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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROPOSTA DE LAYOUT DE ARMAZENAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA DA CURVA ABC DE ESTOQUES: ESTUDO DE CASO EM UMA LOJA AGROPECUÁRIA. por Andreza Barreto dos Santos Campos dos Goytacazes - RJ Junho / 2019

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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROPOSTA DE LAYOUT DE ARMAZENAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA

DA CURVA ABC DE ESTOQUES: ESTUDO DE CASO EM UMA LOJA

AGROPECUÁRIA.

por

Andreza Barreto dos Santos

Campos dos Goytacazes - RJ

Junho / 2019

ii

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROPOSTA DE LAYOUT DE ARMAZENAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA

DA CURVA ABC DE ESTOQUES: ESTUDO DE CASO EM UMA LOJA

AGROPECUÁRIA.

por

Andreza Barreto dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado em cumprimento às

exigências para a obtenção do grau no

curso de graduação em Engenharia de

Produção nos Institutos Superiores de

Ensino do CENSA.

Orientador: Profa. Rafaela Landim Gomes Siqueira, MSc

Campos dos Goytacazes - RJ

Junho / 2019

Barreto, Andreza dos Santos

Proposta de layout de armazenagem utilizando a metodologia da

curva abc de estoques: estudo de caso em uma loja agropecuária/

Andreza dos Santos Barreto. – Campos dos Goytacazes, 2019.

66 f.: il.

Orientadora: Rafaela Landim Gomes Siqueira

Graduação em (Engenharia de Produção) - Institutos Superiores de

Ensino do CENSA, 2019.

1. Engenharia de Produção. 2. Gerenciamento. 3. Estoque.

I. Título

CDD 658.01

iii

PROPOSTA DE LAYOUT DE ARMAZENAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA

DA CURVA ABC DE ESTOQUES: ESTUDO DE CASO EM UMA LOJA

AGROPECUÁRIA.

por

Andreza Barreto dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado em cumprimento às

exigências para a obtenção do grau no

curso de graduação em Engenharia de

Produção nos Institutos Superiores de

Ensino do CENSA.

Aprovada em _____ de __________________________de ____.

Banca examinadora

___________________________________________________

Rafaela Landim Gomes Siqueira, Mestre, ISECENSA - Orientadora

___________________________________________________

Pompílio Guimarães Reis Filho, Mestre, IFF.

___________________________________________________

Pedro Henrique Dutra de Abreu Mancini de Azevedo, Mestre, Alium Consultoria

iv

DEDICATÓRIA

.

Dedico esse trabalho primeiramente a Deus,

aos meus pais, ao meu amor e amigos que

estiveram a todo tempo ao meu lado me

apoiando durante toda caminhada.

v

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente à Deus, por ter me sustentado até

aqui superando todas as dificuldades encontradas.

Aos meus pais, pelo amor e total dedicação em incentivar e apoiar, ao

meu amor e amigos pelo apoio e entendimento.

vi

EPIGRAFE

“Importante não é ver o que ninguém nunca

viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca

pensou sobre algo que todo mundo vê”.

(Arthur Schopenhauer).

vii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada.

CICARNE - Centro de Inteligência da Carne.

MAPA- -Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

PCP - Compra, Planejamento e Controle da Produção.

PIB – Produto Interno Bruto.

SLP - Systematic Layout Planning.

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Esquema da Logística Integrada. ........................................................... 14

Figura 2 Principais custos envolvidos na gestão de estoques .............................. 22

Figura 3 Tipos de demanda ................................................................................. 27

Figura 4 Exemplo de diagrama de Pareto. ........................................................... 28

Figura 5 Fluxograma do planejamento SLP ......................................................... 35

Figura 6 Crescimento do PIB e do agronegócio. .................................................. 38

Figura 7 Cadeia produtiva da carne bovina brasileira........................................... 39

Figura 8 Exemplo de layout funcional .................................................................. 49

Figura 9 Local destinados para o estoque das rações de cães e do farelo de

milho. ................................................................................................................... 51

Figura 10 Armazenagem das rações de aves ...................................................... 52

Figura 11 Estoque da ração dos outros animais de produção .............................. 52

Figura 12 Layout do estoque observado na loja ................................................... 53

Figura 13 Curva ABC com os itens da loja agropecuária. .................................... 56

Figura 14 Layout sugerido depois da classificação dos itens ............................... 57

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Etapas da Logística empresarial ........................................................... 19

Tabela 2 Arranjo do ambiente físico ..................................................................... 36

Tabela 3 Tipos de layout ...................................................................................... 37

Tabela 4 Demanda de produtos agropecuários e pets ......................................... 53

Tabela 5 Parâmetros utilizados para a classificação e proporção de cada classe.

............................................................................................................................. 54

Tabela 6 Tabela com os itens e os valores obtidos para a criação da curva ABC.

............................................................................................................................. 55

x

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS................................................................ vii

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... viii

LISTA DE TABELAS ............................................................................................. ix

CAPÍTULO I - REVISÃO DE LITERATURA ......................................................... 12

1.1 Conceito de Logística................................................................................. 12

1.2 Gestão de Estoques .................................................................................. 19

1.2.1 A gestão de estoques no varejo .............................................................. 21

1.2.2 Giro de estoque ...................................................................................... 23

1.2.3 Nível de serviço ao cliente ...................................................................... 24

1.3 Modelos de Previsão de Demanda ............................................................ 25

1.4 Classificação ABC ..................................................................................... 27

1.5 Curva ABC ................................................................................................. 29

1.5.1 Elaboração da Curva ABC ...................................................................... 30

1.6 Layout de estoques .................................................................................... 32

2. SETOR AGROPECUÁRIO ............................................................................... 37

CAPÍTULO II – ARTIGO CIENTÍFICO.................................................................. 41

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 43

1.1 Justificativa e Relevância ........................................................................... 44

1.2 Problema da pesquisa ............................................................................... 44

1.3 Questões de pesquisa ............................................................................... 44

1.4 Objetivos .................................................................................................... 44

1.4.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 44

1.4.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 44

2. METODOLOGIA .............................................................................................. 45

xi

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 46

3.1 Conceito de Logística................................................................................. 46

3.2 Gestão de Estoques .................................................................................. 47

3.4 Curva ABC ................................................................................................. 48

3.5 Layout de estoques .................................................................................... 48

3.6 Setor agropecuário .................................................................................... 50

4 ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 50

4.1 Análise do atual sistema de gestão de estoque ......................................... 50

4.2 Avaliação do layout de armazenamento dos itens na empresa .................. 51

5. RESULTADOS ................................................................................................. 53

5.1 Proposta da aplicação do modelo ABC para o gerenciamento do estoque 53

6. CONCLUSÃO .................................................................................................. 57

7. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 58

CAPITULO III - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 61

12

CAPÍTULO I - REVISÃO DE LITERATURA

1.1 Conceito de Logística

A logística é um conjunto de processos e atividades que permeiam as

atividades das empresas. A análise logística de um empreendimento leva a uma

avaliação do processo produtivo que permite controlar os pontos críticos do

processo, melhorando as margens de lucros, redução de custos e criação de um

desenvolvimento dinâmico, com isso, a logística se apresenta integrada com a

produção, permitindo a realização de atividades de forma mais eficiente e segura.

Desta forma, a logística pode ser entendida como uma análise organizacional que

permite a realização de metas de forma adequada (BIENSTOCK et al., 2008).

A Logística pode ser definida, de acordo com CAVANHA FILHO (2001),

como o componente da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla

de forma eficiente e efetiva o fluxo e estocagem de bens, serviços e informações

relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando atender aos

requisitos dos consumidores. Com isso, a execução da “logística” traz consigo

outras importantes representações que são os seus subprocessos, tais como:

transporte, armazenagem, estoque, distribuição física, suprimentos, administração

de materiais e operações.

Conforme o exposto por FILHO (2006), a logística pode ser entendida

como a organização do fluxo dos materiais, desde o fornecedor até o cliente final.

De forma que a logística envolve todos os processos da organização, seja nas

funções de Compra, Planejamento e Controle da Produção (PCP), seja na

distribuição. Exigindo, portanto, uma dinâmica na transferência de informações e

uma estrita conformação com as necessidades dos clientes. Sendo importante

ressaltar que para determinados setores os produtos (matérias-primas, produtos

semiacabados e acabados) podem ser transportados se utilizando diversos

modais (rodoviário, ferroviário e naval) com distâncias variadas, se buscando

13

sempre a melhor relação custo/benefício entre pontos de suprimentos, plantas,

áreas de estocagens e mercados.

Outra importante definição de logística foi realizada CHRISTOPHER (1997):

“A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas), através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura, através do atendimento dos pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER, 1997 p. 37).”

Conforme discutido por BALLOU (2006): em uma empresa que opera

numa economia de alto nível, a gestão eficaz das atividades logísticas é

fundamental para sua manutenção no mercado; ou seja, a logística funciona

como ponte eficaz entre as produções e os desejos do mercado. A logística pode

ser dividida e desenvolvida em três grandes etapas: transporte, distribuição e

armazenamento, a ausência de uma administração integrada pode levar a uma

ruptura ou desencontro de informações, estas por sua vez ocasiona problemas,

possibilidades de acidentes e aumento dos custos da operação.

“ [...] Logística é o processo de planejamento, implementação, controle do fluxo e armazenagem eficiente de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com objetivo de atender aos requisitos do cliente, em uma mesma organização. Em um contexto industrial a arte e ciência de administração e engenharia para obter, produzir e distribuir materiais fabricados ou industrializados a um local específico e em quantidades específicas. Em um sentido militar também pode envolver o movimento de pessoal/recursos. (MOURA, 2004, p.136) [...]”.

Antes de serem usados no contexto das empresas e cadeias produtivas

estes conceitos já são usados na área militar. Há décadas estas estratégias foram

desenvolvidas para permitir uma gestão de recursos capazes de precisar a

chegada de recursos no local, na hora certa com objetivo de vencer as guerras,

ou criar vantagens no campo de batalha (POZO, 2010).

14

Devido a grande variedade de aplicações foram desenvolvidos diferentes

tipos de logística, sendo diferenciadas pelo local e aplicação dos conhecimentos

básicos as principais são: logística integrada, empresarial, industrial e reversa

(BALLOU, 2010).

Neste tipo de logística prioriza a integração das atividades em um

processo produtivo interconectado buscando o desenvolvimento de uma

estratégia logística que leve ao balanceamento de custos e serviços, desta forma

promovendo a melhora do sistema como um todo, seja pela redução dos custos e

por consequência melhoria do serviço ou produto para o cliente (POLTRONIERE,

2016).

Na Figura 1, está representado um esquema mostrando a integração dos

principais fatores que devem ser considerados na logística integrada.

Figura 1 Esquema da Logística Integrada.

Fonte: BOWERSOX, 2010

Este sistema interligado permite analisar a rotatividade e a importância de

cada conexão entre os processos buscando a sinergia entre os processos. Com

isso, o sistema consegue trabalhar de forma eficiente, levando à redução de

custos que é um dos fatores que prejudicam as empresas a conseguir elaborar

um novo planejamento com uma interligação bem sucedida, além disso, esta

integração evita o desperdício de tempo (MONTEIRO, 2014).

15

Uma possível perspectiva prática que auxilia no entendimento do que é a

logística integrada é que a mesma ajuda na criação de uma percepção holística

da organização, portanto envolve integrar os recursos da organização, planejando

e orquestrando ações adequadas de forma mais eficiente possível, visando o

atendimento da empresa até os limites destes recursos. Esta integração possui

como pontos chaves: o processamento de informações, transporte e o estoque

(RIBEIRO; FERREIRA, 2003).

