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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE CURSO DE ENGENHARIA DE MECÂNICA ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FADIGA DE UM ENGATE DE REBOQUE AUTOMOTIVO por ROMÉRIO RIBEIRO MARTINS JÚNIOR Campos dos Goytacazes - RJ Dezembro / 2018

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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE CURSO DE ENGENHARIA DE MECÂNICA

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FADIGA DE UM ENGATE DE REBOQUE

AUTOMOTIVO

por

ROMÉRIO RIBEIRO MARTINS JÚNIOR

Campos dos Goytacazes - RJ Dezembro / 2018

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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE CURSO DE ENGENHARIA DE MECÂNICA

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FADIGA DE UM ENGATE DE REBOQUE

AUTOMOTIVO

por

ROMÉRIO RIBEIRO MARTINS JÚNIOR

Trabalho apresentado em

cumprimento as exigências da

disciplina Trabalho de Conclusão de

Curso II, ministrada pelo professor

Bárbara Ferreira de Oliveira, no

curso de graduação em Engenharia

Mecânica nos Institutos Superiores

de Ensino do CENSA.

Orientador: Prof. MSc. Silvio Eduardo Teixeira Pinto da Silva

Campos dos Goytacazes-RJ Dezembro / 2018

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Martins Junior, Romério Ribeiro

Estudo do Comportamento de Fadiga de um Engate de Reboque

Automotivo / Romério Ribeiro Martins Júnior. - Campos dos

Goytacazes (RJ), 2018.

74 f.: il.

Orientador: Prof. Silvio Eduardo Teixeira Pinto da Silva

Graduação em (Engenharia Mecânica) - Institutos Superiores de

Ensino do CENSA, 2018.

1. Engenharia de Mecânica. 2. Analise estrutural. 3. Fadiga.

I. Título.

CDD 624.176

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FADIGA DE UM ENGATE DE REBOQUE

AUTOMOTIVO

por

Romério Ribeiro Martins Júnior

Trabalho apresentado em cumprimento as

exigências da disciplina Trabalho de

Conclusão de Curso II, ministrada pelo

professor Bárbara Ferreira de Oliveira, no

curso de graduação em Engenharia

Mecânica nos Institutos Superiores de

Ensino do CENSA.

Aprovada em de de .

Banca examinadora

_____________________________________________________________

Prof. Silvio EduardoTeixeira Pinto da Silva – Mestre, ISECENSA (Orientador)

________________________________________________________

Profª. Claudia Marcia Ribeiro Machado Albernaz – Mestre, ISECENSA

_______________________________________

Victor Bessa Cherene – Engenheiro Especialista

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DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTO

Quero agradecer primeiramente a Deus que me capacitou e me deu forças

para concluir mais esta etapa em minha vida. Agradecer a minha esposa Marina, que

sempre muito paciente e amorosa esteve ao meu lado em todos os momentos me

apoiando em tudo que eu precisava. Agradecer a minha filha Alice que me inspirou e

me deu ânimo nesta reta final da realização de meu sonho, balançou tremendamente

meu coração e me inspirou para seguir em frente todos os dias. Agradeço também aos

meus pais (Romério Ribeiro Martins e Dalva Augusta da silva Ribeiro) que sempre

lutaram para que eu tivesse um futuro digno e excelente. Amo todos acima citados, a

quem dedico esse meu trabalho de coração.

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LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS

- Sigma

- Tau

- Tensões normais

- Tensões cisalhantes

ASTM - American Society for Testing and Material - Força aplicada

- Distância entre apoios superiores e inferiores

- Espessura

- Comprimento

- Módulo de elasticidades

- Momento de inércia

- Comprimento da coluna

k - Fator de comprimento efetivo

- Tensão de escoamento

n - Fator de segurança contra o escoamento - Coeficiente de Poisson

FAC - Fadiga de alto ciclo FBC - Fadiga de baixo ciclo

- Limite de resistência à fadiga para vida infinita - Fator de acabamento superficial - Fator de tamanho ou dimensão - Fator de confiabilidade - Fator de temperatura - Fator de concentração de tensão - Fator de modificação por efeito variado

d - Diâmetro - Resistência à tração na temperatura de operação - Resistência à tração à temperatura ambiente

- Tensão nominal q - Sensibilidade do entalhe

- Fator de concentração de tensão estático - Fator de concentração de tensão em fadiga - Tensão alternada - Tensão média

- Tensão mínima

- Tensão máxima

- Variação de tensões

- Tensão de ruptura - Tensão de escoamento

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1: Estado geral de tensão em um ponto do material.. ............................... 13

Figura 2: Rotação do estado plano de tensões.. .................................................. 14

Figura 3: Tensão normal de tração atuante em uma peça.. ................................. 15

Figura 4: Atuação da tensão cisalhante em um parafuso.. ................................... 15

Figura 5: Desenho esquemático de carregamentos de flexão em um corpo de

prova.. .................................................................................................................. 16

Figura 6: Carregamento axial de compressão P atuante no pino superior de um

elemento. ............................................................................................................. 19

Figura 7: Valores para K em função das vinculações da estrutura. ...................... 21

Figura 8: Hexágono em 2D da teoria da tensão máxima de cisalhamento

apresentado na elipse da energia de distorção. ................................................... 23

Figura 9: Elipse da energia de distorção no caso 2D normalizada para a tensão de

escoamento do material.. ..................................................................................... 24

Figura 10: Fluxograma dos mecanismos de fadiga. ............................................. 28

Figura 11: Mecanismos de nucleação das trincas por fadiga. .............................. 29

Figura 12: Estágios de propagação da trinca e estrias geradas pela propagação

da trinca a cada ciclo. .......................................................................................... 30

Figura 13: Aspectos da fratura por fadiga a= área de propagação da trinca e b=

área da ruptura catastrófica. ................................................................................ 31

Figura 14: Diagrama S-N para materiais submetidos à fadiga. ............................ 32

Figura 15: Fator de concentração de tensão teórico. ........................................... 36

Figura 16: Carregamento dinâmico variado.. ....................................................... 37

Figura 17: Influência da tensão média na tensão limite de fadiga. ....................... 39

Figura 18: Malha de elementos finitos.. ................................................................ 42

Figura 19: Tipos de elementos finitos para 1, 2 e 3 dimensões. ........................... 42

Figura 20: Diferença entre a malha de elemento finito e a superfície real.. .......... 43

21: Estado triplo de tensão.. ................................................................................. 47

Figura 22: Tensões em um elemento axissimétrico.............................................. 48

Figura 23: Detalhamento, dimensões da estrutura do engaste e desenho da peça

em 3D segundo o fabricante Amarok ................................................................... 52

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Figura 24: Diagrama de corpo livre das reações atuantes sobre o pino esférico (a)

e (b) chapa de união entre o engaste chassi ........................................................ 53

Figura 25: Equações para áreas sob tensão (95%) de diversas seções

transversais de vigas sob flexão .......................................................................... 55

Figura 26: Região que sofre o rasgamento .......................................................... 60

Figura 27: Forças atuantes no engaste e na chapa considerando que a seção

atuante é plana. ................................................................................................... 61

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1: Parâmetros para o fator de modificação superficial. ............................ 33

Quadro 2: Fator de confiabilidade. ....................................................................... 34

Quadro 3: Efeito da temperatura de operação na resistência à tração do aço. .... 35

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Tensões principais. ........................................................................... 14

Equação 2: Tensão máxima de cisalhamento ...................................................... 14

Equação 3: Tensão de tração .............................................................................. 15

Equação 4: Tensão de flexão ............................................................................... 15

Equação 5: Flexão máxima .................................................................................. 16

Equação 6: Carga crítica de flambagem............................................................... 19

Equação 7: Comprimento efetivo da coluna ......................................................... 20

Equação 8: Tensão de cisalhamento ................................................................... 22

Equação 9: Escoamento para a teoria da tensão de cisalhamento máxima ......... 22

Equação 10: Escoamento para a teoria da tensão de cisalhamento máxima

aplicando o fator de segurança ............................................................................ 22

Equação 11: Energia de distorção........................................................................ 23

Equação 12: Teoria de Von Mises para o escoamento......................................... 24

Equação 13: Tensão de Von Mises para tensões principais. ................................ 24

Equação 14: Tensão de Von Mises para tensão multiaxial combinada e tensão de

cisalhamento ........................................................................................................ 25

Equação 15: Limite de resistência à fadiga para vida infinita ................................ 33

Equação 16: Fator de acabamento superficial. ..................................................... 33

Equação 17: Fator de tamanho ou dimensão ....................................................... 34

Equação 18: Fator de temperatura. ...................................................................... 35

Equação 19: Tensão máxima no entalhe ............................................................. 36

Equação 20: Sensibilidade ao entalhe ................................................................. 36

Equação 21: Fator de concentração de tensão prático ......................................... 36

Equação 22: Variação da tensão ......................................................................... 38

Equação 23: Tensão média.................................................................................. 38

Equação 24: Tensão alternada ............................................................................ 38

Equação 25: Tensão máxima ............................................................................... 38

Equação 26: Tensão mínima ................................................................................ 38

Equação 27: Razão de tensões. .......................................................................... 38

Equação 28: Critério de Soderberg ...................................................................... 39

Equação 29: Critério de Goodman ....................................................................... 39

Equação 30: Critério de Geber. ............................................................................ 39

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SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 12

1 O ENGATE DE REBOQUE .............................................................................................. 12

2 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS .................................................................................... 13

2.1Tensão ............................................................................................................................ 13

2.1.1 Tração e compressão ................................................................................................. 14

2.1.2 Cisalhante ................................................................................................................... 15

2.1.3 Flexão ......................................................................................................................... 16

2.1.4 Flambagem ................................................................................................................. 17

2.2 Critério de falhas ........................................................................................................... 21

2.2.1 Teoria da tensão de cisalhamento máxima ............................................................... 21

2.2.2 Teoria da energia de distorção de Von Mises-Hencky .............................................. 23

3 FADIGA ............................................................................................................................ 26

3.1 Mecanismos físicos da fratura ...................................................................................... 27

3.1.1 Nucleação ................................................................................................................... 28

3.1.1.1 Propagação da trinca ................................................................................. 29

3.1.1.2 Ruptura final ............................................................................................................ 30

3.1.1.3 Resistência à fadiga ................................................................................................ 31

3.1.1.4 Resistência à fadiga para vida infinita .................................................................... 32

3.2 Tensão média ................................................................................................................ 37

4 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS ............................................................................. 41

4.1 Dinâmica das estruturas ................................................................................................ 43

4.2 Análise não linear geométrica ....................................................................................... 44

4.3 Funções de forma B-Splines ......................................................................................... 45

4.4 Elementos sólidos 3D .................................................................................................... 47

4.5 Elementos sólidos axissimétricos ................................................................................. 47

