instrução probatória do processo administrativo

Upload: ilidia-direito

Post on 30-Oct-2015

67 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Instruo Probatria do Processo Administrativo.

Procurar MS8496Fase de Instruo do Processo Administrativo Disciplinar - Art. 151, II, da Lei n 8.112/90:Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: (...) II inqurito administrativo, que compreende instruo, defesa e relatrio;Provas no Processo Administrativo Disciplinar (Art. 155, da Lei n 8.112/90)Art. 155. Na fase do inqurito, a comisso promover a tomada de depoimentos, acareaes, investigaes e diligncias cabveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessrio, a tcnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidao dos fatos.Provas Tcnicas: so aquelas que requerem conhecimento tcnico especfico para sua coleta. No dependem da oralidade e esto regidas por padres tcnico-cientficos comparativos para sua produo, no estando sujeitas a influncias humanas (exceto nos casos de fraude ou deficincia tcnica). So exemplos:- Percias;- Laudos Mdicos;- Assistncias (ou assessorias) tcnicas;- Tradues.Provas Orais: dependem da comunicao e da oralidade para sua produo. Esto sujeitas a influncias situacionais, fisiolgicas e psicolgicas, como, por exemplo:- Iluminao e som do local do fato;- Tempo e/ou condies de exposio ao fato;- Lapsos de memria;- Transtorno de Dficit de Ateno;- Tempo decorrido desde o fato;- Confuso mental;- Fantasias, iluses ou sugestionamento.As Provas Orais no processo disciplinar so as seguintes:- Oitiva* de testemunha;- Oitiva* de informante;- Interrogatrio do investigado (acusado/sindicado);- Acareao. *Tambm chamado depoimento. A nomenclatura no tem importncia, dado o Formalismo Moderado do processo disciplinar.As Provas Tcnicas no so produzidas pelos membros da Comisso processante, dada a necessidade de conhecimento tcnico especfico e para garantia de iseno. facultada a manifestao do investigado, mas nem sempre possvel sua participao. As Provas Orais so produzidas no mbito da Comisso processante, sendo sempre facultada a participao do investigado na sua produo.A reproduo simulada dos fatos (ou reconstituio dos fatos) uma prova de carter misto: depende tanto da tcnica quanto da oralidade. produzida pela Comisso processante, sendo sempre facultada a manifestao e participao do investigado na sua produo.A produo de qualquer prova no processo disciplinar obedece ao critrio da necessidade para conhecimento dos fatos sob apurao. Pedidos de provas desnecessrios e/ou protelatrios devem ser negados (art. 156, 1 e 2, Lei n 8.112/90). O indeferimento de pedido de produo de prova deve ser sempre motivado.A comisso processante pode indeferir motivadamente o pedido de produo de prova quando o conjunto probatrio se mostrar suficiente para a comprovao dos fatos, sem que isso implique cerceamento de defesa. (STJ 3 Seo MS 15.064/DF Publicado no DJe de 17/11/2011)Provas Tcnicas: conceitos, requisitos e finalidade.Percia no Processo Disciplinar Diversos tipos de percias podem ser necessrios no processo disciplinar, para comprovao de fatos ou para validao de outras provas. So exemplos:- Percia mdica;- Percia grafotcnica;- Percia contbil;- Percia em informtica;- Percia em obras/edificaes.Percia no Processo Disciplinar A realizao da percia presume, em qualquer caso, a