A informação é o principal elemento na tomada de decisão das operações

logísticas, os avanços tecnológicos disponibilizaram diferentes formas de

integração de informações proporcionando uma força motriz para a estratégia

competitiva da logística. A transferência e o gerenciamento eletrônico das

informações possibilita às empresas a redução de custos operacionais mediante

melhor coordenação. Além disso, também permite a melhoria na prestação de

serviços pela integração das informações além da maior oferta de informações

aos clientes (RIBEIRO e FERREIRA, 2003).

Este processamento de pedidos abrange tanto a composição dos

cenários de fluxo de estoque e de transporte, como também do processo logístico

de compra de materiais e aquisição de ativos. Esta integração garante o

embasamento das informações, a disponibilidade dos produtos e serviços no

tempo, local e quantidades certas. Entretanto, seu desempenho depende da

capacidade para controlar e explorar os fluxos de informações associados à

movimentação de recursos (BRANSKI, 2008).

A geração de informações inverídicas ou incompletas podem geram

graves falhas operacionais como a elaboração de pedidos errôneos, assim como

a geração de projeções futuras equivocadas. Na geração de pedidos errôneos

devido a informação de má qualidade ocorre o comprometimento parcial ou total

da cadeia de pedidos refletindo em falhas na entrega do produto ou serviço ao

cliente.

16

Já com relação às projeções ou expectativas equivocadas devido a falhas

de informação os problemas gerados estão relacionados com efeitos externos e

internos à empresa, como efeito externo pode ser citado a correção correções

negativas do mercado às projeções assim como as necessidades dos clientes, já

como efeito interno, as projeções equivocadas podem incidir diretamente na

quantidade de recursos gastos pela empresa com estoque, pois este estoque

pode ser superestimado ou subestimado às reais demandas (BALLOU, 2007).

Como posto por BRANSKI (2008):

“A informação sempre foi um elemento de vital importância nas operações logísticas. Mas, atualmente, com as possibilidades oferecidas pela tecnologia, ela está proporcionando a força motriz para a estratégia competitiva da logística. A transferência e o gerenciamento eletrônico das informações permitem às empresas reduzir seus custos mediante melhor coordenação. Além disso, possibilita também a prestação de um serviço de maior qualidade, devido principalmente à melhoria de oferta de informações aos clientes (BRANSKI, 2008 p. 98)”

A tecnologia da informação também tem sido é um fator de extrema

importância dentro do processamento de pedidos, pois a integração das

informações direciona a tomada de decisão mais vantajosa. A ausência ou falha

da informação dificulta na identificação da real necessidade dos clientes, somente

com a informação integrada que o gerenciamento de pedidos é capaz de

identificar o que os clientes buscam, o estoque disponível e em qual momento

deve ser produzir ou embarcar mais produtos (BOYSON et al, 2003).

O transporte é a principal ferramenta relacionada com o alcance logístico,

pois esta atividade é a responsável em levar os produtos para o local certo, no

correto horário e a quantidade indicada ao menor custo operacional. Com isso, o

setor de transporte possui uma importância sistêmica avaliando as possíveis

variáveis envolvidas nos sistemas complexos e multáveis das cadeias produtivas.

O transporte de acordo com Carvalho (2013):

“o transporte de mercadorias é um elemento essencial das cadeias de abastecimento e não pode ser gerido de forma isolada, pois opções sobre o modo e o tipo de solução de transporte têm um impacto significativo na estrutura de custos e na capacidade para as empresas reagirem à procura (CARVALHO, 2013, p.20)”.

17

Conforme BALLOU (2007) a administração de transportes constitui o

braço operacional da função de movimentação, realizada pela atividade logística

e que visa assegurar que a movimentação de mercadorias seja realizada de

modo eficiente, segura e rápida, pois o mesmo é responsável por custos

operacionais entre 33,3% e 66,6% dos custos logísticos totais.

As principais variáveis no transporte analisadas na Logística são as

envolvidas com as dimensões de tempo, custo e utilidade de lugar, em que a

tomada de decisão permite a instalação de um conjunto de trabalhos, facilidades

e recursos que movimentam o setor da empresa. (BALLOU, 2007).

No setor de transporte da logística está intimamente envolvido com o

fluxo de cadeia de suprimentos, pois com a atual realidade de mercado com

acordos de prestação de serviços e venda de mercadorias globalizados o fluxo de

cadeia de suprimento pode definir o sucesso ou fracasso da empresa

(CARVALHO, 2003).

Com o aumento da intensidade do fluxo de mercadorias e serviços

gerados pela globalização. A cadeia de suprimentos age como um conjunto de

elos de distribuição de materiais que tem como meta a redução dos custos dos

estoques e a satisfação máxima dos clientes através de serviços eficientes.

De acordo com Chopra; Meindl (2003), a cadeia de suprimentos é

formada por centros de distribuição, fornecedores e comércio varejista que

precisam trabalhar de forma coesa. Esta cadeia possui como funções básicas:

suprir clientes na quantidade, no tempo e local desejados e fornecer um alto grau

de serviço. Existindo três fluxos da cadeia de suprimentos que são o fluxo de

materiais, fluxo de informações e fluxo financeiro.

A análise destes fluxos permite a integralização dos elos da cadeia,

resultando na confluência dos estoques em cada um dos elos. Para auxiliar no

18

processo de integração podem ser utilizadas diversas ferramentas como funções

de compras, planejamento e controle da produção (PCP) (BALLOU, 2007).

A cadeia de suprimentos também pode ser utilizada como uma estratégia

competitiva visando trazer um diferencial de mercado como proporcionar

conveniência ao cliente, prioridades do cliente no momento da compra do

produto, redução do custo e tempo da entrega, além possibilitar ofertar uma maior

variedade de produtos, estas são algumas das estratégias de alguns segmentos

de mercado. O princípio básico para o gerenciamento da cadeia de suprimentos

eficiente é assegurar a maior viabilidade dos eventos relacionados à satisfação da

demanda. Com isso, o desempenho do setor logístico está atrelado com os

objetivos estratégicos corporativos e que o estreitamento destes fatores

asseguram ciclos de execução eficientes e altamente rentáveis (CHOPRA;

MEINDL, 2003).

Devido ao ambiente com alta competitividade as empresas têm buscado

estratégias que levem a maior eficácia organizacional. Neste contexto, os

conceitos da logística aplicados na empresa permitem que a empresa ofereça aos

seus clientes uma prestação de serviço de forma precisa e pontual. Para isso a

logística utiliza algumas variáveis como a mineração de dados (tecnologia de

“software” que possibilita cruzamento de dados históricos em busca de uma

projeção futura), esta projeção não fica só restrita aos números de produção ou

faturamento, mas também aos aspectos organizacionais dos recursos humanos

alocados (CHRISTOPHER, 1997).

Além das análises de cruzamento de dados outro importante aspecto é a

gestão administrativa, em que é observado e administrado o fluxo de materiais,

caixa (recurso financeiro), produtos e pessoal. Para o sistema logístico é avaliado

e quantificado todo o fluxo total do material, ou seja, desde a aquisição de

matéria-prima até a entrega ao consumidor (MONTEIRO, 2014).

A logística é um conjunto de atividades agrupadas em quatro grandes

etapas da cadeia produtiva a Logística de abastecimento, estocagem,

19

administração de pedidos e Distribuição (CHRISTOPHER, 1997). Na Tabela 1

está a descrição das etapas e suas principais atividades:

Tabela 1 Etapas da Logística empresarial

Etapas da logística Descrição Atividades

Abastecimento Engloba todas as atividades até a entrada das mercadorias compradas na empresa.

Planejamento de compras, emissão de documentação para efetivação da compra, transporte e abastecimento, recebimento e conferência, estocagem das mercadorias compradas e importação.

Estocagem Trata com todas as atividades de manuseio dos produtos acabados manufaturados pela empresa até a expedição para seus clientes.

Estocagem de produtos acabados, planejamento dos níveis de estoque desejados, preparação de pedidos, embalagem, etiquetagem e preparação de promoções e expedição.

Administração de pedidos Está relacionada com o atendimento ao cliente, crédito e cobrança.

Gestão dos pedidos dos clientes, análise do crédito, emissão da documentação de entrega, faturamento e a gestão da cobrança.

Distribuição Engloba todas as atividades de distribuição.

Expedição, até a entrega e aceitação dos produtos pelos clientes da empresa.

Fonte: Adaptado de CHRISTOPHER, 1997.

As etapas podem ser realizadas por setores distintos da empresa ou um

setor realizar mais de etapa esta delimitação depende do tamanho da demanda

de trabalho e número de colaboradores de cada empresa. Além da logística

empresarial há também a logística industrial que apresenta diversos pontos em

comum com a logística empresarial, mas com uma aplicação focada no ambiente

industrial (ALVARENGA; NOVAES, 2000).

1.2 Gestão de Estoques O estoque pode ser composto desde matérias-primas, produtos

semiacabados e acabados, peças sobressalentes e materiais administrativos.

Desta forma, o estoque deve conter todo ou os principais recursos que devem

20

estar disponível para a empresa utilizar em sua cadeia produtiva. Como

destacado por Marmier (2009) o estoque é processo de acumulação e

armazenamento de recursos para fornecimento de matéria prima ou produtos em

um sistema dinâmico.

Com isso, a escolha da ferramenta mais adequada permite o

direcionamento dos recursos ou atenção do gestor para os pontos críticos com

relação aos custos na obtenção destes materiais para o estoque para a busca do

equilíbrio entre estoque e consumo, pois, quando não há a possibilidade do

controle ou ferramenta que impeça um suporte ao nível estratégico no âmbito de

tomada de decisão (MONTEIRO, 2014).

Há diversas vantagens que a gestão de estoque possibilita como o

correto gerenciamento, como a melhoria dos serviços de atendimento ao

consumidor. Esta, é atrelada aos estoques, age na forma de lastro entre a

demanda e o suprimento; permitindo uma economia de escala nas compras. Este

estoque funciona como proteção contra aumento de preços flutuantes no mercado

e a contingência de compras (POZO, 2010).

Mas, estas vantagens só são possíveis, quando há um planejamento

adequado com as expectativas dos resultados da empresa, sendo uma das

missões, proporcionar o produto certo, no tempo exato para o consumidor. Para

isso, é necessária a determinação de níveis mínimos e máximos dos estoques

para a manutenção, parâmetros como a incidência de custo de armazenagem ou

manutenção física e custo financeiro do investimento destes. Como Slack, (2002)

destacou:

“[...] Existe diferença entre os valores de estoques entre as organizações, em algumas ele é relativamente pequeno, comparado com o custo dos insumos totais da operação, em outras, ele será muito mais elevado, especialmente onde a armazenagem é principal propósito da operação. Neste caso o valor dos insumos mantidos no armazém é provavelmente muito alto comparado com seus gastos do dia-a-dia [...] “ (SLACK et al, 2002. p 278).

Esta definição de níveis de estoque também está atrelada à análise dos

ambientes internos e externos do estoque, pois dependendo da área pode haver

21

uma tomada de decisão diferenciada. A política estratégica deve ser realizada

todos os dias, para que se possa alcançar êxito nos objetivos traçados (BALLOU,

2013).