CAPÍTULO 2 – ARTIGO CIENTÍFICO ................................................................................ 50

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 51

1.1 Objetivos ....................................................................................................................... 51

1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 51

1.1.2Objetivos específicos .................................................................................................. 51

1.2 Justificativa e Relevância .............................................................................................. 51

2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 52

2.1 Determinação das tensões atuantes ............................................................................ 53

2.2 Tensões estáticas.......................................................................................................... 53

2.3 Tensões dinâmicas........................................................................................................ 54

2.3.1 Fator de modificação de tamanho ............................................................................. 55

2.3.2 O fator de correção devido a carga (kc) .................................................................... 55

Page 12: INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA€¦ · Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pelo professor Bárbara

2.3.3 Fator de modificação de temperatura ........................................................................ 56

2.3.4 Fator de confiabilidade ............................................................................................... 56

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 56

3.1 Força aplicada na horizontal ......................................................................................... 57

3.2 Forças atuantes no pino ................................................................................................ 57

3.3 Forças atuantes na chapa que interliga o engate ao chassi ........................................ 58

3.4 Tensões atuantes no pino ............................................................................................. 59

3.5 Momento de Inércia ....................................................................................................... 59

3.6 A tensão de esmagamento no pino .............................................................................. 59

3.7 A tensão de rasgamento no furo que suporta a esfera ................................................ 60

3.8 As tensões atuantes no parafuso .................................................................................. 60

3.9 Cálculo das tensões atuantes no suporte. .................................................................... 61

3.10 Análise das cargas dinâmicas..................................................................................... 63

3.11 Cálculo da vida infinita atuante no pino ...................................................................... 63

3.11.1 Fator de superfície (Ka) ............................................................................................ 63

3.11.2 O fator de tamanho (kb) ........................................................................................... 64

3.11.3 O fator de correção devido a carga (kc) .................................................................. 64

3.11.4 Fator de temperatura kd ........................................................................................... 64

3.11.5 Fator de confiabilidade ke ......................................................................................... 64

3.12 Tensão para vida infinita pelo esmagamento do pino ................................................ 65

3.13 Tensão para vida infinita devido ao rasgamento no furo............................................ 65

3.14 Tensão para vida infinita do parafuso ......................................................................... 66

3.15 Vida infinita na placa de interligação do engate ao chassi do carro .......................... 66

4 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 66

5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................................. 67

CAPÍTULO 3 – REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 68

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12

CAPÍTULO 1 – REVISÃO DE LITERATURA

1 O ENGATE DE REBOQUE

Conforme Ruffatto (2015), ao se adquirir um engate de reboque

automotivo, muitas vezes o proprietário espera que seu equipamento seja capaz

de resistir a carregamentos leve e máximo, segundo seu fabricante, para o

transporte de objetos por rodovias e apresente também uma vida útil bem

prolongada, pois desta forma o investimento feito nesse produto seja pago

através de seus serviços.

Para Petracconi (2008), essa carga de serviço nada mais é do que um

determinado peso permitido perante a lei para que seja trafegado em rodovias.

Desta forma a engenharia apresenta papel fundamental em oferecer um

acessório de peso reduzido, porém capaz de suportar cargas consideravelmente

altas para o transporte de produtos por rodovias.

Oliveira (2013), propôs através de estudos um novo modelo de chassi

para reboques de carga, onde era destinado com o objetivo de transportar de

bobinas de aço. No estudo foi exibido um novo modelo de travessa para o chassi,

substituindo modelos anteriores, para isso foram analisados os aspectos de

tensões, na qual o componente estaria solicitado, quando foi utilizado para

transporte de cargas.

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13

2 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

2.1Tensão

A tensão é caracterizada através de intensidade de forças internas em

uma plano específico (área), de um material. Essas tensões atuantes na seção do

material são calculadas por meio de deformações e carregamentos externo

(HIBBELER, 2010).

De acordo com Hibbeler (2010), os estados de tensões atuantes em um

determinado ponto são caracterizados através de tensão normal e tensão

cisalhante, que atuam sob a face de um determinado material. Para alguns

cálculos de engenharia é frequente se efetuar aproximações ou até mesmo

simplificações das cargas atuante em um ponto, com intuito de possibilitar a

análise da tensão em um único plano. O estado geral de tensão em um ponto do

material é apresentado através da Figura 1.

Figura 1: Estado geral de tensão em um ponto do material. Fonte: Hibbeler, 2010.

Segundo Ruffatto (2015), é de suma importância a determinação das

tensões máximas normal ( ) e cisalhante ( ) , desta forma, é rotacionado

o plano de tensão, levando assim a novos valores de tensões atuantes,

determinados por , e , conforme ilustrado através da Figura 2.

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14

Figura 2: Rotação do estado plano de tensões. FONTE: Hibbeler, 2010.

Ainda segundo Ruffatto (2015), as tensões máximas normais são

determinadas como tensões principais e são obtidas em função da Equação 1. Já

as tensões máximas cisalhantes, que atuam a um eixo de 45° das tensões

principais, são obtidas através da Equação 2.

(1)

(2)

2.1.1 Tração e compressão

Conforme Bernardi (2007), as tensões normais são resultantes de forças

atuantes perpendicularmente a face do material, representada através da letra

grega sigma (σ), e calculadas pela Equação 3. As tensões podem ser de tração

ou compressão. A tensão de compressão age de forma a comprimir o material

que está sob esforços normais, reduzindo seu comprimento, consequentemente

aumentando a seção transversal, representando uma tensão negativa (-σ).

Ainda conforme Bernardi (2007), normalmente nesse tipo de

carregamento ocorre a flambagem. Para tensão de tração o carregamento resulta

no aumento do comprimento do material e redução da seção transversal. A Figura

3 ilustra a tensão normal de tração atuante em uma peça.

Page 16: INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA€¦ · Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pelo professor Bárbara

15

Figura 3: Tensão normal de tração atuante em uma peça. Fonte: Pinto, 2002.

(3)

Onde:

= Força

aplicada;

= Área

2.1.2 Cisalhante

Para Pinto (2002), a tensão de cisalhamento, ocorre a ação de forças que

atuam de forma paralela a face da seção do material, representada por intermédio

a letra grega tau ), essa tensão pode ser calculada pela Equação 4. A Figura 4

apresenta a atuação da tensão cisalhante em um parafuso.

Figura 4: Atuação da tensão cisalhante em um parafuso. Fonte: Pinto, 2002.

(4)

Page 17: INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA€¦ · Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pelo professor Bárbara

16

2.1.3 Flexão

Conforme Marques (2016), a flexão consiste na aplicação de uma carga

através de um deslocamento constante em pontos específicos de uma barra, ou

outro tipo de material com suas respectivas geometrias. Em flexão simples ocorre

o surgimento de cargas trativas e compressivas, relacionadas por fibras opostas

do material, sendo influenciadas em função da montagem do sistema de flexão.

De acordo com Nagao et al. (2014), a flexão pode apresentar dois tipos

diferentes de apoio, sendo estes, sob três pontos ou sob quatro pontos. Essa

diferença ocorre por intermédio do número de apoios, que ao ser adicionado

influência no aumento da flecha e da tensão máxima do material. Esses fatores

são fundamentais, pois o surgimento de defeitos em função da tensão máxima do

material, apresentará relação direta com a resistência à flexão.

Segundo Marques (2016), nos testes de flexão sob quatro pontos de

apoios são fornecidos como resultado os valores de módulo de elasticidade, valor

de tensão máxima na flexão, flecha máxima além da curva representativa da

tensão de flexão com relação a flecha. A Figura 5 apresenta o desenho

esquemático de carregamentos de flexão em um corpo de prova.

Figura 5: Desenho esquemático de carregamentos de flexão em um corpo de

prova. Fonte: Marques, 2016.

Segundo a ASTM E855-08 para o cálculo da flexão máxima em função da

distância entre os apoios e das dimensões do corpo de prova é aplicada a

Equação 5.

(5)

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17

Onde:

= Momento interno resultante;

= Momento de inércia da área de secção

transversal;

= Distância entre linha neutra e superfície.

Marques (2016), ressalta que as propriedades obtidas do material em

flexão são diferentes das propriedades determinadas através dos ensaios de

tração e compressão. Essa diferença ocorre em função da distribuição da força

que para os ensaios de flexão apresenta maior complexidade, diferente do ensaio

de tração uniaxial.

2.1.4 Flambagem

Conforme Bernardi (2007), diferente do carregamento de tração, onde o

esforço leva a redução da seção transversal da peça apresentando efeito de

curvatura inicial inexistente, os carregamentos de compressão agem de forma a

intensificar esse efeito.

O surgimento de deslocamentos laterais, são denominados de flambagem

por flexão, onde, devido esse fenômeno é reduzido a capacidade de

carregamentos sob a peça. Peças que sofrem esforços de compressão podem

apresentar seções simples ou múltiplas. Para casos de peças com seção

múltiplas, podem apresentar ligação por treliçados por todo o comprimento

(BERNARDI, 2007).

Chapas de perfis carregadas por esforços de compressão podem sofrer a

flambagem local, na qual, são definidas como instabilidade caracterizada através

do surgimento de movimentações transversais à chapa, sendo essas

movimentações em forma de ondas (PFEIL, 2009).

De acordo com Hibbeler (2010), para determinação do valor da carga

crítica é utilizado o critério de Euler, onde são efetuadas as análises considerando

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18

como uma viga ideal biarticulada. Esse método caracteriza que a viga apresenta

fixação por pinos em ambas as extremidades.

Ainda de acordo com Hibbeler (2010), considerar a coluna como ideal,

significa que a mesma se apresentava completamente reta antes da aplicação do

carregamento, seu material é de aspecto homogêneo e apresenta carregamento

atuante no centro da seção transversal.

Segundo Botelho et al. (2010), normalmente as colunas sofrem

carregamentos de forma não excêntrico. A opção de centralizar ou distribuir esse

carregamento pode ser aplicado apenas como forma de suposição, devido essa

condição apresentar aplicação apenas na forma de condição, não representando

perfeita garantia, também pode ocorrer o surgimento de forças divergentes das

previstas pela condição, levando ao deslocamento da aplicação da força.

Para Bernardi (2007), o método de Euler considera que o material

apresenta comportamento linear elástico, que os pinos de fixação das

extremidades das colunas apresentam linearidade com o centro da seção

transversal e por fim que a flambagem da estrutura analisada ocorre em apenas

um único plano.

Conforme Botelho et al. (2010), para casos em que a coluna possui índice

de esbeltez divergentes, com relação aos eixos principais da seção transversal do

elemento, neste aspecto, a flexão normalmente irá ocorrer sob a coluna que

apresenta o momento de inércia superior, e antes de atingir a carga máxima de

flexão ao que apresenta uma maior resistência a curvatura.

