoras realizadas pelas PME é materializado em mercados em desenvolvimento através

da introdução de produtos novos, ou produtos melhorados, e através da melhoria e inovação

nos processos organizacionais e nas tecnologias de cada empresa, incluindo também os

processos de distribuição.

O interesse dos empregados para desenvolver as atividades de inovação requer certo

nível de cultura pró-inovação em uma empresa, onde os funcionários estão envolvidos no

processo de formulação de política de negócios e são desafiados a apresentar novas ideias

inovadoras (KADOCSA, 2009). Para operar uma organização inovadora, com uma equipe

com cultura criativa pressupõem que haja uma força de trabalho treinada e educada. Além de

capacitação técnica, é necessário o treinamento nas habilidades e técnicas efetivas do

pensamento: análise, imaginação, valorizando como a mente funciona - especialmente a parte

50

positiva desempenhada pela mente no inconsciente na reestruturação dos problemas e

oferecendo soluções (LESÁKOVÁ, 2011).

Segundo a Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das

Empresas Inovadoras (ANPEI, 2007), apesar da maior flexibilidade frente às grandes

indústrias, as PME enfrentam algumas dificuldades para inovar. Entre elas, a escassez de

recursos financeiros, o reduzido envolvimento dos parceiros tecnológicos, a burocracia e a

falta de pessoal capacitado. As empresas que investem em inovação conseguem se posicionar

melhor no mercado frente as empresas que não inovam. Elas têm maior produtividade e

crescem mais do que as que não inovam. As PME são obrigadas a fazer inovações, porque

elas estão sob pressão permanente de concorrentes no mercado em que atuam. Deste ponto de

vista, a capacidade de competir em inovações desempenha papel muito importante como um

fator de competitividade (KADOCSA, 2009).

2.5 Resumo do Capítulo

Neste capítulo foram abordadas as interações entre a estratégia e as ferramentas de

gestão, com foco na competitividade das PME. Uma síntese das obras consultadas pode ser

visualizada no Quadro 2.3.

Quadro 2.3 - Resumo das Obras Consultadas

PUBLICAÇÕES NACIONAL ESTRANGEIRA TOTAL

≤ 5 anos 38 44 82

≥ 5 anos 52 34 86

Total 90 78 168

Fonte: do autor

Para a realização desse trabalho foi consultado um total de cento e sessenta e seis obras,

sendo oitenta e oito nacionais e setenta e oito estrangeiras. Quanto ao tempo de lançamento

das publicações, oitenta obras têm até cinco anos, enquanto que oitenta e seis possuem mais

de cinco anos. No próximo capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa.

51

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente capítulo tem por objetivo apresentar a classificação da pesquisa

desenvolvida nesta tese a apresentar o método utilizado. Apresentam-se aqui todas as etapas

de planejamento e execução das atividades realizadas nas empresas onde a proposta foi

aferida. O capitulo inicia-se com conceitos de pesquisa e método.

3.1 Introdução

A pesquisa científica é uma atividade humana, cujo objetivo é conhecer e explicar os

fenômenos, fornecendo respostas às questões significativas para a compreensão da natureza.

O pesquisador utiliza o conhecimento anterior acumulado e manipula os diferentes métodos e

técnicas para obter resultado pertinente às suas indagações (PRODANOV; FREITAS, 2013).

A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos

(GIL, 2010) para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos científicos.

O método é um conjunto de procedimentos adotados com o propósito de atingir o

conhecimento (GIL, 2010; PRODANOV, FREITAS, 2013). Lakatos (2010) define o método

como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e

economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o

caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Os métodos

científicos podem ser indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético e estudo de caso.

O método indutivo parte da generalização, isto é, vai de algo particular para uma

questão mais ampla, mais geral. Indução é um processo mental por intermédio do qual,

partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou

universal, não contida nas partes examinadas (GIL, 2010; LAKATOS, 2010; PRODANOV,

FREITAS, 2013).

O método dedutivo parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios,

leis ou teorias consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos

particulares com base na lógica. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo

52

das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise

do geral para o particular, chega a uma conclusão (GIL, 2010; LAKATOS, 2010).

No método hipotético-dedutivo: que se começa pela identificação de uma lacuna nos

conhecimentos, acerca da qual se formula hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva,

verifica-se a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese (GIL, 2010;

LAKATOS, 2010; PRODANOV, FREITAS, 2013).

O Método dialético compreende o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca,

da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na

sociedade. Busca interpretar a realidade partindo do pressuposto de que todos os fenômenos

apresentam características contraditórias organicamente unidas e indissolúveis (GIL, 2010;

LAKATOS, 2010; PRODANOV, FREITAS, 2013).

O método do estudo de casos trata-se de uma investigação aprofundada de um ou mais

objetos de estudo (casos), a fim de esclarecer uma decisão tomada, como foi o processo de

adoção de uma solução ou de questões correlatas (MIGUEL, 2010; YIN, 2010). O estudo de

caso é exploratório, descritivo e interpretativo, podendo ser intrínseco ou estudo de caso único

(fato, objeto e fenômeno), estudo de caso instrumental (um modelo teórico) e o estudo de caso

múltiplo que trata do estudo entre duas ou mais situações (PRODANOV, FREITAS, 2013).

Para Oliveira (2011) o estudo de caso múltiplo é caracterizado por utilizar mais de uma

realidade para confrontar dados, tendo em vista buscar explicações e fundamentos para os

fenômenos definidos pelo objeto de estudo.

Appolinário (2012) ressalta que, quanto à sua finalidade, a pesquisa pode ser

classificada como básica ou aplicada. A pesquisa básica, ou fundamental, está voltada a

evolução científica. Já a pesquisa aplicada é provocada por interesses empresariais, busca o

conhecimento de novos processos ou produtos dirigidos para as necessidades do mercado.

Miguel (2010) e Oliveira (2011) consideram que, quanto à dicotomia da abordagem da

pesquisa, esta pode ser quantitativa ou qualitativa. A primeira busca quantificar os dados

coletados assim como a utilização de técnicas estatísticas. A segunda consiste em um

processo de reflexão e análise da realidade, através da utilização dos métodos e técnicas para

compreensão detalhada do objeto em estudo, sem negligenciar o seu contexto histórico,

53

segundo sua estruturação. Para Gil (2010) quanto ao o objetivo, a pesquisa pode ser

exploratória, descritiva ou explicativa (Quadro 3.1).

Quadro 3.1 Pesquisa Quanto ao Objetivo

EXPLORATÓRIA DESCRITIVA EXPLICATIVA

- visa proporcionar

familiaridade com o problema,

buscando torná-lo explícito ou

a construir hipóteses.

- envolve o levantamento

bibliográfico, entrevistas com

pessoas que tiveram

experiências om o problema

pesquisado;

- Assume, as formas de

pesquisa bibliográfica e estudo

de caso.

- visa descrever as

características de

determinada população ou

fenômeno ou o

estabelecimento de

relações entre variáveis.

- envolve o uso de técnicas

padronizadas de coleta de

dados: questionário e

observação sistemática.

- Assume, em geral, a

forma de levantamento.

- visa identificar os fatores

que determinam ou

contribuem para a

ocorrência dos fenômenos.

- aprofunda o conhecimento

da realidade porque explica

a razão, o “porquê” das

coisas.

- Assume, em geral, a

formas de pesquisa

experimental e pesquisa ex-

post-facto.

Fonte: Adaptado de Gil (2010)

Para a coleta de dados utilizam-se questionários, formulários e entrevistas:

- O questionário é um conjunto de perguntas objetivas elaboradas pelo pesquisador que é

respondida pelo informante sem a presença daquele.

- O formulário diferencia-se do questionário devido à necessidade da presença do pesquisador

acompanhando os respondentes (ANDRADE, 1999).

- A entrevista estruturada caracteriza-se pela realização de perguntas a um informante

segundo um roteiro pré-estabelecido. A entrevista semiestruturada segue o mesmo padrão,

mas com maior liberdade de expressão, e a entrevista desestruturada não estabelece padrão

algum, podendo o informante falar sobre aquilo que julga mais importante sobre o tema

(LAKATOS, 2010).

54

O presente estudo é classificado, quanto à sua finalidade, como uma pesquisa aplicada.

Quanto aos objetivos, a pesquisa é exploratória e descritiva. Foram utilizados o método

dedutivo e o estudo de casos múltiplos, já que a proposta foi aferida em três empresas

distintas.

Quanto à abordagem adotada na pesquisa ela é qualitativa tendo o pesquisador como

instrumento fundamental na análise dos dados. A coleta de dados foi realizada através de

questionário estruturado, formulário, entrevistas desestruturadas e a observações do

pesquisador. O Quadro 3.2 resume cada uma das classificações da pesquisa.

Quadro 3.2 Pesquisa Quanto a Classificação

PESQUISA CLASSIFICAÇÃO

Finalidade Aplicada

Objetivo Exploratória e descritiva

Método Dedutivo

Metodologia Estudo de casos múltiplos

Abordagem Qualitativa

Coleta de dados Formulário, questionário, entrevistas não estruturadas e

observações do pesquisador

Fonte: do autor

3.2 Procedimentos Metodológicos: Etapas da Pesquisa

Para facilitar a compreensão dos procedimentos metodológicos adotados realização

deste trabalho, foi realizada uma breve descrição de cada uma das etapas adotadas,. A Figura

3.1 sumariza cada uma das etapas dos procedimentos metodológicos adotados no estudo.

55

Figura 3.1 Representação dos Procedimentos Metodológicos

Fonte: do Autor

Revisão da Literatura

- Estratégia, PE, FG, PME e Competitividade

Elaboração da Proposta

- Premissas da Proposta

- Seleção de FE de Rigby, Knott e Optativas

- Agrupamento de FG para Fomentar a CE

-Agrupamento de FG para Fomentar a CI

- Integração entre PE e FG no MCA

- Pontos de Aferição da Proposta

Seleção das Empresas

- Apresentação do Trabalho para a Diretoria

- Obtenção de autorização para a pesquisa

- Caracterização das Empresas

Coleta de Dados: Empresas Beta e Gama

- Apresentação para respondentes

- Aplicação do Questionário

Coleta de Dados: Empresa Alfa

- Apresentação para respondentes

- Aplicação do Formulários

Exploração dos Dados

- Perfil dos Respondentes

- Questões Verificadoras da Proposta

- Questões Verificadoras das Condições de Contorno

- Questões Verificadoras das Contribuições da Proposta

Análise dos Dados

- Aferição da Proposta

- Análise do GCC e GCCPA

Conclusões

- Principais resultados encontrados

- Sugestões de pesquisas futuras

56

3.2.1 Etapa 1 - Revisão da literatura

Buscou-se obter informações relevantes sobre os principais tópicos abordados neste

trabalho. Foram pesquisados na literatura diversos temas como: estratégia, Planejamento

Estratégico; ferramentas de gestão, pequenas e médias empresas e competitividade. A revisão

da literatura está descrita no Capítulo 2.

3.2.2 Etapa 2 - Elaboração da proposta

Formulou-se a proposta a partir das premissas da proposta, da seleção das FG de Rigby

(2013), Knott (2006), do agrupamento das FG que podem fomentar a competitividade externa,

o agrupamento das ferramentas que podem fomentar a competitividade interna, da integração

entre o PE e as FG no MCA, e o estabelecimento dos pontos de aferição. A elaboração da

proposta está descrita no Capítulo 4.

3.2.3 Etapa 3 - Seleção das Empresas

Nessa etapa apresentou-se a proposta de estudo para a diretoria de cada uma das

empresas. Foi necessário que as empresas atendessem ao critério do SBA (2009) que

normatiza o porte das empresas, segundo sua posição na indústria. Após identificar que a

empresa satisfaz o critério do SBA (2009), que leva em consideração a competitividade da

empresa no setor em que atua, buscou-se a autorização para a pesquisa e realizou-se a

caracterização de cada uma das empresas que participaram do estudo. A seleção e

caracterização das empresas estão descritas no Capítulo 5, nos tópicos 5.1, 5.1.1, 5.1.2 e

5.1.3).

3.2.4 Etapa 4 - Coleta de Dados das Empresas Alfa, Beta e Gama

Para minimizar a chances de se obter dados imprecisos no procedimento de coleta dos

mesmos, classificou-se as empresas estudadas em dois grupos: Alfa (empresa menor) , Beta e

Gama (empresas maiores e estruturadas). Devido ao fato da empresa Alfa possuir um grupo

pequeno de pessoas nos níveis estratégico e tático, além da limitação de conhecimento dos

conceitos teóricos que suportam os temas estudados nessa pesquisa, adotou-se para estas

57

empresas o preenchimento de formulário com auxílio do pesquisador. Para as empresas Beta e

Gama, adotou-se o questionário como fonte de coleta.