1.2.1 A gestão de estoques no varejo

O principal desafio na gestão do estoque nos estabelecimentos de varejo

é combinar de forma eficiente o reabastecimento de mercadorias e a demanda,

disponibilizando itens voltados ao suprimento de uma possível e próxima

demanda. Os principais problemas envolvidos com o dimensionamento de

estoque estão relacionados com as escalas no fornecimento, a falta de execução

de planos de controle dos estoques da loja e a variação da demanda,

principalmente no caso de produtos sazonais. (EHRENTHAL; HONHON; VAN

WOENSEL, 2014).

Diferentemente de outros setores a demanda no varejo pode apresentar

grande variação conforme o dia da semana e época do ano, em torno de datas

festivas como feriados importantes, como o réveillon e o Natal assim como das

estações climáticas. Da mesma forma, a variação também pode ser observada

até mesmo de forma diária, uma das saídas adotadas pelos varejistas para

reduzir a variação da demanda, é através da adoção de promoções ou

padronização de preços por maiores períodos de tempo. Entretanto, fatores

como: hábitos de compra dos clientes, disponibilidade de crédito e situação

socioeconômica do país limita a capacidade de um varejista em suavizar as

variações da demanda (BIJVANK; VIS, 2011).

A gestão de estoque no setor varejista utiliza alguns critérios ou

indicadores para a tomada de decisão sobre o dimensionamento do estoque os

principais são: Giro de Estoque, Cobertura de Estoque e Nível de Serviço ao

Cliente (SUCUPIRA, 2003).

Além disso, é importante levar em consideração as características das

peças de reposição de estoque, pois dependendo do modelo de negócio ou tipo

22

de comércio estas peças de reposição podem possuir características especiais. O

principal fator está vinculado com o tipo de consumo, estes podem ser

intermitente que é o tipo de consumo esporádico, em que ocorre em períodos

irregulares e pequenos, com tempos de resposta de ressuprimento curtos e com

custos de aquisição elevados (BIAZZI, 2002).

Na Figura 2 é observado os objetivos da gestão de estoques, como

garantir o nível de serviço desejado ao menor custo possível relacionando os 3

principais custos envolvidos.

Figura 2 Principais custos envolvidos na gestão de estoques

Fonte: Mrologistics, 2018.

Além do tipo de consumo, características como a particularidade do seu

emprego como, por exemplo, peças de reposição de equipamento para o

mercado automotivo, pois em muitos casos estas peças não são do tipo

intercambiáveis, ou seja, não podem ser usadas alternadamente com o mesmo

propósito sem o que o resultado seja prejudicado, visto que cada tipo de veículo

possuem peças exclusivas, desta forma elas só podem ser utilizadas para

determinado uso e a função para o qual elas foram projetadas (GONÇALVES,

2013).

Isso, inevitavelmente acarreta em alto risco de obsolescência, além disso,

outro importante fator que é levado em consideração pelas indústrias e comércios

23

é que de acordo com o Código de Defesa do Consumidor todos os fabricantes e

revendedores devem se comprometer a manter peças de reposição de produtos

durante toda a vida útil do produto. Aliando à esta questão, este mesmo código

estabelece um prazo máximo de 30 dias, para que o produto com defeito seja

reparado, independentemente se o produto está ou não em seu período de

garantia. Diante de todas estas questões, a permanência e compra de peças de

reposição possuem diferentes particularidades, o que dificulta uma gestão geral

desta questão, além de tornar o controle do estoque, um assunto que exigem uma

intensa análise de caso a caso (POLTRONIERE et al., 2016).

Para auxiliar nesta analise, é necessário classificar as peças de reposição

de acordo com o Huiskonen (2001) e Boylan et al. (2008), esta classificação deve

ter como base a determinação de níveis de serviços para qual elas serão

aplicadas, além do controle e previsão de demanda. Esta forma de classificação

visa orientar as empresas sobre quais peças estocar e sua quantidade, buscando

atender aos seus clientes e suas necessidades (CALMON, 2013).

1.2.2 Giro de estoque

Este indicador utiliza o índice de giro de estoque como medida chave para

avaliar a eficiência da gestão do estoque. Como uma razão de giro típico, o

volume de negócios detalha quanto do estoque é vendido ao longo de um período

de tempo. Normalmente, é preferida uma maior taxa de giro de estoque, pois

indica que está sendo geradas mais vendas, dado certo estoque. (DIAS, 2011).

Este cálculo é realizado utilizando a equação a seguir (Equação 1):

Giro de estoque =

(1)

Conforme Dias (2011), o giro de estoque é uma relação entre consumo

médio e estoque médio do produto, este indicador do número de vezes em que o

capital investido é recuperado através da venda.

24

1.2.3 Nível de serviço ao cliente

Além do tipo de consumo, características como a particularidade do seu

emprego como, por exemplo, peças de reposição de equipamento para o

mercado automotivo, pois em muitos casos estas peças não são do tipo

intercambiáveis, ou seja, não podem ser usadas alternadamente com o mesmo

propósito sem o que o resultado seja prejudicado, visto que cada tipo de veículo

possuem peças exclusivas, desta forma elas só podem ser utilizadas para

determinado uso e a função para o qual elas foram projetadas (GONÇALVES,

2013).

Isso, inevitavelmente acarreta em alto risco de obsolescência, além disso,

outro importante fator que é levado em consideração pelas indústrias e comércios

é que de acordo com o Código de Defesa do Consumidor todos os fabricantes e

revendedores devem se comprometer a manter peças de reposição de produtos

durante toda a vida útil do produto. Aliando à esta questão, este mesmo código

estabelece um prazo máximo de 30 dias, para que o produto com defeito seja

reparado, independentemente se o produto está ou não em seu período de

garantia. Diante de todas estas questões, a permanência e compra de peças de

reposição possuem diferentes particularidades, o que dificulta uma gestão geral

desta questão, além de tornar o controle do estoque, um assunto que exigem uma

intensa análise de caso a caso (POLTRONIERE, 2016).

Para auxiliar nesta analise, é necessário classificar as peças de reposição

de acordo com o Huiskonen (2001) e Boylan et al. (2008), esta classificação deve

ter como base a determinação de níveis de serviços para qual elas serão

aplicadas, além do controle e previsão de demanda. Esta forma de classificação

visa orientar as empresas sobre quais peças estocar e sua quantidade, buscando

atender aos seus clientes e suas necessidades (CALMON, 2013).

25

1.3 Modelos de Previsão de Demanda

A previsão é um processo de antecipar o futuro com a maior precisão

possível, usando conhecimentos prévios como, por exemplo, históricos de dados.

Fazer esta previsão é uma tarefa comum nas empresas e é usada no

planejamento de produção e estratégia de negócios, programação e logística

(EROGLU et al., 2010).

Quando previsões são feitas, o próximo estágio é o planejamento -

utilizando os resultados da previsão para atingir as metas de negócios. Por

exemplo, se a demanda por um produto é prevista para o mês seguinte, os

arranjos apropriados podem ser feitos para ajustar a produção e o transporte no

próximo mês para atender a demanda necessária (MARMIER et al.,2009).

Em uma tarefa típica de previsão, em primeiro lugar, um problema a ser

resolvido, precisa ser declarado e é necessário tomar decisões sobre o que

prever. Em seguida, os dados são coletados para a previsão e a análise de dados

preliminar é feita para descobrir possíveis padrões e relacionamentos dentro dos

dados. Depois disso, vários modelos de previsão (frequentemente 2-3) são

ajustados e comparados. Os que dão resultados mais precisos serão utilizados

(GOODWIN et al., 2011).

Os métodos de previsão podem ser divididos em dois grupos principais:

qualitativos e quantitativos. Se os dados não estiverem disponíveis para a

previsão ou forem irrelevantes para o parâmetro a ser previsto, as previsões

qualitativas poderão ser aplicadas, sendo estas feitas por um humano, usando

seu conhecimento sobre um domínio e seu próprio julgamento (HERZOG et al.,

2009). Por exemplo, quando há um novo concorrente no mercado é necessário

fazer previsões qualitativas. É importante mencionar que essas previsões são

subjetivas (GOODWIN et al., 2011).

Quando dados quantitativos estão disponíveis sobre o passado e alguns

padrões são considerados repetidos no futuro, previsões quantitativas podem ser

26

usadas. Dentre a variedade destes métodos de previsão existentes, alguns são

projetados para domínios específicos e alguns deles são universais. Existem dois

subgrupos principais de previsões quantitativas - previsões transversais e

previsões de séries temporais (LEITNER, WILDBURGER; 2011).

Previsões transversais usam dados transversais - dados coletados em um

único ponto no tempo, que tem como objetivo prever um parâmetro desconhecido

usando os parâmetros conhecidos, utilizando as relações entre eles. Por exemplo,

a emissão de carro de um modelo específico pode ser prevista a partir dos dados

de outros carros, usando a relação de volumes do motor e pesos para valores de

emissão (HERZOG et al., 2009).

Quando o valor observado está mudando ao longo do tempo (por

exemplo, a demanda por um produto), a previsão de série temporal pode ser

usada, ou seja, dados que são observados sequencialmente ao longo do tempo.

O objetivo da previsão de séries temporais é prever como essas observações

sequenciais podem continuar no futuro. Pode ser útil utilizar outros dados

relacionados para fazer previsões. Pode ser, por exemplo, dia da semana para

previsão de demanda de um produto (GOODWIN et al, 2011).

Existem várias técnicas clássicas de aprendizado de máquina e

mineração de dados que podem ser aplicadas para fazer previsões de séries

temporais. Estes incluem modelos ARIMA, suavização exponencial e modelos

estruturais. Métodos universais de aprendizado de máquinas, como redes neurais

e regressão vetorial de suporte, também podem ser aplicados e fornecer

resultados precisos (HERZOG et al., 2009). Na Figura 3, é possível observar

alguns tipos de previsão.

27

1.4 Classificação ABC

A classificação ABC é baseada na lei de Pareto tem como principal

função a identificação dos principais agentes de um sistema sejam eles itens ou

problemas encontrados a fim de orientar a aplicação dos recursos na obtenção da

melhor relação custo/benefício, reduzindo as chances de grandes perdas. Para

isso é elaborado o Gráfico de Pareto que é um gráfico de barras verticais que

dispõe a informação de forma a permitir a fácil identificação dos itens ou temas

que devem ser priorizados, o que permite a concentração dos esforços para

melhoria nas áreas onde os maiores ganhos (WERKEMA, 1995).

De acordo com Carvalho (2012) o Diagrama de Pareto é baseado na

existência de elementos críticos que devem ser priorizados pelos gestores, seja

pela sua importância relativa em um sistema produtivo ou pelo seu efeito na

solução de determinado problema. Ou seja, o diagrama auxilia na identificação

das variáveis importantes e o que ela representa. Na Figura 4 está um exemplo

Figura 3 Tipos de demanda Fonte: Adaptado de Armstrong, 2001

28

deste tipo de diagrama em que podem ser quantificado o peso de causa utilizando

porcentagens.

Desta forma são elucidados os principais eventos ou itens que possuem a

maior participação ou importância nos problemas, desta forma é possível priorizar

os problemas que devem ser resolvidos em primeiro lugar: Quando existem várias

causas para um problema, normalmente, uma ou duas destas causas são

responsáveis pela maior parte do problema (PEINADO E GRAEML, 2007).

Já na classificação ABC é uma metodologia que auxilia na gestão

quantitativa de recursos tendo como uma das funções auxiliar melhor gestão de

estoque. Para esta classificação é adotado o princípio de gestão seletiva ou Lei

de Pareto (CALMON, 2013).