De acordo com Hibbeler (2010), não é considerado coerente dimensionar

uma coluna onde apresenta muita resistência em um lado e pouca no outro. É de

grande importância se projetar estruturas que agreguem um aceitável equilíbrio,

resultando em momentos de inércia similares para as diferentes direções. A

utilização de tubos é considerada como uma excelente opção para construção de

colunas e pilares.

Page 20: INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA€¦ · Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pelo professor Bárbara

19

Conforme Lima (2003), a melhor forma de se aplicar o método de Euler é

através da utilização das leis de equilíbrio sob uma determinada direção da seção

de uma coluna ideal, considerando como uma ocasião na qual a coluna esteja

levemente flexionada devido ao carregamento axial de compressão. A Figura 6

ilustra um carregamento axial de compressão P atuante no pino superior de um

elemento.

Figura 6: Carregamento axial de compressão P atuante no pino superior de um

elemento. Fonte: Bernardi, 2007.

Segundo Lima (2003), através da equação da linha elástica, juntamente

com alguns aspectos de contorno, pode ser concluído que a carga crítica de

flambagem para um determinado elemento, em ocasiões de colunas biarticuladas

apresentam proporcionalidade com o módulo de Young do material, o momento

de inércia da área apresentará valor quadrático do comprimento de forma

inversamente proporcional. Para o cálculo da carga crítica de flambagem deve ser

aplicado a Equação 6.

(6)

Onde:

= Módulo de elasticidade;

= Momento de inércia;

= Comprimento da coluna.

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20

Para Hibbeler (2010), o valor da tensão de escoamento do material é

dispensável para a determinação da carga crítica de flambagem, que por sua vez

depende apenas de algumas propriedades geométricas como, comprimento e

momento de inércia. Para elevar a resistência a flambagem da coluna ou suporte

estrutural, pode ser aderido alguns meios em questão, sendo um desses

aumentando o momento de inércia da seção transversal do elemento.

Colunas que apresentam maiores eficiências são as que possuem maior

área de seção transversal localizada o mais distante possível do centro de

gravidade do elemento. Desta forma, colunas que apresentam aspectos ocas,

abas de seção largas, perfil “U” e cantoneiras, apresentam maiores eficiências

comparado as maciças e retangulares (HIBBELER, 2010).

De acordo com Lima (2003), independe da relação de apoio que for

empregado na coluna, deve-se aplicar o método de Euler para a solução de

problemas relacionados a instabilidade a flambagem, para isso deve ser

determinado o valor da distância classificada como comprimento efetivo de

flambagem.

Conforme Lima (2003), em alguns casos, é determinado o comprimento

efetivo da coluna, que em geral apresenta extremidades engastadas, uma

extremidade engastada e a outra fixada por pinos, elemento biarticulado com uma

extremidade engastada e a outra apresentando movimento livre.

Ainda conforme Lima (2003), para a incrementação do método de Euler, é

adotado um fator coeficiente, classificado como fator de comprimento (K), na qual

tem a função de corrigir a distância do comprimento da coluna. Para

determinação do comprimento efetivo de uma coluna deve ser utilizado a

Equação 7.

(7)

Onde:

= Fator de comprimento efetivo;

= Comprimento da coluna.

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21

Segundo Botelho et al. (2010), a flambagem em peças carregadas por

compressão depende diretamente do comprimento do elemento, outro fator que

também influencia é o grau de liberdade que a estrutura apresenta para

deformações relacionada com as vinculações de cargas, conforme apresentado

na Figura 7.

Figura 7: Valores para K em função das vinculações da estrutura. Fonte: Lima,

2003.

Ainda segundo Botelho et al. (2010), de forma generalizada, na utilização

do método de Euler, para o cálculo da carga crítica de qualquer coluna, cuja

apresenta carregamento axial compressivo atuante no centro de gravidade.

2.2 Critério de falhas

De acordo com Shigley (2011), ainda não existe uma determinada teoria

de falha de caráter universal para diferentes casos de estados de tensão e

propriedades dos materiais. Porém, ao decorrer dos tempos estão surgindo

diferentes hipóteses, nas quais são testadas e aplicadas levando em

consideração algumas práticas atuais. Após validadas essas práticas são

classificadas como teorias.

2.2.1 Teoria da tensão de cisalhamento máxima

Conforme Norton (2004), essa teoria considera que a falha do material

ocorre mediante o valor da tensão máxima de cisalhamento de qualquer região

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22

exceder o valor da tensão máxima de cisalhamento do material quando submetido

a tração sob escoamento, ou seja, metade do valor da tensão de escoamento

normal. Através da Equação 8 é determinada a tensão de cisalhamento para o

escoamento de um material com características dúctil.

(8)

Onde:

= Tensão de escoamento.

Para Shigley (2011), conforme uma parte de um material dúctil é

carregada por um carregamento de tração, linhas deslizantes denominadas de

linhas de Lüder, é formado um ângulo com valor de inclinação em torno de 45°

em relação ao eixo da parte tracionada da peça.

As linhas de deslizamento resultante do processo identificam o início do

escoamento, e quando solicitadas pelo carregamento representam a fratura do

material, onde também são observadas apresentando ângulos de 45° em relação

ao eixo de tração (Shigley, 2011).

De acordo com Norton (2004), em caso de estado de tensão geral, são

apresentados três valores de tensões principais onde podem ser determinadas e

representadas da seguinte forma: . Com isso, para um aspecto de

estado plano de tensão no geral, a teoria da tensão de cisalhamento máxima, o

escoamento do material é alcançado conforme apresentado na Equação 9.

(9)

Segundo Norton (2004), considerando o fator de segurança deve ser

adotada a Equação 10.

(10)

Onde:

= Fator de segurança contra o escoamento.

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23

Conforme Norton (2004), a falha em caso bidimensional pode ser

apresentado através do envoltório hexagonal ilustrado na Figura 8, em virtude da

teoria da tensão máxima de cisalhamento. Essa tensão é apresentada na elipse

em contato com seis pontos representativos.

Ainda conforme Norton (2004), as tensões principais e são

combinadas, essa combinação é apresentada dentro do hexágono onde são

classificadas como seguras, considerando que só apresenta falha quando as

tensões combinadas são apresentadas na borda do hexagonal.

Figura 8: Hexágono em 2D da teoria da tensão máxima de cisalhamento

apresentado na elipse da energia de distorção. Fonte: Norton, 2004.

2.2.2 Teoria da energia de distorção de Von Mises-Hencky

De acordo com Shigley (2011), a teoria da energia de distorção obteve

origem através de análises feitas em materiais dúcteis submetidos a tensão

hidrostáticas, onde, apresentavam valores de escoamento elevados quando

comparados aos obtidos por ensaios de tração. Em ensaios de tração simples,

para casos em que o escoamento é apresentado por, e . É

aplicado a Equação 11 para determinação da energia de distorção.

(11)

Onde

= Coeficiente de Poisson

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24

Conforme Norton (2004), a deformação microscópica é apresenta pelo

deslizamento considerável dos átomos do material no interior de sua estrutura

cristalina. O deslizamento é proveniente da tensão de cisalhamento juntamente

com a distorção. No processo a peça acumula energia devido a distorção

representada através da magnitude da tensão de cisalhamento.

Segundo Norton (2004), para tração simples o escoamento do material

será alcançado quando é apresentado a relação, , conforme denominada

pela teoria de Von Misses apresentada através da Equação 12, para um estado

geral de tensão, onde são apresentados , e .

(12)

Conforme Shigley (2011), a tensão plana representada por Von Mises

pode ser expressa através de tensões principais σ1, σ2 e σ3, sendo . Para

isso pode ser aplicado a Equação 13.

(13)

Para Norton (2004), essas tensões principais podem ser descritas como

uma elipse rotacionada quando aplicadas nos eixos e , conforme ilustrado

na Figura 9. O centro da elipse representa a região da combinação das tensões

biaxiais prevenidas do escoamento devido a carregamento estático.

Figura 9: Elipse da energia de distorção no caso 2D normalizada para a tensão de escoamento do material. Fonte: Norton, 2004.

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25

Segundo Shigley (2011), a tensão equivalente de Von Mises possibilita

estudar casos de tensões multiaxial combinadas assim como tensões de

cisalhamento, considerando as mesmas como carregamento de tração pura. Para

isso deve ser utilizado a Equação 14 que expressa essas tensões aplicadas ao

material.

(14)

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26

3 FADIGA

A ASTM – 467 (American Society for Testing and Material) apresenta a

seguinte definição, “Fadiga é um processo de alteração estrutural permanente,

progressivo e localizado que ocorre num material sujeito a condições que

produzem tensões ou extensões dinâmicas num ponto ou em vários pontos e que

pode culminar em trincas ou numa fratura completa após um número suficiente de

variações de carga”.

De acordo com Shigley (2011), compreende-se fadiga como um processo

em que consiste na acumulação de danos permanentes de aspecto localizado e

progressivo. Esse fenômeno pode ocorrer em componentes solicitados por

carregamentos dinâmicos, levando a falha desses componentes após ser atingido

o número de ciclos suficientes.

Para Brandão (2013), a fadiga é caracterizada como um tipo de falha que

pode ocorrer em função da aplicação de cargas localizadas e repetidas. Para

esse tipo de falha é ressaltado um aspecto principal, pois apresenta propagação

lenta e gradativa da trinca até a ruptura total do material.

Ainda para Brandão (2013), esse mecanismo de falha é considerado

como o principal responsável causador de falhas dos metais, representando cerca

de 90% dos casos. Além dos metais, a fadiga também está associada em

diversas falhas ocorridas em materias poliméricos e cerâmicos.

Conforme Norton (2004), o termo fadiga foi abordado pela primeira vez

por Poncelet em 1830, devidos falhas prematuras que ocorriam nos eixos de

vagões ferroviários. Na época os engenheiros desconheciam a existência de

carregamentos dinâmicos, os equipamentos eram projetados baseando-se em

estudos de carregamentos estáticos. Os eixos dos vagões eram fabricados por

material dúctil, porém as falhas resultavam em fraturas frágeis e repentinas.

Em 1837 o funcionário de mineração Wilhelm Albert observou diversas

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27

falhas que ocorriam em correntes transportadoras. As abordagens sobre fadiga

na época ainda não apresentavam concretividade, então para um estudo mais

aprofundado e prático Wilhelm projetou uma máquina que submetia as correntes

a carregamentos dinâmicos, assim foi obtido o primeiro ensaio de fadiga da época

(HORTÊNCIO, 2009).

Segundo Meyers (1998), Wilhelm descobriu através dos testes que as

falhas não apresentavam relação somente com as sobrecargas que os materiais

trabalhavam, mais que essas falhas estavam vinculadas a repetição desses

carregamentos e o número de ciclos de atuação do equipamento.

3.1 Mecanismos físicos da fratura

Conforme Oliveira et al. (2004), em função das propriedades mecânicas

dos materiais, que são formados por grãos cristalinos, não apresentaram tensões

com distribuição uniforme. A trinca terá maior probabilidade de surgir em regiões

que são submetidas a elevados níveis de tensão.