Para minimizar a chances de se obter dados imprecisos no procedimento de coleta dos

mesmos, adotou-se a separação das empresas estudadas em dois grupos distintos: Alfa

(empresas menores) e Beta e Gama (empresas maiores e mais estruturadas). Devido ao fato da

empresa Alfa possuir um grupo pequeno de pessoas nos níveis estratégico e tático, além da

limitação de conhecimento dos conceitos teóricos que suportam os temas estudados nessa

pesquisa, adotou-se para estas empresas o preenchimento de formulário com auxílio do

pesquisador. Para as empresas Beta e Gama, adotou-se o questionário como fonte de coleta de

dados.

Assim, para a empresa Alfa, foram realizadas apresentações para os respondentes sobre

o propósito do estudo, apresentação sobre tópicos de estratégia, de ferramentas de gestão e de

competitividade. Apresentou-se um formulário para a coleta de dados assim como instruções

do preenchimento dos mesmos. Devido à necessidade desse grupo de funcionários, houve a

participação do pesquisador auxiliando os respondentes no preenchimento do formulário.

Assim, à medida que cada um dos tópicos era apresentado, imediatamente após isso, a questão

associada a esse tópico era respondida pelos participantes no formulário.

Para as empresas Beta e Gama, foram realizadas uma apresentação para os respondentes

sobre o propósito do estudo. A seguir, apresentou-se um questionário para a coleta de dados

assim como instruções do preenchimento dos mesmos, sem auxílio do pesquisador.

.

O questionário e o formulário utilizados contemplaram 24 questões, sendo 22 de

múltipla escolha e duas de questões dissertativas (Apêndice A). Utilizou-se o tipo de escala de

mensuração nominal na qual coletam informações sobre uma variável que pode ser agrupada

em duas ou mais categorias, podendo ser mutuamente exclusivas. Assim, o rol de opções

incluiu diversas alternativas de opções e apenas uma delas deveria representar a resposta do

participante (Mattar, 2014). O questionário e o formulário foram estruturados em quatro

seções distintas:

- Na primeira seção faz-se um levantamento do perfil do respondente;

58

- Na segunda seção buscam-se informações sobre o grau de utilização das ferramentas de

gestão na empresa, na percepção dos colaboradores, verificando-se a sua aderência ao modelo

proposto;

- Na terceira seção faz-se um levantamento das condições de contorno;

- Na quarta seção faz-se um levantamento das contribuições da proposta.

3.2.5 Etapa 5 - Exploração dos Dados

Nesta etapa os dados coletados são tabulados, convertidos em gráficos e em

informações numéricas e qualitativas. Assim, obtêm-se informações do perfil dos

respondentes, das questões verificadoras da proposta, das questões verificadoras das

condições de contorno e das contribuições da proposta. A explorarão dos dados está descrita

no Capítulo 5, do tópico 5.3 até o 5.6.

3.2.6 Etapa 6 - Análise dos Dados

Nesta etapa os dados coletados são analisados, faz-se a aferição da proposta de

integração entre o Planejamento Estratégico e as diversas Ferramentas de Gestão e obtêm-se o

grau de contribuição para a competitividade (GCC) para cada uma das ferramentas de gestão

e o grau de contribuição para a competitividade no ponto de aferição (GCCPA). A análise dos

dados está descrita no Capítulo 5, no tópico 5.7.

3.2.7 Etapa 7 - Conclusões

Nesta etapa apresenta-se um sumário dos principais resultados encontrados na pesquisa

em cada uma das empresas estudadas, assim como são abordadas sugestão para pesquisas

futuras, estão descritas no Capítulo 6.

59

4 PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO ENTRE O PE E AS FG PARA O FOMENTO DO ESTADO COMPETITIVO DAS PME

Neste capítulo apresenta-se a proposta de integração entre estratégia e ferramentas de

gestão visando o fomento do estado competitivo das pequenas e médias empresas.

A motivação para a concretização deste trabalho partiu da importância das PME para a

geração de empregos, além das contribuições destas para a sociedade tanto do ponto de vista

econômico quanto de estabilidade social pelos empregos gerados. As PME apresentam baixo

índice de utilização das ferramentas de gestão disponíveis, quando comparadas com as

grandes empresas, quando utilizam as ferramentas de gestão o fazem sem um critério

adequado de seleção, escolhendo ferramentas que muitas vezes não contribuem para

operacionalizar as estratégias, objetivos e planos do seu negócio. A construção de uma

proposta foi originada a partir de estudos da literatura sobre os temas “estratégia”,

“ferramentas de gestão”, “competitividade” e “pequenas e médias empresas”.

Dificilmente se encontra uma PME que não use pelo menos uma ferramenta de gestão.

Haveria algum benefício em integrar as ferramentas e a estratégias? Entre algumas respostas

para essa questão, pode-se citar:

• Ferramentas de gestão são muito mais efetivas quando fazem parte de um projeto maior da

organização;

• Os tomadores de decisão atingem resultados muito melhores quando lideram estratégias

realistas e consideram as ferramentas como suporte para atingir os objetivos estratégicos;

• Uma única ferramenta não é suficiente para solucionar todos os problemas e objetivos

organizacionais, daí a necessidade de se utilizar um conjunto de ferramentas, com propósitos

específicos, atreladas a estratégia.

Uma das situações observadas na revisão bibliográfica dirigida às pequenas empresas,

em geral, é a falta de recursos, principalmente as limitações financeiras e de pessoal

qualificado. Quanto as médias empresas, por não serem pequenas nem grandes, normalmente

são excluídas das políticas governamentais e, diferentemente das pequenas e grandes

empresas, são pouco estudadas nas pesquisas acadêmicas. Observou-se ainda as dificuldades

das PME de converter suas estratégias em um planejamento estratégico, de ter critérios para a

60

seleção e aplicação de ferramentas de gestão, da falta de uma análise dos ambientes, interno e

externo, e do desconhecimento do cenário competitivo.

Verificou-se que embora na literatura haja abundancia nos assuntos referentes à

estratégia, ao planejamento estratégico, às ferramentas de gestão e à competitividade, há

escassez de trabalhos na abordagem dos referidos temas de modo integrado. É comum o

estudo de ferramentas de gestão isoladas como o balanced sorecard, o benchmarking, etc.

Não é difícil também encontrar uma metodologia que agregue um grupo de ferramentas

específicas, como lean manufacturing (que reúne ferramentas diversas como kaizen, kanban,

entre muitas outras). Um grande desafio é encontrar trabalhos aplicando ferramentas múltiplas

para as PME atingirem seu estado de competitividade, integradas á estratégia. Assim, surgiu a

necessidade de desenvolver uma proposta de integração entre estratégia e ferramentas de

gestão visando o fomento da competitividade das PME (PEPPARD, 2000; KEGAN,

O´KELLY, 2006; JUSTA, 2008; GODOY, 2001; GAIO, 2012).

4.1 Premissas da Proposta

A premissa da proposta é integrar de forma dinâmica e organizada as estratégias

organizacionais, formalizadas em um planejamento estratégico, e ferramentas de gestão que

sejam comprovadamente eficazes, buscando fomentar o estado de competitividade das PME.

A proposta está alicerçada em quatro pilares:

- No primeiro pilar estão as ferramentas de impacto e as ferramentas especiais, segundo a

classificação de Rigby (2013).

- O segundo pilar é composto pelas ferramentas estratégicas, segundo a classificação de Knott

(2006).

- No terceiro pilar está o modelo de planejamento estratégico proposto por Müller.

- No quarto e último pilar está modelo de competitividade de Agostinho (2010) que contribui

com sua abordagem focada na competitividade. Ao se integrar as estratégias de uma

organização alicerçadas no seu planejamento estratégico com ferramentas comprovadamente

eficazes para a operacionalização de seus objetivos e planos, analisadas dentro de um

contexto competitivo dinâmico proporcionado pelo MCA, busca-se fomentar o estado

61

competitivo da organização. Antes de se apresentar o modelo faz-se necessário dar um

panorama de cada um dos pilares que o sustentam.

4.2 Descrição dos Pilares de Sustentação da Proposta

Os pilares que sustentam o modelo são o modelo de planejamento estratégico de Müller

(2003), as FG pesquisadas por Rigby (2015) e as FE, segundo a classificação de Knott (2006),

e o MCA.

4.2.1 Ferramentas de Gestão e Ferramentas Estratégicas

Como visto no referencial teórico, as ferramentas de gestão, as práticas de gestão,

ferramentas estratégicas, técnicas de gestão, as metodologias de gestão, assim como diversas

outras denominações, muitas vezes são utilizadas como sinônimos devido à dificuldade e a

falta de consenso em sua classificação. As ferramentas utilizadas na proposta foram as

ferramentas de gestão, segundo a classificação de Rigby e Knott.

4.2.1.1 Ferramentas de Gestão de Rigby

Rigby (2013) divulgou uma pesquisa realizada com mais de 12.000 empresas em todos

os continentes. Entre alguns dos autores que citam a pesquisa de Rigby em seus trabalhos,

destacam-se Zizlavsky (2014), Lawrie, Kalff, Andersen (2015), Aidemark (2009).

Esse estudo, realizado em empresas de todos os continentes no ano de 2013, apresentou

as vinte e cinco ferramentas de gestão mais utilizadas pelas empresas. Essas ferramentas

foram classificadas em:

• Incipientes - apresentam baixo nível de utilização e baixo nível de satisfação.

• Brutas - apresentam alto nível de utilização, mas baixo nível de satisfação;

• Especializadas - apresentam baixo nível de utilização, mas alto nível de satisfação;

• Impacto - apresentam alto nível de utilização e alto nível de satisfação (Figura 4.1).

62

Figura 4.1 Classificação de Ferramentas de Gestão de Rigby

Fonte: Rigby (2013)

Seguindo o propósito de escolher as ferramentas com eficácia comprovada, as

ferramentas de impacto são as mais recomendadas. Entretanto, apesar do uso não tão

difundido quanto às ferramentas de impacto, as ferramentas especializadas poderão ser

utilizadas se aplicáveis à realidade de uma determinada empresa, pois apresentam alto índice

de satisfação. As ferramentas incipientes poderão vir a ser uma ferramenta de impacto no

futuro, mas há incerteza de que tal fato se concretizará. As ferramentas brutas, apesar de

muito utilizadas, apresenta resultados insatisfatórios (Figura 4.2).

Figura 4.2 Uso e Satisfação das Ferramentas de Gestão

Fonte: Adaptado de Rigby (2013)

63

A proposta desse estudo contempla apenas as ferramentas de impacto e algumas

ferramentas especializadas. Devido a grande quantidade de ferramentas, algumas delas

ficaram de fora desse estudo. Como exemplo, a ferramenta especializada big data analytics

(análise de dados complexos), que apresenta alto índice de satisfação, não foi adotada por ser

uma ferramenta para processamento e análise de dados complexos normalmente associados às

grandes empresas. As ferramentas de gestão apresentadas no estudo de Rigby (2013) foram

escolhidas neste trabalho por uma série de razões:

- A Pesquisa tornou-se referência ao trabalhar com múltiplas ferramentas de gestão em

organizações empresariais de pequeno, médio e grande porte em escala global;

- A Pesquisa mede o índice satisfação dos gestores das empresas pesquisadas com os

resultados obtidos através da aplicação das ferramentas de gestão;

- O estudo trás informações do uso das ferramentas nas médias e pequenas empresas

separadamente.

- Os estudos de Rigby (2013) apresentam consistência, são repetidos (atualizados) a cada dois

anos, desde 1993.

Assim, a pesquisa de Rigby (2013) possibilita uma contribuição para a seleção de

ferramentas reconhecidas pelas organizações que as utilizam, confirmadas pelo alto grau de

uso e de satisfação dos gestores das empresas pesquisadas.

4.2.1.2 Ferramentas Estratégicas de Knott (2006)

Nenhuma das ferramentas da Rigby (2013) é específica para análise do ambiente interno

e externo à organização. Na verdade ele trata o planejamento estratégico como uma das

ferramentas de impacto. Como é comum analisar o ambiente ao realizar um planejamento

estratégico, é possível que o autor tenha partido do princípio de que as ferramentas de análise

do ambiente já estivessem contidas no PE. Devido à importância de se ter ferramentas que

analisam o ambiente organizacional, e por estas não estarem claramente presentes nas

ferramentas de Rigby, foram incluídas na proposta da tese algumas das ferramentas de gestão

de Knott (2006). Este classificou suas ferramentas de gestão (chamadas por ele de

ferramentas estratégicas) em ferramentas analíticas, ferramentas facilitadoras, ferramentas

intervencionistas e as ferramentas dinâmicas, conforme descrição a seguir:

64

Ferramentas Estratégicas Analíticas - o modo analítico busca a análise detalhada de um

determinado problema, produzindo resultados específicos com base em um método definido.