Este método utiliza como princípio que os maiores valores de um grupo

de unidades constituem normalmente uma pequena porção daquele total de itens

no grupo, e que a maioria dos elementos do grupo, será de pouco significância. A

partir disso, chega-se a regra 80/20, na qual 80% do valor total serão

contabilizados por 20% dos itens (GONÇALVES, 2013).

Com isso a classificação ABC para a gestão de estoque, os itens

possuem as seguintes classificações:

Figura 4 Exemplo de diagrama de Pareto.

Fonte: AGUIAR, 2002

29

Itens A abrangem 20% das peças de reposição e contribuem com 80% dos

custos de estocagem;

Itens B têm 30% das peças de reposição e contribuem para 15% dos

custos de estocagem;

Itens C compreendem 50% das peças de reposição e contribuem para 5%

dos custos de estocagem (GONÇALVES, 2013).

1.5 Curva ABC

A curva ABC possui diversas aplicações, para a gestão de estoque esta

curva ajuda a identificar os itens que necessitam de maior atenção dos gestores

seja pela grande saída de um determinado item como também possuir o controle

de estoque mais eficaz. Utilizando o princípio de Pareto os itens são pontuados

por importância, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor, permitindo

controlar os itens estocados com base no valor gasto em cada item. Este modelo

de classificação tem como principal vantagem ser aplicado em estoques

constituídos por diferentes itens, em que onde alguns gerem mais lucro à

empresa do que outros (GONÇALVES, 2013).

Além disso, a curva ABC auxilia também na identificação dos itens que

precisam ser vendidos rapidamente por terem sido comprados em quantidade

além do comum, levando a tomada de decisões como criação de promoções ou

redução da compra em outras oportunidades (CHING, 2019).

De acordo com a classificação ABC, os produtos devem ser classificados

em três classes onde a Classe A comporta o grupo de itens mais significantes e

que precisam de mais atenção da administração, normalmente representa

aproximadamente 20% dos itens do estoque, todavia equivalem a de 80% do

valor total do estoque, sendo assim responsáveis pelo maior faturamento da

empresa; Classe B que representa um grupo de itens em situação intermediária

entre as classes A e C; Classe C que engloba itens de menor valor e quantidade

que abrangem cerca de 70% dos itens, com pequeno valor de apenas 20% do

valor total do estoque (CHING, 2009).

30

Para a gestão de estoques, geralmente são adotadas as curvas

decrescentes de Valor de Estoque, ou seja, os itens como maior valor de estoque

com alta movimentação no início e depois os itens de menor valor em diante.

Assim a análise consegue apontar qual deve ser o direcionamento da gestão do

imobilizado em estoque e de Valor de Consumo (BALLOU, 2013).

Desta forma o planejamento da distribuição quando os produtos são

agrupados ou classificados conforme seu nível de vendas. Os itens A são

pertencentes ao grupo dos 20% superiores, os próximos 30% são os itens B e os

50% restantes compõe os itens da classe C. Cada categoria dos itens pode ter

uma distribuição diferente (POZO, 2010).

Entretanto para as empresas de mercado varejista, deve ser realizada

uma ressalva com relação a itens que possuem alguma concorrência entre si e

que possuam diferenças nas suas rentabilidades para a empresa, ou possuírem

maior número de clientes esperados que exijam um maior nível de atenção e por

isso estes itens de estoques devem ser classificados de acordo com outros

requisitos além do seu custo de aquisição como: Custos unitários versus

homem/hora ou custos versus volume de estoque, estes requisitos são

identificados como criticidade dos itens de estoque. Nesta criticidade os itens são

avaliados pelo impacto que sua ausência causará na operação da empresa ou em

sua imagem perante seus clientes (CORRÊA, 2013).

1.5.1 Elaboração da Curva ABC

A curva ABC é uma técnica que permite a classificação de itens,

entretanto é necessário delimitar o parâmetro que será utilizado, este parâmetro

por sua vez depende de alguns fatores, por exemplo, é possível definir como a

variável o valor dos produtos ou margem de lucro ou até mesmo a demanda anual

dos itens, geralmente em empresas do setor varejista utilizam como parâmetro o

volume de vendas dos itens. Porem, esta técnica também pode ser usada para a

verificação de quais são os maiores clientes, fornecedores, etc (ARAÚJO, 2001).

31

Independente do parâmetro escolhido a elaboração da curva, geralmente, pode

ser dividido em três etapas. No quadro 1 está a descrição destas etapas.

Quadro 1 Etapas da elaboração da curva ABC

Etapas Descrição

Coleta de dados

Essa é uma etapa que exige muito trabalho, pois envolve um volume grande de informações. Os dados coletados correspondem à identificação do item, à quantidade consumida ou projetada para o período e valor unitário.

Cálculo do custo anual total para cada item

É a multiplicação da quantidade de itens consumidos no período de um ano pelo seu valor unitário.

Organização dos itens em ordem decrescente de valor

Uma vez calculados os itens, faz-se a organização dos itens de forma decrescente de valor. Seguindo a metodologia aplicada à classificação, apropriam-se os itens nas categorias A, B ou C, que comumente é atribuído 20% dos itens à classe A, 30% à classe B e 50% à classe C.

Fonte: Adaptado de BERTAGLIA, 2003

Quando o parâmetro utilizado é o investimento ou custo anual dos itens, é

necessário destacar que pode ser uma análise mais elaborada ser efetuada da

seguinte forma: a) Para cada item, determina-se o investimento que ele acarreta;

b) Ordenam-se os itens, do maior para o menor investimento; c) Calcula-se a

porcentagem que cada item representa no investimento total e, em seguida, as

porcentagens acumuladas; d) Faz-se a divisão em classes A, B e C de maneira

tentativa. (MOREIRA, 2008)

Já no método mais utilizado em empresas varejistas para o cálculo da

curva é necessário determinar o número de vendas de cada item, em unidades, e

o preço unitário, após o levantamento desses dados é calculado o valor obtido por

aquele item multiplicando-se a venda pelo preço unitário. Em seguida, todos os

valores de todos os itens são somados para a obtenção do valor total de vendas.

Após a obtenção deste total é determinado a porcentagem que cada item tem

sobre o total de vendas. Sendo esta a porcentagem utilizada para a classificação

dos itens (MOURA, 1997).

Na segunda etapa do processo é realizada a organização decrescente

dos itens por porcentagem, para a obtenção da porcentagem acumulada de forma

32

que é criado um parâmetro de corte para a definição das classes (A, B, C).

Classicamente esta definição (corte) segue a seguinte ordem:

Classe A, 80%;

Classe B 15%;

Classe C 5% (BALLOU, 2011).

Entretanto estas linhas de corte podem ser adaptadas para cada

realidade da empresa, de forma que se busca enquadrar 20% dos itens na Classe

A e o restante dos itens (80%) distribuídos entre as classes B e C (BALLOU,

2011).

1.6 Layout de estoques

Conforme foi destacado por Dias (1996, p. 137) o layout é definido da

seguinte forma:

“Definido de maneira simples, como sendo o arranjo de homens, máquinas e materiais, o layout é a integração do fluxo típico de materiais, da operação dos equipamentos em movimentação, combinados com as características que conferem maior produtividade ao elemento humano (DIAS, 1996 p. 137).”

Para este arranjo apresentar as melhores condições de funcionamento é

necessário compreende-lo como uma suposição global da disposição dos itens

disponíveis sem que haja a separação dos aspectos operacionais da empresa,

além de levar em consideração aspectos próprios da mercadoria, produto ou

matéria prima estocada, por exemplo, mercadorias que exigem maior cuidado de

estocagem como refrigeração, ventilação ou abrigo da luz e umidade (BALLOU,

2011).

A organização do estoque e elaboração do layout deve levar em

consideração também aspectos econômicos, pois falhas na tomada de decisão

neste setor, pode-se gerar custos e despesas desnecessárias, como aumento

não mão-de-obra, tempo para carregamento ou descarregamento de mercadorias

(ARAÚJO, 2001).

33

Viana (2002) defende que a realização de uma operação eficiente e

efetiva de armazenagem depende muito da existência de um bom layout, que

determina o grau de acesso ao material, os modelos de fluxo de material e etc. De

acordo com o autor, as metas do layout do estoque devem ser:

Proporcionar movimentação de materiais de forma eficiente;

Assegurar a utilização máxima do espaço;

Permitir estocagem mais econômica, minimizando as despesas de

equipamento, espaço, danos de material e mão-de-obra do

armazém;

Proporcionar a máxima flexibilidade do sistema que atenda as

necessidades de mudança de estocagem e movimentação ou

necessidades especiais de alguns itens (refrigeração etc...);

Permitir a organização adequada;

Respeitar quando for o caso, legislações específicas (VIANA,

2002).

De forma geral, a elaboração do layout do estoque pode ser dividida em

etapas menores como: identificação dos possíveis obstáculos para a

movimentação dos itens, a definição da localização das áreas de recebimento e

expedição de itens, delimitação das áreas primárias (itens de grande

movimentação) e secundárias (itens com pouca movimentação), assim como as

áreas definidas para a separação de pedidos, escolha do sistema de organização

de estoque e na última etapa avaliar, quando possível, as alternativas de layout

do local (BOWERSOX; CROSS, 2001).

Entretanto há alguns fatores que podem interferir no andamento destas

etapas por afetar diretamente no layout como a grande variedade de um mesmo

tipo de produto (empresas concorrentes), o lançamento de novos produtos,

variações sazonais na demanda ou no local do estoque ocorrer mudanças no

ambiente que torne o trabalho inadequado (enchentes ou ventanias) além da

escolha da administração em reduzir custos operacionais (VIANA, 2002)

34

Como Moura (1997) adverte o layout e a movimentação estão ligados de

tal maneira que é difícil determinar, muitas vezes, as áreas de influência de um

sobre o outro, pois em muitos casos a movimentação de materiais é uma

consequência do layout. De forma que a tomada de decisão correta com relação

ao layout proporciona uma movimentação adequada de equipamentos, material e

pessoas melhorando a eficiência da empresa.

Outro fator crucial no planejamento de layout é a observância de aspectos

como a alocação de mercadorias de maior saída do depósito nas imediações da

saída ou expedição, a fim de facilitar o manuseio. A adoção de corredores dentro

do depósito facilita o acesso às mercadorias em estoque, se possível o

armazenamento com prateleiras, presença de portas de acesso que permitam a

fácil passagem dos equipamentos de manuseio e movimentação dos materiais

(largura e altura apropriadas) (DIAS, 1996).

A análise criteriosa do layout permite o encontro de soluções para

problemas típicos de uma empresa, tais como: problemas de produção,

posicionamento de máquinas e pessoal, inferindo de forma incisiva no processo

produtivo. Porém independente de como o layout é desenvolvido o mesmo pode

sofrer alterações periódicas, seja pelo avanço tecnológico, como também

mudanças no estilo de vida da sociedade levando a mudanças nos produtos e

quantidade de itens (ARAÚJO, 1975).

Para determinar a forma como o estoque e armazenamento dos produtos

de uma empresa são feitos, é necessário observar a forma como o layout dele é

organizado, pois os custos e consequências em longo prazo para a reorganização

deste podem ser grandes. O layout pode ampliar não apenas a fluidez do estoque

como também a qualidade da produção (NUNES; SILVA, 2015).

35

Vários modelos de layout são propostos melhorar sua fluidez, todavia o

modelo de Muther (1978) Systematic Layout Planning (SLP) é um dos mais

utilizados. Na Figura 5 está representado o fluxograma do planejamento SLP.