expertise do perito na respectiva rea tcnica, o que normalmente comprovado por formao acadmica. Em algumas situaes, alm da especialidade, necessrio ter curso ou treinamento prprios para realizao da percia, ou obedecer a normas tcnicas para sua efetivao.Sempre que possvel a designao de perito deve recair sobre agente pblico. Quando a percia for solicitada pela Comisso processante a entidade (e no a perito especfico), essa requisio deve ser feita, na medida do possvel, a rgo pblico. A designao do perito pode se dar por ato do Presidente da Comisso ou da autoridade instauradora.A realizao da percia decidida pela Comisso processante e registrada em ata especfica, com registro das razes de instalao do incidente pericial. Na ata j pode ser feita a designao do(a) perito(a). A deliberao deve ser comunicada ao investigado, para que este, querendo, aponte quesitos percia e indique assistente tcnico, se for o caso.A percia mdica atribuio privativa de mdico, e no requer curso/treinamento especfico de quem a realiza. No processo disciplinar a percia mdica realizada por uma Junta Mdica Oficial, que pode ser designada pelo Presidente da Comisso ou pela autoridade instauradora.A Junta Mdica formada por trs mdicos*. Quando a percia mdica for especfica, pelo menos um dos mdicos dever ser especialista na rea requisitada. O investigado poder designar assistente tcnico, s suas custas, para acompanhar a percia.*No h normativo especfico sobre a necessidade de Junta Mdica no processo disciplinar. Faz-se aqui analogia aos artigos 36, II, b e 205, ambos da Lei n 8.112/90, bem como Portaria MPOG/SRH n 1.675, de 06/10/2006 (DOU de 10/10/2006).A percia grafotcnica atribuio privativa de perito grafotcnico, e requer curso/treinamento especfico de quem a realiza. No processo disciplinar a percia grafotcnica deve ser realizada por perito oficial, vinculado a instituto mdico-legal ou pericial pblico, designado em conformidade com o estatuto da entidade pblica a que se vincula. Por essa razo, no h previso de designao de assistente tcnico.A percia contbil atribuio privativa de contador habilitado especificamente para esse fim, e requer a observao de normas tcnicas especficas, estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade. No processo disciplinar a percia contbil realizada por perito designado pelo Presidente da Comisso ou pela autoridade instauradora. Cabe designao de assistente tcnico por parte do investigado.A realizao de prova tcnica no processo disciplinar ato administrativo formal, e como tal os tcnicos designados para sua produo submetem-se s avaliaes de impedimento e suspeio previstas nas leis n 8.112/90 e 9.784/99.Impedimento: circunstncias de carter objetivo, facilmente identificveis e que via de regra no necessitam de apurao e no admitem contestao. - Parentes do acusado (Lei n 8.112/90, art. 149, 2);Suspeio: circunstncias de carter subjetivo, que requerem apurao e admitem contestao por parte do arguido como suspeito.O servidor impedido de atuar no processo obrigado a comunicar essa circunstncia, no primeiro momento em que fale nos autos. Caso omita essa informao responder disciplinarmente por falta grave (art. 19, Lei n 9.784/99) e ainda poder ser responsabilizado pelos prejuzos decorrentes dessa omisso (art. 122 da Lei n 8.112/90).Oitiva de Testemunhas (Artigo 157 da Lei n 8.112/90)