Com base em dados de entrada adequados, um procedimento algorítmico ou heurístico gera as

saídas. Como exemplo, temos o modelo das Cinco Forças de Porter.

Ferramentas Estratégicas Facilitadoras - incentivam a criatividade ao mesmo tempo em

que oferece uma estrutura para estruturar a comunicação. Contribuem para tornar ideias,

questões e estratégicas mais claras, podendo necessitar de revisão analítica antes de prescrever

ação. A análise SWOT e o brainstorming são exemplos de ferramentas facilitadoras.

Ferramentas Estratégicas Intervencionistas – o Balanced Scorecard, a Declaração de

Missão e Visão, o Benchmarking e a Gestão da Qualidade Total são ferramentas estratégicas

intervencionistas. As ferramentas estratégicas intervencionistas estão diretamente ligadas à

prática. Ferramentas deste grupo envolvem utilizar ideias como base para a ação, em vez de

suporte para a tomada de decisão.

Ferramentas Estratégicas Dinâmicas - auxiliam no processo de previsão dos cenários

futuros. Dessa forma, aplicações dinâmicas lidam com incertezas e buscam predição. São

particularmente indicadas em condições novas, nas quais a compreensão analítica não é

totalmente possível. A análise de cenários é um exemplo de ferramenta dinâmica.

4.2.1.3 Considerações Sobre as Ferramentas de Gestão Optativas

Faz-se necessário abordar a possibilidade do uso de ferramentas não utilizadas nesse

estudo, que são nomeadas neste estudo de ferramentas optativas. Sugere-se que as ferramentas

optativas para os seguintes casos:

a) quando já são utilizadas e haja plena satisfação com os resultados alcançados pelo uso da

ferramenta.

b) quando já há uma ferramenta não optativa atuando no atributo desejado, pelos resultados

comprovadamente testados e aprovados destas.

c) podem ser utilizadas quando há a necessidade de se utilizar uma ferramenta específica para

se atingir um objetivo específico, quando as ferramentas disponíveis não são suficientes.

65

4.2.1.4 Ferramentas Utilizadas na Proposta

Chegou-se a uma lista de 14 ferramentas que podem contribuir para a competitividade

das PME, adotadas na proposta (Quadro 4.1).

Quadro 4.1 Classificação de Ferramentas de Knott versus Rigby

Ferramentas Adotadas KNOTT (2006) RIGBY (2013)

Missão e Visão Intervencionista Impacto

Análise SWOT Facilitadora Não é citada

As Cinco Forças de Porter Analítica Não é citada

Segmentação Não é citada Impacto

CRM Não é citada Impacto

Gestão da Qualidade Total Intervencionista Especializada

Open Innovation Não é citada Especializada

Balanced Scorecard Intervencionista Impacto

Supply Chain Management Não é citada Impacto

Brainstorming Facilitadora Não é Citada

Benchmarking Intervencionista Impacto

Core competences Não é citada Impacto

Change Management Não é citada Impacto

Fonte: do autor

É importante ressaltar que o Supply Chain Management e a Gestão da Qualidade Total

agrupam uma grande quantidade de ferramentas, neste trabalho serão tratadas como

ferramentas, embora seja um agrupamento de ferramentas.

66

4.2.2 Modelo do Planejamento Estratégico de Müller (2003)

O modelo do planejamento estratégico de Müller foi adotado pela simplicidade e

facilidade de compreensão do mesmo. É composto basicamente de três partes principais: a

identidade organizacional, a análise do ambiente e o delineamento das estratégias (Figura

4.3).

Figura 4.3 Planejamento Estratégico de Müller

Fonte: Müller, 2003

- A identidade organizacional é composta pelos “norteadores estratégicos”. Nela estará

implícito o que é o negócio da empresa, a sua missão, a visão, seus valores.

- A análise do ambiente preocupa-se em compreender o ambiente interno e o ambiente

externo à organização. As inter-relações entre esses ambientes ajudarão para conduzir o

delineamento das estratégias.

- O delineamento das estratégias busca estabelecer as estratégias, os objetivos e os planos de

ação da empresa.

67

4.2.3 Alocação das Ferramentas de Gestão no Modelo de Competitividade de Agostinho

O Modelo de competitividade de Agostinho (2010), um dos pilares da proposta,

contribui para avaliar a integração entre estratégias e ferramentas dentro de um contexto

competitivo através da análise das influências das interações entre PE e FG na

competitividade interna e externa da organização estudada (Figura 4.4).

Figura 4.4 Modelo de Competitividade de Agostinho (resumido)

Fonte: Adaptado pelo autor de Agostinho (2010)

4.2.3.1 Ferramentas agrupadas para fomentar a competitividade externa

A competitividade externa é a capacidade de uma organização em oferecer ao mercado

alternativas capazes de motivar a troca da organização detentora de produto para outra

substituta. A interação entre a posição geográfica e a atividade econômica irá compor o

quadro das relações externas e de seus respectivos estímulos (Agostinho, 2010).

É importante ressaltar que o conjunto de fatores externos – mercado, ciência e

tecnologia e sociedade, geram estímulos que irão gerar o estado de competitividade externa.

Os estímulos descontínuos ocorrem devido ao desenvolvimento científico. Eles podem

provocar descontinuidades, obsolescência repentina de produtos, mudança do patamar do

conhecimento, inviabilização de negócios estáveis, assim como o surgimento explosivo de

novos negócios. Já os estímulos contínuos surgem, principalmente, da evolução tecnológica

de produtos existentes. Os estímulos contínuos permitem certo grau de previsibilidade,

internacionalização da competição, vida dos produtos, velocidade de mudança dos produtos e

a atuação interativa das empresas e do mercado (Agostinho, 2010).

68

É necessário considerar que o conjunto de fatores gera parâmetros que são função do

período de tempo no qual se considera. O estado de competitividade externa é função do

período de tempo em que se faz a análise. Alocando-se as ferramentas de gestão do estudo

que atuam primariamente na competitividade externa, no modelo de competitividade de

Agostinho (2010), temos então um grupo de ferramentas a configuração do Quadro 4.2.

Quadro 4.2 Ferramentas Agrupadas para Fomentar a CE

COMPETITIVIDADE EXTERNA

ATRIBUTOS FERRAMENTAS ESTÍMULOS

CONTÍNUOS

ESTÍMULOS

DESCONTÍNUOS

Mercado Benchmarking

Análise SWOT

As Cinco Forças de Porter Ciência e Tecnologia Open Innovation

Sociedade N/A

Fonte: do autor

O mercado, a ciência e tecnologia e a sociedade, são representados como atributos de

competitividade. Estes precisam ser monitorados pelo uso de ferramentas de gestão, pois

dependendo como as organizações se comportam em relação aos seus estímulos, podem

favorecer ou dificultar a competitividade externa da empresa. As ferramentas que atuam

acompanhando os atributos são benchmarking, atuando no atributo “mercado”, e open

innovation, atuando no atributo “ciência e tecnologia”. A análise SWOT e as Cinco Forças de

Porter atuam tanto na análise do ambiente, parte constituinte do planejamento estratégico,

como monitorando com os estímulos contínuos e descontínuos. Não se adotou neste estudo

ferramentas para o atributo “sociedade” devido a dificuldade de se identificar ferramentas

suficientemente testadas que justificasse o seu uso para esse atributo em uma PME.

4.2.3.2 Ferramentas agrupadas para fomentar a competitividade interna

A Competitividade interna é um conjunto harmônico e sinérgico de fatores

organizacionais, metodológicos e tecnológicos que induzem a percepção externa do mercado

69

consumidor de troca de produtos, de uma organização para outra. Também pode ser entendida

como vantagem competitiva daquela organização ou sistema de negócio. Dentre as

ferramentas adotadas na proposta, um grupo de ferramentas foi alocado para contribuir para a

competitividade interna (Quadro 4.3).

Quadro 4.3 Ferramentas Agrupadas para Fomentar a CI

COMPETITIVIDADE INTERNA

ATRIBUTOS Mercadológicos Organizacional Pessoas

FERRAMENTAS

CRM

Segmentação

BSC

TQM

SCM

Core Competence

Change Management

Brainstorming

Fonte: do autor

As ferramentas que atuam nos atributos que fomentam a competitividade interna são:

- CRM e Segmentação de Clientes, atuando no atributo “mercadológico”;

- BSC, TQM, SCM, Core Competence e Change Management, atuando no atributo

“organizacional”;

- Brainstorming, atuando no atributo “pessoas”.

Assim, cada um dos atributos sendo monitorados por uma ou mais ferramentas, estas

integradas ao planejamento estratégico, contextualizadas dentro do modelo de

competitividade de Agostinho, pode-se então apresentar um esboço da proposta.

4.3 Esboço da Proposta

Faz-se aqui um esboço com cada um dos pilares utilizados para a elaboração da

proposta: o modelo de planejamento estratégico de Müller, o modelo de competitividade de

Agostinho (2010);, e as ferramentas de Rigby (2013) e ferramentas estratégicas de Knott

(2006), estas últimas já alocadas nos subsistemas em que contribuem para o fomento da

competitividade (Figura 4.5).

70

Figura 4.5 Esboço da Proposta

Fonte: do autor

Apresentado o esboço da proposta, com visão conjunta dos pilares dispostos em um

formato preliminar, é necessário agora traçar cada uma das interações complexas que une os

pilares que a sustentam. No próximo passo, apresenta-se a descrição da proposta.

4.4 Apresentação da Proposta

Na Figura 4.6 pode-se visualizar a proposta de integração entre estratégia e ferramentas

de gestão e suas relações de interdependência contextualizadas no modelo de competitividade

de Agostinho, visando alcançar o estado de competitividade para as PME.

71

Figura 4.6 Proposta de Integração entre PE e FG para a Competitividade das PME

Fonte: Elaborada pelo Autor

72

4.4.1 Interações entre o Planejamento Estratégico e as Ferramentas de Gestão

O planejamento estratégico, composto pela identidade organizacional, pela análise do

ambiente e pelo delineamento das estratégias, é posto em ação com a contribuição de um

grupo de ferramentas que contribuem para a operacionalização de planos e ações

organizacionais. Uma síntese de cada um dos componentes do módulo estratégico, e as

ferramentas associadas a este, podem ser visualizados no Quadro 4.4.

Quadro 4.4 Interação ente o PE e as FG

PE DE MÜLLER FERRAMENTAS OBJETIVO

Identidade

Organizacional

Declaração de Missão e

Visão

Direcionar as ações da organização

Análise do Ambiente

Análise SWOT

Cinco Forças de Porter

Analisar o ambiente interno e

externo, preparando a organização

para prevalecer competitivamente

nos mercados em que atua.

Delineamento das

Estratégias

Todas as demais

ferramentas adotadas no

estudo.

Execução dos objetivos e planos

estratégicos, atuando em cada um

dos atributos do Modelo de

Competitividade de Agostinho.

Fonte: do autor

4.4.2 Integração entre o PE e as FG no MCA e os Pontos de Aferição

A integração entre as ferramentas e o planejamento estratégico no modelo de

competitividade de Agostinho pode ser visualizado na Figura 4.7. As linhas azuis que

envolvem as ligações entre as ferramentas de gestão e os diversos componentes da proposta

indicam a localização de onde é realizada a aferição do grau de contribuição da interação do

PE, FG no MCA, para a competitividade de uma organização empresarial. As interações entre

as estratégias e as ferramentas atuam nos atributos de competitividade fomentando para que a

organização obtenha um estado de competitividade interna. A competitividade externa por sua

73

vez interage com as ferramentas que atuam nos atributos “mercado” e “ciência e tecnologia”

que por sua vez resultam em estímulos contínuos e descontínuos, realimentando as inter-

relações da organização com o ambiente ao longo do tempo.

Figura 4.7 Integração entre o PE e as FG no MCA e os Pontos de Aferição

Fonte: do autor

Faz-se necessário elencar pontos importantes que a proposta pretende identificar,

analisar e/ou resolver:

A maioria das PME não possuem um planejamento estratégico formal ainda que

diversos modelos, muitos dos quais complexos, estejam disponíveis na literatura.