Figura 5 Fluxograma do planejamento SLP

Fonte: TOMPKINS et al., 1996

Este sistema adota uma classificação que facilita sua compreensão e

aplicação que pode ser observado na Tabela 2, onde o arranjo do ambiente físico

é planejado e determinado como:

36

Tabela 2 Arranjo do ambiente físico

ELEMENTOS SLP

PRODUTO O que é produzido ou feito.

QUANTIDADE O quanto de cada item deve ser feito.

ROTEIRO O processo, suas operações, equipamentos e sequência.

SERVIÇOS

DE SUPORTE

Recursos, atividades ou funções auxiliares que devem suprir a área em

questão e que lhe darão condições de funcionamento efetivo.

TEMPO Quando, por quanto tempo, com que frequência e com que prazo.

Fonte: Adaptado de TOMPKINS (1996).

Quando já existe um layout em um empreendimento, a implantação de

um novo modelo deve ser baseada na correção de falhas do aplicado

anteriormente, desta forma, é possível que sejam verificados e corrigidos

problemas até então não resolvidos em termos logísticos favorecendo o bom

andamento deste novo layout no estoque (TEOFILO, 2010).

A adoção de um layout deve ainda ser baseada em princípios como a

macro e micro localização que se referem ao local de atuação, escolha do local

físico dando atenção aos acessos, ao plano arquitetônico no que tange à

ocupação, as atividades de distribuição, a produção, organização deste espaço, a

edificação e ao que diz respeito a sua manutenção e uso (CAMAROTTO,1998).

Dentre os diversos tipos de layout que podem ser adotados, cada um

deverá ser adequado à produtividade e necessidades do empreendimento, pois

cada modelo deverá se adaptar às necessidades do local onde será empregado a

fim de melhorar a circulação de colaboradores, materiais de trabalho e produtos

através desta adoção (STEVENSON, 2001).

Neumann; Scalice (2015) e Muther; Wheeler (2000) apontam para cinco

tipos de layout mais utilizados por estes serem mais fáceis de adaptar às

necessidades das empresas. Eles podem ser agrupados em cinco tipos básicos:

por processo, celular, por produto, posicional, e um modelo misto oriundo da

interação desses. Na Tabela 3 podem ser observados esses tipos de layout.

37

Tabela 3 Tipos de layout

TIPOS DE LAYOUT CARACTERÍSTICAS

POR PROCESSO

Também chamado de layout funcional ou job shop, é o tipo de layout que organiza o maquinário em um chão de fábrica de acordo com a função da máquina, ou seja, máquinas que desempenham a mesma função serão colocadas juntas, unidas pelo processo o qual elas desempenham.

CELULAR

É flexível quanto ao tamanho dos lotes por produto, que permite um nível de qualidade alto tanto sobre o produto quanto a produtividade. Juntamente com o alto nível de qualidade e produtividade está inversamente a queda dos níveis de transporte e estoque, pois agora cada célula tem sua própria autonomia para produzir os seus produtos, ou seja, o nível de responsabilidade sobre o produto fabricado aumenta, dando maior satisfação no trabalho, vendo o produto final pronto.

POR PRODUTO

Este tipo de layout é aplicado em fábricas de montagem. As máquinas são arranjadas de acordo com a sequência de operações a se realizarem. O material move-se, enquanto as máquinas permanecem fixas, logo, todo produto deve seguir uma linha linear, ou seja, em linha reta.

POSICIONAL

Também conhecido como layout fixo ou project shop, sendo considerado o tipo de layout mais básico e geralmente utilizado quando o produto tem dimensões muito grandes e não pode ser facilmente deslocado. O que é comum neste tipo de layout é o material permanecer parado enquanto a mão de obra e os equipamentos se movimentam ao redor.

MISTO

Também chamado de layout híbrido é o resultado da junção de mais de um tipo de layout em uma única unidade de produção, devido ao alto índice de demanda variada e ao volume de um grande mix de produção.

Fonte: Adaptado de Neumann; Scalice (2015).

2. SETOR AGROPECUÁRIO

O agronegócio representa aproximadamente 25% do Produto Interno

Bruto (PIB) do Brasil, sendo que o setor da pecuária corresponde a 30% deste

total. No período de 1995 a 2003 o PIB do Brasil teve um crescimento acumulado

de quase 16%. Por sua vez, o agronegócio, teve uma acentuada ascensão em

2002 e 2003 por conta do contexto internacional e nacional que favoreceu seu

crescimento. Nestes anos (2002 e 2003), o aumento em valores reais do PIB

agronegócio acumulou aproximadamente 20%, elevando sua participação, com

relação ao PIB total do Brasil, de 30,1% em 1995 para 30,6% em 2003

(GUILHOTO, 2006).

Na Figura 6 está demonstrado este crescimento do agronegócio em

relação ao PIB.

38

Embora haja fatores limitantes como inflação e redução de investimentos,

o crescimento populacional elevou o consumo per capita de carne bovina no

Brasil, de 23 kg/ano em 1994 para 40,83 kg/ano em 2015, caracterizando-se

como o terceiro maior consumidor de carne do mundo (MAPA, 2014; CEPEA,

2015; CICARNE, 2015). Uma das principais atividades que auxilia neste montante

é a bovinocultura que manteve-se com crescimento expressivo (7,42%) em 2015.

A cadeia de produtiva bovina possui posição de destaque no contexto da

economia rural brasileira, sendo adotada em diversas áreas do território nacional

gerando empregos diretos e indiretos assim como auxiliando no desenvolvimento

econômico do país. (MAPA, 2007).

Esta cadeia produtiva é composta pelos fornecedores de insumos

(rações, medicamentos, vacinas e etc...) e produtores rurais que produzem e

comercializam os bovinos, pelas plantas industriais encarregadas pela recepção

dos animais para o abate ou recepção de leite e demais produtos (couro, chifres

etc...), nesta cadeia há também outros agentes responsáveis pela distribuição e

comercialização dos produtos gerados ao consumidor final. Na Figura 7 está a

representação da cadeia produtiva da carne bovina brasileira, seguindo o modelo

proposto por Barcellos (2002).

Figura 6 Crescimento do PIB e do agronegócio.

Fonte: GUILHOTO, 2006

39

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA) (2007), a cadeia produtiva da bovinocultura brasileira pode ser dividida

em cinco sistemas:

a) Sistema de apoio: Este sistema é composto pelos fornecedores de

insumos e transportadores;

b) Sistema de produção da matéria-prima ou de produção agropecuária:

São as empresas rurais que produzem os animais destinados às indústrias de

primeira transformação;

Figura 7 Cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Fonte: BARCELLOS, 2002

40

c) Sistema de industrialização: É representado pelas indústrias que

podem ser:

Primeira transformação: representadas por aquelas responsáveis em

obter os produtos primários, ou seja, abatedouros e locais de recepção

de leite,

Segunda transformação: representadas por aquelas que incorporam os

produtos primários (carne, leite e couros) em seus produtos ou agregam

valor a eles.

d) Sistema de comercialização: é composto por empresas que realizam a

distribuição dos produtos como atacadistas, exportadores, varejistas, empresas

de alimentação coletiva, mercado institucional;

e) Sistema de consumo: composto pelos restaurantes e consumidores

finais, responsáveis pela aquisição, preparação e utilização do produto final.

Além da atuação de seus diferentes elos, a competitividade da cadeia é

influenciada também por questões referentes ao comércio exterior, à legislação

sanitária, tributária e ambiental e normatizações relacionadas à certificação e

rastreabilidade, entre outros aspectos que compõem o ambiente institucional

vinculado à cadeia da bovinocultura (MAPA, 2007).

De acordo com Bánkuti (2002), uma vez que o consumidor é o

mantenedor financeiro da cadeia, sendo o agente responsável pela manutenção

dos recursos necessários para o funcionamento de todo o sistema, deve haver

esforços de coordenação do sistema com o objetivo de atender suas

necessidades.

41

CAPÍTULO II – ARTIGO CIENTÍFICO

42

PROPOSTA DE LAYOUT DE ARMAZENAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA DA CURVA ABC DE ESTOQUES: ESTUDO DE CASO EM UMA LOJA

AGROPECUÁRIA.

Andreza Barreto dos Santos¹*, Rafaela Landim Gomes Siqueira ¹

RESUMO

As empresas vêm se tornando cada vez mais competitivas frente à globalização. Ao oferecerem produtos e serviços de alta qualidade para seus consumidores, precisam administrar seus produtos no mercado e controlar seus estoques a fim de obter lucros significativos. Neste estudo foi realizada a aplicação da curva ABC para a classificação dos itens no estoque de loja agropecuária em Campos dos Goytacazes, visando analisar o sistema de gestão de estoque de uma empresa agropecuária para propor um novo layout do estoque do tipo funcional. Para isso

foram calculadas as porcentagens de participação de cada item no total de vendas e a sua porcentagem acumulada, após estes cálculos os itens foram classificados como classe A, B e C. A partir desses resultados foi elaborada uma nova proposta de layout do estoque do tipo funcional que priorizassem a estocagem dos itens A próximos a saída da loja facilitando o seu transporte e reduzindo as chances de acidentes provocados pelo

trânsito na loja.

Palavras-chave: Curva ABC, Gestão de estoque e Loja agropecuária.

ABSTRACT

Companies have become increasingly competitive in the face of globalization. By offering high-quality products and services to their customers, they need to manage their products on the market and control their inventory in order to make significant profits. In this study, the ABC curve was applied for the classification of items in the stock of agricultural store in Campos dos Goytacazes, aiming to analyze the stock management system of an agricultural company to propose a new layout of the

functional type stock. For this, the percentages of participation of each item in the total sales and its accumulated percentage were calculated, after which the items were classified as class A, B and C. After these results, a new proposal of inventory layout was elaborated of the functional type that prioritized the storage of items A near the exit of the store facilitating their transportation and reducing the chances of accidents caused by traffic in the store.

Keywords:. ABC Curve, Inventory Management and Agricultural Store.

1 Institutos Superiores de Ensino do CENSA – ISECENSA - Rua Salvador Correa, 139, Centro,

Campos dos Goytacazes, RJ, CEP: 28035-310, Brasil; (*) e-mail: [email protected]

43

1 INTRODUÇÃO

A Logística pode ser definida, de acordo com CAVANHA FILHO (2001), como o componente da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla de forma eficiente e efetiva o fluxo e estocagem de bens, serviços e informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando atender aos requisitos dos consumidores. Com isso, a execução da “logística” traz consigo outras importantes representações que são os seus subprocessos, tais como: transporte, armazenagem, estoque, distribuição física, suprimentos, administração de materiais e operações.

Devido a grande variedade de aplicações foram desenvolvidos diferentes tipos de

logística, sendo diferenciadas pelo local e aplicação dos conhecimentos básicos as principais são: logística integrada, empresarial, industrial e reversa (BALLOU, 2010).

Neste tipo de logística prioriza a integração das atividades em um processo

produtivo interconectado buscando o desenvolvimento de uma estratégia logística que leve ao balanceamento de custos e serviços, desta forma promovendo a melhora do sistema como um todo, seja pela redução dos custos e por consequência melhoria do serviço ou produto para o cliente (POLTRONIERE, 2016).

A logística de estoque permite diversas vantagens como o planejamento

adequado das expectativas dos resultados da empresa, sendo a principal meta proporcionar o produto certo, no tempo exato para o consumidor. Para isso, é necessária a determinação de níveis mínimos e máximos dos estoques para a manutenção, parâmetros como a incidência de custo de armazenagem ou manutenção física e custo financeiro do investimento destes (SLACK, 2002).