De acordo com Hortêncio (2009), os mecanismos físicos da fratura são

determinados através de três etapas:

- Nucleação;

- Propagação da trinca;

- Ruptura final.

Esses mecanismos de fadiga são ilustrados através da Figura 10 na

forma de fluxograma.

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28

Figura 10: Fluxograma dos mecanismos de fadiga. Fonte: Hortêncio, 2009.

3.1.1 Nucleação

O início da trinca em um componente mecânico é o resultado da atuação

de carregamentos dinâmicos, definida como fadiga. Um fator importante

responsável pelo surgimento da trinca são os concentradores de tensão

presentes na região carregada por esforços dinâmicos ou a baixa resistência

localizada que alguns componentes apresentam (TELES, 2015).

Conforme Brandão (2013), a nucleação da trinca pode ocorrer devido

alguns fatores como: processo de fabricação, porosidade consideravelmente

acentuada, contornos de grão, inclusões, irregularidade do material resultante da

solidificação e devido corrosão superficial. As trincas irão nuclear em pontos

específicos na superfície do material, onde apresentam níveis de tensões mais

elevados.

Para Norton (2004), na medida que os ciclos de tensões ocorrem, tem- se

o surgimento no material de superfícies de deslizamento adicionais na qual, se

localizam junto com as trincas microscópicas. Esse fenômeno pode ocorrer

mesmo com a não existência de entalhes superficiais, considerados como

concentradores de tensão superficial.

De acordo com Brandão (2013), a nucleação da trinca corresponde a

deformação plástica devido a carregamentos cíclicos localizados e apresenta- se

ao longo dos planos de escorregamento, influenciadas principalmente por tensões

cisalhantes.

Ainda de acordo com Brandão (2013), este estágio não pode ser

observado a olho nu, pois em geral apresenta extensão entre 2 a 5 grãos. No

entanto, pode conter por volta de, 90% de todo os números de ciclos totais

suportados pelo material até a falha. A Figura 11 representa os mecanismos de

nucleação das trincas nas falhas por fadiga.

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29

Figura 11: Mecanismos de nucleação das trincas por fadiga. Fonte: Meyers et al.,

1998.

Teixeira (2004), ressalta que as trincas podem surgir de forma natural em

metais que não possuem estruturas cristalinas e granular homogêneas, isso pode

resultar em uma distribuição não uniforme das tensões. Em processos de

fabricação de peças é de suma importância evitar adicionar diferentes

composições químicas quando associado entre partículas e metal até mesmo a

presença de vazios, fatores importantes para o surgimento de trincas.

3.1.1.1 Propagação da trinca

De acordo com Norton (2004), no momento em que é estabelecida a

formação de uma trinca microscópica, tem-se simultaneamente a formação do

fenômeno da mecânica da fratura. As tensões de tração influenciam no

crescimento da trinca, que se propagam no sentido dos planos normais das

tensões máxima de tração.

Para Shigley (2011), após a nucleação da trinca, o carregamento ainda

continua sendo estabelecido sobre o material, isso resulta no crescimento e

propagação desta trinca. Esse mecanismo de propagação da trinca apresenta

dois estágios.

Para Santos (2008), no primeiro estágio a trinca possui propagação com

orientação de 45° em relação a tensão de solicitação. Já no segundo estágio a

trinca possui propagação perpendicular ao eixo da tensão, e a formação de

estrias microscópicas e marcas de praias macroscópicas referentes aos números

de ciclos. A Figura 12 ilustra, a esquerda os estágios de formação da trina (a), e a

direita as estrias resultantes da propagação da trinca a cada ciclo.

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30

Figura 12: Estágios de propagação da trinca e estrias geradas pela propagação da trinca a cada ciclo.Fonte: Adaptado de Santos, 2008.

De acordo com Norton (2004), para ciclos maiores de tensão são

apresentadas estrias maiores comparadas as resultantes de pequenas amplitudes

de tensão, isso indica que quanto maior as amplitudes de tensão maior será a

propagação de crescimento da trinca. Em função das alterações do ciclo de

tensão ou paradas intermediárias, a fratura final apresentará as marcas de praias.

3.1.1.2 Ruptura final

Devido a aplicação constante de tensões cíclicas, a trinca apresentará

crescimento contínuo, um tamanho crítico suficiente para aumentar o fator de

intensidade de tensão até alcançar a tenacidade à fratura do material, resultando

na fratura inesperada do material. (BRANDÃO, 2013).

Conforme Norton (2004), a falha por fadiga é reconhecida através da

visualização da superfície de fratura da peça. Geralmente a peça apresentará

duas regiões, uma região consideravelmente lisa (a) que representa o estágio da

propagação da trinca e outra região vista como áspera (b), que se refere a ruptura

final da peça. A Figura 13 ilustra as regiões de propagação da trinca e ruptura

final da peça devido a falha por fadiga.

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31

Figura 13: Aspectos da fratura por fadiga a= área de propagação da trinca e b=

área da ruptura catastrófica.Fonte: Hortêncio, 2009.

De acordo com Norton (2004), as regiões que se associam a aparência

polida ao redor da trinca são classificadas por exibirem marcas de praia, dado

nome pois apresentam semelhança a ondulações que são vistas na área da praia

devido a movimentação cíclica das ondas.

As marcas de praias resultantes das fraturas por fadiga surgem em

função dos carregamentos cíclicos de tensão e apresentam-se de forma

circundante a origem da trinca, normalmente originam-se de entalhes de peças ou

de outros concentradores de tensão (BRANDÃO, 2013).

3.1.1.3 Resistência à fadiga

Conforme Norton (2004), grande partes dos componentes que compõe

um equipamento mecânico estão sujeitos a esforços e tensões variantes que

apresentam carregamentos oscilantes ao decorrer do tempo de atuação. Podem

ser aplicado testes para verificação do limite de resistência à fadiga desses

componentes ou em todo o equipamento, um modelo muito utilizado é o ensaio

através de uma máquina flexo rotativa sob alta rotação de R. R. Moore.

Para Brandão (2013), no ensaio por flexão rotativa um corpo de prova

com aspecto de eixo é submetido a um carregamento constante, semelhante a

uma viga em flexão pura. É aplicado uma rotação nesse corpo de prova fazendo

com que sua superfície esteja sujeita a cargas trativas e compressivas

simultaneamente.

Ainda para Brandão (2013), após o ensaio são contabilizados os valores

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32

de números de ciclos que o material suportou até a sua ruptura. Os resultados

obtidos através do ensaio de fadiga são plotados em um diagrama tensão versus

números de ciclos ou (S-N), conforme ilustrado pela Figura 14.

Figura 14: Diagrama S-N para materiais submetidos à fadiga. Fonte: Shigley, 2011.

Essa resistência à fadiga pode ser classificada como fadiga de alto ciclo

(FAC) e fadiga de baixo ciclo (FBC). Onde, para fadiga de alto ciclo os valores

serão superiores a ciclos, e para fadiga de baixo ciclos os valores serão

inferiores a ciclos (BRANDÃO, 2013).

3.1.1.4 Resistência à fadiga para vida infinita

De acordo com Norton (2004), a vida infinita de um material é

representada través de uma faixa de ciclos sendo, N > . Para determinação da

resistência à fadiga para vida infinita são levados em consideração os fatores de

modificação da resistência. Fatores estes que influenciam nos efeitos de

superfície, tamanho, carregamento, temperatura entro outros.

Para Shigley (2011), os fatores modificadores devem ser considerados

pois, representam uma forma de corrigir as divergências do elemento durante as

condições de testes. O limite de resistência à fadiga para vida infinita de

elementos sob carregamentos alternados, é calculado utilizando a Equação 15.

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33

(15)

Onde:

= Limite de resistência à fadiga para vida infinita;

= Fator de acabamento superficial;

= Fator de tamanho ou dimensão;

= Fator de confiabilidade

= Fator de temperatura;

= Fator de concentração de tensão;

= Fator de modificação por efeito variados.

a) Fator de acabamento superior

De acordo com Hortêncio (2005), durante o ensaio de fadiga a superfície

do corpo de prova deve apresentar característica polida, onde o polimento final

deve ser aplicado sob a direção axial, desta forma se reduz a intensidade dos

riscos e garante um acabamento melhor da superfície. Este fator superficial se

associa a resistência à tração do material, sendo determinado através da

Equação 16.

(16)

Onde representa à resistência à tração do material. Os valores de a e

b são determinados através do Quadro 1.

Quadro 1: Parâmetros para o fator de modificação superficial.

Acabamento superficial

Fator a Expoente b

Retificado 1,34 1,58 -0,085

Usinado ou laminado a frio

2,7 4,51 -0,265

Laminado a quente 14,4 57,7 -0,718

Forjado 39,9 272 -0,995 Fonte: Shigley, 2011.

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b) Fator de tamanho ou dimensão

Segundo Shigley (2011), o fator de tamanho ou dimensão está

relacionado com a dimensão do corpo de prova. Esse fator é considerado para

elementos que estão sujeitos a carregamentos de torção ou flexão rotativa,

apresentando diâmetro (d) entre 2,8 mm a 51 mm. O fator pode ser calculado

com auxílio da Equação 17.

c) Fator de confiabilidade

De acordo com Brandão (2013), é a probabilidade de um elemento

desempenhar sua função conforme prevista pelo projetista atuando em condições

específicas, sem ocorrer falhas. O fator de confiabilidade equivale a 8% do limite

de resistência à fadiga para vida infinita, apresentando estimativa em função da

porcentagem de confiabilidade. A consideração desse fator é importante para o

projeto de máquinas, sendo estimado através do Quadro 2

Quadro 2: Fator de confiabilidade.

Confiabilidade [%] Fator de confiabilidade [

50 1,00

90 0,897

95 0,868

99 0,814

99,9 0,753

99,99 0,702

99,999 0,659 Fonte: Adaptado de Shigley, 2011.

d) Fator de temperatura

Conforme Shigley (2011), existem componentes que são projetados para

trabalhar sob diferentes faixas de temperaturas , que são distintas daquelas que

o corpo de prova está durante os ensaios. Desta forma é importante a

correção desse fator, durante a determinação da resistência à fadiga,

kb= (𝑑

7, 62)

−0,1133

= 1,24d-0,107

(17)

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35

considerando o valor real da temperatura de operação desse material.

Ainda conforme Shigley (2011), o fator de temperatura pode ser

determinado através da Equação 18 ou com auxílio do Quadro 3. Onde, =

resistência à tração na temperatura de operação e = resistência à tração à

temperatura ambiente.

= (18)

Quadro 3: Efeito da temperatura de operação na resistência à tração do aço.