Pretende-se, na proposta, simplificar a compreensão do PE para as PME;

Estabelecer um critério de seleção de ferramentas de gestão que fomentem o estado de

competitividade das PME;

Integrar as ferramentas de gestão selecionadas com o Planejamento Estratégico,

analisando objetivamente o grau de contribuição desta integração para o estado de

74

competitividade da organização, adotando uma escala numérica para a mensuração de

dados intangíveis;

Analisar o estado competitivo global da empresa a partir da análise das interações

entre as FG e o PE dentro do modelo de competitividade de Agostinho;

Analisar o grau de contribuição que cada uma das ferramentas, ou grupo de

ferramentas que atuam em um mesmo atributo do Modelo de Competitividade de

Agostinho, para o estado competitivo da organização estudada;

Diagnosticar vulnerabilidades, indicando em que pontos da empresa estas ocorrem,

4.5 Resumo do Capítulo

Neste capítulo foi apresentada a proposta de integração entre estratégia e ferramentas de

gestão visando o fomento da competitividade das pequenas e médias empresas. A proposta

contemplou as inter-relações entre o planejamento estratégico e as ferramentas de gestão no

modelo de competitividade de Agostinho de modo a obter o aumento do estado de

competitivo das pequenas e médias empresas.

75

5 APLICAÇÃO DA PROPOSTA

Neste capítulo a proposta de integração entre estratégias e ferramentas de gestão é

submetida para aferição em três empresas distintas buscando-se compreender os pontos de

aderência, limitações e contribuições da proposta para que as organizações do estudo possam

alcançar o estado competitivo. Ressalta-se que não é escopo deste estudo implantar a

proposta. Neste estudo utilizou-se uma amostragem não probabilística em que a escolha de

participantes se deu em função de sua disponibilidade (e das empresas). O ponto de partida foi

entrar em contato com empresas que estivessem dispostas a participar do estudo, chegando-se

a três empresas que no estudo serão referidas como Empresa Alfa, Empresa Beta e Empresa

Gama.

5.1 Caracterizações das Empresas

Essa seção tem como objetivo traçar um breve panorama sobre três organizações em

que a proposta foi aferida.

5.1.1 Empresa Alfa

A Empresa Alfa é uma empresa do ramo alimentício de pequeno porte com oitenta

funcionários e está localizada a 120 km da capital do Estado de São Paulo. A empresa é

dirigida por um casal de sócios que fundou a empresa em 1994 e hoje possui mais de dois mil

clientes, principalmente supermercados. A área estratégica da empresa é formada por três

diretores, sendo um casal de sócios (ele responsável por toda área operacional da empresa e

ela pela área comercial) e uma terceira pessoa que ocupa a diretoria administrativa e

financeira. A empresa produz e comercializa produtos denominados “ovos especiais”,

formado principalmente por ovos caipiras, ovos orgânicos e ovos vitaminados. A área de

atuação da empresa abrange todos os estados do Centro-Sul do Brasil. A empresa Alfa possui

uma estrutura física disposta na seguinte configuração:

Granjas – Criatório de galinhas poedeiras caipiras onde as aves são criadas em ambiente

semiconfinado, podendo ciscar pelo terreiro durante parte do dia. Seus ovos adquirem uma

coloração marrom na casca e amarelo forte na gema, e geralmente são mais ricos em

76

vitaminas que os ovos brancos de granjas comerciais. Na produção de ovos orgânicos não

há a utilização de antibióticos e produtos promotores de crescimento. Sua dieta, além de não

apresentar ingredientes de origem animal, é composta unicamente de grãos e vegetais

cultivados em sistema orgânico, ou seja, produzidos sem a utilização de defensivos e

fertilizantes químicos. A empresa produz apenas 10% dos ovos comercializados, tendo de

recorrer a fornecedores para atender a todos os seus clientes.

Escritório central - local que abriga as equipes dos departamentos

administrativo/financeiro, qualidade, logística e vendas;

Entreposto - local onde estão as equipes de produção e expedição, além do almoxarifado e

uma máquina de classificação de ovos. Todo o processo é realizado automaticamente.

5.1.2 Empresa Beta

A Empresa Beta é uma indústria química de médio porte com 250 funcionários. Foi

fundada em 1992 por profissionais com experiência no mercado brasileiro de gases

industriais. Até sua fundação, apenas empresas multinacionais atuavam no mercado brasileiro.

A empresa de médio porte, localizada a sessenta quilômetros da capital do Estado de São

Paulo, orgulha-se em ser a única empresa 100% nacional no setor de gases, possui 3% do

mercado brasileiro. A empresa opera com capital próprio e tem uma carteira de clientes

composta por mais de mil empresas, mantendo uma rede de 16 filiais com estações de

enchimento de gases em cilindros. A operação é mantida por quatro fábricas de gases do ar

(argônio, oxigênio e nitrogênio), uma de acetileno, outra de óxido nitroso, três fábricas de gás

carbônico, uma unidade de enchimento de hélio líquido e um laboratório auxiliar para

produção de gases especiais. A alta gerencia é composta pelo presidente, sócio majoritário, e

por cinco diretores que envolvem as áreas comercial, industrial, logística, administração e

produção. Em sua linha de produtos inclui gases atmosféricos (oxigênio, nitrogênio e

argônio), gases de processo (gás carbônico, acetileno, hidrogênio, misturas para soldagem,

hélio e óxido nitroso), além de gases especiais e medicinais, comercialização de hidrogênio e

demais produtos do setor. Os gases industriais são utilizados em industriais, hospitais e setor

de serviços. O oxigênio, o óxido nitroso, o ar comprimido e o gás carbônico são utilizados em

hospitais, clínicas e serviços de entrega a domicilio. O setor de gases especiais produz gás de

alta pureza e misturas que são distribuídos para laboratórios de análises químicas e calibração

de instrumentos de medição.

77

5.1.3 Empresa Gama

A Empresa Gama trabalha com forjamento e usinagem de peças para o setor

automotivo, atendendo o mercado nacional e externo. Com 600 colaboradores, está localizada

a 60 km da capital do Estado e concentra os processos de forjaria e usinagem. A empresa

produz peças forjadas e usinadas utilizadas na suspensão dianteira de ônibus e caminhões,

componentes de transmissão para caminhões, ônibus, veículos comerciais leves, automóveis e

tratores, e componentes de motores para a indústria automotiva. Dentre os produtos,

destacam-se os eixos dianteiros, eixos rígidos, mangas de eixo, braços de direção e ligação,

flanges, eixo comando de válvulas, coroas, pinhões, engrenagens, semieixos, suportes, garfos

dentre outros produtos. A empresa passa por um momento difícil que se intensificou na crise

econômico-financeira internacional de 2008 que afetou os mercados em que atua,

principalmente, Europa e EUA. A retração da demanda por componentes automotivos elevou

seu endividamento e intensificou sua dificuldade de honrar compromissos financeiros com

fornecedores, culminando em um processo de recuperação judicial em 2014.

Um resumo das empresas quanto ao porte, número de funcionários, quantidade de

respondentes participantes da pesquisa, o ramo de atuação, o ano de sua fundação, o seu

faturamento anual e número de clientes, pode ser observado no Quadro 5.1.

Quadro 5.1 Resumo das Empresas Pesquisadas

CARACTERÍSTICAS EMPRESA ALFA EMPRESA BETA EMPRESA GAMA

Total de funcionários 80 260 600

Total de respondentes

dos questionários

29 35 17

Ramo de atuação Indústria

alimentícia

Indústria química Indústria de

autopeças

Ano de fundação 1989 1992 1958

Faturamento anual R$ 35 milhões R$ 90 milhões Não informado

Número de clientes 2000 3000 Não informado

Fonte: dados da pesquisa

78

Embora haja diversas classificações que buscam distinguir as PME das grandes

empresas, as empresas Alfa, Beta, Gama foram escolhidas para este estudo por satisfazer a

classificação da SBA, que leva em consideração a competitividade do setor em que as

empresas atuam. A SBA estabelece uma medida que melhor representa a magnitude de suas

operações e o nível de atividade dos negócios gerados pelas empresas de um dado setor,

fixando um limite máximo de receita anual ou número de funcionários para a empresa ser

considerada um small business (pequeno negócio). No grupo das small business temos as

micro, pequenas e médias empresas. O Quadro 5.2 resume os fatores considerados pelo SBA

para classificar o tamanho da empresa.

Quadro 5.2 Porte das Empresas: Número de Empregados versus Receita

FATOR INDUSTRIAL NÚMERO DE

EMPREGADOS

RECEITA COMENTÁRIO

Uso intensivo de capital

X

Nível de empregos variam

com o nível de produção, valor

de saída é substancialmente

derivado dos ativos fixos.

Baixo custo operacional

relativo à receita

X Receitas elevadas geradas com

baixos insumos trabalhistas.

Variação de empresas

dentro do setor pelo

estágio de produção ou

grau de integração vertical

X

Varia de acordo com a

estrutura da empresa.

Empresas estruturadas

horizontalmente

X

Receitas variam de acordo

com o relacionamento entre as

empresas.

Uso intensivo e mão de

obra

X Valor de saída varia com o

nível de emprego.

Presença de subcontratos X Diferentes níveis de

terceirizações.

Alta taxas de trabalhadores

de tempo parcial

X

Diferentes práticas de

emprego.

Operações in múltiplos

setores

X

Receita é melhor do que o

número de empregados.

Fonte: Adaptado pelo autor de SBA (2009)

79

As empresas Alfa, Beta e Gama, quanto ao porte, são equivalentes as small business,

segundo a classificação que leva em conta a competitividade da indústria (setor) de que fazem

parte, adotada pelo SBA. A receita anual ou o número de funcionários das empresas estão

dentro dos limites que nos permitem diferenciá-las de uma grande empresa (Quadro 5.3).

Quadro 5.3 Empresas Segundo Classificação da SBA

EMPRESA LIMITE DE

RECEITA ANUAL LIMITE DE

EMPREGADOS

ATIVIDADE

Alfa US$ 15 milhões N/A Produção de Ovos

Beta N/A 1000 Indústria Química

(Gases)

Gama N/A 750 Autopeças

Fonte: Adaptado pelo autor

As empresas Alfa, nas classificações do Brasil, é caracterizadas como pequena. A

empresa Beta é classificada como média e Gama como grande, nas classificações do Brasil.

Assim, esse trabalho levou em consideração a classificação da SBA por ser baseado no

critério da competitividade para distinguir as grandes empresas menores.

5.2 Aplicação do Questionário / Formulário

Devido à dificuldade de reunir os funcionários participantes, para não impactar

negativamente nas atividades do seu trabalho, diversas apresentações foram realizadas pelo

autor deste trabalho, em diferentes dias e horários, de modo a se reunir a maior quantidade

possível de voluntários (respondentes). Participaram do estudo24 funcionários da Empresa

Alfa, 35da Empresa Beta e 17funcionários da Empresa Gama, totalizando 81 pessoas. Essa

proposta foi validada pelas pessoas do nível estratégico das empresas participantes.

5.3 Perfil dos Respondentes

80

Buscou-se fazer um levantamento do perfil dos respondentes de cada empresa que

participou da pesquisa para compreender melhor a força de trabalho da empresa. Esse perfil

busca coletar informações do gênero, faixa etária, tempo de trabalho na empresa, o grau de

instrução e a posição ou cargo (nível de responsabilidade) que ocupa na empresa.

Na Figura 5.1 observa-se a disposição do gênero dos respondentes. A empresa Alfa tem

59% dos respondentes do sexo feminino e 41 % do sexo masculino. Na empresa Beta tem

43% dos respondentes do sexo feminino e 57% do sexo masculino. Na empresa Gama

predominam os homens (82%) em relação as mulheres (18%) Diferentemente da empresa

Alfa que concentram maioria de colaboradores do sexo feminino, na empresa Gama

prevalecem os respondentes do sexo masculino.

Figura 5.1 Gênero

Fonte: dados da pesquisa

No que se refere a faixa etária dos respondentes, a empresa Alfa tem 52% dos

respondentes na faixa entre 18 e 29 anos, 35% na faixa etária de 30 e 39 anos e 10% na faixa

entre 40 e 49 anos e apenas 3% na faixa acima dos 50 anos. A empresa Beta tem 40% dos

respondentes na faixa entre 18 e 29 anos, 26% na faixa etária de 30 e 39 anos e 20% na faixa

entre 40 e 49 anos e apenas 14% na faixa acima dos 50 anos. A empresa Gama tem 6% dos

respondentes na faixa entre 18 e 29 anos, 23% na faixa etária de 30 e 39 anos e 24% na faixa

entre 40 e 49 anos e 47% na faixa acima dos 50 anos (Figura 5.2).

81

Figura 5.2 Faixa Etária

Fonte: dados da pesquisa

Na Figura 5.3 podem ser observadas as faixas de tempo de empresa dos respondentes.