Desta forma, a adoção da correta ferramenta é capaz de direcionar o gestor em

um alto grau de precisão com relação à informações de custos para a busca do equilíbrio entre estoque e consumo, pois, quando não há a possibilidade do controle ou ferramenta que impeça um suporte ao nível estratégico no âmbito de tomada de decisão (MONTEIRO, 2014).

Um dos modelos mais utilizados na gestão de estoques é a classificação ABC,

este sistema utiliza como principal método a gestão quantitativa que o direcionamento das empresas em utilização de seus recursos para melhor gestão de estoque. Esta classificação também é conhecida como o princípio de gestão seletiva ou Lei de Pareto. De forma geral neste modelo há a chamada classificação ABC que consiste na classificação de itens separando-os através da quantidade de vendas, sendo os componentes de maior venda os de classe A, em seguida são classificados os itens B e classe C que são os itens com a menor saída (BALLOU, 2012).

O layout de um estoque deve apresentar as melhores condições de

funcionamento é necessário compreende-lo como uma suposição global da disposição dos itens disponíveis sem que haja a separação dos aspectos operacionais da empresa, além de levar em consideração aspectos próprios da mercadoria, produto ou matéria prima estocada, por exemplo, mercadorias que exigem maior cuidado de estocagem como refrigeração, ventilação ou abrigo da luz e umidade (BALLOU, 2011).

Este trabalho tem como objetivo analisar o sistema de gestão de estoque de uma

empresa agropecuária no município de Campos dos Goytacazes – RJ e propor o uso de uma metodologia (curva ABC) para reformular e planejar o layout de armazenagem dos itens estocados.

44

1.1 Justificativa e Relevância A utilização de conceitos logístico no estoque pode ser uma importante ferramenta

para evitar gastos desnecessários ou falta de modelos que impactam de forma significativa o número de vendas e a lucratividade na empresa. Com isso, a adoção de um sistema logístico que reduz a falta de modelos que possuem a maior procura e frequência de compra permite no longo prazo a redução de perdas com a compra de mercadorias em proporções inadequadas.

1.2 Problema da pesquisa

O modelo atual de gerenciamento de estoque realizado na empresa, não permite

que seus gestores identifiquem os pontos críticos que devem ser sanados no estoque, entretanto há diversos modelos de estocagem e de gerenciamento de estoque, a sua escolha depende do tipo de empresa, número de vendas, demanda e tamanho da empresa, além das estratégias de venda.

Ballou (2012) ressalta que a partir da análise de algumas premissas, a gestão de

estoques, passa a ser uma tomada de decisões com ações que afetam as quantidades de materiais ou mercadorias em longo prazo, sendo estas decisões importantes meios de benefícios ou malefícios e custos para a organização.

Assim sendo, este estudo visa apresentar os desafios encontrados na gestão do

estoque da empresa do estudo e propor o uso de uma metodologia para controle do estoque que proporcione maior eficiência e eficácia para a organização. 1.3 Questões de pesquisa

A partir do apresentado anteriormente, esta pesquisa pretende responder a

seguinte questão: Qual são os desafios enfrentados pela empresa que comercializa produtos agropecuários no município de Campos dos Goytacazes para gerenciar o estoque dos itens armazenados? Quais os critérios utilizados para remodelar o processo de armazenagem dos itens a partir do gerenciamento do estoque?

1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral

Analisar o sistema de gestão de estoque de uma empresa agropecuária no

município de Campos dos Goytacazes – RJ e propor o uso de uma metodologia (curva ABC) para reformular e planejar o layout de armazenagem dos itens estocados.

1.4.2 Objetivos Específicos

Diagnosticar no sistema de gestão de estoque sob a ótica do gerenciamento de itens armazenados;

Propor o uso de uma metodologia quantitativa de classificação de itens no estoque;

Desenvolver um novo layout de armazenagem seguindo a ótica da classificação ABC;

Discutir os pontos de melhorias após a proposta de um novo layout de armazenagem.

45

2. METODOLOGIA

Segundo Gil (2007, p. 17), pesquisa é definida como o (...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

De acordo com a natureza do problema é possível abordar diferentes tipos de

pesquisa. Para dar corpo ao estudo se debruçará sobre a bibliografia existente, selecionando os pontos mais relevantes ao debate por meio de leitura intensa e criteriosa, pois como afirma Fonseca (2002) é pesquisa bibliográfica consiste em se utilizar como referencia fontes materiais já elaboradas, como artigos científicos e livros, possibilitando o confronto de ideias, análise e interpretação referentes ao tema com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.

Fonseca (2002, p. 11-12) afirma ainda que a ciência é uma forma característica de

investigar o mundo, por meio de um conhecimento produzido por meio do raciocínio lógico associado à experimentação prática. Distingue-se por apresentar um conjunto de modelos que possibilitam a observar, a identificar e ainda descrever, pois a é investigação experimental e explanação teórica de fenômenos. Esse método científico abarca técnicas exatas, objetivas e sistemáticas. Essa metodologia exige que as regras sejam para a formação de conceitos, pois carece de condução sistemática das observações, tendo em vista a realização de experimentos e para a validação de hipóteses explicativas.

No ponto de vista da natureza da pesquisa é considerada aplicada, pois foram

aplicados os conhecimentos prévios de gestão de estoque para a aplicação no estudo de caso. No ponto de vista da abordagem do problema é considerada quantitativa, pois foram quantificados os itens existentes na loja para a classificação dos itens. Já com relação aos objetivos a pesquisa foi considerada exploratória e descritiva em que foram exploradas as visões de diversos autores a respeito dos temas como gestão de estoque e curva ABC, com relação ao caráter descritivo em que foram descritos os procedimentos para a elaboração da curva ABC (FONSECA, 2002).

Com relação aos procedimentos técnicos esta pesquisa foi considerada

bibliográfica, pois foi realizada a uma revisão bibliográfica do tema, documental devido ao registro da loja agropecuária, sendo realizado o estudo de caso na loja agropecuária. A partir disso, este trabalho pode ser classificado como descritivo-investigativa. Descritiva, porque visa levantar opiniões, atitudes, percepções, expectativas, acerca da gestão do estoque em loja agropecuária, almejando apontar conhecimentos provisórios, no intuito de contribuir para a interação com o mundo, permitindo com isso as previsões mais prováveis sobre fatos futuros.

Para realizar o levantamento das vendas da loja foram obtidos os dados de

vendas por últimos 90 dias, no período que compreende 1 de dezembro junho de 2018 até 28 de fevereiro de 2019, como a empresa não possuía qualquer tipo de controle antes da pesquisa ser iniciada foram utilizados estes dados para a pesquisa. Para início do dimensionamento da demanda foi realizada a separação em classes das mercadorias como base os valores totais de venda. Sendo realizada a criação de três classes baseadas nas porcentagens acumuladas, sendo que os itens A que abrangem 20% das peças de reposição e contribuem com 80% dos custos de estocagem, os Itens B que representam cerca de 30% das peças de reposição e contribuem para 15% dos custos de

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estocagem e os C compreendem aproximadamente 50% das peças de reposição e contribuem para 5% dos custos de estocagem (GONÇALVES, 2013).

Além disso, este estudo visa orientar as mudanças na execução das tarefas de

gestão de estoque da empresa seja na armazenagem de produtos, organização do estoque e gestão do espaço.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Conceito de Logística

A logística é um conjunto de processos e atividades que permeiam as atividades

das empresas. A análise logística de um empreendimento leva a uma avaliação do processo produtivo que permite controlar os pontos críticos do processo, melhorando as margens de lucros, redução de custos e criação de um desenvolvimento dinâmico, com isso, a logística se apresenta integrada com a produção, permitindo a realização de atividades de forma mais eficiente e segura. Desta forma, a logística pode ser entendida como uma análise organizacional que permite a realização de metas de forma adequada (BIENSTOCK et al., 2008).

Conforme o exposto por Filho (2006), a logística pode ser entendida como a

organização do fluxo dos materiais, desde o fornecedor até o cliente final. De forma que a logística envolve todos os processos da organização, seja nas funções de Compra, Planejamento e Controle da Produção (PCP), seja na distribuição. Exigindo, portanto, uma dinâmica na transferência de informações e uma estrita conformação com as necessidades dos clientes. Sendo importante ressaltar que para determinados setores os produtos (matérias-primas, produtos semiacabados e acabados) podem ser transportados se utilizando diversos modais (rodoviário, ferroviário e naval) com distâncias variadas, se buscando sempre a melhor relação custo/benefício entre pontos de suprimentos, plantas, áreas de estocagens e mercados.

Este processamento de pedidos abrange tanto a composição dos cenários de

fluxo de estoque e de transporte, como também do processo logístico de compra de materiais e aquisição de ativos. Esta integração garante o embasamento das informações, a disponibilidade dos produtos e serviços no tempo, local e quantidades certas. Entretanto, seu desempenho depende da capacidade para controlar e explorar os fluxos de informações associados à movimentação de recursos (BRANSKI, 2008).

A geração de informações inverídicas ou incompletas podem geram graves falhas

operacionais como a elaboração de pedidos errôneos, assim como a geração de projeções futuras equivocadas. Na geração de pedidos errôneos devido a informação de má qualidade ocorre o comprometimento parcial ou total da cadeia de pedidos refletindo em falhas na entrega do produto ou serviço ao cliente. Já com relação às projeções ou expectativas equivocadas devido a falhas de informação os problemas gerados estão relacionados com efeitos externos e internos à empresa, como efeito externo pode ser citado a correção correções negativas do mercado às projeções assim como as necessidades dos clientes, já como efeito interno, as projeções equivocadas podem incidir diretamente na quantidade de recursos gastos pela empresa com estoque, pois este estoque pode ser superestimado ou subestimado às reais demandas (BALLOU, 2007).

A tecnologia da informação também tem sido é um fator de extrema importância

dentro do processamento de pedidos, pois a integração das informações direciona a tomada de decisão mais vantajosa. A ausência ou falha da informação dificulta na

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identificação da real necessidade dos clientes, somente com a informação integrada que o gerenciamento de pedidos é capaz de identificar o que os clientes buscam, o estoque disponível e em qual momento deve ser produzir ou embarcar mais produtos (BOYSON et al, 2003).

As principais variáveis no transporte analisadas na Logística são as envolvidas

com as dimensões de tempo, custo e utilidade de lugar, em que a tomada de decisão permite a instalação de um conjunto de trabalhos, facilidades e recursos que movimentam o setor da empresa. (BALLOU, 2007).Com o aumento da intensidade do fluxo de mercadorias e serviços gerados pela globalização. A cadeia de suprimentos age como um conjunto de elos de distribuição de materiais que tem como meta a redução dos custos dos estoques e a satisfação máxima dos clientes através de serviços eficientes.

A cadeia de suprimentos também pode ser utilizada como uma estratégia

competitiva visando trazer um diferencial de mercado como proporcionar conveniência ao cliente, prioridades do cliente no momento da compra do produto, redução do custo e tempo da entrega, além possibilitar ofertar uma maior variedade de produtos, estas são algumas das estratégias de alguns segmentos de mercado. O princípio básico para o gerenciamento da cadeia de suprimentos eficiente é assegurar a maior viabilidade dos eventos relacionados à satisfação da demanda. Com isso, o desempenho do setor logístico está atrelado com os objetivos estratégicos corporativos e que o estreitamento destes fatores asseguram ciclos de execução eficientes e altamente rentáveis (CHOPRA; MEINDL, 2003).