Art. 157. As testemunhas sero intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comisso, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos. Pargrafo nico. Se a testemunha for servidor pblico, a expedio do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartio onde serve, com a indicao do dia e hora marcados para inquirio. Art. 158. O depoimento ser prestado oralmente e reduzido a termo, no sendo lcito testemunha traz-lo por escrito. 1 As testemunhas sero inquiridas separadamente. 2 Na hiptese de depoimentos contraditrios ou que se infirmem, proceder-se- a acareao entre os depoentes.Todas as testemunhas, sejam as requeridas pelo investigado, sejam as chamadas pela Comisso processante, so testemunhas do processo. Devem ser chamadas a depor primeiramente as testemunhas chamadas pela Comisso processante, e aps as testemunhas requeridas pelo investigado. Caso uma testemunha seja do interesse ao mesmo tempo da Comisso e do investigado, dever ser ouvida ao final das demais. Ainda que falem sobre o mesmo tema as testemunhas depem separadamente. As testemunhas que ainda no depuseram no podem ouvir os depoimentos das demais. Para garantir a incomunicabilidade, a cpia do termo de depoimento pode ser entregue somente ao final das oitivas.O informante pode ser: - Testemunha isenta, porm menor de 16 (dezesseis) anos; - Pessoa chamada como testemunha mas contraditada pelo investigado, ou que aos costumes declarou-se suspeita; - Pessoa impedida de depor como testemunha, por qualquer das razes legais vistas anteriormente, previstas no art. 149, 2, da Lei n 8.112/90 ou no art. 18 da Lei n 9.784/99.O depoimento do informante segue os mesmos ritos e tem as mesmas cautelas da oitiva da testemunha, com uma diferena fundamental: o informante no presta o compromisso da verdade. O depoimento do informante gera prova de carter relativo, que dever ser corroborada por outros meios de prova. Na prtica, o depoimento do informante ir apenas balizar a Comisso processante na busca por outros meios de prova vlidos para a comprovao dos fatos em apurao.Uma vez que o art. 158, 2, da Lei n 8.112/90 fala em acareao entre os depoentes, no caso de depoimentos contraditrios ou infirmantes, mas sem estabelecer regra numrica, podem ser ouvidas duas ou mais pessoas, numa mesma acareao.O art. 159 da Lei n 8.112/90, ao afirmar que aplica-se ao interrogatrio do acusado o disposto no art. 158 da mesma Lei, permite a realizao de acareao entre testemunha(s) e acusado(s). Por fim, possvel a acareao entre acusados (art. 159, 1).Natureza Jurdica do InterrogatrioA doutrina no tem entendimento pacfico acerca da natureza jurdica do interrogatrio (meio de defesa x meio de prova).Consideram-no como meio de defesa Tourinho Filho, Ada Pelegrini Grinover e Fernando Capez;Consideram-no como meio de prova Adalberto Camargo Aranha, Hlio Tornaghi e Jos Frederico Marques;Finalmente, h uma corrente mista, que considera o interrogatrio simultaneamente como meio de prova e de defesa (Jlio Fabrini Mirabete, Vicente Grecco Filho).O interrogatrio do acusado ocorre no somente aps a oitiva das testemunhas: ele o ltimo ato de instruo processual;Isso ocorre para que o acusado, ao ser interrogado, tenha tido acesso a todas as provas constantes dos autos, podendo construir a melhor verso para sua defesa. Caso ocorra a coleta de novas provas aps o interrogatrio, deve a Comisso processante, no mnimo, oferecer ao acusado a oportunidade de nova oitiva. No h problema na realizao de mais de um interrogatrio, desde que um deles seja realizado ao final da instruo (quando se promove uma oitiva inicial do acusado, por dvidas sobre a viabilidade do processo).O acusado intimado, por ato do Presidente da Comisso processante, a comparecer em determinado local, dia e hora, a fim de ser interrogado (art. 157 da Lei n 8.112/90). A chefia imediata do acusado tambm deve ser comunicada da data do interrogatrio. Se o acusado precisar ser ouvido fora da sede, devero ser concedidas dirias e passagens (art. 173, I, da Lei n 8.112/90).Caso o acusado tenha advogado ou procurador constitudo, deve-se notificar este da realizao do interrogatrio. O advogado/procurador no tem direito de fazer perguntas (art. 159, 2), ficando a critrio da Comisso deferi-las ou no. A ausncia do advogado/procurador no gera nulidade (Smula Vinculante n 5, STF).A realizao do interrogatrio deve ser tentada pela Comisso, no sendo, contudo, obrigatria (ampla defesa e contraditrio devem ser oportunizados). Havendo recusa formal do acusado, a Comisso pode dispensar o interrogatrio. Da mesma forma, intimaes sucessivas para interrogatrio, no acatadas pelo acusado, podem levar dispensa deste, sem nulidade para o processo.Comparecimento ao Interrogatrio (Art. 159, caput, da Lei n 8.112/90O acusado no compromissado, ao contrrio, informado de seu direito de permanecer calado, ficando tal ressalva registrada no termo de oitiva do mesmo. Durante o interrogatrio pode ser solicitado ao acusado que faa o reconhecimento de objetos, documentos e fotografias. O reconhecimento de pessoas, entretanto, deve ser feito em ato especfico (termo de reconhecimento), a fim de no comprometer a reserva do interrogatrio. Durante o interrogatrio pode ser solicitado ao acusado que faa o reconhecimento de objetos, documentos e fotografias. O reconhecimento de pessoas, entretanto, deve ser feito em ato especfico (termo de reconhecimento), a fim de no comprometer a reserva do interrogatrio.Ateno para a confisso, a qual o reconhecimento feito pelo acusado ou indiciado das imputaes que lhe forem feitas. A confisso dever ser expressa, eis que a legislao e a doutrina do Direito Penal Brasileiro (aqui usadas por analogia) no admitem a confisso tcita (o silncio do acusado no importa em confisso).