A empresa Alfa tem 41% dos respondentes na faixa até 1 ano, 17% na faixa entre 1 e 3 anos,

14% na faixa entre 3 e 5 anos, 7% na faixa entre 5 e 10 e 21% na faixa acima dos 10 anos. A

empresa Beta apresentou 29% dos respondentes na faixa até 1 ano, 34% na faixa entre 1 e 3

anos, 14% na faixa entre 3 e 5 anos, 9% na faixa entre 5 e 10 e 14% na faixa acima dos 10

anos. A empresa Gama possui 0% dos respondentes na faixa até 1 ano, 6% na faixa entre 1 e 3

anos, 12% na faixa entre 3 e 5 anos, 35% na faixa entre 5 e 10 e 47% dos respondentes na

faixa acima dos 10 anos.

Figura 5.3 Tempo de Empresa

Fonte: dados da pesquisa

No que se refere ao grau de instrução dos respondentes, a Empresa Alfa tem 24% dos

respondentes com ensino fundamental, sendo que a maior parte destes são funcionários da

granja, 41% com o ensino médio completo, 21% com ensino superior e 14% com pós-

graduação. Na empresa Beta nenhum respondente afirmou ser somente o ensino fundamental,

69% possuem o ensino médio, 20% concluíram o ensino superior e 11% possuem pós-

82

graduação. A empresa Gama tem 0% dos respondentes com ensino fundamental, 6% com o

ensino médio completo, 53% com ensino superior e 41% com pós-graduação (Figura 5.4).

Figura 5.4 Grau de Instrução

Fonte: dados da pesquisa

Quanto ao perfil do cargo dos respondentes, na empresa Alfa 14% dos respondentes são

do nível estratégico, 21% do nível tático e 65% do nível operacional. Na empresa Beta 14%

dos respondentes são do nível estratégico, 20% do nível tático e 66% do nível operacional.

Diferentemente das demais, na empresa Gama 12% dos respondentes são do nível estratégico,

88% do nível tático e 0% do nível operacional (Figura 5.5).

Figura 5.5 Posição do Cargo na Empresa

Fonte: dados da pesquisa

5.4 Questões verificadoras da aderência à proposta

Nesta seção foram realizadas indagações sobre o grau de utilização das ferramentas de

gestão na empresa, verificando-se a sua aderência ao modelo proposto. Assim tratou-se de

avaliar a utilização da declaração de missão e de visão, brainstorming, benchmarking, open

83

innovation, change management, core competence, balanced scorecard, supply chain

management, total quality management, segmentação, custom relationship management,

análise SWOT e as cinco forças de Porter. Para analisar as ferramentas dentro do MCA, as

ferramentas foram subdivididas conforme atuam no referido modelo.

5.4.1 Ferramenta para o atributo “pessoas”

Sobre a utilização da ferramenta brainstorming, a empresa Alfa 24% afirmaram ser

pouco utilizada e 76% disseram que é muito utilizada. Na empresa Beta 57% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada, 37% afirmaram ser pouco

utilizada e muito utilizada para 6%. Na empresa Gama 47% dos respondentes informaram que

essa ferramenta não é utilizada, 35% afirmaram ser pouco utilizada e para 18% é muito

utilizada (Figura 5.6).

Figura 5.6 Brainstorming

Fonte: dados da pesquisa

5.4.2 Ferramenta que acompanha os estímulos de mercado

Sobre as informações coletadas dos respondentes sobre benchmarking, na empresa Alfa

10% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 52% afirmaram ser pouco utilizada e 38%

disseram que é muito utilizada. Na empresa Beta 29% dos respondentes informou que essa

ferramenta não é utilizada, 54% afirmaram ser pouco utilizada e 17% disseram que é muito

utilizada. Na empresa Gama 23% informaram que essa ferramenta não é utilizada, 24%

afirmaram ser pouco utilizada e 53% disseram que é muito utilizada (Figura 5.7).

84

Figura 5.7 Benchmarking

Fonte: dados da pesquisa

5.4.3 Ferramenta que acompanha os estímulos da ciência e tecnologia

A respeito da utilização de ferramenta que fomenta a inovação, observou-se que a

ferramenta open innovation apresenta baixo percentual de utilização. Na empresa Alfa 76%

afirmaram que a ferramenta não é utilizada e 24% afirmaram ser pouco utilizada. Na empresa

Beta 94% informaram que essa ferramenta não é utilizada, para 6% é pouco utilizada e

nenhum respondente (0%) afirmou que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama

74% informaram que essa ferramenta não é utilizada, para 18% é pouco utilizada e 12%

afirmaram ser muito utilizada (Figura 5.8).

Figura 5.8 Open Innovation

Fonte: dados da pesquisa

5.4.4 Ferramentas que acompanham os atributos “organizacionais"

Sobre a ferramenta de gestão da mudança, change management, na empresa Alfa 31%

afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 17% afirmaram ser pouco utilizada e 52% citaram

que é muito utilizada. Na empresa Beta 29% dos respondentes informaram que essa

85

ferramenta não é utilizada e 48% afirmaram ser pouco utilizada e 23% citaram que a

ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama 24% dos respondentes informaram que essa

ferramenta não é utilizada e 29% afirmaram ser pouco utilizada e 47% citaram que a

ferramenta é muito utilizada (Figura 5.9).

Figura 5.9 Change Management

Fonte: dados da pesquisa

Na Figura 5.10 estão as informações coletadas dos respondentes sobre core

competence. Na empresa Alfa 7% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 34%

afirmaram ser pouco utilizada e 59% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa

Beta 34% dos respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 46% afirmaram

ser pouco utilizada e 20% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na Gama 47%

informaram que essa ferramenta não é utilizada e 24% afirmaram ser pouco utilizada e 29%

citaram que a ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.10 Core Competence

Fonte: dados da pesquisa

Na Figura 5.11 estão as informações sobre Balanced Scorecard. Na empresa Alfa 21%

afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 32% afirmaram ser pouco utilizada e 54% citaram

que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Beta 14% dos respondentes informaram que

86

essa ferramenta não é utilizada e 32% afirmaram ser pouco utilizada e 54% citaram que a

ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama 24% dos respondentes informaram que essa

ferramenta não é utilizada e 35% afirmaram ser pouco utilizada e 41% responderam que a

ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.11 BSC

Fonte: dados da pesquisa

Na Figura 5.12 estão as informações coletadas dos respondentes sobre supply chain

management. Na empresa Alfa 21% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 52%

afirmaram ser pouco utilizada e 27% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa

Beta 54% dos respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 43% afirmaram

ser pouco utilizada e 3% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama 12%

dos respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 29% afirmaram ser pouco

utilizada e 59% citaram que a ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.12 SCM

Fonte: dados da pesquisa

Na Figura 5.13 estão as informações coletadas dos respondentes sobre TQM. Na

empresa Alfa 4% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 55% afirmaram ser pouco

87

utilizada e 41% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Beta 11% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 52% afirmaram ser pouco

utilizada e 37% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama houve

respondentes que informaram que essa ferramenta não é utilizada, 24% afirmaram ser pouco

utilizada e 76% citaram que a ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.13 TQM

Fonte: dados da pesquisa

5.4.5 Ferramentas que acompanham os atributos “mercadológicos"

Aqui são pesquisados o uso das ferramentas segmentação e CRM. Na Figura 5.14 estão

as informações coletadas dos respondentes sobre a ferramenta segmentação. Na empresa Alfa

4% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 24% afirmaram ser pouco utilizada e 72%

citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Beta 4% informaram que essa

ferramenta não é utilizada e 54% afirmaram ser pouco utilizada e 32% citaram que a

ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama não houve (0%) afirmações de que essa

ferramenta não é utilizada, 24% afirmaram ser pouco utilizada e 76% citaram que a

ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.14 Segmentação

Fonte: dados da pesquisa

88

Na Figura 5.15 estão as informações coletadas dos respondentes sobre CRM. Na

empresa Alfa 10% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 31% afirmaram ser pouco

utilizada e 59% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Beta 3% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 37% afirmaram ser pouco

utilizada e 60% citaram que a ferramenta é muito utilizada. . Na empresa Gama 12% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 35% afirmaram ser pouco

utilizada e 53% citaram que a ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.15 CRM

Fonte: dados da pesquisa

5.4.6 Ferramentas fundamentais para o planejamento estratégico

As ferramentas fundamentais para o planejamento estratégico estão focadas na

propagação da identidade organizacional (norteador estratégico) e na análise do ambiente. A

declaração de missão e de visão transmite o propósito da empresa e direciona a organização

para a conquista do estado futuro desejado. A análise do ambiente contribui para a

compreensão do ambiente organizacional (interno e externo) e auxilia na tomada de decisões.

5.4.6.1 Ferramentas que acompanham a identidade organizacional

Para a identidade organizacional foram coletadas dos respondentes sobre as declarações

de missão e de visão que são ferramentas que norteiam a organização, pois nelas estão

fundamentados o propósito (razão de existir) e o estado futuro desejado da organização. Na

empresa Alfa 7% dos respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada, 24%

afirmaram ser pouco utilizada e 69% disseram que é muito utilizada. Na empresa Beta 28%

dos respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada, 43% afirmaram ser pouco

89

utilizada e 29% disseram que é muito utilizada. Na empresa Gama 29% dos respondentes

informaram que essa ferramenta não é utilizada, 53% afirmaram ser pouco utilizada e 18%

disseram que é muito utilizada (Figura 5.16).

Figura 5.16 Declaração de Missão e Visão

Fonte: dados da pesquisa

5.4.6.2 Ferramentas que acompanham a análise do ambiente

Na Figura 5.17 estão as informações coletadas dos respondentes sobre análise SWOT.

Na empresa Alfa 10% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 31% afirmaram ser pouco

utilizada e 59% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Beta 17% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 34% afirmaram ser pouco

utilizada e 49% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama 35% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 41% afirmaram ser pouco

utilizada e 24% citaram que a ferramenta é muito utilizada.

Figura 5.17 Análise SWOT

Fonte: dados da pesquisa

90

Quanto às informações coletadas dos respondentes sobre o grau de utilização das Cinco

Forças de Porter, na empresa Alfa 14% afirmaram que a ferramenta não é utilizada, 52%

afirmaram ser pouco utilizada e 34% citaram que é muito utilizada. Na empresa Beta 14%

dos respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 34% afirmaram ser pouco

utilizada e 52% citaram que a ferramenta é muito utilizada. Na empresa Gama 53% dos

respondentes informaram que essa ferramenta não é utilizada e 29% afirmaram ser pouco

utilizada e 18% citaram que a ferramenta é muito utilizada (Figura 5.18).

Figura 5.18 Cinco Forças

Fonte: dados da pesquisa

5.5 Questões verificadoras das condições de contorno

As questões que verificam as condições de contorno indagam os fatores que possam

impedir a viabilização da proposta.

5.5.1 Prática das empresas em realizar o planejamento estratégico

Fez-se necessário investigar a afinidade das empresas pesquisadas com a elaboração e

execução do planejamento estratégico. Quando perguntados se a sua organização possui a

prática de realizar o PE os respondentes da empresa Alfa, 69% afirmaram que sim e 31%

disseram que não há prática de realizar o PE. Na empresa Beta, 77% responderam sim e 23%

afirmaram que não. Na empresa Gama, 59% responderam sim e 41% afirmaram que não

(Figura 5.19).

91

Figura 5.19 Prática de Realizar o planejamento estratégico

Fonte: dados da pesquisa

Essas informações sinalizam que as empresas, Alfa, Beta e Gama, têm buscado realizar

o PE e informar seus objetivos aos seus colaboradores. Entretanto, a empresa Beta tem sido

mais bem sucedida, seguida por Alta e Gama .

5.5.2 Prática das empresas em utilizar as FG para operacionalizar seus PE

Ao se investigar a prática da empresa em utilizar as ferramentas de gestão para

Operacionalizar as Estratégias, na empresa Alfa, 79% afirmaram que sim e 21% disseram que

não há prática de utilizar as ferramentas para operacionalizar os planos e objetivos

estratégicos. Na empresa Beta, 71% responderam sim e 29% afirmaram que não. Na empresa

Gama, 94% responderam sim e 6% afirmaram que não (Figura 5.20).

Figura 5.20 Prática de Utilizar as FG para Operacionalizar as Estratégias

Fonte: dados da pesquisa

92

Essas informações deixam claro que as empresas Alfa, Beta e, principalmente, Gama,

têm a prática de utilizar as ferramentas para executar suas estratégias desdobradas no

planejamento estratégico.