3.2 Gestão de Estoques

O estoque pode ser composto desde matérias-primas, produtos semiacabados e

acabados, peças sobressalentes e materiais administrativos. Desta forma, o estoque deve conter todo ou os principais recursos que devem estar disponível para a empresa utilizar em sua cadeia produtiva. Como destacado por Marmier (2009) o estoque é processo de acumulação e armazenamento de recursos para fornecimento de matéria prima ou produtos em um sistema dinâmico.

O principal desafio na gestão do estoque nos estabelecimentos de varejo é

combinar de forma eficiente o reabastecimento de mercadorias e a demanda, disponibilizando itens voltados ao suprimento de uma possível e próxima demanda. Os principais problemas envolvidos com o dimensionamento de estoque estão relacionados com as escalas no fornecimento, a falta de execução de planos de controle dos estoques da loja e a variação da demanda, principalmente no caso de produtos sazonais. (EHRENTHAL; HONHON; VAN WOENSEL, 2014).

Diferentemente de outros setores a demanda no varejo pode apresentar grande

variação conforme o dia da semana e época do ano, em torno de datas festivas como feriados importantes, como o réveillon e o Natal assim como das estações climáticas. Da mesma forma, a variação também pode ser observada até mesmo de forma diária, uma das saídas adotadas pelos varejistas para reduzir a variação da demanda, é através da adoção de promoções ou padronização de preços por maiores períodos de tempo. Entretanto, fatores como: hábitos de compra dos clientes, disponibilidade de crédito e situação socioeconômica do país limita a capacidade de um varejista em suavizar as variações da demanda (BIJVANK; VIS, 2011).

A gestão de estoque no setor varejista utiliza alguns critérios ou indicadores para

a tomada de decisão sobre o dimensionamento do estoque os principais são: Giro de Estoque, Cobertura de Estoque e Nível de Serviço ao Cliente (SUCUPIRA, 2003).

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Além disso, é importante levar em consideração as características das peças de

reposição de estoque, pois dependendo do modelo de negócio ou tipo de comércio estas peças de reposição podem possuir características especiais. O principal fator está vinculado com o tipo de consumo, estes podem ser intermitente que é o tipo de consumo esporádico, em que ocorre em períodos irregulares e pequenos, com tempos de resposta de ressuprimento curtos e com custos de aquisição elevados (BIAZZI, 2002).

Para auxiliar nesta analise, é necessário classificar as peças de reposição de

acordo com o Huiskonen (2001) e Boylan et al. (2008), esta classificação deve ter como

base a determinação de níveis de serviços para qual elas serão aplicadas, além do controle e previsão de demanda. Esta forma de classificação visa orientar as empresas sobre quais peças estocar e sua quantidade, buscando atender aos seus clientes e suas necessidades (CALMON, 2013).

3.4 Curva ABC

A curva ABC possui diversas aplicações, para a gestão de estoque esta curva

ajuda a identificar os itens que necessitam de maior atenção dos gestores seja pela grande saída de um determinado item como também possuir o controle de estoque mais eficaz. Utilizando o princípio de Pareto os itens são pontuados por importância, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor, permitindo controlar os itens estocados com base no valor gasto em cada item. Este modelo de classificação tem como principal vantagem ser aplicado em estoques constituídos por diferentes itens, em que onde alguns gerem mais lucro à empresa do que outros (GONÇALVES, 2013). Além disso, a curva ABC auxilia também na identificação dos itens que precisam ser vendidos rapidamente por terem sido comprados em quantidade além do comum, levando a tomada de decisões como criação de promoções ou redução da compra em outras oportunidades (CHING, 2009).

De acordo com a classificação ABC, os produtos devem ser classificados em

três classes onde a Classe A comporta o grupo de itens mais significantes e que precisam de mais atenção da administração, normalmente representa aproximadamente 20% dos itens do estoque, todavia equivalem a de 80% do valor total do estoque, sendo assim responsáveis pelo maior faturamento da empresa; Classe B que representa um grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C; Classe C que engloba itens de menor valor e quantidade que abrangem cerca de 70% dos itens, com pequeno valor de apenas 20% do valor total do estoque (CHING, 2009). Entretanto estas linhas de corte podem ser adaptadas para cada realidade da empresa, de forma que se busca enquadrar 20% dos itens na Classe A e o restante dos itens (80%) distribuídos entre as classes B e C (BALLOU, 2011).

3.5 Layout de estoques

A organização do estoque e elaboração de seu layout devem levam em

consideração também aspectos econômicos, pois falhas na tomada de decisão neste setor, pode-se gerar custos e despesas desnecessárias, como aumento não mão-de-obra, tempo para carregamento ou descarregamento de mercadorias (ARAÚJO, 2001).

Viana (2002) defende que a realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem depende muito da existência de um bom layout, que determina o grau de acesso ao material, os modelos de fluxo de material e etc. De acordo com o autor, as metas do layout do estoque devem ser:

Proporcionar movimentação de materiais de forma eficiente;

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Assegurar a utilização máxima do espaço;

Permitir estocagem mais econômica, minimizando as despesas de equipamento, espaço danos de material e mão-de-obra do armazém;

Proporcionar a máxima flexibilidade do sistema que atenda as necessidades de mudança de estocagem e movimentação ou necessidades especiais de alguns itens (refrigeração etc...);

Permitir a organização adequada;

Respeitar quando for o caso, legislações específicas (VIANA, 2002). De forma geral, a elaboração do layout do estoque pode ser dividida em etapas

menores como: identificação dos possíveis obstáculos para a movimentação dos itens, a definição da localização das áreas de recebimento e expedição de itens, delimitação das áreas primárias (itens de grande movimentação) e secundárias (itens com pouca movimentação), assim como as áreas definidas para a separação de pedidos, escolha do sistema de organização de estoque e na última etapa avaliar, quando possível, as alternativas de layout do local (BOWERSOX; CROSS, 2001).

Como Moura (1997) adverte o layout e a movimentação estão ligados de tal

maneira que é difícil determinar, muitas vezes, as áreas de influência de um sobre o outro, pois em muitos casos a movimentação de materiais é uma consequência do layout. De forma que a tomada de decisão correta com relação ao layout proporciona uma movimentação adequada de equipamentos, material e pessoas melhorando a eficiência da empresa. Na Figura 8 está representado um exemplo de layout de estoque funcional.

Outro fator crucial no planejamento de layout é a observância de aspectos como a

alocação de mercadorias de maior saída do depósito nas imediações da saída ou expedição, a fim de facilitar o manuseio. A adoção de corredores dentro do depósito facilita o acesso às mercadorias em estoque, se possível o armazenamento com prateleiras, presença de portas de acesso que permitam a fácil passagem dos equipamentos de manuseio e movimentação dos materiais (largura e altura apropriadas) (DIAS, 1996).

A análise criteriosa do layout permite o encontro de soluções para problemas

típicos de uma empresa, tais como: problemas de produção, posicionamento de máquinas e pessoal, inferindo de forma incisiva no processo produtivo. Porém independente de como o layout é desenvolvido o mesmo pode sofrer alterações

Figura 8 Exemplo de layout funcional

Fonte: Oliveira et al., 2018

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periódicas, seja pelo avanço tecnológico, como também mudanças no estilo de vida da sociedade levando a mudanças nos produtos e quantidade de itens (ARAÚJO, 1975).

3.6 Setor agropecuário

O agronegócio representa aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB)

do Brasil, sendo que o setor da pecuária corresponde a 30% deste total. No período de 1995 a 2003 o PIB do Brasil teve um crescimento acumulado de quase 16%. Por sua vez, o agronegócio, teve uma acentuada ascensão em 2002 e 2003 por conta do contexto internacional e nacional que favoreceu seu crescimento. Nestes anos (2002 e 2003), o aumento em valores reais do PIB agronegócio acumulou aproximadamente 20%, elevando sua participação, com relação ao PIB total do Brasil, de 30,1% em 1995 para 30,6% em 2003 (GUILHOTO, 2006).

Embora haja fatores limitantes como inflação e redução de investimentos, o

crescimento populacional elevou o consumo per capita de carne bovina no Brasil, de 23 kg/ano em 1994 para 40,83 kg/ano em 2015, caracterizando-se como o terceiro maior consumidor de carne do mundo (MAPA, 2014; CEPEA, 2015; CICARNE, 2015). Uma das principais atividades que auxilia neste montante é a bovinocultura que manteve-se com crescimento expressivo (7,42%) em 2015.

A cadeia de produtiva bovina possui posição de destaque no contexto da

economia rural brasileira, sendo adotada em diversas áreas do território nacional gerando empregos diretos e indiretos assim como auxiliando no desenvolvimento econômico do país. Esta cadeia produtiva é composta pelos fornecedores de insumos (rações, medicamentos, vacinas e etc...) e produtores rurais que produzem e comercializam os bovinos, pelas plantas industriais encarregadas pela recepção dos animais para o abate ou recepção de leite e demais produtos (couro, chifres etc...), nesta cadeia há também outros agentes responsáveis pela distribuição e comercialização dos produtos gerados ao consumidor final (MAPA, 2007).

Além da atuação de seus diferentes elos, a competitividade da cadeia é

influenciada também por questões referentes ao comércio exterior, à legislação sanitária, tributária e ambiental e normatizações relacionadas à certificação e rastreabilidade, entre outros aspectos que compõem o ambiente institucional vinculado à cadeia da bovinocultura (MAPA, 2007).

4 ESTUDO DE CASO

4.1 Análise do atual sistema de gestão de estoque

A empresa pesquisada neste trabalho é uma loja agropecuária de porte médio de

venda de produtos agropecuários, possuindo mais de 20 anos de mercado e 5 funcionários. Está localizada no município de Campos dos Goytacazes, em um imóvel localizado na Rua Ipiranga, 160 - Centro.

Neste endereço a loja possui diversos produtos que são utilizados por criadores e

pecuaristas sejam insumos destinados a alimentação animal. O transito destas mercadorias é realizada via transporte rodoviário, seja a chegada realizada pelos fornecedores como também a entrega para os clientes, principalmente os criadores (pecuaristas). De forma que a loja busca atender as necessidades de um público doméstico (rações para animais de companhia) como também pecuaristas de forma geral.

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Nesta loja são vendidos itens utilizados para a nutrição animal como milho inteiro e em farelo, o milho é uma importante fonte de carboidratos para diferentes animais, principalmente na produção animal para bovinos e equinos, servindo para as fases de cria, recria e engorda. Além disso, o milho pode ser utilizado como um importante complemento na alimentação nos períodos de seca e estiagem, além de ser utilizado também na silagem.

Outro tipo de item vendido na loja é a linha de rações CN completa, sendo

produtos utilizados na nutrição animal desenvolvidos sob a coordenação técnica de nutricionistas e veterinários, prontos para atender às diferentes necessidades de cada animal e às diversas modalidades de manejo, criação profissional e caseira. Possuindo linhas de rações petfood (animais de companhia) e produção (animais de produção).

4.2 Avaliação do layout de armazenamento dos itens na empresa

Na figura 9 está representado o registro dos locais destinados para o estoque da

ração e do farelo de milho. Já as rações para aves (codornas e galinhas poedeiras) ficam armazenadas em

prateleiras, na Figura 10 está o registro desta armazenagem.

Figura 9 Local destinados para o estoque das rações de cães e do farelo de milho.