Temperatura °C

Temperatura °F

20 1,000 70 1,000

50 1,010 100 1,008

100 1,020 200 1,020

150 1,025 300 1,024

200 1,020 400 1,018

250 1,000 500 0,995

300 0,975 600 0,963

350 0,943 700 0,927

400 0,900 800 0,872

450 0,843 900 0,797

500 0,768 1000 0,698

550 0,672 1100 0,567 Fonte: Adaptado de Shigley, 2011.

e) Fator de concentração de tensão

De acordo com Norton (2004), em função de irregularidades não inerentes

presentes em elementos de máquinas, são originadas as concentrações de

tensões. Essas irregularidades podem ser, marcas de ferramentas, furos, entalhes

roscas e ranhuras.

Segundo Shigley (2011), a concentração de tensão é um fator primordial

que deve ser levado em consideração, pois se apresenta em quase todas as

estruturas através de curvaturas significativas, entalhes em elementos de

máquinas, entre outras perturbações bruscas superficiais. O fator de

concentração teórico pode ser estabelecido, na forma experimental ou em

função de tabelas e gráficos conforme ilustra a Figura 15.

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Figura 15: Fator de concentração de tensão teórico. Fonte: Shigley, 2011.

Conforme Brandão (2013), ao ser determinado esse fator de

concentração de tensão teórico, pode ser multiplicado pela tensão nominal, ou (

) que não considera através do modelo matemático a existência de um entalhe.

Ao ser multiplicado será determinada a tensão máxima predominante no entalhe.

Essa determinação é feita através da Equação 19.

(19)

De acordo com Shigley (2011), com relação a resistência que material

apresenta, o fator de concentração teórico , pode ser alterado, diminuindo sua

intensidade em função da sensibilidade “q” do entalhe. Para determinação do

fator de concentração de tensão prático ou efetivo, é estabelecido uma relação

matemática por Peterson, conforme as Equações 20 e 21.

(20)

(21)

Onde:

= sensibilidade do entalhe

= fator de concentração de tensão estático;

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=fator de concentração de tensão em fadiga.

f) Fator de modificação de efeitos variados

Para Brandão (2013), o fator de efeitos variados é utilizado para correção

de qualquer tipo de efeito que o equipamento ou elemento de máquina possa

apresentar durante operação. Esses efeitos podem estar relacionados à, tensões

residuais, corrosão, ambiente químico entre outros.

3.2 Tensão média

Conforme Brandão (2013), a tensão média representa a forma do

carregamento aplicado a um elemento. Onde, em valores de tensão média nula, o

elemento está sob carregamento alternado, para valor igual a amplitude do

carregamento, o carregamento é variado ou repetido.

Ainda conforme Brandão (2013), quando o valor não se enquadra em

nenhum dos citados anteriormente, é considerado como carregamento flutuante

ou pulsante. A Figura 16 ilustra um carregamento dinâmico variável, onde σa

especifica o valor de amplitude de carregamento, representa a tensão média,

σa ilustra a tensão mínima aplicada, aponta a tensão máxima e a

variação do carregamento.

Figura 16: Carregamento dinâmico variado. Fonte: Araújo, 2004.

Segundo Santos (2008), a Figura 16 representa matematicamente as

seguintes expressões:

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A variação da tensão , é vista como à diferença entre as tensões

máximas e tensão mínimas σmin, podendo ser calculada através da Equação

22 (BRANDÃO, 2013):

(22)

A tensão média , representa a média aritmética entre a tensão máxima

e a tensão mínima , sendo determinada pela Equação 23 (SHIGLEY,

2011):

(23)

A tensão alternada ou amplitude de tensão, é definida como sendo

uma das principais abordagem em um gráfico S-N, representa a metade da

variação da tensão , e pode ser determinada através da Equação 24

(BRANDÃO, 2013).

(24)

A tensão máxima e mínima, é considerada como a tensão média mais ou

menos a amplitude, e pode ser calculada respectivamente através das Equações

25 e 26 (SHIGLEY, 2011):

(25)

(26)

A razão de tensões , aborda o tipo de carregamento, com grande

importância representativa na curva S-N, e pode ser calculada em função da

Equação 27 (BRANDÃO, 2013):

Os primeiros estudos relacionado ao efeito da tensão média nas

(27)

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39

propriedades de um determinado material sujeito a fadiga, foram descritos por

Goodman em 1899. Logo após isso, surgiram outros pesquisadores como

Soderberg e Geber, com outras teorias que visavam a redução dos efeitos da

tensão média nos resultados experimentais (GARCIA et al, 2000).

Conforme Shigley (2011), as teorias de critério de falha são ilustradas

pela Figura 17. Onde, o ponto A na linha de Goodman, indica a resistência (

), representando o valor limite da tensão média em função da resistência (

), que paralela a tensão média representa o valor limite .

Figura 17: Influência da tensão média na tensão limite de fadiga. Fonte: Shigley,

2011.

Para Shigley (2011), as Equações 28, 29 e 30 indicam respectivamente

os critérios de falha, pela teoria de Soderberg, Goodman e Geber.

(28)

(29)

(30)

Onde:

= Tensão alternada;

= Tensão

média;

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Tensão de

ruptura

= Tensão de escoamento;

= Limite de resistência à

fadiga; n = Critério de falha.

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41

4 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS

Para a resolução numérica de problemas de engenharia, denominados

como equação diferenciais ordinárias (EDO) e equações diferencias parciais

(EDP), pode ser aplicado duas formas distintas: a “forma forte”, que possui

resolução da equação através da forma diferencial, e a “forma fraca”, que

representa as equações diferencias, por integrais ponderadas (ZIENKEWICZ e

TAYLOR, 2000).

Segundo Shingue (2008), na forma forte, deve haver a continuidade nos

resultados das variáveis submetidas do potencial, apresentando diferenças pela

ordem da equação diferencial definida pelo problema. Possui difícil solução e

limitações para alguns problemas. A forma fraca, devido ligação ao método

numérico, é caracterizado por resultados com maiores satisfações.

Conforme Ribeiro (2004), o método que apresenta melhor adaptação com

o princípio da mecânica dos sólidos é o Rayleigh-Ritz. Este método é

compreendido, como uma técnica que possibilita a geração de funções

aproximais em problemas variáveis, onde estas funções são determinadas no

domínio de cada elemento, desprezando a hipótese de encontrar uma única

função que seja satisfatória para as condições de contorno de todo o domínio.

Desta forma, para cada elemento que constitui uma estrutura, é formada

uma solução por tentativas através de combinação linear de funções, associando-

se aos nós do elemento gerados pelas variáveis (ZIENKEWICZ E TAYLOR, 2000;

SHINGUE, 2008).

Para Soriano (2003), o método dos elementos finitos possui como

pioneiros os engenheiros Argyris e Kelsey, que aplicaram esse método em

chapas da asa de um avião, para determinar a distribuição de tensão nesses

elementos. No entanto, somente em 1965 foi descoberto que esse método

apresentava-se como um caso particular do método de Rayleig-Ritz.

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42

Segundo Azevedo (2003), o método de elementos finitos apresenta como

ideia principal, o procedimento intuitivo para converter um problema com maior

complexidade em vários simples, expressando a geometria do contínuo na forma

de um número finito de elementos, apresentando simples geometria, através da

formação da malha dos elementos finitos, conforme ilustrado na Figura 18.

Figura 18: Malha de elementos finitos. Fonte: Souza, 2003.

De acordo com Zienkiewicz e Taylor (2000), a determinação do tipo de

elemento e da forma, influenciam diretamente nos resultados, onde são critérios

que devem ser adotados pelo responsável pela análise, sendo assim o usuário do

programa deve apresentar domínio sobre o assunto. A Figura 19, ilustra alguns

tipos de elementos finitos para 1,2 e 3 dimensões.

Figura 19: Tipos de elementos finitos para 1, 2 e 3 dimensões. Fonte: Souza, 2003.

Segundo Souza (2003), um fator determinante que pode influenciar os

resultados, além do grau de aproximação, é a determinação do número de

elementos. Quando se aumenta o número de elementos, ocorre a redução da

diferença entre superfície real e malha, conforme apresenta a Figura 20.

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43

Figura 20: Diferença entre a malha de elemento finito e a superfície real. Fonte:

Silva, 2009.

Ainda segundo Souza (2003), na forma em que, o tamanho dos

elementos tente a zero e a quantidade de nós tende ao infinito, pode-se obter

teoricamente soluções com maiores exatidão. Porém, como consequência a

análise apresentará aumento do tempo para o procedimento de dados e elevação

no custo computacional.

Para Ribeiro (2004), um tipo de elemento que vem apresentando grande

empregabilidade são os isoparamétricos, devido apresentar melhor adaptação

aos limites físicos do modelo. Esses elementos possuem geometria formada pela

combinação de polinômios, no qual, possui contorno suave.

Sua aplicação é considerada como padrão para análise, onde, na prática

os elementos se encontram distorcidos ou inclinados quanto ao eixo das

coordenadas, dificultando a organização do cálculo integral. Referente a eficiência

dos cálculos, os elementos isoparamétricos, agregam maiores para as situações

práticas (BATHE, 1996).

4.1 Dinâmica das estruturas

Segundo Silva (2009), devido ao surgimento de projetos para construção

utilizando materiais mais leves e esbeltos, em virtude da resistência que esses

materias proporcionam, a análise dinâmica das estruturas acaba se tornando uma

ferramenta cada vez mais importante no Brasil.

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A análise dinâmica também pode ser utilizada para a verificação de

aspectos de uma estrutura como sua integridade e segurança contra possíveis

falhas. Visto que, cada tipo de estrutura apresenta condições particulares,

submetendo a alterações que levam a danos e fissuras, seus parâmetros

apresentam na mesma condição alterações, detectando qualquer mudança no

módulo de elasticidade (deformação) do material (ALMEIDA et al., 2008).

Conforme Greco et al. (2010), os ensaios de dinâmica das estruturas

fornecem informações gerais da estrutura, no entanto, os ensaios são realizados

várias vezes ao longo de um determinado tempo e comparados no final do

processo. Além do aumento gradativo quanto a aplicação desses ensaios, estes

apresentam baixo custo, vinculado a rapidez na obtenção dos resultados e

confiabilidade dos mesmos.

Ainda conforme Greco et al. (2010), o objetivo de se realizar uma análise,

é a determinação do deslocamento, da velocidade e aceleração relacionada aos

graus de liberdade da estrutura, resultando na análise das tensões devido a

carregamentos externos e esforços internos da estrutura.

De acordo com Warburton (1976), são apresentados como métodos de

interação direta os explícitos e implícitos. Para o primeiro o deslocamento pode

ser encontrado em função das condições de velocidade e aceleração no tempo

anterior, no entanto para o método implícito, baseia-se tanto no resultado anterior

quanto nos atuais, ou seja, a variável é altamente dependente, desta forma as

condições de tempo atual devem manter total equilíbrio com a condição anterior.