5.5.3 Vantagens em se integrar as FG e o PE

Buscou-se aprofundar nos benefícios da integração entre as FG e o PE. Quanto

perguntado quais as vantagens de se integrar as ferramentas de gestão e os planos e objetivos

estratégicos, os respondentes da empresa Alfa afirmaram que haveria uma melhora a

integração entre os departamentos (21%), a empresa passaria a ser orientada para o cliente

(14%), aumento da agilidade (21%), melhoria no estado competitivo (28%), melhora na

lucratividade (14%), nenhuma vantagem (3%) e outra (3%). Para a empresa Beta, os

respondentes afirmaram que haveria uma melhora a integração entre os departamentos (20%),

a empresa passaria a ser orientada para o cliente (14%), aumento da agilidade (17%),

melhoria no estado competitivo (34%), melhora na lucratividade (11%) e nenhuma vantagem

(3%) e outra (6%). Para a empresa Gama, os respondentes afirmaram que haveria uma

melhora a integração entre os departamentos (24%), a empresa passaria a ser orientada para o

cliente (6%), aumento da agilidade (6%), melhoria no estado competitivo (53%), melhora na

lucratividade (12%), nenhuma vantagem (0%) e outra (0%). As informações podem ser

visualizadas na Figura 5.21.

Figura 5.21 Vantagens em se Integrar o PE e as FG

Fonte: dados da pesquisa

5.5.4 Fatores impeditivos para adoção da proposta de integração entre FG e PE

Quanto aos fatores impeditivos da integração entre as FG e os planos e objetivos

estratégicos, os respondentes da empresa Alfa afirmaram que haveria aumento dos custos

93

(7%), dificuldades para utilizar as ferramentas (21%), falta de pessoal qualificado (21%),

Resistência dos colaboradores (14%), resistência das lideranças (14%), nenhum impedimento

(24%) e outra (3%). Os respondentes da empresa Beta afirmaram que haveria aumento dos

custos (14,%), dificuldades para utilizar as ferramentas (14%), falta de pessoal qualificado

(14%), Resistência dos colaboradores (34%), resistência das lideranças (20%), nenhum

impedimento (3%) e outra (6%). Os respondentes da empresa Gama afirmaram que haveria

aumento dos custos (29%), dificuldades para utilizar as ferramentas (12%), falta de pessoal

qualificado (6%), resistência dos colaboradores (6%), resistência das lideranças (41%),

nenhum impedimento (6%) e outra (0%). As informações estão sintetizadas na Figura 5.22.

Figura 5.22 Fatores Impeditivos para Adoção da Proposta do Estudo

Fonte: dados da pesquisa

5.6 Questões verificadoras das contribuições da proposta.

Neste grupo de questões, procurou-se verificar se a proposta trás contribuições para as

empresas Alfa, Beta e Gama. Foram investigadas as possíveis contribuições das ferramentas e

a omissão de alguma ferramenta relevante.

5.6.1 Investigação das contribuições das ferramentas

Ao se investigar se integração entre as ferramentas de gestão e o planejamento

estratégico pode contribuir para o estado competitivo da organização os resultados para os

respondentes das três empresas foram positivos. Para os respondentes da empresa Alfa, 93%

94

afirmaram que sim e 7% responderam que não há contribuição. Na empresa Beta, 86% dos

respondentes informaram que a integração pode trazer contribuição, apenas 14% não

concordaram. Para os respondentes da empresa Gama, 94% acreditam em contribuição

enquanto que 6% discordam que ela exista (Figura 5.23).

Figura 5.23 Contribuições da Proposta: Integração entre o PE e as FG

Fonte: dados da pesquisa

Para os respondentes que negaram haver alguma contribuição, foi solicitado que

justificasse a sua resposta. Para os dois únicos respondentes da empresa que justificaram a sua

resposta, a sua organização não faz o planejamento estratégico, logo, teria dificuldades de

integrar ferramentas de gestão com algo que não existe. Nenhum respondente das empresas

Alfa e Gama justificaram suas respostas e, para a Empresa Beta, um dos respondentes afirmou

que “a empresa não se interessa por mudanças” e o outro comentou que “o presidente age

segundo sua própria cabeça”. Considerando ao alto percentual de resposta “sim”, os

respondentes avaliaram que a integração entre as FG listada neste estudo e o PE pode

contribuir para o aumento do estado competitivo da organização.

5.6.2 Investigação de omissão de ferramenta relevante

Ao analisar outra questão que possam verificar as contribuições da proposta, foi

necessário investigar, junto aos respondentes, se há alguma ferramenta fundamental para que

a empresa alcance seu estado competitivo, que não tenha sido utilizada no questionário. Na

empresa Alfa, 97% dos respondentes afirmaram que não houve a omissão de tais ferramentas

95

e apenas 3% discordaram. Para 86% dos respondentes da empresa Beta nenhuma ferramenta

significativa foi omitida, 14% acredita que houve omissão de ferramentas importantes. Para

100% dos respondentes da empresa Gama nenhuma ferramenta significativa foi omitida,

nenhum respondente (0%) afirmou que houve omissão de ferramentas importantes (Figura

5.24).

Figura 5.24 Contribuições da Proposta: Omissão de Ferramentas Fundamentais

Fonte: dados da pesquisa

Quando os respondentes foram solicitados a preencherem quais ferramentas, não

abordadas no estudo, poderiam contribuir para a competitividade de sua empresa, as

ferramentas listadas foram: 5´S (uma citação na Empresa Beta); Treinamento (três citações,

na empresa Beta); Reengenharia (uma citações, na Empresa Beta); Terceirização (uma

citação, na empresa Alfa) e, finalmente, Prevenção de acidentes (uma citação na empresa

Beta). Não houve citações de ferramentas na empresa Gama.

Durante convívio com os colaboradores e gestões das empresas Alfa, Beta e Gama foi

possível verificar algumas condições nas empresas que sinalizam os motivos que levaram

alguns respondentes a citarem as ferramentas listadas. Faz-se necessário comentar o 5´S e a

reengenharia, ferramentas mais listadas pelos respondentes. A Empresa Alfa, que enfrenta

problemas de desorganização de seus estoque de insumos iniciou um planejamento para

adotar o 5´s poucos meses após a coleta de dados. Na empresa Beta, alguns colaboradores

expressaram verbalmente que a empresa não investe em treinamento, predominando a

transmissão oral do conhecimento dos funcionários mais experientes para os mais novos. Um

96

dos diretores da empresa afirmou que “a empresa vencerá esse problema contratando pessoal

mais qualificado e ex-funcionários de multinacionais concorrentes”. A ferramenta

“Reengenharia” não foi utilizada no questionário por apresentar-se como ferramenta bruta

(muito utilizada, mas baixo índice de satisfação) no estudo de Rigby.

Considerando a pequena quantidade de ferramentas fundamentais que foram citadas, os

respondentes avaliaram que a as ferramentas adotadas no estudo são abrangentes, poucas

ferramentas não citadas poderiam ser acrescentadas às empresas para torná-las mais

competitivas. É importante observar que, para se evitar a possibilidade de omissão da adoção

de uma FG importante para uma empresa, foi incluída na Proposta gerada por esse estudo a

possibilidade de adoção de FG optativa.

5.7 Análise do GCC e GCCPA

Nesse trabalho o grau de contribuição para a competitividade (GCC) está relacionado à

quão bem as empresas utilizam uma determinada ferramenta de gestão para atingir os

objetivos propostos no seu planejamento estratégico. Já o grau de contribuição para a

competitividade no ponto de aferição (GCCPA) está relacionado à quão bem as empresas

utilizam determinada uma determinada ferramenta (neste caso o GCC é igual ao GCCPA) ou

grupo de ferramentas, analisada em um mesmo ponto, para atingir os objetivos propostos no

seu planejamento estratégico. Assim, o GCC e o GCCPA procuram mensurar o nível de

integração entre o PE e as FG analisadas para se atingir o estado competitivo.

Para se conseguir o GCC e o GCCPA buscou-se atribuir valores, a partir da conversão dos

resultados percentuais de cada uma das questões respondidas no questionário pelos

respondentes, para uma escala de mensuração multi-item de cinco pontos. Tal escala,

desenvolvida por Rensis Likert, tem como objetivo estabelecer uma escala numérica para a

mensuração de dados intangíveis. Cummins e Gullone (2000) destacam que as propriedades

básicas de uma escala tipo Likert são confiabilidade, validade e sensibilidade. A partir de uma

avaliação de vários itens, onde a resposta mais favorável recebe o valor mais alto da escala e a

mais desfavorável recebe o valor mais baixo, pode-se determinar ou identificar o nível de

relação entre elas (Figura 5.25).

97

Muito Baixo Baixo Regular Alto Muito Alto

|__________|__________|_________|_________|

1 2 3 4 5

Figura 5.25 Escala Tipo Likert

Fonte: Elaborado pelo autor

Cada um dos pontos da escala representa um determinado grau de estado de

competitividade (GCC), conforme descrição a seguir:

GCC 1 e GCCPA 1 – Muito baixo: valor percentual dos respondentes, faixa entre 0% e

19%, que afirmaram que a utilização da FG (ou grupo de FG) pesquisada é muito utilizada.

GCC 2 e GCCPA 2 – Baixo: valor percentual dos respondentes, faixa entre 20% e 39%,

que afirmaram que a utilização da FG pesquisada (ou grupo de FG) é muito utilizada.

GCC 3 e GCCPA 3 – Regular: valor percentual dos respondentes, faixa entre 40% e 59%,

que afirmaram que a utilização da FG pesquisada (ou grupo de FG) é muito utilizada.

GCC 4 e GCCPA 4 – Alto: valor percentual dos respondentes, faixa entre 60% e 79%,

que afirmaram que a utilização da FG pesquisada (ou grupo de FG) é muito utilizada.

GCC 5 e GCCPA 5 – Muito Alto: valor percentual dos respondentes, faixa entre 80% e

100%, que afirmaram que a utilização da FG pesquisada (ou grupo de FG) é muito

utilizada. O Quadro 5.4 mostra a correspondência entre as informações do grau

competitivo, da faixa de valores percentuais e do estado competitivo. Para facilitar a

representação do GCC e do GCCPA, adotou-se a representação por setas com espessura

proporcional ao grau encontrado na escala.

Quadro 5.4 GCC e GCCPA

GCC - GCCPA FAIXA ESTADO COMPETITIVO REPRESENTAÇÃO

1 0% ~ 19% Muito Baixo 1

2 20% ~ 39% Baixo 2

3 40% ~ 59% Regular 3

4 60% ~ 79% Alto 4

5 80% ~ 100% Muito Alto 5

Fonte: elaborado pelo autor

98

Como o GCCPA se refere às ferramentas no ponto de aferição, este pode estar

relacionado a uma ferramenta isoladamente ou grupo de ferramentas. Para chegar ao valor do

GCCPA é necessário adotar os seguintes critérios:

- Em caso de existência de uma única ferramenta no ponto de aferição, o GCCPA será igual

ao GCC.

- Em caso de existência de duas ferramentas no ponto de aferição, o GCCPA será igual ao

maior GCC encontrado nas ferramentas analisadas.

- Em caso de três ou mais ferramentas no ponto de aferição, o GCCPA será igual ao GCC que

se repete por mais vezes. Em caso de empate, seleciona-se o maior GCC.

5.7.1 GCC e GCCPA da Empresa Alfa

Ao se analisar o GCC e o GCCPA da Empresa Alfa, chegaram-se os seguintes

resultados:

Pessoas – no ponto de aferição relacionado ao atributo “pessoas”, um expressivo percentual

de respondentes afirmou que a ferramenta brainstorming (76%) é muito utilizada na empresa,

correspondente a faixa de 60% a 79%, recebendo GCC 4 (alto). Assim, obteve-se GCCPA 4.

Mercado – para este atributo, um percentual pequeno de respondentes afirmou que a

ferramenta beanchmarking (38%) é muito utilizada na empresa, ficando na faixa entre 20% a

39%, correspondente ao GCC 2 (baixo), mesmo valor para o GCCPA.

Ciência e Tecnologia – nenhum respondente afirmou que a ferramenta oppen innovation

(0%) é muito utilizada na empresa, ficando dentro faixa de 0% a 19% correspondente ao GCC

1 (muito baixo), mesmo valor para o GCCPA.

Atributo Organizacional – os seguintes percentuais dos respondentes afirmaram que as

ferramentas change management (52%, GCC 3), core competence (59%, GCC 3), BSC (27%,

GCC 2), SCM (27%, GCC 2), TQM (42%, GCC 3) são muito utilizadas na empresa. Como o

maior valor do GCC predominante nesse atributo define o valor no ponto de aferição, obteve-

se GCCPA 3.

Atributo Mercadológico – um número representativo dos respondentes afirmou que a

ferramenta segmentação (72%) é muito utilizada na empresa (GCC 4). Quanto a ferramenta

CRM, verificou-se o valor significativo de 59% (GCC 3) dos respondentes que afirmou que a

99

ferramenta é muito utilizada. Neste caso, o maior valor de GCC define o valor do GCCPA.

Assim, obteve-se GCCPA 4.