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Além destes locais há uma área destinada para a locação de rações de animais

de produção (Bovinos, equinos, frangos e peixes). Na Figura 11 está o registro do local. A seguir segue a elaboração do layout atual do local de armazenamento dos itens

estocados sinalizados por tipo de produto e local posicionado.

Figura 11 Estoque da ração dos outros animais de produção

Figura 10 Armazenagem das rações de aves

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5. RESULTADOS

5.1 Proposta da aplicação do modelo ABC para o gerenciamento do estoque

Para a criação da Curva ABC foi primeiramente realizado o levantamento das

mercadorias oferecidas. A Tabela 4 mostra a relação de mercadorias oferecidas por tipo quantidades vendidas, média da demanda/período e o valor unitário de cada item. A tabela mostra um total de 32 itens avaliados, os valores de venda foram fornecidos pela empresa.

Tabela 4 Demanda de produtos agropecuários e pets

Produtos Quantidade vendida (demanda/período)

Valor unitário (R$)

Econômicão 22 37,00

Farelo de milho (Saco de 40 Kg) 334 34,00

Milho inteiro (Saco de 40 Kg) 227 37,00

Ração Center N Reprodução 4 105,00

Ração Center N Suíno Inicial 4 102,00

Ração CN Bezerro Crescimento 4 65,00

Ração CN Bezerro Inicial 12 60,00

Ração CN Codorna Inicial 8 52,00

Ração CN Codorna Postura 4 53,00

Ração CN Coelho 15 8 47,00

Ração CN Cria Cavalo 14 44,00

Ração CN Cria de Frango 32 29,00

Ração CN Cria de Pintinho 24 30,00

Ração CN cria Galinha 24 27,00

Ração CN Equilise Mix 12 45,00

Ração CN Equilise Power 17 48,00

Ração CN Frango Engorda 39 50,00

Ração CN Frango Inicial 27 52,00

Figura 12 Layout do estoque observado na loja

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Ração CN Leitão 10 53,00

Ração CN Postura 17 20 51,00

Ração CN Pré-postura 20 52,00

Ração CN pró ovos 17 35,00

Ração CN PróLAC 22 4 70,00

Ração CN Suíno 16 10 49,00

Ração CN Suíno Reprodução 6 49,00

Ração de Frango de Engorda 31 55,00

Ração Dig dog Premium 22 60,00

Ração Total Equilíbrio 44 70,00

Ração Total Max Cat Nugget 27 95,00

Ração Total Max Cat Sabores 27 90,00

Ração Total Naturalis 14 65,00

Ração Total Postura 32 39,00

Após este levantamento foi realizada a classificação dos itens para a confecção

da curva ABC. De acordo com o proposto na metodologia de estudo de Gonçalves (2013) que elencou parâmetros para a realização do corte e o limite das classes. Seguindo este parâmetro, a proporção ideal para a aplicação nesta empresa segue conforme a Tabela 5, além da proporção de itens e valores para cada classe.

Tabela 5 Parâmetros utilizados para a classificação e proporção de cada classe.

Classe Proporção de Itens Proporção de Valor

A 20% 64%

B 30% 21%

C 50% 15%

Após a criação destes parâmetros de corte foi possível determinar a classe de cada item, para isso foram utilizados os dados contidos na Tabela 4 de valor do item X número de vendas para determinar a participação de cada item no total de vendas do período estudado, após este definição foi calculada a porcentagem que cada item possuía do total de vendas (financeiro) e foram determinadas as porcentagens individuais e acumuladas de cada item. A partir das porcentagens acumuladas foram utilizados os limites de cortes contidos na Tabela 5 para a classificação dos itens (classes A, B e C). Na Tabela 6 está o resultado desta classificação.

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Tabela 6 Tabela com os itens e os valores obtidos para a criação da curva ABC.

Produtos Quantidade vendida (demanda/período)

Valor unitário

(R$)

Valor Total

Porcentagem Individual

Porcentagem acumulada

Classificação

Farelo de milho (Saco de 40 Kg)

334 34 11356 23,41% 23,41% A

Milho inteiro (Saco de 40 Kg)

227 37 8399 17,31% 40,72% A

Ração Total Equilíbrio 44 70 3080 6,35% 47,07% A

Ração Total Max Cat Nugget

27 95 2565 5,29% 52,36% A

Ração Total Max Cat Sabores

27 90 2430 5,01% 57,37% A

Ração CN Frango Engorda

39 50 1950 4,02% 61,39% A

Ração de Frango de Engorda

31 55 1705 3,51% 64,90% A

Ração CN Frango Inicial 27 52 1404 2,89% 67,80% B

Ração Dig dog Premium 22 60 1320 2,72% 70,52% B

Ração Total Postura 32 39 1248 2,57% 73,09% B

Ração CN Pré-postura 20 52 1040 2,14% 75,24% B

Ração CN Postura 17 20 51 1020 2,10% 77,34% B

Ração CN Cria de Frango 32 29 928 1,91% 79,25% B

Ração Total Naturalis 14 65 910 1,88% 81,13% B

Ração CN Equilise Power 17 48 816 1,68% 82,81% B

Econômicão 22 37 814 1,68% 84,49% B

Ração CN Cria de Pintinho

24 30 720 1,48% 85,97% B

Ração CN Bezerro Inicial 12 60 720 1,48% 87,46% C

Ração CN cria Galinha 24 27 648 1,34% 88,79% C

Ração CN Cria Cavalo 14 44 616 1,27% 90,06% C

Ração CN pró ovos 17 35 595 1,23% 91,29% C

Ração CN Equilise Mix 12 45 540 1,11% 92,40% C

Ração CN Leitão 10 53 530 1,09% 93,49% C

Ração CN Suíno 16 10 49 490 1,01% 94,50% C

Ração Center N Reprodução

4 105 420 0,87% 95,37% C

Ração CN Codorna Inicial 8 52 416 0,86% 96,23% C

Ração Center N Suíno Inicial

4 102 408 0,84% 97,07% C

Ração CN Coelho 15 8 47 376 0,78% 97,84% C

Ração CN Suíno Reprodução

6 49 294 0,61% 98,45% C

Ração CN PróLAC 22 4 70 280 0,58% 99,03% C

Ração CN Bezerro Crescimento

4 65 260 0,54% 99,56% C

Ração CN Codorna Postura

4 53 212 0,44% 100,00% C

Total 48.510

Utilizando a curva ABC, foram identificados sete itens como sendo de classe A,

este por sua vez representam aproximadamente 65% (64,9%), sendo estes itens os considerados mais importantes para a checagem do estoque. Além disso, foram identificados 10 itens de classe B estes representam cerca de 20% do total de produtos vendidos (21,07%) tendo uma importância menor do que os itens A e o restante dos itens

56

(15 itens) foram classificados como C representando juntos cerca de 15% das vendas (14,87%), estes itens são os que possuem menor giro de estoque. Com base na Tabela 6 foi elaborada uma curva que demonstra os resultados a partir dos percentuais individuais dos itens estocados. Na Figura 13 está a curva ABC. Nas barras verdes estão representadas as porcentagens individuais dos itens de classe A, nas barras amarelas os itens de classe B e nas barras vermelhas os itens da classe C.

Após a classificação e criação da curva ABC foi observado que os itens da classe

A são os itens de maior valor no estoque, logo estes itens merecem atenção na forma de serem gerenciados com a proposta de gerenciamento estima-se que os itens sejam acompanhados com periodicidade diária e sejam armazenados em locais de acesso facilitado, uma vez que são itens que tem giro maior no estoque, ou seja, que requerem mais cuidado dos gestores são: Farelo de milho, Milho inteiro, Ração Total Equilíbrio, Ração Total Max Cat Nugget, Ração Total Max sabores, Ração CN Frango Engorda e Ração de Frango de Engorda, já para os itens B que demanda uma verificação de forma semanal por ser itens como menor saída e os itens C recomendasse que estes sejam verificados de forma quinzenal.

Esta verificação diferenciada de itens busca evitar perdas como estocagem

excessiva de itens de pouca venda além de possibilitar negociações mais vantajosas com os fornecedores, pois desta forma é possível concentrar os esforços de negociação em itens que possuem maiores valores totais de venda e com isso é possível comprar maiores quantidades sem ter que se preocupar com a estocagem em longo prazo.

Além disso, no caso de lojas agropecuárias há outra vantagem que é evitar

perdas ocasionadas pela estocagem em longo prazo de rações como perda do prazo de validade, defeitos ocasionados por umidade como aparecimento de bolor e aparecimento de pragas (ratos e insetos). Além disso, foi sugerido um novo layout para o estoque levando em consideração os itens por classe. Na Figura 14 está representada esta

Figura 13 Curva ABC com os itens da loja agropecuária.

57

organização, de forma que o layout do estoque passou a ser considerado funcional, pois leva em consideração as movimentações dos itens na empresa além da classificação ABC dos produtos.

Neste novo layout foi dada prioridade de armazenagem aos itens de classe A

próximos a saída para estes itens sugere-se a proximidade com os locais de saída, para que desta forma que facilite a saída dos itens que possuem maior giro do estoque e proporcionando o menor deslocamento de materiais de alto valor.

6. CONCLUSÃO

O presente trabalho se baseou em analisar e propor melhorias para o atual modelo de gestão de estoques em uma loja agropecuária, buscando a melhoria na execução das tarefas, seja de vendas, armazenagem ou procura de produtos armazenados, esta proposta foi baseada na classificação dos produtos utilizando a curva ABC, além disso, estas sugestões também visavam o melhor uso do espaço físico, já que a loja e o estoque ocupam o mesmo espaço, não havendo qualquer separação física dos espaços. Como não havia o controle sobre os itens a primeira análise que realizada foi o levantamento das vendas para determinar a importância de cada item.

Conclui-se ao diagnosticar o atual gerenciamento da loja que não havia um

sistema de gestão do estoque de forma que não era considerado nenhum tipo de demanda específica pela loja de varejo, podendo ser observado que a disposição dos itens geravam desvantagens como a colocação de itens de maior valor em locais que geravam grande deslocamento de materiais e colaboradores para acessa-los. Com isso, foi

Conclui-se com a aplicação da curva ABC que é a gestão quantitativa que permite

o direcionamento dos recursos da empresa, em especial, o estoque. Além da escolha do modelo que seria utilizado este deveria ser capaz de compreender de forma heterogênea os diversos tipos de produtos assim como ser de fácil aplicação para os colaboradores. O presente trabalho se ocupou em analisar a gestão do estoque da empresa em que

Figura 14 Layout sugerido depois da classificação dos itens

58

tornou-se possível através das observações in loco (visita técnica) um novo desenho do layout do estoque, adotando um layout considerado do tipo funcional através da

identificação dos principais produtos e sua organização no estoque para a tomada de decisões com base em prioridades específicas. De forma que foi sugerido que os itens A fossem dispostos próximos a saída reduzindo a movimentação de mercadorias na loja assim como o tempo de espera do cliente e possíveis avarias provocadas por acidentes no transporte dentro da loja. Sendo assim, pode-se concluir que foi alcançado o objetivo uma vez que foi possível a elaboração de uma proposta de gestão de estoque baseada na curva ABC.

Este trabalho é adequado como uma pesquisa inicial por propor um sistema de

gestão para o estoque presente na loja estudada, sendo sugerido para trabalhos futuros a verificação dos efeitos deste gerenciamento de estoque no ponto de vista administrativo, de melhoria da relação custo/benefício pela redução dos custos gerados pela melhoria do sistema de estoque e de ganho de mercado. 7. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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