4.2 Análise não linear geométrica

Conforme Ogden (1984), para a análise não linear geométrica é

considerado o equilíbrio na condição atual, deformada e deslocada, levando a

resultados satisfatórios mesmo quando ocorre deformações e deslocamentos

mais elevados, que apresentam grande variação das configurações sólidas, entre

finais e inicias. Esse tipo de descrição do equilíbrio é denominado de

cinematicamente exata.

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De acordo com Araripe (1998), a ausência de linearidade geométrica e

física presente em pórticos são estudas a algum tempo por engenheiros, onde o

início da não linearidade geométrica para análise de estruturas é vinculada a não

linearidade física de modelos numéricos, que consideram os materiais como

elasto-plásticos.

Entre os diversos estudos relacionados a análise não linear geométrica,

evidencia-se a formulação corrotacional. Para esse tipo de formulação o eixo

dado como referência sofre subdivisões, para análise do movimento de corpo

rígido e deformações, o que possibilita ocorrer elevados deslocamentos e

deformações (GELATTI, 2012).

Para Belo (2009), relacionado a formulação corrotacional existem

algumas desvantagens como, a necessidade de elevados números de elementos

para se chegar a resultados satisfatórios, no entanto, para pórticos planos de

elevadas dimensões, isso é estabelecido como ineficiente em função do número

de graus de liberdade.

Segundo Coda (2003), uma outra ferramenta que vem demonstrando

grande empregabilidade para análise linear geométrica, é a formulação

posicional, que se baseia em posições. Nesta formulação ocorre a variação das

posições ou coordenadas e não do deslocamento, proporcionando desta forma

uma maior simplificação dos cálculos.

Conforme Sanches e Coda (2013), a formulação posicional, possui

vantagem em relação a não existência de graus de liberdade em rotação, o que

despreza a necessidade de operação de rotações finitas. O resultado final desse

processo, é uma matriz de massa constante, permitindo com isso a aplicação do

método de Newmark, obtendo uma maior conservação da quantidade de

movimento, e energia.

4.3 Funções de forma B-Splines

Para Araripe (1998), a ilustração de curvas suaves como, o casco de

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barcos e navios, e fuselagem de um avião, eram desafios que engenheiros se

deparavam em tempos que não existia o auxílio computacional, problemas

críticos principalmente relacionado ao setor de construção naval, que para

alcançar a forma determinada era necessário a construção da estrutura em

tamanho real ou quase real.

Esse processo demandava uma área maior, e o desenhista precisava

utilizar tiras flexíveis de grandes dimensões, denominadas como Spline, além de

pesos montados em locais estratégicos ao longo da tira, resultando na formação

de curvas suaves (MINETTO, 2003).

De acordo com Silva (2009), a partir desse princípio e com a introdução

da computação para análise de estruturas, essa técnica passou a ser modelada

matematicamente, através de funções Splines. Durante os anos 60, foram

relatadas diversas publicações a respeito desse assunto, no entanto os privilégios

pelas aplicações dessas funções para modelagem de veículos foram dedicados

aos engenheiros Casteljau da Citröen e Bézier da Renault.

Conforme Sanches e Coda (2013), as Splines são caracterizadas pela

combinação linear de outras funções menores, conhecidas por B-Splines.

Apresenta vantagens como, aspecto positivo, baixa oscilações numérica

comparada aos polinômios de Lagrange de alto grau e continuidade extra. Sua

aplicação é concentrada na aproximação no método de elementos finitos,

diminuindo a dimensão do ambiente teste sem alterar o grau de aproximação.

Segundo Silva (2009), com relação as características abordadas sobre

esse tipo de função, e aspecto de viabilidade do discussão entre projeto e análise

possibilitando uma otimização maior do processo, pode-se concluir que as Splines

e funções relacionadas, apresentam-se como ferramentas que agregam grande

valor quando utilizadas como funções de forma para análise do método de

elementos finitos

Para Minetto (2003), as Splines possuem desvantagem por não

atenderem a um critério do método de elementos finitos, que é a execução das

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condições de contorno fundamentais. Logo, diversos autores buscaram resolver

essa limitação. Hughes et al. (2005) propôs as B-Splines Racionalizadas não

Uniformes (Non Uniform Racional B-Splines – NURBS) e Hölling et al. (2002) as

B-Splines Ponderadas Estendidas (Weighted Extended B-Splines ou WEB-

Splines).

4.4 Elementos sólidos 3D

Os elementos sólidos se baseiam na teoria da elasticidade linear, que

descreve a atuação do elemento deformado devido carregamento, adequando

deformações e deslocamentos pequenos, sob um material isotrópico submetido a

comportamento elástico-linear. Em geral, a teoria da elasticidade 3D, apresenta

um sistema que reage a diferentes forças que são impostas sobre um sólido,

resultando em esforços interno com variação entre pontos (CODA, 2003).

Conforme Silva (2009), para essas situações, o estado de tensões em um

ponto específico é estabelecido através de seis componentes, sendo que o tensor

das tensões, apresentam dimensões 3x3 simétrico. A Figura 21 apresenta as

tensões normais (σx, σy e σz) e as tensões de cisalhamento xy, yz e zx) atuante em

um elemento sólido 3D.

21: Estado triplo de tensão. Fonte: Belo, 2009.

4.5 Elementos sólidos axissimétricos

Conforme Minetto (2003), para um elemento sólido de revolução

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apresentando propriedades simétricas em relação ao eixo de axissimetria,

submetido a cargas simétricas sob tal eixo, representa que esse elemento sólido

é assimétrico, onde sua estrutura tridimensional poderá ser analisada, através da

utilização de elementos bidimensionais.

Para Belo (2009), os efeitos da deformação em um determinado ponto de

um elemento sólido axissimétricos, são definidos por intermédio deformações

transversais. Para essas condições, a quantidade de componentes de tensões

para um ponto é reduzida de seis para quatro:

, , , , conforme ilustrado na Figura 22.

Figura 22: Tensões em um elemento axissimétrico.Fonte: Silva, 2009.

De acordo com Almeida (2008), são fornecidos dois tipos de elementos

sólidos axissimétricos por grande parte dos programas de elementos finitos:

- Elemento linear: apresenta 4 nós, com 2 graus de liberdade

para interligação entre nós. Desta forma, cada elemento linear possui 8

graus de liberdade vinculados, comparado aos 24 graus de liberdade dos

elementos sólidos com linearidade em 3D.

- Elemento quadrático: apresenta 8 nós, com 2 graus de

liberdades para interligação entre nós. Com tudo, cada elemento

quadrático possui 16 graus de liberdade vinculados, comparado aos 60

graus de liberdade para os elementos sólidos em 3D.

Quanto a utilização dos elementos sólidos axissimétrico, comparado com

a aplicação dos elementos sólidos 3D, estes apresentam modelos

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consideravelmente menores, o que permite a elaboração de uma malha mais

refinada para a mesma dimensão de modelo para condições de grau de liberdade

(GELATTI, 2012).

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CAPÍTULO 2 – ARTIGO CIENTÍFICO

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FADIGA DE UM ENGATE DE REBOQUE AUTOMOTIVO

Romério Ribeiro Martins Júnior¹*, & Silvio Eduardo Teixeira Pinto da Silva2

RESUMO

Para o desenvolvimento de produtos automotivos são necessárias dezenas de etapas de validações para que o novo produto esteja apto a ser comercializado. Segundo o DNIT (Departamento de infraestruturas e Transportes) 78% das estradas brasileiras estão em condições inadequadas para o trafego rodoviário levando muitas vezes a quebra prematura dos veículos ou de componentes associados. Neste contexto foi realizado um estudo sob condições estáticas e dinâmicas para um engate de reboque automotivo com carregamento máximo de 420 kg da marca Amarok. Inicialmente foram determinadas as forças atuantes em 3 seções principais: Pino, chapa de engate ao chassi e parafusos. Em seguida foram determinadas as tensões de flexão e tração atuantes no pino onde as

cargas combinadas resultaram em 39,413MPa. Também foram analisadas as tensões atuantes nos parafusos, onde constatou-se um valor muito pequeno de cisalhamento e esforços muito abaixo da tensão de escoamento. Para a determinação da integridade da chapa acoplada ao chassi foi realizada uma análise simplificada no qual foi desprezada a curvatura da chapa, as tensões atuantes na chapa segundo o critério de tresca foram de aproximadamente 3,07 MPa. A análise dinâmica se baseou na análise de vida infinita a fadiga para estas 3 seções, aonde após a aplicações dos fatores de correções constatou-se que para todas as partes analisadas no engate as tensões atuantes são inferiores as tensões de limite de vida a fadiga.

Palavras-chave: Análise estrutural; Engate; Fadiga.

ABSTRACT

For the development of automotive products dozens of stages of validation are required for the new product to be able to be marketed. According to DNIT (Department of Infrastructures and Transport), 78% of Brazilian roads are in inadequate conditions for road traffic, often leading to premature breakdown of vehicles or associated components. In this context, a study was performed under static and dynamic conditions for an automotive trailer coupling with a maximum load of 420 kg of the Amarok brand. Initially the forces acting on 3 main sections were determined: Pin, plate of engagement to the chassis and screws. The bending and tensile stresses acting on the pin were then determined where the

combined loads resulted in 39.413MPa. The tensile stresses on the screws were also analyzed, where a very small value of shear and stresses were well below the yield stress. For the determination of the integrity of the plate coupled to the chassis a simplified analysis was performed in which the curvature of the plate was neglected, the tensions acting on the plate according to the criterion of threeca were approximately 3.07 MPa. The dynamic analysis was based on the infinite fatigue life analysis for these 3 sections, where after applying the correction factors it was found that for all parts analyzed in the coupling the operating voltages are lower than the fatigue life limit voltages.

Keywords: Structural analysis; Hitch; Fatigue. 1Graduando em Engenharia Mecânica nos Institutos Superiores de Ensino do CENSA – ISECENSA – Rua Salvador Correa, 139,

Centro, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP: 28035-310, Brasil; 2 Professor nos Institutos Superiores de Ensino do CENSA – ISECENSA – Rua Salvador Correa, 139, Centro, Campos dos

Goytacazes, RJ, CEP: 28035-310, Brasil; (*) E-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

O gancho de reboque é uma peça que é fixada na parte posterior do veículo permitindo o acoplamento do automóvel a carroceria. Porém este tipo de equipamento está sujeito a vários tipos de carregamentos entre estas se destacam as cargas dinâmicas decorrentes de alterações de velocidade ou de trepidações transmitidas diretamente ao veículo decorrente das péssimas

condições da estrada.

O garfo é uma das mais importantes partes do engate, tendo em vista que este está sujeito a vários tipos de esforços devido às mudanças de velocidade e consequentemente esforços mecânicos que serão gerados pelo veículo condutor ao engate, também deve-se levar em conta nas escolhas das propriedades mecânicas dos estojos na junta parafusada, principalmente as tensões cisalhantes transmitidas durante o carregamento.