Identidade Organizacional – um percentual expressivo de respondentes afirmou que a

ferramenta declaração de missão e visão (69%) é muito utilizada na empresa, ficando dentro

faixa de 60% a 79%, faixa corresponde ao GCC 4 (alto), mesmo valor para o GCCPA.

Análise do Ambiente - um percentual considerável de respondentes afirmou que a ferramenta

análise SOWT (59%) e as Cinco Forças de Porter (34%) são muito utilizadas na empresa,

ficando dentro das faixa de 40% a 59%, que corresponde GCC 3, e GCC 2, respectivamente.

Neste caso, o maior valor de GCC define o GCCPA. Assim, obteve-se GCCPA 3. O Quadro

5.5 sintetiza os principais resultados encontrados para a Empresa Alfa.

Quadro 5.5 Resumo dos Resultados da Empresa Alfa

PONTO DE AFERIÇÃO

FERRAMENTA

EMPRESA ALFA

% GCC GCCPA

Pessoas Brainstorming 76% 4 4

Mercado Benchmarking 38% 2 2

Ciência e Tecnologia Oppen Innovation 0% 1 1

Atributo Organizacional

Change Management 52% 3

3

Core Competence 59% 3

BSC 27% 2

SCM 27% 2

TQM 41% 3

Atributo Mercadológico Segmentação 72% 4

4 CRM 59% 3

Identidade organizacional Missão e Visão 69% 4 4

Análise do Ambiente

Análise SWOT 59% 3

3 5 Forças de Porter 34% 2

Fonte: Elaborado pelo autor

Fonte: dados da pesquisa

100

Os GCCPA da Empresa Alfa foram lançados nos seus respectivos pontos de análise no

MCA, com as respectivas setas indicativas dos graus de competitividade no ponto de aferição.

Assim, é possível identificar os pontos de aferição em que há fragilidades, ou seja, onde há

oportunidades de melhorias quando observados na proposta de integração entre o

planejamento estratégico e as ferramentas de gestão visando o fomento do estado competitivo

das PME (Figura 5.26).

Figura 5.26 GCCPA da Empresa Alfa

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Empresa Alfa encontrou-se o grau 4 (atributo pessoas, atributo mercadológico e na

identidade organizacional), e o grau 3 (atributo organizacional e na análise do ambiente). A

Empresa mostrou-se mais vulnerável no ponto de aferição “mercado”, onde se obteve o grau

2. A Empresa Alfa apresentou resultados que permitem inferir que seu estado de

4 4

4

3 2 1

4 3

101

competitividade interna está de moderada para alta. Quando se analisa a competitividade

externa, observa-se que os pontos de aferição apresentam resultados distintos, apresentando

resultados melhores nos pontos de análise do ambiente e da identidade organizacional (regular

e alta, respectivamente). Já nos pontos de aferição “mercado” e “Ciência e tecnologia”,

apresentaram competitividade baixa e muito baixa, respectivamente.

5.7.2 GCC e GCCPA da Empresa Beta

Ao se analisar o GCC e o GCCPA da Empresa Beta, verificou-se o seguinte:

Pessoas – um pequeno percentual de respondentes afirmou que aa ferramenta brainstorming

(6%) é muito utilizada na empresa, ficando dentro faixa de 0% a 19%, confirmou o GCCPA

1.

Mercado – apresentou um percentual pequeno de respondentes que afirmou que a ferramenta

beanchmarking (17%) é muito utilizada, ficando dentro faixa de 0% a 19%, corresponde ao

GCC 1 (muito baixo), confirmou-se assim o GCCPA 1.

Ciência e Tecnologia – nenhum respondente afirmou que a ferramenta oppen innovation

(0%) é muito utilizada na empresa, ficando na faixa de 0% a 19%, correspondente ao GCC 1

(muito baixo). Como não se analisou outra ferramenta nesse atributo, obteve-se GCCPA 1.

Atributo Organizacional – os seguintes percentuais dos respondentes afirmaram que as

ferramentas change management (23%, GCC 2), core competence (20%, GCC 2), BSC (54%,

GCC 3), SCM (3%, GCC 1), TQM (37%, GCC 2) são muito utilizadas na empresa. Como o

maior valor do GCC predominante nesse atributo prevalece, obteve-se GCCPA 3.

Atributo Mercadológico – nenhum respondente afirmou que a ferramenta segmentação

(32%, GCC 2) é muito utilizada na empresa, já para a ferramenta CRM verificou-se o valor de

60%, dentro da faixa de 60% a 79%, que corresponde ao GCC 4 (alto). Neste caso, o maior

valor de GCC define o GCCPA. Assim, obteve-se GCCPA 4.

Identidade Organizacional – um percentual pouco expressivo de respondentes afirmou que a

ferramenta declaração de missão e visão (29%) é muito utilizada na empresa, ficando dentro

faixa de 20% a 39%, correspondente ao GCC 2 (baixo). Como não se analisou outra

ferramenta para esse atributo, obteve-se GCCPA 2.

102

Análise do Ambiente - um percentual considerável de respondentes afirmou que a ferramenta

análise SOWT (49%) e as Cinco Forças de Porter (52%) são muito utilizadas na empresa,

ficando ambas dentro da faixa de 40% a 59%, que corresponde ao GCC 3. Neste caso, o

maior valor de GCC define o GCCPA. Assim, obteve-se GCCPA 3. O Quadro 5.6 sintetiza os

principais resultados encontrados para a Empresa Beta.

Quadro 5.6 Resumo dos Resultados da Empresa Beta

PONTO DE AFERIÇÃO

FERRAMENTA

EMPRESA BETA

% GCC GCCPA

Pessoas Brainstorming 6% 1 1

Mercado Benchmarking 17% 1 1

Ciência e Tecnologia Oppen Innovation 0% 1 1

Atributo Organizacional

Change Management 23% 2

2

Core Competence 20% 2

BSC 54% 3

SCM 3% 1

TQM 37% 2

Atributo Mercadológico Segmentação 32% 2

4 CRM 60% 4

Identidade organizacional Missão e Visão 29% 2 2

Análise do Ambiente Análise SWOT 49% 3

3 5 Forças de Porter 52% 3

Fonte: Elaborado pelo autor

Fonte: dados da pesquisa

Assim como na Empresa Alfa, os GCCPA da Empresa Beta foram lançados nos seus

respectivos pontos de análise no MCA, com as respectivas setas indicativas dos graus de

competitividade no ponto de aferição. (Figura 5.27).

103

Figura 5.27 GCCPA da Empresa Beta

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Empresa Beta encontrou-se o GCCPA 1 (ciência e tecnologia e mercado), o

GCCPA 3 ( na análise do ambiente) e GCCPA 2 nos demais pontos de aferição (Missão e

visão e nos atributos organizacionais e pessoas). A Empresa Beta mostrou-se vulnerável na

maioria dos pontos de aferição, apresentando melhor desempenho no atributo

“mercadológico” com GCCPA 4.

Os resultados permitem inferir que seu estado de competitividade interna é mal

distribuído, apresentando valores altos no atributo “mercado” e valores baixos dos demais

atributos. Quando se analisa a competitividade externa, observa-se a prevalência de GCCPA

“baixo” e “muito baixo”. Apesar de divulgar parcialmente (site da empresa) sua declaração de

Missão e Visão, o propósito da existência e o estado futuro desejado da empresa Gama não

2

3 1

2

2

1

4 1

104

são difundidos entre seus colaboradores. Como a Empresa Beta enfrenta grandes

multinacionais como concorrentes, precisa buscar as melhores práticas como referência.

5.7.3 GCC e GCCPA da Empresa Gama

Faz-se agora uma análise dos GCC e GCCPA da Empresa Gama:

Pessoas – um pequeno percentual de respondentes afirmou que a ferramenta brainstorming

(18%) é muito utilizada na empresa, ficando dentro faixa de 0% a 19%. Essa faixa

corresponde ao GCC 1 (muito baixo). Obteve-se assim GCCPA 1.

Mercado – apresentou um percentual regular (53%) de respondentes que afirmaram que a

ferramenta beanchmarking é muito utilizada na empresa Gama, ficando dentro faixa de 40% a

59%. Essa faixa corresponde ao GCC 3 (regular). Como não há outra ferramenta atuando

nesse atributo, obteve-se GCCPA 3.

Ciência e Tecnologia – um pequeno percentual de respondentes (12%) afirmou que a

ferramenta oppen innovation é muito utilizada na empresa, faixa de 0% a 19% correspondente

ao GCC 1. Como não se analisou outra ferramenta para esse atributo, obteve-se GCCPA 1.

Atributo Organizacional – ao se analisar este atributo, verificou-se que as ferramentas

change management (47%), BSC (41%) e SCM (59%) apresentaram GCC 3, dentro da faixa

de 40% à 59% (regular). A ferramenta TQM (76%) ficou caracterizada com GCC 4, a

ferramenta core competence (29%) apresentou GCC 2 (baixo), faixa de 20% à 39%. Como o

maior valor do GCC predominante nesse atributo define o valor no ponto de aferição, obteve-

se GCCPA 3.

Atributo Mercadológico – os respondentes (76%) afirmaram que a ferramenta segmentação

é muito utilizada na empresa, faixa de 60 à 79% correspondente ao GCC 4 (alto). Para o CRM

o percentual encontrado foi de 53%, faixa de 40% à 59% correspondente ao GCC 3. Neste

caso, o maior valor de GCC (4) define o GCCPA. Assim, obteve-se GCCPA 4.

Identidade Organizacional – verificou-se nesse atributo um baixo percentual (18%) de

respondentes afirmou que a ferramenta declaração de missão e visão é muito utilizada na

empresa, dentro faixa de 0% à 19%, correspondente ao GCC 1 e GCCPA 1, ou seja, muito

baixo.

105

Análise do Ambiente – apenas 24% dos respondentes afirmaram que a análise SOWT e as

Cinco Forças de Porter (18%) são muito utilizadas, ficando na faixa de 20% a 39%, GCC 2, e

de 0% à 19%, GCC 1, respectivamente. Neste caso, o maior valor de GCC define o GCCPA,

obtendo-se GCCPA 2. O Quadro 5.7 resume os resultados encontrados na Empresa Gama.

Quadro 5.7 Resumo dos Resultados da Empresa Gama

PONTO DE AFERIÇÃO

FERRAMENTA

EMPRESA GAMA

% GCC GCCPA

Pessoas Brainstorming 18% 1 1

Mercado Benchmarking 53% 3 3

Ciência e Tecnologia Oppen Innovation 12% 1 1

Atributo Organizacional

Change Management 47% 3

3

Core Competence 29% 2

BSC 41% 3

SCM 59% 3

TQM 76% 4

Atributo Mercadológico

Segmentação 76% 4

4 CRM 53% 3

Identidade organizacional Missão e Visão 18% 1 1

Análise do Ambiente Análise SWOT 24% 2

2 5 Forças de Porter 18% 1

Fonte: Elaborado pelo autor

Fonte: dados da pesquisa

Assim como nas demais empresas estudadas, os GCCPA da Empresa Gama foram

lançados nos seus respectivos pontos de análise no MCA, com as respectivas setas indicativas

dos graus de competitividade no ponto de aferição. (Figura 5.28).

106

.

Figura 5.28 GCCPA da Empresa Gama

Fonte: Elaborado pelo autor

A Empresa Gama apresentou resultados que permitem inferir que seu estado de

competitividade interna varia de alto (no atributo mercadológico) para regular e baixo (nos

atributos organizacionais e pessoas, respectivamente). Quando se analisa a competitividade

externa, observa-se que os pontos de aferição apresentam resultados muito baixos para os

pontos de aferição “declaração de missão e visão” e “ciência e tecnologia”. Os pontos de

aferição para o “mercado” apresentou resultados melhores, alcançando grau 3, diferentemente

para o ponto de aferição análise do ambiente em que se verificou grau 2 (baixo). Apesar de

possuir declaração de Missão e Visão, parte da identidade organizacional, o propósito da

existência e o estado futuro desejado da empresa Gama não são difundidos entre seus

1 1

4

2 3

1

3 1

107

colaboradores. A empresa precisa se comprometer em orientar a seus colaboradores para quê

a empresa nasceu e para onde ela deverá ser conduzida para melhorar todos saibam como

poderão contribuir em suas atividades no trabalho. A equipe estratégica deverá enfatizar seus

esforços na análise do ambiente, intensificando o uso das ferramentas para este fim (as cinco

forças e análise SWOT).

- Ter o GCC e o GCCPA elevados (graus quatro ou cinco, na escala proposta) não é suficiente

para afirmar que uma organização é competitiva. A busca por um GCC ou GCCPA mais alto

pode complementar as diversas práticas empresariais para se alcançar competitividade. Logo,

mensurar o GCC e o GCCPA pode trazer uma contribuição importante para avaliar a

competitividade de uma ou mais empresas a partir da percepção dos colaboradores, não tendo

a pretensão de substituir outras práticas empresariais ou governamentais para a obtenção do

estado competitivo.

- A análise do GCC e do GCCPA auxilia na detecção de vulnerabilidades, que, depois de

identificadas podem ser minimizadas ou eliminadas, ajudando na concretização da estratégia

empresarial, desdobrada no planejamento estratégico integrado com as melhores fermentas

disponíveis. Ter GCC e GCCPA elevados significa essencialmente ter uma melhor integração

entre PE e FG.

- Para resultados melhores, e ainda mais confiáveis, é necessário que a proposta seja

confrontada com o planejamento estratégico da organização. Nenhuma das organizações

estudadas compartilhou o seu planejamento estratégico na íntegra com o pesquisador.

- O estudo foi realizado a partir de questionários/formulários aplicados dentro da organização.

Seria interessante aprofundar o estudo acrescentando a coleta de dados de clientes, por

exemplo. Assim, a visão do GCC e do GCCPA não se restringiria a própria organização, mas

também ao mercado. É preciso ressaltar que algumas ferramentas de gestão utilizadas (as

cinco forças de Porter, análise SWOT, benchmarking, entre outras) “monitoram e interagem”

com o mercado.

- É importante ressaltar que GCC com valores muito baixo e baixo pode também ser um

indicativo de que a ferramenta analisada não é adequada ao modelo de negócio da empresa (a

ferramenta open innovation é um exemplo observado nas três empresas). Neste caso, a

ferramenta não deverá ser utilizada ou substituída por uma ferramenta optativa. Outro caso

possível é que a ferramenta não é utilizada amplamente, mas satisfaz parcialmente. Um

exemplo deste caso é o TQM, em que apenas o 5´s pode ser muito utilizado pela empresa.

108

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi alcançado, pois se desenvolveu e aferiu-se uma proposta

de integração entre planejamento estratégico e as ferramentas de gestão, avaliando a

contribuição desta integração, para o fomento da competitividade das pequenas e médias

empresas. Adicionalmente, os seguintes objetivos específicos foram alcançados:

- Integração das ferramentas de gestão com o planejamento estratégico, avaliando o potencial

(grau) de contribuição destas para o fomento da competitividade organizacional utilizando-se

o modelo de competitividade de Agostinho;

- Avaliou-se a contribuição e a aderência da proposta, em três organizações (Alfa, Beta,

Gama) e estabeleceu-se um critério de seleção de ferramentas de gestão para fomentar a

competitividade das PME;

- Foi realizada a integração entre o planejamento estratégico e as ferramentas de gestão

selecionadas, analisando-se objetivamente o GCC e o GCCPA das organizações Alfa, Beta e

Gama, adotando-se uma escala numérica para a mensuração de dados intangíveis;

- Analisou-se o estado competitivo global (e suas vulnerabilidades) das empresas Alfa, Beta,

e Gama, a partir das avaliações das interações entre as FG e o PE dentro do modelo de

competitividade de Agostinho. Os principais resultados das Empresas Alfa. Beta e Gama

foram sintetizados no Apêndice B.

Os resultados indicaram que ter o GCC e o GCCPA elevados não é suficiente para

afirmar que uma organização é competitiva, entretanto, a busca por um GCC e o GCCPA

mais alto pode complementar as diversas práticas empresariais para se alcançar

competitividade. Foi possível verificar que as análises do GCC e do GCCPA auxiliam na

detecção de vulnerabilidades, que depois de identificadas, podem ser minimizadas ou

eliminadas pelos gestores, ajudando na concretização da estratégia empresarial. Observou-se

que GCC, com valores muito baixo e baixo, pode ser um indicativo de que a ferramenta

analisada não é adequada ao modelo de negócio da empresa

Como sugestão de trabalhos futuros seria interessante avaliar a proposta acrescentando-

se a coleta de dados de clientes das empresas, e não apenas dos seus colaboradores. Assim, a

109

visão do GCC e do GCCPA não se restringiria a percepção dos colaboradores (interna), mas

também do mercado. Outro ponto relevante para estudo futuro, depois de identificadas as

vulnerabilidades da empresa e da implantação das ações do time de gestores para mitiga-las, é

fazer uma nova aferição da proposta para avaliar a evolução do GCC e GCCPA, comparando-

a com a evolução correspondente dos resultados financeiros da organização e seu desempenho

no seu setor de atuação. Assim, seria possível mensurar as contribuições adicionais da

proposta para o fomento da competitividade das pequenas e médias empresas.

110

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119

APÊNDICE A – FORMULÁRIO / QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

Integração entre o Planejamento Estratégico e as Ferramentas de gestão:

uma Proposta Visando o Fomento do Estado Competitivo das Pequenas e

Médias Empresas

Autor: Ronaldo Santana Santos

Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho

Campinas, 2014

SP

120

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Campinas, março de 2014

Este formulário / questionário é parte integrante da pesquisa desenvolvida pelo aluno do

Doutorado em Materiais e Processos, Ronaldo Santana Santos, na Universidade Estadual de

Campinas – UNICAMP, sob a orientação do Professor Dr. Oswaldo Luiz Agostinho.

Este estudo se intitula “Integração entre Estratégia e Ferramentas de gestão: uma Proposta

Visando o Fomento do Estado Competitivo das Pequenas e Médias Empresas” e será

realizado com funcionários de Empresas de pequeno e médio porte localizadas no Estado de

São Paulo.

Obedecendo a critérios éticos, informamos que sua participação será absolutamente sigilosa.

As respostas deste questionário serão utilizadas somente como fonte de dados para avaliação

da integração entre as estratégias e ferramentas de gestão para a competitividade dessas

empresas. O questionário é composto por 24 questões. Como muitas das perguntas tratam de

temas que requerem esclarecimentos, solicitamos sua autorização para me reunir com pessoas

de suas equipes para instruir e auxiliar no preenchimento das questões.

Antecipadamente agradecemos pela sua contribuição em participar da presente pesquisa que

tem como objetivo contribuir para a formação e para a construção de conhecimento científico.

Atenciosamente,

____________________________ _________________________________

Ronaldo Santana Santos Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho

121

QUESTÕES VERIFICADORAS DO

PERFIL DO RESPONDENTE 1. Sexo:

a ( ) feminino b ( ) masculino

2. Idade:

a ( ) 18 a 29 anos

b ( ) 30 a 39 anos

c ( ) 40 a 49 anos

d ( ) acima de 50 anos

3. Há quanto tempo você trabalha na empresa

a ( ) menos um ano

b ( ) entre um e três anos

c ( ) entre três e cinco anos

d ( ) entre cinco e dez anos

e ( ) acima de dez anos

4. Escolaridade: (assinale apenas o maior nível)

a ( ) fundamental

b ( ) médio

c ( ) superior

d ( ) pós-graduação

5. O cargo que você ocupa pertence a qual nível hierárquico?

a ( ) estratégico (direção, sócio)

b ( ) tático (gerencial, chefia)

c ( ) operacional (chefia, assessoria)

QUESTÕES VERIFICADORAS DE ADERÊNCIA

AO MODELO PROPOSTO

Ferramentas para o atributo “pessoas”

6. Qual o grau de utilização da ferramenta “Brainstorming” para a participação das

pessoas na busca de ideias e soluções diversas?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

Ferramenta que acompanha os estímulos de mercado

122

7. Qual o grau de utilização da ferramenta “Benchmarking”, buscando aprendizado no

mercado com empresas são referências em suas áreas de atuação?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

Ferramenta que acompanha os estímulos da ciência e tecnologia

8. Qual o grau de utilização da ferramenta “Open Innovation” (inovação aberta) para

compartilhar, promover ideias, processos, pesquisas e inovações abertas, a fim de

melhorar o desenvolvimento de seus produtos e prover melhores serviços para seus

clientes?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

Ferramentas para os atributos operacionais

9. Qual o grau de utilização da ferramenta “Change Management” (gestão da

mudança), buscando tratar das mudanças do estado atual para um estado futuro de

forma estruturada para obter benefícios em seus negócios?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

10. Qual o grau de utilização da ferramenta “Core Competence” (competências

essenciais) com foco nas atividades mais importantes para a organização, central para

sua estratégia, para garantir sua sobrevivência?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

11. Qual o grau de utilização da ferramenta “BSC - Balanced Scorecard” na medição do

desempenho da sua organização.

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

12. Qual o grau de utilização da ferramenta “SCM – Supply Chain Management”,

(gestão da cadeia de suprimentos), buscando na interação de processos dentro da

organização para melhoria de desempenho empresarial da cadeia de suprimentos?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

123

13. Qual o grau de utilização da ferramenta “TQM - Total Quality Management”

(gestão da qualidade total) buscando abordagem sistemática para alcançar a qualidade

em todas as funções da empresa?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

Ferramentas para os Atributos Mercadológicos

14. Qual o grau de utilização da ferramenta “CRM – Customer Relationship

Management”, (gestão do relacionamento com o cliente) na sua organização?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

15. Qual o grau de utilização da ferramenta “Segmentação de Mercado/Clientes” para

agrupamento, seleção e definição do mercado alvo de atuação de sua organização?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

Ferramentas para a Identidade Organizacional

16. Qual o grau de utilização da ferramenta “Declaração de Missão e Visão”, norteando

colaboradores e clientes sobre o propósito de existir e o futuro desejado pela sua

organização?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

Ferramentas para análise do Ambiente

17. Qual o grau de utilização da ferramenta “Análise SWOT” para avaliação das

potencialidades (forças), vulnerabilidades (fraquezas), ameaças e oportunidades

vivenciadas pela sua organização?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

18. Qual o grau de utilização da ferramenta “As Cinco Forças de Porter”, para análise

das forças competitivas do setor em que sua organização atua?

( ) Não é utilizada

( ) Parcialmente utilizada ou utiliza ferramenta semelhante

( ) Muito utilizada

QUESTÕES VERIFICADORAS DAS

124

CONDIÇÕES DE CONTORNO

19. Existe na sua organização a prática de realizar o planejamento estratégico?

a ( ) sim b ( ) não

20. Existe na sua organização a prática de utilizar ferramentas de gestão para

operacionalizar seus planos e objetivos estratégicos?

a ( ) sim b ( ) não

21. Quais vantagens você acredita que sua organização pode ter integrando estratégias e

ferramentas de gestão?

a ( ) nenhuma

b ( ) melhor lucratividade

c ( ) melhoria no estado competitivo

d ( ) agilidade

e ( ) orientação para o cliente

f ( ) melhor integração entre os departamentos

g ( ) outro. Qual? _________________________________________ .

22. Quais os fatores impeditivos para integrar estratégias e as ferramentas de gestão

apresentadas?

a ( ) nenhum

b ( ) resistência da liderança

c ( ) resistência dos colaboradores

d ( ) falta de pessoal qualificado

e ( ) dificuldades para utilizar as ferramentas

f ( ) aumento dos custos

g ( ) outro. Qual? ________________________________________.

QUESTÕES VERIFICADORAS DAS

CONTRIBUIÇÕES DA PROPOSTA

23. Caso a sua empresa busque adotar a integração de suas estratégias com as

ferramentas apresentadas nesse questionário, você acredita que a empresa seria mais

competitiva? Justifique.

a ( ) sim b ( ) não

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________

24. Há alguma ferramenta não listada no questionário que você considera fundamental

para que sua empresa alcance um estado competitivo?

a ( ) sim b ( ) não

125

Qual/Quais?_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

126

APÊNDICE B – RESUMO DOS RESULTADOS DAS EMPRESAS ESTUDADAS

PONTO DE AFERIÇÃO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESA ALFA EMPRESA BETA EMPRESA GAMA

% GCC GCCPA % GCC GCCPA % GCC GCCPA

Pessoas

Brainstorming 76% 4 4 6% 1 1 18% 1 1

Mercado Benchmarking 38% 2 2 17% 1 1 53% 3 3

Ciência e Tecnologia Oppen Innovation 0% 1 1 0% 1 1 12% 1 1

Atributo Organizacional

Change Management 52% 3

3

23% 2

2

47% 3

3

Core Competence 59% 3 20% 2 29% 2

BSC 27% 2 54% 3 41% 3

SCM 27% 2 3% 1 59% 3

TQM 41% 3 37% 2 76% 4

Segmentação 72% 4

4

32% 2

4

76% 4

4 CRM 59% 3 60% 4 53% 3

Identidade Organizacional Missão e Visão 69% 4 4 29% 2 2 18% 1 1

Análise do Ambiente

Análise SWOT 59% 3

3

49% 3

3

24% 2

2 Cinco Forças 34% 2 52% 3 18% 1