O aparecimento de um defeito devido à fadiga por causa de um carregamento repetitivo gera certa preocupação, pois ele pode surgir em outras regiões da estrutura ou aumentar de tamanho, com o tempo. Além disso, em componentes com geometrias irregulares, com vários tipos de carregamentos e diversas interações entre os componentes, fica muito difícil obter resultados somente utilizando métodos analíticos, principalmente na estimativa da vida em fadiga

Os guinchos de reboque estão sob as regras do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e os projetos desenvolvidos devem sempre buscar aprovação do mesmo segundo suas normas nas resoluções. Portanto o objetivo deste trabalho é avaliar as tensões atuantes e a vida em fadiga de um engate do tipo bola disponível na indústria.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo principal deste trabalho foi avaliar as tensões estáticas e dinâmicas atuantes em um guincho de automóvel do tipo bola quando submetido a solicitações normais de campo.

1.1.2Objetivos específicos

Para que o objetivo geral seja alcançado, outros objetivos específicos devem ser traçados. Dentre eles estão:

Estimar as tensões atuantes no material com base nos princípios de resistência dos materiais e construção de diagrama de forças;

Mensurar através de cálculos, baseados nos princípios físicos, a influência das cargas dinâmicas em toda a estrutura;

Determinar os esforços atuantes nos parafusos que conectam o suporte a carroceria.

1.2 Justificativa e Relevância

O engate é de fundamental importância para aumentar a capacidade de carga em um veículo, no entanto um guindaste mal projetado pode acarretar em quebra repentina, desacoplamento de carga ou acidentes de trânsitos.

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Em virtude das péssimas condições das estradas brasileiras os engates também estão sujeitos a oscilações de cargas e a impactos. Geometrias mal projetadas podem originar concentradores de tensão que podem ocasionar o rompimento prematuro do material.

Portanto este trabalho tem como finalidade avaliar as tensões atuantes no engate em relação nas situações de sobrecarga.

2 METODOLOGIA

Neste capitulo será apresentado a metodologia empregada para determinar as tensões atuantes nos elementos do engate, tais como: pino, parafusos e junções.

Para este projeto será utilizado um engate tipo bola do fabricante Amarok com perfis e dimensões previstas na figura 23. Para efeitos de simplificação e maior coeficiente de segurança será considerado que a junção com o chassi do veículo será realizada em um único ponto diferente dos 3 pontos de conexão usualmente adotado nos perfis atuais.

Figura 23: Detalhamento, dimensões da estrutura do engaste e desenho da peça em 3D

segundo o fabricante Amarok

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A tabela 1 também fornece informações importantes referentes as propriedades mecânicas para o aço 1020 laminado e usinado também será apresentado o diagrama de corpo livre para identificar as forças presentes em todo o processo que estará na figura 24. Os parafusos também serão fabricados com o mesmo material a fim de se evitar o efeito de uma corrosão galvânica com a utilização de materiais com potenciais químicos diferentes.

Tabela 1: Dados do engate para o aço 1020 laminado e usinado

Dados do engate

Peso máximo transportado 420 kg

Peso do elemento de fixação 10 kg

Tensão de escoamento 300 MPa

Tensão Limite de resistência 600 MPa

(a) (b) Figura 24: Diagrama de corpo livre das reações atuantes sobre o pino esférico (a) e (b)

chapa de união entre o engaste chassi

2.1 Determinação das tensões atuantes

Para este trabalho será dividida a análise das tensões atuantes em duas partes estática e

dinâmica.

2.2 Tensões estáticas

As tensões que atuam no sentido de alongar ou comprimir a estrutura são determinadas a partir da equação (1).

𝜎 =𝐹

𝐴 (31)

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Onde: F : Força Normal a seção transversal, A: Área da seção transversal.

As tensões estabelecidas pelo flexionamento da estrutura produzida por algum momento produzido por alguma força aplicado ao longo de uma distância são descritas pela equação 2.

= My

I

(32)

Onde: M: Momento fletor , y: distância do ponto a ser analisado a linha neutra I: Momento de Inércia da seção,

As tensões oriundas pela força cisalhante, é fator fundamental principalmente para a determinação do diâmetro dos parafusos é estabelecido conforme a equação 3.

𝜏 =𝑉

𝐴

(33)

Onde : V: Tensão cortante; A : área da seção transversal.

Para estimar a combinação das cargas normais e cisalhantes atuantes é utilizado a equação (4) para estimar as tensões máximas e mínimas atuantes em um determinada região a ser estudada.

𝑜1,2 =𝑜𝑥+𝜎𝑦

2 √(

𝜎𝑥−𝜎𝑦

2)

2

+ 𝜏𝑥𝑦2 (34)

2.3 Tensões dinâmicas

Para a determinação da tensão para vida infinita à fadiga será utilizado os diversos fatores de correção.

Se = kakbkckd ke S 'e (35)

Onde : ka: Fator de modificação da superfície, kb: Fator de modificação de tamanho, kc: Fator de modificação correção devido a carga, kd: Fator de modificação temperatura, ke: Fator de confiabilidade.

Para os aços estima-se que o limite de enduraça (S’e) é cerca de aproximadamente 40 a 60 % do limite de resistência a tração dos aços. Nesse trabalho será adotado um padrão

conservador conforme abordado na equação.

Se = 0,5S 'e (36)

A determinação do fator de superfície (ka) pode ser mensurada conforme a equação 7:

𝑘𝑎 = 𝑎 (𝑆𝑢𝑡

𝑀𝑃𝑎)

𝑏

(37)

Onde os fatores a e b estão diretamente relacionados ao tipo de tratamento dado a superfície, alguns destes fatores estão listados na tabela 2.

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Tabela 2: Parâmetros para o fator de modificação de superfície (Shigley)

2.3.1 Fator de modificação de tamanho

Devido a maior probabilidade de um defeito ou microtrincas estarem presentes em um determinado material a medida que aumenta a sua dimensão devendo-se levar em consideração

a área sob tensão. A equação 8.

𝑘𝑏 = 1,189 (𝑑𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣

𝑚𝑚)

−0,097

(38)

A figura 25 ilustra a área para diversas seções transversais de vigas sob flexão, a partir

dessa conversão do parâmetro real pode-se obter o diâmetro real conforme a equação 9.

Figura 25: Equações para áreas sob tensão (95%) de diversas seções transversais de

vigas sob flexão Fonte: Norton

𝑑𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣 = √𝐴95

0,0766

(39)

2.3.2 O fator de correção devido a carga (kc)

Uma vez que as relações descritas anteriormente nos ensaios de flexão rotativa alternada completa com carregamento axial ou torção precisam ser levadas em conta como um fator de carga para ajustar o limite de fadiga obtido a partir da flexão. O Shigley descreve os fatores de correção associado a estes esforços conforme a equação 10:

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(40)

2.3.3 Fator de modificação de temperatura

Ensaios de fadiga são mais comumente realizados a temperatura ambiente. A tenacidade à fratura diminui a baixas temperaturas e aumenta de valor em temperaturas moderadamente elevadas até por volta e 350°C. A equação 11 apresenta o fator kd para a determinação da vida a fadiga.

𝑘𝑑 = {𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑇 ≤ 450°𝐶 (180°𝐹): 𝑘𝑑 = 1

𝑝𝑎𝑟𝑎 450°𝐶 ≤ 𝑇 ≤ 550°𝐶: 𝑘𝑑 = 1 − 0,0058(𝑇 − 450)}

(41)

2.3.4 Fator de confiabilidade

Muitos dos dados de resistência registrados na literatura refere-se a valores médios. Existe, no entanto uma considerável dispersão nos ensaios realizados com o mesmo material sob condições semelhantes de ensaios. A tabela 3 presente no Shigley exibe os fatores de confiabilidade para um desvio padrão de 8% da média.

Tabela 3: Fatores de confiabilidade kd, correspondentes a 8% do desvio padrão do limite de resistência

Confiabilidade (%)

Fator de confiabilidade kd

50 1,000

90 0,897

95 0,868

99 0,814

99,9 0,753

99,99 0,702

99,999 0,659

99,9999 0,620

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capitulo serão apresentados para os cálculos realizados a partir das metodologias apresentadas ao qual apresentara os resultados obtidos segundo cada dado apresentado pelo fabricante do engate e os dados das equações.

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3.1 Força aplicada na horizontal

Para calcular a força atuante sob o engate durante o movimento de translação do carro será considerada a situação onde ocorra a maior solicitação. Considerando que no Brasil a velocidade máxima permitida em rodovias e estradas é de 110 km/h (30,55m/s) e o tempo médio que um carro leva a partir da freagem até sua parada total é cerca de 8 segundos.

A partir da aceleração e do peso máximo em (kg) transportado pela carroceria pode-se determinar a força máxima atuante para que seja possível o movimento do veículo.

Uma vez que o peso do engate exerce uma força que atua para baixo :

𝑃𝑒𝑛𝑔𝑎𝑡𝑒 = 𝑚𝑔 = (10)(9,81) = 98,1𝑁

Com base nessas duas forças serão determinadas as demais forças atuantes nos elementos do engate conforme a seção a seguir.

3.2 Forças atuantes no pino

Inicialmente serão analisadas as forças e os momentos resultantes no suporte, nos parafusos e no engate próximo a região da esfera. Para essa análise será utilizado o diagrama de corpo livre presente na figura 2 na região da esfera (Figura 2

A) e na do suporte (Figura 2 B).

Com base nas condições de estática, uma vez que não há nenhuma aceleração dos componentes da estrutura, a soma vetorial das forças devem ser zero tanto nos componentes horizontais como nos verticais.

FX= Fengate − Fa1x + Fb1 = 0

FY= Fa1y − Preboque = 0

Considerando também que o engate não permite nenhum movimento de giro da

carroceria pode-se determinar o momento atuante:

Substituindo as forças Fb1 e Fengate nos axiomas para a situação estática tem-se.

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3.3 Forças atuantes na chapa que interliga o engate ao chassi

As forças atuantes na chapa na horizontal e vertical são ilustradas nas equações a seguir.

A reação promovida pelo peso da estrutura do engate sobre a chapa de união

Fa 2 y = 98,1N

Por semelhança as forças que atuam em reação ao pino esférico são:

Fb2 = Fb1 = 3377, 68N

Fa 2 x = Fa1x = 4982, 08N

Considerando que o somatório dos momentos no ponto c ilustrado na figura 1 é igual a zero.

Mc = Fd 2 (0, 02) + (3377, 68)(0, 031) − (4982, 08)(0, 05) − (98,1)(0, 07) = 0

Fd 2 = 7563,15N

Substituindo as forças obtidas anteriormente nas condições estáticas da chapa obtém-se as forças atuantes nos pinos:

Fy= 0

Fc 2 y= Fa 2 y

Fx

Fx

= 0

= Fa 2 x − Fb2 − Fc 2 x + Fd 2 = 0

4982, 08 − 3377, 68 − Fc2 x + 7563,15 = 0

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Fc 2 y = 98,1N

3.4 Tensões atuantes no pino

Para verificar a possibilidade de falha ou sobrecarga será determinando as tensões principais no pino bola, além das tensões de esmagamento e rasgamento no furo de encaixe. Em seguida será avaliado as tensões normais e cisalhantes que atuam sobre os parafusos a fim de determinar se o estojo escolhido está adequado.

A região escolhida para análise de tensões no pino esférico será a parte do pino responsável por fazer a união com a chapa e transpassa o furo. Esta região será estudada, pois apresenta uma menor área resistiva e consequentemente estará submetido a uma maior tensão.

Conforme ilustrado na figura 2 (a) esta região estará sujeita principalmente a flexão que

geralmente apresenta valores superiores as demais tensões, portanto:

Onde momento:

3.5 Momento de Inércia

Considerando que o pino como uma seção cilíndrica com um raio de 13 mm

Substituindo os valores obtidos anteriormente:

3.6 A tensão de esmagamento no pino

Para pinos também é de fundamental importância determinar a tensão de esmagamento provocada na região de contato entre o pino e o furo.

= Mc

I

M = Forçaxdistância

M = Fengaste (a)

M = (1604, 4).(0, 040) = 64, 2Nm

r4

I = 4

(0, 013)4

−8 4

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60

Como as combinações das duas tensões atuante são inferiores a tensão de escoamento

do aço AISI 1020 .

σ = 36,165 + 3, 2477 = 39, 413MPa

3.7 A tensão de rasgamento no furo que suporta a esfera

A figura 26 mostra que na região próxima ao furo está sujeito ao rasgamento. Nesta região devido a menor seção resistiva nesta região que faz com que o pino tende a rasgar

podendo provocar uma ruptura permanente.

Figura 26: Região que sofre o rasgamento

Após a determinação da área mais propicia a sofrer rasgamento será determinada a região que está mais sujeita ao rasgamento.

A força que cisalha esta região é a mesma força que esta aplicada a carroceria.

A fim de verificar se a tensão atuante pode implicar em deformação plástica será

comparado a tensão cisalhante com a tensão de escoamento.

σ ' =√3𝜏2

σ ' =√3(1, 445)2

σ ' = 2, 50MPa

Como essa tensão é muito inferior a tensão de escoamento não irá provocar qualquer alteração ou falha no projeto.

3.8 As tensões atuantes no parafuso

Considerando que cada parafuso possui 19 mm de diâmetro e são 2 parafusos que sustentam o suporte.

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61

A = r2 = (0, 0095)2 = 2,835.10−4 m²

Fc2x = 9167,55N

Portanto, a tensão de compressão que os dois parafusos exercem sobre a chapa.

A tensão cisalhante que os parafusos estão submetidos

Portanto a tensões principais são atuantes no parafuso são:

Portanto as tensões principais são muito abaixo da tensão cisalhante para ocasionar a falha dos parafusos, uma vez que a tensão atuante é inferior à de escoamento.

3.9 Cálculo das tensões atuantes no suporte.

A fim de simplificar os cálculos de tensões atuantes no suporte será considerado um modelo aonde o suporte atua como uma placa engastada, desconsiderando os efeitos da curvatura na união e a partir disso será determinado às tensões. A figura 5 ilustra o modelo proposto:

Figura 27: Forças atuantes no engaste e na chapa considerando que a seção atuante é

plana.

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62

A partir disso as cargas atuantes na região de junção do chassi a partir dos métodos de

seções aonde é realizado um corte nesse ponto conforme as forças atuantes nessa região.

0

1604,4 0

1604,4

x

x

x

F

N

N N

=

− =

=

0

98,1 0

98,1

yF

V

V N

=

− + =

=

0

98,1(0,07) 1604,4(0,04) 0

57,309

M

M

M Nm

=

− + =

=

Combinando as tensões normais originadas pela flexão e tração:

engasteF Mc

A I = +

Para a determinação da flexão, é necessário primeiramente determinar o momento de

inércia na seção transversal que é retangular, e, portanto:

3 38 4(0,064)(0,019)

3,658.1012 12

bhI m−= = =

Substituindo os valores:

3

8

1604,4 (14,88)(9,5(10 ))16,2

(0,019)(0,064) 3,658.10MPa

−= + =

A tensão cisalhante atuante na seção:

98,10,0806

(0,019)(0,064)

VMPa

A = = =

Determinando as tensões principais e combinando as tensões normais e cisalhantes:

2

2

1,22 2

x y x y

xy

+ − = +

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63

2

2

1,2

1,2

1

2

16,2 16,2(0,0806)

2 2

8,1 8,1

16,2

0

MPa

MPa

= +

=

=

=

Portanto, nenhuma das estruturas está submetido a uma tensão suficiente elevada que

possa levar a uma falha em algum ponto da estrutura.

3.10 Análise das cargas dinâmicas

Será determinada a tensão limite de fadiga para cada região em estudo a fim de verificar se em alguma região a tensão atuante pode falhar para uma carga inferior a tensão de escoamento.

Considerando um aço 1020 usinado e laminado com as seguintes propriedades:

Se = 300MPa e

Su = 600MPa

O limite de resistência modificado

S 'e= 0, 5Sut

S 'e= 0, 5.(600) = 300MPa

3.11 Cálculo da vida infinita atuante no pino

Para o cálculo da tensão de limite de vida infinita (1 milhão de ciclos) será necessário determinar os parâmetros de correção para os casos em estudo, portanto a determinação desses

fatores serão abordados a seguir:

3.11.1 Fator de superfície (Ka)

Considerando um aço usinado e laminado, pode-se determinar os coeficientes a e b

presente na tabela 2, portanto, tem-se.

𝑎 = 4,51

𝑏 = −0,265

𝑘𝑎=𝑎 (𝑆𝑢𝑡

𝑀𝑃𝑎)

𝑏

𝑘𝑎 = 4,51 (600

𝑀𝑃𝑎)

−0,265

= 0,828

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64

3.11.2 O fator de tamanho (kb)

Como o pino pode ser tratado como uma seção circular que não gira pode se determinar o diâmetro equivalente a partir das equações obtidas na figura 3, e das equações 8 e 9.

Assim, o diâmetro equivalente:

Logo, o fator de correção de tamanho (Kb)

3.11.3 O fator de correção devido a carga (kc)

O carregamento que atua no pino é a flexão kc =1.

3.11.4 Fator de temperatura kd

Para temperatura ambiente kd=1.

3.11.5 Fator de confiabilidade ke

A partir da tabela 6-4 Para um fator de confiança de 99,9%

ke = 0, 753

A tensão para vida infinita é inferior à tensão máxima atuante nessa região indicando que

não há falha por fadiga.

Se = ka kb kc kd ke S 'e

Se = (0,828)(0, 955)(1)(1)(0, 753)(300) = 178, 54MPa

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3.12 Tensão para vida infinita pelo esmagamento do pino

Analisando a vida infinita provocada pela força de esmagamento proveniente do peso do pino a única diferença em relação a verificação realizada anteriormente no pino é que a carga atuante é cisalhante e portanto axial, com base nisso os parâmetros kb e kc serão alterados.

kc = 0, 7 (carga axial)

kb = 1 (carga axial)

Se = ka kb kc kd ke S 'e

Se = Se = (0,828)(1)(0, 7)(1)(0, 753)(300) = 130, 91MPa

3.13 Tensão para vida infinita devido ao rasgamento no furo

Na região da chapa aonde se encontra o furo também está sujeito a fadiga resultantes da folga de encaixe.

Calculando o parâmetro de correção de tamanho kb

O fator de correção de tamanho (Kb)

Segundo o Norton tensões e rasgamento ocasionados por pinos ou parafusos podem ser tratados como uma flexão alternada e em razão disso os parâmetro de carregamento kc é calculado.

kc = 1

A tensão para vida infinita é inferior à tensão máxima atuante nessa região indicando que

não há falha por fadiga.

Se = ka kb kc kd ke S 'e

Se = Se = (0,828)(0, 747)(1)(1)(0, 753)(300) = 139, 71MPa

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66

3.14 Tensão para vida infinita do parafuso

Uma vez que a variação de tensão cisalhante não entra no cálculo de fadiga. Será considerado apenas a carga axial associada ao efeito de tração dos parafusos a medida que esses comprimem a junta.

kc = 0, 7 (carga axial)

kb = 1 (carga axial)

Se = ka kb kc kd ke S 'e

Se = (0,828)(0, 7)(1)(1)(0, 753)(300) = 130, 91Mpa

3.15 Vida infinita na placa de interligação do engate ao chassi do carro

Como nos casos anteriores a chapa de ligação entre a chapa e o chassi precisa ser ajustados para o cálculo de vida em fadiga, como a única alteração em relação aos demais casos

são os parâmetros de tamanho (kb) e carga (kc ).

A chapa está sujeita a flexão alternada e portanto, o parâmetro kc é igual a 1.

Para a correção do fator de tamanho (Kb) será determinado o diâmetro equivalente e o para uma placa de seção retangular utilizando os dados disponíveis na figura 3.

Como em todos os casos abordados as tensões de limite de vida a fadiga são bastante superiores as tensões atuantes nestas regiões pode-se afirmar que o material não falhará por fadiga para nenhum dos casos em estudo.

4 CONCLUSÕES

Por meio dos cálculos analíticos realizados na estrutura que compõe o engate, pôde-se chegar as seguintes conclusões:

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67

As tensões atuantes nas regiões do pino, placa de engate e parafuso são muito inferiores a tensão de escoamento, não ocasionando nenhum risco de falha na estrutura. A região do pino apresentou carga combinada de flexão e tração 39,413MPa, correspondendo ao maior esforço em toda a estrutura. Também foi averiguado os esforços atuantes sob o furo aonde se constatou que não há nenhum risco de rasgamento.

Os parafusos estão sob tensão de tração e cisalhamento, porém ambas são muito baixas (16,17MPa) não oferecendo nenhum risco de ruptura devido ao carregamento.

A estrutura acoplada ao chassi não apresentou valores de tensões significantes, segundo o critério de tresca aproximadamente 3MPa, garantindo que a estrutura não irá falhar.

Para as 3 seções estudadas a tensão de limite de vida a fadiga foi inferior as tensões atuantes indicando que independente do número de ciclos indicando que as cargas dinâmicas ao qual a estrutura estará submetida, não irão levar a ocorrência de falha por fadiga, mesmo para um número elevados de ciclos.

5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Confrontar os resultados obtidos a partir dos cálculos analíticos com os resultados determinados a partir da análise de elementos finitos.

Realizar análise dos parafusos verificando a força de aperto e torque necessária

Análise de vibrações nos parafusos a fim de verificar a possibilidade de afrouxamento e perda do aperto durante o trabalho.

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